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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
ÍNDICE
PROGRAMAÇÃO.................................................................................................................................3
RESUMOS.............................................................................................................................................7
Para vencer obstáculos: uma edição anotada dos romances machadianos ............................................7
Um diálogo de falências: considerações sobre o sagrado em Dom Casmurro ......................................9
O Teatro de Artur Azevedo..................................................................................................................11
Corina Coaraci – Pesquisa em Periódicos............................................................................................13
Antônio Fraga: Uma Obra em Fragmentos..........................................................................................16
Curiosidades Acerca da Revisão do VPM ...........................................................................................18
Análise Sintática e Semântica de Alguns Verbos a partir do VPM .....................................................20
O Teatrólogo Vasques: Da História Social à Ribalta do Carnaval ......................................................22
Controle e tolerância no Rio de Janeiro do século XIX.......................................................................24
Sentidos político-sociais da (Primeira) República brasileira para os Conservadores anti-civilistas ...26
A visão do Conselho Federal de Cultura sobre Arte erudita e popular................................................29
Dicionário do Pensamento Jurídico Brasileiro.....................................................................................31
Notas acerca da Institucionalização do Supremo Tribunal Federal .....................................................34
O nascimento do regime democrático-burocrático brasileiro em 1988 ...............................................37
Política Cultural, Indústria Cultural e Trabalho Imaterial: Apurando Conceitos ................................39
O consumo da Cultura no Brasil e seus Cidadãos................................................................................41
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
PROGRAMAÇÃO
02 de agosto de 2010
Local: Sala de Cursos – FCRB
Abertura 9h
Rachel Valença (Diretora do Centro de Pesquisa da FCRB)
Marta de Senna (Coordenadora do Programa de Iniciação Científica)
Sessão 1 – 9h30min às 11h
Avaliador: Teresa Cristina Cerdeira (UFRJ)
Coordenador: Eduardo Coelho (AMLB/FCRB)
9h30min
Ana Maria Vasconcelos Martins de Castro (Letras/UFRJ)
“Para vencer obstáculos: uma edição anotada dos romances machadianos”
Marta de Senna
9h40min
Victor Doblas Heringer (Letras/UFRJ)
“Um diálogo de falências: considerações sobre o sagrado em Dom Casmurro”
Marta de Senna
9h50min
Maria Cristina Antonio Jerônimo (Letras/UFF)
“O teatro de Artur Azevedo”
Rachel Teixeira Valença
10h
Glauco Homero Vieira de Barros (Letras/UFF)
“Corina Coaraci – pesquisa em periódicos”
Eliane Vasconcellos
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
10h10min
Evelyn Rocha de Souza (Letras/UFF)
“Antonio Fraga: uma obra em fragmentos”
Eliane Vasconcellos
10h20min
Amanda Silva Oliveira (Letras/UERJ)
“Curiosidades acerca da revisão do Vocabulário do Português Medieval”
Laura do Carmo
10h30min
Marcelle Veridiano Candido de Souza (Letras/UERJ)
“Análise sintática e semântica de alguns verbos a partir do Vocabulário do Português Medieval”
Laura do Carmo
10h40min – 11h – Debate
11h às 11h20min – coffee break
Sessão 2 – 11h20min às 12h20min
Avaliador: Lúcia Bastos (UERJ)
Coordenador: Marcos Veneu (História/FCRB)
11h20min
Vinicius Ferreira Natal (História/UFF)
“O teatrólogo Vasques: da história social à ribalta do carnaval”
Antonio Herculano Lopes
11h30min
Helena Aragão Reis (História/PUC - Rio)
“Controle e tolerância no Rio de Janeiro do século XIX”
Ivana Stolze Lima
11h40min
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
Sérgio Maia Tavares (Direito/UFF)
“Sentidos político-sociais da (Primeira) República Brasileira para os conservadores anti-civilistas”
Christian Lynch
11h50min
Annanda Galvão Ferreira da Silva (Produção Cultural/UFF)
“A visão do Conselho Federal de Cultura sobre arte erudita e popular”
Lia Calabre
12hmin – 12h20min – Debate
12h30min – 14h – Intervalo para almoço
Sessão 3 – 14h às 15h30min
Avaliador: Bianca Medeiros (CP - doc / FGV)
Coordenador: Lia Calabre (Políticas Culturais/FCRB)
14h
Vanessa Machado Gonçalves de Oliveira (Direito/UGF)
“Dicionário do pensamento jurídico brasileiro”
Christiane Laidler
14h10min
Ana Maria Macedo Corrêa (Direito/UFF)
“Notas acerca da institucionalização do Supremo Tribunal Federal”
Alexandre Veronese
14h20min
Sônia Laura Santos Aguiar (Ciências Sociais/PUC - Rio)
“O nascimento do regime democrático-burocrático brasileiro de 1988”
Júlio Aurélio Lopes
14h30
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
Luís Mário de Brito Júnior (Ciências Sociais / UCAM)
“Política cultural, indústria cultural e trabalho imaterial: apurando conceitos”.
Maurício Siqueira
15h
Juliana Leite (Ciências Sociais / UFF)
“O consumo da cultura no Brasil e seus cidadãos”
Maurício Siqueira
15h10min – 15h30min – Debate
15h45min – Palestra de encerramento
“A importância da iniciação científica na trajetória acadêmica de um professor/pesquisador”
Ivana Stolze Lima
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
RESUMOS
Para vencer obstáculos: uma edição anotada dos romances machadianos
Bolsista: Ana Maria Vasconcelos Martins de Castro (Letras / UFRJ)
Orientador: Marta de Senna
Projeto: Edição dos romances de Machado de Assis como hipertexto
Unidade / Setor: Centro de Pesquisa / Ruiano
Agência de financiamento: CNPq
Período: janeiro a julho de 2010
O projeto Edição dos romances de Machado de Assis como hipertexto, idealizado pela
pesquisadora Marta de Senna, minha orientadora, consiste na disponibilização on-line, através do site
<www.machadodeassis.net>, de todos os romances do autor. Se o intuito do trabalho parasse nesse ponto,
a acessibilidade virtual da obra por si já seria de enorme valor, por colocar na internet uma versão
criteriosamente padronizada e revisada da obra, ou seja, efetivamente uma versão virtual de credibilidade.
O esforço da equipe, no entanto, vai além, e o salto idealizado é ainda maior e mais proveitoso aos mais
diversos leitores: o projeto se desdobra também na feitura de inúmeras notas explicativas sobre as
alusões, as citações, enfim, as mais diversas referências que surgem recorrentemente em todos os escritos
de Machado. Desse modo, a versão on-line permite, além de um largo acesso à obra fidedignamente
editada, a possibilidade de aprofundamento no texto em si, uma vez transposta a dificuldade de
identificação de nomes ou citações desconhecidas.
A edição virtual da obra de Machado de Assis é posta no ar somente após um longo processo. A
metodologia do trabalho inclui a comparação de diferentes edições em volume, incluindo cotejo com
aquelas publicadas ainda em vida do autor, leitura crítica e detalhada do texto estabelecido, confecção e
revisão das notas explicativas, além de revisões criteriosas dos textos já postos no ar. Parece – e de fato é
– um trabalho gigantesco, e construído a passos pequenos, porque criteriosos e atentos. Todo o esforço
encontra lugar na medida em que o resultado é também de grande importância e efetivo retorno para a
sociedade.
Neste semestre, minha atuação como bolsista foi bastante intensa, incluindo a leitura dos nove
romances de Machado, além de alguns de seus livros de contos e vários textos críticos sobre toda a obra.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
Minha atividade principal consistiu em, junto com a professora Marta, revisar detalhadamente os
romances Memórias póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba, além de rever e aprimorar as notas
explicativas desses dos dois textos, bem como incluir notas novas quando necessário. Contribuí como
estudante de Letras, no estabelecimento do texto literário, mas o meu ganho foi incalculavelmente maior,
uma vez que em tão curto espaço de tempo pude acumular uma bagagem impensável de ser adquirida
apenas na graduação.
