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SALVADOR 2011 MESTRADO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL GEIZA LIMA DE OLIVEIRA MAEI A METODOLOGIA TECLIM PARA USO RACIONAL DA ÁGUA NA INDÚSTRIA: Uma proposta de sistematização

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SALVADOR

2011

MESTRADO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL

GEIZA LIMA DE OLIVEIRA

MAEI

A METODOLOGIA TECLIM PARA USO RACIONAL DA ÁGUA NA INDÚSTRIA: Uma proposta de sistematização

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL

GEIZA LIMA DE OLIVEIRA

A METODOLOGIA TECLIM PARA USO RACIONAL DA ÁGUA NA INDÚSTRIA: Uma proposta de sistematização

Salvador 2011

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GEIZA LIMA DE OLIVEIRA

A METODOLOGIA TECLIM PARA USO RACIONAL DA ÁGUA NA INDÚSTRIA: Uma proposta de sistematização

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Industrial, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Industrial.

Orientadores: Profa. Dra. Karla Patrícia S. Oliveira R. Esquerre Prof. Dr. Asher Kiperstok

Salvador

2011

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O48 Oliveira, Geiza Lima de

A Metodologia TECLIM para uso racional da água na indústria: uma proposta de sistematização / Geiza Lima de Oliveira. – Salvador, 2011.

109f. : il. color.

Orientador: Profa. Dra. Karla Esquerre Prof. Asher Kiperstok Dissertação (mestrado) – Universidade Federal da Bahia.

Escola Politécnica, 2011.

1. Metodologia TECLIM. 2. Produção Mais Limpa. 3. Indústria. 4. Água. 5. Efluente. 6. Uso racional de água. I. Esquerre, Karla. II. Kiperstok, Asher. IIIl Universidade Federal da Bahia. IV. Título.

CDD: 628.1

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A

Rubson, meu amor, por me incentivar a desafios cada vez maiores.

Rede de Tecnologias Limpas da Bahia (TECLIM/ UFBA).

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me permitido alcançar essa experiência única. Por poder compartilhar mais este momento com meus pais Luiz Alberto e Gilda. Agradeço a eles e também aos meus sogros Robson e Mirian por respeitarem minha decisão pelo mestrado e me apoiarem da forma que lhes coube.

A Rubson, meu amado, por ter sido o maior incentivador desta jornada e por tolerar minhas oscilações nesse período de dúvidas e descobertas.

Agradeço a preocupação e peço desculpas as minhas amigas Lauana por não ter comparecido aos nossos encontros de quinta (feira) e à minha eterna amiga Joyce (in memoriam) por não ter lhe acompanhado nos seus últimos domingos de verão.

Pelo mestrado, agradeço ao professor da minha graduação Dr. Yuri Guerrieri pelo contato com os professores da UFBA.

A minha orientadora PhD. Karla P. Oliveira Esquerre pela participação ativa neste trabalho, pelos trabalhos que realizamos juntas e pela amizade.

Ao orientador PhD. Asher Kiperstok pelo trabalho entusiasmante que desenvolve a frente da Rede de Tecnologias Limpas da Bahia na UFBA, motivo pelo qual me interessei pelo mestrado nessa área, e por me confiar a sistematização de uma metodologia fruto de longos anos de pesquisa.

Ao Dr. Ricardo Kalid agradeço pela motivação na escolha do tema, pelas críticas e contribuições enriquecedoras para o trabalho final e para meu amadurecimento enquanto pesquisadora.

Agradeço aos meus colegas do PEI por compartilharem comigo as angústias, os conhecimentos e as celebrações deste período: Ellen Godinho, Carlos Mendes, Ingrid Barberinu, Maria Thaís, Tábita Gurgel e Rosana Galvão. À Tatiana do PEI, Suzette, Lígia e Adiaci do Teclim, por terem transmitido e auxiliado nas informações, cursos, palestras e reuniões.

Por fim, agradeço a CAPES pelo financiamento desta pesquisa.

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OLIVEIRA, Geiza Lima de. A Metodologia Teclim para uso racional da água na indústria: uma proposta de sistematização. 109 f. il. 2011. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós- Graduação em Engenharia Industrial, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2011.

RESUMO

A água é considerada dos fatores ambientais críticos para as próximas duas décadas. No setor industrial, a restrição de água pode implicar no aumento dos custos de produção e até na perda da licença de operação. A gestão e a contínua redução do uso deste recurso, o desenvolvimento de novas metodologias e ferramentas para otimização bem como, a formação de parceria com a comunidade científica são soluções apontadas para que as indústrias diminuam estes problemas. A Rede de Tecnologias Limpas (Teclim) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) desenvolveu em projetos cooperativos com indústrias e instituições da região, uma Metodologia de Otimização Ambiental de Processos Industriais com foco na Produção Mais Limpa (P+L). Embora contemple uso de água e energia, neste trabalho será abordada apenas a questão da água. O objetivo é sistematizar a Metodologia Teclim que está atualmente definida em nove instrumentos: 1) formação de parceria universidade-indústria; 2) treinamentos em larga escala; 3) balanço hídrico com qualidade de informação e reconciliação de dados; 4) banco de ideias; 5) sistema de informações geográficas; 6) otimização das redes de transferência de massa; 7) análise da inserção da empresa no ciclo hídrico regional; 8) elaboração de projetos conceituais; e 9) auditoria de fontes de efluentes. É apresentada uma sequência de utilização, a relevância e principais dificuldades na aplicação de cada instrumento. Os principais resultados obtidos consistem na formação de cerca de 1700 profissionais da indústria em P+L; identificação de aproximadamente 500 ideias de racionalização do uso da água; apresentação e publicação de 90 artigos em revistas, congressos e demais eventos acadêmicos; identificação de ideias com potenciais estimados de economia de água em torno de 1400 t.h-1 e de redução de efluentes em pelo menos 500 t.h-1. Durante os projetos foram observados redução do consumo específico de água em 20% na empresa A, redução da geração específica de efluentes em mais de 40% na empresa B, redução do consumo específico de água potável em 42% na empresa C, e redução do custo de tratamento de efluentes em 20% na empresa F. Dentre as dificuldades encontradas estão a pouca disponibilidade de tempo dos operadores e engenheiros da indústria para o projeto; a falta de medição e calibração dos medidores de vazão existentes e a carência de material técnico detalhado. Exemplos da aplicação da Metodologia TECLIM a outros setores que façam uso de água como prédios públicos, prédios comerciais, residências e em um aeroporto são apresentados.

Palavras-chave: Metodologia Teclim. Produção Mais Limpa. Indústria. Água. Efluente. Uso racional de água.

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OLIVEIRA, Geiza Lima de. Methodology TECLIM for rational water use in industry: a proposal for systematization. 109 pp.ill. 2011. Master Dissertation - Programa de Pós- Graduação em Engenharia Industrial, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2011.

ABSTRACT

Water is considered a critical environmental factor for the next two decades. In the industrial sector, water restriction may result an increase of production costs and even loss of license to operate. Management and continuous reduction in resources use associated with development of new methodologies and tools for optimization, as well as formation of partnership with scientific community has been suggested as solutions for industries to mitigate these problems. The Clean Technology Network (TECLIM), Federal University of Bahia (UFBA) developed in partnership with industries and institutions in the region a Methodology for Environment Optimization of Industrial Process focused on Cleaner Production (CP). Although it contemplates the use of water and energy, this work will deal only with water. The purpose is to systematize Teclim Methodology which currently consists of nine instruments: 1) University-Industry partnership, 2) Large scale of training, 3) Water Balance with data quality information and Data Reconciliation, 4) Ideas Database, 5) Geographic Information System, 6) Optimization of Mass Exchange Networks, 7) Analysis of how the company is inserted in the regional hydrological cycle, 8) Preparation of conceptual design and 9) Audit of effluents sources. A sequence of use, relevance and major difficulties in applying each instrument are presented. The main results consist in the formation of some 1,700 industry professionals in CP; identification of about 500 ideas of rationalization of water use; presentation and publication of 90 articles in journals, conferences and other academic events; identification of ideas with potential estimated water savings of around 1400 t.h-1 of effluent reduction by at least 500 t.h-1. During the project were observed reduction of specific consumption of water by 20% in Company A; a specific reduction in the generation of effluents in more than 40% in Company B; a fall in fresh water consumption by 42% in Company C; and a decrease in the effluent treatment cost by 20% in Company F. Among other difficulties encountered are the limited time availability of the operators and industry engineers for the project, the lack of measurement and calibration of available flow meters and the lack of detailed technical material. Examples of application of the TECLIM methodology in other sectors that make use of water as public buildings, commercial buildings, homes and an airport are presented.

Keywords: Methodology TECLIM. Cleaner Production. Industry. Water. Effluent. Rationalization.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Diagrama esquemático da ordem de prioridade sugeridas pela Produção mais Limpa .................................................................................................................................................... 21 Figura 2 - Hierarquia das opções de gerenciamento ambiental ................................................. 22 Figura 3 - Etapas para o desenvolvimento de um plano de implementação de P2 ................ 24 Figura 4 - Áreas de abrangência da Ecologia Industrial .............................................................. 27 Figura 5 - Parceria Universidade-Indústria ..................................................................................... 38 Figura 6 - Quantidade de trabalhos acadêmicos referentes aos projetos com a indústria..... 43 Figura 7 - Quantidade de ideias cadastradas no Banco de Ideias ao longo do projeto .......... 47 Figura 8 - Balanço Global - Principais correntes de entrada e saída de água ......................... 48 Figura 9 - Atribuição de valores para a qualidade de informação (QI) das vazões consideradas no Balanço Hídrico .................................................................................................... 49 Figura 10 - Matriz de avaliação das ideias ..................................................................................... 55 Figura 11 - Rodadas de validação do Banco de Ideias. Oficinas de hierarquização das ideias, oportunidades e projetos conceituais concebidos. ........................................................... 56 Figura 12 - Resultado da avaliação de atratividade das ideias identificadas nos projetos .... 57 Figura 13 - Representação Espacial de um Sistema de Informações Geográficas (SIG) ...... 59 Figura 14 - Utilização dos nove instrumentos de acordo com as fases do projeto .................. 68 Figura 15 - Consumo específico de água na empresa A ............................................................. 72 Figura 16 - Queda verificada na produção de efluentes em m3 por tonelada de matéria prima utilizada, na empresa B, no início do projeto cooperativo com o TECLIM/UFBA. ................... 73 Figura 17 - Evolução da produção de efluentes na empresa B .................................................. 74 Figura 18 - Gráficos de controle (X barra, S) da (a) produção de petroquímicos (t/mês) e (b) efluentes orgânicos (m3.h-1). ............................................................................................................. 75 Figura 19 - Evolução do consumo de água e produção de efluentes na empresa C .............. 76 Figura 20 - Evolução do custo do tratamento de efluente orgânico da empresa F ................. 77

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Etapas para a P+L proposta pelo CNTL. ............................................................. 24 Tabela 2 - Etapas gerais das metodologias para implementação da P+L no Brasil ............. 25 Tabela 3 - Estratégias de otimização e instrumentos desenvolvidos .................................... 35 Tabela 4 - Relação de projetos do TECLIM na área de otimização ambiental com indústrias da Bahia .............................................................................................................................. 41 Tabela 5 - Lista de cursos oferecidos nos projetos além dos de P + L ................................. 46 Tabela 6 - Número de profissionais treinados em P+L até o momento ................................ 47 Tabela 7 - Valores utilizados na avaliação de Impacto Positivo e Investimento ................... 54 Tabela 8 - Ideias Geradas e Potencial de economia estimado ............................................. 56 Tabela 9 - Geração de projetos conceituais nas empresas .................................................. 66 Tabela 10 - Relevância e dificuldades na aplicação dos instrumentos desenvolvidos.......... 69 Tabela 11 - Diagnóstico da gestão da água na indústria, baseado na experiência do TECLIM ............................................................................................................................................ 78 Tabela 12 - Relação de projetos do TECLIM na área de otimização ambiental com setor comercial, público e residencial ........................................................................................... 79

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANA Agência Nacional das Águas

ANP Agência Nacional de Petróleo e Gás

BH Balanço Hídrico

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CETIND Centro de Tecnologia Industrial Pedro Ribeiro

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CNTL Centro Nacional de Tecnologias Limpas - SENAI

CRA Centro de Recursos Ambientais (atual INEMA – Instituto de Recursos Hídricos

e Meio Ambiente)

DFA Diagrama de Fontes de Água

FAPESB Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia

FEL Carregamento Frontal (Front-End Loading)

FEMEA Modo de falha e efeito (Failure Mode and Effect Analysis)

FINEP Financiadora de Estudos e Projetos

HAZOP Análise de Perigo e Operacionabilidade (Hazard and Operability Analysis)

INFRAERO Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária

MEN Rede de Transferência de Massa (Mass Exchange Network)

N número de correntes consideradas.

OECD Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (Organization

for economic Co-operation and Development)

ONU Organização das Nações Unidas

P+L Produção Mais Limpa

PL Produção Limpa

P2 Prevenção da Poluição

PEI Programa de Pós-Graduação em Engenharia Industrial

PMI Instituto de Gerenciamento de Projetos (Project Management Institute)

QI Qualidade da Informação atribuída ao valor da vazão (adimensional)

SAEB Secretaria da Administração do Estado da Bahia

SDCD Sistema Distribuído para Controle Digital

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SIG Sistema de Informações Geográficas

TECLIM Rede de Tecnologias Limpas e Minimização de Resíduos da Bahia

UFBA Universidade Federal da Bahia

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UNEP Programa Ambiental das Nações Unidas (United Nations Environment

Programme)

USEPA Agência Americana de Proteção Ambiental (United State Environmental

Protection Agency)

Vi valor de vazão da corrente i (kg.h-1)

VM vazões mapeadas (ou presumidas) referentes à corrente i (kg.h-1)

VR vazões reconciliadas referentes à corrente i (kg.h-1)

WBCSD Conselho Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (World Business

Council for Sustainable Development)

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SUMÁRIO Capítulo 1............................................................................................................................................. 14

Introdução ............................................................................................................................................ 14

1.1. Contextualização do tema e justificativa da pesquisa ...................................................... 14

1.2. Objetivos .................................................................................................................................. 17

1.2.1. Objetivos específicos ..................................................................................................... 18

1.3. Estrutura da dissertação........................................................................................................ 18

Capítulo 2............................................................................................................................................. 20

Referencial Teórico ............................................................................................................................ 20

2.1. Produção Mais Limpa (P+L) ..................................................................................................... 20

2.2. Ecologia industrial, Simbiose Industrial e Eco Parque Industrial ........................................ 25

2.3. Usos da água na indústria ......................................................................................................... 29

2.4. Dificuldade para a definição de consumos adequados ........................................................ 31

2.4.1. De referência (Benchmarking)....................................................................................... 31

2.4.2. Vazões internas ............................................................................................................... 32

2.5 Comentários parciais ................................................................................................................... 33

Capítulo 3............................................................................................................................................. 34

Metodologia Teclim para uso racional da água na indústria ....................................................... 34

3.1. Uma visão sistêmica .............................................................................................................. 34

3.2. Descrição da Metodologia utilizada ..................................................................................... 36

3.2.2 Instrumento 1: parceria universidade-indústria ............................................................ 38

Resultados atribuídos ao instrumento 1: parceria universidade-indústria .................. 42

3.2.2. Instrumento 2: Treinamentos ......................................................................................... 44

Resultados atribuídos aos treinamentos ............................................................................... 47

3.2.3. Instrumento 3: Balanço Hídrico (BH) e Reconciliação de Dados ............................ 48

Resultados atribuídos ao Balanço Hídrico e Reconciliação de Dados ......................... 51

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3.2.4. Instrumento 4: Banco de Ideias..................................................................................... 52

Resultados associados ao Banco de Ideias ......................................................................... 56

3.2.5. Instrumento 5: Sistema de Informação Geográfica (SIG) ......................................... 58

Resultados atribuídos ao SIG ................................................................................................... 60

3.2.6. Instrumento 6: Otimização das redes de transferência de massa ...................... 60

Resultados atribuídos às redes de transferência de massa ............................................ 62

3.2.7. Instrumento 7: Análise da inserção da empresa no ciclo hidrológico regional . 63

Resultados atribuídos à análise da empresa no ciclo hidrológico regional ................ 63

3.2.8. Instrumento 8: Elaboração de projetos conceituais de minimização do uso da água e geração de efluentes .................................................................................................... 65

Resultados atribuídos à elaboração de projetos conceituais .......................................... 65

3.2.9. Instrumento 9: Auditoria de fontes de alimentação de efluentes ........................ 66

Resultados atribuídos à auditoria de fontes ......................................................................... 67

3.3. Dificuldades, utilização e relevância da aplicação dos 09 (nove) instrumentos ........... 68

3.4. Comentários parciais ................................................................................................................. 71

Capítulo 4............................................................................................................................................. 72

Resultados ........................................................................................................................................... 72

4.1. Indústria ................................................................................................................................... 72

4.2. Exemplos de aplicação em outros projetos Teclim ........................................................... 79

4.3. Comentários Parciais ............................................................................................................. 81

Capítulo 5............................................................................................................................................. 82

Conclusões e Recomendações para trabalhos futuros ................................................................ 82

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 85

ANEXO I - Publicações associadas a dissertação ........................................................................ 99

ANEXO II - Demais publicações associadas aos projetos TECLIM ......................................... 100

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Capítulo 1

Introdução

Este capítulo aborda a necessidade de racionalização do uso da água diante

de sua escassez. Apresenta a posição da indústria frente ao uso da água e traz

algumas iniciativas para a preservação deste recurso, bem como possíveis impactos

que a disponibilidade de água pode ocasionar no setor industrial.

Os objetivos a serem alcançados com esta dissertação e a estrutura em que a

mesma está organizada são apresentados.

1.1. Contextualização do tema e justificativa da pesquisa

O Programa Ambiental das Nações Unidas (Unep, 2010) aponta que

aproximadamente um terço da população mundial vive em países sob médio ou alto

estresse hídrico. Com o crescimento populacional, o desenvolvimento industrial e a

expansão da agricultura projetada para as próximas duas décadas, a demanda de

água tende a subir a níveis tão elevados que fornecê-la para a subsistência humana

será uma tarefa difícil.

