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4.V\<> V ItIO l>E JA\BIKO, QHHTtniltt 19 DE WAIO PE l»Òg V 1S9 SA-SEASQUAr\TAS 'iã ¦¦^^g^jjjgij'.DAoáB*°*"*i\9m^B^ í—^-^mW/Jí^lk £")Jf!??^ JMk _ ^IrJÜ^PBt® ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIQNANTES MACACO —K-- ^.JjLp*^~-JB-— M|yiHi,\waitii»tiw-iWHmauW"^^3 5 | V .V.icaco pouco se importou com o susto que a sua presença havia causado, c como a fome era muita, tratou logo de regalar-se com o jantar que a família deixara na mesa. O chefe da casa. porém, tratou logo de rehabilitar-se da sua vergonhosa fuga, e, de combinação com o re»to da família, t"mou bellicaa providencias. Devidamente armados, todos avançaram sorrateiramente até á janella que dava para a sala de jantar, e ahi descarregaram as Mias armas numa barafunda infernal, derrubando o pobre Ze Macaco por terra.

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MACACO

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Zé .V.icaco pouco se importou com o susto que a sua presença havia causado, c como a fome era muita, tratou logo deregalar-se com o jantar que a família deixara na mesa.

O chefe da casa. porém, tratou logo de rehabilitar-se da sua vergonhosa fuga, e, de combinação com o re»to da família,t"mou bellicaa providencias.Devidamente armados, todos avançaram sorrateiramente até á janella que dava para a sala de jantar, e ahi descarregaramas Mias armas numa barafunda infernal, derrubando o pobre Ze Macaco por terra.

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O BAILE DOS BICHOS O TICO-TICO

D Um pobre italiano, tocador de realejo, foi viajar e nau- I f\ íod^n To^Te"'oTalfaní ^^teâ^ÉlS^fragou. Mas com o auxilio de seu realejo foi dar a uma ilha. U %$£ "™£

uma tdéa ^S^l

dansar divertidos com a musica Mf ** xtt * V ^^'^ V^C^và

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li') pcior é que quando elle parou delocar os bichos ficaram furiosos. Para mc-lhor fuirir o italiano largou o realejo.

.">/ Felizmente o macaco que é um bicho muito habilidoso e imita tudn, apanhou o realejo e começou a tocar. Os outros bichos co-meçaram a dansar e nem se lembraram mais do homem que. desse modo. conseguiu fugir e foi para sua terra

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O TICO-TICOEXPEDIENTE

EDIÇÃO DE-24 PAGINAS

A empreza d'0 Malho publica todas as quartas-feirasO Tico-Tico, jornal illustrado para creanças, no qual colla-boram escriptores e desenhistas de nomeada.

Redacção, escriptorio e officinas rua do Ouvidorn. 164 e Rosário n. 173.

Condições da assignatura:interior: 1 anno, 11S000, 6 mezes 6$000exterior: 1 » 20$000, 6 » 12S000

Numero avulso, 200 réis. Numero atrazado, 500 réis.As assignaturas começam em qualquer mez, termi-

nando em Junho ou Dezembro de cada anno.Não se acceitam assignaturas por menos de 6 mezes.Toda a correspondência—pedidos de assignaturas. etc,

deve ser dirigida ao escriptorio e redacção d'0 Malho,rua do Ouvidor n. 164, antigo 132, Rio de Janeiro.

-A.V"ISOAcceitamos agentes para IX MALHO, O TICO-TICO,

LEITURA PARA TODOS, ALMANACH DO MALHO aALMANACH D'0 TICO-TICO nas localidades onde aindanão temos esses auxiliares.

Mediante uma commissão, devem, essas agencias en-carregar-se da venda desses periódicos e agenciar annun-cios. etc.

Para mais esclarecimentos e trato de condições, diri-jam-se ao gerente dO MALHO, rua do Ouvidor n. 164,antigo 132, Rio de Janeiro. - .

OS ANIMAES MONSTRUOSOS

As lições de vovôMeus netinhos :Não é demais insistir nos perigos do alcoolismo, sobre

os quaes conversámos ha dias.Ultimamente essa questão tem sido discutida por vários

jornaes e só posso ter palavras de louvor para esta campa-nha.

Principalmente vocês, creanças, devem desde cedocomprehender ao que se arriscam para evitar a tempo omal. Creança nãosabe o que faz;em geral nãogostam de bebi-das, mas tém de-sejo de bebercomo tém desejode fumar tparaparecer gentegrande». Masessa mania étola e prejudicial.Não ha nada maistriste do que verum menino bc-ber vinho ou cer-veja, que tém umgosto desagrada-vel, só para fazerfigura dc homem. O menino que faz isso mal sabe queestá se arriscando a adquirir um vicio terrível c do qual,depois, só um esforço enorme poderá libertal-o.

Bebida, toda e qualquer, vinho ou cerveja,só se admittecomo remédio em certus casos especiaes. quando receitadapor medico e ainda assim em doses rcgulares. De outromodo é um habito que só pôde fazer mal, principalmente anós brazileiros.

Na Europa ainda esse mal se explica, porque lonas gran-des cidades a água é dc má qualidade e rara. Mas noBrazil ha água por toda a parte e excellente, incomparavcl,Até, nesse particular, o nosso paiz é abençoado pelanatureza.

Masoclima do Brazil,queé quasi sempre quente, aindatorna mais prejudicial o uso dc bebidas. A cerveja, quena Europa só faz mal ao fim dc muitos annos, tornando ohomem barrigudo e rheumatico, produz no Brazil gravesmoléstias do figado e dos intestinos, dilatação do estômagoe outras graves moléstias em pouco tempo.

E' cousa que devem ter sempre em vista :Não beber, ou beber o menos possível, mesmo em

oceasiões dc festas, cm que tenham que fazer brindes.O que agrada, o que encanta em um brinde é o desejo favo-ravel, os votos que se fazem pela saúde de uma pessoa enão o copo da bebida que se engole

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IA serpente Pylhon

Um dos animaes mais raros e singulares do mundo é aserpente Pylhon, de que tanto se falia nos contos das Mil euma noites.

Essa serpente só existe actualmentc no norte da Ásia etem sido tão perseguida que é já muito raro encontrar ai-{ruma.Outr'ora era muito fácil vela pelo Egyptoe no tempodo imperador Sesostris causava terror pela quantidade emque apparecia.

•A Pylhon, tambem chamada serpente Bôa dos Hiero-glyphos, tem o couro amarellado, quasi da mesma côr daareia cm que gosta de se esconder; tem os olhos rodeadosde escamas muito duras e uma mancha escura no alto dacabeça. A gravura que damos aqui é cópia da photographiade Pylhon que se acha no Jardim Zoológico do Cairo,que è capital do Erjypto.

Durante od.aa.Pr/ftow se deixa ficar escondida na areiaou no alto de uma arvore, dormindo; sahe á noite eapezar de ser enorme (porque tem geralmente cinco me-tros de comprimento) só ataca animaes pequenos como ca-britos, esquilos, coelhos e pássaros.

A fêmea do Pylhon põe cerca de cem ovos de cadavez e choca-os cuidadosamente. Os filhos sahem dos ovoscom vinte a quarenta centimetrosde comprimento.

Os egypcios caçam a Pytlion, apreciam muito a suacarne, que comem e dizem ser saborosíssima, e fazem coma sua pelle uma espécie de marroquim muito bonito.

Vovô.

NA PRIMAVERANuma manhã de primavera, depois de um dia chuvoso,

reapparece no horizonte o sol, que com os seus raiosillumina todas as montanhas e planícies.

Os passarinhos esvoaçam em bando, cantando o hymnoque nós admiramos; as abelhas, os intelligentes animaes-zinhos, voam para o campo, cm busca do sueco das flores;na estrada vé-se um'bonito rebanho de ovelhas, que se-guem em direcção ao campo, onde ellas pastam á vontade,emquanto o pequeno pastor começa a perseguir as bor-boletas; estas, ao se verem assim innocentemente persegui-das,fo"-cm para um lago e o atravessam,deixando irritado oseuinimifo, que volta e vem sentar-se debaixo de umafrondosa mangueira.

Rcflectindo na sua tristesorte e no seu mau procedi-mento para com os inoffensi-vos insectos, jurou nuncamais perseguil-os.

Arlixdo Lopes Bastos

Desenho a um só traço

(Campos)

AO AMIGO "CHIQUINHO"

O Chiquinho tinha um cofreQue a um jornal entregou,Eu tambem" já tive umeofreQue cheio nunca ficou.

Sempre o papae perguntava,Quando mais leve o achava :Por que isto acontecia

Quando eu só depositava?A resposta invariávelEra : que o rato o roia I

Luiz Azamor (8 annos)Fonseca — Nictheroy.

^fJL-,Enviado por José Campos

Júnior (S. Paulo)

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O TICO-TICO

O SR. "X" EDESENHOS EM LINHAS RECTAS

Ahi estão mais alguns modelos de desenhos emlinhas rectas, que vocês tanto têm imitado.

No primeiro vemos um burrinho escouceando eum cavallo que parece pular, espantado com as bru-talidades do seu companheiro.

No segundo vemos quatro homens que se de-vem considerar muito direitos, porque são feitoscom linhas absolutamente rectas. Em primeiro lo-gar um homemzinho que ainda é rapazola, mas jádeita elegância, de bengalinha e chapéu de palha; nosegundo, um rapaz que deve ser poeta, a julgar pelocomprimento da cabelleira ; o terceiro, vê-se fogoque é um doutor, porque está de cartola, e o ultimoé um cavalleiro da Idade Média, de capacete ecouraça.

COUSAS DA VISÃO

Querem ver como os olhos nos enganam?Colloquem sobre a mesa um objecto e fiquem

deante d elle, como está essa menina. Mas deveml:car um pouco mais afastados do que ella está.

Depois, tapem um dos olhos com a mão es-querda e estendam a mão direita para alcançar o ob-jectoe hão de ver que, em vez de dirigir a mão di-rectamente para o objecto, tocam-o de lado.

SUA PAGINAPorque a mão não vê e, como vocês estão acos-

tumados a ver com os dous olhos, não sabem vercom um só.

A visão com um olho só —ó defeituosa, deslocaos objectos e fal-os ver no logar em que elles nãoestão.

E como a mão acompanha a vista, não pôdedar certo no logar.

DISTRACÇÃO

•a

No outro diaexplicámos qualera o meio maissimples de es-crever a palavragal linha.

.Mas si se tra-lar de mais- deuma, como seha de escrever?

Assim: GA-E;'('gallinhas).

Que lhes pa-rece?

