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TRANSPLANTIO CHINÊS Página 11, 12 e 13 TERESINA - PI, MARÇO DE 2010 Nº 23 ANO VI n n A cura do câncer Página 4, 5, 6, 7, 8 e 9 TRANSPLANTIO CHINÊS Página 11, 12 e 13 A cura do câncer Cientistas brasileiros des- cobrem que o Aveloz, planta bastante encontrada no Piauí, pode matar células tu- morais e estabelecer a vida de pacientes terminais Trazida da China, a técnica que consiste no plantio de mudas adultas, está sendo realizada nas principais ave- nidas de Teresina Cientistas brasileiros des- cobrem que o Aveloz, planta bastante encontrada no Piauí, pode matar células tu- morais e estabelecer a vida de pacientes terminais Trazida da China, a técnica que consiste no plantio de mudas adultas, está sendo realizada nas principais ave- nidas de Teresina Página 4, 5, 6, 7, 8 e 9

A cura do câncer - Fapepi PI...morais e estabelecer a vida de pacientes terminais Trazida da China, a técnica que consiste no plantio de mudas adultas, está sendo realizada nas

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TRANSPLANTIOCHINÊS

Página 11, 12 e 13

TERESINA - PI, MARÇO DE 2010 Nº 23 ANO VIn n

A cura do câncer

Página 4, 5, 6, 7, 8 e 9

TRANSPLANTIOCHINÊS

Página 11, 12 e 13

A cura do câncer

Cientistas brasileiros des-cobrem que o Aveloz, plantabastante encontrada noPiauí, pode matar células tu-morais e estabelecer a vidade pacientes terminais

Trazida da China, a técnicaque consiste no plantio demudas adultas, está sendorealizada nas principais ave-nidas de Teresina

Cientistas brasileiros des-cobrem que o Aveloz, plantabastante encontrada noPiauí, pode matar células tu-morais e estabelecer a vidade pacientes terminais

Trazida da China, a técnicaque consiste no plantio demudas adultas, está sendorealizada nas principais ave-nidas de Teresina

Página 4, 5, 6, 7, 8 e 9

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Do mito à pesquisa científicaOO

estudo científico sobre as propriedades de plantas

com fins curativos é uma busca e um desafio para

os cientistas da área, visto que várias doenças ainda

são uma interrogação no mundo moderno. O interesse pelas

drogas de origem vegetal tem sido crescente, tanto que em

mais uma edição estamos abordando estudos que visam à des-

coberta de medicamentos à base de plantas medicinais.Na primeira edição do Sapiência, em 2004, foi destacada

uma reportagem sobre as propriedades fitoterápicas do cane-leiro, árvore comum no Piauí, cujo estudo envolveu umaequipe do Núcleo de Pesquisa em Plantas Medicinais - NPPMda UFPI. Na edição de nº 10, o tema foi mais aprofundado eapresentou os avanços das pesquisas comprovando as poten-cialidades terapêuticas do caneleiro.

Nesta edição de número 23, a abordagem passa a ser depesquisas de grandes laboratórios nacionais sobre uma plantamedicinal muito comum no Piauí - o Aveloz - mais conhe-cida, no Estado, como cachorro-pelado.

Os estudos científicos visando à descoberta de um me-dicamento seguro e eficiente para o tratamento de muitasdoenças, principalmente contra o câncer ainda estão pro-tegidos sigilosamente e nem mesmo publicações relativasaos resultados dessas pesquisas foram apresentadas. Aplanta aveloz tem o princípio ativo do primeiro medica-mento nacional para o tratamento de câncer, como estamosdestacando nesta edição, que é o AM10. As pesquisas sãorecentes, iniciadas há apenas seis anos e os avanços já pas-sam da fase 2, ou seja, em pouco tempo a comunidade in-ternacional divulgará se o mundo contará ou não com oprimeiro medicamento oncológico disponível no mercado.

Também nesta edição, destaca-se a reportagem sobre atécnica do transplantio chinês, em que Teresina foi pioneirana sua implantação. A técnica consiste no plantio de mudasde plantas adultas e traz como ponto forte o alto nível de so-brevivência. A vantagem desse método é que haverá umganho de tempo na revitalização da área verde da cidade,

tendo em vista que será suprimido o tempo de crescimento emanutenção da planta, com um ganho médio de seis anos.

A ciência tem dado passos cada vez mais largos quandoo assunto é o aproveitamento da riqueza vegetal para benefí-cio do homem. Estima-se que 2/3 da diversidade biológicamundial estejam nas zonas tropicais, sendo representada noBrasil por aproximadamente 55 mil espécies de plantas su-periores. Dentre estas, os recursos genéticos constituídospelas espécies de interesse socioeconômico atual e com po-tencial fitoterápico representam um grande patrimônio na-cional. A ciência moderna desmitifica os conhecimentospopulares, enraizados no cotidiano da sociedade, por meioda medicina popular e, somado aos conhecimentos tecnoló-gicos que dispõe, passa a transformar o que antes era ummito em resultados científicos promissores.

Márcia Cristina e Roberta Rocha

Relatividade não muito relativa

ÉÉcomum, em nosso cotidiano, que con-ceitos de teorias científicas passem aovocabulário usual, com sentido distor-cido e aplicado de maneira irresponsá-vel, com apoio pressuposto do

argumento de autoridade.O caso mais gritante é o do “darwinismo

social” que, ao se valer de teoria científica, procura legi-timar preconceitos e mecanismos de dominação entre gru-pos étnicos e sociais. Felizmente, caiu em merecidodescrédito, de modo que sua relevância atual é nula, sendodigna de repúdio.

Entretanto parece que Darwin hoje incomoda tantoquanto Galileu à sua época. Alguns pretendem dar ao “Cria-cionismo” status de ciência, colocando-o como teoria alter-nativa ao “Darwinismo”. Nada mais pobre, do ponto de vistaespiritual e intelectual, do que confundir a ciência com a fé.

A fé é foro íntimo, de cada um. As diversas religiõesdevem ser respeitadas, cada uma com seus dogmas. A ciêncianão é uma alternativa à religião, porém conhecimento deoutro tipo.

Ciências mudam todos os dias, podem questionar-se,aprimorar-se continuamente. A ciência busca o entendimentoda natureza e não há nesse ato qualquer atitude de crença oudescrença em dogmas religiosos.

Assim, Darwin é vítima do obscurantismo, pois suasideias tendem a ser negadas pelo público, digamos, leigo oupseudocientífico, como se pertencessem a um lado diabólicoda humanidade. Há, entretanto, uma vítima positiva do obs-curantismo: Albert Einstein.

Lido por poucos, virou lenda e com isso a ele se atribuemideias estapafúrdias, com frases repetidas à exaustão, em li-vros de autoajuda. Vamos lá, quer ganhar uma pendenga?Diga sério uma besteira atribuindo a Einstein. Quase todosvão acreditar, porque só poucos verificam.

A mais engraçada é a relatividade: “Tudo é relativo”,dizem os leitores descuidados, e um interminável rolo de en-ganos vai subscrever-se à glória de Einstein.

Galileu, que passou maus bocados nas mãos de obscu-rantistas, entre seus vários trabalhos, enunciou o “Princípioda Relatividade” que diz: “As leis físicas são as mesmas paraqualquer referencial inercial.”. Ou seja, o chamado princípioda relatividade fala de invariância de leis, mesmo que os re-ferenciais produzam medições diferentes para certas grande-zas físicas.

O que Einstein procurava, quando enunciou sua “teoriada relatividade especial”, era salvar o princípio de Galileu,quando aplicado às leis do eletromagnetismo, que haviamsido brilhantemente sintetizadas por Maxwell, durante o sé-culo XIX. Parecia, inicialmente, que as leis do eletromagne-

tismo não eram descritas da mesma maneira, quando se mu-dava de referencial.

Ao unificar os resultados de Michelson e Morley sobreo fato de que a luz não necessita suporte material para sepropagar com as equações de Lorentz para cálculo de velo-cidades relativas e com o fato da velocidade da luz indepen-der do referencial, concluiu que as leis do eletromagnetismotambém são as mesmas para todos referenciais inerciais.

Sabe-se que, como todo ser humano, Einstein, ao longode sua carreira, errou certas coisas, da mecânica quântica,sobretudo. Seu erro maior, contudo, foi ter mantido o nomede “teoria da relatividade” para seu trabalho e não mudá-lopara “teoria da invariabilidade”. O nome chamaria menos aatenção dos meios comunicativos, mas evitaria o “einstei-nismo social”.

Todavia, há uma possível analogia entre a noção eistei-niana de “invariabilidade” e os fenômenos sociais. Real-mente, há variações de valores de cultura para cultura, maso que há de essencial para o homem – respeito à liberdade,acesso ao conhecimento e, principalmente, direito à vidacom dignidade – independe de qualquer referencial social.