O termo Estresse Hídrico é usado para denominar situações onde não há água

suficiente para todos os usos seja industrial, agrícola ou doméstico. Esta situação de

estresse na disponibilidade hídrica é provocada geralmente pela extração excessiva

das águas de superfície e dos aqüíferos subterrâneos, pela poluição dos recursos de

água doce bem como pelo uso ineficiente deste recurso (ANA e CEBDS, 2006).

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD,

2010) estima que até o ano de 2030 quarenta e sete por cento (47%) da população

mundial estará vivendo em áreas de estresse hídrico e a meta de desenvolvimento

para o milênio em relação à água e saneamento (meta sete) não será atingida. A

água aparece ainda na estimativa da OECD como um dos quatro fatores ambientais

mais críticos das próximas duas décadas.

Apesar de o Brasil viver em uma situação hídrica confortável como um todo, o

balanço entre disponibilidade e demanda em algumas bacias já é muito crítico1a

1 A situação muito crítica equivale a um quociente de retirada total anual e vazão média de longo período superior a 40% conforme o índice de retirada de água (water exploitation index).

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exemplo da região Atlântico Nordeste Oriental, Atlântico Leste e boa parte dos rios

localizados na região semiárida da bacia do São Francisco. Esta discrepância entre

a situação do país e a de regiões hidrográficas isoladas deve-se, principalmente,

pela distribuição irregular dos recursos hídricos e da população, existindo regiões

com alta demanda e baixa disponibilidade (ANA, 2009). Levantamento recente da

Agência Nacional das Águas (ANA) aponta que os municípios responsáveis por mais

de 70% da demanda de água no Brasil precisam investir 22,2 bilhões de reais até o

ano de 2015, para garantirem o abastecimento de água até o ano de 2025. As

regiões nordeste e sudeste demandam 74% destes investimentos, justamente pela

ocorrência dos aglomerados urbanos e do semiárido (ANA, 2011b). Aliado à poluição dos corpos hídricos decorrentes da ação antrópica e do

crescimento desordenado principalmente por parte dos países em desenvolvimento,

fatores como o aquecimento global e mudanças climáticas têm interferido

notadamente no ciclo da água. O desenvolvimento sustentável com seu conceito de

atendimento às necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade

das gerações futuras de atenderem às suas necessidades coloca o foco não apenas

na redução do consumo, mas também no uso racional dos recursos naturais

(FURTADO, 2005). Estes fatores deveriam estimular ainda mais a busca de

soluções e o entendimento do efeito que essas mudanças podem representar em

longo prazo.

No Brasil, a cobrança pelo uso da água prevista na Lei 9433/97 (Lei das

Águas) está implantada em 19 bacias sendo 3 em domínio da União. O objetivo da

cobrança é estimular o uso racional da água mostrando que ela é um recurso finito e

dotado de valor econômico; incentivando práticas de reúso, minimização do

consumo e eficiência dos processos; reinvestindo os montantes arrecadados na

recuperação e preservação dos mananciais da própria bacia (ANA, 2011a).

Na Bahia, a Nova Lei das Águas (Lei 11 612/09) fornece como diretrizes da

política estadual de recursos hídricos, a utilização racional das águas superficiais e

subterrâneas e a promoção de tecnologias eco sustentáveis (BAHIA, 2009, Art.4°).

Em se tratando do uso da água pelas indústrias, estima-se que o setor

industrial seja responsável por 25% do consumo de água no mundo (METCALF e

EDDY, 2003). No Brasil, 18% são destinados a este uso (ANA, 2009).

No geral, os processos industriais consomem grandes quantidades de água e

acabam por descartar grande volume de efluentes contaminados, gerando resíduos

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muitas vezes perigosos e de difícil tratamento, contribuindo para a contaminação e

degradação de ecossistemas (FONTANA e outros, 2005). As indústrias que,

principalmente demandem em seus processos quantidades significativas de água,

passarão a ter aumento dos custos com a captação da água e o tratamento de

efluentes, comprometendo sua competitividade ou mesmo sobrevivência.

O Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável indica

implicações claras que a restrição da água pode ocasionar na indústria (WBCSD,

2010):

• Perda da licença para operar: se o uso de água pela empresa competir

com o atendimento às necessidades básicas da comunidade vizinha.

• Aumento do custo de produção: pela instabilidade no fornecimento,

diminuição da disponibilidade e declínio da qualidade da água, que

aumentará o custo de tratamento.

• Pressão regulamentar e das comunidades: disputa pelo uso da água

considerada por muitos como um direito fundamental do ser humano.

• Alteração na saúde dos trabalhadores e na estabilidade dos mercados

consumidores: as empresas preferem operar em locais onde seus clientes

e funcionários não estejam expostos a risco de fome, falta de água potável,

saneamento, dentre outros.

Desta forma, as indústrias devem mudar de comportamento frente ao uso da

água através da adoção de programas bem como o desenvolvimento de novas

metodologias e ferramentas para otimização do uso deste recurso (ULSON DE

SOUZA e outros, 2009; OLIVER e outros, 2008). No Brasil, a ANA aponta as

seguintes soluções para a indústria diminuir os problemas relativos à água (ANA e

CEBDS, 2006):

Melhorar seus próprios processos internos através de:

• Medição e monitoramento do uso da água para que a indústria

compreenda sua responsabilidade pelo uso da água dentro e fora de suas

instalações.

• Contínua redução do consumo de água para cada unidade de produção

através da reciclagem e do reúso de água, da redução de materiais tóxicos

e contaminantes nas operações que usem água.

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• Estímulo aos fornecedores e clientes ao longo de toda a cadeia de

suprimentos a adotarem melhores práticas de gestão dos recursos hídricos

apoiando principalmente pequenas e médias empresas nesta gestão.

• Inovação por meio da pesquisa de novas tecnologias mais eficientes para o

tratamento da água.

Formar parcerias com:

• Municipalidades na região onde a indústria atua de forma a desenvolver

opções mais baratas de fornecimento de água e saneamento.

• Grupos não-governamentais para encorajar a melhoria e preservação dos

recursos hídricos.

• A comunidade científica para a conscientização quanto ao uso e gestão

dos recursos hídricos e desenvolvimento de tecnologias que melhor

aproveitem o ciclo da água.

Contudo, transformar essas orientações genéricas em ações e procedimentos

é uma tarefa complexa e que requer o desenvolvimento de metodologias adequadas

ao tipo de atividade e cultura dos envolvidos.

Neste contexto, a metodologia desenvolvida pela Rede de Tecnologias Limpas

(Teclim) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) para uso racional de água em

plantas industriais será apresentada como um conjunto de ações e técnicas

aplicáveis aos processos consumidores de água ou geradores de efluentes aquosos,

que resultam na redução do consumo da água mesmo sem grandes investimentos

ou mudanças tecnológicas. A descrição da metodologia, dos conceitos e resultados obtidos que serão aqui

apresentados foram parcialmente publicados em Kiperstok e outros (2003, 2006,

2008b e 2011a) e em Oliveira e outros (2010b) ou estão em fase de publicação em

Kiperstok e outros (2011b) e Oliveira e outros (2011).

1.2. Objetivos

Sistematizar em um trabalho acadêmico os diversos instrumentos utilizados no

âmbito do uso racional da água em plantas industriais, apresentando os seus

fundamentos conceituais e os principais resultados obtidos com a aplicação da

Metodologia Teclim, desenvolvida ao longo do intercâmbio de teoria e prática entre a

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Rede de Tecnologias Limpas (Teclim) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em

parceria com indústrias da região.

A criação da Metodologia Teclim para uso racional da água em plantas

industriais se valeu da pesquisa-ação aplicada em diversas plantas industriais e teve

financiamento de empresas (Braskem, Caraíba Metais, Deten, Lyondell, Petrobras

Fafen/BA, Petrobras RLAM/BA, Petrobras Distribuidora), agências reguladoras

(ANP, ANA) e instituições de fomento a pesquisa (FINEP, CAPES, CNPq, FAPESB).

O atendimento às metas dos projetos cooperativos de pesquisa levou ao

desenvolvimento da metodologia com pouco referencial conceitual e sem uma

formalização da mesma, lacuna que será dirimida com essa dissertação.

A sistematização da metodologia desenvolvida implica na explicação do

embasamento teórico que lhe deu origem, descrevendo os instrumentos

desenvolvidos e apresentando os principais resultados atingidos nos projetos com a

indústria, para que os mesmos possam ser mais amplamente discutidos, criticados e

utilizados dentro e fora do Teclim, por outros grupos, empresas e consultores.

1.2.1. Objetivos específicos

Compilar em um trabalho acadêmico uma metodologia desenvolvida para o

uso racional da água em plantas industriais.

Discutir os ganhos ambientais em termos da redução do consumo de água

e da geração de efluentes obtidos por meio da Metodologia Teclim.

Avaliar um modelo de Produção Mais Limpa no ambiente industrial.

1.3. Estrutura da dissertação

No Capítulo 1 é apresentada a contextualização do objeto da pesquisa, as

justificativas e os objetivos do trabalho.

No Capítulo 2 é desenvolvido o referencial teórico no que diz respeito aos

conceitos da Produção Mais Limpa e as metodologias desenvolvidas para sua

implementação. Em seguida, serão revisados os conceitos de Ecologia Industrial,

Simbiose Industrial e Eco parques Industriais os quais orientam a identificação de

oportunidades de otimização ambiental nos projetos Teclim.

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Uma revisão sobre o uso da água na indústria; sobre a dificuldade de obtenção

de valores de referência para o consumo de água; bem como de dados de vazões

internas é elaborada no sentido de contextualizar o trabalho em sua relevância e

dificuldades encontradas.

O Capítulo 3 inicia-se com uma contextualização e descrição da Metodologia

Teclim e segue com a apresentação dos nove instrumentos utilizados bem como os

principais resultados obtidos com cada um deles. Para cada instrumento

desenvolvido, a importância da utilização e as maiores dificuldades encontradas na

sua implementação, identificada com base na experiência do Teclim, são

apresentadas. Procura-se elaborar um sentido de utilização dos instrumentos, não

apenas uma ordem única, mas principalmente a intensidade de utilização de cada

instrumento de acordo com a maturidade de cada projeto.

No Capítulo 4, resultados gerais obtidos nos projetos com a indústria são

acrescentados, assim como exemplos de aplicação da Metodologia Teclim em

outros setores que fazem uso de água. Os projetos desenvolvidos nestes setores

são brevemente apresentados.

Por fim, o Capítulo 5traz as conclusões a cerca da Metodologia Teclim e as

recomendações para trabalhos futuros. Em anexo, uma lista de publicações

apresenta os trabalhos desenvolvidos relacionados a dissertação.

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Capítulo 2

Referencial Teórico

Este capítulo traz a revisão dos conceitos que orientaram os projetos do

Teclim, apresenta e discute metodologias propostas para programas com foco na

Produção Mais Limpa. Faz uma abordagem dos usos da água na indústria e da

dificuldade de obtenção de valores de referência e de vazões internas.

2.1. Produção Mais Limpa (P+L)

Prevenção da Poluição (PP ou P2), Produção Limpa (PL) e Produção Mais

Limpa (P+L) são alguns termos usados para falar da redução de perdas na fonte.

Diversos trabalhos tratam da discussão das semelhanças e diferenças entre esses

conceitos (Oldenburg e Geiser, 1997; Marinho, 2001; Tanimoto, 2004). Para o

Teclim, o conceito adotado é o de P+L, a qual é entendida como um meio de

prevenir a poluição e aumentar continuamente a eficiência ecológica.

O termo Prevenção da Poluição (PP), de acordo com a Agência Americana de

Proteção Ambiental (Usepa, 1990), significa a redução ou eliminação de perdas de

produtos na fonte geradora de desperdício através da modificação de processos,

promoção do uso de substâncias não tóxicas ou menos tóxicas, implementação de

técnicas de conservação e reúso de materiais antes de lançá-los como efluente.

A Produção Mais Limpa significa redução ou eliminação da geração de

poluentes através:

Do aumento da eficiência no uso de matérias-primas, energia, água dentre

outros recursos;

E da proteção dos recursos naturais através da sua conservação.

A redução na fonte pode ser entendida como qualquer prática que:

Reduza a quantidade de substâncias perigosas, poluentes ou contaminantes

a serem lançadas no meio ambiente como resíduo, efluente, ou de outra

forma, antes de adotar processos de reciclagem, tratamento ou descarte;

Reduza o risco à saúde pública e ao meio ambiente associados à emissão de

tais substâncias, poluentes ou contaminantes.

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O ministério de meio ambiente Canadense define a P+L também como a

utilização de práticas que reduzam o risco global à saúde humana ou ao meio

ambiente. O objetivo, portanto da P+L é evitar que os poluentes sejam gerados ao

invés de tentar gerenciá-los uma vez que eles já tenham sido criados (WOLNIK,

2006).

Os fatores que contribuem para a adoção de programas de P+L são: legislação

mais exigente com relação à preservação dos recursos naturais; benefícios

financeiros; pressão dos consumidores; contribuição para a competitividade;

compromisso com a responsabilidade ambiental como valores da companhia;

redução dos riscos e custos; melhoria da imagem; benefícios ao ambiente e à saúde

pública (MARINHO, 2001).

Além dos conceitos da P+L, a metodologia que será apresentada baseia-se

nas estratégias de otimização descritas por LaGrega e outros (1994) baseadas no

programa de minimização de resíduos da Usepa (1988), conforme Figura 1:

CONTROLE NA FONTE

BOAS PRÁTICAS OPERACIONAIS

Retorno ao processo original;

Substituito de matéria-prima para outro processo

Processamento para recuperação de

material; Processamento

como sub-produto

DISPOSIÇÃO FINAL

INCINERAÇÃO

RECUPERAÇÃO DE ENERGIA OU MATERIAL

BOLSA DE RESÍDUOS

SEPARAÇÃO E CONCENTRAÇÃO DE

RESÍDUOS

Purificação de materiais; Substituição de materiais

Mudanças no processo; Mudanças no equipamento,

tubulação ou layout; Maior automação;

Mudanças nas condições operacionais

Procedimentos apropriados; Prevenção de perdas; Práticas Gerenciais;

Segregação de correntes de resíduos; Melhorias no manuseio dos materiais;

Programação da produção

MUDANÇAS NA TECNOLOGIAMUDANÇAS NOS INSUMOS

RECUPERAÇÃOREGENERAÇÃO E REÚSO

RECICLAGEM INTERNA TRATAMENTO DE RESÍDUOS

Substituição ;Conservação;

Alteração na composição

MUDANÇAS NO PRODUTO

REDUÇÃO NA FONTE

PRIMEIRO NO FIM

ALTAMENTE POUCO

TÉCNICAS PARA REDUÇÃO DA POLUIÇÃOORDEM DE APLICAÇÃO

DESEJÁVEL DO PONTO DE VISTA AMBIENTAL

Prevenção Fim de tubo Figura 1 - Diagrama esquemático da ordem de prioridade sugeridas pela Produção mais Limpa

Fonte: Baseado em LaGrega e outros, (1994) adaptado de Kiperstok e outros, (2002).

De acordo com a Figura 1, as técnicas de prevenção devem ser priorizadas e

são mais desejáveis do ponto de vista ambiental por tratarem de redução na fonte,

minimização da criação de poluentes e minimização de perdas. Técnicas de Fim de

Tubo representam as últimas alternativas a serem adotadas para redução da

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poluição e são consideradas menos desejadas do ponto de vista ambiental, pois

tratam apenas da disposição e destino adequado dos resíduos, depois que estes já

foram gerados.

A Figura 2 apresenta uma hierarquia das opções de gerenciamento ambiental.

Da mesma forma que a Figura 1, as técnicas de prevenção devem ser priorizadas

em relação às de fim de tubo. À medida que as técnicas fim de tubo tentam apenas

dar um destino para os resíduos e materiais produzidos, as técnicas de prevenção

buscam evitar que perdas e poluição desnecessárias sejam geradas buscando

mudanças na operação, nos processos produtivos.

Disposição de resíduos

Tratamento

Reciclagem

Modificação do processo

Melhoria na Operação

Consumo Sustentável

Ecologia Industrial

Modificação no produto

Medidas Fim de Tubo

Prevenção da Poluição

Produção Limpa

Figura 2 - Hierarquia das opções de gerenciamento ambiental Fonte: Adaptado de Marinho e Kiperstok, 2001

Como opções mais completas e complexas na hierarquia das opções de

gerenciamento ambiental, Figura 2, a modificação no próprio produto é pensada de

forma a otimizar todo o processo produtivo. A Ecologia Industrial será revisada e

discutida na Seção 2.2. A opção de gerenciamento mais elevada é o consumo

sustentável, o qual requer uma mudança de cultura e até mesmo estilo de vida das

populações, o que implica em negociações com o mercado consumidor por produtos

que causem o menor impacto ao meio ambiente durante seu ciclo de vida

(MARINHO E KIPERSTOK, 2001).

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A evolução dos programas de P+L nos Estados Unidos (EUA) atualmente é

diferente da vivenciada na década de 90. Muitos perderam seus financiamentos e

outros se fundiram a outros programas. Foram identificados três grandes desafios

que a P+L enfrenta nos EUA (MILLER e outros, 2008):

1. Declínio do apoio do setor público;

2. Prioridades competitivas no negócio;

3. Documentação do progresso da P+L.

Nos projetos do Teclim a serem apresentados, no que se refere ao apoio do

setor público, novas linhas de financiamento de projetos desta natureza tem surgido

a cada ano, a exemplo dos de Petróleo - CTPetro, Recursos Hídricos - CTHidro e

interação Universidade-Empresa – Fundo Verde Amarelo (Kiperstok e outros,

2008a), o que tem permitido a continuidade de projetos com a indústria. Ainda assim

existe dificuldade de tratar do uso da água dentro das empresas onde a questão da

água, com as devidas exceções, não é uma prioridade. Em relação à documentação

do progresso da P+L, o Teclim vem buscando divulgar resultados dos projetos bem

como a metodologia que será apresentada neste trabalho para despertar e

incentivar as indústrias a se engajarem na implementação de programas de P+L.

A combinação do programa de P+L com outra ferramenta como o Seis Sigma

já tem sido sugerida como uma forma de aumentar o desempenho dos programas

(Calia e outros, 2009).

Alguns trabalhos encontrados na literatura descrevem resultados obtidos com

programas de prevenção da poluição como em Portugal (Peneda e Frazão, 1995),

na Holanda (Brujin e outros, 1996), no Canadá (Wolnik, 2006), na Noruega

(Kjaerheim, 2005) e nos Estados Unidos (Miller e outros, 2008).