GALERIA DE HOMENS CELEBRESLUIZ 3D-A.G-TTH!K,R,E

Chamava-se Luiz ThiagoMande Daguerre, nasceuem Cormeilles (França) noanno de 1789 e foi o in-ventor da photographia.

Com a edade de trezannos foi recolhido em casade um architecto da ei-dade de um Orleans por terseu pai partido para aguerra e aos 12 annos en-trou como alumno para acasa de Degoth, que era omais famoso pintor de sce-narios para theatro, na-quelle tempo.

Ahi Daguerre começou aestudar desenho c pintura,fazendo grandes progres-sos e mostrando grandehabilidade. Chamarammuito a attenção os sec-narios pintados por Daguerre com os títulos Os Sfacchabeus,o lielvedire, a Floresta de Smarl, o Sonho e a LâmpadaMaravilhosa. Depois pintou com Prevost, outro artista no-tavel, os panoramas de Roma, Nápoles, Londres, Jerusa-lém e Athenas. Foi o primeiro que se lembrou de fazerpanoramas cm que a diversidade da luz dava a impressãodc varias horas do dia.

No anno de 1822, organisando um diorama, teve idéadc fixar as imagens por meio de uma câmara escura, oque é a base da photographia.

Associou-se ao chi mico Nicephono Niepcc que tam-c-ludava esse problema e era o inventor da heliographia.Daguerre aperfeiçou os processos de Nicpce e finalmentedescobriu cm 1833 o meio de fixar as imagens directa-mente.

Foi tal a emoção de Niepee dc ver o resultado dc tan-tos annos de estudos c tentativas que teve uma con-gestão cerebral c morreu.

Daguerre continuou a aperfeiçoar o seu invento. O go-verno francez comprou-lhe o privilegio mediante umapensão dc seis contos de réis e tornou-o publico.Os retratos feitos por Daguerre eram obtidos por meiode placas de prata impressionadas por vapores de iodoActualmente a photographia está muito mais aperfeiçoada mas o seu verdadeiro inventor foi Daguerre. Aelle é que vocês devem o gosto dc ver seus retratos n'fTico-Tico.

Mme. Geneviève Clierenco — R. do Ouvidor 42, a casa de co3turas mais antiga e mais conhecida.

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O TICO-TICOA saborosa MANTEIGA MINEIRA tem fabricas nos Estados de S. Paulo e Minas

Brinquedos para os dias de chuva

SALTOS E CABRIOLAS

Frg.õ

Antes de tudo mais umaobservação. Estes brinquedosque aqui vão, muitos d'ellessão feitos com phosphoros,por-tanto com fogo, Os nossos pe-quenos leitores ficam desde jàsabendo que não podem fa-zel-os sem estar acompanha-dos, ou pelo irmão mais velhoque já tem juizo, ou pelo papáou pela mama.

Quem brinca com fogo sahequeimado, mas isso não acon-tece quando se o faz com cui-dado.

E'melhor que fallemos aber-tamente: estes brinquedos de-vem ser feitos pelos pães, paraque os filhos vejam.

MACHINA INFERNAL

ã__f______

IP\kWk\ 3 -Sr1*

a. 4

A figura n. 1 falia mais clarodo que qualquer explicação.

Tomem cinco longos palitosde madeira. Sobre um copoou um outro objecto com elleparecido, colloquem dous dospalitos em fôrma de X. O ter-ceiro palito façam seguir oeixo do X como a própria fi-gura está mostrando.

Os dous palitos que restamdevem ser atravessados entreas duas extremidades dos trez,assim como a figura claramen-te este indicando.

A cavalleiro, sobre o palitoque está seguindo o eixo dosdous que formam o X, po-nham um boneco de rolha combraços e pernas de phospho-ros.

Accendam pois um phospho-ro e approximem-n o de umdos lados do aapparelho». A

madeira arde, queima-se e a catastrophe é certa. Oboneco projecta-se no ar pela á elasticidade da ma-

^ FtoS *

deira queimada e atira o bo-neco bruscamente para cima,assim como se vê na figura 2

SEM TOCAL-O

Em primeiro logar tomemuma caixa de phosphoros. Sus-pendam ligeiramente a gave-tinha e entre as duas extremi-dades ponham de cabeça paracima em posição vertical dousphosphoros, sendo um em cadaextremidade como está indi-candoa figura 3.

Entre os dous palitos dephosphoros verticaes collo-

auem um em posição horizontal

e maneira que a cabeça d'estetoque a cabeça de um d'elles.

Assim feito avisem aos as-sistentes que com a ajuda deum quarto phosphoro idesaccender um dos verticaessem tocal-o.

Nada mais simples. Com oquarto phosphoro, toca-se nomeio do que está em posiçãohorizontal. Logo que a madei-ra começa a arder o phospho-ro horizontal salta acceso eum dos verticaes accende-setambém. E' muito usada estaexperiência.

UM COPO DÁGUA TRAHIDOR

Nada mais inoffensivo queum copo d'agua.Pois não é tal.Querem vêr como elle é ca-

paz de produzir uma catastropne.- veiamos. To-memosum copo e deitemos-lhe água até ao meio-Sobre o copo colloquemos um cartão de visita dosgrandes, quechegue para tapar as bordas. No meiodo cartão colloquemos um boneco de rolha, comomostra a figura 4. Meia hora depois o cartão devidoá humidade abaulou-se. A parte abaulada viramol-a

( ^s^

A mais bem montada officina de costura no Rio ó na Rua Nova do Ouvidor n. 42, sobrado

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O TICO-TICOMANTEIGA MINEIRA encontra-se á rua TJruguayana 74, antigo 68para o interior do copo e collocamos de novo sobreo cartão o boneco. Ao fim de alguns minutos o bo-neco salta nos ares e cahe. E' a parte abaulada queimpellida pela humidade da água quiz vir para cimae fez saltar bruscamente o bonequinho, como estámostrando a figura 5.

• A MOEDA QUE SALTAEsta experiência só pôde ser feita com algumas

moedas e quando ellas são muito pequenas e leves.Põe-se a moeda sobre a mesa e sopra-se com forçaum pouquinho áquem do logar em que está col-'.-cada a moeda, assim como indica a figura 0.

Com o sopro a moeda salta e vem cahir nasnossas mãos.

O SALTO PERIGOSO DE UMA PENNAQuando algum dos nossos leitores tiver uma

penna velha não a ponha fora sem fazer esta ex-periencia. Em primeiro logar num dos bordos deuma mesa obriga-se a pcnna a ficar tal como em Bda figura 7. Juntam-se depois os dois bicos cruza-dos da penna e faz-se com que elles fiquem comoem A da figura 7, isto é, muito juntinhos, emboraobrigados.

Chama-se uma pessoa e diz-se-lhe que ha umapenna acrobata. Naturalmente a pessoa ficará es-candalisada. Então colloca-sea penna verticalmentesobre a mesa, segurando os dois bi:-.;. Deixem apenna cahir, ella ao tocar na madeira saltará comosi fosse um pelotiqueiro.

SCIENCIA FÁCILCORRESPONDÊNCIA DO DR. SABETUDO

Virgílio Castello — Si o magnetismo e o hypnotismoexistem t Sim, senhor. São duas verdadeiras seiencias, queainda não estando completamente desenvolvidas, já têmproduzido resultados práticos e indiscutíveis.

Chama-se magnetismo tudo quanto se refere ás pro-priedades do iman e attracção dos corpos. O magnetismodos corpos vivos é o que se chama hypnotismo.

Foi um medico allemão chamado Mcsmer o primeiroque descobriu que umacreatura pôde magnetisar outra,issoé, influencial-a com o fluido electrico de seu cérebro aponto dc fazel-a obedecer a todas as suas ordens.

Uma pessoa magnelisada por outra fica sem vontadeprópria e obedece a tudo quanto essa outra pessoa lheordenar. Cumpre notar entretanto que só se tendo fa-culdades essenciaes e estudando muito é que se pódc teresse poder magnético.

Muita gente finge tel-o e isso tem desmoralisado omagnetismo. Mas o magnetismo existe e alguns medicosjá se têm servido d'elle para fazer curas admiráveis.

José da Silva Pessca — A Violeta é um jornal dirigidopela nossa distmcta collaboradora senhorita Irene AntoniaMarinho. Si deseja dirigir-se a ella pôde nos enviar acarta que faremos chegar ás suas mãos. A marinha bra-zileira está em reorganisação. Muitos dos navios agora emserviço vão ter baixa por serem muito antigos, outros estãoem construcção.

Daqui a um anno e meio, quando estiver tudo termi-nado. a nossa marinha constará d03 seguintes vasos dcguerra :

4 couraçados de Pelasse: «Minas Geraes», iS. Pau-Io», «Rio de Janeiro», «Riachuelo»; 2. couraçados guarda-costas: «Deodoro», «Floriano»; 6 cruzadores: «Tamandaré», «Barroso», «Bahia», «Rio Grande», «Andrada», «15 deNovembro»; 1 navio-eseola : «Bcnjamin-Constant»; 5 caça-torpedeiros : «Tamoyo*, «Tupy», «Tymbyra», «Caramurü»,«Gustavo Sampaio»; 10 destroyres grandes: 1 a 10, dotypo do «Pará»; 0 destroyers pequenos do typo do «Pi-auhy»; 9 torpedeiras : «Araguary», «Iguatemy», «MarcilioDias» e «Goyaz»; 7 submarinos e mais 0 em construcção.

. -Total —'52 navios.-Carlos Marques — A regra é muito simples : Quandose manda um cartão de visita a uma pessoa não se deve

dobrai o, mas quando se vae pessoalmente visitar umapessoa e não se a encontra em casa, deixa-se o cartão coma ponta dobrada—isso quer dizer que não se mandou ocartão, que foi o próprio visitante que veiu e que o deixou.

• Pronuncia-se Alexandria com o accento. tônico na pe-nultima syllaba.Ruth Alvarenga dc Toledo (S. Paulo)—Nas montanhas

faz mais frio do què nos logares baixos porque o calor nãodepende apenas do sol, depende também da terra e do ar.Nas montanhas as pessoas estão mais afastadas do centroda terra que é (como sabe) ardente; além disso, nos pontosaltos o ar é menos espesso do que nos pontos baixos c porisso conserva menos calor.