José Roberto Castilho Piqueira*

Nº 23 Ano VI Março de 2010

ISSN - 1809-0915

Informativo produzido pela

Fundação de Amparo à Pesquisa

do Estado do Piauí - FAPEPIPUBLICAÇÃO TRIMESTRAL

DIRETOR EDITORIALAcácio Salvador Véras e Silva

CONSELHO EDITORIALAcácio Salvador Véras e SilvaFrancisco Laerte J. Magalhães

Wellington LageREVISÃO DE TEXTO

Assunção de Maria S. e SilvaEDITORA

Márcia Cristina

REPORTAGEM E FOTOSMárcia Cristina (Mtb -1060)Roberta Rocha (Mtb - 1856)

IMPRESSÃOGrafiset Gráfica e Editora

TIRAGEM6 mil exemplares

PROJETO GRÁFICOTony Cesar (86) 8832-5057

PARA CRÍTICAS, SUGESTÕES E CONTATO:[email protected] - [email protected] - www.fapepi.pi.gov.br

OU PELOS TELEFONES:(86) 3216-6090 - Fax: (86) 3216-6092

A r t i g o

Valorizando o que não tem valor: aspectos sociais e conservacionistas

AAdegradação dos recursos ambien-tais imprime forte influência para avida e há poucos anos essa questão

começou a ser percebida como um pro-blema humano a ser enfrentado com certaurgência. Para a maioria dos pensadoreseconômicos, a natureza era vista comofonte de bens ambientais e receptora dosrestos provenientes do uso de seus produ-tos. Ademais, os países desenvolvidossomam aproximadamente 25% (ou poucomenos) da população mundial, entretanto

consomem por volta de 90% (ou talvez mais!) dos recursosnaturais e esse mesmo mundo desenvolvido responsabiliza-se por 70% das emissões de CO2 na atmosfera.

Modelo sistêmico da organização social de produção comutilização dos recursos ambientais (Figura extraída e modi-ficada do livro ‘O valor da natureza’, de Mota, J. A. 2001).

O uso desenfreado dos recursos se dá de ma-

neira incompatível com sua regeneração e começa a serpercebido e noticiado em grande escala pela imprensamundial. O desenvolvimento mundial enfrenta limites fí-sicos. E a capacidade de suporte do planeta em absorver apoluição e o lixo produzido, bem como de fornecer recur-sos naturais, é findável e deve ser levada em consideração.Questões como o aquecimento global, efeito estufa, des-matamento florestal e extinção de espécies silvestres ga-nham notoriedade e direcionam ao comprometimentosocial com o desenvolvimento sustentável. Esse termo, ori-ginado de ecodesenvolvimento, difundido na Conferênciade Estocolmo e criado por Ignacy Sachs, da escola de AltosEstudos em Ciências Sociais (EHESS) de Paris, é enten-dido como a capacidade de gerações presentes alcançaremsuas necessidades sem comprometer a capacidade de futu-

ras gerações também o fazê-lo. Sobre o atual de-senvolvimento econômico, o pesquisador eeconomista Clóvis Cavalcanti, em seu bom artigointitulado ‘Uma tentativa de caracterização daeconomia ecológica’, publicado no periódico Am-biente & Sociedade em 2004, observou que não sepode mais tratá-lo como sinônimo de crescimento,já que a natureza e seus ecossistemas impõem li-mites à oferta de seus recursos.

Com o começo da aceitação da idéia de queos recursos ambientais são finitos, o uso de téc-

nicas para compor um valor para o meio ambiente tomacorpo e objetiva preencher lacunas existentes já que taisrecursos do meio ambiente não têm valores fixados emnossos mercados convencionais, tornando extremamente

difícil a aplicação de penalidades a um determinadodano ambiental. Um clássico exemplo do sucesso da uti-lização desse método em propor um valor a um ativoambiental foi realizado em 1989, quando um grande pe-troleiro da multinacional Exxon Corporation encalhouno sudeste do Alasca, Estados Unidos, e derramou mi-lhões de litros de óleo cru em suas águas. Milhares deaves, peixes e animais marinhos morreram, trazendo sé-rios danos ambientais e prejuízos a pescadores locais,além do desconforto causado à população mundial coma divulgação das imagens do desastre. Após instalaçãode um processo judicial para punir culpados, os advo-gados ambientalistas, através de método de valoraçãomonetária do ambiente, calcularam o prejuízo do danoambiental em torno de três bilhões de dólares. Apósacordo com a Exxon Corporation, declarada culpada,aceitou o pagamento de 1,1 bilhões de dólares em inde-nizações além dos custos com a retirada do óleo nosmares e nas praias. Para a época, foi considerado uma‘vitória ambiental’ sem precedentes.

Por fim, pesquisas direcionadas a compor um valorpara um bem ambiental (uma mata nativa tropical, umaplanta medicinal, ou ainda o lobo-guará ou o urso-panda)podem apresentar-se como eficientes propostas para pla-nos futuros de conservação e manejo sustentados, e dessaforma, diminuir o impacto que tais recursos sofrem coma extração desordenada e frear os processos de extinção.

*Prof. Dr. da UFPI – Campus de Bom [email protected]

Cinema e filosofia: sobre o documentário

BBill Nichols inicia o primeiro ca-pítulo do seu livro Introductionto documentary (2001) com a

afirmação a seguir: “Todo filme é umdocumentário” (NICHOLS, 2001, p. 5).Tal afirmativa que, a meu ver, sustentaum caráter eminentemente filosófico,abre-nos uma possibilidade de pensar ocinema partindo do seu traço documen-tal próprio e comum a todo e qualquerfilme. Nesta perspectiva, este artigopretende problematizar o seguinte:lidar filosoficamente com as narrativas

cinematográficas requer, antes, uma elucidação domodo como o documental se manifesta; isto é, pensaro cinema significa analisar conceitualmente o quantode documentário está efetivamente presente nos filmes.

A pergunta filosófica pelo documental surge com aelucidação de um elemento comum, ou seja, possibili-tado pelo ultrapassamento da distinção tradicionalentre ficção e documentário. Esta distinção, discutidapor muitos teóricos importantes como, por exemplo,John Grierson, baseia-se na relação estabelecida como mundo real, ou seja, enquanto o documentário seocupa com as “cenas vivas”, a ficção, ou melhor, osfilmes nos quais a realidade é inventada pelo rotei-r is ta , muitas vezes f i lmado em estúdio, ignora o

“mundo real vivido”. Neste sentido, poderíamosdizer que somente o documentário estaria interessadona vida real; e a ficção, ao contrário, trataria de his-tórias imaginadas.

A afirmação de Nichols supracitada remete-nos auma dimensão anterior à distinção tradicional entre aficção e o documentário, pois, no próprio modo de pro-dução dos filmes – independente do tratamento da “vidareal” ou da realidade imaginada por algum roteirista –o caráter documental encontra-se presente, pois todofilme estará sempre inserido em um momento histórico,suscetível a variadas apreciações, o que já apontariauma dimensão genuinamente documental. Neste sen-tido, a partir do argumento de Nichols, o mundo real noqual vivemos será sempre uma referência para o ci-nema, seja ele de ficção ou não.

Pensar todo filme como essencialmente documentalfaz justiça a uma tendência cada vez mais comum aocinema contemporâneo: a fronteira tradicional entredocumentário e ficção encontra-se cada vez mais pro-blematizada pelo próprio cinema. Podemos afirmarque, se ainda estivermos ligados à distinção tradicio-nal, não conseguiríamos classificar novas produçõesnem como documentário e muito menos como ficção;a referência ao mundo vivido é cada vez mais presenteno cinema atual.

A atual situação do cinema brasileiro serve como

exemplo da condição documental própria de todofilme defendida por Nichols. Poderíamos citar, porexemplo, o filme Central do Brasil (1998) de WalterSalles e sua origem em um outro filme anterior tam-bém de Walter Salles, Socorro Nobre (1995). Classifi-car Central do Brasil como apenas ‘ficção’ seriaignorar alguns elementos essencialmente documentaispresentes no mesmo. Entre estes elementos, ressaltoum, diversas vezes comentado pelo próprio Walter Sal-les: não seria possível pensar o filme Central do Brasilsem a herança documental originada em SocorroNobre. É a história “real” do encontro de uma presi-diária (Socorro Nobre) com um artista plástico (FransKrajcberg) mediado por uma carta que vai orientar ocaminho “ficcional” do desencontro das cartas emCentral do Brasil.

A condição fronteiriça dos filmes atuais (como osde Walter Salles) ilustra e problematiza a afirmação deNichols, pois, se todo filme é documentário, um ele-mento central pode ser reafirmado, a partir desta reno-vada compreensão do cinema: os filmes semprepretenderão sugerir um novo olhar sobre a realidade,ou seja, o cinema sempre pretenderá discutir e recons-truir nossos modos de ver o mundo vivido.

*Professor da UFPI - Campus de Picos [email protected]

Julio M. Monteiro*

Gustavo S. Batista*

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*Professor Titular da Escola Politécnicada Universidade de São Paulo

[email protected]

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AO LEITOR

EDITORIAL ARTIGO

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Os pesquisadores -Luiz Pianowski Filho, Ana Flávia Rabay, Luiz Pianowski e Thais Barbizan

AM10 - medicamento deve chegar ao mercado em 2011AA

caracterização dos efeitos produzidospelos compostos isolados de avelozpode demonstrar quais constituintes quí-

micos presentes na planta poderiam apresentarpotencial terapêutico para o tratamento de inú-meras patologias, incluindo principalmente ocâncer e os processos inflamatórios crônicos as-

sociados à dor. Sendo assim, Amazônia Fitome-dicamentos em parceria com o laboratório Pia-nowski & Pianowski pesquisaram edesenvolveram o produto AM10 destinado aotratamento do câncer. Com investimentos dainiciativa privada, as investigações são promis-soras e novos produtos fitoterápicos também

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CCada vez mais a ciênciavem tentando descobrir nanatureza medicamentos

visando ao tratamento eficaz eaté a cura de doenças em ani-mais e em humanos. Esta ediçãodo Sapiência vem apresentar umpouco do andamento de algumasinvestigações a respeito do quevem a ser um grande desafiopara os cientistas: a cura dedoenças que ainda são uma incógnitapara o homem.