Entretanto, pelo levantamento bibliográfico efetuado ainda existe uma carência

muito grande no âmbito mundial referente às publicações contemplando a coleta e

validação de dados experimentais relativo ao uso, reúso ou reciclo de água em

plantas industriais. Conforme relatado em Cagno e outros, (2005), a escassez de

técnicas sistemáticas e ferramentas têm colocado a adoção da abordagem P+L

pelas empresas ainda em uma fase inicial como projetos-piloto e projetos empíricos,

não estando, portanto, integrado completamente ao processo de gestão dessas

empresas.

Ao passo que muitas técnicas e metodologias para implementação de

programas de P+L são descritas na literatura e diversos estudos de caso tratam da

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Estabelecer metas de P2

Obter o compromisso da gestão

Estabelecer uma equipe de P2

Desenvolver uma linha de base

Realizar avaliações de oportunidades de P2

Desenvolver critérios e classificar atividades e oportunidades

Realizar uma análise da gestão

Etapa 1

Etapa 2

Etapa 3

Etapa 4

Etapa 5

Etapa 6

Etapa 7

questão do uso da água na indústria, existe uma lacuna no que diz respeito a uma

metodologia detalhada e testada para uso racional da água na indústria.

No periódico de maior destaque na área, o Journal of Cleaner Production,

desde 1995 até fevereiro de 2011 não há registro algum de artigo que apresente

uma metodologia de abrangência semelhante à aqui discutida. Diversos estudos de

casos, entretanto utilizam uma ou mais ferramentas semelhantes e instrumentos que

compõem a Metodologia Teclim. Para efeito de comparação e validação, segue-se

com a análise de metodologias usadas para implementação de um programa de

P+L.

De acordo com Furtado (2008), diferentes metodologias são adotadas no Brasil

para implementar programas de P+L como as do Centro Nacional de Tecnologias

Limpas do Rio Grande do Sul (CNTL - RS), consultorias remuneradas e a própria

metodologia do Teclim desenvolvida com base em recomendações da Unep e

experiência própria. A Figura 3 apresenta as etapas para implementação de um

programa de P+L de acordo com a Usepa e, a Tabela 1 apresenta etapas da

metodologia proposta pelo Centro Nacional de Tecnologias Limpas - SENAI (CNTL)

para implementação de P+L.

Figura 3 - Etapas para o desenvolvimento de um plano de

implementação de P2 Fonte: USEPA (1999)

Tabela 1 - Etapas para a P+L proposta pelo CNTL.

Tarefa DescriçãoEtapa 1 Planejamento e Organização

Passo 1 Obter compromisso e envolvimento da alta direçãoPasso 2 Estabelecer a equipe do projetoPasso 3 Estabelecer a abrangência da P+LPasso 4 Identificar barreiras e soluções

Etapa 2 Pré-avaliação e diagnósticoPasso 5 Desenvolver o fluxograma do processoPasso 6 Avaliar as entradas e saídasPasso 7 Selecionar o foco da avaliação da P+L

Etapa 3 Avaliação de P+LPasso 8 Organizar um balanço material e de energiaPasso 9 Conduzir uma avaliação de P+L

Passo 10 Gerar opções de P+LPasso 11 Selecionar opções de P+L

Etapa 4 Estudos de viabilidade técnica, econômica e ambientalPasso 12 Avaliação preliminarPasso 13 Avaliação técnicaPasso 14 Avaliação econômicaPasso 15 Avaliação AmbientalPasso 16 Selecionar as opções a serem implementadas

Etapa 5 Implementação de opções e plano de continuidadePasso 17 Prepara plano de implementação de P+LPasso 18 Implementar as opções de P+LPasso 19 Monitorar e avaliarPasso 20 Sustentar atividades de P+L

Fonte: Adaptado de CNTL (2011)

Observa-se nestas propostas (Figura 3 e Tabela 1) a necessidade de obtenção

do compromisso da gestão como fator determinante na implementação dos projetos.

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25 Fatores como estabelecimento de equipes (ou ecotimes), identificação e

implementação de oportunidades e avaliação do programa também são etapas

comuns. Furtado (2008) apresenta os passos para uma metodologia de P+L, Tabela

2. Tabela 2 - Etapas gerais das metodologias para implementação da P+L no Brasil

Planejamento Diagnóstico Sensibilização e comprometimento da equipe envolvida Elaboração do fluxograma ou diagrama de bloco envolvendo:

o Matérias-prima e insumos o Consumo de energia e água o Produtos o Resíduos e emissões

Identificação de fontes geradoras e, em muitos casos de modo bastante detalhado, problemas específicos.

Identificação de oportunidade de P+L Identificação de técnicas ou de práticas apropriadas Proposta de opções para correção envolvendo:

o Aferição de balanço de materiais o Avaliação de viabilidade técnica de custos e benefícios o Identificação de barreiras o Definição de indicadores de desempenho o Monitoramento e avaliação

Fonte: Furtado 2008

De acordo com a Usepa (1999), a implementação de um programa de

eficiência de água na indústria pode diminuir custos operacionais. Economizar água

também significa reduzir os custos de energia elétrica, gases, produtos químicos e

descarte de águas residuais. É uma iniciativa que adiciona valor à indústria como a

responsabilidade social, podendo interferir na escolha de um consumidor por

determinado produto e ser um fator decisivo na competitividade entre indústrias do

mesmo segmento (FIESP, 2004).

2.2. Ecologia industrial, Simbiose Industrial e Eco Parque Industrial

De acordo com Graedel e Allenby (1995 apud Oldenburg e Geiser, 1997), a

Ecologia Industrial pode ser definida como:

... o meio pelo qual a humanidade pode deliberada e racionalmente abordar e manter uma capacidade de carga desejável, dada a continuidade econômica, cultural e evolução tecnológica. O conceito requer que um sistema industrial seja visto não isoladamente dos sistemas vizinhos, mas em conjunto com eles. É uma visão sistêmica em que procura-se otimizar o ciclo total de materiais a partir de material virgem, para: material acabado, componente, produto, produtos obsoletos, e eliminação final. Fatores a serem otimizados incluem recursos, energia e capital.

O objetivo da Ecologia Industrial é entender melhor como tornar a preocupação

ambiental um fator relevante nas atividades econômicas (White, 1994). A Ecologia

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26 Industrial parte do entendimento de como funcionam os sistemas industriais, como

são regulados e como interagem com a biosfera para em seguida determinar como

os sistemas industriais podem ser reestruturados de forma a torná-los compatíveis

com a forma que os ecossistemas naturais funcionam (ERKMAN, 1997).

A Ecologia Industrial propõe uma visão integrada do setor produtivo, e deste

com o meio ambiente como caminho para otimização dos recursos naturais onde

todas as inter-relações da organização social e econômica, e da organização

econômica com a natureza, devem ser consideradas para identificar novos arranjos

que conduzam a essa otimização (MARINHO, 2001).

Para Lowe e Evans (1995), esta visão implica em uma série de princípios:

1. Todas as operações industriais (pública, privada, serviços e infraestrutura)

são consideradas sistemas naturais, portanto devem funcionar como tal

dentro das limitações dos seus ecossistemas e biosfera.

2. A dinâmica e princípios dos ecossistemas oferecem uma fonte de

orientação poderosa no projeto e gerenciamento de sistemas industriais.

3. Atingir alta eficiência energética e material na produção, uso, reciclagem e

serviços, irá garantir vantagem competitiva e benefícios econômicos.

4. A última fonte de valor econômico é a viabilidade do planeta e seus

ecossistemas locais a longo prazo sem os quais o sucesso do negócio

atual não tem sentido.

Oldenburg e Geiser (1997) demonstram as semelhanças e diferenças entre a

Produção Mais Limpa e a Ecologia Industrial. No Teclim, trabalhos como os de

Marinho (2001) e Tanimoto (2004) também discutem esses dois conceitos. Alguns

autores consideram a P+L e a Ecologia Industrial como abordagens antagônicas.

Para o Teclim, entretanto, estas opções de gerenciamento ambiental são vistas

como complementares (Marinho e Kiperstok, 2001). Enquanto que as duas ideias,

tentam resolver problemas semelhantes através da mudança da relação entre as

atividades econômicas e o meio ambiente, cada uma apresenta abordagens

diferentes para essas mudanças.

Principalmente no que diz respeito ao foco da redução na fonte e na

priorização de esforços dentro dos processos, ou seja, dentro do limite de bateria de

uma unidade industrial, como trata a P+L. Por outro lado, a Ecologia Industrial

considera as formas possíveis de otimização do consumo de energia e materiais

pela eficientização do uso através de sistemas integrados onde os resíduos ou

subprodutos de um processo possam servir de matéria-prima para outro, ou seja,

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27 entre os limites de bateria de uma unidade industrial (MARINHO E KIPERSTOK,

2001). A Figura 4 sintetiza os diferentes níveis de ações da Ecologia Industrial

dentro das empresas, entre empresas ou em escala regional (TANIMOTO,2004).

Ecologia Industrial

Dentro da empresa Entre empresas Regional/ Global

- Prevenção da Poluição - Produção Limpa - Produção Mais Limpa - Projeto para o Meio

Ambiente - Contabilidade Verde - Química Verde

- Análise de Ciclo de Vida - Atuação Responsável - Simbiose Industrial - Eco-Parque Industrial - Logística Reversa

- Análise de fluxo de massa/ substância

- Análise de fluxo de energia - Planejamento estratégico/

Institucional - Plano de desenvolvimento

regional

Figura 4 - Áreas de abrangência da Ecologia Industrial Fonte: Tanimoto, 2004, adaptado de Chertow, 2000 e Lowe, 2001

Observa-se na Figura 4 a P+L como um instrumento de abordagem da

Ecologia Industrial dentro das empresas. As abordagens de Simbiose Industrial e

Eco Parque Industrial, utilizadas entre empresas serão descritas em seguida. Os

demais conceitos podem ser consultados na fonte da Figura 4.

A Ecologia Industrial serve de base para a avaliação do uso da água nos

projetos do Teclim, principalmente no que diz respeito ao reúso ou reciclagem entre

fábricas. Embora apresentado como um degrau mais elevado, com maiores

dificuldades para ser implementada devido a aspectos culturais (mudança do

conceito de efluente para subproduto), jurídicos (quando as fábricas pertencem a

diferentes proprietários), econômicos (distância e obstáculos para transportar a

corrente aquosa da origem ao destino), ou técnicos (a corrente residual deve ser

especificada para que possa ser utilizada por outra unidade fabril); nas opções de

gerenciamento ambiental da Figura 2, a Ecologia Industrial deve ser perseguida.

A Simbiose Industrial é um conceito chave da Ecologia Industrial que estuda os

fluxos físicos de materiais e energia em um sistema industrial local utilizando a

abordagem de sistemas (Lowe e Evans, 1995). Portanto, a Simbiose Industrial é

uma das ferramentas da Ecologia Industrial, aplicada entre empresas, e focada na

transformação de resíduos não evitáveis oriundos de uma empresa, em matéria-

prima para outra.

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28

Esta transformação proporciona aumento da competitividade ao longo da

cadeia de suprimentos através da redução dos custos de produção (Yuan e Shi,

2009). Além disso, o fluxo de materiais passa de linear para um ciclo fechado, o que

significa aumento da produtividade dos recursos e ecoeficiência dos processos de

produção e consumo.

A Simbiose Industrial enquanto conceito da Ecologia Industrial também

defende que as indústrias estejam organizadas ao longo de um modelo de

ecossistema olhando ao mesmo tempo para o meio ambiente e para a economia. As

unidades fabris que entram em Simbiose Industrial se esforçam, através de uma

ação coletiva, para obter vantagens competitivas oriundas da troca física de

materiais, energia, água e subprodutos (CHERTOW, 2000).

A Simbiose Industrial algumas vezes é denominada de Eco Parque industrial

(Sokka e outros, 2009). Os Eco parques Industriais representam um caminho prático

para aplicar o conceito de Simbiose Industrial através do gerenciamento cooperativo

dos fluxos de recursos de indústrias geograficamente aglomeradas (ZHANG e

outros, 2010).

Kalundborg, na Dinamarca, está muito além de um Eco Parque Industrial , é

um exemplo clássico de que a indústria pode coexistir com a natureza de uma forma

mais benigna. Este Eco Parque não foi explicitamente projetado para demonstrar os

benefícios da Simbiose Industrial; foi uma resposta à escassez de águas

subterrâneas que motivou muitos dos parceiros (Adamides e Mouzakitis, 2009).

Gradualmente os gestores e moradores da cidade perceberam que estavam

gerando poderosos benefícios ambientais (Lowe e Evans, 1995). Parte dos

resultados obtidos atribui-se ao número reduzido de empresa e participantes (Coté e

Smolenaars, 1997).

Outros exemplos típicos são Burniside (Canadá), o ecossistema industrial no

porto de Roterdam (Netherlands) e o complexo petroquímico de Houston (EUA)

(Koppen e Mol, 2002).

Na Bahia destaca-se a proposta de aplicação da Simbiose Industrial para

minimizar os resíduos sólidos no Polo Petroquímico de Camaçari/BA, onde foram

analisados os tipos e quantidades de resíduos do referido Polo avaliando como

poderiam ser aproveitados interna ou externamente. Além disso, foram discutidos os

pontos legais que favoreciam ou dificultavam a implantação da Simbiose Industrial e

feitas as devidas recomendações (TANIMOTO, 2004).

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29

Nos Eco Parques industriais se dá a aplicação mais imediata do conceito

ecológico de teias alimentares que consiste na criação ou reestruturação de zonas

industriais onde, resíduos e subprodutos de uma empresa são usados como recurso

por outra empresa (ERKMAN, 1997).

Esta visão holística das operações industriais conforme proposto pela Simbiose

Industrial é que permite analisar oportunidades de uso racional da água inter

empresas, eliminando o conceito de resíduo e prolongando o aproveitamento

durante o ciclo de vida dos materiais.

Embora a implantação de um Eco Parque exija integrações muito maiores,

seus conceitos possibilitam à indústria a identificação de oportunidades além de

seus limites de bateria; esta visão também norteia o levantamento de oportunidades

na Metodologia Teclim a ser apresentada.

2.3. Usos da água na indústria

“Seja por sua propriedade de solvente universal ou por sua

capacidade de trocas térmicas, a água apresenta papel fundamental

em praticamente todos os processos industriais [..]” (TELES e

COSTA, 2007).

O uso de água é um fator crítico em diversos setores industriais. Trabalhos de

otimização do uso deste recurso são relatados nos mais diversos segmentos como

indústria de bebidas, alimentos, têxtil, mineradoras, abatedouros, metalúrgica,

química, petroquímica e refinarias (TIAN; MATSUMARA E MIERZWA; TEWARI e

outros, SAHA e outros, 2008, 2008, 2009, 2005).

Em geral, a qualidade e a quantidade de água utilizada para fins industriais,

dependem do ramo industrial e da sua produção. Uma mesma indústria pode utilizar

água em diferentes padrões físicos, químicos ou biológicos. De acordo com Mierzwa

e Hespanhol (2005), a água pode ser requerida na indústria para os usos como

matéria-prima, fluido auxiliar, para geração de energia, como fluido de aquecimento

ou resfriamento e para o transporte e assimilação de contaminantes.

A depender do tipo de impureza na água disponível, decorrem modificações de

suas propriedades. A qualificação da água para ser utilizada em outro setor será

feita sob o prisma econômico onde deverão ser considerados os benefícios, a

manutenção necessária, a segurança da utilização desta água bem como o custo

para sua purificação (TELES e COSTA, 2007). Estes autores destacam os principais

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30 consumos de água na indústria como: matéria-prima, solvente, reagente, lavagem

de gases e sólidos, transmissão de calor, agente de resfriamento.

Kiperstok e outros, (2011a) sintetizam os usos da água em dois grandes grupos:

• Transferência de energia: seja para resfriamento quanto para aquecimento

é a função que mais consome água em boa parte das indústrias. A exemplo

das torres de resfriamento, trocadores de calor, camisa de reatores, torres de

flash. Usada também para aquecer materiais e equipamentos, e acionar

turbinas.

• Transferência de massa: usada para arraste de materiais em lavagens e

descargas de resíduos, serve como solvente em processos de separação e

diluidor de compostos de forma a favorecer reações químicas.

Além desses usos, a água também é utilizada na indústria como matéria-prima,

para testes hidrostáticos, combate a incêndios, paisagismo, usos sanitários, limpeza

e na preparação de alimentos.

Os sistemas de resfriamento são responsáveis por grande parte da perda de

água na indústria devido à evaporação, falta de manutenção nas torres de

resfriamento, e a forma de operar em sistemas aberto. Estes sistemas tem recebido

especial atenção nos projetos Teclim.

Desperdícios são comumente observados devido à ocorrência de vazamento

de água pelo selo das bombas, lançamento inadequado de água para canaletas,

furos em tubulações e vazamento em equipamentos. Os procedimentos de parada e

partida das unidades industriais para manutenção são responsáveis também por

perda e desperdício de água e aumento da geração de efluentes devido à purga de

equipamentos, realização de testes hidrostáticos, hidrojateamento de linhas e

equipamentos e serviços de soldagem. O uso racional de água nas paradas e

partidas de unidades industriais não faz parte do escopo atual da Metodologia

Teclim, portanto é uma linha de pesquisa que precisa ser explorada.

Algumas práticas dentro da empresa consideradas anormais acabam

promovendo uso desnecessário ou em excesso de água, contribuindo também para

o aumento do volume e da contaminação dos efluentes como, por exemplo: a

diluição de efluentes para redução de contaminante em excesso; a lavagem do piso

da planta (ao invés de manutenção e eliminação dos vazamentos); drenagem direta

de equipamentos para canaletas (ao invés de reutilização dos produtos drenados);

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31 purga direta de equipamentos para sistema de efluentes provocando obstrução de

linhas que irão necessitar posteriormente de vapor para desobstrução.

A atenção dos operadores para essas práticas e para as fontes de ineficiências

nos procedimentos operacionais é um ponto fundamental para a identificação de

oportunidades. Nos projetos de parceria do Teclim com a indústria, os operadores

são treinados em Produção Mais Limpa e estimulados a identificar oportunidades de

redução na fonte.

2.4. Dificuldade para a definição de consumos adequados

2.4.1. De referência (Benchmarking)

Um dos desafios para se estabelecer um padrão de consumo racional de água

consiste na obtenção de valores confiáveis para o consumo adequado de água por

atividade industrial.

