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Capítulo 1A Livraria do Amadeu

Essa é uma bela cidade chamada Pedra Azul, ganhou esse lindo nome por causa de uma gigantesca pedra que rasga ao meio o solo esverdeado daquele lugar, com uma população estimada em pouco mais de três mil habitantes, quase não passa de um vilarejo, mas foi exatamente aqui que aconteceu a mais assustadora de todas as descobertas, uma turma de seis adolescentes descobre em uma velha livraria, um objeto inusitado, e ao manusearem o mesmo, por acaso descobrem que se trata de uma poderosa chave que abre portais no tempo...

_ Ai; nem acredito que hoje é sexta feira, finalmente está chegando mais um final de semana, nem posso esperar para entrar em meu recinto! Disse Diego, o mais observador da turma, tinha por hobby colecionar objetos antigos, em especial moedas; tinha dezenas delas, muitas foram herança de seu tio-avô Silvestre. _ Tinha que ser você né seu preguiçoso, vive horas naquele lugar e nunca se cansa! Disse Nany rindo do amigo.

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_ Vai rindo minha amiga, um dia ainda ganho uma boa “grana” com minhas coisas._ Há, há, há, quero ver quem vai comprar aquilo. Respondeu a amiga ironicamente._ Nany... Olha o respeito, não fale assim das coisas do Diego, devemos respeitar a idéias e opiniões de cada um; inclusive daqueles que gostam de coisas velhas. Disse Nero._ Coisas Velhas? Indagou Diego. Velhas não... “Coisas antigas” meu querido amigo!_ Como quiser Diego! Coisas antigas. Disse Nero ao amigo.Assim seguiram tarde adentro, não demorou muito o restante da turma chegou ao lugar de costume._ Hei pessoal! Gritou Sheila.Seguiu então com os cumprimentos de Guto e Kellyn. Abraçaram-se como de costume e se assentaram nos bancos empoeirados da Praça do Pôr-do-Sol, amavam aquele lugar, pois dali podiam ver todas as tardes, um lindo e magnífico espetáculo do sol se pondo em meio as colossais montanhas esverdeadas de Pedra Azul._ Ai! Não me canso disso! Exclamou Kellyn._ Poderia viver mais cem nos que sempre viria aqui para contemplar isso, não sei como tem gente nessa cidade que nunca parou pra ver isso! Disse Diego com os olhos fixos no horizonte. A noite se aproximava, era sexta-feira, e haviam combinado de se encontrarem no trailer de seu Tadeu, um lugarzinho muito aconchegante e hospitaleiro, Seu Tadeu fazia deliciosos sanduíches de queijo com frango, uma verdadeira iguaria para eles e para metade da cidade, ficaram ali até as duas horas da manhã e foram finalmente deitar. Moravam próximos um do outro, seus pais foram amigos de infância o que gerava um vínculo ainda maior entre eles. Eram inseparáveis.

No dia seguinte..._ Diego, o café está na mesa, se apresse por que hoje você tem visitas! Disse Beatriz, a mãe do garoto._ Visitas? Quem será a essa hora? Pensou o rapaz.Eram seus amigos que resolveram lhe fazer uma surpresa e tomarem café junto dele, foi algo maravilhoso que se repetiria muitas vezes na casa de todos eles, cada sábado era em uma casa diferente, assim seguiu a manhã daquele belo dia ensolarado, após o meio dia seus amigos foram embora e ele finalmente entra em seu cantinho mágico e começa a ver e rever cada um de seus preciosos objetos conquistados durante toda sua breve vida naquela cidade encantadora. Tinha porta-retratos antigos, lamparinas, bules, vasilhames, estatuetas, e o que mais ele gostava eram suas moedas, tinha uma toda especial, datada do ano de 2079, a mesma que achou em sua aventura em Porto de Moz há alguns anos atrás._ Ai ai... Eu amo esse meu cantinho! Disse Diego. Daqui a pouco vou lá na livraria do seu Amadeu ver se encontro mais alguma coisa interessante, afinal ele sempre tem algo que me serve mesmo! Após duas horas Diego se arruma e vai até a livraria que ficava do outro lado da cidade, já havia feito aquele percurso várias vezes, e amava cada vez que o fazia._ Bom dia seu Amadeu!_ Bom dia meu querido amiguinho, como estás?_ Estou muito bem e o senhor?

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_ Há meu filho, estou bem apesar de minha idade, não tenho mais essa sua força e seu vigor, afinal já estou com oitenta e quatro anos, mas me lembro de quando tinha sua idade, era mais ou menos o ano de 1822, e tudo o que você conhece aqui não existia, daquele tempo até hoje muita coisa mudou, não se vê mais jovens como antigamente, raras são as turmas iguais as sua; unidas e alegres, na minha época fazíamos inúmeras excursões e festas, toda semana fazíamos churrasco, cada dia era em uma casa diferente, e conhecíamos muitos lugares, aos domingos sempre íamos pescar na lagoa que rodeava a terra das ostras, e nada nos deixava triste, até que o tempo passou, alguns foram casando, constituindo suas famílias e quando nos demos por contas, já havíamos nos distanciado, daria tudo para reviver aqueles bons e velhos tempos, tudo que me restou foi essa velha fotografia de nossa turma reunida, mal sabia eu que seria a última... Diego, posso te pedir uma coisa? Perguntou Amadeu._ Claro que sim seu Amadeu._ Ouvi falar da viagem que você e seus amigos fizeram no tempo, muitos dizem que é a maior mentira de todos os tempos, mas eu acredito em suas palavras e sei que realmente estiveram lá, agora, se porventura algum dia você for até meu passado e se encontrar comigo, por favor, diga a mim para lutar e não desistir de nenhum dos meus amigos, entendeu?Sem compreender direito o pedido do velho amigo Diego acena com a cabeça e sinal de aprovação._ Claro.. Com certeza seu Amadeu!Aquela fora a primeira vez que alguém demonstrou total credibilidade à aventura que tiveram em Porto de Moz.Após a longa conversa, seu Amadeu chama o rapaz para a parte de trás da loja para lhe mostrar algo interessante. Pela sua experiência ele já sabia que toda vez que seu Amadeu o levava ali era porque tinha algo especial para ele, por isso seu coração já estava palpitando para ver o que era..._ Aqui está meu rapaz, uma ampulheta de mais de setecentos anos de idade, guardei ela com todo carinho para você!O rapaz estava estupefato com tamanha beleza do objeto, apesar da idade do artefato, estava em perfeito estado de conservação, o vidro estava tão vívido como no dia que fora feito, e a madeira parecia como nova._Não acredito seu Amadeu, desconfio que não tenha dinheiro para te pagar por essa peça devida sua tamanha beleza e preciosidade!_ Ah meu amigo, quanto ao preço não se preocupe, será um presente meu pra você, como prova de nossa amizade, quem melhor do que você para cuidar bem dela? Concorda comigo?O rapaz não respondeu a pergunta feita, estava boquiaberto e feliz ao extremo, afinal era uma maravilhosa peça para sua coleção. Pegou com todo carinho e a pôs por sobre a mesa, e perguntou ao seu Amadeu:_ Quanto tempo leva para escoar toda a areia?_ Hum, boa pergunta meu jovem, leva cerca de duas horas e meia até que toda a areia se escoe por completo, daí é só virar e recomeçar a contagem novamente, mas tome cuidado, nunca a deixe nas mãos de qualquer um, pois é um objeto muito precioso, imagino que não

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existam muitas outras dessas em parte alguma desse mundão de meu Deus! Você já viajou por outros mundos distantes e sabe do estou falando..._ Como assim viajou por mundos distantes? Não entendi sua observação._ Deixa pra lá Diego, esquece o que eu disse, falei sem pensar, agora que já te entreguei seu presente já pode ir antes que fique tarde demais, muito obrigado por sua visita. E não se esqueça... Nunca diga a ninguém sobre a gente..._ Que isso seu Amadeu, eu é devo te agradecer por esse magnífico presente! Já vou indo mesmo, minha prima de Alvorada já deve estar quase chegando à estação, disse a ela que iria pegá-la tão logo se desembarca. Foi sem entender boa parte da conversa, especialmente sobre a idade de Amadeu, como poderia ter oitenta e quatro anos e ter vivido no ano de 1822? Talvez tivesse entendido errado, pensou o rapaz. Também ficara totalmente confuso com o comentário de seu Amadeu sobre viagens por mundos distantes, porém, como já estava atrasado, acabou se esquecendo e foi-se logo para a estação.

E na Estação..._ Até que enfim chegou hein Diego! Disse Kellyn. Convida a gente para esperar sua prima de Alvorada e quase não aparece..._ Justamente, quase que eu fui atrás de você rapaz. Disse Nero.De fato estavam todos ali, inclusive os cãezinhos de Kellyn, Escube e Pituchinha, que corriam sem parar de um lado para o outro, não se importando com o barulho das locomotivas que chegavam a todo instante de várias localidades, algumas carregam minério de ferro, outras traziam eucalipto e finalmente chega o trem de passageiros fazendo enorme barulho anunciando a sua aproximação como uma enorme serpente que se estendia pelo chão..._ Uhu! Finalmente chegou. Gritou Nany._Diego! Diego! Gritou Lidiane da janela do trem._ É ela, é ela... Lá está minha priminha... Disse o rapaz sorridente._ Nossa! Como ela é linda. Disse Guto._ Pode tirar o olho rapaz, ela é minha prima, nem pense em fazer nada... Exclamou Diego._ Credo Diego, só fiz um comentário, nada demais! Explicou Guto ao amigo.Tão logo desembarcou foi logo abraçando Diego. Após alguns minutos abraçando o primo e matando a saudade, ele tratou de apresentá-la a seus amigos, após todas as formalidades, seguiram para casa de Diego. Beatriz já havia preparado inúmeras guloseimas para esperar por sua sobrinha que há tanto tempo não via, fazia já uns quatro anos desde a última vez que a vira, agora, finalmente a veria outra vez._ Mãenhe! Gritou Diego. Olha quem chegou.Beatriz vira-se então e depara com uma belíssima moça de cabelos negros que se estendia por sobre seus ombros até a altura da cintura, era ela, sua sobrinha, como estava linda..._ Meu Deus! Como você cresceu, você está linda Lidiane!_ Obrigada tia Beatriz. Assim fico até envergonhada, meu primo também está lindo, assim como à senhora, e todos os amigos dele, inclusive os cachorrinhos, os amei também, todos são muito simpáticos, tenho certeza que será a melhor temporada de minha vida..._ Com certeza, Diego ama aventuras, não sei se você ficou sabendo da última que ele andou aprontando com seus amigos, quase tive um infarto de tanto medo que passei, mas

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no fim acabou dando tudo certo, e para a alegria de todos eles ajudaram a fundar muitas instituições para cuidar do nosso meio ambiente._ Pois é tia, fiquei sabendo sim e gostaria que Diego me contasse tudo detalhadamente agora mesmo..._ Com certeza, com o maior prazer, será bom que te mostrarei a mais nova peça de minha coleção de antiguidades! Disse o rapaz todo entusiasmado.Subiram então para o segundo andar da casa e Diego foi logo tratando de contar à aventura que tiveram e mostrar suas antiguidades para a prima, cada objeto que ele mostrava para ela era uma nova surpresa para a moça, seus olhos pareciam brilhar de tanta beleza diante de tantos artefatos antigos que o primo possuía._Nossa Diego, que espelho lindo, dá ele pra mim?_ É... O espelho?_ Sim... Por quê?_Nada não... É que ele faz parte de um conjunto de maquiagem que pertenceu a Princesa Rebeca II... É muito raro..._ Conjunto de maquiagem? Que bom; pode me dar o conjunto completo então!Nesse momento o rapaz quase parou de respirar, percebendo, a prima disse então:_ Calma primo, é brincadeira, jamais faria isso com sua coleção, estava apenas querendo ver qual seria sua reação, aliás, trouxe as moedas que você pediu para mamãe..._ Trouxe? Você lembrou?_ Claro meu anjo, nunca esqueceria de um pedido seu...Colocando as mãos em sua bolsa, retira então um pequeno embrulho cuidadosamente enrolado com jornais velhos e repassa-o a seu primo que estava com os olhos brilhando de alegria..._Toma primo!_ Obrigado...Ao desenrolar o embrulho o rapaz da um grito de alegria diante de tantas moedas raras que acabara de ganhar, eram moedas brasileiras e algumas estrangeiras, a mais antiga era do ano de mil seiscentos e noventa e nove._ Obrigado mesmo Lidiane, nem posso acreditar!_ Agradeça ao vovô... Pois eram dele. Quando falei de sua paixão por moedas e outras antiguidades, foi logo as cedendo a você, pois tinha a certeza de estarem em boas mãos._ Agradeça a ele por mim também. Agora, veja o que consegui hoje..._ Nossa Diego, que linda, onde foi que você conseguiu essa bela ampulheta?_ Com um grande amigo meu, ela tem mais de setecentos anos de idade, é muito rara também..._ É... Dá pra ver mesmo, é linda, você tem mesmo sorte em primo! Assim seguiu mais aquele dia, foram jantar. Beatriz havia feito arroz com batatas, fritado lingüiças, feijão tropeiro, ovos fritos e suco de limão. Todos se assentaram ao redor da enorme mesa e antes de servir o jantar, Beatriz faz, como de costume, a oração para agradecer a Deus por mais um dia e pelo alimento concedido a eles. Jantaram então, e após algumas horas conversando na varanda, Beatriz chama a sobrinha e lhe diz:_ Lidi... Sua cama está arrumada, a hora que você quiser deitar é só falar._ Ta bom tia. Vou ficar mais alguns instantes aqui e depois vou indo.Aos poucos os mais velhos foram deitar, ficando somente Diego e a prima na varanda.

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_ Diego, acabei de ver uma estrela cadente..._ Então feche os olhos e faça um pedido... Rápido!_ Seu bobinho... Já fiz há muito tempo!_ Posso saber o que você pediu?_ Claro que não, do contrário perderá o encanto, mas tão logo se realize, vou lhe contar!

_Ta bom, vou esperar, mas vê se não esquece hein..._ Com certeza não vou me esquecer primo. E a propósito, eu trouxe um monte de fotos de vários lugares que meu pai foi._ Só seu pai? E você e a tia Lane?_ Não Diego, é o trabalho dele, fomos apenas algumas vezes quando o patrão dele liberou, mas, na maioria das vezes ele foi sozinho, são lugares lindos!_Há... Agora entendi!Foram então deitar, cada qual em seu quarto, o dia seguinte seria domingo e Diego queria aproveitar para mostrar a cidade para sua prima, tinha preparado uma pequena surpresa para ela. Havia combinado com seus amigos de todos chegarem bem cedo a sua casa e tomarem café com eles, e depois disso iriam sair todos para a feira que acontecia todos os domingos na rua principal da cidade, a “feira da moda” como alguns gostavam de chamar.

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Capítulo 2Onde Estamos?

No outro dia bem cedo..._Bom dia Lidiane! Disse Kellyn com um grande sorriso nos lábios.Estavam todos na porta do quarto da moça chamando-a para descer e tomar café juntamente com eles. Foi uma grande surpresa para ela que deu um salto da cama e foi logo se arrumar. Após alguns minutos finalmente ela desce. Os demais já estavam assentados a mesa e só faltava a menina para completar o encontro daquela ensolarada manhã de dezembro._ Bom dia minha sobrinha! Tiraram-te da cama né? Disse Beatriz sorrindo para a bela moça._ Que isso tia, nada a ver não, amei o que eles fizeram, já me sinto em casa!Tomaram o café então. Beatriz havia feito deliciosos bolinhos de chuva com panquecas de queijo e suco de caju, uma fruta muito abundante na região. Após tomarem o café, seguiram para a feirinha de Pedra Azul, tudo era a maior festa para eles, cada esquina despertava a curiosidade da moça, e os garotos quase se atracavam para explicar a ela o significado de cada monumento da cidade. Foi muito divertido todo aquele encontro. Andaram até que finalmente chegam à feira..._ Nossa! Como é linda! Disse Lidiane._ Pois é... Essa é nossa feira da moda minha querida. Respondeu Kellyn._ Vamos então, tem muita coisa pra gente ver, e não podemos perder tempo. Disse Nero.Seguiram então para o interior da feira e sempre que Diego avistava uma barraca de antiguidades, fazia questão de parar e dar uma boa pesquisada nas bugigangas que estavam sendo vendidas ali, quase sempre encontrava algo que lhe interessava. Andaram por toda a feira até que chegaram a uma lanchonete que era montada somente aos domingos ali, se assentaram e no mesmo instante se aproximou uma moça para lhes entregar o cardápio do dia..._ Pessoal, está aqui o cardápio, assim que escolherem o pedido pode me chamar que anoto pra vocês..._ Tudo bem então... Respondeu Guto olhando para a moça.Começaram então a folhear o pequeno cardápio que não tinha mais de três páginas, após alguns instantes já haviam escolhido o que iriam comer e levantando o dedo, Sheila chama a moça para que ela pudesse anotar o pedido._ Hei... Moça; já escolhemos..._ E o que vão querer?_ Pode trazer sanduíches de pernil e batatas fritas pra todos nós..._ E o que vão querer para beber?_ Pode ser suco natural pra todo mundo também!

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Lancharam então e após alguns minutos foram dar mais uma volta na feira antes de irem embora, e no caminho de volta Lidiane vira-se para os demais e lhes diz:_ Gente, tenho uma porção de fotos legais para mostrar para vocês, se quiserem ver é só irem lá à casa da Tia Beatriz amanhã que a gente olha..._ Com certeza! Vai ser muito legal, disse Kellyn e os demais.Assim seguiram cada um para sua casa, no dia seguinte seria segunda feira, mas como estavam de férias, não se preocupavam muito com o dia da semana, afinal todo dia era “feriado” para eles._ Olha quem chegou! Disse Beatriz assentada na varanda de sua bela casa._ Oi tia, senti saudades!_ Pois é, se esqueceram de mim né?_ Não tia, fomos à feira e nem vimos o tempo passar, desculpe-nos!_ Não minha querida, estou brincando com você, não se preocupe._ Há que bom, levei até um susto!Entraram então, Lidiane foi direto para o banheiro para tomar um bom banho. Após o banho Beatriz já havia feito o jantar, e chamou-a para que se assentasse a mesa. Jantaram fartamente e foram finalmente deitar, que belo dia fora aquele!

Na manhã seguinte..._ Bom dia Lidi! _ Bom dia tia Beatriz..._ Dormiu bem minha linda?_ Dormi sim tia, tive um sonho ótimo... Sonhei que..._ Que... O quê meu bem?_ Nada não tia, esquece.Passou-se então a manhã daquele dia sem maiores novidades e lá pelas quatro horas da tarde toda a turma chega à casa de Diego para ver as fotos de Lidiane._ Olá dona Beatriz, tudo bem com a senhora?_ Sim Kellyn, estou ótima e vocês, como estão?_ Estamos bem, disse Nero. Onde está o Diego e a Lidiane?_ Estão lá em cima vendo as coisas do Diego, eles passam a maior parte do dia lá... Entraram então e foram direto para o segundo andar da casa, e ao chegarem em frente ao quarto chamam o rapaz:_ Diego..._ Pode entrar! Disse o rapaz.Ao entrarem, vira Diego assentado na cama com a ampulheta nas mãos. Lidiane estava logo a sua frente em um banquinho de madeira com vários álbuns de fotos nas mãos._ Que bom que chegaram, estávamos justamente falando de vocês!_Hum... Só espero que sejam coisas boas. Disse Sheila._ Com certeza minha amiga, somente coisas boas e interessantes. Não é mesmo Diego?_ Sim, estava contando a ela nossa aventura em Porto de Moz e de nossa viagem ao futuro._ Pois é Lidiane, quase ninguém acredita na gente, temos algumas provas, mas de nada adianta... Disse Sheila. Meu diário foi examinado, tem também a moeda do Diego, porém quase ninguém acredita... Gostaria muito de saber se conseguimos salvar nosso planeta..._ Pois é... Mas aqui; vamos ver nossas fotinhas?

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_ Vamos sim... Disse Nero.Ficaram umas duas horas olhando as fotos da moça, e ela fazia questão de explicar cada detalhe. Diego não largava de sua ampulheta e ao passar as mãos em sua parte inferior, descobre uma estranha saliência..._ O que é isso? _ O quê Diego? Perguntou Kellyn._ Isso aqui embaixo... Espera que vou olhar.Passando a mão suavemente, ele encontra uma pequena reentrância, e ao apertá-la, suavemente se abre deixando um pequeno pedaço de couro cair no chão... O que seria aquilo?_ Meu Deus! O que é isso Diego?_ Não sei... Vou olhar.Ao pegar o pequeno pedaço de couro nas mãos, ele então o abre e percebe algumas escritas quase apagadas nele, era muito antigo e quase não se podia ler._ Dá pra ler alguma coisa Diego? Perguntou Lidiane._ Não sei, ta muito claro as escritas.

_Pegue a lupa então Lidiane, está em cima da cômoda.Ao trazer a lupa, o rapaz a coloca por sobre o pequeno pedaço de escritura e começa a ler:

_ Não façam parte da destruição, sejam aqueles que vêem para somar, não se ensoberbeçam pelo poder, mas tornai-vos, porém, humildes em vosso proceder diante de cada viagem, e lembre-se, o tempo nunca para, então não perca nenhuma oportunidade que vos achegarem, estabeleçam a paz por onde quer que andares. Nunca tragam nada.

_ Você entendeu alguma coisa? Perguntou Nero._ Nadica de nada. Disse Nany._ O que significa isso? Não faz sentido, um pedaço de couro antigo escondido no fundo de uma ampulheta, dando instruções de viagens... Indagou Lidiane._ Quem sabe essa ampulheta é mágica! Gritou Kellyn segurando sua cadelinha nas mãos._ Mágica? Faça-me rir. Caçoou Diego.

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_ É isso mesmo que você ouviu Diego, o bilhete fala de tempo, e uma ampulheta que eu saiba era usada para marcar o tempo, agora resta saber quanto tempo a sua leva para escoar toda a areia..._ Duas horas e meia... Disse Diego._ Você já marcou? Perguntou Guto._ Sim, marquei por quê?_ Nada não, é só curiosidade._ Se o Diego já marcou o tempo, como ela seria usada então? Questionou Lidiane.Nesse momento Escube Pula por sobre os álbuns de fotos de Lidiane jogando-os no chão..._ Pára Escube, olha só o que você fez... Por que não fica quieto como a Pituchinha? Disse Kellyn._ Liga não Kellyn, eu cato, xinga ele não tadinho... Exclamou Nany.Diego então, na intenção de ajudar a recolher as fotos coloca sua ampulheta por sobre uma das fotos de lidiane, mas precisamente uma que o pai da moça tirara nas pirâmides do Egito, e inesperadamente algo assombroso acontece..._ O que foi isso Nero? Perguntou Sheila._ Não sei, mas é melhor nos segurarmos, pois, estou tendo a sensação de que toda a casa está girando bem debaixo dos meus pés...E era exatamente isso que estava acontecendo, um grande redemoinho se formou ao redor deles, os únicos que ficaram de fora foi Guto e Nany por estarem muito afastados da ampulheta... Foi uma cena fantástica, tanto para aqueles que estavam dentro quanto fora do redemoinho... E de repente um imenso clarão encheu todo aquele quarto quase cegando Guto e Nany...

_ Para onde eles foram Guto?_ Não sei, nem faço idéia.Foi quando Nany olhou para a ampulheta por sobre a foto do Egito e disse:_ Já sei! Eles só podem estar aqui...

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_ Como você sabe?_ Não sei, é apenas uma suposição._ Se for mesmo verdade Nany, eles ficarão lá por cerca de duas horas e meia, até que toda a areia da ampulheta escoe para a parte debaixo..._ Será que podemos fazer alguma coisa para ajudar eles, será que podemos ir atrás deles Guto?_ Não Nany, é melhor ficarmos aqui e esperar por eles, não temos certeza se realmente foi isso que aconteceu.Foi então que Beatriz bateu na porta do quarto e perguntou:_Diego... Está tudo bem ai com vocês?_ O que vamos fazer Guto? Sussurrou Nany._ Sei lá, você pergunta pra mim? Diga qualquer coisa..._ Nada não Beatriz, estávamos apenas rindo das fotos da Lidiane._ Há... Pensei ter ouvido um barulho ai em cima no quarto, se não é ai, deve ser aqueles pombos outra vez em cima do telhado..._ Ufa, escapamos dessa! Exclamou Guto.Passaram-se então exatas duas horas e meia e toda a areia estava para terminar de escoar, e antes do último grão cair, novamente o redemoinho de forma bem no meio do quarto..._ Aiiiiiiiiiiiiiiiii...Lá estavam eles, caídos no chão, um por sobre o outro._ Gente... Onde estavam? O que foi que aconteceu?_ Calma Nany, vamos explicar. Foi fantástico! Disse Kellyn a amiga.Então Nero conta tudo o que acontecera a eles enquanto estiveram fora:_ Guto... Nany... Foi demais, fomos levados até o local da foto da Lidiane, quando o redemoinho nos envolveu não tínhamos idéia do que de fato nos aconteceria, foi aí que inesperadamente fomos lançados bem lá... Por sobre as pirâmides!_ Sério? Estiveram mesmo lá? Eu também quero ir... Reclamou a moça._ Quase tivemos um infarto por tua causa e de Guto também... Disse Kellyn._ Mas por que amiga? _ Não sabíamos onde vocês dois estavam..._ Há... Eu e Guto descobrimos que só não fomos com vocês por que estávamos muito longe da ampulheta do Diego, ela deve ter um diâmetro de alcance e estávamos fora dele._ Há... Então está explicado.Desceram então, pois já estava quase na hora do jantar e Beatriz já havia os chamado outra vez. Estavam estarrecidos pela grandiosidade da descoberta que fizeram. Diego desceu as escadas com a ampulheta nas mãos, se ela era preciosa pra ele, muito mais agora! Tomaria muito cuidado agora, pois, qualquer lugar que a colocasse, correria o risco de ser transportado para lá, ele e, quem mais estivesse por perto. Assentaram-se então a mesa, e após uma oração dirigida por Beatriz jantaram. E no meio do jantar, Nany olha para Kellyn e lhe diz:_ Quero que me conte tudo o que você viu lá hein amiga..._ Com certeza! Ainda estou sentindo o cheiro daquele grandioso lugar em minha roupa!

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Capítulo 3Até Onde Podemos Ir?

Após o jantar foram todos dormi. Naquela noite o sono demorou a chegar e lá pelas três ou quatro horas da manhã pegaram no sono. Diego dormiu com sua ampulheta bem ao lado de sua cama, passou boa parte do tempo olhando para ela naquela noite. Quando amanheceu o dia já estavam ao redor da ampulheta com os olhos fixos nela. Queriam saber o que mais ela podia fazer. Foi então que Diego perguntou:_ Será que podemos viajar colocando fotos de revistas e livros também? Queria saber até onde podemos ir!_ É só tentando pra ver Diego. Disse Kellyn ao amigo.Diego então foi até sua estante e pegou uma revista que continha fotos de vários lugares do mundo inteiro, inclusive fotos da pré-história. Pegou uma tesoura que estava em cima da penteadeira e pediu para Lidiane recortar a foto que tinha dois gigantescos dinossauros ao lado de ossadas de tiranossauros réx.

_ Não acredito que você vai fazer isso Diego... Disse Lidiane._ Pois é exatamente isso que vou fazer..._ Nem pense em me levar com você, nem que a galinha criasse dentes eu embarco nessa..Diego sempre fora louco por dinossauros e não perderia aquela oportunidade por nada nesse mundo.

