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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS
UNISANTOS
MBA PORTOS E LOGÍSTICA EMPRESARIAL
A Logística dos Granéis Sólidos
do Porto de Paranaguá
Autor: João Ivano Marson
Orientador: Eduardo Martins Fernandes
Paranaguá
2007
A LOGÍSTICA DOS GRANÉIS SÓLIDOS DO PORTO DE PARANAGUÁ
João Ivano Marson
Monografia submetida ao corpo docente da Universidade Católica de Santos como requisito parcial para a conclusão do MBA PORTOS E LOGÍSTICA EMPRESARIAL (curso de pós-graduação lato sensu). Aprovada por:
_________________________________________ Prof. Eduardo Martins Fernandes - Orientador M.Sc. em Administração - COPPEAD/UFRJ
Paranaguá
2007
FICHA CATALOGRÁFICA
MARSON, João Ivano. A Logística dos Granéis Sólidos do Porto de Paranaguá. / João Ivano Marson. Paranaguá, 2007. vii, 92 p.: il. Monografia MBA Portos e Logística Empresarial (Pós-Graduação Lato Sensu). Universidade Católica de Santos - UNISANTOS, 2007 Orientador: Eduardo Martins Fernandes 1. Porto. 2. Logística. 3. Granel Sólido 4. Comércio Internacional. 5. Monografia I. Fernandes, Eduardo Martins (Orientador). II. Universidade Católica de Santos – UNISANTOS. III. A Logística dos Granéis Sólidos do Porto de Paranaguá.
DEDICATÓRIA
Certamente esses meses de curso de MBA (pós-graduação lato
sensu), além do conhecimento adquirido, foram também uma rica experiência
de vida para todos. Vou lembrar com saudades dos amigos que aqui fiz,
principalmente nos trabalhos em grupo onde participei com profissionais que
representavam diversas atividades ligadas à área portuária, o apoio dos
colegas em momentos difíceis, a união em torno de causas comuns, as
expectativas compartilhadas, a dedicação dos professores. Completado o
curso, eu me vejo diante de uma nova situação. Estou levando comigo o
conhecimento que adquiri e as experiências que eu vivi neste período de curso.
Porém, sabemos que o mercado exige atualização constante e que o
futuro profissional é uma batalha de cada um. Desejo, do fundo do coração,
muito sucesso para cada colega e muita perseverança para vencer os
obstáculos.
Sábios são aqueles que têm a capacidade para transmitir todo o seu
conhecimento; inteligentes são aqueles sempre ávidos para aprender.
Dedico esta monografia à Diretoria de Portos e Costas (DPC), ao
Órgão de Gestão de Mão-de-Obra do Trabalho Portuário (OGMO-PR), ao
Sindicato dos Operadores Portuários (SINDOP) e à Universidade Católica de
Santos (UNISANTOS), como forma de reconhecer o empenho efetuado para
que este curso tenha obtido o sucesso esperado e a visão da necessidade de
investir no aperfeiçoamento de profissionais.
Com certeza estas instituições homenageadas, contribuíram muito
para a melhoria dos conhecimentos e da qualidade de vários profissionais de
diversos segmentos ligados à área portuária.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha esposa Rosiane e aos meus filhos Renan e Lucas,
que me deram o estímulo para não desanimar durante os momentos difíceis e
com seus apoios dados muito contribuíram para que eu pudesse ter
tranqüilidade e me dedicar nos trabalhos e aulas ao longo deste curso.
Aos amigos que convivi e aprendi a admirar durante esses meses de
curso, os quais me fizeram sentir forte para enfrentar mais esse desafio da
minha vida.
Ao Coordenador do curso, o Professor Eduardo Martins Fernandes o
qual aprendi a admirar como pessoa e profissional que tanto me ajudou com a
sua orientação no transcorrer do curso.
Aos sábios professores, que nos guiaram durante todo esse tempo,
não apenas no papel de instrutores, mas também de amigos, muitas vezes
sendo tolerantes com nossa impaciência, meu sincero e mais profundo
agradecimento.
A Deus, agradeço por me dar saúde e paz para receber a
oportunidade de crescer intelectualmente a cada dia.
RESUMO
O objetivo desta monografia foi o de demonstrar alguns conceitos
relacionados a atividades de logística e como poderá ser mais bem entendida e
implementada no Porto de Paranaguá. Muito se fala da logística como sendo,
atualmente, a responsável pelo insucesso das organizações que operam no
Porto, tais como, agências marítimas que representam os armadores e os
operadores portuários que prestam serviços de embarques para os
exportadores.
Porém, o que se pode perceber no processo portuário é que muito
pouco se sabe sobre as atividades de logística de movimentação de cargas,
principalmente para carga de granéis sólidos.
Pretendeu-se nesse trabalho fazer uma análise da atual conjuntura
de logística no Porto de Paranaguá, que é um fator importante dentro dos
objetivos do porto. Qualquer estratégia que se busque alcançar em logística, se
for mal planejada, poderá acabar sendo influenciada pelo uso errado do
conceito, o que seria muito pior. Mas o que realmente é logística?
Na verdade o conceito de logística é muito abrangente e vem
evoluindo constantemente, assim não se procurou neste trabalho formular uma
definição padrão ao termo logística. Contudo, de maneira ampla e baseado nos
conceitos dos autores citados no capítulo 1, pode-se então definir a logística no
Porto de Paranaguá, como uma função essencial, que engloba várias
atividades primordiais, como a movimentação, a armazenagem e o embarque
de granéis sólidos, no momento certo e dentro dos prazos determinados.
Para conhecer um pouco da logística no Porto de Paranaguá foi
necessário fazer uma análise da cadeia envolvida no fluxo da operação
portuária. Para tanto, o presente trabalho foi subdividido em capítulos de suma
importância para o entendimento do elo portuário da cadeia logística, que
poderá contribuir no ganho da escala de transportes de granéis sólidos.
Pretendeu-se assim mostrar, que a logística de granéis sólidos no
Porto de Paranaguá vem sendo uma atividade de gestão importante e
relevante, principalmente quando se busca agregar valores e reduzir os custos,
melhorando cada dia a qualidade das funções logísticas, almejando a eficiência
e a excelência dos serviços, com a clara finalidade de obter a lucratividade
necessária de todo processo portuário e de adquirir um desenvolvimento
uniforme de todos os elos da cadeia logística.
ABSTRACT
The objective of this monograph was to demonstrate some concepts
related to the logistics activities and how it can be well understood and
introduced in the Port of Paranaguá. Currently there are lots of talks about
logistics as being the responsible by failure of companies that operate in the
Port, such as Marine Agencies, that represent the owners and the Port
Operators that rend shipment services to the exporters.
However, what one can perceive in the port procedure is that just a
few is known about logistic activities concerning the cargo movements, mainly
for solid granary cargos.
It was aimed in this work to make an analysis of the current logistic
situation in the Port of Paranaguá, that is an important agent within the port
objectives. Any strategy that oneseeks for reaching in logistic, if bad planned,
can go to an end influenced by the wrong use of concept, what would be worse.
But what is logistic really?
Indeed the logistic concept is very enfolding and has been improving
constantly. Thus it was not the concern of this work to formulate a standard
definition to the word logistic. Notwithstanding, in an ample way and based on
the concepts of quoted authors in first chapter, logistic in the Port of Paranaguá
may be so explained as a vital function that embody several fundamental
activities, such as moving, storage and shipment of solid granary, in the right
time and within the settled terms.
To know a little bit the logistic in the Port of Paranaguá, it was
necessary to make an analysis of the involved chain in the port operation flow.
For so, this work was subdivided in very important chapters for a perfect
understanding of logistic chain within the port link that may contribute to the
scale profit in the solid granary transportation.
It was intended to disclose this way that the solid granary logistic in
the Port of Paranaguá is being an activity of eminent and important
management, mainly whem one looks for adding value and decrease costs,
improving every each day the quality on logistic functions, wishing the efficiency
and the excellence of services, with the clear objective of getting the need profit
throughout the port procedure, besides acquiring an uniform development of all
links on logistic chain.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 1
A LOGÍSTICA ........................................................................................................................................... 4
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .................................................................................................... 11
2.1 A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NA LOGÍSTICA ............................................................................ 11 2.2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO E LOGÍSTICA ........................................................................................... 14
TIPOS DE MODAIS LOGÍSTICO ........................................................................................................ 17
3.1 O TRANSPORTE RODOVIÁRIO ........................................................................................................... 18 3.2 O TRANSPORTE FERROVIÁRIO .......................................................................................................... 22 3.3 O TRANSPORTE MARÍTIMO ............................................................................................................... 24
3.3.1 Atores Intervenientes na Navegação ........................................................................................ 27
INFLUÊNCIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL .............. ........................................................... 31
NA LOGÍSTICA BRASILEIRA ............................................................................................................. 31
4.1 BRASIL NO SISTEMA DE COMÉRCIO INTERNACIONAL ....................................................................... 31 4.2 MERCOSUL E O POSICIONAMENTO BRASILEIRO NO CONTEXTO AMERICANO ................................ 32 4.3 BARREIRAS TÉCNICAS AO COMÉRCIO INTERNACIONAL .................................................................... 34
PORTO DE PARANAGUÁ ..................................................................................................................... 37
5.1 AS PRINCIPAIS CARGAS .................................................................................................................... 41 5.2 INFRA-ESTRUTURA DE ACESSO AO PORTO ....................................................................................... 44 5.3 LOGÍSTICA DE GRANÉIS SÓLIDOS EXPORTADOS PELO PORTO ........................................................... 54
IMPACTOS NO MEIO AMBIENTE ..................................................................................................... 61
CONCLUSÃO .......................................................................................................................................... 65
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................... 74
GLOSSÁRIO ............................................................................................................................................ 80
1
INTRODUÇÃO
Para melhor compreensão dos conceitos de logística será
necessário definir os temas ligados ao processo de movimentação de granéis
sólidos via Porto de Paranaguá, abordando-os numa linguagem menos técnica
e mais acessível dentro dos capítulos.
A atividade de logística de granéis sólidos no Porto de Paranaguá
ainda está em fase de amadurecimento, onde se procura adequá-la de forma
satisfatória no processo de controle e integração dos modais logísticos
(rodoviário, ferroviário e marítimo).
Tradicionalmente, o Porto de Paranaguá está voltado para a
movimentação e exportação de granéis sólidos, sendo este atualmente o seu
principal negócio. Nenhum outro porto no mundo exporta uma quantidade tão
expressiva de granéis solidos, como a soja e seus derivados, o que eleva o
Porto de Paranaguá a uma condição privilegiada dentre os maiores portos
mundiais.
Contudo, mesmo tendo chegado a tal estágio, percebe-se que o
Porto não dispõe de uma infra-estrutura compatível para atender às
necessidades dos exportadores, principalmente àqueles localizados nas
regiões de forte atração de cargas para o porto (Mato Grosso e Paraná), em
função do aumento do volume de negócios fechados no comércio internacional
provocado pelo crescimento da produção agrícola no País observado nos
últimos anos. A não disponibilização de uma infra-estrutura compatível,
desencadeia gargalos em todos os elos da cadeia logística, de maneira
especial nos modais de transporte, em função da falta de caminhões e vagões
adequados, do frete elevado e principalmente da precariedade das rodovias
que se estendem até o porto, além da falta de armazéns para recepção e
armazenagem da produção, comprometendo diretamente a cadeia logística
como um todo. As ações para a melhoria da infra-estrutura portuária e logística
trará redução do custo Brasil, permitindo que as empresas exportadoras
2
possam atingir um patamar de desempenho que as tornem competitivas no
mercado globalizado.
As questões relacionadas aos investimentos merecem uma análise
mais aprofundada, como forma de manter o Porto de Paranaguá sempre em
condições operacionais favoráveis para o bom desempenho da produção, com
objetivo de mantê-lo entre os melhores portos internacionais. No entanto, ainda
falta muito a caminhar neste aspecto.
O Porto deverá se preocupar com os impactos Ambientais, gerados
pela movimentação de produtos, tanto nas áreas internas como nas áreas
externas, buscando equilíbrio, harmonia e qualidade de vida voltadas para a
comunidade portuária como um todo. Há um longo caminho a ser percorrido
para a implantação de um Sistema de Gestão de Meio Ambiente. Para que isto
ocorra, as Autoridades Portuárias deverão dar os primeiros passos no sentido
de conscientizar e determinar normas que levem todos os envolvidos na cadeia
logística portuária, a melhorarem e se qualificarem quanto às soluções dos
problemas ambientais. A conscientização aqui deve funcionar como arma
primordial e indispensável para que o porto possa ter competitividade com
outros portos mundiais. Só assim serão obtidos os resultados desejados.
As operações portuárias ainda são muito promissororas e criam
espaços para a implementação dos processos de melhorias e de gestão da
logística. Para que se possa obter contínuos resultados positivos é necessário
que as empresas e governos tenham a devida consciência da verdadeira
importância dos fatores que impactam nos setores de comércio exterior, que
convivem a mais tempo com concorrências agressivas em busca de receitas e
ganhos de confiabilidade no mercado mundial.
Num primeiro momento é preciso estabelecer uma base para
projetos voltados aos produtos e serviços, para caracterizar uma estrutura de
movimentação harmônica com tendência de aumento escalonado dos modais.
Para isto, algumas empresas deverão investir satisfatoriamente em Tecnologia
de Informação - TI (Ex.: ERP, sistema eletrônico de informação, etc.),
buscando diminuir os problemas operacionais que afetam a incerteza do tempo
de atendimento.
3
Quem está no meio do processo de logística não poderá confundir
informações de dados em tempos reais com controle de processos, este é um
dos inimigos do sistema de logística nos tempos atuais.
A Tecnologia da Informação deve ser vista como uma das principais
ferramentas existentes para agregação do sistema de logística. Apesar de
algumas dificuldades de implementação e de mudança cultural, certamente o
investimento em tecnologia da informação é indispensável na relação
custo-benefício, além do aspecto de ganhos em serviços.
Algumas organizações e empresas estão atentas à logística, e têm
se utilizado da Tecnologia de Informação para redução de custos,
proporcionando também vantagens nas operações logísticas, tornando-as
mais confiáveis, mais eficientes e competitivas.
Uma das atividades da logística que contribui para elevar os custos
dos produtos é o transporte, sendo fundamental que se pense numa política
que vise o desenvolvimento dos modais de transporte e principalmente da
navegação, com a melhor utilização da cabotagem no país, que vem
caminhando a passos lentos, verificando-se índices insignificantes de
ocupação desta modalidade de transporte no Porto de Paranaguá.
Nota-se nos últimos tempos, que os exportadores estão preocupados
com as exportações dos seus produtos e serviços, principalmente em relação
às incertezas de cumprimento de prazos em decorrência das longas filas de
espera de navios para atracação.
Desta forma, este trabalho pretende demonstrar a importância da
logística no Porto de Paranaguá, com base na experiência profissional
adquirida ao longo de 13 anos dos conhecimentos teóricos e práticos obtidos
durante o desenvolvimento do curso ( de MBA Portos e Logística Empresarial),
e das informações, exemplos, fatos importantes, bem como conceitos
abordados em artigos de outros estudiosos sobre esta matéria.
4
CAPÍTULO I
A LOGÍSTICA
Como conceituar a logística? Ao longo da história, se observa que a
logística esteve estreitamente relacionada com o sucesso ou o insucesso das
empresas. Como um fator de redução de perdas será sempre necessário que
os processos logísticos interajam de forma eficiente, principalmente em relação
ao custo e ao tempo. Por isso Goebel (op.cit.) ao definir logística, a entendeu
como um conjunto de todas as atividades de movimentação e armazenagem
necessárias que facilitem o fluxo dos produtos, por meio de fluxos de
informação adequados e com níveis satisfatórios aos envolvidos, a um preço
justo.
De acordo com Goebel (1996, p.1) “entende-se por logística o
conjunto de todas as atividades de movimentação e armazenagem
necessárias, de modo a facilitar o fluxo de produtos do ponto de aquisição da
matéria-prima até o ponto de consumo final, como também dos fluxos de
informação que colocam os produtos em movimento, obtendo níveis de serviço
adequados aos clientes, a um custo razoável”.
Conforme afirma Ballou (1993 apud Viana, 2002, p.1), a logística
“estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos
serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através do planejamento,
organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e
armazenagem, que visam a facilitar o fluxo de produtos”.
Baglin et al. (1990 apud Viana, 2002), por sua vez, são mais sucintos
ao definirem “a logística como uma função da empresa que se preocupa com a
gestão do fluxo físico do suprimento de matérias-primas, assim como a
distribuição dos produtos finais aos clientes”.
O Porto de Paranaguá é uma junção de atividades agregadas aos
transportes de cargas rodoviário, ferroviário e marítimo. Porém analisando o
5
Porto, a partir do conceito de Goebel, nota-se que ele não está suficientemente
preparado para o processo de logística, principalmente devido a sua infra-
estrutura pouco eficiente. É muito importante que se procure evitar que uma
situação de conformismo venha a culminar em decisões equivocadas do uso
da logística, o que será desastroso para o mercado dos exportadores.
Em contatos profissionais mantidos com os exportadores, pude notar
que grande parte deles está ansiosa aguardando uma definição concreta por
parte das Autoridades Portuárias pela implementação de um plano de Gestão
de Logística que venha atender às necessidades do mercado, uma vez que o
aumento da área de plantio de soja, milho, trigo e outros produtos, mais o
crescimento na produção dos derivados da soja, farão aumentar o volume de
exportação via Porto de Paranaguá.