O caso do cavallo de Tróia é muito simples. O fervoro-so poeta grego Homero conta no seu poema Hliada que osgregos, depois de sitiarem a cidade de Tróia durante dezannos sem conseguirem vencer, tiveram uma idéa: construi-ram um grande cavallo dc madeira dizendo que era umahomenagem aos deuses, deixaram-o deante de Troia"e fin-giram que se retiravam. Os troianos, illudidos,levaram paradentro da cidade o tal cavallo, que estava cheio dc guer-rciros gregos. Alta noite os gregos sahiram do cavallo,abriram as portas da cidade aos seus companheiros, queassim ficaram victoriosos.

. P. P. Vianna dè Carvalho (Petropolis)—Chama-se gemma qualquer pedra preciosa,seja qual for a sua côr. Sarei-so é uma planta que dá flores brancas ou amarellas. E" tam-bem o nome de um personagem mythologico que symboli-sa a vaidade. •

- Arlindo L. Bastos (Campos)—O kerozene é um petróleopurificado; petroleoé um óleo de carvão de pedra (cr próprionome o diz), pois é formado das palavras pelra e óleo. En-contra-se em verdadeiros lagos subterrâneos. Sobre a la-grima daremos no próximo numero uma explicação comgravuras. .

• Durante o dia não podemos ver as estrellas por causada luz do sol, que é mais forte.

Da. S.\nETUDO

0 MENINO ATREVIDO E DESOBEDIENTEI/enrique é um menino robusto, moreno, olhos e ca-

bellos negros como azeviche, supercilios carregados, em-fim de uma attitude atrevida—o que realmente era — ummenino travesso e desobediente.

Em suas travessuras, subia em arvores altíssimas,procurando ninhos de pombas, rolas e passarinhos e nofim se despencava de uma certa altura da arvore, afim demostrar que era valente cm dar saltos d'aquella altura, nãose lembrando que podia num desses saltos cahir e quebrarum braço ou uma perna.

Penetrava cm mattas virgens, onde havia animaes fe-rozes, e não se amedrontava quando ouvia rugidos dos ani-mães alli existentes.

Por mais que seus pais o reprchendessem, não se im-portava e dizia : — São velhos, é natural que tenham ca-duquices.

Certa vez, Henrique viu no alto de uma frondosa ar-vore um ninho de passarinhos e immcdiatamente subiu naarvore, e na oceasião em que chegava ao cimo o galho cmque elle estava, deu de si, quebrando-se, acontecendo emsua queda torcer o pescoço.

Aos gritos de Henrique acudiram seus pais que o le-varam de collo, para a casa, sem sentidos, ficando entre-vado alguns mezes.

Hoje,Henrique é um menino dócil,obediente e compor-tado, c seus pais estão satisfeitos porque //enrique é umbom estudante.

Rio. Engracia Velloso

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O TICO-TICOOlhai para o futuro de vossos filhosDai-lbes Morrhuina (principio aetivo do óleo de fígado de bacalháo)

DE

COELHO BARBOSA&C.RUA DOS OURIVES 86 e QUITANDA 74 F

assim os tomareis fortes e Urres de muitas moléstias na juventude

Wk' 5 alw ^m^mW^-'m 1H ¦.'--¦ w* 'Jêb

LW. xãÈkmWmm—L^m^m^mW LHftaâíaiflÍKmÍ^bV alV Áafl

¦BRLIV- \ •

A menina CECY IIASSL0CKER MAGERON, em trage a Luiz XV, regen-do uma orchcstra de sessenta e tantas meninas.noTheatro S. Pedro em PortoAleíjre, por occasiâo dos festejos do encerramento do anno escolar de 1903 doCollegio N. S. dos anjos. Esla bizarra orchestra foi anota mais interessanedos festejos do acreditado estat-ellccimento de inslrucção e compunha-se das•egulntes meninas, lllIJa da Silva, Zaira Carvalho. Dagmar Volkmer, IreneFuchs. ida Montin, Amalia Martlnewsky, Maria Th. Lenz, Rosa e JosephinaFava, Natalina Betanln, Roslnha e Idalina Carluccl, Marietta Machado, Lui-sinhaeGrety Wallau, Cedylla Cardozo, Manuela Prato, Mana Azambuja, De-janira Kilp, Hellena Lazzarom, Rosalina Sinanl, Maria Kelsch, DiamantinaCazelli, ClarinJa Sanchez, Amalia Bahlke, Llna Wilde, Cilda, Ailclina eAlayde Kracmc, Maria L. Vianna, Alayde e Vera Simch, Dorvalina Cunha,Dejanira Ferraz, Lydia R. de Souza, Maria Manna, Estella di N..ia. HerminiaMayer, lledwig Mctzler, Adellna Frasca, Martha de I.eâo, Ilelma Klach, Aldi-na Vinhas, Zilda R. dAlmelda, Afines Haensei, Erna VAy. He.lwlg Frlede-rlchs. Elsa Multar, L'Jiza Maynard, Gentlla D. dos Santos, Irmã Endler, IreneMartins, Mana Ahrends, Hilda B. da Silva. Annita Bcrtaso, I«llda Straatmann.Irmã Drugc. rerpema' A. Moura, Irmã Guttleln, Wally Stumpp. GeorginaGeyer, Edith Re ««ler, Izabella Collin, Emille Dlche, Lenlra Brochado, ErnaBard e Idalina Wiedcmann. — Maestho ; D. Cecy Mazcron

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] Cinematographo Rio BrancoExcepto aos domingos á noite

Foi o Sagüi quem chegou com a novidade, na capitaldo reino dos bichos.

Havia um animal novo sobre a terra.Nessa tarde commentou-se a nova, por toda a cidade ;

nas esquinas, nas pharmacias, nos cafés, todo mundo falia-va d'aquelle novo bicho que o Sagüi dizia ter visto paraalém dos arredores, á sombra de uma arvore.

Um jornal da noite trouxe, em columnas abertas, comtítulos garrafaes, uma longa entrevista com o Sagüi, emque elle descrevia affoitae imaginosamente o novo animalque vira, cheio de surpresa e assombro, na manhã d'aquelledia. A entrevista fez barulho, o jornal esgotou a sua ediçãonaquella noite, rapidamente.

E, quando no club, o Sagüi entrou, todos os bichoscorreram para elle, a pedir minudencias da noticia.

O Sagüi não cabia em si de contente, vibrando pelacommoção de ser o animal do dia.

Conta iá isso, pediu a Onça,E elle,pequenino,trefego,piscando muito os olhos, Iam-

bendo os beicinhos,saltou para cima de uma mesa e contou.Pela manhã tinha ido ao campo respirar um pouco de ar,como lhe receitara o medico,para o pulmão.E,como o ar es-tivesse fresco, o dia alegre e azul, foi andando, até quese afastou dos arredores e, como se sentisse cansado, sen-tou-se á sombra de uma arvore para respirar. Ahi es-tava distrahidamente a mastigar uma frueta, quando osseus olhos descobriram lá numa outra arvore, sob a copa,um vulto qualquer que se não movia. Deixou a frueta, dei-xou tudo e esticou o pescoço, espiando.

O vulto não se mexeu. Concertou a garganta, fez ba-rulho, moveu galhos de arvores. Nada — o vulto, nem u nmovimento.

Approximou-se então e, como lhe viesse um certo re-ceio, galgou o ramo de uma arvore e espiou. Era um ani-mal exquisito, estranho, de um longo pescoço preto, fino,muito comprido, um animal como elle nunca tinha vistoe de que nunca ouvira fallar.

Então para saber o que era aquiilo, atirou uma pedra.A pedra não o alcançou, mas cahiu perto. 0 bicho não semoveu.

Para mim elle ou estava dormindo ou estava morto,concluiu o Sagüi.

A Preguiça fez considerações. Talvez o animal esti-vesse'cansado e, alli á sombra, repousava da canseira.

Talvez estivesse de tocaia, lembrou a Onça.Seja como fôr, meus amigos, disse o Tigre, pelo

que nos conta o compadre Sagüi, trata-se de um animalnovo, um animal desconhecido. Precisamos conhecel-o.

Sua majestade o Leão deve mandar pôr essa his-toria a limpo, considerou o Tamanduá.

Chegava ao club uma missiva do palácio do rei Leão.Sua majestade tinha lido a entrevista do jornal da noite, econvidava o Sagüi a dar-lhe esclarecimentos.

O Sagüi não se fez esperar, estourando de contenta-mento por aquella distineção do paço. Todos os sócios djclub acompanharam-n'o ao palácio, a multidão das ruasacompanhou-o tambem.

Sua magestade havia dado grande importância ao caso.O ministério reunira-se em peso, palacianos, políticos, todaa corte, lá estava em roda do rei, como si se tratasse deum acontecimento extraordinário.

E, quando o Sagüi entrou, foi o Leão quem primeirolhe fallou :

Ao que acabo de saber, viste um animal novo sobre aterra. Todos os animaes eu os conheço e me prestam obe-diencia. Não ha um só no mundo que tenha a coragem dedesconhecer-me como rei. Conta lá o que viste.

O Sagüi narrou a mesma historia que centenas devezes naquelle dia havia contado na cidade, a mesma quecontara no club, quasi a mesma que o jornal publicara.E como é esse animal ? — perguntou o rei.Comprido, com pescoço muito longo e muitoesguio.

Tem pés?Não. Pescoço apenas. Um buraco na extremidadeque me pareceu ser a bocca.

Só?Parecia ter um dedinho curvo que estava levantado,

isso junto da base, perto da cauda.E tem cauda ?Tambem não. Atrás é mais largo do que na frente,

mas não tem nenhum signal de cauda.O Leão pensou, pensou e sentenciou

De todas as manteigas a mais conhecida e preferida é a MINEIRA

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O TICO-TICO 8— Não conheço nenhum animal assim. Precisamos pôr

essa cousa a limpo.E deu ordens para que no dia seguinte uma commis-

são de investigação partisse, guiada pelo Sagüi, a ver queanimal era aquelle tão desconhecido c exótico.

A commissâo partiu pela manhã. Ao meio-dia voltou.A cidade esperava-a, andando dc curiosidade. Mas a com-missão pouco adiantara. Era verdade, sim, que o bichoexistia tal o Sagüi o descrevera, mas ninguém sabia qual oanimal,porque não houvera quem tivesse coragem deappro-ximar-se. Mas a commissâo era unanime cm affirmar que obicho estava morto.

A' tarde os jornaes vinham cheios dc noticias sobre ocaso . Um delles dizia que o pescoço do animal tinhaEeis metros de comprimento e que c tf. dedo curvo deque falava o Sagüi era uma enorme tron.l a, cm fôrma dcgancho.

O Leão assentou que ao outro dia m .n commissâo denaturalistas e sábios fosse ao logar in_... . _o, estudar queespécie de bicho era aquella. A con>ir.;ssão foi c, paragrande espanto da cidade e da primeira commissâo, trouxea noticia de que não havia animal algum naquelie logar,nem nas visinhanças.

