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A importância da iluminação residencial para a qualidade de vida do usuário em Caxias do Sul Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 dezembro/2013 A importância da iluminação residencial para a qualidade de vida do usuário em Caxias do Sul Andréa Arenhardt - [email protected] Iluminação e Design de Interiores ILPOA004 Instituto de Pós-Graduação e Graduação IPOG Porto Alegre/Novembro/2012 Resumo O tema desta pesquisa é verificar a importância da iluminação residencial para a qualidade de vida dos usuários na cidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, nos últimos cinco anos. Este assunto foi pesquisado, pois muitas vezes o cliente acaba interferindo no trabalho do lighting designer, retirando luminárias do projeto sem pensar na real funcionalidade que cada uma tem. Com o objetivo de verificar se os clientes estão satisfeitos com a iluminação que eles possuem em suas residências, foi feita uma pesquisa bibliográfica e de campo, onde foram entrevistados lighting designers em quatro principais lojas de iluminação da cidade e foi aplicado um questionário para doze clientes destas mesmas lojas. Os resultados encontrados indicam que em geral os clientes compreendem a função que cada luminária tem em um ambiente, porém a questão financeira é tão importante para eles quanto o projeto. Por este motivo, eles retiram algumas luminárias do orçamento, mas ficam satisfeitos com o resultado final do projeto instalado. Como os projetistas acham que o projeto instalado não é de boa qualidade, seria adequado que eles pensassem um pouco mais na questão financeira do cliente na hora de especificar os produtos, ou então utilize melhor alguns artifícios de convencimento. Palavras-chave: Iluminação residencial; Projeto de iluminação; Qualidade de vida. 1. Introdução Com o aumento da oferta de imóveis para venda no mercado imobiliário, as construtoras precisam se destacar em relação aos seus concorrentes oferecendo algo a mais para o seu cliente, com a finalidade de ganhar a acirrada concorrência. Na cidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, muitas delas têm oferecido nos últimos cinco anos apartamentos para as classes média e alta com forro de gesso em todo o imóvel. Desta forma, a procura por projetos especializados em iluminação também tem aumentado, pois a situação permite um projeto variado e rico em detalhes. Apesar da procura por projetos especializados, muitas vezes o cliente acaba interferindo no trabalho do profissional, retirando luminárias do projeto sem pensar na real funcionalidade que cada uma tem e em que isso irá interferir. Na maioria das vezes, esta decisão do cliente interfere no resultado final do projeto, pois cada luminária retirada foi pensada para uma função específica no uso diário de cada ambiente, e isso acaba interferindo na qualidade de vida dele mesmo. Algumas hipóteses foram levantadas na tentativa de compreender certas atitudes dos consumidores, e com o objetivo de averiguar se estas hipóteses são recorrentes, foi feita uma pesquisa bibliográfica, para exemplificar alguns tópicos importantes que facilitam o entendimento do tema escolhido. Além disso, foi feita também uma pesquisa de campo

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A importância da iluminação residencial para a qualidade de vida do usuário em Caxias do Sul

Dezembro/2013

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013

A importância da iluminação residencial para a qualidade de vida

do usuário em Caxias do Sul

Andréa Arenhardt - [email protected]

Iluminação e Design de Interiores – ILPOA004

Instituto de Pós-Graduação e Graduação – IPOG

Porto Alegre/Novembro/2012

Resumo

O tema desta pesquisa é verificar a importância da iluminação residencial para a qualidade

de vida dos usuários na cidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, nos últimos cinco

anos. Este assunto foi pesquisado, pois muitas vezes o cliente acaba interferindo no trabalho

do lighting designer, retirando luminárias do projeto sem pensar na real funcionalidade que

cada uma tem. Com o objetivo de verificar se os clientes estão satisfeitos com a iluminação

que eles possuem em suas residências, foi feita uma pesquisa bibliográfica e de campo, onde

foram entrevistados lighting designers em quatro principais lojas de iluminação da cidade e

foi aplicado um questionário para doze clientes destas mesmas lojas. Os resultados

encontrados indicam que em geral os clientes compreendem a função que cada luminária tem

em um ambiente, porém a questão financeira é tão importante para eles quanto o projeto. Por

este motivo, eles retiram algumas luminárias do orçamento, mas ficam satisfeitos com o

resultado final do projeto instalado. Como os projetistas acham que o projeto instalado não é

de boa qualidade, seria adequado que eles pensassem um pouco mais na questão financeira

do cliente na hora de especificar os produtos, ou então utilize melhor alguns artifícios de

convencimento.

Palavras-chave: Iluminação residencial; Projeto de iluminação; Qualidade de vida.

1. Introdução

Com o aumento da oferta de imóveis para venda no mercado imobiliário, as construtoras

precisam se destacar em relação aos seus concorrentes oferecendo algo a mais para o seu

cliente, com a finalidade de ganhar a acirrada concorrência. Na cidade de Caxias do Sul, no

Rio Grande do Sul, muitas delas têm oferecido nos últimos cinco anos apartamentos para as

classes média e alta com forro de gesso em todo o imóvel. Desta forma, a procura por projetos

especializados em iluminação também tem aumentado, pois a situação permite um projeto

variado e rico em detalhes.

Apesar da procura por projetos especializados, muitas vezes o cliente acaba interferindo no

trabalho do profissional, retirando luminárias do projeto sem pensar na real funcionalidade

que cada uma tem e em que isso irá interferir. Na maioria das vezes, esta decisão do cliente

interfere no resultado final do projeto, pois cada luminária retirada foi pensada para uma

função específica no uso diário de cada ambiente, e isso acaba interferindo na qualidade de

vida dele mesmo.

Algumas hipóteses foram levantadas na tentativa de compreender certas atitudes dos

consumidores, e com o objetivo de averiguar se estas hipóteses são recorrentes, foi feita uma

pesquisa bibliográfica, para exemplificar alguns tópicos importantes que facilitam o

entendimento do tema escolhido. Além disso, foi feita também uma pesquisa de campo

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através de uma entrevista com os projetistas de iluminação de algumas lojas de Caxias do Sul

e também foi aplicado um questionário com os clientes dessas mesmas lojas.

O grande objetivo desta pesquisa é verificar se os clientes estão satisfeitos com a iluminação

que eles possuem atualmente em suas residências, e também averiguar em que nível as

modificações dos projetos de iluminação feitas pelos próprios clientes, prejudicam o resultado

final do projeto instalado. É importante ressaltar que esta iluminação deve ter sido projetada e

adquirida nos últimos cinco anos.

Através da entrevista e das perguntas do questionário, será verificado se os clientes

conseguem visualizar todas as funções que cada luminária colocada no projeto pode

proporcionar. Também será identificado se o usuário compreende que cada tipo de lâmpada,

temperatura de cor e efeito de luz serve para um tipo de uso diferente do espaço. Além do

mais, será examinado se o cliente avalia quase que exclusivamente o valor que ele vai gastar

com as luminárias, e não os benefícios que elas irão oferecer.

2. Iluminação residencial

Desde os primeiros registros que se tem da atividade humana na terra, a iluminação se

mostrou muito importante para as realizações dos afazeres do homem, principalmente nos

períodos mais escuros, como a noite. Tormann (2008:18) ressalta que “na pré-história, as

únicas luzes de que o homem dispunha à noite eram o luar e a fogueira.” A luz que provinha

da fogueira, além de iluminar a noite, permitindo que o homem pudesse realizar algumas

atividades no escuro, também servia como forma de proteção e aquecimento.

Com o passar dos séculos, o ser humano pôde iluminar suas casas com lâmpadas feitas de

pedra, barro, metal, entre outros materiais, utilizando como combustível óleo animal e

vegetal. A luz ainda era proveniente do fogo. Com o desenvolvimento e a chegada do

progresso, a iluminação elétrica começou a ser utilizada nas casas e nos locais de trabalho das

pessoas, abrindo um grande leque de atividades que agora também poderiam ser realizadas no

período da noite. “A chegada da iluminação elétrica revolucionou as atividades do homem,

permitindo jornadas contínuas, facilitando o aumento das horas de trabalho, mas também, as

horas de lazer (TORMANN, 2008:26).”

