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Caros Irmãos:
Estamos retornando ao fraterno convívio com os Irmãos, apresentando u-
ma nova edição de nosso boletim virtual da Chico da Botica, o de número 122..
Encerrando mais um semestre e, em especial, o mês de junho, quando re-verenciamos São João, o Batista, no dia 24 de junho. Temos também o outro São João, o Evangelista, que é comemorado a 27 de dezembro.
Vemos muitas discussões sobre quem efetivamente é o “Padroeiro da Ma-çonaria” e temos muitos indicativos que levam a fixar em São João Batista. Dentre eles podemos colocar: o dia que os maçons operativos escolheram para a reunião anual, no dia de São João Batista, em 24 de junho, ou, opcionalmente, no dia de São João Evangelista, em 27 de dezembro, dando ênfase ao primeiro; a fundação da Grande Loja de Londres, em 1717, ocorreu no dia, 24 de junho; Regulamentos Gerais, aprovados, pela segunda vez, no dia de São João, 24 de junho de 1721, por ocasião da eleição do Príncipe João, Duque de Montagu, pa-ra Grão-Mestre.
Temos outras correntes que defendem ser nosso Padroeiro São João da Escócia, São João Esmoler ou São João de Jerusalém. As discussões continu-am e as páginas do Chico da Botica abertas para todas as opiniões. Venham para elas.
Assim estamos desejando ao Irmão uma boa e útil leitura e no firme propó-sito de que os temas publicados sejam úteis para nosso desenvolvimento e na divulgação da cultura maçônica..
Um TFA a todos Loja Francisco Xavier de Pesquisas Maçônicas - GORGS
EDITORIAL: “As Páginas do Chico da Botica Abertas Para Todas as Opiniões”
INFORMATIVO CHICO DA BOTICA Registro na ABIM nº. 18-B
AUG :. RESP :. LOJ :. “FRANCISCO XAVIER FERREIRA
DE PESQUISAS MAÇÔNICAS”AO GORGS
Ano 14, Edição nº. 122 Data: 30 de Jun de 2018
Editorial: “As Páginas do
Chico da Botica Abertas
Para Todas as Opiniões”
S ONETOS DE 4ª FEI-
RA: SÃO JOÃO; ES-
TAÇÃO COBIÇOSA; RE-
TORNO À FERRAMEN-
TARIA; A ÁGUA CHORA!
- Irmão Adilson Zotovici -
Pág. 2
1
A Regularidade e a Irre-
gularidade Maçôni-
cas: que fundamentos?
- Irmão Mário Jorge Neves
- Pág. 3 a 7
2
A ALEGRE SABEDORI-
A DOS CONSTRUTO-
RES - Irmão Luiz A Rebou-
ças dos Santos - Pág. 7 e 8
3
Q uite placet: reflexões
sobre sua origem na
jornada maçônica - Irmão
Franklin dos Santos Moura
- Pág. 9 e 10
4
Nesta edição:
À GLÓRIA DO GA DU
Fundada em 19 de novembro de 1995
Especiais: Chico Social Reflexões Conhecimento Notícias Rapidinhas
"O talento educa-se na calma, o caráter
no tumulto da vida." (GOETHE )
Página 2
Informativo
CHICO DA BOTICA
ojá Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
CONHECIMENTO: O Dia da Liberdade de Pensamen-
to é comemorado mundialmente
em 14 de julho.
De acordo com o artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela ONU, em 10 de dezembro de 1948: “Toda pessoa tem direito à liber-dade de pensamento, consciên-cia e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifes-tar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou cole-tivamente, em público ou em par-ticular”. O artigo 19 da mesma declaração diz: “Todo homem tem direito à liber-dade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quais-quer meios e independentemente de fronteiras”. . . . . . . L e i a m a i s : h t t p s : / /www.calendarr.com/brasil/dia-da-liberdade-de-pensamento/
SONETOS DE 4ª FEIRA Adilson Zotovici
ARLS Chequer Nassif-169
SÃO JOÃO
A prumo está o braseiro
Flameja a madeira, o carvão,
Peculiar doce cheiro
Rumo à alegria, emoção!
Um sentimento fagueiro
Inefável inspiração
Qual Isabel no terreiro
Noticiou com o clarão
Glória ao homem festeiro
E a toda população
Como ao livre pedreiro
Cada qual com sua razão
Tal d‟obreiro, Padroeiro,
Nesse “dia de São João” !
RETORNO À FERRAMENTARIA
Com cinzel já desgastado
Mui vibrado dia a dia
Nesse tempo afastado
Com permanente vigia
Livre pedreiro empenhado
Volta em busca de energia
Pra ter na oficina afiado
O instrumental de valia
Sabe que ali é amparado
Vez que a “ferramentaria”
Dum obreiro iniciado
Pra aprimorar a cantaria
À obra do Templo jurado
Ao Grande Arquiteto...seu Guia !
ESTAÇÃO COBIÇOSA
Preferia falar das flores
Do nosso céu azul anil
Dos mais diversos esplendores
Dum povo alegre e varonil
Dos patriotas estentores,
Bradando contra algum ardil
De apoio aos educadores
Do Torrão gigante, viril
Ouço pois, face tantas dores
Do povo sôfrego, gentil,
Reclamos, quais estertores
Estação cobiçosa, servil,
Por inversões dos valores
Que se vê por todo Brasil
A ÁGUA CHORA!
A maltratada Terra implora!
Grande e urgente união
Unificando forças agora,
Ao combate à devastação
Ao ar, à fauna, à flora,
Grave ofensa e degradação
Um desrespeito que aflora
Ao SENHOR, pela população !
Assim também a ÁGUA chora !
Gritando por preservação
Um gesto de amor, sem demora,
Antes de sua aniquilação !