Era um signal evidente de que o bicho que existia, defacto, (porque nâo se podia duvidar da honestidade daprimeira commissâo; estava vivo.

Sua magestade ordenou que a commissâo de sábiose naturalistas voltasse na outra manhã para procural-o. Masno dia seguinte a Tromba do Século, jornal dirigido peloElephante, o mais importante do reino, em artigo de fundo,commentou sisudamente o acontecimento. Para a Tromba,o novo animal existia. Existia c estava vivo e, como nãose lhe conhecia ainda a ferocidade, não era nada prudenteo Leão arriscar a commissâo de sábios a um perigo, quepodia ser fatal. E o artigo concluía dizendo que,em vez deuma commissâo de naturalistas, sua magestade devia en-viar um exercito para dar caça ao novo habitante do reinoanimal.

Sua magestade ouvia sempre a prudência da Trombado Século e, nessa mesma manhã, ordenou que as forçasque guardavam a capital do reino se preparassem paradahi a trez dias dar busca nas florestas.

A' tarde, o acontecimento tomou mais vulto. Soube-seque o Leão decidira-se a partir á frente das tropas.

E assim foi. Tres dias depois, ao clarear da manhã,cometas e tambores enchiam a cidade de sons e, á fientedo exercito, no seu carro, lá ia o Leão, de juba levantada,solemne e poderoso na magnificência da sua realeza.

Perto da arvore que o Sagüi indicava não havia ani-mal algum. O rei então dividiu os batalhões por aquellasredondezas a procurar.

Foi para além do meio-dia que o Sagüi veiu avisar que,a uns duzentos metros d'alli, entre duas toiças, o novoanimal dormia. Foram dadas ordens ás tropas para quecercassem as toiças c o Leão, descendo do seu carro, ca-minhou guiado pelo Sagüi.

O ministério c os palacianos vieram aconselhar-lhe quenão se arriscasse assim a qualquer imprevisto. O rei dosanimaes fitou-os com um grande gesto de quem está acimade tudo.

—Deixem-se dc historias.E seguiu para o logar indicado pelo Sagüi.—E' alli.O Leão lançou os olhos para o que havia entre as duas

toiças.O que havia era apenas uma espingarda, posta em ar-

madilha pelo homem.Era a primeira que apparecia no reino;era a espingarda que os bichos estavam a pensar que fosseum animal novo.

E o Leão, encrespandoa juba, deu dous passos á frentee, roncando dentro do seu valor de rei, gritou :—Novo c exquisito animal, cá está o teu rei, vem pre-star-lhe a homenagem que todo o reino deve á sua pessoa!A espingarda não fez um movimento.

O Leão continuou:—Não ouves > Estás zombando do meu poder, ou a

morte acabou com os teusmovimentos? Estás vivo ou morto ?Falia I

A espingarda conservou-se no mesmo logar, sem amenor estremeçao.

O Leão fitou-a por muito tempo ainda como que á es-pera dc uma resposta, e, depois, voltando-se para a sua côrtcque o cercava, exclamou :

—Está morto c bem morto. Podem tocaio.A commissâo de sábios c naturalistas approximou-se

da espingarda. O povo, a soldadesca que acompanhava orei, approximaram-se também. O Coelho que no reino dosbichos creara nomeada com a publicação de uma memo-ria sobre os animaes pre-historicos, foi quem primeirotocou o animal. Vieram os outros sábios: o Tatu, a Lebre,o Tigre, o Tucano, a Cobra, o Kagado, o Lobo, etc. OCoelho metteu o dedinho no cano da espingarda, voltou Aculatra, examinou, examinou, e depois chegou-se aos.collegas:

—E'uma espécie inteiramente _..'*a. Antes do dilúvionão existia.

A opinião era de valor.A multidão foi afastada alli dc perto para não pertur-

bar o trabalho dos sábios. Cálculos foram feitos, mappasdesenrolados, opiniões debatidas, mas até á tarde os sábiosnão sabiam ainda de que animal se tratava.

Ao cahir do sol, o Leão que o resto da tarde estivera adormir á sombra, veiu até onde os naturalistas trabalhavam.

—Afinal de contas que bicho é ? perguntou.—Não sabemos ainda, magestade. i.-aia-sc de um serque não se conhecia na época ante-diluviana, respondeu oTatu.

O Leão quiz ver o animal de perto. E approxin.ou-se.Sentou-se nas patas de detrás, baixou a cabeça, e poz-se aolhar pelo buraco do cano.

Nesse momento o Coelho, investigador, probo no seusaber, examinava minudentemente o tal dedinho curvo dcque fallava o Sagüi. Era o gatilho.

O gatilho cedeu. Um estrondo, um susto, uma ondadefumaça pelo ar. O vulto enorme do Leão tombou para trás,ferido.

A multidão, os sábios, os exércitos sahiram, a correr,n'uma debandada tonta.

E pelo reino dos bichos espalhou-se que appareceráum novo animal na terra, tão temido e tSo feroz que só comuma cusparada matara o Leão, elle o Leão, o rei, o sobe-rano, o senhor de todos os bichos, e que por bicho algumtinha sido vencido ainda.

Viiuato Corrêa.

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(DESENHOS DE DlDl" )

XIIUma coroa de ouro, cravei.ida de pedras preciosas, ornava

a fronte: rico manto de purpura descia-lhe dos hombros, e nasua devirá via-se um sceptro artisticamente trabalhado.

ii Sultão approximou-se Jo throno c saudou o moço.Este inclinou a cabeça cm agradecimento, mas não Be

•vantou do throho, e disse :— Quem quer que sejas^ nâo estranhes si não me le

anto para cortejar-te ; chega-tc e olha !I íbriu o manto de purpura.

Grande susto apoderou-se do Sultão, quando viuque sm o busto do moço era dc carne e osso ; todo

resto v1 po era de mármore preto, como 0 pedes-tal Je uma estatua.

U moço, porem, escondeu o semblanic. e começou a chorar amargamente. O Sultão, vencido o primeiro instante de espanto, approxlmou-se maisainda do infeliz, abraçou-o com piedade'.- pedillhe que lhe contas. historia.

— NIo é a curiosidade que me move. disse/ a __,v/ k\ÈSkJtl \ \elle compadecido, mas estou resolvido

tudo quanto esti.cr ao meu alcanceyp.ir a tua cruel sorle.

Serenou o semblante do moço. queenxugand i a- lagrim is. Jissc ao Sultão :

— El mi ive assim dorespungentes, vou contar tudo. e ou-viris uma historia tão extraor-dinaria quão lastimosa.

VALEPARt O 4 O .1 I USO \. 355

V-A.I_.___riR4 _» ro\. i bso v :*5«_ I

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FELIZ COMO Um PEIXE DENTRO D'AGUA o TICO-TICO

1) Ricardo era um menino bom e intel-ligente, mas tinha preguiça dc estudar.11 seu maior desejo era sahir da escola.

2) Nos dias de férias também elle nãoestudava, passava horas inteiras deitadona relva sem fazer cousa alguma I

3) Um dia estava elle á beira-mare disse: —Os peixes é que são felizes,vivem livres dentro dágua!

t) quem me dera ser peixe .' Apenasdisse isso e viu apparecer no ar umagrande nuvem

que logo se transformou emuma moça muiin linda. Kra uma fada,que disse a Ricardo :

6)—Vou realisar o teu desejo e dou-tea faculdade de viver na água do marcomo os peixes

7 , Immediatamente Ricardo entroupelo mar e foi ate o fundo, andandodebaixo j a^ua sem se afogar.

K ) Picou deslumbrado coma hcTTezado fundo do mar, mas encontrou umenorme caranguejo

II i c lof_«o adeante um peixe gigan-Ricardo começou o ficar assus-

lado

10) Depois viu-se perseguido por um,polvo enorme, de aspecto horrível, queo agarrou.

11 i Felizmente kicardo tinha noum canivete, com o qual cortou

os braços do polvo.

12 i Mas apenas se livrara, d'esse pe-ligo encontrou um peixe electrico,comprehendeu que si esse peixe o to-tocasse elle seria fulminado.

d."'.ntinúa nj pagina seguinte »

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O TICO-TICO como um peixe dentro dágua• (Conclusão)

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1) Mas chamou o auxilio da Fada eesta fez apparecer na mão de Ricardouma pilha electrica. Com a pilha o me-nino afugentou o peixe.

ii De repente Ricardo viu a apuaficar toda escura e teve grande diffi-culdade em fugir. So depois viu quees>a escuridão. . .

:ii ...era produzida por um peixe chamadoSeigne. Este peixe produz um liquido como qual se faz a tinta Sepia

li Mais adeante Ricardo encontroucom um Espadarte, peixe aggres-SÍVo. . .

•">) .que quasi o atravessou com o seu espeto terrivel. Ricardo implorou o auxilio daFada, que immediatamente fez apparecer nas mãos do menino uma lança muito comprida.Com essa lança Ricardo conseguiu defender-se do Fspadarte e matai->

6) Logo depoi- a água começou aarrastal-o, com força irresistível O me-°ino tinha sido arrastado para um Bor-vedouro.

7> Ficou no escuro Chamou pelaFada, esta fez apparecer em sua mãouma lanterna.com a qual Ricardo viu queestava no estômago de uma baleia.

8) Com <> auxilio da Fada, appareceucm sua mão uma serra, com a qual elleabriu a barriga da baleia.

9) B fugiu. Mas viu se logo rodeado dc . es terríveis Qual ! —disse elle— antes ser homem e estudar do que ser peixe. < >- pobres peixes nâo têm descanso, cada""IW OCI IlUIUCm - t3iu-ai ww wjmv. o\.i \ _i.-.w. _»_qual tem o trabalho de sc defender a cada instante.

10) Nesse momento Ricardo acordou.Tinha adormecido na praia e sonhadoaquillo tudo Mas comprehendeu que osonho era um aviso c foi estudar

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AS HISTORIAS DE MOMO

i ] Estava uni.i uoita de luar esplendido. Lultá e /.f j<:. eothuiiaf- = Caçada de que ? — perguntou Vovó. — Ora '. Je qualquer COUU 'mados coma leitura de um romance de aventuras, propuzeram a —responderam o~ netinhoi H' impossível que ahi na chácara nao hajaV0v, V mi i- organisar uma caçada um bicho qualquer que se possa caçar.

atteniamenie o cblo para vei se descobriam pegadas de um animal. Derepente viram em cima de uma pedra o vulto de um bicho.

