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   Rio de Janeiro 2008

A Linguagem Resumo

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Resumo do capítulo A linguagem do livro Convite à Filosofia de Marilena Chauí, para efeitos de avaliação da cadeira Redação de Textos Acadêmicos do curso de Pós Graduação em Mídias Digitais da Universidade Estácio de Sá.

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  • Rio de Janeiro

    2008

  • Resumo do captulo A linguagem do livro Convite Filosofia de Marilena Chau, para efeitos de avaliao da cadeira Redao de Textos Acadmicos do curso de Ps Graduao em Mdias Digitais da Universidade Estcio de S.

    Professor Dr. Nataniel Gomes

    Rio de Janeiro

    2008

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    O homem um animal poltico, segundo Aristteles, ou seja, ele dotado de linguagem. Rousseau afirma que a palavra distingue os homens dos animais e nasce da profunda necessidade de comunicao dos primeiros.

    Hjelmslev afirma que a linguagem inseparvel do homem, segue-o em todos os seus atos, sendo o instrumento graas ao qual o homem modela seu pensamento, seus sentimentos, suas emoes, seus esforos, sua vontade e seus atos, o instrumento graas ao qual ele influencia e influenciado, a base mais profunda da sociedade humana.

    A linguagem uma forma humana de comunicao e sua relao com o mundo e com os outros.

    Plato, no dialogo Fedro, dizia que a linguagem um pharmakon, palavra Grega que significa poo em Portugus, e possui trs sentidos: remdio, veneno e cosmtico, ou seja, pode tomar estas trs formas em sua expresso.

    Ainda, segundo a Bblia, a pluralidade de lnguas no mundo uma punio aos homens por terem pensado em se colocar no lugar do divino, construindo a Torre de Babel para chegar ao cu, e com isto a falta de uma lngua comum impedia uma obra comum, abrindo as portas para todos os desentendimentos e guerras.

    A fora da linguagem pode ser avaliada tomando-se por exemplo os mitos e as religies. O mito tem o poder de fazer com que as coisas sejam tais como so ditas ou pronunciadas. A linguagem tem o poder encantatrio, isto , a capacidade de reunir o sagrado e o profano, trazendo ao mundo as foras csmicas e de levar os humanos ao interior do sagrado.

    A outra dimenso da linguagem a da criao de tabus, coisas que no podem ser ditas por estarem relacionadas desgraa de quem pronuncia e para quem a rbita. Estas palavras tabus existem com freqncia nos contextos religiosos, sociais e do direito. No contexto do direito, esta associada a expresses de juramento, que d a confiabilidade a quem a pronuncia.

    A dupla dimenso da linguagem (mythos e logos) explica porque podemos nos comunicar e interpretar o mundo em dois registros contrrios e opostos, o da palavra solene e da palavra leiga.

    Segundo o texto a linguagem tem quatro tipos de origens no excludentes: Por imitao dos sons da natureza, como uma onomatopia; Por imitao dos gestos, pressupondo

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    que estes surgiram primeiro e destes como complemento e a seguir como substituta; Pela necessidade humana de alimentar-se, abrigar-se e reunir-se em grupo; E por fim nasce das emoes.

    A linguagem um sistema de signos ou sinais usados para indicar coisas, para a comunicao entre pessoas e para expresso de idias, valores e sentimentos.

    Para os empiristas, a linguagem um conjunto de imagens corporais e mentais formadas por associao e repetio e que constituem imagens verbais. Para os intelectuais a linguagem apenas uma traduo de nossos pensamentos e de nossos sentimentos.

    No campo da psicologia, os estudiosos da linguagem foram crticos aos conceitos empiristas e intelectuais. Em testes com afsicos, descobriu-se que a percepo de certas palavras tinha uma outra dimenso, o azul no representava apenas a cor, e sim todos os tons relativos primeira cor escolhida. Apesar disto os afsicos avaliados mostraram-se intelectualmente perfeitos, contradizendo os empiristas e no necessariamente corroborando com os intelectuais, e sim dando uma nova viso, no excludente, da linguagem.

    O estudo da linguagem durante o sculo XIX tinha como preocupao encontrar a origem da linguagem e das lnguas, com o propsito de chegar uma nica lngua, uma lngua me.

    A partir do sculo XX uma nova concepo da linguagem foi elaborada pela lingstica, de onde se destaca que: A linguagem constituda pela distino entre lngua e fala ou palavra; A lngua uma totalidade dotada de sentido onde o todo confere sentido s partes; Numa lngua h uma distino entre o significante e o significado; A relao dos significantes com as coisas convencional e arbitraria; Como os significantes de uma lngua recebem seu sentido e funo pelo lugar que o todo da lngua lhe confere, a sua distino se d por diferenas internas e por oposies diferentes entre os significantes; A lngua um cdigo, dentro de um modelo de comunicao; O sujeito falante tem a competncia e performance no uso da lngua; A lngua se realiza em duas dimenses, a sincronia e a diacronia; A lngua falada sem que tenhamos conscincia de sua estrutura.

    A diferena entre os idiomas no de vocabulrio, e sim de estrutura lingstica. Palavras que tenham o mesmo valor em termos de vocabulrio, podem ser percebidas de formas diferentes.

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    Nossa via de aceso ao mundo e ao pensamento se da pela linguagem, nos a habitamos e envolvemos mutuamente.

    Ainda sobre a linguagem podemos dizer que se referem ao mundo atravs das significaes, relaciona-se com os sentidos existentes e criam novos, exprime e descobre significados e tem o poder de suscitar significaes e o imaginrio, da a possibilidade da literatura.

    A linguagem simblica opera por analogias e metforas, enquanto que a linguagem conceitual atua no sentido estrito.

    No seu sentido amplo, a linguagem, englobando lngua, fala e palavra, constituda por quatro fatores fundamentais: Fatores fsicos que determinam a possibilidade de falar, escutar, escrever e ler; Fatores socioculturais que determinam a diferenas entre as lnguas e entre as lnguas dos indivduos, dadas as diferenas regionais como as lnguas de dois pases diferentes ou de momentos culturais diferentes em um mesmo pas; Fatores psicolgicos que criam a necessidade e desejo da informao e comunicao e cria a capacidade para a performance lingstica cotidiana, artstica, cientfica ou filosfica; Fatores lingsticos propriamente ditos que determinam nossa competncia e nossa performance em criar e compreender significaes. Segundo a autora, estes fatores dizem por que existe a linguagem e como ela funciona, mas no nos dizem o que a linguagem.