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     Ronaldo Morant  

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    ILUMINAÇÃO

    INTENSIDADE VS. DISTÂNCIA.

    É intuitivo que a intensidade da luz diminua com a distância do observador à fonte.Porém existe uma regra que determina o quanto diminui a intensidade da luz à medida que adistância da fonte ao observador aumenta. Essa regra, chamada regra do inverso doquadrado, diz que se dobrando a distância, a intensidade da luz fica reduzida não pela metade,e sim 4 vezes menos. Isso porque seus raios espalham-se por uma área 4 vezes maior, e,ficando menos concentrados, fazendo com que a iluminação nessa área torne-se menosintensa. A fórmula para se calcular a variação da intensidade em função da distânciaestabelece que a intensidade seja inversamente proporcional ao quadrado da distância da fonteao observador, como mostra a figura abaixo:

    Assim, se um refletor éafastado e colocado 3vezes mais longe de algona cena (pessoa ouobjeto), estes passarão aficar iluminados com umaluz nove vezes mais fraca,porque 3 elevado aoquadrado = 9. Em outraspalavras, porque a área a

    ser iluminada aumentou 9 vezes. Este fato explica porque às vezes pequenas mudanças no

    posicionamento de refletores acarretam variações sensíveis na intensidade luminosa queatinge a pessoa ou objeto em questão.

    A INTENSIDADE DA LUZ

    A iluminação da fotografia, tanto estática como para cinema, trabalha com uma únicareferência: o Sol. Embora as variantes sejam infinitas, e os climas criados com luz artificialem interiores tenham outras referências, direta ou indiretamente, o sol é a maior fonte de luz epor onde baseamos a estética de todas as outras fontes.

    Assim, delimitamos duas características principais da luz solar:

    1) Quando a luz do sol atinge um assunto diretamente. Dizemos que é uma luz "dura", ouseja, luz direta.

    2) Quando a luz do sol atinge um assunto indiretamente. Dizemos que é uma luz "suave",difusa. 

    A diferença entre ambas é perceptível quando estamos numa praia, por exemplo. Noprimeiro caso, as sombras formadas são nítidas e muito bem delineadas, formando inclusivegrandes contrastes entre luz e sombra. Quando, então, uma nuvem passa pelo sol, a luz sofreuma intensa difusão de tal maneira que as sombras perdem seus contornos nítidos (podendoinclusive desaparecer) e os contrastes são amenizados.

    Numa situação dessas, no primeiro caso a passagem entre a sombra e a luz de um rostoé brusca, pelo contraste excessivo da luz dura; no segundo caso, forma-se uma região de

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    penumbra, ou seja, a passagem da sombra para a luz é gradual e suave, e isso caracteriza a luzdifusa. 

    Portanto, a diferença entre luz dura e luz difusa está nas propriedades contrastantes decada uma. A luz dura não possui zona de penumbra entre a sombra e a luz, já a luz difusa a

    possui em vários graus, até o total desaparecimento das sombras e ausência de contrastes.É importante salientar que o grau de dispersão não depende apenas da qualidade daluz, mas também de seu tamanho físico. Quanto maior for a fonte de luz difusa e maior for adistância entre a fonte e o assunto, mais difusa será a luz, sendo o contrário verdadeiro.  

    Podemos então classificar as fontes de luz segundo:

    1 - DIRECIONAMENTO a) Iluminação direta quando a fonte é apontada para o assunto sem nenhuma intervenção quemodifique suas características originais.

    b)  Iluminação transmitida (filtros, difusores, telas, etc.) ou refletida (rebatimento da luz),

    quando alterada em seu percurso promovendo uma modificação de qualidade, geralmentedifusão. 

    2 – QUALIDADES DA LUZ (Grau de Dispersão) 

    Luz Dura:Uma iluminação“dura” é produzidapor um pontopequeno de luz. Nafigura da direitapodemos entender,na natureza num diaensolarado, o sol éum ponto pequenono céu, logo vaiproduzir sombras bem contrastadas e delineadas.No estúdio um ponto pequeno gerado por um refletor deixatambém uma sombra muito nítida e um contorno de sombras

    visíveis por contraste. Quanto mais pontual for a fonte de luz, mais dura será a luz, como noexemplo da figura da esquerda.

    Luz Difusa:Uma iluminação“difusa” é produzidapor um grandeponto de luz. Nafigura da direitavemos que em umdia nublado o céu setorna um grandeponto de luz e

    produz sombrasmuito suaves e de baixo contraste.No estúdio ela vai depender das características específicas da

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    fonte de luz do refletor. Há aquelas que mesmo diretas são difusas, e há aquelas que precisamde um filtro difusor para ficar difusas. Há também a difusão conseguida através da luz“rebatida”, ou seja, luz refletida de forma indireta ao assunto, cuja dispersão aumentaráconforme aumenta o tamanho relativo da superfície rebatedora sobre o assunto. 

    A DIREÇÃO DA LUZ

    Luz frontal

    Os resultados são muito confiáveis e é a iluminação mais fácil de usar. Contribui aomaior brilhantismo às cores. Envolve totalmente o lado do sujeito, ao mesmo tempo em queprojeta as sombras por trás, de maneira que não aparecem na tomada fotográfica.

    Luz lateral

    Ressalta o volume e a profundidade dos objetos e destaca a textura. Dá muita força àfotografia, mas as sombras podem ocultar certos detalhes. Ilumina-se encostado ao objetocontribuindo para maior dimensão.

    Contraluz

    Se souber aproveitar é excelente. Ilumina toda a parte posterior do sujeito. Projetasombras para a câmera que dão maior profundidade à cena. Delineia ao sujeito com um halode luz que o faz resplendor.

    Luz de cima e por baixo

    Esta fonte de iluminação faz que as partes inferiores de um objeto permaneçam emsombra, mas por outro lado ilumina os detalhes mais sobressalentes.

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    Luz por toda parte

    Luz suave e uniforme em todo o indivíduo. Não se produzem sombras e melhora

    muito o aspecto das pessoas. Produz cores sutis.

    Montagem da Luz

    Numa cena qualquer, iluminada artificialmente, os planos de composição de luz destacena devem ser cuidadosamente elaborados, a fim de que a fotografia do filme esteja emharmonia estética com o roteiro e sua proposta. Para tanto, o fotógrafo deve considerar adisposição destas luzes tal qual se faz na fotografia estática do retrato, ou seja, aprender adividir a hierarquia das luzes, para compor seu ambiente.

    Para compor uma luz qualquer, o fotógrafo deve saber qual é o assunto PRINCIPALda cena, quer seja um ou vários elementos enquadrados. De qualquer maneira, sabendo o que

    é principal, em função disso dará as diretrizes para cada fonte de luz.

    Iluminação de Três Pontos

    Técnica básica de iluminação onde 3 fontesde luz são empregadas para iluminar uma pessoa.Uma delas é a luz principal (key light ), e as outrasduas são iluminações secundárias destinadas amodelar a imagem, criando com isso a atmosferadesejada: a luz de preenchimento ( fill light ) e acontra-luz (backlight ). A forma mais usual demontar este conjunto de luzes é ajustar primeiro aluz principal, depois a contra-luz e por fim a depreenchimento. O objetivo final é que a iluminaçãopareça o mais natural possível, não sendo possívelpara quem assiste a cena perceber individualmentenenhuma das 3 luzes empregadas. O diferenteposicionamento dessas luzes é que reforça, entreoutras, a sensação de profundidade: a imagem deixade parecer uniformemente iluminada (luz 'chapada') para ganhar volume. A avaliação final, noentanto deve sempre ser feita a partir de um monitor ligado à câmera ou do visor ou LCD da

    mesma.Além das três luzes empregadas no sistema, muitas vezes um outro tipo torna-senecessário: é a luz de fundo de cenário, ou set light.

    Luz Principal ( key light, luz chave ou primária) 

    Em um sistema de iluminação de 3 pontos, é a luz mais importante das três, localizadaà frente da pessoa a ser gravada. É ela que define a iluminação básica da cena. Normalmente éuma luz direta e concentrada (denominada luz dura ou hard), causando, individualmente(quando só ela é acesa) sombras pronunciadas sobre o rosto da pessoa. No entanto, podetambém ser do tipo difusa, dispersa (denominada luz suave ou soft), que quase não causa

    sombras. A luz dura é obtida diretamente do refletor, enquanto que a luz suave é obtida com oemprego de dispositivos suavizadores como o difusor , colocado à frente do refletor, ou entãoo emprego de um soft box.

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    Em comparação com o Sol, pode-sedizer que sua luz em um dia ensolarado é umaluz dura, por criar sombras muitopronunciadas no rosto das pessoas. Uma fonte

    de luz pequena (ou então distante, como o Sol)sempre produz luz dura. Por outro lado, emum dia nublado, a fonte de iluminaçãocausada pelo Sol torna-se extensa: seus raiossão refletidos pelas nuvens que recobrem todaa área do céu, produzindo uma luz suave. Umafonte de luz grande sempre produz luz suave.

    O tipo de luz principal dura ou suave produzida pelo refletor é escolhido em função daatmosfera que se deseja dar ao personagem na cena. Enquanto a luz suavizada transmitesensações de calma e serenidade ao reduzir as linhas aparentes no rosto, a luz dura aumenta otom dramático, ao reforçar a forma, textura e o relevo das expressões do rosto da pessoa

    gravada. Serve também para reforçar sua idade, uma vez que as rugas e imperfeições sãodestacadas. Exceto em situações onde se deseja transmitir um ar misterioso e dramático, a luz

    principal suavizada é geralmente a melhor e amais agradável opção.

    Dentre as três luzes (principal /preenchimento/contraluz), a principal,independente de ser dura ou suave é sempre a luzmais potente. Olhando-se de cima, a luz principalnormalmente é posicionada a 45 graus, ou àesquerda ou à direita da câmera, em relação aoângulo formado pela linha imaginária que liga apessoa à câmera e os braços da mesma abertos eestendidos para os lados, como mostra a figuraseguinte:

    Este ângulo é o chamado ângulo neutro,onde a luz principal não desempenha nenhumpapel especial no controle da atmosfera

    transmitida pela imagem além do proporcionado pelos tipos hard / soft acima citados, sendo aposição mais segura para utilização em situações genéricas. Se for desejado um look maisdramático, este ângulo pode ser aumentado para até próximo de 90 graus, para a esquerda oupara a direita, conforme a localização do refletor. O rosto passará a ser cada vez mais

    iluminado de um dos lados do que do outro, dividindo a face em duas metades e destacandoseu contorno e textura. Geralmente este tipo de posicionamento é utilizado em personagenshomens: as sombras duras proporcionam uma aparência mais masculina do que as sombrassuaves.