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_ Diego... Você pode até ir, mas tome muito cuidado, você pode não voltar mais! Disse Nero olhando para os olhos do jovem._ Como assim Nero? Tome cuidado... Você vai comigo, ou pensa que vou sozinho?_ O quê? Como assim vou com você?_ É isso mesmo que você acabou de ouvir; você e o Guto também!Nesse momento Guto olha com os olhos arregalados em direção a Diego e diz:_ Ta louco Diego? E se a gente morrer? Ou você se esqueceu que ficaremos lá pelo menos duas horas e meia?_ Claro que não me esqueci Guto! Mas imaginei que vocês quisessem ir comigo!_ Eu vou! _ Você Sheila? Disse Kellyn._ Sim, eu; por quê? Algum problema nisso?_ Não, só pensei que você não tivesse coragem...Após alguns minutos de discussão ficou resolvido que Diego, Guto, Nero e Sheila iriam nessa alarmante aventura ao mundo pré-histórico. _ Pessoal, lembrem-se, todo cuidado será pouco, não sabemos o que vamos encontrar lá... Disse Nero._ Sabemos sim! _ Como assim sabemos Diego?_ Simples Sheila, chegaremos a um lugar descampado ao lado de dois gigantescos dinossauros famintos... He, he, he..._ Você ainda acha graça Diego? Indignou-se Lidiane._ Calma gente... Braquiossauros eram dinossauros de cerca de cento e cinqüenta toneladas, porém, herbívoros, então não temos com o que nos preocupar..._ É... Eles podem até não nos comer, mas tempos que tomar cuidado para não sermos esmagados! Um elefante perto de um desses seria como uma formiga; imaginemos nós... Disse Guto._ Gente, sem mais demoras, se não ficará muito tarde!Assim os corajosos viajantes se prepararam ao redor da ampulheta em um círculo, Diego coloca a foto sobre a mesa azul e então se prepara para colocar sua ampulheta por sobre ela e... _ Pessoal, vai ser agora... Se preparem... Um, dois, três...Ao abrir os olhos o rapaz vê todos os seus amigos ainda no quarto olhando para seu rosto..._ Ué... O que aconteceu? Por que não funcionou?_ Simples Diego... Você tem que colocar a areia do lado de cima..._ É mesmo! Perdoem-me!Colocou então, a areia para o lado de cima e novamente o grande redemoinho se forma ao redor deles e tudo próximo parece estar sendo sugado por aquele estranho vento, e de repente...

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_ Onde eles foram? Perguntou Lidiane olhando para a ampulheta._ Meu Deus, funcionou de novo, e agora? Será que eles estão bem? Disse Nany segurando os cachorrinhos.No outro canto do quarto estava Kellyn com os olhos esbugalhados olhando para as amigas, quase sem acreditar que tudo aquilo era realmente verdade.

Enquanto isso, a mais ou menos oitenta e nove milhões de anos atrás...

_ Corram! Gritou Diego para os amigos._ Há Diego, pensei que você soubesse aonde chegaríamos? Retrucou Nero._ Eu também, mas tudo o que eu sei sobre dinossauros são teorias, estudos simplórios, isso aqui é realidade... Então trate de se esconder.Havia centenas deles por todas as partes, muitos estavam enfurecidos protegendo suas caças de outros predadores. Tudo o que fizeram após chegar ali foi correr, o máximo que puderam...

Correram tanto que se esqueceram de olhar para onde estavam indo. Quando se deram por conta, estavam bem em cima de uma gigantesca colina coberta por uma estranha vegetação nunca vista por nenhum deles. Todo aquele cenário era sul real aos olhos, paisagens deslumbrantes se mostravam de todos os lados, e apesar de estarem aparentemente em segurança, ainda se podiam ouvir os sons emitidos por aqueles

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tenebrosos gigantes até então extintos para eles. Não sabiam ao certo que fazer, simplesmente olhavam de um lado para o outro na expectativa de se proteger a tempo se porventura aparecesse algum outro réptil gigante._ E agora? O que vamos fazer. Disse Nero. Não vamos conseguir sobreviver essas duas horas e meia aqui... Estamos a menos de cinco minutos e já quase perdemos nossas vidas._ Pessoal, temos que manter a calma._ Mas como Sheila? Você viu o tamanho daquelas criaturas? Eram imensas, sem contar o tanto de dentes que tinha na boca daquele t-réx... Indagou Guto.Estavam visivelmente aflitos, mas não tinham outra alternativa a não ser sobreviverem aquelas duas longas horas e meia em meio ao caos._ Gente, não sei se vocês notaram, mas atrás daquele dinossauro estava se formando um imenso tornado..._ Não Nero, não notamos não, mas o que você quer dizer com isso? Perguntou Sheila._ Estou com um leve palpite que seremos alcançados por ela..._ Mas que pessimismo hein Nero, credo, vire essa boca pra lá... Questionou Diego.Antes que o rapaz fechasse sua boca um forte vento começa a soprar na direção deles, Nero olhando para a copa gigantesca das árvores, vira para seus amigos e diz:_Gente... É melhor procurarmos abrigos..._ Por que Nero? Disse Sheila._ Vejam aquilo...O enorme ciclone estava bem na frente deles arrastando tudo o que estava pela frente, foi assustador...

Começaram a correr novamente, desesperados, a única coisa em que pensavam era salvar suas vidas. Todos estavam eufóricos quando de repente Sheila cai e fica para traz, sem pensar duas vezes, Guto volta e ajuda a amiga se levantar. Estavam exaustos até que Diego olhando para o lado viu uma enorme caverna, foi então que disse aos demais:_ Vamos pessoal, está li nossa salvação!Correram então para dentro da caverna e se esconderam lá. A tempestade levou mais de uma hora para cessar, e tão logo ela findou-se, eles saíram para fora para ver onde estavam._ Nossa, corremos tanto que nem sei onde foi que a gente chegou! Disse Guto.

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_ Isso não importa muito agora, resta-nos saber quanto tempo falta para que a ampulheta nos traga de volta._ Pois é, nossos relógios não funcionam nessas viagens... Eles ficam loucos! Exclamou Sheila.Tudo parecia estar em ordem, até que uma grande manada de Paquicefalossauros passa rapidamente por eles em direção ás árvores, mas inesperadamente todos mudam bruscamente de direção, foi então que Diego falou:_ Mudança brusca de direção... Como aves fugindo de um predador... Gente... Corram!Antes de o garoto fechar os lábios, lá estava ele outra vez, o grande Tiranossauro-réx aparece em meio ás arvores em busca de uma nova presa, e a única coisa que eles não queriam era que fossem eles o jantar da criatura.

Correram como um raio em direção a uma grande colina, queria apenas que aquele monstro terrível ficasse longe deles. Foi então que Diego lembrou-se de seus estudos e disse aos seus amigos:_ Pessoal, esse tipo de dinossauros só detecta suas presas pelo movimento que elas fazem, então fiquem parados, o máximo que puderem..._ Como assim parados, isso é suicídio. Questionou Sheila._ Não, confiem em mim, sei o que estou dizendo.Resolveram parar então, não tinham outra opção, uma vez que o gigantesco predador se aproxima mais e mais. Ficaram feitas estátuas, petrificados, foi então que a criatura parou de correr e começou a andar na direção deles. Os garotos mal podiam piscar os olhos e a respiração estava ofegante. Sheila parecia a mais calma. Então o monstro parou diante deles e baixou sua grande cabeça até a altura do ombro deles... Cheirou, conferiu mais uma vez e não conseguindo perceber nenhum movimento, levantou sua boca aos céus soltando um enorme rosnado de fúria... Virou-se e foi embora, sua caçada predatória não podia parar. Agradecidos pelo livramento que tiveram olharam para Diego e disseram:_ Graças a Deus e ao Diego estamos bem, até que enfim ele acertou uma..._ Que isso Nero, sei de muitas coisas, só não fico comentando com todo mundo!_ Hum convencido, trate de baixar esse “topete” por que ainda estamos aqui... Disse Guto.Não aconteceram mais novidades nessa horrenda viagem, e quando menos esperavam, o redemoinho se formou ao redor deles e os levou de volta para Pedra Azul em segurança.

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Ao chegarem caíram sobre a cama do Diego, todos amontoados._ Credo! Porque vocês estão molhados?_ Nem imagina o que passamos Lidiane, feliz foi você por não ter ido... Disse Sheila.Ao contar todos os detalhes para a moça, resolveram não fazer mais viagens naquele dia, pois estavam muito cansados. Tomariam mais cuidados com a escolha da próxima viagem, pois queriam chegar vivos em casa. Diego questionou com seus amigos até onde eles poderiam ir com aquela ampulheta, queria saber de fato tudo o que ela podia fazer, lembrou-se então do futuro, conseguiriam viajar par lá também, conseguiriam uma foto do futuro, se porventura não encontrassem tal foto, poderiam viajar colocando uma ilustração no lugar de fotos? Eram muitas perguntas que eles iriam ter o prazer de descobrir cada detalhe._ Gente. Disse Diego. _ Lembro das palavras de seu Amadeu ao me dar essa ampulheta de presente. Recomendou-me total cuidado com ela._ Quem é seu Amadeu? Perguntou Nero._ Hora Nero. O da livraria da esquina. Vai me dizer que você não o conhece?_ Nunca ouvi falar dele. Muito menos essa tal livraria que você disse._ Mentira! Todos aqui conhecem, já fui lá milhares de vezes...Diego falava sério, tão sério que convidou seus amigos para ir com ele até a esquina para confirmar o que acabara de dizer. Foram então... Ao chegar lá, encontraram apenas um velho galpão desativado desde os tempos da guerra mundial que acontecera em mil novecentos e dezoito. Diego estava estarrecido com aquilo tudo, afinal fora ali milhares de vezes e possuía tantos objetos que seu Amadeu o vendera, como poderia aquilo tudo ter sido uma alucinação? Teria mais alguém na cidade que o conhecera também? Impossível... Lá estava o galpão que fora centenas de vezes. Diego com os olhos cheios de lágrimas era pura desilusão, não podia entender o que estava acontecendo, estaria ficando louco, teria sonhado? Foi quando olhando para o velho casarão pensou em voz audível:_ Já sei! Só pode ser isso!_ O quê Diego? Diga logo._ Agora entendo Guto, tudo começa a fazer sentido... E continuou o rapaz. _ Claro! Por que não pensei nisso antes. Seu Amadeu não é fruto de minha imaginação não, com certeza ele é algum viajante que fez contato comigo através de uma segunda ampulheta. Resta saber o que ele queria que eu fizesse a ele. É isso mesmo, é por isso que todas as vezes que ele aparecia fazia questão que eu viesse sozinho até aqui._ Mas o que ele queria então? Perguntou Nero._ É isso que eu gostaria de saber. Ele bem que tentou me dizer algo, mas nunca foi muito claro em seus conselhos. _ Quem sabe existe uma segunda mensagem na ampulheta Diego. Disse Nany._ Claro! E a gente nem para conferir aquela hora. Vamos embora logo, pois estou tendo uma sensação de que algo fascinante está para acontecer...

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Capítulo 4Por que A Gente?

Foram às pressas para a casa de Diego ver se encontravam mais alguma pista na ampulheta, estavam ofegantes. Lidiane estava boquiaberta com tudo aquilo, pois nunca havia passado por nenhuma situação semelhante aquela. Correram até que chegaram a casa do jovem. Entraram e foram direto para o quarto._ Lá está ela! Disse Kellyn._ Vou pegar e ver se encontro algo... Tenho certeza que tem. Replicou o garoto.Examinou a ampulheta minuciosamente e nada... Não encontrou nada que pudesse lhes dizer algo. Triste com o acontecido, o garoto joga a ampulheta em cima da cama, foi então que Sheila resolve dar mais uma olhadinha nela._ Hum... Deixe-me ver... Pronto! Encontrei!_ Para de brincar Sheila, não ta vendo que isso é sério? Disse Nero._ Quem te falou que eu estou brincando? Está aqui...Realmente a moça falava sério, em suas pequenas mãos havia um pequeno bilhete enrolado como se fosse um pergaminho. Passou-o então para Diego para que ele pudesse ler, ao abrir o bilhete o rapaz arregala os olhos e diz:_ Não acredito! É a letra de seu Amadeu. Deixe-me ver o que ele tem a nos dizer...

Meu Jovem, ao ler esse bilhete, eu tenho a certeza de que sabe de toda a verdade agora, me perdoe por ter te enganado todos esses dias, pois foi necessário, ao ler a mensagem não tenha certeza de que ainda eu esteja vivo, são muitos os desafios e já conto com uma idade avançada, quero apenas que encontre as três chaves restantes a as destrua, pois não sabemos o que acontecerá se ela cair em mãos erradas, tome cuidado, pois, uma estranha criatura foi levada de seu mundo para o nosso, você pode viajar para qualquer lugar com a ampulheta que lhe dei, inclusive através de desenhos e pinturas, até mesmo com nomes de lugares escritos em papel vegetal eu já consegui abrir portais, mas não se arrisque muito.

_ Por que a gente? Disse Diego. _ Não entendo, com tantas pessoas nesse mundão, esse senhor vem logo em cima de nós._ Calma Diego, deve ser porque ele sabe que já fomos para o futuro e que de certa forma temos experiência nessas viagens. Explicou Kellyn._ Talvez Kellyn tenha razão Diego, não podemos simplesmente ignorar essa mensagem de forma alguma, algo está para acontecer e precisamos fazer alguma coisa já. Disse Nero ao amigo.Todos concordaram com as palavras de Nero, só não sabiam por onde começar, afinal as outras ampulhetas poderiam estar em qualquer lugar, além de uma estranha criatura que

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estava às soltas, como iriam resolver esse gigantesco problema? Não tinham nem idéia nem ao menos de um ponto de partida, puseram-se a pensar então. Os cachorrinhos estavam deitados sobre almofadas em um canto do quarto, e ninguém se arriscava dar uma opinião. Chega à noite e cada um segue para seu lar, afinal teriam muito trabalho para o dia seguinte, combinaram de se encontrar ali mesmo na casa do Diego, logo pela manhã bem cedo. Naquela noite escura Diego não conseguiu dormir, a única coisa em que pensava era nas palavras de Amadeu, como poderia de fato cumprir sua missão, quem seria Amadeu? Como ele veio a conhecer Diego? Pensou... Pensou tanto que teve um sonho, um grande sonho... Sonhou que estava novamente no futuro, dentro do observatório em que conseguiram encontrar a localização de sua cidade, parecia muito real tudo aquilo, foi então que Diego olha para o lado e vê sobre um velho armário uma ampulheta, idêntica a sua, como não tinha a visto antes? Provavelmente estariam muito preocupados em voltar para Porto de Moz que nem se deu conta do objeto... Foi então que assustado e pingando suor o garoto acordo bruscamente..._ É isso! Agora tudo começa a fazer sentido.Nem esperou o dia amanhecer e seguiu para a casa de Nero, afinal sua descoberta era fascinante e ele não poderia esperar pelo nascer do sol._ Nero... Nero... Sussurrou o rapaz._ Quem é?_ Sou eu... Diego; descobri algo muito importante, abra a porta que já vou te contar.Abriu a porta bem devagar para que o rapaz pudesse entrar, pois todos ali ainda estavam dormindo, levou-o então até seu quarto e pediu-lhe que lhe contasse sua descoberta. Então Diego lhe conta em detalhes o sonho que teve, e sobre sua observação._ Tem certeza disso que está dizendo Diego?_ Nero, é claro que tenho, vi essa ampulheta lá sim, em cima do balcão, junto às coisas de Michael._Então tudo indica que Amadeu e Michael são a mesma pessoa... Disse Nero._ Será? Não tinha pensado nessa hipótese._ Justamente Diego, é por isso que ele sabia exatamente sua localização, ou melhor... Nossa localização, ele tinha certeza de que nunca deixaríamos de pelo menos tentar fazer alguma coisa para ajudar, por isso nos confiou essa missão.Tinham agora um ponto de partida concreto para darem início ao inusitado trabalho. Teriam que viajar outra vez para o futuro atrás de Michael em busca de maiores informações? Talvez sim... Mas não tomaram nenhuma decisão sem antes comunicar aos demais sobre as novas descobertas. Diego voltou então para sua casa, pois, a noite ainda não havia chegado ao fim, dormiria agora mais tranqüilo, já tinha algo grande nas mãos para tentar ajudar Amadeu em sua missão. Colocou sua ampulheta ao lado de seu travesseiro, e adormeceu. Escube estava balançando o pequeno rabinho para seu amado dono, e num descuido de Diego, ele pula em cima da cama e deita bem ao lado do rapaz, Diego fez que não viu e deixou, pois seu cãozinho era sua paixão. Dormiu até pelas oito horas da manhã e acordou com Lidiane batendo na porta._ Já vou!Seus amigos também estavam todos lá igualmente em pé de fronte da porta do quarto. Diego então abre a porta e convida seus amigos para tomar café juntamente com ele._ Tia Beatriz já fez esse convite primo... Disse Lidiane sorrindo para o rapaz.

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_ Olha quem eu trouxe Diego... Disse Nany. _ A Pituchinha!_ Ué, você tem que falar isso é pro Escube, e não pra mim! Comentou o rapaz sorrindo pegando a cadelinha pela mão.Escube logo que viu a Pituchinha deu um pulo da cama e foi na direção dela, ambos eram muito amigos e foram logo correndo por todos os cantos da casa. Desceram então e foram se assentar à mesa de café especialmente preparada por Beatriz. Havia de quase tudo ali, (pelo menos era o que eles sempre diziam), tinha batata-doce, pão com salsinha, ovos, queijo, e biscoitos de chuva, o suco era de açaí, a paixão de toda a turma. Após se deliciarem com aquele belo café da manhã, subiram logo para o quarto do rapaz queriam ouvir as novidades, ás férias ainda estava na metade e teriam muito tempo para fazer algo e ajudar Amadeu, Lidiane mandou um telegrama para seus pais dizendo que ficaria ali até o término das férias, o que os surpreendeu muito, pois pensavam que ela não suportaria nem uma semana completa naquele lugar, porém ela estava amando cada dia e vivendo como se fosse o último, aquelas estavam sendo as melhores férias de sua vida. Então Diego se põe a falar, começou pelo sonho que teve e da lembrança da ampulheta por sobre o móvel, perguntou se mais alguém se lembrava de algo, disse também que achava que Amadeu e Michael eram a mesma pessoa, estava ainda falando quando foi interrompido por Kellyn:_ Gente, eu me lembro... Lembro sim! Estava lá, bem em cima de um móvel no cato do observatório, era a mesma ampulheta que Diego tem agora!Todos ficaram assustados, Diego ficou pasmo, pois seu sonho acabara de ser confirmado pelas palavras de Kellyn. Lidiane estava totalmente perdida em meio a todo o alvoroço, pois de nada sabia sobre a aventura que tiveram em Porto de Moz. Agora restara saber como encontrar as demais ampulhetas. Foi então que Diego lembrou-se de uma conversa que teve recentemente com Amadeu._ Nero, lembro de uma data que Amadeu me disse em uma de nossas últimas conversas, era mais ou menos o ano de 1822... _ Tem certeza Diego?_ Claro que tenho, prestava muita atenção em tudo o que ele me dizia, lembro-me como se fosse hoje!_ Então já temos uma data para procurarmos! Disse Nany segurando Escube no colo, enquanto que a Pituchinha estava no chão, aflita para que ela a pegasse também. _ Nero, ele me disse também que essa ampulheta tinha cerca de setecentos anos de idade, pode ser que ele estava querendo dizer algo também..._ De certo que sim Diego, mas por que ele te falou por códigos? O que o impedia de ser bem claro em suas conversas? É isso que não entra em minha cabeça, será que ele estava sendo seguido por alguém e tinha medo de ser descoberto? Temos que encontrar alguma fotografia do no de 1822 e ver o que é que tem naquele lugar..._ Mas como encontraremos uma foto dessa data exata? Fotos naquela época eram muito raras, quase ninguém usava fotografar, era no máximo pinturas em tela e olha lá... Disse Lidiane._ É isso! Parabéns Lidi, você é demais!_ Mas o que foi que eu disse Guto?_ Pintura..._ Ta,, mas o que tem pintura? Perguntou Lidiane.

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_ Simples, podemos ir até o museu municipal e encontrar pinturas de época. E até onde eu sei em 1822 foi a Proclamação de nossa república, com certeza deve haver pintura sim, e até mais de uma!Todos aplaudiram Guto e foram logo para o museu municipal em busca das tais pinturas, só não tinham pensado em como levar uma pintura tão rara para a casa de Diego, teriam que pegar emprestado e mais tarde a devolveriam, mas quem iria acreditar neles? Um grupo de jovens não era muito bem visto, mesmo que fosse a turma deles, foi então que Kellyn teve uma brilhante idéia..._ Pessoal, tenho uma idéia e...

Um pouco mais tarde na entrada do museu municipal..._Boa tarde Fernando! Tudo bem contigo? Disse Kellyn olhando dentro dos olhos do segurança._ Boa tarde Kellyn, que bom que veio, já fazia um tempinho hein..._ Pois é, vim acompanhar minha priminha, ela estava louca pra conhecer o museu, pois eu tinha dito a ela que a segurança aqui era muito boa!!! Se é que você está me entendendo né Fernandinho?O rapaz ficou admirado com as moças e suas palavras, se empolgou tanto que se esqueceu de observar a movimentação dentro do museu, a única coisa que ele fez foi pedir para que ninguém esquecesse de assinar o livro de presença, coisa que Nero e os demais não fizeram para não ter nenhuma prova contra eles, no lugar de seus nomes escreveram nomes de pássaros. Nero escreveu Sabiá, Guto Andorinha, Diego escreveu Bem-Te-vi e as demais moças não entraram no museu, estavam do lado de fora para alertá-los de qualquer emergência. Tinham pouco tempo para ver as pinturas, mas não demorou muito e Guto disse:_ Encontrei! Está bem aqui.

Era uma bela pintura com Dom Pedro I embainhando uma majestosa espada, estava datada de 1822, exatamente o que eles estavam procurando. Tiraram cuidadosamente a pintura da parede, e no lugar dela colocaram uma moldura coberta por um plástico preto escrito na

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parte da frente – EM RESTAURAÇÃO – Trataram de sair logo dali, pois não sabia até quando as moças conseguiriam enrolar o segurança. Já do lado de fora..._ Meu Deus, não é que vocês conseguiram, nem posso acreditar, vocês são loucos!_ Disse Sheila aos aventureiros.Já dentro do museu..._ Estranho – Disse o segurança – Não me lembro dessa pintura estar em restauração, já falei pro Oswaldo mais de um milhão de vezes para ele me avisar quando fizer isso, mas não tem jeito mesmo com essa cabeça dura desorganizado...Foram então para a casa do rapaz novamente, queriam o quanto antes descobrir o que tinha ocorrido em 1822, teriam que tomar muito cuidado, pois o Brasil ainda estava sobre forte influência de Portugal, e muitos eram os conflitos por todos os lugares, mas para quem tinha enfrentado terríveis dinossauros, aquilo possivelmente não seria muito complicado. Ao chegar a casa foram rapidamente para o quarto de Diego, cuidadosamente puseram a pintura por sobre a cama e pegaram à ampulheta e se preparam para mais uma viagem no tempo, porém, Nero fez uma importante observação:_ Pessoal, alguém terá que ficar aqui, pois precisamos de alguém para tomar conta da ampulheta._ Tomar conta? É mesmo necessário isso? Questionou Nany segurando a cadelinha no colo._ Sim, imagino que sim, pois não sabemos o que acontecerá se porventura alguém desvirar a ampulheta antes de voltarmos, poderíamos causar um caos o tempo, ou até mesmo nunca mais voltarmos para nosso tempo real...Realmente Nero tinha razão, todos concordaram sem questionar, restava então saber quem ficaria, foi então que Sheila se prontificou a ficar, pois já tinha feito uma viagem e queria que as demais também tivessem aquela experiência. Tudo pronto; se assentaram ao redor da moldura que media mais ou menos uns quarenta centímetros de diâmetro, deram as mãos, fecharam os olhos, e fizeram total silêncio, foi nesse momento que Sheila pega nas mãos a ampulheta e a põe por sobre a pintura, ambos os cachorrinhos também fariam a viagem e latiam a todo instante quando se formou o redemoinho ao redor deles. Por se tratar de uma pintura o vento parecia ser bem mais forte que quando colocaram uma foto, mais não tinham tempo para saber o porquê... De repente sumiram, como num desses truques circenses... Sheila estava só no quarto, teria que esperar por duas horas e meia e ver se tiveram sucesso ou não. Assentou-se por sobre a cama, e começou a observar a pintura, e lentamente a areia deslizava para a parte debaixo da ampulheta, tudo aquilo lhe era extremamente fascinante. Seus olhos brilhavam a cada grão de areia que escoava, foi então que percebeu algo inusitado em meio a toda aquela areia..._ Estranho... Parece que vi um pequeno objeto passar junto da areia, foi tão rápido que nem deu para ver o que era, tão logo eles voltem, avisarei do acontecido, espero que estejam todos bem.Enquanto isso em 1822..._ Pessoal, chegamos; melhor tomarmos cuidado, pois guardas é o que não faltam nesse lugar! Disse Nero.Estavam em meio a uma grande batalha armada. Eram inúmeros os soldados, e havia muitos corpos espalhados pelo chão. Muitos cavalos estavam correndo desorientados, pois estavam sem quem os conduzisse, e a todo instante se ouvia o som de bombas caindo e

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explodindo, algumas bem perto deles. Trataram então de sair logo daquele lugar, foram rastejando por um estreito caminho que os conduziu a uma espessa colina. Levantaram e seguiram para o palácio real. Havia muita bagagem do lado de fora, pois a realeza estava de mudança para Portugal, foi nesse momento que os jovens se aproximaram deles e disseram:_ Bom dia! Podemos conversar um minuto com vocês? Disse Nero.Instantaneamente vários guardas se colocaram à frente dos príncipes e se preparam para atacar, seria aquele o fim deles? Não poderiam morrer ali, quem descobriria todos os segredos que a ampulheta guardava? Quem poderia impedir que a estranha criatura destruísse nosso mundo, foi então que Lidiane se levantou e disse:_ Calma... Podem baixar as armas, não oferecemos perigo algum, queremos apenas uma informação.A princesa ao ver que os jovens não ofereciam perigo algum, mandou seus súditos baixarem as armas dizendo:_ É melhor entrarmos, pois, estamos em guerra e não quero correr nenhum risco aqui fora.Entraram então as dependências do palácio real, e já no interior se puseram a falar tudo o que sabiam para a princesa na esperança dela poder os ajudar.Após contarem tudo e detalhadamente, notaram que ela estava cabisbaixa e com os olhos lacrimejando, perguntaram então o que estava acontecendo, foi então que a bela moça olha e diz:_ Isso que me dizes é realmente verdade?_ Sim princesa, é verdade, conhecemos esse homem num futuro muito distante do nosso, e agora ele veio a aparecer para nosso amigo Diego já em nossa época._ E qual é a época de voes?_ Estamos no ano de 1928... Mas por que isso é importante?_ Simples meu jovem, esse homem o qual falam é nada mais e nada menos que meu querido e amado pai...Foi um silêncio profundo, ao ponto de se conseguir ouvir o barulho dos tiros a grande distância. Como tudo começara a se ligar, como um grande e complicado quebra-cabeça._ Mas princesa, o que ele quer afinal?_ Prometi a papai jamais revelar isso a ninguém, mas vejo que a coisa fugiu do controle dele, então não tenho outra alternativa... Por favor, me acompanhem.A princesa seguiu então para uma luxuosa parede com a cabeça de um grande alce. Parou em frente a ela, então Diego olha e diz:_ Ué... Vamos ficar parados diante dessa enorme parede agora? Pra quê?Então ela puxa um dos chifres do animal, o que seguiu então foi extraordinário para os jovens. Tudo o que viram foi à parede girar e aparecer uma gigantesca escada que parecia os levar até o centro da terra. Convidou-os então a descer com ela, sem titubear foram logo atrás dela, os cachorrinhos latiam sem parar, e a todo instante eram repreendidos por Diego, mas nada os intimidava.Ao chegarem ao final da escada estavam exaustos. Cada um tinha sua própria contagem a dizer, porém nenhuma coincidia com a de mais ninguém..._ Meu Deus, contei trezentos e quinze degraus. Disse Lidiane._ Pois eu contei quatrocentos e dezoito. Retrucou Guto.

