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    Erva de Santa Maria (Chenopodium ambros io ides L.):

    Aplicações clínicas e formas tóxicas  – Revisão de literatura

    Herb Santa Maria (Chenopo dium ambro s io ides L.): Clinical

    applications and toxic forms  – A review

    Hierba de Santa Maria (Chenopodium ambro s io ides L.):

    Aplicaciones clínicas y formas tóxicas  – Revisión de literatura

    Láyla Silva Soares de Oliveira1*, Felipp Silveira Ferreira2 e

     André Mauricio Barroso3 

    Resumo

    Chenopodium ambrosioides é uma planta herbácea conhecida

    popularmente como erva de Santa Maria. Na medicina popular brasileira é

    usada no tratamento de problemas digestivos e afecções respiratórias. Com

    potenciais agentes analgésicos, é anti-inflamatória, antimicrobiana,

    antipirética, antirreumática, fungicida e age principalmente no combate a

    verminoses. Possui vasta utilização na medicina veterinária como anti-

    helmíntico, tendo também propriedades antissépticas, digestivas,

    antioxidantes, antifúngicas, antibacterianas, anti-inflamatórias, sedativas,

    tônicas, cicatrizantes, esquistossomicidas, molusquicidas, antimaláricas,

    leishmanicidas, antiacetilcolinesterásicas e atividade repelente. Este

    trabalho objetiva fazer uma revisão de literatura para aclarar as principais

    aplicações da C. ambrosioides na medicina veterinária, seus efeitos clínicos

    e tóxicos. A literatura aponta que esta planta está amplamente difundida,

    com aplicabilidade terapêutica para o manejo de diversas enfermidades e

    com alto potencial frente às endoparasitoses e ectoparasitoses. Porém

    necessita de mais estudos para o estabelecimento de doses espécie-

    específicas e redução de sua toxidade.

    Palavras-chave: fitoterapia, planta medicinal, efeito tóxico.

    1Médica Veterinária. Laboratório de Sanidade Animal (LSA). Universidade Estadual do NorteFluminense Darcy Ribeiro (UENF).*E-mail: [email protected]

     DSc. Pesquisador colaborador. Laboratório de Clínica e Cirurgia Animal (LCCA)/UENF.3 MSc. Doutorando em Ciência Animal. LSA/UENF.

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    Abstract

    Chenopodium ambrosioides  is an herbaceous plant, popularly known as

    Yerba Santa Maria. In Brazilian folk medicine is used to treat digestive

    problems and respiratory diseases. It has potential uses as an analgesic,

    anti-inflammatory, antimicrobial, antipyretic, antirheumatic, fungicide and

    especially in combating worms. It has wide use in veterinary medicine as an

    anthelmintic, as well as having antiseptic, digestive, antioxidant, antifungal,

    antibacterial, anti-inflammatory, sedative, tonic, cicatrizing properties, and

    has schistosomicide, molusquicid, antimalaric, antileishmanial, anti-

    acetylcholinesterase and repellent activities. This paper aims to review the

    literature in order to clarify the main applications ofC. ambrosioides

      in

    veterinary medicine’s clinical effects such as toxicity. The literature suggests

    that this plant is widespread, with therapeutic applications for managing

    various diseases with a high potential of endoparasites and ectoparasites.

    But there is need for further study to establish species-specific doses to

    reduce their toxicity.

    Keywords: Phytotherapy, medicinal plant, toxic effect.

    Resumen

    Chenopodium ambrosioides es una planta herbácea, conocida

    popularmente como hierba de Santa Maria. En la medicina popular brasileira

    es usada en el tratamiento de problemas digestivos e infecciones

    respiratorias. Es potencial agente analgésico, antiinflamatorio,

    antimicrobiano, antipirético, antireumático, fungicida y principalmente en el

    combate de las verminosis. Es ampliamente utilizado en la medicina

    veterinaria como anti-helmíntico, teniendo también propiedades

    antisépticas, digestivas, antioxidantes, antifúngicas, antibacterianas, anti-

    inflamatorias, sedativas, tónicas, cicatrizantes, esquistosomicida,

    molusquicida, antipalúdicos, antileishmania, antiacetilcolinesterásica y

    actividad repelente. El objetivo del presente trabajo fue realizar una revisión

    de literatura para aclarar las principales aplicaciones da C. ambrosioides en

    la medicina veterinaria, sean los efectos clínicos como los tóxicos. La

    literatura apunta que esta planta es ampliamente difundida, con aplicaciones

    terapéuticas para el manejo de diversas enfermedades, con alto potencial

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    frente a endoparasitosis y ectoparasitosis. Sin embargo necesita de más

    estudios para el establecimiento de dosis especie-especificas, y reducción

    de su toxicidad.

    Palabras clave: fitoterapia, planta medicinal, efecto tóxico.

    Introdução

    O homem busca na

    natureza recursos para

    melhorar a qualidade de vida

    desde os primórdios dacivilização. Dentre estes

    recursos, destaca-se a

    utilização das plantas como

    medicamentos, prática que

    surgiu há séculos, no entanto

    empregada de forma empírica1,

    2. Neste sentido, o uso

    tradicional de plantas pela

    população no tratamento de

    doenças despertou o interesse

    de pesquisadores, que

    buscaram avaliar a eficiência

    terapêutica e os riscos de sua

    utilização3.

    No Brasil, a base do uso

    de plantas medicinais está

    relacionada com a colaboração

    dos indígenas, africanos e

    europeus. Os índios utilizavam

    ervas em seus rituais de cura

    para tratamento de

    enfermidades antes da

    colonização e transmitiam seus

    conhecimentos por varias

    gerações1,4.

     Além da utilização dasplantas medicinais como

    fitoterápicos, inúmeras

    pesquisas realizadas são

    baseadas no conhecimento

    etnobotânico das mesmas, o

    que propicia a descoberta de

    novos compostos bioativos, ou

    seja, medicamentos

    fitoterápicos que, quando bem

    estudados, expressam

    possibilidades reais no

    combate de doenças, inclusive

    as parasitoses3, 5.