Julho
- Ir.·. Efetivos:
21 - Cleomir Bassani
28 - Diogo Brites da Luz
- IIr.·. Correspondentes:
05 - Walter Celso de Lima
11 - João Alves da Silva
17 - Mario Name
26 - Paulo Iochitaka Tomimatsu
Aos aniversariantes!
Nossas Felicitações!!!
Página 3 Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 122 - 30 Jun 2018 - ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
Nas várias áreas da “história oficial” estão consagradas
abordagens e mistificações profundamente limitativas dos
factos ocorridos e com intuitos de manipulação e de condi-
cionamento das consciências dos povos.
Está suficientemente demonstrado que a “história ofici-
al”, em todos os períodos em que existem registros, foi
sempre escrita pelos vencedores e pelas forças hegemóni-
cas que em cada momento desempenharam o papel de
grandes potências político-econômicas.
É partindo destes factos que podemos analisar melhor
a “história oficial” da Maçonaria chamada especulativa que
foi, numa apreciável parte, habilmente construída em clara
subordinação a poderosos interesses políticos, religiosos e
imperiais.
Por outro lado, importa sublinhar que essa história ofici-
al está cheia de contradições e com diversos aspectos que
colidem com a mais elementar sensatez.
Não existem registros anteriores a 1717, ao contrário
do que acontece com diversas lojas inglesas e escocesas,
de 3 das 4 lojas que nesse ano terão constituído a “ Gran-
de Loja de Londres” e que mais tarde esteve na origem da
Grande Loja de Inglaterra.
A excepção é a Loja “Ganso e a Grelha” que algumas
escassas referências sugerem ter sido constituída em
1691.
A própria acção do reverendo James Anderson surge
envolta em aspectos pouco claros, dado que é sistematica-
mente escamoteado que o início da sua actividade de
compilação de vasta documentação maçónica se deveu a
um trabalho pago pelo Duque de Montagu, tendo vindo a
culminar poucos anos mais tarde, em 1723, na elaboração
das Constituições apelidadas de Anderson, mas de que ele
foi quase um mero redactor, dado que os verdadeiros ins-
piradores terão sido, segundo a ampla fundamentação do
escritor Jean Barles, George Payne e Jean-Théophile Dé-
sagulier.
James Anderson era escocês e pastor presbiteriano,
desempenhando as funções de capelão de uma loja em
Aberden.
De acordo com as tradições maçónicas da época, os
capelães e os médicos faziam parte dos quadros das lo-
jas, mas não eram iniciados nem participavam, natural-
mente, nas sessões.
Os capelães tinham como tarefa desempenhar funções
religiosas como nos casos de falecimentos de obreiros da
loja ou mesmo familiares directos e os médicos exerciam a
sua função de apoio à actividade maçónica efectuando
exames físicos a todos os candidatos à iniciação para de-
tectarem qualquer deficiência física que impossibilitaria a
realização dessa iniciação.
Ora, não existem quaisquer registos da iniciação de
Anderson, o mesmo acontecendo com Désagulier. Então,
podemos estar perante a criação de lojas maçónicas por
elementos que não eram iniciados, ou seja, que não eram
maçons.
Também é curioso verificar que uma das característi-
cas que marcou as Constituições de Anderson foi estipular
que não poderiam existir na actividade maçónica discus-
sões políticas e religiosas.
Esta disposição transformou-se, no plano teórico, num
princípio basilar e referenciado como caracterizador da
actividade maçónica, sendo apresentado pela história ofi-
cial como uma inovação das referidas constituições.
Acontece que estamos perante aquilo que se pode
considerar um plágio, dado que o escritor Roger Dachez
refere que os Regulamentos da Royal Society já estipula-
vam em 1660 que as discussões políticas e religiosas es-
tavam banidas dos trabalhos desta sociedade.
Os factos históricos que se vão acumulando fruto das
investigações de diversos historiadores e escritores maçó-
nicos vão mostrando que a Grande Loja de Londres se
constituiu como um dos elementos de consolidação da
dinastia hanoveriana que acabava de ser colocada no tro-
no inglês em detrimento da família real stuartista.
O rei, alemão, George I chegou a Londres sem sequer
falar a língua desse país e ocupou o trono por via de um
conjunto de lutas políticas internas, necessitando de agre-
gar rápidos apoios nos vários sectores da sociedade.
A Regularidade e a Irregularidade Maçônicas: que fundamentos? *Irmão Mário Jorge Neves
Autor português: texto no original
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Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 122 - 30 Jun 2018 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
Um dos sectores que cedo lhe despertou preocupação
foi o facto de as lojas maçónicas inglesas, escocesas e
até irlandesas estarem hegemonizadas por partidários
dos Stuarts.
Naquele tempo, uma grande e decisiva parte da infor-
mação e formação da opinião pública por sectores que
influíam no curso dos acontecimentos era feita nos janta-
res de convívio, nos serões dos bares e tabernas e ainda
nas sessões das lojas maçónicas.
É um facto indiscutível que todos aqueles que estive-
ram na formação da Grande Loja de Londres e na elabo-
ração das Constituições de Anderson eram declarados
apoiantes do novo regime hanoveriano.
Aliás, não é por acaso que a criação da Grande Loja
de Londres desencadeou imediatas contestações da par-
te da generalidade das lojas inglesas, escocesas e irlan-
desas, e sobretudo do líder da grande maioria das lojas
londrinas Sir Christopher Wren, que foi um dos presiden-
tes da Royal Society.
Coincidindo com o crescimento imperial da Inglaterra,
a Grande Loja de Londres foi hegemonizada rapidamente
por membros da família real e dos nobres a ela adjacen-
tes, tornando-se com o decurso dos anos num instrumen-
to importante do Poder político da Grã-Bretanha.
