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ARQUITETURA AOARQUITETURA AO&Uma publicao do Centro Brasileiro da Construo em Ao nmero 24 dezembro de 2010Uma publicao do Centro Brasileiro da Construo em Ao nmero 24 dezembro de 2010
Metr
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Enquanto o pas sEguE um ritmo acElErado de crescimento, e afrota de automveis aumenta ano a ano, pouco se tem feito para melho-
rar a mobilidade nas grandes cidades. O caos atinge todas as classes
sociais e, o que pior, como mostra um estudo sobre o congestionamento
nas cidades brasileiras da Fundao Dom Cabral, com perda considervel
na produtividade. At 2009, o trnsito nas grandes cidades gerava uma
perda de 5% na produtividade considerando-se o quanto se produz e
o quanto se gasta na produo e, na mdia, um cidado em So Paulo
demorava cerca de duas horas e meia para chegar ao trabalho, com uma
velocidade mdia de 24 km/h, enquanto em Nova York a velocidade era
de 42 km/h, Berlim 38 km/h e Londres 30 km/h.
E quais seriam as solues para este problema? Uma delas o
incremento do transporte pblico, e certamente a principal o metr.
Curiosamente, o primeiro projeto para um sistema metrovirio em So
Paulo data de 1927, embora o metr na capital paulista tenha entrado em
funcionamento apenas em 1974!
Hoje, as capitais brasileiras correm atrs do tempo perdido e inves-
tem pesado na ampliao e construo de seus sistemas metrovirios. E
o resultado tem agradado aos usurios. As novas estaes inauguradas
recentemente em So Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre so modernas
e imprimem ares de cidadania e sustentabilidade em seus projetos so
arejadas, tm iluminao zenital, preocupam-se com a qualidade espacial
e acessibilidade dos usurios e ainda com a melhoria do entorno pr--requisitos bsicos para qualquer obra contempornea.
Como veremos nesta edio, os sistemas construtivos e a esttica
desta tipologia avanaram muito e as solues tecnolgicas tm em
comum um elemento: o uso do ao.
Boa leitura.
Colocando o pas
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nos trilhos
S i d n e i P a l a t n i k
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sumrioFoto e capa:
Estao Alto do Ipiranga
Arquitetura & Ao n 24dezembro 2010
M a r c e l o S c a n d a r o l i
18.16.10. 20.
26.24. 28. 32.04.
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04. Como marcos urbanos, as estaes da Linha 2 Verde do Metr de So Paulo inovam com o uso de elementoscomo o ao e cermica. 10. Para a Linha 4 Amarela, Companhia do Metropolitano de So Paulo opta pelo usodo ao inox nas fachadas das estaes. 16. Ilvio Artioli, chefe do Departamento de Arquitetura do Metr de So Paulo,explica as diretrizes para as novas linhas. 18. Estao Largo 13, em So Paulo, projeto de Joo Valter Toscano, inspirao para as novas estaes. 20. Arcos em ao da Estao Cidade Nova mudam a paisagem carioca.24. A praia mais famosa do Brasil finalmente ganha sua primeira estao de metr, a General Osrio. 26. No RioGrande do Sul, Estao Liberdade segue a tendncia das coberturas em ao e iluminao zenital. 28. Com projetodo escritrio GMP, Estao Central de Berlim explora o ao para unir o passado e o futuro. 32. Santiago Calatrava
assina o projeto da Estao Intermodal de Lisboa: cobertura em ao remete s copas das palmeiras.
ENDEREOS 34
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Nos trilhos do futuro
Com a expanso da rede metroviria de So Paulo, a cidadetem recebido no apenas mais estaes, mas uma nova concepo
funcional e esttica destes espaos pblicos. O visual moderno
das estaes recm-inauguradas na Linha 2 Verde, como Alto do
Ipiranga e Vila Prudente, evidencia a tendncia atual: atendimento
s necessidades tcnicas, sem deixar de lado a plasticidade do pro-
jeto arquitetnico e a qualidade de vida dos usurios e funcionrios.
Nosso trabalho traduzir todas estas condicionantes em umedifcio que, alm de contemplar especificidades tcnicas, valori-
ze seu entorno imediato e, consequentemente, a experincia dos
cidados que dele usufruam, diz o arquiteto Ilvio Artioli, chefe
do Departamento de Concepo de Arquitetura da Companhia do
Metropolitano de So Paulo (Metr).
Com esta abordagem, as tradicionais construes subterrneas,
como os antigos caixotes de concreto das linhas mais antigas,
comeam a dar lugar a prdios de volumetria sofisticada, que se
destacam na paisagem urbana.
Nas novas estaes da Linha 2
Verde, a identidade visual garan-
tida por amplas coberturas em ao e
vidro. Os elementos no s qualificam
os espaos como oferecem eficin-
cia energtica. Buscamos, com essas
grandes aberturas, integrar o metr
superfcie e possibilitar a penetraode ar e luminosidade naturais at os
nveis mais profundos, como as plata-
formas, afirma o arquiteto.
Na Estao Vila Prudente, por
exemplo, a cobertura em ao e vidro,
com formato de uma imensa grelha,
dividida em duas reas circulares de
dimetros diferentes, se destaca no
entorno da Zona Leste paulistana. O
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OaO elementO determinante na l inha 2 dO metr de SO PaulO : alm de PrOmOver O uSO de eficienteS tcnicaS cOnStrutivaS naS nOvaS eStaeS , O material
imPulSiOna inOvaeS arquitetnicaS em SintOnia cOm O cOnfOrtO dOS uSuriOS
Nas fotos desta pgina, vrios ngulos da cober-tura em ao e vidro, em formato de uma imensagrelha, da Estao Vila Prudente. Em geome-tria circular, a estrutura cobre os dois poos
verticais da estao, de 32 m de profundidade,permitindo o aproveitamento da ventilao eluminosidade naturais nos nveis subterrneos
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conjunto formado pela combinao de painis de vidro (lami-
nado, autolimpante e com controle solar) fixados in loco sobre a
estrutura metlica pintada de branco.
Em geometria circular, a estrutura em ao e vidro cobre os doispoos verticais da estao, de 32 m de profundidade. Para a cober-
tura foram utilizados 250 toneladas de ao e 2 mil m 2 de vidros
especiais. Os acabamentos internos da estao so de concreto
aparente, pastilhas cermicas em cores claras e ao inox.