     A espécie Chenopodiumambrosioides L. é uma planta

    da família Amaranthaceae,

    nativa da América, originária do

    México, porém pode ser

    encontrada em todos os países

    de clima temperado e tropical.

    No Brasil encontra-se

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    vastamente distribuída em

    quase todo o território nacional,

    onde recebe vários nomes

    populares como mastruz,

    mentruço, erva de Santa Maria

    e mentruz 6,7,8.

     A C. ambrosoides é uma

    planta herbácea de pequeno

    porte, possui propriedades

    aromáticas fortemente notáveis

    e características peculiares,

    sendo seu princípio ativo

    encontrado no óleo de suas

    sementes. Esta planta possui

    propriedades de grande

    potencial antiparasitário, sendo

    considerada tóxica quando

    administrada em altas doses,

    independentemente da via de

    administração. Sua toxicidade

    pode estar diretamente

    relacionada à espécie animal à

    qual é administrada9,10.

    Sua util ização namedicina veterinária

    demonstrou, na maioria das

    vezes, baixa toxicidade e

    muitas ações benéficas são

    citadas em relação à sua

    utilização, como, por exemplo,

    no tratamento de doenças

    causadas por protozoários,

    além de suas propriedades

    analgésicas, digestivas,

    antimicrobianas, atividades

    antioxidantes, sedativas,

    tônicas, anti-inflamatórias,

    antissépticas, antifúngicas e

    cicatrizantes11,12,13,14.

    Observam-se citações a

    respeito de suas propriedades

    como agentes carminativos nos

    tratamentos de problemas de

    ordem respiratória, referentes

    ao sistema nervoso, sistema

    circulatório e digestório, além

    da ação parasiticida,

    antirreumática e estomáquica.

    No entanto, esta planta pode

    expressar características

    mutagênicas6,15.

    De acordo com a

    Organização Mundial de Saúde

    (OMS) a erva de Santa Maria é

    um dos fitoterápicos maisutilizados no mundo inteiro,

    inclusive como forma de

    controle tradicional no

    tratamento de parasitoses.

    Também é muito pesquisada

    como alternativa à

    problemática da resistência

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    secundários responsáveis

    por suas atividades

    farmacológicas, tais como

    compostos fenólicos,

    catequinas, esteroides,

    flavononas, taninos,

    triterpenóides e óleo

    essencial, sendo

    considerados os princípios

    ativos responsáveis por

    suas propriedadesterapêuticas1,21.

    Composição química e

    fitoquímica

     A literatura descreve que

    a composição química da erva

    de Santa Maria revela, em

    média, 60% de (Z)-

    ascaridol,18% de (E)-ascaridol

    e 3% de carvacrol como

    principais constituintes do óleo

    essencial desta planta20,22,23.

     A literatura cita22,23 

    outros componentes presentes

    no óleo essencial da planta

    como o α-terpineno, p-cimeno,

    piperitone, p-cimen-8-ol,

    acetato de (Z)-carvil, acetato de

    (E)piperitrol, álcool benzílico, α-

    terpineol, ρ-cresol e ρ-mentha-

    1,3,8-trieno, todos em menores

    concentrações.

     Além dos constituintes

    comumente encontrados pelos

    autores anteriormente citados,

    o isoascaridol e o limoneno

    também foram identificados em

    menores quantidades. De

    acordo com a literatura a

    composição química do óleo

    essencial de C. ambrosioides

    diverge com relação à

    percentagem relativa dos

    compostos devido à

    localização geográfica e a

    forma de extração23,24,25.

     Ao analisar

    fitoquimicamente o extrato

    etanólico das folhas e dos

    caules da C. ambrosioides 

    alguns autores12 observaram o

    ascaridol e o 1,2,3,4-tetrahidro-

    p-mentano. Um grupo depesquisadores7  em sua

    abordagem fitoquímica

    verificou a presença de

    flavonoides e óleo essencial na

    C. ambrosioides. Já outros

    pesquisadores21  encontraram

    resultados diferentes na

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    prospecção fitoquímica das

    partes aéreas da planta, como

    triterpenóides, esteroides,

    catequinas, flavononas,

    compostos fenólicos, taninos e

    saponinas.

     Ao avaliar a

    concentração de minerais

    disponíveis na C.

    ambrosioides, um grupo de

    pesquisa26  constatou que a

    planta tem na sua composição

    Na, K, Ca, Mg, Fe, Al, Mn e Zn,

    sendo dentre as dez ervas

    estudadas por estes

    pesquisadores a erva de Santa

    Maria a que apresentou a maior

    disponibilidade de Na, K, Mg e

    Zn. Diante disto, os autores

    sugerem estudos voltados à

    aplicabilidade desta erva como

    suprimento auxiliar em dietas.

    o   Ascaridol

    O ascaridol é o

    componente predominante do

    óleo essencial encontrado em

    todas as partes da planta,

    porém o óleo essencial

    extraído das sementes possui a

    maior concentração desta

    substância. Sua ação

    antiparasitária está associada

    ao efeito inibitório dos parasitas

    intestinais gerado pela perda

    de aderência nos tecidos. Este

    princípio ativo está ausente no

    extrato aquoso26, 27.

    O ascaridol possui em

    sua composição um grupo

    funcional peróxido, que o

    enquadra a classe dos

    monoterpenos bicíclicos. Altas

    doses causam irritação de pele

    e mucosas, cefaleia,

    taquicardia, parada

    respiratória, danos renais e

    hepáticos podendo chegar ao

    colapso e óbito9, 27, 28.

    Utilização popular humana

     A erva de Santa Maria é

    utilizada na medicina popular

    brasileira no combate a problemas

    digestivos, reumáticos e

    verminoses. Também é bastante

    utilizada em misturas das

    folhas com leite no tratamento

    de afecções respiratórias e

    como fortificantes em casos de

    tuberculose. Ainda é

    empregada na forma de

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    compressas para redução dos

    processos inflamatórios em

    contusões6,18, 20.