Neste contexto, um enorme esforço de propaganda
imperial britânica divulgou repetidamente que a constitui-
ção da Grande Loja de Londres em 1717 constituía o nas-
cimento da chamada maçonaria especulativa em substitu-
ição da até aí “maçonaria operativa”.
Esta consagração histórica desafia os aspectos mais
elementares dos factos históricos e da própria inteligência
humana.
Em nenhuma circunstância pode haver actividade ope-
rativa sem uma prévia actividade especulativa pela sim-
ples razão de que o pensamento precede a acção.
Por outro lado, está amplamente documentado que
mais de um século antes da criação da Grande Loja de
Londres foram admitidos não operativos na loja de Edim-
burgo St Mary‟s Chapel, como é o caso em 1600 de John
Boswell of Auchinleck e mesmo em Londres estão ampla-
mente mencionadas, a partir de 1620, as chamadas lojas
de “aceitação”.
Como é possível afirmar que a maçonaria especulativa
nasceu em 1717 quando é nesse mesmo país que foi cria-
da a primeira sociedade científica do mundo com emana-
ção directa de um longo trabalho de especulação científica
protagonizada por um grupo de cientistas de elevado nível
de conhecimentos e que Robert Boyle nas suas cartas da-
tadas de 1646/1647 apelidou de “ Colégio Invisível” e cujos
membros eram na sua quase totalidade maçons ?
A criação oficial da Royal Society em 28 de Novembro
de 1660, tinha maçons como Sir Robert Moray, seu primei-
ro presidente, Elias Ashmole e Sir Christopher Wren que
foram iniciados na primeira metade do secº XVII.
Não é provável que Boyle tenha sido maçon, embora
fosse um companheiro de caminhada desse grupo de ma-
çons e participante regular nas reuniões do chamado Colé-
gio Invisível. E não é provável, porque Boyle escreveu em
múltiplas cartas e documentos que não admitia fazer jura-
mentos de qualquer espécie.
Portanto, se há momento em que se possa assinalar
como criador da chamada Maçonaria Especulativa esse é a
data da criação oficial da Royal Society.
Em 1929, a Grande Loja Unida de Inglaterra proclamou
uma regra em 25 pontos, em que o 8º estabelece o seguin-
te:
“ Grandes Lojas irregulares ou não reconhecidas:
Existem algumas supostas obediências maçónicas que
não respeitam estas normas, por exemplo, que não exigem
aos seus membros a crença em um ser supremo ou que
encorajam os seus membros a participar enquanto tal nos
assuntos políticos. Estas obediências não são reconhecidas
pela Grande Loja Unida de Inglaterra, como sendo maçoni-
camente regulares e todo o contacto maçónico com elas
está interdito”.
Esta leitura suscita uma enorme perplexidade para
quem divulgou durante os últimos séculos que na maçonari-
a não podiam processar-se discussões políticas e religio-
sas, à luz das Constituições de Anderson.
Onde está a liberdade de consciência para acreditar ou
não acreditar em seres supremos? Um dos factores princi-
pais desta clivagem entre a chamada “maçonaria regular” e
a maçonaria liberal está na ausência por parte daquela de
qualquer reconhecimento de obediências femnininas ou
mistas.
Cont.: A Regularidade e a Irregularidade Maçônicas: ...
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Informativo CHICO DA BOTICA
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Nas últimas décadas, esta arrogância imperial tem vin-
do a desmoronar-se fruto da situação geral de enfraqueci-
mento dessa corrente maçónica.
A influência da maçonaria dita regular na Grã-Bretanha,
Estados Unidos e Canadá tem vindo a diminuir acentuada-
mente. A maçonaria americana afastada das realidades da
sociedade, envelhecida, reduzida a uma actividade convi-
vial, presa a visões retrógradas e acentuadamente conser-
vadoras, os seus efectivos que estavam situados em torno
dos 4 milhões de membros em 1950 não serão hoje supe-
riores a metade, de acordo com a análise publicada no nº
de Maio/Junho de 2016 da Franc-Maçonnerie Magazine.
Nesse país, as lojas femininas são quase inexistentes e
pratica-se a segregação racial, havendo uma obediência
específica dos cidadãos negros, Prince Hall.
No que se refere à maçonaria inglesa realizam-se, na
melhor das hipóteses, sessões de 2 em 2 meses.
As aberturas dos trabalhos das lojas são acompanha-
das da leitura de um versículo da Bíblia. Não existe um
orador, mas um capelão que recita uma oração no início e
no fim das cerimónias.
A maçonaria inglesa está amarrada a uma visão bas-
tante conservadora e desligada de uma sociedade em mu-
tação acelerada, cada vez mais multicultural e cada vez
menos religiosa.
Também neste país, a maçonaria tem uma ausência de
debates sobre as questões sociais nas suas lojas, também
se verifica um marcado envelhecimento dos seus mem-
bros e uma quase ausência de lojas femininas, com este
quadro geral a transpor-se para países como a Austrália,
Nova Zelândia, Canadá, África do Sul e Israel cujas obedi-
ências maçónicas estão estreitamente ligadas à Grande
Loja Unida de Inglaterra.
É curioso verificar que um país onde esta tendência
não se tem verificado é a Islândia, que é em todo o mundo
aquele que tem uma maior percentagem de maçons.
Entretanto, lojas ligadas a obediências francesas estão
a crescer em diversos países como a Inglaterra, a Irlanda,
e os Estados Unidos, concretamente em Nova Iorque e em
S. Francisco.
Iniciativas conjuntas têm sido realizadas como coló-
quios da Grande Loja da Califórnia com a participação do
Grande Oriente de França, a Grande Loja Feminina de
França e o Direito Humano.
Em Minnesota, também houve a participação de repre-
sentantes do Grande Oriente de França numa conferência
da respectiva Grande Loja.