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_ Pessoal... _ Disse a princesa. _ Na verdade são quatrocentos e vinte e seis degraus! Leva um tempo para se acostumar, mas a gente de tanto passar por aqui, acaba se acostumando.Ela os levou então a uma estranha biblioteca, onde havia vários livros antigos de todas as épocas, aquilo encheu os olhos de Diego, afinal antiguidades era sua paixão, porém, não queria fazer outra coisa a não ser descobrir o que à princesa teria para lhes revelar. Os cachorrinhos estavam correndo de um lado para o outro, levantando grande quantidade de poeira, aquele lugar parecia não receber uma faxina havia muito tempo. Então, a princesa mais uma vez chama a atenção dos jovens e se coloca a dizer:_ Meu pai passou muitos anos de sua vida nesse lugar, estudando e fazendo cálculos, foi então que descobriu uma maneira efetiva de viajar no tempo, mas isso só foi possível por que ele teve a ajuda de um grande mago chamado Lênin. Papai pensou que ele estava o ajudando por ser seu amigo, mas se enganou, tudo o que Lênin queria era libertar uma terrível criatura há muito tempo aprisionada em outra dimensão, e através de uma das ampulhetas que papai criou, ele conseguiu seu objetivo, e ao libertar essa criatura ela matou a muitos, inclusive a Lênin. Papai não teve outra alternativa a não ser mandar ela para uma outra época, distante da nossa, a partir daí começou a trabalhar em uma forma de aprisionar essa criatura outra vez, pois se sentiu totalmente culpado por ela ter sido solta, foi então que em uma de suas viagens ele nunca mais voltou, tudo o que sei foi que ele construiu quatro ampulhetas iguais a que você tem, porém uma delas carrega a chave para deter a criatura. Ele me disse que para aprisioná-la de volta seria necessário colocar todas as quatro ampulhetas direcionadas uma para a outra e a criatura deveria estar no meio._ Simples assim? Disse Diego ironicamente._Tudo o que vocês têm a fazer é encontrar as outras três ampulhetas e a criatura e seguir minhas instruções, fazendo isso, ela voltará para o lugar de onde nunca deveria ter saído._ Minha primeira pergunta princesa... Onde encontraremos as outras ampulhetas? E que tipo de criaturas seria essa? Disse Nero._ Meu amigo. Disse a princesa. _ Eu não sei, é por isso que vocês estão aqui! Agora quanto à criatura, a única coisa que posso dizer é para tomarem cuidado com ela. Não sei se minhas informações são exatas quanto ao que eu vos disse, mas é tudo o que eu sei.Após ouvirem atentamente cada instrução que ela os passou, se prepararam para voltar, pois já havia passado quase duas horas e meia, e a qualquer momento estariam em casa outra vez.

Capítulo 5A Ampulheta Mágica 25

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De Volta A Pedra AzulFinalmente voltaram a Pedra Azul. Sheila os aguardava ansiosa, e quando chegaram, ela nem se lembrou de falar sobre o que vira dentro da ampulheta. Tudo o que queria saber era se haviam conseguido algo. Então Nero contou tudo detalhadamente para a moça que ficou surpresa com as novas descobertas. Teriam agora que encontrar as outras três ampulhetas e depois a tal criatura que ninguém sabia ao certo o que era. Como fariam tudo isso? Era a pergunta que mais matutava na cabeça de cada um deles. Já sabiam quem era verdadeiramente Amadeu, e qual o motivo de ter procurado Diego, porém, estavam agora com as mãos atadas, pois, por onde começar a partir desse ponto? Todos se puseram a pensar. Os cachorrinhos estavam exaustos pela viagem e só queriam saber de dormir. Os meninos estavam “pescando” de sono. Resolveram então descansar, por que essas idas e vindas eram muito cansativas para cada um deles. Dormiram ali mesmo, cada um escolheu um cantinho do quarto e deitou, colocaram o despertador para acordá-los em duas horas, então adormeceram. Passada duas horas o despertador tocou, anunciando novos desafios pela frente. Levantaram e se puseram a pensar. Diego tentou se lembrar de mais alguma pista que porventura Amadeu o tivesse dado. Porque afinal ele não disse tudo o que tinha pra falar? Estaria com medo de alguma coisa? Talvez estivesse sendo seguido, pensaram. Mas a verdade era mais impoluta do que poderiam imaginar. Foi então que Diego lembrou-se de mais uma data falado por Amadeu, aos gritos disse:_ Pessoal... Lembrei-me de algo dito por Amadeu. _ disse o rapaz. _ Ele falo-me que essa ampulheta tinha cerca de setecentos anos de idade, talvez estivesse querendo me contar algo._ Peguem o lápis por gentileza Lidiane. Disse Nero._ Um momentinho... Está aqui!Nero então faz um cálculo em uma folha que estava por sobre o armário e diz:_ Temos que voltar agora para o ano de 1228!_ Mas como você sabe? Perguntou Guto._ Simples... Subtrai o ano que estamos pela idade a qual Amadeu disse ter a ampulheta, e o que restou foi esse ano, e é exatamente pra lá que nós vamos!Claro! Ele mais uma vez estava com a razão, restara agora encontrar uma pintura de tal data para fazer a viagem. Os cãezinhos já estavam bem agitados nessa hora, pareciam pressentir que uma outra viagem os aguardava. Onde encontrariam tal pintura? Que evento importante acontecera nessa data para que alguém a registra-se em papel? Estariam em um barco a vê-las a espera, apreensivos pelo vento? Foi então que mais uma vez Nero faz Diego faz a diferença..._ É isso! Amadeu disse que poderíamos viajar apenas com o nome do local escrito em papel “vegeto”..._ Papel vegetal Diego, e não vegeto! Disse Lidiane._ É isso mesmo prima, obrigado! Restara saber onde encontrariam esse tipo especial de papel. Sheila então sai rapidamente do quarto sem dizer nada e vai até sua casa. Vinte minutos depois ela retorna com um embrulho muito bonito nas mãos e entrega-o a Diego...

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_ Aqui!Era um bloco com mais de cem folhas de papel vegetal que ela havia ganhado de seu tio-avô quando o mesmo fora ao Rio de Janeiro passar férias, ele achou que talvez o papel servisse pra algo e o trouxe para a sobrinha, belo palpite. Faltava agora saber qual nome escreveriam no papel. Diego então foi até sua biblioteca particular e começou a procurar alguns livros de história antiga que ele possuía, queria saber se houve algum evento importante naquela época que ficou registrado. Veio com onze livros nas mãos e os pôs em cima da cama, cada um tratou logo de pegar um e começar a procurar, os cachorrinhos nesse momento pulavam de um canto para o outro sem se importarem com as buscas dos meninos, procuraram incessantemente por mais de duas horas afinco, até que Nany diz em voz alta:_ Achei!Ela havia encontrado um grande relato sobre o temível rei Astros VIII, que viveu em uma pequena província na cidade de Bruxelas, ele foi o responsável pela libertação de uma tenebrosa criatura do mundo antigo, conhecida por Opemack. Ela possuía escamas por todo seu corpo e se alimentava do medo das pessoas. Essa criatura ficou incumbida de ressuscitar seu mestre e amo, o rei Astros VIII, e para isso teria que juntar todos os elementos necessários para que sua missão fosse completada. Elementos esses que só seriam criados séculos depois.Então Diego pergunta:_ Quais elementos?_ Aqui diz: As quatro ampulhetas ao redor do amuleto do rei Astros VIII...O rei havia sido aprisionado e morto no ano de 1228, e sua leal criatura foi condenada e lançada no abismo de Esparton, o local exato ninguém sabia dizer. Porém de alguma maneira, com a ajuda de uma das ampulhetas, alguém conseguiu viajar no tempo e a libertar, agora ela estava atrás das demais ampulhetas para cumprir a missão pela qual foi chamada. Sabiam agora contra o quê lutar, uma diabólica criatura que se alimentava do medo, fariam agora uma viagem ao ano de 1228, atrás quem sabe, do amuleto do rei Astros VIII, pois, o mesmo era uma peça fundamental para destruir a criatura e pôr o mundo outra vez em paz. _ Pois é... O pai da princesa constrói uma ferramenta para libertar esse monstro e somos nós agora que temos que mandá-la de volta, isso é muita injustiça! Disse Guto._ Também acho, mas se Amadeu nos escolheu, era porque sabia que tínhamos alguma chance contra ela, não sei o que vocês pensam sobre isso, mas eu vou até o fim agora! Falou Diego em voz alta.Todos concordaram com o jovem, até mesmo Escube e Pituchinha balançaram o rabinho em sinal de aprovação. Deixariam a viagem para o dia seguinte, pois já estava muito tarde, e não queriam envolver mais ninguém nessa atemorizante aventura. Foram embora, cada um para seu lar, Diego e Lidiane ainda ficaram um bom tempo lendo os escritos antigos. Sheila nem se lembrou de falar sobre o que vira dentro da ampulheta. A noite pesou sobre os olhos de Diego e Lidiane, então adormeceram lá pelas três horas da manhã. Os cãezinhos também passaram a noite ali, em um cantinho bem quentinho do quarto. No outro dia, lá pelas nove horas da manhã, os amigos de Diego já estavam de volta em sua casa, queriam logo dar

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continuidade a toda aquela aventura, foram direto ao assunto, e Nero fez questão de trazer sua caneta bico-de-pena, para escrever o nome da cidade de Bruxelas no ano de 1228._ Aqui está, minha caneta favorita!_ E por acaso você tem mais além dessa? Perguntou Kellyn._ Sim... Eu coleciono canetas!_ E depois diz que sou eu que fico guardando bugigangas! Disse Diego sorrindo para o amigo._ É, mais eu coleciono somente canetas, quanto a você meu amigo, até dentadura já vi em suas coisas!Todos sorriram dos amigos e voltaram a se concentrar na próxima viagem. Dessa vez eles prepararam algo para comer, pois tentariam algo diferente dessa vez. Nero havia dito para aquele que ficasse para virar a ampulheta quando estivesse faltando cinco minutos para a areia terminar de escoar. Todos temeram por aquilo, mas Nero explicou que era necessário correr o risco, pois precisariam de bem mais que duas horas e meia para descobrir algo. _ E se porventura formos parar em outro lugar Nero? E se ficarmos aprisionados para sempre no passado? Questionou Nany._ Pessoal, sei que o risco é grande, a única coisa que tem que ser feita, é deixar o papel com o nome escrito sempre debaixo da ampulheta, assim quando ela for virada, continuaremos no mesmo lugar, tenho certeza que dará certo, digo isso porque com certeza precisaremos d mais tempo.Não havia alternativa, todos sabiam que Nero estava certo, teriam que encontrar o amuleto do rei Astros VIII antes que ele caísse em mãos erradas, e encontrar um pequeno objeto em um gigantesco castelo, seria como encontrar uma agulha em um palheiro. Tudo pronto para a viagem, Kellyn já havia escrito o nome do local no papel vegetal e o posto por sobre a cama, Nany segurava firmemente os cachorrinhos no colo, sheila novamente ficaria para virar a ampulheta quando estivesse para acabar de escoar toda a areia, os meninos seguravam a cesta de suprimentos, cuidaram também de levar uma corda e lanternas, não tinham noção de onde iriam parar, pois nada se comparava aquela viagem, uma vez que as demais foram feitas com fotos e pinturas, porém, essa era apenas um nome escrito em uma pequena folha de papel. Os corações estavam acelerados, o suor escorria por suas faces, mas não desistiriam, o desejo de fazer algo mais pela humanidade pulsava mais forte no interior de cada um deles. Colocaram a ampulheta sobre o papel, e de repente... Um vento impetuoso toma conta do quarto, era muito mais forte e sinistro que os outros, tudo no quarto parecia estar sendo sugado por ele, foi uma cena sul-real. Até mesmo Sheila que estava bem longe dos demais, fora sugada pelo redemoinho, não teve jeito, todos foram para o passado, inclusive os móveis e metade das paredes do cômodo do rapaz. _ Meu Deus, o que minha mãe vai dizer?O plano de Nero teria de ser mudado, pois Sheila que era responsável pela ampulheta também estava ali com eles, e muito feliz por sinal. Escube e Pituchinha corriam e saltavam de um lado para o outro, felizes da vida por estarem ali. A única coisa que restou no quarto do Diego, foi parte se sua cama com a ampulheta em cima. Teriam que torcer para que ninguém a tirasse do lugar, pois não sabiam o que poderia acontecer a eles._ Que loucura, porque aconteceu isso Nero. Questionou Nany._ Não faço idéia, talvez seja porque fizemos à viagem de outra maneira.

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_ Outra maneira? Como assim Nero._ Outra maneira que eu digo é que não usamos foto nem pintura, foi apenas um nome escrito, entendeu Nany?_ Há sim... Talvez seja isso mesmo.Levantaram-se então, olharam pára todos os lados e nada viram de interessante. Estavam em meio a uma densa floresta com árvores gigantescas a sua volta. Vários animais passavam por eles, pareciam bem mansos, porém, ao se aproximarem deles foi como um relâmpago, todos saíram em disparada, os cãezinhos latiam sem parar, foi então que Diego disse:_ Gente... Silêncio, não sabemos onde estamos, pode ser que tenha alguém por perto...Procuraram à saída da floresta, andaram por mais de uma hora. Nero já estava preocupado com o tempo, pois não tinham nem conseguido sair da floresta. Como conseguiriam encontrar o amuleto em tão pouco tempo? Teriam que correr contra o relógio._ Pessoal, temos que correr, nosso tempo está se esgotando, o que faremos? Disse Nero.Mal sabia que Beatriz a mãe de Diego já tinha encontrado o quarto do rapaz quase totalmente destruído. Ela ficou chocada com a cena e o desaparecimento dos jovens, foi logo avisar os familiares para começarem as buscas. Porém, antes de sair ela pegou a ampulheta e a jogou dentro do armário da sala, como fariam agora para voltarem do passado? O pior pesadelo de Nero estava acontecendo, e o pior é que eles não sabiam de nada._ Lá está! Disse Diego. _ O castelo do rei Astros VIII.Foram caminhando em direção a colossal construção cuidadosamente. Ao se aproximarem do portão perceberam que estava totalmente abandonada e que ninguém mais fazia guarda naquele local, para alívio de todos. Teriam que subir por cordas que estavam presas as paredes. _ Eu não subo ai... _ Que isso Kellyn, logo você que é a mais corajosa, estou te estranhando garota!_ Pode ir parando viu Diego, você sabe muito bem que eu tenho pavor a alturas..._ Pessoal! _ Disse Nero. Todos nós vamos subir, com bastante cautela, eu serei o primeiro!_ Pois eu tenho uma idéia melhor! Disse Guto._ Então diga Guto. Falou Sheila._ Simples... Nosso Líder sobe pelas cordas cuidadosamente, e após entrar no castelo do rei blá, blá, blá... Ele abre os portões do castelo pra gente entrar... Viu como é simples?_ Agora você me chama de Líder né Guto... Pode deixar que eu vou.Kellyn abaixou-se e pegou Pituchinha no colo, pois ela parecia muito cansada, ao contrário de Escube que não parava de latir e correr para todos os cantos...A subida foi longa, cerca de uns trinta metros de altura, aquelas cordas estavam ali, talvez porque o castelo fora invadido tempos antes, pois havia muitos sinais de luta naquele local. Ao chegar do outro lado, ele começa a descida, ainda mais perigosa, foi quando a corda se rompe e lança Nero de uma altura demais de vinte metros..._ Nero... Gritou Lidiane desesperada.Todos ficaram apreensivos, esperaram alguns instantes e como não tiveram resposta do rapaz, Diego resolve ir atraz dele. Quando se preparava para a subida, ele sente os portões do castelo se mover...

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_ É ele! Gritou Guto.Nero saiu pelo portão coberto de feno de animal._ Pensei que estivesse desmaiado Nero. Disse Lidiane._ Pois é... Graças a uma carroça de feno estou bem, ela amorteceu bem a queda... Todos entraram então, e foram logo tratando de procurar uma entrada para dentro do castelo, estavam preocupados com o tempo, pois não sabiam que a ampulheta havia sido desvirada. Diego encontrou uma passagem pelo lado direito do castelo, então chamou os demais, os cachorrinhos sempre iam à frente, pareciam averiguar se tudo estava em segurança. Entraram finalmente nas dependências do castelo e ficaram maravilhados, quanta coisa fora deixada para traz, móveis, tapetes, porcelanas, enfim, tinha de tudo um pouco, inclusive uma enorme escultura de um dragão com asas bem em cima de uma grande coluna de pedra, que susto levaram. Resolveram se separar para agilizar as buscas, afinal o tempo não parava, e estavam convencidos a encontrar o amuleto. Se distrairiam com as buscas, até que Nero olhando para o céu por uma janela disse:_ Meu Deus... O que aconteceu?Ele percebeu que algo tinha acontecido à ampulheta, pois o sol já estava se pondo, já estavam ali por horas afinco e nada de voltarem..._ Pessoal, desconfio que alguma coisa de errado esteja acontecendo..._ Porque diz isso Nero? _ Lidiane.. Não percebe que o sol já está se pondo? Chegamos aqui antes do meio dia, alguém mexeu na ampulheta... E agora, o que faremos?Todos se reuniram na sala, tudo o que mais temiam estava acontecendo, estavam aprisionados ao passado, já tinham passado por situação semelhante a essa, porém, estavam séculos no futuro. _ Pessoal, já que estamos aqui, devemos continuar com as buscas, encontraremos uma maneira de voltar. Diego disse isso tentado se fazer de forte. Mas aquilo trouxe ânimo novo aos amigos, então voltaram imediatamente a procurar o amuleto, não demorou muito e a noite caiu sobre Bruxelas, foram então jantar e preparar as coisas para dormirem, as buscas ficariam para o outro dia. Que bom que levaram bastantes coisas para comerem, tudo o que tiveram que fazer foi uma fogueira, e para isso usaram pedaços de móveis velhos para alimentar o fogo, Guto antes de sair, pegou uma caixinha de fósforos e a colocou no bolso, para sorte de todos, não havia energia elétrica no castelo, mas as lamparinas ainda continham óleo e não foi difícil acende-las. Jantaram pão com lingüiças, queijo e suco de laranjas... Jogaram um pedaço bem grande para os cachorrinhos que comeram quase que numa única bocada e foram logo pedindo mais, então cada um tirou um pedaço do seu e jogou a eles... Os rapazes dormiriam no salão do castelo e as moças na sala ao lado, provavelmente uma biblioteca, porém não havia muitos livros ali... Adormeceram então, somente Diego ficou acordado até mais tarde, pensando em uma maneira de voltarem em segurança, o que poderia ser feito? Ele se perguntava. Cansado de tanto pensar, ele finalmente adormeceu.

Capítulo 6Melhor do Que Eu Esperava

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No outro dia bem cedo, quando o sol ainda estava surgindo entre as montanhas, todos já estavam de pé, levantaram bem cedo para que assim tivessem bastante tempo para descobrir algo. Tomaram café que fora feito por Kellyn, ela havia feito sanduíches de presunto, queijo derretido, e suco de laranjas. Todos comeram com gosto. Deram um sanduíche para cada um dos cachorrinhos que logo comeram tudo e pediram mais um pouco. Após terminarem o café, foram novamente para a sala na esperança de encontrarem pistas que os levasse até o misterioso amuleto do rei Astros. Procuraram por horas afinco e nada, todos já estavam desanimados; por mais que procurassem não haviam tido nenhum progresso em suas buscas. Quando todos estavam para desistir, Lidiane se lembra de algo importante..._ Pessoal, quem sabe estamos procurando no lugar errado?_ Como assim Lidiane? Já olhamos em todos os lugares visíveis._ Justamente Sheila, só olhamos nos lugares visíveis, mas se fosse você a dona deste castelo, guardaria suas coisas importantes em qualquer lugar?_ É... Você está certa!Nero então diz:_ Vocês ouviram a moça, vamos procurar por alguma passagem secreta, deve ter uma em algum lugar aqui...Recomeçaram as buscas novamente, aquilo trouxe ânimo a todos eles, e não demorou muito para que alguém gritasse:_ Encontrei algo!Era Diego que estava em frente a uma bela escultura da Deusa de Milo._ Pensei que tivesse encontrado algo Diego... Disse Lidiane olhando para o amigo._ Pois encontrei, olhem mais de perto essa estátua...Ao olharem mais minuciosamente, perceberam uma pequena fenda na parte inferior da escultura, o que indicava que alguma coisa estranha ela escondia, quem sabe a passagem que tanto estavam procurando? Foi então que Nero pede Licença para Diego e puxa a estátua para frente, ela parecia que estava partida ao meio, porém, no mesmo instante, uma grande porta abre na parte rasa do castelo. Tinha uma enorme escada que parecia os levar para o interior da terra. E um a um, entraram na passagem recém descoberta e começaram a longa descida, Guto pediu para tomarem cuidado, pois não sabiam nada a respeito daquele lugar. A descida levou mais de vinte minutos para ser concluída, e ao chegarem tiveram uma grande surpresa..._ Meu Deus... É um laboratório, quantas coisas! Exclamou Diego.Havia ali inúmeros objetos antigos, livros de magia, ossos humanos empilhados em um canto, e uma quantidade incontável de ratos, alguns bem grandes, o que causou terrível pânico nas moças que se jogaram por sobre uma grande mesa de madeira. Sem perceber, Kellyn pôs a mão em cima de um crânio, o que a deixou ainda mais desesperada..._ Aiiiiiiiiiii... Eu quero minha casa... Não quero mais ficar nesse lugar horroroso!_ Calma Kellyn, os cachorrinhos já estão colocando os ratinhos pra correr..._ Ratinhos Nero? Eles são maiores do que meu gato...Após alguns minutos de aflição, tudo voltou a aparente ordem, foi então que as moças desceram da mesa, um a uma...

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_ Gente, vamos olhar todas as gavetas, armários, enfim, vamos fazer uma varredura geral nesse lugar, não podemos sair daqui com as mãos vazias...E começou novamente as buscas, só que dessa vez tiveram mais sorte, cerca de uma hora depois, Diego abre a porta de um velho armário e dá um enorme grito:_ Meu Deus! Melhor do que eu esperava! Venham depressa!Todos então foram em direção ao rapaz ver o que ele tinha encontrado de tão extraordinário assim..._ O quê? Outra? Não acredito! Disse Nany.Era uma segunda ampulheta, idêntica a que Diego tinha ganhado, foi nesse momento que Sheila se lembrou daquilo que tinha visto dentro da ampulheta do Diego, imediatamente ela vira e diz:_ Pessoal, agora que Diego achou essa outra ampulheta, lembrei-me de algo; Quando eu estava tomando conta da ampulheta, instantes antes de vocês retornarem, vi algo incomum dentro dela, não sei direito o que era, pois, passou muito rápido, só sei que parecia uma pedra de diamante, pois seu brilho era incomum! _ E porque não disse nada antes Sheila? Perguntou Guto a moça._ Eu me esqueci, me perdoem, mais fiquei tão feliz com a volta de vocês que nem lembrei de falar, agora que vi a descoberta do Diego foi que veio a minha memória._ Tudo bem pessoal, ela não tem culpa de nada, qualquer um também poderia ter esquecido de falar isso, talvez não seja nada de mais, vamos voltar e descobriremos então! Disse Nero colocando ordem na turma.Estavam felizes, pois apesar de não ter encontrado o medalhão, acharam algo da mesma importância, uma segunda ampulheta com a qual poderiam fazer a viagem de volta.Voltaram até a entrada principal do castelo e se preparam para a viagem de volta. De repente Escube e Pituchinha aparecem com um osso na boca, cada uma trazia um fêmur consigo, foi então que Nany disse:_ Credo gente, toma deles Diego, que horror...Diego então corre atrás dos cãezinhos e com muito custo consegue tomar os ossos deles. Agora, porém, surge um novo problema, como poderiam voltar se não tinham uma foto de Pedra Azul? Foi então que inesperadamente Guto coloca as mãos em seu bolso e retira uma folha de papel e coloca sobra a mesa dizendo:_ Aqui está! Antes de vir eu resolvi pegar essa folha, pensei que talvez pudéssemos precisar de alguma!_ Que bom que você pensou isso Guto, agora é só escrevermos o nome de nossa cidadezinha e pronto! Estaremos em casa! Disse Lidiane aos demais.Escreveram então o nome de Pedra Azul no centro do papel com a data de janeiro de 1928, se assentaram em círculo. Lidiane e Kellyn pegaram os cachorrinhos no colo, Nero então se prepara para virar a ampulheta para fazerem a viagem de volta, todos estavam apreensivos, pois não sabiam se daria certo, uma vez que não conheciam aquela ampulheta, mas no mesmo instante que Nero vira a ampulheta recomeça o grande redemoinho ao redor deles.Já estavam se familiarizando com aquilo tudo, cada viagem era fascinante; não durava nem cinco segundos a travessia, mas conseguiam andar séculos no tempo._ Pessoal, chegamos! Disse Diego olhando para seu quarto semi destruído.

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No mesmo instante vira Beatriz assentada em sua poltrona bem no meio da sala, seu olhar parecia de surpresa ao olhar para eles chegarem do nada e caírem bem no meio do quarto, foi então que ela se levantou e caminhou em direção a eles e perguntou:_ Por onde estiveram?Todos se entreolharam sem saber o que dizer a ela, foi então que Lidiane toma coragem e conta tudo o que estava se passando com eles:_ Tia Bê... É o seguinte...Ela ficou durante mais de uma hora contando tudo o que aconteceu até então e para a surpresa de todos; ela diz:_ Eu já sabia de tudo, claro que não com tantos detalhes assim com Lidiane explicou pra mim!_ Sabia? Perguntou Diego para a mãe._Sim, ou pensa que sou cega? Descobri desde a primeira viagem que fizeram, ou pensam vocês que estou ficando velha e surda? Claro que não. Cheguei a sair para contar para seus pais sobre suas última viagem, mas resolvi voltar, tinha apenas ficado preocupada, pois minha casa ficou assim quase destruída, mas resolvi voltar e esperar por vocês, que bom que chegaram guardei a ampulheta dentro do armário, vou lá buscar._ Era isso mesmo mamãe, foi a senhora que a desvirou?_ Sim, por quê?_ Quase ficamos aprisionados no passado, por sorte encontramos essa outra ampulheta aqui...Explicaram então detalhadamente como as viagens eram feitas e da importância de se manter a ampulheta na mesma posição. Ela pediu perdão e para a alegria e espanto de todos, Beatriz pede para auxiliá-los nas buscas, ela seria a responsável em cuidar da ampulheta quando estivessem viajando, assim será ótimo, pois, ninguém da turma precisaria ficar para fazer tal tarefa. Foram então procurar uma nova casa para alugar, pois aquela estava precisando de uma urgente reforma. Diego disse para procurarem uma casa que tivesse bastante espaço para realizarem suas viagens, assim não iriam correr o risco de carregar metade da casa em uma próxima passagem. Nany disse que seu tio tinha uma excelente casa que estava para lugar, e após ouvir todos os detalhes, foram para lá, ver a casa. _ Realmente é uma excelente casa Nancy. Disse Beatriz. _ E tem bastante espaço, ideal para o que queremos!Era muito boa aquela casa, todos foram logo entrando e caminhando por todos cômodos da dependência. A mudança fora feita no dia seguinte e quando foi mais ou menos seis da tarde, tudo já estava organizado em seu devido lugar. Na parte dos fundos da casa havia um grande espaço coberto que serviria para as viagens da turma, tudo o que tiveram que fazer foi jogar fora uma porção de bugigangas velhas que estavam acumuladas ali dentro._ Pronto! Estou exausto. Disse Diego aos amigos. Foram então descansar, pois, no dia seguinte seria o momento de recomeçar as investigações e a busca pelo amuleto do Rei Astros VIII. Contavam agora com duas das quatro ampulhetas. Temiam apenas Opemack, uma criatura que não tinham nenhuma noção de como era, porém, que mais cedo ou mais tarde, cruzaria seus caminhos...No outro dia pela manhã bem cedo, Beatriz chama a turma para tomar café:_ Pessoal, o café está na mesa, venham antes que esfrie.