Boa parte do programa da Alto do Ipiranga solucionado
nos subsolos, e na superfcie encontram-se as salas tcnicas e os
ambientes operacionais. Nesse conjunto, a claraboia transparen-
te, em forma de um tronco de cone inclinado, d as boas-vindas
aos usurios. So 406 m2
de rea envidraada, constituda por
painis laminados refletivos de 10 mm.
As peas foram encapsuladas em sili-
cone sobre a estrutura formada por
anis de ao. Alm de fundamentalpara vencer o grande vo, o material
foi escolhido por sua eficiente interfa-
ce com a caixilharia de vidro.
O principal equipamento de cir-
culao desta estao aproveita as
vantagens da construo metlica.
Trata-se do mezanino suspenso sobre
os trilhos, que tem estrutura em ao e
lajes do tiposteel deck
. Com o sistema,
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Claraboia transparente em forma de tronco decone inclinado da Estao Alto do Ipiranga: oao, alm de fundamental para vencer o grande
vo, foi escolhido por sua eficiente interfacecom a caixilharia de vidro. Na foto ao lado, omezanino sobreposto aos trilhos com estrutu-ra modulada em ao e laje do tipo steel deck .Este sistema possibilitou abrir mo de apoiose tornou o elemento uma passarela totalmentesuspensa, atirantada ao teto do tnel
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foi possvel abrir mo dos pilares,
criando uma passarela totalmente
suspensa, atirantada ao teto do tnel.
Como resultado, o espao da platafor-
ma foi liberado, aumentando a rea de
embarque e desembarque e o conforto
dos usurios. Acima da passarela, des-
tacam-se os grandes dutos amarelos
da ventilao.
No piso seguinte, um mosaico de
nove painis (pintados por IIka Lemos)
reveste as paredes de concreto do tnel
vertical. O tom esverdeado combina
com o amarelo que prevalece nas cotasinferiores da estao e com o azul do
mezanino, fazendo aluso s cores da
bandeira nacional, aproximao com a
histria do bairro onde foi proclamada
a Independncia do Brasil.
A iluminao com carter cnico
tambm uma inovao na configura-
o arquitetnica da estao.
Em todas as novas estaes da Linha2 Verde, o ao inox se sobressai como
um dos principais materiais de acaba-
mento, em guarda-corpos, corrimos e,
algumas vezes, em revestimentos de
colunas e escadas rolantes. De acor-
do com Artioli, o material apresenta
excelentes atributos estticos, alm
de grande durabilidade e resistncia a
eventuais aes de vandalismo.
A identidade visual da Linha 2 Verde garan-tida por amplas coberturas em ao e vidro, ele-mentos que qualificam os espaos e oferecemeficincia energtica
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Barreira acStica em Steel framing
Os estudos de impacto sonoro do trecho da Linha 2 - Verde entre
as Estaes Sacom e Vila Prudente indicaram a necessidade de
utilizao de barreiras acsticas laterais ao longo de todo o elevado
da Estao Tamanduate e de coberturas acsticas em trechos do
mesmo elevado. E tambm, de forma a atender aos parmetros
determinados por lei, do emprego de revestimento acstico em
superfcies de concreto nos emboques dos tneis, e ainda da
instalao de atenuadores de rudo nas sadas de ventilao e de
barreiras acsticas no Ptio Tamanduate.
No caso da Estao Tamanduate, buscando uma unidade visual,
foi proposto um desenho de estrutura em arco que acompanha o
desenho da sua cobertura. Ao mesmo tempo, os arcos permitem a
sustentao das barreiras acsticas de modo independente por meio
da conexo direta com a estrutura principal que suporta o elevado,
facilitando a sua fixao e sem sobrecarregar a estrutura da via.
Os painis acsticos das barreiras laterais so estruturados em
perfis leves de ao galvanizado, tipo steel framing , com isolamento
acstico em l de vidro e fechamento com placas de fibrocimento, e
janelas de vidro alinhadas com as janelas dos trens, para permitir a
viso da paisagem por quem trafega neste trecho do Metr.
> Gerncia de Concepo Civil(GCI):eng. Ricardo LuizLeonardo Leite
> Chefe do Depto. de Arquitetura(GCI/CIA):arq. Ilvio Artioli
> Coordenadoria de Acabamento(CIA/CAC):arq. Ana Maria G. de T.Ponzoni
> Coordenadoria de Arquitetura
(CIA/CAU):arq. Ivan LubarinoPiccoli dos Santos
ES A VI A P UDE E> rea construda:19.729 m> Volume do ao:2.794 t.> Fornecimento da estrutura
metlica: Forte Metal> Execuo da obra:Andrade
Gutierrez> Projeto executivo:Luiz Esteves
Arquitetura Ltda.> Concluso:2010
ES A A D IPI A GA> rea construda:13.262 m> Volume do ao:220 t.> Fornecimento da estrutura
metlica: Construmet> Execuo da obra:Consrcio
CBPO/Odebrecht> Projeto executivo:Maubertec> Concluso:2007
Mais bonitas e modernas, as recen-
tes edificaes podem ultrapassar a
condio de simples locais de passa-
gem e assumir o carter de verdadei-
ros centros de convivncia, como acon-tece em pases de Primeiro Mundo.
O novo paradigma parece ter vindo
para ficar. A avaliao dos usurios
tem aprovado as premissas e partidos
atualmente praticados, garante Ilvio
Artioli. (C.p.) M
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Na pgina ao lado, prdio administrativo daEstao Butant: o ao inox foi o elemento esco-lhido para o revestimento da fachada. Nas reasinternas da estao, destacam-se os revestimen-tos tambm em inox e a passarela atirantada
Com extenso de 12,8 km e 11 estaes,
a Linha 4 Amarela de So Paulo est
sendo implantada em duas etapas. A pri-
meira com a construo de seis estaes
(Butant, Pinheiros, Faria Lima, Paulista,
Repblica e Luz) e a segunda com as esta-
es intermedirias Fradique Coutinho,
Oscar Freire e Higienpolis-Mackenzie,
alm das Estaes So Paulo-Morumbi e
Vila Snia. Haver, ainda, a integrao com
as Linhas 1 Azul, 2 Verde e 3 Vermelha
nas Estaes Luz, Paulista e Repblica,
respectivamente.
Em maio de 2010, duas estaes da
Linha 4 entraram em funcionamento, a
Paulista e Faria Lima, e at o incio de 2011
outras duas sero inauguradas, Butant e
Pinheiros. Dentre as novidades arquitet-
nicas destas paradas, o que mais impres-
siona o arrojo da fachada da Estao
Butant: em ao inox, ela inova e se desta-
ca entre as construes vizinhas na regio
Oeste de So Paulo.