Algumas definições logísticas são de suma importância para as
empresas produtoras e exportadoras de granéis sólidos, uma vez que poderão
fazer a diferença na hora ou no ato de uma transação comercial, onde se
procura compor o custo da mercadoria, adicionado aos custos dos transportes
independentemente do modal logístico.
Segundo Cardoso (apud ENOMOTO e JUNQUEIRA, 2001, p.2),
“Logística é o processo de controle, planejamento e implementação do fluxo e
o armazenamento, eficiente e eficaz em função dos custos, de matérias-
primas, estoques e as informações correlatas desde o ponto de origem até o
ponto de consumo, com o propósito de atender às necessidades dos clientes”.
Askin (apud ENOMOTO e JUNQUEIRA, 2001) ressalta ainda que “a
logística, também, pode ser definida como sendo o planejamento e a operação
dos sistemas físicos (armazéns, rede de transportes, etc), informacionais
6
(processamento de dados, tele-informática, etc.) e gerenciais (controles
gerenciais, etc.) necessários, para que insumos e produtos vençam
condicionantes espaciais e temporais de forma econômica.”
Silva, Leite, Paula e Osterne (apud ENOMOTO e JUNQUEIRA,
2001) também “ressaltam que o planejamento logístico é imprescindível para o
desenvolvimento sustentável de determinadas regiões. Onde o conhecimento e
a aplicação de técnicas procuram proporcionar a racionalização de atividades
que representam alguns diferenciais competitivos, tendo como principais
objetivos à minimização dos custos e a maximização da qualidade do serviço
oferecido”.
Quando se fala em modal logístico, o exportador não pode
simplesmente se prender em seu escritório no alto de um prédio, mas sim
saber das reais condições mínimas de infra-estrutura, básica e necessária ao
atendimento de seu compromisso firmado.
Diante deste paradoxo, o da falta de adequação e de integração dos
processos logísticos por parte dos exportadores gerando gargalos diversos,
poderiam as empresas exportadoras criar em suas organizações, através dos
seus Recursos Humanos, a Gestão de Logística, que objetiva atender o
gerenciamento da cadeia de abastecimento, com o desafio de implantar um
processo de logística de forma eficiente e eficaz para garantir a continuidade
de sua atividade.
De fato, há uma competição no comércio exterior que está
acontecendo de forma agressiva, o que se torna salutar para sobrevivência das
empresas, muitas vem se esforçando para organizar uma rede integrada de
fluxo de produtos, que comprometa ou garanta para seu cliente uma
sincronização de dados em tempos reais, desde a origem do produto até o seu
destino.
A competição de mercado entre empresas deixa de ser saudável e
passa para um estágio de risco, quando uma das empresas não pode contar
com o uso de uma logística que não dependa de sua própria vontade e sim de
comandos políticos para tornar as rodovias, ferrovias e hidrovias adequadas
para o transporte.
7
Um outro desafio é equilibrar as diferenças existentes assumindo
alguns tipos de riscos, para manter esforços que permitam uma visão mais
otimista na aplicação do processo de logística no aproveitamento de seus
benefícios para o Brasil, melhorando assim a capacidade de competir.
Algumas são as teorias de obtenção de vantagem competitiva,
porém, essas vantagens devem ser mais duradouras, passíveis de tornar seu
cliente um parceiro no comércio exterior. Contudo, se aos olhos dos clientes se
o valor agregado não for atraente, e se o porto não possuir uma infra-estrutura
mínima de atendimento para redução ou minimização das filas formadas ao
longo da safra para o embarque do produto, nenhum esforço manterá este
cliente, pois ninguém estará sujeito ou preparado para aceitar prejuízos. Com
certeza este cliente irá procurar outro porto que esteja pronto para atender às
suas necessidades, com um tempo de espera para carregamento da
embarcação o menor possível, dentro dos prazos firmados em contratos de
afretamento.
O Porto de Paranaguá, na visão global, não poderá deixar de tratar,
mesmo que primariamente, da importância de traçar um plano estratégico e
verificar a melhor forma de definir a sua efetivação. Algumas definições
estratégicas e táticas incluem uma visão de necessidade do mercado.
É diante deste contexto que a Gestão de Logística Empresarial nos
fornecerá ferramentas fundamentais para visualizar qual a diferença entre uma
empresa perdedora e uma empresa vencedora. Fazer o uso correto deste
ferramental irá proporcionar aos operadores de logística uma redução de seus
custos, fazendo com que possam ser capazes de obter a satisfação de seus
clientes.
Por exemplo, o caso de um atraso na entrega de um produto poderia
levar à paralisação de toda a cadeia de transporte, mas com uma logística bem
implementada, sempre haverá um posicionamento flexível que permita
mudanças rápidas para atender o mercado.
Neste caso, se poderia ter como uma estratégia, a manutenção de
um nível aceitável de estoque do produto, pronto a ser entregue a qualquer
momento, evitando paralisações de toda a cadeia logística, o que elevaria a
8
confiabilidade do atendimento em médio prazo, porém, o que vale mais para o
caso do Porto de Paranaguá é a elevação do nível de atendimento a curto
prazo, pois desta forma a logística poderá agregar o seu valor ao produto final.
Outro ponto a ser observado, é a logística fluvial que praticamente
não existe no país, podendo ser melhorada através de investimentos do
governo federal, para tornar nossos rios navegáveis, uma vez que eles
apresentam potencial para tal. Não pretendemos entrar no mérito que nem
todos os rios apresentam condições de se tornarem hidrovias comerciais. O
importante é não esquecer que os rios são um ponto de luz que poderá se
acender para a logística do futuro.
O Brasil é um país altamente produtivo, mas ainda anda a passos
lentos numa área preciosa que é agricultura. Parece que nossos governantes
limitam a capacidade de produção com os programas de investimentos na
agricultura existentes, com receio de não poder atender aumentos mais
elevados nos níveis de produção pela falta de estrutura logística, em função
das rodovias maltratadas e deficientes, hidrovias paralisadas no tempo e
ferrovias nos trilhos do século XIX. Não se engana quem diz que no futuro
poderá ocorrer uma paralisação do sistema de transporte.
O Brasil é um país continental que transporta maior parte de sua
produção em péssimas rodovias, e que pouco explora o que poderia ser o
equilíbrio da logística com melhorias e ampliação das ferrovias e hidrovias.
Com o sucessivo aumento da safra de grãos e suas conquistas, a agricultura
poderá pagar, isto é, já vem pagando um preço alto neste segmento.
Além da distribuição desproporcional de cargas entre os modais, é
evidente que o sistema de transporte rodoviário não irá suportar este peso,
sem que ocorra uma renovação das frotas e manutenção das rodovias.
Quando falamos destes problemas devemos equacionar que já não estamos
em um colapso total de transporte, em função das privatizações ocorridas, mas
cabe salientar que este processo está tendo um reflexo muito alto na cadeia de
custos logísticos.
Isto também ocorreu no processo de privatização de ferrovias e
portos, só que depois vários anos sem receber investimentos significativos do
9
governo federal. Com as privatizações poderá ocorrer uma transição na cadeia
logística, que permitirá a utilização de mais de um modal na movimentação de
cargas, caso sejam realizados investimentos adequados em infra-estrutura.
Diante disto está a agricultura, que é considerada atualmente como
um dos maiores negócios deste País. Os recordes batidos de produção, ano
após ano, acabam sendo reduzidos pela má conservação das estradas e
poucos investimentos em ferrovias. Quanto à questão das hidrovias, os rios
estão sendo mortos por mero descaso com o meio ambiente, antes mesmo de
se pensar em um projeto de navegabilidade.
É propício colocar que a questão acima significa o atual momento
pelo qual passa o comércio exterior brasileiro. Estão ocorrendo algumas
mudanças no país, face à abertura econômica e a integração comercial com
outros países, com o objetivo do Brasil participar ativamente do mundo
globalizado.
Poderemos dar um grande passo para o futuro logístico devido à
privatização das operações portuárias, à volta da cabotagem e vários
investimentos nos rios, que permitirão a criação de novos quilômetros de
hidrovias e a melhoria dos já existentes.
Na questão portuária, com a Lei nº 8.630 de modernização dos
portos a privatização das operações portuárias vêm ocorrendo desde 1993,
mas ainda há muito que fazer. Em relação aos Terminais Privados, instalados
na área primária do porto organizado através de concessões de
arrendamentos, eles já estão efetuando investimentos para sua modernização,
melhoria da qualidade e aumento da sua capacidade de movimentação de
carga de granéis sólidos.
Com o aumento da produtividade portuária, bem como a minimização
de seus custos, a logística de transporte vem representando uma boa parcela
dos custos totais para a transformação final custo do produto. Segundo
pesquisas mencionadas por Allen (apud ENOMOTO e JUNQUEIRA, 2001), “os
maiores custos são os custos de transporte. Porém, é importante ressaltar que
a composição do custo de transporte no custo logístico de uma empresa
depende diretamente das características do produto transportado”. Cabe
10
salientar a sua importância nas mais diferentes opções de preços, ligados a
qualidade e tempo, para citar apenas alguns fatores que efetivamente
comandam todos os demais.
Atualmente, existem novas opções colocadas à disposição dos
exportadores para carregamento marítimo, que tanto pode ser embarcado num
porto como em outro porto. Enquanto este processo é uma vantagem para o
exportador, por outro lado, para o Porto de Paranaguá é um péssimo negócio.
Cabe às Autoridades Portuárias não deixar ocorrer esta opção por falta de um
planejamento logístico.
11
CAPÍTULO II
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
A busca constante por investimentos em tecnologia da informação
vem se tornando um fator predominante para a sobrevivência das empresas no
mercado atual. Alguns investimentos em Tecnologia da Informação são
melhores que outros, cabendo às empresas uma análise profunda e adequada
sobre qual investimento tomar para si, visto que só assim terão uma situação
mais saudável e condições de crescimento contínuo.
É preciso seriedade ao serem considerados tais investimentos em
tecnologia, sendo necessário buscar obter o máximo de proveito dos sistemas
e aplicativos existentes, tendo como recompensa maiores retornos destes
investimentos.
As empresas vão sentir de forma ágil, em seus cofres, os benefícios
dos investimentos em TI, se buscarem aliar estratégias de negócios e iniciativa
de TI. Cabe ressaltar que a tecnologia hoje é vital para todos, mas existem
resistências quanto a sua implementação em muitas empresas devido ao seu
valor extremamente alto, sem contar que requer estudo, aprendizado e
colaboração para que a implementação surta os efeitos esperados.
2.1 A Importância da Informação na Logística
As operações logísticas seriam um desastre sem que houvesse a
informação. Contudo, atualmente, dado as inúmeras possibilidades oferecidas
pela tecnologia, a informação proporciona um suporte seguro para as
estratégias competitivas da logística.
Gerenciamento e transferência eletrônica das informações fornecem
para as empresas uma redução significativa de seus custos, isto devido a uma
melhor performance ou coordenação, possibilitando ainda maior qualidade na
12
prestação dos serviços, uma vez que passará existir uma melhoria de oferta de
informações aos clientes.
De acordo com Almeida (2006), “o desempenho eficaz das atividades
empresariais depende do uso estratégico da tecnologia. Os avanços recentes
da tecnologia trouxeram para a logística um impulso extraordinário; com a
integração dos computadores e das telecomunicações, hoje é possível
desenvolver processos com velocidade, confiabilidade e acurácia muito
grandes e nunca antes imaginados.”
Desta forma, para que as operações logísticas não sejam um
desastre são necessárias informações rápidas e corretas para sistemas
logísticos eficazes. O serviço ao cliente deve ter condições de informar quanto
à situação do pedido, disponibilidade de produtos, programação de entrega e
faturas. Assim, as empresas devem ter metas firmes de redução de estoques
na cadeia de suprimentos.
A tecnologia deve ser orientada para o mercado, e deve atender e
servir a seus clientes, como importante instrumento para auxiliar no processo
decisório da empresa, reduzindo custos e possibilitando o aumento do nível de
serviços. Dentre as funções da tecnologia, a racionalização e simplificação das
tarefas são alguns dos objetivos que devem ser claramente definidos no
ambiente empresarial. Assim, qualquer investimento em tecnologia como uma
forma de se atingir um objetivo estratégico (ALMEIDA, 2006)
A utilização da tecnologia da informação pelos empresários que
atuam na área de logística, poderá ajudá-los tanto a reduzir os estoques de
forma eficaz, como também a controlar, trabalhar e distribuir adequadamente
seus recursos humanos envolvidos nos processos. De forma especial, eles
poderão medir e cortar gastos desnecessários, aumentar a flexibilidade e
detectar os recursos / investimentos que podem ser aproveitados.
Constata finalmente Almeida (Op.Cit.) que “é bem mais difícil calcular
os benefícios esperados de uma nova tecnologia do que calcular os seus
custos”, quanto aos “benefícios táticos que permitam que uma empresa
continue executando as mesmas tarefas a um custo mais baixo (ou com lucros
maiores), os quais possibilitam à empresa atuar em novos mercados. “A
13
capacidade de produzir novas atividades e fornecer informações não
disponiveis anteriormente são, sem dúvida, alguns dos grandes benefícios da
tecnologia” (ALMEIDA, 2006)
Porém, conforme declara Moura (2004), para viabilizar tal processo
de integração é preciso atentar, não apenas para o fluxo de produtos, mas
também para o fluxo de informações e financeiro entre as partes que compõem
a cadeia de abastecimento, considerando sempre a melhoria do valor agregado
do produto ou serviço para o consumidor final.
Desta forma, acredita Almeida (Op.Cit.), que o uso correto da
tecnologia, deverá oferecer aos funcionários e clientes externos mais
conveniência, confiabilidade e controle; custos e preços mais baixos; e ainda
outros elementos que agreguem valor. Também deve oferecer à empresa
estabilidade, agilidade, inovação, segurança e a possibilidade de se diferenciar
estratégicamente no mercado.
O avanço da logística através do uso da Tecnologia de Informação
(TI) e das comunicações, sem nenhuma dúvida, poderá significar um aliado
importante para a organização, simplificando as informações de dados em
tempo real. Tudo isto influi nas cadeias logísticas regionais, nacionais e
internacionais para as empresas, que continuam aguardando o fornecimento
de informações, que devem ter freqüências claras em todos os setores de
atuação, inclusive para o comércio exterior.
Infelizmente, a maior parte dos segmentos brasileiros não vem dando
a devida importância aos processos logísticos, independentemente do modal
utilizado. Será que a descrença no sistema é a falta de sua credibilidade ao
longo da história? Acredite-se que não.
Dificilmente alguém pode ter dúvidas da importância de uma boa
gestão de logística quanto ao estrago que pode ocasionar caso não tenha a
funcionalidade para o comércio exterior, com reflexo direto no agronegócio
brasileiro, especialmente na agricultura, atualmente um dos maiores negócios
do país.
Pode-se considerar que estes conceitos estarão representados por
uma pequena fatia de situações voltadas à logística de granéis sólidos via
14
Porto de Paranaguá, uma vez que os conceitos de logística fogem do campo
teórico e passam para o campo de resultados.
Sendo assim, é preciso acreditar que os gestores de logística têm a
sensibilidade para entender que a sua relevância dentro do processo é também
fundamental para o bom desempenho do crescimento portuário.
2.2 Sistema de Informação e Logística
Atualmente, existe um mercado globalizado, de competição acirrada
e de profundas mudanças, graças à interação da Tecnologia da Informação
com a Logística. Já não há fronteiras, e em decorrência deste entrelaçamento
surgem possibilidades antes impensáveis, gerando economia de tempo e
recursos, redução de estoques e agilidades de serviços.
Segundo Cordeiro (2004), as atividades que compõe a logística “são
realizadas pelas organizações desde o início da produção em massa e incluem
o planejamento e controle das atividades de suprimentos, produção e
distribuição física. A grande mudança proporcionada pela logística é a
integração dessas atividades no âmbito da empresa, seus fornecedores e seus
canais de distribuição, incluindo os fluxos de materiais, informações e seus
impactos nos fluxos financeiros. Portanto, a logística trata das atividades
existentes nas empresas e, por isso, pode ajudá-la a melhorar seus
resultados.”
De acordo com Silva et al. (2003), devido às dificuldades
encontradas pelas empresas de diversos setores nas áreas de logística e
distribuição, é necessário harmonizar processos entre vários departamentos,
integrar clientes com fornecedores e desenvolver parcerias. Como tudo hoje é
perecível, não apenas alimentos, mas também informação, é fundamental que
a velocidade e agilidade sejam estratégicas para o sucesso frente a
concorrência crescente.
15
Seguindo o raciocínio dos Autores dos dois últimos parágrafos, pode-
se conceituar as atividades logísticas, como sendo processos de integração,
coordenação e controle, cujo objetivo é fornecer um nível desejado de serviço a
baixo custo e fazer com que as informações circulem o mais rapidamente
possível.
As novas tecnologias e sistemas da informação são chaves nas
atividades logísticas, e devem promover um entrelaçamento técnico profundo
nas mesmas, fornecendo dados sempre atualizados. Assim como tornou-se
chave, atualmente, a prática da qualidade que depende do atendimento das
necessidades dos clientes, por isso ser necessário que os sistemas de
informação possibilitem o manuseio fácil e ágil por parte dos funcionários das
empresas, e que estes, através de métodos trabalhados e confiáveis possam
sanar os problemas, contribuindo de forma eficaz com o planejamento das
operações logísticas.
