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Gerenciamento de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados Guia Básico

8. guia de gerenciamento de óleo lubrificante

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  • Gerenciamento de leosLubrificantes Usados

    ou Contaminados

    Guia Bsico

    Apoio

    Realizao

    Apoio Institucional

  • Realizao: Associao de Proteo ao Meio Ambiente de Cianorte - APROMAC

    Coordenao e textos: Hassan Sohn

    Reviso: Zuleica Nycz

    Ilustraes: quando no indicado, material de divulgao publicado na internet

    Ilustrao da Capa e diagramao: Finazzi Propaganda

    Impresso: Grfica do SENAI/SP

    Colaborao: Grupo de Monitoramento Permanente - GMP da Resoluo CONAMA n 362/2005.

    Ateno

    O leo lubrificante aps seu uso um resduo perigoso.

    Senhor consumidor: retorne o leo lubrificante usado ao revendedor ou a um coletor autorizado.

  • Todos os direitos reservados

    Autorizada a cpia integral ou parcial deste documento para fins estritamente no econmicos, desde que citada a fonte.

    DISTRIBUIO GRATUITA

    Gerenciamento de leos Lubrificantes Usados

    ou Contaminados

    Guia Bsico

  • GMP - Grupo de Monitoramento Permanente da Resoluo CONAMA no362/2005

    (Portaria MMA no 31, de 23 de fevereiro de 2007)

  • Ministrio do Meio Ambiente MMA

    Ministrio das Cidades MCidades

    Ministrio de Minas e Energia MME

    Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis IBAMA

    Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis ANP

    Associao Brasileira das Entidades de Meio Ambiente ABEMA

    Associao Nacional de rgos Municipais de Meio Ambiente ANAMMA

    Associao de Proteo ao Meio Ambiente de Cianorte APROMAC

    Sindicato Interestadual do Comrcio de Lubrificante SINDILUB

    Sindicato Nacional da Indstria do Rerrefino de leos Minerais SINDIRREFINO

    Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustveis e Lubrificantes

    SINDICOM

    Sindicato Interestadual das Indstrias Misturadoras e Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petrleo

    SIMEPETRO

    Rerrefinar: esse o nosso objetivo!GMP - Grupo de Monitoramento Permanente da Resoluo CONAMA no362/2005

    (Portaria MMA no 31, de 23 de fevereiro de 2007)

  • Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    SUMRIO

    Introduo ..........................................................................................................6

    leos lubrificantes .............................................................................................8

    leos lubrificantes bsicos .............................................................................9

    Aditivos ....................................................................................................... 10

    leos lubrificantes acabados ....................................................................... 11

    leos lubrificantes usados ou contaminados .................................................. 14

    Riscos para a sade ...................................................................................... 15

    Riscos para o meio ambiente ....................................................................... 18

    Destinando o leo lubrificante usado ou contaminado de forma correta.......20

    O incio da corrente: o papel dos consumidores, os geradores de leo lubrificante usado ou contaminado ..............................................................20

    Geradores especiais de leo lubrificante usado ou contaminado ..................22

    O papel dos revendedores............................................................................ 22

    Informar o cliente tambm obrigao do revendedor ................................24

    Coletores autorizados .................................................................................. 25

    Certificados de coleta .................................................................................. 27

    O alcance da coleta ......................................................................................28

    O destino correto do leo lubrificante usado ou contaminado ..................... 30

    Uso ilegal do leo lubrificante usado ou contaminado e seus perigos ........... 32

    Fazendo a troca de leo lubrificante com segurana ...................................... 34

    Ambiente de trabalho .................................................................................. 34

  • Local de armazenamento do leo lubrificante usado ou contaminado e outros resduos gerados na troca ................................................................. 39

    Instalaes extras ........................................................................................42

    Equipamentos de Proteo Individual - EPI ..................................................42

    Cuidados com a sua sade ........................................................................... 43

    O procedimento de troca do leo lubrificante ..............................................44

    Unidades mveis de troca de leo lubrificante .............................................46

    Gerenciamento dos resduos gerados na troca de leo lubrificante .............. 47

    Como proceder se eu trocar o leo lubrificante em casa? .............................49

    O que fazer em caso de acidentes? .................................................................. 50

    Medidas para primeiros-socorros ................................................................. 50

    Medidas de proteo ambiental ................................................................... 51

    Medidas de combate a incndio ...................................................................52

    Medidas de limpeza ..................................................................................... 53

    Responsabilidade de todos ..............................................................................54

    Voc tambm cidado - denuncie! .............................................................54

    Para saber mais ................................................................................................ 55

    Stios eletrnicos teis ................................................................................. 55

    Legislao aplicvel ..................................................................................... 55

    Glossrio .......................................................................................................... 57

    Bibliografia .......................................................................................................60

  • Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

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    Smbolos do mundo moderno, os meios de transporte automotivos e as mquinas motorizadas esto plena-mente disseminados pelo territrio nacional.

    Automveis, nibus, caminhes, mo-tocicletas, barcos, trens, avies, alm de um grande nmero de equipamen-tos motorizados tais como colheita-deiras, tratores e motosserras, desti-nados e adaptados aos mais diversos fins, adotando as mais variadas for-mas e modelos, todos tem algo em comum: dependem de lubrificao, em especial nos seus motores, para seu perfeito funcionamento.

    Trocar o leo lubrificante dos vecu-los um ato dos mais corriqueiros e

    certamente a quase totalidade dos milhes de motoristas brasileiros j foi pelo menos uma vez a um posto de combustveis ou oficina para esta finalidade.

    Apesar disto, poucas pessoas sabem dos riscos para o ambiente, para a sade humana e at para a economia do pas que o gerenciamento inade-quado do leo lubrificante usado que retirado do motor do seu autom-vel ou do equipamento pode cau-sar, e que este resduo classificado como perigoso no Brasil e em vrios pases.

    INTRODUO

  • 7Da mesma forma, os milhares de tra-balhadores que cotidianamente efe-tuam as trocas de lubrificantes no tm em geral conscincia dos perigos envolvidos para a sua sade e meio ambiente e das responsabilidades le-gais e sociais que lhes cabem naquela relativamente simples atividade.

    Alis, h uma grande variedade de mitos e prticas populares relacio-nadas ao uso dos leos lubrificantes usados ou contaminados, chamado muitas vezes erroneamente de leo queimado, para diversas finalida-des inadequadas e perigosas, desde a impermeabilizao de pisos, cercas e madeiras, at o absurdo uso como medicamento veterinrio e humano causa de envenenamento.

    Nesse contexto, o presente Guia tem o objetivo de informar e despertar a ateno da populao para as ques-tes relacionadas aos leos lubrifi-cantes usados ou contaminados e o seu correto gerenciamento, de modo simples e direto.

    Embora este trabalho se destine ao pblico em geral, tem especial enfoque nos trabalhadores que efetuam as trocas de lubrificantes, j que eles formam o grupo de maior exposio ao risco de conta-minao e so os elementos-chave para o sucesso de um plano de gerenciamento e informao da populao.

  • 8Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    LEOS LUBRIFICANTES

    leo lubrificante um produto elabo-rado para cumprir a funo principal de reduzir o atrito e o desgaste entre partes mveis de um objeto.

    So tambm funes do lubrificante, dependendo da sua aplicao, a refri-gerao e a limpeza das partes m-veis, a transmisso de fora mecnica, a vedao, isolao e proteo do conjunto ou de componentes especfi-cos, e at a transferncia de determi-nadas caractersticas fsico-qumicas a outros produtos.

    To variadas quantas as suas aplica-es, que vo desde lubrificar uma simples ferramenta at possibilitar o funcionamento de complexos equipa-mentos como motores de alta perfor-mance e robs industriais, so tambm as formas pelas quais se apresentam os lubrificantes, variando da forma l-qida semi-lqida, diferindo em vis-cosidade e em outras caractersticas conforme o uso a que se destinam.

    Apesar da grande variedade, os leos lubrificantes tm uma importante ca-racterstica em comum: so todos for-mados por um leo lubrificante bsico que pode receber aditivos.

    Alm disso, no Brasil todos os leos lubrificantes devem atender as especi-ficaes tcnicas (que garantem a sua qualidade e segurana) estabelecidas pela Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis - ANP, e devem possuir registro perante esse rgo.

    Neste Guia estaremos tratando de leos lubrificantes utilizados no crter, no sistema de direo hidrulica, na caixa de cmbio e outros sistemas de veculos automotores (carros, cami-nhes, motocicletas, avies, barcos, etc.) e em alguns equipamentos que utilizam e permitem a retirada do leo lubrificante (motores estacionrios, sistemas hidrulicos e equipamentos diversos).

    Ateno! Nunca utilize leos lubrificantes que no tenham re-gistro na ANP. Voc estar colocando em risco a sua sade, o meio ambiente e o seu equipamento. O nmero de registro na ANP deve constar obrigatoriamente no rtulo da embalagem.

  • 9leos lubrificantes bsicos

    O principal componente de um lubrificante o leo lubrificante bsico, que nor-malmente corresponde de 80% a 90% do volume do produto acabado.

    Existem dois tipos de leos lubrificantes bsicos:

    leos lubrificantes bsicos minerais:so produzidos diretamente a partir do refino de petrleo.

    leos lubrificantes bsicos sintticos:so produzidos atravs de reaes qumicas, a partir de produtos ge-ralmente extrados do petrleo.

    Voc sabia? O petrleo brasileiro no o mais adequado para obteno de leo lubrificante bsico. Assim sendo, o Brasil pre-cisa importar um tipo de petrleo especial ou o prprio leo lu-brificante bsico mineral.

    Em geral, os bsicos sintticos tm, como vantagens sobre os bsicos mi-nerais, maior estabilidade trmica e oxidao, melhores propriedades a baixas temperaturas e menor volati-lidade.

    Por outro lado, os bsicos minerais so muito mais baratos do que os sintticos, mais versteis, mais fa-cilmente reciclveis e so a me-lhor opo para alguns tipos de apli-cao.

    importante destacar que os leos lu-brificantes bsicos minerais so consi-derados uma matria-prima nobre e correspondem a apenas uma pequena frao do petrleo.

    No Brasil, quase todo leo lubrificante bsico consumido de origem mine-ral.

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    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    Aditivos

    Os aditivos so substncias empre-gadas para melhorar ou conferir de-terminadas caractersticas aos leos lubrificantes bsicos para que estes desempenhem de forma melhor uma finalidade especfica.