    Se, por outro lado, for desejado um “look” mais suave, o ângulo de 45 graus pode serdiminuído para até próximo de 10 graus, para a esquerda ou a direita, conforme a localizaçãodo refletor. O mesmo estará então colocado bem ao lado da câmera, criando uma imagemchapada, quase sem sombras. Geralmente este tipo de posicionamento é utilizado empersonagens mulheres: o rosto plano criado pelas sombras suaves e o reflexo nos olhosproporcionam uma aparência mais feminina. Fotógrafos de modelos costumam utilizartambém este posicionamento da luz principal. A localização da luz principal à esquerda ou à

    direita depende do lado da pessoa que se deseja destacar.A altura em que a luz deve ser posicionada também é importante. Este posicionamentoelevado cria algumas sombras no rosto da pessoa, gerando com isso uma sensação de volume.

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    Se a pessoa estiver usando óculos poderá haver reflexos nas lentes, a solução é levantar ashastes dos óculos na altura das orelhas - com isso as lentes inclinam-se ligeiramente parafrente direcionando os reflexos para baixo, com a vantagem da modificação não ser aparenteno vídeo. Afastar e elevar ligeiramente a luz principal é outra alternativa para ajudar a

    solucionar o problemaEm setups de iluminação utilizados em vídeo ou cinema onde determinada cena sedesenrola, é comum a escolha da luz principal simulando alguma luz primária existentenormalmente no ambiente. Assim pode ser feito, por exemplo, com a luz de um abajurexistente sobre uma mesa, em uma cena noturna gravada no interior de uma sala. A luzprincipal é colocada próxima ao abajur, ao seu lado sem ser visualizada pela câmera,simulando a iluminação que o abajur faria sobre o rosto da pessoa (estando este mais elevadodo que o rosto da pessoa - arranjo fácil de se conseguir com um abajur de mesa). O abajur, porseu lado, com uma lâmpada fraca acesa em seu interior, aparece na cena (é visto pela câmera),mas não toma parte no esquema de iluminação. Se a cena se desenrola de dia, em umescritório, a luz principal pode ser a luz, simulada e/ou reforçada por um refletor, que provém

    de uma janela. Neste último caso, será necessário o uso de uma gelatina adequada sobre orefletor ou sobre a janela para uniformizar a temperatura de luz.

    No exemplo do abajur, a luz principal está sendo posicionada em um ângulo de 90graus (vista superior) situando-se bem ao lado da pessoa, estando a câmera à frente da mesma.Sua altura é um pouco maior do que a do rosto da pessoa. Se esta mesma luz for elevada bemacima da cabeça da pessoa e deslocada a seguir para frente, em direção à câmera, situando-sequase ao lado da mesma, passará a simular a luz de um lustre existente no teto da sala.

    A luz principal também pode ser manipulada para criar a ilusão temporal, simulando olook, por exemplo, do amanhecer ou entardecer. Neste caso, uma gelatina laranja (do tipoCTO) é colocada sobre o refletor e este é posicionado em um ângulo baixo em relação àpessoa. Este posicionamento baixo projetará sombras compridas sobre o cenário, simulando oque ocorre com o Sol nesses horários. Uma gelatina azulada (do tipo CTB ou 74 Night Blue)colocada sobre uma luz principal dura, projetada através de uma persiana, por exemplo, podesimular a luz da Lua.

    Luz de Preenchimento ( fill light ou luz secundária) 

    Em um sistema de iluminação de 3pontos, é a luz que se localiza ao lado dapessoa que está sendo gravada. Tem afinalidade básica de suavizar sombras

    causadas no rosto da pessoa (olhos, nariz epescoço) pela luz principal e de preencher osvazios que causam essas sombras, daí seunome, preenchimento. Para obter este efeito,a luz de preenchimento é normalmente maisextensa, suave e difusa do que a luzprincipal. Após o posicionamento da luzprincipal e da contraluz, a luz depreenchimento é a última a ser ajustada. Suaintensidade deve ser menor do que a intensidade da luz principal. Como as rugas e marcas deexpressão presentes no rosto humano conferem dramaticidade à ação quando são mostradas, a

    intensidade da luz de preenchimento deve ser inversamente proporcional ao desejo de setransmitir esta sensação. A luz de preenchimento deve ser posicionada no lado oposto ao daluz principal (se esta está à direita, posicioná-la à esquerda e vice-versa).

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    A luz de preenchimento é colocada em nível mais baixo do que o da luz principal, noentanto, é comum a luz de preenchimento ser mais abaixada ainda, ficando quase que nomesmo nível que o rosto da pessoa.

    Ao contrário da contraluz, a suavização da luz de preenchimento com difusores ou

    softboxs não causa problemas para a câmera. E ao contrário da luz principal, o fato de suaaltura ser mais baixa não acarreta ofuscamento para a pessoa, pois, além de ser geralmenteuma luz suave, é posicionada geralmente mais afastada de sua parte frontal - onde está acâmera e para onde normalmente a pessoa olha. Como a finalidade desta luz é, atuando emconjunto com a luz principal, controlar a atmosfera que se quer dar ao personagem e o humorda cena, destacando ou relevando a textura da pele do mesmo, o ajuste de sua intensidade é

     justamente utilizado para causar este efeito. Pouca luz de preenchimento faz com que ailuminação como um todo fique mais forte e contrastante (a chamada luz dura), conferindomais sombras e com isso um aspecto mais dramático ao rosto do personagem, utilizadoquando se quer transmitir a sensação de tristeza ou de algo grave a ser dito pela pessoa. Esteajuste é chamado low-key, geralmente utilizado em filmes, cenas e entrevistas dramáticas. O

    termo "key" aqui não tem a ver com a luz principal e sim com a iluminação global de toda acena. Cenas noturnas gravadas em interiores também utilizam o esquema low-key (e emalguns desses casos pode-se até prescindir da luz de preenchimento). A sensação desobriedade é ampliada pelo escurecimento do fundo (se colocado próximo da pessoa), já que omesmo não consegue ser suficientemente iluminado pela luz principal do tipo dura, maisconcentrada no rosto da pessoa.

    Já uma quantidade maior de luz depreenchimento faz com que a iluminação comoum todo fique mais suave e uniforme, conferindomenos sombras e com isso um aspecto maistranquilo ao rosto do personagem, utilizadoquando se quer transmitir a sensação de alegriaou de algo bom a ser dito pela pessoa. Esteajuste é chamado high-key, geralmente utilizadoem noticiários, talk-shows e a maioria dasentrevistas. Esta sensação é ampliada peloclareamento do fundo (se colocado próximo dapessoa), iluminado com mais intensidade devidoao uso da suavizada, cujo leque de propagação,por ser mais aberto, também o atinge.

    Cenas diurnas gravadas em interiores

    também utilizam o esquema high-key. Assim, ouso da luz de preenchimento é crítico para estabelecer a qualidade da luz na cena e o que amesma deve transmitir, sendo a que consome mais tempo e requer mais cuidado em seuajuste. É a luz de preenchimento que determina quanto dramática uma cena será.

    De maneira oposta, é possível obter o máximo de intensidade de luz sobre o rosto dapessoa e ao mesmo tempo eliminar quase que completamente todas as sombras, criando umaimagem praticamente em duas dimensões. Se este efeito for desejado, a luz principal deve sercolocada bem próxima da câmera e ambas, principal e preenchimento, devem ser do tipo soft-box ou atenuadas com difusores, para obter-se bastante suavidade na criação das sombras. Umdos usos deste tipo de arranjo de iluminação é quando se torna necessário encobrir (ou nãodestacar) defeitos e/ou imperfeições na pele das pessoas.

    No entanto, na maioria dos casos isto não é feito e o objetivo da luz de preenchimentoé mostrar detalhes na área de sombra causada pela luz principal, atenuando ao mesmo tempoestas sombras, sem por outro lado destruir o modelamento efetuado pela luz principal.

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    Ao invés do uso de difusores sobre a luz de preenchimento ou do uso de soft-boxes, é possíveltrocar a luz de preenchimento por um rebatedor: uma placa de cartão, isopor ou outro materialque faça o papel desta luz, redirecionando parte da luz principal e da contraluz para o rosto dapessoa. Neste caso, o rebatedor deve ser colocado o mais próximo possível da pessoa, sem no

    entanto entrar no ângulo de visão da câmera, como mostra o desenho ao lado:Opcionalmente o cartão pode ser levemente flexionado, formando uma curva, focandomelhor no rosto da pessoa a luz rebatida. O uso de um rebatedor no lugar de um refletor é útiltambém em gravações externas, para limitar a quantidade de equipamento transportada. Ouem situações de limitação de potência total de energia elétrica disponível. Podem serutilizados rebatedores com superfície metalizada na cor prata, brancos ou coloridos(geralmente dourados), conforme o efeito desejado.

    Contra-luz (luz de recorte,  backlight , rim light  ou  kicker)

    Em um sistema de iluminação de 3

    pontos, é a luz que se localiza atrás dapessoa que está sendo gravada. Tem afinalidade básica de moldar o rosto dapessoa destacando-o do cenário ao fundo eevidenciando a distância em que o mesmo seencontra em relação ao fundo. Após oposicionamento da luz principal, a contraluzé ajustada diametralmente oposta à mesma,como mostra a figura abaixo, ilustrando avista de cima das duas luzes, da câmera e dapessoa a ser gravada:

    A luz deve ser direcionada para a parte de trás dos cabelos e ombros da pessoa. Acontraluz não  deve ser suavizada com difusores ou softbox ; deve ser um tipo de refletorcapaz de ser focalizado somente sobre a pessoa. Isso porque luzes difusas propagam-se emum leque bem aberto, podendo atingir a objetiva da câmera acarretando com isso reflexosindesejados. Mesmo que difusores não estejam sendo utilizados, às vezes, conforme seu

    posicionamento, parte da luz emitida pela contra-luz pode atingir a objetiva da câmera. Se istoocorrer, flags ou barndoors podem serposicionados adequadamente sobre o refletor, atébloquear a luz que atinge a câmera. Ao contrário

    da luz principal, sua altura não é tão importante,desde que esteja acima da cabeça da pessoa, da luzprincipal e que não atinja a objetiva da câmera.Pode até mesmo ser presa no teto, atrás da pessoa.