Segundo SILVA et al. (2003), “a logística deve ser vista como um
processo e não como um setor isolado da empresa, ela deve ligar toda a
organização e reduzir os elos do processo, e por conseqüência as perdas de
informação ao longo do percurso”.
Autores como Rago (2006), Ferreira (2003) e Dias (2005), destacam
que as principais áreas inseridas na logística podem ser resumidas em serviço
ao cliente, localização, transportes, controle de estoques, armazenagem,
distribuição, tecnologias e sistemas de informação. Ainda, Rago (2006) e
Ferreira (2003) ressaltam que se deve a estas áreas os impactos que causam
nos lucros, fluxo de caixa e investimentos das empresas. Portanto, para as
empresas atuantes das áreas logísticas é vital a utilização de sistemas de
informação cada vez mais modernos que possam lhes proporcionar custos
menores e lucros maiores.
Segundo Ferreira (2003), “os sistemas de informações logísticas são
responsáveis pela união de todas as atividades logísticas em um processo
integrado. Na gestão das operações e logística globais, a eficiência da
organização logística, a qualidade da produção e a qualidade dos serviços
logísticos, todos dependem de um sistema de informação de logística eficaz.”
16
De acordo com Ferreira (2003), pode-se afirmar assim, que a função
primordial dos sistemas de informação, nos dias atuais, é a de integrar os
diferentes setores das empresas envolvidas nos processos da logística, já que
são responsáveis pelo fornecimento dos dados que, podem ser globais (de
interesse mútuo) ou específicos (de interesse de determinadas áreas). Porém,
devem ser sempre necessários aos usuários, operando sobre um conjunto de
dados estruturados, elaborando e oferecendo toda a distribuição das
informações para a operação das empresas.
Segundo Ferreira (2003), hoje, a vertente logística mais utilizada é a
do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, onde a integração entre os
processos ao longo da cadeia de suprimento é feita em termos de fluxo de
materiais, de informação, de dinheiro, aliada à participação conjunta dos
agentes e de maneira estratégica, procurando, desta forma, reduzir custos,
evitar desperdícios e agregar valor ao cliente final.
Os sistemas de informações logísticas unem as várias etapas das
atividades logísticas de forma integrada. Na gestão das operações e logística
globais, a eficiência da organização logística, a qualidade da produção e a
qualidade dos serviços logísticos, todos dependem de um sistema de
informação de logística eficaz.
17
CAPÍTULO III
TIPOS DE MODAIS LOGÍSTICO
As escolhas dos modais de transportes devem estar relacionadas ao
planejamento da operação logística, considerando o tipo de carga e a
característica da empresa exportadora. A distância da movimentação, o custo
do serviço de transporte e o prazo de entrega também são variáveis a serem
consideradas nessa análise. Cada modal possui diferentes características que
determinam sua adequação ao tipo de carga específica. Por exemplo, o
transporte rodoviário realizado em estradas de rodagem, podendo ser nacional
e internacional, no caso do nosso país é bastante utilizado para o escoamento
da safra de grãos, porém é caro e limitado em termos de peso, tendo uma frota
reduzida de caminhões para atender a demanda de picos de safra.
Em relação ao transporte ferroviário, este deveria ser o mais
apropriado para este tipo de carga, pois realiza o transporte utilizando-se de
locomotiva para várias dezenas de vagões, formando um comboio com
capacidade de grandes volumes em toneladas, o que fornece uma vantagem
em relação o tamanho da carga proporcionando um nível de custo de frete
atraente. Ocorre que ainda é o meio de transporte pouco usado por falta de
malha ferroviária, sendo ainda um transporte muito lento e que apresenta
algumas dificuldades para atender um processo de logística.
Por outro lado, o transporte marítimo é o mais usado em todo o
mundo para a movimentação e transporte de enormes quantidades de
mercadorias, normalmente isto se dá através de navios, de todos os tipos e
tamanhos. Assim, as embarcações responsáveis pela navegação internacional,
são as de longo curso, que são o elo entre países próximos ou distantes. Bem
como, existam os navios, pequenos ou grandes, mesmo barcaças, que operam
dentro dos portos de um mesmo país, denominados como navegação de
cabotagem. Os navios de todos os tipos e tamanhos, podem ser convencionais
com porões e decks, de carga geral, próprios para carga solta ou carga
embalada. Os navios de carga solta, por sua vez, podem ser para carga seca
ou carga frigorífica.
18
No caso dos granéis sólidos é mais utilizada a navegação de longo
curso, realizada entre os portos brasileiros e estrangeiros por navios
graneleiros. Neste caso, o transporte do produto ocorre com uma certa
eficiência. Este transporte também se destaca em nosso país por levar as
commodities negociadas em grande escala no comércio internacional.
3.1 O Transporte Rodoviário
De acordo com Keedi e Mendonça (2000), o transporte rodoviário é
um dos modais mais adequados para o transporte de mercadorias em curta e
média distância. Por isso torna-se o mais recomendado para cargas de alto
valor agregado e aquelas perecíveis. Contudo, perde competitividade nas
cargas de muito baixo valor, como é o caso de produtos agrícolas a granel, já
que acaba encarecendo demasiadamente o seu custo final, apesar de ser um
meio que proporciona flexibilidade e agilidade no acesso às cargas.
Keedi (2001) afirma ainda que se trata de “um modal essencial e
absolutamente fundamental à multimodalidade e à intermodalidade”, portanto
“fundamental a qualquer processo logístico”, além de ser o mais importante elo
de transporte da cadeia logística, capaz de interligar os demais modais.
De acordo com Barat (1993), internacionalmente houve um processo
de evolução tecnológica nas frotas de veículos e na infra-estrutura viária, o que
contribuiu para reduzir os custos operacionais e, consequentemente, propiciar
uma maior competitividade dos caminhões no mercado de cargas.
Vale comentar aqui, que no Brasil a realidade é outra. Os
investimentos demoram a serem convertidos em obras. As estradas,
principalmente as vicinais, que ligam o campo aos armazéns intermediários e
aos portos de exportação, possuem uma péssima infra-estrutura, o que dificulta
a entrada e a saída dos caminhões, representando custos operacionais e de
manutenção elevados, minimizando a competitividade nacional.
Este fato é comprovado pelo próprio Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC, 2005), quando afirma que algumas
rodovias brasileiras apresentam estado ruim de conservação, provocando com
19
isto aumento dos custos na manutenção da frota, que é antiga e sujeita ao
roubo de cargas.
“De acordo com Michela de Paulo (Paulo, 2004), o Brasil “enfrenta
sérios problemas com a ineficiência dos sistemas de transporte”, com rodovias
em situações precárias, e caminhões sucateados”. E vai além, relata que “a
produção está espalhando-se para o centro-oeste e norte do país e
distanciando-se dos grandes centros consumidores e dos grandes canais
exportadores, como Sul e Sudeste, o que encarece os custos com transporte”.
Na verdade, os problemas brasileiros que se apresentam têm uma
razão de ser, que é uma falta de administração consciente da coisa pública por
parte dos órgãos envolvidos. Os recursos arrecadados de tributos que
deveriam financiar o mecanismo rodoviário, como exemplo o IPVA, são
destinados a outros propósitos.
Desta maneira, Barat (1993) explica que os mecanismos de
financiamento dos investimentos no Brasil, antes de 1980, que pertenciam a
órgãos públicos, eram estáveis e sustentados no longo prazo, incutindo
qualidade e a expansão da oferta da base física do transporte rodoviário. Sem
isso, a evolução tecnológica dos veículos teria sido um fator insuficiente para
assegurar a eficiência e as vantagens de custo da alternativa de uso deste
modal.
Barat (1993) ainda ressalta que, a partir de 1980, os recursos
tributários arrecadados, nos quais se basearam os mecanismos de
financiamento, não aumentaram no mesmo ritmo que o uso das rodovias.
Assim, os recursos tornaram-se escassos, impossibilitando um nível de
qualidade elevado para a conservação da malha rodoviária. Como resultado
disso foram implementadas outras alternativas de financiamento, baseadas na
cobrança de pedágios e parcerias com o setor privado por meio de
concessões.
Apesar disso, o sistema rodoviário é o principal modal na
movimentação das mercadorias à granel das regiões do Centro-Oeste e Norte
do Brasil, o que segundo Fleury (2002) torna-se um fator de ineficiência, já que
20
onera por demais os custos de frete, devido ao alto consumo de combustível,
além do pedágio.
Desta forma, além do sucateamento da frota, o grande problema
brasileiro no transporte rodoviário é a completa falta de investimentos na
construção e recuperação das estradas, ou melhor, no melhoramento
qualitativo de toda a infra-estrutura viária. Deve ser analisado também que o
combustível do modal rodoviário é oneroso por demais. Desta forma, qualquer
possibilidade de avanços em tecnologia e qualidade no desenvolvimento deste
modal ficam cada vez mais raros.
Deve se ressaltar que em outros paises existe uma distribuição mais
equilibrada na utilização dos modais, fato que não acontece em nosso país. Há
uma carência quase que total de investimentos no transporte, principalmente
na pavimentação das estradas e rodovias, das áreas de fazenda até as áreas
dos portos. Obviamente, os outros modais também sofrem do mesmo mal, que
é a falta de investimentos na infra-estrutura.
Segundo Fleury (2002), nota-se que o setor rodoviário no Brasil se
caracteriza por uma alta fragmentação e excesso de oferta, pois não existe
regulação, o que torna as barreiras de entrada quase nulas. Como
conseqüência disto criam-se práticas de “concorrência predatória, que faz com
que os preços sejam inferiores ao custo real”. O modal participa muito do
mercado nacional dado ao seu preço baixo. (FLEURY, 2002)
De acordo com Barat (1993), “o período de maior crescimento
industrial do Brasil, entre 1950 e 1975, foi acompanhado pela ampliação
significativa da infra-estrutura rodoviária e o predomínio crescente do
transporte de mercadorias em caminhões”. Segundo este Autor, diversas
razões que contribuíram para o crescimento da malha rodoviária, entre elas a
inadequação dos sistemas ferroviários, e o ritmo lento de sua modernização,
apesar do setor ter sido contemplado com investimento significativo de
recursos nos anos 50.
Outra razão atribuída, segundo Barat (1993), em favor do transporte
rodoviário, é que “a ampliação da sua infra-estrutura viária implicava em
menores custos de implantação por quilômetro, menores prazos de maturação
21
e retorno dos investimentos, adaptação gradual das condições da via às
exigências da demanda e, por conseguinte, maior adequação ao atendimento
dos fluxos de mercadorias territorialmente dispersos”.
Barat (1993) afirma ainda que uma outra “razão, de ordem
institucional e financeira, foi decisiva para o extraordinário crescimento da
malha rodoviária. Com a criação do fundo rodoviário Nacional em 1945,
formado pela arrecadação do Imposto Único sobre Combustíveis e
Lubrificantes, o setor rodoviário passou a dispor de um mecanismo de
financiamento sustentado e de longo prazo, que garantiu recursos a fundo
perdido para a construção, pavimentação e conservação de rodovias”.
Atualmente, vários trechos de rodovias federais e estaduais devem
ser objetos de um programa de recuperação do pavimento e aumento de
capacidade (novas rodovias), os casos mais críticos são justamente aqueles
em que se encontra o grosso do tráfego de cargas do país.
Assim, conforme ressaltado por Keedi (2001), o transporte rodoviário
é o modal fundamental que permite a multimodalidade e intermodalidade,
proporcionando também a capacidade de interligar os modais, cobrindo todo o
percurso da carga. O maior problema é o seu custo de frete muito elevado em
relação ao modal ferroviário, uma vez que no caso dos produtos agrícolas a
granel, que possuem valor é muito baixo e volume muito alto, este modal tem
que representar um custo que seja, no máximo, equivalente ao custo do
produto, caso contrário este modal deveria ser utilizado apenas como
complementação de outros modais.
Hoje, as cargas enviadas por via rodovia, poderiam ser enviadas por
via ferrovia, objetivando uma redução de custo de frete. Embora esse custo
seja menor, o tempo de trânsito do trem é maior, o que permite utilizar o
transporte ferroviário como uma solução de armazenagem em trânsito,
podendo ser uma opção logística. Porém, no caso de uma chegada em breve
do navio, o trem não pode ser uma solução de transporte, se não for executado
um planejamento com antecedência. Neste caso, o modal rodoviário é a única
alternativa para obtermos um transporte mais rápido para levar o produto até o
porto de destino.
22
Porém, a utilização dos dois modais poderia ajudar muito no
equilíbrio da estrutura logística e também na eliminação de custos
desnecessários, permitindo economia tanto no frete quanto na armazenagem
de porto, e transformando-se em uma vantagem logística.
3.2 O Transporte Ferroviário
Segundo Keedi e Mendonça (2000), o transporte ferroviário é um dos
modais mais adequados para o transporte de grandes quantidades de
mercadorias de baixo valor agregado em médias e longas distâncias. Por isso
torna-se o mais recomendado para cargas como os granéis agrícolas, minérios,
siderúrgicos, que necessitam de transporte mais barato, como forma de reduzir
o custo final. Porém, perde competitividade nas cargas de alto valor, como é o
caso de algumas mercadorias perecíveis. Este modal não proporciona
flexibilidade e agilidade no acesso às cargas, já que tem trajetos devidamente
delineados e presos a caminhos únicos.
Além disso, este modal enfrenta dificuldades na questão do tempo de
entrega dos produtos, devendo ser feito um trabalho profundo em relação à
questão da qualidade de serviços dos agentes ferroviários, principalmente no
que tange à agilidade das suas operações. Se bem programado, o transporte
ferroviário é capaz de tornar-se eficaz e eficiente, na entrega de produtos
agrícolas aos armazéns do porto.
Keedi (2001) ressalta que a principal vantagem deste modal é de
juntar várias unidades para sua transformação numa composição de alta
capacidade de transporte de carga. Apesar de apresentar no Brasil a
desvantagem da velocidade, mesmo assim pode ser muito bem utilizado dentro
de um processo logístico.
Conforme Barat (1993), as ferrovias dos países desenvolvidos
sofreram um processo de especialização funcional, após os resultados da
competição com o modal rodoviário durante a crise do petróleo nos anos 70, o
que contribuiu para retirada gradual do modal do mercado de cargas
23
fracionadas e para a sua concentração no transporte de cargas granelizada ou
unitizada, em corredores com elevada densidade de tráfego.
Deve ser observado que as ferrovias brasileiras são na sua maioria
antigas e estiveram nas mãos de estatais do governo, vindo com o tempo a
serem privatizadas. Desta forma, a participação das ferrovias no transporte de
mercadorias, neste caso específico dos granéis sólidos, ainda deixa a desejar.
As causas podem ser decorrentes da dificuldade de acesso aos portos, da
lentidão das composições, da falta de investimentos na infra-estrutura do
modal, além do sucateamento das locomotivas e vagões.
Barat (1993) cita que diante de várias transformações ocorridas,
“muitas ferrovias foram privatizadas total ou parcialmente e avançaram os
processos de terceirizações em corredores especializados, freqüentemente
com a locação de linhas e instalações para a operação de trens de terceiros”,
usuários individuais e/ou consorciados.
De acordo com Soares (2005), em países como EUA, Canadá, União
Soviética, de grande extensão territorial como o Brasil, foram construídas
grandes ferrovias, ligando os oceanos de Leste a Oeste, atravessando-os de
um ponto a outro. Ressaltam que isto foi importante na ocupação territorial de
áreas distantes, dinamizando a economia e o comércio, no “maior controle
governamental e na própria unidade e integração nacional”.
Barat (1993), destaca que quanto às ferrovias brasileiras, após a
década de 70, tanto a FEPASA quanto a RFFSA, passaram por um processo
de estagnação, ocorrendo retrocesso em alguns aspectos, como a degradação
das vias permanentes, dos sistemas de sinalização e comunicação, como
também dos materiais rodante e de tração. Nos anos 1984 – 1991, foram
observados a estagnação do volume de cargas transportadas pelas RFFSA e
FEPASA, a postergação dos trabalhos de conservação, e o envelhecimento e
deterioração do parque de tração decorrentes da falta de revisões pesadas e
reabilitações do material, que eram continuamente postergadas pela falta de
recursos e ou restrições às importações.
Cabe salientar que algumas das causas que prejudicaram o
desenvolvimento do transporte ferroviário, foram as tarifas não-realistas (sem
24
corresponder aos custos); a ineficiência administrativa e operacional; a falta de
critérios objetivos na seleção prioritária de investimentos, com grande
dispersão nas aplicações de recursos; e a ausência de mecanismos de
financiamento contínuo e sustentado no longo prazo. (BARAT, 1993)
As privatizações realizadas devem provocar uma mudança gradativa
da matriz de transportes no país, processo que deverá tomar um impulso mais
forte nos próximos anos, reduzindo-se o percentual da carga transportada pelo
modal rodoviário, que ainda é responsável pela maior parte do transporte de
carga no País.
Pode-se dizer que não haverá necessariamente redução na
movimentação de carga transportada pelo modal rodoviário, pois com o
desenvolvimento do País e o aumento da área de plantio, ocorrerá um aumento
na demanda de transporte.