    O quadro a seguir apresenta os ti-pos de aditivos normalmente mis-turados ao leo lubrificante bsico para formar um leo lubrificante acabado:

    Quadro 1 - Funo dos aditivos

    Tipo de Aditivo FunoSubstncias Usadas

    Antioxidantes

    retardar a oxidao dos leos lubrifican-tes, que tendem a sofrer esse tipo de deteriorao quando em contato com o ar, mesmo dentro do motor.

    ditiofosfatos, fenis, aminas

    Detergentes / Dispersantes

    impedir a formao de depsitos de produtos de combusto e oxidao, mantendo-os em suspenso no prprio leo e permitindo que sejam retirados pelos filtros ou na troca do lubrificante.

    sulfonatos, fosfonatos, fenolatos

    Anticorrosivos neutralizar os cidos que se formam durante a oxidao e que provocam a corroso de superfcies metlicas

    ditiofosfatos de zinco e brio, sulfonatos

    Antiespuman-tes

    minimizar a formao de espumas que tendem a se formar devido a agitao dos leos lubrificantes e prejudicam a eficincia do produto.

    siliconas, pol-meros sintti-cos

    Rebaixadores de ponto de fluidez

    impedir que os leos engrossem ou congelem, mantendo sua fluidez sob baixas temperaturas

    Melhoradores de ndice de viscosidade

    reduzir a tendncia de variao da visco-sidade com a variao de temperatura

  • 11

    leos lubrificantes acabados

    leo lubrificante acabado aquele que est pronto para ser utilizado para a finalidade para a qual foi ela-borado.

    Como j visto, o leo lubrificante aca-bado composto por leo lubrificante bsico (mineral, sinttico ou uma mistura dos dois), geralmente com a adio de aditivos que melhoram ou

    conferem caractersticas especficas ao produto.

    Dentre as vrias caractersticas ou propriedades de um leo lubrificante acabado, as mais importantes para que o consumidor possa escolher o produto mais adequado para o seu uso ou para atender as especificaes do fabricante do equipamento so:

    Viscosidade

    Indica a resistncia ao escoamento do leo lubrificante.

    Quanto mais viscoso for um lubrificante, mais difcil de escorrer (mais grosso) ele ser.

    Embora uma maior viscosidade indique uma maior capacidade de se manter entre duas peas mveis, fazendo a lubrificao das mes-mas, isso no quer dizer que leos mais viscosos sejam necessaria-mente melhores, j que maior ou menor fluidez pode ser desejvel em algumas situaes, como em motores de alta rotao.

    Consulte o Guia de seu veculo ou equipamento para identificar a viscosidade ideal para seu caso.

    ndice de viscosidade

    Indica a variao da viscosidade do leo lubrificante em funo da temperatura.

    A viscosidade dos lubrificantes diminui com o aumento da tempera-tura. Quanto maior o ndice de viscosidade menor essa variao.

    importante que o lubrificante mantenha sua viscosidade em uma ampla faixa de temperatura, para que sua aplicao no seja preju-dicada.

    Por exemplo, o motor de um carro que parte da temperatura am-biente (que pode ser at O C no inverno de certas cidades brasilei-ras) tem que funcionar bem lubrificado nesta condio inicial e tam-bm na sua temperatura de operao (geralmente 8O C).

  • Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

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    Densidade

    Indica a massa de um determinado volume de leo lubrificante em uma temperatura especfica.

    uma propriedade importante para identificar se houve contaminao ou deteriorao de um lubrificante, o que, embora no seja uma verifica-o comum em automveis, essencial em processos industriais.

    Em funo dessas propriedades e devido necessidade de uma padronizao que permita que os vrios fabricantes ofer-tem produtos de mesmo tipo e torne mais facilmente possvel a comparao de um produto com outro, os leos lu-brificantes acabados so classificados.

    Dentre as vrias classificaes exis-tentes, os leos lubrificantes para uso automotivo no Brasil so iden-tificveis segundo dois sistemas largamente adotados internacional-mente:

    a) Classificao SAE

    Criada pela Sociedade dos Engenhei-ros Automotivos dos Estados Unidos (Society of Automotive Engineers), classifica os leos lubrificantes pela sua viscosidade por meio da atribui-o de um nmero que, quanto maior, indicar um lubrificante mais viscoso.

    Nesse sistema, os lubrificantes so divididos em trs categorias (altas temperaturas (vero), baixas tem-peraturas (inverno) e multiviscosos (ano todo);

    Por esse sistema, os lubrificantes so classificados atravs dos indicadores de oW a 25W, para viscosidade em bai-xas temperaturas, indicadores de 20 a 60, para viscosidade em altas tempe-

    raturas e com cdigos duplos compa-tveis com os anteriores (por exemplo SAE 20W-40, 20W-50, 15W-50), no caso de lubrificantes multiviscosos.

    Ambient Temperature in C

    -30 -20 -10 0 10 20 30 40

    5W20

    5W30

    10W40

    10W30

    SAE10

    SAE20

    SAE30

    SAE40

    15W50

    15W40

    20W50

    20W40

  • 13

    Ateno! Consulte o manual do seu veculo ou equipamento para identificar o tipo de leo librificante mais adequado ao seu funcionamento. O uso de lubrificantes inadequados causa srios danos aos motores e mecanismos e aumenta a poluio do meio ambiente.

    b) Classificao API

    Criada pelo Instituto Americano do Pe-trleo (American Petroleum Institute), diferencia os leos pela aplicao e desempenho atravs de duas letras.

    A primeira, que pode ser C (Com-pression Ignition ou Commercial) ou S (Spark Ignition ou Service), iden-

    tifica respectivamente aplicao em motores de ciclo Diesel ou ciclo Otto (gasolina, lcool, GNV).

    A segunda letra segue a seqncia al-fabtica e indica o nvel de desempe-nho do lubrificante; quanto mais pr-xima do Z for, maior desempenho ter o leo.

    As duas classificaes resultam em selos como nos exemplos abaixo:

  • 14

    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    Voc sabia? O leo lubrificante novo que voc compra geralmente contm leo lubrificante bsico rerrefinado sem que isto altere a qualidade do produto.

    Com o uso normal ou como conse-quncia de problemas ou acidentes, o leo lubrificante sofre deteriorao ou contaminao, perdendo suas pro-priedades timas e no servindo mais para a finalidade para a qual foi elabo-rado, exigindo sua substituio para garantir a integridade e o bom funcio-namento do motor ou equipamento.

    Aquele produto essencial, aps reti-rado do motor ou equipamento, passa a ser um resduo perigoso chamado leo lubrificante usado ou contami-nado, conhecido popularmente como leo queimado (denominao que no correta e deve ser evitada).

    Apesar de ser um resduo, o leo lu-brificante usado ou contaminado no pode ser considerado lixo de forma alguma, muito ao contrrio.

    J foi mencionado que o leo lubrifi-cante bsico aquela matria-prima nobre que serve para fazer lubrifican-tes novos existe apenas em pequena

    LEOS LUBRIFICANTES USADOS OU CONTAMINADOS

    quantidade no petrleo e grande parte do que o pas necessita para seu con-sumo tem que ser importada.

    Acontece que o leo lubrificante usado ou contaminado contm em si cerca de 80% a 85% de leo lubrifi-cante bsico.

    Vrios processos tecnolgicos cha-mados de rerrefino so capazes de extrair desse resduo essa importante matria-prima com a mesma quali-dade do produto de primeiro refino, atendendo as especificaes tcnicas estabelecidas pela ANP.

    Por essa capacidade de recuperao da matria-prima nobre que o leo lubrificante bsico e pela minimizao da gerao de resduos, o rerrefino foi escolhido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, atravs da Resoluo n 362/2005, como o destino obrigatrio dos leos lubrificantes usa-dos ou contaminados.

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    Riscos para a sade

    Apesar da sua importncia estratgica econmica, importante no esquecer que os leos lubrificantes usados ou contaminados so resduos perigosos e tm que ser corretamente manuseados, armazenados e destinados para que a sade dos trabalhadores diretamente ligados sua manipulao, a sade da populao e o meio ambiente no sofram danos.

    Um leo lubrificante novo em si um produto com certo grau de perigo que acon-selha uma manipulao cuidadosa porque, alm de ser feito basicamente a partir do petrleo, geralmente contm diversos tipos de aditivos que em altas concen-traes so txicos.

    O leo lubrificante usado ou contaminado, alm de carregar essa carga original de perigo, recebe um reforo extra em sua toxidade porque os seus componentes, ao sofrerem degradao, geram compostos mais perigosos para a sade e o am-biente, tais como dioxinas, cidos orgnicos, cetonas e hidrocarbonetos policcli-cos aromticos.

    Alm disso, o leo lubrificante usado ou contaminado contm diversos elementos txicos (por exemplo cromo, cdmio, chumbo e arsnio), oriundos da frmula ori-ginal e absorvidos do prprio motor ou equipamento.

    Esses contaminantes so em sua maioria bioacumulativos (ficam no orga-nismo) e causam diversos problemas graves de sade, como mostrado no quadro abaixo:

    Contaminante Efeitos no Organismo Humano

    Chumbo

    Intoxica o aguda dores abdominais; vmito; diarria; oligria; sensao de gosto metlico; colapso e coma. Intoxicao crnica perda de apetite; perda de peso; apatia; irritabilidade; anemia. danos nos sistemas ner-voso, respiratrio, digestivo, sanguneo e aos ossos. Cancergeno para rins e sistema linftico.Teratognico (malformaes nos fetos, ossos, rins e sis-tema cardiovascular). Acumula princi palmente nos ossos.

  • Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

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    Contaminante Efeitos no Organismo Humano

    Cdmio

    Intoxicao aguda diarria; dor de cabea; dores musculares; dores no peito e nas pernas; salivao; sensao de gosto metlico; dores abdominais; tosse com saliva sangrenta; fraqueza; danos no fgado e falha renal. Intoxicao crnica perda de olfato; tosse; dispnia; perda de peso; irritabilidade; debilitao dos ossos; danos aos sistemas nervoso, respiratrio, digestivo, sanguneo e aos ossos.Cancergeno para pulmes e traquia.Acumula principalmente nos rins, ossos e fgado.

    Arsnio

    Intoxicao aguda violenta gastroenterite; queima-o no esfago; diarria sanguinolenta; vmito; queda da presso sangunea; suor sangrento; dispnia; edema pulmonar; delrio; convulses e coma.Intoxicao crnica dermatite; escurecimento da pele; edema; danos no sistema nervoso central, cardiovas-cular; nefrite crnica; cirrose heptica; perda de olfato; tosse; dispnia; perda de peso; irritabilidade; debilitao dos ossos; danos nos sistemas nervoso, respiratrio, di-gestivo, sanguneo e aos ossos.Cancergeno para pele, pulmes e fgado.