    A intensidade da contraluz vai depender doassunto/tema ou das características particulares dapessoa que está sendo gravada. Assim porexemplo, cores claras de cabelo e pessoas calvasexigem contraluz menos intensa. Como não sãoindicados dispositivos difusores para este tipo deluz, a solução para atenuar ou aumentar sua

    intensidade é afastar ou aproximar o refletor do local onde a pessoa está. Por outro lado, aintensidade maior ou menor dessa luz interfere também, embora em menor escala do queocorre com a luz de preenchimento, na atmosfera geral da cena: uma contraluz mais intensa

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    torna o aspecto da pessoa mais dramático e glamoroso. A questão da calvície tem ainda umasolução alternativa: o uso de pó apropriado de maquiagem para reduzir o brilho e os reflexos,com a vantagem adicional de também absorver a transpiração. Outra alternativa para sediminuir a atenção sobre o brilho na cabeça calva, é colocar um segundo contraluz, pois os

    dois brilhos resultantes disfarçam a calvície e passam a não chamar tanta atenção.Em alguns casos a contraluz pode ser eliminada, principalmente se a luz principal e aluz de preenchimento são do tipo suavizadas, caso contrário o resultado final não seráharmônico.

    Set Light (luz de cenário, luz de ciclorama ou luz de fundo de cenário) 

    É o nome de um conjunto de luzes que iluminam o fundo do cenário. O termociclorama provém do fundo infinito (não hácantos retos e sim bem arredondados nas emendasentre o chão e o fundo e entre as paredes laterais e

    o fundo), denominado ciclorama, presente namaioria dos estúdios de TV e cinema.

    A iluminação dos atores pode ser feita demodo eficiente de diversas maneiras. Uma delas éatravés do sistema básico de 3 luzes, conhecidocomo sistema de iluminação de três pontos. Noentanto, exceto nos casos onde se deseja umaimagem dos atores isolados do fundo (com fundopreto), é necessário também iluminar este fundo,daí a necessidade da luz de cenário. Emborapossa ser complexa, com diversos refletoresiluminando cada canto e ou setor do mesmo, a luzde cenário também pode ser muito simples.

    Até mesmo aproveitar a iluminaçãoutilizada nos atores. Assim, se o fundo estiverpróximo dos mesmos, basta fazer com que a luzprincipal e/ou a de preenchimento iluminem

    também o fundo. Uma das formas de se fazer isto é o uso de um rebatedor de grandesdimensões, colocado de maneira a rebater a luz principal e direcioná-la para o fundo, fazendocom que o mesmo não seja mostrado pela câmera. O rebatedor suavizará a luz e com issoevitará a formação de sombras marcadas sobre o fundo. Em alguns casos o rebatedor pode ser

    dispensado: isto ocorre se a luz principal é do tipo suavizada e o fundo está bem próximo dapessoa sendo gravada. Como a luz neste caso, é do tipo difusa, não causará sombrasmarcadas, no fundo, resultantesda presença da pessoa próximaao mesmo.

    Também a contraluzpode em alguns casos seraproveitada, fazendo-se com quesua luz atinja também o fundo.Geralmente a contraluz faz usode barndoors (para evitar

    reflexos nas lentes da câmera),assim, o efeito é conseguidoabrindo-se o barndoor inferior para trás.

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     Bandeiras

    Existem outras opções para iluminação simples do cenário. Um refletor pode ser instalado,fora da área de visualização da câmera, direcionado para o teto, se este for relativamentebaixo e de cor branca. Isto porque muitos estúdios possuem pé direito muito alto (justamentepara a fixação dos refletores acima dos atores). Uma opção neste caso é a instalação de

    rebatedores na posição horizontal, suspensos acima dos atores. E a cor branca é necessáriapara não alterar o equilíbrio da temperatura de cor no conjunto.Outra opção para iluminação do fundo é a instalação de soft boxes, cuja luz, suave e

    de leque bem aberto, ilumina de maneira uniforme quase todo o fundo - se necessário, mais deum (um de cada lado) é utilizado.

    O item mais importante na iluminação de cenário é que o mesmo não pareça, aoobservar a imagem no monitor, mais luminoso do que os atores em primeiro plano, quenormalmente devem sempre ser destacados.

    Montagem da Luz

    Numa cena qualquer, iluminada artificialmente, os planos de composição de luz destacena devem ser cuidadosamente elaborados, a fim de que a fotografia do filme esteja emharmonia estética com o roteiro e sua proposta. Para tanto, o fotógrafo deve considerar adisposição destas luzes tal qual se faz na fotografia estática do retrato, ou seja, aprender adividir a hierarquia das luzes, para compor seu ambiente.

    Para compor uma luz qualquer, o fotógrafo deve saber qual é o assunto PRINCIPALda cena, quer seja um ou vários elementos enquadrados. De qualquer maneira, sabendo o queé principal, em função disso dará as diretrizes para cada fonte de luz. Podemos classificar asfontes de luz em:

    ACESSÓRIOS PARA ILUMINAÇÃO

    Bandeira (Flag)

    Nome dado a uma placa metálica, cujo objetivo ébarrar parcialmente a luz proveniente de um refletor,impedindo-a de atingir em parte ou todo determinada pessoaou objeto. Em arranjos complexos de iluminação é comum ouso de flags para propiciar a iluminação seletiva depessoas/objetos: a luz, principalmente quando é do tipodifusa, espalha-se em um leque aberto, atingindo muitasvezes áreas indesejadas. Flags são geralmente fixados emsuportes do tipo haste vertical, presa a uma cabeça de efeito,adaptada a um tripé na base. Podem ser também usadas como rebatedores quando aplicadomaterial reflefivo, como isopor ou material com superfície brilhante.

    Rebatedor 

    Dispositivo utilizado para rebater a luzdo Sol ou de um refletor sobre determinadapessoa ou objeto. Um rebatedor é normalmente

    uma superfície plana, como uma placa decartão, espuma rígida ou isopor, com apropriedade de ser brilhante e com isso refletir

     Rebatedores dobráveis

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    Tripé para iluminação

     Butterflie ou Difusor.

    boa parte da luz que o atinge. Existem também rebatedores curvos,no formato de um guarda-chuva, muito utilizados no meiofotográfico. Sua superfície é normalmente prateada ou branca, nãointerferindo assim na temperatura da luz refletida. No entanto, para

    a obtenção de efeitos especiais, superfícies coloridas ou douradaspodem ser utilizadas. Rebatedores podem ser utilizados comoalternativa a refletores no esquema de iluminação de três pontos, naposição geralmente ocupada pela luz de preenchimento.

    Butterflies e Overheads

    Tipo de difusores, às vezes degrandes dimensões, usados paradiminuir a intensidade da luz solar oude refletores potentes. Eles possuem a

    propriedade dos difusores, filtrando boaparte da luz direta que atinge o tema.São muito usados em externas em

    praias, onde há também grandereflexão da luz solar pela areia ou emregiões de clima tropical, onde a luz dosol é intensa. Em locações onde seutiliza grandes refletores, é usado parasuavizar as luzes.

    Tripé ( stand ou light tripod )

    Suporte portátil de armar composto de três astes (pernas) deapoio no solo e uma aste central para a instalação de refletores.Pode ser encontrado em vários tamanhos, para suportar todos os

    tipos e pesos de refletores, e em diversos modelos.

    Bandô ( barndoor)

    Nome dado a cada uma das 4 placas metálicas frontais quefazem parte de alguns modelos de refletores. Estas placas sãomóveis e permitem, com isso, que se possa moldar o facho de luzemitido pelo refletor. É possível fechar quase que totalmente as

    placas superior e inferior, fazendo com que as mesmas quase seencontrem: apenas um facho horizontal luminoso será emitido. Ouentão abrir essas placas e mudar a posição das placas laterais.

    Sombrinha rebatedora.

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    Tela Difusora.

    Refletores com barndoors são úteis como contraluz em esquemas de iluminação de 3 pontos,para evitar que a sua luz atinja a objetiva da câmera. A figura acima ilustra os barndoors deum refletor:

    Difusor ( diffuser)

    Tela ou folha de material translúcida colocada sobre umafonte de luz para suavizá-la, eliminando sombras pronunciadascausadas pela iluminação não difusa. A gelatina é afixada comprendedores à frente do refletor ou então suspensa presa em umtripé, também à frente do refletor. A tela pode ser colocada emposições mais distantes da fonte de luz, o que torna seu efeitosuavizador mais intenso: quanto mais longe do refletor a mesma forcolocada, mais difusa a luz se tornará. No entanto, distânciasmaiores exigem telas de dimensões maiores.

    Três Tabelas

    Umas das ferramentas mais práticas para se ter no set ou no estúdio. Podem ser usadascomo suporte ou nivelamento para deitar ou levantar objetos. Quando utilizadas com wallplates (elemento estrutural na construção de cenários) servem para fixar em ângulos baixos oselementos de iluminação e também para muitas outras finalidades.

    Elas são fabricadas de modo preciso, equilibrado e dimensionalmentecorreto.

    Praticável

    Plataforma desmontável utilizada como mesa deapoio ou para outros fins (apoiar tripés c/câmera,refletores, etc.).

    Wall Plates ou Panel

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    Caixa de Distribuição ou alimentação.

    Tomadas tri polar PTV e PPV de 20 A.

    material tipo espuma encaixados em treliças de metal, muito comum em escritórios. Nestecaso, prende-se o grampo nessas treliças. Ou, ainda, em trilhos de cortinas. Seja como for,sempre é bom ter alguns grampos a mais - para prender o cabo do refletor. O grampo tem avantagem de poder ser instalado / remanejado com rapidez e é sempre um item que deve estar

    presente na bagagem de iluminação. Existem vários modelos de garras e ganchos para afixação dos iluminadores, sejam no grid de iluminação, em tripés ou apoios.

    Disjuntores, Prolongas, Caçapas, Fusíveis e Amperagem.

    É frequente a ocorrência de situações, no trabalho com a montagem de refletores, ondeao serem todos ou uma certa quantidade deles ligadosao mesmo tempo há a queima de um fusível ou odesarme de um disjuntor. No entanto, é possível prever-se esta situação antes de conectar os refletores àstomadas. As instalações elétricas são montadas

    normalmente em ramais que partem de um mesmoponto de entrada, o distribuidor geral, conhecido como

    DG. Em um edifício comercial ou residencial, a partirdo DG partem fios (os ramais) que se direcionam paracada uma das salas / recintos. Dentro de uma mesma sala / recinto, existem uma ou maistomadas, todas elas conectadas normalmente entre si e ligadas ao mesmo ramal que procededo DG. Em alguns casos, mais de uma sala / recinto podem estar conectados ao mesmo ramal.No DG, além de uma chave geral, existe uma chave individual para cada circuito, que permiteque o mesmo seja desligado de maneiraindependente dos demais. Ocorrendo uma

    sobrecarga elétrica em algum desses ramais,existem dispositivos preventivos que cortam aeletricidade para impedir a ocorrência deconsequências como incêndios e queima deaparelhos por exemplo. Entre estes dispositivos,estão o fusível e o disjuntor. O fusível, como opróprio nome sugere, nada mais é do que umtrecho de fio muito pouco resitente ao calor,colocado em um invólucro isolante deporcelana. A passagem de corrente elétrica gera calor, que é tanto maior quanto maior aintensidade da corrente. Na situação de sobrecarga, o calor gerado esquenta muito os fios

    comuns, porém não a ponto de derretê-los. O mesmo não ocorre com o fio existente dentro dofusível, propositadamente muito sensível a esse calor gerado: o mesmo derrete-serapidamente, e com isto, interrompe a energia no ramal inteiro.