Nas residências se deu a maior revolução, pois ao sair do trabalho no final do dia e se dirigir

para a casa, ainda era possível ficar acordado até mais tarde lendo um livro, conversando com

a família ou até mesmo ouvindo rádio ou assistindo televisão. Isso tudo só foi possível com o

advento da energia elétrica, que possibilitou a utilização da iluminação elétrica e de

equipamentos eletrônicos. Não foi apenas a recém-chegada iluminação elétrica que deu a

oportunidade de se fazer novas atividades à noite, mas também a chegada da eletricidade e

junto com ela todos os equipamentos que só ela poderia oferecer. Além das novas

possibilidades de lazer, também foi possível conservar alimentos perecíveis por mais tempo,

com o surgimento do refrigerador.

Com a iluminação elétrica, as casas mais abastadas dispunham normalmente de um ponto

elétrico central em cada ambiente, com a finalidade de iluminar cada peça da residência. Silva

(2009:56) destaca que “antigamente, a iluminação era feita de forma precária, tendo o único

objetivo de clarear nossas noites, ou seja, permitir que as pessoas pudessem realizar atividades

noturnas.” Na verdade, este tipo de configuração perdurou muito tempo, e apenas há uns

quinze anos atrás isto começou a mudar, principalmente na cidade de Caxias do Sul, onde foi

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feito o recorte geográfico para esta pesquisa. Com a popularização do acabamento em forro de

gesso nas casas e apartamentos, o leque de possibilidades para iluminar uma residência

aumentou muito.

Com o forro de gesso, ao invés de se ter apenas um ponto de iluminação por ambiente, o

cliente tem a possibilidade de iluminar cada setor deste ambiente, criando espaços muito mais

aconchegantes e atmosferas mais interessantes.

As luminárias também aquecem o ambiente e criam movimento visual em torno

delas. Um cômodo que tenha apenas um foco de luz no teto não permite muito

movimento e atrai nosso olhar para cima, e não para o ambiente em que estamos.

(GILLINGHAM-RYAN, 2007:234).

Com o uso do forro de gesso, as opções para iluminar de forma mais adequada um espaço

aumentaram muito. A possibilidade de se ter uma boa iluminação proporciona um aumento na

qualidade de vida do usuário além de sua integração com a atmosfera da residência. Para

Brandston (2010:40) “cor e revelação da forma são dois dos mais importantes elementos

utilizados para integrar as pessoas num design ambiental com luz. Brilho suave, luz e sombra

criam visibilidade seletiva, dimensão, composição e atmosfera.”

É importante ressaltar que quando a iluminação elétrica começou a fazer parte da vida das

pessoas, elas moravam em casas com dimensões amplas, onde cada ambiente da moradia

normalmente era destinado para apenas um tipo de atividade. Com o advento da modernidade

nas décadas de 1950 a 1970, uma boa parte da população de Caxias do Sul foi viver em

apartamentos, que acabaram se tornando cada vez menores nos dias atuais. Seja em

apartamentos pequenos, onde se faz necessário utilizar um mesmo ambiente para várias

atividades por conta do tamanho reduzido, ou seja, nos apartamentos de classe alta, onde um

amplo ambiente é utilizado para várias atividades com a intenção de deixar os espaços mais

integrados, percebe-se que há uma tendência em montar ambientes que sirvam para vários

tipos de uso, não importa a classe social.

Um bom exemplo disso são os livings, que muitas vezes abrigam atividades que necessitam

de tipos de iluminação diferentes, como cozinha, sala de jantar, sala de estar, sala de cinema,

sala de jogos, escritório, academia, entre outros. Para estes ambientes, onde diversos usos são

integrados, Brandston (2010:61) afirma que “a luz é um elemento que unifica e diferencia

espaços, cria um foco, desenvolve uma hierarquia, e tem movimento.”

Em um ambiente tão amplo com uma variedade igualmente grande de usos, é natural que seja

necessário uma variedade na iluminação também, para que desta forma, a luz se adeque às

diferentes atividades que acontecerão do ambiente. Silva (2009:40) destaca que “identificar a

atividade e definir o tipo de luz apropriada é objetivo essencial de um projeto.” Se os usos do

ambiente estiverem de acordo com os diferentes recursos de iluminação oferecidos pelo

ambiente, isto oferecerá um aproveitamento melhor para os usuários destes espaços, pois caso

precisem fazer uma leitura ou cozinhar num mesmo ambiente, poderão ter uma iluminação

mais clara e forte, ao passo que se quiserem assistir um filme ou jogar vídeo game, também

poderão ter uma iluminação mais suave, quase que de fundo, mais adequada para este tipo de

uso.

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Além dos grandes ambientes como os livings, os dormitórios também podem ser utilizados

para mais de um tipo de atividade. Além de servirem para dormir e descansar, os dormitórios

também podem funcionar como closet e escritório, e cada atividade dessas necessita de um

tipo de iluminação diferente. Se falarmos em um quarto de adolescente, o número de

atividades realizadas no ambiente pode ser ainda maior, como por exemplo, servir como sala

de estar íntima e sala de cinema para receber os amigos.

O banheiro, por sua vez, também não serve apenas para um tipo de atividade como tomar

banho, mas também funciona como ambiente para fazer a barba e maquiagem, atividades que

exigem um tipo de iluminação bem diferente do uso do chuveiro. Enquanto na hora do banho

pode-se ter uma luz mais amena e relaxante, na hora de se maquiar ou fazer a barba é

necessário se ter uma luz mais intensa, que não ofereça distorções de cores nem sombras.

Como se pode perceber, “...a iluminação deve servir às pessoas e valorizar o espaço

arquitetônico. Vivemos numa cultura visual. (BRANDSTON, 2010:56).”

Na hora de iluminar uma residência, além de se levar em conta os usos que cada ambiente irá

oferecer para o seu usuário, também se deve levar em conta o que os usuários esperam dos

ambientes e os materiais que irão revestir e ocupar estes locais. Isso tudo porque “os materiais

de que são revestidas as superfícies (paredes, tetos e pisos) afetam diretamente a quantidade e

a qualidade da luz. (LIMA, 2010:119).”

A luz pode transformar um ambiente, de forma que a nossa percepção do espaço possa ser

diferente com as luzes apagadas e com as luzes acesas. Brandston (2010:44-45) ressalta que

“por si só, a luz é uma das mais poderosas ferramentas no repertório arquitetônico...A luz

pode exaltar, suavizar, estimular, esconder ou revelar...A iluminação pode alterar nossa

percepção de lugar, conforto e segurança.” Ou seja, uma boa iluminação pode simplesmente

destacar o que se tem de mais belo e importante em um ambiente, deixando um pouco de lado

as imperfeições e aquilo que não é tão agradável aos nossos olhos.

Com tudo isso, pode-se perceber a importância da luz para o nosso dia-a-dia, ou seja, a

relevância que pode ter uma boa iluminação para tornar mais agradável e eficiente a nossa

vivência diária. A luz tem um poder muito grande, pois além da sua extraordinária

funcionalidade, também podemos destacar o fato de ela poder transformar um ambiente em

um local mais bonito e agradável para os nossos olhos, pois se“...aplicada de forma inteligente

e sensível, proporciona verdadeiras obras de arte (SILVA, 2009:48).”

3. Projeto de iluminação

O projeto de iluminação, também chamado de projeto luminotécnico, é uma etapa muito

importante, pois é neste momento em que o projetista de iluminação, também chamado de

lighting designer, tem a oportunidade de conhecer melhor os futuros usuários do espaço a ser

projetado e a disposição, cores e o design do seu mobiliário. Muitas vezes, os desejos dos

futuros moradores não estão implícitos, e então se faz necessário uma percepção aguçada

daquilo que os usuários do espaço esperam, porém não demonstram em palavras. Às vezes os

desejos estão apenas subentendidos em seus atos. Por isso, que “iluminar requer não somente

nossa curiosidade, mas também nossa habilidade em fazer avaliações subjetivas para estarmos

seguros na escolha daquelas com mais probabilidade de sucesso. (BRANDSTON,

2010:123).”

A visita à residência de quem solicita o projeto é imprescindível, pois “...só no ambiente real e

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físico será possível ver todas as características e limitações que possam influenciar em nosso

projeto. Por mais que estudemos a planta do local e saibamos analisá-la corretamente, isso não

substituirá a visão objetiva do local (SILVA, 2009:53).”

Além da visita, uma entrevista bem feita aos usuários do futuro espaço a ser iluminado é de

igual importância. Além de o cliente poder expressar o que espera do ambiente, é possível

também perceber o que mais ele necessita, porém não conseguiu expressar em palavras. Silva

fala um pouco sobre a importância da entrevista.

