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A GESTÃO E CONTROLE DE ESTOQUES NO
SEGMENTO CALÇADISTA: UM ESTUDO DE CASO
EM UMA EMPRESA DA REGIÃO DO VALE DO RIO
DOS RINOS NO RS
Rafael Mozart da Silva, Eliana Terezinha Pereira Senna, Guilherme Bergmann Borges
Vieira, Luiz Afonso Santos Senna
(UFRGS / Centro Universitário Univates / UCS / Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Resumo: Este trabalho apresenta um estudo de caso realizado em uma empresa do segmento
calçadista com sede na região do vale dos sinos e que atua em diferentes mercados no Brasil e da
Europa. O estudo contempla uma abordagem das práticas relacionadas à gestão de estoques de
matéria-prima e o processo de controle de estoque utilizado pela área de almoxarifado da
empresa. Os resultados da pesquisa apontam que é possível realizar uma correlação entre as
práticas adotadas pela empresa que atua em um mercado com alta competitividade e o
referencial teórico utilizado como fonte de consulta e base conceitual sobre a gestão de estoques.
Como contribuição este estudo possibilitou também uma adequada compreensão e forneceu
subsídios para a empresa melhorar o processo de controle de estoque.
Palavras-chaves: Gestão de Estoques; Almoxarifado; Inventário
ISSN 1984-9354
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
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1. Introdução
Conforme Moura (2004), o gerenciamento de estoques corresponde a uma das atividades
básicas deste fluxo de processos logísticos e vem tornando-se cada vez mais importante dentro das
empresas, por contribuir para o andamento de toda a cadeia de suprimentos, além de representar
um indicador de custo e não mais uma estratégia de mercado, como era no passado, podendo
ainda, quando gerenciado de forma eficiente, contribuir para colocar a empresa em destaque,
permitindo enfrentar a concorrência existente no mercado.
Para Wanke (2008), as empresas estão buscando cada vez mais garantir uma determinada
disponibilidade de produto com o menor nível de estoque possível, pois a importância da gestão
de estoques para a logística e para o gerenciamento da cadeia de suprimentos têm se tornado cada
vez mais evidente nos meios acadêmicos e empresarial.
Taylor (2008) acredita que, o tema gerenciamento de estoques pode representar um desafio
para a maioria das organizações, pois poucas empresas estão preparadas para lidar com as novas
pressões impostas às suas cadeias de suprimentos. Segundo o autor, não existe nenhuma
quantidade de estoque capaz de evitar a escassez, ou seja, definir seus níveis é basicamente uma
questão de gerenciamento de riscos, desta forma, uma boa gestão de estoques passa a exigir um
conjunto de atitudes complexas e um controle contínuo dos procedimentos adotados e deve ser
adaptada de acordo com as necessidades e exigências de cada setor em consenso com as
especificidades de cada empresa. O objetivo deste trabalho foi verificar as práticas relacionadas à
gestão de estoques de matéria-prima adotadas por uma empresa do setor calçadista da região do
Vale dos Sinos do estado do Rio Grande do Sul.
2. Gestão de Estoques
Para Moura (2004), o estoque representa um conjunto de bens armazenados com
características próprias, e que atende as necessidades da empresa. Conforme Wanke (2008), o
estoque aparece na cadeia de suprimentos sob o formato de matérias-primas, produtos
semiacabados e produtos acabados e podem ser caracterizados por diferentes atributos como:
peso, volume, variações de vendas, giro, custo adicionado e nível de serviço exigido, os quais
podem ser chamados de características de produto e demanda.
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Os estoques conforme Ballou (2008), promovem a disponibilidade dos produtos de maior
demanda, permitindo flexibilidade à produção e logística em uma busca de métodos que
beneficiem a produção e distribuição de mercadorias, para suprir a impossibilidade de produzir
instantaneamente ou garantir prazos de entrega a todos os clientes. A administração ou gestão de
estoques é vista como responsável pelo planejamento e controle do estoque, desde o estágio da
matéria-prima até o produto acabado entregue aos clientes, sendo assim, uma correta
administração de estoques se torna essencial para a lucratividade de uma empresa (ARNOLD,
1999).