Rompendo com o visual montono e cinza das antigas estaes do metR de s o paulo , o ao inox inova nos quesitos esttica e
manuteno da l inha 4 amaRela
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Para os acabamentos das estaes, o Departamento de Arquitetura
do Metr de So Paulo elaborou diretrizes que preveem o uso de cores e
materiais modernos e resistentes para que as estaes se tornem marcos
urbanos e no desapaream no tecido da cidade, como aconteceu com as
linhas mais antigas, informam os arquitetos Marc Duwe, Arno Hadlich
e Eduardo Velo, da Tetra Projetos, responsveis pelo projeto das Estaes
Butant e Faria Lima.
Assim, nas fachadas destas estaes foram utilizados o ao inox,
vidro laminado e pastilhas cermicas coloridas. Segundo os arquitetos,a opo por estes materiais levou em conta a resistncia a aes de
vandalismo e custo competitivo. O ao e, principalmente, o ao inox,
foi extensivamente utilizado nas estruturas da cobertura, revestimen-
tos de fachada, revestimentos internos, guarda-corpos, suportes para
comunicao visual e mapas, no mobilirio, como bancos e lixeiras, e
acabamentos de elevadores.
Em especial para a fachada da Estao Butant, foram estudadas diver-
sas alternativas de materiais e optou-se pelo ao inox por sua durabilidade,
resistncia a riscos e intempries e facilidade de manuteno. Para tanto,
foi desenvolvido um sistema de fixao
que aproveitasse ao mximo as chapas de
ao e evitasse a ondulao da superfcie.
Este sistema foi testado em laboratrio,
com presses e ventos superiores reali-
dade. Alm disso, o ao inox um material
reciclvel, resistente, no muda de cor e,
principalmente, atendendo as diretrizes da
Linha 4 Amarela criou uma fachada que um marco na paisagem.
A arquitetura das estaes da Linha 4
Amarela tambm valoriza a iluminao
natural a partir de grandes claraboias, e o
uso de cores visa o bem-estar dos usu-
rios, "ao mesmo tempo em que os mate-
riais resistentes e de fcil manuteno
tm como objetivo facilitar a operao da
estao, concluem os arquitetos. (d.P.) M
O imponente prdio administrativo da Estao Butant recebeu ao inox em seu fechamento, elemento escolhido por sua durabilidade,resistncia a riscos e intempries e facilidade de manuteno. O acesso s plataformas tambm recebeu ao e vidro
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Entrada da Estao Faria Lima: ao inox, pasti-lhas cermicas e vidro laminado imprimem umpadro esttico leve e iluminado, oferecendoaos usurios conforto e sensao de bem-estar
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EStao B tant> Pr je rqui e ic :Marc
Duwe, Arno Hadlich e EduardoVelo (Tetra Projetos)
>
re c s rud :12.987 m> a empreg d :MR25 ASTM 36> Pr je es ru ur l:Themag
Engenharia / Intentu Engenharia> F r ecime d es ru ur
me lic :Sul Metais / Coberturae claraboia: Construmet
> Execu d br :ConsrcioConstrutor CVA / Consrcioda Via Amarela
> L c l:So Paulo, SP>
D d pr je :2005> C clus d br :incio de 2011
EStao Fa a L Ma> Pr je rqui e ic :Marc
Duwe, Arno Hadlich e EduardoVelo (Tetra Projetos)
>
re c s rud :11.739 m> Pr je es ru ur l:FigueiredoFerraz
> Execu d br :ConsrcioConstrutor CVA / Consrcioda Via Amarela
> L c l:So Paulo, SP> D d pr je :2005> C clus d br :incio de 2011
O ao est presente, inclusive, nas
catracas, guarda-corpos, placas decomunicao, pontos de iluminao eequipamentos, como bancos e lixeiras
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Um dos maiores especialistas em obras metrovirias do pas,
o arquiteto Ilvio Silva Artioli assina o projeto de inmeras esta-
es de metr da cidade de So Paulo, como Luz, Chcara Klabin,
Alto do Ipiranga, Santos-Imigrantes, Tamanduate, entre outras.
Nascido em Porto Alegre, Artioli se mudou para So Paulo em1976 e formou-se arquiteto e urbanista pela Universidade de
Guarulhos (UNG). Hoje, ocupa o cargo de chefe do Departamento
de Concepo de Arquitetura da Companhia do Metropolitano de
So Paulo, onde trabalha h mais de duas dcadas. Na entrevista
a seguir, Artioli fala sobre a atual expanso da malha metroviria
paulistana e comenta os principais desafios e mudanas de para-
digmas desta empreitada.
AA A atual expanso da malha metroviria de So Paulo temexplicitado uma mudana profunda nos projetos arquitetnicos das
estaes. O que motivou este processo?IA A nova concepo dos projetos arquitetnicos das estaes
coloca em primeiro plano a relao entre o espao a ser construdo
e o meio externo. H uma necessidade premente de se construir
estaes que gerem o menor impacto ambiental possvel e, como
impacto ambiental, entendem-se todos os efeitos ocasionados na
regio afetada pela obra, incluindo o volume de desapropriaes
necessrias, as modificaes no trfego de veculos, a depreciao
I l v
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A r t i o l i
ou valorizao do mercado imobilirio,
as possveis transformaes na rotina
dos moradores e transeuntes e, ainda,
a influncia na qualidade de vida dos
indivduos.
AA De que forma a arquitetura pode
interferir positivamente na qualidade
de vida dos usurios, funcionrios e fre-
quentadores das estaes em geral?IA A qualidade de vida beneficia-
da na medida em que as estaes so
projetadas para converterem-se em
espaos mais agradveis de usufruir.Isto vem sendo possibilitado com um
melhor aproveitamento da iluminao
natural, com uma maior permeabili-
dade dos ambientes, com a melhoria
do conforto nos equipamentos, com a
aplicao de texturas, cores e materiais
diversificados... Isso tudo, claro, somado
ao incremento de aes culturais e de
lazer nas estaes.
H inmerasvantagensna adoo datecnologia do ao,mas a principal o ganho de tempopara a conclusodas etapas.
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&ARQUITETURA AO 17
mente nas estruturas civis dos edifcios. Houve, ainda, um perodo
em que adotamos fortemente o uso de coberturas em estruturasespaciais, especialmente em estaes de superfcie. Hoje, o que
temos de novidade a aplicao do ao tambm em estruturas para
coberturas de poos complementadas por vedaes transparentes,
com o objetivo de ampliar o nvel de iluminao dos ambientes
subterrneos. H inmeras vantagens na adoo da tecnologia do
ao, mas a principal o ganho de tempo para concluso das etapas.