Ainda envolto em sigilo que a éticae o rigor científico exigem nas diversasfases das investigações, um estudo emespecial, vem despertando a atençãodos pesquisadores e também da socie-dade: a produção de um medicamentoeficaz no tratamento e cura de doençasgraves, como o câncer, oriundo do látexde uma planta muito comum no Nor-

deste brasileiro, o aveloz, cujo nomecientífico é a Euphorbia tirucalli.

A produção de um medicamentoà base da planta já despertou inclusiveo interesse da imprensa noticiosa de-vido aos estudos de mais de seis anosno Brasil, envolvendo uma equipe es-pecializada formada por farmacologis-tas, químicos, médicos oncologistas,entre outros, que comprovaram queum medicamento, ainda em fase detestes, conseguiu curar pelo menos

uma paciente que estava em estadoterminal, vítima de câncer, após sersubmetida a testes com a droga.

Estudos bastante adiantados commedicamentos à base do aveloz mos-traram que a planta, bastante conhe-cida no Piauí, onde recebe o nomepopular de cachorro-pelado, possuimecanismos de reparo das célulasdefeituosas, sendo capaz de inativaras mutações que formam essas cé-

lulas defeituosas; além disso, os me-dicamentos mostraram ser capazesde programar a morte celular de cé-lulas tumorais. Deste modo, a plantadiminui a frequência de danos aoDNA da célula, impedindo a multi-plicação desordenada das células tu-morais e liquidando-as, evitandoentão, a formação do tumor.

A Euphorbia tirucalli é uma plantaarbustiva, originária do sul do conti-

nente africano, que se propagou portodas as regiões tropicais do planeta.Na Índia, por exemplo, é usada paratratar asma, dor de cabeça, neuralgia,reumatismo e dor de dente. Na medi-cina tradicional brasileira, o látex daE. tirucalli é usado para tratar dife-rentes tipos de cânceres, incluindocarcionmas, leucemia, câncer depróstata e de mama. Em vários muni-cípios piauienses, a planta é facil-mente vista e atualmente chega a sercultivada para efeito de estudos. Suaimportância para a ciência é que temsido popularmente utilizada no trata-mento de úlceras, cânceres, tumores,verrugas e outras doenças.

Vários relatos indicam a presençade efeitos tóxicos nesta planta. Muitasespécies da família Euphorbiaceae,assim como o aveloz, secretam umlátex que é rico em terpenos, como osésteres de phorbol, euphol e ingenóis,sugerindo que dentre os seus consti-tuintes químicos, a planta pode apre-sentar tanto efeitos tóxicos, como umgrande potencial terapêutico.

Quanto à toxicidade, os ésteres dephorbol presentes na planta são extre-mamente irritantes e têm sido docu-mentados clinicamente que promovemtumores, induzindo a formação do lin-foma de Burkitt e carcinoma da naso-faringe. A planta possui componentesquímicos como os diterpenos (inge-nóis), que de acordo com a literatura,possuem ação anticancerígena, mos-trando significativa inibição da pro-liferação celular de uma proteínachamada quinase C (PKC), resul-tando em um efeito antiproliferativoe proapoptótico em várias células hu-manas de câncer.

Doses elevadas de aveloz podeminduzir a coagulação sanguínea. Olátex da planta pode ser irritante ecáustico à pele. Se o látex atingir osolhos, pode destruir a córnea. O usoexcessivo da planta pode provocarvários efeitos, incluindo intensaqueimação, pálpebras inchadas, dorardente do globo ocular, visão bor-rada, erosão do epitélio córneo, acui-dade visual diminuída, fotofobia ecegueira temporária.

Testes indicam que o avelozcombate vários tipos de cânceres

Estudos comprovaram que olátex da Aveloz possui grandepotencial anticancerígeno, ouseja, mecanismos de reparo decélulas defeituosas

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Euphorbia tiru-calli é um cactus sucu-lento que pode chegara crescer cerca de10m. Introduzida daÁfrica como umaplanta de jardim,agora é naturalizadaem áreas tropicais eflorestas na Amazônia,Madagáscar e África doSul. O tronco principale ramos são lenhosos emarrons, mas os ramosmais novos são verdes ecilíndricos, parecendo-se muito com lápis e ga-nhando por isso o nomecomum de árvore-do-lápis. Também cha-mada de “petróleoverde" por produzir asubstância – hidrocar-boneto, como a gaso-lina. Esta planta estásendo estudada pelaPetrobras, visto que oshidrocarbonetos produ-zidos por ela poderiamser usados diretamentenas refinarias. Há esti-mativas de produçãode 10 a 50 mil barrisde óleo por hectarecultivado com custo deUS$ 3 a 10 por barril.

extraídos do aveloz estão sendotestados para o tratamento de ou-tras patologias, como as dores decaráter crônico. A expectativa éque até 2011 estejam à venda nasfarmácias. Até aqui, estima-se queos investimentos com as pesquisassejam da ordem de R$ 30 milhões.

Estudos iniciais comprova-ram que o látex do aveloz possuium grande potencial anticancerí-geno. Uma das hipóteses paraessa ação seria o seu efeito anti-tumoral e citotóxico, ou seja, aplanta possui mecanismos de re-paro das células defeituosas e écapaz de inativar as mutações queformam essas células defeituosas,além de programar a morte des-sas células tumorais. Deste modo,substâncias extraídas da plantapodem diminuir a frequência dedanos ao DNA da célula, impe-dindo a multiplicação desorde-nada das células tumorais,liquidando-as, evitando então, aformação do tumor. Nas fasesiniciais, foram realizados estu-dos toxicológicos em camun-dongos e também em cães. Sódepois passaram a ser realizadosem humanos. A análise conjunta

dos resultados demonstrou que oAM10, quando administradoagudamente pela via oral em ca-mundongos de ambos os sexos,apresenta boa tolerabilidade e re-duzido efeitos tóxicos agudosimportantes.

O chefe das pesquisas com oAM10, que já foi patenteado porele e sua equipe de pesquisadores,Dr. Luiz Francisco Pianowski,farmacêutico com doutorado emTecnologia Farmacêutica pelaUniversidade do Porto, disse queo Projeto AM10 é a fração farma-cologicamente ativa, extraída dolátex do aveloz, padronizada em70 – 80% do triterpeno pentací-clico euphol. Em outras palavras,o AM10 é o medicamento qui-mioterápico que pode tratar e pos-sivelmente curar alguns tipos decânceres. É a descoberta mais im-portante da pesquisa, iniciada hácerca de seis anos. Os estudos járealizados comprovaram que aplanta, muito utilizada pela medi-cina popular, ingerida na forma degarrafada para tratamento de vá-rias doenças, tem ação citóxica,porém o AM10 foi mais potenteque a garrafada.

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Aveloz e o combustível

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Células cancerígenasDr. Pianowski faz experimentos com o AM10

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REPORTAGEM

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OOFarmacologista com doutorado pela USP,João Batista Calixto, possuidor de várias pa-tentes no Brasil e no exterior, integra a

equipe de Pianowski na pesquisa com AM10. Seutrabalho foi a avaliação dos estudos toxicológicosagudos e crônicos do produto AM10 em roedores,estudos pré-clínicos. “Realizamos estudos para ten-tar esclarecer o mecanismo de ação antitumoral doproduto e em segunda descobrimos outra ação far-macológica do mesmo, uma importante atividadeanalgésica. Quanto a esse último efeito, concentra-mos nossos esforços para avaliar o mecanismo deação e também o composto responsável pela anal-gesia. Esses estudos continuam em andamento e es-tamos finalizando um trabalho para ser divulgadoem revista internacional com essa descoberta (anal-gesia)”, destacou Calixto, que é professor do Depto.de Farmacologia da Universidade Federal de SantaCatarina-UFSC.

A princípio foram feitos testes para verificar aação analgésica do Euphol (ou AM11) e do AM10.Foram feitos modelos experimentais para avaliar anocicepção (dor) nos animais, conforme explica afarmacêutica da Amazônia Medicamentos, DeniseMollica Marotta. “Três grupos de animais foramtratados localmente (na pata direita e traseira) comalgum mediador inflamatório para induzir a dor in-flamatória, podendo ser aguda ou crônica, três gru-pos de animais também foram submetidos a umacirurgia no nervo ciático para a indução de dor neu-ropática que sempre é crônica, três grupos de ani-mais foram inoculados com algum tipo de célulastumorais na pata para induzir o tumor e entãopoder avaliar a dor causada pelo câncer nesses ani-mais. Após a instalação da dor, sendo ela inflama-tória crônica ou aguda, neuropática ou pós-câncer,um grupo de animais foi tratado com Euphol nadose 30 mg/kg via oral e outro grupo com AM10na dose de 100 mg/kg via oral, e o terceiro gruponão recebeu nada, só foi usado como grupo con-trole. Então os animais foram avaliados em dife-rentes intervalos de tempo para verificar se ostratamentos com Euphol e AM10 foram capazes dediminuir ou até mesmo inibir a dor dos animais”,explicou a pesquisadora.

Os estudos realizados com cães da raça Beaglepara possíveis efeitos tóxicos do produto AM10 uti-lizaram doses de cápsulas em 32 animais, duranteum período de 90 dias. Foram feitas observaçõesclínicas, oftalmológicas, patologia clínica, mensu-ração do peso corpóreo e peso dos órgãos, necrop-sia e micropatologia. Foi constatado que o produtonão causou efeito adverso nos animais.