Conforme Ching (2009), quando foi criada, a gestão de estoques era vista como uma forma
de reduzir custos totais associados com a aquisição e gestão de materiais, sendo que diferentes
estágios do estoque eram gerenciados normalmente por diferentes departamentos, porém
atualmente as organizações exigem estratégias mais proativas, pois passam a ser baseadas nas
necessidades dos clientes. A conquista dos resultados esperados na gestão de estoques deve-se em
grande parte, ao controle contínuo dos materiais mantidos em estoque, e para isso, podem ser
desenvolvidos diversos métodos que permitam o acompanhamento, como forma de identificar as
variações existentes e promover melhorias.
2. 1 Sistema de Classificação ABC
De acordo com Moura (2004), um dos métodos mais conhecidos e aplicados nas indústrias,
como forma de classificação e controle de estoques, é o Sistema de Classificação ABC ou Método
de Pareto, que segue o princípio de que nem todos os itens devem receber o mesmo tratamento.
Este conceito afirma que, pequenos fatores podem ser responsáveis por grandes proporções, ou
seja, poucos itens dentro dos estoques são responsáveis pelo maior volume de dinheiro. O Método
de Pareto divide os itens em categorias A, B, C, devido à representatividade de cada um em
relação aos investimentos mais significativos para a gestão financeira dos estoques:
Classe A: materiais de grandes valores financeiros e pequenas quantidades físicas;
Classe B: materiais cujos valores financeiros e quantidades físicas se inserem numa
categoria intermediária entre “A” e “C”;
Classe C: materiais de pequenos valores financeiros e grandes quantidades físicas.
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Figura 1: Curva ABC porcentagem de valor & itens
Fonte: Arnold (1999, p. 287)
Conforme mostrado na Figura 1, acredita-se que, os itens de Classe “A” devem
compreender os produtos de alto valor, que correspondem 20% em quantidade e são responsáveis
por 80% das vendas anuais, os itens de Classe “B” incluem produtos que representam 30% em
quantidade e são responsáveis por aproximadamente 15% do valor das vendas, e os produtos
Classe “C” de baixo valor agregado, equivalem a 50% da quantidade e não representam mais do
que 5% das vendas anuais (ARNOLD, 1999; BERTAGLIA, 2003).
2.1.2. Inventário Físico
Dias (1996), acredita que, para obter boa organização nas atividades que envolvem a
administração de materiais de um almoxarifado, é importante a precisão nos registros de estoque,
de forma que toda a movimentação dos itens estocados fique registrada em documentos de
controle do próprio almoxarifado. Para obter essa precisão Dias (1996), acrescenta que devem ser
efetuadas contagens físicas periodicamente a fim de verificar fatores como:
Divergências de valor, entre o estoque físico e o estoque contábil;
Divergências entre as quantidades registradas e as quantidades reais existentes;
Levantamento e apuração do valor total do estoque para constar em balanços ou
balancetes.
Para Gurgel (2000), os inventários, muitas vezes são erroneamente executados, pois a
administração frequentemente subestima sua importância, e os próprios funcionários destinados à
gestão dos estoques, apresentam pouco interesse neste tipo de fiscalização, que atua como um
controlador de suas próprias atividades, gerando como consequências, uma execução mal
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preparada e a obtenção de inventários que não inspiram confiança. Para obter a confiabilidade do
processo, o autor cita três formas distintas de realização de inventários:
Determinação de consumo: trata-se do levantamento dos materiais existentes no
estoque, para fazer comparação com o estoque inicial, a fim de obter o consumo da
empresa no período determinado;
Confirmação: É um serviço de auditoria para promover um controle de consumo
histórico, apresentado pelos valores das requisições;
Rotativo: Refere-se a um serviço permanente para confirmação e controle de existências
físicas. Permite controlar com maior cuidado e, portanto, torna-se interessante em
estoques de grande rotatividade e que possuem altos valores.
Dias (1996), defende a ideia de que independente do tipo de inventário realizado é
necessária à contagem do estoque pelo menos duas vezes, por equipes diferentes, sendo que a
segunda equipe não deve ter a informação da primeira contagem para não haver nenhum tipo de
influência nos resultados.
2.1.3 Método de Revisão Periódica e Contínua
O método de revisão periódica consiste em revisar os estoques de maneira fixa, periódica e
regular, sendo que um novo pedido é colocado no final de cada revisão, e o número de período
entre os pedidos é previamente definido. É um modelo de controle de estoques, que considera as
variações da demanda e do tamanho do lote, mas o período de revisão deve ser mantido como fixo
(BERTAGLIA, 2003). Conforme Ching (2009), o método de revisão ou reposição periódica, não
possui a existência de restrições vistas em outros métodos que funcionam apenas para itens
individuais ou consideram variações nos períodos.