Informações relacionadas a consumos praticados por setores industriais

encontrados na literatura, se por um lado auxiliam nos estudos de demanda de água

e na implementação de novos empreendimentos, por outro, não possibilitam apontar

um padrão racional de consumo ou fixar metas de redução em plantas já instaladas.

Devido aos diversos usos da água na indústria, estimativas das quantidades de

água usada e perdas obtidas, devem ser cuidadosamente estimadas (METCALF e

EDDY, 2003). A água que alimenta uma indústria pode ser comprada dos sistemas

de fornecimento ou suprida internamente por meio de captação superficial ou

subterrânea (poços). Este auto suprimento, quando não regularizado, termina por

mascarar o consumo relativo da indústria na região a qual está inserida, pois não é

contabilizado pelos sistemas de controle dos recursos hídricos.

Em Kiperstok e outros, (2011a) o cruzamento de dados de consumo

apresentados em Kollar (1980), Metcalf e Eddy (2003) e Heller (2006) viu-se

prejudicado pela dispersão dos dados e pela falta de informação relacionada às

condições em que os padrões de consumo foram estabelecidos. Variações

significativas de consumo são atribuídas a uma mesma atividade industrial e não se

tem noção se esta variação é ou não aceitável.

De fato, as condições de operação de uma mesma indústria em regiões

geográficas distintas, tende a variar sensivelmente. Os usos e as quantidades

requeridas de água na indústria variam em função do tipo da indústria, da rota

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32 tecnológica, da tecnologia utilizada, do nível de controle e da manutenção, das

condições climáticas, do tipo e qualidade de matéria-prima utilizadas, da cultura

operacional, do custo e da disponibilidade dos recursos na região onde a indústria

está instalada.

Estudos de redução do uso da água são publicados, no entanto, não se

consegue afirmar se os novos valores obtidos estão próximos do consumo mais

racional ou se ainda há oportunidades a serem exploradas. Os resultados são

comparados com o histórico de vazões ou de consumo por unidade de produto da

própria empresa ou com a sua unidade industrial de melhor desempenho, ou mesmo

com o melhor resultado divulgado pelas suas concorrentes, o que não implica que o

mínimo possível é atingido e quanto afastado a unidade industrial em questão está

desse valor mínimo.

O critério de racionalidade é distinto para diferentes regiões e setores

industriais, mas deve sempre levar em conta a sustentabilidade no sentido de

permitir às próximas gerações dispor da água para consumo e desenvolvimento e o

uso ético, ou seja, a garantia de atendimento aos usos prioritários antes de atender

a interesses econômicos.

2.4.2. Vazões internas

A dificuldade de obtenção de valores de medição para o consumo de água nas

indústrias estudadas têm sido recorrente nos projetos do TECLIM. Seja por falta de

medidores, seja por falta de manutenção ou mesmo calibração destes aparelhos, de

fato, o registro das quantidades de água utilizadas não é fácil de quantificar. Isto

implica diretamente na dificuldade de composição dos balanços hídricos dentro e no

entorno da empresa.

Como a maioria das plantas estudadas foi instalada por volta da década de 70,

quando foi inaugurado o Polo Industrial de Camaçari/BA, e naquela época a água

era tida como inesgotável e barata, pouco se dava atenção ao uso deste recurso.

Ainda hoje, do ponto de vista econômico, devido aos subsídios indiretos na água

para fins industriais, o custo de investimento em medição não tem sido considerado

compensador para o controle do consumo da água; o que torna os dados referentes

aos fluxos aquosos escassos e de baixa qualidade.

Devido a esta dificuldade de medição ou informação pouco confiável para as

correntes aquosas dentro da empresa, procura-se empregar todo tipo de informação

de vazão seja ela oriunda de medição direta, indireta, ou pontual; dados de projeto

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33 (antigos ou recentes); estimativas de operadores e engenheiros (experientes ou com

pouca experiência); simulação; histórico de medições pontuais em condições

normais de processo; relatórios operacionais, a partir da curva de bombas, pela

variação de níveis em tanques. O conjunto dessas informações denomina-se de

vazões mapeadas.

Como nem todas as informações apresentam a mesma confiança é utilizado o

conceito de Qualidade de Informação (QI) onde se atribui uma nota referente à

confiança relativa ao método pelo qual a informação foi obtida (ver seção 3.2.3)

(Martins e outros, 2010). Com esta associação, todas as fontes de informação

podem contribuir para a composição dos balanços hídricos permitindo reduzir o

problema da falta de medição. A aplicação de técnicas de reconciliação de dados

permite aumentar o nível de confiança dos valores obtidos.

2.5 Comentários parciais

Este capítulo apresentou os conceitos que orientam os projetos de otimização

ambiental na indústria, desenvolvidos pelo Teclim. O foco na Produção Mais Limpa é

usado para buscar a minimização de perdas na fonte. A avaliação das

oportunidades de fechamento de ciclo de materiais dentro de empresas, entre

empresas, e na região que a empresa está inserida, pode ser feita utilizando os

princípios da Ecologia Industrial e Simbiose Industrial.

Foram apresentados ainda os principais usos de água pela indústria e alguns

pontos de melhoria a serem explorados. O desafio de se estabelecer o consumo

racional da água perpassa na complexidade em definir os padrões de referência

para este consumo. Além disso, a medição das vazões tem sido uma dificuldade

recorrente nos projetos do Teclim o qual, acabou por desenvolver o critério de

qualidade da informação (QI) para poder aproveitar dados de vazão de todas as

fontes disponíveis como medição direta; dados de projeto; estimativas de

engenheiros dentre outras; para compor o balanço hídrico e aplicar técnicas de

reconciliação de dados.

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34

Capítulo 3

Metodologia Teclim para uso racional da água na indústria

A metodologia desenvolvida pela Rede Teclim para uso racional da água em

plantas industriais é composta de nove instrumentos. Os principais resultados

atribuídos a cada instrumento serão apresentados após sua descrição. Em seguida

são identificadas para cada instrumento a relevância e as principais dificuldades na

sua aplicação.

3.1. Uma visão sistêmica

Desde 1998, a Rede de Tecnologias Limpas (Teclim) da Universidade Federal

da Bahia (UFBA), Brasil, vem desenvolvendo projetos cooperativos focando a

otimização do uso dos recursos naturais, em busca de práticas mais condizentes

com o cenário atual e com o compromisso para o Desenvolvimento Sustentável

(KIPERSTOK e outros, 2008a). Com forte atuação nas indústrias no Pólo Industrial

de Camaçari (Camaçari/BA, Brasil) a Rede TECLIM busca prevenir a problemática

de escassez de água no âmbito regional e desenvolver metodologias que

contribuam para o uso racional de recursos naturais nas atividades antrópicas.

Os projetos de otimização ambiental, desenvolvidos pelo TECLIM em parceria

com indústrias da região, têm-se aperfeiçoado desde seu surgimento. A Metodologia

para Otimização Ambiental de Processos Industriais foi construída com base nas

diversas aplicações nos projetos cooperativos com indústrias e está baseada nos

princípios de Produção Mais Limpa e na busca de contribuições em prol do

Desenvolvimento Sustentável.

Neste trabalho serão apresentados apenas os aspectos e estudos de caso

referentes ao uso racional da água em indústrias, embora a aplicação da

Metodologia para o uso eco eficiente da energia já tenha sido aplicada em alguns

projetos na indústria (Politeno-Energia, Caraíba-Energia, Eco Braskem I e II). Mais

detalhes dos projetos voltados para energia podem ser encontrados no sitio

www.teclim.ufba.br.

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35

A metodologia desenvolvida pelo Teclim para uso racional da água em plantas

industriais será apresentada por meio dos nove instrumentos que atualmente a

compõem:

1. Aproximação dos saberes acadêmico e operacional/industrial.

2. Inserção dos conceitos de P+ L através da capacitação permanente e em

larga escala.

3. Medição e conhecimento das vazões das correntes através de Balanço

Hídrico com Reconciliação de Dados, que considera a Qualidade da

Informação de cada fonte de dados.

4. Implementação de um Banco de Ideias digital que considera aspectos

culturais, ambientais e econômicos na avaliação do potencial ou dificuldade

para execução de uma oportunidade.

5. Implantação de um Sistema de Informações Geográficas (SIG)

georreferenciando as fontes produtoras e consumidoras de água dentro da

empresa e no seu contexto regional.

6. Otimização a partir da aplicação de conceitos e instrumentos para a síntese

de redes de transferência de massa.

7. Análise da inserção da empresa no ciclo hidrológico regional.

8. Elaboração de projetos conceituais de minimização do uso da água e

geração de efluentes.

9. Auditoria de fontes de efluentes.

Estes instrumentos estão associados com os conceitos, objetivos e estratégias

da P+L de acordo com a Tabela 3.

Tabela 3 - Estratégias de otimização e instrumentos desenvolvidos Marco

Conceitual (M) Objetivos Estratégias de otimização

1 2 3 4 5 6 7 8 9• Eliminar uso • Boas Práticas Operacionais A A A A C C C A A

• Reduzir consumo • Mudanças na Tecnologia B B B B C B B A B

• Mudanças nos Insumos* B C B B C B A A C

• Usar sem tratamento • Técnicas de Reuso A B B A A A C A B

• Usar após tratamento • Técnicas de Reciclagem A B B A C A C A C

• Separação de correntes B B C B A A B A A

• Disposição final C C C C C B A A A

Reciclagem Interna (M2) e Externa (M3)

Tratamento (M4) / Descarte (M5)

• Controlar o descarte(fim de tubo)

Instrumentos Utilizados (I)

Redução na fonte (M1)

* Insumos e produtos se referem à água captada e produzida pelas empresas, respectivamente Fonte: Kiperstok e outros (2011a)

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36

As letras A, B e C na Tabela 3 representam respectivamente relação forte,

moderada e fraca com os conceitos da P+L. Estes critérios foram estabelecidos de

acordo com a experiência adquirida nos diversos projetos pela equipe do Teclim.

Dentre os resultados, alguns deles estão mais fortemente associados a

determinado instrumento, sendo que os ganhos obtidos representam a utilização

simultânea de vários desses nove instrumentos. Os resultados aqui apresentados

estarão separados por instrumento apenas para facilitar a compreensão e a

importância na utilização de cada um deles.

Outros instrumentos estão sendo aplicados mais recentemente nos projetos

como a Análise de Desvios Ambientais adaptada da metodologia de árvore de falhas

adotada nos procedimentos de segurança; e o sistema de acompanhamento digital o

ÁGUA PURA ViaNET que será comentado na seção 4.1. Estes instrumentos

deverão ser descritos em trabalhos futuros para demonstrar a evolução e

aperfeiçoamento da metodologia.

A proposta do Teclim inova ao elaborar uma metodologia, aplicá-la e buscar

validá-la num tema pouco ou quase não abordado: a coleta e validação de dados de

campo antes de investimentos em medição.

3.2. Descrição da Metodologia utilizada

A etapa inicial da construção de cada projeto de pesquisa consiste no

diagnóstico de como a água é gerida em cada empresa. A partir deste diagnóstico,

objetivos e resultados esperados são então definidos considerando também os

instrumentos desenvolvidos (1 ao 9).

Desta forma é montado o ecotime que irá atuar no projeto. Essa etapa é crítica

e deve-se dar atenção devida para a escolha da equipe obedecendo aos seguintes

princípios:

a) habilidades e experiências complementares:

b) personalidades complementares;

c) pessoas comprometidas.

Do lado da universidade, a participação de estudantes sejam eles de iniciação

científica (graduação) e pós-graduação nos projetos de parceria tende a preencher a

lacuna existente entre a formação acadêmica e a inserção no mercado de trabalho.

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37

Além da participação dos estudantes, a equipe executiva de cada projeto é

formada por pesquisadores graduados e pós-graduados, mestres e doutores, em

química, engenharia química, elétrica, mecânica e ambiental. Essa equipe executiva

é orientada e apoiada pela equipe de professores-pesquisadores da universidade e

por engenheiros ou técnicos representantes da indústria.

As atividades durante o projeto podem ser divididas em duas etapas.

Inicialmente, os pesquisadores concentram suas atividades na universidade,

buscando coletar informações sobre os processos e históricos disponíveis sobre o

uso de água e geração de efluentes. Em seguida, quando os pesquisadores já estão

com suficiente autonomia, passam a trabalhar dentro da empresa. O planejamento

do projeto é apoiado por ferramentas computacionais sendo mensalmente revisado

e anualmente atualizado para contemplar novas informações e diretrizes,

desenvolvidas ao longo da experiência de aproximação dos saberes acadêmico e

operacional/industrial.

Um conselho consultivo formado por gerentes da empresa e parceiros é

estabelecido para traçar a política que precede e orienta a elaboração e o

andamento dos estudos, exercendo um papel fundamental na alocação dos recursos

da empresa, principalmente, o tempo dos seus colaboradores. As reuniões com o

Conselho Consultivo permitem aproximar as proposições desenvolvidas pelos

pesquisadores do projeto às áreas operacionais estudadas, resolver obstáculos e

demonstrar a todos os setores da empresa o nível de prioridade que a busca da

ecoeficiência tem. Num projeto de dois anos de duração, procura-se com que

ocorram seis reuniões do conselho consultivo.

A divulgação e difusão do projeto são alcançadas por meio da nomeação de

interlocutores por área industrial. Estes interlocutores além de divulgarem o projeto e

atuarem como fontes de informações, apoiam as atividades dos pesquisadores. Para

obter uma maior interação da universidade com a empresa e atingir as metas do

projeto, são realizadas reuniões semanais com os pesquisadores e os interlocutores

industriais. Nas reuniões é atualizado o andamento dos estudos e proposições,

atualizado o planejamento do projeto, realizadas discussões técnicas e delineadas

novas ações.

Este intercâmbio de informações permite a identificação de ideias que serão

cadastradas no Banco de Ideias para detalhamento e análise quanto à atratividade

para a empresa. Os dados de vazão de água e geração de efluentes coletados pelos

pesquisadores serão usados para compor os Balanços Hídricos por área, global e

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38 reconciliado. Estas informações irão subsidiar a tomada de decisão pelos gestores

da empresa. Todas as correntes aquosas são cadastradas em um sistema de

informações geográficas com a finalidade de proporcionar uma visão integrada da

área de atuação de cada projeto e, mais especificamente, vincular as fontes e

consumidores de água visando servir de base para a avaliação dos custos de

interligação das correntes de efluentes com as suas destinações.

São realizadas tentativas de estudos de otimização das redes de transferência

de massa. Uma etapa de análise da inserção da empresa no ciclo hídrico regional

tem como objetivo avaliar as ações efetivas de proteção, preservação e remediação

de recursos hídricos superficiais e subterrâneos na região, assim como identificar

fontes alternativas de abastecimento e descarte.

As ideias prioritárias para as empresas irão gerar os projetos conceituais que

por sua vez refletem os resultados da inserção dos conceitos de P + L na empresa,

Por fim, com a auditoria de fontes de efluentes procura-se definir ações e

procedimentos para a redução do volume de efluentes, buscando ainda a melhoria

da qualidade destes efluentes através da minimização da perda de produtos.

As etapas e instrumentos aqui comentados estão descritos em detalhe nas

próximas seções deste capítulo.

3.2.2 Instrumento 1: parceria universidade-indústria

A formação da parceria entre a universidade e indústria é apontada em como

uma necessidade para que os países melhorem suas economias aumentando sua

competitividade. O intercâmbio universidade-indústria é ilustrado na Figura 5.

Universidade Indústria

Novos Talentos (professores, estudantes, pesquisadores); novas ideias, modelos, soluções, ferramentas, financiamento público .

Direcionamento, habilidades, problemas para serem solucionados, acesso a tecnologia de produção, financiamento.

Figura 5 - Parceria Universidade-Indústria

Fonte: Adaptado de Balconi e Laboranti, 2006

Nestes projetos, a universidade aumenta os aportes para pesquisa através de

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39 financiamento públicos; conhece a prática atual da indústria e os estudantes

adquirem experiência para diferenciá-los no mercado de trabalho (Massay, Udoka e

Ram, 1995; Davies, 1996).

Uma das funções destas parcerias consiste no suporte a pesquisa, na pesquisa

cooperativa, na transferência de tecnologia (Lee e Win, 2004; Kodama, 2008;

Boardman, 2009; Sugandhavanija, 2011) e na transferência de conhecimento (Siegel

e outros, 2004; Wright e outros, 2008).

As distinções entre as funções desse tipo de parceria são apresentadas por

Santoro e Chakrabarti (2002):

• Suporte a pesquisa: é feito exclusivamente pela contribuição financeira

(doação) da indústria para a universidade.

• Pesquisas cooperativas: a indústria elabora um contrato de pesquisa

com a universidade para trabalharem juntas em problemas específicos

da indústria.

• Transferência de conhecimento: através da educação cooperativa entre

a universidade e a indústria e do desenvolvimento curricular dos

funcionários da indústria na universidade por meio do intercâmbio de

pessoal.

• Transferência de tecnologia: consiste na alavancagem da pesquisa

universitária impulsionada com a indústria, transformando essas

contribuições em tecnologias e/ou produtos necessários e

comercializáveis para o mercado.

Nos projetos do Teclim as parcerias consistem em pesquisas cooperativas,

transferência de conhecimento e transferência de tecnologia conforme será

apresentado.

Para diminuir as barreiras entre a universidade e a indústria é sugerido

equilíbrio entre os objetivos acadêmicos e as prioridades industriais; envolvimento e

comprometimento dos parceiros; confiança mútua; comunicação efetiva e

gerenciamento de projeto de qualidade capaz de reagir a mudanças externas ou

estratégicas além, de grandes doses de paciência e trabalho pesado (Barnes,

Pashby e Gibbons, 2002; Brunel, D’Este e Salter, 2010).

A cultura do meio industrial e a do meio acadêmico obviamente apresentam

diferenças em função dos seus objetivos e condições de desenvolvimento. A

indústria enfrenta demandas de muito curto a médios prazos seguindo práticas e

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40 procedimentos existentes e consolidados, pois lhe são exigidas respostas imediatas.

A universidade pode experimentar expectativas de mais longo prazo, pois também é

objetivo da academia desenvolver novas formulações teóricas. A aproximação

destes dois tipos de saberes pode render frutos valiosos para ambos os

seguimentos (Kiperstok e outros 2011a).