    Os fios mais grossos são maisresistentes ao aquecimento do que fios maisfinos. Estes e outros fatores são levados emconta quando um circuito elétrico é projetado,determinando-se assim que em determinadoramal a intensidade máxima da corrente

    admissível, sem causar o risco de

    sobreaquecimento, incêndios e outrosproblemas, é x. O fio existente no interior dos fusíveis é projetado para derreter-se a partir dedeterminado valor de intensidade de corrente elétrica. Assim, para o ramal em questão,

    Prolonga

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    Caixa de Distribuição ou alimentação.

    determina-se que o fusível indicado deve ter valor máximo de corrente igual a x, daí a origemde expressões como "fusível de 15A", "fusível de 30A", etc.., onde "A" é a medida daintensidade da corrente (Amperes).

    Atualmente, em substituição aos antigos fusíveis

    (que tinham que ser repostos após uma queima) existemdispositivos chamados disjuntores, que fazem o mesmopapel dos fusíveis: uma chave que desligaautomaticamente na ocorrência de corrente acima dedeterminado valor (diz-se que o disjuntor "caiu"), masque pode ser religada a seguir. Assim, se um fusívelqueima ou um disjuntor cai ao serem ligados osrefletores em questão, não adianta trocar o fusível poroutro de igual valor ou então religar o disjuntor: haveránova queima / queda ao serem ligados novamente osrefletores. Por outro lado, a troca por um fusível de

    maior valor não é indicada, pois coloca em risco o ramalelétrico fazendo com que o mesmo passe a suportar uma corrente acima do valor máximo parao qual foi projetado.

    Neste caso devemos usar um cabo de extensão e ligar parte das luzes em um outroramal (outra sala / recinto); assim, cada ramal estarásuportando uma carga menor em relação à carga antessuportada. E existe uma forma simples e rápida de efetuaro cálculo da corrente máxima gerada pelos refletores todosao serem ligados. Uma fórmula simples da Física diz quea corrente (medida em Amperes) é a potência (medida emWatts) dividida pela voltagem (medida em Volts). Comoexemplo, um refletor de 300W ligado em uma tomada de110V vai consumir 2,7A porque 300 dividido por 110 dá

    2,7. Podemos arredondar esse número para mais - o que éaté uma garantia adicional e chegar ao número 3A. Assim, a fórmula pode ser simplificada naseguinte regra básica: para 110V, basta dividir a potência dos refletores por 100 para saber aamperagem. No exemplo, 300W dividido por 100 dá 3A. Se por outro lado, a voltagem dolocal é de 220V, dividir novamente a seguir por dois: 3A dividido por dois dá 1,5A. Este é ovalor da corrente consumida pelo refletor. Se forem mais de um, somar a potência (W) detodos eles antes de dividir por 100. A seguir, tendo-se este número, deve-se verificar no DG,para o ramal no qual as luzes serão ligadas, qual a intensidade máxima de corrente permitida,

    verificando-se o valor do fusível instalado na chave corrrespondente ou o valor do disjuntorcorrespondente.

    Voltímetro 

    É um acessório muito útil em externas. Existem diversosmodelos, desde os analógicos (com ponteiro móvel) até os digitaiscom visor LCD ou luz de LED. O voltímetro permite que se evitemimprevistos e acidentes em locais desconhecidos - mesmo que hajaindicação da voltagem no local - a mesma pode estar incorreta.Embora câmeras e outros acessórios possuam AC (fontes) BI-volt,os refletores trabalham com voltagem fixa. Ligados em umavoltagem menor do que a recomendada (110V ao invés de 220V) produzirão a metade dapotência, e ligados em uma voltagem maior, queimarão.

    Caçapa

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    AS TÉCNICAS NA ILUMINAÇÃO

    Footcandles, Lux e Lumen

    A sensibilidade das câmeras é determinada em  foot-candles  ou lux. Essas medidas são padrões estabelecidos daseguinte forma:

     foot-candles  é o nível de iluminação que existe numaárea com dimensão de 1 pé (0,305 metros) quadrado, banhadocom o branco de óxido de magnésio, e iluminado por umacandela – vela - (fonte de luz padrão em física) a distância de 1pé da superfície.

     Lux é uma variação do foot-candle só que é a medida de

    uma vela no centro de uma circunferência, também branca comraio de 1 metro. Nosso olhos podem enxergar com menos deum  foot-candle (10,70 lux) até as maiores condições exterioresde iluminação (10.000 a 15.000  foot-candles  - 107,600 a161,400 lux). 

     Lúmen é a unidade internacional (SI) de medida para indicar aquantidade de luz emitida por um corpo luminoso em umesferorradiano ou esterradiano. Simplificando, seria uma velaacesa, colocada no centro de uma esfera oca, iluminando asuperfície interna da mesma com a intensidade de 12,6 lúmens(aproximadamente 1 vela = 12 lúmens). Um esferorradianonunca excede o tamanho de 4π (pi).

     

    Convertendo Footcandle em Lux

    Alguns fotômetros (medidores de intensidade luminosa) podem apresentar em seusvisores uma escala em footcandle (antiga unidade de medida de intensidade de luz). Seprecisar ser usado para a medição da iluminação em um objeto/pessoa, com a finalidade deconfronto com a medição determinada pela câmera de vídeo (que normalmente é feita em

    lux), é necessário efetuar uma conversão de valores. Para esta conversão, pode serconsiderado que 1 footcandle vale aproximadamente 10,7 lux.

    Luz do luar. 1 lux

    Vela acesa a 30 cm de distância. 10 luxIsqueiro aceso a 30 cm de distância. 15 lux

    Vela acesa a 5 cm de distância. 100 lux

    Lâmpada incandescente de 100 W em um ambiente de 9 m2. 100 luxFlash comum a 1 metro de distância. 250 lux

    Dia claro, uma hora após o pôr do Sol. 1000 luxDia nublado, uma hora depois do nascer do Sol. 2000 lux

    Refletores de uma sala cirúrgica. 10.000 lux

    Dia nublado às 10 horas da manhã. 25.000 luxLuz do Sol em dia claro. 100.000 lux

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    As Gelatinas nos Barndoors

    Existem duas formas de fixar-se uma folha de gelatina na frente de um refletor: ourecortando-a no formato do vidro que recobre o mesmo e fixando-a nele ou curvando suas

    bordas de maneira a prendê-las com clips especiais (ou prendedores de madeira de roupa novaral - neste caso observar cuidados com o calor gerado...) nos barndoors, as placas de metalque servem para direcionar a luz do refletor. A fixação nos barndoors tem a vantagem deevitar que se recorte a folha, permitindo sua utilização em outras ocasiões. Porém esta práticaaltera o efeito final obtido. Quando fixada nos barndoors, devido à distância maior entre alâmpada e a gelatina o efeito será uma luz suavizada. Por outro lado, deve-se observar que afixação nos barndoors elimina completamente a função dos mesmos: a superfície da gelatinatorna-se agora a nova fonte de luz, agindo como se fosse um refletor desprovido de barndoors

    Dias Nublados

    São excelentes para close-ups, principalmente de pessoas: nesses dias a luz solar não édireta, está bem difusa por causa das nuvens. Os raios de luz provêm de várias direções, o quefaz com que as sombras deixem de ficar pronunciadas e as superfícies ganhem iluminaçãouniforme, causando uma aparência agradável de suavidade.

    Difusor de Tela

    Ao se gravar cenas de uma pessoa falando para a câmera diretamente sob a luz solar,pode-se observar, dependendo da intensidade do mesmo, e efeito causado pelas sombraspronunciadas e locais de alto contraste no rosto da pessoa. Ao invés de mudar o local degravação para a sombra, uma solução eficiente para a situação é abrandar a luz do Sol, atravésde um difusor de tela. Em uma moldura bem grande de madeira ou tubos de PVC (preferível,pela leveza e facilidade de construção), pode-se montar o difusor estendendo sobre a moldurae prendendo-a na mesma uma tela de tecido de trama média (voal). Telas na cor pretafuncionam melhor. A uma distância de cerca de 2 a 3m da pessoa, suspende-se o difusor demodo a causar uma 'sombra' sobre a pessoa, na verdade uma atenuação da forte e dura (luzque causa sombras bem contrastadas) luz solar.

    Disfarçando os problemas na Pele

    Para disfarçar, na imagem, excesso de rugas e/ou imperfeições na textura da pele, a

    dica é suavizar a iluminação. Como essas imperfeições constituem-se em irregularidades norelevo da superfície da pele, a luz que a mesma recebe pode ser parcialmente bloqueada emdiversos trechos, criando-se sombras minúsculas, que acentuam o contraste entre as partesmais lisas. Pode-se comparar o efeito a um terreno plano e liso, que não produz sombras aoser iluminado pelo Sol e um terreno cheio de altos e baixos no relevo. Esses altos e baixosproduzem sombras quando a luz os atinge em ângulo raso. Essas sombras, mais do que aspróprias irregularidades do relevo, fazem com que exista um contraste acentuado entre aspartes claras e as escuras. Em outras palavras, se não houvesse as sombras, a imagem seriamais uniforme e suave. Em escala muito pequena é o que acontece na superfície da pele.Assim, tudo o que se pode fazer, é tentar diminuir essas sombras. Para isso, algumasalternativas podem ser tentadas. Uma delas é evitar a iluminação lateral, dando preferência à

    iluminação frontal do rosto (equivale ao Sol de meio dia em contraste com o do início ou finaldo dia). Outra, usar luz suave, não luz "dura": existem gelatinas suavizadoras que podem serutilizadas sobre os refletores, ou então as caixas de luz chamadas softbox, sempre dispostas

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    frontalmente. Outra saída é o uso de um filtro suavizador na lente da câmera ou ainda umefeito suavizador na fase de pós-edição - aplicados com pouca intensidade.