Soares (2005) destaca que até 1920 havia no Brasil 28.000 km de
ferrovias e que até 1989 havia 30.350 km. Se consideradas as extensões
territoriais brasileiras (para cada 100 km2 de área há 0,3 km de trilhos) resultam
numa densidade ferroviária muito baixa, inferior à países como Argentina,
Bélgica e EUA. Sendo assim seria necessário reverter esta tendência e
transformar o modal ferroviário num elo efetivo da cadeia logística, o que não
vinha ocorrendo.
O desafio das ferrovias é bastante interessante. Elas poderão
mostrar que a matriz de transporte poderá mudar de mão, caso sejam feitos os
investimentos para recuperação e construção de uma malha ferroviária
adequada e suficiente para atender às necessidades do país, não apenas nas
questões dos produtos agrícolas a granel.
3.3 O Transporte Marítimo
Segundo Keedi e Mendonça (2000), o transporte marítimo é um dos
modais mais adequados para o transporte de grandes quantidades de
mercadorias de qualquer valor agregado por via marítima, que podem ser de
25
longo curso (internacional) e cabotagem (nacional). Como todos os outros
modais, ele tem a sua importância.
Keedi (2001), afirma que a importância do modal marítimo se dá pela
maior capacidade individual de carga por veículo, assim como a maior
capacidade total, podendo transportar qualquer tipo de carga dentro das
especificações e características de cada embarcação.
Barat (1993) afirma que nas últimas décadas ocorreram
transformações no transporte marítimo internacional, principalmente no de
Longo Curso, em decorrência da evolução tecnológica dos navios. Os portos,
que sempre se constituíram em um dos elos da cadeia logística, também
passaram por profundas modernizações, tais como, adequações das
instalações portuárias, aumento das áreas, principalmente para os granéis e
outros segmentos, compatibilização do layout das instalações e equipamentos
portuários. De acordo com as necessidades da evolução tecnológica dos
navios, também estão passando por uma reestruturação organizacional tendo
em vista uma nova concepção de porto, não como um serviço público
submetido à concorrência, mas como um empreendimento comercial, auto-
sustentado, no qual prevalecem parcerias públicas e privadas, altamente
utilizadas nos países desenvolvidos.
Diante disto, os portos brasileiros, principalmente o Porto de
Paranaguá, estão procurando se adequar a uma fase de modernização e
reestruturação, já que a evolução tecnológica dos navios envolve também o
crescimento do seu tamanho, exigindo com isto, calados mais profundos, além
de acessos seguros.
Os portos brasileiros são estratégicos tanto na exportação como na
importação de mercadorias, sendo que a maioria das suas operações e
movimentações são voltadas para a navegação de longo curso. Porém, devem
melhorar no âmbito da Cabotagem, seja com investimentos em uma frota
nacional, seja com melhor aproveitamento deste nicho de transporte.
Segundo Barat (1993), os portos constituem, sem dúvida, um
elemento-chave no atendimento às exportações de granéis sólidos e,
conseqüentemente, na competitividade da agropecuária brasileira no mercado
26
mundial. Desde a implementação da Lei nº 8.630, os portos brasileiros vêm
sofrendo um processo de mudanças com implantação de novos padrões de
acondicionamento, manuseio, armazenagem e embarques.
De acordo com Barat (1993), os maiores problemas enfrentados são
a falta de recursos disponíveis e critérios para a priorização de investimentos,
apesar da oferta de serviços ser em geral satisfatória, por outro lado os níveis
de eficiência operacional são muito inferiores aos padrões dos portos
internacionais, excetuando-se os terminais privados, que têm melhorado suas
operações a cada momento.
Estas deficiências no atendimento aos usuários vêm ocorrendo em
vários portos brasileiros, podendo ser citado como exemplo o caso especifico
do Porto de Paranaguá, onde basta iniciar o pico da safra para ocorrer sobre-
estadias dos navios na operação de carga em função da longa espera para
atracação. A demora dos navios tem como conseqüência a elevação de fretes
e custos de espera para atracação, encarecendo desnecessariamente os
custos de exportação.
Não podemos comprovar com números, mas acreditamos que o
valor pago em sobre-estadias pelos exportadores ou importadores deva ser
superior aos investimentos anuais necessários para tornar os portos eficientes.
Portanto, as autoridades portuárias brasileiras devem pensar sempre
que as capacidades instaladas oferecidas devem ser compatíveis com as
demandas futuras, baseadas nas estimativas de aumento de produção e na
melhoria do agronegócio brasileiro no mercado internacional.
Em linhas gerais, espera-se que todos os problemas possam ser
resolvidos com um pouco de bom senso das autoridades portuárias, tais como,
disponibilizar serviços que apresentem alto índice de eficiência e confiabilidade,
havendo definições claras de responsabilidade sobre a produtividade, de forma
a permitir que o navio fique mais tempo em viagem do que parado nos portos.
Além disso, as cargas a granel devem estar sempre prontas para embarque
quando o navio chegar ao porto, devendo ser levada em consideração a
necessidade de se evitar congestionamentos e a perda de produto por
qualquer motivo. Estas mudanças poderão diminuir os custos portuários em
27
geral, que ainda são muito superiores aos praticados nos grandes portos dos
paises desenvolvidos.
3.3.1 Atores Intervenientes na Navegação
A navegação Internacional sofre a intervenção da Organização das
Nações Unidas (ONU), através da Organização Marítima Internacional (IMO -
International Maritime Organization), cuja função é promover a segurança no
mar e a eficiência da navegação, enquanto que nacionalmente o transporte
marítimo sofre regulação do Ministério dos Transportes (MT), responsável por
todos os modais de transporte. Portanto, estes são os órgãos constituídos
(internacional e Nacional) para intervir na navegação marítima. (KEEDI e
MENDONÇA, 2000)
Em relação aos demais atores, as pessoas físicas e jurídicas
intervenientes no transporte marítimo que, de forma direta ou indireta, operam
na navegação marítima, exploram as rotas marítimas, e que se apresentam
como prestadores de serviço no transporte de cargas marítimas, podem ser
classificadas da seguinte forma:
O Armador - é a pessoa jurídica ou física, devidamente estabelecida
e registrada, detentor de uma nacionalidade e bandeira de seu país sede, isto
para efeitos de pagamento de taxas e impostos sobre sua propriedade, sendo
que ele tem a finalidade de realizar o transporte marítimo, seja proprietário ou
não de embarcações, assim como pode ser aquele que afreta navios de
terceiros para compor sua frota, operando em rotas determinadas seus navios,
que são oferecidos para transportar cargas entre os portos mundiais e/ou
nacionais. (KEEDI e MENDONÇA, 2000)
A Agência Marítima - é o elo indispensável na cadeia de
comunicação entre o armador e diversos personagens que interagem com o
navio quando este chega a um porto nacional (FENAMAR, 2006). Assim,
conforme ressaltam Keedi e Mendonça (Op.cit.), a sua função é representar o
armador junto aos usuários do navio em qualquer porto onde esteja este
situado.
28
Conforme diversas informações recebidas de Agentes Marítimos, em
Paranaguá, uma Agência Marítima poderá ser uma empresa do próprio
armador, contudo, como ocorre no Porto de Paranaguá, o armador poderá
nomear uma empresa de terceiros para esta representação, ou mesmo ser
apenas um agente protetor, sendo que esta representação engloba serviços
diversos, tais como atender às necessidades da tripulação da embarcação,
preparar a documentação da mercadoria embarcada ou desembarcada,
atender às necessidades e administração do navio perante às autoridades do
país, em suma, o armador é o olho e a mão do Owners (armador) e/ou Charter
(afretador) enquanto o navio estiver naquele porto determinado.
O Despachante Aduaneiro Portuário - é o representante do
importador ou do exportador e responsável pelas atividades perante as
autoridades alfandegárias, constantes do Regulamento Aduaneiro.
(BRAZILMOVER, 2006)
Keedi e Mendonça (2000) destacam que esta pessoa física, deve ser
qualificada e credenciada pela Secretaria da Receita Federal, para o
desempenho dessa função, que consiste em atuar no desembaraço das
mercadorias importadas ou a exportar junto às aduanas e alfândegas no porto.
Assim, baseado no que afirmam os Autores (Ibid) e nas experiências
profissionais adquiridas nesta área, um despachante aduaneiro é aquela
pessoa física nomeada pelos exportadores ou importadores como seu
representante legal mediante procuração e cadastramento no SISCOMEX.
Devido à importância das suas atividades, ele deve conhecer e acompanhar a
legislação alfandegária do país, bem como atender os interesses do seu
cliente. Contudo, o próprio exportador e/ou importador, através de um
funcionário ou empregado seu, que detenha procuração para tal e habilitado
junto à Receita Federal, poderá atuar na representação da empresa como se
fosse um despachante aduaneiro, porém nunca de empresa de terceiros.
A Comissária de Despachos - é a empresa prestadora de serviços
que atua nas áreas de fronteira, portos e aeroportos do país, apta a representar
os importadores e exportadores nos trâmites necessários ao desembaraço
aduaneiro de mercadorias, em tudo o que for necessário para a boa prática de
29
atendimento à legislação local e nacional. Estes comissários devem ter sempre
vinculados a seu quadro de funcionários um despachante aduaneiro que é o
profissional, autorizado a exercer a função de despacho e liberação da carga,
além obviamente do dono da carga. (KEEDI e MENDONÇA, 2000)
Transitário de Carga (Freight Forwarder ou Forwarding Agent) - é a
empresa apta a auxiliar os exportadores e importadores em todos os passos da
venda ou compra de mercadorias. Pode retirar uma mercadoria no depósito do
exportador, livrando estes comerciantes de todo o processo de transferência de
mercadoria. Realizam para estes as contratações de espaço, despacho
aduaneiro, etc., porém, sempre por conta do comerciante já que são apenas
prestadores de serviços. (SUPPLY LOGISTICS, 2006)
Em suma, é um prestador de serviços, habilitado a fazer um
atendimento completo para o cliente, desde a retirada da mercadoria em um
depósito/fábrica até a entrega no armazém do importador. (KEEDI e
MENDONÇA, 2000)
Salgues (2003) reforça que internacionalmente o transitário de carga
pode ser pessoa física ou jurídica que providencia o transporte marítimo de
carga de terceiros, atuando por conta e ordem do embarcador. No entanto,
pode atuar como transportador principal desde que isto esteja explícito no
contrato de prestação de serviços. No Brasil, além de atuar por conta e ordem
de terceiro, ele pode atuar como despachante aduaneiro, nos termos do
Decreto nº 646/92.
Assim, ele realiza os trâmites necessários, como reserva de espaço
no navio transportador, embarque, desembarque, emissão de documentos,
negociação bancária de documentos, contratação de câmbio, ação junto às
repartições públicas, etc., executando também as funções de comissária de
despachos. Costuma operar em todas as partes do mundo, não sendo a
distância, ou o local, empecilho para o desenvolvimento das suas funções.
(KEEDI e MENDONÇA, 2000)
Broker de Carga - é a empresa que atua na logística e no
fechamento de praça (contratação de espaços) nos navios, para os
30
exportadores e importadores. Com isto estas empresas não necessitam ter
departamento próprio para esta atividade. (SUPPLY LOGISTICS, 2006)
Para Keedi e Mendonça (2000), além de exercer a função de
prestador de serviço na área de reserva de praça e afretamento de navios para
seus clientes, o broker pode realizar, também, a logística de transporte
necessária à transferência da mercadoria do ponto de origem até o destino
final.
Segundo estes autores a “sua função é agir em nome dos
exportadores e importadores, obtendo os necessários espaços para o
transporte da mercadoria, atuando no modal marítimo, tendo, portanto, um
papel de ligação entre o embarcador e o transportador, diretamente ou através
do agente marítimo”, de modo a funcionar como um departamento de reserva
de praça e/ou logística da empresa, de forma terceirizada. Pode interagir com
as empresas por meio de sistema on line, para o acompanhamento das vendas
e a produção, de forma a poder realizar bem o seu trabalho. Porém, não exerce
a função de despachante e nem de transportador. (KEEDI E MENDONÇA,
2000)
31
CAPÍTULO IV
INFLUÊNCIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL NA LOGÍSTICA BRASILEIRA
De carona, o agronegócio anda de mãos dadas com os modais de
transporte que ficam na dependência de uma boa participação do país no
comércio internacional. Porém, é muito importante no momento sabermos qual
o posicionamento do Brasil no cenário internacional em todos os aspectos.
4.1 Brasil no Sistema de Comércio Internacional
Conforme Righetto (2002), “o Brasil é fraco no âmbito mundial em
termos econômicos, políticos, tecnológicos, entre outros”, devido a seu
passado de submissão perante outros países. Destaca o Autor, que falta ao
país, uma união de esforços, nos estudos econômicos, políticos, sociais, um
posicionamento e participação internacional mais clara, como forma de crescer.
É certo que o Brasil passou por inúmeras dificuldades ao longo de
sua história, principalmente no século XX, permanecendo num estágio de
dormência. Contudo, acredito que o país ainda não descobriu toda sua força e,
por esta razão, como citou Righetto (Id.), é preciso acreditar que o país irá
amadurecer muito mais, em todos os sentidos, de modo especial em termos de
vontade política para consolidar, primeiramente, a sua posição de participante
chave na economia da América do Sul, formando uma união sólida com seus
parceiros de bloco comercial, assim como foi feito entre os países da União
Européia, para depois se projetar mais ativamente no mercado internacional.
Figueiredo e Santos (2005) destacam que a partir de 1990 a
economia brasileira começou uma abertura ao mercado externo, estimulando-
se internamente à uma busca por modernização e ganhos de competitividade.
A participação do Brasil no MERCOSUL, expôs o agronegócio brasileiro à
competição externa, principalmente no segmento da soja.
32
De acordo com Canuto (2006), o comércio exterior brasileiro “vem
evoluindo de maneira diferenciada por regiões da economia mundial”. Em cada
um dos casos, o padrão de comércio se apresenta acentuado ou suavizado. O
Autor cita alguns casos que comprovam esta evolução, como por exemplo: o
farelo de soja que é comprado pela União Européia, o principal cliente regional
do Brasil; o país concorre com os países asiáticos ao mercado norte-
americando com as exportações de calçados; e o crescimento das exportações
de óleo de soja, açúcar, couros, peles, laranja para a Ásia e Europa Oriental.
Apesar dessa evolução, para o Brasil continuar crescendo
economicamente depende de respostas rápidas no que tange a investimentos
em toda sua infra-estrutura, indústrias, rodovias, portos e aeroportos.
Afirma Canuto (2006) que as oportunidades ofertadas pelo comércio
internacional são muitas, cabendo então ao país ampliar suas escalas de
produção para bens exportáveis, adquirindo equipamentos e evoluindo
tecnologicamente, acompanhando sempre os padrões atuais da tecnologia
mundial.
São muitas as possibilidades e desafios do Brasil no âmbito do
comércio exterior, contudo, o país deve buscar condições para solucionar seus
problemas internos, investir numa política industrial e numa infra-estrutura que
atenda às exigências do mercado globalizado, estando assim, inserido no
âmbito internacional e em sincrônia com os países desenvolvidos.
4.2 MERCOSUL e o Posicionamento Brasileiro no Conte xto Americano Segundo Barbosa (2006), o MERCOSUL vem atravessando um
período de turbulências e dificuldades, havendo questionamento se realmente
o bloco servirá aos interesses de cada país membro e se irá transformar-se
numa alavanca para o progresso de toda América do Sul.
Esta crise e desgaste por que passa o processo de integração latino
americano, se deve a seguidos descumprimentos dos tratados feitos pelos
países membros, além da gradual ampliação do comércio administrado com
acordos de restrição voluntária, negociados por setores empresariais. Como
resultado disso, o livre comércio fica ameaçado. Porém, isto deve ser
33
entendido como uma questão de dificuldade institucional apenas. (BARBOSA,
2006)
De acordo com Lobo (2005), “ o Mercosul investirá nos acordos de
acesso a mercados e deixará de lado as negociações globais, envolvendo
desde a mudança de tarifas à implantação de sistemas igualitários trabalhistas
e questões ambientais”.
Será vantajoso para o Mercosul negociar como bloco, pois os
acordos feitos unilateralmente de país para país perdem força. Para Lobo
(2005), a estratégica do bloco sul-americano visa a “acabar com empecilhos
jurídicos e legais provocados pela antiga forma de negociação mais abrangente
e possibilitar avanços efetivos para a assinatura de acordos com os dois
principais blocos econômicos mundiais, a União Européia ( UE ) e a Área de
Livre Comércio das Américas ( ALCA )”.
É necessário que os países membros do bloco busquem a
integração institucional e definam prioridades. Basta tomar e seguir como
exemplo o sucesso da União Européia, um bloco de países que falam diversos
idiomas diferenciados e possuem culturas e economias variadas, contudo foi
feito um planejamento adequado, com quebras de barreiras e empecilhos,
fortalecimento de uma moeda única, aproximando todos os seus membros e
fortalecendo o bloco no comércio internacional, o que resultou em maior poder
de barganha na negociação com outros países, trazendo como conseqüência
um desenvolvimento maior para aquele bloco.
Comercialmente o Mercosul teve uma expansão extraordinária tanto
nas exportações quanto nas importações, e com este crescimento, afirma
Barbosa (2006), os contenciosos se avolumam, em razão mais da baixa
competitividade dos produtos da Argentina, do que da agressividade das
empresas exportadoras brasileiras, às voltas com o câmbio apreciado e com
altíssimas taxas de juro.