O método de revisão contínua, também chamado de sistema de ponto de pedido, baseia-se
na avaliação de quantidades, sempre que ocorre a saída de um determinado item do estoque, seja
por consumo ou simples retirada do estoque, visando identificar o momento de fazer a reposição
do item. Deve ser escolhido um período para avaliação, podendo ser diário ou semanal, de acordo
com o tipo de consumo, mas não é necessária a preocupação com a fixação do período como no
modelo de revisão periódica, e sim com a frequência das revisões (BERTAGLIA, 2003). Para
promover a revisão contínua, pode ser utilizada a seguinte fórmula:
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Figura 2: Revisão Contínua
Fonte: Adaptado de Bertaglia (2003)
Conforme apresentado na Figura 2, o método de revisão contínua é representado pela sigla
Pe caracterizado pela posição de estoque do item em unidades. Para obter este resultado, são
necessárias as seguintes informações:
Qe = Quantidade disponível em estoque para uso
Rp = Recebimentos programados
Qa = Quantidades comprometidas ou alocadas
De acordo com Bertaglia (2003), deve ser considerado como posição de estoque, apenas o
disponível, com entregas e pedidos firmes, sem incluir os estoques comprometidos mesmo que
estes ainda não tenham sido consumidos.
2.2 Indicadores de Desempenho de Estoques
Para Bertaglia (2003), a relevância da utilização de indicadores para medir o desempenho
dos estoques, com base em dois aspectos fundamentais: a administração moderna enfatiza a
redução de estoques, e as alterações em seus níveis geram forte impacto nas finanças das
empresas.
2.2.1 Giro de estoques
O Giro de estoque corresponde ao número de vezes em que o estoque é consumido durante
um determinado período, normalmente um ano. É um indicador calculado com base na relação do
volume de vendas do ano, dividido pelo capital médio investido em estoque, sendo que a obtenção
de um alto índice de giro de estoque pode sugerir um alto retorno de capital (BERTAGLIA, 2003).
As fórmulas para o cálculo do giro de estoque são:
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Figura 3: Giro de Estoque
Fonte: Adaptado de Bertaglia (2003)
Conforme consta na Figura 3, o giro de estoque pode ser obtido em valor monetário,
quando são aplicados na equação, valores gerados com as vendas anuais e estoque médio, e pode
ser obtido em unidades, quando é calculado através do volume em unidades das vendas anuais e
do estoque médio. Moura (2004) acredita que nas indústrias há um giro de materiais e outro de
produto, em que os materiais giram pela aplicação nos produtos e os produtos giram pelas vendas.
Para Bertaglia (2003), As empresas utilizam frequentemente esse indicador para comparar seu
desempenho ao de organizações similares, e algumas vezes adotam prerrogativas diferentes para o
cálculo de giro de estoque, como a utilização da classificação por famílias de produtos, por
produtos ou pela classificação ABC. Ballou (2008) complementa que, tanto o giro de estoques
especificado para classes diferentes de produtos, quanto o que considera o estoque inteiro, são
frequentemente utilizados, sendo que a aceitação desse giro de medição se deve à pronta
disponibilidade de dados obtidos através dos balanços financeiros da empresa e à simplicidade do
próprio giro de estoque.
2.2.2 Cobertura de estoque
De acordo com Bertaglia (2003), a cobertura de estoque é um indicador de desempenho,
obtido normalmente em número de semanas ou meses, que está relacionado com a taxa de uso do
item e baseado no cálculo do tempo de duração do estoque, caso não haja um ressuprimento. A
fórmula para cálculo da cobertura de estoque é a seguinte:
Figura 4: Cobertura de Estoque
Fonte: Adaptado de Bertaglia (2003)
Conforme a Figura 4, a cobertura de estoques é gerada através da divisão da quantidade do
estoque médio pela quantidade da demanda.
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2.2.3 Acurácia do Estoque
A acurácia dos estoques é determinada pela relação entre a quantidade física de produtos
ou mercadorias existentes, obtida através da contagem do estoque e a quantidade teórica, obtida
através das informações existentes nos registros de controle de entrada e saída de material.
Quando as duas quantidades são as mesmas, pode-se dizer que o estoque apresenta uma acurácia
igual a 100% (BERTAGLIA, 2003).