É só na entrevista que poderemos definir o público que utilizará o ambiente e o tipo

de luz necessário para que a iluminação potencialize a utilização do local...Um bom

exemplo é o ambiente a ser utilizado por pessoas idosas. Nesse caso devemos

disponibilizar maior quantidade de luz...pois a idade é uma inimiga natural da visão,

visto que, com o passar do tempo, as pessoas vão perdendo sua acuidade visual,

tendo necessidade de mais luz (SILVA, 2009:53).

Com todos estes dados em mãos, é possível projetar a iluminação da melhor forma possível,

com a intenção de deixar o usuário plenamente satisfeito com o projeto instalado, pois como

Brandston (2010:56) afirma, “a boa iluminação é definida no início de cada projeto com cada

cliente.” Porém, o processo de projeto, ou como Brandston intitula, de processo de design da

iluminação, não é tão fácil como parece. É necessária muita interação com o cliente, uma

percepção aguçada, uma excelente criatividade e um bom conhecimento de tudo o que a luz

pode oferecer para bem iluminar um espaço. Brandston (2010:56) sugere que a equipe que irá

projetar a iluminação, utilize uma linguagem de fácil entendimento, e que ela mostre

exemplos para os clientes do tipo de iluminação que pretendem. Da mesma forma, o cliente

pode mostrar exemplos de níveis de iluminação que os agrada. Esta interação permite que

tanto a equipe compreenda melhor as preferências dos clientes, quanto que o cliente entenda

mais facilmente as pretensões dos lighting designers.

Desta forma, “o processo do design da iluminação será único para o indivíduo que dele se

servirá, e produzirá um resultado único. Uma vez que as pessoas não são todas

iguais...Portanto, não há uma solução única capaz de resolver todos os problemas de

iluminação... (BRANDSTON, 2010:56-57).” Além de Brandston, que ressalta o uso da

percepção para o sucesso dos projetos luminotécnicos, Richard Kelly também cria seus

projetos baseando-se na percepção. Lima (2010:106) destaca que Kelly “trocou a quantidade

de luz por suas qualidades individuais e uma série de funções da iluminação dirigidas ao

observador que percebe a realidade. O ponto central do conceito de seus projetos é: luz para

ver, luz para olhar e luz para contemplar.”

Com tudo isso, pode-se perceber que bem iluminar não é tarefa fácil, e muitos autores

destacam que não é necessário apenas o conhecimento científico sobre todas as características

e propriedades da luz, mas também é preciso muita criatividade, sensibilidade e bom senso

para iluminar bem. Para Silva (2009:69), “...iluminação não é ciência exata, por mais que

utilize fórmulas e grandezas científicas. Felizmente, a iluminação apenas se utiliza da ciência,

mas é uma forma de expressão artística.” Lima (2010:105) também segue a mesma linha de

pensamento de Silva, pois para ela, “iluminar não é apenas aplicar as frias regras predefinidas,

mas integrar técnica e criatividade.”

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A luz é o centro de tudo quando se fala em projeto de iluminação. Ela tem um grande poder

sobre o homem, seja quando se fala em sensações ou até mesmo quando se fala em um

sistema organizacional hierárquico. Lima (2010:126) destaca que “a luz sempre foi um forte

ponto de atração para o ser humano. A luz nos direciona, atrai nossa atenção e pode criar

sistematicamente hierarquias de percepção.” Isto só pode ser percebido com um bom projeto

luminotécnico. Mas como podemos afirmar se um projeto foi bem elaborado ou não?

Brandston responde esta questão.

Um bom design de iluminação é percebido se: todos os espaços (por exemplo,

entrada, áreas de transição, espera, trabalho e saída) estão adequadamente compostos

numa clara hierarquia de importância e funções; a iluminação propicia claridade

espacial; a atmosfera da iluminação é consistente com a função e o design de cada

espaço; estimula a produtividade; respeita o orçamento do cliente; utiliza

plenamente o potencial da luz do dia, quando disponível; sua manutenção é prática;

é eficiente energeticamente; todas as alternativas do estado da arte têm sido

consideradas (BRANDSTON, 2010:81).

Como se pode perceber, Brandston consegue destacar todas as qualidades de um bom projeto

de iluminação. Ao mesmo tempo, é igualmente importante destacar o bom uso da luz natural

nos ambientes internos. Considerar a entrada da luz do dia ao projetarmos a iluminação dos

espaços pode ter grandes vantagens como, por exemplo, a economia de energia, pois podemos

setorizar a iluminação artificial, de modo que ela possa ser usada parcialmente durante o dia

em áreas pouco iluminadas de forma natural. Silva (2009:60-61) destaca que “podemos

iluminar...sempre que possível, utilizando ao máximo a luz natural, luz do Rei Sol, que nos é

fornecida gratuitamente pela natureza, sem necessidade de luminárias.” Desta forma, utiliza-

se a luz artificial em sua plenitude apenas no período da noite.

Depois de tudo projetado, comprado e executado, pode ser que o resultado final não seja

aquilo esperado pelo lighting designer ou pelo cliente. Silva relata que isto pode acontecer, e

cabe ao projetista identificar os problemas e encontrar as devidas soluções para eles. Para

Silva (2009:75), neste momento precisamos “partir para as correções, que podem envolver

algo simples, uma troca de lâmpadas, mas também algum aspecto mais profundo, como o

aumento do número de luminárias ou até, em casos mais raros, a troca das luminárias por

deficiência destas na projeção da luz para o recinto.”

No final de tudo, o mais importante é a opinião do cliente sobre o resultado final, ao passo que

se projeta para a satisfação e felicidade dele mesmo. Brandston (2010:57) destaca alguns

importantes questionamentos para se chegar a uma conclusão sobre o sucesso do projeto: “o

design da iluminação pôde satisfazer cada uma das necessidades...e desejos particulares dos

usuários deste projeto? Cada decisão ou escolha foi adequada para este caso?...Se sim, a

iluminação resultante provavelmente é boa.”

3.1 Efeitos de luz

Como já foi dito anteriormente, a luz tem um grande poder sobre o homem, e provoca efeitos

capazes de modificar a percepção dele sobre um ambiente. A luz permite que o lighting

designer manipule um espaço da forma que ele achar mais adequada, permitindo que se veja

apenas o que é belo, e escondendo imperfeições. “A luz nos permite ver. O design da

iluminação nos permite ver o que desejamos (BRANDSTON, 2010:23).”

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Para compreender melhor quais os efeitos que a luz pode propiciar, é importante falar um

pouco sobre as propriedades da luz. Brandston (2010:35) destaca que “a luz pode ser

caracterizada por quatro propriedades: intensidade, cor, distribuição e movimento.” Com

todos estes atributos, pode-se ver a luz como um instrumento, que permite a criação de

inúmeros efeitos para tornar os ambientes mais interessantes, belos, aconchegantes, entre

outros predicados. Para Lima (2010:VI) “a luz é mais uma ferramenta que o arquiteto pode

usar para definir ambientes, enfatizar volumes, criar uma atmosfera e transferir uma

mensagem. A iluminação também é suficientemente poderosa para levar o ser humano a ter

comportamentos predeterminados.”

A luz é tão poderosa, que com ela “podemos criar novas formas para um objeto, é possível

diminuí-lo de tamanho, aumentá-lo, inclusive esculpi-lo conforme o interesse do arquiteto

(LIMA, 2010:110).” Na verdade, não é apenas a luz que tem todo este poder, mas é o

conjunto da luz e da sombra que tem toda esta capacidade de modificar objetos e espaços.

A iluminação tem a faculdade de mudar a percepção que temos de um objeto. A

volumetria dos diferentes elementos que compõem um edifício não é marcada

apenas pela luz, mas principalmente pela sombra. Luz e sombra são dois lados da

mesma moeda, não se pode pensar em forma e volume sem considerar as sombras e

suas projeções (LIMA, 2010:109).

Os efeitos visuais que a luz proporciona refletem em resultados psicológicos sobre o usuário.

Silva (2004:118) destaca que “com jogo de luz e sombras desenha-se um ambiente dramático,

sério, alegre, ativo, aconchegante, descontraído, ambiente de trabalho, de lazer .” Na verdade,

a luz pode provocar no homem o sentimento que o projetista de iluminação desejar. Brandston

(2010:75) confirma esta qualidade da luz: “atualmente, uma boa iluminação elétrica pode criar

boas condições de conforto...Com a iluminação, o designer pode criar composições visuais –

revelar algumas coisas, suprimir outras...Ele pode criar uma atmosfera adequada, seja ela qual

for.”