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I. Vovô que nào gosta de brinquedo com armas de fogo, nào trou-xera a espingarda para caçar. Trouxera apenas um sacco. Os netinhosse dirigiram sem rumor...

<,) ...para junto do hicho e assustaram-o de repente. O bicho deuum pulo colossal e foi cahir mesmo dentro do sacco que Vovô abriradeante delle. Os netinhos calmam de susto...

o Mas quando M l«Wanlaram vieram a saber que o tal bichça.ln com tanto trabalho era apenas '... o gato da casa que estava tomando Iresci' ao luar

10 II 12 13 II- 15 16 17 18 19 20 Zl 22 23 24- 25iiiiliiiiliiiiliiiiliiMliiiiliiiiliiiiliiiiliiiiliniliiiiliiiiltiiiliiiiliiiiliiiiliiMliiiiliiiiliiiiliiiiliiiilin

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15 O TICO-TICO

^-_~»-_°-

Isto passou-se ha muito tempo em um reino muitodistante.

Um velho camponez chamado Pedro, estava cavandoa terra para semear e toda vez que encontrava um vermena terra collocava-o em uma latinha. De cima de umaarvore, despida pelo inverno, um rouxinol observava-o,com desejo intenso de se atirar sobre um d'aquellesvermes.

Para esse passarinho um achado d'esses é a felicidade.Mas não se approximava com medo do velho. Apenas

cantava para ver si Pedro lhe dava alguma cousa. Mas ovelho camponez olhou-o com ar severo e disse :

— Pois sim, vadio. Pensa que estou aqui trabalhandopara você? Tudc isto é para as minhas gallinhas, que medão bons ovos. Para vocô só si fôr uma pedra !

Mas apenas disse isto, o velho recuou horrorizado. 0rouxinol soltou um assobio agudo c começou a crescer até

A casa estava tão alegre que o velho Pedro nâo pen-sou mais no anão e nas suas prophecias. Dormiu tranquil-lamente.

No dia seguinte era o baptisado da netinha. Pedro,muito satisfeito,sentiu appetite a pediu para o almoço umafritada e disse a sua filha:

— Margarida, vai ao gallinheiro buscar ovos.A moça foi, trouxe uns ovos muito brancos e preparou

uma tigela para batel-os. Mas quando quiz partir o pri-meiro ovo não o conseguiu. Experimentou com outros cencontrou a mesma difliculdade. Aborrecida, atirou com osovos no pateo, que era de pedra e nem assim elles se par-tiram.

Vendo isso Pedro levantou-se, lembrando-se do rouxinol c do anão.

Apanhou os ovos, examinou-os e verificou que elleseram de pedra.

O an ío pulou para ei na d.i mesa e poz-se a cant r

que ficou do tamanho de um gallo; depois pulando para ochão transformou-se em um homemzinho, muito pequenomas dc ar altivo, vestido dc fino panno, com sapatos dcfivela c um barretc dc vclludo. Era um anão, mas com onariz comprido, os olhos espertos e a barba no queixo,parecia ainda um rouxinol.

Ah, velho sovina I Queres guardar tudo para as tuasgallinhas porque ellas te dão bellos ovos : Pois de hojecm deante as tuas gallinhas só te darão pedras.

Tu pó pensas em ganhar e ter lucro, mas o teu co-ração duro como rocha tem um ponto fraco, é o amor portua i ca. a filha dc tua filha; mas deixa estar!

N" dia do baptisado da menina lá estarei e a minhavingança será terrível.

Pedro, furioso, ergueu a enxada para esmagar o anão,mas este deu um pulo e desnpparcceu.

Não é possível— disse Pedro—toi uma illusão, eusonhei acordado.. .Entretanto, o anão que eu vi ainda agoraaqui fallou-mc em minha neta I

:eu pára casa. Dc caminho atirou os vermes ásgallinhas. Sua filha estava cm casa, sentada com a meninanus braços.

Ficou pallido de susto, mas não disse cousa aigumapara não assustar sua filha. Passou-se o dia; na hora dojantar chegaram muitos convidados. Sentaram-se á mesa eMargarida, servindo a todos, preparou tambem um pratoreservado aos pobres. Esse prato foi coiiocado na ponta damesa, deante da poria aberta, como era costume nas festas

e tempo.Logo depois apresentou-se aporta um homem di-

zendo:— Eu sou pobre, venho jantar.Era um homemsinho muito pequeno, da altura dc um

gallo, tendo na cabeça um barrete de velludo e no queixouma bnga barba./.d. o reconheceu-o immediatamente, ma.ficou cm silencio.

O anão cumprimentou a todos e pulando com grandeagilidade collocou-se no meio da mesa.neu de tudoe todos achavam graça na sua figura.

Quando acabou de comer começou a cantar, como era decostume nos jantares de baptisado. A sua voz era muitofina mas agradável—tinha trinados como a voz de um rou-xinol. Era um encanto ouvil-o. Até a netinha batia com asmãos como si quizesse applaudir tão sinerular cantor.

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O TICO-TICO ieDe repente o anão puxou do cinto um grande relógio

e disse:Olá I Quasi meia-noite. Tenho que me retirar. E

perguntou a Margarida. — Como se chama sua filha ?Maria—respondeu a moça.

Mas eu vou dar-lhe um nome mais bonito. Delnjí

O ruuxinol transformou-se em um anão.

em deante ella se chamará Argentina e mais ainda — porminha sciencia mágica declaro que ella terá o poder detransformar em cousas úteis e de valor todos os objectosque tocar com os dedos.

O velho Pedro teve um suspiro de allivio. Elle receia-va um feitiço maléfico. Mas si o anão-rouxinol dava ácreança o poder de transformar todos os objectos em cou-sas de valor, o seu feitiço era até uma felicidade.

Mas o anão disse ainda :— Fica porém sabendo. Argentina, que o teu poder

terminará no dia em que encontrares áquelle que tem opoder dc.transformar o ouro em fumaça, porque um diaterás que casar com elle.

O velho Pedro estremeceu. Como I Pois havia pelomundo um homem capaz de transformar o ouro em fumaça?-li ò velho que era muito avarento ficou desesperado com ai__a de que sua netinha poderia perder o seu poder pre-cioso.

O anão sahiu cumprimentado a todos em grandescurvaturas. Todos riam de suas maneiras e Pedro ria tam-bem, mas continuava inquieto. Foi elle o primeiro que se'embrou de verificar si as palavras do anão tinham valor.

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Apanhou sobre a mesa um pedaço de pão e estendeu-o asua netinha.

A menina estendeu os dedinhos e tocou o pedaço depão, que logo se transformou em um pão inteiro, fresco eappetitoso. O velho fez a menina tocar em duas garrafasvasias e as garrafas appareccram cheias de excedentevinho.

Argentina cresceu. De mil léguas cm redor vinha gentepara vel-a e admirar o seu poder prodigioso. Traziam-lhefarrapos, a menina tocava-os e logo os farrapos se trnns-formavam cm roupa nova e perfeita. Tocando em um bolsavasia Argentina fazia-a appareccr cheia de ouro; tocandoem uma cabana em ruinas transformava-a em um paláciosumptuoso. A sua fama espalhou-se pelo mundo inteiro.Reis e imperadores, arruinados por longas guerras, joga-dores empobrecidos, todos vinham pedir o auxilio dc Ar-gentina.

E a menina recebia-os cm um palácio opulento, sentada em um throno dc esmeraldas. Só vestia pannos dc bro-cardos, forradosde pérolas, sócaminhava so-bre tapetes deseda. Nunca sevira riqueza as-sim.

Mas, por fim,Argentina co-meçoua seabor-recer. Ella nadatinha a desejarnesse mundo,era a creaturamais rica e maisaduladadomun-do inteiro. Umdia,ella compre-hendeu que todaaquella multi-dão a procuravapor interesse,por que cila atodos enrique-cia. Os reis efidalgos que apediam em casamento só ti-nham em vista oseu poder ma-gico. Mandou fe-char o seu pala-cio e declararque não queriaver mais-pessoaalguma. Mas amultidão dc am-biciosos assai-tou o palacio.ar-rombou as por-tas. matou os

_2\r-

Dous ladrões viram Argentina duK-mindo â beira do caminho.

Vmna gente ae toua a parle procurar Argentina.

guardas que Argenlina puzera de vigia e approxim ira;delia, obrigando-a pela força a tocar nos objecto- quetraziam.

BntSo Argentina, lembrando-sc da historia do rouxinol,que seu avó lhe contara, comprchendeu que o anão, fin-gindo dar-lhe um bem, vingara-se dc modo terrível.

Mas áquelle encanto devia cessar no dia cm que cilaencontrasse o homem que tinha o poder dc transformar oouro em fumaça. Onde encontrar esse homem >

Um bello dia resolveu fugir. Para não ser rec »nhe-cida, por sua riqueza, sahiu do palácio á noite, r.dou ocorpo pela lama, lendo o cuidado dc conservar as mãospara cima e seguiu d'alli, tão suja, tão repugnante que eraimpossível rcconheccl-a.

Caminhou toda a noite e todo o dia seguinte. Por fim,cansada, com fome, foi bater na porta de um casebre.

Mas apenas bateu na porta com os dedos.>e transformou em um palácio soberbo.

Veiu abrir um homem, que parecia muito admimas ao vér uma moça coberta de lama, correu conchamando-a mendiga,

Argentina continuou a caminhar muilo triste, até que,não podendo mais, deixou-se cahir deitada, á beira dminho c adormeceu.

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17 O TICO-TICODormindo.tocou com os dedos na sua roupa. Immedia-

tamente toda a lama desappareceu e o vestido voltou a ser.de ouro e pérolas.

Nesse momento passavam pela estrada dous ladrõesque.vendo aquella moça assim tão ricamente vestida, appro-ximaram-se e com as pontas de suas facas arrancaram aspe-rolas do vestido de Argentina, tiraram-lhe os brincos, odiadema, mas, quando quizeram tirar-lhe os anneis deu-seuma cousa espantosa.

Tocando nos dedos encantados de Argentina ambosse transformaram e ficaram vestidos como dous ricos fi-dalgos.

O primeiro ladrão, olhando para o outro e vendo-oassim, pensou que elle era mesmo algum fidalgo que vinhaem soecorro da moça. O segundo ladrão pensou a mesmacousa, e ambos, puxando das espadas, lutaram com tantafúria, que cahiram alli mesmo, ambos mortos. Ao romperdo dia, Argentina accordou e vendo aquellcs dous homensmortos e as suas jóias pelo chão, comprehendeu que allise dera mais uma scena horrível, provocada por seu podermágico, que despertava as ambições e cobiças.