Na verdade, o Brasil foi ultrapassado pelos Estados Unidos da
América, perdendo importância para muitos de seus parceiros de bloco. De
acordo com Dupas (2005), o Mercosul tornou-se um bloco pequeno demais
para se posicionar como ator de algum peso na lógica de poder, sendo preciso
34
caminhar ligeiro para a união Sul-Americana. Por isso ser importante que o
Brasil esteja inserido e atuante no contexto de seu continente.
Existe uma evolução no comércio mundial, assim como há uma
evolução do Mercosul. Tanto Brasil quanto a Argentina, estão em plena
recuperação, buscando crescimento, o que acarreta efeitos positivos para os
demais parceiros do bloco e para a América Latina toda como um todo.
É preciso resolver os problemas atuais e trabalhar para aproveitar
essa fase de desenvolvimento, que pode trazer maior grau de integração, de
industrialização, de emprego e de melhora nas condições sociais a todos os
países da região. Como qualquer parceria estratégica, é importante que o bloco
conte com parceiros fortes, dispondo de indústrias sólidas, exportadoras e
competitivas.
4.3 Barreiras Técnicas ao Comércio Internacional
De Acordo com o SEBRAE/SC (2006), “barreiras técnicas,
considerando o estipulado pela OMC, são barreiras comerciais derivadas da
utilização de normas ou regulamentos técnicos não-transparentes ou
não-embasados em normas internacionais aceitas, ou ainda, decorrentes da
adoção de procedimentos de avaliação da conformidade não-transparente e/ou
demasiadamente dispendiosos, bem como inspeções excessivamente
rigorosas”.
Já Oliveira (2004) define as barreiras técnicas como “mecanismos
que impedem ou dificultam o livre fluxo de mercadorias entre países sob uma
alegação, legítima ou não, de natureza técnica”.
Segundo Garrido (2004), as barreiras são estabelecidas pelo
mercado, sem qualquer interferência direta do Estado. Assim há requisitos a
serem cumpridos numa exportação para determinados países, que irão se
constituir em barreiras técnicas, ou seja, obstáculos a entrada de produtos e de
serviços objeto do negócio.
O SEBRAE/SC (2006) destaca que os exportadores brasileiros
apontam as barreiras técnicas como a principal barreira de ordem não-tarifária
35
imposta pelos parceiros comerciais estrangeiros, afirmando ainda, que no
âmbito do Mercosul há uma harmonização de normas e regulamentos técnicos,
essencial para uma integração profunda no escopo econômico.
Torna-se importante esta questão, uma vez que os países latino-
americanos ainda carecem de uma normalização mais aprimorada,
principalmente em relação aos outros países, principalmente EUA e da Europa.
Segundo Oliveira (2004), no Brasil a coordenação e execução das
normas e regulamentos técnicos é feita pelo INMETRO (órgão público), assim
como há a participação da ABNT, instituição privada que representa a ISO no
país. A função destes é primar pela política de metrologia, normalização e
qualidade industrial.
Desta forma, afirma Garrido (2004), o país toma posturas em relação
ao comércio internacional que são resultado das diversas pressões e dos
interesses dos vários agentes envolvidos.
Na verdade, conclui Garrido (2004), sabe-se que há períodos
econômicos que em alguns momentos pendem ao livre comércio e em outros
pendem ao protecionismo. Segundo o Autor, os países ou grupos de países
(blocos econômicos) buscam um ponto de equilíbrio ideal, em que exportam
todos os produtos e serviços dos segmentos em que são competitivos e
coibem a importação de produtos e serviços dos segmentos que não são,
protegendo seus mercados.
De acordo com Oliveira (2004) “no contexto da ALCA há fortes
preocupações concernentes à aplicação da Lei do Bioterrorismo, promulgada
pelos Estados Unidos em 2002. Ela estabelece exigências para ‘drogas e
dispositivos’ usados em alimentos, o que irá criar enormes dificuldades para os
fornecedores de outros países, e impõe elevados custos para o registro de
produtos nessa área, que poderão tornar proibitivas as exportações dos países
latino-americanos para os Estados Unidos”.
O que se nota internamente no Brasil é uma busca para se adequar
às medidas americanas, bem como negociar a eliminação de barreiras técnicas
com outros países, dentro do âmbito do Mercosul. Em suma, a esse respeito,
Oliveira (2004) afirma que o Brasil está buscando o “seu acesso ao mercado
36
internacional através de negociações promovidas pelo Mercosul com distintos
parceiros, países ou blocos comerciais”.
Desta forma, para o Brasil superar as barreiras técnicas deve ter uma
competência tecnológica e científica num patamar elevado, e como constata
Garrido (2004), utilizar eficazmente o mecanismo de normalização
internacional.
37
CAPÍTULO V
PORTO DE PARANAGUÁ
O atual Porto de Paranaguá foi inaugurado em 17 de março de
1935, e está localizado no litoral paranaense a 16 milhas a direita da baía de
Paranaguá, sendo que sua jurisdição abrange o litoral norte do estado divisa
com o Estado de São Paulo, até a foz do Rio Saí-Guaçu, divisa de Santa
Catarina. Geograficamente fica localizado a 48 x 31,0’W de longitude e 25 x
30,1’S de latitude, na margem sul da baía de Paranaguá, costa leste do litoral
brasileiro. (APPA, 2005c)
Foto 1 - Vista panorâmica do Porto de Paranaguá
Fonte: Ministério dos Transportes, 2005
Contudo, Paranaguá, a cidade mais antiga do Paraná, já despontava
comercialmente ao final do século XIX, com um porto para embarcações
pequenas, às beiras do Rio Itiberê, de pouca profundidade, sito a Rua da Praia,
38
na parte histórica da cidade. Com o comércio em crescimento e o aumento no
tamanho das embarcações, que impossibilitadas de navegar e atracar no
pequeno porto, eram ancoradas e atracadas nas proximidades da Ilha da
Cotinga. Daí a necessidade da construção do porto que hoje se conhece.
(GODOY, 2002)
Kitzmann et. Al (2002) citam que o porto tal como conhecido nos
moldes atuais, começou a ser idealizado a partir de 1872, por engenheiros da
época, e era referido por Porto D’Água, com localização voltada para a Baía de
Paranaguá. Com a construção da estrada de ferro Curitiba-Paranaguá entre
1880-1885, o porto passou a intitular-se Porto D. Pedro II.
Reforçam os Autores acima que o porto foi concedido aos
particulares Srs. José Gonçalves Pecego Júnior, Pedro Aloys Scherer e José
Maria da Silva Lemos, através do decreto nº. 5.053, de 14 de agosto de 1872,
revogado pelo decreto 6.053 de 14 de setembro 1889. Somente em 23 de maio
de 1917, através do decreto nº. 12.477 a concessão foi transferida ao Governo
do Estado do Paraná. A construção do porto teve início em 24 de novembro de
1926.
O porto pertence à União Federal, porém, hoje, é uma autarquia
administrada pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina – APPA,
estatal do governo do Estado do Paraná, através de concessão federal,
estabelecida pelo Convênio de Delegação nº 037/2001. (CAP, 2006)
Afirmam Kitzmann et Al (2002) que o Porto de Paranaguá é
economicamente o maior porto do sul do Brasil, atuando principalmente na
exportação de grãos. Porto de localização privilegiada, estratégico para os
acessos aos grandes centros produtores. No âmbito da exportação, verifica-se
que sua área de abrangência é de mais de 800 mil quilômetros quadrados,
movimentando atualmente cargas provenientes de todo Estado do Paraná,
Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo, Rio
Grande do Sul, Bolívia, Argentina e Paraguai.
Segundo Santos Modal (2006), o Porto de Paranaguá até atingir a
sua transformação no maior Corredor de Exportação de grãos da América
39
Latina, passou por ciclos como o da erva-mate e do café, até o Paraná se
transformar num estado agrícola.
Conforme a FAEP (2005), o Porto de Paranaguá é de suma
importância para a economia paranaense e de mais 8 estados, além do
Paraguai. Afirma, ainda, que Paranaguá é vital para o agronegócio e para a
economia das regiões produtoras.
Reforça Santos Modal (Ibid) que o crescimento do Porto foi gradual,
porém lento, apresentando dados estatísticos recentes, que mostram que em
1990, o terminal apresentou uma receita cambial de US$ 2,9 bilhões, apenas
41,38% menor que a registrada em 2002, 12 anos mais tarde, que foi de US$
4,1 bilhões.
O crescimento do Porto de Paranaguá, mesmo lento, a partir do
último quarto do século XX, vai se dar graças à implantação da Lei de
modernização, que normatizou e forneceu diretrizes para isso.
Desta forma, algumas definições empregadas pela Lei nº 8.630/93 (BRASIL,
1993) são muito importantes para facilitar o entendimento da atual realidade
portuária, principalmente a do Porto de Paranaguá, e que dentre elas convém
destacar:
"Porto organizado: o construído e aparelhado para atender as
necessidades da navegação e da movimentação e armazenagem de
mercadorias, concedido ou explorado pela União, cujo tráfego e
Operações Portuárias, estejam sob a jurisdição de uma autoridade
portuária."
"Área do porto organizado: a compreendida pelas instalações
portuárias, quais sejam, ancoradouros, docas, cais, pontes e píeres
de atracação e acostagem, terrenos, armazéns, edificações e vias de
circulação interna, bem como pela infra-estrutura de proteção e
acesso aquaviário ao porto, tais como, guias-correntes, quebra-
mares, eclusas, canais, bacias de evolução e áreas de fundeio que
devam ser mantidas pela Administração do Porto, referida na Seção
II do Capítulo VI desta Lei."
40
"Instalação portuária de uso privativo: a explorada por pessoa
jurídica de direito público ou privado, dentro ou fora da área do porto,
utilizada na movimentação e ou armazenagem de mercadorias
destinadas ou provenientes de transporte aquaviário."
"Operação portuária: a de movimentação e armazenagem de
mercadorias destinadas ou provenientes de transporte aquaviário,
realizada no porto organizado por operadores portuários."
"Operador portuário: a pessoa jurídica pré-qualificada para a
execução de operação portuária na área do porto organizado."
Segundo Fayet (2005), a Lei nº 8.630/93 provocou uma revolução,
fazendo com que os custos operacionais caíssem, além de mostrar que as
PPP (Parcerias Públicas Privadas), quando adequadamente geridas, podem
solucionar muitos problemas. Ainda de acordo com este Autor, os portos
brasileiros conseguiram substanciais melhorias no atendimento aos usuários,
mas a reforma não está completa, havendo a necessidade de se concluir
alguns ajustes, principalmente na questão das relações trabalhistas, para
consolidar definitivamente os resultados esperados com a Lei.
Nota-se assim, observados estes aspectos do impacto da lei de
modernização sobre os portos brasileiros, que o Porto de Paranaguá vem se
destacando como um dos mais importantes centros de comércio marítimo do
mundo, unindo uma localização estratégica a uma das melhores infra-
estruturas portuárias da América Latina, especialmente no embarque de
granéis sólidos.
O crescimento é algo contínuo. Para tal, o Porto de Paranaguá deve
manter-se sempre alerta ante os desafios e barreiras que se interpõe em seu
caminho, e, logicamente, esta evolução é dependente de inúmeros fatores. Por
isso, com um breve olhar sobre as suas principais cargas movimentadas de
maneira geral, percorrendo a sua infra-estrutura de acessos (terrestre e
marítimo), além de avaliar a sua logística de granéis (movimentação,
armazenamento, descargas e embarques) é que buscarei discorrer a seguir.
41
5.1 As Principais Cargas Granéis Sólidos
São os que representam os maiores volumes de cargas
movimentadas no Porto de Paranaguá, tendo a soja, farelo e milho como
destaques nas exportações. Já nas importações os produtos trigo, sal,
fertilizante e minérios aparecem em primeiro lugar.
Neste segmento, os produtos agrícolas e seus subprodutos são os
de maior movimentação.
Gráfico 1 - Movimentação de Cargas em Toneladas - G ranéis Sólidos
19911992199319941995199619971998199920002001200220032004 20.998.299
12.600.33514.104.655
21.167.70419.485.509
22.977.908
10.716.54412.145.330
13.566.43114.100.231
8.184.6888.684.199
9.509.33510.821.270
Fontes: APPA, 2005e.
Granéis Líquidos
São operados por terminais privados e possuem píeres próprios,
totalmente interligados por linhas e dutos, para carregamento de produtos
como óleo vegetal, derivados de petróleo e produtos químicos.
Os derivados de petróleo, principalmente, são recepcionados no cais
de inflamáveis, conjugado com o parque de inflamáveis operado pela
42
Petrobrás. Os óleos vegetais, de maneira geral, são movimentados em
terminais exclusivos, interligados por oleoduto a um píer próprio.
Gráfico 2 - Movimentação de Cargas em Toneladas - G ranéis Líquidos
19911992199319941995199619971998199920002001200220032004
3.172.875
2.770.402
3.260.940
3.731.289
3.510.031
3.351.943
2.959.821
2.442.390
3.532.969
3.619.776
3.975.596
4.325.989
3.694.387
2.629.840
Fonte: APPA, 2005e.
Carga Geral
De acordo com a APPA (2005e), conforme o tipo de produto, posição
de navios e dos armazéns, o Porto de Paranaguá movimenta a carga geral em
diferentes pontos do cais. Assim, cargas gerais como madeira, bobinas de
papel, congelados, produtos industrializados, tratores, algodão entre outros,
recebem um tratamento personalizado que agiliza todo o processo de
importação e exportação.
Alguns produtos recebem ainda cuidados especiais, como os
Congelados cuja movimentação é feita a partir de um moderno terminal para
operação do produto. Para o Papel e derivados há dois terminais específicos
dentro das áreas da faixa portuária que realizam toda a movimentação,
enquanto que para os Veículos e contêineres sistemas de gestão e controle
de última geração, instalados em uma área exclusiva de 450 mil m2, permitem
43
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
6.252.530
6.517.522
3.069.538
3.177.027
3.631.881
4.280.842
2.972.690
3.037.602
3.367.243
5.057.444
1.694.637
1.712.887
2.249.641
2.862.579
o acompanhamento em tempo real de toda a movimentação da carga, que
pode chegar a 400 mil TEUs/ano. (APPA, 2005e)
Gráfico 3 - Movimentação de Cargas em Toneladas - C arga Geral
Fonte: APPA, 2005e.
Com base nos gráficos 1, 2 e 3, pode ser observado que a
movimentação de produtos pelo Porto de Paranaguá apresentou períodos de
expansão e outros de retração, demonstrando claramente que o porto passou
por várias oscilações no mercado. Porém, quando se analisa a trajetória dos
últimos 3 (três) anos, observa-se que houve diminuição em 2004 da
movimentação de granéis sólidos e líquidos e um crescimento no segmento de
carga geral. No caso dos granéis sólidos ficou bem claro que a política contra a
exportação dos produtos transgênicos (modificados geneticamente), no
primeiro momento, não foi benéfica para o Porto de Paranaguá, sendo que o
resultado obtido poderia ser bem melhor se não houvesse o bloqueio destes
produtos, especialmente da soja. Apesar disso, o Porto de Paranaguá
44
atualmente é mesmo assim reconhecido por estar entre os melhores e maiores
portos para embarque de grãos no mundo.
Após forte expansão na movimentação de granéis sólidos observada,
nos últimos anos, estima-se que o Porto deverá continuar crescendo neste
segmento nos próximos anos.
Em função dessa estimativa, o Porto deverá se preocupar com a
melhoria da infra-estrutura existente. Os principais fatores para a evolução do
Porto estão relacionados a investimentos da iniciativa privada e do poder
público, que a priori deveriam ser viabilizados em conjunto, pois são
necessários a fim de trazer benefícios, reduzindo custos e tempo de
movimentação de cargas.
5.2 Infra-Estrutura de Acesso ao Porto
O Porto de Paranaguá é servido pelos principais modais de acesso.
Atualmente, com a globalização, a logística integrada tornou-se uma
ferramenta muito importante como fator de competitividade para os portos, em
especial para o Porto de Paranaguá, em função dos investimentos privados
para modernização e manutenção do complexo “Corredor de Exportação” de
granéis sólidos no Porto de Paranaguá, com o objetivo de melhorar a
produtividade e agilizar o escoamento dos produtos.
Contudo, os investimentos já realizados ainda não foram suficientes,
uma vez que os custos da movimentação ainda são altos quando comparados
aos custos de outros países.
A função do porto tem evoluído ao longo dos tempos, existindo
atualmente toda uma gestão física de espaços e fluxos que exige uma
constante atenção aos movimentos, uma perspectiva ampla de planejamento e,
sobretudo, uma atitude pró-ativa de coordenação e articulação entre os
agentes que atuam no sistema logístico portuário.
Os principais acessos ao Porto de Paranaguá estão voltados aos
modais rodoviários, ferroviário e marítimo, sendo que estes possuem as
seguintes características:
45
O Acesso Rodoviário
O Porto de Paranaguá é servido por um complexo sistema de
acessos rodoviários implantados pelo Governo Estadual e representados pelo
anel de integração rodoviário que abrange todo o Estado do Paraná. O trecho
entre Curitiba e Paranaguá da BR 277, privatizado para Concessionária
ECOVIA, que o administra, é considerado como o principal gargalo de
escoamento da safra.
Desde que assumiu esta concessão em 1998, a ECOVIA vem
realizando todos os anos obras de conservação e recuperação na BR 277.