    Excesso de luz e filtro ND

    Ao contrário do que se possa imaginar,nem sempre quanto mais luz melhor: nestasituação, as cores claras começam a ficarsaturadas e a imagem perde em definição.Para contornar este problema, comum emambientes muito claros (praia, neve porexemplo) um filtro do tipo ND (NeutralDensity) pode ser acrescido à objetiva dacâmera. Este tipo de filtro, existente emdiversas graduações, não altera as cores da imagem gravada, apenas reduz a intensidade da

    luminosidade que atinge as lentes da câmera, permitindo uma melhor exposição do assunto.

    Fundo Claro e Luz da Câmera gravando-se objetos/pessoas em Close

    Muitas vezes o fundo pode-se apresentar excessivamente claro, forçando a exposiçãoautomática da câmera a fechar o diafragma e escurecendo com isso a imagem doobjeto/pessoa. Alguns recursos podem então ser utilizados, como a exposição manual (se acâmera possuir este controle) e o uso do botão backlight (que aumenta em alguns pontos aabertura do diafragma). Outro recurso no entanto é o uso de iluminação artificial. Deresultado eficiente no mundo profissional (com a utilização de refletores adequadamenteposicionados), seu efeito pode ser em parte imitado com o uso do acessório de luz da câmera,utilizado normalmente em locais com pouca iluminação.

    Este recurso, também utilizado no mundo da fotografia (quando usa-se o flash emlocais externos durante o dia) permite equilibrar melhor o contraste entre o primeiro plano(escuro) e o fundo (claro). Evidentemente o recurso só funcionará se a câmera com luzembutida estiver próxima deste primeiro plano.

    Fundo e iluminação independente em um sistema de iluminação de 3 pontos

    Se houver um fundo atrás da pessoa que está sendo gravada, a dica é não deixar que asluzes que iluminam a pessoa (principal e preenchimento) pela frente e lateral atinjam também

    o fundo ou, se isso for impossível, o atinjam o menos que se puder. Esse controle pode serfeito com flags colocados em suportes posicionados próximo aos refletores ou entãofechando-se os barndoors dos refletores até determinado ponto, se os mesmos os possuírem.Desta forma é possível iluminar o fundo de forma completamente independente do primeiroplano (mudando cores, colocando cookies para efeitos, etc...). Aliás, o fundo deve sempreestar menos iluminado do que o primeiro plano, para destacar este.

    Gelatinas e Correção de Cores

    As luzes incandescentes utilizadas em interiores possuem temperatura de cor maisbaixa do que a da luz do dia (luz exterior). Em uma sala iluminada por luzes incandescentes e

    pela luz do dia que entra através de uma janela, é necessário igualar as temperaturas das luzesna cena. Gelatinas coloridas permitem fazer isso, de duas formas diferentes. Uma delas érecobrir as janelas com gelatinas alaranjadas (do tipo CTO - Color Temperature Orange). A

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    outra, instalar gelatinas azuladas (do tipoCTB - Color Temperature Blue) sobre asluzes incandescentes internas. Como oefeito final é o mesmo, a decisão pode-se

    basear no custo-benefício, ou seja, naquantidade de gelatina a ser utilizada emuma abordagem ou outra.

    Blackwrap

    Basicamente, o blackwrap  é uma folha de alumínio de altíssima qualidade revestidapor uma pintura preta resistente ao calor com o fim de absorver a luz. O seu principal uso écontrolar e modelar a luz quase como os barn-doors. Entretanto, O blackwrap é muito mais

    flexível e você pode prendê-lo nos barn-doors e moldá-lo em segundos na forma que desejarpara ajustar instantaneamente sua iluminação.

    Gelatinas em Janelas com Persianas

    A fixação de gelatinas para correção de cor em janelas com persianas é facilitada porum truque: não é necessário recobrir toda a superfície da mesma com as folhas, a partesuperior pode ser encoberta abaixando-se ligeiramente a persiana.

    Gelatinas para correção de cor x plásticos coloridos plásticos coloridos, emborapossam funcionar na correção de cor de lâmpadas e refletores, não são a opção mais segura.

    Gelatinas apropriadas para este fim possuem a vantagem de serem resistentes ao calor,evitando-se com isto o risco de queima e consequentes acidentes devido ao calor gerado pelaslâmpadas dos refletores.

    Material Difusor

    Alguns cuidados a serem tomados: o refletor esquenta, e quanto maior a temperaturamáxima atingida pelo mesmo (depende do tipo e da potência da lâmpada), mais resistente aocalor deverá ser a folha difusora e o material utilizado na sua fixação. A folha difusora poderáse improvisada com o papel de um filtro comum de café, uma folha de espuma bem fina, maso mais indicado, até por motivos de segurança, é o uso de material próprio para este fim.

    Lojas especializadas em suprimentos para iluminação em cinema e vídeo vendem folhas degelatina em dezenas de tonalidades e graduações de grau de difusão, com a vantagem deserem resistentes ao calor das lâmpadas.

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    Outra dica é deslocar lateralmente o refletor, em relação ao eixo da câmera, se houvera possibilidade de fixá-lo em um tripé ou então ser carregado por outra pessoa. O resultadoestético será melhor do que o da luz fixada em cima da objetiva.

    Iluminação da cena e qualidade da cópia

    Um dos fatores que influem na qualidade da cópia de uma fita para outra é a qualidadedo original. E esta, está diretamente ligada, entre outros fatores, à correta iluminação da cena.Nem mais, nem menos luz. Especificamente a falta de luz, faz com que a imagem fiquegranulada e com pouca definição. Imperfeições estas que são ampliadas e ficam maisevidentes no momento da cópia. Assim, sempre pode-se esperar uma cópia ruim se o originalpossui deficiência de iluminação.

    Ajuste de temperatura de cor

    É impossível efetuar o ajuste correto de temperatura de cor em situações extremas,onde é difícil ou mesmo impraticável corrigir distorções causadas nas cores devido a presençade luzes de temperaturas diferentes de cor no mesmo ambiente, se isso afeta de maneira muitonegativa o resultado final, pode-se lançar mão de uma simples e criativa solução radical:gravar tudo em preto e branco, ou então utilizando o efeito sépia. Este recurso já foi utilizadomais de uma vez por profissionais, a título de 'efeito especial'.

    Sujeira nos Contatos das Lâmpadas.

    É importante manter sempre limpos os contatos das lâmpadas e dos soquetes, bastandopara isso, o uso de um pano seco nesses locais. Deve-se estar atento à oxidações tanto na baseda lâmpada quanto no soquete. A sujeira impede a plena eficiência do contato, acarretandocerta resistência à passagem da energia elétrica. Em outras palavras, esta parte do conjuntolâmpada / soquete torna-se um resistor (como uma resistência de chuveiro por exemplo), ouseja, um dispositivo que aquece com a passagem de corrente. O aquecimento é prejudicial aomaterial do soquete e da lâmpada, encurtando sua vida útil.

    LÂMPADASTungstênio

    São as lâmpadas incandescentes comuns, criadas por Thomas Edison, onde o nome

    tungstênio deriva do metal empregado na confecção do seu filamento. Neste tipo de lâmpada,a luz é gerada pelo aquecimento do metal (Tungstênio) do filamento ao ser submetido àcorrente elétrica através de eletrodos conectados em suas extremidades. É o tipo menoseficiente sob o ponto de vista de conversão de energia elétrica em luz, e também o tipolâmpada mais simples empregada em refletores usados em vídeo produção. Sua temperaturade cor é de 2.680K a 3.000K e seu IRC considerado próximo de 100. No segmentoprofissional, existem refletores deste tipo com até 10.000W ou 20.000W de potência. Emoutros segmentos, podem ser encontrados refletores bem menores, com 200W de potência.

    Com o tempo de uso, o Tungstênio lentamente se evapora, o que leva ao rompimentodo filamento e ao escurecimento do bulbo, pela deposição do mesmo (condensação de seuvapor) nas suas paredes internas.

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    Vapor de Mercúrio

    São lâmpadas de descarga, do tipo alta pressão, pertencentes a um grupo denominadoHID - High Intensity Discharge . Nestas lâmpadas, uma pequena quantidade do metal

    Mercúrio (Hg), no estado líquido, é colocado em uma cápsula de vidro com gás Argônio emseu interior. O Argônio serve para ativar o arco voltaico que é formado entre eletrodoscolocados nas extremidades da cápsula. Durante o aquecimento inicial da lâmpada, oMercúrio gradativamente se vaporiza, enquanto uma luz fraca é produzida. A pressãoaumenta a seguir e a luz produzida pelo arco voltaico com o vapor de mercúrio a alta pressãoganha intensidade. Na realidade, o que o arco emite são raios UV, invisíveis ao olho humano.A ampola no entanto é montada no interior de um bulbo revestido internamente com umacamada de fósforo, que passa a emitir luz assim que recebe os raios UV.

    Utilizadas geralmente em iluminação pública, estádios, fábricas, etc., possuemespectro luminoso descontínuo, dificultando o trabalho de vídeo produção. Emitem luz natonalidade azul-esverdeado e possuem normalmente baixo IRC (de 15 a 55) embora existam

    modelos com IRC melhorado. Sua temperatura de cor gira em torno de 6.000K. Imagensgravadas sob este tipo de luz sofrem com a falta dos tons avermelhados. Cores como oamarelo, o verde e o azul ficam reforçadas, enquanto o vermelho e o laranja ganhamtonalidades próximas do marrom. Com o tempo de uso, pode ocorrer variação na tonalidadeda luz emitida.

    Vapor de Sódio

    São lâmpadas de descarga, pertencentes a um grupo denominado HID - High IntensityDischarge. Existe em duas variedades, alta pressão, também conhecidas como HPS (HighPressure Sodium) e baixa pressão, também conhecidas como LPS (Low Pressure Sodium).

    No primeiro tipo (HPS), uma pequena quantidade do metal Sódio (Na) misturada comMercúrio (Hg) é colocada em uma cápsula de vidro com gás Xenônio (ou Argônio) em seuinterior. Estes gases servem para ativar o arco voltaico que é formado entre eletrodoscolocados nas extremidades da cápsula. Durante o aquecimento inicial da lâmpada, oSódio/Mercúrio gradativamente se vaporizam, fazendo com que uma tênue luz seja emitidapela lâmpada. A pressão aumenta a seguir e a luz produzida intensidade. Na realidade o arcoemite raios UV, invisíveis ao olho humano, mas a ampola é montada no interior de um bulborevestido internamente com uma camada de fósforo, que passa a emitir luz assim que recebeos raios UV.