No entanto, ainda não está no horizonte próximo o reco-
nhecimento mútuo, mas que estão a desenvolver-se subs-
tanciais mudanças em importantes sectores da maçonaria
americana isso é já um facto indesmentível.
De acordo com a escritora Cécile Révauger, no seu arti-
go publicado no já referido número da revista francesa, o
desafio com que estão confrontadas as Grandes Lojas di-
tas regulares, é com uma redução de cerca de 85% do nú-
mero dos seus membros desde a década de 1960, e que é
acompanhada do seu envelhecimento inquietante, em que
a idade média é de 71 anos.
Entre as causas detectadas para este acentuado declí-
nio estão uma falha de recrutamento de novos membros,
demissões frequentes, invocadas menores disponibilidades
por razões profissionais e familiares, o crescente desinte-
resse por actividades associativas e o individualismo cres-
cente da nossa sociedade actual.
Os maçons mais novos referem a monotonia das ceri-
mónias, o pouco interesse prestado ao simbolismo, a au-
sência de investigação pessoal e de uma maior abordagem
intelectual.
A maior parte das Grandes Lojas começaram a reagir,
aumentando as acções caritativas para aumentar a visibili-
dade, sendo muitas destas acções geridas por fundações
maçónicas, como são os casos da construção de lares pa-
ra idosos, lares para estudantes universitários e a atribui-
ção de bolsas de estudo a estudantes.
Como explicar que uma potência maçónica, como a
Grande Loja Unida de Inglaterra, que é o exemplo mais
flagrante de uma criação política, sendo dirigida desde o
início por príncipes detentores do Poder político monárqui-
co no seu país, possa assumir-se como a detentora de u-
ma “soberania” que determina a interdição de contactos
com quem tem “participação nos assuntos políticos”?
E quem conferiu à esta potência maçónica o poder in-
ternacional para ser a detentora dessa autoridade para
decidir sobre quem é regular ou não?
Cont.: A Regularidade e a Irregularidade Maçônicas: ...
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Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 122 - 30 Jun 2018 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
É que para além da criação de uma grande loja para
combater os stuartistas e poder desempenhar o papel de
um instrumento político de ajuda à consolidação do novo
poder hanoveriano, a Grande Loja de Londres passou a
designar-se posteriormente como Grande Loja da Inglater-
ra, enquanto se constituiu na década de 1750 a Grande
Loja dos Antigos não só como forma de contestação à he-
gemonia política e maçónica em desenvolvimento pela ou-
tra potência, mas também como resultado de alterações
sociológicas significativas, nomeadamente um crescente
número de emigrantes escoceses e irlandeses de meios
socias mais humildes que não tinham possibilidade de ace-
der à Grande Loja de Inglaterra.
Mais tarde, e outra vez em função da política, o Duque
de Sussex e o seu irmão Duque de Kent decidem colocar
fim às suas querelas e como principais dignitários das
Grandes Lojas dos Modernos e dos Antigos constituem em
1813 a Grande Loja Unida de Inglaterra.
Esta decisão é motivada, de novo, por razões de carác-
ter político em reacção à Revolução Francesa e às campa-
nhas posteriores das tropas napoleónicas, em que a mo-
narquia britânica decidiu tomar medidas para que nenhuma
ameaça reformista pudesse desenvolver-se em solo britâni-
co. Ao mesmo tempo, a aristocracia e a burguesia industrial
estabeleceram uma frente política para erradicar qualquer
ameaça revolucionária.
É neste contexto concreto, que surgiu a Grande Loja
Unida de Inglaterra como um dos instrumentos de fortaleci-
mento do Poder político ameaçado.
Conclusões pessoais:
- A criação da Grande Loja de Londres obedeceu a um
mero expediente de luta política entre duas famílias que
disputavam o trono inglês e britânico.
Esta criação representou uma cisão na tradição de fun-
cionamento das lojas maçónicas de Londres e mesmo a
nível da Inglaterra.
A Grande Loja Unida de Inglaterra, desde as suas ori-
gens, é o exemplo mais flagrante de dependência do Poder
político, ao submeter-se à monarquia inglesa e ao ser por
ela dirigida hereditariamente.
Este é outro facto demonstrativo da sua irregularidade à
luz dos seus próprios preceitos contidos no citado ponto
nº8.
- A elaboração das Constituições de Anderson preten-
deu estabelecer parâmetros padronizadores da actividade
maçónica, mas de cariz limitativo da discussão política e
religiosa numa réplica, sempre escondida, de disposições
já estabelecidas pelos regulamentos da Royal Society
quase 60 anos antes.
Enquanto que a nível da Royal Society a erradicação
das discussões políticas e religiosas pretendia salvaguar-
dar a independência do trabalho científico num período da
sociedade inglesa dilacerada por fracturas políticas e reli-
giosas decorrentes da guerra, poucos anos antes, entre
partidários da realeza e de um poder republicano
(Cromwell), em 1723 o objectivo dessa interdição foi impe-
dir que as lojas maçónicas se voltassem a transformar em
espaços de discussão e de formação de opinião que pu-
dessem tornar-se focos de contestação à nova dinastia
hanoveriana.
- A distinção entre maçonaria operativa e maçonaria
especulativa é uma invenção da Grande Loja Unida de
Inglaterra para poder arvorar-se em criadora desta última
e, assim, procurar desenvolver uma acção hegemónica e
rentabilizadora da “patente” do invento.
Se há data que possa constituir um marco nessa vira-
gem é a criação da Royal Society.
Simultaneamente, já vimos anteriormente que essas
definições não são idóneas à luz de que o pensamento
precede sempre toda a acção.