Alguns autores refletem de forma mais específica sobre algumas sensações que os efeitos

lumínicos podem causar no usuário. Para Silva (2009:99) “...o mais indicado para criar

ambiente de relaxamento e aconchego sempre será luz indireta.” Lima também tem seu ponto

de vista a respeito da percepção que a luz pode produzir em um ambiente:

Espaços iluminados uniformemente e com alto nível lumínico dão a impressão de

serem maiores do que na realidade são. Uma das formas de se conseguir este efeito é

aplicando uma grande quantidade de luz difusa proveniente do teto...ou uma parede

envidraçada fosca por onde passa a luz natural filtrada. Também seria possível

alcançar esse mesmo efeito através de uma iluminação indireta e uniforme de um

teto branco (LIMA, 2010:130).

O essencial é ressaltar que com criatividade pode-se inventar e reinventar inúmeros resultados

quando se fala em uso e efeitos de luz. Gillingham-Ryan (2007:234) simplifica estes

resultados afirmando que “com uma boa iluminação, você pode criar um fluxo de luz pela

casa toda, que conduza o olhar através de cada cômodo e revigore o espaço.”

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3.2 Tipos de lâmpadas

Para dar seguimento ao entendimento de um projeto de iluminação, é importante falar um

pouco sobre os tipos de lâmpadas que podem ser utilizados em um projeto residencial. É

importante articular sobre este assunto, pois “...a exemplo das pessoas, os ambientes também

são heterogêneos e por isso a iluminação deve estar identificada com quem vai utilizá-la no

dia-a-dia...Convém, então, sempre que possível escolher lâmpadas e equipamentos que

confiram identidade própria ao local (SILVA, 2009:57).”

Após a entrevista com o cliente, depois de conhecer os ambientes em que se vai projetar e

então definir os efeitos que se quer em cada espaço, é importante escolher as lâmpadas

adequadas, que irão permitir o acontecimento destes efeitos.

Quando definirmos o que e como queremos iluminar e, ainda, para quem vamos

iluminar, definindo também detalhes como custo, situação energética etc.,

escolheremos as lâmpadas que vamos utilizar...Uma vez definidos os tipos de

lâmpadas, podemos escolher as luminárias, visto que uma é função da outra

(SILVA, 2009:60).

É neste momento do projeto que o lighting designer faz os cálculos luminotécnicos para

verificar e escolher o tipo e a quantidade de lâmpadas que serão utilizadas de forma adequada

no projeto, e que por sua vez causarão os efeitos planejados na etapa anterior. Silva (2009:41)

destaca que é necessária prudência para esta escolha, pois ao iluminar um local pode-se ter a

mesma quantidade de luz num espaço com uma lâmpada muito potente e/ou com várias

lâmpadas estrategicamente espalhadas. Por exemplo, uma lâmpada metálica de 400 w tem

potência suficiente para iluminar um ambiente de determinado tamanho, porém não iluminará

de forma homogênea, enquanto que 10 lâmpadas fluorescentes tornarão o ambiente mais

adequado e melhor iluminado.

São muitas as opções de lâmpadas que podem ser utilizadas em um projeto residencial, ainda

mais nos dias de hoje, onde se tem fontes alternativas de iluminação que não apenas as

convencionais como, por exemplo, a fibra ótica e a iluminação em LED. Estas fontes abrem

um leque ainda maior de opções para se iluminar um ambiente. Mas aqui a intenção não é

levantar todas as possibilidades que existem para iluminar um espaço, mas sim apresentar ao

leitor as lâmpadas convencionais mais utilizadas em um projeto residencial. Além das

lâmpadas que iremos falar mais adiante, é importante ressaltar que existem outros tipos de

lâmpadas convencionais, porém mais utilizadas em espaços comerciais e industriais.

O tipo de lâmpada elétrica mais antiga e convencional existente são as incandescentes. São

lâmpadas que possuem filamento e são envoltas por um bulbo de vidro. O modelo mais

clássico e convencional, com bulbo transparente, é o menos utilizado atualmente, pois está

saindo aos poucos do mercado. As lâmpadas incandescentes mais utilizadas, normalmente em

luminárias decorativas como lustres, são os modelos especiais como as leitosas, a bolinha, a

vela, entre outras. Segundo Silva (2004:24-25) as lâmpadas incandescentes “são as menos

eficientes, pois transformam em luz só 10% da energia que consomem...É uma boa fonte de

luz, com um excelente índice de reprodução de cores, mas infelizmente, no que diz respeito à

economia de energia, é extremamente deficiente.”

As lâmpadas halógenas, criadas em decorrência das lâmpadas incandescentes, são muito

utilizadas para criar efeitos de destaque com sua luz dieta e possuem uma ótima reprodução

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de cores e uma temperatura de cor sempre quente (conceitos que veremos a seguir). Silva

(2004:26-27) enfatiza que as lâmpadas halógenas são muito parecidas com as incandescentes.

A grande diferença entre elas está na adição no sistema de gases halógenos. Isso faz com que

as lâmpadas halógenas produzam uma iluminação brilhante, de grande intensidade e com uma

durabilidade de até quatro vezes maior que a tradicional lâmpada incandescente. São elas:

bipino de baixa tensão, dicroicas de baixa tensão, halospot AR de baixa tensão, lâmpada

palito em tensão de rede, halopar PAR em tensão de rede, dicroica em tensão de rede e

halopin em tensão de rede. As de baixa tensão utilizam transformadores e as de tensão de rede

não necessitam de transformador.

O último modelo de lâmpada convencional mais utilizada em projetos luminotécnicos

residenciais são as fluorescentes. São lâmpadas econômicas, normalmente produzem uma luz

indireta em suas luminárias, e conforme o modelo elas têm o poder de iluminar muito bem

com baixo custo energético. São encontradas em basicamente três modelos: fluorescentes

tubulares, fluorescentes compactas e fluorescentes eletrônicas.

A tubular é o modelo de lâmpada fluorescente mais antigo, que foi evoluindo com o passar do

tempo. As primeiras que surgiram no mercado foram a T-12 e a T-10 e possuíam um índice de

reprodução de cores em torno de 70% e um baixo rendimento. Elas ainda existem no mercado

como opção de compra, mas os lighting designers praticamente não as utilizam. “Como é uma

fonte de luz muito econômica, por ser uma lâmpada de descarga, passou-se a pesquisar e

desenvolver modelos mais modernos, com maior economia e, principalmente, conseguindo-se

uma emissão de luz capaz de nos dar uma melhor reprodução de cores (SILVA, 2004:58).”

Desta forma surgiram as fluorescentes tubulares T-8 e T-5, utilizadas hoje em larga escala.

Elas são mais moderas, com um bom rendimento lumínico, com baixo custo energético e com

um índice de reprodução de cores em torno de 85%. Elas possuem um tubo com diâmetro

menor que as antigas T-12 e T-10, e disponibilizam uma variada opção de potência e

temperatura de cor.

As fluorescentes compactas surgiram como uma “revolução na economia de energia, elas

vieram para sintetizar o conceito de miniaturização da fonte de luz nas fluorescentes. São

vários os tipos, para vários usos, mas sempre com a marca principal que é a economia de

energia (SILVA, 2004:62).” São elas: Dulux D, Dulux D/E, Dulux T, Dulux T/E, Dulux L e

Dulux F. Normalmente são conectadas às luminárias através de pinos, utilizam reatores,

possuem um bom índice de reprodução de cores e uma variada opção de potência e

temperatura de cor.

As fluorescentes compactas eletrônicas “...possuem um reator eletrônico incorporado, com

uma base de rosca igual à das lâmpadas incandescentes comuns (SILVA, 2004:68).” São elas:

Dulux EL e Eletrônicas T-3. Assim como as fluorescentes compactas e tubulares, também

apresentam um bom índice de reprodução de cores e uma variada opção de potência e

temperatura de cor, sempre com uma ótima relação custo-benefício.

3.3 Temperatura de cor e IRC

Depois de termos falado sobre temperatura de cor e índice de reprodução de cores na

apresentação dos tipos de lâmpadas convencionais mais utilizadas em projetos luminotécnicos

residenciais, explicaremos agora os seus conceitos. Segundo Silva (2004:37) temperatura de

cor é a grandeza que define a cor da luz emitida pela lâmpada, pois existem várias tonalidades

de cor e são catalogadas conforme sua temperatura em Kelvin. Quanto mais alta for a

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temperatura de cor em Kelvin, mais branca será a luz e quanto mais baixa, mais amarela e

avermelhada será. Já o conceito de índice de reprodução de cores, também chamado de IRC,

pode ser observado a seguir.