A aproximação da universidade com a indústria na Rede Teclim, aprofundou-se

com o advento do Curso de Especialização em Gerenciamento de Tecnologias

Ambientais na Indústria em 1998, na UFBA em parceria com o Centro de Tecnologia

Industrial Pedro Ribeiro, CETIND, do SENAI/BA. Com turmas compostas por

profissionais da indústria e instituições de meio ambiente e recursos hídricos da

Bahia foram iniciadas as discussões para otimização ambiental na ótica da P+L. A

transferência de conhecimentos iniciada com o curso de especialização, inspirou

projetos de pesquisa cooperativa do Teclim com a indústria.

O financiamento dos projetos de parceria foi possível após a consolidação dos

Fundos Setoriais de Pesquisa no Brasil no final da década de 90, que permitiram

uma nova relação do meio acadêmico com o meio industrial. Destes aportes

surgiram editais específicos para a gestão da demanda de água, como o CT Hidro,

que foram aproveitados para o desenvolvimento de propostas para a otimização do

uso dos recursos hídricos e a minimização da produção de efluentes; o CT Verde-e-

Amarelo para integração da universidade com a empresa e os editais da Agência

Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) que permitem projetos de

otimização de processos.

O curso de especialização criou as bases para se iniciar em 2002, um

Mestrado Profissionalizante, que possibilitou o aprofundamento das pesquisas. Este

mestrado, por sua vez foi incorporado em 2008 ao Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Industrial (PEI) na UFBA o que tem possibilitado a evolução dos temas

de dissertação de mestrado a teses de doutoramento. A Tabela 4 mostra os projetos

cooperativos realizados entre o Teclim e indústrias da região bem como período,

financiadores e investimentos. A partir dos projetos na área industrial, o Teclim

expandiu e adaptou a metodologia para outros segmentos (prédios comerciais,

residências, prédios públicos), os quais serão comentados no capítulo 4.

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41 Tabela 4 - Relação de projetos do TECLIM na área de otimização ambiental com indústrias da Bahia

Item Projeto Período Financiadores Investimento financeiro (R$)

1 ECO-BRASKEM 1 (original COPENE-ÁGUA)

2001 a 2004 ANP, Finep, CNPq, Braskem-UNIB (ex-

COPENE), CTPETRO R$ 759 145,84

2

Rede de transferência de energia e massa (Rede MHEN)

2002 a 2004 Fapesb, Finep, Griffin, Politeno, Monsanto R$ 362 142,01

3 ECO-BRASKEM 2 2004 a 2006 ANP, Finep, CNPq,

Braskem-UNIB, CTPETRO

R$ 1 088 297,16

4 ECO-BRASKEM 3 2007 a 2009 ANP, Finep, CNPq,

Braskem-UNIB, CTPETRO

R$ 910 000,00

5 DETEN-ÁGUA 2003 a 2005 ANA, Finep, CNPq, DETEN, CTHIDRO R$ 330 900,00

6 TRANSPETRO 2004 a 2005 Petrobras Distribuidora S/A R$ 49827,00

7 AGUAÍBA 2003 a 2005 ANA, Finep, CNPq,

Caraíba Metais, CTHIDRO

R$ 656 493,71

8 ENERGIBA 2007 a 2009 Finep, CNPq, Caraíba Metais R$ 499 558,12

9 LYONDELL-ÁGUA 2004 a 2006 Finep, CNPq, LYONDELL

(atual CRISTAL), CTHIDRO

R$ 660 000,00

10 RLAM-ÁGUA 1 2009 a 2010 ANP, RLAM (Petrobras) R$ 686 831,25

11 FAFEN-ÁGUA 1 2009 a 2010 ANP, Fafen-BA (Petrobras) R$ 686 831,25

12 RLAM-ÁGUA 2 2011 a 2012 ANP, RLAM (Petrobras) R$ 2 496 705,75

13 FAFEN-ÁGUA 2 2010 a 2012 ANP, Fafen-BA (Petrobras)

R$ 1 987 860,00

(Fonte: www.teclim.ufba.br)

Para preservar a identidade das empresas mencionadas na Tabela 4 foram

atribuídas aleatoriamente as letras A, B, C, etc. para os projetos, na divulgação de

resultados.

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42

Resultados atribuídos ao instrumento 1: parceria universidade-indústria

Como resultado da presença constante dos pesquisadores no dia-a-dia das

empresas, principalmente na área industrial, têm-se um impacto positivo difuso do

qual o sintoma mais evidente é a queda da geração de efluente, mesmo sem

investimento de capital em novas soluções. A visualização desta mudança é clara

nos gráficos de consumo específico (no caso da água por unidade de produto) e

persevera por um tempo, mesmo após a conclusão do projeto, como pode ser visto

na figura 15 (seção 4.1).

A participação de alunos das diversas instituições no curso de pós-graduação

no Teclim facilitou a divulgação dos projetos e aquisição de novos parceiros. O

antigo Centro de Recursos Ambientais (CRA) na época (atual INEMA – Instituto do

Meio Ambiente e Recursos Hídricos) formou junto ao Teclim duas turmas de

mestrado. Com a presença de alunos atuantes nas indústrias, a troca de

conhecimentos foi iniciada.

O projeto com a empresa Lyondell, por exemplo, surgiu durante o processo de

renovação da sua licença ambiental junto ao CRA o qual sugeriu a realização de um

projeto para uso racional da água. A empresa por sua vez, escolheu a cooperação

do TECLIM para o desenvolvimento desse projeto, em função do reconhecimento

deste grupo neste tipo de projeto.

Foram desenvolvidas 79 monografias no curso de especialização (Kiperstok e

outros, 2008a); defendidas 77 dissertações no mestrado profissional. No mestrado

acadêmico nove dissertações de mestrado e cinco teses de doutorado foram

defendidas e outras 53 dissertações e 55 teses estão em andamento (base julho

2011).

As experiências adquiridas são difundidas para a comunidade e meio

acadêmico e industrial por meio de artigos em periódicos nacionais e internacionais,

assim como através da apresentação de trabalhos em eventos científicos e seus

anais. São também realizados seminários internos e externos às empresas durante

o desenvolvimento dos projetos. A Figura 6 representa a quantidade de trabalhos

acadêmicos desenvolvidos ao longo dos projetos.

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43

Figura 6 - Quantidade de trabalhos acadêmicos referentes aos projetos com a indústria

Até o mês de agosto/2011 aproximadamente 90 artigos relacionados aos

projetos foram apresentados e/ou publicados em eventos e produções

internacionais, nacionais e locais. Dos quais, 13% em revistas, 40 % em congressos,

27% em seminários e os 20% restantes na forma de capítulo de livros, conferência,

workshop e simpósios. O Anexo II apresenta a relação desses trabalhos, além dos

citados nas referências.

Os pesquisadores do Teclim continuam divulgando os conhecimentos e

resultados obtidos nos projetos a cada ano, conforme pode ser visto na produção

acadêmica, orientações de mestrado e doutorado dos professores-pesquisadores da

rede Teclim:

• Asher Kiperstok: coordenador e professor pesquisador;

• Ricardo Kalid: vice-coordenador e professor pesquisador;

• Karla Patrícia Oliveira Esquerre: professora pesquisadora;

• Emerson Andrade Sales: professor pesquisador;

• Luciano Queiroz: professor pesquisador.

Um produto que pode ser considerado como resultado da parceria da

universidade com as indústrias consiste na própria metodologia desenvolvida. Para

a universidade os investimentos em infraestrutura; equipamentos de informática e de

medição de vazão, softwares, mobiliário, eletrônicos, investimento em pesquisa, e

principalmente a formação de pessoal qualificado a ser demonstrado no instrumento

2, são os ganhos atribuídos a essa parceria.

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44

A experiência adquirida pelo Teclim e a metodologia desenvolvida tem

permitido o início de novos projetos a cada ano, a exemplo dos projetos com Fábrica

de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-BA) e a Refinaria Landulfo Alves (RLAM) da

Petrobras que são financiados pela ANP permitindo a continuidade do

desenvolvimento da Metodologia Teclim para Otimização Ambiental de Processos

Industriais.

Uma das dificuldades da parceria consiste em identificar novas empresas cujos

gestores estejam comprometidos com a questão do uso da água. Neste ponto, o

financiamento público obtido pela universidade torna-a menos dependente da

empresa e caso o comprometimento da alta direção, que é considerado fundamental

nas metodologias tradicionais apresentadas na Figura 3 e na Tabela 1, não seja

plenamente ou satisfatoriamente obtido, isto não compromete o andamento do

projeto pelo Teclim devido aos recursos oriundos dos editais, o que constitui um

diferencial na metodologia desenvolvida.

Outra dificuldade é a inserção das atividades de apoio ao projeto no plano de

trabalho dos colaboradores da empresa o que pode ser facilitado pela motivação

que se obtêm nos treinamentos, instrumento 2 da metodologia a ser apresentado na

próxima seção.

3.2.2. Instrumento 2: Treinamentos

Para implementar a Produção Mais Limpa (P+L) na indústria é necessário que

todos os funcionários estejam envolvidos (Venselaar, 1995). O sucesso na

implementação dessa prática requer que os profissionais, sejam da indústria ou da

universidade, recebam educação e treinamento adequado neste tema (Herat, 2000).

A mudança de cultura característica da visão da P+L precisa ser motivada

nesses treinamentos onde, os conceitos e a orientação na busca de soluções devem

estar claramente definidos.

Nos projetos da universidade com a indústria, no Teclim, os fundamentos e as

metodologias de P+L revisados no capítulo 2, servem como diretriz para o

direcionamento dos trabalhos em cada projeto. O objetivo é sensibilizar para a

questão do uso da água e fornecer ferramentas para seu controle por meio da

obtenção do comprometimento e motivação dos funcionários para a cooperação

com o projeto. A motivação e o entendimento do foco da P+L irão contribuir para o

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45 surgimento de ideias nos diferentes níveis hierárquicos; área de trabalho; formação

e visão ambiental da equipe envolvida no projeto.

Desta forma, são ministrados cursos visando capacitar não apenas as equipes

envolvidas por parte da universidade e da instituição mas, principalmente, os

operadores e gestores da empresa.

Os treinamentos em P+L compreendem duas abordagens: treinamentos

informativos e formativos. Os treinamentos informativos tem a finalidade de transmitir

técnicas e detalhes da Metodologia Teclim aos integrantes do projeto, são

ministrados por professores ou pesquisadores e são de curta duração, com

palestras de 2 a 4 horas para cada tema (ver Tabela 5).

Nos treinamentos formativos os participantes são sensibilizados quanto ao

consumo dos recursos naturais na tentativa de transferir seus olhares das

denominadas tecnologias fim-de-tubo para a fonte das ineficiências nos próprios

processos. Tem duração de 12 a 16 horas, a depender da disponibilidade da

empresa. A seguir são apresentados detalhes logísticos desses treinamentos:

• Os participantes são divididos em equipes heterogêneas (com relação à área

de atuação de cada profissional na empresa), formadas por quatro a cinco

pessoas. As equipes são incentivadas a aplicarem os conceitos recebidos

identificando oportunidades que contribuam para a melhoria do desempenho

ambiental da empresa, sejam em áreas operacionais ou administrativas.

• Decorrido um mês as equipes apresentam os resultados obtidos na segunda

etapa do curso. Após a apresentação das ideias identificadas, os

pesquisadores do projeto estruturam as ideias junto aos autores em relação

aos aspectos ambientais, operacionais e econômicos necessário para a

implementação de cada idéia (ver instrumento 4: Banco de Ideias).

A motivação promovida por meio dos treinamentos bem como a inserção da

equipe UFBA em todos os níveis hierárquicos da indústria, desperta uma atenção

maior ao uso da água à medida que este assunto passa a ser tratado diariamente no

chão de fábrica e as diretrizes e evolução do projeto discutidas semanalmente ou

quinzenalmente com os engenheiros e gerentes das unidades, principalmente do

processo e dos setores de meio ambiente, utilidades e efluentes.

Essas reuniões pré-definidas de acordo com cronograma do projeto ou

solicitadas por necessidade são indispensáveis para o alinhamento de informações

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46 e diretrizes para cumprimento de metas e prazos do projeto além de promoverem

discussões técnicas diversas e permitir a equipe do projeto expor suas sugestões e

sanar dúvidas. A programação de treinamentos e atividades de divulgação do

projeto passa por essas discussões sendo um ponto inicial e constante no projeto.

Além do curso de P+L, as equipes passam por um intenso processo de

capacitação. Dentre os cursos ministrados, destacam-se os da Tabela 5, dentre

outros conhecimentos que se fizerem necessários para a execução das atividades.

Tais cursos são abertos para o público da universidade e empresas e são realizados

conforme cronograma do projeto ou à medida que conhecimentos técnicos tornam-

se relevantes.

Tabela 5 - Lista de cursos oferecidos nos projetos além dos de P + L

Relação dos principais treinamentos oferecidos ao longo dos projetos Carga Horária (h) Curso: Medição de Vazão, Metrologia e Incerteza 40 Curso:Simulação Utilizando EMSO ® 18 Estatísitca Ambiental 18 Curso: Projetos de Redes de Reaproveitamento de Águas Industriais 17 Curso: MS Project 16 Treinamento de Produção Limpa 6 a 60 Visão Geral do Processo Produtivo da Indústria em estudo 4 Torres de resfriamento 4 Tópicos Especiais em Torres de Resfriamento 4 Rede de transferência de massa (rede para o reuso de água) e software RecoVR 4 Procedimento para incorporação da incerteza no balanço hídrico 4 Treinamento sobre Balanço Hídrico 3,5 Qualidade de Águas e Equipamentos para Tratamento de Água e de Efluentes 3,5 Introdução ao MS Project 3,5 Estudos de Caso do TECLIM na Área de Uso Racional de Água na Industria 3,5 RecoVR - Aplicativo para gerenciamento de recursos hídricos e projetos de redes de reuso 3 Palestra Reconciliação de dados sem redundância de medição 3 Metodologia TECLIM para Otimização Ambiental de Processos Industriais 3 Leitura e interpretação de Relatório de Calibração 3 Recursos Hídricos da Região Metropolitana de Salvador (RMS) 2 Apresentação da Metodologia do Banco de Ideias 2 Treinamento sobre Auditoria de efluentes 2 Expressão Correta de Medidas e Estimativas 2

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47 Resultados atribuídos aos treinamentos

A capacitação e treinamentos em larga escala obtidos pretendem a

identificação e implementação de melhorias em processos, na formação de pessoal

qualificado aptos a continuar envolvido em projetos desta natureza. A Tabela 6

apresenta a quantidade de profissionais treinados em P+L nas empresas.

Tabela 6 - Número de profissionais treinados em P+L até o momento PROJETO N° de profissionais

treinados A 508 B 80 C 338 D 194 E 400 F 150

TOTAL 1670 Fonte: Oliveira e outros 2010b

Um resultado claro atribuído aos treinamentos de P + L, é o aumento do

cadastro de ideias, conforme observado no mês em que ocorreu esse treinamento

(jan/2010), no gráfico do projeto “E” representado na Figura 7. Do total de ideias do

projeto, mais de 30% foram cadastradas nestas oficinas.

6 8 5 51

41

0 21

14

16

31

3

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

jun/09 jul/09 ago/09 set/09 out/09 nov/09 dez/09 jan/10 fev/10 mar/10

Empresa Equipe do projeto

Período de cadastramento

N°d

e id

eias

cad

astra

das n

o B

anco

de

Idei

as

Período de realização do treinamento

em P+L

Figura 7 - Quantidade de ideias cadastradas no Banco de Ideias ao longo do projeto

Fonte: Oliveira e outros 2010a

Observa-se que os operadores e funcionários de forma geral se interessam

pelo projeto contribuindo com o cadastro de ideias e sua divulgação dentro da

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48 fábrica. Esta motivação constitui-se um fator essencial para a manutenção das

melhorias.

Os treinamentos têm despertado o interesse em cursos de graduação e pós-

graduação; desenvolvimento de linha de pesquisa de otimização ambiental de

processos; realização de palestras e seminários na indústria local e nacional; além

da publicação de artigos.

3.2.3. Instrumento 3: Balanço Hídrico (BH) e Reconciliação de Dados

A realização do balanço hídrico da empresa é um dos objetivos do projeto de

uso racional da água. O instrumento balanço hídrico consiste na representação dos

fluxos hídricos de um empreendimento que entram e saem dos volumes de controle

definidos (regional, planta industrial, áreas e unidades de produção). A Figura 8

representa os componentes de entrada e saída do balanço hídrico global de uma

empresa.

Figura 8 - Balanço Global - Principais correntes de entrada e saída de água

Fonte: Kiperstok, 2008a cap.1

A obtenção dos valores de consumo de água e geração de efluentes não é

tarefa fácil devido à dificuldade das indústrias em medir a água (conforme discutido

na seção 2.4.2). Para contornar esta dificuldade, o TECLIM desenvolveu o critério de

Qualidade da Informação (QI). A partir da origem dos dados de vazão disponíveis, a

cada fonte de informação é atribuída uma nota, QI, proporcional à confiança

atribuída à mesma.

A incerteza da informação, que é inversamente proporcional à QI, é

relacionada com o método pelo qual esta informação foi obtida. Inicialmente, atribui-

se valores de QI variando de 0,4 a 10 para cada corrente aquosa considerada

FORNECIMENTO DE

ÁGUA

PRECIPITAÇÃO

UMIDADE*

EFLUENTES

EVAPORAÇÃO

UMIDADE **

REDE PLUVIAL

INFILTRAÇÃO NO SOLO

* Insumos ** Produto(s), Subproduto(s), Co-produto(s), Resíduo(s)

ENTRADAS SAÍDA

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49 (Martins e outros, 2009). A nota mínima (0,4) se refere a uma estimativa grosseira e

a nota máxima (10) é atribuída nos casos em que existe sistema de medição

calibrado. As escalas de QI são representadas na Figura 9.

0

2

4

6

8

10

IPC IP ICB ICM ICA IAC

Fonte de informação

Qua

lidad

ede

Info

rmaç

ão(Q

I)

Figura 9 - Atribuição de valores para a qualidade de informação (QI) das vazões consideradas no

Balanço Hídrico Fonte: Kiperstok e outros, 2011a

Legenda:

- IPC: informação pouco confiável – com base em estimativas grosseiras; - IP: informação precária – simulação ou projeto antigos, medições grosseiras; - ICB: informação com confiança baixa – baseada em relatórios operacionais e descritivos de

processos desatualizados, estimativas de engenheiros e operadores que trabalharam na unidade ou instrumento descalibrado;

- ICM: informação com confiança média – informações de engenheiros e operadores pouco experientes e medição pontual nas condições normais de operação;

- ICA: informação com confiança alta – sistema de informação de processo validado pela operação ou engenharia, simulação ou projeto atuais, histórico de medições pontuais nas condições normais de operação;

- IAC: informação altamente confiável – medição com instrumento calibrado, simulação de processos validada pela engenharia, informações de engenheiros e operadores com muita experiência que estejam na ativa.