Já na Fase I, com testes em humanos, oDr. Pianowski atesta que o medicamentoAM10 foi eficaz nos primeiros testes, em pa-cientes terminais de câncer. A primeira fase doteste em humanos foi feita no Hos-pital Albert Einstein,em SãoP a u l o ,há cercade umano. O es-tudo clínicoincluiu pacien-tes com idadeacima de 18anos, capazes detomar a medica-ção oral, com diag-nóstico histológicode tumores sólidosque progrediu apóstratamento convencio-nal e que teve perfor-mance status ECOG naescala menor ou igual adois e uma expectativa devida de pelo menos trêsmeses. O ensaio que incluiuseis pacientes com câncer con-firmou os estudos pré-clínicostoxicológicos, demonstrando no-vamente que o AM10 foi relativa-mente seguro quando usado por viaoral até a dose de 9 mg por dia. Algunspacientes afirmaram que após receberemdoses do AM10 ale-garam sentir menosdores e até tiverammelhoras clínicas, oque comprova tambémas suas atividades anti-inflamatórias.

“Sabe-se pela litera-tura que a planta possuiação anticancerígena. Nósestamos buscando provaressa possibilidade, o quevem se confirmando.Temos comprovado apenasum caso de uma pacienteterminal, que foi curadacom o medicamento produ-zido à base do aveloz”, disse

Testes preclínicos foramsatisfatórios em camundongos e cães

o pesquisador paulista. Pianowski ex-plicou que a droga tem o potencialpara, caso não haja a regressão dadoença, pelo menos conter ou reduziro avanço. Diferentemente do trata-mento com outros medicamentos e daquimioterapia, a forma convencional,que destroem células doentes e sadias,o AM10 se propõe a atuar direto nascélulas doentes, sendo, portanto,menos prejudicial e traumático ao pa-ciente. A fase seguinte do estudo serátestar o medicamento em pacientesque não estejam em estado terminalcom alguns tipos de câncer.

Denise Marotta detalhou que jácomeçou o estudo clínico da fase II,que tem como objetivo avaliar a açãodo medicamento no combate ao cân-cer de mama em mulheres. Esse es-tudo será multicêntrico, realizado emcinco centros de pesquisas diferentes,sendo um deles o Hospital Albert

Einstein e a Benficiência Portuguesa.Foram selecionados para esses estu-dos pacientes com câncer de mamaem um estágio específico da doençae que já tinham sido submetidas aoutro tipo de tratamento.

A equipe que vem realizando apesquisa com o AM10 tem além docoordenador Dr. Luiz Francisco Pia-nowski e do Dr. João Batista Calisto(UFSC), também o Dr. DagobertoBrandão (PHC Brasil), o Dr. Auro DelGiglio (oncologista do Hospital AlbertEinstein), o Dr. Odorico Moraes(UFCE), o Dr. João Ernesto (Uni-camp), a Drª. Maria Lucy Queiroz(Unicamp) e os farmacologistas liga-dos diretamente ao laboratório Pia-nowski&Pianowski Ana FláviaBacchi, Thais Barbisan, Luis Fran-cisco Pianowski Filho, além de DeniseMollica Marotta (Amazônia Fitomedi-camentos).

76 TERESINA-PI, MARÇO DE 2010 TERESINA-PI, MARÇO DE 2010

Uso medicinal do avelozUso medicinal do aveloz

África

Asia

Brasil

Holanda

Índia

Peru

Antiparasita, impotência sexual, picada de cobra, sí-filis e tumores.

Para os ossos quebrados, hemorróidas, dor, inchaçoe ulceração.

Para dores ósseas, hemorróidas, lepra, úlceras do nariz,paralisia e espinhos.

Abscessos, asma, câncer, cólica, tosse, dor de ouvido,nevralgias, reumatismo, dor de estômago e dor de dente.

Para o abscesso, asma, cólicas, constipação, tosse, dorde ouvido, gastralgia, nevralgias, reumatismo, sífilis,dor de dente e verrugas.

Para o abcesso, asma, infecções bacterianas, câncer,constipação, infecções fúngicas, reumatismo, picadade escorpião, cobra, espasmos, sífilis, tumor, os vírus,verrugas, e como um expectorante e irritantes.

Luiz Francisco Pianowski

Coordenador da Pesquisa com o AM10 e

AM11

Luiz Francisco Pianowski

Coordenador da Pesquisa com o AM10 e AM11

[email protected]

Aveloz na região Nordeste

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9TERESINA-PI, MARÇO DE 20108 TERESINA-PI, MARÇO DE 2010

Aveloz: uma esperadacura para o câncerGG

raduado em Farmácia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1979) e Doutorado em Tecnologia Farmacêutica pela Universidade

do Porto, Portugal, 2001, o PhD Luiz Francisco Pianowski é um investigador nato de plantas e suas propriedades farmacêuticas. Desde

a graduação tinha o interesse pela descoberta de fitomedicamentos que pudessem promover a cura de vários males humanos, o que o

levou, há mais de 20 anos, trabalhar em laboratórios farmacêuticos e de pesquisa.

Proprietário da empresa de pesquisa e desenvolvimento farmacêutico Pianowski & Pianowski, em suas consultorias, o pesquisador

atende grandes laboratórios como os: Catarinense, Neo Química e Amazônia Fito medicamentos (Grupo Ypioca).

Dr. Pianowski já foi diretor industrial dos laboratórios Hebron, P&D e Aché. Como pesquisador, sua atividade principal é o desenvolvi-

mento de fitoterápicos que já se encontram no mercado; também faz palestra em território nacional e internacional. Possui patentes regis-

tradas no Brasil e no exterior e coordena a pesquisa de uma droga anti-neoplásica, hoje em estudo clínico. Tem livros publicados e participação

em bancas de mestrado e de doutorado.

Sapiência – Sabe-se que já existemtestes sendo realizados com huma-nos. Já existe algum resultado pro-missor? Estas pesquisas já resultaramem patentes?

Pianowski – Os testes da fase II come-çaram agora em janeiro, porém nãotemos como saber ainda. Creio quemarço será um mês que poderemos co-nhecer alguns resultados e espero quesejam bons.

Sapiência – Sendo uma planta alta-mente tóxica, capaz de provocar váriosefeitos maléficos no organismo hu-mano, inclusive cegueira, como se ex-

plica que pessoas leigas, sem o auxí-lio da tecnologia de ponta que a ciên-cia moderna dispõe, há muito tempoatrás, já tenha descoberto os benefí-cios de remédios curativos produzidosa partir da planta?

Pianowski – De uma maneiraempírica não deixou de ser umteste, onde creio que nos séculosatrás muitas se queimaram, per-deram a visão e outras morre-ram. Mesmo assim aqueles quea usam dessa maneira podem terproblemas, pois na mesmaplanta que tem a cura, possuimoléculas que causam o câncer.

Sapiência – Quando poderemos ver nomercado um medicamento eficaz produ-zido à base do Aveloz, que venha, pos-sivelmente, ser uma cura contra doençasperigosas, como o carcinoma?

Pianowski – Sendo muito otimista esseano, e pessimista o ano que vem.

Sapiência – A indústria farmacêuticamovimenta bilhões de dólares em pes-

quisas contra muitas doenças. Mas porque milhões de pessoas ainda morrem nomundo inteiro vítimas de vários tipos decâncer, muitas passando pelos melhorestratamentos que a medicina dispõe?

Pianowski – A verdade é que se conhecemuito sobre o câncer, mas não o sufi-

ciente. Ano após ano vemos novas des-cobertas, e principalmente no mecanismode ação ainda é preciso trabalhar muito.O grande problema é que o que mata acélula cancerígena mata também a sau-dável. Espero que o AM10 seja uma fer-ramenta importante para mitigar ossofrimentos com essa doença.

Sapiência – A Euphorbia tirucalli ou oaveloz tem uma série de propriedadescontra doenças, tanto que é bastante

utilizada na medicina popular, mas,qual a visão da ciência sobre a planta.Ela realmente é capaz de curar doenças?

Pianowski – A ciência só se manifestaquando tem provas. Essas provas sãotrabalhos científicos, e eles estãosendo escritos com muita informaçãoque fará com que os cientistas a apro-

vem. A ciência não tem dificuldadesde aprovar aquilo que a cultura popu-lar elegeu. Para câncer temos produ-

tos que estão entre os melhores comoo taxol, a vincristina e vinblastina,

entre outros.

Sapiência – O que éo AM10?

Pianowski –O AM 10

é um

extrato padronizado com os ativos in-ternos mensurados e controlados. Apartir dele estabilizado e padronizado,fizemos todos os estudos pré-clinicose hoje os clínicos.

Sapiência – A Amazônia Fitomedica-mentos em parceria com o seu labo-ratório estão desenvolvendo outrosmedicamentos à base do aveloz vi-sando ao tratamento de câncer e ou-tras doenças crônicas. Em queestágio está esses estudos e quais asesperanças desses para um trata-mento eficaz de doenças pratica-

mente ditas sem cura?

Pianowski – Sim,estamos estu-dando atividadesantiinflamatórias

e analgésicas.Essas ações melhorarão

a vida de milhares de pes-soas com artrose, artrites,fibromialgias. Outros estu-dos estão em andamento,mas hoje ainda é prematuros

falarmos sobre isso.