    Cromo

    O cromo hexavalente Cr(VI)- extremamente txico diferentemente do cromo trivalente Cr(III) - que es-sencial na potencializao da insulina. O Cr (VI) gerado em processos a partir do Cr (III).Intoxicao aguda vertigem; sede intensa; dor abdomi-nal; vmito; oligria e anria.Intoxicao crnica dermatite; edema de pele; ulcera-o nasal; conjuntivite; nuseas; vmito; perda de ape-tite; rpido crescimento do fgado.Cancergeno para pele; pulmes e fgado.

  • 17

    Contaminante Efeitos no Organismo Humano

    Dioxinas

    So substncias organocloradas, persistentes na natu-reza, extremanete txicas, carcinognicas e teratogni-cas. Essas susbtncias agressivas so geradas quando da queima do leo lubrificante usado ou contaminado, que ilegal.As vrias dioxinas possuem, cada uma, diversos efeitos danosos sade humana. Apesar da variedade de sintomas, a ttulo ilustrativo, possvel generalizar destacando que todas elas so can-cergenas para sistema respiratrio e causam vmito, dores e fraqueza muscular, falhas na presso sangunea, distrbios cardacos.

    Hidrocarbone-tos Policclicos (Polinucleares) Aromticos

    Compostos caracterizados por possurem dois ou mais anis aromticos (por exemplo benzeno) condensados. Tm longa persistncia no ambiente. So cancergenos. Quando resultantes da queima do leo lubrificante, que ilegal, afetam os pulmes, o sistema reprodutor e o desenvolvimento do feto (teratognico)

    Quadro 2 - Efeitos dos contaminantes presentes nos leos lubrificantes usados ou contaminados sobre o organismo humano.

    Ateno! O leo lubrificante usado ou contaminado um re-sduo perigoso. No o utilize para nenhum fim. Retorne-o para seu revendedor ou entregue-o para um coletor autorizado.

  • 18

    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    Riscos para o meio ambiente

    Assim como causa danos sade das pessoas que tm contato direto com o resduo, o leo lubrificante usado ou contaminado, quando dispersado no meio ambiente, causa grandes pre-juzos, afetando grande nmero de pessoas, a fauna e a flora, principal-mente quando associado com outros poluentes comuns nas reas mais ur-banizadas.

    Apenas a ttulo de exemplo, alguns dados ambientais relevantes sobre a m destinao desse resduo:

    o leo lubrificante usado ou contaminado, por no ser biode-gradvel, leva dezenas anos para desaparecer do ambiente;

    quando vaza ou jogado no solo, inutiliza o solo atingido, tanto para a agricultura, quanto para a edificao, matando a ve-getao e os microorganismos, destruindo o hmus, causando infertilidade da rea que pode se

    tornar uma fonte de vapores de hidrocarbonetos.

    alm disso, quando jogado no solo o leo lubrificante usado ou contaminado pode atingir o lenol fretico, inutilizando os poos da regio de entorno;

    apenas 1 litro de leo lubri-ficante usado ou contaminado pode contaminar 1 milho de li-tros de gua, comprometendo sua oxigenao;

    apenas 1 litro de leo lubri-ficante usado ou contaminado pode atingir 1.000 m de superf-cie aquosa;

    se jogado no esgoto, o leo lubrificante ir comprometer o funcionamento das estaes de tratamento de esgoto, chegando em alguns casos a causar a inter-rupo do funcionamento desse servio essencial;

    Derrame de leo lubrificante em rio

    Manchas de leo sobre gua

  • 19

    quando queimados (o que ilegal e constitui crime), os leos lubrificantes usados ou contami-nados causam forte concentrao de poluentes num raio de 2 km, em mdia.

    quando queimados (o que ilegal e constitui crime), os leos lubrificantes usados ou contami-nados geram grande quantidade de particulados (fuligem), produ-zindo precipitao de partculas que literalmente grudam na pele e penetram no sistema respirat-rio das pessoas.

    Ateno! O leo lubrificante existente no crter de um nico carro, quando descartado indevidamente, capaz de con-taminar uma quantidade de gua que seria suficiente para abastecer uma famlia de quatro pessoas por at 15 anos!

    Como visto, todo o cuidado pouco porque at pequenas quantidades do resduo jogadas na natureza podem ter graves conseqncias.

    Queima criminosa de leo lubrificante usado ou contaminado

    Contaminao do solo causada por vazamento de leo lubrificante usado ou contaminado

  • Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    20

    DESTINANDO O LEO LUBRIFICANTE USADO OU CONTAMINADO DE FORMA CORRETANos captulos anteriores j foi desta-cado que o leo lubrificante usado ou contaminado um resduo perigoso que pode causar danos sade hu-mana e ao meio ambiente, mas tam-bm uma importante fonte de uma matria-prima nobre e essencial para o pas, que o leo lubrificante bsico.

    Por esse motivo, os rgos ambientais (CONAMA e MMA) e reguladores da in-dstria do petrleo, combustveis e deri-vados (ANP e MME) decidiram que o me-lhor destino para esse resduo perigoso a coleta e o envio obrigatrio a um rerre-finador, que retirar os contaminantes do leo lubrificante usado ou contaminado e recuperar a mxima quantidade pos-svel de leo lubrificante bsico.

    Para alcanar este objetivo, foi esta-belecido um conjunto de regras (um sistema) que envolve vrias pessoas, inclusive voc, empresrio ou trabalha-dor que efetua as trocas de lubrificantes ou dono de automvel ou equipamento que usa leo lubrificante e gera leo lu-brificante usado ou contaminado.

    O incio da corrente: o papel dos consumidores, os geradores de leo lubrificante usado ou contaminado

    Grande parte do sucesso do Brasil em alcanar o objetivo de recuperar a m-xima quantidade possvel de leo lu-brificante bsico por meio do rerrefino depende da atuao da populao, que usa lubrificante em seus veculos e equipamentos, ou que trabalha com troca de leo.

    Todos aqueles que geram leo lu-brificante usado ou contaminado, de forma direta (dono do carro, por exemplo) ou indireta (mecnico que retira o leo do carro), so chamadas pela legislao aplicvel de gerado-res.

  • 21

    Aos geradores, a legislao atribui um papel fundamental que pode ser descrito basicamente por duas obri-gaes:

    1 os geradores devem cuidar para que o leo retirado do veculo ou equipamento fique corretamente armazenado en-quanto espera sua destinao, de forma que no contamine o meio ambiente e no seja ele prprio contaminado por outros produtos ou substncias que di-ficultem ou impeam a sua recuperao atravs do rerrefino;

    2 os geradores devem entregar o leo lubrificante usado ou contaminado ao seu revendedor ou diretamente para um coletor autorizado pela ANP.

    Isso significa que quem dono de um automvel, seja ele um carro, uma motocicleta ou caminho, ou de um equipamento que utiliza leo lubri-ficante (trator, colheitadeira, barco, motor estacionrio, gerador, etc.) tem obrigao de escolher um servio de troca (posto, oficina mecnica, super-troca, troca em domiclio, etc.) que atenda a legislao ambiental, possua condies de armazenagem do leo

    Voc sabia? direito de todo o consumidor exigir que o revendedor de leo lubrificante fornea gratuitamente a troca de leo do veculo em instalaes adequadas. (Reso-luo CONAMA n 362/2005, art. 17, II).

    lubrificante usado ou contaminado e entregue este resduo retirado de seu veculo ou equipamento ao coletor au-torizado.

    Tambm significa que aqueles que trabalham trocando o leo de vecu-los ou equipamentos tm que possuir boas condies de armazenagem do leo lubrificante usado ou contami-nado que retiram desses mecanismos e devem entreg-lo somente para co-letores autorizados.

    Em qualquer caso importante visitar o revendedor habitual de leo lubrifi-cante e verificar se as instalaes de troca e armazenamento seguem pelo menos as orientaes desta cartilha e se ele revendedor possui os certifi-cados de coleta descritos no captulo especfico a seguir.

    Lembre-se:

    1. qualquer pessoa pode ser multada e at presa por causar poluio.

    2. apenas uma pequena quantidade de leo lubrificante negligenciada pode causar grandes problemas.

  • Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    22

    Geradores especiais de leo lubrificante usado ou contaminado

    Alguns geradores de leo lubrificante usado ou contaminado, pela natureza de sua atividade ou aplicao, no possuem meios de levar seus equipa-mentos ao um ponto de troca.

    o caso, por exemplo, de donos de colheitadeiras, tratores, barcos, fro-tistas e industriais em geral.

    Nesses casos, o gerador deve possuir uma equipe tcnica treinada para efe-tuar a substituio do leo lubrificante com segurana ou contratar um ser-vio especializado, merecendo desta-que o fato de que j existem solues prticas e seguras para cada uma das situaes especiais apontadas.

    Consulte seu revendedor a respeito ou entre em contato com um coletor autorizado ou com o SINDIRREFINO (www.sindirrefino.org.br).

    O papel dos revendedores

    Todo aquele que direta ou indiretamente comercializa leos lubrificantes (postos de ser-vio, oficinas, supermercados, lojas de autopeas, atacadistas, etc) considerado re-vendedor para as finalidades de gesto do leo lubrificante usado ou contaminado.

    A legislao atribui ao revendedor um papel de ligao entre os consumidores do leo lubrificante acabado (geradores) e os agentes da cadeia de recuperao/reciclagem do leo lubrificante usado ou contaminado (coletores).

    Troca de leo de caminho com equipa-mento vcuo

    Troca de leo de trator agrcola em domic-lio (equipamento vcuo)

  • 23

    Desta forma, a responsabilidade dos revendedores dupla: de um lado tm todas as obrigaes dos geradores no sentido de evitar que o leo lubrifi-cante usado ou contaminado venha a poluir o meio-ambiente ou venha a ser misturado com produtos ou substn-cias que inviabilizem o seu rerrefino; por outro lado, como agentes dos pro-dutores e importadores de leo lubri-ficante, tm a obrigao de dar todo o suporte ao recolhimento seguro do leo lubrificante usado ou contami-nado e a sua entrega aos coletores autorizados.