Durante o ano, a empresa mantém as condições das vias de rolamento com
pequenas obras de manutenção, deixando as de maior porte para as épocas
em que não há muito tráfego de veículos pesados. (ECOVIA, 2005)
Figura 1 - Mapa da BR 277
Fonte: Ecovia, 2005
Quem conheceu a BR-277 antes de 1998, deve lembrar-se das
dificuldades dos usuários para descer ou subir a Serra do Mar, uma vez que as
46
vias eram esburacadas e o asfalto irregular, em função do intenso fluxo de
veículos pesados. Desta forma, hoje são visíveis as melhorias realizadas,
estando as pistas de rolamento sinalizadas e com o asfalto novo, além de ser
oferecida toda uma infra-estrutura aos usuários para garantir a fluidez do
tráfego, que inclui uma equipe de atendimento ao usuário coordenado pelo
Centro de Controle Operacional, composto de Inspeção de Tráfego,
Atendimento Pré-hospitalar, Guinchos, Cargas Perigosas, Conservação,
Serviço de Atendimento ao Usuário e Telefone 0800. (ECOVIA, 2005)
As filas de caminhões, que eram formadas ao longo da rodovia nos
picos das safras, foram também responsáveis pelos estragos nas pistas de
rolagem, contudo nota-se esforço da empresa em consertar este desgaste
acelerado e precoce do pavimento verificado em toda a pista de descida até a
entrada do Porto de Paranaguá.
Um exemplo disso, de acordo com a própria Ecovia (2003), ocorreu
no ano de 2003, uma vez que por causa das filas, que no início daquele ano
chegaram a ter mais ou menos 124 quilômetros de extensão, passando pela
entrada de Curitiba até Campo Largo, houve a perda das restaurações
executadas no ano anterior no acostamento deteriorado. Desta forma, as filas
causam problemas sociais e desperdício de dinheiro do pedágio.
É interessante observar que, já em 1993, Barat (1993) citava que
“além de apresentarem condições precárias do pavimento, as rodovias federais
deixaram de oferecer aos seus usuários o apoio adequado em termos de
sinalização e policiamento”. Fato que comprova a eficiência atual da BR 277
desde que foi privatizada.
Deve-se observar que existem outros problemas crônicos, que são
os trechos rodoviários estaduais não privatizados pelo Governo Estadual, que
também servem para o escoamento da safra de granéis sólidos, cuja solução é
fundamental para a agropecuária e o agronegócio do estado do Paraná. Trata-
se especialmente da recuperação das rodovias, mas o governo resolveu fazer
economia à custa do aumento do preço do frete, especialmente do frete que
incide sobre o transporte de produtos agrícolas. Todos sabem que rodovias em
péssimas condições de manutenção passam a fazer parte da base de cálculo
47
do frete, resultando, conseqüentemente, em frete mais caro. (MENEGUETTE,
2005)
Meneguette (2005) afirma que o custo de transferência dos produtos
agropecuários é maior do que o custo de outros produtos, porque ocorre
quando é maior a intensidade do uso dos equipamentos de transporte e
embarque. No pico do escoamento da safra a demanda por transporte cresce
dramaticamente em virtude da movimentação do produto em direção ao
Corredor de Exportação do Sistema Portuário de Paranaguá. Neste período, o
frete rodoviário praticamente chega a dobrar em razão da procura por
caminhões e pelo tempo de espera para descarga. Além disso, no estado do
Paraná, assim como em outros, só existem rodovias em razoáveis condições
onde há pagamento de pedágio, sendo que o preço do pedágio para os
produtos de baixa densidade de valor, como é o caso dos produtos
agropecuários, é muito alto.
O agricultor ou exportador poderia ter resultados bem melhores se
contasse com uma boa infra-estrutura, o que não exigiria um investimento tão
alto, principalmente, tendo em vista que o Governo Federal dispõe de recursos
arrecadados pelo CIDE – contribuição sobre o combustível pago no ato do
enchimento do tanque do automóvel, do caminhão e outros. (MENEGUETTE,
2005)
A área urbana de Paranaguá também contribui para o agravamento
destes problemas, uma vez que o acesso rodoviário urbano no Porto de
Paranaguá até 2003 era precário, devido à falta de acostamentos adequados e
às vias esburacadas, em virtude de não suportarem o peso dos caminhões que
chegam a pesar hoje em torno de 50 toneladas. Isto dificultava a agilidade na
descarga dos produtos nos terminais, além de elevarem o custo de
manutenção dos veículos.
O Acesso Urbano periférico ao porto sofreu obras de pavimentação
em concreto em 25 km das vias de acesso de acordo com AEN (2005), obra
esta que se estende desde o pátio de caminhões até o portão de entrada da
faixa primária do porto. Isto representa um investimento na modernização do
porto, além de uma integração forte ao modal marítimo, já que a vida útil destas
48
vias de acesso será de mais ou menos 20 anos, sem que haja a necessidade
de manutenção na pavimentação.
A concretagem destas vias de acesso busca manter a qualidade da
pavimentação das vias públicas da cidade que recebem centenas de
caminhões, o que irá representar uma economia significativa para o município,
uma enorme redução de prejuízos aos veículos para os caminhoneiros, além
de propiciar agilidade das operações de descarga nos terminais portuários,
contribuindo para a eficiência das operações nos navios.
Reforça AEN (2005) que além da concretagem, as vias receberam
nos seus acostamentos, pavimentos especiais, e também passaram por
melhorias na parte subterrânea, com a melhoria na rede de águas pluviais, já
que as manilhas existentes estavam assoreadas e obstruídas, o que causavam
alagamentos em algumas ruas nas proximidades do porto nos períodos de
chuvas, em virtude do comprometimento da rede.
Com estas obras, houve uma redução dos problemas das filas nas
safras de grãos e seus derivados, reduzindo os gargalos no fluxo de carga e
descarga, o que também deverá acarretar resultados positivos no custo do
transporte (interno) e, conseqüentemente, na economia local.
Desta forma, os investimentos no acesso rodoviário urbano ao Porto
de Paranaguá, além de propiciar agilidade no fluxo dos caminhões que chegam
ao porto, contribuem na redução de tempo para formar os lotes de exportação,
evitando-se que os navios permaneçam muito tempo esperando as cargas.
De acordo com Araújo (2004), “o custo de transporte é crucial na
formação do preço pago aos produtores rurais”, uma vez que “a predominância
do modal rodoviário, agravada pela implantação do pedágio nas rodovias no
Anel de Integração, é o fator de desequilíbrio contra a competitividade dos
produtos do Paraná”.
O Acesso Ferroviário
De acordo com Castro (2000), o Brasil é um dos poucos países
continentais, que conta com expressiva atividade industrial, mineral e agrícola,
49
porém, depende, amplamente, do transporte rodoviário para alimentar seus
fluxos de longa distância, uma vez que a participação das ferrovias brasileiras
em transportes de mercadorias em distâncias superiores a 600 km é muito
insipiente.
Foto 2 - Trem ALL na serra
Fonte: ALL, 2005
Pires (2002) ressalta que, ao longo da década de 80, o nível dos
investimentos federais, seja na manutenção, ampliação e conservação do
sistema ferroviário decresceu, acarretando assim uma degradação da
eficiência operacional e qualidade dos serviços oferecidos.
Meneguette (2005) salienta que no período em que “a Rede
Ferroviária Federal operava suas composições, a sua tarifa se mantinha
uniforme durante todo o ano, fazendo com que o preço do frete rodoviário
tivesse um aumento relativamente contido”. Segundo o Autor, com a
concessão da operação para a ALL – América Latina Logística, atual
administradora da ferrovia, ao invés de definir preços mais contidos, passou
exercer uma política de fixar sua tarifa como um percentual do frete rodoviário,
deixando de ser um contrapeso, como era antes da privatização.
Embora seja visível a evolução da ALL, que busca atender aos mais
diversos segmentos, principalmente os de commodities agrícolas do Paraná,
nota-se que o transporte ferroviário até ao porto de Paranaguá ainda carece de
50
preços mais competitivos, agilidade na entrega dos produtos, investimentos em
novos ramais de linhas férreas, locomotivas e infra-estrutura.
Meneguette (2005) confirma isto, ao destacar que as ferrovias do
Paraná funcionam precariamente, sendo que representam apenas 30% da
demanda de transporte, quando poderiam atingir cerca de 70%.
A despeito de tudo, quando a ALL assumiu a malha sul do país,
contava com apenas 234 locomotivas operando. Atualmente, o grupo possui
mais de 960 locomotivas, contando ainda com 27 mil vagões e 160 road railers
– carretas bimodais que trafegam na rodovia e ferrovia (ALL, 2007a), e sua
malha ferroviária atinge 6 estados, além da Argentina. (ALL, 2007b)
Mesmo assim, embora a ALL tenha evoluído como já exposto e
aumentado o volume transportado pela ferrovia, é notório que a sua
participação no total do volume de carga com destino ao porto de Paranaguá,
não aumentou nos últimos anos, mantendo-se nos mesmos percentuais e
ainda apresentando a qualidade insatisfatória dos serviços prestados aos
usuários.
Assim, de acordo com Meneguette (2005), o que se percebe é que
faltam recursos para investir no trecho da malha ferroviária entre Guarapuava e
Ponta Grossa, totalmente obsoleta, sendo que também não há recursos para
construir um novo trecho entre Curitiba à Paranaguá, e para a construção de
novos ramais que atendam as regiões ainda desprovidas de ferrovia, como a
região do Sudoeste do Paraná, e nem para levá-la ao extremo Oeste e
Noroeste do Estado.
De acordo com a ALL (2007a), parcerias foram firmadas para
aquisição e reforma de vagões com clientes, tais como Cargill,
Coinbra/Dreyfus, Bunge, entre outros.
Porém, o crescimento em unidades não é suficiente. O que falta para
melhorar o quadro da logística é a duplicação da malha ferroviária,
principalmente no trecho de Curitiba à Paranaguá, conhecido como gargalo de
escoamento de granéis sólidos para o Porto de Paranaguá.
Conforme Barat (1993), a utilização do transporte ferroviário afeta as
empresas, de três maneiras: pelo tempo excessivo de imobilização da carga
51
em pátios de transferência, armazéns e vagões; pela excessiva burocratização
dos procedimentos de despacho ou recepção da carga; e pelos danos, avarias
ou furtos freqüentes da carga a ser embarcada ou desembarcada.
Portanto, trata-se de uma questão complexa, que envolve
investimentos de toda ordem, remodelagem dos sistemas de infra-estrutura, re-
aparelhamento da malha básica, além das melhorias necessárias na qualidade
dos serviços prestados.
O Acesso Marítimo
O principal acesso marítimo aos Portos de Paranaguá e Antonina,
atualmente, ocorre pelo canal de Galheta (figura 2). Mesmo não sendo o único
canal de acesso, contudo, é o que proporciona navegação segura para os
navios, em virtude de apresentar um leito em areia, sendo que a partir de 1975
foi necessário efetuar a dragagem do mesmo, uma vez que os grandes navios
graneleiros passaram a exigir maiores calados. O outro acesso feito pelo Canal
Sueste, com uma profundidade nominal de 10 metros, deixou de ser viável já
que apresentava características de um fundo marítimo rochoso. (APPA, 2004)
Figura 2 - Acesso Marítimo do Porto de Paranaguá – Canal da Galheta
Fonte: MT, 2005
52
Apesar de possuir a facilidade de acesso marítimo natural ao Porto
de Paranaguá, para que não perca competitividade e para que possa receber
navios ainda maiores, é necessário ao porto, no entanto, manter um
permanente monitoramento destes acessos, mantendo-os bem sinalizados e
dentro de uma profundidade satisfatória, oferecendo ainda melhores serviços
de infra-estrutura básica em todas as áreas do porto, a fim de proporcionar
uma navegação segura, sem ocasionar danos ao meio ambiente marinho em
decorrência das suas operações, principalmente em relação à dragagem.
As definições dos acessos, da bacia de evolução, fundeadouros e
áreas de manobras são estabelecidas por carta náutica da Marinha. As bacias
de evoluções são delimitadas por três seções (A, B e C) e as áreas para
manobra dos navios atingem uma largura de 700 metros ao longo de toda
extensão do cais comercial, cujas profundidades nominais podem atingir de 8 a
12 metros, respectivamente. (APPA, 2004)
Os fundeadouros do Porto de Paranaguá são áreas destinadas para
a carga e descarga de navios por meios próprios ou utilizando guindastes
flutuantes, de navios tipo ’Lash’, de Inspeção Sanitária, de Quarentena e de
Polícia Marítima. Destinam-se também “ao fundeio de plataformas e demais
embarcações especiais, navios de guerra e submarinos da Marinha do Brasil,
navios em reparo ou aguardando atracação, navios transportando cargas
perigosas, navios em faina de reabastecimento de óleo combustível e ou
lubrificante para uso próprio, navios arrestados ou apreendidos”, cuja
destinação, em termos de área de fundeio, é estabelecida conforme o navio.
(GOVERNO DO PARANÁ, 2005)
Conforme a APPA (2004), somados todos os fatores que perfazem
as características físicas da Baía de Paranaguá, as alturas da amplitude de
maré, da tonelagem / deslocamento e velocidade de governo dos navios foi
possível se determinar, que navios de até 175.000 toneladas de porte bruto
possam operar no cais comercial do porto.
De acordo com Soares (2005), poucos são os portos marítimos em
condições de receber navios de 300 mil TPB ou mais. Ora, se o Porto de
Paranaguá possui a capacidade de recepção de navios de até 175 mil TPB,
53
isto só realça ainda mais a sua importância. Desta maneira, deve ser esperada
sempre maior eficiência na questão portuária, com primazia pela qualidade dos
serviços, de modo a evitar congestionamentos, que geram perda de tempo.
Conforme destacado por Soares (2005) a ineficiência é responsável pela
deterioração de produtos e pela elevação dos custos, uma vez que os navios
ficam parados cerca de 70% do seu tempo útil, seja por problemas técnicos, ou
por problemas portuários, acarretando, como conseqüência, enormes
prejuízos.
O porto, independentemente de sua forma organizacional,
desempenha o papel de agente de desenvolvimento regional no elo da cadeia
logística. No caso do Porto de Paranaguá, deve ser acrescentado a isso, que
sua posição geográfica estratégica enfatiza também sua dimensão nacional, na
movimentação de navios de granéis sólidos.
Porém, o Porto de Paranaguá pouco explora o transporte marítimo,
em especial o de cabotagem, provavelmente em função dos custos elevados
de movimentação de cargas que se observa nos principais portos brasileiros e
da falta de incentivos fiscais, que dificultam este relacionamento entre os portos
do país, e deverão ser os fatores restritivos ao desempenho e eficiência da
navegação de cabotagem.
Ressalta Domingos Júnior (2004) que após as privatizações, os
portos receberam investimentos em obras civis, equipamentos de
movimentação, abastecimento (shiploader) e informatização, reduzindo os
custos a patamares não muito distantes da média internacional. Segundo este
Autor, é importante ao país melhorar, fortalecer e aprimorar sua marinha
mercante, tanto de cabotagem como oceânica, sob o ponto de vista estratégico
e econômico.
O transporte marítimo no Brasil, ainda não tem seu potencial
devidamente utilizado. É óbvio que o investimento necessário para otimizar e
modernizar este sistema será sempre grande, já que ele se caracteriza como
um transporte de pouca velocidade, porém que demonstra enorme capacidade
de movimentação, sendo que diversos portos brasileiros têm esta boa
capacidade, dentre eles o de Paranaguá. (CECATTO, 2004)
54
5.3 Logística de Granéis Sólidos Exportados pelo Po rto
Apesar dos problemas enfrentados com as filas dos caminhões
durante os picos de safra de granéis sólidos, o porto de Paranaguá tem
aprendido a lidar com este processo e conseguido resultados significativos
para o porto.
O maior volume de cargas está concentrado na movimentação de
granéis sólidos, tornando o porto de Paranaguá, o maior terminal graneleiro da
América Latina.
Aliado a este processo, o porto terá que primar pelo planejamento e
melhoria dos regulamentos internos de forma que venha atender às
necessidades dos exportadores, além de oferecer infra-estrutura adequada
para que a logística funcione.
Cabe à APPA regular as operações de granéis sólidos de origem
vegetal através das instalações integrantes do Complexo Corredor de
Exportação do Porto de Paranaguá. As cargas a granel como soja em grãos,
milho em grãos, farelos, trigo em grãos e sorgo em grãos, entre outros,
somente podem ser movimentadas pelo Corredor de Exportação mediante
autorização da autarquia. (APPA, 2004)
Desta forma, todo e qualquer recebimento e embarque de granéis
sólidos que são movimentados pelos armazéns horizontais e silo vertical da
APPA, bem como os armazéns e silos privados, que são interligados ao
Complexo do Corredor de Exportação, sofrem controles e intervenções diretas
da APPA.
Esta regulação da APPA (Ibid) não tem o intuito apenas de
racionalizar, controlar e fiscalizar os serviços, mas também como primar pelas
questões relativas a peso e a qualidade dos produtos movimentados,
promovendo assim, uma melhor interação entre os terminais, e buscando a
otimização da utilização das instalações portuárias a ganhos de produtividade.
Nota-se, então, a importância deste controle efetuado pela APPA,
como fundamental para a estratégia logística do Porto de Paranaguá, no que
55
tange ao contínuo aprimoramento do recebimento e embarque de granéis
sólidos, podendo tornar-se, então, um porto competitivo capaz de gerar
recordes de exportação, riquezas e crescimento.