Sapiência – Estudos dizem quealém de tumores cancerígenos, oaveloz também tem a capacidadede tratar doenças crônicas. Quaisseriam elas?

Pianowski – Artrites reumatóides, ar-trose, fibromialgias.

Sapiência – Já se tem notícia no Piauíde que pessoas em estágio já avançadode câncer receberam tratamento à basede fitomedicamentos que contém o ave-loz e tiveram a saúde restabelecida. OSr. atesta essa informação? Pode citarexemplos?

Pianowski – Eu conheço somente o Sr.Tapajós (compositor- que mora em Te-resina). Ele alega ter sido curado deuma metástase de melanoma que ohavia deixado em cadeira de rodas, fazmais de 20 anos. Atestar eu não posso,mas crer sim.

Sapiência – O Sr. já visitou o Piauí eum dos motivos seria a produção de fi-tomedicamentos à base de aveloz. Po-deria falar mais sobre seus objetivosnessa região?

Pianowski – A indústria de fitomedica-mentos vai depender dos donos doprojeto, entre eles o Sr. EverardoTeles e o Auro Costa aí de Teresina.O que está praticamente certo é eucolocar a indústria de produção damatéria-prima em Teresina, poistenho o contrato de exclusividadepara tal. Foi onde tudo começou ehá uma quantidade de aveloz razoávelna região.

ENTREVISTA ARQUIVO PESSOAL

O grande problema é queo que mata a célula cancerí-gena mata também a saudá-vel. Espero que o AM10 sejauma ferramenta importantepara mitigar os sofrimentoscom essa doença

““

A Euphorbia tirucalli (Aveloz) éuma planta da família Euphorbiaceae,popularmente denominada aveloz, al-meidinha, árvore-de-são-sebastião, ár-vore-do-coral-de-são-sebastião,árvore-do-lápis, cassoneira, coroa-de-cristo, cachorro pelado, dente outros.É uma planta utilizada na medicinapopular como antiescorpiônico, anti-rreumático, antiasmático, antiespas-módico, antibacteriano, antivirótico,antissifílico, cauterizante de verrugas,expectorante, fungicida, purgativo eresolutivo no tratamento de carcino-mas e epiteliomas benignos.

O aveloz é uma planta arbustiva,originária do sul do continente afri-cano, que se propagou por todas as re-giões tropicais do planeta eadaptou-se bem em lugares de clima

quente, especialmente no Nordeste doBrasil. Tem sido popularmente utili-zada na América do Sul no tratamentode úlceras, cânceres, tumores, verru-gas e outras doenças.

Vários relatos indicam a presençade efeitos tóxicos nesta planta. Muitasplantas da família Euphorbiaceae,assim como o aveloz, secretam umlátex que é rico em terpenos, como osésteres de forbol, euphol e ingenóis,sugerindo que dentre os seus consti-tuintes químicos, a planta pode apre-sentar tanto efeitos tóxicos, como umgrande potencial terapêutico. Doseselevadas do aveloz podem induzir acoagulação sanguínea. O látex daplanta pode ser irritante e cáustico àpele. Se o látex atingir os olhos, podedestruir a córnea.

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AvelozAveloz

Dr. Pianowski, ministrando palestra na área de farmacologia em Paris, em encontro que reu-niu Brasil e França, 2007

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TERESINA-PI, MARÇO DE 2010 TERESINA-PI, MARÇO DE 201010 11

REPORTAGEM

O VERDE DE TERESINApela técnica chinesa de transplantio

Com essa mudança permanecerá o compromisso dos futuros gestores no que diz respeito ao cuidado com a arborização.

Sistemas de vetorização do benznildazol para o tratamento da doença de chagas

José Lamartine Soares SobrinhoProfessor da UFPIDefesa: Univ. Federal de Pernambuco, 2009 [email protected]

Ser e Fazer-se professora no Piauí no século XX: a história de vida de Nevinha Santos

Jane Bezerra de Sousa Professor da UFPIDefesa: Univ. Federal de Uberlândia, [email protected]

Própolis vermelha do litoral de Pernambuco: caracterização, atividade biológica e proposta de gel vaginal

Lívio César Cunha Nunes

Professor da UFPIDefesa: Univ. Federal de Pernambuco, [email protected]

Taxa de sucesso legislativo do executivo no processo bicameral: comparando os governos FHC e Lula (1995-2006)

Márcio Grijó VilaroucaProfessor Adjunto da UFPIDefesa: IUPERJ, 2007 [email protected]

Segmentação de planos baseada em homografia afim, fluxo óptico e reconstrução métrica

Estudo das estratégias da Rede Globo de Televisão na esfera da cidadania

Kelson Rômulo Teixeira AiresProfessor Adjunto I do DIE-CCN-UFPIDefesa: Univ. Federal do Rio Grande do Norte, [email protected]

A tese trata das questões enfrentadas pela Rede Globo na constru-ção dos conteúdos de cidadania, como eles estão representados naprogramação da emissora. O foco da análise são os objetivos quea emissora quer alcançar, quando insere temas sociais por meio deações de marketing ou merchandising social, nos quais a temáticados direitos, dos deveres para com o próximo, com o meio am-biente, com a diversidade, com o respeito às diferenças e às indi-vidualidades, está presente. O tratamento dado a essas questões,por parte da mídia, é de ordem específica. A televisão, lócus es-colhido para esta pesquisa, tem um lugar concreto, a programação,a qual expõe e dispõe não só sua concepção, mas também seupoder de imposição de uma dada ordem social e política e de certotipo de ser e de agir. A televisão elabora, legitimiza e institui, pormeio de tratamentos específicos ao campo das mídias e dos con-teúdos de cada programa que vai ao ar, o modelo de sociedade ede homem que deseja construir ou impor. A pesquisa desenvolve-se a partir da Economia Política da Comunicação, (EP C), no es-tudo de cidadania, mídia, particularmente a televisiva, marketinge relação entre Estado, mercado e sociedade como influenciadorda construção da cidadania. A Rede Globo arrola estratégias paranão perder participação de mercado, mantendo-se à frente dos ín-dices de audiência, mostrando ações que incluem a diversificaçãode operações, para além do espaço da TV aberta, e a dinamizaçãoda programação. Assim, motivada pelo crescimento da concorrên-cia, que, a cada dia, cria iniciativas para conquistar terreno deforma dinâmica, espetacular e tematizada, vê-se ganhar corpo odirecionamento da Rede Globo em inserir, nos últimos anos, temasespecíficos, por meio de ação de marketing e merchandising so-ciais. Isto se justifica também pelos redimensionamentos do es-paço privado e do espaço público, que cobram da emissora umnovo posicionamento, em virtude das novas configurações de ci-dadania, a partir da própria Constituição Brasileira, denominadaConstituição Cidadã.

Jacqueline Lima DouradoProfessora da Faculdade CEUTDefesa: Unisinos 2009 [email protected]

Planos são importantes componentes geométr icos epodem ser ut i l izados em uma larga var iedade de ta-refas de visão como reconstrução de cenas e navega-ção de robôs. É proposto neste t rabalho um sis temade segmentação de planos baseado no cálculo de ho-mografias , na est imação do f luxo ópt ico e na recons-trução métr ica. Primeiramente, usando duas imagensde uma sequência monocular, um conjunto de paresde pontos de interesse correspondentes é obt ido. Umalgor i tmo fo i desenvolv ido para agrupar pontos dein te resse per tencentes ao mesmo p lano baseado noerro de reprojeção da homograf ia af im. Em seguida,a informação do f luxo ópt ico est imado é ut i l izada naexpansão e ident i f icação dos planos detectados. Umnovo método de est imação de f luxo ópt ico, baseadona informação de cor, é proposto. O próximo passoconsis te na extração da geometr ia epipolar da cena.A matr iz fundamental é es t imada ut i l izando um pro-cedimento i terat ivo para descar tar correspondênciasespúrias . Assumindo o s is tema cal ibrado a pr ior i , asmatr izes da câmera são computadas a par t i r da ma-t r iz essencia l . Finalmente , os pontos são t r iangula-dos e a recons t rução métr ica dos pr inc ipa is p lanosda cena é obt ida . Testes foram executados em dife-rentes sequências de imagens capturadas em ambien-tes in te rnos e ex ternos , e os resu l tados sãoapresentados e discut idos.

Esta tese é um estudo em História da Educação cujo objetivo é in-vestigar o ser e o fazer-se professora no Piauí no século XX, pormeio da história de vida da professora normalista Nevinha Santos,que escreveu suas memórias em caderno de anotações e as publi-cou em forma de artigos no Jornal Meio Norte, de Teresina-PI. Ou-tras fontes foram utilizadas e cruzadas com as memórias deNevinha, como entrevistas de ex-alunos, familiares e contempo-râneos, bem como mensagens governamentais e discursos da im-prensa, com o intuito de conhecer as possibilidades históricas,sociais e culturais que permitiram compreender o sentido da fun-ção de ser professor no Piauí do século XX. A partir da história devida da professora Nevinha Santos, foi definido o recorte crono-lógico e a estrutura da tese, que se constitui em três fases, partindodas seguintes questões: Por que valorizava ser professora primá-ria? Por que, ao final de sua vida, se indignava ao ler notícias dejornais sobre professores com salários atrasados e na luta por me-lhorá-los? Diante dos questionamentos foram definidos os seguin-tes momentos: o primeiro, de 1922 a 1928, o segundo, de 1929 a1957, o terceiro, de 1957 a 1997. A análise desses períodos possi-bilitou a compreensão de que, no primeiro momento, ser professortinha significado associado a missão, vocação, sacerdócio, tendo-se a normalista como símbolo de um profissional competente cujatarefa primordial era salvar os indivíduos do analfabetismo. Nosegundo momento, o professor é concebido como representante dadisciplina, civismo e amor à pátria, tornando-se disseminador dasideias do Estado novo, período de um governo que se apega àsideias de abnegação e amor à profissão para manter professoresem salas de aulas com condições péssimas de trabalho. Na terceirafase, a proletarização da profissão impulsionou a formação dossindicatos e a luta pela profissionalização, que garantiria um esta-tuto respeitoso, melhores rendimentos e autonomia profissional.A análise da pesquisa tem principalmente como referencial teó-rico-metodológico a Nova História. A tese tem sua relevância paraa profissão docente por compartilhar as experiências de uma pro-fessora e dessa forma promover reflexões que elevem o grau derespeito ao magistério.