O IRC serve para medir o quanto a luz artificial consegue imitar a luz natural...100%

seria alguma coisa como dia claro de sol no verão por volta do meio-dia. Desta

forma, quanto mais próximo de 100 for o IRC de uma fonte de luz artificial, mais

próxima da luz natural estará, ou seja, reproduzirá mais fielmente as cores e, quanto

menor for este índice ou mais longe dos 100%, pior será a reprodução de cores

(SILVA, 2004:39).

Estes conceitos são muito importantes, pois também acabam influenciando na atmosfera do

ambiente. Tormann (2008:66) ressalta que “o ideal em uma residência é variar entre 2700K e

5000K. Em uma casa, as áreas sociais e dormitórios devem ter o tom mais quente ou neutro,

chamando ao relaxamento e ao aconchego, e as áreas de serviço, um tom mais frio,

aumentando a atividade.” Silva mantém a mesma linha de pensamento de Tormann.

Sempre que quisermos iluminar um ambiente que induza a produtividade, temos que

optar por temperatura de cor mais alta, luz mais branca. A luz branca desperta e

excita, no bom sentido...Quando o ambiente a ser iluminado for para deixar as

pessoas relaxadas, com conforto, devemos utilizar temperaturas de cor mais baixas,

luz mais amarelada. A luz amarelada relaxa e acalma (SILVA, 2004:72).

A cozinha e a área de serviço são ambientes de trabalho, ou seja, se iluminarmos estes espaços

com uma luz mais branca será incentivada a produtividade. Silva (2009:85) destaca que para

locais com este tipo de atividade se “...requer luz abundante e cor fria, no mínimo por volta de

4000K, pois é lugar de tarefas, tornando-se necessária uma luz que nos desperte – luz de

trabalho.” Porém, este tipo de iluminação mais branca não é regra para estes locais. A escolha

da temperatura de cor das lâmpadas para este ambiente também dependerá muito do gosto

pessoal do cliente. Além disso, caso a cozinha esteja integrada com a sala de estar,

normalmente com predominância de luz quente, a cozinha também pode ter seu projeto

luminoso pensado na mesma temperatura de cor. Nestes casos, a cozinha também serve como

espaço para receber amigos, e a temperatura de cor quente da fonte luminosa irá proporcionar

um ambiente com clima mais aconchegante e acolhedor para os usuários. Neste tipo de

ambiente é muito interessante o uso de um alto IRC, de forma que o trabalho com os

alimentos se torne mais atraente.

Como já foi dito no parágrafo anterior, para a sala de estar é propicio o uso de uma baixa

temperatura de cor, em torno de 3000K.

Na sala de estar a iluminação geral pode até ser dispensada. A iluminação feita com

luz indireta oferecerá maior conforto...No caso de a sala ser também utilizada para

assistir a TV...Torna-se necessária uma luz suave, difusa nas laterais da TV, para um

bom aproveitamento da imagem, sem necessidade de se apagar todas as luzes...A luz

dessa sala deve ser dimerizada, para que se alcance o nível correto de luminosidade

entre a luz da TV e a luz ambiente (SILVA, 2009:97).

Para a sala de jantar, normalmente integrada à sala de estar, também se dá a preferência para o

uso de luz quente. Para Silva (2009:87-88) a luz deste ambiente deve ser aconchegante, com

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a criação de diversos pontos de interesse com luz de destaque ou até mesmo lavar uma parede

de luz, de modo que a iluminação geral do ambiente se dê através da reflexão das paredes.

Neste espaço, assim como na sala de estar, a criatividade pode ser bastante utilizada, pois as

luminárias decorativas são inúmeras para estes ambientes, assim como todas as possibilidades

de efeitos resultantes. A iluminação da mesa de jantar deve receber um cuidado especial,

devendo ter um alto IRC, pois caso o índice seja baixo, “além de não deixar um ambiente

gostoso e confortável, distorcerá as cores dos alimentos, subtraindo-nos o prazer de comer

com os olhos (SILVA, 2009:89).” Como a iluminação da mesa de jantar normalmente é uma

luz de destaque no ambiente, é importante que o projetista tenha cuidado com o ofuscamento

e o aquecimento das pessoas que utilizarão a mesa, a fim de que a hora da refeição não se

torne incômoda.

Para escritórios residenciais, é interessante que a luz seja branca, ou seja, com uma alta

temperatura de cor. Se o ambiente for projetado desta forma, irá incentivar o trabalho e/ou o

estudo neste local. “Nesse espaço, a iluminação obedecerá aos mesmos critério de um

escritório convencional...importante que sejam sempre na cor 840, ou seja, 4000k, que é a

temperatura de cor ideal para escritórios onde são realizados trabalhos normais, do cotidiano

(SILVA, 2009:90-91).” Caso o escritório seja utilizado por pessoas que trabalham com cores

e texturas, é muito importante que o IRC das lâmpadas seja alto também.

O dormitório também permite o uso de muita criatividade para iluminar, ainda mais se

considerarmos todas as atividades possíveis neste ambiente. Para Silva (2009:91), a

dimerização do dormitório deve ser feita sempre que possível, pois desta forma, o local pode

se tornar mais versátil. Com um sistema dimerizável, é possível baixar a intensidade da luz

quando se quer criar um ambiente mais romântico para o casal ou mesmo quando se quer

assistir TV. Além disso, também é possível aumentar a intensidade da luz, tornando-a

funcional quando houver necessidade de conferir o visual de uma roupa ou fizer a

maquiagem.

Nos banheiros, onde a gama de atividades realizadas também é relativamente variada, também

abre um leque de possibilidades para a iluminação. O espelho deste ambiente, onde muitas

mulheres se maquiam e os homens fazem a barba, é o grande desafio neste espaço.

O espelho deve ter nosso cuidado especialíssimo, pois tendo grande potencial de

reflexão, tudo que nele tocar, será refletido de forma quase que total...No caso de

uma luz brilhante, provocará muito ofuscamento. Por isso, devemos escolher

lâmpadas e luminárias com luz difusa para reduzir esse ofuscamento...A luz indicada

deve vir preferencialmente das laterais, para evitar o efeito de sombreamento no

rosto...A preferência deve ser por luz fluorescente – sempre com boa reprodução de

cores. (SILVA, 2009:95-96).

O box do banheiro também pode ser iluminado ao gosto do cliente. A luz tanto pode ser fria e

mais difusa quanto quente e mais pontual, deixando a hora do banho mais relaxante. O mais

importante para este local é que a luminária não sofra os efeitos da umidade. Silva (2009:94)

ainda fala sobre uma iluminação especial para o vaso sanitário. “Para os que gostam de ler

enquanto usam o vaso sanitário, podemos colocar uma refletora direcionada para frente do

vaso, permitindo uma leitura com melhor luminosidade, pois direcionada.”

Por mais que se fale sobre o IRC e a temperatura de cor ideias e se dê dicas sobre os efeitos da

iluminação nos mais diversos ambientes residenciais, observa-se novamente que o mais

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importante é o bom uso da criatividade do lighting designer e o gosto pessoal do cliente. Este

conjunto da criatividade aliada às preferências do usuário é que fará o ambiente ficar bem

iluminado no final do projeto instalado, pois como já foi dito, o mais importante é que o

cliente esteja satisfeito com o resultado final.

4. Qualidade de vida

As considerações feitas até agora foram a respeito da iluminação de uma residência, de um

lar. E todo o conjunto deste lar, desde suas paredes, divisões internas, cores, mobiliário,

iluminação, etc. são extremamente importantes tanto funcionalmente quanto psicologicamente

para o usuário. Este conjunto arquitetônico de uma edificação, externo e interno, imprime

muitos significados e sentimentos para as pessoas, pois elas querem e precisam se identificar

com o espaço em que habitam. De Botton (2007:62) ressalta que o ser humano espera que

todas as construções tenham certa aparência e que contribuam para um determinado estado de

espírito, e não apenas exerçam uma função específica. Ou seja, o usuário vai achar ruim caso

o nível estético e expressivo da obra não for atendido, tanto quanto reclamaria caso um

ambiente como o banheiro, por exemplo, não funcionasse direito.