Como é facilmente compreensível, os tais operativos,
muito antes de iniciarem a edificação das grandes obras,
passavam longo tempo em discussões sobre o tipo de
construção, os pormenores simbólicos e ornamentais, os
cálculos arquitectónicos e de engenharia, etc…
É por essa intensa e prévia actividade especulativa/
científica que os chamados operativos edificaram monu-
mentos que ainda hoje apresentam toda a sua estabilida-
de de construção e com pormenores arquitectónicos qua-
se irreprodutíveis.
Aquilo a que assistimos foi a uma transição gradual
das lojas maçónicas ligadas ao ofício para lojas maçóni-
cas ligadas, predominantemente, aos meios intelectuais.
E essa tradição iniciou-se e consolidou-se muito antes
de 1717.
Cont.: A Regularidade e a Irregularidade Maçônicas: ...
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ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
Lá pelos anos 70 eu trabalhava em uma fundação
pública, e começava a entrar na moda o tal de computa-
dor, que era um privilégio de algum “alto especialista” que
fazia mistério do seu trabalho.
Os computadores da época não realizavam mais do
que quatro operações, com muita lentidão e um gasto
enorme de fitas ou cartões perfurados. Já começavam a
surgir versões de uso pessoal, com programas gravados
em fitas K7 e até uma novíssima versão de um CP 200
que usava disquetões. Meu colega comprou um desses e
me vendeu o mais antigo. Assim, eu tinha em casa um
computador. Mas precisava mais: uma pequena TV que
servia de monitor; um gravador de K7 para ler o progra-
ma e, pelo zumbido que fazia, estava ou não baixando o
programa para poder ser usado. Uma mão-de-obra!
A alusão à fundação pública é porque, nesses ambi-
entes de planejamento, e principalmente no setor público,
os grandes intervalos que ficávamos à disposição da enti-
dade precisavam ser preenchidos e, certamente por dis-
crição, escolhemos jogar xadrez. Para sermos mais dis-
cretos, o jogo era feito por correspondência – veja bem,
não existiam e-mails! – e, aos lances dados, nos era pos-
sível estudá-los e contrapor, quer no mesmo dia ou no
dia seguinte.
O programa que veio junto com meu computador
eram jogos de xadrez em três níveis, do mais fácil ao
mais sofisticado. Eu estudava em livros de mestres enxa-
dristas e, primeira experiência com meu computador foi
desafiá-lo, com base em um jogo já conhecido, dos livros,
em que as brancas venceriam facilmente.
Comecei com as brancas, propondo uma abertura
de centro e um gambito, para ganhar o centro do tabulei-
ro. O computador respondia conforme a lógica. Porém,
ao aproximar-se do fim, onde eu deveria dar-lhe o xeque-
mate, olhei para o tabuleiro e lá estava outro jogo, dife-
rente do que tinha colocado até então!
- Ah! – pensei. Foi engano meu! O computador não
ia ganhar, mas eu me equivoquei em algum lance. Revi a
partida e tive a certeza de que não havia o equívoco. O
computador trapaceou.
Refiz a experiência com outro jogo e... lá ele nova-
mente! Trapaceiro! Ladrão! Estava pré-programado para
mudar o jogo quando a situação de derrota se concretiza-
va.
Os mestres que eu seguia eram superiores, porque
A ALEGRE SABEDORIA DOS CONSTRUTORES
*Irmão Luiz A Rebouças dos Santos
- A imposição que a “Regularidade” faz na necessidade
em acreditar num ser supremo viola as Constituições de
Anderson, como também as violam ter trabalhos maçónicos
com a presença da Bíblia e a leitura de extractos seus na
abertura e encerramento das sessões, como acontece na
Inglaterra. Isto são práticas irregulares !!!
- Finalmente, importa ter presente o acentuado declínio
da chamada Maçonaria Regular.
A história das sociedades e as análises das organiza-
ções mostram que quem não acompanha o ritmo da vida
fica pelo caminho.
As razões que têm determinado, em grande parte, esse
declínio são caracterizadoras do estado actual das nossas
sociedades e das alterações de valores que condicionam
as práticas individuais e de grupo.
Estamos num momento muito adverso a valores huma-
nistas e solidários e se não houver uma estratégia sabida-
mente concebida para intervir na sociedade e em defesa de
grandes objectivos civilizacionais como a Democracia, a
Liberdade e o Bem-Estar Social, seremos trucidados pela
evolução impetuosa dos acontecimentos e descartados
pelos cidadãos.
Fazer maçonaria hoje, é muito diferente de há 40 ou 50
anos.
Fazer maçonaria hoje é discutir política com P Grande e
é intervir na defesa dos grandes valores que a humaniza-
ção da sociedade exige.
Olhemos à nossa volta para os exemplos dos outros e
tomemos medidas urgentes.
Se não o fizermos, seremos arrastados pela enxurrada
dos tempos que correm !!!
Janeiro 2017
Mário Jorge Neves
Cont.: A Regularidade e a Irregularidade Maçônicas: ...
Página 8
Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 122 - 30 Jun 2018 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
cultivavam a arte das combinações até ao que se conven-
cionou chamar de Beleza. Alguns lances mais na partida, o
computador entendia que estava em dificuldades e, não
podendo jogar vitoriosamente no terreno da inteligência,
usou de poderes mágicos, próprios de sua natureza.
Não adiantava o computador me oferecer revanche
nessas condições, mesmo que eu pudesse ganhar, mesmo
que a aparência de vitória não satisfizesse meu contendor.
A Alegre Sabedoria dos construtores é simplesmente
um saber desinteressado do plano material, orientado sim-
plesmente para um objetivo: a felicidade de saber, de des-
cobrir o novo, de conhecer. O conhecimento escolar, insti-
tucional, transmitido pela sociedade, tem por objetivo a do-
minação do outro, o poder sobre o outro. Ensina as regras
do jogo e as possibilidades; enquanto que a Arte Real ensi-
na igualmente as regras do jogo, mas o ensino das possibi-
lidades é substituído pela Arte Real de conhecer antes de
tudo, o cenário e o adversário. No jogo de xadrez, isso po-
de ser tomado como:
1. A arte de ter no tabuleiro mais peças que o adversário;
2. A arte de manipular o adversário;
3. A arte de defender suas peças dos golpes conhecidos.
É por isso que a Alegre Sabedoria não é o saber dos
notáveis. É por isso que a boa garrafa, nas lojas dos cons-
trutores, se degusta no centro do canteiro, onde não se
escuta o cantar do galo.