A obtenção de compostos mais solúveis é um objetivo sempre per-seguido para os pesquisadores da química medicinal, porémmesmo havendo tal preocupação, a grande maioria dos compostosque demonstram atividade biológica possuem um entrave biofar-macêutico importante, a baixa solubilidade aquosa. A tecnologiafarmacêutica por meio de sistemas como dispersões sólidas e aobtenção de complexos de inclusão utilizando ciclodextrinassurge como ferramenta útil na vetorização de fármacos de baixasolubilidade. Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi a ob-tenção e caracterização do benznidazol, dispersões sólidas, decomplexos de inclusão e multicomponentes no estado sólido, vi-sando o incremento da velocidade de dissolução do fármaco.Foram utilizados polímeros hidrofílicos, ciclodextrinas naturais(alfa, beta e gama) além de derivados da beta ciclodextrina comometilada e sulfobutil eter. Malaxagem, rota evaporação e liofili-zação foram as tecnologias utilizadas na obtenção dos sistemas.Na caracterização foram utilizadas as ferramentas de IV, Raman,DSC, MEV, R-X e perfil de dissolução. Os sistemas obtidos (dis-persões sólidas, complexos de inclusão e multicomponentes) noestado sólido apresentaram via de regra bom incremento de velo-cidade de dissolução frente ao BNZ isolado, fato confirmado noscálculos de eficiência de dissolução, com destaque para os com-postos obtidos pelo processo de rota evaporação e liofilização.Pode-se concluir que a utilização da tecnologia farmacêutica paraa obtenção desses sistemas com o BNZ é uma alternativa promis-sora para uma forma farmacêutica mais segura e eficaz para ocombate a doença de Chagas.

A própolis é uma substância balsâmica de origem vegetal, co-letada e transportada pelas abelhas dos ramos, flores, brotos,polém e exudatos de árvores, acrescentada de secreção salivar.Tem por objetivo proteger a colmeia vedando frestas e inibindoa proliferação microbiana, tornando o interior da colmeia tãoasséptico quanto uma sala cirúrgica. É composta por uma infi-nidade de substâncias de acordo com sua origem, época de co-leta e características das abelhas, sendo caracterizada mais de300 substâncias. É utilizada pelo homem desde a antiguidadepor apresentar propriedades terapêuticas como: bactericida,fungicida, virocida, anti-inflamatória, imunoestimulante, anti-oxidante, cicatrizante, dentre outras. As amostras de própolisbrasileiras podem ser classificadas em 13 grupos, dos quais ogrupo mais estudado é o da própolis verde, mais comum no su-deste, e o menos estudado é o grupo da própolis vermelha, queocorre no litoral nordeste. A ocorrência da própolis vermelhajá foi citada na literatura, ocorrendo desde o litoral do Estadoda Bahia até o litoral da Paraíba. O presente estudo caracteri-zou uma amostra de própolis do litoral de Pernambuco doponto de vista da composição química e das atividades bioló-gicas, bem como realizou o desenvolvimento farmacotécnicode formulações semi-sólidas, para uso vaginal. A caracteriza-ção química mostrou como constituintes voláteis majoritáriosos compostos trans-anetol, a-copaeno e o metil cis-isoeugenol,apresentando atividade tóxica contra Artemia salina, comCL50 de 18,9 µg/mL, antioxidade, tanto no modelo in vitro,quanto in vivo, atividade antigenotóxica, assim como ativida-des antiinflamatória e antifúngica. O extrato hidroalcoólico semostrou compatível em formulações de gel mucoadesivo, apre-sentando boas características físico-químicas. Conclue-se que,complementando-se com testes clínicos, o gel desenvolvidopode tornar-se um grande aliado no combate às vaginites ines-pecíficas, que acometem milhares de mulheres.

Por meio da análise do processo de tramitação de Projetos de Emen-das Constitucionais e Projetos de Lei Complementar - proposiçõesque requerem quorum qualificado - nos dois mandatos de FHC e nogoverno Lula, avaliamos a hipótese de que o tamanho e o grau de he-terogeneidade das coalizões afetam o desempenho legislativo dos go-vernos. Todavia, partimos do pressuposto de que o recurso ao clássicoindicador taxa de sucesso é insuficiente para dar inteligibilidade àsdiferenças entre os governos, seja porque encobre os custos de nego-ciação necessários à aprovação das leis, seja porque ignora a partici-pação de cada câmara no output legislativo. Neste sentido, parasuperar a limitação supracitada, utilizamos alguns indicadores adi-cionais - tempo de tramitação da matéria, número de substitutivosapresentados em cada câmara legislativa e de vetos presidenciais, –que nos ajudaram a acentuar o contraste entre os diversos governos.Outro indicador relevante para a compreensão do desempenho legis-lativo dos governos é aferido por meio da capacidade que têm o pre-sidente e os líderes da coalizão de aprovar suas leis sem adependência de votos extracoalizão. Quando tal dependência se con-cretiza torna-se provável que a lei aprovada se distancie das prefe-rências iniciais do presidente. A utilização destes indicadores foicomplementada pelo estudo qualitativo da modificação das leis emcada câmara. A título de conclusão, pudemos observar que as taxasde sucesso dos governos são muito semelhantes, no entanto, o quedemonstra o acerto de nossa abordagem, ao incluirmos os novos in-dicadores foi possível verificar o contraste entre os dois mandatos deFHC em relação ao governo Lula, marcado este por coalizões hete-rogêneas e por sua condição minoritária no Senado. Com isso, no go-verno Lula, os custos de negociação foram sempre altos, suascoalizões instáveis e por consequência, menor foi sua capacidade delegislar se comparado ao seu antecessor. Em termos teóricos conclui-se, com base na análise da agenda legislativa dos governos, que o sis-tema político brasileiro não é propenso a ingovernabilidade, como sepressupunha no início da década de 90, mesmo no cenário não majo-ritário, portanto, menos promissor ocorrido no governo Lula.

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AArelação de Teresina com overde vem de muito tempo. Opoeta ambientalista mara-

nhense Coelho Neto, no final do sé-culo XIX, impressionado pelo verdeda cidade, chamou Teresina de “ci-dade verde”. O verde caracteriza a

cidade, por suas pra-ças e parques

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zados com grande variedade de es-pécies. Além disso, as árvores aju-dam a amenizar o calor da cidade,pois o clima é quente, com verão oano inteiro.

Entretanto, Teresina passou asofrer impactos ambientais decorren-tes da urbanização e da falta de umaeducação ambiental, provocando umainterferência grande em suas áreasverdes. Pensando nisso, foi criado em

2006, pela Secretaria Municipal deMeio Ambiente e Recursos Hídricos,o Programa de Arborização para a ci-dade de Teresina. Por meio dele jáforam distribuídas milhares demudas e sua atuação é permanentena arborização de avenidas, praças,parques, bosques e comunidades. Oobjetivo, além de manter o título deCidade Verde, é trazer mais benefí-cios e uma melhor qualidade de vida

aos teresinenses, além de revitalizara área verde da cidade. O projetocresceu e em 2009 foi transformadopela Câmara Municipal, em “Pro-grama Teresina: Verde Que Te QueroVerde”. Com essa mudança permane-cerá o compromisso dos futuros ges-tores no que diz respeito ao cuidadocom a arborização.

O Programa é movido especial-mente por uma técnica, fruto de pes-quisas desenvolvidas na China,importada para Teresina e socializadacom a comunidade. A técnica é co-nhecida por ‘transplantio chinês’ econsiste no plantio de mudas adultas(entre seis a oito anos) e traz, comoponto forte, o alto nível de sobrevi-vência das plantas que, ao contráriodos 40% do transplantio tradicional,atinge aproximadamente 85% de so-brevida e promove um ganho real deseis anos de gastos e manutenção.

De acordo com o método chinês,as árvores são transplantadas já emidade adulta, com torrão e envoltasem sisal ou estopa, com tempo debrotação de apenas 15 a 20 dias. Autilização de transposição de árvoresjá na fase adulta diminui os gastoscom irrigação e aumenta as chancesde sobrevivência das plantas. Essasárvores jovens são retiradas de reser-vas nativas particulares, sendo utili-zadas árvores secundárias de forma anão quebrar a cadeia e prejudicar omeio ambiente.