Mais triste ainda, continuou a caminhar, até que en-controu uma casinha muito bonita, mas muito simples,toda dc madeira e cercada por um jardim cheio de flores epássaros. Argentina approximou-se, oceultando as mãossob a roupa-e bateu na porta com o pé.Entre — disse uma voz do lado de dentro.

Argentina empurrou a porta com o joelho e viu quenessa casa morava um moço muito elegante, apezar de suaapparencia pobre. O moço que era um poeta e se chamavaAlberto, pediu lhe que'sé sentasse, dizendo :

A. senhora tem aspecto de uma princeza, mas pa-rece cansada. Si tem fome, posso lhe offcrecer leite e pão.

Argentina acceitou. Alberto trouxe um copo dc leite epão, mas Argentina então disse :

Meu senhor, si quer ser verdadeiramente bom, dé-me os alimentos na bocca._Eu estive doente e não possomover as mãos.

O rapaz- carinhosamente fez o que Argentina lhe pedia.Deu-lhe o leite e o Dão na bocca como se dá a uma

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tasse o seu jardim. Argentina levantou-se e, conservandoas mãos juntas, com medo de tocar alguma cousa, sahiucom Alberto. A' portão rapaz offereceu-lhe a mão, paradescer os degrãos. A moça, afastando rapidamente a mão,tocou em um vaso de barro que estava alli com flores elogo o vaso sc transformou em uma jarra de ouro. Albertoficou muito admirado, más mostrou apenas surpresa e não

Alberto encheu o sacco de couro no rio.

alegria por ver um objecto de tal valor. E, notando queArgentina guardava silencio, não quiz fazer perguntas-Acompanhou-a ao jardim, mostrando-lhe a bellcza das flò-res c dos pássaros.

Argentina estava admirando o perfume das flores,quando Alberto, por gentileza, colheu uma rosa eoÉfereceu-lh'a. A moça acceitou-a. instinetivamente, e recuou dc és-panto, vendo que a flor, tocada por seus dedos, setransfor-maraem um enorme repolho. Era o poder mágico. A tlõr,que nada vale, se transformara em uma cousa de maisvalor. Do mesmo modo, um lyrio que ella tocou, por dis-tracção, se transformou cm uma abóbora, e um beija-flor.tocando cm seus dedos, transformou-se cm um pato enorme.

Então, Argentina contou a Alberto o triste poder deque era dotada.

O poeta, que nunca ouvira fallar nclla, ficou muitoadmirado, mas não mostrou desejo de se aproveitar dessepoder para ficar rico, ao contrario, mostrou receio de ver oseu lindo jardim transformado cm uma horta. Depois, comoera poeta e conhecia varias faJas, lembrou-se dc consultaruma d'ellas, para ver si encontrava um meio de libertar apobre moça d'aquellc poder maldito.

Mas para encontrar uma fada era preciso ir a uma flo-resta muito distante. Alberto resolveu partir e, para auxi-lial-o na viagem, Argentina tocou em algumas pedrinhasque se transformaram em moedas de ouro.

roçada pelos dedos de Argentina a rosa se transformou emum repolho enorme.

creança. A moça comeu e, como estava muito fraca, ador-meceu dc novo na cadeira.

O poeta não quiz perturbar o seu somno e até, paracmbalal-a, pegou em um violino e tocou lindas musicascantando os scus versos com voz suave. Era quasi meiodia,quando Argentina accordou e sentiu-se feliz c tranquillanaquclla casa modesta. Alberto, então, pediu-lhe que vi-i-

Alberto sahiu e logoadcante encontrou um mendÍLr > Orapaz deu-lhe uma moeda de ouro e em troca o pobrcJeu-lhe um ovo. .Wí'crroacccitou-0 para não fazer desfeita, masnotou que oovo, branco e luzente era dc pedra, Emcaso guardou-o e seguiu.

Maisadeante encontrou uma velha que com grande cs-forço procurava arrastar um feixe de lenha para a sua ca-bana. Alberto carregou a lenha c a velha, transformaem uma moça muito bonita, que era uma fada, disse-lhe :

— E' a única cousa que te posso dar.E deu-lhe um ovo tambem dc pedra.

Provai a saborosa MANTEIGA MINEIRA e apreciai o seu sabor

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O TICO-TICO 18Disse isto e desappareceu. Mais adeante ia uma car-

roça tão pesada que o pobre burro mal podia subir comella uma ladeira. Alberto, sem dizer cousa alguma empurroua carroça por trás, até chegar no alto da ladeira. Ahi o burrode contente começou a escoucear e escouceando atirou pertodo rapaz um objecto branco. Alberto abaixou-se e vendoque esse objecto era um terceiro ovo de pedra guardóu-o.

Chegando á floresta Alberto viu uma gazellaqueseesforçava para beber água no rio, mas não conseguia por-que o rio estava muito baixo. O rapaz tirou dos hombrosa sua saccola, que era de couro, e segurando-a pela correiaencheu-a de água, que offereceu ágazella.

Quando a gazella acabou de beber, o rapaz viu queno fundo do sacco estava mais um ovo egual aos trez pri-mciros.

—Já são quatro—disse Alberto—por que rasãc estariaencontrando tantos ovos assim?

Era já noite. Alberto dormiu alli mesmo, e no diaseguinte continuou a caminhar. Pelo caminho comprouvários livros de gravuias c rendas para offerccer a Argai-tina. Mas nesse caminho deserto encontrou uma velha.que estava tremendo de frio. O poeta com pena acccndcuuma fogueira. Mas por alli não havia lenha, eram só gra-vetos c muito verdes não queriam pegar fogo. Entãovendo que a velha tremia cada vez mais, Albcrlo queimouas folhas dos livros e as rendas para acccndcr os gra-vetos.

A velha então disse:—Obrip-ado meuqueima o que custou o seu ouro para me

netinho —aquecer. Reduz.

y^ ~ *- '*. — iív}>« sxmr •> —¦J-, : »•>2^^"

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o ouro a fu-ma;a por pie-dade. Aquitem o quintoovo mágico.Volta para tuacasa,lá encon-trarás o sex-to ovo de pe-dra e então vc-rás todos osteus desejosrcalisados.Aibertocom-

pre hc n d euque a velhaera uma fada,agradeceu-lhee rartiu.

-"-£**>-

tf/VI . :í"?í-

Alberto voltou para casa correndo.

¦ ¦¦¦-.

Chegandosentiu grandeprazer ao vernovamenteArge n tina,que o espera-va sorrindo.

Ficaram uminstante cmsilencio no

jardim. Alli perto havia varias creanças e uma deltas ati-rou um objecto que veiu cahir aos pés de Alberto. Era osexio ovo de pedra. Alberto curvou-se para apanhal-o,mas Argentina fez o mesmo gesto e a sua mão mágicatocou a mão do rapaz. Ella recuou com um grilo de susto,

viu com grande surpresa que Alberto continuava a sero mesmo, modesto c simples, não se tranformára.

Teria ella perdido o fatal encanto?Quiz experimentar, tocou em vários outros objectos e

todos se conservaram tal qual eram.Nisto um rouxinol começou a cantar sobre uma ar-

vorc./l^cr/oquc/1rgeíi/i,i.7i.lharaiTi para o rouxinol este co-meçou a voar, saltou para o chão e transformou-se cm umhomemsinho com um barretc de vclludo.

Era o anão, que cumprimentou e disse:— Minha afilhada, o poder que te dei no dia de teu ba-ido tinha por fim castigar teu avô, que era avarento,

sem se lembrar que as culpas dos pais recahem sobre osfilhos e sobre osne

Encontraste o homem, que transforma o ouro em fu-rraça.porque não tem pena de gastar o que é seu, para fazerb«. v aOS outros. So elle te podia salvar. Agora só com as

jóias, que tens neste momento, poderás casar com elle e vi-ver muito feliz.

Com effeito, desde esse dia, vivendo na casinha demadeira, Alberto e Argentina foram as creaturas mais fe-lizes do mundo.

GAIOLA D'0 TICO-TICOLuiz Rocha Brandão — Então, gostou do Almanach

d O Tico-Tico, hein ?Agradecemos o bello postal que nos enviou pelo sue-

cesso alcançado mais uma vez com os almanachs. E' sem-pre assim I

llcrmcngarda Mamede — Ha muitos leitores nas con-dições da nossa camaradihha. Os trabalhos são publicadospela vez, quando aproveitados. •

J isií Júlio de Andrade Ollivier (S. Paulo) — Já provi-donciamos.

Carlos Sidon (Ceará) — O seu retratinho sahiu publi-cado no Almanach d'u Tico-Tico. O Juquin>ia agradece,reconhecido.

A. Almeida — Recebemos os coupons para os nossospobres.

Pedro da Silva Campos (Rio) — O Mez de Maria não éinédito, razão porque não o publicamos.

Jorge Pires (Santos; — Mandámos a sua cartinha aoJu.piinha, c elle ficou todo satisfeito, agradecendo sincera-mente as saudações.

E. Guarinello, O. Kuscl, Pedro Ferreira de Souza Ju-nior, Edison Guimarães, Osmundo Lisboa, Francisco Soa-res Lemos, Cândida Caruso, Hamilton Peçanha, Benevc-nuto Teixeira Cardoso, Carlos Abílio de Andrade, JoséVizioli, Adelaide de Macedo, Carlos Velloso, Oswaldo doRego Leite de Oliveira, J. M. Barros, Luiz Cecilio dos San-tos, Arnaldo M. da Hora, Francisco Ferreira de Faria Filho,Maria de Lourdes, Elisiario cia Cunha Castello Branco,Paulo Sabinode Freitas, Annibal da Cruz Ribeiro, ArlindoLopes Bastos, J. J. A. Ollivier, José Regis de Mello, En-gracia da Silva Velloso, Sebastião Lima e Vicente Oliveira— Recebemos os trabalhos.

Bane Salomão—A sua carta veiu multada em 400 réis.Virgilia A. L. Guimarães — Estamos agora começan-

do a publicar o romance Abelha, de modo que é impossi-vel determinar, por emquanto, quantas paginas terá o livrodepois de prompto. Mas calculamos que terá umas 00 a 80paginas.

Abel Diniz Mascarenhas fBello Horizonte)- -Já está cs-gotada a edição do Almanach d'O Tico-Tico.

Elisa AntuncsGarcia(Rio)—Não se esqueça delero avisoque publicamos constantemente na secção de concursos.