É porque a Alegre Sabedoria, que vem do desejo de
conhecer, do desejo de ser um justo, honrado e verdadeiro,
corresponde ao bom e ao belo de per si. Com efeito, não se
trata de um meio, mas um fim em si mesmo, que marca o
amor pela vida.
A Alegre Sabedoria não ensina a verdade, ensina e
fomenta o apetite pela verdade. Alguns homens dizem: eis
o que unicamente é verdadeiro e justo, e quem pensar de
forma diferente está no erro. O Espírito da Geometria rejei-
ta essa concepção e permite dizer tudo é verdadeiro dentro
dos limites de um contexto específico. Assim, nosso oposi-
tor tem seu papel a desenvolver, mesmo se nós sentirmos
vergonha pelo seu desejo de nos humilhar.
O apetite pela verdade, o repúdio à mentira, a descon-
fiança a respeito das pretensões absolutistas, erigem a Ale-
gre Sabedoria como contra - cultura. Assim, a literatura mo-
ralista e religiosa é mentirosa. Os textos legislativos, os có-
digos, as regras editadas para confortar uma hierarquia,
como estatutos, regimentos internos, são mentirosas e re-
pousam na impostura.
No caso das mentiras e imposturas, lembramos as
guerras religiosas que escravizam a humanidade.
Então, qual deve ser o comportamento do Constru-
tor, do filósofo, do geômetra? Seria um espectador lúcido
e impotente diante dos eventos? Pode ele intervir? Co-
mo? Por análises, por declarações, advertências, peti-
ções? Seria ele o profeta que troveja em nome do Senhor
ou o bufão que zomba que o rei está nu?
Estes comportamentos não são de todo ridículos,
mas é muito mais importante realizar em si mesmo um
trabalho segundo o esquema: tábua rasa – decida aos
infernos - reestruturação do homem novo, e a retomada
do gosto por essa abordagem, pelo escrito e pelo exem-
plo.
Os Construtores se comportam segundo as exigên-
cias que decorrem de uma reflexão sem repetição; se
uma exigência do pensamento se pode colocar, por ve-
zes, de uma maneira imprevisível, é porque nasce do
comportamento.
Também é preciso observar-se e submeter seu com-
portamento à crítica; é preciso definir as contradições e
as superar, assumindo-as e sublimando-as.
Nunca o Construtor deve consentir a repetição regu-
lar de seu comportamento, pois isso restringirá seu pen-
samento. Um pensamento que condicione o comporta-
mento e um comportamento que condicione o pensamen-
to são tentações a refugar.
A escolha dos Construtores é questionar-se sempre,
porque todo o pensamento manifesta sua capacidade de
recomeço, quando ele se permite livremente surpreender-
se por um questionamento. É o sentido do ciclo morte-
ressurreição; o sentido vital deste símbolo, fonte de ener-
gia positiva.
* Luiz A Rebouças dos Santos, M.·.M.·.
Referência bibliográfica:
Le gai savoir des Bâtisseurs – Essai sur l‟esprit de
géométrie. Daniel BERESNIAK Éditions. Detrad aVs ,
2011 – Paris.
Cont.: A ALEGRE SABEDORIA DOS CONSTRUTORES
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Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 122 - 30 Jun 2018 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
1. Introdução
Próximo de completar 5 anos na jornada maçônica, den-
tre os fatos que presenciei, alguns compreenderam a leitura
do pedido em caráter irrevogável, o conhecido „quite
placet‟.
Visando amadurecer as percepções, somei conversas
com diversos Irmãos, ora de outras oficinas, ora de outras
potências ou obediências, buscando entender um pouco do
que vem ocorrendo entre as colunas da Ordem.
Diante disso, almejando contribuir para mitigar essa epi-
demia que tanto esvazia nossas Oficinas, o presente traba-
lho tem por objetivo provocar reflexões sobre a origem do
Quite Placet na jornada maçônica.
2. A proximidade entre o início e o fim
Geralmente, o primeiro passo é a desmotivação para
frequentar as sessões, ora porque as pautas da Ordem do
Dia estão vazias ou preenchidas com temas de pouca rele-
vância na percepção do Irmão, que esquece ser também
um dever dele contribuir para essas pautas.
O segundo passo é o Irmão deixar de ter contato com
os Irmãos da Loja, mesmo sem frequentar as sessões.
O terceiro passo é a Loja deixar de buscar o Irmão, de-
sistindo de resgatá-lo da sua condição confusa ou insegura.
A sequência é derradeira (o quarto passo), podendo ser
acelerada ao surgir um problema de relacionamento com
algum Irmão ou ainda a ocorrência de algum episódio de
falha administrativa como se esquecer de enviar flores no
aniversário da cunhada, ou esquecer-se de citar alguma
data festiva da família na sessão, ou ainda alguma fagulha
no demasiado discurso ao final de uma sessão.
Relatado esses quatro passos que ligam o início e o fim,
refletiremos brevemente sobre cada um deles. Vale ressal-
tar que pelas observações e conversas, a maioria dos
„quites‟ são solicitados entre o segundo e terceiro passo,
culminando numa licença e quando ocorre na altura do
quarto passo, geralmente o Irmão se filia a outra Oficina.