A técnica se divide em três pas-sos fundamentais e tem como base ocorte das raízes com a permanênciado torrão, que corresponde à parte daterra que se agrega em torno da raiz.As raízes das plantas se alimentamTransplantio na Avenida Presidente Kennedy, zona Leste de Teresina

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TERESINA-PI, MARÇO DE 2010 TERESINA-PI, MARÇO DE 201012 13

Clóvis Freitas, secretário municipal do Meio Ambiente

Funcionários da PMT transplantam árvores em avenida da zona Sudeste de Teresina

através do processo chamado de percolação, ou seja, elapercorre e se cola ao terreno de onde retira a alimentação.

O princípio básico é a permanência do torrão que temem torno, no mínimo, de 80 cm de diâmetro por um metrode extensão. Esse torrão tem que ser retirado intacto,assim se evita dois traumas à planta: primeiro, a exposiçãoda raiz ao sol para não queimar as radículas; segundo, aquestão da alimentação que deve continuar com as raízesque permanecem.

O outro passo é uma poda drástica das folhas e galospara que a planta não se desidrate durante a mudança paraoutro local. O terceiro ponto é o envolvimento do troncoda planta com material poroso, neste caso, é utilizado osaco de estopa que é constituído de material vegetal, queenvolve o tronco da árvore para que se mantenha o equilí-brio da planta com o meio ambiente e também para que nãose desidrate através da transpiração e respiração pelo caule.

O processo tem como finalização o plantio nas aveni-das, em uma abertura da cova com1metro de profundidadepor 1 metro de largura. O aguamento deve ser constantesobre o material poroso que envolve o tronco e é colocadoanteparos de sustentação na planta de forma quadrangularou triangular.

A importância do aguamento de cima para baixo temcomo finalidade manter o equilíbrio térmico entre a plantae o meio ambiente. Além disso, a sustentação é utilizada,primeiro para segurar a planta; segundo, para deixar asraízes em descanso para que nasçam as novas raízes (ra-dículas). “Segundo a tradição chinesa, esta sustentação sópode ser feita com bambus porque atraem bons fluidos equem somos nós para contrariar uma tradição milenar”, des-tacou Clovis.

O Secretário Municipal do Meio Ambiente e Enge-

nheiro Agrônomo, Clóvis Freitas, responsável pela implantação do projeto na capital, revelaas vantagens do uso da técnica: “Primeiro, porque são levadas árvores no estado semiadultopara um ambiente em que irão sofrer uma série de traumas por conta do ambiente difícil, queé uma avenida da cidade. As árvores são plantadas com um porte de 2 a 3 metros de altura.Em segundo lugar, essas árvores transplantadas se recompõem no espaço de dois anos, ouseja, temos um ganho de seis anos. Na verdade temos uma planta de oito anos, que leva doisanos para se recompor, ou seja, temos um ganho real de seis anos de uma arborização na ave-nida”, explicou Clovis Freitas.

O Programa trabalha com as espécies nativas que são mais resistentes ao clima e adap-tadas à região. Destaque para o caneleiro, árvore símbolo da capital, os ipês ou pau-d’arcoroxo e amarelo, sapucaia, mangueiras e outras. Por exemplos, os ipês, com dois anos detransplantados, já floram e caneleiros floram com apenas um ano. Além do Eng. ClóvisAlves, o grupo de estudo é composto pelo Eng. Agrônomo Alexandre Machado, a biólogaRoseli Machado e dois técnicos de nível médio.

Clovis Freitas explica que, a princípio, o custo da técnica é maior, mas tem suas vantagens.O custo do transplantio chinês de uma árvore jovem está em torno de R$ 180,00, enquantouma muda nos moldes tradicionais sai em torno de R$ 80,00. Embora este custo inicial sejabarato, a manutenção se sobrepõe ao transplantio chinês, pois há uma perca de 40% das plan-tas, além de necessitar de cuidados por pelo menos 5 anos, enquanto que, pelo transplantiochinês, a manutenção se dar somente por dois anos com uma perca de apenas 15%.

A primeira região da capital que recebeu a técnica foi o bairro Mocambinho, em 2007.Ao todo foram 25 avenidas e oito praças que receberam o transplantio de aproximadamente5 mil árvores. Clóvis Freitas destaca ainda que até 2007 não havia conhecimento da aplica-ção dessa técnica no Brasil. Desta forma, o Piauí foi pioneiro na implantação. Ainda hojeexiste muito pouca literatura abordando este tipo de transplantio, por isso foi realizado umlevantamento de cerca de 50 espécies para definir que tipo de arborização era tecnicamentepossível de ser utilizada, levando em consideração sua resistência, comportamento e reaçãofavorável e se chegou às àquelas que estão sendo utilizadas na arborização.

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Luiz Francisco Pianowski

Coordenador da Pesquisa com o AM10 e AM11

Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos SEMAM - (86) 3225-6555

Transplantio na Avenida Marechal Castelo Branco, zona Norte de Teresina

Árvores adultas transplantadas em avenida de Teresina: 85% de chances de sobrevida

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REPORTAGEMTERESINA-PI, MARÇO DE 2010 TERESINA-PI, MARÇO DE 201014 15

Núcleo de PlantasMedicinais investiganovas espécies

OONúcleo de Pesquisas em PlantasMedicinais (NPPM) do Centrode Ciências da Saúde e o Labo-

ratório de Produtos Naturais (LPN) doDepartamento de Química do Centro deCiências da Natureza da UniversidadeFederal do Piauí têm se destacado narealização de pesquisas com plantas me-dicinais que são coordenadas pela Pro-fessora Dra. Fernanda Regina de CastroAlmeida (NPPM) e pela Professora Dra.Mariana Helena Chaves (LPN).

Espécies vegetais, tais como a Cenos-tigma macrophyllum Tul. var. acuminataTeles Freire (Caesalpinoideae-Legu-minosae)(caneleiro), Combretum le-prosum Mart. & Eicher(Combretaceae) (mofumbo, mu-fumbo), Protium heptaphyllumMarch. (Burseraceae) (almé-cega) já vinham sendo objetode estudo de dissertações domestrado em Farmacologia edoutorado em Biotecnologia doRENORBIO (Rede Nordeste deBiotecnologia).

Na edição de número10, o Sapiência divulgoupesquisas realizadas noNPPM com a espécie Ce-nostigma macrophyllum,conhecida como Cane-leiro. Os trabalhos comesta espécie vem sendointensificados com estu-dos de mecanismos e iden-tificação de substâncias.

Mesmo com a continui-dade daquelas pes-

quisas, a Dra. Fernanda Almeida revelaque outras espécies foram recente-mente incluídas em estudos e enfatizaque quatro outras espécies de plantassão motivos de dissertações de mes-trado e teses de doutorado. São elas:Zanthoxylum rhoifolium Lam.,Parkia platycephala,

Sida santaremnensis e Lecythis pisoni.Fernanda Almeida destaca a impor-

tância das pesquisas com as plantas paracomprovar suas propriedades laborato-riais. “Inicialmente, a escolha das espé-cies ocorrem em duas vertentes: ou pelo

estudo químico ou uso damedicina popular,

pois ap a r -

tir daí vamos confirmar ou não se o usodessas espécies é crença popular ou sedetém alguma atividade. Além disso, épossível estudarmos a farmacologia daspropriedades e desenvolver novos fár-macos para que a população possa fazeruso deles, como também, vislumbrar nofuturo o uso das plantas em uma prepa-ração com uma ação mais rápida”, ex-plicou a pesquisadora.

A Zanthoxylum rhoifolium Lam.é uma planta popularmente utili-

zada como antimicrobianos, notratamento da malária e deinflamações. Popularmenteconhecida como mamica-

de-cadela, mamica-de-porca, é uma árvore

originária do Brasil,pertencente à famíliaRutaceae, encon-trada em quasetodo o país, princi-palmente com dis-

tribuição na matapluvial e atlântica.

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Na medicina popular, utiliza-se acasca do caule sob a forma de chá (in-fusão) no combate a uma grande varie-dade de doenças inflamatórias, doresde dente e ouvido, como febrífugo, es-tomáquico e no tratamento das dispep-sias e cólicas. A casca tem saboramargo, possui propriedades tônica eexcitante. É aromática e contem “xan-tophicrita”, que é uma substânciaamarga cristalina, na qual se atribuemvirtudes medicinais como oftálmica eútil contra o corrimento dos ouvidos edor de dente.

Para se ter uma ideia do potencialdesta espécie, o uso das propriedadesda Z. rhoifolium atribuídas ao sucodas folhas e da raiz é útil contra mor-didas de cobras. E as virtudes destaespécie não para por aí, a mesmaapresenta atividades farmacológicasimportantes, tais como: antitumoral,antimicrobiana, ação cardiorespirató-ria, entre outras.

No NPPM, duas dissertações foramdesenvolvidas com base em investiga-ções sobre a mamica-de-porca. O in-

teresse no estudo das atividades gastro-protetora e antinociceptiva de Z. rhoi-folium deve-se principalmente às

atividades farmacológicas previamentedemonstradas, como antimalárica, an-timicrobiana e antitumoral, além do

seu emprego na medicina popular. O extrato etanólico da casca do

caule de Z. rhoifolium apresenta pro-teção da mucosa gástrica em modelosagudos de úlcera, como etanol abso-luto, etanol acidificado, úlcera indu-zida por indometacina e por estresse eretenção a frio. Numa outra série deexperimentos, demonstrou atividadeantinociceptiva em vários modelos denocicepção química em camundongos.

A Profa. Dra. Fernanda Almeida ex-plica que o estudo abordou a parte anal-gésica antinociceptiva, que é reduzir asensibilidade a estímulos dolorosos,pois o animal apresenta nocicepção enão a dor especificamente.