A importância de esse trabalho se realizar na internet se dá na medida em que somente por esse
meio o resultado da pesquisa poderia ser tão amplamente difundido, e assim se tornar efetivamente
proveitoso em larga escala. Penso ser este o maior mérito do projeto: tornar o texto machadiano mais e
mais acessível, com a importante chancela da Fundação Casa de Rui Barbosa. O projeto beneficia,
portanto, não apenas os leitores, como também a nós, bolsistas, pela oportunidade de um contato íntimo
com os textos de Machado e com aqueles com os quais o autor conversa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ASSIS, Machado de. Obra completa. 3. ed. Rio de Janeiro: Aguilar, 1974. PASSOS, José Luís. O mal e a metamorfose em Machado de Assis. Luso-Brazilian Review volume 46, número 1, p. 57-74, 2009. (Artigo). ROUANET, Sérgio Paulo. Contribuição, salvo engano, para uma dialética da volubilidade. In: ______. Mal-estar na modernidade. São Paulo: Cia. das Letras, 1993. SCHWARZ, Roberto. Um mestre na periferia do capitalismo. 4. ed. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2000. SENNA, Marta de. O olhar oblíquo do bruxo: ensaios machadianos. 2. ed. rev. e mod. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2008. ______. Alusão e zombaria. 2. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2008.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
Um diálogo de falências: considerações sobre o sagrado em Dom Casmurro
Bolsista: Victor Doblas Heringer (Letras / UFRJ)
Orientadora: Marta de Senna
Projeto: Edição dos romances de Machado de Assis como hipertexto
Unidade / Setor: Centro de Pesquisa / Ruiano
Agência financiadora: CNPq
Período: setembro de 2009 a julho de 2010
O diálogo da obra de Machado de Assis com a religião foi contínuo e raras vezes pacífico. A
tradição religiosa se faz presente, das mais diversas formas, em inúmeros textos do autor, e, ainda assim,
são raros os comentários críticos que tratem especificamente do tema. Em geral, as análises do tema
religioso no âmbito da crítica machadiana gravitam em dois extremos: ou considera-se a religião como a
definiu C. G. Jung – “a atitude particular de uma consciência transformada pela experiência do
numinoso” –, pressuposto que abre caminho para uma espécie de julgamento da religiosidade da persona
Machado de Assis, ou presume-se que a tradição religiosa seja um mero produto histórico, atualizado e
recontextualizado pela obra machadiana, tal qual os escritos de Dante ou Shakespeare, realocando o
fenômeno religioso numa esfera que não lhe é própria. O que se ensaia neste trabalho é uma possível
terceira opção, isto é, a noção de que, para além do intertextual e do biográfico, há na obra de Machado
de Assis, e especialmente em Dom Casmurro (1900), uma reflexão profunda acerca da religião, que,
quando observada através de sua própria escala, torna-se um válido ponto de vista para a abordagem
crítica.
Assim sendo, este ensaio tem por objetivos principais analisar o romance Dom Casmurro (1900)
à luz dos escritos da ciência da religião, em especial a obra de Mircea Eliade, contrapostos à fortuna
crítica de Machado de Assis. Com isto, pretende-se demonstrar que o romance insere-se numa discussão
que problematiza o que Eliade chamou de “dessacralização do Cosmos”, isto é, o abandono do sagrado
em prol de uma experiência totalmente profana do mundo. Esse processo de dessacralização, histórico e
filosófico, possui uma ligação íntima com as idéias que ganharam força nas décadas em que Machado de
Assis produziu, período em que a secularização e os ideais positivistas fermentavam na esfera intelectual,
ao passo que pouco influenciavam a religiosidade do brasileiro. Essas e outras contradições não passaram
incólumes pela obra machadiana, e são colocadas em questão com grande força em Dom Casmurro, tanto
no âmbito da trama, quanto no da estrutura formal do romance.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
A principal conclusão a que se pode chegar é a de que o diálogo proposto e encenado pela obra de
Machado de Assis não se resolve. O embate entre o mundo sacralizado e o profano não conhece
vencedores, e um está perenemente imbricado em seu oposto. A dessacralização completa nunca se dá, e
é também através dessa falência que se pode compreender o romance capital deste que é o autor central
da literatura brasileira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ASSIS, Machado de. Obra completa em quatro volumes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008. ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano. São Paulo: Martins Fontes, 2008. ELIADE, Mircea. Tratado de História das Religiões. São Paulo: Martins Fontes, 2008. GUIMARÃES, Hélio de Seixas. Os leitores de Machado de Assis: o romance machadiano e o público de literatura no século 19. São Paulo: Edusp, 2004. JUNG, Carl Gustav. Psicologia e Religião. Petrópolis: Vozes, 1978. SARAIVA, Juracy A. O circuito das memórias. São Paulo: Edusp, 2009. SCHÜLLER, Donaldo. Plenitude perdida: uma análise das seqüências narrativas de Dom Casmurro. Porto Alegre: Movimento, 1978. SCHWARZ, Roberto. Ao vencedor as batatas. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2000. SENNA, Marta de. Alusão e zombaria: citações e referências na ficção de Machado de Assis. 2. ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2008.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
O Teatro de Artur Azevedo
Bolsista: Maria Cristina Antonio Jeronimo (Letras / UFF)
Orientador: Rachel Valença
Projeto: A crônica teatral de Artur Azevedo – 4ª etapa
Unidade / Setor: Centro de Pesquisa / Setor de Filologia
Agência de financiamento: CNPq
Período: agosto de 2009 a julho de 2010
Artur Azevedo (1855-1908) atuou em diversos campos – foi teatrólogo, jornalista, contista, poeta,
cronista, tradutor e crítico. Em um lugar de destaque – o rodapé da primeira página do periódico A
Notícia – publicava semanalmente as suas crônicas sobre o panorama teatral da cidade do Rio de Janeiro.
Ainda que o conteúdo das crônicas tivesse como foco principal a situação teatral carioca, A.A. também
tecia comentários sobre o teatro em outras cidades brasileiras e do mundo. Foi colaborador de 1894 até
1908 – ano de sua morte –, totalizando uma produção volumosa.
Apenas para retomarmos e esclarecermos do que tratam as crônicas, objeto primeiro de nosso
projeto: na voz do próprio autor, as quase 700 crônicas pretendiam.
[...] trazer os leitores d’A Notícia, a par do movimento dos nossos teatros. Quando estes não me
depararem assunto suficiente para encher às necessárias tiras de papel – o que naturalmente sucederá
muitas vezes – recorrerei aos estados e ao estrangeiro.
Em todo o caso, o teatro será o objeto exclusivo e obrigado destas crônicas.1
O objetivo final do projeto de pesquisa é a preparação de uma edição comentada das crônicas em
questão, material ainda inédito, com recursos – apêndices, índices, notas de tradução, notas filológicas e
de contextualização etc. – que aproximem o leitor de hoje desses textos.
Com uma pena muito afiada, um texto arguto e irônico, deparamo-nos com os bastidores de
peças, personalidades, costumes da época e o descaso das autoridades pela arte que A.A. defendeu
durante toda sua vida. Pensar as crônicas teatrais de Artur Azevedo, a partir da perspectiva da história do
Rio de Janeiro ou da historiografia do próprio teatro carioca e brasileiro, torna-se uma atividade quase
que imediata, pois a natureza e o conteúdo das crônicas estão imbricados a então capital federal e ao
teatro oitocentista no Brasil.
1 Crônica publicada em A Notícia, 20 de set. de 1894. Inédita.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
Em trabalhos anteriores pensamos as crônicas, os contos; mas neste trabalho privilegiaremos o
gênero que notabilizou Artur Azevedo – o gênero dramático. O objetivo deste trabalho é refletir a partir
de um recorte na produção teatral arturiana sobre as características e influências que A.A. certamente
deixou na história do teatro brasileiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ______. Crônicas de Artur Azevedo publicadas em A Notícia: anos: 1894, 1895, 1896, 1897, 1898. Rio de Janeiro, 2009. Não publicado. ______. O tribofe: revista fluminense de 1891. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa: Nova Fronteira, 1986. ______. Teatro de Artur Azevedo I. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Artes Cênicas, 1983. (Coleção Clássicos do Teatro Brasileiro). MAGALDI, Sábato. Panorama do teatro brasileiro. [S.l.]: Ministério da Educação e Cultura; DAC Funarte; Serviço Nacional de Teatro, s.d. (Coleção Ensaios, v. 4). MAGALHÃES JUNIOR, Raimundo. Arthur Azevedo e sua época. 2. ed. São Paulo: Martins, 1955. MARTINS, Antonio. Arthur Azevedo: a palavra e o riso. São Paulo: Perspectiva; Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1988. (Coleção Estudos, v. 107). PAVIS, Patrice. Dicionário de teatro. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2007. PRADO, Décio de Almeida. História concisa do teatro brasileiro. São Paulo: EDUSP, 2003. SEIDL, Roberto. Artur Azevedo. Rio de Janeiro: ABC, 1937. SÜSSEKIND, Flora. As revistas de ano e a invenção do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa: Nova Fronteira, 1986.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
Corina Coaraci – Pesquisa em Periódicos
Bolsista: Glauco Homero Vieira de Barros (Literatura Brasileira / UFF)
Orientadora: Eliane Vasconcellos
Projeto: Corina Coaraci: resgate de uma obra.
Unidade / Setor: CMI / AMLB
Agência de Financiamento: CNPq
Período: agosto de 2009 a julho de 2010
1. Introdução
Apresentam-se, neste trabalho, as atividades realizadas durante o período de agosto de 2009 a
junho de 2010. Discriminam-se os objetivos da pesquisa, as atividades a serem realizadas e os fatores que
viabilizaram ou dificultaram o progresso das mesmas.