3. Primeiro passo: - Hoje eu não irei à sessão.
Chegou o dia da sessão, e desde cedo a alegria de re-
encontrar os Irmãos é substituída pela apreensão: - Nossa,
hoje é dia de sessão ! Não estou com a mínima vontade de
ir lá! De novo vai ser discutido o mesmo assunto! Ninguém
vai apresentar nada interessante no Tempo de Estudos e
ainda poderá sobrar pra mim fazer algum trabalho para a
próxima sessão. Além disso, vai que estejam precisando
de alguém para alguma comissão? Tô fora! Não tenho
tempo pra mim!
Essa desmotivação se inflama ao somar os compro-
missos profissionais, o trânsito, a conciliação e equilíbrio
da vida familiar e a pura vontade de ir para casa descan-
sar. Uma sessão, duas sessões, um mês e de repente
meses, anos, levando o Irmão a uma desconexão dos
assuntos e da harmonia dos trabalhos em Loja.
4. Segundo passo: - Seguindo solitário.
Deixar de frequentar a Loja é um problema, porém
perder o contato com os Irmãos é um sinal grave de que
estamos nos afastando do porto. Não há mais tempo ou
ocasião para um almoço, um churrasco, um encontro
num barzinho ou na Igreja, um telefonema, uma mensa-
gem do whatsApp, levando também a perda de contato
entre as cunhadas e sobrinhos. Soma-se a ausência nos
eventos festivos da Loja, deixando claro que o Irmão está
em outro plano, ou sem plano nenhum.
5. Terceiro passo: - Livre para voar ou cair.
Depois de não frequentar as sessões e perder o con-
tato e convivência, o momento derradeiro dá seus sinais,
pois a Loja mostra indícios de que já não consegue res-
gatar o Irmão.
Ligações sem retorno, e-mails sem resposta, mensa-
gens de whatsApp lidas e não respondidas, ausência em
sessões magnas, ausência nas confraternizações, e che-
ga o momento da Loja deixar o Irmão refletir o que fará
em sua jornada maçônica. É uma queda de braço que os
dois perdem, mas existe um limite entre gritar e não ser
ouvido também em ambos os lados. Pelo lado do Irmão,
será que ele não está precisando de algo que ainda não
foi descoberto. Pelo lado da Loja, será que o Irmão não
se sente livre o bastante para se colocar entre colunas e
abrir seu coração e suas angústias? E o padrinho desse
Irmão, será que está atento ou foi acionado até esse es-
tágio?
Aqui, nesse momento, aparecem Irmãos sim, mas
para ruminar defeitos da Oficina que ele faz parte e tentar
levá-lo à outras Lojas, ajudando a enterrar uma relação
que deveria ser mais forte.
Quite placet: reflexões sobre sua origem na jornada maçônica
*Irmão Franklin dos Santos Moura
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Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 122 - 30 Jun 2018 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
Inicia-se então o período de visitar outras Lojas, inspira-
do pela idéia de que só a sua Loja não é perfeita. Rapida-
mente, chega a informação aos quadros da Loja que aque-
le Irmão ausente e inativo está visitando outras Oficinas e
continua sem visitar sua Loja oficial.
Momento livre para voar ou cair.
6. Quarto passo: - Tempestade em copo d’água.
A ponte entre o início e fim está prestes a ser concluída.
Primeiramente o Irmão não frequenta as sessões perdendo
o jogo de cintura com a harmonia e assuntos da Loja.
Depois, deixa de ter contato com os Irmãos, afastando-
se da convivência fraterna que tanto enriquece a jornada
maçônica, e porque não dizer que é um dos grandes tesou-
ros da Ordem.
Desgastada pela resistência do Irmão em retornar aos
quadros, a Loja desiste temporariamente do resgate, procu-
rando revigorar forças e ações.
Infelizmente é nessa fase que qualquer evento, por me-
nor que seja, será suficiente para promover um turbilhão de
polêmicas e arrebentar o último fio que prendia a esperan-
ça de manter a ligação com a Loja.
De discussão político-partidária, lamúrias por não ter
cargo em Loja, como se faz um nó de gravata, qual a so-
bremesa do jantar, ou qual é a posição do dedão do pé
dentro do sapato quando se está em Loja. Qualquer motivo
servirá para disparar uma discussão, uma pauta inconclusi-
va e um pedido distante de perdão e reconsideração.
Agora, é só aguardar o pedido.
7. Presença física, ausência mental e espiritual
Os quatro passos comentados partiram de uma premis-
sa que o Irmão estaria ausente das sessões. Porém, em
paralelo a esses quatro passos, temos também aqueles
que frequentam as sessões, mas estão ausentes, igual-
mente desmotivados, sem conviver com os Irmãos e a Loja
sem tentar o seu resgate, já que ele está ali, teoricamente
presente.
Basta notar, em face da sua desmotivação, o uso do
telefone durante as sessões, dispersando totalmente dos
temas tratados. Esse Irmão também não se levanta mais
para falar ao final da sessão e pouco se sabe sobre a sua
vida, embora esteja frequentando assiduamente as ses-
sões. Não apresenta trabalhos e quando assim o faz perce-
be-se um árduo cumprimento de obrigação, e não uma
edificação pessoal para partilhar com os Irmãos.
Está mais afiado para criticar do que sugerir e contri-
buir com alguma ação na administração da Loja.
Esse Irmão, a meu ver, está tão „placetado‟ quanto o
outro que percorreu os quatro passos, sendo a única dife-
rença que está fisicamente presente nas sessões e não
está atraindo a atenção da Loja sobre seus sintomas.
8. Considerações Finais
O presente trabalho teve por objetivo apresentar algu-
mas breves reflexões sobre „o quite placet e suas
origens‟, abordando na percepção do Irmão autor, os
quatro passos a serem percebidos e combatidos para
evitar a saída do Irmão, quais sejam: (i) ausência; (ii)
distanciamento; (iii) abandono da Loja; e (iv) inciden-
tes não resolvidos ou esclarecidos.