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Aquilo foi como uma explosão de alegria entre os jovens, que foram imediatamente descendo as escadas em direção à cozinha da nova casa. Assentaram-se e começaram a se deliciar com o saboroso café da manhã, digno dos melhores aventureiros. Tinha de tudo um pouco; roscas de leite, pão de queijo quentinho, bolo de chocolate, suco de açaí. Fartaram-se naquela manhã. De vez em quando jogavam alguns pedacinhos de pão de queijo para os cãezinhos que comiam fazendo nhoc... nhoc... Quase que em uma única bocada. Após terminarem o café, foram logo tratando de planejarem como seria o próximo passo a ser tomado nas buscas. Não tinham mais nenhuma direção a qual seguir, estavam como cegos em tiroteio. Porém, Diego se lembra de algo importante que poderia ajudar:_ Pessoal, podemos ir atrás da ampulheta que estava no observatório de Michael!Nero olha para o rapaz com os olhos arregalados e diz:_ Justamente! Porque não pensamos nisso antes.Porém havia algumas questões importantes a serem discutidas. Quando estavam no futuro, tudo estava destruído, extinto, talvez a terra tivesse tomado um outro rumo, e tudo poderia ser diferente daquilo que conheceram. Outro fator era que uma vez lá, estando tudo como conhecera, teriam que encontrar o observatório, e isso não seria tarefa fácil para nenhum deles, a não ser que encontrasse Michael primeiro. Pensaram por longas horas, até que tiveram uma idéia ainda mais inusitada..._ Já sei! Disse Lidiane._ Vamos nos dividir..._ Dividir? Perguntou Kellyn._ Sim, afinal nós temos duas ampulhetas. Podemos mandar um grupo para o futuro e um segundo grupo atrás de Michael no passado, se eles encontrarem Michael, terão a missão de trazê-lo consigo e nós a terceira ampulheta... Se não obtivermos sucesso, e não encontrarmos a ampulheta; teremos Michael aqui para nos auxiliar. A idéia de nos dividirmos é para que ganhemos tempo, não acham?A moça realmente tinha razão. Resolveram se separar então, restara agora saber em que época voltar para que pudessem encontrar Michael. A formação dos grupos ficou da seguinte forma... O que iria viajar para o passado estava com Diego, Guto, Nany e Lidiane, os demais iriam para o futuro, cada grupo levaria um dos cachorrinhos para auxiliá-los se preciso fosse, e Beatriz cuidaria das duas ampulhetas, para que ninguém mexesse nelas e porventura estragassem a missão. Diego teve a idéia de voltar no ano de 1821, pois era o ano que antecedia todos os acontecimentos até então ocorridos. Nero concordou com o rapaz. Já eles iriam para o ano de 2147, em Porto de Moz. Teriam mais uma vez que usar papel vegetal com o nome de ambas as cidades, pois não tinham tempo suficiente para encontrar tais fotos ou pinturas.

Capítulo 7Porque Quase nada Mudou?

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Com os grupos já divididos, se prepararam então para darem início às viagens. O grupo de Nero seria o primeiro a ir. Depois o de Diego. Beatriz foi orientada a virar as ampulhetas pelo menos uma vez cada uma antes da areia se escorar por completo, assim teriam mais tempo para as buscas. Nero então se assenta no chão, ele e os demais de seu grupo. Kellyn segura firmemente a cadelinha no colo. O outro grupo ficou de longe só observando os amigos partirem. Desejaram boa sorte e lá se foram. Tão logo foram, o grupo de Diego se assenta no mesmo lugar e da mesma forma Lidiane pega Escube no colo, Beatriz lhes deseja boa sorte também, e finalmente ambos viajam no tempo.

Ano de 1821..._ Chegamos! Gritou Diego esparramado no chão._ Já deu pra perceber. E que bela aterrissagem você fez heim Diego! Sorriu Lidiane._ Nem brinque Lidiane, quase quebrei uma de minhas costelas. Estavam novamente em 1821, porém. Um pouco mais distante do castelo do que antes. Foram então até o castelo na expectativa de rever e falar com a princesa e ver se encontrava seu pai. Atravessaram um grande vale com árvores gigantescas e muitos animais selvagens. Sorte seria se não deparassem com algum deles. Mas não tinham outra alternativa a não ser passar por aquele sombrio caminho. Foram então entre uma densa mata fechada. Haviam parado bem mais longe do castelo do que da primeira vez que foram ali. Desconfiaram então que aquilo aconteceu por não estarem no mesmo lugar em Pedra Azul antes de regressarem ao passado, aquilo fez com que parassem bem mais distante. Já estavam andando há uns quarenta minutos, quando Diego vira-se para traz e diz:_ Ouviram isso?_ O quê Diego? Perguntou Nany. _ Não ouvi nada._ Pois eu ouvi também. Disse Guto.Ficaram totalmente imóveis em meio à densa mata, quando inesperadamente Escube começa a latir desesperado._ Ele só faz isso quando prescente algo, ou alguma coisa ruim. _ Antes que Diego fechasse a boca, um estrondoso som corta aquelas matas... _ Gruarmmmmmmmmmm..._ O que será isso? Estou começando a ficar com medo. Disse Nany abraçando a amiga.

Enquanto isso no ano de 2147..._ Chegamos! Gritou Nero._ Finalmente. Mas porque nada mudou aqui? Pensei que tínhamos conseguido. Kellyn ficou surpresa, pois, quando estiveram ali, prometeram a si mesmos que fariam de tudo para que a terra não fosse destruída, porém, estava tudo quase da mesma forma, o que os chocou muito. Nero baixou a cabeça e resmungou:_ Falhamos... Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, mais falhamos..._ Calma Nero... Disse Kellyn. _ Você não tem culpa, fizemos nossa parte, quando voltarmos teremos outra chance de tentar, lutaremos com mais força, agora, não fique assim...

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Quando eles estiveram ali, antes de voltarem para Porto de Moz, haviam se comprometido a salvarem a terra da destruição eminente, porém, seus esforços pareceram em vão, pouca coisa havia mudado. Estavam próximos ao Grande Hotel Mercedes, um lugar que haviam passado e já o conheciam muito bem, começaram a longa caminhada então. Pituchina seguia à frente averiguando tudo a sua volta. Sabiam que a caminhada seria bem longa. Estavam tranqüilos, pois, já conheciam todo o percurso. Logo chegariam à temida ponte suspensa. Foi nesse momento que Nero se lembrou de duas terríveis criaturas que pareciam ter saído de histórias de ficção. Dragões enormes e que podiam voar. Mas enquanto eles não aparecessem, não tinham com o que se preocuparem. Chegaram diante de uma imensa colina, à volta haviam inúmeros prédios destruídos, carros queimados e muitos restos mortais por todos os lados. Tudo muito seco e quente, uma densa neblina tomava conta dos céus e o sol timidamente brilhava por entre uma prolixa camada de poeira. Muita tristeza pairava no ar. Ambos, Kellyn e Nero, tinham os olhos cobertos de lágrimas, afinal se sentiram culpados por aquela destruição. Deram início a longa subida que finalmente daria na colossal ponte extensa.

De volta ao ano de 1821..._ Corrammmmmm... Gritou Diego.Na mesma hora, por trás da densa mata, surgem dois imensos tigres de bengala, furiosos e famintos, e partem em disparada na direção dos amigos que trataram logo de correr. No começo, Escube se fez de forte, porém, ao ver que os animais eram bem maiores do ele, tratou logo de correr também. Correram com um relâmpago, e no meio de toda aquela euforia e adrenalina, tiveram a idéia de subirem em alguma árvore. _ Rápido, por aqui... Disse Diego apontando as árvores para as moças.Um a um subiram até o topo da árvore. Escube como não conseguiu subir, tratou logo de se esconder dentro de um buraco que parecia ter sido feito por um tatu. Diego subiu tão alto, que o galho que ele estava de tão fino que era, parecia que iria se partir e lança-lo ao chão. E foi justamente o que aconteceu... Quando ele menos esperava, escutou um som de madeira estalando e quando Lidiane foi lhe pedir para que tomasse cuidado... Lá se foi Diego para o chão._ Aiiiiiiiiiii... Gritou o rapaz!Ao cair, ambos os tigres foram em sua direção. Ele mal podia se levantar de tanta dor que sentia em sua perna. Parecia seu fim. Escube ao ver Diego em apuros, como um pequeno grande herói, sai do buraco em que estava escondido e sai em direção aos tigres latindo corajosamente na esperança se salvar o amigo. As meninas que estavam no alto da árvore, gritavam sem parar:_ Saiam... Saiam...Mas todos os esforços de nada pareciam adiantar. Os tigres se aproximavam e Diego chegou a fechar os olhos dizendo:_ Pai do céu, me ajude... Quando tudo parecia estar perdido, ouvi-se um som vindo de dentro da mata. Parecia som de arco e flecha. E realmente era! Para a alegria de Diego e as demais, era um dos soldados da princesa que estava caçando por perto e acabou escutando toda aquela algazarra e resolveu ver o que era, para sorte de Diego. Escube começou a lamber os

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sapatos do soldado como quem estava agradeço pelo ato heróico, porém, as coisas não estavam tão bem assim. O soldado virando para eles disse em voz agressiva:_ Quem são vocês e o que fazem aqui?Foi um silêncio profundo... O homem deixou os jovens mais pasmados ao dizer que eles agora eram seus prisioneiros. Amarrou um por um, com as mãos voltadas para as costas, somente Escube conseguiu fugir, ele chegou a atirar três vezes, porém, nenhuma flecha o acertou, e finalmente ele some por entre a mata.

Enquanto isso no ano de 2147..._ Não me lembro dessa montanha ser tão grande e íngreme... Disse Kellyn olhando para o alto.Finalmente deram início a longa subida que os levaria até o observatório. Andaram por mais de uma hora, a sede sufocava cada um deles, foi então que Nero olhando para os amigos disse:_ Cometemos um terrível erro. _ Erro?_ Sim Sheila, nos esquecemos de trazer água conosco, como pude me esquecer disso? Agora estamos aqui, quase mortos de sede..._ Nero... Gritou Kellyn. _ Você e nem ninguém aqui tem culpa de nada, afinal, pensávamos ter salvado a terra dessa destruição que vemos aqui. Como poderíamos imaginar que tudo continuaria assim? Então pare de se culpar, pois, logo encontraremos água para bebermos...Aquelas palavras trouxeram ânimo e coragem para Nero, que finalmente retomou a liderança daquela equipe e disse:_ Rápido! Não percamos mais tempo com bobagens!Seguiram em frente. Pituchinha sempre estava a um passo na frente de todos, até que sumiu por entre as muitas árvores..._ Ué... Cadê minha cachorrinha? Perguntou Kellyn olhando para todos os lados.Chamaram por ela e nada. Gritaram mais alto e nada dela responder. Quando o desespero da moça já era bem grande, Nero diz:_ Psiuuuuuuuuuuu... Escutem...De bem longe se ouvia um latidinho inconfundível..._ É ela! Gritou Kellyn.Correram na direção dos latidinhos que cada vez mais ficavam mais alto. Foi indo até que se depararam com algo assustador..._ Pituchinha... O que é isso?Perguntou Kellyn como se a cadelinha pudesse responder. Ela estava bem em cima de um ninho com ovos do tamanho de uma bola de futebol. E para azar deles, os ovos estavam começando a eclodirem...

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_ Santo Deus, que tipo de bichos é esses? Perguntou Nero assustado._ Bichos? Isso ta mais pra dinossauros... Disse Kellyn.E realmente a moça estava certa, eram dinossauros de uma raça totalmente desconhecida pra eles, afinal o grande especialista no assunto que era Diego estava há anos luz de distância deles. _ Gente, temos que nos apressar, pois estou tendo a sensação de que a mãe dessas coisinhas está para chegar a qualquer momento...E foi exatamente o que aconteceu. Antes que Nero tomasse fôlego para concluir sua fala, escutou um terrível rugido como de um leão por entre as árvores._ Corram... Gritou Sheila.Partiram rapidamente em retirada, e na mesma hora, a furiosa criatura salta logo atrás deles._ Vão rápido gente e não olhem para trás... Disse Nero._ Impossível não olhar, ela está bem aqui... Posso até sentir seu bafo em mim... O que será que os outros estão fazendo hora assim? Resmungou Kellyn. _ Garanto que estão melhores do que nós...

De volta ao ano de 1821...Aprisionados então, eles não tem outra alternativa a não ser seguir o soldado até o castelo da princesa. Andaram por cerca de uns trinta minutos até que a noite chegou. O soldado resolveu montar guarda ali mesmo, e nem se importou em perguntar se algum deles estava precisando de alguma coisa. Ele se distanciou um pouco para procurar lenha para uma fogueira, foi nesse mesmo instante que Escube sai de trás de pequenos arbustos rasteiros e vai em direção aos amigos que estavam assentados no chão, já sem nenhuma esperança..._ Escube... Sussurrou Lidiane. _ Venha aqui garotinho...E parecendo entender o que a moça havia dito, o cãozinho segue em sua direção..._ Aqui Escube! Desamarra! Disse Lidiane.Escube então, começa rapidamente a morder a corda que prendia a moça, e não levou nem um minuto e ela já estava com as mãos livres outra vez. Rapidamente ela vira-se para os demais e os ajuda a escaparem também. Após todos estarem soltos, levantam-se e fogem direto para o interior da floresta, não queriam de forma alguma continuar prisioneiros daquele homem. Passado algum tempo, o soldado volta, e para sua decepção, não os encontra mais ali. Como teriam conseguido escapar? Ele se perguntava.

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Livres das cordas, os jovens seguem em direção ao castelo. O que faltava acontecer? Seriam bem recebidos pela princesa? Não tinham mais certeza de nada a essa altura dos acontecimentos. A única coisa que ainda lhes dava ânimo, era a lealdade de Escube. Por duas vezes demonstrou tamanha coragem. Ele não tinha tamanho, mas agiu como se fosse um gigante, disseram..._ Tenho certeza que os outros estão tendo mais êxito do que nós..._ Que isso Nany? Não diga isso, poderíamos estar bem pior... Disse Guto consolando a amiga.Andaram muito que logo avistaram o castelo, já era noite e não poderiam esperar até que o dia amanhecesse, pois o tempo não pára, e eles tinham que encontrar Michael a qualquer custo. Ao se aproximar do colossal castelo, gritaram para as sentinelas de plantão:_ Olááááááááááááá... Podemos conversar?Os soldados na mesma hora; apontaram seus arcos e flechas na direção deles. Ficaram gélidos de medo. Então Lidiane diz:_ Viemos em paz! Precisamos apenas conversar com o pai da princesa, o senhor Michael!Os soldados naquele momento se voltaram um para o outro e cochicharam. Após alguns minutos, um deles vira-se e diz:_ Vão embora! Ele não poderá receber nenhum de vocês.Sem saber o que fazer, eles resolveram ir. Só que pararam na entrada da floresta, em um lugar que estava a salvo das vistas dos soldados. Combinaram então de invadir o castelo, pois não tinham outra solução; e quando já estivessem lá dentro, seria mais fácil convencer a princesa dos acontecimentos. Bastou os soldados se distraírem um pouco e lá foram eles. Deram à volta por trás do castelo. Perceberam que havia uma imensa planta que cresceu presa a parede. Seria justamente por ali que invadiriam o castelo. Diego foi o primeiro a subir, seguido de Guto, Nany e Lidiane. Escube ficaria de guarda, pois ninguém conseguiu subir com ele no colo. Subiram usando todas as forças que os restava. Diego foi o primeiro a chegar ao alto; ao terminar a subida, o rapaz diz:_ Podem vir! Aqui tem uma pequena plataforma. Podemos descer com mais segurança do que subimos...Nany foi à segunda acompanhada de Guto. Antes que Lidiane terminasse de subir, ela escuta soldados dizendo em tom agressivo:_ Parem já ai. Onde pensam que vão seus rebeldes?_ Não espere... Podemos explicar, e..._ Cale a boca seu porco imundo, antes que eu corte sua língua. Gritou o soldado com uma enorme espada na mão apontando para o rapaz.Lidiane parou onde estava estacionada. Ela ficou mais chocada ao ouvir os soldados dizendo:_ Há, há, há... Amanhã teremos que preparar mais duas forcas! Já faz anos que não enforcamos três no mesmo dia!No mesmo instante os soldados resolvem conferir se mais alguém estava subindo pelo muro, foi então que viram a moça que estava dependurada no meio do paredão._ Venha aqui sua pirralha...

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Ao ver que os amigos estavam aprisionados, ela não obedece à voz de prisão e rapidamente inicia a descida. Os soldados ao ver que ela estava se esquivando, começam a atirar flechas em sua direção._ Não façam isso... Vai machucá-la... Parem... Gritaram todos. Mas de nada adiantou. No desespero de fugir e o medo de ser ferida, Lidiane se desequilibra e cai de uma altura de mais de cinco metros. Então os maldosos soldados disseram:_ Pronto! Essa não vai dar mais trabalho nenhum pra gente! Disse O soldado. _ Vamos levá-los para a prisão, amanhã teremos festa na praça...

Enquanto isso no ano de 2147..._ Corram, não parem... Gritou Nero.A tenebrosa criatura estava a um passo deles, e furiosa, afinal, eles haviam mexido naquilo que de mais preciosos ela tinha... Seus filhotes.Quando estavam para serem devorados, a fera parou de persegui-los... Sem entender o que acontecera, eles se acalmam e tomam uma distância maior e se assentam, fadigados. Pituchinha estava com a lingüinha para fora de tão cansada. Então Sheila vir-se para Kellyn e pergunta:_ O que aconteceu? Por que ela parou de nos perseguir?_ Sei lá... Graças a Deus por isso!Foi então que Nero diz:_ Já sei... Ela só não continuou seu ataque porque estava ficando muito longe de seus novos filhotes. Estava com medo de algum outro predador que mora por aqui..._ Será Nero?_ Sim Kellyn, tenho quase certeza disso...Cautelosos eles prosseguiram pelo caminho, se lembraram de duas estranhas criaturas que viram muito tempo atrás, ali, naquele mesmo lugar, duas espécies de dragões voadores, monstros pré-históricos como Diego os chamou. Talvez muitos outros houvessem encontrado a passagem pela caverna de Altamira e já estivessem vivendo ali a um bom tempo. Teriam descoberto uma maneira de sobreviverem ao caos de sua extinção a milhares de anos atrás.Foram então concluir a missão naquele lugar. Chegaram diante de uma imensa avenida cheia de destroços de avião entre outros milhares de carcaças. Pituchinha estava sempre a frente, foi quando de repente, ela começa a latir desenfreadamente e parti em direção e um estranho buraco no chão..._ Que foi Pituchinha? O que foi que encontrou ai?A cachorrinha latia cada vez mais, foi até que ela correu para detrás de uma carcaça velha e seus latidos cessaram..._Estranho... Ela parou de latir... Disse Sheila.Foram então averiguar o que era. Ao darem à volta na velha carcaça, à surpresa..._ Meu Deus... Onde está minha cachorrinha? Gritou kellyn._ O quê? A Pituchinha sumiu? Perguntou Sheila com os olhos arregalados feito duas grandes bolas de gude negras._ Sim... Corram, venha ver.

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Nero e Sheila deram a volta rapidamente e confirmaram o desespero da garota. De fato a cadelinha havia sumido sem dar nem sinal de vida._ Como pode? Estava aqui latindo e de repente para e some?_ Ai meu Deus, e se aquela criatura a pegou para dar de alimento para seus filhotes? Disse Kellyn em meio às lágrimas._ Calma gente, não podemos nos precipitar. Pituchinha é muito esperta para que isso acontecesse, e também a gente estava aqui e não vimos nada de anormal. Se fosse um dinossauro com certeza teríamos visto.Resolveram arrastar uma placa de aço que estava no chão, foi então que Nero gritou:_ Aqui! Vejam com seus próprios olhos...Era um grande buraco no chão por onde provavelmente a cadelinha tinha caído. Teriam agora que abandonar a busca pela ampulheta e dar início as buscas pela Pituchinha._ Ai meu Deus, e se ela estiver machucada? Com fome? Porque eu fui trazer ela pra cá?Resmungava Kellyn a todo instante.Procuraram uma forma de entrarem no buraco no chão, foi então que Nero, ao dar a volta pelo outro lado disse:_ Aqui! É bem aqui a entrada. Podemos passar por aqui...Ao darem à volta, Kellyn e Sheila se surpreendem com o tamanho do buraco. Na verdade era à entrada de uma grande gruta, porém, alguém havia tentado fecha-la por algum motivo, colocando pedras em sua abertura. Foram então, retirar algumas pedras para que pudessem ter espaço suficiente para passarem. Depois de algum tempo, finalmente conseguiram. Era uma gruta enorme, e com muito pouca iluminação. Mas como não tinham escolha, se apressaram em procurar pela cadelinha, afinal, faltava-lhes ainda encontrar a ampulheta no observatório de Michael.

De volta ao ano de 1821...Ao serem presos pelos soldados eles ficaram desesperados, mais ainda por não saberem se Lidiane estava ou não bem._ Meu Deus... O que será que aconteceu a Lidiane. Perguntou Nany em meio a muitas lágrimas._ De certo que ela está bem! Ela é muito boa em subir em árvores, tenho certeza que nada aconteceu a ela. Disse Diego querendo dar uma de forte. Mas no fundo ele também temia pela vida da prima, porém, não poderia fazer nada.Sabiam que já tinham problemas demais, pois, ouviram os soldados dizerem que eles seriam enforcados no dia seguinte. Ficaram imaginando que assim que a areia escoasse, eles voltariam direto para Pedra Azul em segurança, porém...

Enquanto isso em Pedra Azul... Beatriz que ficara responsável pelas ampulhetas, ficou um bom tempo de guardiã, e tão logo a areia escoou por completo nas primeiras duas horas e meia, ela virou ambas as ampulhetas conforme haviam combinado. Porém, logo que terminou de virar as ampulhetas, seu Fernandes a chamou da janela dizendo:_ Beatriz... Oh Beatriz..._ Pois não, o que o senhor deseja?

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_ Sou da imobiliária, precisamos que a senhora venha para nos mostrar quais reparos vai querer na casa..._ Há sim! Só um instante que já estou indo!Ela então, ajeita algumas coisas e sai, e nem se dá conta de que deixou a porta da casa aberta. Foi então que um dos filhos do morador vizinho; um garotinho de sete anos, ao brincar no pátio, vê as ampulhetas pela janela, e resolve olhar mais de perto..._ Nossa! Que lindo... O que será essa areinha escorrendo aqui dentro?E em sua infinita curiosidade, começa a sacudir ambas as ampulhetas de um lado para o outro, sem se incomodar com nada. Passadas quase duas horas, Beatriz retorna de seu compromisso e se depara com o garotinho ainda brincando de carrinho com as ampulhetas..._ Há não acredito! Quem mandou você mexer nessas coisas menino? Esbravejou Beatriz.Nesse momento, a mãe do garotinho ouve os gritos de Beatriz e vai conferir o que era._ Beatriz, o que está acontecendo? Escutei os seus gritos... _ Foi seu filho... Ele mexeu nas ampulhetas do Diego..._ Mas isso não é motivo para tanto escândalo, ele é só um criança... Desculpe, mas não estou entendendo... Questionou a mulher._ Nada não; esquece... Agora não tem mais jeito._ Jeito de quê? Ele quebrou a ampulheta?_ Não, deixa pra lá... Perdoe-me por ter gritado com seu filho, não foi minha intenção.Chocada, a mãe do garotinho sai da presença de Beatriz, prometendo-lhe nunca mais voltar ali. Beatriz estava inconsolável. O que seria dos jovens agora. Conseguiriam voltar? Inconformada, ela pega as ampulhetas e as põe novamente na posição de origem, na esperança de dar certo.

De volta ao ano de 1821..._Temos uma chance pessoal!_ Chance? Que chance Diego? Perguntou Guto._ Pelos meus cálculos falta muito pouco para que a areia termine de escoar, assim seremos levados de volta em segurança. Não temos com o que temer.Diego só não sabia era que a ampulheta havia sido sacudida e virada várias vezes e ninguém poderia dizer o que aconteceria nas próximas horas.Os soldados já estavam preparando as cordas, com as quais enforcariam os jovens tão logo amanhecesse. Rapidamente a notícia de que rebeldes seriam enforcados se espalhou por todo o vilarejo, e as pessoas já faziam suas contas e apostas, de quem levaria mais tempo para morrer. Sorte deles seria se fossem levados de volta, porém, nada estava mais certo aquela altura dos acontecimentos.Enquanto isso do lado de fora do castelo..._ Ai meu Deus! Onde estou? Perguntou Lidiane que acabara de acordar com Escube lambendo seu rosto.Ela levou ainda alguns minutos para que pudesse realmente compreender o que lhe acontecera... Após recobrar a consciência, ela percebe que fora salva por um monte de palha seca, provavelmente comida de algum animal que estava armazenada ali naquele local, para sorte dela e os demais. Imediatamente ele começa a procurar uma maneira de

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entrar no castelo, visto que sabia que tão logo amanhecesse, seus amigos seriam brutalmente mortos em praça pública, para delírio daquelas pessoas.Cuidadosamente ela rodeia todo o castelo, na esperança de encontrar uma passagem que pudesse a levar ao interior do castelo, porém, após algumas horas afinco, nada de encontrar, mas mesmo assim ela insiste em continuar. De repente Escube começa a latir freneticamente para a moça, como que querendo dizer algo, foi então que Lidiane percebeu que o esperto cãozinho havia encontrado algo..._ Há seu espertinho... Parabéns, você encontrou!Escube havia encontrado uma passagem bem estreita no sopé do castelo, provavelmente era um local onde quase ninguém passaria, por isso talvez fosse menos vigiado. Ao retirar a grade, ela entra pela difícil passagem, Escube segue logo atrás. Estava muito escuro lá dentro, a única luz que se via ao longe, eram as lareiras acesas. Desesperada ela começa a caminhar para o interior do castelo. E sempre que mudava o passo, sentia algo estalar debaixo dos seus pés, foi então que ela encontrou uma tocha na parede e resolveu acender com o fósforo que havia trago. Escube estava inquieto e não parava quieto por nada, e Lidiane sem imaginar o que estava se passando acende a tocha, e quase morre de susto..._ Aiiiiiiiiiiiiiiiiiii meu Deus... O que é isso no chão?Eram milhares, talvez milhões de insetos que formavam um “tapete” vivo por sobre os pés da jovem, alguns deles já subiam pelas suas roupas, o que lhe causou um pânico ainda maior...