AA Na medida em que oferecem o aumento da iluminao natural,
as coberturas de vidro e ao tambm ajudam a economizar energia
eltrica. O Metr de So Paulo tem aumentado sua preocupao com
a sustentabilidade? Que outras decises ecologicamente corretas tm
sido utilizadas?IA Sim, crescente nossa preocupao com a sustentabilidade por
questo de responsabilidade. E tal preocupao permeia todas as
etapas dos empreendimentos, desde o projeto funcional e bsico,
com a busca por solues de trajetos e mtodos que gerem menor
impacto ambiental e obras mais enxutas, at a fase executiva, com
a especificao de equipamentos e materiais que garantam maior
eficincia energtica. Como exemplo dessas escolhas, podemos citar
o uso de escadas rolantes inteligentes, louas e acessrios sanit-
rios que promovem menor consumo de gua, revestimentos com
material-base proveniente de fontes renovveis etc.
AA Quais so os maiores desafios das obras metrovirias atualmen-
te no Brasil?IA Os sistemas metrovirios diferem de acordo com o tamanho
e o grau de adensamento das cidades. Por exemplo, em cidades
como So Paulo e Rio de Janeiro, cujas reas urbanas esto densa-mente ocupadas e verticalizadas, o grande desafio criar trajetos
e obras com o menor nvel de impacto ambiental, pois as cidades
no conseguem mais absorver altos graus de interferncia. Este
fato termina por influenciar e determinar os mtodos e caracte-
rsticas construtivas. As solues arquitetnicas devem obriga-
toriamente basear-se em eficientes relaes custo/benefcio e
certamente o uso do ao atende a essa necessidade, agregando o
diferencial da agilidade dos processos e a versatilidade de propos-
tas arquitetnicas.(c.p.)
M
AA H uma preocupao objetiva em
transformar as estaes de metr emverdadeiros centros de convivncia?IA Nossas estaes so projetadas,
prioritariamente, para permitir mobi-
lidade aos usurios de forma segura
e confortvel. Contudo, h a inteno
de, na medida do possvel, adequar os
espaos das estaes ao perfil de seus
usurios, bem como ao seu atual estilo
de vida. Este deve ser um exerccio con-
tnuo de aprimoramento do processo
de projeto.
AA Com a experincia de quem tra-
balha h 25 anos no Departamento de
Arquitetura do Metr de So Paulo,
possvel afirmar que a arquitetura das
estaes reflete a arquitetura pratica-
da na cidade em cada poca?IA De certo modo sim, mas no com-pletamente, uma vez que a arquite-
tura metroviria deve atender s
especificidades tcnicas dos sistemas
de transporte. Mais do que a arquite-
tura praticada na cidade, procuramos
acompanhar a tendncia e a evoluo
arquitetnica praticadas em sistemas
similares de outros pases, possibili-
tadas pelo desenvolvimento de novastecnologias e mtodos construtivos.
AA Nas estaes inauguradas recen-
temente, nota-se o crescente uso do ao,
como em coberturas, mezaninos etc.
Quais as principais vantagens prticas
da adoo desta tecnologia?IA O ao sempre foi material-base em
nossos processos construtivos, notada-
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A primeira da histria...Uso do ao orientoU a concepo arqUitetnica da estao Largo 13de Maio, priMeira estao ferroviria coM estrUtUra eM ao do BrasiL ,e perMitiU apostar eM novas forMas de organizao espaciaL
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&ARQUITETURA AO 19
No iNcio dos aNos 1980 , ao parti-cipar de uma concorrncia para pro- jetar a Estao Largo 13, em So Paulo,o arquiteto Joo Walter Toscano depa-
rou-se com um desafio: como conferirforma marcante a uma obra que pre-via, obrigatoriamente, o emprego deestruturas em ao? primeira vista, omaterial lhe parecia duro, com vigassempre iguais, difcil de tirar partido.Alm disso, a futura estao seria, noBrasil, a primeira obra da tipologia a serconstruda com estrutura feita nestematerial at ento, utilizara-se ape-nas o ferro fundido. Toscano venceu aconcorrncia ao apresentar um projetoousado, repleto de curvas, que incor-porava novas propostas para o uso doao, material ainda pouco explorado napoca pelos arquitetos nacionais.
Composto por trs volumes distin-tos gare, torre e passarela de acesso, o projeto incorpora as caractersticasdo terreno destinado a sua construo:um segmento ao longo das vias frrease junto Avenida Padre Jos Maria,marginal do Rio Pinheiros.
Dividida em dois pavimentos,ambos com estrutura mista de ao econcreto, a gare, volume principal doedifcio, est assentada sobre a linhafrrea e abriga, no mezanino, os espa-
os de circulao e distribuio de pas-sageiros; as plataformas ficam no pisoinferior, onde esto tambm as instala-es tcnicas.
O ao permite o voo de se pensarestruturas leves, delgadas, cheias detransparncia, afirma Toscano. Assim,as caractersticas do material tiveramimpacto significativo na concepo do
projeto, e permitiram novas possibili-
F o t o s
C r i s t i a n o
M a s c a r o
dades de arranjo de formas. No volume principal, 17 prticos em aovencem vos de 20 m e, dispostos a 10 m uns dos outros, sustentamo mezanino por meio de tirantes. Para obter o formato pretendi-do, usamos chapas combinadas, soluo indita na poca, contao arquiteto. As chapas planas resultaram no desenho dos grandesprticos, atravessados por nervuras estruturais, conferindo maisleveza construo.
Com o auxlio do engenheiro Paulo Fragoso, um pioneiro naconstruo em ao no Brasil, foi criado um sistema engenhoso eeconmico, que aumentou a trao e diminuiu a compresso dasestruturas metlicas em relao s lajes. A soluo permitiu vencermaiores vos deixando a plataforma livre e facilitando a circulao.O ao uma excelente soluo para obras com esse perfil, pois muito mais leve que o concreto, explica Joo Antnio FigueiredoDel Nero, presidente-executivo da J. C. Figueiredo Ferraz, empresaresponsvel pelo projeto estrutural.
Diferentemente do que em geral se observa em obras dessa tipo-
logia, a cor exerce um papel importante na Estao Largo 13. Os tonsde marrom escuro da estrutura metlica aparente so o resultadodo uso de aos patinveis, de maior resistncia corroso.