Por fim, se chamou também a atenção para os casos
em que o Irmão frequenta apenas fisicamente as ses-
sões, mas sua direção aponta para fora da Loja.
Arriscaria dizer que para alguns Irmãos, só falta al-
guém redigir para eles o quite, pois ainda não o redigiram
por desconhecimento e por total afastamento da prática e
estudo dos documentos da Ordem.
Assim, a vigilância e persistência devem ser firmes e
constantes, para primeiro fazer com que o Irmão se sinta
a vontade para trazer suas desmotivações perante os
Irmãos e segundo para a Loja, ter a mesma liberdade em
corrigir e resgatar o Irmão sempre que necessário. Embo-
ra seja um tema bastante difundido, o papel do Padrinho
é singular na vida do Irmão e poderia ser aprofundado em
outro Tempo de Estudo.
Por fim, sabemos que o livre arbítrio guia os passos
de cada um, mas também sabemos que a liberdade nos
leva a caminhar cegos na escuridão, e a maçonaria se
destaca por ser uma incandescente Luz em nossas vidas.
Diante do exposto, que o GADU, mantenha a Luz da
Sabedoria apontada em nossas vidas, prevalecendo a
tolerância e a habilidade de „saber cuidar‟ fraternalmente
e entre Irmãos.
Irmão Franklin dos Santos Moura - CIM 278827
ARBLS Prof. Hermínio Blackman 1761 Or. Vila Velha–ES
Cont.: Quite placet: reflexões sobre sua origem na jornada maçônica
Templo : Leonello Paulo Paludo
Centro Templário - 3º andar
Rua Aureliano de Figueiredo Pinto, 945
Dia da Oficina: 3º Sábado de cada mês Hora: 10:00 h
AUG :. RESP :. LOJ :.
“FRANCISCO XAVIER FERREIRA
DE PESQUISAS MAÇÔNICAS”
JURISDICIONADA AO GORGS
Página 11 Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 14 Edição 122 - 30 Jun 2018 -
Informativo Virtual Destaca:
Organização
Mês de Julho: Início do Segundo Semestre do ano Dia 14 - Dia da Liberdade de Pensamento
NOTÍCIAS RAPIDINHAS DA CHICO
COLUNA DA CHICO - Divulgação
XXV ENCONTRO
DE ESTUDOS E PESQUISAS
MAÇÔNICAS
JUBILEU DE PRATA
Juiz de Fora – MG
19 e 20 de outubro de 2018
Realização
Apoio
P R O G R A M A
SEXTA-FEIRA – 19/10
19h00 – Inscrições
19h30 - Reunião do “Clube do Ganso
e da Grelha” - Tema: “Somos dis-
cretos?”
21h30 - Coquetel de Confraterniza-
ção
SÁBADO –20/10
XXV ENCONTRO
Tema: “A Maçonaria diante das
mudanças de valores sociais”
08h00 - Inscrições
08h30 - Início dos trabalhos
12h00 - Encerramento da 1ª Parte
12h00 – Almoço
13h30 - Início da 2ª Parte
17h45 - Encerramento
OBSERVAÇÃO: A duração máxima
da apresentação de cada trabalho
será de 15 minutos, ficando 15 mi-
nutos para debates sobre o traba-
lho.
20h15 –Jantar de Encerramento e
Confraternização com sorteio de li-
vros
Traje: Esporte
Programação Especial para as
Cunhadas:
Dia 13 -Noite: Coquetel de Confra-
ternização.
Dia 14 - Manhã: Passeio;
Tarde: Conferência e Sorteio de
Brindes
1. REUNIÃO DA CHICO DA BOTICA Por problemas administrativos a reu-nião de junho de 2018 da Loja “Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas”, como ocorre tradicional-mente, tendo por local o Templo Leonel-lo Paulo Paludo, Centro Templário - 3º andar, na Rua Aureliano de Figueiredo Pinto, 945, no terceiro sábado do mês, as 10:00h., foi cancelada.
2. XXV ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS MAÇÔNICAS Aproveitamos para divulgar, mais uma vez, com bastante antecedência, para programarmo-nos, em comparecer a este sempre proveitoso encontro: XXV Encontro de Estudos e Pesquisas Maçônicas, promovido pela Loja Frater-nidade Brazileira de Estudos e Pesqui-sas, do Oriente de Juiz de Fora – MG, nos dias 19 e 20 de outubro de 2018. É um verdadeiro encontro com a cultura da Maçonaria Brasileira. Organizemo-nos vale a pena.
Informações sobre Hospedagem, Inscri-ções (Ficha de Inscrição) podem ser obtidas diretamente:
COORDENAÇÃO DO ENCONTRO Miguel Simão Neto Membro da Loja Maçônica Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (LMFBEP) - [email protected] Tel.: (032) 98889-6197 (WhatsApp)
Renato Gabriel Membro da LMFBEP - [email protected] - Tel (032) 98412-0102
Miguel Ângelo Henriques Hauck Membro da LMFBEP - [email protected](032)98412-0787
3. PUBLICAÇÕES NA CHICO DA BO-
TICA - Contatar: Marco Antonio Perottoni: e-mail: [email protected] - Artêmio Gelci Hoffmann: e-mail: [email protected]
Obs.: textos publicados são de inteira responsabilidade dos seus autores
Os trabalhos a serem apresentados no Encontro deverão ser enviados por e-mail,
ou em CD em Word, até o dia 30 de setembro, com as seguintes especificações:
Letra Arial, fonte 10, títulos no mesmo tamanho, em negrito; subtítulos também
em fonte 10 em itálico, papel A4. A apresentação, preferencialmente com uso de
recursos de multimídia, não deve ultrapassar o tempo de 15 minutos.