2. Objetivo
O projeto "Corina Coaraci: resgate de uma obra" tem por objetivo levantar a obra produzida por
esta escritora, que se encontra dispersa em periódicos, entre os anos de 1875 e 1891. Estima-se que haja
muitos artigos e crônicas escritas por esta mulher, e, para certificação disto, realizaram-se pesquisas nos
acervos da Fundação Casa de Rui Barbosa e em periódicos, micro filmados, na Biblioteca Nacional.
O conhecimento da obra da escritora proporcionará melhor percepção da literatura de autoria
feminina no Brasil e evidenciará a participação do segundo sexo no cenário histórico da literatura
brasileira do século XIX. Corina Coaraci não deixou sequer um livro publicado, mas estima-se que haja
uma quantidade considerável de textos de sua autoria.
3. Metodologia
O princípio deste trabalho foi regido pela ecdótica; logo, o objetivo principal não era somente a
reprodução do material a ser publicado, mas também preparar um trabalho que tem como
responsabilidade refletir a vontade da escritora ao publicar seus artigos e crônicas.
Em agosto de 2009, foi dada a continuidade ao trabalho nos artigos publicados na seção "Modas e
modos / Usos e costumes", da Folha nova. Para isso, comparou-se o texto digitado com os originais desse
periódico, procedimento este que obedeceu a critérios adotados pela orientadora e que também foi
realizado sob sua supervisão.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
As publicações encontradas nos acervos da Biblioteca Nacional e nos arquivos da FCRB foram
submetidas ao processo de digitalização; após este procedimento, os textos são arquivados em formato
JPEG, em CD-ROM. Em continuidade, deu-se a digitação dos artigos digitalizados. O processo posterior
à digitação foi a revisão e o cotejo do material digitado, sempre obedecendo aos princípios da ecdótica.
Além de do material que já tínhamos em mãos, foram encontrados, tanto no acervo da Biblioteca
Nacional como no da Casa de Rui Barbosa, artigos publicados nos periódicos Gazeta de Notícias,
Gazetinha, Ilustração Popular e Ilustração do Brasil. Esta nova leva de artigos foi digitada e está sendo
revista.
A assinatura, ao final das produções literárias, foi o fator que contribuiu para a identificação,
tanto por meio dos pseudônimos que a autora geralmente usava (Frou-Frou, Viscondessa Augusta,
Aniroc), como também pelas iniciais de seu nome (C., C. Cy).
4. Conclusão
Considero importante o fato de ler e aprender sobre uma escritora que não se encontra propagada
na história da literatura brasileira. Corina fez, por meio de sua escrita, ressaltar o valor que a mulher
possui para a literatura, como agente de uma escrita que corrobora a percepção do olhar crítico que a
mulher do século XIX tem sobre o seu tempo.
Por meio desta pesquisa, o estudante apreende, a cada leitura, como são amplas as manifestações
da literatura. O esforço em apresentar um trabalho que realize uma proximidade com a vontade de
expressão de um autor culmina na compreensão das questões que eram temas centrais de discussões em
sua época. Evidencia-se, no trabalho da autora, a percepção do pensamento a respeito das influências da
arte, da literatura, dos modos e dos costumes de sua época e, vale ressaltar, a originalidade de seus textos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Vocabulário onomástico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: A Academia, 1999. AZEVEDO, Artur. O tribofe: revista fluminense de 1891. Estabelecimento de texto, notas e estudo lingüístico de Rachel Teixeira Valença. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Fundação Casa de Rui Barbosa, 1986. (Tempo reencontrado). AZEVEDO FILHO, Leodegário A. de. Iniciação em crítica textual. Rio de Janeiro: Presença; São Paulo: EDUSP, 1987. (Atualidade Crítica, 12). CAMBRAIA, César Nardelli. Introdução à crítica textual. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
COELHO, Nelly Novaes. Dicionário crítico de escritoras brasileiras (1711-2001). São Paulo: Escrituras, 2002. VASCONCELLOS, Eliane. Carmem Dolores: a cronista mais bem paga do Rio de Janeiro. Quadrant, Université Paul-Valéry, Montpellier III, n. 15, 1998. ______. Artigos publicados em Escritoras brasileiras do século XIX. Florianópolis: Mulheres, v.1 1999, v.2, 2004, v.3 (no prelo).
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
Antônio Fraga: Uma Obra em Fragmentos
Bolsista: Evelyn Rocha de Souza (Letras / UFF)
Orientadora: Eliane Vasconcellos
Projeto: Antônio Fraga
Unidade / Setor: CMI / AMLB
Agência de Financiamento: CNPq
Período: agosto de 2009 a julho de 2010
1. Introdução
Este trabalho pretende apresentar as atividades realizadas durante o período de agosto de 2009 a
junho de 2010, relatando as dificuldades, expondo as diversas fases e processos da pesquisa e
organização do acervo e procurando mostrar as peculiaridades e algumas características da obra de
Antônio Fraga.
2. Objetivo do projeto
Tendo em vista o papel inovador e revolucionário da obra de Antônio Fraga na literatura
brasileira e sendo este pouco conhecido e insuficientemente estudado no meio acadêmico, foi de extrema
importância o resgate da obra.
Por essa razão, o Arquivo-Museu de Literatura Brasileira (AMLB) da Fundação Casa de Rui
Barbosa (FCRB) julgou necessário e de grande relevância a organização deste acervo. A preservação do
trabalho deste autor é imprescindível.
3. Metodologia
O arquivo foi organizado em sete séries: correspondência pessoal; correspondência familiar;
correspondência de terceiros; documentos pessoais; produção intelectual do autor; produção intelectual
de terceiros e diversos.
Considerou-se necessário, na metodologia adotada, estabelecer, primeiramente, uma
familiarização entre o bolsista e o acervo do autor a ser trabalhado, travando, assim, um conhecimento
prévio por meio do estudo das principais obras relacionadas a Antônio Fraga: dele e sobre ele.
Depois da leitura da bibliografia de e sobre Antônio Fraga, partiu-se para o segundo passo, que
foi a conferência das planilhas das já referidas séries, seguindo o modelo de arranjo proposto pelo
AMLB, levando em conta, também, o estudo do banco de dados usado pela FCRB.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
Concluindo esta etapa, as informações foram inseridas no banco de dados, segundo o formato
MARC.
4. Conclusão
Com o término do projeto e com as informações disponibilizadas no site, pesquisadores terão
acesso facilitado à obra de Antônio Fraga, autor singular da que é considerada, hoje, a “literatura
marginal brasileira” e autor digno de ser mais estudado pelo meio acadêmico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: FRAGA, Antônio. Desabrigo e outros trecos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1999. HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomáz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP &A. 2003. 7ª ed. ou reimpressão. SILVA, Maria Célia Barbosa Reis da. Há 50 anos e alguns meses.... Estudos, Goiânia, v. 34, n. 3/4, p. 287-294, Mar-Abr/2007. Disponível em: <http://biblioteca.ricesu.com.br/art_link.php?art_cod=6024>. Acesso em: 11 de janeiro de 2010. SILVA, Maria Célia Barbosa Reis da. Antônio Fraga: uma obra e um autor em busca de abrigo. Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.br/038/38csilva>. Acesso em: 11 de janeiro de 2010. VASCONCELLOS, Eliane. Inventário do arquivo de Clarice Lispector. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1994. VASCONCELLOS, Eliane (org.). Inventário do Arquivo de Pedro Nava. Rio de Janeiro: Fundação casa de Rui Barbosa, 2001. <http://www.revistabula.com/posts/vale-a-pena-ler-de-novo/as-confissoes-de-joao-antonio->. Acesso em: 11 de janeiro de 2010.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
Curiosidades Acerca da Revisão do VPM
Bolsista: Amanda Silva de Oliveira (Letras / UERJ)
Orientadora: Laura do Carmo
Projeto: Vocabulário histórico-cronológico do português medieval
Unidade / Setor: Centro de Pesquisa / Ruiano
Agência de financiamento: CNPq
Período: agosto/2009 a julho/2010
1. Introdução
A minha principal tarefa no projeto é conferir as emendas do VPM, feitas e digitadas na base de
dados há muitos anos. Ao conferir as emendas, nos deparamos com alguns problemas de conteúdo do
CD-ROM, que vamos anotando para futuras correções ou melhorias. Dentre esses problemas escolhi
mostrar aqueles relacionados a abonações repetidas e a classificações gramaticais equivocadas.
2. Objetivo do estudo
O objetivo desse estudo é mostrar os critérios que utilizamos para sugerir a exclusão de alguma
abonação e a alteração de alguma classe gramatical.