Concluda em menos de um ano, a Estao Largo 13 de Maio nodemorou a tornar-se uma referncia importante da arquiteturaem ao. O projeto recebeu seis premiaes, entre elas o PrmioMetalurgia da Bienal Mundial de Arquitetura de 1987 e o PrmioABCEM, em 1986. Recentemente, os croquis desenhados por JooWalter Toscano foram incorporados ao Museu de Arte Moderna do
Centre Georges Pompidou, em Paris.(J.G) M
Tambm em estrutura metlica, a cobertura da gare e da passarela recebeutelhas de ao. Na gare foram empregados elementos planos enquanto na pas-sarela foram usados elementos curvos e telhas calandradas. O ao foi tambmutilizado nas escadas e gradis
memria
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Maior vo ferrovirio
DeviDo localizao na Avenida Presidente Vargas, centro doRio de Janeiro, e em frente Prefeitura, havia uma grande preocu-
pao com o impacto que a construo da Estao Cidade Nova do
Metr Rio de Janeiro teria na paisagem.
As diretrizes estabelecidas pela Concesso Metroviria do Rio
de Janeiro S.A. - Metr Rio levou o projeto arquitetnico da estao
Passarela com estrutura em ao liga a estao c idade Nova, do metr do r io de JaNeiro , Prefeitura da cidade e se destaca Na Paisagem Pelos graNdes vos em arco
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brasileiroa vencer desafios: a primeira, sua loca-
lizao junto ao ptio de manuteno
do Metr, e a segunda, a necessidade
de ligar os dois lados da avenida que,
alm da largura e do trfego intenso,
passagem obrigatria de nibus e
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&ARQUITETURA AO 21
carros que se dirigem e saem do cen-
tro da cidade, assim como passagem
dos carros alegricos em direo ao
Sambdromo.
Com estas condicionantes em
mos, o escritrio de arquitetura JBMC
buscou solues que, com o menor
impacto no dia a dia da cidade, con-
seguissem vencer os grandes vos
impostos pela largura da avenida e
pelo ptio de trens.
A melhor alternativa para contor-
nar estes obstculos foi fazer a trans-
posio da avenida atravs de uma
passarela suspensa por grandes arcos
metlicos dois com vos de 90 mcada e um terceiro, com 43 m sobre o
ptio ferrovirio, afirma o arquiteto
Joo Batista Martinez Corra.
O ao foi o material escolhido para
atender os desafios da execuo do
projeto, conforme destaca o arquite-
to da JBMC: a utilizao do ao foi a
mais adequada por reduzir o impacto
de construo no congestionado localde interveno. Como a estrutura em
ao executada em fbrica, sob rgi-
do controle de qualidade, sua monta-
gem rpida e limpa e requer apenas
que as fundaes sejam feitas no local,
causando alguns distrbios apenas na
fase inicial das obras.
Inaugurada em 1 de novembro
de 2010, a estao se destaca sobre a
Avenida Presidente Vargas, pelos grandes arcos pintados com tons
metlicos, atraindo os olhares e despertando a admirao de quem
passa pelo local.O projeto arquitetnico da estao, que ocupa uma rea 2.500 m 2,
engloba o viaduto com o maior vo ferrovirio urbano do pas com
110 m de extenso e conecta a Linha 1 Linha 2 do metr carioca.
As caractersticas arrojadas do projeto exigiram um planejamen-
to de execuo e montagem muito apurado. Outro desafio foram as
restries de espao impostas durante a obra, no perodo de junho de
2009 a julho de 2010. O iamento das peas estruturais, por meio de
guindastes, ocorreu durante a madrugada de forma a no interrom-
per o trnsito nas Avenidas Presidente Vargas e Francisco Bicalho.A preocupao com a utilizao de recursos naturais tambm
est presente nas novas estaes do Rio de Janeiro. A estao
Cidade Nova dotada de aberturas que proporcionam ventilao
natural e de brises que controlam a incidncia de luz nos ambien-
tes. As telhas isotrmicas de ao, do tipo sanduche, reduzem a
transmisso do calor e colaboram para evitar o rudo sobre a cober-
tura em dias de chuva.
Os caixilhos de vidro da passarela so do tipo basculante e
podem permanecer abertos na maior parte do tempo, ou fechados
A transposio da Avenida Presidente Vargasatravs de grandes arcos em ao: dois com
vos de 90 m cada , e um terceiro de 43 m sobreo ptio ferrovirio, esquerda. No detalhe adireita, a ligao dos tirantes com a estruturado piso da passarela. Segundo os arquitetos, a
utilizao do ao foi a mais adequada por miti-gar os efeitos de construo no congestionadolocal de interveno
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22 &ARQUITETURA AO
em dias de chuva com vento, evitando
danos nos equipamentos internos. As
escadas rolantes de acesso passarela
tm fechamento em vidro e so dota-
dos de ventiladores movidos a energiasolar. Nos vestirios a gua quente
proveniente de um aquecedor solar e as
guas da chuva so coletadas e armaze-
nadas para a irrigao dos jardins.
O resultado final, o conjunto da
obra e sua insero no meio urbano
garantiram a conexo de dois lados
da avenida que anteriormente no se
comunicavam. A passarela foi proje-
tada de maneira a garantir transpa-
rncia e permeabilidade ao conjunto,
se inserindo de maneira respeitosa
cidade. O nosso desafio foi trabalhar
a grande estrutura, tirando benefcios
estticos e gerando transparncia e
beleza, finaliza o arquiteto. (D.P.) M
> Projeto arquitetnico:Joo Batista Martinez Corra,Beatriz Pimenta Corra, EmilianoHomrich, Ceclia de Souza Pires eGabriela Assis Guerra Costa (JBMCArquitetura e Urbanismo S/C Ltda.)
> rea construda:2.500 m> Ao empregado:ao de maior
resistncia corroso> Volume de ao:1.830 t> Consultoria estrutural:eng. Paulo
Ricardo de Barros Mendes> Projeto estrutural, instalaes e
sistemas: Noronha Engenharia S/A.> Projetista: Flavio Baraboskin> Especificaes tcnicas:Marco
Pelaes> Fornecimento da estrutura
metlica: Usiminas Mecnica S/A.> Execuo da obra:Odebrecht> Local:Rio de Janeiro> Data do projeto:junho de 2009> Concluso da obra:julho de 2010
Acima e abaixo, acesso s plataformas da Estao Cidade Nova: fechamento comestrutura em ao e vidro, com brises para conteno da entrada da luz solar econtrole trmico. Como a estrutura em ao executada sob rgidos controles dequalidade, sua montagem rpida e limpa, no causando distrbios no local daobra, destacam os arquitetos
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24 &ARQUITETURA AO
Enfim, Ipanema
Dois Dias Depois Da comemorao do tricampeonato conquis-tado pela seleo brasileira de futebol, em junho de 1970, foram
iniciadas as obras do metr carioca. Sua linha prioritria deveria
ligar a Barra da Tijuca a Ipanema. Em 2009, os trens do metr final-
mente chegaram a Ipanema com a inaugurao, em dezembro, da
Estao General Osrio.