    No segundo tipo (LPS), uma pequena quantidade do metal Sódio (Na) é colocada em

    um tubo de vidro com gás Neon e Argônio. Estes gases servem para ativar o arco voltaico queé formado entre eletrodos colocados nas extremidades do tubo. Durante o aquecimento inicialda lâmpada, o Sódio se vaporiza passando a emitir luz visível. O tubo onde forma-se o arco eonde é colocado o Sódio é dobrado na forma de um longo "U" e montado dentro de outro tubomaior, que forma o corpo da lâmpada. Lâmpadas LPS constituem a fonte de luz mais eficienteentre todas as lâmpadas (consumo de energia - iluminação produzida), sendo por este motivomuito utilizado em iluminação pública (em ruas e frequentemente em túneis).

    A luz dessas lâmpadas, tanto LPS como HPS, possui tonalidade amarelada devido aocomponente Sódio. O trabalho de vídeo produção sob essas luzes é dificultado: seu espectroluminoso é descontínuo.

    O IRC das lâmpadas HPS varia muito conforme o tipo e modelo, de 20 a 70 (em

    lâmpadas com rendimento de cor melhorado). Sua temperatura de cor gira em torno de2.000K a 3.200K.

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    Já o IRC das lâmpadas LPS é extremamente baixo, próximo de zero: sua luz épraticamente monocromática, quase que exclusivamente na faixa amarela do espectro,tendendo a reforçar os tons desta cor e fazendo com que todas as demais cores adquiramtonalidades escuras nos tons cinza, marrom e preto. Sua temperatura de cor gira em torno de

    1.600K. Com o tempo de uso, pode ocorrer variação na tonalidade da luz emitida.

    Xenônio

    São lâmpadas do tipo xenônio são lâmpadas do tipo descarga, de alta pressão,pertencentes a um grupo denominado HID - High Intensity Discharge. Em um bulbo esféricodois eletrodos são montados separados somente por poucos milímetros, onde forma-se umarco voltaico de pequeno tamanho (short arc lamp), emitindo no entanto luz extremamenteintensa. O bulbo é preenchido com gás xenônio (às vezes juntamente com Mercúrio - Hg) eatinge altos valores de pressão em seu interior. O pequeno tamanho do arco permite que osistema óptico de refletores com este tipo de lâmpada sejam otimizados para direcionar e

    concentrar a luz com mais eficiência.Lâmpadas de xenônio são montadas geralmente em refletores com fundo em formato

    parabólico, que concentram seus raios em um facho extremamente potente e com poucadispersão. Dentre todos os tipos artificiais de fontes de luz é a que apresenta maior eficiênciaem termos de rendimento por watt consumido.

    Existem diversos modelos de lâmpadas de xenônio, emitindo luz tanto em potênciasaltas como 10.000W quanto em potências menores como 75 w. A luz produzida pelosrefletores mais potentes deste tipo pode ter intensidade suficiente para quebrar o vidro de uma

     janela comum se colocado muito próximo dela. Lâmpadas de xenônio são utilizadas emprojetores de cinema, no lugar dos antigos arcos voltaicos de carvão. Modelos menores, maisleves e menos potentes podem também ser utilizados em faróis de automóveis e emaplicações médicas, como endoscopia. Por outro lado, devido às altas temperaturas atingidas,os grandes modelos utilizados em cinema e vídeo exigem resfriamento - ventiladoresembutidos no refletor - fontes eventuais de ruídos indesejados durante a gravação.

    Ao contrário das lâmpadas do tipo HMI, não requerem aquecimento prévio. Produzemluz branca intensa, com IRC excelente (acima de 90), temperatura de cor em torno de 5.000K(semelhante à luz do dia (daylight)) e espectro luminoso contínuo. Por outro lado, assim comoas lâmpadas HMI, necessitam de um reator para funcionarem. Utilizam corrente elétrica dotipo contínua (DC, Direct Current) ao invés de alternada (AC, Alternate Current) como osHMIs, o que elimina o problema do flicker comum nos antigos modelos de HMIs.

    O Iodo e o Bromo, presentes na ampola de quartzo da lâmpada, são responsáveis pelo

    aumento da durabilidade mesma. Devido à posição de instalação das lâmpadas de xenôniodentro dos refletores, existe sempre um 'buraco' no centro de seu facho, que pode serminimizado através do foco da lâmpada (sua distância ao refletor) porém sempre estarápresente. Em projetores de cinema esta característica é corrigida através de elementos ópticos.

    O formato parabólico utilizado normalmente em refletores com este tipo de lâmpadadificulta a utilização de flags e barndoors muito próximos à lâmpada. Sua temperatura de cornão é afetada pelo tempo de uso. Podem ser dimerizadas (ter sua intensidade ajustada) e, aocontrário das lâmpadas do tipo HMI, não sofrem alteração na temperatura de cor com adimerização.

    Halógenas

    São lâmpadas incandescentes do tipo tungstênio (também conhecidas como tungstêniohalógenas, quartzo ou quartzo halógenas), onde o filamento é montado dentro de uma ampola

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     Algumas Lâmpadas de Photo Flood

    de vidro do tipo quartzo, preenchida com gás do tipo halógeno (Iodoou Bromo) em seu interior. O gás reage com o tungstênio queevapora do filamento, gerando moléculas de Iodo-Tungstênio /Bromo-Tungstênio. Essas moléculas possuem alta afinidade pelo

    filamento de Tungstênio, reagindo com o mesmo. OTungstênio da molécula separa-se e deposita-se novamente nofilamento, liberando o Iodo / Bromo para a atmosfera no interiorda ampola. Com isso o tempo de vida útil da lâmpada éprolongado e sua eficiência na geração de luz aumentada.Lâmpadas halógenas são 25 a 30% mais brilhantes do queincandescentes comuns. Este processo de reciclagem exigealtas temperaturas, motivo pelo qual suas ampolas são pequenas - ao contrário da ampola deuma lâmpada incandescente comum. É mais fácil manter essas temperaturas em espaçosreduzidos, como o dessas ampolas.

    Por outro lado, como não há deposição de tungstênio nas paredes internas da ampola

    (causada pela condensação do vapor de tungstênio, como ocorre nas lâmpadas incandescentescomuns), não ocorre o escurecimento do bulbo com o tempo de uso: sua potência luminosanão diminui. 

    Quartzo

    Lâmpadas de quartzo (aquelas que seassemelham ao tubo de um termômetro) operam aaltas temperaturas e levam mais tempo para esfriarapós desligadas do que os outros tipos delâmpadas. O mesmo ocorre com os suportes eestruturas nos quais as mesmas são encaixadas.Assim, após terem as mesmas sido desligadas,deve-se aguardar seu esfriamento antes dearmazenar os refletores que as empregam novamente - pode-se aproveitar o tempo paraguardar os outros acessórios. O tempo de vida deste tipo de lâmpada é aumentado quandoarmazenadas já frias.

    Photo Flood 

    Não é exatamente umrefletor; mas apenas umalâmpada de filamento comcaracterísticas especiais. Trata-se de uma lâmpadade bulbo muito parecida com lâmpadas caseirascomuns, e cuja vantagem é que justamentepossuem rosca universal que pode ser colocadaem qualquer soquete comum. A diferença dela para as demais lâmpadas caseiras é que:

    a) É muito mais potente, de 300 a 600 w. (é necessário, por isso, tomar cuidado ondese liga, pois alguns fios não resistem a essa potência e derretem, causando curto).

    b) Possui temperatura de cor controlada e é vendida nas versões Tungstênio eDaylight, e c) dura muito, mas muito menos que lâmpadas comuns (de 3 a 6 horas).

    O pequeno tamanho da ampola permite a geração de luz com um facho altamentefocado. São muito utilizadas em vídeo produção, notadamente as lâmpadas cuja ampola tem oformato de um tubo cilíndrico, montadas em refletores retangulares. São também conhecidas

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    "Hydrargyrum Medium-arc-length Iodide".

    Lâmpadas de descarga geralmente possuem espectro luminoso descontínuo e emprincípio o mesmo ocorre também nas HMI: o espectro da luz emitida pelo mercúrio édescontínuo. Porém existe aqui uma compensação: os metais raros fazem com que sejam

    emitidas radiações luminosas que preenchem os 'vazios' do espectro gerado pelo mercúrio,fazendo com que o espectro adquira continuidade e seu IRC seja alto, geralmente maior doque 90. Produzem intensa luz branca, cuja temperatura de cor assemelha-se bastante à da luzdo dia (em torno de 5.500 a 6.000K).

    As primeiras lâmpadas HMI não podiam ser dimerizadas, ou seja, ter sua luz reduzidacontrolada através de um dimmer . Atualmente isto é possível (até 30% de sua potêncialuminosa total), no entanto ocorre juntamente com a dimerização um ligeiro deslocamento natemperatura de cor da lâmpada, em direção à tonalidades azuis (esfriamento da cor). Essecomportamento é exatamente o oposto do que ocorre com uma lâmpada de tunsgstênio que,ao ser dimerizada, tem sua luz esquentada (aumento das tonalidades vermelhas).

    Ao contrário das lâmpadas de tungstênio, as do tipo HMI (assim como outras

    lâmpadas do tipo descarga) exigem um reator para funcionar. Enquanto os antigos reatoreseram pesados (por conter enrolamentos internos de fios de cobre, de maneira semelhante aostransformadores); os atuais, eletrônicos, são bem mais leves e portáteis, empregandocomponentes do tipo transistores, capacitores e outros. Eficientes no uso da energia, menores,mais leves e mais duráveis, apresentam menor aquecimento. Reatores antigos emitiam muitoruído, exigindo muitas vezes seu deslocamento para fora da área de gravação / filmagem,problema solucionado com os reatores eletrônicos. Outra vantagem do reator eletrônico é aeliminação da cintilação da luz emitida (flicker) pela lâmpada, que ocorria com os antigosreatores, efeito derivado do uso da corrente alternada (AC) na qual as lâmpadas HMIfuncionam.

    Para iniciar o funcionamento da lâmpada e gerar o arco voltaico dentro da câmara(ampola) de vidro, são necessárias altas voltagens (da ordem de 12.000 volts ou mais), o que éprovidenciado pelo reator. Somente assim a energia elétrica ganha potência para sair de umeletrodo, situado em uma extremidade da ampola e atingir o eletrodo situado na extremidadeoposta. Atingida esta situação, com a formação do arco e o aquecimento do bulbo, o gáspressurizado dentro da ampola precisa ser ionizado, exigindo a aplicação de uma voltagemainda maior (de 20.000 a 70.000 ou mais volts). Como efeito colateral, além do aquecimentoforma-se alta pressão no interior da ampola.