Enquanto isso no ano de 2147...Rápido pessoal, não podemos perder mais tempo, a areia deve estar quase no fim, e logo estaremos em casa. Entraram então pela abertura e se puseram a procurar a Pituchinha. Havia várias entradas dentro da enorme gruta, e a cadelinha poderia estar em qualquer uma delas, porém, não pensaram em se dividir, visto que estava muito escuro, e ao invés de ganharem tempo, poderia piorar ainda mais a situação em que se encontravam. Andaram muito, de certo ela não tinha se machucado gravemente, pois não daria conta de andar caverna adentro. _ Pituchinhaaaaaaaaaaaaa... Gritava Kellyn desesperada e com lágrimas nos olhos. Kellyn olhava em todas as direções na esperança de encontrar a cadelinha e nada. Por mais que procurassem, a única certeza que tinham era que algo pior poderia ter acontecido a ela.Andaram e acabaram saindo quase no mesmo lugar. Tristes e desesperados começaram a gritar:_ Pituchinhaaaaaaaaaaaaa... _ Pituchinhaaaaaaaaaaaaa...E nada... Até que Nero diz:_ Psiu... Ouçam...Mas ninguém além dele ouviu mais nada. _ Deve ser o vento lá fora Nero... Arrastando alguma coisa. Disse Sheila._ Não! Foi então que Kellyn gritou:_ Ouvi! Agora eu ouvi! É ela... Está chamando por nós...Levantaram então e entraram em um salão que não haviam passado por ele. Quanto mais adentravam, mais nítidos eram os latidinhos da cadelinha.

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_ Vamos, vamos, é por ali! Disse Kellyn sorridente.Ao chegarem tiveram uma assombrosa surpresa...

De volta ao ano de 1821..._ Não acredito... O que são esses bichos subindo em mim? Ai meu Deus, socorro...Escube estava saltitando de um lado para o outro, e de vez em quando ele sacudia uma das patinhas para tirar fora um inseto que subia por ela. Foi assim até que a jovem finalmente chegou diante de um grande portão. E pela abertura que tinha nele ela enfiou sua mão e tentou encontrar a chave do outro lado, foi então que de repente alguém segurou a mão dela..._ Aiiiiiiiiiiiiiii... Socorro... Solta a minha mão... Gritou a jovem. Foi então que ela viu quem a estava segurando..._ Michael? É você?_ Como me conhece mocinha? Quem é você?_ Sou eu Michael... Lidiane, prima do Diego que mora em Pedra Azul...Foi então que o homem soltou a mão dela e posteriormente abriu a porta._ Entre..._ Obrigada Michael... Bem na hora, estava morrendo de medo daqueles insetos monstruosos..._ Pois é... São meus guardiões... Pensei que ninguém tivesse coragem de passar por eles,mas me enganei, fui vencido por uma garotinha...Então Lidiane relatou tudo o que estava acontecendo desde sua saída de Pedra Azul, até a prisão dos amigos e a execução no dia seguinte. Então, antes do homem falar sobre qualquer outro assunto, foi, juntamente com Lidiane, direto para os aposentos de sua filha, o cãozinho seguia logo atrás. Alguns minutos depois..._ Minha filha... Disse Michael._ Quero que você solte os prisioneiros capturados nessa noite..._ Mas porque papai?_ Fui eu quem os chamei aqui! Lembra da esperança que lhe falei? Pois bem... São eles!Imediatamente a princesa ordenou que soltassem os jovens e que lhes dessem o de comer e beber; passariam então a ser convidados de honra e deveriam ser tratados como tais.Sem saber das últimas novidades, Diego, Nany e Guto estavam contando as horas para serem enforcados, naquela altura já haviam percebido que algo de errado tinha acontecido à ampulheta, pois o tempo passara e nada de voltarem._ Meu Deus, será esse o fim? _ Calma Diego, não podemos perder as esperanças. Disse Nany.Os soldados de vez em quando, colocavam a cabeça pela pequena entrada da cela e dizia em voz sarcástica:_ Falta apenas sete horas para o “pescocinho” de vocês esticarem... Disse dando uma grande gargalhada._ Ainda fica fazendo piada com isso... Disse Guto.Foi então que de repente as rizadas cessaram. Sem saber o que estava acontecendo, Diego se abaixa para tentar descobrir olhando pela greta debaixo da porta._ O que você está vendo Diego? Perguntou Guto aflito._ Não dá para ver direito, só sei que estão todos de pé...

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Foi nesse instante que ouviram o som de chaves... E finalmente a porta se abre diante deles.Ao olharem viram Lidiane ao lado de Michael... Que surpresa aquela, a amiga tinha conseguido afinal. Escube sai correndo e salta nos braços de Diego que o pegando deu-lhe muitos beijinhos e abraços..._ Lidiane! O que aconteceu? Perguntou Nany indo ao encontro da amiga._ Gente... Disse Michael. Vamos jantar, depois falaremos dos afazeres, pois vejo que o tempo está se esgotando._ Agora você falou minha língua Michael, estou faminto. Disse Diego.Foram então, mas antes, Diego olha para os soldados e diz:_ Aí moçada... Leva mal não mais, vão encontrar outros otários para seu “showzinho” ridículo e barato! Após se alimentarem, Michael os conduziu diretamente ao seu laboratório no interior do castelo, a filha de Michael fez questão de acompanhá-los... Finalmente adentraram a misteriosa sala._ Pois bem... Disse Michael. _ Por onde começaremos?_ Que tal do começo? Disse Diego sorrindo para o homem.Ficaram por mais de duas horas passando e repassando todas as informações colhidas até então. Michael se surpreendeu ao saber que havia uma segunda equipe no futuro atrás de mais uma ampulheta, foi então que ele fez uma terrível revelação:_ Pessoal, não sei se eles irão conseguir alguma coisa lá..._ Como assim? Perguntou Lidiane assustada._ Opemack está por lá procurando à mesma coisa que vocês..._ Fala sério Michael... Então eles correm risco de vida! Disse Diego com os olhos arregalados._ Acho que não. Disse o homem. _ Antes de voltar de lá, eu detonei uma gigantesca bomba nuclear, imagino que quase nada restou...Os jovens ficaram atemorizados com as revelações do homem._ Mas pensávamos ter salvado o planeta Michael. Questionou Nany._ E tinham mesmo! Mas tive que fazer uma terrível escolha... Ou eu deixava as coisas como estavam, ou a criatura ganharia força e criaria um terrível exército que consequentemente destruiria a terra que conhecemos, afinal ela sabe dos segredos que cada ampulheta contém... A única forma que encontrei para ganhar tempo foi essa._ Mas e quanto ao medalhão do rei Astros? Perguntou Diego._ Rei Astros? Disse Michael. Ele nunca existiu._ Como assim?_ Diego... Disse Michael. Eu criei esse rei para atrair vocês aqui! Eu tinha certeza que mais cedo ou mais tarde vocês chegariam. Fui até sua cidade em Pedra Azul para lhe entregar sua ampulheta e retornei. Percebi então que vocês só viriam aqui com uma história concreta, então resolvi criar esse mito._ Mas e quanto à criatura, ela é real? Perguntou Lidiane.

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_ Mas real do que você imagina. Trouxe vocês aqui, pois sei que são capazes de me ajudar a destruir essa ameaça._ Precisamos agora voltar a Pedra Azul, e dessa vez eu vou com vocês... Lá eu conto onde foi que eu escondi o medalhão que destruía a criatura.

Enquanto isso no ano de 2147..._Abaixem-se e façam silêncio, todos vocês... Disse Nero totalmente assustado.Naquele mesmo instante, a cadelinha os viu e foi correndo em suas direções. Pegando-a no colo, Sheila se zangou com ela para que fizesse silêncio, pois estavam diante da mais terrível criatura que já existiu... Opemack!_ façam silêncio... Não digam nada, do contrário ela saberá que estamos aqui. Disse Nero alarmado. Opemack estava com uma das quatro ampulhetas seguras por suas terríveis garras com unhas pontiagudas e afiadas. O cheiro que partia dele era parecido com o de enxofre sendo queimado, e por todo o seu corpo havia escamas sobrepostas. Seus dentes foram projetados para rasgar suas vítimas, e havia olhos em várias partes de seu corpo. Opemack estava raspando o chão como quem procura alguma coisa, de certo seria o amuleto que eles também estavam atrás. Resolveram então sair daquele lugar antes que fossem vistos pela tenebrosa criatura._ Vamos... Rápido, antes que ele nos veja. Disse Nero.Por sorte eles não foram vistos, pois Opemack; estava mais interessando em encontrar o amuleto do qualquer outra coisa.Foram então procurar a saída daquele assombroso lugar. Kellyn seguia a frente com Pituchinha bem segura pelas mãos, Nero e Sheila seguiam logo atrás dela. Andaram até que finalmente avistaram a saída da estranha caverna._ Vamos pessoal, é por ali! Disse Kellyn.Seguiram então e finalmente sentiram o calor do sol outra vez, mesmo que muito fraquinho, devido à espessa camada de poeira acumulada na atmosfera. Foram em direção à ponte suspensa, havia certa expectativa se ela realmente ainda existia, pois, apesar de todo o caos visto ali, muita coisa não se parecia com o que viram na outra vez que estiveram ali._ Lá está! Gritou Sheila.E realmente; para sorte de todos; a ponte permanecia solene e majestosa, apesar de toda destruição vista naquele lugar.Foram cuidadosamente em direção a ela, e Nero, corajosamente se dispôs a ser o primeiro a fazer a travessia..._ Pessoal, deixe que eu vá primeiro, logo depois vocês, uma a uma, me seguem. A cadelinha não encontrou problemas em fazer a travessia, pois não passava de dois kilos o seu peso, e quando se deram por conta, lá estava ela, do outro lado da ponte, latindo parecendo os chamar..._ Olha lá a Pitucha... Já atravessou! Êta cadelinha sapeca! Disse Kellyn.Todos sem maiores problemas passaram pela ponte. Já estavam bem próximos do observatório, porém, teriam mais uma assustadora surpresa...

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_ Há não... Não acredito nisso... Disse Nero olhando desolado rumo ao horizonte._ Que foi Nero? O que aconteceu dessa vez? Perguntou Sheila. _ Será que vocês ainda não viram aquilo?Ao olharem em direção ao dedo do jovem, puderam perceber o motivo de tamanha preocupação de Nero... _ Meu Deus, quem será que fez aquilo? Perguntou Kellyn._ Não sei Kellyn. Disse Nero. _ Mas não podemos desistir, vamos até lá ver se descobrimos algo.O observatório estava completamente em ruínas, parecia que uma bomba havia caído naquele lugar. Nada poderiam fazer a não ser, procurar pela ampulheta por entre os destroços. Finalmente chegaram até ele. Nero angustiado assentou-se no chão, as jovens ficaram olhando desoladas, teriam feito toda aquela viagem em vão? Eles se perguntavam. Após alguns instantes de silêncio, a cadelinha mais uma vez entra em cena..._ Vocês ouviram? Perguntou Kellyn._ Sim, a Pituchinha deve ter encontrado alguma coisa.E realmente Kellyn tinha razão, a cadelinha apareceu com a ampulheta presa por entre os dentes, o que os deixou pasmos e felizes..._ Eu não acredito! Parabéns “Pipizinha”; vem cá, deixa eu te dar um abraço, você merece! Disse Kellyn com um sorriso que envolvia todo o seu rosto.Felizes pela façanha da cadelinha, lhes restaram agora voltarem, mas antes Nero faz mais uma de suas tristes observações:_ Aiaiai..._ Que foi Nero? Perguntou Sheila._ A ampulheta está com o vidro trincado, imagino que deve ter sido no desabamento._ Possivelmente Nero, ainda sim temos sorte de ter encontrado ela inteira, não acha? Perguntou Kellyn._ Com certeza, tomara que não atrapalhe em nada na nossa volta._ Como assim “nossa volta”? Questionou Sheila. _ Não temos a outra ampulheta que Beatriz ficou tomando conta Nero?_ Sim Sheila, mas pense comigo... Quanto tempo vocês duas pensam que já estamos aqui? Fazem mais de vinte horas... Tive certeza que algo de errado acontecera quando a Pituchinha sumiu, marquei o tempo que levamos para encontrá-la, e foram quase seis horas de buscas. Então..._ E porque você não nos deixou a parte disso Nero?_ Simples Kellyn, o que iria resolver se eu porventura lhes contasse? Não iria acrescentar nada, somente mais angústia e aflições... E continuou:_ Eu sabia que iríamos encontrar a outra ampulheta, por isso mantive a calma._ há... Então foi por isso que você fez aquela cara quando viu o observatório destruído né rapaz? Disse Kellyn._ Sim, mas graças a Deus e a Pituchinha, temos como voltar agora. No mesmo momento Sheila faz uma importante observação:_ Nero, temos que voltar logo, os outros podem estar correndo risco no passado e não têm como voltarem._ Pensei nisso Sheila, mas talvez o problema tenha acontecido somente com a nossa ampulheta, mas nós não podemos arriscar, voltaremos gora mesmo!

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De volta ao ano de 1821...No instante em que Michael disse que precisariam retornar, veio a tona o maior de seus problemas..._ Voltar? Perguntou Diego com os olhos arregalados._ Sim Diego, voltar, algum problema nisso? Perguntou Michael._ Não, imagina, só estamos presos aqui, sem a ampulheta e não sabemos o que aconteceu, pois já era para termos voltado há horas atrás..._ Hum... Disse Michael. De certo alguém mexeu na sua ampulheta filho. Não nos resta mais nada a fazer a não ser esperar..._ Esperar? Gritou Lidiane._ Sim minha querida, esperar para ver se os outros tenham mais sorte do que nós, e envie alguém até aqui para nos buscar.E foi exatamente isso que Nero sabiamente fez, ao retornar em segurança para Pedra Azul, ele e as demais, tratou logo de ir aonde eles se encontravam para resgatá-los...Eles ainda estavam conversando quando de repente um grande redemoinho se formou bem no meio do salão de festas. Os guardas foram logo pensando ser um ataque inimigo, mas foram repreendidos por Michael, que lhes disse que não tinham com o que se preocuparem._ Bem na hora Nero! Disse Diego sorrindo.Após Nero explicar tudo o que ocorrera com as ampulhetas em Pedra Azul, foram se preparando, pois dessa vez tinham certeza de que voltariam. Passadas duas horas e meia, lá se foram eles sugados pelo redemoinho rumo a Pedra Azul, em segurança...

Capítulo 8A troca

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Chegando à Pedra Azul, foram logo se abraçando e contado todas as novidades. Cada um queria contar na frente do outro, foi então que Beatriz pediu ordem a todos, pois, afinal de contas eles tinham visitas... Disse isso se referindo ao Michael._ Calma pessoal... Terão muito tempo para contarem tudo e colocarem as coisas em ordem, agora tratem todos de tomar um bom banho, pois logo logo, o jantar será servido...Aquelas palavras surgiram como um refrigério para os ouvidos, pois essas viagens eram muito cansativas. Após todos tomarem banho, desceram para o andar inferior da casa, e já certos de que o jantar estava delicioso, pois o cheirinho da comida de Beatriz já havia invadido todos os cômodos da casa.Ela havia feito arroz de forno, feijão tropeiro, lingüiças fritas, batatas assadas e suco natural de laranjas. Todos jantaram fartamente naquela noite. Michael não parava de elogiar a comida, disse que nunca havia experimentado algo tão bom em todos esses anos. Finalmente depois de jantarem foram deitar-se, cada qual em seu quarto. As meninas também dormiram ali naquela noite, porém, no quarto da sala que também era bem amplo.Só que Diego não conseguiu dormir naquela noite, por umas três vezes ele chamou Michael para lhe perguntar sobre Opemack. Queria saber como ele realmente era; se corriam algum risco de vida, se conseguiriam encontrar o amuleto e várias outras perguntas, porém, Michael se virando para o lado disse para Diego deixar isso para o outro dia, pois já estava bem tarde e eles precisavam de descanso, mesmo contra sua vontade, o rapaz acabou pegando no sono...

No outro dia bem cedo..._ Acordem seus molengas... Gritou Nero aos demais.

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Ele já havia levantado e estava pronto para mais um novo dia. Todos então, levantaram-se e foram se preparar para tomar o café da manhã que Beatriz estava terminando de fazer àquela altura. Ela havia feito bolinhos de chuva, sua especialidade que era muito apreciada por todos, com exceção de Michael que nunca provara tal “iguaria”, além, dos bolinhos ela fez também pães de queijo, suco de açaí e fritado algumas mandiocas, pois Diego gostava muito de comer mandioca tomando café feito na hora... Conversaram muito durante o café, mas não trataram de assuntos mais urgentes, falaram sobre viagens a cavalo, piadas e sobre o tesouro de Tatekume, uma famosa lenda indígena que se tornou mito naquela região de montanhas sublimes.Após terminarem o café, subiram para o segundo andar da residência e foram logo tratando de colocar as “cartas” sobre a mesa. Queriam saber o que tinham conquistado até aquele exato momento. Após colocar tudo sobre a mesa, viram que faltava muito ainda para destruir a criatura, contavam apenas com três ampulhetas, sendo que uma delas estava com o vidro trincado, foi então que Michael disse:_ Bem, onde está sua ampulheta Diego? _ Minha ampulheta? Como assim?_ Àquela que eu lhe dei de presente._ Há... É essa daqui. Disse o rapaz apontando o dedo para o lado dela.Então Nero, curioso pergunta:_ Ta, mas qual é a diferença dessa ampulheta pelas outras?_ Simples Nero. Disse Michael. _ Olhe mais de perto.Ao aproximar os olhos da ampulheta, Nero percebe um pequeno grãozinho parecido com um diamante dentro dela, foi então que Sheila disse:_ Nero, foi isso que eu vi dentro dela, pensei que não fosse nada e deixar passar.Então Michael explica aos jovens:_ Isso meus jovens, é um pequeno pedaço da sílica especial que eu usei para construir essas ampulhetas, guardei esse pedacinho bruto de sílica em caso de ter que fazer algum reparo nelas._ Mas ele é tão pequenininho... Disse Lidiane._ Sei disse mocinha. Disse Michael. _ Mas vou lhes mostrar como é que funciona!Foi então que Michael tirou uma pequenina chave de seu bolso e desenroscou a parte superior da ampulheta de Diego, e com uma pequena pinça, pegou o minúsculo pedacinho de sílica tão valioso. _ Me tragam um vasilhame com água limpa e um fósforo, por favor. Disse Michael._ Deixa que eu pego. Disse Lidiane correndo escada abaixo em direção a cozinha._ Calma Lidiane, assim vai acabar rolando escada abaixo. Disse Diego preocupado com a prima.Instantes depois, a moça volta com a vasilha e os fósforos na mão e os entrega a Michael._ Muito obrigado minha jovem!_ De nada Michael. Se precisar de mais alguma coisa é só me falar._ Tudo bem, mas o que eu preciso já tenho em mãos!Foi então que Michael jogou o pedacinho de sílica dentro da vasilha com água e a colocou por sobre o fogão à lenha que estava num canto do cômodo. Acendeu o fogo então e ficou fixamente olhando para o interior da vasilha, como se esperasse por algo, a princípio nada

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aconteceu, foi então que uma estranha fumaça de cor azulada começou a subir de dentro da panela..._ Nosso Deus, o que é isso Michael? Perguntou Diego._ Não se preocupe rapaz, sei exatamente o que estou fazendo!Após alguns minutos, Michael retira a panela do fogo, e todos se surpreenderam, pois, no interior da panela estava uma estranha calda transparente e meio gosmenta. Michael cuidadosamente pega essa calda e passa por sobre a trinca da ampulheta que eles haviam trazido do futuro. E na mesma hora ele diz:_ Pronto, está novinha em folha!_ O quê? Como assim pronta? Questionou Nero._ Pronta horas, sem defeito algum... Igual no dia em que foi criada! Respondeu Michael.E realmente ele havia dito a verdade, a ampulheta estava novamente nova, como por mágica. _ Como você fez isso? Perguntou Diego._ Diego... Disse Michael. _ Se esqueceu que eu sou o idealizador dessa ampulheta meu jovem?_ Pois é... Só espero que não falhe na hora que mais precisarmos. Disse Diego examinando à mesma. Assim seguiu mais aquele dia sem maiores novidades. Ao chegar à hora do jantar Michael disse que tinha algo importante a lhes falar, tão logo terminassem a refeição.Terminado o jantar, seguiram para o salão de festas, pois era bem amplo e ideal para reuniões. Após todos se reunirem, chamaram Beatriz para participar da conversa, pois ela também já fazia parte da equipe e mais uma vez contariam com ela para cuidar da ampulheta quando estivessem viajando. Foi então que Michael tomando a palavra disse:_ Pessoal, estamos chegando a uma parte bem crítica de nossa missão... Nossa próxima viagem será para um lugar deserto e totalmente inóspito... A montanha de Fingi!_ Onde fica esse lugar Michael? Perguntou Diego com os olhos arregalados._ Eu também nunca ouvi falar dele. Disse Lidiane.Então Michael continuou:_ Não sabem onde fica simplesmente porque ele não existe mais... Foi riscado do mapa a mais de trezentos milhões de anos..._ O quê? Trezentos milhões de anos? Mas como? Questionou Nero._ Isso mesmo que vocês ouviram, foi o único lugar seguro que eu encontrei para esconder o amuleto. Lá está localizado um dos maiores vulcões em atividade de todos os tempos... Pelo menos naquela época._ Ai meu Deus, tomara que a gente fique bem longe dele... Disse Lidiane._ Creio que não minha jovem! Respondeu Michael. _ Pois é exatamente dentro dele que nosso amuleto se encontra!Todos ficaram pasmos e aflitos... Como poderiam entrar em um vulcão que estivesse em plena atividade? Se preocupar com Opemack já não seria ter problemas demais? Mas não teve jeito, começariam naquela mesma noite os preparativos para a mais tenebrosa viagem até então... Ficou combinado que no dia seguinte, tão logo tomassem o café da manhã, iriam partir.

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Beatriz teria que girar a ampulheta pelo menos quatro vezes, pois precisariam de muito tempo para escalar a montanha de Fingi... Todos iriam nessa viagem, inclusive os dois cãezinhos que até então os auxiliaram tremendamente...Tudo pronto para a viagem. Nero que tinha mais experiência havia preparado as coisas que iriam levar. Ele colocou cordas, lanternas, água potável, algumas laranjas, e bastante biscoito de chocolate, pois não sabiam o que encontrariam lá... Finalmente foram deitar. Diego estava se sentido como da primeira vez que viajara no tempo, e de fato tinha com que se preocupar, pois, teriam que escalar um vulcão em atividade e encontrar um pequeno amuleto e voltar em segurança... Sabia que não seria uma tarefa fácil, mas o destino havia os escolhido e ele jamais voltaria atrás em sua decisão de destruir Opemack, mesmo sabendo que não seria simples como havia pensado a princípio.Adormeceram então... Dormiram como a muito não faziam. E quando foi no outro dia, lá pelas sete horas da manhã, acordaram e foram direto para a mesa do café, pois, não queriam em nada se atrasar para essa alucinante viagem... Beatriz havia caprichado naquela manhã, ela havia feito pão de queijo, bolinhos de chuva, cachorro quente, e um delicioso suco de carambolas. Todos se deliciaram com gosto. Logo depois Beatriz disse aos aventureiros que tinha preparado uma grande cesta para que eles pudessem levar consigo, afinal, ficariam por mais de dez horas andando e em um lugar de poucos recursos. Finalmente deram o sinal de partida. Michael retirou do bolso de seu estranho casaco, uma pintura do local para onde deveriam ir. Pegaram tudo o que haviam preparado e colocou próximos a eles, os cachorrinhos estavam no colo das meninas, Diego segurava firmemente uma das ampulhetas que resolveram levar com eles, pois, se acontecesse algum erro, teriam como voltar para Pedra Azul... Assentaram-se em círculo, os corações estavam quase que saltando do peito, o respiração estava ofegante, afinal de contas, viajariam mais de trezentos milhões de anos no tempo. Michael perguntou se todos estavam preparados, e como um grande coral responderam que sim... Então ele disse:_ Prestem atenção, ao chegarmos lá, vamos procurar estarmos sempre juntos, aconteça o que acontecer. E continuou. _ Beatriz, lembre-se, vire a ampulheta por quatro vezes e depois disso apenas nos aguarde, pois, estaremos aqui com o amuleto em mãos!_ Deus te ouça Michael. Disse Beatriz que também recomendou muito cuidado aos demais.Com tudo pronto, Michael então coloca a ampulheta bem no centro do círculo e... Lá se foram mais uma vez cavalgar no tempo!_Pronto! Já foram, tomara que dê tudo certo... Disse Beatriz olhando para a ampulheta por sobre a pintura da montanha de Fingi.Dessa vez Beatriz fez questão de trancar a porta da casa para não correr nenhum risco, pois, da última vez, o filho da vizinha quase pôs tudo a perder.A única coisa que restou para Beatriz além de esperar; foi pedir a Deus que os guardasse em segurança, pois, sabia dos riscos que eles enfrentariam.Ao sair da casa, Beatriz percebe que ela não estava sozinha ali. Ao olhar atrás da casa, ela vê algo assustador..._ Sangue de Jesus tem poder... Mas o que é isso? Disse A mulher totalmente aterrorizada.

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Era Opemack que estava escondido atrás da casa e ouvira toda a conversa. Então a terrível criatura bate as enormes asas em direção a Beatriz, fazendo uma grande ventania que começa a arrastar tudo a sua frente... _ Pare com isso seu monstro... Disse a mulher se segurando em uma árvore.Porém todos os seus esforços foram em vão, por mais que ela se segurou, não teve jeito, foi arrastada pelo vento criado pelo monstro e lançada contra uma parede de concreto, ficando por morta no chão... Ao terminar com Beatriz, Opemack pega sua ampulheta e vai para a montanha de Fingi, atrás do amuleto com o qual poderia se tornar invencível...

Trezentos milhões de anos atrás... _ Aiiiiiiiiiiii... Gritou Lidiane caindo violentamente no chão._ Ai meu Deus, não agüento mais tomar tantos tombos assim, já está virando moda! Reclamou a moça para os amigos que estavam “morrendo de rir” dela.Após todos se ajeitarem, deram uma boa olhada em volta, e perceberam que o lugar onde estavam era totalmente sul real, algo além de qualquer conto, sonho ou imaginação._ Perfeito! Disse Michael._ Perfeito? Como assim? Questionou Diego para o homem._ Perfeito porque Opemack nunca encontraria o amuleto nesse lugar! Primoroso então... Explicou Michael.De longe avistaram a cordilheira que teriam que escalar. Ela não era muito íngreme, mas o fato de se tratar de um vulcão em atividade; desencorajava a maioria deles, porém, ninguém queria se mostrar fraco, então trataram logo de começar a escalada. Os cãezinhos sempre seguiam a frente dos aventureiros e de vez em quando, corriam atrás de pequenos répteis parecidos com miniaturas de dinossauros..._ Cuidado Pitucha, de repente a mãe desse bicho resolve aparecer, aí já viu... Disse Sheila meio que assustada.Chegaram ao sopé da montanha, e todos, entusiasmados, olharam para o alto... Aquela montanha parecia ser a “majestade” daquele lugar. Era enorme e se estendia por kilômetros floresta adentro._ Pessoal... Vejam..._Ver o quê Diego? Perguntou Lidiane._ Aquele bicho ali...Diego se referia a uma espécie de dinossauro extinta a milhares de anos... Os Cearadactílios, dinossauros que podiam voar e que tinham uma envergadura de asas que podia chegar a quase oito metros de comprimento. E havia muitos deles ali, voando ao redor da montanha de Fingi._ Eles estão aqui por causa do calor da montanha! Disse Michael. _ O calor ajuda na “choca” dos ovos... Explicou.Assim seguiram montanha acima, ansiosos, pois, seria uma longa subida e o calor já se mostrava bem de perto. Diego já tinha suor escorrendo em seu rosto, e os demais também. Lidiane de vez em quando passava um lenço no rosto que já estava bem vermelho devido ao calor e ao esforço que fazia para subir a montanha...Andaram por mais de duas horas, até que chegaram a um lugar onde a montanha fazia um “vão”, aquele era um local ideal para descansar e comer alguma coisa.