As cargas podem ser movimentadas em sistema de pool ou de
forma segregada, tanto nas instalações da APPA (Silo Vertical e Silos
Horizontais) como pelos terminais interligados, sendo que todas as cargas a
serem movimentadas e depositadas nas instalações da APPA serão
registradas, obrigatoriamente, em nome de um Operador Portuário pré-
qualificado, por conta e ordem do proprietário da mercadoria. (APPA, 2004)
A dificuldade logística na movimentação dos granéis sólidos, em
pool, ocorre em função das próprias características destes produtos, que por
não disporem de embalagens, vão sempre requerer uma separação especial,
uma segregação.
De acordo com a APPA (2004), as cargas a granel perdem a
identidade quando armazenadas em sistema de pool, assim como perdem
suas características físicas, preservando-se a identidade contábil de
propriedade das mesmas.
Foto 3 - Pátio de triagem de caminhões
Fonte: Ministério dos Transportes, 2005.
As cargas a granel, em sua maior parte, chegam ao porto através de
caminhões, sendo recepcionados no pátio de triagem administrado pela APPA
(foto 3).
56
Segundo o CAP (2007) os produtos que, obrigatoriamente, terão de
passar pelo pátio de triagem são: farelo de soja, feijão, soja e milho.
Desta forma, é entendimento das autoridades portuárias e da
iniciativa privada que outras cargas rodoviárias, ‘in natura’, terão acesso ao
porto, sem passar pelo pátio, uma vez que se destinam exclusivamente à
industrialização, bem como terão acesso os veículos que transportem produtos
segregados sem necessidade de prévia análise do produto. Também, se
permitirá a retirada de caminhões da fila, que preceda o pátio de triagem da
APPA, para encaminhamento direto aos terminais privados que tenham plenas
condições de descargas em suas instalações.
Afirma Orgis (2005) que uma das raízes que sustentam os
congestionamentos na beira da BR-277 está na falta de armazéns próprios no
interior para que os exportadores esperem o momento certo de enviar seus
produtos ao porto, de maneira que os caminhões são transformados em silos
ambulantes, quando enviados em hora errada ao porto. Ressalta o autor que o
pátio de triagem é o local que serve apenas como passagem transitória, sua
estrutura é preparada para uma curta espera dos caminhões.
Desta forma, o pátio de triagem, pode ser um passo importante em
direção à solução das tradicionais filas de caminhões na BR-277 que liga
Curitiba à Paranaguá, durante os picos da safra de grãos, se administrado com
competência.
Como alternativa para solucionar o problema, a APPA também
firmou convênio com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para
transformação dos armazéns da Companhia em Ponta Grossa, que devem ser
utilizados como áreas retro-portuárias. Os silos da CONAB, na região, têm
capacidade para 420 mil toneladas e serão utilizados como forma de evitar que
os caminhões carregados aguardem na estrada criando enormes filas. (ORGIS,
2005)
Pode ser uma solução, contudo, pode haver um custo demasiado
elevado com a armazenagem intermediária e transporte, sem contar o
manuseio excessivo da carga. O exportador brasileiro não está preparado para
arcar com mais estes custos.
57
Foto 4 - Descarga de granéis sólidos
Fonte: João Geraldo Orzenn Mattozo, 2005.
A logística portuária de Paranaguá no que tange aos granéis sólidos
tem regulamentação específica necessária ao seu contínuo desenvolvimento.
Todo processo de recepção de granéis sólidos no complexo do
corredor de exportação é coordenado, especificamente, através do ’SILOG’ –
Sistema Logístico do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá. Durante
todo o período de escoamento da safra agrícola são feitas reuniões semanais
com o objetivo de definir as quantidades diárias de cargas a serem
descarregadas nas instalações da APPA, por cada Operador Portuário, em
conformidade com as programações de embarque. Nestas reuniões é
apresentado relatório dos estoques de produtos remanescentes no silo, por
operador portuário, para definição de novas cotas individuais. (APPA, 2005g)
Por este regulamento, todos os Terminais e Operadores Portuários
usuários do Complexo Corredor de Exportação devem obrigatoriamente ter
uma programação de seus recebimentos e embarques de mercadorias junto ao
“SILOG”. Desta forma, é possível integrar a logística como um todo,
conseguindo através deste controle obter resultados positivos para toda
comunidade portuária.
Após toda essa programação de recebimento, acolhimento dos
58
veículos transportadores no pátio de triagem, os produtos em grãos são
recebidos pela APPA, em moegas rodoviárias (foto 4) e rodo-ferroviárias,
sempre acompanhados do Certificado de Análise emitido pela entidade
controladora credenciada pela APPA, sendo que os produtos devem ter sua
qualidade dentro dos padrões de exportações. No caso dos farelos, são
recebidos nos silos horizontais da APPA mediante controle efetuado também
por entidade controladora credenciada pela APPA, sendo que estas
controladoras devem emitir relatórios a cada 1.000 t a serem depositados. As
descargas dos caminhões e dos vagões obedecem a cotas estabelecidas para
cada depositante. (APPA, 2005g)
Descarregados nas moegas, os produtos seguem para um breve
armazenamento nos silos do Complexo Corredor de Exportação1, observando-
se as características de cada produto, de maneira que são segregados em
lotes de produtos, quando diferenciados, que aguardam o momento propício
para embarque nos navios.
Tanto no recebimento quanto no armazenamento (foto 5), deve ser
observado cuidados com a qualidade dos produtos a granel, imprescindível
como fator de manutenção dos padrões exigidos para a exportação. Conforme
determina a APPA (2005g), nos casos de ocorrer lotes fora das especificações
1 O Complexo do Corredor de Exportação é formado por um conjunto de silos horizontais e verticais, sendo 01 (um)
terminal público composto por 01 (um) silo vertical, com capacidade aproximada de armazenamento para 100.000t e 4
(quatro) silos horizontais, com capacidade para 48.000t, e mais 7 (sete) terminais privados interligados, totalizando
todos em torno de 01 (um) milhão de toneladas de capacidade estática de armazenagem. (Fonte, APPA)
59
determinadas, o exportador somente poderá descarregar suas remessas após
passar por uma empresa de padronização do produto.
Foto 5 - Vista interna de um armazém graneleiro
Fonte: Correio do Povo, 2003.
O operador portuário apresenta a liberação, para a autorização de
embarque junto a Divisão de Silos/Seção de Administração do ‘pool’ da APPA.
Os embarques se realizam mediante uma programação para cada navio que
chega ao porto, sendo que cada terminal previsto para operar deve
permanecer pronto com suas equipes aguardando a chamada do início do
embarque determinado pela APPA independente de horário.
Somente à APPA compete coordenar as operações dos
equipamentos, através da logística operacional emanada do Operador
Portuário, visando otimizar a utilização da capacidade das instalações
existentes nos berços e possibilitar a compatibilização das programações de
embarques com o pleno desenvolvimento das operações. (APPA, 2005g)
A qualquer momento a APPA poderá fiscalizar as operações dos
terminais graneleiros do Porto de Paranaguá, inclusive em caso de quebras e
redução dos fluxos de embarque durante as operações. Qualquer alteração e
eventuais cortes dos lotes programados deverá ser informada pelo Operador
Portuário do navio. (APPA, 2005g)
60
Foto 6 - embarque de granéis sólidos
Fonte: Revista Carga Pesada, 2005.
Tais cortes não podem ultrapassar 5% (cinco) do volume total
programado. No caso do exportador ter carga em mais de um terminal, o corte
não poderá ocorrer dos estoques depositados nos silos da APPA. Salvo se o
corte não for integralmente suportado pelos restantes dos terminais ou parte
dele, ocorrer nos silos da APPA. Caso isto ocorra, o Operador Portuário
pagará, a título de penalização, o valor integral da “infrasilos” correspondente à
quantidade cortada. (APPA, 2005g)
61
CAPÍTULO VI
IMPACTOS NO MEIO AMBIENTE
O constante aumento da produtividade dos granéis sólidos, que
transitam pelo Porto de Paranaguá, via rodoviária, ferroviária e marítima, assim
como o tempo durante o qual ficam armazenados os produtos a granel,
aguardando o embarque, com certeza têm muita importância para a logística
portuária, na questão de impactos que possam causar, direta ou indiretamente,
ao meio ambiente, e com isto vir comprometer a sua competitividade para com
os demais portos brasileiros e mundiais.
Kitzmann et al. (2002) afirmam que as atividades portuárias podem
gerar impactos ambientais negativos, caso não sejam tomadas medidas
preventivas e/ou de remediação. Em geral, estes impactos ocorrem em quatro
ambientes principais: ar, água, solo/sedimentos subaquosos e lençol freático,
bem como sobre a biota e o elemento humano que transita nestes meios.
Kitzmann e Asmus (2006) consideram que os portos fazem parte do
ciclo de vida dos produtos que por eles passam (transporte e armazenamento
temporário). Os portos podem ser chamados a participar da certificação
ambiental de empresas exportadoras e importadoras, além de poder sofrer os
reflexos da aplicação de barreiras técnicas (não-tarifárias).
Kitzmann e Asmus (Op.cit.) ressaltam, ainda, que o processo de
reformas do setor portuário, deflagrado pela Lei de Modernização dos Portos,
não contemplou de forma decisiva a questão ambiental, de maneira que hoje
poucas autoridades portuárias têm unidades ambientais adequadamente
estruturadas. Apesar de que poucas empresas privadas do sistema portuário
tratam as questões ambientais no âmbito do planejamento, como uma
estratégia proativa, que reduz custos e diminui impactos ambientais.
Destaca Gibertoni (2000) que a Lei nº 8.630 (Lei de Modernização
dos Portos) assegura “... ao interessado o direito de construir, reformar,
arrendar e explorar instalação portuária, dependendo:.... e de aprovação do
relatório de Impacto sobre Meio Ambiente – RIMA...” (Art. 4º, &1º).
62
Conforme esta Autora, os portos, invariavelmente, estão localizados
em áreas marítimas, baías, estuários, lagos ou foz de rios; e para suas
implantações e desenvolvimentos requerem intervenções nesse ambiente pré-
existente: dragagem para aumento das lâminas d’água, derrocagens, aterro de
áreas tipo manguezais; afora as obras necessárias à logística terrestre.
O Porto de Paranaguá possui uma Baía natural e de águas
tranqüilas, que permite a navegação de embarcações oriundas das mais
diferentes partes do globo terrestre. Com o trânsito sempre mais freqüente e
maior quantidade destes veículos, há uma necessidade de aumentar a
disponibilidade de infra-estrutura, das instalações, dos equipamentos, das
operações e dos serviços no porto.
Desta forma, mesmo o porto possuindo esta vantagem natural, é
preciso haver todo um cuidado especial com relação ao meio ambiente. Se
navegar é preciso, deve-se fazê-lo sempre dentro de calados mínimos.
Contudo, o fluxo e refluxo das marés trazem continuamente detritos e um
assoreamento natural do fundo da Baía, daí vir a necessidade de dragagem, o
que implica na necessidade de um profundo conhecimento na área ambiental.
Os principais cuidados ambientais, além de pontuais no tempo e no
espaço, se relacionam às obras de dragagem, cuja finalidade é restabelecer as
condições de navegabilidade do canal de acesso, permitindo o fluxo dos
navios. As condiçoes climáticas e de movimentação de sendimentos do leito
marítimo é que determinam as necessidades dos serviços de dragagem. (MT,
2006)
Obviamente, muitos cuidados com o meio ambiente deverá o Porto
de Paranaguá observar, mas não poderá se furtar também dos cuidados com
as embarcações e com as pessoas que circundam ou que circulam pelo seu
acesso marítimo. Assim, as embarcações podem representar riscos ao meio
ambiente de forma geral, em função das cargas perigosas que transporte. Por
outro lado, cuidados com o meio ambiente também devem ser observados com
a utilização dos acessos ferroviário e rodoviário do porto, além do
armazenamento.
63
Toda gestão ambiental para o Porto de Paranaguá compreenderá o
planejamento adequado da infra-estrutura, com planos para execução de
estudos, obras, treinamento de pessoal, manutenção e conservação dos
acessos, como forma de reduzir e/ou erradicar qualquer impacto negativo.
Segundo Asmus / Kitzmann (2004) a Lei de Modernização trouxe a
reativação e expansão das atividades portuárias. Esta seria uma causa de
aumento do potencial de impacto ambiental do setor, tanto considerando a
intensificação das operações, quanto à expansão de portos já estabelecidos e
à construção de novos portos em áreas ainda não impactadas.
Citam os Autores, que segundo a Agenda Ambiental Portuária
(CIRM, 1998), existem dois tipos de impactos ambientais: os impactos da
implantação de infra-estruturas e os impactos operacionais.
O Ministério dos Transportes (MT, 2006) reconhece que os portos e
terminais marítimos apresentam grande potencial de geração de impactos
ambientais diversos, e dentre eles destaca os seguintes:
A) “Impactos diretos da implantação de infra-estruturas
- Alterações na dinâmica costeira, com indução de
processos erosivos e de assoreamento e modificações na
linha de costa;
- Supressão de manguezais e de outros ecossistemas
costeiras;
- Efeitos de dragagens e aterros (incluindo impactos nas
caixas de empréstimo);
- Comprometimento de outros usos dos recursos
ambientais, especialmente os tradiconais; e
- Alteração da paisagem.
B) Impactos diretos da operação portuária
- Ocorrência de acidentes ambientais (derrantes, incêndios,
perdas de cargas);
- Dragagens e disposição de sedimentos dragados;
64
- Geração de resíduos sólidos nas embarcações (taifa), nas
instalações portuárioas e na operação e descarte de
cargas;
- Contaminações crônicas e eventuais, pela drenagem de
pátios, armazéns e conveses, lavagens de embarcações,
perdas de óleos durante abastecimento e aplicação de
tintas anti-incrustantes, à base de compostos estanho-
orgânicos;
- Introdução de organismos nocivos ou patogênicos, por
meio das águas de lastro ou pelo transporte de cargas ou
passageiros contaminados;
- Lançamento de efluentes líquidos e gasosos (incluindo
odores); e
- Lançamento de esgoto oriundo de instalações portuárias e
embarcações.”
Segundo o Ministério dos Transporte (MT, 2006), são considerados
impactos indiretos da atividade portuária a indução de ocupação de áreas
retroportuárias e de áreas adjacentes aos eixos de transporte, o adensamento
da ocupação existente e o desenvolvimento de áreas industriais e agrícolas,
entre outros.
Por estar rodeado de áreas naturais, o Porto de Paranaguá pode
estar causando impactos ambientais, dado a esta proximidade, e estes podem
ter um grau negativo sobre as áreas sensíveis do meio ambiente.
Para Kitzmann e Asmus (2006) será importante o esforço na
diminuição dos impactos ambientais do setor marítimo e portuário, tanto do
setor público (autoridades portuárias), quanto do setor privado. Será preciso
uma mudança de cultura portuária, incorporando a dimensão ambiental, o que
vem reforçar o elenco de desafios portuários, pois mudar culturas é um
processo que demanda tempo, já que envolve novos comportamentos e
atitudes, o que contrasta com as urgências ambientais, somadas às
econômicas do setor portuário.
65
CONCLUSÃO
Este trabalho procurou apresentar conceitos relacionados às
atividades de logística, e como poderiam ser aplicados às necessidades do
Porto de Paranaguá. Assim, para alcançar os objetivos deste estudo foi
necessário avaliar o Porto de Paranaguá com base em análises de diversos
autores e pessoais, que foram pautadas na experiência profissional adquirida
nos anos de trabalho em serviços portuários, em especial na logística de
movimentação e armazenamento dos granéis sólidos.
Numa primeira análise é possível avaliar que a logística de granéis
sólidos do Porto de Paranaguá é uma atividade que se desenvolveu muito,
principalmente, ao longo das três últimas décadas do século XX. Em especial,
a partir da Lei Modernização dos Portos nos anos 90, quando o porto começou
um processo de desenvolvimento em termos de qualidade e produtividade dos
serviços.
A questão central para que o Porto de Paranaguá mantenha esta
evolução a curto e longo prazo é buscar um planejamento estratégico cada vez
mais aprimorado e voltado a investimentos contínuos em toda sua infra-
estrutura. Deste modo, o porto estará demonstrando aos seus clientes,
fornecedores e usuários, que possui uma enorme capacidade como
organização que controla, supervisiona e gere com eficiência as suas
atividades logísticas de movimentação e armazenagem dos granéis.
Neste sentido, para continuar a evoluir economicamente o Porto de
Paranaguá precisa ter um desempenho saudável nas suas exportações, já que
estas representam a forma mais clara de gerar divisas imprescindíveis ao
crescimento do porto em si e da comunidade na qual está inserido, ou seja, o
Município, o Estado e o País.
Estas receitas ou divisas devem, à medida do possível, proporcionar
investimentos nos sistemas de logística do próprio porto, o que será a mola
mestra para impulsioná-lo na conquista de clientes e espaço no mercado
internacional. Porém, tais investimentos tornar-se-ão nulos ou ineficazes se os
66
custos logísticos do porto para atender os clientes e usuários forem elevados.
Em Paranaguá, os custos portuários ainda são relativamente altos, o que deixa
claro a falta de aplicação completa da Lei de Modernização.
Podem impactar negativamente nos custos logísticos do Porto de
Paranaguá, a falta de conservação das rodovias/ferrovias e a falta da
manutenção consciente de seu maior patrimônio que é o mar, ou, sua baía por
onde chegam as embarcações, além da manutenção de seus equipamentos e
toda infra-estrutura portuária.