A. Souza Viçosa—O Crepúsculo é seu?A. Almeida (Rio)—Temos muita cousa a publicar. Pre-

ferimos trabalhos cm prosa, o que você poderá mandar.Lauro de Almeida Coutinho (Botafogo) —E' preciso re-

sponder a todas as perguntas, incluindo no papel o respe-ctivo vale, para poder entrar nos sorteios. As perguntasnão servem; mande n is nutras,que serão publicadas.

Claudiana da Silveira Vianna— Vamos ler os seus tra-balhos, sim ?

MANAHMilagroso alimento par*» as Crianças,

Amas, Convaleíwc.ies, etc.IkiUidi pala lincttrii Gtnl di Slide Publica

ALTAMENTE NUTRITIVOO uoico aue caocausa emoaraços imeshnaes

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A RAINHA DAS MANTEIGAS É A CONHECIDA MINEIRA

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19 O TICO-TICO¦V_E_R_A._I_<r_EJA.__SriDO

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_h1-__________PM-E_______P _à

O Sr. José dc Carvalho, d:i casa Paschoal, do Rio de Janeiro, cm compannia ae aiguns amigos, entre os quaes váriosleitores d'0 Tico-Tico cm Poços de Caldas.

FELICITAÇÕES0 nosso dU.incto leitor e amiguinho José Regis de

Mello fez annos no dia 3 do corrente, pelo que foi muito fe-licitado.

—Completou o seu terceiro anniversario a 5 do correntea interessante menina Mariazinha Corrêa, sobrinha do nossoleitor e amiguinho Júlio César Moutinho.

—Fezannos a 2 do corrente o intelligente menino Gus-tavo Rodrigues Dias, nosso assíduo leitor, o qual offereceuum òpiparo jantar c animado saráo aos seus innumerosca-maradinhas.

—Completou mais um anniversario no dia9 do correntea gentil creança Kuth Alvarenga Toledo, residente em S.Paulo c uma das apreciadoras do impagável Chiquinho.

—Vez annos no dia 12 do corrente o Sr. João da SilvaVelloso, rac da graciosa senhorita Engracia da Siiva Vel-loso, no>>sa dlsiincta c talentosa collaboradora.

Completou 3 annos de edade a 12 do corrente ointeressante menino Erico Antônio Lopes, irmão do nossoleitor .'. Lopes Júnior.

• — P..--S...1 ante-hontem o 12anniversario do nosso dis-tine: rador e amiguinho Oscar Augusto Knoll, re-sidente cm S. Paulo.

Completa 11 annos no dia 28 do fluente Maio a se-nhorita Lavinia Goulart Araujo, leitora d' O Tico-Tico e filhado Sr io dc Araujo, presidente do Real CentroPortuguez de S.mtos.

Clara Machado, distineta alumna do curso complc-mentar da I u Ia Modelo Bcjamin Constant c nassidua leitora, fez 13 annos a 15 do corrente, pelo que afelicitamos fervorosamente.

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e encontrareis os calçados maischies, mais elegantes

e mais modernos, sendo nãosó estrangeiros

como nacionaes e por um preçosem competência

F. BIJLIEJM & íl

TERREMOTOS EM PORTUGALAcha-se cm nosso escriptorio, á disposição da Com-

missão dc lk nativos, para as victimas dos terremotos cmPortugal, a quantia dc 10$, um dos prêmios dos nossos

>m que foi sorteada a menina Lcontina EstellaWalkcr, que nos ordenou entregar a referida quantia amesma corr.missão.

Únicos depositários do conhecido eafamado calçado "CONDOR"

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O TICO-TICO 20OS NOSSOS CONCURSOS

RESULTADO DO CONCURSO N. 338

O PEIXEBastante animado, sendo este o resultado do sorteio :1." premio— 15Ç000:

Franeiseo Wogueira Penidode 11 annos de edade, residente em Mar de Hespanha,Minas Gcraes.

2-premio — 10Ç0OO:•Guilherme de Abreu

de 12 annos de edade, morador á rua Visconde de Itaúna n.217, moderno.

3.» premio— 10S000:•Mauriee Stuart Fox

de 9 annos de edade, residente d rua Nossa Senhora daCopacabana.

Enviaram-nos soluções:Paulo Lima, Celestino Cavalheiro, Bento de Souza,

Jeronymo Machado dc Oliveira, João Lourival de Moraes,Mauriee Stuart Fox, Kita Peçanha, Hamilton Peçanha,Célia Garcia da Silva, Haydéa de Moraes Jones, Guilhermede Abreu, Maria C. D. Leal, Carmita D. Leal, DonguinhaLeal, Francisco Penido (Pcnidinho), Lauro Santos, AdalgizaVeiga Carneiro, Laura Moniz dc Souza Camargo, GabrielCaldas, Didimo Muniz, Lydia Lopes, Olga Ramos Falcão,Benedicto Pinheiro de Lima, Rossini de Medeiros Raposo,Gastão Faria Santos, Antônio Pimenta, Hercilia de Oliveira'Vaz, João Alves de Souza, Waldir Vial, Anna GurgulhoNogueira Sobrinho, Manoel Meira Júnior, Stellita FreitasBarbosa, Manoel Francisco Jacques, Delfina Quaresma,Odette dé Carvalho e Silva, Ita Porangaba, Mafalda Grasã,Sylla Sobral de Mattos, Darcylia Machado, Romulo Au-gusto Ferreira Lima, Emílio Bláne, Odyla de Mello Franco,Cecília B. de Mendonça, Antenor Ferreira de Mello, AracyPinto, Margarida S. Martins, Archimedes Alves de Brito,Mario Parada, Julia de-Freitas, Hermengarda Mamcde, Al-vimar Rezende, Rosalina da Silveira Vianna. Tasso Tinoco,Octavio do Monte, Nelson. Coelho, Luiz de Araujo, JoséBernardo Paredes Júnior, João Rodrigues e Nelson Braga.

Ainda ha nomes a publicar.-RESULTADO DO CONCURSO N. 339

respostas cintas :1." — Camões2.' — Canna — cano

- :;.•" — Bombo — bomba4.* —-Gala .5." — A lettra Iii." — Ponta — ponto

A "4.* 'pergunta foi justificada, pelo que resolvemosincluir iodos os remettentes de soluções no sorteio, cujoresultado ahi vai :

1." premio — 15$000:Jaeyra da R.ocha Azevedo

dc 12 annos de edade, residente d avenida Paulista _" 58,S. Paulo.

2° premio — 1ÜÇO00 :

Adalberto Menezesdc 12 annosdc edade, residente á rua Adelaide n. 16, Boceado Matto, estação do Meyer.

3° premio— 10$000 :•Diva Nolf

residente a ruedu Collège39, Bruxelles.

Enviaram-nos soluções:Antônio Guerra Pinto Coelho, Rytha dc Vasconcellos,

Angélica de Menezes—-Eurydice de Carvalho, Avenca deCarvalho, Benicio Henrique de Oliveira, Benedicta Fer-reira Guimarães, José Vital, Jacyra da Rocha Azevedo,Minerva Herval de Vasconcellos, Paulo Lima, Yta Poràn-gaba, Antônio Pimenta, João Lucas de Azevedo, CéliaGarcia da Silva Passos, Adalberto Menezes, Hercilia daFira, judith dos Santos Abreu, Tasso Peres, Ma ria doCarmo, Donguinha, Carmita, Norma e Santinha Dias Leal,João da Silva Dias, Holstein de Séllos, Camillo Garcia daSilva, Stella Garcia da Silva, José Louzada. Jacy daCosta, Gilberto Alves Alonso, Adalberto Pereira Pinto,Marat Carneiro, José Pereira Jorge, Haydéa de .MoraesJones, Pedro de Almeida Pereira, Alcides Carlos, Wal-demar Mera Barroso, Armando Bittencourt, Laura Vas-concellos, Victor Olsson, Giselia Salgueiro Leal, José Pinto"dc Assumpção, Guiomar de Mello Franco, Romulo Páschoalino, Maria Lima de Oliveira, Carmen Pereira, . Flò-,riano Ávila da Costa, Odette da Costa Brito. Hcrminiade . Brito Ferraz da Luz, Cecília B. de Mendonça, D, .Mu-rillo, Jefferson Rosa, Maria de Lourdes Martins. StellaBailly, Mario Aderbal dc Carvalho, Olga Gabriel Mocau-char, Jayme Vieira, Rodriguinho Theophilo Filh >, Ama-lia Cavalcanti do Rego, Elsa Elisabctt lsenséc, Lauro deAlmeida Moutinho, Anathildc de Almeida Couto, Zelia deCastro Sócrates, Marietta Angelina da Costa, Diva Nolf,Aristheu Accioly Lins, Jorge Alvares Guimarães, Mero-ni Ferreira da Cunha, Celestino de Carvalho. Maria JudithAzevedo; Hilário da Silva Passos, Waldemar dc M. Franco,Carlos Sidon, Luiz Carlos dc Lima Oliveira, AracyLemos, Luiz Lacerda Pinto, Francisco Pinto dc Magalhães,Dina Meyer, Luiz Gomes da Silveira Braga c Carlos dc Oli-veira e Moraes.

Os leitores acima, residentes nesta capital c contempla-dos nos sorteios, deverão vir ao nosso escriptorio receberc passar recibo dos prêmios." Os demais residentes . nos Estados deverão procuraros nossos agentes, pelos quaesserão promptamente atten-didos e pagos.

Quanto á nossa leitora Diva Nolf, residente em Bru-xellas, aguardamos as suas ordens, que deverão ser envia-das á administração d' O Tico-Tico.

H»\(llt»(»s 4Tlt-Z.IDO*

Ainda hoje publicamos a relação de muitos leitoresque nos enviaram soluções de diversos concursos, cujosresultados já publicamos.

Eil-a :CONCURSO N. 341

Mario Salles, Angélica de Carvalho, João Silveira,Thcodureto Valle, Luiz Gomes Fluminense, Cecília dc Ma-galhães Mafra e Luiz T. J. Castro.

CONCURSO N. 346Ary Costa Lobo, Augusto Cabral, Fulina de Coes Tcl-

les, Severo Rios Corrêa, Pedro Augusto Nunes NogueiraPinto, Teto Xavier e Carlos Magalhães Lobo.

CONCURSO N. 350

Ailda Maria de Castro, Adalgisa Faria, Paulo Lima,Maria Luiza de Oliveira, Jefferson Rosa, Haydéa dc MoraesJones, Uricc Ferdinand, Irene Americano, Renato Ameri-cano, Maria Luiza Medeiros, Arlindo Lopes Bas&s, Mariodc Oliveira Uraiidão, Clotildc Marietta Rosa, Luiza PereiraMartins. Amalia Cavalcanti do Rego, Celso Salles. Aracye Francisco, Manoel Lima, Arthur Pereira Martins c CarlosMonte verde.