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_ Pessoal... Disse Michael. _ Descansaremos por meia hora depois continuaremos._ Já estava na hora! Disse Sheila. _ Meu tênis está me matando.Pararam então. Lidiane abriu a cesta e começou a repartir as coisas. Após todos se alimentarem, jogaram pedaços de pão de queijo e salsichas para os cachorrinhos que comeram num “nhoc” e foram logo pedindo mais... Beberam bastante água, pois a subida fez com que eles transpirassem muito, e não queriam correr o risco de desidratarem. Passada meia hora, Michael disse para continuarem, pois não poderiam perder mais tempo. E assim foram montanha acima.Já estavam subindo a mais de uma hora novamente quando de repente ouviu-se um grande estrondo que sacudiu o outeiro..._ Meu Deus... O que é isso? Gritou Lidiane._ Segurem-se, é uma erupção... Disse Michael.Logo grandes pedras começaram a rolar na direção deles e por sorte não foram atingidos por elas, apenas Nero e Diego foram atingidos, mas por pequenos pedaços de rocha que não causou ferimentos maiores._ Alguém se feriu? Perguntou Michael._ O Diego e Nero machucaram. Respondeu Nany._ Não se preocupem... Eu e Nero estamos bem, foram apenas arranhões.E continuaram a subida. Os cãezinhos foram os primeiros a chegar à entrada lateral do vulcão, e de lá de cima ficaram latindo parecendo querer dar força para os demais.E finalmente todos chegam à entrada e esgotados caem por terra prostrados..._Ai, não agüento mais... Água por favor... Resmungou Lidiane colocando a língua para fora da boca.Beberam bastante água e descansaram mais uns vinte minutos. Michael então fez várias outras observações antes de entrarem dentro da montanha. Deveriam ter muito mais cautela agora, pois qualquer erro poderia ser fatal...Levantaram como verdadeiros guerreiros e seguiram montanha adentro, certos que tudo daria certo, eles só não contavam era que haviam sido seguidos e que teriam uma amedrontadora surpresa..._ Rápido pessoal, não podermos perder mais tempo... Disse Diego ofegante.Entraram nas entranhas da montanha e caminharam por lugares sombrios e extremamente quentes. Tudo parecia que estava para se incendiar. O suor escorria na face de todos, até mesmo o pêlo dos cachorrinhos estava escorrendo suor. Mas isso não foi motivo para pensarem em desistir. Após uns duzentos metros no interior da montanha, Michael diz:_ Na próxima curva entraremos à direita...E assim seguiram. Ninguém ousava perguntar nada, apenas de vez em quando, Escube e Pituchinha davam uns latidinhos como se estivessem ouvindo algo, mas logo em seguida paravam. Foi assim por quase meia hora, até que finalmente chegaram ao grande salão do fogo que nunca se apaga..._ Chegamos! Disse Michael olhando a sua volta._ Até que enfim, estou morto de tanto andar. Retrucou Nany.Michael então, cuidadosamente passa por uma estreita ponte formada por pequenas pedras avermelhadas, sua intenção era chegar ao local onde havia escondido o medalhão. E não demorou muito para ele se agachar entre duas pedras pontudas e levantar as mãos dizendo:_ Aqui está! Do mesmo jeito que o deixei...

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Michael estava com o amuleto nas mãos, e fez questão de mostrar ele com orgulhos aos demais, pois sabia que com ele, poderia destruir Opemack.Porém, ao levantar as mãos com o amuleto, ele ouve um terrível som..._ Santo Deus! O que foi isso? Perguntou Lidiane._ Não sei, deve ser mais uma erupção. Disse Kellyn._ Não acho que foi erupção._ Como assim Diego? Perguntou Nero.Porém, antes do rapaz responder, Opemack se levanta entre um lago de fogo, seus olhos pareciam feitos de brasas, e para o temor de todos; a criatura vira e diz:_ Obrigado seus idiotas....Michael ficou boquiaberto, pois nunca tinha o ouvido falar antes._ Michael! Gritou Lidiane. Porque você não disse que ele sabia falar?Porém, Michael pasmo respondeu:_ Minha querida, se eu soubesse teria dito, estou tão assustado quanto vocês... Então Opemack Faz uma exigência:_ Ouçam... É melhor vocês me darem esse amuleto e essa ampulheta agora..._ E se recusarmos? Disse Diego à criatura._ Se recusarem eu matarei um a um sem piedade... Esbravejou o grande dragão.

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Então, Opemack olhando para o alto, lança uma enorme bola de fogo com sua boca..._ Rápido seus imprestáveis, ou terão o mesmo destino que sua mãe teve seu fraco e indeciso..._ O quê? Gritou Diego com os olhos arregalados. _ O que você fez a ela seu monstro?_Nada... Apenas o que ela merecia. Respondeu Opemack com voz sarcástica._ Como você encontrou esse lugar Opemack? Perguntou Michael trêmulo._ Seu néscio, escutei toda a conversa que tiveram em Pedra Azul, e também vi seus amiguinhos no futuro, ou pensou mesmo que eu fosse inocente assim? Agora, sem mais delongas, me passe o que me pertence, ou então..._ Então o quê? Gritou Lidiane correndo em direção a Opemack.Porém, todo o esforço da moça foi em vão, bastou ela abaixar para pegar uma pedra para tacar no dragão, foi capturada..._ Aiiiiiiiiiiii, me solta, socorro Diego...Os cãzinhos estavam aflitos e fadigados de tanto que latiam. O alvoroço foi total após Opemack capturar a moça, foi então que a criatura propôs um trato:_ Eu troco essa garotinha insignificante pelo amuleto e a ampulheta, ou então eu a jogarei nesse abismo, e até onde eu sei, ela ainda não aprendeu a voar...Foi um silêncio gritante... Só se ouvia naquela hora o som de pequenas erupções e os latidos dos cachorrinhos... Não tinham escolha. Michael então, pede a ampulheta para Diego e junto do amuleto, estende as mãos e os entrega a Opemack que solta um grande berro olhando aos ares..._ Finalmente... Serei imortal...No momento em que pensaram de ele soltar a garota, ele a lança no abismo. Michael revoltado corre em direção ao monstro e o ataca ferozmente, mas de nada adiantou, com apenas um golpe, ele lança Michael dentro do abismo mais profundo daquela montanha, ficaria apenas lembranças daquele que lutou por mundos diferentes na esperança de destruir a maior ameaça de todos os tempos...Opemack então começa a bater suas asas violentamente e sai voando de dentro da montanha para buscar a última das quatro ampulhetas...Diego corre então rumo ao local onde sua prima fora lançada, e a vê caída em uma pequena doca, quase caindo dentro do terrível lago._ Lidiane... Gritou Diego desesperado. Mas de nada adiantava seus esforços, pois, a moça havia desmaiado e estava prestes a cair._Nero... Gritou Diego. _ Rápido, a corda.Nero velozmente trás a corda que Diego a passa pela sua cintura e diz ao amigo:

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_ Segura firme, vou buscar minha prima...Os demais auxiliam Nero segurando a corda depois dele. Empós de muito esforço, Diego consegue chegar onde Lidiane estava e a resgatar. Por sorte ela teve apenas ferimentos superficiais, ao contrário de Michael... Que ninguém mais o viu.

Capítulo 9O Que Faremos Agora?

_ Pessoal... Sem querer ser chato, mas o que faremos agora? Perguntou Guto com lágrimas nos olhos. E continuou: _ Não temos nenhuma ampulheta, nem amuleto, e nossa única esperança que era de voltarmos para casa após a areia escoar já não existe mais. Aqui, não nos enganemos, sabemos que Opemack tirou a ampulheta de Beatriz, e Deus queira que

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ela esteja bem... Onde está Michael? Sabemos também que ele morreu, e estamos presos aqui sem ter como voltar, estamos perdidos...Aquelas foram duras palavras, porém, era o que todo mundo pensava, só não tinham coragem o bastante para expor e encarar a realidade. Saíram derrotados da montanha. A descida que a princípio parecia ser mais fácil, se tornou trabalho árduo para todos. Levaram horas para terminar de descerem, e quando terminaram, já era noite e resolveram ficar ali mesmo, aos pés do vulcão._ Estou a mais de vinte horas sem comer nada e não estou com um pingo de fome... Disse Kellyn._ Pois é Kellyn, não é só você que está assim não, todos nós não comemos nada desde que tudo veio a tona. Disse Diego tentando acalmar a amiga._ Pessoal, vamos descansar, pois, amanhã teremos que encontrar uma maneira de irmos embora. Disse Nero olhando para a lua._ Como assim voltar Nero? Impossível... Encare essa situação de frente, jamais poderemos sair desse inferno, não percebe que acabou? Disse Lidiane chorando.Porém Nero continuou olhando para a lua sorrindo._ Olhem pra ela!_ Hã... Como assim? Estamos a trezentos milhões de anos atrás de nossa época e você está nos pedindo para a gente olhar para a lua? É isso mesmo ou eu entendi errado meu amigo?_ Não Diego, entendeu corretamente! Estamos longe de nossas casas sim, mas repare que a lua continua da mesma forma que a conhecemos, linda e brilhante!_ E o que isso muda para todos nós? Questionou Diego._ Simples! Sei como poderemos sair deste lugar!Aquelas palavras chocaram os companheiros já fragilizados pelas contínuas derrotas._ Como Nero? Diz-nos logo? Você sabe onde está a última ampulheta? Perguntou Nany._ Não. _ E como podemos voltar se não temos a ampulheta mágica?_ Diego, Kellyn, Nany, Guto e Sheila, todos aqui com exceção da Lidiane se esqueceram de algo importante... Disse Nero._ O que foi que nós esquecemos Nero? Perguntou Diego eufórico.Então calmamente Nero se assentou e começou a explicar:_ Lembra de nossa excursão a Gruta de Altamira? Do que encontramos lá? E continuou: _ Lembra também quando estávamos no futuro, mais precisamente no ano de 2147? Pois bem, sei exatamente como sair deste lugar...Tudo então começou a fazer sentido para os amigos._ Você pretende encontrar o abismo Nero? Perguntou Lidiane._ Sim... É a única maneira de sairmos deste lugar._ Nero... Chamou Diego. _ Mesmo que a gente encontrasse-o, como você sabe que ele nos levará de volta a nossas casas?_ Não nos levará!_ Como assim Nero? Questionou Diego.Então Nero relembrou Diego de algo importante:_ Lembra quando estávamos no futuro e nos preparávamos para atravessar a ponte suspensa? Tente se lembrar também das estranhas criaturas que vimos sobrevoando a

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ponte... A única maneira de elas estarem ali; foi pelo fato de terem encontrado a passagem pelo abismo, uma vez que já estavam extintas e era impossível existirem naquela época..._ Mesmo que esteja certo Nero, como encontraremos essa passagem? Perguntou Kellyn._ Creio que ela está bem próxima de nós, pois os dinossauros voadores que vimos quando chegamos aqui, pertence à mesma linhagem daqueles que vimos lá...Tudo então começou a fazer sentido, havia sim uma esperança de voltarem para casa. Nero explicou que uma vez no futuro, bastaria localizar mais uma vez o observatório e encontrar a localização para Pedra Azul.Finalmente foram deitar. Como estavam próximos ao vulcão não sentiram frio. Diego improvisou um travesseiro com sua blusa e quando se preparava para deitar, percebeu que Lidiane estava deitada com a cabeça em cima de uma pedra, foi então que gentilmente lhe ofereceu seu “travesseiro”, ela a princípio recusou, mas logo cedeu vendo o carinho do primo para com ela.Adormeceram logo, pois estavam exaustos. Os cãezinhos se enroscaram entre as pernas das meninas e também dormiram rápido.

No outro dia bem cedo..._ Bom dia! Bom dia... Gritou Lidiane sorridente. Nem parecia que estavam presos naquele lugar. E de um a um foram todos levantando e se colocando de pé._ Uááááááááááá... Que horas são? Perguntou Diego abrindo a boca._ Não sei primo; mas o sol já está bem alto. Disse Lidiane. Após todos levantarem, trataram de pensar... Teriam que encontrar a passagem para o grande abismo que os levaria de volta para o futuro, e de lá poderiam voltar a Pedra Azul. Nero lembrou os demais sobre o horário que o abismo funcionava, às sete e meia da noite. Foi então que Diego, olhando para o outro lado da montanha gritou:_ Olhem...Todos assustaram com o grito de Diego, e olhando para o lado puderam compreender o motivo de tanto euforismo..._ Será? Assim tão fácil? Disse Nero.E realmente o rapaz tinha razão, era mesmo a entrada da gruta de Altamira, porém, havia um grande despenhadeiro que os separava do lado que ele estava._ Não me lembro desse despenhadeiro... Indagou Kellyn._ Nem eu, mas vamos raciocinar... Disse Diego. Estamos a centenas de milhares de anos atrás do nosso tempo real, imagine quantas transformações esse lugar aqui deve sofrer até chegar ao ano de 1928? _ Então você está dizendo que esse lugar aqui é Porto de Moz? Perguntou Guto._ Sim, isso mesmo, estamos em Porto de Moz, porém a trezentos milhões de anos atrás...Todos ficaram boquiabertos com o que Diego havia dito, talvez ele tivesse mesmo razão, mas o que fazer quando não se tem outra alternativa? Resolveram então seguir o companheiro, teriam apenas que descobrir uma maneira de chegar ao outro lado do quase sem fim, despenhadeiro..._ Rápido, pois tenho a imprensão que Opemack já está atrás da última ampulheta, e se ele a encontrar estaremos perdidos de vez._ O que vai acontecer se ele achar a última ampulheta? Perguntou Nany.

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_ O que vai acontecer Nany? Nada mais nada menos que ele se tornar imortal e indestrutível, será o fim da humanidade..._ Sério? E porque você não me falou isso antes?_ Nany... Disse Kellyn. _ Vai me dizer que você não sabia disso?_ Sabia Kellyn, só não sabia que a coisa era tão séria._ Pois é Nany, muito sério, temos que correr contra o tempo agora minha amiga.E assim seguiram rumo ao despenhadeiro. Os cachorrinhos sempre à frente cheirando e examinando tudo o que encontravam.Andaram muito, o sol já estava abrasador sobre suas cabeças, e para sorte de todos um dos cachorrinhos volta todo molhado e sacudindo os pêlos. _ Escube! Onde você encontrou água meu lindinho? Perguntou Lidiane sorridente.E parecendo entender o que a moça havia lhe perguntado, ele imediatamente se vira e começa a correr em direção a mata..._ Corram, vamos segui-lo. Gritou Diego aos demais._ Seguir um cachorro Diego, será que eu entendi direito, isso parece loucura para mim. Disse Guto com ironia.Mas antes do rapaz fechar a boca, Lidiane deu um grande grito de alegria:_ Uhuuuuuuuuuuuu... Água fresquinha! Valeu Escube...E olhando para Guto, Diego diz:_ O que é que você estava dizendo mesmo Guto?_ Nada não, esquece... Respondeu Guto envergonhado.Tomaram água com gosto, os cãezinhos corriam e saltavam a todo instante dentro da água._ Essa é a água mais “gostosa” que eu já tomei em toda minha vida. Disse Lidiane sorrindo.Após todos saciarem a sede, encheram o frasco que Nero carregava com mais água, pois não sabiam se encontrariam mais pelo caminho._ Pessoal... Disse Diego. _ Vamos andando, pois ainda hoje quero chegar a minha casa!_ Eu também! Respondeu Lidiane se levantando do chão.Todos concordaram que queriam estar em casa ainda naquele dia, então trataram de sair logo andando. No momento em que recomeçaram a andar, olharam para trás como se despedissem daquela doce nascente de águas cristalinas. Eles não sabiam, mas aquele um dia, seria o grande rio São Francisco... Já podiam ao longe, avistar as ondas do mar batendo em enormes pedras que contornavam toda a extensão da ilha de Altamira. _ Vejam! Disse Nero. Não é mesmo lindo!_ Sim. Concordou Diego. Aquela uma dia será nossa bela gruta! Faltava agora atravessar o grande despenhadeiro. Ao olharem para dentro dele, tiveram a sensação de que ele não tinha fim._ Santo Deus! Exclamou Lidiane. Como ele é profundo.Foi então que Diego olhando para o outro lado, gritou para seus amigos; admirado:_ Gente! Olhem só aquilo!Ao olharem viram um “rio” de lava que escorria direto para o interior do gigantesco despenhadeiro, então o rapaz disse aos amigos:_ Agora posso compreender o que vai acontecer a esse lugar! _ Como assim Diego? Perguntou Guto.

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_ Simples! Não percebeu ainda? Observe toda essa lava escorrendo e enchendo todo esse enorme buraco... Daqui a muitos milhares de anos o que acha que acontecerá?_ Há! Claro! Porque não pensei nisso antes?Diego tinha mesmo razão, com o passar de milhares de anos, aquele imenso despenhadeiro deixaria de existir, pois a lava iria planar o terreno por completo. Puderam entender então um dos muitos mistérios da natureza. Aquele lugar era de fato a bela e exuberante cidade de Porto de Moz! _ Não me lembro de nenhum vulcão em nossa cidade natal Nero. Disse Kellyn._ De fato não existe nenhum, pelo menos em atividade! E continuou: Esse vulcão foi extinto no século VI, esse foi o ano de sua última erupção. Lembra da Montanha do Elefante? É justamente esse vulcão que está diante de você!_ E como você sabe disso tudo Nero? Questionou Nany._ Nany... Disse Nero. _ Estudei a história de nossa cidade várias vezes, sua origem e fundadores. É simplesmente fantástica a história de Porto de Moz!Todos ficaram fascinados com o que estavam vendo, pareciam presenciar o nascimento daquela cidade que era tão querida e amada por todos.Mas logo se deram conta de que tinham um grande problema pela frente... Chegar ao outro lado do desfiladeiro.

Capítulo 10O Desespero

_ Como faremos para atravessar esse inferno Diego?_ A única maneira de atravessarmos será escalando Lidiane!_ O quê? Escalando? Ficou louco?

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Todos se assustaram com o que Diego havia dito, porém, ao analisar todas as alternativas, viram que a melhor era a de escalar para chegarem do outro lado._ Pessoal, não precisamos escalar, podemos dar a volta! Disse nany._ Volta? Levaríamos mais de um mês para darmos à volta nesse colossal buraco, veja você mesma sua extensão... Retrucou Guto.E realmente ele tinha razão. Antes de darem início a longa e perigosa descida, resolveram descansar mais uma vez. Beberam água e dividiram os últimos biscoitos entre si. Deram também duas bolachas para cada cachorrinho que comeram num “nhoc” e foram logo pedindo mais. Após meia hora, se levantaram e começaram a dar início a terrível descida. Eles resolveram passar a corda que traziam na cintura de todos, pois no caso de alguém escorregar e cair, os demais poderiam ajudar.Diego foi o primeiro a descer. Cuidadosamente ele virou-se de costas para o buraco e deu início a descida..._ Vamos pessoal, sigam-me e não olhem para trás. Logo estaremos no fundo. Disse o rapaz tentando encorajar os demais.Assim, um a um, todos se puseram a descer o desfiladeiro na esperança de encontrar o lugar que os levaria de volta para casa.Os cãezinhos foram amarrados nas costas de Diego e Nero, eles ficaram muito bem presos e não corriam nenhum risco de caírem.Deu-se então início a perigosa descida, cada metro que desciam era um alívio para todos. Foram cautelosamente e sem pressa de chegar ao final do desfiladeiro, pois o menor erro certamente seria fatal._ Pessoal, sem pressa, temos o dia todo... Disse Diego aos demais que estavam por sobre sua cabeça.Continuaram então. Os cãezinhos iam sem latir dessa vez, pareciam pressentir o perigo. Estavam descendo há quase duas horas quando Diego de súbito disse:_ Parem... Rápido._ O que foi Diego? O que você encontrou aí? Perguntou Lidiane assustada._ Não tem como passar este ponto... Disse o rapaz quase chorando._ Como assim? Tem que existir uma maneira, não tem como voltar..._ Sinto muito, mas a parede termina aqui, logo abaixo dos meus pés..._ Como assim Diego? Perguntou Nero._ Parece que houve um desmoronamento nesse lugar, tem uma fresta de quase cinco metros de distância dessa parte da parede até a outra parte... Aquela notícia pegou a todos de surpresa, o que fariam? Bateu um forte desespero em todos eles..._ Não acredito... Disse Nany chorando.Como fariam para chegar ao outro lado em segurança? Seria o fim deles? Em meio a tanta desolação, Diego olha para o alto e grita:_ Deus! Só uma chance... Só isso que eu te peço... Será que não vê que estamos perdidos?Aquele desabafo subiu solitário aos céus, até que fora interrompido pelo som de uma grande erupção..._ Brummmmmmmmm..._ O que foi isso gente?

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_ Não sei Kellyn, mas é melhor se segurar, não estou tendo uma boa imprensão... Disse Guto assustado.O rapaz tinha razão, inesperadamente enormes bolas de fogo começaram a ser lançadas ao céu vindo cair quase em cima deles. Por mais que se segurassem estavam perdendo a batalha... Morreriam ali? Seria esse o fim dos jovens que tanto lutaram para proteger a terra da destruição eminente? Foi então que Diego gritou:_ Nero... Amarre a ponta da corda em algum lugar ai, rápido..._ Não sei o que você está pensando, mas estou contigo... Disse Nero amarrando a ponta da corda em uma raiz que passara por ali. Amarrada a corda Diego disse:_ Comece a me descer, bem devagar...Assim começaram a descer o rapaz até a outra extremidade do paredão. _ Só mais um pouquinho... Pronto! Cheguei...Ele havia descido e parado na beirada do buraco, foi então que pediu que os demais fizessem o mesmo, ele iria os auxiliar quando chegassem perto dele. E assim foi feito. Faltava apenas Nero para descer. Quando ele estava para chegar até onde seus amigos estavam, uma grande bola em chamas cai bem ao seu lado, incendiando a corda que ele estava segurando..._ Nero, cuidado... Sua corda está pegando fogo, mais rápido...Antes que Lidiane fechasse a boca, a corda se rompe e com um grande golpe de vista, Diego se lança em direção ao amigo o segurando pela mão. Nero ficou dependurado no ar, A cadelinha que estava em suas costas estava assustada e nem conseguia latir de tanto medo..._ Me ajudem, rápido...Assim conseguiram içar o companheiro para cima, livrando-o da queda..._ Ai... Ai... Muito obrigado Diego, se não fosse você estaria nesse momento fazendo companhia para o Michael! Disse Nero aliviado.Passado o susto, começaram a pensar em uma maneira de continuar a descida, pois a corda que estava os auxiliando estava acabando de se queimar por completo.Foi então, que Diego ao olhar para a parede da gruta, dá um grito de susto:_ Não acredito! Olhem isso!A parede estava coberta por inscrições..._ Será de homens das cavernas essas escrituras e desenhos?_ Não. Disse Nero. _ Impossível, pois os primeiros relatos da existência de seres humanos são de aproximadamente três milhões e meio de anos, e estamos a mais de trezentos milhões de anos atrás no tempo!_ Então me diga como foi que isso apareceu nesse lugar Nero. Perguntou Diego passando a mão pela parede de pedra.

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_ Como foi eu não sei, mas de uma coisa eu tenho plena certeza... Alguém já esteve aqui antes de nós.Mas à frente eles descobririam algo que os deixaria ainda mais intrigados. Uma ampulheta desenhada na parede com seis jovens assentados ao redor dela e dois animais que pareciam cachorros..._ Santo Deus! O que é isso? Perguntou Diego assustado._ Não quero ser chato, mas está parecendo com a gente. Respondeu Lidiane com os olhos arregalados. E realmente ela tinha razão, era uma éptica imagens de seis jovens ao redor de uma ampulheta e seus cãezinhos, mas quem seria o autor desse desenho? Como ele saberia que eles passariam por ali? Seria mais uma pista deixada por Michael? Ninguém soube responder a nenhuma dessas perguntas.Foi então que Nany disse aos demais:_ Pessoal... Tem uma passagem aqui atrás, com escada e tudo, venham ver...Era uma escada que descia até a parte mais rasa do desfiladeiro. Resolveram então descer por ela, pois, sem dúvida era bem mais segura que escalar paredes.Desceram rapidamente, pois a ansiedade tomava conta daqueles corações aventureiros. E finalmente chegaram ao fim do abismo, e tiveram mais uma fantástica surpresa..._ Uau! Vejam isso. É uma biblioteca bem no meio do nada. Quem será o dono deste lugar? Perguntou Diego.Começaram então a vasculhar tudo o que estava pela frente. Havia centenas de livros por todos os lados, alguns em prateleiras aparentemente organizados, outros caídos pelo chão, e muitos outros por sobre uma enorme mesa._ Meu Deus, quantos livros tem esse lugar. E de quem será?Foi então que Diego disse:_ Bem que eu imaginei! Está aqui...Era a foto de Michael dentro dessa biblioteca com as quatro ampulhetas e o amuleto do Rei Astros no pescoço._ Estranho. Disse Diego._ O que lhe parece estranho Diego? Perguntou Lidiane.

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_ Até onde eu entendo de reis e mágicos, eles nunca deixam outras pessoas usarem seus amuletos, coroas, e coisas assim..._ Ta, mas e aí?_ E aí? Você ainda pergunta? E continuou: _ Começo a desconfiar que esse tal rei Astros e o cientista Michael são a mesma pessoa..._ Como assim a mesma pessoa Diego? Ficou maluco? Questionou Guto._ Guto, veja bem essa foto... Eis aí aquele que carrega o amuleto estampado em seu peito; é Michael! Não tenhamos nenhuma dúvida sobre isso._ Será então que ele estava nos usando para conseguir seu objetivo? Perguntou Lidiane com os olhos fixos na estranha fotografia._ Imagino que sim, afinal ele estava muito mais interessado do que nós._ Apesar de temermos Opemack, ele sempre se mostrou frio e calculista quanto a criatura. Disse Nero lembrando-se dos fatos ocorridos._ Será que ele estava nos enganando então Diego? Questionou Lidiane._ Com certeza... E duvido muito que ele realmente esteja morto. Tudo aquilo não passou de um teatro, um grande teatro!_ Por isso Michael fez questão de nos trazer para esse lugar, assim ficaríamos bem longe de seus planos, e sem termos a mínima chance de voltarmos para nossas casas, ele só não contava era que lembraríamos do segredo do abismo. Disse Diego sorrindo. Assim descobriram a verdadeira identidade de Michael. Teriam agora que correr contra o tempo para tentar deter Astros e sua criatura. Mas onde estariam? Como enfrentar o criador das ampulhetas e sua fiel criatura? Conseguiriam voltar para Pedra Azul? E Beatriz... Como estaria? Todas essas perguntas e muitas outras atordoavam a cabeça dos jovens, que não paravam de pensar em uma maneira de destruir de uma vez por todas esse temível rei.Vasculharam tudo que estava ali naquela sala, porém, nada encontraram que pudesse lhes ser útil, até que..._ Nossa! Vejam o que eu encontrei..._ O que Diego? Mostra logo... Perguntou Lidiane.O rapaz havia encontrado o rascunho dos projetos de construção das ampulhetas mágicas, tudo muito bem detalhado._ O que diz ai Diego? Perguntou Nero assustado._ Tudo! Tudo e mais um pouco... Acrescentou o rapaz.Então Diego começou a ler em voz audível tudo o que estava escrito ali, naqueles rascunhos:

Hoje é dia dezenove 19 de dezembro de 1815...