     A literatura10  descreve

    que os potenciais analgésicos,

    anti-inflamatórios e vermicidas

    podem ser atribuídos a todas

    as partes que compõem esta

    planta. Estas características,

    segundo estes autores,

    favorecem sua aplicação

    popular na forma tópica, como

    em casos de hemorroidas,

    desintoxicante de picadas de

    animais peçonhentos ou sobre

    feridas preestabelecidas.

    Popularmente o óleoessencial denominado “óleo-

    de-quenopódio”, oriundo dessa

    planta, foi por muito tempo

    utilizado para eliminação de

    vermes, principalmente,

     Ascaris lumbricoides,

     juntamente com o laxante“óleo-de-rícino”10.

     Ademais, é frequentemente

    utilizada na medicina popular como

    cicatrizante, fungicida, antipirético,

    antirreumático, antimicrobiano, no

    tratamento de úlceras e contra

    queda de cabelo8,29.

    Diversas linhas de pesquisa

    estão voltadas para o emprego da

    C. ambrosioides frente às diversas

    enfermidades de cunho

    parasitário, com potencial atividade

    antimalárica, leishmanicida,

    esquistossomicida e

    antiacetilcolinesterásica30,31,32,33.

    o   Atividade antimalárica

    Um grupo de autoresanalisou31 os efeitos do óleo de

    C. ambrosioides  em

    camundongos não infectados e

    infectados com Plasmodium

    berghei , um dos agentes

    causadores da malária.

    Utilizaram o óleo essencial emdiferentes doses 12,5; 25; 50 e

    100 ml/ kg. Os resultados

    obtidos sugeriram a

    potencialidade do óleo

    essencial desta erva como um

    possível componente a ser

    estudado para o combate damalária.

    o   Atividade leishmanicida

     Ao avaliarem a eficácia

    leishmanicida de diversas

    ervas na forma de pó,

    estudiosos observaram um

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    efeito leishmanicida regular

    para C. ambrosioides. Estes

    pesquisadores adotaram como

    parâmetros para a avaliação da

    atividade leishmanicida a

    inibição de crescimento de

    formas promastigotas e a

    contagem do número total de

    promastigotas vivas,

    considerando-se aspectos

    como mobilidade flagelar. Oextrato aquoso de erva de

    Santa Maria apresentou

    eficácia moderada nos

    parâmetros acima

    mencionados, assim como sua

    forma em pó30.

     A aplicabilidade do óleo

    essencial também foi

    avaliada34  contra as formas

    promastigota e amastigotada

    da Leishmania donavani. Nesta

    pesquisa constatou-se o efeito

    inibitório no crescimento de

    forma irreversível nas

    doses 4,45 μg/ml

    (promastigota) e 5,1μg/ml 

    (amastigota).

    o   Atividade esquistossomicida

    Considerando os

    problemas de saúde pública

    que a esquistossomose

    acarreta mundialmente e a

    ampla utilização terapêutica da

    planta, um grupo de

    pesquisadores35 realizou testes

    biológicos com o óleo essencial

    nas concentrações de 10, 20,

    40, 60, 80 e 100 ppm nos

    intervalos de duas, quatro, seis,

    doze e vinte e quatro horas

    para avaliar o índice demortalidade dos caramujos por

    meio da retração do corpo do

    animal para dentro da concha

    ou extravasamento da

    hemolinfa. A dose letal foi

    observada em seis horas na

    concentração de 80 e 100 ppm.Nas concentrações de 40 e 60

    ppm o tempo para atingir a

    dose letal aumentou para doze

    horas, já em concentrações

    menores de 10 e 20 ppm

    precisou de um tempo superior

    a vinte e quatro horas paracausar a morte dos caramujos.

    Pesquisadores continuaram

    com a análise da eficiência da

    C. ambrosioides no combate a

    180 caramujos do gênero

    Biomphalaria glabrata 

    utilizando o mesmo método de

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    avaliação. O estudo verificou a

    alta eficácia da C.

    ambrosioides como

    molusquicida, com os valores

    de CL50 e CL90 em

    concentrações de 2,40 e 8,75

    μg/ml, respectivamente36.

    o  Atividade

    antiacetilcolinesterásica

    Um grupo de autores37 examinou in vitro a atividade

    antiacetilcolinesterásica no

    extrato etanólico em plantas

    para elucidar alternativas

    terapêuticas para doença de

     Alzheimer devido à importância

    da ação no tratamento dossintomas. Desta forma,

    extratos etanólicos foram

    testados nas concentrações de

    0,05 mg/mL, 0,0625 mg/mL,

    0,1 mg/mL, 0,25 mg/mL, 0,5,

    mg/mL no sangue e no plasma

    humano.

    Valores do hemograma

    de uma pessoa saudável foram

    utilizados para fornecer o

    hematócrito, que é essencial

    para o cálculo da atividade

    anticolinesterásica eritrocitária.

    Empregou-se como controle

    positivo Solanum tuberosum,

    que contém ação

    antiacetilcolinesterásica

    comprovada, mas obtiveram

    apenas uma discreta ação do

    extrato de C. ambrosioides37.

    o  Utilização em animais

    domésticos e de

    laboratório

     A fitoterapia é um ramodo conhecimento de práticas

    populares e tradicionais usadas

    na prevenção, no controle e no

    tratamento de doenças que

    acometem os animais38.

    Em medicina veterinária

    esta prática é de fácil acesso,

    preparo e administração, não é

    dispendiosa, visto que pode

    ser encontrada na

    propriedade, ou para aquisição

    sob baixo custo38, 39.

    Um grupo de

    pesquisadores39 observou que

    a maioria dos médicos

    veterinários tem conhecimento

    dos fitoterápicos, mas poucos

    os utilizam. Dentre 24 plantas

    citadas, a C. ambrosioides foi a

    mais utilizada em distúrbios de

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    cicatrização, endoparasitoses,

    traumatismo, infecções,

    inflamações e pneumonia. As

    formas mais utilizadas de uso

    de plantas neste levantamento

    são o sumo e a maceração.