Será necessário empreender uma luta árdua contra a deficiência
portuária. Rodovias deficientes provocam um maior tempo no transporte dos
granéis até o porto, e numa cadeia destrutiva, além de onerar o frete, podem
provocar a degradação da frota de caminhões.
Exemplo da deficiência na logística portuária se dá quando as vias
de acesso (rodovias) ao redor do porto, são sujadas pelos caminhões após a
descarga. O produto que sobra nas carrocerias dos caminhões parece ser
insignificante, contudo, deve-se levar em conta a quantidade múltipla de
caminhões que são limpos ou varridos nas vias de acesso, nas proximidades
dos terminais. Um problema sério, já que não se adota o critério de efetuar este
tipo de serviço na saída dos próprios terminais ou se opta por uma descarga
minuciosa e mais apurada nas moegas. Isto tem contribuído para degradar o
meio-ambiente e foca uma necessidade de aquisição qualitativa por parte das
empresas que operam nesta cadeia logística.
Esta sujeira nas vias de acesso contribui ainda para que se criem ou
alimentem vetores perniciosos ao bom armazenamento. Assim, há Impactos
negativos no meio ambiente, já que diversas empresas privadas e a própria
administração pública não cuidam de forma incisiva, para o controle,
diminuição e erradicação daqueles vetores, devendo, portanto, buscar solução
eficaz e eficiente para o problema.
A sujeira ou resíduos gerados pelas sobras de produtos, além de
impactar de forma negativa no meio ambiente, afetando inclusive as águas da
baía, podem tornar-se, também, uma perda de divisas, tanto pela falta ou
67
quebra produtiva, como um gasto ou custo desnecessário que se terá para
manutenção ou limpeza dos acessos.
As vias ferroviárias, quando se apresentam precárias, podem causar
o aumento dos custos logísticos, uma vez que, além do enorme tempo
necessário para realizar o transporte por este modal, contribuem ainda para a
perda de negócios e produtos. Deve ser lembrado que as ferrovias que dão
acesso ao porto são centenárias e sem perspectivas de ampliação.
Porto deficiente não é apenas aquele que não investe ou tem uma
infra-estrutura com equipamentos adequados à movimentação, mas também
aquele que investe de forma insatisfatória e se torna obsoleto e incapaz de
atingir índices produtivos que permita que seja auto-sustentável.
Um porto pode se tornar deficiente, também, se não investir na
qualificação de sua mão-de-obra, seja por meio de cursos técnicos ou pela
aquisição de uma escolaridade mais avançada para todos aqueles que prestam
serviços direta e indiretamente ao porto. Este é um fator primordial para que o
porto alcance maiores índices de produtividade nas operações, uma vez que o
avanço tecnológico dos equipamentos utilizados nestes serviços torna
necessário um grau de instrução mais acurado por parte dos seus operadores.
Qualificar os recursos humanos de um porto como de Paranaguá não
é tarefa fácil, em decorrência das resistências culturais que permeiam o âmbito
dos serviços portuários há muitas décadas. Exige que investimentos
governamentais e empresariais sejam realizados de forma racional e
consciente. Acima de tudo exigirá vontade das partes para galgar o caminho da
competitividade frente a outros portos, seus concorrentes internacionais.
Paranaguá, atualmente, trava uma batalha para adequar a mão-de-
obra do porto às suas reais necessidades. Conseguiu-se uma redução de
trabalhadores a bordo das embarcações e na faixa do cais. O excesso destes,
durante anos, contribuiu para elevar os custos portuários. Com a implantação
da Lei de Modernização, e sob a tutela do OGMO, os serviços aos
trabalhadores foram adequados de forma técnica. Com isto, o custo foi
reduzido de forma significativa.
68
A questão de uso da mão-de-obra é delicada em Paranaguá, pois há
muitas décadas o porto teve seus serviços prestados pelas categorias
sindicais, que com a criação do OGMO, perderam força e resistem às
mudanças. Deve-se levar em conta que no porto a mão-de-obra sempre
representou custos elevados nas operações.
Convém ressaltar que ainda permanece certo monopólio dos
sindicatos de trabalhadores avulsos (Estivadores, Conferentes, Vigias e
Arrumadores) sobre a escalação da mão-de-obra. Apesar das chamadas hoje
serem feitas pelo OGMO, os operadores, ou quem toma o serviço, não têm a
liberdade de escolher quais os trabalhadores que desejam contratar para
efetuar estes trabalhos.
Outra questão, é que ainda se luta pela necessidade da redução do
quadro das equipes nos serviços, de acordo com a necessidade para a
movimentação das cargas, com o objetivo de diminuir com isto custos com
trabalhadores excedentes.
O caso da movimentação dos granéis sólidos é um exemplo vivo
dessa resistência. Um navio graneleiro quando atracado deveria ter a bordo
vigias, conferentes e estivadores. Era uma quantidade de homens absurda e
desnecessária se levado em conta que as cargas a granel dispensam o contato
da mão-de-obra, salvo em casos dos chamados rechegos2. Na verdade, os
trabalhadores não apareciam no navio, contudo quando da cobrança das
2 Rechegos: expressão utilizada em portos, que caracteriza a movimentação de cargas a granel, entre pátios, neste caso especial, nos porões dos navios, feita por tratores e/ou outros equipamentos de movimentação. Utilizam-se TPA’s para a execução dos rechegos a bordo dos navios.
69
contas, apareciam os seus nomes na lista e os mais diversos disparates
aconteciam, o que onerava, e muito, os custos.
Apesar de alguns contratempos, o registro e adequação dos
trabalhadores para os serviços na faixa portuária e a bordo das embarcações,
por força da Lei de Modernização, melhoraram de forma sensível estes
problemas, principalmente em relação à redução dos custos logísticos das
operações.
Além de todo o investimento que deve ser realizado, um porto como
o de Paranaguá deve diminuir seus custos com de praticagem e de
rebocadores. Não que se deva deixar de efetuar tais serviços, muitas vezes
necessários ao bom desempenho da operação de um navio, mas que seus
preços não estejam nivelados aos dos países mais desenvolvidos.
A questão marítima no porto torna-se importante e séria porque uma
embarcação atracada por muitos dias custa caro. O Porto de Paranaguá sofre
com a burocracia, que o torna refém da falta de agilidade, atrasando a entrada
e saída dos navios no porto. Isto contribui muito para aumentar os custos das
operações.
Um porto salutar precisa ser seguro e funcional, mas deve fazê-lo
sem onerar os custos logísticos. Os controles de segurança que estão sendo
aplicados em todos os portos pelo mundo, especialmente o ISPS Code que
trata da segurança portuária (nos acessos terrestres e marítimos), de forma
rigorosa, singular e especial, envolvendo, portanto, um enorme controle de
movimentação de cargas e de pessoas nos portos não deve ser visto como
empecilhos a agilidade e produtividade de um porto.
O Porto de Paranaguá sempre teve como ponto forte, ou seu
principal negócio, a movimentação e a exportação dos produtos agrícolas a
granel, que o torna um dos principais dentre os portos brasileiros e mundiais
neste nicho.
Existe uma estrutura física invejável com silos particulares e públicos,
que envolvem a operação de 06 berços de atracação simultaneamente que se
liga a correias transportadoras, ship-loaders, proporcionando agilidade na
movimentação.
70
Apesar dessa situação privilegiada, o Porto enfrenta inúmeras
dificuldades ou gargalos ao longo da sua cadeia logística, seja pela ineficiência
administrativa, ou pela falta de uma infra-estrutura adequada, de armazéns
adequados aos produtos, de normas e leis reguladoras eficientes.
Com a diversidade de tipos de produtos, há a necessidade de um
maior controle na qualidade do trato com os armazéns, mão-de-obra
especializada, uma segregação criteriosa para que se cumpram os contratos e
não haja contaminação das cargas.
A regulação de um porto, como o Porto de Paranaguá deve ser
repensada, uma vez que as autoridades governamentais interferem muitas
vezes de forma negativa nas atividades portuárias.
Cabe mencionar que as tarifas do Porto de Paranaguá, para os
serviços de utilização das instalações, não sofreram as esperadas reduções
nos seus preços, conforme determinado na Lei de Modernização dos Portos.
Este é um fator que reduz a competitividade perante os outros portos
brasileiros.
Acredito que o porto não formule uma estrutura de custos,
adequadas à sua realidade, que permita conhecer como estes custos se
comportam, de forma que possa se tornar muito mais competitivo, oferecendo
custos acessíveis aos seus usuários.
Os órgãos governamentais por vezes se fundem num emaranhado
de normas obsoletas, que entravam o funcionamento das atividades portuárias,
não existindo uma concordância entre estas entidades, o que dificulta e onera
os usuários com custos desnecessários dentro da logística portuária.
A administração do Porto de Paranaguá é de competência do Estado
do Paraná. Porém, o porto não tem autonomia própria de administrar seus
recursos financeiros. Sofre com isto influência política, acarretando uma
demora nos serviços essenciais que por ventura venha a necessitar.
Os Terminais privados arrendam as áreas e instalações do porto,
com isso o governo passa a ser um supervisor e controlador das atividades e
do patrimônio, ficando o setor empresarial privado, sem dúvida, mais
71
competente e ágil para investimentos, com a execução dos serviços e atuação
comercial no porto.
A administração do Porto de Paranaguá tem um relacionamento
meio tempestuoso com o Conselho de Autoridade Portuária, sofrendo este por
interferências e desmandos políticos. O CAP é um zelador atento que deve
fiscalizar a administração do porto, verificando se a Autoridade Portuária
cumpre o seu papel quanto ao desenvolvimento de projetos de investimentos
nos acessos terrestres, marítimos (aqui saliento a questão da dragagem) e nos
programas com as gestões de segurança e de meio ambiente portuários.
A questão da dragagem é das mais sérias para o Porto de
Paranaguá. Um porto que pretende ser moderno, gerador de riquezas deverá
conservar adequadamente o seu acesso marítimo. Fazer com chegue até o
cais navios cada dia maiores. Sem navio o porto pára. O que se vê é o descaso
da administração portuária, que há anos não efetua a responsável dragagem
da baía de Paranaguá.
Sem dragar ou melhorar seu acesso marítimo, torna o porto
ineficiente. Com isso, perde produtividade, perde dinheiro, além de perder os
serviços para outros portos. Sem a devida dragagem, os navios de grandes
calados não conseguem manobrar, transitar, atracar ou carregar as suas
totalidades. Ou seja, não conseguindo completar os lotes que são capazes de
carregar, seguem viagem com cargas aquém das suas capacidades. Portanto,
deixam de levar mais produtos. Partem com espaço morto nos porões, como
comumente se diz na linguagem portuária.
Neste âmbito, nota-se a falta de visão logística das autoridades
portuárias. É necessário atrair os armadores para o nosso porto e não
afugentá-los. Com navios maiores se atrairá mais cargas, mais renda será
gerada, mais investimentos se tornarão realidade, o que culminará, enfim, com
maior crescimento para toda a comunidade portuária.
As manobras para carga e descarga devem ser avaliadas,
constantemente, ter um planejamento estratégico, e ser realizadas com
agilidade, a fim de não comprometer a cadeia logística portuária.
72
O Porto de Paranaguá deu um salto positivo muito grande em
relação a outros portos, na questão de acesso rodoviário urbano, com a
concretagem das vias terrestres primárias do porto. Isto facilita a locomoção
dos caminhões, que podem de forma ágil e fácil transitar e chegar aos
terminais para descarga.
Uma cadeia logística portuária para ser viável necessita de um
sistema de armazenamento de grãos, pontos adequados de transbordo e vias
de acesso que facilitem o fluxo de embarcações, caminhões e vagões. A sua
viabilidade é medida pelos custos que vão onerar todos os envolvidos, estes
causam, a todos, transtornos e prejuízos, encarecendo as operações
portuárias.
A questão de armazenamento é complexa, uma vez que os produtos
a granel, na atualidade, se apresentam com grande variedade de tipos (soja,
milho, trigo, farelos, sorgo, açúcar). Desta maneira, há uma necessidade
contínua de segregar estes produtos. Isto sem contar outros problemas que
envolvem o armazenamento de produtos diferenciados, como as questões da
qualidade e meio ambiente.
Enquanto o produto principal do Estado do Paraná, a Soja, era no
passado o carro chefe a conduzir os lucros das atividades do porto, não se
pensava em outros problemas. Mas, as safras agrícolas cresceram de maneira
significativa, agravando o setor de armazenamento do estado como um todo.
O Porto de Paranaguá sofre com isto, em virtude de que não
havendo armazéns suficientes no interior, muitos exportadores utilizam as
instalações portuárias para o armazenamento de seus produtos. Os armazéns
do porto devem servir para a formação do lote de exportação, que deve ser
transferido ao navio num curto espaço de tempo, de forma que a logística seja
ágil e apresente resultados financeiros positivos.
A infra-estrutura do porto necessita estar sempre devidamente
equipada de forma a atender todas as necessidades dos armadores, dos
operadores, dos exportadores e importadores. Assim, torna-se importante a
integração entre os modais logísticos, uma cadeia que funcione de forma única,
73
capaz de gerar facilidades para o transporte dos granéis sólidos, evidenciando
um atendimento pleno e eficaz aos usuários.
Portanto, após este estudo, observam-se muitos desafios a serem
transpostos pelo Porto de Paranaguá. A modernidade portuária é constante e
crescente. Cabe aos atores envolvidos na logística portuária buscar suplantar
as barreiras adequadamente, a fim de não atrapalhar o desenvolvimento
correto do Porto, que tem plenas chances de ser competitivo e de gerar
riquezas fabulosas.
74
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GLOSSÁRIO
AIB – Associação de Comércio Exterior do Brasil. ALCA – Área de Livre Comércio das Américas. ALL – América Latina Logística. APPA – Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina. Broker – Tem um cargo de prestador de serviço na área de reserva de praça e afretamento de navios para seus clientes. Calado – Expressão de transporte marítimo que significa a profundidade dos canais dos portos e a capacidade dos navios para atracagem aos cais. CAP – Conselho de Autoridade Portuário. Carga a Granel – designação dada para qualquer tipo de carga homogênea não embalada. CNI – Confederação Nacional da Indústria. DHN – Diretoria de Hidrografia e Navegação. Dragagem – Serviço de escavação nos canais dos portos para manutenção ou aumento dos calados. ECTM – Estação de Controle de tráfego Marítimo. ERP – Enterprise Resource Planning, termo aplicado no sistema industrial para um largo conjunto de atividades suportadas por aplicações de software multi-modulares. EU – União Européia. EU – Estados Unidos. EUA – Estados Unidos da América. FEPASA – Ferrovia Paulista S.A. Intermodalidade – é a prática de transportar bens através de mais um modal de transporte, utilizando-se de diferentes operadores de transporte, em que cada operador se responsabiliza pelo seu trecho.
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Leasing – o mesmo que arrendamento mercantil, operação em que o cliente pode fazer uso de um bem sem necessariamente tê-lo comprado. Layout – o mesmo que “Leiaute” em português, que significa a representação gráfica, em escala reduzida, do local e das partes componentes de uma unidade produtiva, incluindo seus móveis, utensílios, equipamentos e demais facilidades que devem ser posicionados e configurados de forma a permitir a otimização dos fluxos existentes, com o objetivo de racionalizar o aproveitamento dos recursos disponíveis. MDIC – Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio. MERCOSUL – Mercado Comum do Sul. Multimodalidade – é a prática logística em que mercadorias são transportadas através da utilização de mais de um modal de transporte, sob responsabilidade de um único operador, sob o ponto de vista legal e contratual. NR – Nível de Redução. OGMO – Órgão Gestor de Mão de Obra do Trabalhador Portuário Avulso. OMC – Organização Mundial do Comércio. PPP – Parcerias Públicas Privadas. PNCAP – Programa Nacional de Capacitação Ambiental Portuária. RFFSA – Rede Ferroviária Federal. SECFAT – Sessão de Faturamento. SILOG – Sistema Logístico do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá. Sobreestadia – multa determinada em contrato, a ser paga pelo contratante de um navio quando este demora mais do que o acordado nos portos de embarque ou de descarga. TI – Tecnologia de Informação. Transporte – em termos logísticos trata-se da atividade de movimentação de materiais, produtos e pessoas, ao longo da cadeia de abastecimento. Em termos econômicos uma das principais funções consiste na capacidade de disponibilizar cada tipo de mercadoria no momento e no lugar onde existia uma demanda pelas mesmas. Transporte Ferroviário – É a denominação dada a todo transporte de materiais, produtos ou pessoas através de estradas de ferro. Uma característica dos países economicamente desenvolvidos é possuir uma
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estrutura ferroviária forte, devido ao transporte de cargas e passageiros a longas distâncias. O conhecimento de transporte ferroviário é chamado de Rail Road. Transporte Marítimo – É a denominação dada a todo transporte de materiais, produtos ou pessoas através de embarcações (navios) em oceanus. O conhecimento de transporte marítimo é chamado de B/L (Bill of Lading). Transporte Rodoviário – É a denominação dada a todo transporte de materiais, produtos ou pessoas através de rodovias. Trata-se do único modal de transporte que permite operações porta a porta, além de ser o mais adequado para distâncias curtas e ou médias (até 400 quilômetros). O conhecimento de transporte rodoviário é chamado CRT – Conhecimento Rodoviário de Transporte.