Estou na fase final de testes das quatro chaves mágicas que terá o poder de abrir portais em qualquer parte do tempo e espaço, fico feliz, pois, foram longos trinta anos de pesquisas e inúmeros testes até concluirmos esse fantástico trabalho. Essas chaves reunidas terão o poder de libertar todo o exército de Opemack, a criatura que estou aprendendo a domar. O amuleto que trago no peito é a peça fundamental para abrir o portal de Sparionn, uma dimensão nunca antes vista por ninguém, esse exército foi lançado lá a mais de cem mil

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anos por ter violado as leis sagradas de seu templo em Fingi. Após concluirmos todos os testes, faremos à primeira tentativa de libertamos o mais terrível e poderoso exército que já pisou nessa terra.Teremos que colocar as quatro ampulhetas voltadas uma para a outra e o amuleto se encaixará no centro delas. As sombras das mesmas formarão as palavras mágicas que deverão ser ditas para que seja finalizada a libertação do meu grandioso exército.Opemack é um ser terrível e fantástico ao mesmo tempo, porém, diante de sua própria imagem, ele se desfaz e perde totalmente suas forças, podendo até mesmo ser destruído e aniquilado se exposto por um tempo acima de cinco minutos... Asseguro-me que mais ninguém saiba dessas informações, pois qualquer erro seria muito ruim para a concretização dos meus planos.Agora tenho que apenas encontrar o local certo agora para trazer meu exército de volta. Assinado:

Astros Nogueira de Alburqueque

Todos ficaram espantados com a mais nova descoberta. Realmente Astros os enganaram o tempo todo. Não se sabia como as ampulhetas haviam sido separadas uma das outras, a única coisa que tinham certeza era que tinham sido usados por Astros e Opemack._ Rápido pessoal, não podemos perder mais tempo. Disse Diego. _ E não se esqueça de trazer essas informações conosco. Acrescentou o rapaz._ Ok, já está dentro de minha bolsa, vamos levá-la, pois, pode nos ser muito útil. Disse Lidiane fechando o fecho de sua mochila.Eram quase três horas da tarde, e se apressassem os passos, possivelmente poderiam naquele mesmo dia, entrar pelo abismo e voltarem para o futuro.Incansavelmente corriam... Os cãzinhos sempre correndo à frente deles. Não pararam nem mesmo para beber água. Tiveram suas forças renovadas após a nova descoberta. E de longe se ouviu Diego Gritar:_ Lá está... É ela, eu tenho plena certeza!Ele se referia a entrada da gruta de Altamira. Tudo estava diferente, nada se parecia com aquilo que eles conheciam, porém, Diego soube exatamente onde estava.Correram como relâmpago em direção a entrada da gruta. Finamente chegaram a sua entrada, foi então que Nero disse:_ Lembrem-se... Ás exatas sete horas e trinta minutos o portal se abrirá, então estaremos atentos para não vacilarmos e perdemos o tempo certo.Todos concordaram com o jovem, mas ainda tinham cerca de duas horas antes da abertura do portal, isso se eles estivessem no lugar certo.Tomaram todas as precauções necessárias, pois, qualquer erro poderia lhes custar à vida.

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Diego encostou-se em uma parede de pedra e resolveu desenhar um pouco, porém, não quis que ninguém visse o que ele estava fazendo. Após terminar sua “obra de arte”, ele pensou:_ Quero ver se quando voltarmos aqui, meu desenho estará assim, perfeito...Todos se assentaram a beira do abismo, Nany de vez em quando lançava pequenas pedras dentro dele tentando calcular quanto tempo levava para a mesma chagar ao fundo, mas por mais que prestasse atenção, nada podia-se ouvir, pois, o abismo não tinha fim, era um portal do tempo.Passou-se o tempo, e agora restara apenas dez minutos para a abertura do portal... _ Pessoal, todos de pé. Disse Diego. Todos ficaram de pé. Kellyn e Sheila seguraram firmes os cachorrinhos. Foi então que um estrondo começou a ecoar por baixo dos pés dos jovens aventureiros. O momento se aproximava, aquela poderia ser a última chance deles..._ Pessoal, se preparem, no momento do clarão pulem dentro do abismo, e se tudo der certo estaremos no ano de 2148... Disse Diego.Então se seguiu à contagem regressiva..._ Cinco... Quatro... Três... Dois... Um... Pulem! Gritou Lidiane.Pularam corajosamente dentro do abismo na esperança de voltarem, sabiam da responsabilidade que assumiram e não poderiam jamais pensar em desistir...

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A Volta Para Pedra Azul_ Onde estamos? Perguntou Lidiane assustada._ Nem me pergunte minha querida. Disse Nany. Já estivemos aqui antes, esse lugar é a terra onde moramos, porém, ela foi destruída pela ação devastadora do homem.Porém Nero fez questão de relembrar a amiga:_ Pois é Nany, mas não era para estar assim, pois conseguimos salvar a terra com os milhares de projetos que criamos em Porto de Moz, esse lugar só está assim porque Astros detonou uma gigantesca bomba, só não sabemos por que ele fez isso._ Teria alguma coisa a ver com seus planos? Perguntou Diego pensativo._ Não sei. Disse Nero. Ele nos disse que foi necessário fazer isso para deter Opemack, mas pelo que descobrimos os dois estão juntos nessa jogada._ Justamente Nero. Disse Diego. E continuou... Será que tem alguma coisa aqui que ele estava procurando?_ Acho que não Diego. Disse Lidiane. Qual seria a razão de detonar uma bomba nuclear para encontrar algo? Não faz sentido..._ Sim, não faz... Mas quem disse que foi uma bomba nuclear que explodiu? Você acreditou nas palavras de Astros minha amiga?_ Hum... Estou começando a te entender. Claro que você tem razão Diego. Ele explodiu uma bomba tentando desenterrar algo... Quem sabe seria a última ampulheta? Mas como ela veio para aqui? Questionou Lidiane entusiasmada.Todos se puseram a pensar. Queriam mas que tudo encontrar pistas para deter Astros e sua criatura, antes que fosse tarde demais. Foi então que Diego descobriu algo que começaria a mudar a sorte dessa turma..._ Pessoal, vejam isso! _ Meu Deus! Onde você encontrou isso Diego? Perguntou Lidiane boquiaberta.O rapaz havia encontrado a última ampulheta bem ali, debaixo de uma estrutura metálica. Seria aquilo mais uma armadilha de Astros? O que deveriam fazer agora? Todos ficaram aterrorizados com o achado, pois, como um objeto daqueles poderia estar ali e sem segurança nenhuma? Só podia ser mais uma das tramas do Rei Astros. Tudo ficou muito confuso, até que um inusitado personagem entra na história..._ Hã... Você aqui? Mas como? Perguntou Diego totalmente assustado._ Sim meu jovem, e porque vocês demoraram tanto? Perguntou Michael._ Pensei que estivesse morto Michael. _ Não Diego, como pode ver, estou bem vivo!Então o rapaz começou a contar tudo o que ocorrera, mas antes de terminar, Michael diz:_ Não meu jovem, não precisa me falar nada sobre Astros, eu o conheço muito bem, veja o que ele fez com nosso planeta..._ Mas como você o conhece? Perguntou Nero._ Em um belo dia de sol, eu estava bem aqui ao lado, na Praça 21 de Abril, encantado com o som de vários instrumentos antigos que estavam sendo tocados pela orquestra Sinos de Ouro... Tudo estava maravilhoso, até que esse homem apareceu do nada e veio até mim dizendo que precisaria de minha ajuda para encontrar uma ampulheta. Questionei dizendo

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que ninguém faria uma viagem dessas atrás de algo que não lhe fosse de suma importância, foi então que ele me disse que teria que encontrá-la para o bem estar da terra, infelizmente acreditei nele e quando menos esperava, ele se foi e detonou uma bomba bem no centro da terra, o resultado é isso que vocês podem ver aqui..._ Michael, ele se passou por você e nos enganou, então foi por isso que ele veio até você, pois sabia que se fingisse que era você, nós o ajudaríamos em tudo o que precisasse... E foi exatamente isso que nós fizemos, infelizmente..._ Pois é; agora não adianta se lamentar, terão que voltar e destruir as ampulhetas._ Mas como? Já viu o tamanho da criatura que anda com ele? _ Sim Lidiane, eu a vi sim, por duas vezes, porém, descobri algo importante que lhes poderá ser útil... Essa criatura tem medo do seu próprio reflexo, a exposição de sua imagem poderá até mesmo destruí-la de uma vez por todas..._ Sério! Mas como você descobriu isso Michael? Perguntou Diego._ Foi sem querer meu jovem, eu estava me escondendo de Astros em um grande galpão que fabricava espelhos gigantes para edifícios e empresas, foi então que Opemack entrou cuspindo fogo para todos os lados. Pensei que seria meu fim, mas quando tudo parecia perdido, vi que a criatura cessou de gritar e cuspir fogo, cuidadosamente fui ver o que era, e para minha surpresa, ele estava cambaleando em direção a saída do galpão, até mesmo seu dono ficou espantado, imagino eu que nem mesmo ele sabia de seu ponto fraco. Foi então que percebi que Opemack por algum motivo não consegue combater com seu próprio reflexo, seu maior inimigo é ele próprio.Após essa surpreendente revelação, todos tomam fôlego e fazem uma última pergunta a Michael:_ Michael, foi você que deixou essa ampulheta aqui?_ Porque está me perguntando isso Diego? Você acha que foi eu?_ Acho não, tenho certeza que foi você. Concluiu o rapaz.Então Michael esclareceu:_ Sim, fui eu mesmo, deixei ela de uma forma que seria fácil encontrá-la, pois não queria que me vissem..._ Mas porque não queria que a gente o visse Michael? Perguntou Kellyn._ Ainda me pergunta? Veja esse lugar... Totalmente destruído e desolado, fiquei envergonhado, pois, da primeira vez eu fui o causador dessa destruição, agora ela ressurge como meu pior pesadelo... Tive receio de vocês. Disse o homem chorando._ Calma Michael, sabemos que a culpa não foi sua, temos que lhe agradecer e muito... Veja o presente que você nos deu... Não fique assim não, pode ter certeza que conseguiremos destruir Astros e Opemack, e salvaremos a terra mais uma vez... Disse Diego._ Eu acredito em vocês Diego, todos vocês... Astros tentou de todas as formas encontrar essa ampulheta, porém, em uma bela noite de inverno, quando os últimos raios de sol acabara de sumir entre aquelas montanhas que você vê ali, eu avistei algo inusitado nos céus, muito curioso fui ver do que se tratava, foi então que encontrei essa ampulheta que tem em mãos, na mesma hora tive a certeza que se tratava de algo grandioso, então guardei-a como minha peça mais preciosa, sabia que mais cedo ou mais tarde alguém apareceria para tentar resgata-la... Foi então que Astros entrou em nossa dimensão e começou a destruir tudo o que estava em sua frente na tentativa de achar a ampulheta.

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Opemack rasgava tanques blindados como se fossem papel, e todas as forças militares de nossa época não foram suficientes para destruí-lo...Então Guto interrompeu:_ E você espera que a gente destrua então? Mas como? _ Cama Guto..._ Calma Sheila? Ele acaba de dizer que todas as forças militares não foram capazes de destruir Opemack e você acha que nós com essa velha ampulheta é que vamos conseguir? Conta outra, seremos aniquilados..._ Não seremos não, temos informações que eles não tinham e eu já sei exatamente o que fazer tão logo voltemos para nossa cidade!Assim seguiu-se tarde adentro. Os cãezinhos estavam exaustos assim como todo o restante da turma, mas não podiam se dar ao luxo de descansar, pois, sabiam que Astros atacaria a qualquer momento.Antes de voltarem, Michael deu mais um presente para eles..._ Aqui Diego, segure firme, use somente quando for realmente necessário..._ Do que se trata? Perguntou o rapaz._ Saberá na hora certa... Não se preocupe.Ao abrir o embrulho em suas mãos, viu que era uma espécie de chofarim, muito pequeno e estranho, uma ótima peça para sua coleção, pensou...Após todos os detalhes observados, se assentaram em círculo ao redor da ampulheta, e com o nome de sua cidade escrita em papel vegetal, mas antes pediram para que Michael jogasse a ampulheta pela passagem do abismo, com isso ao voltarem para Pedra Azul, poderiam ir até a Gruta de Altamira e pegar ela, não queriam de forma alguma se arriscarem passando pelo abismo outra vez, pois, tiveram medo de irem parar em outro lugar que não fosse Pedra Azul; e lá se foram eles em meio ao redemoinho formado pela ampulheta.Instantes depois eles já estavam chegando em casa, como de costume, todos caem amontoados por sobre os outros, mas ninguém se machucou._ Ufa! Chegamos! Disse Lidiane._ Graças a Deus estamos bem, agora vamos rápido ver como está minha mãe... Disse Diego ofegante.Correram então para o andar debaixo, e já da escada avistaram Beatriz com os joelhos dobrados, foi então que Diego aos gritos disse:_ Mãe... Mãe... A senhora está bem?Ao olhar para o alto, Beatriz quase não acredita no que vê; a turma de aventureiros em peso sorrindo pra ela..._ Graças a Deus, agora mesmo estava levando uma prece ao nosso Pai Celestial pedindo a Ele que guardasse a vida de vocês!_ É... E pelo jeito Ele atendeu à senhora dona Beatriz, pois nem te conto o que a gente passou... Disse Kellyn com a Pituchinha no colo._ Depois vocês me contam, quero antes fazer algo para vocês comerem, devem por certo, estarem famintos..._ Isso mesmo, estamos sim tia, morrendo de fome... Disse Lidiane sorrindo.Beatriz foi então rapidamente preparar algo para eles comerem. Diego não queria perder tempo com nada, pois sabia que a qualquer momento Astros poderia atacar novamente.

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Fizeram então planos para irem até a gruta de Altamira buscar a ampulheta, pois de certo ela estaria lá. Após uns quarenta minutos, Beatriz os chama para se assentarem à mesa, pois o jantar estava pronto..._ Hum... Que delícia tia Beatriz! _ Obrigado Lidiane, vocês merecem, afinal estão tentando salvar o “mundo”... Disse a mulher orgulhosa deles.Ela havia feito arroz com batatas, feijão com lingüiça, fritado bolinhos de jiló, tomate e ovos, além de um delicioso suco de açaí..._ Nem acredito que estou diante dessa mesa tão farta! Disse Diego mordendo um pedaço de lingüiça.Todos estavam felizes por estarem ali, mas sabiam de suas responsabilidades e naquela noite não dormiriam pensando em estratégias para derrotar Astros e Opemack.Diego levantou a seguinte hipótese:_ Pessoal, ouçam bem, Astros imagina que estejamos mortos a essa altura, então devemos usar isso como arma, pelo tempo que conseguirmos, assim ganharemos tempo e pensaremos em algo para Destruir Opemack...Todos concordaram com a idéia, afinal eles tinham poucas armas e uma delas era essa. Ficou combinado que tão logo amanhecesse, Diego e Nero tomariam o ônibus para Altamira, para ver se a ampulheta estava no local combinado. A viagem duraria cerca de quatro horas, porém, antes de partirem, Diego mandou um telegrama para o senhor Antônio, o dono do barco que eles alugaram da primeira vez que foram visitar a gruta. As meninas não queriam de forma alguma ficar para trás a espera deles e nem Guto também, pois morriam de saudades da ilha, então, todos resolveram embarcar rumo a Altamira...

E dentro do ônibus..._ Nem acredito que estamos indo para Porto de Moz... Disse Diego._ Nem eu, sinto muitas saudades de lá. Completou Kellyn.Apenas Lidiane não conhecia a cidade até então, mesmo assim estava ansiosa para que chegasse logo. O barco que os levaria até a pequena ilha já estaria os esperando em Porto dos Faróis, o mesmo local por onde embarcaram por duas vezes rumo a gruta de Altamira. A alegria era maior, pois, Antônio seria o mesmo Marinheiro que os levaria a excursão. Tudo parecia finalmente dar certo para eles.Três horas e meia depois..._ Pessoal, estamos quase chegando, já posso sentir o cheirinho do mar! _ E por acaso mar tem cheiro Diego? Perguntou Nany._ Claro que sim, já posso até sentir o cheirinho daquela espuminha do mar...Assim seguiram todos estrada afora. Os cãezinhos estavam dentro de uma casinha especial, cada qual em sua casinha. Os aventureiros fizeram questão em levá-los, pois estavam sendo ótimos ajudantes em todas as ocasiões.Finalmente avistaram a torre da igreja. Pelo caminho passaram na porta da escola que durante toda a infância deles, foi palco de muitas travessuras. Foi então que Kellyn olhando para o alto disse:_ Olha lá o sino, continua no mesmo lugar! Não acredito!

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Lidiane ficou sem entender o porquê de a moça fazer essa observação, pois não convivera com eles no passado.Finalmente o ônibus estaciona no terminal rodoviário “Pedro Nolasco”..._ Graças a Deus chegamos bem! Disse Lidiane pegando sua mala.Todos então seguiram para o restaurante da Dona Sisi, o mais tradicional de Porto de Moz. Ainda tinham cerca de quase duas horas antes do horário de embarcarem, tinham tempo suficiente para almoçarem e descansar um pouco.Assentaram-se na mesa e na mesma hora Cecília trouxe o cardápio para eles..._ Meu Deus! Que moça linda! Quem é ela? Perguntou Guto._ Vai me dizer que você não sabe quem é essa moça Guto? Disse Nero._ Se soubesse não estaria perguntando Nero, olha que olho lindo!Então Nero continuou:_ Quem vê assim nem imagina que é aquela menininha que vivia correndo descalça pela praia todos os dias catando conchinhas para vender..._ O quê? Disse Guto assustado. É ela mesma? Não acredito...Guto ficou assustado porque ele vivia fazendo chacotas do cabelo dela quando ela ainda era uma criancinha... Hoje ela estava mais madura e as cochinhas ficaram para trás, agora já pensava em encontrar o grande amor de sua vida..._ Estou até com vergonha gente, tomara que ela não me reconheça... Disse Guto abaixando a cabeça.Então Cecília se aproximando disse:_ Olá Guto! Quanto tempo hein... Por onde andou todo esse tempo rapaz?Guto estava pálido e sem fala, então Diego percebendo a dificuldade do amigo de falar disse:_ Pois é Cecília, mudamos daqui, pois ficaria mais fácil cuidar das ONG`s que criamos..._ Há... Que bom... E deu certo?_ Sim, graças a Deus tem dado muitos resultados...Foi então que Dona Sisi chamou a moça:_ Cecília, pode servi-los, está pronto!_ Com licença pessoal, vou trazer a comida de vocês, devem estar famintos!Ao sair de perto deles, todos olharam para Guto que estava quase debaixo da mesa e disseram quase que em coro:_ Que vergonha hein Guto, quem mandou fazer hora com ela também né... Achou que ela não fosse crescer nunca né? Bem feito pra você... Disse Lidiane rindo do rapaz.Finalmente o almoço fora servido... Tinha frango assado, batatas cozidas, arroz de forno com salsichas, feijão com lingüiças e suco de acerolas. Todos almoçaram com gosto e até chegaram a repetir. Cecília ficou de longe e de vez em quando dava uma olhada para o lado de Guto, e quando uma das meninas a olhava, imediatamente desviava o olhar._ Hum, não sei não, mas acho que está “rolando” um clima hein... Disse Sheila sorrindo._ Clima? Que clima Sheila? Perguntou Guto se fazendo de desentendido.Após o almoço, todos se dirigiram para Porto dos Faróis, mas antes fizeram a promessa de retornarem ali antes de viajarem de volta para Pedra Azul, o que deixou ambas, mãe e filha, muito felizes. Porém, antes de saírem algo inesperado acontece..._ Onde você pensa que vai mocinha? Perguntou dona Sisi, a mãe de Cecília.

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Houve um silêncio profundo, ninguém além da jovem e Guto sabiam do que realmente estava acontecendo...Foi então que Guto toma a iniciativa e começa a falar:_ É o seguinte... Ela resolveu ir com a gente nessa expedição, só que teve medo de pedir a senhora antes e de você negar, então ficou combinado de ela pedir na hora em que nós estivéssemos nos preparando para sair..._ E o que você tem a ver com essa decisão rapazinho? Questionou dona Sisi.Antes de ele começar explicar, Cecília toma a frente e diz:_ É seguinte mamãe... Nós estamos “namorando” e eu resolvi ir com ele, só isso, prometo que ficarei bem...Dona Sisi arregalou os olhos com cara de quem acabara de ver uma assombração, assim como os demais, foi então que perguntou:_ Namorando? Acabaram de se conhecer... Como assim namorando?Então ambos os jovens começaram mais uma vez explicar os fatos:_ Há muito tempo atrás eu fiz um juramento a Cecília, disse o rapaz. Prometi a ela que um dia voltaria para buscá-la, custasse o que custasse... Agora que estou aqui, achei que seria o momento..._ Há... Então é por isso que você nunca quis namorar com ninguém em Pedra Azul né rapazinho? Disse Diego sorrindo. Vivia dizendo que não estava na hora, agora eu compreendi o porquê!_ Sim, tinha um juramento com Cecília e cumpri-o até o fim, e tenho certeza que ela também cumpriu sua parte.Antes de a moça responder, sua mãe diz:_ Essa aqui nem te falo... Já são vários rapazes de boa conduta que lhe pediu em namoro, porém, ela nunca deu bola, e pra piorar, nunca me disse nada também, mas agora está tudo esclarecido, só te peço uma coisa Cecília... Tome cuidado por lá..._ Isso significa que eu posso ir mamãe? Disse a jovem sorrindo._ E se eu dissesse que não; resolveria? Respondeu a mulher abraçando a filha.Assim, o grupo se fortaleceu com a entrada de mais uma integrante, a bela Cecília._ Rápido pessoal, não podemos nos atrasar. Disse Diego. Nosso barco já deve estar a nossa espera a essa altura.Assim todos seguiram rumo a Porto dos Faróis, antes de saírem, dona Sisi fez mais uma série de recomendações à filha e os demais, e mais uma vez a abraçou e se despediu, com lágrimas nos olhos.

Capítulo 12A Gruta de Altamira

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Assim seguiram rumo a Porto dos Faróis, um belo lugar onde todos gostavam e tinham muitas saudades. Lidiane era a mais ansiosa, pois, não conhecia esse lindo lugar, e o fato de ir visitar a gruta de Altamira, a fascinava ainda mais._ Lá está nosso barco, bem na hora. Disse Diego apontando o dedo._ Há que saudade! Exclamou kellyn.Todos guardavam muitas lembranças daquele lugar. O barco era o mesmo, o comandante também, porém, dessa vez, ele apareceu com um papagaio no ombro que repetia tudo o que ele dizia..._ Bom dia seu Antônio, tudo bem com o senhor? Perguntou Diego estendendo a mão._ Bom dia meus jovens, vejo que a turma aumentou..._ A sim, permita que eu as apresente. Disse Diego._ Essa é minha prima, Lidiane; e essa é nossa mais nova amiga Cecília; acabamos de nos conhecer..._ Hum, muito prazer meninas, espero que façam uma boa viagem. Quanto a você Cecília, acho que já a vi em algum lugar, mas não me lembro onde...Então a moça meigamente disse:_ Sou filha da dona Sisi, o senhor já foi ao restaurante da mamãe uma porção de vezes..._ Há sim; mas aquela é você? Nossa! É a primeira vez que te vejo sem o avental, você é uma bela moça, assim como as demais, me faz lembrar de muito as minhas filhas...Então Diego continuou com as formalidades:_ E esses dois aqui, são: A Pituchinha e o Escube, nossos cãezinhos... _ Que bonitos eles, gostei muito de rever todos vocês, agora vamos antes que fique tarde demais...Assim seguiram para dentro da embarcação. Tudo estava como deixaram há pouco mais de um ano atrás. Tudo parecia um sonho, um belo sonho... Mas logo voltaram à realidade e perceberam que tinha uma grande missão pela frente... Salvar a terra de um terrível rei e uma criatura nunca vista antes. Mas tinham consigo a certeza de que conseguiriam vencer, pois, fariam tudo que fosse preciso._ Todos a bordo! Gritou o capitão._ Diego olhou para a imensidão do mar azul, as ondas quebravam nos corais levantando uma imensa nuvem de espuma, algumas aves sobrevoavam por sobre as pedras, à espera de algum peixinho descuidado que ficasse preso ali. O céu ao longe se unia ao mar em um azul nunca visto por qualquer deles. Lidiane estava maravilhada com tamanha beleza natural, e ao longe se podia ver a bela e solitária ilha de Altamira._ Lá está minha ilha! Disse Diego sorrindo._ Sua ilha Diego? _ Sim Kellyn, minha ilha, foi assim que eu sempre a chamei..._ Pois eu acho melhor ilha da Nany. Disse a moça olhando ao longe._ Pessoal, não importa de quem seja essa ilha, o que mais interessa agora é encontrarmos nossa ampulheta lá... Fico imaginando se ela não estiver lá... O que faremos? Disse Nero._ Nero... Chamou Diego. Tenho certeza que ela estará lá, não se preocupe. Disse Diego confiante.

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Assim seguiram mar adentro, logo a frente Lidiane da um grito de admiração:_ Meu Deus, olha só isso!Era um grupo de golfinhos que estavam acompanhando o barco, de vez em quando um deles saltava para fora d água e logo em seguida outro pulava. Que bela cena foi aquela. Lidiane estava fascinada, pois, nunca antes fizera passeio semelhante aquele. Cecília seguia sempre a companhia de Guto, e os cãezinhos corriam de um lado para o outro freneticamente. O papagaio no ombro do capitão Antonio não parava de gritar a todo o momento:_ Pega Ladrão! Pega ladrão.E assim foi durante toda a viagem, até que finalmente, após três horas de viagem, eles chegam à misteriosa ilha..._ Atenção senhoras e senhores, ilha de Altamira! Disse Antonio sorrindo.Desceram as escadas e um a um, foram descendo.Antonio ficou no barco fazendo um pequeno reparo, pois, no caminho de vinda, sentiu um parafuso se desprendendo na sala de máquinas, e não queria voltar para a cidade antes de consertar esse pequeno defeito._ Seu Antonio... Chamou Diego._ Sim meu jovem, diga..._ Daqui a duas horas no máximo estaremos de volta, qualquer coisa você vem atrás da gente..._ Tudo bem, mas tenho certeza que dará tudo certo. Disse o velho homem do mar.Foram então mata adentro. Tudo parecia estar onde deixaram e bastou procurar um pouco e lá estava ela, a gruta de Altamira!_ Uau! Ela é linda! Disse Lidiane._ Você ainda não viu nada prima, espera só quando você entrar nela... Disse Diego. _ Mal posso esperar. Respondeu a moça.Assim seguiram para dentro da gruta. Os cãezinhos sempre iam à frente. Os rapazes haviam trago lanternas a pilha e logo ascenderam as mesmas, pois o interior da gruta estava bem escuro._ Gente, tomem cuidado, mal posso ver meus pés... Disse Lidiane assustada._ Não se preocupe, pois, nossas lanternas nos ajudaram, apenas tome cuidado de nos seguir sempre... Disse Nero.Assim foram... Cada passo que davam, o coração batia mais forte no peito. Mas algo dizia a Diego que a ampulheta estaria lá. Após andar uns trinta minutos gruta adentro, Diego gritou:_ Olha lá! É ela...Todos olharam na direção do abismo, e para a alegria deles, lá estava ela, a ampulheta mágica, bem na beira do abismo..._ Graças a Deus! Disse Cecília segurando a mão de Guto.Todos se abraçaram e se prepararam para voltar para fora da gruta.Enquanto isso, do lado de fora da gruta..._ Como será que eles estão se saindo? Perguntou Antonio, o capitão do barco.Antes que ele fechasse sua boca, algo inesperado acontece...