Terceira maior estao do metr carioca, atrs apenas das para-
das Carioca e Estcio, custou cerca de R$ 420 milhes e tem 12 eleva-
dores, 17 escadas rolantes e seis esteiras rolantes. A Concessionria
Metr Rio estima que somente esta estao dever ter um movi-
mento de cerca de 20 mil passageiros/dia.
De acordo com o arquiteto Heitor Lopes de Sousa, da Rio Trilhos,
sua concepo teve como ponto de partida as caractersticas de
uma estao terminal que necessita de trs acessos como forma de
ApopulAo do Rio de JAneiRo Recebe umA novA e modeRnA estAo ,
tRAnsfoRmAndo A Regio e integRAndo -A Ao sistemA de metR
> Projeto arquitetnico:Promon Engenharia (arq. PatriciaCohen); coordenao: arq.Jean-Louis de Billy / Rio Trilhos(arq. Heitor Lopes de Sousa)Colaboradores: arq. Joo BatistaMartinez Corra; consultoria: ArqlineArquitetura e Consultoria
> rea construda:18 mil m> Projeto estrutural: Promon
Engenharia (engs. Fragellie Sergio Vilens)
> Execuo da obra:CBPO Engenharia(Grupo Norberto Odebrecht)
> Local:Rio de Janeiro, RJ> Data do projeto:2007> Concluso da obra:2009
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otimizar o fluxo de usurios do siste-
ma metrovirio. O acesso s platafor-
mas se d por um extenso mezanino
que, por meio de diversas aberturas no
piso, contribui com uma melhor venti-
lao e direciona os fluxos para as esca-
das de acesso aos trens.
Na superfcie, destaca-se a estrutu-
ra em tubos de ao que cobre a entrada
da Estao General Osrio. A ideia,
segundo Heitor, era criar um marco
na praa, reforando a chegada do
Metr ao bairro, e foi inspirada, numa
referncia proximidade da estao
com o mar, na forma dos crustceos,
como lagostas e camares, que pos-
suem em seus exoesqueletos cama-
das superpostas independentes, pro-
piciando sua curvatura.
A estrutura da cobertura foi con-
cebida em quatro sees superpostas
e de tamanhos diferentes, com a parte
superior na forma de arcos abatidos.
Considerou-se a estrutura tubular emarco como a mais adequada. Desta
forma, cada mdulo interligado por
tubos com seo menor e revestidos,
na sua parte superior, com policarbo-
nato alveolar. Nas partes plana e verti-
cal adotou-se o vidro duplo. Para maior
estabilidade dos mdulos, o contraven-
tamento utiliza tirantes cruzados na
parte vertical do arco. E, por fim, a cor
branca para os tubos foi adotada para transmitir maior leveza e
transparncia ao conjunto, ressalta o arquiteto.
Tanto na estao como em seus acessos, o ao foi empregado
como elemento complementar em corrimos e guarda-corpos, pai-
nis de revestimento, postes de iluminao e comunicao visual,
armrios tcnicos e dutos de insuflao.
Apesar de ter sido executada no mtodo construtivo para tneis
em rocha, a arquitetura da estao, em seu corpo principal reas
de embarque e desembarque de passageiros , no transmite a
sensao de confinamento, pois seu projeto, segundo Heitor, gerou
a maior seo de tnel em rocha em meio urbano at hoje no Brasil.
Alm disso, o mezanino recortado propicia uma volumetria dife-
renciada, oferecendo mais conforto aos usurios.
A acessibilidade e a sustentabilidade tambm so caracters-
ticas da Estao General Osrio: nos acessos com maior extenso
foram instaladas esteiras e escadas rolantes, e o planejamento da
obra teve como foco interferir o mnimo possvel no cotidiano de
seu entorno. Mais um ponto para a tecnologia dos modernos siste-
mas construtivos. (D.p.) M
Para atender ao maior nmero possvel deusurios, a estao possui trs acessos empontos estratgicos, sendo uma para o Bairrode Copacabana, localizado no final da Rua SFerreira, e outros dois para Ipanema um na RuaJangadeiros com passagem subterrnea para a
Praa General Osrio e o terceiro na conflunciadas ruas Baro da Torre com Teixeira de Melo
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Cortando o
O c nriO r gi O abrangida peloVale do Rio dos Sinos, na regio metro-
politana de Porto Alegre, aos poucos
est sendo transformado pela inclu-
so do extenso elevado da expansoda Linha 1 do metr, que corta o vale
e liga o centro da capital do Rio
Grande do Sul a cidades como Canoas,
Esteio, Sapucaia do Sul, So Leopoldo e
Novo Hamburgo.
A partir de 2009, a ampliao da
Linha 1 comeou a tomar forma e a se
tornar realidade para os moradores de
Porto Alegre. Em 26 de outubro deste
ano, 19 meses depois de iniciada sua
construo, a Trensurb (Empresa de
Trens Urbanos de Porto Alegre) reali-
zou a primeira viagem experimental
para a Estao Liberdade.
Com 4.881 m2 de rea, a estao
dividida em dois pavimentos e elevada
do solo, bem como todo o trajeto da
expanso. O destaque da obra sua
cobertura em estrutura em ao, for-mada por segmentos de arcos e telhas
metlicas galvanizadas do tipo san-
duche, com 170 m de comprimento
por 17 m de largura. Os acessos, consti-
tudos de prticos metlicos, tambm
tm estrutura em ao e fechamento
em painis pr-fabricados de concreto.
A definio estrutural do projeto,
utilizando basicamente a estruturametlica associada a elementos em
concreto armado, visou fazer uso inte-
ligente da tecnologia, pois permite que
se aproveite ao mximo as caracters-
ticas de resistncia mecnica de seus
principais materiais; eficaz, devido a
sua superioridade tcnica sobre solu-
es convencionais, proporcionando
estruturas seguras e confortveis; e
Projeto de exPanso da Linha 1 do Metr de Porto aLegre , iniciado eM 2009,Prev inovaes nas estaes , coMo a suPerestrutura eM ao e iLuMinao zenitaL da PriMeira estao concLuda
Vale dos Sinos
Acima, primeira viagem experimental para a Estao Liberdade; na pgina ao lado,montagem da estrutura em ao da cobertura, com destaque para as vigas alveolares
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&ARQUITETURA AO 27
duradoura, porque possibilita longa
vida til obra, detalha o engenheiro
Martin Beier, projetista da obra.