    Pelo disposto no art. 17 da Resoluo CONAMA n 362/2005, so obriga-es do revendedor:

    1 - receber dos geradores todo o leo lubrificante usado ou conta-minado por eles entregue;

    2 - dispor de instalaes adequa-das devidamente licenciadas pelo rgo ambiental competente para a substituio do leo usado ou contaminado e seu recolhimento de forma segura, em lugar acess-vel coleta, utilizando recipientes propcios e resistentes a vazamen-tos, de modo a no contaminar o meio ambiente;

    3 - adotar as medidas necessrias para evitar que o leo lubrificante usado ou contaminado venha a ser misturado com produtos qumi-

    cos, combustveis, solventes, gua e outras substncias que prejudi-quem ou inviabilizem o seu rerre-fino;

    4 - alienar os leos lubrificantes usados ou contaminados exclusi-vamente a coletores autorizados pela ANP, exigindo:

    a) que o coletor apresente as li-cenas e autorizaes emitidas pelo rgo ambiental do Es-tado ou Municpio e pela ANP para a atividade de coleta;

    b) que o coletor emita e entre-gue o respectivo certificado de coleta de leos lubrificantes.

    5 - manter para fins de fiscalizao, os documentos comprobatrios de compra de leo lubrificante aca-bado e os Certificados de Coleta de leo lubrificante usado ou conta-minado, pelo prazo de cinco anos;

    6 - divulgar em local visvel ao con-sumidor, no local de exposio do leo acabado posto venda, a des-tinao disciplinada na Resoluo CONAMA n 362/2005;

    7 - manter cpia do licenciamento fornecido pelo rgo ambiental competente para venda de leo acabado, quando aplicvel, e do recolhimento de leo usado ou contaminado em local visvel ao consumidor.

  • 24

    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    Quem vende leo lubrificante ou ape-nas efetua a troca do mesmo deve ter sempre em mente que sua misso principal recolher com segurana esse resduo, retirando-o do motor ou equipamento e armazenando-o em

    Ateno:O leo lubrificante aps seu uso um resduo perigosoO leo lubrificante usado quando descartado no meio ambiente provoca impactos ambientais negativos, tais como contaminao dos corpos dgua e contaminao do solo por metais pesados. O produtor, importador e re-vendedor de leo lubrificante, bem como o consumidor so responsveis pelo seu recolhimento, e sua destinao.

    Senhor Consumidor: retorne o leo lubrificante usado ao revendedor

    O no cumprimento da Resoluo CONAMA acarretar aos infratores as sanes previstas na Lei de Crimes Ambientais Lei n 9.605 de 12 de feve-reiro de 1998.

    Cartaz informativo que deve ser afixado nos pontos de venda.

    local apropriado, seguro contra vaza-mentos, mistura com outras substn-cias, incndios e quaisquer acidentes, para entreg-lo a coletor autorizado pela ANP (normalmente recebendo um valor por isso).

    Informar o cliente tambm obrigao do revendedor

    Outra importantssima obrigao dos revendedores estabelecida pela Resoluo CONAMA n 362/2005 a misso de informar os consumidores a respeito dos cuidados necessrios com o leo lubrificante.

    Por isso, a legislao estabelece que um cartaz como o mostrado na figura a se-guir seja exposto nos locais de venda, em local visvel, com pelo menos o mesmo tamanho dos cartazes usados na publici-dade dos produtos que esto venda.

  • 25

    Ateno! No misture e no deixe ningum misturar com-bustveis, solventes, tinta, gua ou qualquer outra substn-cia com o leo lubrificante usado ou contaminado porque isso poder fazer com que o resduo no se preste mais para o rerrefino, fazendo com que o coletor autorizado no queira mais aceit-lo e fazendo com que voc fique responsvel pela destinao ambientalmente adequada da mistura (o que pode ser muito caro).

    Coletores autorizados

    Coletor uma pessoa jurdica (em-presa) licenciada pelo rgo am-biental do seu Estado ou Municpio e autorizada pela ANP para exercer a atividade de coleta, ou seja, recolher dos diversos pontos de gerao (pos-tos, oficinas, empresas transporta-doras, garagens, indstrias, portos,

    ferrovias, aeroportos, etc.) o leo lu-brificante usado ou contaminado para entreg-lo ao rerrefinador.

    O coletor necessariamente deve operar com caminhes especiais, com equipa-mentos especficos e identificao e si-nalizao especiais, como os exemplos mostrados nas fotos a seguir:

    Caminhes de coleta (Foto: SINDIRREFINO)

  • Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

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    O coletor obrigatoriamente deve ser registrado e autorizado pela ANP, e seu nmero de autorizao deve estar es-tampado no caminho e em todos os seus documentos.

    Alm disso, possvel verificar no s-tio eletrnico da ANP se determinada empresa ou caminho possui registro perante aquele rgo (e est apta a operar), bastando acessar o endereo

    Ateno! O Coletor autorizado sempre deve portar cpia da documentao de seu licenciamento e autorizao no prprio caminho. Exija a apresentao desses documentos.

    Na dvida, ligue gratuitamente para a ANP: 0800 970 0267.

    Painis de sinalizao dos caminhes de coleta

    Viso em destaque do nmero de autorizao no caminho

    http://www.anp.gov.br/doc/petroleo/abastecimento/lubrificantes/coleto-res.PDF.

    Entretanto, o mais importante de tudo que os coletores autorizados sempre devem emitir e entregar o certificado de coleta, que o documento que demonstrar que voc agiu em con-formidade com a Lei, com responsabi-lidade social e ambiental.

  • 27

    Certificados de coleta

    Trata-se de um documento de emis-so regulamentada e controlada, como se fosse uma nota fiscal, e como esta tem uma numerao nica e pro-gressiva, alm de vrios elementos identificadores obrigatrios.

    Modelo de Certificado de coleta

    Ateno! Pessoas mal intencionadas s vezes apresentam certificados de coleta falsificados para enganar os desatentos. Cuidado! Confira cuidadosamente o documento que est lhe sendo entregue.

    Na dvida, ligue gratuitamente para a ANP: 0800 970 0267.

    O comprovante de que o revendedor ou o gerador cumpriu sua obrigao legal e agiu de forma responsvel o certificado de coleta que deve ser emitido e entregue pelo coletor no ato de coleta do leo lubrificante usado ou contaminado.

  • 28

    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    O alcance da coleta

    Regies Centros de Coleta

    Norte 02

    Nordeste 04

    Centro-Oeste 05

    Sudeste 15

    Sul 08

    Total 34

    Fonte: SINDIRREFINO, 2007

    Segundo informaes do SINDIRREFINO, os coletores ligados quela entidade disponibilizam o servio de coleta regular em 77% dos municpios brasileiros, con-forme quadro abaixo:

    Regio Total de Municpios Municpios com Coleta Regular

    Norte 469 82 17%

    Nordeste 1.830 1.399 76%

    Centro-Oeste 466 364 78%

    Sudeste 1.668 1.471 88%

    Sul 1.188 1.012 85%

    Brasil 5.621 4.328 77%

    Fonte: SINDIRREFINO, 2007

    O servio de coleta de leos lubrificantes usados ou contaminados est disponvel na maioria dos municpios brasileiros.

    Segundo dados do SINDIRREFINO, entidade sindical que congrega a maioria dos rerrefinadores e parcela significativa dos coletores, existem 34 centros de coleta li-gados quela entidade, que atendem todas as regies e todos os Estados do Brasil:

  • 29

    Para a minoria de municpios que no conta com servio regular de coleta, o revendedor deve armazenar tempora-riamente o resduo seguindo as boas prticas e, no mnimo, as orientaes

    apresentadas no prximo captulo para oportunamente, quando houver um volume razovel, entrar em con-tato com um Coletor Autorizado para solicitar uma coleta especial.

    Centro de Coleta em Duque de Caxias/RJ (Foto: SINDIRREFINO)

    Centro de Coleta em Osasco/SP (Foto: SINDIRREFINO)

    Dica: A lista dos coletores autorizados pode ser obtida no stio eletrnico da ANP: http://www.anp.gov.br/doc/petroleo/ abastecimento/lubrificantes/coletores.PDF.

    A coleta especial tambm pode ser solicitada atravs do stio eletrnico do SINDIRREFINO: www.sindirrefino.org.br.

  • 30

    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    O destino correto do leo lubrificante usado ou contaminado

    Para dar a correta concluso corrente, aps coletado o leo lubrificante usado ou contaminado dever ser entregue pelo coletor autorizado para um rerrefina-dor regularmente licenciado perante o rgo ambiental competente e autori-zado pela ANP.

    O rerrefinador, ao receber o resduo, far alguns importantes testes para verifi-car se existe alguma espcie de contaminao que inviabilize ou retire a eficin-cia do processo de rerrefino:

    Teste Finalidade

    Destilao

    verificar se o percentual de gua no supera o li-mite mximo admissvel para garantir a eficincia do processo de rerrefino.

    Saponificao

    verificar a existncia de contaminao por leos vegetais ou material or-gnico que inviabilizaria o processo de rerrefino.

    Anlise de conta-minantes qumi-cos

    verificar a presena de substncias qumicas que comprometeriam a segu-rana do produto final, notadamente PCBs.

    Quadro 3 - Testes realizados nos leos lubrificantes usados ou contaminados. (Fonte: SINDIRREFINO / Fotos: SINDIRREFINO)

  • 31

    PROLONGAM a vida til de im-portante frao do petrleo;

    FORNECEM matria-prima espe-cificada para produo de leo lu-brificante acabado;

    ATENDEM aos princpios de con-servao de energia estabelecidos no art. 1 da Lei n 9.478/1997;

    EXTRAEM do leo lubrificante usado a mxima quantidade de seu principal constituinte - leo lu-brificante bsico.

    Assim, a atividade de rerrefino de leos lubrificantes, alm de sua indis-cutvel importncia econmica para o pas, tem um papel ambiental impres-cindvel.

    Feitos os testes, o leo lubrificante usado ou contaminado tratado atra-vs de um dos vrios processos exis-tentes de rerrefino.