Na verdade, o lar representa um aporte sólido e seguro para o homem, pois além de protegê-lo

dos acontecimentos externos, o lar funciona como um espelho corretivo para o seu usuário,

pois a moradia, se bem projetada, pode representar tudo o que ele é e gostaria de ser,

permitindo assim que ele reconheça sua personalidade em todo o conjunto da obra de seu lar.

Para De Botton (2007:107), o homem precisa de um lar tanto no sentido psicológico quanto

no físico, pois ele precisa compensar sua vulnerabilidade. Um refúgio se faz necessário para o

ser humano, pois ele precisa proteger seu estado mental, já que o mundo em grande parte se

opõe às suas convicções.

De Botton dá um bom exemplo do que se está expondo nos dois últimos parágrafos: “um

quarto feio pode coagular vagas desconfianças quanto ao que está faltando na vida, enquanto

outro ensolarado, revestido com pedras calcárias cor de mel, é capaz de dar sustentação às

nossas maiores esperanças (DE BOTTON, 2007:12).” Ou seja, é de grande importância

sentimental que os ambientes de uma residência passem um sentimento de bem estar para os

seus usuários.

E qual a ênfase da iluminação em todo este contexto que permeia a moradia e o estado

psicológico de seu usuário? Silva explica de forma bastante adequada esta pergunta.

...existe a luz razão e a luz emoção. Mesmo quando utilizamos a luz razão é

indispensável uma boa quantidade de emoção para que o todo funcione

adequadamente, pois não estamos fazendo a iluminação para que a obra se baste, ou

seja, para as paredes, o concreto, as portas. Nós estamos iluminando para o bem-

estar das pessoas e, ao envolvermos o ser humano, lidamos com a emoção, e em

maior ou menos grau, esse sentimento estará presente (SILVA, 2009:83).

Percebe-se então que, assim como o restante da obra, a iluminação também é projetada com a

intenção de despertar uma emoção no usuário, de sensibilizá-lo. “A iluminação...é a aplicação

da luz para compor um espaço. É um meio maleável que sensibiliza os sentidos para reforçar

o contexto e a atmosfera dos espaços. (BRANDSTON, 2010:95).” Projeta-se luz em um

ambiente com a intenção de servir e favorecer o usuário da melhor forma possível. Para

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Brandston (2010:76), “visibilidade, conforto, composição e atmosfera são funções que

justificam muitos usos da luz em benefício das pessoas.”

Além disso, a luz é um importante elemento vital para o ser humano, ou seja, ela regula o

nosso ciclo circadiano, nos informando a hora em que devemos dormir, acordar, sentir fome,

etc. E se este ciclo for alterado pela luz artificial, podemos sofrer alguns problemas, como por

exemplo de crescimento. Brandston (2010:24) ressalta esta informação, afirmando que “a luz

dá ritmo à vida através de efeitos visuais ou não visuais. Ela regula nossos dias, nossas noites,

nossos relógios biológicos (BRANDSTON, 2010:24).”

Da mesma forma, a luz pode conferir um sentimento de segurança. Isto pode ser sentido de

diversas formas, seja ao caminhar por uma rua deserta à noite, porém bem iluminada, ou até

mesmo em nossas casas, quando a rua à noite parece deserta e escura e nossa casa está bem

iluminada. E igualmente importante, a luz também tem um grande poder de valorizar uma

residência.

Um imóvel bem projetado, com iluminação eficiente e bela, será muito mais

valorizado do que um que seja iluminado de forma improvisada e tradicional, em

que a luz serve apenas para clarear o ambiente. Hoje a luz participa e modifica os

espaço, tornando-os atraentes e aconchegantes...Além de iluminar de forma criativa,

funcional, bela e eficiente os espaços propriamente ditos, ainda valoriza a obra

(SILVA, 2009:49-50).

Resumindo, a iluminação pode nos sensibilizar, confortar, acolher, assegurar, regular nossas

vidas, tranquilizar, relaxar, valorizar nossas casas, etc. O importante é que a luz seja adequada

não importa qual for a situação que necessitemos dela. Silva (2009, 61) destaca que se o

lighting designer optar por lâmpadas e luminárias adequadas para o tipo de utilização que ele

quiser fazer da luz, ele poderá proporcionar ao usuário uma vida mais bela e emocionante,

simplesmente pela boa utilização da luz. Seja a uso da luz planejada para o trabalho ou

aconchego, para a razão ou emoção, para a técnica ou experiência ou para tantos outros tipos

que nos forem imaginados.

Todas estas possibilidades para iluminar uma residência, além de terem seu caráter funcional,

possuem uma característica de facilitar, melhorar e tornar mais agradável o dia-a-dia do

usuário. Para que se alcancem tais objetivos, também é de extrema importância que a luz

tenha identidade, ou seja, que ela se identifique com o usuário do espaço que ela irá iluminar.

Silva (2009:56-57) destaca que na evolução da luz, os lighting designers passaram a se

preocupar não apenas em iluminar um ambiente, mas sim em como iluminar e para quem

iluminar. Aqui aparece o pequeno, porém importantíssimo, detalhe da identidade da luz. Por

exemplo, um projeto para iluminar um ambiente frequentado por um jovem é totalmente

diferente de um projeto para iluminar um ambiente frequentado por uma pessoa idosa, pois

estes dois tipos de usuários possuem necessidades visuais diferentes um do outro. Da mesma

forma, uma pessoa agitada requer uma luz de conforto, relaxante e suave, capaz de acalmá-la.

Imagine no quão gratificante seria sentar em sua cama ou na poltrona de sua sala de estar e ter

a luz adequada para fazer uma leitura, a luz nem muito clara, nem muito escura, sem ofuscar a

visão. Pense em como seria agradável poder utilizar uma iluminação mais suave e difusa no

momento em que se quer assistir TV ou apenas relaxar no quarto. Pense na sensação de

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conforto e bem estar caso seja necessário trabalhar no escritório ou realizar uma tarefa

doméstica na cozinha ou na área de serviço quando se tem uma luz clara, esparsa e difusa.

Estes tipos de iluminações citados podem tanto acontecer em um único ambiente, já que há

uma tendência de realizarmos diversos tipos de atividades em um único espaço, quanto pode

se separar um tipo de iluminação para cada ambiente com seu uso específico. A dimerização

das luminárias ou um sistema de automação na rede de iluminação de uma residência ajudam

e muito a proporcionar todos estes efeitos de luzes necessários. Poder chegar em casa e ter

todas estas possibilidades para iluminar os ambientes de forma adequada é extremamente

gratificante, prazeroso e reconfortante. E estas sensações contribuem e muito para uma boa

qualidade de vida.

5. Estudo de caso

Para uma análise geral da relação dos clientes com o projeto de iluminação e os benefícios

que este projeto pode oferecer, foi realizada uma pesquisa de campo em quatro lojas de

iluminação na cidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. As lojas foram escolhidas por

oferecerem projetos luminotécnicos com profissionais capacitados na área. Foi feita uma

entrevista e aplicado um questionário com o lighting designer de cada loja (anexo 1) e um

questionário com três clientes de cada loja (anexo 2). Estes questionários foram aplicados no

período de 10 a 31 de agosto de 2012. O público alvo selecionado para se obter dados através

dos questionários feitos com os clientes das lojas foram proprietários de apartamentos

residenciais, que possuem forros de gesso em todo apartamento, pertencentes às classes média

e alta.

Os questionários aplicados são de múltipla escolha e também com algumas questões abertas.

Após a aplicação dos questionários, foram confrontados os dados obtidos de cada

entrevistado, com a finalidade de compreender o que acontece no momento entre a compra do

imóvel, a escolha do profissional e/ou loja para a elaboração do projeto de iluminação, a

apresentação do orçamento dos produtos especificados no projeto, a compra dos materiais e a

instalação dos mesmos na casa do cliente.

Todos os clientes entrevistados contrataram um arquiteto, decorador ou designer de interiores

para projetar a iluminação do apartamento e o forro de gesso, mesma que a construtora

oferecesse um forro de gesso liso como padrão da obra. Entre estes projetistas, 75% deles

eram especialistas em iluminação. Esta alta porcentagem no número de lighting designers

ocorre pelo fato destes clientes terem escolhido lojas que oferecem profissionais qualificados,

e muitas vezes os clientes também contratam estes especialistas, que trabalham nas lojas de

iluminação, para elaborarem o projeto do forro de gesso para o apartamento.