A Estao Liberdade, assim como
todas as estaes da expanso, enfa-tiza a iluminao zenital, aliando-a
a um sistema de adequao da ilu-
minao, controlando o desligamento
e o acendimento das luzes, gerando,
assim, economia de energia.
Ao trmino da obra, previsto para
2012, a Linha 1 integrar a regio
metropolitana capital do estado por
meio de 21 estaes, totalizando maisde 44 km de extenso. Mas certamen-
te a maior conquista oferecer aos
mais de 300 mil usurios o acesso a
um equipamento de transporte pbli-
co seguro e moderno, alm de atender
com respeito e cidadania os turistas
estrangeiros e os brasileiros que circu-
laro pela regio durante a Copa 2014.( a redao) M
> Projeto arquitetnico:DeltaconEngenharia / Debiagi Arquitetura
> rea construda:4.881 m2> Ao empregado:ASTM A 572>
Volume do ao:250 t.> Projeto estrutural: DeltaconEngenharia S.S.L. / EGTEngenharia Ltda
> Fornecimento da estruturametlica: SH Estruturas Metlicas
> Execuo da obra:Consrcio NovaVia (Odebrecht, Andrade Gutierrez,Toniolo Busnello e TTrans)
> Local:So Leopoldo-NovoHamburgo, RS
> Data do projeto:janeiro de 2009>
Concluso da obra:fevereiro de 2012
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Uma Berlim
Em SprEEbogEn Encontra -SE a maior E maiS modErna EStao dE paSSagEm dE trEnS da Unio EUropEia , combinando a arqUitEtUra arrojada com aS ExignciaS dE mobilidadE do ScUlo 21. diariamEntE ,cErca dE 1.100trEnS dE longa -diStncia , rEgionaiS E do mEtr circUlam naS 14 plataformaS diStribUdaS Em doiS nvEiS difErEntES
translcida
Com a nova estao de Berlim, a baldeao de trens setornou mais fcil e as viagens, mais curtas. O designmoderno melhorou a qualidade dos servios oferecidos,permitindo maior convenincia e segurana aos usurios
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Logo aps a queda do Muro deBerLiM, em 1989, os urbanistas doSenado Alemo iniciaram o desenvol-
vimento de um projeto de transportes
pblicos para a ento Berlim unifi-cada. Este projeto levou criao do
"conceito cogumelo", que previa uma
"estao de cruzamento de trens" no
lugar da antiga Lehrter Stadtbahnhof.
Dentre as premissas deste conceito,
ela deveria servir tanto como estao
de longa-distncia como regional, ofe-
recendo a opo de baldeao para o
trecho frreo local e o metr. Em junho de 1992, o Governo aprovou
sua construo e lanou o concurso para a escolha do projeto arqui-
tetnico para a Estao de Lehrte, tambm chamada de Estao
Central de Berlim.
Erigida em local histrico no Distrito de Tiergarten, a EstaoLehrte chama a ateno por sua portentosa arquitetura filigrana-
da, composta basicamente por estruturas em ao e vidro. Espaosa
e repleta de luz natural, que adentra os ambientes atravs dos
trios envidraados, a estao se destaca na paisagem berlinense
unificada e serve como smbolo do elo entre as reas antes sepa-
radas pelo muro.
O saguo da estao formado por duas estruturas arqueadas
de 46 m de altura que acentuam a caracterstica em formato de
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cruz da estao. Para os arquitetos da Gerkan, Marg & Partners
GMP, de Hamburgo, o fator determinante da concepo arquitet-
nica do projeto era a importncia da nova estao ser a interface
de uma Europa que se torna cada vez mais integrada.
Outra caracterstica do projeto a opo pela transparncia
nas coberturas e paredes laterais, que, segundo os arquitetos
Meinhard von Gerkan e Jrgen Hillmer, foi pensada para permitirque seus usurios encontrem seus destinos com facilidade.
A nova estao tem uma rea total de 175 mil m 2, divididos entre
lojas e gastronomia (15 mil m 2); escritrios (50 mil m 2); uso ferrovi-
rio operacional (5.500 m 2); e circulao (21 mil m2). As plataformas
cobrem uma rea de 32 mil m 2 e a garagem compreende 25 mil m 2.
trios transparentesUma cobertura em ao e vidro com 321 m de comprimento desen-
volve-se sobre o extenso saguo, intersectado pelas duas fileirasde edifcios em arco, definindo sua localizao e alinhamento
parte norte-sul da estao, localizada no subsolo. O trio da face
norte-sul, com 45 m de largura e 159 m de comprimento, encontra-
-se entre essas fileiras de edifcios e tambm recebeu cobertura
em vidro, em forma abobadada, e est conectado aos edifcios
laterais em arco, servindo como conexo entre a histrica rea
governamental de Berlim e a regio urbana. A superfcie de vidro
abobadada da cobertura suportada por vigas vagonadas de 4,70
m de altura.
Na rea leste-oeste linha urbana ,
uma estrutura em balano forma a pas-
sarela que se estende por 87 m, unindo
seis vias e trs plataformas situadas
no meio da construo, e cobertas com
uma estrutura leve, em forma de con-
cha, abobadada em trs direes.Foram utilizadas 85 mil toneladas
de ao para a estrutura externa. O ao
tambm foi utilizado em seis eleva-
dores panormicos que ligam as pla-
taformas da estao norte-sul com os
nveis das plataformas da linha urba-
na leste-oeste.