    Um estudo40  que teve

    como objetivo citar os

    principais medicamentos

    fitoterápicos e plantas

    medicinais utilizadas no

    tratamento de animais em uma

    população de João Pessoa

    (PB) observou que as

    indicações de tratamento de

    doenças dos animais

    coincidem com o uso pelo

    homem, tendo resultados

    positivos nos tratamento.

    Práticas populares

    utilizadas há séculos, sobre o

    efeito terapêutico da C.

    ambrosioides foram verificadas

    e validadas cientificamenteatravés de pesquisas que

    buscaram analisar os efeitos in

    vitro e in vivo de extratos

    provenientes de diversas

    partes deste vegetal, tais como

    as folhas, as sementes ou a

    planta inteira. O uso sobre

    lesões ulcerativas da

    Leishmania30 ou de seu extrato

    aquoso como anti-

    helmíntico39,4  tornam a C.

    ambrosioides protagonista de

    inúmeras pesquisas científicas.

    Existem relatos de testes

    avaliando sua ação

    carrapaticida em diferentes

    concentrações42, eficácia da

    bioatividade contra insetostanto na forma de extrato

    aquoso como pela

    apresentação em pó29,43,44.

     Além dos testes voltados

    para a análise do potencial anti-

    helmíntico20, linhas de

    pesquisas também direcionam

    estudos voltados para a análise

    dos efeitos analgésicos e

    cicatrizante12,

    antibacterianos45,

    antifúngicos23, dentre outros

    usos.

    o   Atividade antimicrobiana

    ou antibacteriana

    Um grupo de autores45 

    avaliou a ação da erva de

    Santa Maria em culturas de

    Staphylococcus aureus e

    Escherichia coli   (Figura 2). O

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    extrato foi confeccionado com

    25g do pó de folhas diluídas em

    500 mL de água destilada,

    sendo submetido a testes para

    verificar a ausência de

    microrganismos. Neste estudo

    o crescimento de S. aureus e E.

    coli não foi inibido pelo extrato

    de erva de Santa Maria

    empregado.

    Pesquisadores20  utilizaram

    as seguintes bactérias :

    Staphylococcus aureus,

    Escherichia coli, Proteus

    vulgaris, Streptococcus  β

    haemolyticus e Shigella

    flexineri . A análise foi feita

    em triplicada nas

    concentrações de 0,3; 0,6;

    1,25; 2,5; 5 e 10% e

    acompanhado de tetraciclina

    como controle positivo. Apenas

    linhagens de S. Aureus e S.

    Flexineri tiveram resultados

    positivos.

    Pesquisadores descreveram

    ensaios in vitro que avaliaram a

    atividade antimicrobiana da

    planta13  frente a S. aureus,

    Pseudomonas aeruginosa,

    Escherichia coli, Salmonela

    enteridis, Candida albicans,

    Sthaphylococcus epidermidis,

    Sacharomices cereviseae,

    Micrococcus luteus. As

    amostras foram incubadas por

    24 horas e demostraram efeito

    antimicrobiano apenas ao 

    Micrococcus luteus. 

    o   Atividade antifúngica

     A literatura23  descreveainda a atividade antifúngica do

    óleo essencial e a composição

    da C. ambrosioides. Diferentes

    concentrações foram testadas:

    0,1; 0,2 e 0,3% do extrato

    hexânico bruto, e 0,03; 0,05;

    0,075 e 0,1% de fração ativa doextrato hexânico. Após seis

    dias de incubação observou-se

    a inibição no crescimento

    micelial dos fungos  Aspergillus

    flavus, Aspergillus glaucus,

     Aspergillus niger, Aspergillus

    onchraceus, Colletotrichumgloesporioides, Colletotrichum

    musae, Fusarium oxysporum e

    Fusarium semitectum. Notou-

    se que a 0,3% não inibiu

    apenas as espécies C.

    gloesporioides e C. Musae.  A

    0,2% inibiu totalmente os

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    fungos A. glaucus, A. niger, F.

    semitectum e os outros tiveram

    a inibição superior a 65%. Já a

    0,1% a inibição total ocorreu

    apenas para A. Niger e para os

    outros fungos a inibição foi

    superior a 60%.

    o   Atividade analgésica e

    cicatricial

    Pesquisadoresavaliaram46  a ação do extrato

    hidroalcólico da C.

    ambrosioides (EHCA) contra a

    dor em fêmeas de

    camundongos na concentração

    de 50mg/kg. Três grupos foram

    utilizados: o grupo controlepositivo usou indometacina, o

    controle negativo recebeu água

    destilada e o grupo teste fez

    uso de (EHCA) via oral.

    No modelo de dor aguda

    por contorção abdominal, a

    dose utilizada diminui

    significativamente o número de

    contorções abdominais. O

    grupo tratado com (EHCA)

    aumentou o número de

    neutrófilos, não apresentou

    toxicidade subcrônica e óbito

    na dose terapêutica de

    50mg/kg, no entanto o EHCA

    gerou alterações renais46. O

    tratamento com a planta gerou

    uma resposta de

    imunomodulação a estímulos

    nociceptivos e inflamatórios ao

    ácido acético (veículo

    empregado para estimulo da

    dor). Os animais tratados com

    a erva tiveram uma proteção à

    resposta nociceptiva einflamatória exagerada. Diante

    disto os autores sugerem uma

    ação analgésica

    imunologicamente associada,

    que precisa ser melhor estuda

    para sua compreensão.

     A literatura cita12  um

    trabalho sobre a avaliação da

    ação cicatrizante e do processo

    doloroso. A atividade cicatricial

    foi avaliada em ratos através da

    pomada de polietilenoglicol

    (PEG) associada ao extra to

    bruto da C. ambrosioides

    nas concentrações de 1, 3 e

    5%. Este ensaio demonstrou

    que a melhor evolução e

    rapidez no processo cicatricial

    ocorreram no grupo tratado

    com (PEG) associado ao

    extrato bruto da C.