Figura 5: Acurácia de Estoque
Fonte: Adaptado de Bertaglia (2003)
A Figura 5 apresenta o cálculo utilizado para obter o valor da acurácia de estoques.
Bertaglia (2003), afirma que, manter a acurácia dos estoques em nível elevado, proporciona à
empresa vantagens significativas como o nível de serviço adequado ao cliente e a garantia da
disponibilidade de material para a produção.
3. Metodologia de Pesquisa
O estudo de caso apresenta-se como forma de delineamento de pesquisa, pois conforme
define Gil (2002), caracteriza-se pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de
forma que permita seu amplo e detalhado conhecimento. A unidade de análise escolhida para a
realização da pesquisa é uma indústria que atua no segmento calçadista da região do Vale dos
Sinos no Estado do Rio Grande do Sul, e têm como foco de análise, as áreas responsáveis pelo
planejamento do processo produtivo e gestão de estoques de produtos acabados, através dos
funcionários envolvidos nos processos e suas respectivas funções.
O método utilizado para a análise dos dados obtidos através da pesquisa foi a análise de
conteúdo, que de acordo com Collis e Hussey (2005), é um método formal que visa analisar dados
qualitativos, podendo ser uma maneira de converter sistematicamente texto ou outras formas de
comunicação como áudio e vídeo, em variáveis numéricas de acordo com unidades de códigos que
são pré-construídas pelo pesquisador.
4. Estudo de Caso
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A empresa onde foi realizado o estudo de caso foi fundada no ano de 1990, por um casal
gaúcho, visando atuar no segmento calçadista. Inicialmente foi criada uma marca de calçados
femininos, e em parceria com designers da Europa, a empresa passou a desenvolver modelos de
calçados, que despertaram o interesse de marcas de forte atuação no mercado mundial. A empresa
possui atualmente uma média de vendas de 120 mil pares mensais, porém deste total, apenas 22%
é produzido em sua fábrica própria. O restante da produção é distribuído entre as outras quatro
fábricas terceirizadas localizadas no Brasil, três delas em cidades da região do Vale dos Sinos no
Rio Grande do Sul e outra localizada no Ceará. Estas quatro fábricas correspondem a 36% do total
da produção, enquanto que em média 42% dos calçados vendidos, são produzidos em uma única
fábrica na China.
O Setor calçadista brasileiro compõe uma quantidade considerável de empresas que
necessitam de práticas de gerenciamento de estoques para conduzir suas atividades. De acordo
com dados do ano de 2010 disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC) existem mais de 7.200 empresas calçadistas no Brasil, que produzem
aproximadamente 665 milhões de pares de calçados ao ano. A região do Vale dos Sinos é uma das
regiões que mais obtém destaque no setor calçadista, pois através de pesquisa realizada no ano de
2007 pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), MDIC e Associação Brasileira das
Indústrias de calçados (ABICALÇADOS), praticamente todas as 18 cidades que compõem a
região, atuam no setor, estimando em torno de 1.700 empresas de calçados e componentes.
4. Aplicação do Estudo de Caso
Aborda- se neste tópico as informações obtidas através da análise de registros internos da
empresa estudada, da análise feita através da observação participante e da entrevista em
profundidade realizadas na própria empresa.
A entrevista foi realizada com o gerente da área de almoxarifado e buscou-se através das
questões elaboradas, a descrição dos processos de recebimento de matéria-prima, armazenagem,
organização do almoxarifado e distribuição interna dos materiais. As respostas obtidas com a
entrevista foram transcritas de forma parcial, sendo estas analisadas e interpretada pelos
pesquisadores. Apresenta-se abaixo o Quadro 1 que contém as perguntas realizadas durante a
entrevista.
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Bloco 1 Gerente de Almoxarifado
1 Quem são as pessoas envolvidas nas atividades relacionadas ao estoque?
2 Como funciona o processo de recebimento de mercadoria? É feito algum tipo de conferência no
ato do recebimento?
3 Onde ficam registradas as quantidades de materiais existentes? É utilizado algum tipo de
planilha ou sistema operacional?
4 Quais os critérios utilizados para a organização dos materiais dentro do almoxarifado? É
utilizado algum tipo de codificação?
5 Existe algum tipo de cuidado para a conservação dos materiais mantidos em estoque?
6 Como é feita a movimentação dos materiais dentro do almoxarifado? Quem são as pessoas
autorizadas a entrar no almoxarifado?