Embora os alemes e europeus que
circulam por Berlim tenham espera-do dez anos para desfrutar a Estao
Central (a obra aconteceu entre 1996
e 2006), ao seu trmino tornou-se a
maior estao de cruzamento de trens
da Europa, servindo como um impor-
tante centro de transporte e de uso
comercial, integrando-se ao complexo
de edifcios que unem o passado e o
presente berlinenses. (e.F.) M
Composto por estrutura em ao e painis de vidro, a cobertura foi concluda em tempo recorde de apenas quatro meses. 85 quilmetrosde cabos de ao foram usados como contraventamento da estrutura, garantindo sua estabilidade
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Interface multifuncional
Marco da capital portuguesa , a Estao do Oriente um
ponto de interligao que centraliza os vrios meios de transpor-te existentes na rea oriental de Lisboa. Concebida inicialmentepara atender aos visitantes da Exposio Mundial de 1998, aestao foi idealizada para ter seu desenvolvimento ampliadoaps o evento, tornando-se um distrito exemplar, auxiliando narevitalizao da degradada rea industrial da regio. Hoje, serveao Parque das Naes, um espao totalmente reurbanizado, pro-vido de diversos servios, acomodaes, hotis de luxo, bares,restaurantes, empresas internacionais, museus, galerias de arte e
centros de compras e lazer.
Integrante da gare Intermodal de l Isboa (gIl), a estao do orIente uma das estaes ferrovIrIas e rodovIrIas maIs Importantes da capItal de portugal , tendo se tornado o prIncIpal componente na revItalIzao urbana da rea
A rea era originalmente dividida
por um dique que cruzava o distrito a9 m de altura, e sobre o qual estava alinha frrea existente, formando umalinha divisria entre as reas residen-cial e industrial. O arquiteto espanholSantiago Calatrava foi o vencedor doconcurso para o projeto, e adotandouma abordagem que ultrapassava oslimites do concurso, props romper
esta barreira com a criao de novas
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&ARQUITETURA AO 33
avenidas, estabelecendo eixos de liga-o visual e pragmticos entre as duasreas, soluo que resultou em umacesso livre e fcil para os pedestres
entre os vrios meios de transporte.A arquitetura da Estao do Oriente caracterizada por um trio nico degrandes dimenses que se desenvolvesobre a nave da estao. Este reco-berto por um nico conjunto estruturalde ao e vidro, com pilares em formade rvore, e cuja cobertura est a 25 mde altura. composta de cinco fileirasparalelas de arcos geminados, com 78m de largura e 260 m de comprimento.O acesso ao nvel das plataformas se dpor meio de escadas laterais. Todas asoutras instalaes se encontram nos
nveis abaixo da plataforma. Um terminal de nibus fica localizadoa oeste da estao e um complexo de edifcios comerciais e umshopping center ficam a leste, em torno de uma praa.
Consistente com sua obra que sempre faz analogia natu-
reza , a Estao do Oriente concebida por Calatrava desperta nosvisitantes e usurios a viso de um grupo de palmeiras ou lrios,e em um sentido geomtrico se aproxima das abbadas gticasinglesas. Os elementos estruturais so pintados de branco e asfolhas das palmeiras se propagam para o cu em um telhado devidro, cuja geometria e formas orgnicas imprimem uma sntesequase abstrata.
O complexo onde est localizado a Estao do Oriente tornou--se, de fato, o componente principal na transformao de toda area. Ainda se encontra em obras, com a construo de duas torresresidenciais (de 33 andares cada), como parte da transformao doParque das Naes em rea residencial, e o conjunto em metal evidro das formas orgnicas da cobertura da estao parecem flutuarcomo um osis na paisagem beira-rio lisboeta.(e.F.) M
Caracterizada por um trio de grandes dimenses, a estao de Lisboa consistente com a obra de Santiago Calatrava, que se inspira emformas orgnicas e, aqui, lembram palmeiras ou lrios e com um sentido geomtrico que se aproxima das abbadas gticas inglesas
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Endereos
> EscritriosdE ArquitEturAArqline Arquiteturae ConsultoriaEnd.: Rua Humait, n 282,bl. 2, ap. 1.106, Humait,
Rio de Janeiro (RJ)Tel.: (21) 2286-6045
Debiagi Arquitetose UrbanistasEnd.: Rua Boror,n 669, Vila Assuno,Porto Alegre (RS)Tel.: (51) 3241-3425E-mail: [email protected]
Deltacon EngenhariaEnd.: Av. So Pedro,
n 1001, sala 301, SoGeraldo, Porto Alegre (RS)Tel.: (51) 3024-0263
JBMC Arquiteturae UrbanismoEnd.: Rua Pe. Joo Manuel,n 199, conj. 41, 4 andar,So Paulo (SP)Tel.: (11) 3062-4321E-mail: [email protected]
Joo Walter ToscanoArquitetos Associados
End.: Rua Heitor deAndrade, n 101,Sumarezinho,So Paulo (SP)Tel.: (11) 3814-6786
Luiz EstevezArquitetura Ltda.End.:Rua Aimber,n 626, cj. 4, Pompeia,So Paulo (SP)Tel.: (11) 3868-4078
Promom EngenhariaEnd.: Av. PresidenteJuscelino Kubitscheck,n 1.830, So Paulo (SP)Tel.: (11) 5213-4410End.: Praia do Flamengo,n 154, Rio de Janeiro (RJ)Tel.: (21) 3235-1200
Tetra Arquiteturae ProjetosEnd.: Rua Rego Freitas,n 289, 3 andar,So Paulo (SP)Tel.: (11) 3350-6872www.tetraarq.com.br
> ProjEto EstruturAl EGT EngenhariaEnd.: Rua Fbia, n 442,trreo e 1 andar, VilaRomana, So Paulo (SP)Tel.: (11) 3862-1236E-mail: [email protected]
Figueiredo FerrazConsultoria e Engenharia de Projeto S/AEnd.: Av. Fagundes Filho,n 141, 9 andar, SoJudas, So Paulo (SP)Tel.: (11) 5085-5300www.figueiredoferraz-eng.com.br
Intentu Engenharia
End.: Rua AlbuquerqueLins, n 641, 6 andar,conj. 61, Santa Ceclia,So Paulo (SP)Tel.: (11) 3663-1593
MaubertecEnd.: Largo do Arouche, n24, 10 andar,So Paulo (SP)Tel.: (11) 3352-9090E-mail: [email protected]
Noronha Engenharia S.A.End.: Av. Graa Aranha, n226, 5, 9 e 10 andares,Centro, Rio de Janeiro (RJ)Tel.: (21) 2282-1221E-mail: [email protected]
Themag Engenharia eGerenciamento Ltda.End.: Rua Pedro Amrico,n 32, 22 andar,Repblica, So Paulo (SP)Tel.: (11) 3353-1400E-mail: [email protected]
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Novo Hamburgo (RS)Tel.: (51) 3594-3922
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ERRATANa ficha tcnica da reportagem sobre a Vila Dignidade,edio 23, setembro de 2010, os crditos corretos paraos projetos estrutural e de light steel frame so para aconstrutora Micura Steel Frame.
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