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    ambrosioides. A nocicepção foi

    induzida por formalina,

    bradicinina (BK) e capsaicina

    (CAP). No primeiro teste foi

    feita a indução com a formalina

    nas doses de 150, 300 e 500

    mg/kg do EEB e a dor foi

    reduzida intensamente. O

    modelo de nocicepção induzida

    por BK apresentou apenas

    efeito inibitório na maior dosetestada (500 mg/Kg), enquanto

    no teste com CAP a resposta

    álgica foi reduzida nas doses

    de 300 e 500 mg/kg.

    Pesquisadores realizaram47 

    a avaliação cicatricial da ferida

    no 3º, 7º e 14º dias em três

    grupos: grupo I - animais

    tratados com solução salina

    0,9%; grupo II - animais

    tratados com erva de Santa

    Maria; e grupo III  –  animais

    tratados com erva de Santa

    Maria e curativo na

    concentração de 13mg para

    cada 1ml do extrato aquoso. No

    quarto dia todos os grupos

    estudados apresentaram

    crostas espessas em

    praticamente toda área da

    lesão. Neste período verificou-

    se maior contração das feridas

    e deposição de colágeno no

    grupo II. Entre os períodos de

    quatro a sete dias todos os

    grupos tiveram intenso

    infiltrado anti-inflamatório, o

    que evidencia a ausência da

    ação anti-inflamatória do

    mastruz. Por outro lado os

    autores alegam que a não

    diferença verificada poderia serpela troca de curativo no grupo

    III, o que gerou agressão

    tecidual e, desta forma

    concluindo que, na fase inicial

    as feridas, tratadas com

    mastruz sem cobertura de gaze

    estéril tiveram uma respostamais eficaz47.

    O efeito cicatricial da C.

    ambrosioides em feridas

    cutâneas foi reafirmado em

    outros estudos48 que avaliaram

    a eficácia em feridas induzidas

    no dorso de ratos. As feridas

    foram mensuradas nos tempos

    0, 1, 3, 7 e 12 dias após o início

    do tratamento realizado

    diariamente, sem curativos,

    com 0,2 ml do sumo da planta.

     Até o terceiro dia não houve

    diferença significativa nos

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    grupos, no entanto, no décimo

    segundo dia ocorreu uma maior

    contração das feridas no grupo

    tratado. Evidenciou-se, então,

    uma enorme diferença na

    eficácia, em comparação com o

    grupo controle. Houve

    migração de neutrófilos e

    macrófagos para a região

    afetada para fagocitar as

    bactérias, o que não ocorreu nogrupo tratado por C.

    ambrosioides, tal fato

    demonstra a ação anti-

    inflamatória, antimicrobiana

    vista em estudos anteriores.

    o   Atividade leishmanicida

    Na L. Amazonensis o

    óleo essencial da erva de

    Santa Maria demonstrou ser

    ativo na forma promastigota e

    amastigota nas doses de 3,7

    μg/ml e 4,6 μg/ml,

    respectivamente. O teste foirealizado in vivo com

    murganhos BALB infectados

    por L. Amazonensis,  tratados

    por via oral, intraperitonial e

    intralesional. O tratamento oral

    retardou a infecção

    comparando-se ao grupo não

    tratado, bloqueando o

    desenvolvimento da lesão. A

    administração por via

    intralesional teve resultado

    negativo, entretanto na

    administração intraperitoneal o

    tratamento impediu o

    desenvolvimento do parasito e

    da lesão, na dose de 30 mg/kg.

    Em suma o tratamento oral, em

    conjunto com o intraperitoneal,na dose de 30 mg/kg obteve

    melhor resultado em

    comparação com a anfotericina

    B, que é o fármaco de eleição

    para o tratamento. No entanto,

    o óleo essencial apresentou

    toxicidade por viaintraperitoneal nesta dose34.

    o   Atividade

    esquistossomicida

    Ensaios em

    camundongos infectados

    experimentalmente por

    Schistosoma mansoni foram

    realizados33. O ensaio foi

    realizado investigando-se o

    efeito de três plantas

    diferentes: C. ambrosioides, 

    Conyza dioscorides e Sebania

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    sesban. Estas foram utilizadas

    após sete semanas de

    infecção. No primeiro teste o

    tratamento ocorreu durante

    dois dias consecutivos e a dose

    utilizada da C. ambrosioides foi

    de 1250 mg/kg/dia. Em relação

    às outras duas plantas utilizou-

    se a dose de 1000 mg/kg/dia.

    No segundo teste a dose de

    cada planta foi usada emtratamentos sucessivos, ou

    seja, o extrato da planta I (C.

    ambrosioides), seguido pelo

    extrato da planta II (Conyza

    dioscorides) e o extrato da

    planta III (Sebania sesban),

    com uma hora de intervaloentre os diferentes extratos. Foi

    encontrada como DL100 de

    3000 mg/kg. Dentre as plantas

    estudadas a C. ambrosioides

    foi a que melhor reduziu a

    carga de protozoários,

    apresentando 54,3% deredução. No tratamento com as

    três plantas sucessivamente, a

    carga parasitária foi reduzida

    em 66,3%. Nos animais

    submetidos ao tratamento

    sucessivo os parâmetros

    bioquímicos e parasitológicos,

    alcançaram níveis melhores

    em comparação com os

    animais não tratados33.

    o  Atividade anti-

    helmíntica

    Pesquisadores testaram49  a

    eficácia da C. ambrosioides

    nas infestações naturais por

    trichostrongilídeos em

    ruminantes, relatando a nãoexistência de manifestações

    comportamentais ou desordens

    fisiológicas dos ruminantes que

    receberam a erva de Santa

    Maria. Em relação ao efeito

    antiparasitário esperado por

    estes pesquisadores naredução da contagem de ovos

    por grama de fezes (OPG), não

    foi possível afirmar a eficácia

    da C. ambrosioides devido aos

    aumentos nas contagens de

    ovos seguidos de reduções não

    significativas no teste embovinos, quando se utilizou a

    dose de 200 ml preparada a

    partir de 90g das partes aéreas

    da planta adicionada a 1500 ml

    de água. Nos ovinos houve

    uma redução a partir do quinto

    dia de uso, com a mesma

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    proporção de planta em relação

    à água. Portanto, os autores

    não confirmam se há ou não

    efetividade desta erva sobre as

    endoparasitas de ruminantes.