    Com o uso, o vidro do bulbo da lâmpada (fabricado em quartzo) sofre um processodenominado desvitrificação (exteriorização do vidro), o que faz com que a temperatura de corda lâmpada diminua de 0,5K a 1K por hora de funcionamento da mesma (esquentamento da

    cor, em direção a tonalidades avermelhadas). A variação desses valores (0,5K-1K) depende dapotência da lâmpada. Por este mesmo motivo, as lâmpadas HMI possuem um tempo previstoem termos de horas de utilização, que não deve serultrapassado: tempos de utilização maiores do que 25%de sua vida útil passam a acarretar risco de explosão. Orisco de explosão faz com que os refletores utilizadoscom este tipo de lâmpada sejam mais pesados erobustos.

    No segmento profissional existem grandesrefletores utilizando este tipo de lâmpada, compotências luminosas altas como 12.000 ou 18.000 W

    (12kw ou 18kw). No entanto a tecnologia HMI ébastante versátil, permitindo refletores menores, parauso em diversos segmentos, como 8.000 W, 6.000 W,  Lâmpada Dwe 650 Watts 120v Ge - Hmi

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    4.000 W, 2.500 W, 1.200 W ou 500 W.As lâmpadas HMI potentes, em ambientes muito frios (ou com ar condicionado muito

    forte ou então ventilacão forte direta sobre a lâmpada) podem acabar funcionando emtemperaturas abaixo da temperatura mínima recomendada, aumentando com isso a

    temperatura de cor da luz emitida (sua tonalidade fica mais azul) e diminuindo o seu IRC -Índice de Reprodução de Cor (menor fidelidade na reprodução das cores dos objetos epessoas).

    Alta Pressão

    São lâmpadas de descarga que trabalham com alta pressão, como as do tipo HMI ouXenônio, devem ser sempre operadas dentro de refletores apropriados, que possuem vidroespecífico de proteção. O risco existente (embora raro) de explosão da lâmpada, devido àsaltas pressões atingidas em seu interior, exige este tipo de proteção. O refletor deve serapropriado para este tipo de lâmpada, ou seja, com estrutura reforçada e vidro de proteção

    capazes de resistir a uma possível explosão da lâmpada. Em alguns tipos de lâmpada, apressão em seu interior é alta mesmo quando frias, requerendo cuidado na manipulação -evitando-se por exemplo riscos de queda.

    Mercúrio

    A gravação sob iluminação de luz de vapor de mercúrio, tradicionalmente encontradaem iluminação pública, traz problemas de rendimento de cor. Este tipo de lâmpada produz luzde tonalidade verde-azulada, fazendo com que a imagem sofra com a falta de tonsavermelhados. Uma forma de equilibrar o balanço das cores, diminuindo a predominância dotom azulado é utilizar um filtro UV sobre as lentes da câmera. Este tipo de lâmpada emiteuma parcela de sua luz nessa faixa (UV), invisível aos olhos humanos mas registrada peloCCD. A seguir, a correção deve ser completada na fase de pós-produção, ajustando-se obalanço de cor por exemplo através de um editor-não-linear (programas de edição possuemopções de menu para efetuarem este ajuste).

    CFL (Compact Fluorescent)

    São lâmpadas fluorescentes comuns,miniaturizadas, cujo bulbo, em forma de um fino tubo, édobrado algumas vezes para que o corpo da lâmpada fique

    semelhante ao de uma lâmpada de tungstênio comum.Possuem encaixe em soquetes também de formasemelhante. Suas propriedades em termos de rendimento decor (IRC) e uso em vídeo produção são as mesmas das lâmpadas fluorescentes comuns.

    Descarga 

    Ao contrário das lâmpadas incandescentes de tungstênio, onde um filamento de metalé aquecido até começar a emitir luz, nas lâmpadas do tipo descarga não é um filamento e simum gás o responsável pela emissão de luz. Contido dentro de um recipiente de vidrohermeticamente fechado (ampola), emite luz ao ser energizado (ionização) através da corrente

    elétrica fornecida por eletrodos que penetram em seu interior pelas extremidades da ampola,formando um arco voltaico. O que conecta o eletrodo de uma extremidade da ampola aoeletrodo situado na extremidade oposta, permitindo a passagem de corrente elétrica, é o gás (e

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    não um filamento). O que determina a coloração da luz emitida por estas lâmpadas é o tipo degás e outros materiais existentes dentro da ampola, sua pressão e a intensidade da correnteelétrica fornecida.

    Existem dois tipos básicos de lâmpadas de descarga quanto à pressão dentro do tubo:

    baixa pressão e alta pressão. Um exemplo de lâmpada de descarga de baixa pressão são ostubos luminosos de neon, empregados em anúncios e as lâmpadas fluorescentes comuns.Entre os de alta pressão, as lâmpadas do tipo HMI e as de xenônio.

    O espectro luminoso das lâmpadas de descarga é geralmente do tipo descontínuo,como ocorre nas fluorescentes comuns. Alguns tipos de lâmpadas de descarga como as HMI,xenônio e fluorescentes corrigidas possuem espectro contínuo, viabilizando assim seu uso emvídeo-produção.

    Fluorescente 

    São lâmpadas de descarga, empregando longos tubos dentro dos quais há um gás a

    baixa pressão que ionizado, passa a emitir luz através da camada interna de revestimento. Narealidade, a luz produzida pelo gás é do tipo UV (ultravioleta), invisível aos olhos humanos.Porém o revestimento interno do tubo (camada de fósforo) ao ser bombardeado pelos raiosUV passa a emitir luz dentro do espectro visível aos olhos humanos: a lâmpada passa a gerarluz visível. O tipo de luz emitida depende do(s) material(s) empregado(s) para confeccionar acamada de fósforo, o que acarreta variação na sua temperatura de cor, levando a termos como"branca fria", "luz do dia" e outros.

    Exigem reatores que convertem a voltagem comum (110/220V) em altas voltagensnecessárias para ionizar o gás dentro do tubo. Reatores antigos não executavam a função de'ligar' (ativar, fazer a ignição, 'dar a partida') a lâmpada, sendo necessários componentesdenominados starters, hoje em desuso. Sua função era gerar o arco voltaico dentro dalâmpada.

    Além de possuir espectro luminoso descontínuo, sua luz normalmente tem tonalidadeligeiramente esverdeada. Não é indicada para uso em vídeo produção devido a essascaracterísticas. No entanto, existe uma versão deste tipo de lâmpada voltada para vídeoprodução: são as lâmpadas fluorescentes corrigidas.São fabricadas em diversas temperaturas de cor, desde as mais quentes (3500K) às mais frias(6500K). Seu IRC é normalmente baixo, porém em alguns modelos pode chegar a mais de 90.Em média, varia de 50 a 80, conforme o tipo e modelo. Sua potência luminosa decailentamente com o tempo de uso.

    As lâmpadas fluorescentes podem ser usadas sem problema como fonte artificial de

    iluminação, desde que se tome o cuidade de se efetuar o equilíbrio nas temperaturas de corque iluminam a pessoa/objeto. Se somente luzes fluorescentes serão utilizadas, utilizar owhite-balance automático da câmera (pré-setado para luz fluorescente, quando existir esteajuste) ou, melhor ainda, fazer o balanço manual ('bater o branco') na câmera. Se elas foremutilizadas juntamente com luzes de outras temperaturas (ex. incandescentes), para obter oequilíbrio de cores uma opção é utilizar uma folha plástica colorida (gelatina) sobre os tubosda lâmpada fluorescente para abaixar sua temperatura de cor aproximando-a da temperaturada luz incandescente (gelatina cor âmbar). A seguir, ajustar o white-balance da câmera paraluz incandescente (ajuste 'interiors'). Outra opção é subir a temperatura de cor da luzincandescente, colocando sobre a mesma uma gelatina de cor azul e ajustando a câmera paraluz do dia (ajuste 'daylight').

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    Kino-flo

    São semelhantes às lâmpadas fluorescentes comuns, porém funcionando em altafrequência, o que acarreta a eliminação do problema do flicker de luz existente nas lâmpadas

    fluorescentes comuns. Seu bulbo possui correção de temperatura de cor, existindo lâmpadasdo tipo luz do dia (daylight) ou tungstênio, permitindo seu uso juntamente com lâmpadas dotipo HMI ou halógenas (quartzo) semnecessidade do acréscimo de gelatinas.Existem também versões coloridas nastonalidades RGB. Seu espectro luminosoé contínuo, possibilitando seu uso em vídeo produção.

    Em kits leves e compactos, que agrupam várias lâmpadas em um único refletor, são aforma mais rápida e fácil de conseguir uma fonte de luz suavizada. Possuem ainda comovantagens o baixo consumo de energia e a pouca geração de calor, ao contrário dos refletoresde tungstênio ou HMI por exemplo.

    Este tipo de lâmpada foi criado para ser utilizado no filme Barfly, em 1987 e logopassou a ser comercializado pela empresa Kino-Flo, daí a referência, algumas vezes, a estenome como denominação para as mesmas.

    Arco Voltaico

    É o nome dado genericamente ao fluxo intenso de corrente elétrica que se forma entredois eletrodos energizados com alta voltagem, colocados próximos um do outro. No arcovoltaico tradicional de carvão, dois eletrodos deste material são colocados em contato e aseguir, lentamente, ligeiramente afastados. Dependendo da intensidade da voltagem aplicada,na situação de afastamento forma-se um arco extremamente brilhante entre os eletrodos. Estaluz, durante algumas décadas (desde 1801) foi considerada a mais poderosa luz disponível,sendo empregada em projetores de cinema e iluminação de shows e teatros (como canhão deluz). Em estúdios de cinema, tornou-se opção aos estúdios recobertos de vidro ou sem teto daépoca e ao mesmo tempo solução para tomadas internas com a baixa sensibilidade daspelículas existentes.

    Como os eletrodos ficam desprotegidos (e não contidos em ampolas de vidro p.ex.), aprodução de luz também consome, pela queima, pouco a pouco os eletrodos de carvão, quetem que ser continuamente ajustados através de pequenos motores elétricos. A partir dedeterminado ponto, necessitam ser trocados. Por este motivo, necessitam de um operador paraacompanhar seu funcionamento. Arcos de carvão funcionam em corrente contínua (DC,

    Direct Current) consumindo grande quantidade de energia, normalmente fornecida porgeradores. Tem como característica o fato (inexistente em outros tipos de lâmpadas) depoderem ser balanceados sem o uso de gelatinas: as varetas de carvão podem ser de dois tipos,gerando luz do tipo luz do dia  (carvão white-flame) ou do tipo tungstênio (carvão  yellow-

     flame).Atualmente em desuso, seu conceito foi, no entanto aproveitado e aperfeiçoado para

    uso em lâmpadas do tipo descarga (HMI e xenônio), onde o arco é gerado dentro de umapequena ampola ou tubo de vidro.