    Embora muito diferentes entre si, to-dos os processos de rerrefino:

    CONTRIBUEM para a reduo da poluio, porque minimizam a ge-rao de resduos;

    ASSEGURAM a destinao am-bientalmente adequada de um resduo perigoso de difcil degra-dao natural;

    DIMINUEM a necessidade de ex-trair mais petrleo;

    REDUZEM a dependncia de im-portao de derivados de petrleo;

    Unidades de rerrefino

  • Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    32

    Uso ilegal do leo lubrificante usado ou contaminado e seus perigos

    Apesar de a Legislao determinar de forma clara que todo leo lubri-ficante usado ou contaminado deve ser encaminhado para rerrefino atravs de coletores autorizados, pessoas mal intencionadas ou mal informadas do outros destinos ao resduo, colocando em risco a sua sade e a da comunidade, come-tendo atos ilcitos.

    importante saber que a destinao

    legal do leo lubrificante usado ou contaminado consequncia de muita reflexo baseada em conhecimento tcnico-cientfico, durante o qual se concluiu que muitos usos populares foram considerados inadequados e perigosos.

    Na tabela abaixo esto descritos al-guns usos ilegais do leo lubrificante usado ou contaminado e suas conse-quncias:

    Uso proibido Consequncia Danosa

    Queima como com-bustvel (para caldeira, barco, etc.)

    Gera poluio atmosfrica, com grande emisso de particulados e compostos nocivos, ocasionando prejuzo para a sade pblica e danos aos equipa-mentos nos quais foi utilizado (por exemplo: en-tope injetores, bombas de combustveis e sistema de injeo; cria depsitos nos condutos,cmaras de combusto, vlvulas, etc.).

    Adulterao de leos lubrificantes acabados

    Gera um produto de baixa qualidade que no atende as especificaes tcnicas exigidas pela ANP, frau-dando o consumidor e colocando os equipamentos em risco, podendo causar acidentes.

    Adulterao de leo diesel

    Gera um produto de baixa qualidade que no atende as especificaes tcnicas exigidas pela ANP, frau-dando o consumidor e colocando os equipamentos em risco, podendo causar acidentes.

    Uso como leo des-moldante

    Expe os trabalhadores a risco de intoxicao e doen-as causadas pelos contaminantes existentes no leo usado ou contaminado.

    Formulao de graxasExpe os trabalhadores a risco de intoxicao e doen-as causadas pelos contaminantes existentes no leo usado ou contaminado.

  • 33

    Uso proibido Consequncia Danosa

    Lubrificao de cor-rente de motosserra

    Causa poluio ambiental porque o leo lubrificante usado ou contaminado no tem a capacidade de fi-car aderido corrente da motosserra e acaba sendo borrifado quando o equipamento acionado; pelo mesmo motivo, causa intoxicao dos trabalhadores, contaminao ambiental e danos ao equipamento; alm disso, como o controle da venda de leo lubri-ficante de corrente de motosserra uma forma de controle do desmatamento ilegal, o uso do leo lubri-ficante usado ou contaminado para este fim contribui com outro crime ambiental.

    Impermeabilizao de cercas, moures, telhados, pisos e similares

    Gera o risco de intoxicaes domsticas, com preju-zos para pessoas e animais, podendo afetar o meio ambiente (solo, lenol fretico, pequenos corpos dgua) e at inutilizar temporariamente poos, ca-cimbas e similares.

    Uso veterinrio (tra-tamento de bichei-ras, vermfugos, etc.)

    Intoxicao do animal (eventualmente com morte, se ingerido), intoxicao dos trabalhadores; intoxica-o domstica.

    Quadro 4 - Usos ilegais dos leos lubrificantes usados e seus perigos.

    Todo aquele que colabora de forma direta ou indireta, consciente ou incons-ciente (negligncia), com o uso ilegal do leo lubrificante usado ou conta-minado pode ser considerado cmplice ou co-partcipe na ilegalidade e est sujeito responsabilizao administrativa, civil e criminal e a lista de possibi-lidades grande:

    CrimeAmbiental;

    CrimecontraaEconomiaPopular;

    SonegaoFiscal;

    CrimecontraoConsumidor;

    Crimeorganizadoe formaodequadrilha;

    Responsabilidade civil e criminalpelos acidentes causados;

    Responsabilidadetrabalhista.

  • 34

    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    Para quem trabalha diariamente efetuando a troca de leo lubrifi-cante, principalmente de veculos automotores, a operao pode ser considerada simples e fcil, mas mesmo para esses profissionais existem detalhes que normalmente so esquecidos ou mesmo desco-nhecidos que podem influenciar de-

    FAZENDO A TROCA DO LEO LUBRIFICANTE COM SEGURANA

    cisivamente na segurana pessoal e do ambiente.

    Nos tpicos a seguir so apresentados alguns desses detalhes que merecem toda a ateno do leitor, nem que seja para ter certeza que seu estabeleci-mento ou aquele no qual voc faz a troca de leo est de acordo com as melhores prticas.

    Ambiente de trabalho

    A preparao do local onde ser de-senvolvido o trabalho essencial para a realizao de um servio bem feito.

    No caso da troca de leo lubrificante, sabendo-se que o objetivo retirar todo o leo usado ou contaminado de dentro do motor ou equipamento e armazen-lo de forma segura para que ele no contamine o meio am-biente e no seja contaminado por outras substncias, a primeira preocu-pao deve ser com o isolamento.

    Outra preocupao (na realidade a maior) deve ser com a segurana do trabalhador e de outras pessoas, sem-pre relembrando que o leo pode cau-sar intoxicao tambm por meio dos gases que gera.

    Assim, o espao a ser utilizado para a troca do leo lubrificante, por mais variadas que sejam as situaes em que esta operao pode se dar, tem que possuir as seguintes caracters-ticas:

    local mais reservado, onde nohaja trnsito de pessoas ou vecu-los que possam interferir ou atra-palhar a operao de troca;

    local distante de fontes de ca-lor, chamas, descargas eltricas e outros elementos que possam ocasionar a combusto do leo lu-brificante usado ou contaminado ou dos gases dele originados, tais como caldeiras, chamins, qua-dros de fora, motores, etc.

  • 35

    local arejado para que os gasesdesprendidos do leo lubrificante no se acumulem e no haja risco de intoxicao;

    embora arejado, deve ser co-berto e protegido contra ventos e chuvas para que guas, areias, detritos, poeiras e quaisquer ele-mentos que dificultem a operao de troca ou a limpeza de eventuais derramamentos;

    localcompisoimpermevelevi-tando que eventuais derramamen-tos acidentais atinjam o solo;

    local limpo e livre de quaisquerelementos estranhos operao de troca, para que esta no seja atrapalhada e nem a limpeza de eventuais derramamentos;

    localorganizado,ondequemforfazer a troca tenha fcil acesso s

    ferramentas e equipamentos de segurana e fcil armazenamento dos resduos gerados (o leo re-tirado do equipamento, embala-gens, estopas,etc.);

    localsinalizado,informandoque (ou est) destinado troca de leo e, caso seja um local de tro-cas constantes ou permanente, trazendo a vista avisos de segu-rana para disponibilizar constan-temente informaes essenciais e teis aos trabalhadores.

    Em se tratando de oficinas, postos de combustveis ou estabelecimen-tos especializados em trocas de leo lubrificante, essencial que o local destinado operao possua calhas de segurana (canaletas colocadas no piso, circulando inteiramente a rea de trocas, destinadas a conter eventu-ais derramamentos).

    Calhas de segurana colocadas no piso impermeabilizado

  • 36

    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    Ligada a essas calhas dever ser colocada uma caixa separadora de gua/leo (vide fi-gura), com a finalidade de recuperar o mximo de leo possvel em casos de eventuais derramamentos.

    Existem vrios modelos de caixas separadora gua e leo disponveis no mercado e, ainda, podem ser construdas sob medida no prprio local, atendendo necessi-dades especficas.

    Exemplos de caixas separadora gua e leo comercial e sob medida

    Os poos de lubrificao devem ser evitados, preferindo-se o uso de rampas de lubrifi-cao pela facilidade de conteno de eventuais derramamentos que estas apresentam em relao quelas e pela ausncia de risco de infiltraes.

    Rampa de lubrificao comercial

  • 37

    Entretanto, caso o estabelecimento opte pelo uso de poos de lubrificao, de-vem ser tomados cuidados extras para impermeabilizao do conjunto, evitando a infiltrao de umidade externa e o extravasamento de eventuais derramamen-tos, adotando-se, ainda, soluo tcnica adequada para retirar leo que acidental-mente seja derramado dentro do poo.

    Poo de lubrificao impermeabilizado

    A prtica de troca de leo usando ape-nas macacos ou jacars, embora possvel, deve ser evitada por dificul-tar a operao de troca e propiciar um maior nmero de acidentes. No caso de pequenas oficinas, a rampa feita em alvenaria uma alternativa melhor, de custo razoavelmente baixo.

    Finalmente, o local para troca em es-tabelecimentos que a fazem com fre-qncia, principalmente com acesso de clientes, deve estar bem sinalizado, com afixao dos avisos de segurana obrigatrios e outros fornecidos pelos

    prprios fabricantes de leo lubrifi-cante.

    Baseado em todos esses elementos, os exemplos a seguir mostram alguns locais destinados troca de leo lubri-ficantes corretamente organizados:

  • 38

    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    Lembre-se! Um local de trabalho limpo e bem organizado no apenas garantia de segurana; tambm o seu carto de visita para seus clientes.

  • 39

    Local de armazenamento do leo lubrificante usado ou contami-nado e outros resduos gerados na troca

    O diferencial fica por conta da organi-zao, separao e acondicionamento dos diversos resduos.

    a) rea de armazenagem de leos lu-brificantes usados ou contaminados:

    Os leos lubrificantes devem ficar ar-mazenados em recipientes em boas condies, livre de vazamentos e co-locados dentro de uma bacia de con-teno.

    Dentre os recipientes possveis, des-tacam-se as bombonas e containers plsticos, pela sua praticidade, resis-tncia e durabilidade.

    Tambm so muito utilizados tam-bores (lates), que merecem cuidado especial em relao possvel ataque por ferrugem, amassados e rasges.

    Antes de retirar o leo lubrificante usado ou contaminado do equipa-mento essencial que o local no qual este resduo e os demais gerados na operao de troca sero armazenados esteja adequadamente preparado, evitando problemas e solues impro-visadas.

    As preocupaes bsicas so as mes-mas que se deve ter para o local da troca, ou seja, os resduos devem ser acondicionados de forma segura para que no contaminem o meio ambiente e no sejam contaminados por outras substncias.

    Assim como o local da troca, o am-biente deve ter piso impermeabili-zado, preparado para conter derrama-mentos, deve ser coberto e protegido contra chuva e ventos, deve ser ven-tilado, livre da circulao de veculos, pessoas e animais, etc.