Na verdade, 75% dos clientes procuraram estas lojas, para adquirirem e projetaram a

iluminação da sua residência, por saberem que elas ofereciam um serviço especializado neste

setor. Estes clientes, talvez por sua classe social um pouco mais elevada, já tivessem um

pouco mais de conhecimento da necessidade de contratarem profissionais capacitados para

projetarem internamente suas moradias.

Como as lojas vendem produtos para todas as classes sociais, apenas entre 25% e 50% de seus

clientes procuram as lojas com a intenção de obterem projetos luminotécnicos especializados.

Da mesma forma, apenas entre 25% e 50% de seus clientes já possuem arquiteto, decorador

ou designer ao procurarem a loja para escolherem seus produtos de iluminação. E menos de

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25% destes profissionais são especialistas em iluminação. Em geral, os arquitetos,

decoradores e designer dos clientes indicam estas lojas especializadas para os clientes fazerem

as compras dos materiais luminotécnicos necessários.

Todos os clientes afirmaram que compreenderam a função específica que cada luminária

especificada no projeto terá em sua casa, porém, perante a análise dos lighting designers das

lojas, apenas 50% dos clientes compreenderam por completo estas funções. Esta constatação é

reforçada pelo fato de metade dos clientes terem retirado luminárias do projeto com a

finalidade de baratear o orçamento. Apesar desta comprovação, os projetistas das lojas

afirmam que 75% dos clientes se preocupam com a qualidade de vida que cada luminária

colocada no projeto pode oferecer.

Em relação à temperatura de cor e ao IRC das lâmpadas, praticamente nenhum cliente (em

torno de 10%) solicita a troca destas características no projeto especificado. Normalmente os

consumidores aceitam as sugestões dos projetistas em relação às lâmpadas, apenas raramente

modificam as lâmpadas da cozinha ou área de serviço caso o lighting designer especifique

uma lâmpada com temperatura de cor morna e o cliente prefira uma luz mais branca.

Apesar de metade dos clientes terem retirado do projeto luminárias com a intenção de baratear

o orçamento, nenhum deles optou pela troca de uma linha de produtos mais cara por outra

mais barata. Para evitar a retirada de produtos do projeto, Brandston (2010:44) apresenta uma

boa solução, mostrando-lhes “que as soluções que você está propondo irão tornar suas vidas

melhores e mais bonitas. Acrescente o elemento humano.”

Nenhum dos clientes entrevistados instalou um sistema de automação na iluminação

residencial, e apenas 25% deles dimerizaram uma pequena quantidade de luminárias de suas

residências. Na verdade, estes clientes não instalaram um sistema de automação, pois nem

sequer conheciam esta possibilidade. Ao tomarem conhecimento, até cogitaram a hipótese de

instalar, mas por não terem previsto este alto custo no valor final gasto com iluminação,

acabaram por não instalar a automação em suas residências. Segundo Silva (2009:60), o ideal

seria definirmos tudo antes de iniciar o processo de compras e instalação, para que desta

forma não haja problemas de execução por falta de recursos financeiros. Não que a ausência

da instalação de um sistema de automação acarretará em um problema de execução, mas isto

tornaria o projeto instalado muito mais interessante e versátil.

Apesar dos ajustes feitos por parte dos clientes durante o processo projetual e de orçamentos,

todos afirmaram que ficaram satisfeitos com o projeto luminotécnico apresentado, seja ele

elaborado pelo seu arquiteto, decorador, designer, ou seja pelo profissional especializado da

loja de iluminação. Além disso, todos ficaram satisfeitos com o projeto instalado em suas

casas, e todos acham que tiveram um avanço na qualidade de suas vidas depois de utilizarem

a iluminação projetada para eles, pois ela atendeu a todas as suas necessidades diárias. Porém,

a opinião dos lighting designers das lojas diverge dos clientes, pois apenas 75% acham que os

resultados finais dos projetos luminotécnicos são de boa qualidade, em decorrência das

retiradas de produtos para baratear o orçamento. Mas todos concordam que os clientes ficaram

satisfeitos com o resultado final.

6. Conclusão

Através das pesquisas bibliográficas e de campo realizadas nesta pesquisa, foi possível obter

algumas respostas à grande questão deste trabalho, que investiga a provável falta de

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entendimento por parte do cliente sobre a importância que uma boa iluminação tem para a sua

qualidade de vida.

Foi possível verificar que o cliente consegue compreender todas as funções que cada

luminária colocada no projeto pode proporcionar, apesar dos lighting designers afirmarem que

apenas metade dos clientes compreenderam tais funções por eles terem retirado algumas

luminárias do projeto. Na verdade os clientes fizeram estas remoções, pois a questão

financeira também é importante para eles, e apesar dos projetistas terem considerado que

apenas metade dos clientes compreendeu a função de cada luminária, eles consideraram que

75% dos clientes se preocupam com a qualidade de vida que elas podem oferecer. Ou seja,

talvez o cliente tenha retirado peças com efeitos mais decorativos, que não influenciem tanto

na satisfação final proporcionada pelo projeto. Desta forma, percebe-se que foi possível

esclarecer dois objetivos da pesquisa, já que os clientes retiram luminárias do projeto

pensando no preço, porém se preocupam com a função que cada uma terá na vivência diária

em sua residência.

Outro objetivo levantado foi de verificar se o usuário compreende que cada tipo de lâmpada,

temperatura de cor e efeito de luz servem para um tipo de uso diferente do espaço. Através

dos questionários e das entrevistas, pôde-se perceber que o cliente se preocupa sim com estas

relações, pois praticamente nenhum deles solicita a troca das lâmpadas por outras com

diferentes IRC e temperatura de cor. Os que solicitam esta troca, em geral pedem apenas para

trocar uma luz mais quente por outra mais branca em áreas como cozinhas e áreas de serviço.

Além disso, como foi mencionado no parágrafo anterior, os clientes se preocupam com a

função que cada luminária especificada pode oferecer, demonstrando assim a compreensão

dos efeitos de luz de cada lâmpada.

Mesmo que não faça parte dos objetivos a serem esclarecidos pela pesquisa, o fato de nenhum

cliente ter instalado um sistema de automação residencial na sua residência, e de poucos

possuírem dimerização em suas luminárias é de grande relevância. Isto porque estes sistemas

podem auxiliar muito na variação de efeitos que o projeto luminotécnico pode proporcionar, o

que poderia aumentar a satisfação do usuário com a utilização do projeto luminotécnico

instalado.

Apesar de metade dos clientes terem retirado luminárias do projeto com a intenção de baratear

o orçamento, todos ficaram satisfeitos com o projeto luminotécnico e com o uso diário de uma

iluminação adequada para as suas necessidades. Já os lighting designers consideraram 75%

dos projetos instalados de boa qualidade, mas perceberam que todos ficaram satisfeitos com o

resultado final. Ou seja, apesar de haver uma divergência entre os clientes e os projetistas

sobre a qualidade do projeto final instalado, os dois concordam que o cliente ficou satisfeito

no final do processo, e é isto o que realmente importa, pois se ele ficou satisfeito, por

consequência a sua qualidade de vida acabou melhorando.

Talvez seja adequado que os lightings designers pensem um pouco mais nos custos de alguns

produtos a serem orçados, pois apesar do desejo dos clientes em ter uma iluminação adequada

e de boa qualidade para as suas atividades, também é importante para eles o valor que eles

irão gastar no final de todo este processo. Desta forma, há a possibilidade do cliente comprar

todas as luminárias especificadas e não retirar algumas por questões financeiras. Assim, tanto

o projetista quanto o cliente ficarão satisfeitos, o lighting designer por ter todo o seu projeto

instalado e o cliente, além de ficar satisfeito por este mesmo motivo, ficará contente também

por ter gasto um valor mais coerente com as suas expectativas.

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Caso o projetista não tenha alternativa para trocar um produto de alto custo por outro de valor

menor, ele precisa fazer uso de alguns artifícios para convencer o cliente que a compra de tal

produto realmente vale a pena. Apesar do preço elevado, o lighting designer pode convencer o

cliente a comprar o produto seja por ele ser peça exclusiva, atemporal, de alta qualidade, pela

economia de energia ou pelo processo produtivo da peça. Se estas características forem

importantes para o consumidor, certamente ele não irá retirar esta peça do orçamento.

Referências

BRANDSTON, Howard M. Aprender a Ver: A Essência do Design da Iluminação. Trad.

Paulo Sergio Scarazzato. 1ª ed. São Paulo: De Maio, 2010, 154 p.