O estudo fitoquímico realizado apartir da espécie coletada no Piauí su-gere que as substâncias majoritáriaspresentes no extrato são de naturezaterpenoídica, mais especificamentetriterpenos pentacíclicos do tipo lu-pano, aos quais podem ser parcial-mente atribuídas as atividadesevidenciadas, pois os estudos aindanão foram finalizados.

Outra espécie estudada é a Parkia platycephala, comum no Ceará, Piauí e Maranhão possuipotencial forrageiro de alto valor nutritivo na vagem de faveira. Os frutos de Parkia platycephala são em-

pregados na pecuária como alimento para o rebanho, e algumas espécies do gênero Parkia apresentamatividades farmacológicas de grande importância, como anti-infecciosa, antidiabética, anti-hiperli-

pidêmica, analgésica e anti-inflamatória. Estudos fitoquímicos realizados com essa espécie indicam a presença de terpenóides e

colesteróis. A avaliação farmacológica mostrou, até o momento, efeito gastroprotetor nos mo-delos experimentais de lesões gástricas induzidas por etanol absoluto e etanol acidificado emcamundongos, atividade inibitória da secreção gástrica, além de atividade antinociceptivaem vários modelos experimentais de nocicepção química.

Segundo a pesquisadora, a Parkia também chamou atenção devido a algumasatividades relacionadas a alteração da reprodução do gado quando consumia o fruto.“Pretendemos nos aprofundar nos estudos da Parkia no que se referem a reprodução,pois já encontramos diversas referências da espécie na literatura para várias tipos deatividades como, por exemplo, anti-inflamatória, analgésica, mas a reprodução é o quevem chamando atenção do grupo de estudos, principalmente, porque é uma planta bas-tante comum na nossa região”.

Fernanda acrescenta que a pesquisa é importante para se avaliar o ponto de vistatoxicológico da espécie, pois os pesquisadores querem saber se existe alguma ação que in-

terfira na fisiologia do animal. “Ainda não temos dados científicos confirmados de como aParkia altera a reprodução e qual seria a sua ação, talvez ela interfira nos níveis de hormônio

do gado”, explica a pesquisadora.Paralelamente, a esta pesquisa, a Parkia também vem sendo estudada com base na indu-

ção de dor por estímulo químico de algumas substâncias, apresentando atividades durante os testes.Esta pesquisa é coordenada pela professora e doutora em Bioquímica, Salete Maria da Rocha Cipriano

Brito e aborda a neuropatia diabética crônica que aparece em animais e seres humanos diabéticos.

A Sida santaremnensis, popularmente conhecida como vassourinha, é outra espécie estu-dada no NPPM. Várias espécies do gênero Sida são comuns no nordeste do Brasil, mas S. santarem-nensis ainda não possui muitos estudos. A literatura apresenta trabalhos mostrando que espécies dogênero Sida apresentam atividades farmacológicas como hipotensora, bradicárdica e vasorrelaxanteem ratos.

Nos estudos realizados no NPPM, o extrato etanólico das partes aéreas de S. santaremnensispromoveu efeito vasorrelaxante em anéis de artéria mesentérica e demonstrou ação gastroprotetora,sendo eficaz em modelos de úlcera gástrica experimental, mas outras investigações encontram-se emandamento com tal espécie. “Inicialmente, realizamos estudos in vitro, mas com a constatação destaatividade vasorelaxante será possível realizar estudos mais aprofundados que podem ser importantesno tratamento da hipertensão ou outros problemas cardiovasculares, mas ainda precisamos de estudoscomplementares”, explica Fernanda Almeida.

Parkia platycephala

Zanthoxylum rhoifolium

Sida santaremnensis

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Page 9: A cura do câncer - Fapepi PI...morais e estabelecer a vida de pacientes terminais Trazida da China, a técnica que consiste no plantio de mudas adultas, está sendo realizada nas

TERESINA-PI, MARÇO DE 201016

Crônicas Acadêmicas Psicologia do Envelhecimento

Constituionalismo, Direito e Democracia A regulação dos Recursos Hídricos

Capoeira - O preconceito ainda existeJenipapo - Riacho Irrigado com Sangue da Esperaça

Autor: José Machado Moita NetoR$ 25,00193 pá[email protected]

O conjunto de crônicas deste livro nasceu da necessidade do autor de comunicar,de maneira simples alguns assuntos que o interessam como professor e pesquisadorda Universidade Federal do Piauí. O gosto pela divulgação científica nasceu na ado-lescência do pesquisador teresinense, hoje com pós-doutorado em Química. Escre-ver para o público veio junto com a concepção do informativo científico da FAPEPI,em 2003. A divulgação científica e as primeiras experiências de escrever sobreciência para o grande público o instigaram. As crônicas têm temas variados e refle-tem o interesse acadêmico do autor, como metodologia da pesquisa, política cien-tífica, estatística, filosofia da ciência, educação e química.

Autores: Francisco Meton Marques de Lima e Robertônio Santos PessoaR$ 50,00106 pá[email protected]

O livro registra os temas discutidos durante a I Jornada de Estudos Jurídicos da UFPI,realizada em 2008 e, que teve como tema “20 Anos da Constituição de 1988 – Re-trospectos e Perspectivas”, que analisou e registrou os avanços efetivados nos diversossetores da sociedade brasileira por força da Constituição de 1988, após seus vinteanos de vigência. A obra sintetiza o pensamento de experientes professores sobre trêsgrandes temas e ainda resgata as principais temáticas discutidas no evento.

Autor: Antônio Fonseca dos Santos Neto

Distribuição Gratuita

63 páginas

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A obra vem com objetivo de abordar outros sentidos na Batalha do Jenipapo, uma

luta do povo na construção do seu destino. O autor faz questionamentos sobre as

significações insistentes até aqui formuladas acerca de tão importante episódio da

história piauiense.

Organização: Deusivania V. da Silva Falcão e Ludgledson F. de AraújoR$ 32,00

220 páginas

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O livro focaliza as re lações soc ia i s e o bem-es ta r subje t ivo , abordandoa ve lh ice e o envelhec imento em contextos d i fe renc iados . Por meio depesquisadores (em sua maior ia , ps icó logos) renomados em suas á reasde a tuação e or iundos das mais d iversas reg iões bras i le i ras , es ta obraoferece ao le i tor a opor tunidade de re f le t i r a temát ica em pauta , a par-t i r de rea l idades d is t in tas , t a i s como, pessoas que envelhecem na zonarura l , nas ins t i tu ições de longa permanência para idosos e nas comuni-dades r ibeir inhas.

Autor: Marcos Airton de Sousa FreitasR$ 30,00174 pá[email protected]

Este livro trata da análise do modelo vigente de gestão de recursos hídricos, comseus avanços e problemas de implementação, visando a apresentar proposições aoseu aprimoramento. Discute-se o atual modelo de gestão da água com ênfase nos as-pectos de regulação e de controle social. Analisa-se a temática a partir de uma abor-dagem teórico-histórica da regulação (modelos de administração da água e gênese dasagências reguladoras) e da gestão participativa dos recursos hídricos, envolvendo arelação do Estado e da esfera pública, em especial, no âmbito dos comitês de bacias.

Robson Carlos da SilvaR$ 20,00 252 pá[email protected]

O livro do professor da UESPI e mestre de capoeira é fruto de sua dissertação domestrado em Educação pela UFPI e busca apresentar uma história de identidade, plu-raridade e diversidade cultural, sempre colocando à tona a capoeira na política cul-tural dos espaços escolares, relacionando estudos culturais, livros didáticos dehistória do Brasil do ensino fundamental. Ele trata que o preconceito cultural aindaexiste, mas que precisa ser superado.

Livros

Livros

Estudos revelam que a Sapucaia apresenta ação analgésica e antipruriginosa

Já a Lecythis pisonis, também conhecida como Sapucaia, trata-se de uma árvore frondosa,de casca grossa e que se tornou objeto de estudo do NPPM. As cascas da espécie são adstrin-gentes, em cozimento e infusão, no tratamento de diarréias, enquanto as folhas em chá ou in-fusão são usadas como tonicardíacas e diuréticas e podem ser usadas no banho contra coceira.

A Professora Fernanda Almeida esclarece que a espécie Lecythis pisonis aindanão possui estudos químico-farmacológicos, mas que na medicina popular o decocto(infusão na água) da casca é tônico e diurético e as sementes são tidas por afrodi-síacas. A água, posta para ferver dentro do fruto vazio, chamado pelo povo de cum-buca, é usada 12 horas depois, sendo muito apreciada contra as doenças do aparelhourinário e, em lavagem, para livrar o rosto de manchas e empigens.

Estudos iniciais com esta es-pécie mostram atividade cito-protetora e inibitória do pruridoinduzido por substâncias quími-cas em animais, o que tambémse observa no uso popular destaespécie. A avaliação da ativi-dade analgésica de L. pisonis étambém objeto de outro projetode pesquisa em desenvolvi-mento no NPPM. “O estudocom a Sapucaia iniciou a partirdo uso popular em banhos paratratar os casos de coceira e vemapresentado resultado prelimi-nar com atividades antiprurigi-nosas comprovadas em modelosde animais com prurido e semostrando eficiente. Alémdisso, a ação do prurido pode vira ser uma ação analgésica, o quejá está sendo motivo para novaspesquisas com a planta”, desta-cou a pesquisadora.

Lecythis pisonis

Luiz Francisco Pia-

nowski

Profª e Drª em Ciências Biológicas [email protected]

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