    Bombonas e tambores de armazenagem de leo lubrificante usado ou contaminado

  • Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    40

    A melhor opo para armazenamento, entretanto, o uso de um pequeno tanque, especialmente projetado, que pode ser areo ou subterrneo (como os de combustveis).

    Qualquer que seja a escolha, a bacia de conteno essencial, pois evitar que o leo lubrificante usado ou con-taminado se espalhe em caso de rom-pimento ou acidente na colocao ou retirada do resduo das bombonas, la-tes ou tanques.

    A bacia de conteno um elemento bastante simples e barato, consistido basicamente de um muro impermeabili-zado sobre um piso tambm imperme-vel, com altura suficiente para delimitar um volume adequado, mas no atrapa-

    Ateno! A bacia de conteno no depsito e deve ficar livre de quaisquer objetos para no comprometer sua capacidade!

    lhando a carga e descarga, e dimenses tais que caso haja um vazamento de to-dos os recipientes colocados em seu in-terior, no v ocorrer transbordamento. (consulte um tcnico ou engenheiro para dimensionar o seu).

    b) rea de armazenagem de embala-gens e filtros de leos lubrificantes:

    Aps o mximo escorrimento do leo lubrificante remanescente no interior das embalagens, estas de-

    Container em bacia de conteno Tanque horizontal em bacia de conteno

    vem ser separadas e colocadas em um recipiente que impea que as pequenas quantidades do produto novo ou usado que ainda restaram extravasem (uma bombona ou la-to, por exemplo).

  • 41

    Em muitos municpios, as embala-gens e os filtros de leo so recolhi-dos por empresas dedicadas sua reciclagem, sendo esta a melhor opo. (informe-se com o rgo ambiental local, seu fornecedor de leo lubrificante ou mesmo com o coletor autorizado).

    Caso no haja esse recolhimento, as embalagens e os filtros de leo usa-dos - resduos perigosos devem ser enviadas a aterro de resduos perigo-sos (classe I).

    c) rea de armazenagem de outros resduos contaminados gerados na troca de leos lubrificantes ou na limpeza do local e equipamentos de troca:

    As estopas, papis, papeles, tecidos, serragem, areia, etc. contaminados com o leo devem ser separados se-gundo seus tipos e acondicionados em embalagens resistentes, no su-jeitas a vazamentos e rotuladas, para encaminhamento a aterro de resduos perigosos.

    As guas oleosas decorrentes do la-vamento de ferramentas ou do local

    Embalagens acondicionadas em recipiente impermevel

    de troca e o de armazenamento ou as provenientes da caixa separadora gua/leo devem ser tratadas para recuperar o mximo de gua possvel (que poder ser utilizado em outras operaes de lavagem), separar o leo lubrificante usado ou contami-nado que puder ser recuperado (acon-dicionar em separado dos demais) e retirar os resduos slidos (areias, por exemplo), que devero ser enviados ao aterro de resduos perigosos.

    Caso esta separao no possa ser feita no prprio local, essas guas ole-osas devem ser acondicionadas em recipiente estanque adequado.

    Ateno! O leo que se acumular no fundo da bombona, lato ou recipiente no qual forem colocadas as embalagens tambm deve ser entregue ao coletor autorizado.

    Ateno! importante manter os diversos tipos de resduo separados para que um no contamine o outro.

  • 42

    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    Instalaes extras

    Estabelecimentos que efetuam troca de leo lubrificante com freqncia devem possuir alm das instalaes de troca um chuveiro para uso em ca-sos de acidentes e instalaes espec-ficas para a lavagem dos uniformes e roupas contaminadas com leo lubri-ficante.

    Um simples chuveiro pode minimizar as conseqncias de muitos acidentes

    Ateno! No se deve lavar os macaces sujos de leo em casa pois isto ir contaminar as demais roupas da famlia e causar lanamento de leo no sistema de esgoto (o que proibido e cons-titui crime). Utilize os servios de uma lavanderia industrial.

    Equipamentos de Proteo Individual EPI

    Como j comentado anteriormente, os leos lubrificantes novos ou usados so capazes de provocar danos sade, es-pecialmente quando h exposio ou contato constante com os mesmos.

    Por este motivo, os trabalhadores que executam a troca dos lubrificantes de-vem usar equipamentos de proteo individual - EPI adequados, para que no haja contado do produto novo ou seu resduo com a pele e sejam minimi-zadas as possibilidades de danos pes-soais em caso de eventual acidente.

    Para uma troca segura, so necess-rios os seguintes EPI:

    luvasimpermeveis;

    vestimentadealgodoresistente(preferencialmente macaco); avental de proteo (quando otrabalhador normalmente utilizar vesturio leve, por exemplo no caso de frentistas)caladoresistente,impermevele com solado de borracha (prefe-rencialmente bota de borracha);culosde segurana;

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    casootrabalhosedemambientesfechados,mscara de gases;cremeprotetordapeleleo-resistente(frmulaespecialmentedesenvolvidapara manipulao de leo lubrificante).

    Luvas, culos, roupas resistentes e impermeveis e calado de borracha so EPIs imprescindveis

    Cuidados com a sua sade

    Ateno! O uso de EPI obrigatrio. O empregador que no fornecer EPI e no exigir que seu empregado o use est sujeito s penalidades trabalhistas; o empregado que se recusa a usar EPI ou o usa de modo inadequado est sujeito a punies e at demisso em casos extremos.

    Ostrabalhadores envolvidos na troca de leo lubrificante devem ser previa-mente treinados e informados sobre os riscos, cuidados e conduta em caso de acidentes;

    Os trabalhadores envolvidos de-vem necessariamente usar os EPI, incluindo um creme protetor da pele leo-resistente;

    Ostrabalhadoresenvolvidosdevem

    evitar o contato prolongado na pele e a inalao de gases;

    Ostrabalhadoresenvolvidosdevemrela-tar ao superior qualquer forma de distrbio na pele, dores de cabea ou vertigens;

    Em caso de cortes ou arranhes,mesmo que a rea afetada no entre em contato com o leo lubrificante, o trabalhador deve procurar imediata-mente os primeiros socorros;

  • Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

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    Asroupasdetrabalhonodevemfi-car embebidas em leo;

    Osclientesdevemsermantidosaumadistncia segura, tanto para no interfe-rirem na troca quanto para que no so-fram acidentes ou contaminao;

    Quadros informativos indicando os

    procedimentos de primeiros socorros e os procedimentos de remediao de acidentes devem estar expostos em local visvel;

    Asferramentasutilizadasdevemseradequadas ao trabalho a ser desenvol-vido, estar em boas condies de uso e estar guardadas de modo organizado.

    O procedimento de troca do leo lubrificante

    Feitos todos os preparativos e tomadas todas as cautelas apresentadas nos ca-ptulos anteriores, finalmente poss-vel efetuar a operao de troca do leo lubrificante, que na realidade a parte mais simples dentro de um programa de gesto adequada de leos lubrifi-cantes usados ou contaminados.Existem dois modos para realizar a troca do leo lubrificante:

    1. O procedimento tradicional consiste na retirada do bujo do crter, ou pea equivalente, para que o leo usado es-coe por ao da gravidade.

    Embora mais demorada, esta moda-lidade apresenta como vantagem o fato de que esse escoamento natural retira as partculas de sujeira existen-tes no fundo do crter.

    Mtodo tradicional de retirada do leo por ao da gravidade (escoamento pelo crter)

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    2. Um mtodo mais moderno consiste no uso de bombas de suco para a reti-rada do leo lubrificante usado a vcuo.

    Este mtodo, alm da maior rapi-dez, tem a vantagem de automatica-mente acondicionar o leo usado ou contaminado retirado do motor ou equipamento, resguardando o traba-lhador do contado direto com o res-duo. Alm disso, mais seguro, pois no necessrio erguer o automvel e so evitadas queimaduras com leo quente no momento da retirada do bujo do crter.

    Mquinas de suco de leo para troca a vcuo

    Sondas de suco aplicadas em uma troca a vcuo

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    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    Unidades mveis de troca de leo lubrificante

    Recentemente surgiu no Brasil uma nova modalidade no servio de troca de leos lubrificantes que a presta-o em domiclio, mediante a utiliza-o de veculos especialmente equi-pados.

    Embora muito interessante sob os as-pectos de praticidade para o consumi-dor/gerador e de campo de trabalho para empreendedores, a atividade inspira alguma preocupao e exige a observncia no mnimo dos seguintes detalhes:

    osveculosutilizadosparaatrocadeleo em domiclio devem ser licencia-dos ambientalmente perante o rgo ambiental local, j que se constituem em fontes mveis potenciais de polui-o;

    somenteadmissvelqueatrocadeleo em domiclio se d atravs da utili-zao de bombas de suco (troca a v-cuo), j que no ser possvel transportar toda uma estrutura fsica de segurana contra derramamentos de leo;

    aindaassim,desejvelqueoproce-

    dimento de troca em domiclio inclua a previso de proteo do solo com o uso de uma manta plstica resistente ou lona impermevel;

    osveculosdeverodispordeumac-pia de um plano de contingncia para caso de acidentes na troca de leo ou transporte do resduo at a base de ar-mazenamento temporrio, possuindo os equipamentos e materiais corres-pondentes;

    o empreendedor necessariamenteter que ter uma base de armazena-mento dos resduos gerados, organi-zada nos moldes descritos no captulo especfico desse guia, principalmente no que se refere ao leo lubrificante usado ou contaminado, para permitir a correta gesto e destinao desses resduos;

    o empreendedor, assumindo a po-sio de revendedor, dever observar todas as obrigaes deste papel, em especial a entrega do leo lubrificante usado ou contaminado a coletor auto-rizado pela ANP.

    Ateno Consumidor!

    No traga perigo para sua casa ou local de trabalho. Certifi-que-se que o servio de troca em domiclio que voc contra-tar atende as exigncias acima descritas e exija a exibio da cpia da licena ambiental.

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    Gerenciamento dos resduos gerados na troca de leo lubrificante

    Vrios so os resduos gerados na troca de leo lubrificante e o seu correto geren-ciamento previne acidentes e aborrecimentos.

    No quadro a seguir apresentado um resumo de como proceder com cada tipo de resduo:

    ResduoForma de armazenagem temporria

    Destinao adequada

    leos lubrificantes usados ou contami-nados

    Acondicionado em bom-bonas, lates, tambores ou tanques sobre bacia de con-teno e local adequado

    Entrega para Coletor Autorizado

    Embalagens usadas de leo lubrificante

    1. escoamento do leo lubri-ficante restante;

    2. acondicionado em sepa-rado em bombonas ou lates especficos sobre bacia de conteno e local adequado

    Reciclagem (se possvel);

    Aterro licenciado de resduos perigosos (se no houver alternativa de tratamento)

    Filtros de leo usados

    1. escoamento do leo lubri-ficante restante;

    2. acondicionado em sepa-rado em bombonas ou lates especficos sobre bacia de conteno e local adequado.