3. Metodologia
Para esclarecer a função sintática e o sentido de determinada forma em uma abonação,
recorremos a gramáticas e dicionários. Às vezes, precisamos também consultar o texto de onde foi
retirada a abonação.
4. Conclusão
Com a solicitação de exclusão de algumas abonações repetidas fazemos com que o VPM fique
menos redundante. Além disso, corrigimos erros de classificações gramaticais que foram dadas a
determinadas ocorrências.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: AFONSO X. Cantigas de santa Maria. Editado por Walter Mettmann. Coimbra: Universidade de Coimbra, 1972. v. 4. Texto do século XIII. [Citam-se, nas transcrições, os números da poesia e do verso, de acordo com o critério de numeração adotado pelo editor]. AULETE digital: dicionário contemporâneo da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lexikon Ed. Digital. Disponível em: www.auletedigital.com.br/. BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 38. ed. rev. e ampl. 19. reimpr. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. CUNHA, Celso Ferreira da; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 4. ed. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2007. HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 1 CD-ROM. LIMA, Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. 29. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000. ORTO do esposo: texto inédito do fim do século XIV ou começo do XV. Edição crítica com introdução, anotações e glossário de Bertil Maler. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1956. 2 v. ORTO do esposo: correções dos vols. I e II, estudo das fontes e do estado da língua, glossário, lista dos livros citados e índice geral. Stockholmo: Almqvist e Wiksell, 1964. v. 3. Manuscrito CCLXXIII/198, da Biblioteca Nacional de Lisboa, designado pelo editor ms. A, confrontado com o de nº CCLXXIV/212, da mesma Biblioteca, nomeado ms. B. [Citam-se, nas transcrições, os números da página e da linha.]
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Análise Sintática e Semântica de Alguns Verbos a partir do VPM
Bolsista: Marcelle Veridiano Candido de Souza (Letras / UERJ)
Orientadora: Laura do Carmo
Projeto: Vocabulário histórico-cronológico do português medieval
Unidade / Setor: Centro de Pesquisa / Ruiano
Agência de Financiamento: CNPq
Período: agosto de 2009 a julho de 2010.
1. Introdução
O Vocabulário histórico-cronológico do Português Medieval (VPM) é composto de verbetes que
registram diferentes formas de grafia da língua portuguesa nos séculos XIII, XIV e XV, com abonações
coletadas em obras do período. Dentre as palavras que compõem a nominata do VPM, os verbos são os
que mais me interessam. Aliado a este interesse, passei a trabalhar como voluntária no projeto Para um
dicionário graciliano: o verbo em Vidas Secas do professor José Carlos Azeredo, na Uerj. Daí surgiu a
curiosidade de observar se usos peculiares do romance Vidas secas estariam presentes no VPM. A partir
daí, comecei a esboçar uma metodologia de trabalho, que é o que apresentarei na jornada.
2. Metodologia
Para iniciar esta procura selecionei alguns verbos do romance de Graciliano e do VPM e analisei
o contexto sintático e semântico dos mesmos, comparando-os com os sentidos encontrados em alguns
dicionários.
3. Conclusão
Os exemplos comparativos entre verbetes das três fontes (Dicionário graciliano, VPM e
dicionários contemporâneos) ainda não trouxeram o resultado desejado, mas a análise cuidada dos
verbos tem me propiciado maior atenção quanto aos contextos das abonações.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: AULETE digital: dicionário contemporâneo da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lexikon Ed. Digital. Disponível em: www.auletedigital.com.br. BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 38. ed. rev. e ampl. 19. reimpr. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. CUNHA, Celso Ferreira da; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 4. ed. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2007. HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (versão digital)
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
O Teatrólogo Vasques: Da História Social à Ribalta do Carnaval
Bolsista: Vinícius Ferreira Natal (História / UFF)
Orientador: Antônio Herculano Lopes
Projeto: Intelectuais, Imprensa e Humor
Unidade / Setor: Centro de Pesquisa / Setor de História
Agência de Financiamento: CNPq
Período: outubro de 2009 a julho de 2010
1. Introdução
Falar de teatro no Brasil Oitocentista é adentrar em um campo onde a arte é capaz de levantar
questões sociais pontuais da época, em um contexto efervescente republicano e abolicionista. Ao mesmo
tempo ocorre a tendência de se construir uma cena teatral brasileira baseada em costumes europeus
eclode em uma tentativa “civilizadora” da cultura das classes urbanas. Fica caracterizada em Vasques a
representação de um sujeito oriundo das classes populares – desde seu início de carreira na Barraca Três
Cidras do Amor – inserido no meio artístico teatral majoritariamente elitista, onde o embate erudito
versus popular emergia constantemente. Nesse viés, através da visão do teatrólogo, o carnaval é tomado
como análise por sua representatividade festiva e social na segunda metade do século XIX. A relação de
Vasques com a festividade pode ser encarada como representativa dos embates que ocorriam. No
presente trabalho, então, ficará evidente a relação do artista com as classes populares, analisadas pelos
caminhos da folia momesca.
2. Objetivos do Projeto
O presente projeto tem como objetivos principais aprofundar a análise sobre o referido autor,
visto que o material bibliográfico existente ainda é bastante escasso; analisar a relação de Vasques com as
camadas populares; perceber o papel do teatro na sociedade do século XIX; entender o carnaval como
festividade, mas também como cena onde emergem as tensões sociais e os atores da época e por fim,
enxergar a contemporaneidade do saudosismo de Vasques com o carnaval.
3. Metodologia
No intento de alcançar os objetivos da pesquisa, tem-se como fontes primordiais o jornal “Gazeta
da Tarde”, no mês de fevereiro de 1884. Com o apoio de uma bibliografia selecionada, os escritos de
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
Vasques no jornal foram comparados com a mesma e a partir de proposições formadas por diversos
autores, fez-se uma reflexão do assunto proposto.
4. Conclusões
Entende-se a obra de Vasques como um intercessor entre a manifestação artística teatral e as
classes populares, num sentido de representatividade que o teatro adquire como forma de crítica social às
elites e expressão idealista do pensamento popular. A partir da análise que Vasques faz do carnaval no
“Gazeta da Tarde”, percebe-se que essa festividade cultural alcança outros âmbitos da sociedade como as
tensões latentes entre negros escravos e libertos versus uma elite senhorial. A partir disso, o autor utiliza
o carnaval – nas formas de Entrudo e Grandes Sociedades – como representatividade dessas tensões,
enfatizando que o Entrudo seria a forma legítima de carnaval, pois estaria ligado às classes mais
populares da época. Por esse discurso também se constrói uma idéia saudosista de carnaval, onde se
lamenta a perda da tranqüilidade de tempos atrás. Essa construção dialética ocorre até os dias de hoje no
mundo do samba, ficando explícita a atualidade do discurso do artista.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ABREU, Martha. “O império do divino: festas religiosas e cultura popular no Rio de Janeiro, 1830-1900”. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999. MONTES, Maria Lúcia (1996-97). "O erudito e o que é popular – estética negra e espetáculo de massa no desfile das escolas de samba". Revista USP, nº. 32, dez.-fev., Dossiê Sociedade de Massa e Identidade. MARZANO, Andréa. “Respeitável público! Universo teatral, trajetória e história social no Rio de Janeiro (1839-1892)”. Tese de doutoramento. Niterói: UFF, datilo, 2005. LOPES, Antonio Herculano. “Vasques: uma sensibilidade excêntrica”. Nuevo mundo-mundos nuevos, 7, 2007b. REFERÊNCIAS DOCUMENTAIS Jornal Gazeta da Tarde – Análise do Mês de Fevereiro de 1884, Disponível em Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
Controle e tolerância no Rio de Janeiro do século XIX
Bolsista: Helena Aragão Reis (História / PUC - Rio)
Orientador: Ivana Stolze Lima
Projeto: Língua nacional, voz escrava. Conflitos sociais e simbólicos no Império do Brasil.
Unidade / Setor: Centro de Pesquisa / Setor de História
Agência de Financiamento: CNPq
Período: agosto de 2009 a julho de 2010
Buscando entender a experiência construída pelos africanos com a língua portuguesa e suas
línguas maternas, e para complementar a pesquisa já feita em anúncios de jornais no período anterior,
nesse ano explorei posturas municipais do período imperial (conjunto de medidas tomadas pelas
autoridades municipais relativas à ordem urbana), bem como referências historiográficas, focalizando as
cidades do Rio de Janeiro e de Salvador.