     A literatura cita também

    a avaliação da ação de três

    plantas:   Allium sativum L.,

    C.ambrosioides  e Polygonum

     punctatum no controle de

    endoparasitas em ovinos

     jovens50. Os animais foram

    distribuídos em seis grupos que

    continham oito animais em

    cada e a avaliação anti-

    helmíntica ocorreu através de

    OPG, coproculturas e

    necropsia. No grupo de animais

    que receberam C.

    ambrosioides foi misturada a

    erva à ração em dose única. Na

    OPG observou-se que após o

    tratamento ocorreu redução de

    47,5 a 52,97% dos ovos de

    helmintos da superfamilia

    Trichostrongyloidea e do

    gênero Strongyloides. Na

    coprocultura foi sugerida uma

    redução de helmintos do

    gênero Cooperia, que foi

    comprovada pelo teste

    controlado. Houve também a

    redução de helmintos adultos

    do gênero Haemonchus,

    Ostertagia, Cooperia,

    Trichostrongylus e

    Strongyloides. 

    Dados de necropsia

    demonstraram a eficácia de

    27,69% e 36,11% nos gêneros

    Haemonchus e Ostertagia,

    respectivamente, no abomaso

    de ovinos. Já no intestino

    delgado observou-se eficácia

    de 93,94%, 73,82% e 57,40%

    sobre os gêneros

    Strongyloides, Cooperia e

    Trichostrongylus, 

    respectivamente50.

    O efeito do extrato

    aquoso (EA) da C.

    ambrosioides foi avaliado em

    trinta caprinos naturalmente

    infectados com nematóides

    gastrointestinais, através da

    OPG, coproculturas enecropsia. Os animais foram

    divididos de acordo com o OPG

    em três grupos: um grupo sob

    uso diário de EA na dose de

    700 mg/kg/dia, durante oito

    dias; o segundo grupo sob

    dose única de fármaco

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    tradicional; e o terceiro grupo,

    controle negativo, não

    tratado51. Este autor observou

    que no grupo tratado com

    fármaco tradicional ocorreu

    redução do OPG. Em oposição,

    os tratados com C.

    ambrosioides não apresentou

    redução. Na coprocultura o

    número de L3 reduziu

    consideravelmente (83,89%),dentre estas houve redução

    superior a 90% para o gênero

    Oesphagostomum e cerca de

    80% para o gênero

    Haemonchus, c om ressalva

    para as L3 do gênero

    Trichostrongylus que não foiobservada redução. Os

    achados clínicos não

    apresentaram alterações dos

    parâmetros de normalidade.

    Foram encontradas no grupo

    tratado com a planta alterações

    hematológicas e bioquímicas,como monocitose, aumento de

    neutrófilos segmentados e

    elevação sérica de GGT, estes

    parâmetros não caracterizam

    toxicidade sistêmica51.

    Um grupo de autores

    avaliou a C. ambrosioides no

    controle de helmintos em

    suínos52. Os animais foram

    distribuídos em dois grupos:

    grupo I, tratado com a tintura da

    erva de Santa Maria, com 1

    ml/kg, por via oral, durante três

    dias contínuos; o grupo II não

    teve tratamento (controle). Os

    animais foram analisados

    durante sete dias para verificar

    indícios da toxicidade. Examesde fezes antes do tratamento

    identificaram ovos de  Ascaris

    suum em ambos os grupos.

    Dados da necropsia verificaram

    a eficácia de 100% da C.

    ambrosioides no controle de

    helmintos, porém os autoresadvertiram que são

    necessários estudos mais

    específicos para a

    padronização da dosagem e

    testes de toxicidade para a

    espécie estudada.

    Em um trabalho foi

    analisada a atividade anti-

    helmíntica da  Artemisia

    absinthium, Carapa guianensis,

    C. ambrosioides e Mentha

     piperita  pelo método

    controlado, em um total de cem

    frangos das linhagens Rubro

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    Negra e Hubbard53. O grupo

    tratado com C. ambrosioides, 

    composto por dez animais que

    receberam 100 g da planta

    triturada e misturada com 900 g

    de ração, durante cinco dias, foi

    confrontado com o grupo

    controle composto por dez

    frangos que receberam apenas

    ração. Nos achados de

    necropsia constatou-se umaatividade anti-helmíntica sobre

     Ascaris galli de 90,45%, no

    entanto, frente a outros

    endoparasitos como Heterakis

    gallinarum e Raillietina sp., a C.

    ambrosioides não mostrou

    efeito algum53

    .

    Seguindo a mesma linha

    de trabalho, a sensibilidade dos

    parasitas gastrointestinais a C.

    ambrosioides em frangos foi

    avaliada11. Foram distribuídos

    três grupos: os animais

    tratados com 0,1 ml/ave; o

    controle positivo com

    medicamento comercial e o

    controle negativo com água,

    durante trinta dias. Antes do

    início do experimento

    identificou-se ovos de  Ascaris

    sp., Heterakis gallinarum,

    Trichostrongylus tenius e

    coccídeos. Os resultados

    demonstraram eficiência na

    redução de ovos de

    nematóides, diferente do

    resultado encontrado

    anteriormente por outro autor.

    Os experimentos demostraram

    eficiência sobre Heterakis

    gallinarum, Trichostrongylus

    tenius, porém não secomprovou a eficácia para

    coccídeos do gênero Eimeria11.