    Reciclagem (se possvel);

    Aterro licenciado de resduos perigosos (se no houver alternativa de tratamento)

    Estopas e tecidos com leo lubrificante

    Acondicionamento em embalagem identificada e armazenagem temporria em local adequado.

    Aterro licenciado de res-duos perigosos

    Serragem ou areia com leo lubrificante

    Acondicionamento em embalagem identificada e armazenagem temporria em local adequado.

    Aterro licenciado de res-duos perigosos

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    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    Fludo de limpeza de ferramentas sujas com leo lubrificante

    Acondicionamento em separado em embalagem identificada e armazenagem temporria em local ade-quado.

    Aterro licenciado de res-duos perigosos ou empresa licenciada de tratamento de efluentes lquidos

    guas contaminadas com leos lubrificantes

    Separao do leo da gua atravs de centrifugao ou caixa de separao gua/leo

    1. gua: reuso nos siste-mas de limpeza;

    2. leo lubrificante: cole-tor autorizado;

    3. outros resduos oleo-sos: aterro licenciado de resduos perigosos

    Outros resduos oleo-sos / misturas de leo com combustveis, solventes ou outras substncias

    Acondicionamento em separado em embalagem identificada e armazenagem temporria em local ade-quado.

    Aterro licenciado de res-duos perigosos

    Resduos no contami-nados (papel, papelo, plstico)

    Acondicionamento em em-balagem especfica, evitando contaminao.

    Reciclagem (se possvel);

    Aterro sanitrio (se no houver alterna-tiva de tratamento)

    Quadro 5 - Resumo de gerenciamento de resduos contaminados gerados na troca de leos lubrificantes.

    Dica: Deixe uma cpia deste quadro afixada em local visvel.

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    Como proceder se eu trocar o leo lubrificante em casa?

    Por mais habilidoso que voc seja, na sua residncia as condies de traba-lho no sero adequadas para a troca do lubrificante do seu veculo com se-gurana e mesmo que voc tenha al-guns equipamentos, estes dificilmente sero os mais indicados para essa ope-rao. (verifique nos captulos anterio-res e compare com o seu caso)

    Lembre-se que seus filhos, outros fa-miliares, amigos, animais de estima-o e at terceiros podero inadver-tidamente sofrer e causar acidentes graves durante uma troca de leo des-cuidada.

    Por outro lado, o leo lubrificante usado ou contaminado que caia por acaso na calada ou no piso de sua garagem, es-tar l por vrios anos espera de um p descalo, uma mo de criana ou um brinquedo, alm de poder ser respirado junto com o p.

    Se ainda assim voc insistir em realizar a troca de leo em sua residncia, por favor, tome todos os cuidados poss-veis, isolando o local da presena de crianas, idosos e animais; evite que o leo retirado do motor extravase; armazene o resduo em um recipiente que possa ser firmemente fechado e o entregue na primeira oportunidade em um local que possua um servio re-gular de coleta de leos lubrificantes usados ou contaminados.

    Jamais jogue o leo lubrificante usado ou contaminado no esgoto, no solo ou em cursos dgua, nem tampouco o use para qualquer outro fim.

    Lembre-se: caso voc no d a desti-nao adequada ao lubrificante que retirar do seu veculo, voc est su-jeito a pesadas multas e at priso, dependendo dos efeitos nocivos que voc causar.

    Voc sabia? Quem compra leo lubrificante j pagou pela sua co-leta e destinao porque os custos destas medidas j esto inclu-dos no preo do produto.

    Ateno! extremamente desaconselhvel trocar o leo lubri-ficante em sua prpria casa.

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    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTES?

    Medidas para primeiros-socorros

    Forma de Intoxicao

    Efeitos/Sintomas Procedimentos de Socorro

    Inalao

    depresso do sis-tema nervoso;dor de cabea;confuso mental;nuseas, vertigem, tontura;dificuldade para respirar;edema pulmonar;pneumonia qumica.

    remover a vtima para local arejado;manter a vtima aquecida;procurar assistncia mdica imediatamente, levando o r-tulo do produto, sempre que possvel.

    Ingesto

    depresso do sis-tema nervoso;dor de cabea;confuso mental;nuseas, vertigem, tontura;inconscincia.

    no provocar vmito;lavar a boca da vtima;fazer a vtima ingerir gua em abundncia;manter a vtima aquecida;procurar assistncia mdica imediatamente, levando o r-tulo do produto, sempre que possvel.

    Contato com os olhos

    irritao nos olhos;

    lavar os olhos com gua em abundncia, por pelo menos 20 minutos, mantendo as pl-pebras separadas.procurar assistncia mdica imediatamente, levando o r-tulo do produto, sempre que possvel.

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    Contato com a pele

    irritao no local atingido.

    retirar as roupas e calados atingidos;lavar a pele atingida com gua em abundncia por pelo me-nos 20 minutos, preferencial-mente sob chuveiro;em caso de irritao do local, procurar assistncia mdica imediatamente, levando o r-tulo do produto, sempre que possvel;caso a rea atingida estiver previamente ferida (queima-dura corte, etc.), procurar a assistncia mdica.

    Quadro 6 - Medidas para primeiros socorros.

    Dica: Deixe uma cpia deste quadro afixada em local visvel.

    Medidas de proteo ambiental

    No caso de eventual derramamento ou vazamento:

    Isolarareaeretiraraspessoasdo local;

    Eliminarouafastarfontesdeig-nio (chamas, calor, fascas, cen-telhas, fagulhas, etc.);

    Estancarovazamento;

    Protegercursosecorposdguae as redes de esgoto e drenagem

    (nunca direcionar o material derra-mado para esses locais);

    Restringirareaatingidacomouso de barreiras (lingias, ab-sorventes, estopas, tecidos, areia, serragem, etc.);

    Casoosolo,cursosecorposdguaou a rede de esgotos ou drenagem sejam atingidos, avisar imediata-mente o rgo ambiental local.

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    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    Medidas de combate a incndio

    Em caso de incndio:

    Dica: Deixe uma cpia deste quadro afixada em local visvel.

    Isoleareaeretireaspessoasdolocal;Chameosbombeiros;Casohajavtimas,providencieosprimeiros socorros e chame a as-sistncia mdica;Nocasodeprincpiosdeincndioou pequenos focos, uma pessoa

    com capacitao adequada poder efetuar o controle com extintores (CO2 / p-qumico);Nocasodeincndiosdemaiorespropores, a extino deve ser deixada brigadas de combate a incndio treinadas ou ao corpo de bombeiros.

    Em caso de Incndio

    Meio de Extino Adequado

    Espuma para hidrocarbonetos; neblina dgua; p-qu-mico; dixido de carbono (CO2)

    Meio de Extino Inadequado

    No utilizar jatos dgua devido ao risco de espalhamento do produto.

    Mtodo de Ex-tino Recomen-dado

    Resfriar com neblina dgua o ambiente e os recipientes expostos ao fogo (no utilize jatos dgua);

    possvel utilizar areia para controlar pequenos focos de incndio e conter o espalhamento do produto;

    Remover os recipientes do produto da rea de incndio se isso puder ser feito com segurana;

    No entrar em espaos confinados sem equipamento de proteo especial, incluindo conjunto de ar autnomo.

    Quadro 7 - Quadro resumo para combate a incndio de leos lubrificantes

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    Medidas de Limpeza

    Procurarrecuperaromximodematerialescorrido,bombeando-oparareci-piente adequado, devidamente identificado;

    Usarmaterialabsorventeeevitarousodeguaousolventesparaalimpeza.

    Recolhertodososmateriaisqueentrarememcontatocomolubrificante,ar-mazenar em recipientes adequados e identificados, e encaminhar para aterro de resduos perigosos.

    Ateno! Caso o vazamento ou derramamento de leo tenha atin-gido o solo, cursos dgua ou redes de esgoto ou drenagem ser necessrio chamar uma equipe especializada para remediao de acidentes ambientais.

    Por isso importante que o local de trocas de leo tenha piso imper-meabilizado e obedea as demais orientaes de segurana.

    Usar absorvedores para retirar o leo do piso

    Absorvedores de leo gra-nulados tambm podem ser uma boa opo

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    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    RESPONSABILIDADE DE TODOSNo esquea:

    Voc gerador de leo lubrifi-cante. Seu veculo desregulado umafonte ambulante de poluio.ExijaoscertificadosdecoletaVerifiqueseopostoouoficinanoqual voc troca o leo possui certi-ficados de coleta emitidos por co-letores autorizados.

    Verifique se o leo lubrificanteque voc vai adquirir possui regis-tro na ANP; Divulgue os riscos do descuidocom os leos lubrificantes e a forma correta de lidar com o as-sunto e crie uma conscincia de cidadania.

    Voc tambm cidado Denuncie!

    O Brasil poder um dia ser lder mundial na recuperao de leos lubrificantes usados ou contaminados. Ajude seu pas a obter mais um rcorde positivo e contribua para um ambiente mais saudvel e uma vida melhor para todos.

    No colabore com a impunidade: ao tomar conhecimento de que algum est agindo em desacordo com a le-gislao, dando uso indevido ao leo lubrificante usado ou contaminado ou lanando este resduo em cursos e

    corpos dgua, no solo, na rede pluvial ou na rede de esgotos denuncie!

    A denncia pode ser annima e voc estar prestando um servio a sua co-munidade.