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Qual o tempo aproximado que os materiais permanecem estocados? É feita a utilização de
inventário físico ou outro tipo controle para obter a precisão dos materiais em estoque? Com
que frequência?
8 De que forma os materiais são liberados para o processo produtivo? Para quem é feita a entrega?
Tabela 1: Bloco de Perguntas Fonte: Elaborado pelos autores
4.1 Almoxarifado
O estoque de matéria-prima da empresa em estudo pode ser encontrado no almoxarifado,
que está subdividido em dois setores, os quais serão chamados de setor A e setor B. O setor A está
destinado a armazenagem de materiais para amostras e materiais de escritório e possui uma grande
variedade de itens em pequenas quantidades, e o setor B, está destinado à armazenagem de
produtos para os pedidos de produção e possui maior espaço para a estocagem dos materiais, que
podem ser encontrados em grandes quantidades. Essa divisão do almoxarifado em dois setores foi
realizada no ano de 2010, após a ocorrência de falta de alguns materiais, que haviam sido
comprados para pedidos de produção e acabavam sendo retirados do estoque para a utilização em
amostras, provocando atrasos em muitos pedidos, que não possuíam a quantidade de materiais
suficientes para sua produção. A empresa emprega seis pessoas no almoxarifado mais o gerente da
área, considerando os setores A e B. O quadro de pessoas com as atividades, esta composto da
seguinte forma:
Marcelo e Silveira (auxiliares de almoxarifado): atuam no setor A. São responsáveis
pelo recebimento das amostras vindas dos fornecedores, pela organização dos itens nas
prateleiras, deslocamento dos materiais dentro do almoxarifado e entrega às pessoas
destinadas, auxiliando o setor de desenvolvimento na procura de materiais que possam
ser utilizados nos novos modelos de calçados;
Diogo e Jonas (auxiliares de almoxarifado): atuam no setor B. São responsáveis por
acompanhar o processo de descarregamento das mercadorias, fazendo o recebimento e
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suas devidas conferências. Fazem parte de suas atribuições, a organização dos materiais
nas prateleiras, movimentação e a entrega de matéria-prima aos setores de produção;
Diego (almoxarife): atua nos setores A e B, e é encarregado pelo lançamento das notas
fiscais no sistema operacional. É responsável ainda, pelo controle dos produtos
químicos e recebe as solicitações de materiais via sistema pelos funcionários do setor
administrativo que fazem as solicitações de materiais de escritório;
Daniel (coordenador de Almoxarifado): atua nos setores A e B, sendo responsável pela
emissão de notas fiscais em casos de empréstimos, consignação ou apenas transporte de
materiais para as fábricas terceirizadas. É ele quem emite os relatórios contábeis,
relatório detalhado dos materiais que entram diariamente no almoxarifado, relatório de
consumo de materiais por setor, atualiza as planilhas de controle e supervisiona as
atividades dos outros funcionários do almoxarifado.
Os materiais são entregues geralmente as pessoas do almoxarifado responsáveis pelo
recebimento e, em alguns casos, quando se trata de um pequeno volume, é entregue na recepção.
Nos casos em que ocorre a entrega na recepção, não existe nenhum tipo de conferência no ato do
recebimento. A recepcionista apenas assina a nota fiscal ou o vale e avisa os responsáveis da
chegada da mercadoria. Quando os materiais são entregues diretamente aos responsáveis por essa
função, eles acompanham o descarregamento da mercadoria, procuram a ordem de compra
correspondente à entrega e fazem a conferência, comparando informações da ordem de compra
com as informações da nota fiscal, dando atenção à referência do produto, cores e quantidades.
Após a conferência dos materiais e liberação do entregador, é dada a entrada da mercadoria
no sistema operacional, onde é feita a inclusão do produto, com sua descrição e quantidades
apresentadas na nota fiscal. Em seguida, é feita a separação das vias que serão enviadas à
contabilidade, financeiro e setor de compras. É realizada uma segunda conferência por parte do
comprador, que registra a entrada da nota em sua planilha de controle.
O almoxarifado está localizado próximo a uma das recepções da fábrica, facilitando as
entregas de amostras ou pedidos de baixo volume ou quantidade, porém encontra-se longe do
portão de entrada, que é por onde devem entrar as mercadorias de maior tamanho ou volume. A
entrada principal dificulta o acesso dos caminhões por ter um pequeno espaço para a
movimentação de veículos, sendo necessária a permanência de apenas um caminhão por vez.