Os valores de QI e suas atribuições com as fontes de informações são

ajustadas aos critérios da empresa. A Figura 9 apresenta uma escala inicial que

pode ser modificada a depender da planta estudada.

Para garantir que as informações atendam as restrições determinadas no

processo (desvio = 0) e melhorar a distribuição das incertezas existentes é utilizada

a reconciliação de dados das vazões mapeadas (ROMAGNOLI,e SÁNCHEZ, 1998).

A reconciliação de dados é uma técnica que vem sendo desenvolvida para

aumentar a exatidão de medições através da redução do efeito de erros aleatórios

nos dados. A reconciliação de dados faz uso de restrições do modelo do processo e

obtém as estimativas das variáveis de processo ajustando as medições, para que as

estimativas satisfaçam às restrições. As estimativas reconciliadas devem ser mais

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50 precisas que as medições e mais consistentes com relações conhecidas entre

variáveis de processo (NARASIMHAN, 1999).

O principal objetivo da reconciliação de dados é usar um modelo para melhorar

dados (Maquin, Adrot e Ragot, 2000). Para tal, a redundância de informações é

requerida, ou seja, o número de equações menos o número de variáveis não

mensuráveis deve ser maior que zero. Essa redundância é dada pela medição de

variáveis de processo em locais diferentes em qualquer instante de tempo

conhecidas como redundâncias temporais, ou é dada pela série temporal das

medições, conhecida como redundância temporal (DEMPF e LIST, 1998).

Como nas indústrias estudadas mal existiam informação para uso da água

sequer redundância de informações, as técnicas clássicas de reconciliação de dados

não podem ser utilizadas no balanço hídrico e as incertezas ou não podem ser

quantificadas ou o custo de estimá-las é elevado (Martins e outros, 2009). A

carência de medições é umas das dificuldades na composição do balanço hídrico

onde estima-se que mais da metade do tempo do projeto é destinado à coleta e

validação dos dados (SOUZA, 2004).

Utilizando o conceito da Qualidade da Informação descrito anteriormente, todos

os dados de vazão disponíveis ou estimados são utilizados na composição do

balanço. Com os dados de vazão e seus respectivos QIs, a reconciliação de dados

busca novos valores de vazão que possam satisfazer as equações de balanço de

massa por meio de técnicas de otimização matemática que minimizam a diferença

entre os valores de vazão originais e reconciliados.

A metodologia Teclim propõe ainda o uso da Equação 1 que considera a QI

com comportamento inverso à incerteza como forma de superar uma dificuldade

típica da reconciliação que consiste em conhecer a variância dos dados

experimentais (Crowe, 1986; citado por Fontana e outros, 2004). A etapa de

reconciliação de dados é essencial para aumentar a confiança nos balanços de

massa.

( )22

21

mini i

R

Ni

M RV i i

QIV VVM=

− ⋅

∑ Equação (1)

onde: VR e VM são as vazões reconciliadas e mapeadas (ou presumidas), respectivamente,

referentes à corrente i e N é o número de correntes envolvidas.

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51

Além das equações dos balanços de massa (global e por unidades de

produção) são incluídas, como restrições do problema, as equações de distribuição

e consumo dos diversos tipos de água, vapores e condensados entre as unidades.

A metodologia desenvolvida para executar a reconciliação de dados sem

redundância de informações carece de uma fundamentação teórica. Talvez essa

venha da compreensão de que a metodologia de reconciliação de dados proposta

parte de uma abordagem bayesiana semi-quantitativa das informações disponíveis

(Lira e Wöger, 2006; Lira, 2007; citados por Martins e outros, 2009), enquanto que a

reconciliação de dados tradicional utiliza uma abordagem frequencialista.

Resultados atribuídos ao Balanço Hídrico e Reconciliação de Dados

Mesmo com a falta de medição observada na indústria de forma geral, para o

consumo de água, o instrumento Balanço Hídrico com Reconciliação de Dados têm

contribuído na estimativa das vazões de água e geração de efluentes bem como na

recomendação ou instalação de novos pontos de medição não considerados

anteriormente pela empresa.

Em relação à reconciliação de dados do balanço hídrico, a grande diferença da

metodologia adotada pelo TECLIM em relação à metodologia tradicional é que as

informações discrepantes não são eliminadas da função objetivo; muda-se o valor

do QI para aquela informação. Esta abordagem tem permitido a reconciliação de

dados sem redundância de medição, o que é típico da composição do balanço

hídrico das indústrias estudadas. Isto direciona a análises mais fundamentadas em

relação ao consumo global e de cada unidade e estudos visando o reúso, reciclo ou

tratamento dos efluentes da empresa.

A atribuição da qualidade de informação (QI) é uma forma de melhorar a

obtenção de dados. A definição da escala de valores e critérios de QI é um exercício

constante nos projetos para melhorar a distribuição de incertezas e aplicar a

reconciliação de dados.

O balanço hídrico tem ajudado na identificação de correntes (e atribuição de

suas respectivas qualidades de informação) que sejam relevantes para a

composição do balanço e reconciliação dos balanços global e por área.

A reconciliação de dados do balanço hídrico tem apontado erros de medição

não identificados pelos sistemas da empresa. Cada unidade analisa seu balanço de

forma isolada, isto dificulta a percepção e o fechamento de fluxos globais à medida

que cada engenheiro só se preocupa com os fluxos de sua área. Desta forma, o

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52 entendimento do balanço global torna-se conflituoso nas discussões entre a equipe

do projeto e os profissionais da empresa.

O mapeamento de correntes aquosas identificou na Braskem (Unidade de

Insumos Básicos), por exemplo, que 20% das correntes não eram levadas em conta

pelo seu sistema de informações (OLIVEIRA-ESQUERRE e outros, 2009).

Alguns resultados associados à reconciliação de dados consistem na

identificação de erros de medição não identificados pelos sistemas da empresa a

exemplo de medição de vazão em instrumento calibrado com erro de 10% a mais na

medição de vazão de efluentes enviada para a estação de tratamento na empresa B.

Também na empresa B identificou-se fluxo reverso em variável não medida. A

hipótese era de que a água infiltrava no solo, após a reconciliação o sinal desta

vazão estava negativo, na verdade a água aflorava quando chovia naquele ponto, e

não infiltrava como se pensava. Isto foi constatado no balanço hídrico e esta

hipótese depois foi corroborada com um estudo hidrológico.

Na empresa A, a reconciliação permitiu a identificação de medida trocada no

SDCD (Sistema Distribuído para Controle Digital) onde, após inspeção do sistema

verificou-se que a informação chegava correta até a sala de controle, mas seu

cadastro no SDCD estava trocado. Era um erro que já vinha se perpetuando há duas

décadas e foi apontado pela reconciliação.

3.2.4. Instrumento 4: Banco de Ideias

O instrumento Banco de Ideias apoia o levantamento e avaliação de

oportunidades de P+L conforme etapas propostas pela Usepa (1999), na Figura 3.

O instrumento é definido dentro da visão da metodologia Front- End Loading

(FEL) para gestão de projetos (Oliveira e outros, 2010a em elaboração). A

metodologia FEL foi desenvolvida pelo IPA (Independent Project Analysis) e é

basicamente aplicada em projetos de investimento de forma a reduzir os riscos

envolvidos do processo de decisão bem como custos referentes a retrabalho e

replanejamento (Rutkowski, 2010). Esta metodologia é aplicada como

potencializadora das fases iniciais de um projeto (Iniciação e Planejamento) que

impactam diretamente no sucesso do projeto (SANTIAGO e outros, 2008).

De acordo com Rutkowski (2010), o processo FEL proporciona benefícios no

desenvolvimento de projetos, pois permite à equipe uma visão mais clara e objetiva

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53 do planejamento do projeto, resultando em ganhos de orçamento e prazo de

execução, diminuição dos riscos, integração de profissionais das variadas funções,

redução dos custos e, consequentemente, otimização do retorno sob o investimento.

A ferramenta Banco de Ideias da Metodologia Teclim foi desenvolvida com os

mesmos objetivos do FEL, o que aumenta a probabilidade de que apenas as ideias

que serão desenvolvidas sejam os projetos conceituais (instrumento 8) mais

sustentáveis.

O objetivo é levantar e avaliar oportunidades de otimização ambiental dentro da

empresa durante o período de desenvolvimento do projeto com a UFBA, ou mesmo

após o término dessa parceria, pois a empresa poderá continuar usando a

ferramenta. Desta forma, o Banco de Ideias é aplicado no registro, processamento e

priorização de ideias. O objetivo é cadastrar de forma livre as mais variadas ideias

dos diversos funcionários e pesquisadores e em seguida aprofundar os estudos de

viabilidade e priorizar as oportunidades mais relevantes para a empresa.

O acesso ao banco digital é feito através do sitio: www.teclim.ufba.br/ideia,

mediante login e senha específica para cada projeto. O passo a passo para o

registro de ideias é apresentado em Oliveira e outros (2009). A interface da

ferramenta é continuamente modificada para facilitar o entendimento do formulário

de cadastro e melhorar a qualidade das informações registradas.

As ideias cadastradas são avaliadas pela equipe de coordenadores na

universidade e pelos engenheiros da empresa. Neste momento, as ideias são lidas e

detalhadas. Caso faça-se necessário, são feitas consultas ao autor da ideia para que

as informações estejam as mais claras e completas possíveis. As ideias são

agrupadas de acordo com a área da empresa à qual se referem.

Enquanto isso, a equipe gestora seleciona funcionários da empresa e formam-

se grupos que avaliarão as ideias correspondentes às suas respectivas áreas de

atuação. Quando a ideia refere-se a mais de uma área da planta industrial, ou é

aplicada à empresa como um todo. Estes grupos são compostos também por

funcionários da empresa que tenham conhecimento integral dos processos

produtivos. Nesta etapa os Investimentos e Impactos Positivos definidos quando do

cadastro livre das ideias são validados.

O Impacto Positivo é avaliado a partir de três dimensões referentes a cada

ideia:

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54

1. Dimensão Ambiental: referente à contribuição da implementação da ideia,

por exemplo, na redução do consumo de água ou na geração de efluente.

2. Dimensão Cultural e Psicossocial: está relacionada a mudanças de

atitude e comportamento que podem ser proporcionadas dentro e fora da

empresa.

3. Dimensão Econômica/ Financeira: se referem aos valores estimados de

retorno financeiro proporcionado pela implementação da oportunidade.

O Investimento necessário é estimado por meio de faixas de valores, sendo

que a cada faixa é atribuída uma nota (LACERDA et al., 2007). A Tabela 7 apresenta

um exemplo de faixas percentuais e valor aproximado (em reais) utilizadas para

efetuar a avaliação das dimensões listadas anteriormente.

A faixa de valores é adaptada para a realidade de cada empresa. Utilizando-se

a mesma escala de 1 a 5, recebem notas mais altas aquelas ideias com maior

facilidade de implementação e que promovem maior impacto positivo no ambiente

industrial. Tabela 7 - Valores utilizados na avaliação de Impacto Positivo e Investimento

Nota Conceito

Investimento inicial +

operacional / (R$.ano

-1)

Impacto positivo

Ambiental (em % da unidade

padrão) Cultural

Financeiro (R$.ano

-1)

Peso 5 Peso 2 Peso 3

1 Muito baixo até 5 000,00 até 0,1 Posto até 5 000,00

2 Baixo 5 000,01 - 50 000,00 0,1 a 0,4 Área 5 000,01 a

50 000,00

3 Médio 50 000,01 - 500 000,00 0,5 a 2,0 Planta 50 000,01 a

500 000,00

4 Alto 500 000,01 - 1 000 000,00 2,1 a 4,0 Planta + Casa 500 000,01 a

1 000 000,00

5 Muito alto

mais que 1 000 000,01 Acima de 4,0 Planta + Casa +

Comunidade mais que

1 000 000,01 *Os valores são adaptados a depender da indústria

Fonte: Lacerda e outros 2007

Após a atribuição das notas, médias ponderadas das notas atribuídas por cada

grupo de avaliadores são computadas e é elaborado o gráfico de priorização de

oportunidades, conforme Figura 10.

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55

Figura 10 - Matriz de avaliação das ideias

Fonte: Oliveira e outros 2010a

As ideias que estiverem localizadas no quadrante superior esquerdo seriam,

em princípio, aquelas cuja implementação geraria os maiores impactos positivos

com os menores investimentos. No quadrante esquerdo inferior, encontram-se as

ideias com baixo impacto positivo, porém, por exigirem baixos investimentos são

consideradas atrativas. No quadrante direito superior, estão as ideias com alto

impacto positivo, mas que necessitam de alto investimento logo são preliminarmente

consideradas pouco atraentes e por fim o quadrante direito inferior apresenta as

ideias aparentemente menos atraentes, já que apresentam baixo impacto positivo e

alto investimento.

A etapa, portanto de avaliação quanto a dimensões e investimentos conclui o

objetivo final da gestão do Banco de Ideias: identificar as ideias com maior potencial

de tornarem-se oportunidades. Nesse momento, as ideias prioritárias são

denominadas de OPORTUNIDADES, que irão passar por uma nova rodada de

detalhamento e priorização, ao final da qual serão elaborados os estudos ou projetos

conceituais (instrumento 8). Esses ciclos de oficina de ideias, oficina de

oportunidades e desenvolvimento de projetos conceituais, repetem-se

continuamente até o final do projeto, sendo que alguns deles ficam inconclusos, à

espera da prorrogação ou renovação do projeto cooperativo conforme mostrado na

Figura 11.

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Ideia Oportunidade Projeto Conceitual

Fim do projeto Teclim

Ideia Oportunidade Projeto Conceitual

Ideia Oportunidade

Ideia

Oficina

Figura 11 - Rodadas de validação do Banco de Ideias. Oficinas de hierarquização das ideias,

oportunidades e projetos conceituais concebidos.

Resultados associados ao Banco de Ideias

A Tabela 8 sintetiza a quantidade de ideias geradas e o potencial de economia

estimado em cada empresa a partir da implementação das ideias identificadas. Os

potenciais somados representam cerca de 1400 t.h-1 para economia de água e pelo

menos 500 t.h-1 para redução de efluentes.

Tabela 8 - Ideias Geradas e Potencial de economia estimado

PROJETO N° DE IDEIAS GERADAS

CONSUMO TOTAL DA EMPRESA

(t.h-1)

POTENCIAL DE ECONOMIA

DE ÁGUA ESTIMADO

(t.h-1)

% DE ECONOMIA ESTIMADO

EM RELAÇÃO

AO CONSUMO DE ÁGUA

POTENCIAL DE REDUÇÃO DE EFLUENTES ESTIMADO

(t.h-1)

A 103 600 158 26 33

B 53 4300 390 9 350

C 113 407 160 39 Não estimado

D 50 90 32 36 4

E 106 1250 320 26 Não estimado

F 67 700 300 43 120

A Figura 12 representa a classificação das ideias quanto à atratividade para a

empresa.

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57

Figura 12 - Resultado da avaliação de atratividade das ideias identificadas nos projetos

Fonte: Oliveira e outros 2010a

O resultado da avaliação de atratividade das ideias identificadas para a

empresa, Figura 12, aponta que a soma dos percentuais de ideias muito atrativas ou

atrativas é superior a 70% em todos os projetos realizados. Na empresa D, esta

proporção chega a 98% do total de ideias cadastradas. Isto significa que grande

parte das oportunidades identificadas pode ser implantada com baixo investimento e

trará um alto impacto positivo para a empresa. Porém, uma nova rodada de

priorização pode mudar a distribuição de proporções inicialmente encontrada. Uma

oportunidade considerada prioritária em um primeiro momento pode ser descartada

na segunda avaliação ou vice-versa.

O TECLIM possui um banco de dados raro relacionado ao consumo de água

pelas indústrias que pode ser explorada por pesquisadores para identificação de

padrões de consumo e podem até servir de consultoria entre as empresas. Além das

oportunidades identificadas, o Banco de Ideias pode continuar a ser utilizado para

avaliação e detalhamento de oportunidades.

Outra grande vantagem do Banco de Ideias é a expansão de sua aplicação em

outros setores industriais e não industriais a exemplo de outros projetos

desenvolvidos pelo TECLIM em prédios públicos, aeroportos e residências. O uso da

ferramenta por empresas, instituições ou pessoas é possível bastando o interessado

cadastrar-se através do sítio: www.teclim.ufba.br.

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58 3.2.5. Instrumento 5: Sistema de Informação Geográfica (SIG)

Um sistema de informações geográficas (SIG) é projetado para mostrar,

armazenar, comunicar, transformar, analisar e arquivar informações geográficas. O

SIG melhora e de certa forma substitui o papel dos mapas e ainda é capaz de

manipular informações na forma de imagens de satélites bem como informações de

pesquisas e registros administrativos que foram georreferenciados (GOODCHILD,

2005).

A facilidade de integrar e analisar informações representadas no SIG pode ser

usada para planejamento do desenvolvimento dos recursos, proteção ambiental,

pesquisas científicas e investigações para os quais a localização geográfica e o

contexto são importantes e úteis (KAUR, AGGARWAL e SONI, 2011).

Na aplicação da ferramenta para a gestão da água foram encontrados estudos

de água subterrânea (Chowdary, Rao e Sarma 2005; VanderPost, 2007), tratamento

de esgoto doméstico (Gemitzi, 2007), sistemas de distribuição de água

(Vairavamoorthy, 2007; Wienand e Kistemann, 2009) e para a tomada de decisão

quanto ao uso de bacias hidrográficas (Choir, Engel e Farnsworth, 2005).

Nobel e Allen (2000) apresentam um modelo para identificação de cenário-

ótimos de reúso de água industrial usando SIG. Informações importantes para

modelagem de reúso de água apontadas por estes autores incluem: localização da

instalação (para determinar a distância entre pontos); elevação relativa (para

determinar a necessidade de bombeamento) e características da água como

qualidade de entrada e saída de determinado processo ou equipamento. Com base

nestas informações o SIG cria caminhos possíveis de troca, os quais serão

avaliados pela capacidade de minimização de custos com água e efluentes e

redução de impactos ambientais.