Para o 226—Raul B. de Oliveira, Alberto Miranda c JoséBenayan,

Para o 3:50—Pedro de Almeida Pereira e PauloMcdina,Para o 332—Carlos de Souza Natal e Guiomar Maciel!Para o 333— Ernesto Cunha.Para o 335—Jeronymo Machado de Oliveira.

PEITORAL DE ÂIICO PELOTENSE Vai dizer a sua opinião um egrégio membro da classe medica,distineto cirurgião da Santa Casa de Misericórdia e do Real Hos-

Êitalde Beneficência Portugueza, de Pelotas, etc. «Attcsto que o

duardo C. Sequeira, é um excellente medicamento para grandenumero de affecçõesdo apparelho respiratório.»— Dr. José Brusque. Deposito:—Fm Pelotas, Eduardo C. Sequeira- RioDROGARIA PACHECO, Andradas 5'J, São Paulo BARUEÍ. & C.j e DROGARIA COLOMBO, Santos.

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CONCURSO N. 355PARA OS LEITORES DA CAPITAI. E DOS ESTAMOSi vk I w

g, I ¦'•'•»"•" I

21 O TICO-TICOO presente cbjocursode quadrinhos, depende de muita

paciência de vocês, bons petizes.Ahi estão 66 cubos ; queremos que os amiguinhos arran-"

gem uma scena muito bonita.Recortem todos os 66 quadrinhos e formem a scena de

que falíamos, apenas com 63 cubos, devendo notar quedeverão sobrar 3 e que são os que estão fora do quadrogrande.

Depende unicamente da intelligencia peculiar a vocêstodos.

Ouçam bem —63 quadrinhos !

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O TICO-TICO 2CDaremos dous prêmios de 10$, por sorteio, aos leitores

que nos enviarem soluções até o dia 30'de junho próximo.As soluções deverão vir todas assignadas e acompa-

nhadas dos respectivos vales, residências e edades dos nos-sos camaradinhas.

CONCURSO 356PARA OS LEITORES DA CAPITAL E DOS ESTADOS

Perguntas:I* — Qual é o réptil que se lhe tirarmos duas syllabas

1c* "iia írueta?Enviada pelo menino Paulo de Souza Brazil, Ceará.)

<?•. — Ea exprimo o ponto extremo,Emiii-jf» 3u extensão,Se'n.10 jut i nada temo,Poi:- .l^iircrn e verão.A's avessa- sou quadrúpede,-

orridis apreciada;Pois dizendo ser «oli peleEstou quasi dccifiada.

Que é ?(Furico José ígnai o Laba, Campinas.)

3*. — Qual é a planta her-acet que se lhe trocarmosuma lettra, fica uma formiga t

(Enviada pelo menine \li.uniro Araujo, Rio.) '

4*.--- Qual é o jornal semanário qce se lhe subtrairmosuna lettra se transforma n'um golpéí

(Enviadapelo menino Ary Francisco, Rio.)5*. — File — por todo o mundo

Milhões de vida tem;Ella — no cemitério,Um só morto contem.

Que é>[Enviada por Eugenia de l"rcita- Guimarães, Rio.)

&.—Qual é o peixe queji teir. jm tempero?(Enviada pela menina Aracy do Valle.)

7'. — Elle e Mm Instrumento, ella, um coíijuncto deni\i

Que é s(Enviada, pela menina Nene Braga, Rio.)

8*. -Ella é moeda Je prata putugueza; elle é affecto.(Envjij.i pelo menino IScncdicto Juarez.)

As is até o dia 2 de Junho, ha-v;ndo dous prêmios d? (0$, :pie serão distribuídos, porsor-teio, entre os leitores qa: veiarem respostas certas ásoito perguntas.

X' -trarão no sorteio as -oluçõci que não vieremassiCnadas -.acompanhadas dos respectivos -ales, resi-dencias c edades dos nossos .amaridinha.-.

LI VISOS PAItt CREANÇAS

QUE SORTE!

(fV_— f*mmMm¦i ,i ife_._-_ .J—_____'

Pedro foi preso num qui -ua mãi, por tercommettido muitas travessu

\ irtc, porem, lhe foj favorável, r is encontrou napra,Jeira do quarto o Almanath d'(> TiCO-TiCO, rclo queficou muito contente 1 Assim, a prisão até se tornou umprazer.

Desenho e legenda de José Campos Júnior [S. Paulo)

Os meus brinquedos — O melhor e mais encantadorlivro para creanças, que existe em lingua portugueza, únicono seu gênero. Contém innumeras cantigas para adormecerno berço; brincadeiras c divertimentos para todas as edades;jogos de prendas e sentenças, e peças próprias para seremrepresentadas por meninos e meninas, em casa, nos colle-gios e em theatrinhos particulares: tudo acompanhado decentenas de gravuras explicativas 4S0OO

Thcatrinho infantil — Esplendida collecção de mo-nologos, diálogos, scenas cômicas, dramas, comédias, ope-retas, etc. (em prosa e veiso), próprias para serem represen-tadas por creanças, dispensando-sc despezascom scenarios,vestimentas c caracterisação. 1 volume com 21 peças 5S000

tllmiii das crcn.-iças—Excellente obra encerrandomuitíssimas poesias dos mais celebres c modernos autores,destinadas á infância, próprias para serem recitadas cm sa-Ias, nos collegios, em theairos, etc, ensinando as creançasa declamar e a se desembaraçar 4$()00

O castigo «1c um anjo—Delicioso e moralissimo conto,original do grande escriptor Leão Tolstoi. commovente esentimental, baseado na máxima christã: Amai-vos uns aosoutros, obra divina, piedosa e cheia dc virtude 2$000

< nulo» da carochinha — Com 61 contos 4S000Historias do arco da velha—Com 00 contos. 4$00OHistorias da avósinha — Com 50 contos 5$000Historias da baratinha — Com 70 contos.... 4$000Estes quatros últimos livros coniêm esses contos que todos nós ouvlnvw

em pequeninos, contados por nossas mflis, velhas nvúsmhas, tias, madrinhas,amas, etc. etc, contos popúlarissfmos, moraes e piedosos, que sabem as cre-onças todas de todos os paizes. Sao narrações fantásticas onde ha f-»das, lo-bíshomens, gênios mysterlosos, animaes fallante«, bruxas, feiticeiras e encan-tamentos, mas em linguagem simples, incutindo sempre a Idéa do bem e davirtude.

. Coda livro forma um grosso volume de 320 a400 paginas, com milharesde vinhetas e gravuras, Impresso em papel de boa qualidade, typo novo eletras de fantasia, encadernado, e sempre com a mesma capa liihographada acores.

Este avfso torna-se Indispensável, devido ás imitações que se tem feitoda nossa collecção para creanças. Assim, peça-se sempre a Btbliotheca Infantilde Figueiredo Pimentel, tendo-se o máximo cuidado na capa.

Quaresma & C. — LIVRARIA DO POVO—Rua S. José, 65 e 67

O TICO-TBCODedicado a Floriano Peixoto Medrado

O sol começava a espalhar seus primeiros raios pelasverdes campinas, ainda orvalhadas pela fresca da noite.

Via-se ao longe uma nesga esfarrapada do céo e o solum pouco encoberto fazia sahir alguns dos seus raioique bordavam as orlas d*essa nuvem de um dourado muitovivo.

Era risonha a manhã; a brisa soprava docemente.Eu se-guia pela limpa estrada que tinha em frente de casa,quando olhei para um enorme cajueiro e vi num dc seusgalhos o ninho de um mimoso tico tico. Estive por alguns

ndos a olhar o ninho c seu dono. Pensei logo cm bo-lar na gaiola o mimoso tico-tico, para ouvir todas as ma-iihãs o seu mavioso canto...dc repcntc.a avesinha começouo entoar um gorgeio, cheio dc alegria. Depois esperei quecila entrasse para o ninho e, subindo com muito cuidadj,pude alcançar o ninho c... zas, estava com o pássaro cmminhas mi

Levei para casa, collocando-o numa bonita gaiola,pendurada em cima dc uma das janellas de casa. para, aoromper da aurora, elle accordar todos com o seu mavioso eencantador gorgeio.

N"u dia seguinte,ao romper da aurora,-cu impacienteesperava que a avesinha cantasse, porém, baldada espe-rança, ouvi somente que ella dava apenas uns piosinhosque faziam compai\

Botão, vendo aquillo, Icvantci-me c soltei o prisioneiroque foi sentar-se numa arvore defronte c ahi eu pudeouvir um gorgeio da avesinha, cheio dc saudade e dealegria.

Depois, todos os dias, ao despontar da aurora, cm quea brisa fria da noite ia ser substituída pela morna doaprimeiros raios do sol, eu dirigia-me ao cajueiro para ouviras maviosas cançOes do gentil tico-tico.

Alagoa Grande.J sé Regis de Mello

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O TICO-TICO O CACHORRO EA MENINAi—r

1) Zulmira tinha um cachorro do qual gostava muito. Nãoia passear sem o valente animal, que se chamava César.

2) Mas um dia Zulmira ganhara um automóvel. Pulou dealegria. Um automóvel era a cousa que ella mais desejava.

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3) Zulmira nesse dia ficou tão contente que nem se lembroudo cachorro O pobre César ficou muito triste .

4) ...e embora a menina não lhe fizesse festas, acompa-nhou-a. Então a menina por maldade, tocou o automóvel comgrande rapidez. César mal podia seguil-o.

5) Mas tanto Zulmira forçou o automóvel que clle quebrouuma mola e ficou parado muito longe de casa, sem poderandar

»'<i Então'0 cachorro, vend.. Zulmira muito triste, chegou-see atrelando-se ao automóvel puxou-o para casa muito satisfeitopor salvar a sua ingrata senhora.

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Oi ff V i\\\ '"" CHIQUINHO, CRIADOR DE GALUNHUS ~~ V .'""l^^^FjKW \ '

\)ChiquinhO, andando a passeiar umdia desses pelo largo da Sé, viu em uma casa de quitandeime gallinhas um caitaz que muitoo interessou. O cartaz dizia assim : «Ovos para cria-cão» Chiquinho matutou um instante, depois entrou resolutamente na loja de quitandeiro...

2) .. .e perguntou-lhe :—Oh I moço, como é que se poderia criar gallinhas? O Chiquinho fazendo essa perqunta tinha um plano que deu resultados calamitosos. K' o que havemos de vtno próximo numero.

(Continuaim