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Após descarregar as mercadorias no portão principal da fábrica, é preciso carregá-las até o
almoxarifado, em um trajeto de aproximadamente 30 metros em um corredor com 2 metros de
largura, que serve como uma extensão do setor de expedição da empresa, onde são empilhadas
uma grande quantidade de caixas prontas para o embarque, o que dificulta a passagem de grandes
lotes de matéria-prima.
Todos os materiais recebidos devem ser encaminhados imediatamente à armazenagem, ou
à produção, caso já tenham sido solicitados, pois como são feitas diversas entregas durante um
único dia, existe um cuidado para manter a organização do local, evitando que as entregas fiquem
acumuladas na entrada do almoxarifado ou espalhadas pelos corredores.
Em casos de mercadorias já aguardadas na produção, é possível identificá-las com
facilidade, pois no momento em que surge a necessidade de determinado material em um dos
setores da empresa, o encarregado pelo setor faz a solicitação a um dos funcionários do
almoxarifado, que anota em uma planilha eletrônica. Sendo assim, quando a mercadoria é
recebida, é feita a entrega ao solicitante. Os materiais são, de forma geral, guardados em
prateleiras com uma altura mínima de cinquenta centímetros do chão e são distribuídos de acordo
com a sua utilização: aqueles que possuem utilização frequente encontram-se dispostos nas
prateleiras da frente e em altura de fácil acesso e, os materiais que caíram em desuso ou possuem
baixa utilização, passam a ser guardados nas prateleiras mais altas e ficam normalmente mais ao
fundo do almoxarifado.
Os materiais de escritório ficam nas prateleiras laterais e possuem acesso facilitado.
Materiais como saltos, solas e palmilhas ficam separados de acordo com suas referências e em
seguida por tamanhos e, podem ser encontrados nas prateleiras mais baixas. Os metais e enfeites
são guardados em pequenas caixas e separados por categorias, por exemplo: fivela, argola,
passador, ilhós e rebite. Após, são separados por tamanhos e em seguida por cores ou banhos
como: ouro, níquel, grafite e ouro velho. Os couros são separados por artigos como: kid suede,
verniz e metalizados e, a partir daí são separados por cores. Os tecidos e sintéticos são separados
da mesma forma, de acordo com cores, texturas ou estampas. Cada grupo de materiais possui sua
referência ou demais informações de forma visível para facilitar a localização. Os couros, por
exemplo, são todos etiquetados com o nome e cor do artigo.
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Figura 6: Armazenagem de couros, tecidos e sintéticos
Fonte: Empresa (2011)
Como pode ser verificada na Figura 6, a forma de armazenagem de materiais como:
couros, tecidos e sintéticos, são organizados nas prateleiras, cada um com sua devida
identificação. Os materiais em si não são codificados, apenas as prateleiras são numeradas de
acordo com a classificação dos materiais estipulada pelos funcionários do próprio almoxarifado,
dando origem a um código interno de localização.
O código de localização consta no cadastro de cada item existente no sistema operacional,
desta forma ao consultar um item no sistema, é possível verificar com facilidade onde está
localizado dentro do estoque.
Este forma de localização através da codificação das prateleiras é utilizada para todos os
materiais do almoxarifado com exceção dos metais e enfeites que são identificados através de
catálogos numerados, onde é colocada uma peça de cada referência existente no almoxarifado com
sua devida identificação. O almoxarifado possui um total de 44 catálogos com aproximadamente
10 páginas cada um e cada uma das páginas, possui de 12 a 16 modelos de peças diferentes, que
são armazenados em uma mesma caixa identificada por um número.
O ambiente do almoxarifado é climatizado, a fim de manter uma temperatura adequada à
conservação dos materiais, pois alguns itens exigem cuidados especiais como as solas de couro
que precisam ser guardadas em caixas fechadas para evitar a exposição à luz ou calor, para não
sofrerem avarias na cor. Os metais são sempre enrolados em plástico-bolha, ou em alguns casos,
plásticos comuns e são colocados dentro de pequenas caixas de plástico. Alguns couros,
principalmente envernizados são enrolados ao contrário (lado avesso) e cobertos com plásticos
para evitar o aparecimento de riscos ou manchas.