    O potencial anti-

    helmíntico do óleo essencial de

    C. ambrosioides foi estudado 

    em infecções mistas,

    comparando o OPG de ovinos

    e caprinos tratados e não

    tratados. Os animais foram

    divididos: seis animais

    utilizados como grupo controle,

    não tratados, e sete foram

    tratados com 0,2 mL/kg do óleo

    essencial. O OPG não

    apresentou diferença

    significativa entre os dois

    grupos testados. No segundo

    teste a ação da C.

    ambrosioides em infecção

    experimental de H. Contortus,

    em dose única de 0,1; 0,2 e 0,4

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    mL/kg obtiveram uma redução

    no número de vermes adultos e

    da OPG, mas nas

    concentrações de 0,2 e 0,4

    mL/kg foram observadas

    reações adversas. No terceiro

    ensaio os animais foram

    tratados durante cinco dias

    com material vegetal fresco, o

    qual mostrou-se ineficaz pela

    administração em um curtoprazo. A planta na forma fresca

    ou o óleo essencial, porém,

    pode ser administrada como

    suplemento na alimentação de

    animais para ajudar no controle

    de larvas infectantes no pasto e

    atuar na redução nos níveis deinfecção54.

    Pesquisadores buscaram 

    avaliar a eficácia do suco e do

    infuso de C. ambrosioide nas

    concentrações de 5, 10% e

    20%. As duas apresentações

    da planta (infuso e suco) não

    foram eficazes para a

    eliminação das formas

    endoparasitárias de oxiurídeos

    Syphacia obvelata e

     Aspiculuris tetraptera em

    camundongos naturalmente

    infectados. Constatou-se,

    portanto, que a erva de Santa

    Maria tem efeito ineficaz na

    forma de suco ou infusão,

    sugerindo-se a necessidade de

    mais estudos voltados às

    bases terapêuticas da planta,

    objetivando sua aplicação

    como vermicidas para

    endoparasitas41.

    o   Atividade repelente

    Devido à problemática

    dos produtos sintéticos, a

    procura por plantas com

    propriedades inseticidas e

    repelentes aumentou

    significativamente. Pesquisas

    acerca do uso dos compostosquímicos no controle de insetos

    e acarídeos evidenciaram

    danos ao ambiente com a

    contaminação e deposição de

    resíduos, gerando efeitos

    prejudiciais ao ambiente e à

    qualidade dos alimentos devidoao seu uso indiscriminado44,55.

     A atividade repelente de

    produtos de origem vegetal foi

    testada sobre ninfas de

     Amblyomma cajennense. Dois

    testes de repelência foram

    utilizados: o bioensaio de ponta

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    coleóptero Sitophilus

    zeamais Mot.43, observou-

    se uma grande atração de

    insetos para o recipiente

    que continha trigo e o pó

    da planta inteira. Nos

    recipientes contendo

    apenas o material vegetal

    em pó não houve atividade

    repelente. A dose de

    300mg do pó da plantainteira gerou mortalidade

    de 95% dos insetos

    adultos. O pó dos frutos

     junto com o trigo gerou

    efeito tóxico aos insetos

    adultos com percentual de

    mortalidade igual a 98,31.No entanto o pó de C.

    ambrosioides apresenta

    um efeito residual de

    apenas cinco dias, com um

    baixo poder inseticida.

    Também o uso do extrato

    aquoso da planta inteira ede estruturas

    separadamente não gerou

    efeito inseticida.

    Pesquisadores analisaram o

    efeito repelente do pó obtido

    das diferentes partes que

    compõem a C. ambrosioides no

    controle do gorgulho-do-milho,

    S. zeamais44. A atividade

    repelente eficaz para insetos

    adultos foi demonstrada,

    entretanto, no que se refere ao

    efeito inseticida, a eficácia do

    pó foi de aproximadamente

    80% para insetos adultos.

    Estes mesmos pesquisadores

    observaram efeito altamente

    tóxico ao gorgulho-do-milhoquando utilizaram o pó de

    frutos que atuaram na redução

    do surgimento de espécies

    adultas. Outros autores

    avaliaram a eficácia do extrato

    aquoso de C. ambrosioides no

    controle do pulgão dos citros,Toxoptera citricida58. Utilizou-

    se o extrato aquoso da planta 

    nas  concentrações de 0%,

    40%, 60%, 50%, 70%, 80% e

    90%. Os autores observaram

    eficácia inseticida do extrato de

    erva de Santa Maria a partir dautilização de concentrações de

    40 g/ml, não sendo notado

    efeito inseticida nesta

    concentração com a

    mortalidade de T. citricida

    ocorrendo após transcorridas

    24 horas do início de exposição

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    486

    ao extrato, observando-se

    significância na mortalidade de

    forma crescente à

    concentração utilizada58.

    Toxicidade

    Diversos fatores podem

    gerar a ação tóxica da planta,

    tais como as formas de

    preparo, utilização de

    diferentes partes das plantas,

    quantidades excessivas

    ingeridas, além do uso

    contínuo e cumulativo. Todos

    estes fatores podem gerar

    alterações fisiológicas1.

    Em um ensaio

    toxicológico crônico, em que se

    utilizou a tintura da erva de

    Santa Maria em diferentes

    concentrações por um período

    de vinte e oito dias, todos os

    camundongos apresentaram

    prurido onde foi aplicada a

    tintura, no entanto, estas

    alterações observadas foram

     justificadas pelo uso de álcool

    etílico na solução. Exames

    histopatológicos confirmaram

    degeneração renal, hepática e

    dermatite crônica inespecífica,

    sugerindo intoxicação, porém

    estes resultados também foram

    vistos no grupo controle, não

    sendo confirmado o efeito

    tóxico da tintura a 5% e 10%48.

    Em tratamento sub

    crônico constatou-se59 que, em

    ensaio com extrato

    hidroalcoólico da folha da C.

    ambrosioides, por via oral, em

    camundongos, durante quinze

    dias, nas doses de 5, 50 e 500

    mg/kg não houve óbito,

    nenhuma alteração no peso

    corporal e nem no consumo de

    alimentos e de água pelos

    animais. Houve alteração no

    peso de alguns órgãos, fato

    que não foi observado em

    todas as doses testadas.