A pesquisa investigou se haveria, nas políticas de controle urbano da sociedade escravista, itens
específicos relativos às línguas africanas. Dentro do que foi possível pesquisar, vimos que não houve uma
preocupação explícita das autoridades com essa questão, em nenhuma das cidades focalizadas. Mas,
indiretamente, exploramos medidas que ajudaram a entender o nosso ponto. Encontramos proibições de
“vozerias, alaridos e gritos” e “batuques” nas horas de silêncio. Mas por outro lado, os escravos teriam
permissão para cantar em suas horas de trabalho. Procuramos investigar ainda o ambiente das irmandades
católicas, e suas possíveis formas de comunicação. As irmandades eram, para os africanos, locais de
socialização e contato com o catolicismo e com a língua portuguesa, mas ao mesmo tempo, dentro desses
espaços, havia certos momentos em que as línguas africanas eram utilizadas e em que o sentimento de
comunidade se reconstruía.
Além disso, vimos que havia em determinados momentos a intenção de reprimir religiões
africanas, mas isso nem sempre era concretizado, pois percebemos que além de haver um número muito
grande de africanos no país, alguns “brancos” participavam dessas cerimônias. Os chefes de polícia eram
responsáveis pelo controle, atendendo a denúncias sobre rituais e “batuques”. Mas ocorria também que
alguns membros da polícia participavam desses rituais proibidos. E mesmo senhores escravistas, que
procuravam ajuda de “feiticeiros” africanos.
Diante desses fatores percebemos que a convivência entre senhores e escravos não poderia ser
apenas de repressão, mas baseada em um difícil equilíbrio entre relações de controle e tolerância. O
controle deveria ser feito para que escravos e ex-escravos não fizessem nas cidades o que eles bem
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
entendessem e que devessem respeito a seus senhores. Além disso, o controle deveria ser exercido para
que as culturas africanas não se alastrassem, predominando sobre a cultura nacional ou civilizada que
tentava ser imposta. Mas o senhor não tinha controle total sobre o escravo, pois este criava oportunidades
para reconstruir a sua cultura.
A pesquisa nos permitiu refletir sobre formas de contatos e conflitos culturais numa sociedade
em que escravos tentavam se passar por forros, freqüentavam a igreja de seus senhores e eram
estimulados a seguir seus hábitos. Nessa mesma sociedade percebemos senhores frequentando sacerdotes
africanos, membros da polícia participando de batuques e também tentando reprimir tais eventos.
Refletimos como os caminhos de imposição da língua senhorial foram também marcados por essas
ambigüidades e mesclas entre o que era esperado dos indivíduos escravizados e como na prática eles
construíram formas de relativa autonomia cultural.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ARQUIVO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO: Posturas da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Tipografia Imperial e Nacional, 1830. Posturas da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Tipografia Dois de Dezembro, 1854. ARQUIVO NACIONAL: ARQUIVO MUNICIPAL DE SALVADOR. Repertório de fontes sobre a escravidão existentes no Arquivo Municipal de Salvador: as posturas (1631/1889). Salvador: Fundação Gregório de Mattos ; Prefeitura Municipal de Salvador, 1988. SOARES, Mariza de Carvalho. Devotos da cor – Identidade étnica, religiosidade e escravidão no Rio de Janeiro, século XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. KARASH, Mary C. “Samba e canção: a cultura escrava afro-carioca” In A vida dos escravos no Rio de Janeiro (1808 – 1850). São Paulo: Companhia das letras, 2000. REIS, João José. Domingos Sodré - um sacerdote africano. São Paulo: Companhia das letras, 2008. SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. São Paulo, Cultrix, 1987.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
Sentidos político-sociais da (Primeira) República brasileira para os
Conservadores anti-civilistas
Bolsista: Sergio Maia Tavares (Direito / UFF)
Orientador: Christian Edward Cyril Lynch
Projeto: Os anti-Rui Barbosa: a obra e a atuação política de Alcindo Guanabara
Unidade / Setor: Centro de Pesquisa / Setor de Direito
Agência de Financiamento: CNPq
Período: agosto de 2009 a julho de 2010
Em continuação à série “Os anti-Rui Barbosa”, composta por uma data de projetos de
autoria e orientação do Dr. Christian Edward Cyril Lynch, teve lugar neste período, aqui descrito, a
última fase da corrente pesquisa a respeito da expressão do conservadorismo anti-liberal ao longo da
velha Primeira República brasileira, com particular atenção, por um lado, aos anos da “Presidência
Campos Salles”, reproduzindo a fórmula que deu título ao paradigmático livro de Alcindo Guanabara –
personagem deste tomo – e por outro, à postura conservadora durante a Campanha Civilista, travada,
entre outros, na imprensa.
Na primeira ária desta proposição logramos identificar a plataforma política desse
conservadorismo brasileiro, isto é, suas filiações ideológicas e bases teórico-filosóficas, além de sua
expressão na mídia impressa por meio do discurso de legitimação adotado.
Demonstramos, pois, a utilização da imprensa, como mais do que um veículo comunicativo, e sim
como fonte de difusão do mantra da necessidade de correção, retidão, disciplina, conservação estrutural
da sociedade contra o “caos”, conforme arquivos levantados, pela técnica metodológica usada, dos
microfilmes de O PAIZ, A IMPRENSA, A REPÚBLICA e CORREIRO DA MANHÃ, cuja maioria dos
editoriais era assinada por personagens da órbita de um ou outro político conservador e, muitas vezes, de
propriedade destes!
Tais apontamentos corroboram a tese, presente de forma mais delineada em textos de Augusto de
Lima para o DIÁRIO DE MINAS, de que havia a predileção consciente, assentada na teoria sociológica
de Herbert Spencer na medida em que conservadores e militares se aproximam, do conservadorismo
militar de Hermes da Fonseca por sustentar a arquitetura social brasileira contra “convulsões”
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
imaginadas, a fim de unir dois vetores anti-liberais: a oligarquia política e as Forças Armadas,
destacadamente o Exército, que tinha em curso verdadeiro plano de retorno ao poder.
Importa reter que Afonso Pena fora eleito apoiado pelo chamado “Bloco”, integrado por Minas
Gerais, do próprio, Bahia, liderada por Rui Barbosa, Rio Grande do Sul e o imperecível Pinheiro
Machado, contra a obstinação do presidente anterior, Rodrigues Alves, de emplacar um quarto paulista
seguido na presidência. Ocorre que, empossado, Pena também tenta governar para além do esquema do
Bloco, procurando o “Jardim da infância”, e indicando ele mesmo o próprio sucessor - David Campista -
à revelia dos grandes estados. É por isso que, estes últimos, chefiados por Pinheiro Machado, reagem. E o
Exército surge como a alternativa segura e viável de substituição a partir do prestígio do então Ministro
Marechal Hermes da Fonseca, configurando a candidatura oficial da situação, em prejuízo de Campista,
ministro da Fazenda. Com isso, estava preparado o palanque seguinte, que superou os futuros
acontecimentos - incluindo a morte de Afonso Pena e a posse de Nilo Peçanha.
Todavia, é importante assinalar que apesar de terem ocasionalmente se aproximado, essas duas
correntes não devem ser confundidas. Mesmo a aproximação em torno da candidatura Hermes não foi
suave. Originalmente, o Exército pretende uma candidatura alternativa à sua maneira – anti-liberal, mas
também anti-oligárquica – em busca do verdadeiro republicanismo patriótico. Habilmente, Pinheiro
Machado, vindo do Rio Grande do Sul, eterno aliado de Júlio de Castilhos e positivista convicto, percebe
que lançar a sua candidatura contra o Exército e contra algum eventual Liberal seria dispendioso e
consistiria em um risco desnecessário, já que seria capaz de movimentar, nos bastidores, como à sua
feição, o gabinete hermista, virtual vencedor. Por isso, decide apoiar os militares e negociar sua presença
no poder e, em contra partida, assegura a governabilidade de Hermes.
Esses eventos fazem Rui encampar sua candidatura liberal (a Campanha Civilista tem início),
pois não poderia admitir mais um governo militar, porém, ao mesmo tempo, perdera seu mais poderoso
aliado da última eleição. Ainda que a relação Rui-Pinheiro seja de difícil assimilação.
Dados os fatos políticos, identificadas as filiações ideológicas, resta concluir que a chave do
conservadorismo não entendia a República univocamente. Divididos entre oligarcas heterogêneos, desde
Campos Salles e Alcindo Guanabara até Pinheiro Machado e os positivistas, e o Militarismo do Exército,
é possível visualizar uma ampla miríade de cores dentro da paleta do conservadorismo. Bastará anotar
que há quem qualifique Rui de conservador, independentemente de liberal.