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O almoxarifado dispõe de equipamentos básicos que viabilizem a retirada e
armazenamento de matéria-prima. O setor A não necessita de equipamentos para transporte, pois
aloca pequenos volumes e quantidades, portando possui apenas escada e ganchos de metal que
permitem a retirada de materiais colocados no alto das prateleiras. Já no setor B, além das escadas
e ganchos, existem dois carrinhos impulsionados manualmente, que permitem a movimentação
dos produtos maiores e mais pesados, que auxiliam também no transporte da matéria-prima desde
o seu descarregamento feito no portão de entrada principal da fábrica até a entrada do
almoxarifado. O setor B possui ainda uma balança industrial para a pesagem de alguns materiais
como: solas e pregos.
A empresa procura manter a organização constante do almoxarifado, por tal motivo o
acesso a esta área fica restrito aos quatro funcionários que trabalham no próprio setor. A porta do
almoxarifado é mantida sempre fechada e possui uma abertura com uma espécie de balcão para a
entrega dos materiais, a fim de evitar a entrada de pessoas não autorizadas. Eventualmente,
pessoas do setor do desenvolvimento, necessitam entrar no almoxarifado para escolher algum
material para ser utilizado nas amostras, mas são sempre acompanhadas por um dos funcionários
que indicam a localização dos materiais. Durante a jornada diária de trabalho, existe a
permanência de pelo menos um dos funcionários dentro do almoxarifado e durante o período da
noite a porta do setor é chaveada e a chave encontra-se com coordenador do setor.
No almoxarifado considerando os setores A e B consta uma quantidade aproximada de 12
mil itens, sendo que a maioria dos materiais utilizados no processo produtivo permanece estocada
num período de até sete dias. Materiais de escritório e alguns materiais que são utilizados para a
maioria dos pedidos como: caixas de papelão, caixas individuais e papel de seda, são comprados
em grande quantidade, normalmente uma vez a cada mês, portanto esse tipo de produto pode
apresentar maior tempo de permanência dentro do almoxarifado, devido ao seu alto volume de
compras. Em virtude disso, é possível perceber uma grande variação no número total de itens, seja
para mais ou para menos no decorrer de trinta dias.
Como o foco do trabalho é o estoque de matéria-prima, pode ser verificado que em geral, a
empresa trabalha com a política de puxar estoque, pois mesmo não tendo informações de demanda
real nos pedidos de mercado interno, é feita uma previsão de vendas e envio de um pedido com
quantidade determinada à produção. Para os setores de produção, compras e almoxarifado o
processo não muda, pois recebem o pedido com uma quantidade de pares definida, da mesma
forma com que são recebidos os pedidos de exportação. Sendo assim, a solicitação de matéria-
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prima é feita com base nas quantidades exatas para suprir determinado pedido, de maneira que não
ocorram sobras de matéria-prima.
De acordo com a pesquisa realizada em registros internos, foi possível observar que a
empresa possui uma classificação relacionada à importância dos materiais em estoque baseada na
classificação ABC conforme divisão a seguir:
Itens “A” – São os materiais que representam maior valor dentro do almoxarifado,
sendo eles: couros e ornamentos.
Itens “B” – São materiais que representam valor intermediário como: produtos
químicos, navalhas e formas de produção, tecidos, sintéticos e alguns tipos de metais.
Itens “C” – Representa os materiais com baixo valor e grande quantidade como: sola,
salto, taco, palmilha e metais pequenos como: ilhoses, cravos e rebites, pregos,
parafusos.
Essa classificação é restrita às matérias-primas das três classificações citadas, não se
estendendo para outros materiais estocados como: ferramentas de trabalho, materiais de escritório
e materiais de limpeza. Outra constatação é que a área de almoxarifado da empresa não possui a
rotina de realizar um inventário físico anual, mas executa o inventário rotativo que Dias (1996),
acredita ser uma forma de reduzir a duração unitária da operação, através da possibilidade de
distribuir as contagens ao longo do ano, concentrando a cada mês menores quantidades de itens.
A distribuição do inventário rotativo na empresa está baseada na classificação ABC, porém
apenas são inventariados os itens “A” e “B”, que são considerados de maior importância. Os itens
de classificação “A” seguem uma rotatividade de 4 meses de contagem e os itens “B” são
contados normalmente duas vezes ao ano.
O Sr. Daniel, coordenador do almoxarifado, menciona que: “o inventário rotativo é a saída
para que exista algum tipo de conferência do estoque, sem que ocupe muito tempo seguido e não
comprometa todos os funcionários que trabalham no setor de uma só vez [...]”.