Nos projetos com o Teclim, o SIG é implantado com a finalidade de representar

espacialmente a área em estudo, o qual é fundamental tanto para a tomada de

decisão em relação ao aproveitamento de correntes aquosas quanto para melhorar

o uso dos recursos hídricos disponíveis no entorno de cada empresa e região.

O SIG permite vincular as entradas e saídas de água representados por

coordenadas geográficas, servindo de base para a avaliação dos custos de

interligação das correntes de efluentes com as suas destinações. A Figura 13 mostra

um exemplo de uma área representada espacialmente no SIG.

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59

Figura 13 - Representação Espacial de um Sistema de Informações Geográficas (SIG)

Fonte: Santos, 2008.

Este instrumento possibilita ainda a identificação dos locais mais adequados

para a implantação de equipamentos destinados à recuperação da qualidade das

correntes aquosas a serem reutilizadas.

A construção da plataforma de informação para gestão industrial de água e

efluentes na empresa em estudo é organizada em três etapas:

1. Reprodução do universo de análise: as empresas são caracterizadas

quanto às fontes geradoras de água e efluentes, processos consumidores

de água e características hidrícas e hidrogeológicas específicas do local e

da região;

2. Criação e implementação do banco de dados: informações são obtidas em

fontes de dados variadas ou coletadas, incluindo também as informações

referentes ao consumo hídrico regional.

3. Identificação e análise das oportunidades: relacionadas ao uso racional da

água e minimização na geração de efluentes incluindo os dados de

projetos conceituais (I8) os quais são então cadastrados no SIG.

Após esta última etapa, o sistema passa a funcionar continuamente. Entretanto

os dados são estáticos, e apenas representam o comportamento do uso da água em

tempos específicos. Portanto, o modelo do SIG deve ser flexível e acomodar

variações de cenários e incorporar mais conjunto de dados que estiverem

disponíveis para atualização dos estudos (Carvalho e outros, 2009; Nobel e Allen,

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60 2000). Por esta característica recomenda-se o uso do SIG como uma ferramenta

auxiliar do sistema de gestão de água da empresa.

Resultados atribuídos ao SIG

A ferramenta de informação geográfica (SIG) tem auxiliado no mapeamento e

integração de correntes aquosas permitindo transpor cotas reais em uma planta

digital tridimensional. Com a representação no SIG é possível avaliar a logística

necessária (distância, cotas, obstáculos a serem transpostos, existência de

passagem) para a transferência de massa de um ponto ao outro da planta tornando

possível a avaliação da viabilidade das ideias de reúso e reciclagem. Dessa forma,

projetos inviáveis são celeremente descartados.

Nos projetos, a ferramenta tem contribuído no cadastro de todos os

reservatórios de água, poços e principais consumidores de água na indústria. O SIG

viabiliza ainda localização das fontes de água atuais e alternativas da empresa,

localização de poços, a definição das áreas de contribuição de chuvas e a

representação das empresas no ciclo hídrico da região na qual estão inseridas.

A carência de material técnico detalhado e a pouca disponibilidade de tempo

dos operadores e engenheiros para o projeto têm dificultado

a atividade de representação da indústria no SIG, conforme relato das equipes do

Teclim.

3.2.6. Instrumento 6: Otimização das redes de transferência de massa

Com base na metodologia Pinch (ou ponto de estrangulamento) para

integração energética desenvovida por Linnhoff e Hindmarsh (1983), El-Hawagi e

Manousiouthakis (1989) desenvolveram uma metodologia Pinch para a síntese de

redes de transferência de massa, baseada na transferência de poluentes pela

diferença de concentração em um conjunto de correntes (Ruiz, 2000). As redes de

transferência de massa (ou Mass Exchange Network - MEN) envolvem a remoção

de poluentes de uma corrente de alta concentração para uma corrente de menor

concentração utilizando o conceito de força motriz (PAPALEXANDRI e outros;

SHARRATT e KIPERSTOK; ULSON DE SOUZA e outros, 1994, 1996, 2009).

Considerando o ponto de estrangulamento mássico, Wang e Smith (1994)

aplicaram o método para a síntese de processos que utilizam água. As técnicas

Pinch são usadas neste caso para estabelecer metas para o mínimo uso de água

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61 doce (permitindo o reuso da água em processos que toleram alta concentração de

contaminantes) e projetar redes consistentes com essas metas (RUIZ, 2000).

Ferramentas de otimização de sistemas, síntese de processos, engenharia

econômica, termodinâmica e transferência de massa são utilizadas para projetar

redes que minimizem o uso dos recursos naturais. É necessário conhecer os fluidos

de processo, a concentração de contaminantes nas correntes que serão reutilizadas,

o nível de contaminação permitido para os sistemas que irão reutilizar o fluido e a

logística entre a fonte de desperdício e os potenciais consumidores destas

(FONTANA e outros, 2005).

Alguns procedimentos utilizados para otimizar redes de transferência de massa

consistem na segregação de correntes para evitar a contaminação e aumento da

necessidade de diluição e tratamento dos efluentes; o reúso de efluentes

diretamente em outra unidade onde o nível de poluentes é aceitável para os

processos e equipamentos; a regeneração-reúso onde os efluentes são tratados

totalmente ou em parte para serem reutilizados em outra unidade; e por fim a

regeneração-reciclo que difere da regeneração-reúso por ser aplicado na mesma

unidade que gerou o efluente (El-Hawagi, 1997).

Estes procedimentos aumentam o número de interações entre os processos à

medida que uma unidade estará recebendo correntes de diversos equipamentos. A

integração mássica embora possa proporcionar vantagens econômicas e

ambientais, pode causar problemas de controlabilidade no sistema, provocando

perda na qualidade dos produtos, danos aos equipamentos ou insegurança no

processo, (VALLE, 2005).

Em se tratando decorrentes com múltiplos contaminantes, como é o caso do

uso da água pela indústria, o problema de integração mássica torna-se mais

complexo, pois as relações de equilíbrio dos contaminantes devem ser consideradas

simultaneamente. As restrições de vazão e concentração devem ser satisfeitas. Em

Wang e Smith (1994) são apresentadas algumas regras para satisfazer essas

condições.

Existem duas abordagens tradicionalmente usadas para a integração mássica:

a primeira conceitual ou heurística-teórica baseada em teorias termodinâmicas e

heurísticas para síntese de redes de trocadores de massa onde o exemplo mais

comum é a metodologia Pinch; e a segunda baseada em técnicas de programação

matemática que busca otimizar o modelo matemático dos processos a exemplo dos

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62 problemas de programação linear e não-linear desenvolvidos em El-Hawagi e

Manousiouthakis (1990a, 1990b) citados por Bagajewicz (2000) e VALLE (2005).

De acordo com Bagajewicz (2000), apesar da abordagem conceitual

apresentar limitações para abordar a complexidade do problema, fornece descrição

simplificada do problema o que facilita a programação matemática. As abordagens

então são consideradas complementares e a combinação delas tende a produzir

uma alternativa mais eficaz.

O Diagrama de Fontes de Água (DFA) é uma metodologia proposta para

redução do consumo de água baseada no Pich mássico (Ulson de souza e outros;

Pessoa; Moreira, 2009, 2008, 2009). Segundo Moreira (2009) o DFA é um

procedimento algorítmico baseado em equações de balanço de material e em regras

heurísticas que busca a melhoria da combinação de correntes de efluentes e dos

custos a elas relacionados.

Por se tratar de uma técnica mais simples de ser compreendida e transmitida

aos engenheiros da planta industrial, os estudos nos projetos do Teclim com a

indústria iniciaram-se com os esforços de otimização baseados no método do DFA.

Nos projetos do Teclim, à medida que os balanços hídricos são montados, as

informações de cada corrente identificada nos balanços são coletadas e agrupadas

em uma tabela denominada Tabela Desafio. Com os dados da Tabela Desafio e

utilizando técnicas de integração de processos é possível identificar as capacidades

necessárias para as operações de tratamento de efluentes; efetuar a estimativa do

investimento necessário; e a estimativa da redução do consumo de água.

Por tratar de medidas de reciclagem e reuso, a otimização de redes de

transferência de massa deve ser adotada após esgotadas as possibilidades de

redução na fonte.

Resultados atribuídos às redes de transferência de massa Apesar de não ter sido realizada no âmbito dos projetos do Teclim, o trabalho

de Moreira (2009) aproveitou dos estudos do DFA na empresa e propôs redes de

transferência de massa que possibilitassem o máximo reúso dos efluentes do

processo de desmineralização da água, na Unidade de Tratamento de Água da

empresa em estudo (MOREIRA, 2009).

Entretanto, o desenvolvimento completo da síntese MEN não foi alcançado em

nenhum dos projetos de parceria do Teclim. Dentre as razões para isso, as

principais são: informação inadequada dos fluxos aquosos do processo, dificuldades

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63 de atribuir valores para as concentrações máximas de um determinado poluente a

ser considerado na água que entra nos processos e, conforme comentado

inicialmente, a complexidade dos problemas envolvendo processos com múltiplos

contaminantes.

Até o momento portanto não existem resultados da aplicação do instrumento 6

nos projetos.

3.2.7. Instrumento 7: Análise da inserção da empresa no ciclo hidrológico regional

O principal objetivo da avaliação da inserção da empresa no ciclo hidrológico

regional consiste em avaliar ações efetivas de proteção, preservação e remediação

de recursos hídricos superficiais e subterrâneos na região. Para esta avaliação

características hidrológicas e hidro geológicas da região são consideradas o que

permite equacionar os impactos que qualquer redução do consumo da água e

geração de efluentes possa causar além dos limites da empresa.

Além disso, o levantamento do potencial hídrico da região possibilita identificar

estratégias de melhor uso da água, considerando sua qualidade e aspectos de

logística de utilização, bem como identificar fontes alternativas de abastecimento e

descarte, no âmbito do pensamento de ciclo de vida.

Resultados atribuídos à análise da empresa no ciclo hidrológico regional

Este instrumento vem permitindo a redução na captação de água dos

mananciais que abastecem o Polo Industrial de Camaçari, onde maior parte das

indústrias estudadas está inserida, reduzindo-se a necessidade da concessionária

estadual abastecer esta região de alta pluviosidade a partir de recursos hídricos

oriundos do semiárido baiano (Bacia do Paraguaçu).

Nos projetos já realizados, esta análise contemplou estudos de fontes

alternativas de abastecimento de água da região do Polo Industrial de Camaçari,

com destaque para os estudos de aproveitamento das águas captadas em três

bacias de contenção de efluentes pluviais e inorgânicos (Oliveira-Esquerre e outros,

2007a, 2007b, 2008a, 2009, 2010) e o de aproveitamento de água subterrânea

contaminada explotada pelo sistema de Barreira Hidráulica (Oliveira-Esquerre,

2008b).

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64

Os estudos de reaproveitamento da água da bacia de contenção do Polo e o

aproveitamento da água da barreira hidráulica indicaram meios de gerenciar a vazão

regularizada da maior empresa deste Polo, ampliando suas alternativas de

suprimento e desvinculando-a do manancial, aumentando a oferta de água para a

região em períodos de flutuação sazonal de disponibilidade.

O potencial estimado de aproveitamento de água para as bacias do Complexo

Básico e Bacia do Cobre foi de aproximadamente 1500 m3.h-1 o que correspondia na

época a 24% de toda água demandada pelo Polo petroquímico em questão

(Oliveira-Esquerre e outros, 2008a). Além da redução da extração de água os

estudos apontaram para a redução dos gastos energéticos provenientes desta

captação, do volume de efluentes enviados para o sistema de captação de efluentes

orgânicos do Polo, e de custos relacionados ao tratamento destes efluentes

(OLIVEIRA-ESQUERRE e outros, 2008b).

Uma barreira hidráulica foi instalada como sistema de remediação do Pólo

Industrial de Camaçari composta de uma sequência de 14 poços de extração e de

19 de monitoramento, dispostos de forma a interceptar e monitorar as plumas de

contaminantes orgânicos dissolvidos e evitar que as mesmas atinjam corpos

receptores localizados à jusante da área impactada. O estudo do reuso da água

explotada pelo sistema barreira hidráulica identificou a possibilidade de redução de

48 a 125 m³.h-1 do volume de água extraído dos mananciais utilizados nas unidades

industriais do Polo e dos efluentes enviados para o sistema de captação de

efluentes orgânicos do Polo; além da redução dos gastos energéticos com a

captação de água da região metropolitana de Salvador (RMS); e dos custos

relacionados ao tratamento dos efluentes (OLIVEIRA-ESQUERRE e outros 2008a).

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65 3.2.8. Instrumento 8: Elaboração de projetos conceituais de minimização do uso da água e geração de efluentes

A partir das oportunidades priorizadas no Banco de Ideias são elaborados os

projetos conceituais para redução e reúso da água e efluentes. Os projetos

conceituais correspondem a fase conceitual da metodologia FEL introduzida no

instrumento 4, seção 3.2.4. Nesta fase é realizado o desenvolvimento de projetos

conceituais das oportunidades priorizadas junto à empresa dentre as ideias

cadastradas no Banco de Ideias do projeto. Na fase conceitual do FEL também são

desenvolvidos outros documentos, tais como análise de risco e estratégia de

segurança, que não são contemplados nos projetos Teclim. As demais fases da

metodologia FEL de engenharia básica e implementação (Lucci, 2009) são

executadas pelas empresas através de recursos próprios ou da contratação de

empresas de engenharia, caso necessário são feitas consultas ao Teclim.

Para elaboração dos projetos conceituais são consultados dados de projeto,

manuais de operação, vazões extraídas do Balanço Hídrico, a representação

espacial no SIG da área em estudo, qualidade da água e dos efluentes relacionadas

na Tabela Desafio, além de informações geradas em diversas discussões com

engenheiros e operadores. É necessária a formação de uma equipe multidisciplinar,

e sua capacitação é essencial nesta etapa frente às diferentes exigências técnicas

de cada empresa na elaboração de um projeto conceitual.

Os projetos conceituais irão compor o portfólio de projetos da empresa. Dentre

as exigências para a elaboração destes projetos estão: a elaboração de estratégias

de implantação da ideia, estudo de viabilidade de investimento, estudo de perigo

(HAZOP e FMEA, do inglês Hazard and Operability Analysis e Failure Mode and

Effect Analysis, respectivamente) e a revisão de dados de consumo de utilidades e

matéria-prima, efluentes gerados e sistemas de despejo.

Resultados atribuídos à elaboração de projetos conceituais

Os projetos conceituais refletem os resultados dos treinamentos de P + L na

empresa e representam a continuidade de ações por parte da empresa após o

encerramento do projeto com o Teclim.

O percentual de ideias que deu origem aos projetos conceituais e puderam

compor o portfólio de projetos de cada empresa é apresentado na Tabela 9.

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66 Tabela 9 - Geração de projetos conceituais nas empresas

PROJETO GERAÇÃO DE PROJETOS CONCEITUAIS*

A 20%

B 15%

C 15%

D 10%

E 24%

F 6% * Porcentagem em relação ao total de ideias cadastradas

Fonte: Oliveira e outros 2010a

Ressalta-se que estes projetos são provenientes das oportunidades

identificadas e priorizadas durante o projeto.

Um exemplo de oportunidade identificada no projeto B que virou projeto

conceitual foi a Bacia do Complexo Básico (Oliveira-Esquerre e outros, 2008a; 2010)

mencionada no instrumento 5. Este projeto já evoluiu para projeto de engenharia e

está em fase de implantação. Outros projetos conceituais que evoluíram são o

reaproveitamento da purga das caldeiras como água de reposição das torres de

resfriamento: em operação; e a segregação de água potável: em fase de projeto

básico, ambas oportunidades provenientes do projeto B. Uma avaliação da efetiva

implementação dos demais projetos conceituais pode ser considerada no

aperfeiçoamento da metodologia.

3.2.9. Instrumento 9: Auditoria de fontes de alimentação de efluentes

O efluente reflete a estabilidade do processo devendo-se, portanto estabelecer

rotinas para seu controle. A observação visual, assim como as medições, é

essencial para caracterizar problemas com efluentes.

Por meio deste instrumento, pretende-se definir ações e procedimentos para a

redução do volume de efluentes pontuais, tanto de efluentes orgânicos como

inorgânicos, dentro de cada unidade da empresa. Outro objetivo é a melhoria da

qualidade destes efluentes através da minimização da perda de produtos através de

lançamentos inadequados para as linhas de efluentes. A auditoria de fontes de

alimentação de efluentes segue as seguintes etapas:

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67

1) Caracterização das regiões próximas às fontes geradoras;

2) Avaliação das condições de amostragem quanto a distúrbios que possam

mascarar resultados;

3) Levantamento das vazões medidas e estimadas de efluentes;

4) Amostragem nas canaletas e bacias do sistema de efluentes orgânicos;

5) Análises das amostras coletadas nas canaletas e bacias de efluentes;

6) Realização de balanço de massa das correntes;

7) Cálculo do acúmulo de orgânicos e sólidos na bacia de efluentes;

8) Análise de dados;

9) Elaboração de programas de ação.

A metodologia desenvolvida utiliza técnicas citadas em Ávila (1995, 2004).

Outros resultados projetados com a implantação desta metodologia consistem no

aumento da carga produtiva e continuidade dos processos devido à sua

estabilidade. Espera-se também a melhoria nos índices de consumo, com a redução

das perdas e consequente melhoria da imagem da empresa interna e externamente

com o aumento da satisfação dos clientes.

Resultados atribuídos à auditoria de fontes

Este instrumento permite a empresa o mapeamento da geração de efluentes

na fonte e o diagnóstico das contribuições de contaminantes. Com a redução de

geração por controle na fonte a empresa diminui seus custos com tratamento de

efluentes, minimiza as perdas de matérias-primas e insumos por descartes

inadequados e vazamentos e, deixa de pagar as onerosas multas por lançamentos

de contaminantes fora das faixas permitidas pela legislação.

No projeto D, foram desenvolvidas atividades para minimizar contaminações

na fonte em sistema de efluente orgânico e torres de resfriamento. Identificou-se

também a eficiência das diversas etapas de produção e os tipos de efluentes

gerados em cada etapa (qualitativamente e quantitativamente), que contribuiam para

a composição do efluente final na empresa. Ao menos três dos projetos conceituais

gerados estão relacionados com este estudo.