Neste estudo, entretanto, concentramos nossos esforços com objetivo de desvendar os sentidos de
República para oligarcas e, porventura, até para os militares. Assim, de modo a alcançar o momento
agudo do projeto, citamos, carente de constante depuração como toda investigação acadêmica invulgar,
que a República era a criatura institucional responsável por personificar e perenizar a máquina
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
econômico-social em andamento desde há muito, sendo desta uma extensão, e que, portanto,
independentemente da forma que o Estado assumisse , deveria consistir, com efeito, em mero joguete dos
“donos do poder”, difusos na economia (em um termo, latifundiária), na política (regionalismo das trocas
de interesses) e na pirâmide social que, à partida, resumia as anteriores e, a posteriori, consagrava-as.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: A IMPRENSA. Rio de Janeiro, 1909-1910. BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Cia Editora Nacional, 2004. BELLO, José Maria. História da República. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1983. CARONE, Edgard. A república velha: instituições e classes sociais. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1970. ______. A república velha: evolução política. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1974. CORREIO DA MANHÃ. Rio de Janeiro, 1909-1910. FAORO, Raymundo. Os donos do poder. São Paulo: Editora Globo, 2001. FREIRE, Felisbelo. História constitucional da República dos Estados Unidos do Brasil. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1983. HOLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1995. MONTEIRO, Hamilton. Brasil República. São Paulo: Editora Ática, 1994. O PAIZ. Rio de Janeiro, 1909-1910.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
A visão do Conselho Federal de Cultura sobre Arte erudita e popular
Bolsista: Annanda Galvão Ferreira da Silva (Produção cultural / UFF)
Orientador: Lia Calabre
Projeto: Política Cultural: Memória e história
Unidade / Setor: Centro de Pesquisa / Setor de Estudos de Políticas Culturais
Agência de Financiamento: CNPq
Período: agosto de 2009 a julho de 2010
Este trabalho pretende fazer um exercício de análise das visões do Conselho Federal de Cultura
sobre as artes de caráter erudito e/ou popular, partindo do princípio que este é um órgão normativo e
diretamente ligado ao governo, formulador de uma política cultural nacional. Tal exercício será feito
através de alguns pareceres emitidos pelo CFC.
A instauração do Conselho Federal de Cultura (CFC) ocorre durante o governo de Castelo Branco
(1967), sendo, um projeto do intelectual Josué Montello. O órgão era ligado diretamente ao Ministério da
Educação e Cultura e dividia-se em quatro câmaras: artes, letras, ciências humanas, patrimônio histórico
e artístico nacional. Ainda havia uma comissão de legislação e normas, que, invariavelmente, exercia o
papel de uma quinta câmara. Nos governos militares a cultura também é utilizada como instrumento do
Estado autoritário, para a consolidação da imagem nacional. Dentre outras atribuições do Conselho,
estavam as de: “estimular a criação de conselhos estaduais e municipais de cultura; reconhecer
instituições culturais; manter atualizado o registro das instituições culturais; conceder auxílios e
subvenções; promover campanhas nacionais e realizar intercâmbios internacionais.” (CALABRE, 2010)
Os conselheiros variavam de cinco a seis por câmara, sendo intelectuais de representatividade na
sociedade como: jornalistas, escritores, reitores de Universidades Federais, políticos etc. Estes sujeitos
que, em sua maioria, eram polivalentes quanto a atuação em diversas áreas, eram indicados pelo
presidente da república.
A atuação do conselho se deu de maneira mais eficaz entre o início de suas funções em 1967 até o
final da década de 1970. Destaca-se que nesse período o governo federal promoveu ações essenciais para
o desenvolvimento de políticas públicas de cultura em âmbito nacional, gerando uma maior autonomia na
produção cultural brasileira.
O CFC possuía uma verba anual própria, porém, insuficiente para o atendimento das demandas
financeiras provenientes das mais diversas instituições. Mesmo com a impossibilidade de ajuda de em
alguns pedidos de auxílio financeiro ou material, os projetos/processos eram encaminhados para outros
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
órgãos como, por exemplo, o Instituto Nacional do Livro ou a Fundação Nacional de Arte. Neste sentido,
embora houvesse obstáculos, o Conselho auxiliou no processo de institucionalização da gestão pública no
campo da cultura brasileira, ocasionando em mudanças significativas nos programas e políticas culturais.
Uma singularidade que pôde ser percebida a partir da análise dos documentos de pedido de auxílio
financeiro e convênios com outras instituições, é que o Conselho Federal de Cultura apoiava/concedia
auxílio financeiro principalmente, - senão totalmente - a projetos e/ou equipamentos culturais de caráter
erudito, ou utilizando terminologia presente nos documentos, projetos considerados “populares de fino
acabamento”.
A metodologia de pesquisa utilizada no trabalho baseou-se em leituras sobre o contexto histórico
e sobre a função do Conselho Federal de Cultura, na análise de processos do CFC e, do convênio n
60.576/67 de 1967, presente na documentação do arquivo da Câmara de Artes do CFC depositado no
Palácio Capanema, além da pesquisa realizada sobre os membros do Conselho. Isto possibilita
conferirmos como era a visão sobre Artes de um órgão que foi de extrema importância para o fomento de
uma política nacional de cultura.
O caráter do Conselho Federal de Cultura era fundamentalmente conservador, afinal, era órgão de
um governo ditador que fazia, entre outros, uso da cultura como elemento de unificação nacional e um
instrumento para a manutenção da chamada segurança nacional. No entanto, o Conselho que tinha
membros como o folclorista Manuel Diégues Jr., aponta – o que pode ser averiguado através da
investigação do seu acervo – uma postura mais flexível no que diz respeito às artes, ao apresentar sua
preocupação em conceituar o objeto e/ou manifestação artística quanto ao caráter erudito ou popular.
Apesar de ser conservador no que tange a visão de popular da época – ligada a tradição, e sem
conhecimento clássico-acadêmico – o órgão demonstrou tendência progressista quando considerou Arte
as manifestações artísticas populares. E, como descrito no Convênio 60.576/67, a articulação e harmonia
das manifestações eruditas e populares imprime uma maior penetração cultural. .
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CALABRE, L. O Conselho Federal de Cultura- 1971-1974. Estudos Históricos. Rio de Janeiro. N.37, 2006. ______ Textos Nômades. Políticas Culturais no Brasil: História e Contemporaneidade. Fortaleza: Banco do Nordeste, 2010. MICELI, S. (org). Estado e Cultura no Brasil. São Paulo: Editora: Difel, 1984.
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5ªJornada de Iniciação Científica da FCRB - 2010
Dicionário do Pensamento Jurídico Brasileiro
Bolsista: Vanessa Machado Gonçalves de Oliveira (Direito/UGF)
Orientadora: Christiane Vieira Laidler
Projeto: Dicionário do pensamento jurídico brasileiro
Unidade / Setor: Centro de Pesquisa / Setor de Direito
Agência de Financiamento: CNPq
Período: setembro de 2009 a julho de 2010
1. Introdução
O projeto de pesquisa visa a construção de um dicionário com a organização de verbetes dos
principais juristas brasileiros. Dando continuidade à linha de pesquisa pautada na História do Pensamento
Jurídico Brasileiro, o nosso objetivo principal é fazer um mapeamento das idéias jurídicas, suas bases e
repercussões no plano do Direito no contexto brasileiro nos séculos XIX e XX, desde a construção das
instituições do Estado;
Os estudos do direito não mais se restringem a uma abordagem estritamente jurídica. Há muito as
ciências sociais desenvolvem pesquisas sobre normas, instituições, organizações e atores que operam no
campo jurídico.
2. Metodologia
Inicialmente optamos por fazer um levantamento dos juristas através das obras de referência da
Biblioteca São Clemente e da Biblioteca Rui Barbosa, que logisticamente são as mais acessíveis. No
entanto, o foco primordial foram os exemplares da São Clemente. Para que a pesquisa tivesse mais
eficácia utilizamos o seguinte critério: primeiro por área jurídica - Direito Constitucional e Direito Civil -
e segundo por período. Como há uma escassez de obras do século XIX e em contrapartida o mapeamento
dessas obras e autores “pré-republicamos” possuem grande relevância, utilizamos como ponto chave o
critério período, mais precisamente o século XIX para entender como se construiu o pensamento jurídico
do século XIX e para reconhecer as conexões entre aqueles que permaneceram no Império e na República
como os nomes do Direito.
Após o levantamento parcial das Bibliotecas São Clemente e Rui Barbosa, pesquisei também nas
mesmas áreas jurídicas e com o mesmo corte temporal nas bases da biblioteca do STF para que
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fizéssemos um cruzamento de informações, o que levou a construção de uma planilha de dados para
futuros acompanhamentos.
Concomitantemente ao levantamento de dados da Biblioteca do STF, selecionei duas obras para
serem pesquisadas na Biblioteca São Clemente para que pudéssemos esboçar os parâmetros a serem
destacados das obras, quais sejam: notas de rodapé, bibliografia, dedicatórias, citações, enfim qualquer
indicação que pudesse nos informar nominalmente quem foram os contribuintes que efetivamente
participaram da construção do pensamento jurídico brasileiro. À medida que as obras foram pesquisadas
notou-se que havia um desdobramento muito grande devido a nomes citados nas mesmas, alguns famosos
como Clóvis Bevilaqua e outros menos famosos cabendo a nós retirá-los da obscuridade, afinal tiveram
suas contribuições para o Direito no Brasil.