DE BOTTON, Alain. A Arquitetura da Felicidade. Trad. Talita M. Rodrigues. Rio de

Janeiro: Rocco, 2007, 271 p.

GILLINGHAM-RYAN, Maxwell. Terapia do Apartamento: transforme seu lar em oito

semanas. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Pensamento, 2007, 292 p.

LIMA, Mariana Regina Coimbra de. Percepção Visual Aplicada à Arquitetura e à

Iluminação. Rio de Janeiro: Ciência Moderna Ltda., 2010, 145 p.

SILVA, Mauri Luiz da. Iluminação – Simplificando o Projeto. Rio de Janeiro: Ciência

Moderna Ltda., 2009, 172 p.

________ Luz, lâmpadas e iluminação. Rio de Janeiro: Ciência Moderna Ltda., 2004, 157 p.

TORMANN, Jamile. Caderno de Iluminação: arte e ciência. 2ª ed. Rio de Janeiro: Música

Tecnologia, 2008, 154 p.

Anexo

Anexo 1 – questionário aplicado aos proprietários das lojas de iluminação

01.Qual a porcentagem de clientes que procuram os serviços especializados da loja em

projetos luminotécnicos?

a.( ) menos de 25 %

b.( ) entre 25% e 50%

c.( ) entre 50 % e 75%

d.( ) entre 75% e 100%

02.Qual a porcentagem de clientes que procuram os serviços da loja são acompanhados

por um arquiteto, designer ou decorador?

a.( ) menos de 25 %

b.( ) entre 25% e 50%

c.( ) entre 50 % e 75%

d.( ) entre 75% e 100%

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03.Qual a porcentagem de clientes que procuram os serviços da loja são acompanhados

por um arquiteto, designer ou decorador especialista na área de projetos

luminotécnicos?

a.( ) menos de 25 %

b.( ) entre 25% e 50%

c.( ) entre 50 % e 75%

d.( ) entre 75% e 100%

04.Os clientes normalmente compreendem o projeto luminotécnico como um todo, ou

seja, eles compreendem a função de cada luminária colocada no projeto?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) não sei

05.Os clientes normalmente se preocupam com a função de cada luminária colocada no

projeto?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) não sei

06.Os clientes normalmente se preocupam com a qualidade de vida que cada luminária

colocada no projeto pode oferecer?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) não sei

07.Qual a porcentagem de clientes que colocam um sistema de dimerização nas

luminárias instaladas?

a.( ) menos de 25 %

b.( ) entre 25% e 50%

c.( ) entre 50 % e 75%

d.( ) entre 75% e 100%

08.Qual a porcentagem de luminárias instaladas que estes clientes colocam um sistema

de dimerização?

a.( ) menos de 25 %

b.( ) entre 25% e 50%

c.( ) entre 50 % e 75%

d.( ) entre 75% e 100%

09.Qual a porcentagem de clientes que desejam colocar um sistema de automação no

projeto luminotécnico instalado?

a.( ) menos de 25 %

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b.( ) entre 25% e 50%

c.( ) entre 50 % e 75%

d.( ) entre 75% e 100%

10.Qual a porcentagem de clientes que colocam um sistema de automação no projeto

luminotécnico instalado?

a.( ) menos de 25 %

b.( ) entre 25% e 50%

c.( ) entre 50 % e 75%

d.( ) entre 75% e 100%

11.No momento em que os produtos especificados no projeto luminotécnico são

apresentados aos clientes, eles costumam solicitar uma troca de temperatura de cor e/ou

IRC das lâmpadas?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) em parte

12.No momento em que o orçamento dos produtos especificados no projeto

luminotécnico é apresentado aos clientes, eles costumam retirar produtos com a intenção

de baratear o valor final da compra?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) em parte

13.No momento em que o orçamento dos produtos especificados no projeto

luminotécnico é apresentado aos clientes, eles costumam trocar a linha de produtos por

uma de qualidade inferior com a intenção de baratear o valor final da compra?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) em parte

14.No momento em que o orçamento dos produtos especificados no projeto

luminotécnico é apresentado aos clientes, e eles trocam a linha de produtos por uma de

qualidade inferior com a intenção de baratear o valor final da compra, eles mantêm a

ideia inicial do projeto?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) em parte

15.Na sua opinião, depois de todas as negociações de projeto e financeiras feitas com os

clientes, o resultado final do projeto instalado é de boa qualidade, ou seja, ele atende à

todas as necessidades dos clientes?

a.( ) sim

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b.( ) não

c.( ) em parte

16.Na sua opinião, depois do projeto instalado, os clientes ficam satisfeitos com o

resultado final obtido em sua casa? a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) não sei

Anexo 2 – questionário aplicado aos clientes das lojas de iluminação

01.Você mora em uma casa ou apartamento?

a.( ) casa

b.( ) apartamento

02.A casa/apartamento onde você mora possui forro de gesso em todos os ambientes?

a.( ) sim

b.( ) não

03.Se a sua resposta foi afirmativa para a pergunta anterior, como você projetou/decidiu

o forro de gesso?

a.( ) não projetei, a casa/apartamento já veio com forro de gesso

b.( ) contratei um arquiteto, designer ou decorador para fazer o projeto do forro de gesso

c.( ) resolvi direto com o gesseiro como seria o meu forro de gesso

d.( ) nenhuma das respostas anteriores

04. Se a sua resposta para a pergunta anterior foi a alternativa “d”, escreva como foi que

você projetou/decidiu o forro de gesso da sua casa/apartamento.

___________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

05. Quando você precisou iluminar a sua casa/apartamento, qual das alternativas abaixo

você escolheu?

a.( ) contratou um arquiteto, designer ou decorador para fazer o projeto de iluminação

b.( ) o mesmo arquiteto, designer ou decorador que projetou o meu forro de gesso projetou a

minha iluminação

b.( ) foi direto a uma loja de iluminação para escolher as luminárias

06.Se as suas resposta foram as alternativas “a” ou “b” para a pergunta anterior, o

profissional que você escolheu era especialista em iluminação?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) não sei

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07.Ao escolher a loja onde você iria adquirir os produtos de iluminação da sua

casa/apartamento, você procurou uma loja que tivessem profissionais especializado em

projetos luminotécnicos?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) não sei

08.A loja que você comprou a iluminação para a sua casa foi indicada pelo seu arquiteto,

designer ou decorador?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) não contratei este tipo de profissional

09.Você compreendeu que cada luminária colocada no projeto tem uma função

específica para cada uso que você fará dos ambientes da sua casa/apartamento?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) não sei

10.Você compreendeu que cada lâmpada colocada no projeto possui uma cor de luz e

uma reprodução de cores específicas para cada função a que elas foram destinadas a

iluminar?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) em parte

11.Você retirou luminárias do projeto/orçamento com a intenção de baratear o valor

final da compra?

a.( ) sim

b.( ) não

12.Você trocou a linha de produtos por uma de qualidade inferior com a intenção de

baratear o valor final da compra?

a.( ) sim

b.( ) não

13.Você colocou um sistema de dimerização nas luminárias instaladas na sua

casa/apartamento?

a.( ) sim

b.( ) não

14.Qual a porcentagem de luminárias instaladas na sua casa/apartamento que você

colocou um sistema de dimerização?

a.( ) menos de 25 %

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b.( ) entre 25% e 50%

c.( ) entre 50 % e 75%

d.( ) entre 75% e 100%

e. ( ) não coloquei sistema de dimerização em nenhuma luminária

15.Você pretendia colocar um sistema de automação quando você estava orçando o

projeto luminotécnico?

a.( ) sim

b.( ) não

16.Você colocou um sistema de automação no projeto luminotécnico instalado?

a.( ) sim

b.( ) não. Por quê? _________________________________________________________

17.Você ficou satisfeito com o projeto de iluminação que a loja ou o arquiteto, designer

ou decorador te apresentou?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) em parte. Por quê? _____________________________________________________

18.Você ficou satisfeito com o projeto de iluminação depois de instalado na sua

casa/apartamento?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) em parte. Por quê? _____________________________________________________

19.Você acha que sua qualidade de vida ficou melhor depois do projeto de iluminação

instalado na sua casa/apartamento, ou seja, você está mais satisfeito ao utilizar os

ambientes iluminados da sua casa/apartamento?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) em parte. Por quê? _____________________________________________________

20.Você acha que o projeto de iluminação atendeu à todas as suas necessidades diárias

para cada ambiente da sua casa/apartamento?

a.( ) sim

b.( ) não

c.( ) em parte. Por quê? _____________________________________________________