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    ILUMINADORES

    REFLETOR FRESNEL

    Os refletores Fresnel são essenciais para qualquer filmagem ou gravação, pois são elesque fornecem a luz necessária para iluminar o set, seja em estúdio, locação ou externa. Hádiversos tipos de refletores, cada qual adequado a uma necessidade técnica específica,determinada pelo Cinegrafista, Diretor de Fotografia ou Eletricista.

    A Lente FresnelCriada por Augustin Jean Fresnel, físico francês, que viveu de 1788 a 1827. No século

    19, estudava-se o que poderia ser feito para ampliar o poder de luminosidade dos faróismarítimos. Uma das soluções era o emprego de lentes; porém, devidoàs dimensões exigidas, uma lente de vidro tornar-se-iaextremamente pesada para ser instalada no topo dos faróis. Além disso,

    seriam necessárias duas, uma de cada lado, e o mecanismo giratório teriadificuldades com o peso extra. Partindo de uma lente plano-convexa (comsuperfície plana em um dos lados e curva em outro), Fresnelpercebeu que a espessura do vidro era indiferente para opercurso dos raios luminosos: uma vez dentro da lente,após ter sofrido desvio, a propagação não era afetada se

    houvesse mais oumenos vidro a percorrer,até que a outra face fosseatingida.

    Assim, para reduzir a espessurado vidro, Fresnel dividiu a superfície dalente em diversos círculos concêntricos,preservando a curvatura da face convexa decada anel. E encaixou esses anéis de forma achatada,reduzindo assim, em muito, a espessura do vidro da lente(a lente foi criada já com esta forma - e não 'recortada' emanéis). A imagem projetada pela lente fica distorcida,devido aos cortes existentes em cada anel concêntrico, nãoservindo para uso em equipamentos de captura e projeção

    de imagens. Porém, para projeção de luzes, o invento ficou perfeito, passando a ser instalado

    nos faróis:Em cinema e vídeo, há a necessidade da construção de refletores empregando lentes (queseriam demasiadamente pesados se fosse empregada uma lente comum). A figura abaixoilustra um refletor com lente Fresnel:

    Geralmente estes refletores possuem ajustesinternos, que permitem movimentar a lâmpada através de umpequeno trilho e assim obter tanto um facho luminoso bemaberto como um facho bem fechado e intenso.

    Com sua lente, é possível ao iluminador escolherum "foco" de luz, mais aberto ou mais fechado. A lâmpada émóvel dentro do Fresnel, e ao se aproximar da lente,

    seu foco abrange uma área maior do que se for afastada dalente. O Fresnel direciona o foco de luz e sua utilidade nocinema é de relevância ímpar. Há freneis de várias potências, desde 100 watts até 10.000,

    Fresnel Arri 650 W. 

    O desvio dos raios de luz

    ocorre somente na entrada

    e saída da lente. Durante o

     percurso dentro da lente

    não há nenhum desvio.

     Assim, o trajeto poderá ser

    encurtado, sem prejuízo às

    ro riedades da lente.

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    15.000 e até 20.000 watts.  Hoje em dia já existem freneis de LED que possuem váriasvantagens: Esquentam menos, são mais leves, possuem duas temperaturas de cor 3200K e

     5600K e uma vida útil de até 50.000 horas.

    MINI-BRUTE

    É uma espécie de "calha" de luz, ondeuma série de "faróis" se colocam em série ouparalelos, de 2 em 2, 3 em 3, 6 em 6 e até mais,promovendo uma luz muito intensa e aberta. Osmaiores são chamados Maxi-Brut. É luz dura,mas geralmente, quando usada em estúdio, érebatida para funcionar como luz geral ou luz deenchimento, pois produz luz muito forte. Empequenas produções se usa o Mini-Brut de trêsséries de 2 faróis.

    O próprio nome já diz tudo é o refletor paraplatéias, fachadas e ruas. Ilumina grandes áreas epode ser utilizado rebatido. Possui um sistema de 6 luzes de 1000 w e pode ser encontradoem calhas (Calha brut) ou tamanhos maiores e até com 9 lâmpadas (Maxi brut).

    Os Minibruts são oferecidos em diferentes configurações para o uso de lâmpadashalógenas Par 36 650w. Luminárias robustas e leves, construídas em chapa de aço e alumínio,com um braço resistente. Cada barra vertical de lâmpadas tem movimentos independentes quepermitem modificar o ângulo de luz. Fornecido com os seguintes acessórios e partes:Bandeira de 2 folhas com clips para filtros de cor ou difusor, cubo adaptador para pino de

    28mm para tripé, interruptores montados na carcaça, para cada barra de lâmpadas, caboelétrico de 2 m. Lâmpada utilizada: DWE 650w x120v.

    ABERTO

    Similar ao Fresnel, mas não possui lente na frente, oque significa que ele não pode direcionar o foco de sua luz(razão pela qual é chamado "aberto") e este tende a se espalhar.Os abertos mais modernos possuem uma pequena variação defoco através de um mecanismo que altera a superfície refletorainterna do aberto movendo-o para frente e para trás. Apesar

    disso, seu foco não é tão precisamente controlado quanto oFresnel. É luz dura, também de tungstênio

    Os Freneis possuem luzes semi-difusas quando o foco está aberto, e duras quando o focoestá fechado. As abas externas do Fresnel são chamadas "Bandôs" (do inglês Band-Door) , e

    servem como bandeiras que evitam a dispersão da luz pelos lados.

     Aberto Arri 1000 

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    SOFT

    É um spot difuso. Utiliza a mesma lâmpada halógena, mas jápossui um rebatedor na sua estrutura, emitindo luz já com características

    difusas. Também pode ser uma fonte de luz tungstênio com filtro difusorincorporado à sua estrutura.

    ELIPSIODAL

    O Refletor elipsoidal possui um sistema óptico complexo. Alâmpada acondicionada próximo a uma superfície refletiva côncava,tem como ponto de partida uma luz com feixes já dirigidos. Estesfeixes luminosos passam por um diafragma para controle daintensidade luminosa e foco. Possui a transição entre o claro e escuromenos demarcado, mas o efeito de sua luz provoca ainda tematuação de longo alcance e provoca forte impacto pelo efeitoluminoso que gera. Sua indicação é para utilização em shows onde,como o nome diz, permite seguir o movimento do personagem em

    destaque.É composto de 4 facas de corte para

    encaixe no Slot da íris, compartimento paraencaixe e ajuste de porta Gobo, porta gelatinas epotências que vão de 575W a 1.000W.

    Acessórios GoboO Gobo é uma lâmina metálica que projeta

    uma imagem estampada em recorte como um

    simples slide. Ela é inserida no slot da íris derefletores elipsoidais. Os gobos são usadosem projetos de teatro, cinema, fotografia etelevisão, para criar uma atmosfera, projetar um cenário e geralmente realçar o

    impacto visual da iluminação.

    Refletores Leves

    São jogos defresnéis e abertos depequeno porte que podemser utilizados parailuminar detalhes epequenos ambientes. Em

    geral são conhecidos pelonome do fabricante: Lowel  (300 e 650w),

    Soft Arri 1000

     Refletor Elipsoidal Rosco

    de 750w.

    Kit Dedo Light.

     Refletor Dedo Light de 150 W.

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     Dedolight (150w) e Arri (300 e 650w). Podem ser semi-difusas ou duras.

    SPOT

    É tambémchamado de"Marmita" pelo

    formatocaracterístico

    retangular, maspossui vastanomenclatura eformatos e nãoexiste um consenso

    sobre como chamá-lo para que todos saibam que falamos dele. De qualquer maneira, é luz

    aberta que se utiliza de uma lâmpada de quartzo (halógena), muito utilizada em casamentos ebatizados, sempre atrás do sujeito que está com a câmera de vídeo. É luz dura e geralmente éusada com difusores na frente. Há também Spots que não possuem o formato "marmita", e daía confusão. Alguns deles se utilizam de lâmpadas Photo Flood.

    Acima alguns Spots: A esquerda spot "marmita" com lâmpada halógena de bastão, nomeio spot de PhotoFlood em formato redondo e à direita spot redondo de lâmpada halógenade bulbo.

    Lanterna da China

    São bolas chinesas de nylon ou papelcomuns e baratas. Essas luzes são altamenteportáteis, já que pesam quase nada e podemser dobradas. Elas criam uma iluminaçãobela e suave em cenas e para entrevista.sUsam uma lâmpada doméstica (tungstênio ouCFL) comuns em um bocal. Esta é umaferramenta indispensável em documentários.

    Tipos de Refletores Daylight

    Além dos já citados refletores que possuem duas opções de temperatura, pelaqualidade de suas lâmpadas (Photoflood, Kinofloo, Led, etc..), há também refletores que jávêem de fábrica com lâmpadas Daylight. Embora possa parecer estranho que exista essadiferença, já que é possível trocar a lâmpada de qualquer refletor, as coisas não são assim tãosimples e não é possível mudar uma lâmpada de filamento Daylight para um refletor paralâmpadas de tungstênio. Isso acontece porque para gerar luz em grandes potências, a lâmpadacom temperatura de cor de 5.600K precisa ser fabricada de outra maneira, para agüentar uma

    descarga de alta tensão no interior de seu bulbo e incandescer o gás de mercúrio que irá gerara luz na temperatura correta. Assim, deve-se imaginar que não só a lâmpada, mas também orefletor onde ela se encontra devem ser fabricados segundo características especiais. O

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    refletor deste tipo de luz, com efeito, possui um pequeno gerador magnético de alta tensãopara acender o mercúrio.

    SOFT LIGHT

    Estrutura de tecido montável commaterial difusor frontal dentro da qual écolocada uma ou mais lâmpadas tipoCFL fluorescentes. Tem a finalidade detornar a luz suave, sem sombraspronunciadas. Quanto maior o tamanhoda caixa, maior o seu poder desuavização da luz. Ele pode ser instaladoem suportes, tripés ou em grids deiluminação.

    KINO FLO

    São refletores montados com calhas paralelas delâmpadas fluorescentes, lâmpadas comuns de gases nobres,mas com um controle rígido de temperatura de cor. Estaslâmpadas de gás são naturalmente difusas e o conjunto delasfaz do Kino-Flo uma fonte difusa. Existem nas versõesTungstênio e Daylight.

    HMI

    Os HMI's têm transição brusca e irregular comfeixe de luz variável e variação de foco. Projetasombras acentuadas e duras é aplic