3. Conclusões (parciais)
Da coleta desses dados resultou a seguinte constatação: para estudar o pensamento jurídico do
século XIX, era necessário saber qual a instituição que formava esses bacharéis e quais os periódicos e
associações formadas pelos mesmos que tiveram importância na divulgação de suas idéias. Neste sentido
fizemos a relação nominal dos alunos, formandos, diretores dos primeiros cursos jurídicos no Brasil e as
personalidades por eles formadas chegando a Faculdade de Direito de Recife, Olinda e a faculdade do
largo de São Francisco em SP, onde hoje funciona a USP. Estas duas instituições – cada qual na sua
peculiaridade – formaram nossos principais bacharéis em Direito. Neste momento da pesquisa estamos
no processo de cadastramento das informações biográficas e de suas principais obras. Posteriormente nos
debruçaremos em cada obra para uma análise mais incisiva de cada autor de suas obras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BLAKE, Augusto Victorino Sacramento. Dicionário bibliográfico brasileiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1883-1903. BEVILAQUA, Clóvis . História da Faculdade de Direito do Recife. Edição comemorativa do sesquicentenário da instauração dos cursos jurídicos no Brasil (1827-1977) Instituto Nacional do Livro 1977 DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE AUTORES BRASILEIROS: filosofia, pensamento político, sociologia, antropologia. Apresentação de Antônio Paim. Brasília: Senado Federal; Salvador: Centro de Documentação do Pensamento Brasileiro, 1999. MÔNICA, Maria Filomena. Dicionário biográfico parlamentar: 1834-1910. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2005.
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RUZON, Bruno Ponich. Filhos de Coimbra. Uma história do ensino jurídico brasileiro http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9039 ANDRADE, Giselle Cardoso de. Formação do bacharel em direito no século XIX: Disponível em: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2967
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Notas acerca da Institucionalização do Supremo Tribunal Federal
Bolsista: Ana Maria Macedo Corrêa (Direito / UFF)
Orientador: Alexandre Kehrig Veronese Aguiar
Projeto: Cortes constitucionais em perspectiva comparada
Unidade / Setor: Centro de Pesquisa / Setor de Direito
Agência de Financiamento: CNPq
Período: setembro de 2009 a julho de 2010
1. Introdução
O presente projeto de pesquisa com duração de dois anos teve como meta análise da atuação das
cortes constitucionais no Chile e no Brasil na transição dos regimes ditatoriais para o democrático. No
primeiro ano realizei o estudo acerca do Tribunal Constitucional chileno desde a sua instituição em 1970.
Considerei ao final que apenas após a reforma legislativa de 2005 o Tribunal passou a exercer papel
relevante no arranjo institucional democrático. No segundo ano detive-me ao estudo do STF com o
intuito de apurar as razões de sua centralidade no cenário político brasileiro.
2. Objetivos
O objetivo central desse projeto consistiu no exame do desenvolvimento da atuação do Supremo
Tribunal Federal desde o período da redemocratização. A finalidade secundária era traçar um paralelo
acerca das contribuições à concretização do regime democrático e dos direitos fundamentais
desempenhadas por ambos os Tribunais.
3. Metodologia
A metodologia desse trabalho baseou-se no estudo de literatura especializada que trata do tema,
além da análise dos textos legais acerca da competência e constituição do Tribunal Constitucional chileno
e o STF.
4. Conclusões
Nas últimas duas décadas o Supremo Tribunal Federal desempenhou de maneira crescente
atuação política relevante no cenário institucional democrático brasileiro. A positivação dos direitos
sociais, o extenso rol de competências atribuídas pela Constituição de 88 à Suprema Corte, além do
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amplo sistema de controle de constitucionalidade contribuíram efetivamente para a centralidade do
Supremo Tribunal Federal.
A positivação dos direitos sociais na Constituição brasileira permite que quase qualquer demanda
alcance o STF. A consolidação da doutrina que considera os direitos sociais como direitos subjetivos,
suscetíveis de aplicação imediata, investindo o jurisdicionado o poder de exigir do Estado a sua
materialização, consolida o papel relevante da Suprema Corte na arena das disputas políticas.
Outro fator da centralidade da atuação do STF é o amplo sistema de Controle de
Constitucionalidade. Além de ser um sistema de controle híbrido, em que se comportam as modalidades
de controle difuso e concentrado, o rol de legitimados a propositura do controle abstrato, ou seja, da Ação
Direta de Inconstitucionalidade e da Ação Declaratória de Constitucionalidade, previsto pelo artigo 103
da CF e pelo artigo 2° da Lei 9868/99, é bastante extenso. A intenção de ter um numeroso elenco de
legitimados a propor ambas as ações é propiciar a possibilidade de ampla participação no processo que
poderá extinguir a validade de uma lei aprovada por um Poder (majoritário) representativo. Dessa
maneira, desde representantes do Estado até representantes da sociedade civil poderão participar do
processo conferindo maior legitimidade democrático-participativa ao mesmo, ao envolver esses dois
atores na guarda da Constituição.
Todos esses elementos demonstram o ímpeto de consolidar o Supremo Tribunal Federal como
ator principal no processo de democratização. A Constituição de 88 redimensionou a instituição de modo
a transformá-la em arena das principais disputas sociais do país. Em sentido contrário foi projetada a
composição do Tribunal Constitucional chileno, reinaugurado em plena ditadura de Pinochet, com
competências limitadas e uma jurisprudência restrita no campo dos direitos fundamentais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CAPELLETTI, Mauro. La Justicia Constitucional: Dimensiones de la Justicia em el Mundo Contemporáneo. México: Porrúa, 2007 COSTA, Emilia Viotti da. O Supremo Tribunal Federal e a construção da cidadania. São Paulo: Ieje 2001. COUSO, Javier. Consolidación Democrática y Poder Judicial: los riegos de la judicialización de la política. Chile: Revista de Ciencia Política, volumen XXIV, N.2, 2004. RÍOS ÁLVAREZ, Lautario. La jurisdicción constitucional em Chile (después de la reforma de 2005 de la Ley Fundamental), Anuario de derecho constitucional latinoamericano. Montevideo: Konrad-Adenauer Stiftung, 14º ano. p. 209-239, 2008. VIANNA, Luiz Werneck. Poder Judiciário, “positivação” do direito natural e história. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, volume 9, número 18, 1996.
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VERISSIMO, Marcos Paulo. A Constituição de 1988, vinte anos depois: Suprema Corte e Ativismo Judicial “À Brasileira”. Revista DIREITO GV, volume 4, número 2, jul - dez 2008. VIEIRA, Oscar Vilhena. Supremocracia. Revista DIREITO GV, volume 4, número 2, jul-dez 2008. _______. Direitos Fundamentais: Uma leitura da Jurisprudência do STF. São Paulo: Ed. Malheiros, 2006.
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O nascimento do regime democrático-burocrático brasileiro em 1988
Bolsista: Sônia Laura Santos Aguiar (Ciências Sociais / PUC - Rio)
Orientador: Júlio Aurélio Vianna Lopes;
Projeto: Estado e Constituição
Unidade / Setor: Centro de Pesquisa / Setor de Direito
Agência de Financiamento: CNPq
Período: agosto de 2009 a julho de 2010
Aprofundamo-nos na passagem de um regime político autoritário-burocrático para um regime
político democrático No Brasil (assim como na América Latina) foram as forças armadas que tomaram o
governo no movimento de 1964. O Estado buscava controlar principalmente a sociedade, a fim de
bloquear o aprofundamento de organização social na região.
O objetivo da pesquisa sobre a constituinte, neste momento, é analisar a passagem de um regime
político autoritário-burocrático para um regime político que poderíamos denominar como um regime
democrático- burocrático, contribuindo para as futuras reflexões acerca do tipo de regime democrático
que resultou do processo político de transição negociada à democracia em nosso País.
A metodologia empregada será weberiana, ou seja, a utilização dos chamados tipos ideais, a fim
de alinhavar as respectivas características dos regimes autoritário-burocrático e democrático-burocrático.
Temos a hipótese de que o regime político autoritário dos militares foi exercido através da
burocracia estatal e, mesmo com o rompimento desse regime e a instauração da democracia, ainda
encontramos essa burocracia muito presente.