    Ligue gratuitamente para a ANP: 0800 970 0267 http://www.anp.gov.brLigue gratuitamente para o IBAMA: 0800 61 8080 [email protected] para rgo ambiental local

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    PARA SABER MAIS

    Stios eletrnicos teis

    Agncia Nacional do Petrleo - ANP - http://www.anp.gov.br

    Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA - http://www.ibama.gov.br

    Ministrio do Meio Ambiente - MMA - http://www.mma.gov.br

    Sindicato Interestadual do Comrcio de Lubrificantes - SINDILUB http://www.sindilub.org.br

    Sindicato Nacional da Indstria do Rerrefino de leos Minerais SINDIRREFINO http://www.sindirrefino.org.br

    Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustveis e de Lubrificantes SINDICOM http://www.sindicom.com.br

    Sindicato Interestadual das Indstrias Misturadoras e Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petrleo - SIMEPETRO http://www.simepetro.com.br/

    Federao Nacional do Comrcio de Combustveis e Lubrificantes FECOMBUSTIVEIS http://www.fecombustiveis.org.br

    Portal gesto de passivos ambientais LATEC-UFRJ - http://www.latec-ufrj.pro.br/gestaoambiental/index.php

    Legislao aplicvel

    A legislao aplicvel aos casos de infraes envolvendo a gesto e des-tinao adequada de leos lubrifican-tes bastante vasta e depende princi-palmente dos desdobramentos que a inobservncia da lei venha a causar.Como j dito, o infrator est sujeito s penalidades administrativas, penais e civis nas esferas ambiental, do consu-midor, regulatria da indstria do petr-

    leo, trabalhista, criminal (crimes contra a economia popular, contra a pessoa, etc.), civil (reparao de danos), etc.Alm disso, seu Estado ou Municpio podem ter leis especficas sobre o as-sunto.A ttulo ilustrativo, citamos a seguir a legislao federal mais diretamente aplicvel gesto de leos lubrifican-tes usados ou contaminados:

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    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    RESOLUO CONAMA N 362, de 23 de junho de 2005: Dispe sobre o Rerrefino de leo Lubrificante. http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res36205.xml

    LEI FEDERAL N 9.605, de 12 de fevereiro de 1998: Dispe sobre as sanes penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e da outras providncias. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm

    DECRETO FEDERAL N 6.514, de 22 de julho de 2008: Dispe sobre as infraes e sanes administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apurao destas infraes, e d outras providncias. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6514.htm

    PORTARIA ANP N 127, de 30 de julho de 1999: Estabelece a regulamentao para a atividade de coleta de leo lubrificante usado ou contaminado a ser exercida por pessoa jurdica sediada no Pas, organizada de acordo com as leis brasileiras. http://www.anp.gov.br/doc/legislacao/P12799.pdf

    Convnio ICMS n 38, de 14 de julho de 2000: Dispe sobre o documento a ser utilizado na coleta e transporte de leo lubrificante usado ou contaminado e disciplina o procedimento de sua coleta, transporte e recebimento. http://www.fazenda.gov.br/confaz/confaz/Convenios/ICMS/2000/cv038_00.htm

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    GLOSSRIO

    ANP Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis. rgo regulador das atividades que integram a indstria do petrleo e gs natural e a dos biocombustveis no Brasil. Vinculada ao MME (Ministrio de Minas e Energia), sua misso, em linhas gerais, garantir que os diversos produtos derivados de petrleo e seus similares sejam elaborados e comercializados seguindo padres de qualidade que garantam o respeito ao consumidor e a segurana da populao e do meio-ambiente.

    Bacia de conteno

    Regio limitada por diques (ou muros), destinada a conter os produtos provenientes de eventuais vazamentos de tanques e suas tubulaes.

    Caixa de separao gua/leo

    Dispositivo composto normalmente por trs compartimentos. Num deles entra a gua misturada com os resduos, inclusive terra, e nos demais ocorre a filtragem. Por meio do processo de decantao acontece a separao do leo ou graxa. Pode ser construda sob medida ou adquirida pronta dos vrios fabricantes existentes. Consulte seu suporte tcnico.

    Certificado de Coleta de leo

    (CCO)

    Documento institudo pela Portaria ANP n 127/1999, destinado a documentar a entrega de volumes de leo lubrificante usado ou contaminado de um gerador/revendedor a um coletor. instrumento essencial para a fiscalizao da correta destinao do resduo pelo mtodo de cruzamento de dados. Por fora do Convnio ICMS n 38/2000 substitui Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A, sendo documento hbil para transporte de leo lubrificante usado ou contaminado em qualquer distncia.

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    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    Coletor Autorizado

    Pessoa jurdica (empresa registrada) devidamente autorizada pela ANP e licenciada pelo rgo ambiental do seu Estado ou Municpio para realizar atividade de coleta de leo lubrificante usado ou contaminado, ou seja, a retirada do leo usado ou contaminado do seu local de recolhimento (posto, oficina, super-troca, etc.) e de transporte at a destinao a um rerrefinador. A lista de coletores autorizados pela ANP, incluindo os caminhes autorizados para realizar a atividade de coleta pode ser obtida na internet, no endereo eletrnico http://www.anp.gov.br/doc/petroleo/abastecimento/lubrificantes/coletores.PDF

    CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente. rgo colegiado de mbito federal, formado por representantes dos diversos seg-mentos da Sociedade, tais como governo federal, dos estados e dos municpios, comunidade cientfica, organizaes no go-vernamentais ambientalistas, trabalhadores e empresrios. A misso principal do CONAMA estabelecer regras e padres nacionais relativas ao controle e manuteno da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos ambien-tais, inclusive os hdricos, evitando ou reduzindo a poluio.

    IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis. rgo executor e fiscalizador ligado ao MMA que tem como uma de suas funes coordenar as aes ambientais relativas fiscalizao da destinao cor-reta do leo lubrificante usado ou contaminado.

    MMA Ministrio do Meio Ambiente. rgo federal vinculado diretamente Presidncia da Repblica cuja misso, em termos gerais, gerenciar os assuntos relativos ao meio-ambiente e aos recursos naturais do Brasil, orientando a poltica adotada pelo pas neste Setor.

    MME Ministrio de Minas e Energia. rgo federal vinculado diretamente Presidncia da Repblica cuja misso, em termos gerais, gerenciar os assuntos relativos aos recursos minerais e energticos do Brasil, orientando a poltica adotada pelo pas neste Setor.

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    leo lubrificante

    acabado

    leo lubrificante pronto para o consumo, composto por leo lubrificante bsico, podendo ou no conter aditivos.

    leo lubrificante

    bsico

    Componente essencial dos leos lubrificantes minerais, que deve seguir as especificaes tcnicas do rgo regulador da indstria do petrleo; possui alto valor estratgico, tendo em vista a sua essencialidade no desenvolvimento das atividades econmicas da sociedade contempornea e o fato de que somente uma pequena frao do petrleo pode ser utilizada para a sua fabricao.

    leo lubrificante

    bsico rerrefinado

    leo lubrificante bsico originado de processo de rerrefino que atenda s especificaes tcnicas estabelecidas pelo rgo regulador da indstria do petrleo (que so no mnimo to rigorosas quanto aquelas pertinentes ao leo bsico de primeiro refino).

    leo lubrificante

    usado ou contaminado

    Resduo perigoso (classe I) originado da degradao natural ou anormal do leo lubrificante acabado em decorrncia de seu uso ou de acidentes; possui dupla importncia ambiental-econmica, eis que potencial causador de grandes danos ambientais caso no manipulado e destinado de forma adequada mesmo em pequenas quantidades e a maior fonte disponvel de leo lubrificante bsico.

    Pontos de gerao

    Locais em que o leo lubrificante usado ou contaminado gerado ou retirado do equipamento em que foi utilizado, tais como postos de gasolina, super-trocas de leo, oficinas mecnicas e instalaes industriais.

    Rerrefinador Pessoa jurdica (empresa registrada) devidamente auto-rizada pela ANP e licenciada pelo rgo ambiental do seu Estado ou Municpio para realizar a atividade rerrefino de leo lubrificante usado ou contaminado, ou seja, a reti-rada dos contaminantes do leo usado ou contaminado para tornar o resduo novamente leo lubrificante bsico. A lista de rerrefinadores autorizados pela ANP pode ser obtida em http://www.anp.gov.br/doc/petroleo/abasteci-mento/lubrificantes/rerrefinadores.PDF.

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    Gerenciamento de leos lubrificantes usados ou contaminadosGuia bsico

    BIBLIOGRAFIA

    APROMAC - Associao de Proteo ao Meio Ambiente de Cianorte. Relatrio de Gesto no Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA: justificativa da opo pelo rerrefino. Cianorte: APROMAC, mar. 2005.

    CASTRO, Antnio Luiz Coimbra de. Glossrio de defesa civil estudos de riscos e medicina de desastres. 2 ed. rev. e ampl. Braslia: MPO, 1998.

    CEMPRE - Compromisso empresarial para reciclagem. leo lubrificante usado - Mercado para rerrefino. Disponvel em: http://www.cempre.org.br/fichas_tec-nicas.php?lnk=ft_oleo_usado.php

    FIESP - Federao das Indstrias do Estado de So Paulo. Reciclagem de embala-gens plsticas usadas contendo leo lubrificante. So Paulo : FIESP, 2007.

    GRUPO DE MONITORAMENTO PERMANENTE da resoluo CONAMA n 362/2005. Diretrizes para licenciamento ambiental de atividades ligadas aos leos lubrificantes usados ou contaminados. (no prelo), 2008.

    IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov-veis. Manual de procedimentos para fiscalizao das atividades relacionadas a leos lubrificantes usados ou contaminados: Resoluo Conama n 362/2005. Braslia: IBAMA, 2008.

    MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE. Programa piloto para minimizao dos im-pactos gerados por resduos perigosos: gesto de leo lubrificante automotivo usado - Estado de Pernambuco/Ministrio do Meio Ambiente. Braslia: MMA, 2007.

    PETROBRS DISTRIBUIDORA. Respostas aos mitos sobre lubrificao. Dispon-vel em: http://www.br.com.br/portalbr/calandra.nsf/0/9697E4D4C4903D5A03256AD900448AE0?OpenDocument

    SINDIRREFINO - Sindicato Nacional da Indstria do Rerrefino de leos Minerais. leo lubrificante usado ou contaminado - destinao legal: rerrefino. Palestra apresentada durante a 2 oficina Regional de Capacitao sobre a Resoluo CONAMA n 362/2005. Natal, 11 jul. 2008.

  • Realizao: Associao de Proteo ao Meio Ambiente de Cianorte - APROMAC

    Coordenao e textos: Hassan Sohn

    Reviso: Zuleica Nycz

    Ilustraes: quando no indicado, material de divulgao publicado na internet

    Ilustrao da Capa e diagramao: Finazzi Propaganda

    Impresso: Grfica do SENAI/SP

    Colaborao: Grupo de Monitoramento Permanente - GMP da Resoluo CONAMA n 362/2005.

    Ateno

    O leo lubrificante aps seu uso um resduo perigoso.

    Senhor consumidor: retorne o leo lubrificante usado ao revendedor ou a um coletor autorizado.

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