    Também ocorreu aumento nos

    níveis de uréia e no peso dos

    rins em grupos testados com

    doses elevadas, sugerindo

    assim ação nefrotóxica. Neste

    mesmo trabalho células

    peritoneais no grupo tratado

    diminuíram, em comparação

    com o grupo controle. Nos

    grupos tratados a quantidade

    de células da medula óssea foi

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    487

    maior, indicando que a planta é

    um potente estimulador das

    células hematopoiéticas.

    Ocorreu o aumento de células

    na linfa em apenas dois grupos

    testados. Não houve alteração

    no aspartato aminotransferase,

    o que indica ausência de

    hepatotoxicidade. O equilíbrio

    lipídico não foi alterado, visto

    que o VLDL e os triglicerídeospermaneceram baixos, em

    altas doses. Este estudo

    evidenciou que na dose

    terapêutica de 5mg/kg, descrita

    por outro grupo de autores60, é

    seguro sua utilização como

    extrato hidroetanólico nasdiversas terapias indicadas59.

    Considerando os testes já

    realizados, o teste in vitro de

    viabilidade celular foi utilizado

    para a avaliação da viabilidade

    celular de células não tumorais

    L929 frente a diferentes

    concentrações do extrato

    etanólico bruto (EEB) da planta

    em estudo12. Os resultados

    obtidos demostraram que o

    EEB não reduziu a viabilidade

    celular em nenhuma das

    concentrações avaliadas,

    quando comparadas ao

    controle negativo,

    apresentando CI50 (>100

    mg/ml).

    O mesmo autor avaliou

    também os efeitos tóxicos do

    EBB de C. ambrosioides  que

    pudessem inviabilizar o uso

    terapêutico da planta, e este

    não gerou hipotermia e

    alterações motoras nos

    camundongos e ratos testados

    nas concentrações 150, 300 e

    500 mg/kg por via oral do EBB

    desta erva12.

    Uma avaliação in vitro

    do efeito genotóxico mostrouque a C. ambrosioides gera

    danos genéticos15. Estes

    pesquisadores observaram

    aberrações cromossômicas do

    tipo cromatídeo, troca de

    cromátides irmãs e diminuição

    do índice mitótico. Para esteestudo a planta foi utilizada

    através da decocção e infusão

    em diferentes concentrações.

    Continuando os estudos,

    pesquisadores28  verificaram a

    ação genotóxica e citotóxica da

    C. ambrosioides e

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    Chenopodium album. Neste

    trabalho, C. album não gerou

    toxicidade às células, o que é

     justificado pela não produção

    do óleo essencial, diferente da

    C.ambrosioides, atribuindo-se

    desta forma o efeito tóxico da

    planta ao óleo essencial.

    Um estudo de

    enfermidades causadas por

    plantas tóxicas de interesse

    pecuário no país e que causam

    intoxicações acidentais foi utilizado

    o teste de hemólise in vitro para

    fazer uma análise preliminar da

    toxicidade de várias plantas,

    incluindo a C. ambrosioides61.

     Apesar de esta ser uma técnica

    de validação de produtos

    químicos e não de plantas

    tóxicas, os resultados não

    demonstraram lise de

    eritrócitos em nenhuma das

    amostras de plantas testadas,

    incluindo a erva de Santa

    Maria. Desta forma, os autores

    sugeriram a realização de teste

    in vivo.

    Um grupo de autores

    descreveu como componentes

    ativos do óleo essencial de C.

    ambrosioides o ascaridol, o

    carvacol e o óxido cariofileno62,

    que bloquearam o crescimento

    de macrófagos, provenientes

    da cavidade peritoneal de

    camundongos. Também foi

    estudada, pelos mesmos

    autores, a ação citotóxica do

    óleo essencial, no qual o óxido

    de cariofileno foi o principal

    componente, inibindo a cadeiade transportes de elétrons, ou

    seja, a função respiratória

    celular. Apesar de o ascaridol

    possuir ação antiparasitária, o

    óleo essencial apresenta

    toxicidade muito baixa na

    cadeia respiratória.

    Considerações Finais

     Atualmente a fitoterapia

    está amplamente difundida e

    aceita na medicina humana e

    veterinária. Neste sentido, a C.

    ambrosioides é uma das

    plantas que apresenta ampla

    aplicabilidade terapêutica para

    o manejo de diversas situações

    e enfermidades, com alto

    potencial frente a

    endoparasitoses e

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    489

    ectoparasitoses, sobretudo na

    medicina veterinária.

     A empregabilidade destaplanta na etnoveterinária vem

    impulsionando diversas

    pesquisas in vitro e in vivo

    como fitoterápico. No entanto

    mais estudos necessitam ser

    realizados para verificar melhor

    a relação dos constituintes

    químicos com a ação

    farmacológica gerada e

    determinar as formas de

    utilização da planta para atingir

    o efeito parasitológico

    desejado, além de visar reduzir

    seus efeitos tóxicos potenciais.

    Por fim, ainda há a

    necessidade de estudos

    voltados ao estabelecimento

    preciso de doses para as

    diferentes espécies animais, o

    que representa, ainda, uma

    lacuna a ser preenchida com

    novas pesquisas com a erva de

    Santa Maria, seja na utilização

    de seus extratos ou na

    utilização in natura.

    Figura 1: Chenopodium ambrosioides. Adaptado de Grassi, 2011.

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    Figura 2: Cultura e antibiograma de Staphylococus aureus. Em (G)Gentamicina, (O) Oxacilina e (M) Chenopodium ambrosioides. Adaptado de Brito et al., 2007.

    Figura 3:  Fotomicrografia de ferida cutânea em rato. Em A: lesãotratada com extrato de Chenopodium ambrosioides. Em B: lesãocontrole, tratada com solução salina 0,9%. Aumento 40x, HE. Adaptado de Sérvio, 2011. 

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    Recebido em: Agosto de 2013

     Aceito em: Janeiro de 2014Publicado em: Julho de 2014