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Ao longe, vindo diretamente em sua direção, ele avista Opemack... Ele vinha batendo suas asas por sobre as águas do mar, e por cima dele estava o rei Astros, segurando uma espécie de cajado com uma de suas mãos..._ Santo Deus, o que é aquilo? Gritou Antonio desesperado.Mas que depressa, ele sai correndo em direção ao interior da gruta, e sem saber como andar por dentro dela direito, ele resolve se esconder no primeiro buraco que encontrou.Os jovens, sem saber de nada do que estava acontecendo, começam a regressar para o lado de fora da gruta..._ Graças a Deus encontramos a ampulheta, finalmente as coisas começam a dar certo para nós, não é mesmo gente? Perguntou Lidiane. _ Isso mesmo, agora temos apenas que localizar o paradeiro de Astros e seu “bichinho”, e acabar de uma vez por todas com eles... Disse Diego.Continuaram andando, mas de repente, os cãezinhos, Pitucha e Escube, começam a latir desesperadamente..._ Credo, o que deu nesses cachorros? Perguntou Kellyn._ Não sei não, mas eles só fazem isso quando pressentem algo ruim..._ Como assim algo ruim? O que tem de ruim nessa bela ilha? Nada além de muita beleza! Disse Nany.Porém, os cãezinhos, quanto mais se aproximavam da saída, mais aguçados eles ficavam..._ Gente, deve estar acontecendo alguma coisa, é melhor a gente parar e esperar um pouco. Indagou Diego.Porém, mais uma vez Nany disse que aquilo não era nada demais... Mas antes mesmo da jovem fechar sua boca, eles ouviram um terrível som..._ Gruaaaaaaaaaaaa..._ Meu Deus, o que foi isso? Perguntou Sheila assustada._ Isso? Disse Diego. Isso foi Opemack... É melhor nos escondermos e rápido.Correram então para a parte mais funda da gruta, quando de repente Lidiane da um grito:_ Aiiiiiiiiiiiiiiiii... Alguém puxou a minha perna..._ Psiuuuuuuuuu... Disse Diego. Silêncio, assim eles vão logo nos encontrar._ É que alguém me puxou Diego, não foi culpa minha...Ao virar a iluminação para o local onde estava a moça ainda assustada, viram seu Antonio encolhido em um cantinho, pálido e morrendo de medo..._ Seu Antonio, o que está acontecendo? Perguntou Nero.O homem mal podia falar..._ Um mons... Um monstro terrível, bem lá fora, é melhor ficarmos aqui... Disse O capitão totalmente trêmulo.Diego começo então a pensar em uma maneira de enfrentar Opemack e seu rei, foi então que se lembrou de algo de sumo importância..._ Antonio... Gritou o rapaz. Aqueles painéis refletores estão no interior do seu barco ainda?_ Sim, estão, mas por quê?_ Simples... Vamos usar eles para refletir a imagem de Opemack e assim poderemos nos safar dessa..._ Claro, para isso basta à gente sair lá fora e entrar no barco sem que eles nos vejam... Disse Guto assustado.

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Foi então que Cecília corajosamente disse que bastasse eles se dividirem e um grupo distrairia Opemack enquanto os demais corressem para o barco. Como não tinham outra alternativa, mergulharam de ponta nesse plano suicida...Os cãezinhos foram os primeiros a correr em direção a criatura, o grupo de Diego cuidadosamente começou a se rastejar por trás do barco. Cecília foi correndo aos gritos em direção a Astros e sua criatura, como não bastasse, Opemack começou a lançar bolas de fogo em direção a eles, que rapidamente se esquivavam rolando pelo chão..._ Rápido. Disse Diego. Ajudem-me com esse painel aqui. Falou o rapaz levantando uma das pontas. Após direcionar o mesmo para Opemack, começaram a jogar pedras nele que rapidamente se virou na direção deles, porém, ao se virar, viu seu reflexo no enorme painel, foi como se ele tivesse levado uma descarga elétrica, pois, ficou como louco e aos berros, sacudindo violentamente sua calda fazendo com que Astros caísse ao chão. Ao cair, o rei Astros deixou sua ampulheta e o amuleto serem lançados para longe dele. No mesmo instante Escube e Pituchinha foram correndo e cada um tratou de pegar um dos preciosos objetos. Ao pegarem correram para dentro da gruta novamente, para longe do alcance do rei e de Opemack.Foi então que ao olharem para Opemack, o viram rastejando e enfraquecido, estava para morrer, os rapazes aproximavam ainda mais o painel da criatura, parecia finalmente que seria o fim dela, porém, quando ela estava para morrer, o redemoinho formou-se ao redor dela e de seu mestre, os levando para algum lugar distante dali..._ Para onde eles foram? Ai meu Deus, o que aconteceu? Disse Lidiane angustiada._ Não acredito, logo agora que estávamos tão perto... Disse Diego cabisbaixo._ O que será que aconteceu Diego? _ Simples Cecília. Disse Diego. Provavelmente o tempo deles de esgotou, e a ampulheta que eles usaram para vir até aqui, escoou por completo os levando de volta. Com certeza foi isso!E realmente o rapaz tinha razão, porém, eles pularam de alegria ao ver Pituchinha e Escube, cada um segurando com a boca os objetos capturados de Astros, era outra ampulheta e o amuleto.Naquela altura Astros deveria estar furioso e louco para colocar as mãos nos aventureiros, pois, eles pareciam estar derrotados, e de uma hora para outra deram a volta por cima, ficando em total vantagem nessa guerra... Contavam agora com duas ampulhetas e o amuleto, faltava pouco para derrotar de uma vez por todas o rei Astros e seu monstro, colocando novamente em paz, toda a terra...

Capítulo 13A Grande Batalha

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Assim seguiram para dentro da embarcação, felizes e satisfeitos com o acontecido, nem podiam acreditar no que haviam feito, chegaram ali sem nada e agora estavam em total vantagem nessa batalha. Eles não se cansavam de abraçar os cachorrinhos, que até então, tinham sido peças fundamentais nessa conquista momentânea. Que bom que levaram eles para a ilha, era o que todos diziam.Foram embora em clima de festa, sabiam que estavam próximos de terminar com essa guerra. Não se preocuparam em criar novas estratégias, pelo menos por enquanto, queriam apenas brindar a grande conquista.Guto disse que Cecília trouxera sorte para o grupo, e todos concordaram com o rapaz, foi então que Guto virando-se para ela fez-lhe um convite honroso:_ Cecília, estivemos conversando sobre você e queremos lhe fazer um convite..._ Convite? Pra mim? _ Sim... Posso fazer?_ Claro Guto, nem precisava pedir..._ Pois bem, você gostaria de fazer parte de nossa turma?A moça a princípio não entendera o convite, foi então que Lidiane tomando a frente explicou:_ Querida, ele está te convidando para entrar em nossa turma, ou seja, fazer parte de tudo aquilo que formos fazer daqui para frente, é isso...Ela ficou alguns instantes em silêncio, foi então que disse sorridente:_ Claro que eu quero, mas eu pensei que já fazia parte quando aceitei o pedido de namoro do Guto..._ Claro que sim Cecília. Disse Nero. Mas queremos apenas realizar o “batismo” seu e o da Lidiane, entendeu?_ Há sim, mas que batismo seria esse? Perguntou a moça preocupada._ Não se preocupe, vamos deixar isso para outra ocasião, temos agora que nos concentrar em Astros e o monstro de asas; creio que a grande batalha se aproxima e precisaremos de reforços, muitos reforços...Assim fizeram a viagem de volta sem terem novos problemas. Diego fez questão de viajar com as duas ampulhetas nas mãos; o amuleto ele trazia no peito, sabia da grande importância que cada um deles possuía._ Nero... Chamou Diego._ Sim, diga amigo..._ Veja que estranha inscrição nesse amuleto, parece algum tipo de alfabeto grego romano..._ Talvez seja, mas não posso afirmar nada ainda. Vamos esperar chegar até nossas casas que o levarei para meu avô dar uma olhadinha, ele é mestre nesse tipo de escrita...E assim seguiu o barco oceano afora...

Três horas depois..._ Finalmente chegamos! Disse Nero aliviado.Beatriz já estava os aguardando defronte ao portal da casa, algo lhe dizia que alguma coisa de ruim havia acontecido aos aventureiros. Ela foi logo perguntando a seu filho:

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_ Diego... Meu filho, porque você está todo sujo, o que foi que aconteceu a todos vocês, parecem que estiveram em uma guerra, vamos entrem, o almoço está à mesa..._ Mamãe, vamos entrar, tomar um bom banho, e então lhe contaremos tudo o que aconteceu a gente... Explicou o rapaz com as ampulhetas nas mãos.Após entrarem e se arrumarem, foram direto para a grande mesa que ficava no centro da grande casa de Beatriz, era ali mesmo que muitas vezes se reuniram para contar como fora o dia, porém, dessa vez, falariam de um assunto nada comum para eles...Terminada a explicação, Beatriz olhou para o alto e disse:_ Obrigada meu Deus... Por guardar esses jovens!Após o almoço foram direto para o quarto, precisavam demasiadamente de descanso, pois lutaram como grandes guerreiros. Os cãezinhos também estavam exaustos e não queriam outra coisa a não ser de descanso e foram logo se deitar em suas casinhas.Dormiram a tarde toda e quando foi lá pelas oito horas da noite, acordaram e se reuniram em frente a uma fogueira que Diego havia feito na parte de fora da casa. Ele havia cortado um espeto de pau e estava assando marchimelous e se deliciando juntamente com Pituchinha e Escube..._ Olha que delícia!!! Disse Lidiane olhando para as mãos do rapaz.Todos foram logo tratando de espetar um pedaço do queijo no palito e assar, já estavam com fome outra vez, pois haviam dormido a tarde toda. _ Nossa! Mas está uma delícia, nunca comi algo tão bom assim! Disse Nero ao rapaz que respondeu em seguida:_ Foi minha mãe que preparou para nós, ela disse para eu chamar vocês, mas eu preferi esperar que acordassem quando quisessem, pois precisavam muito de descanso._ Ainda bem que você pensou assim Diego, pois estávamos exaustos, toda essa confusão nos deixou como mortos! Disse Nero ao companheiro. _ Nunca pensei que a vida de vocês era tão alucinante! Disse Lidiane sorrindo para Diego.Assim seguiu mais aquela noite, todos estavam felizes, mas nada tirava da cabeça deles que uma grande batalha se aproximava, a maior delas talvez... O que fariam? Conseguiriam derrotar Astros e sua horrenda criatura? Muitas perguntas eram lançadas no ar, e nenhuma resposta poderia naquela hora, confortar o coração daqueles jovens aventureiros.No dia seguinte..._Acorda Diego! Já são quase sete horas da manhã, e temos muitas coisas para fazermos, venha, pois todos já o aguardam no salão de festas... Disse Beatriz.Ao descer as escadas, o rapaz se deparou com todos os seus amigos assentados no chão, sorrindo e brincando com Escube e Pituchinha, que corriam todos satisfeitos de um lado para o outro sem se incomodarem com mais nada..._ Bom dia Diego! Disse Cecília acenando para o rapaz._ Bom dia Cecília, e bom dia para os demais também, espero que tenham dormido bem!_ Dormimos sim, e você nem imagina o que foi que nós descobrimos... Disse Nero com os olhos arregalados olhando diretamente para o rapaz..._ Credo Nero, mas que cara é essa rapaz? Indagou Diego assustado.Foi então que o jovem se pôs a contar a mais nova descoberta que fizera..._ Bem Diego, foi pura sorte, nunca poderia imaginar que isso seria possível!

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_ Conta logo Nero e pare de rodeios, não suporto essa sua enrolação... Disse o rapaz abraçando seu cãozinho de estimação.Foi então que Nero se pôs a falar de sua mais nova descoberta, aquilo sim mudaria completamente a direção da história..._ Bem Diego, é o seguinte, lembra da livraria que você disse que existia na rua da esquina? Pois bem, resolvo entrar lá para conferir, pois achei muito estranho que ela desaparecesse da noite para o dia, foi então que..._ Que... Disse Diego ansioso._ Que eu me deparei com isso...Ao olhar para as mãos do rapaz, Diego vê um estranho livro, foi então que perguntou a Nero:_ O que é isso?_ O que isso Diego? Você não descobriu ainda? Questionou Lidiane segurando a mão do rapaz. E continuou: Isso é o diário do rei Astros! Tudo que você imaginar está ai, desde a criação de Opemack até a sua suposta vitória...O rapaz ficou pasmo, poderiam finalmente descobrir qual era o ponto vulnerável do rei e destruí-lo assim como sua terrível criatura. Diego tratou logo de abrir o diário e começar a estudar o mesmo, foi então que disse em tom audível:_ Aqui! Encontrei..._ Encontrou o quê Diego? Perguntou Kellyn.O rapaz havia encontrado o ponto fraco do rei Astros. Foi então que lentamente começou a ler o que estava escrito para seus amigos:

Eu, Rei e astrônomo Astros, de próprio punho escrevo essas coisas para que saibam que não haverá amanhã para a maioria dos seres viventes nessa terra, todos os que não se curvarem para mim sofreram e morreram sem piedade, estou finalizando todo o processo de libertação de meu mais novo bichinho de estimação, uma criatura horrenda e macabra, mas que estará a meu inteiro dispor. Descobri que para dominar ela, basta que eu aplique um pouco do meu sangue nela, e esse processo deve se repetir pelo menos a cada sete dias, do contrário perderei todo o meu domínio sobre ela. Opemack é o único ser o qual eu temo, pois somente ele pode de fato me destruir, então tive que dominá-lo, pois assim não terei que temer mais nada nessa vida. Vou reunir as ampulhetas que me faltam, assim libertarei todo o exército de Opemack e com ele dominarei toda a terra.

_ Nossa Diego! O que vamos fazer? Perguntou Lidiane._ Simples... Vamos encontrar Opemack e aplicar um pouco do meu sangue nele, assim ele irá me abedecer e poderemos destruir Astros de uma vez por todas..._ E se não der certo Diego, você correrá risco eminente de morte! Disse Guto.

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_ Sei disso, mas será um risco que teremos que correr. Não vejo outra alternativa, eu fui o responsável em ajudar Astros a entrar em nosso mundo e eu farei com que ele seja destruído, dom contrário toda a humanidade e tudo o que conhecemos serão aniquilados...O rapaz tinha mesmo razão, a grande batalha se aproximava e essa disputa não poderia aceitar mais de um vencedor. Começaram então a se prepararem para lutarem contra Astros, encontrá-lo seria fácil, pois com certeza o rei Astros estava trás deles e mais cedo ou mais tarde eles seriam encontrados... Tinham então que pensar em algo e rápido, pois a qualquer momento o rei poderia surgir diante deles..._ Aqui está Diego. Disse Lidiane._ Obrigado prima, essa está perfeita..._ O que é que está perfeita Diego? Perguntou Sheila._ Isso Sheila...Era uma seringa médica para que ele pudesse retirar seu próprio sangue e tentar aplicar em Opemack. Não seria uma tarefa fácil, porém, era a única alternativa que tinham de destruir Astros._ Certo Diego, imaginemos que você consiga aplicar esse sangue na criatura e ela destrua Astros, o que faremos com ela posteriormente?Foi um momento de profundo silêncio, até que a mais nova integrante do grupo; Cecília, levantando os olhos disse:_ Galera! É simples! A gente a destrói com os espelhos, não foi vocês mesmo que disseram, que o ponto fraco dela é seu próprio reflexo? Pois bem, faremos isso.Ficou combinado então que Diego aplicaria seu sangue no monstro, depois daria ordem para Opemack destruir Astros e logo em seguida ele seria conduzido a uma sala coberta de espelhos, assim não teria como escapar...E foi exatamente o que resolveram fazer...

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Capítulo 14A Morte do Rei Astros

Era manhã do mês de agosto, o sol mais uma vez fazia um imenso espetáculo ao nascer entre as emolduradas montanhas de Pedra Azul. Os jovens aventureiros mal podiam imaginar que aquele dia seria o mais esplêndido que já tiveram...Tudo parecia estar em seu devido lugar, com exceção das mentes dos jovens, que não pensavam em outra coisa a não ser vencer essa grande batalha... Tudo estava preparado para a batalha final, Diego colocou a seringa dentro do seu bolso para usá-la apenas instantes antes de aplicar o sangue em Opemack, os espelhos estavam escondidos atrás do velho armazém beneficiador de arroz, e os demais fizeram uma grande roda e distraidamente brincavam, tendo no centro da roda que formaram, as três ampulhetas e o amuleto de Astros, fizeram tudo conforme combinaram na esperança de atrair Astros e seu monstro.Aquela armadilha daria certo? Eles iriam aparecer? Conseguiriam êxito? Muitas perguntas e nenhuma resposta. Os cãezinhos corriam de um lado para o outro latindo e de vez em quando eles mordiam a parte de baixo das calças de Nero e puxavam, como se quisessem dizer algo, mas Nero não se importou, estava mais preocupado pensando em sua armadilha...O tempo passou... Uma, duas, três horas e nada até que..._ Pessoal! Vejam... Disse Nero apontando em direção ao horizonte...Se tratava de um enorme ser com uma gigantesca abertura de asas, que parecia voar na velocidade de um relâmpago..._ Vejam, é Opemack, dê um sinal a Diego, rápido... Gritou Guto.Deram o sinal ao jovem que corajosamente pegou a seringa e sem pensar duas vezes a inseriu em seu braço e retirou um pouco do seu sangue, que talvez fosse a última chance que tinham de acabar com Astros e seus biabólicos planos..._ Pronto! Retirei... Agora façam como combinamos. Disse Diego.Lidiane foi então e começos a correr ao redor dos jovens que a essa altura estavam todos assentados no chão, em forma de círculo, ao redor das ampulhetas e do medalhão, de repente Astros se aproxima ferozmente e grita:_ Onde está Diego?Ninguém ousou responder, foi então que a fúria do rei se ascendeu mais e mais e ele descendo das costas de Opemack, caminhou para o lado dos jovens e esbravejou:_ Estão surdos? Não me ouviram perguntar? Onde está aquele maldito garoto?Calmamente Lidiane se levanta e diz:_ Bem, ele não está mais conosco..._ Como assim? Perguntou Astros.

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_ É isso mesmo que você ouviu, ele não faz mais parte do nosso grupo, ele se foi, pois se julgou ser melhor do que todos nós e partiu sem dizer aonde ia...O rei por alguns instantes permaneceu em silêncio, como se pudesse perceber que alguma coisa estranha estava acontecendo, foi então que de súbito agarrou a jovem pelo braço e gritou:_ Diegoooooooooo... Saia já de onde você estiver, ou então farei picadinho dessa sua namoradinha...Todos estavam aterrorizados, mas o rapaz não apareceu...Sem saber o que estava acontecendo, Diego cautelosamente se esquiva por entre as pedras, procurando uma melhor posição, a qual pudesse aplicar seu sangue em Opemack e torcer para que pudesse dar certo. Continuou então, até que já estava bem próximo, mas não poderia se aproximar mais, do contrário seria visto por ela e poria todo o plano por água abaixo. O que faria? Como aplicaria seu sangue em Opemack sem ser visto antes e morrer devorado? Estava ainda a pensar quando de repente Escube e Pituchinha começaram a latir e a correr na frente do mostro. Era tudo que Diego precisava, um instante de distração de Opemack, não teria outra chance como aquela, então, corajosamente ele salto por detrás das pedras e em um único golpe, aplica o sangue nas costas da criatura que ferozmente o golpeia com sua calda; o rapaz voa a mais de dez metros de distância quase desacordado.Opemack então começa a rolar descontroladamente pelo chão e todo o esforço que Astros fez para controlá-lo foi inútil... _ Diego, levanta, rápido, precisamos de você, afinal é você agora quem comanda Opemack, rápido, não temos mais tempo...Diego se levanta então, todo sujo e com a testa e nariz sangrando, se aproxima do mostro e..._ Opemack! Quieto... Gritou Diego.O mostro então se volta para o rapaz e vai a sua direção. Sua boca cuspia pequenas fagulhas de fogo, e suas narinas saía fumaça que mais parecia enxofre saltando de um vulcão em erupção... Seria o fim dói rapaz? Grande foi à apreensão. Astros gritava desesperadamente para que Opemack o obedecesse, mas todo seu esforço foi em vão, a criatura já não o reconhecia mais como seu mestre... Diego então apontando o dedo para O rei Astros grita:_ Opemackkkkkkkkkkkkkk, destrua esse homem agora...Lançando as mãos no amuleto de Astros, Diego o joga dentro da enorme boca do dragão, que com um único golpe aniquila e põe fim a vida do tão temível Rei Astros...Antes de morrer Astros faz uma declaração surpreendente:_ Idiotas, podem ter me destruído, mas logo essa criatura ficará fora de controle e não terão nada que poderão fazer para derrotá-la, se porventura ela conseguir libertar o grande exército de Opendrou, será o fim de toda a raça humana... Ao terminar suas palavras o rei Astros fecha seus olhos para essa vida.Teriam agora pouquíssimo tempo para destruir Opemack, pois o efeito do sangue de Diego já estava acabando e aplicar outra dose não estava em seus planos._ Rápido! Para a oficina, é nossa única chance... Gritou Diego aos demais...

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Foram então correndo para a oficina, os cãezinhos foram os primeiros a entrar e logo em seguida os jovens aventureiros. Permaneceram no centro da oficina e de repente a criatura atravessa as paredes como se fossem feitas de papel, ninguém mais a poderia dominar..._ Pessoal, esperem ela se aproximar mais e não se mexam, temos apenas uma chance e não podemos desperdiçá-la... Gritou Diego.Ao se aproximar dos jovens, Diego heroicamente salta na frente de seus amigos e grita:_ Lidianeeeeeeeeeeee, agora...Nesse momento a moça puxa uma corda que estava segurando cobertores que cobriam os espelhos na parede. Ao ver que caíra em uma armadilha, Opemack tenta se esquivar, mas já era tarde demais, o salão estava repleto de espelhos... Parecia que todos os espelhos de Pedra Azul estavam naquele mesmo lugar..._ Rápido, vamos sair daqui... Disse Guto puxando Cecília pelo braço.Saíram todos correndo do salão e tudo o que podiam ouvir eram os gritos de agonia de Opemack, que logo cessaram... Finalmente toda aquela jornada chegara ao fim...Com a morte do rei Astros e de Opemack, tudo voltou ao normal. Foi então que Guto sabiamente disse:_ Pessoal, ainda não acabou...Todos arregalaram os olhos e disseram:_ Como assim não acabou? Astros e Opemack estão mortos, o que mais falta?_ Simples meus amigos, veja o que temos em mãos...Nero se referia as quatro ampulhetas mágicas. Pela primeira vez em mais de mil anos elas estavam juntas outras vez e ninguém poderia prever o que poderia acontecer se porventura elas caíssem em mãos erradas. Teriam sim que destruí-las e pôr fim as fantásticas viagens no tempo..._ Nero! Chamou Diego..._ Diga amigo, o que você quer?_ Posso te pedir somente uma coisa antes da gente destruir as ampulhetas?_ Claro que sim, diga...

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Capítulo 15A Última Viagem

O último pedido do jovem aventureiro a Nero foi simplesmente fantástico... O jovem Diego pediu que todos fizessem uma última viagem para o futuro, para que assim pudessem ter certeza de que a Terra estava segura e totalmente habitável. Todos concordaram com o jovem e trataram logo de se prepararem para essa derradeira viagem que com certeza seria a mais bela de todas.Tudo pronto... Restara agora apenas escolher o lugar em que queriam chegar. E não demorou muito Lidiane foi logo falando:_ Pessoal, lógico que nós vamos até Pedra Azul no ano de 2147, porque haveríamos de ir para outro lugar? Todos concordaram imediatamente com a jovem e após escutar todas as incontáveis recomendações de Beatriz, se assentaram ao redor da Ampulheta que Diego ganhara na livraria e... Lá se foram pelo grande redemoinho do tempo!_ Uau! Onde estamos? Perguntou Lidiane._ Como assim onde estamos amigas? Questionou Kellyn. Foi você mesma que deu a idéia horas... Estamos no mesmo lugar, porém séculos a frente de nossa época._ Sei disso amiga! Mas é que está tudo tão bonito! Nem parece aquela terra devastada de outrora...Foi então que Diego interrompeu:_Graças a Deus por isso! É sinal de que finalmente podemos descansar... Valeu todo nosso esforço. Opemack e Astros estão mortos e o mais importante... A terra está mais bela do que nunca!Ficaram deslumbrando aquele paraíso por duas longas horas e meia que para cada um deles passou como se fosse segundos, e finalmente a ampulheta dava sinal de que estava na hora de voltar, aquela sim seria a última viagem que fariam pelo tempo, as lágrimas eram visíveis nos olhos de cada um deles, até mesmo os cãezinhos estavam quietos dessa vez, eles que foram tão importantes nessa jornada agora pareciam entender a profundidade daquele momento e permaneciam imóveis olhando seus donos, apenas Escube balançava seu rabinho, bem de leve..._ Pessoal, vamos dar as mãos, pois falta apenas mais um minuto para voltarmos em 1928, não vamos ficar tristes, pois, fizemos o melhor e a terra está em segurança.Bastou que Diego fechasse a boca e o grande redemoinho os tragou de volta ao ano de 1928 bem no centro de Pedra Azul. Eles caíram justamente nos bancos da praça, onde puderam acompanhar o Lindo pôr-do-sol que tantas vezes inspirou romances e belas histórias contadas somente nos seios de Pedra Azul._ Lidiane... Chamou Diego a puxando para longe de seus amigos.

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_ Sim Diego, diga..._ Posso saber qual foi seu pedido aquele dia em que você avistou aquela estrela cadente?_ Sim, mas com uma condição. Respondeu a moça abrindo um lindo sorriso para o jovem._ Que condição Lidiane?_ Só se você me contar o que foi que desenhou nas paredes daquela gruta quando estávamos perdidos no passado...O rapaz ficou alguns instantes em silêncio e foi então que tomando coragem disse:_ Tudo bem, eu conto... Eu desenhei nós dois..._ Nós dois? Como assim?_ Desenhei a gente se casando... Você e eu!A moça abaixando a cabeça sorriu entre os lábios, foi então que Diego lhe disse:_ Certo, já lhe contei sobre meu desenho, agora me diga o que foi que você pediu..._ Tudo bem, simples Diego, para que seu desenho se torne realidade, primeiro o pedido que eu fiz naquele dia tem de se tornar realidade também... Eu Pedi para aquela estrela que você se tornasse meu namorado! Meu eterno namorado!Foi um momento de profundo silêncio, os demais só observavam ao longe, ninguém ousou interromper aquele momento sagrado, e finalmente ambos se abraçaram em sinal de aceitação e a festa foi completa naquela noite...As ampulhetas foram lançadas em um alto forno de uma grande siderúrgica e não sobrou nem pó delas, finalmente as poderosas chaves do tempo estavam destruídas...Diego e Lidiane começaram então um lindo e duradouro namoro, Nero, Kellyn e Sheila foram conhecer o estado de Minas Gerais, pois Nero tinha muitos parentes que moravam ali, Nany se tornou pintora de belos quadros onde retratava apenas sua linda e saudosa cidade natal, Cecília e Guto se tornaram animadores de festas infantis, os cãezinhos como de costume viviam fazendo algazarra com tudo o que encontravam pela frente e quando menos imaginavam, Guto e Cecília aparecem com um estranho mapa de uma Civilização muito antiga, extinta há muitos séculos, foi então que se entreolharam e resolveram embarcar nessa nova aventura... Mas; isso é assunto para outra história!

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