Existem duas pessoas (Marcelo e Silveira) que fazem a contagem física dos itens do setor
A e outras duas pessoas (Diogo e Jonas) destinadas a fazerem a contagem no setor B. Uma quinta
pessoa (Diego) é responsável por alimentar o sistema com os resultados obtidos pela contagem
nos dois setores, fazendo as comparações entre o estoque físico e o estoque contábil. O
coordenador Daniel é responsável por efetuar a conferência e análise dos relatórios obtidos através
do registro dos inventários.
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Os itens são contados apenas uma vez a cada inventário, não havendo nenhum tipo de
conferência, exceto quando há uma grande divergência entre o resultado obtido com a contagem
do estoque e o resultado registrado no sistema operacional. Neste caso a mesma pessoa que fez a
contagem, efetua uma conferência para certificar-se dos valores.
A distribuição interna dos materiais pode ser feita de diferentes formas, dependendo do
tipo de produto e do setor a ser entregue o material. A distribuição é realizada conforme a divisão
abaixo:
Materiais de escritório: São solicitados via sistema pelos funcionários do setor
administrativo e após a solicitação são retirados no almoxarifado pela pessoa que
solicitou.
Couros, sintéticos e tecidos: São retirados diretamente no almoxarifado, pelo chefe do
setor de corte, mediante apresentação de ficha técnica do modelo, onde consta o
consumo em metros para a quantidade solicitada.
Solas, saltos e palmilhas: São retirados pela pessoa responsável pelo setor de pré-
fabricado, mediante apresentação do talão de produção onde constam as cores e
quantidades.
Metais e enfeites: São retirados pela responsável do setor de costura, de posse do talão
de produção para conferência das quantidades e banhos dos metais.
Materiais diversos (pregos, parafusos, lixas, solventes e demais produtos químicos): São
retirados de acordo com as necessidades dos setores. Normalmente quem retira são os
chefes de setor. O almoxarifado possui uma planilha para controlar as entregas deste
tipo de material.
Ferramentas de trabalho (tesoura, martelo...): São retirados diretamente pelo operador
ou funcionário que necessita de determinado material, que deve assinar uma lista de
recebimento, onde consta seu nome, a data de entrega e a descrição do material retirado.
Caso este material não esteja disponível no estoque, é feita a solicitação e após o
recebimento é feita a entrega ao funcionário que fez a solicitação.
Exceto o item “a” que possui registro de solicitação no sistema operacional, e o item “f”
que possui um controle mais rigoroso de entrega, todos os outros materiais exigem o
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preenchimento de uma solicitação simples de requisição de material no momento da retirada, onde
constam as informações necessárias que posteriormente serão lançadas no sistema de controle.
Todas as mercadorias entregues às pessoas destinadas nos setores de produção são
contadas ou conferidas apenas pelo funcionário do almoxarifado que faz a entrega.
5. Considerações Finais
Através do estudo de caso realizado verificou-se a forma como uma empresa que atua no
segmento calçadista realiza a sua gestão de estoque de matéria-prima, pois este mesmo segmento
têm se modificado ao longo dos últimos anos em face das importações de mercados globais. A fim
de obter um adequado resultado com relação aos objetivos propostos, foi utilizada uma abordagem
qualitativa na coleta de dados, através de entrevista em profundidade, além da coleta de dados
através de registros internos da própria empresa e da observação participante. A junção destas
informações permitiu a obtenção de uma descrição do processo de gestão de estoques,
possibilitando a contribuição acadêmica através da discussão e demonstração das práticas voltadas
à gestão de estoques utilizada pela empresa.
A empresa pesquisada realiza a gestão de estoques de matérias-primas, porém em face da
quantidade de itens estocados atualmente, sugere-se também a utilização de diferentes ferramentas
para controle de seus estoques como o sistema de WMS (Warehouse Management System),
Código de Barras dentre outras tecnologias disponíveis no mercado. Entende-se que o controle
efetivo físico associado a disponibilidade das informações relativas ao estoque, proporcionam uma
maior eficiência e nível de serviço junto aos clientes.
Referências
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2003.
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Couro, Calçados e Artefatos. Brasília, 2011. Disponível em:
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graduação e pós-graduação. Porto Alegre: Bookmann, 2005.
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Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2004.
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Paulo: Pearson, 2008.
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Quantitativos. São Paulo: Atlas, 2008.