Concluímos que o processo constituinte, que forjou a atual Magna Carta e ordem política
brasileira, reciclou o regime autoritário anterior de modo a inserir todos os movimentos sociais relevantes
da época (principalmente o sindical) nos "anéis burocráticos" do Executivo. Esta inserção reorientou as
respectivas agências do Estado brasileiro a ponto de servirem, desde então, como fóruns de encontro
entre as elites burocráticas e as lideranças de movimentos sociais, as quais tendem a ser os operadores de
fato das políticas públicas na democracia moderna brasileira.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ANAIS DA CONSTITUINTE COLLIER, David. O novo autoritarismo na América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. LOPES, Júlio Aurélio Vianna. A Carta da democracia, Rio de Janeiro. Topbooks, 2008.
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Política Cultural, Indústria Cultural e Trabalho Imaterial: Apurando Conceitos
Bolsista: Luis Mario de Brito Junior (Ciências Sociais / UCAM)
Orientador: Euclides Mauricio Siqueira de Souza
Projeto: O lugar da cultura na idéia de desenvolvimento sustentável
Unidade / Setor: Centro de Pesquisa / Setor de Estudos de Política Cultural
Agência de Financiamento: CNPq
Período: agosto de 2009 a julho de 2010
A presente comunicação faz parte do projeto "O lugar da cultura na idéia de desenvolvimento
sustentável" e tenta dar conta de algumas indagações colocadas pelo mesmo. Sua relevância deve-se à
crescente importância atribuída recentemente por agentes públicos e privados no Brasil ao papel da
cultura na implementação de um modelo de desenvolvimento sustentável. Parto da constatação, nos dias
atuais, de uma crise teórica e prática na relação entre o homem e seu ambiente, o que impõe que
repensemos nossas representações da natureza e do saber tecno-científico. O desenvolvimento sustentável
emerge como uma das possíveis respostas ao referido quadro de crise. No que diz respeito ao conceito de
cultura, adotei como base a compreensão de cultura sugerida pelo projeto e definida pelo Ministério da
Cultura do governo brasileiro, "que articula três dimensões vitais: a cultura como expressão simbólica
(estética e antropológica), a cultura como direito e cidadania de todos os brasileiros, a cultura como
economia e produção de desenvolvimento”. 2
Diferente do que apresentei em períodos anteriores em que tentei dar conta de alguns dos
principais questionamentos do projeto (1 - qual o papel conferido à cultura pelos formuladores do
conceito de desenvolvimento sustentável; 2 - entender a crise e buscar possibilidades de superação por
um viés cultural; 3 - tentar delinear quem são os novos sujeitos que definirão os rumos dos
acontecimentos contemporâneos) o que fez da pesquisa um exercício profundamente abstrato, desta vez
me aproximo dos conceitos de política cultural, indústria cultural e trabalho imaterial para delinear
melhor a relação entre cultura e desenvolvimento.
Foi na obra ‘Textos Nômades: política, cultura e mídia’ de Alexandre Barbalho (2008) onde
procurarei apurar minha compreensão conceitual sobre política cultural e indústria cultural e que parecem
estar diretamente relacionadas com as transformações no mundo da sociedade pós-industrial. E também
2Disponível em: <http://www.cultura.gov.br/upload/programa%20cultural%20para%20desenvolvimento%20do%20brasil_1174326644.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2008.
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em “Trabalho imaterial: formas de vida e produção de subjetividade” de Maurizio Lazzarato e Antônio
Negri (2001) onde busquei compreender melhor esse curioso conceito (trabalho imaterial) utilizado por
Michael Hardt e Antônio Negri em “Império” (2001). Segundo estes autores que voltam seus olhares
para a esfera do trabalho, é no exato cruzamento entre produção e consumo que se encontra o ‘trabalho
imaterial’ pois ele ativa e organiza a relação produção/consumo por meio do processo comunicativo. Ele
inova continuamente as formas e as condições da comunicação, “(...) materializa as necessidades, o
imaginário e os gostos do consumidor” devido ao seu conteúdo informativo e cultural que alarga e
transforma o ambiente ideológico do consumidor ou seu utilizador (Lazzarato: 46). Enfim, são em cima
dessas contribuições e de outros autores como Alain Touraine (2006) que procuro intuir as aproximações
entre cultura e desenvolvimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BARBALHO, Alexandre. Textos nômades: política, cultura e mídia. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2008. HARDT, Michael; NEGRI, Antônio. Império. Trad. Berilo Vargas. 8ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2006. LAZZARATO, Maurizio. Trabalho Imaterial: formas de vida e produção de subjetividade/Maurizio Lazzarato, Antônio Negri; introdução de Giuseppe Cocco; tradução de Mônica Jesus. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. TOURAINE, Alain. Um novo paradigma: para compreender o mundo de hoje. Tradução de Gentil Avelino Titton. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2006.
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O consumo da Cultura no Brasil e seus Cidadãos
Bolsista: Juliana Leite (Ciências Sociais / UFF)
Orientador: Dr. Euclides Maurício Siqueira de Souza
Projeto: O lugar da Cultura na idéia de Desenvolvimento Sustentável
Unidade / Setor: Centro de Pesquisa / Setor de Políticas Culturais
Agência de financiamento: CNPq
Período: fevereiro de 2010 a Julho de 2010
Em meio ao atual cenário político mundial de retomada de práticas políticas
conservadoras e ao incessante processo de globalização da economia e das fronteiras, a investigação das
alterações dos hábitos culturais de uma sociedade torna-se um fator importante para a elucidação das
mudanças do exercício da cidadania.
Por que não se consegue uma mobilização civil significativa em torno de questões sociais cruciais
como a do meio ambiente, por exemplo? Por que há uma desmotivação da população em geral na
participação das discussões políticas? E, por que, ao mesmo tempo em que há essa apatia na luta de
temas coletivos, observa-se uma excitação exacerbada no consumo e em demandas individuais?
É fato que o sistema vigente fomenta tais disputais e jogos de poder, por isso, pensar a cidadania,
nesse contexto, perpassa pelo consumo privado de bens e dos meios de comunicação de massa. O gozar
dos direitos civis e políticos de uma livre democracia passa a ser mensurado pelo poder da propriedade
individual.
Quando Canclini fala que ser cidadão não é somente ter direitos reconhecidos, mas também ter a
possibilidade de “práticas sociais e culturais que dão sentido de pertencimento” (Canclini, 1995: 22), se
salienta o problema da exclusão social. O que é legitimado com a constituição, muitas vezes, está distante
das políticas públicas.
Nessa lógica, a Cultura, que possui um papel fundamental na construção da identidade cidadã, é a
que mais sofre com a ausência da mão do Estado. Sem tal contrapartida e com a crescente capitalização
da área pelos meios privados, o acesso da grande massa a hábitos corriqueiros, como ir ao cinema, teatro,
ler um livro, torna-se limitado, apartado do “sentido de pertencimento”.
Logo, na presente proposta, trabalho com a hipótese da influência dos hábitos de lazer cultural na
transformação do comportamento cidadão da sociedade brasileira. Destaca-se que tais questões, assim
como as outras referências, são frutos dos trabalhos desenvolvidos na pesquisa “O lugar da Cultura na
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idéia de Desenvolvimento Sustentável”. Deste modo, os objetivos se centrarão em desvendar os possíveis
fenômenos responsáveis pelas variações desses costumes e relacioná-los com algumas teorias sobre o
consumo e cidadania.
Entende-se por esses hábitos, práticas que os indivíduos as realizam em seu tempo livre e que
estão ligados as diversas manifestações culturais. Por isso, utilizarei as pesquisas “O perfil de consumo
de cultura brasileiro” realizadas pela Fecomércio nos anos de 2007, 2008 e 2009 que direcionam suas
questões, basicamente, ao acesso e à freqüência da leitura de livros, de espetáculos teatrais e de dança, de
exposições de artes, de salas de cinema e de shows musicais. A partir dessa analise estatística, a leitura de
“Consumidores e Cidadãos” de Néstor Garcia Canclini é essencial para o melhor entendimento das
problemáticas suscitadas.
É válido lembrar que, ao se observar esses levantamentos quantitativos, pode-se vislumbrar
algumas faces dos indicadores de mobilidade social. Ver a capilaridade do acesso a esses hábitos,
significa dizer que, se consegue conhecer as reais dimensões das tais “práticas sociais e culturais que dão
sentido de pertencimento”. O indivíduo passa a ser reconhecido de fato como cidadão.
Portanto, nessa proposta se buscam reflexões para além da democratização do acesso da cultura
para a maioria da população brasileira. Abranger e contemplar não devem estar ligados à massificação.
Não se pode esquecer que as políticas públicas são ferramentas de inclusão, sob uma perspectiva de
diversidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores e Cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. 1995. Editora UFRJ. FECOMÉRCIO. O Perfil de Consumo de Cultura brasileiro. 2008, 2009 e 2010. SOUZA, Euclides Mauricio Siqueira de. Projeto de pesquisa: O lugar da cultura na idéia de Desenvolvimento Sustentável. Fundação Casa de Rui Barbosa, Setor de Estudos de Política Cultural, 2007.