No projeto F, esforços foram concentrados para a redução da contaminação do

efluente por determinado produto, o qual estava sendo motivo de multas pelo órgão

ambiental e limitante na redução do consumo de água na planta.

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68

Um levantamento feito do perfil desses efluentes apontou possíveis distúrbios

da operação e suas fontes de contaminação a exemplo de paradas não

programadas por falta de matéria-prima.

É importante destacar que a responsabilidade pela implementação das ações

de melhoria é de responsabilidade da empresa cabendo à equipe UFBA apenas o

estudo e diagnóstico detalhado com identificações, análises e sugestões rompendo

a inércia por parte da empresa no que diz respeito à atenção voltada para o uso da

água pela indústria.

3.3. Dificuldades, utilização e relevância da aplicação dos 09 (nove) instrumentos

A Figura 14 ilustra a ordem de utilização dos instrumentos de acordo com as

fases de um projeto segundo o Project Management Institute (PMI, 2004). Não

existe uma sequencia clara para atingir os objetivos do projeto. À medida que o

projeto avança, um ou outro instrumento é requerido em maior ou menor grau de

intensidade. A inter-relação desses instrumentos pode gerar espaço para novas

soluções que ainda não foram usadas nos projetos do Teclim.

Iniciação

Planeja-mento

Execução

Controle

Encerra-mento

Fase

s do

proj

eto

Instrumentos requeridos e grau de intensidade

I1 I2

I1 I3I2

I2 I3 I4 I6I5 I7 I9

I3I1 I4

I5I4I3I1

I5 I7

I8

LegendaPouco utilizado

Utilizado

Muito utilizado

Figura 14 - Utilização dos nove instrumentos de acordo com as fases do projeto

Fonte: Oliveira e outros (2011)

Na Tabela 10 são encontradas as maiores dificuldades observadas na

aplicação de cada um dos nove instrumentos apresentados anteriormente.

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69 Tabela 10 - Relevância e dificuldades na aplicação dos instrumentos desenvolvidos

Instrumento Relevância Dificuldades encontradas

I1

Parceria

universidade-indústria

- Maior possibilidade de mudança de paradigmas devido à integração da universidade-empresa no chão de fábrica.

- Aumento da preocupação e cuidado, tanto da operação quanto da gerência, com o uso de água e geração de efluentes na unidade industrial.

- Algumas empresas tem um histórico de começar projetos e não dar continuidade.

- Inserir as atividades de apoio ao projeto no plano de trabalho dos colaboradores da empresa.

I2 Treinamentos

- Inserção do conceito de Produção Limpa na empresa, contribuindo para a realização de balanços hídricos e a identificação de oportunidades de minimização do uso da água e geração de efluentes.

- Formação de pessoal apto a continuar envolvidos em projetos desta natureza.

- Agendamento das oficinas e treinamentos no turno de trabalho, ou fora do turno.

I3 Balanço Hídrico

reconciliado

- Desenvolvimento de instrumento para caracterização de correntes a partir de vazões presumidas.

- Aprimoramento do sistema de gestão do balanço hídrico da empresa em estudo.

- Conhecimento das principais correntes aquosas do sistema, permitindo atuar de forma mais eficiente na redução do consumo de água e geração de efluentes assim como levantar oportunidades de uso mais racional da água no processo.

- Redução do consumo de água.

- Falta de medição e calibração dos medidores existentes.

- Necessidade de desenvolvimento de métodos inovadoradores que comporte as particularidades da empresa, como vazamentos.

- Falta de manutenção nas linhas e válvulas permitindo que novos vazamentos surjam ou outros se tornem constantes.

- Carência de documentação técnica de válvulas e equipamentos e às fichas de calibração dos instrumentos.

- Acompanhamento da medição diária de vazões aquosas tanto no volume de controle global quanto por área. Existência de desvios operacionais.

- Inexistência de estimativa confiável da contribuição da chuva.

- Existência de fluxos aquosos desconhecidos por operadores.

- Informações técnicas divergentes.

- Pouca disponibilidade de tempo dos operadores e engenheiros para o projeto.

- Acesso à empresa devido à demora de confecção de crachás e falta de procedimento diferenciado durante paradas operacionais.

- Morosidade na gestão financeira do projeto.

I4 Banco de Ideias

- Desenvolvimento de instrumento para cadastro e gerenciamento de ideias e oportunidades relacionadas ao uso racional da agua e minimização de efluentes.

- Identificação de novas tecnologias para tratamento e reúso de correntes aquosas visando à redução do consumo de água e geração de efluentes.

- Identificação de fontes alternativas de água, por exemplo, subterrâneas e água de chuva.

- Desenvolvimento de alternativas que visam à redução da captação de água de mananciais externos para atender as demandas de produção.

- Desenvolvimento de alternativas que visem a redução na geração de efluentes aquosos.

- Falta de envolvimento e indisponibilidade de tempo do corpo técnico para auxiliar na coleta, avaliação das ideias e oportunidades.

- Dificuldade ou impossibilidade de realização do treinamento em P+L para operadores.

- Informações técnicas divergentes.

- Acesso à empresa devido à demora de confecção de crachás e falta de procedimento diferenciado durante a parada e manifestações públicas.

- Morosidade na gestão financeira do projeto.

- Informações incertas para cálculo do custo do tratamento de água e efluente.

continua

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70 Tabela 10 - Relevância e dificuldades na aplicação dos instrumentos desenvolvidos - Continuação

I5 Sistema de Informações Geográficas (SIG)

- Identificação de facilidades para integração de correntes.

- Realização de consultas para obter respostas imediatas em relação a qualquer informação comparativa, na buscar por melhores possibilidades de reúso/reciclo de água em relação às correntes.

- Representação espacial da empresa, caracterizando os locais de consumo de água e de geração de efluentes e apresentando as informações de cada ponto em um banco de ideias georreferenciado.

- Carência de material técnico detalhado.

- Falta de profissionais com experiência.

- Pouca disponibilidade de tempo dos operadores e engenheiros para o projeto.

- Acesso à empresa devido à demora de confecção de crachás e falta de procedimento diferenciado durante a parada.

- Morosidade na gestão financeira do projeto.

I6 Otimização das redes de transferência de massa

- Identificação de possibilidades de reúso de correntes intermediárias e de utilização de fontes externas de forma integrada.

- Visão integrada dos processos.

- Trabalhar com casos reais, multicomponentes e com medição precária e série de dados históricos não consolidada.

- Trabalhar em plantas que já se encontram em funcionamento.

- Falta de informação adequada relacionada aos fluxos aquosos ao nível de processo.

- Dificuldades em atribuir valores para as concentrações máximas de um determinado poluente a ser considerado na água que entra nos processos.

- Desenvolvimento ainda incipiente de metodologias considerando processos multicomponentes.

I7 Análise da inserção da

empresa no ciclo hidrológico regional

- Delinear estratégias de melhor uso da água, considerando sua qualidade e aspectos de logística.

- Identificar fontes alternativas de abastecimento e descarte.

- Redução na captação de água dos mananciais que abastecem a região e conseqüente distribuição mais justa dos recursos hídricos estaduais.

- Redução dos gastos energéticos provenientes da captação de água, do volume de efluentes enviados para o sistema de captação de efluentes e de custos relacionados ao tratamento destes efluentes.

- Poucos estudos sobre o histórico do uso de águas superficiais e subterrâneas.

- Avaliação da demanda futura - Inserção de aspectos de

mudanças climáticas no plano diretor de água de cada empresa.

I8 Projetos conceituais - Permite a implantação das ideias pela empresa e a continuidade de ações mesmo após a conclusão do projeto.

- Carência de material técnico detalhado.

- Dificuldade na obtenção de dados históricos e de projeto.

- Falta de medição.

I9 Auditoria de fontes de alimentação de efluentes

- Definir ações e procedimentos para a redução do volume de efluentes.

- Busca da melhoria da qualidade de efluentes através da minimização da perda de produtos.

- Documentação incompleta do sistema de canaletas

- Análises químicas

A Tabela 10 mostra a relevância e, portanto a justificativa de utilização desses

instrumentos nos projetos de parceria. As características atribuídas a cada

instrumento e as dificuldades apontadas na sua utilização são fruto da experiência

do Teclim.

Page 73: A METODOLOGIA TECLIM PARA USO RACIONAL DA ÁGUA …teclim.ufba.br/site/material_online/dissertacoes/dis_geiza.pdf · A Metodologia Teclim para uso racional da água na indústria:

71 3.4. Comentários parciais

Os instrumentos desenvolvidos permitem atingir as metas de redução definidas

nos projetos de parceria. A relação entre os instrumentos desenvolvidos e os marcos

da P+L é apresentada para demonstrar a necessidade e a importância da utilização

de cada um dos instrumentos.

À medida que a empresa passa a investir no treinamento de seus funcionários

em produção mais limpa e permite à equipe da UFBA o estudo detalhado de suas

fontes consumidoras de água e geradoras de efluentes por meio do balanço hídrico,

aumenta-se a percepção de como a água é gerida por ela e como podem ser

implementadas ações de melhoria do uso deste recurso, através da eliminação ou

redução de perdas, assim como do reúso e da reciclagem.

Os treinamentos em larga escala têm contribuído tanto na motivação para a

proposição de ideias de uso racional da água quanto para a formação de pessoal

qualificado apto a continuar envolvido em projetos desta natureza. O Teclim possui

um banco de dados relacionado ao consumo de água pelas indústrias que pode ser

explorada por pesquisadores para identificação de padrões de consumo e podem

até servir de consultoria entre as empresas. Para a empresa em estudo, além das

oportunidades identificadas, o Banco de Ideias pode continuar a ser utilizado para

avaliação e detalhamento de oportunidades.

A reconciliação de dados baseado no conceito de Qualidade da Informação é

uma metodologia consistente que permite fechar o balanço hídrico mesmo sem

medição significativa de vazões, permitindo ainda a identificação de erros grosseiros

em correntes medidas ou estimadas.

O desenvolvimento de projetos conceituais a partir de oportunidades prioritárias

para a empresa propiciam as informações iniciais necessárias para a implementação

das oportunidades identificadas nos projetos cooperativos.

A inter-relação dos instrumentos demonstra que não existe uma sequência

única na sua utilização e que suas interações podem gerar espaço para novas

soluções ainda não identificadas. A experiência adquirida pelo Teclim permite

apontar a relevância na aplicação dos instrumentos e as principais dificuldades

nessa implantação, conforme demonstrado na Tabela 10.

No próximo capítulo serão demonstrados os resultados gerais obtidos nos

projetos Teclim.

Page 74: A METODOLOGIA TECLIM PARA USO RACIONAL DA ÁGUA …teclim.ufba.br/site/material_online/dissertacoes/dis_geiza.pdf · A Metodologia Teclim para uso racional da água na indústria:

72

Capítulo 4

Resultados

No capítulo 3 foram apresentados os principais resultados atribuídos

fortemente a determinado instrumento. Neste capítulo serão apresentados os

ganhos gerais na redução do consumo de água e geração de efluentes relacionados

à aplicação da metodologia na indústria e exemplos de outros projetos do Teclim

que têm adaptado essa metodologia para outros setores.

4.1. Indústria

Na empresa A, Figura 15, antes de se iniciar o projeto com o Teclim, algumas

ações implementadas haviam proporcionado redução significativa do consumo de

água. A empresa deu início ao projeto com o TECLIM/UFBA após um período que

seu consumo estabilizou. Durante o projeto (seta indicativa na Figura 15), houve

uma redução de 13% no consumo específico de água sem que qualquer alteração

tecnológica fosse efetuada. Neste projeto houve intensa dedicação e colaboração

dos operadores dos processos até a alta gerência. Ao final do projeto com o

Teclim/UFBA (2007), o consumo específico de água já se encontrava 20% abaixo do

consumo dos dois anos anteriores (KIPERSTOK e outros, 2008).

70,0

82,0

94,0

106,0

118,0

130,0

142,0

154,0

166,0

178,0

190,0

Con

sum

o á

gua

por p

rodu

to (m

3 /t)

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009Período (ano)

Figura 15 - Consumo específico de água na empresa A Fonte: Kiperstok e outros (2011a)

Page 75: A METODOLOGIA TECLIM PARA USO RACIONAL DA ÁGUA …teclim.ufba.br/site/material_online/dissertacoes/dis_geiza.pdf · A Metodologia Teclim para uso racional da água na indústria:

73

O esforço da empresa A não cessou com o final do convênio com o Teclim.

Conforme a Figura 15, o consumo específico continuou a cair após um período de

estagnação da queda, e continuou caindo em parte como reflexo da implantação dos

projetos conceituais desenvolvidos. Em meados de 2009 a empresa demonstrou ao

Teclim que já atingia um consumo específico inferior em torno de 42% do consumo

praticado sete anos antes. Este projeto foi muito comentado no âmbito da matriz da

corporação internacional a qual pertence atualmente à empresa A.

A Figura 16 representa a queda verificada na empresa B no início do projeto de

parceria com a UFBA.

Efluentes orgânicos

Efluentes inorgânicos

Figura 16 - Queda verificada na produção de efluentes em m3 por tonelada de matéria prima utilizada,

na empresa B, no início do projeto cooperativo com o TECLIM/UFBA. Fonte: Kiperstok e outros (2011a)

Este resultado em parte foi associado a uma maior atenção com práticas

corriqueiras na empresa àquele período como a de lançamentos desnecessários de

água nas canaletas de efluentes das áreas produtivas. Observou-se também uma

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74 maior estabilidade, tanto para os efluentes orgânicos como inorgânicos o que pode

ser considerado como um indicador de maior cuidado com o uso da água industrial.

Na Figura 17 pode ser avaliada a evolução da produção de efluentes da empresa

B para um período de 20 anos. Neste gráfico observa-se uma clara redução da

produção de efluentes inorgânicos, porém sem o mesmo sucesso para os efluentes

orgânicos. Na empresa B o processo de capacitação em larga escala para a

produção limpa não pode ser desenvolvido a contento, devido em parte ao intenso

esforço de organização interna pelo qual a empresa passou em função de diversos

movimentos de reestruturação acionária.

Figura 17 - Evolução da produção de efluentes na empresa B Fonte: Kiperstok e outros (2011a)

A redução na geração de efluentes observada durante os dois primeiros anos

do projeto (seta indicativa na Figura 17) foi de 250 m3.h-1, representando uma

redução na geração específica de efluentes em mais de 40% (OLIVEIRA-

ESQUERRE e outros, 2009).

A Figura 18 mostra ainda uma relação inversa entre a estabilidade do processo

e a vazão de efluentes orgânicos na empresa B. A relação causa-efeito entre essas

medições é clara na comparação da média semestral (X barra) e do desvio padrão

(S). Quanto maior o desvio padrão do resultado do processo, menor sua

estabilidade. O valor de efluentes cresce à medida que o valor “S” sobe conforme

visto na Figura 18.

1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 20080

200

400

600

800

1000

1200

321Ef

luen

te /

Prod

ução

de

petro

quím

icos

Eflu

ente

(t/h

)

Tempo

Efluente orgânico Efluente inorgânico

0,0

1,5

3,0

4,5

6,0

7,5

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75

255

260

265

270

275

Prod

ução

de

Petro

quím

icos

méd

ia x

103

(t/m

ês)

1 2 3 412

16

20

24

28

32

36

Data

Prod

ução

de

Petro

quim

icos

desv

io p

adrã

o x

103 (m

3 /h)

225

250

275

300

325

350

375

Eflu

ente

org

ânico

méd

ia x

103 (m

3 /h)

Dados

1 2 3 430

45

60

75

90

105

Eflu

ente

org

ânico

desv

io p

adrã

o x

103 (m

3 /h)

DataDados Figura 18 - Gráficos de controle (X barra, S) da (a) produção de petroquímicos (t/mês) e (b) efluentes

orgânicos (m3.h-1). Fonte: Kiperstok e outros (2011b)

Esta forte correlação entre a produção de efluentes e a estabilidade

operacional da fábrica demonstra a manutenção de condições estáveis de operação

que é um dos principais fatores que afetam o consumo de água na indústria de

processos.

No caso do projeto cooperativo com a empresa C, Figura 19, também são

observadas tendências de queda tanto no consumo de água como na produção de

efluentes. O projeto ocorreu entre junho de 2003 e agosto de 2004 (seta indicativa).

A curva representativa do consumo de água clarificada, referenciada no eixo

esquerdo do gráfico, indica uma redução do consumo de 17% em apenas um ano.

No período do projeto houve uma redução da produção específica de efluentes

em 43% e do consumo de água potável em 42%.

A redução no consumo de água potável indica que os esforços desenvolvidos

atingiram também o consumo pessoal de água, já que não houve variação

significativa no número de funcionários da empresa durante o período monitorado.

Page 78: A METODOLOGIA TECLIM PARA USO RACIONAL DA ÁGUA …teclim.ufba.br/site/material_online/dissertacoes/dis_geiza.pdf · A Metodologia Teclim para uso racional da água na indústria:

76

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

Efluente/produto em m3/t ( eixo da direita) Agua clarificada/produto em m3/t (eixo da esquerda)Vapor/produto em m3/t ( eixo da direita) Agua potavel/produto em m3/t (eixo da direita)

Con

sum

o / p

rodu

cão

espe

cífic

os d

e v

apor

,águ

a po

táve

l e e

fluen

te(m

3 /to

nela

da d

e pr

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o)

Con

sum

os e

spec

ífico

s d

e ág

ua c

larif

icad

a(m

3/ t

onel

ada

de p

rodu

to)

Figura 19 - Evolução do consumo de água e produção de efluentes na empresa C

Fonte: Adaptado de Kiperstok e outros (2011a)

No projeto com a empresa F foi detectado que o problema de contaminação

dos efluentes comprometeria a redução do consumo de água. Existia uma

contaminação significativa de produto no efluente orgânico cuja concentração estava

quase sempre próxima, chegando por vezes a ultrapassar o limite estipulado de

remessa do efluente. Se o projeto focasse apenas na redução de água, provocaria

aumento na concentração dos efluentes aumentando o problema. Portanto, neste

projeto foi dada maior atenção às ideias que contribuiriam com, além da redução do

uso da água, também redução da contaminação na fonte.

O gráfico da Figura 20 representa a evolução do custo relacionado ao

tratamento de efluentes na empresa F. A seta indica o período do projeto com o

Teclim. Houve um aumento expressivo da produção e consequentemente do custo

de tratamento de efluente no mês de agosto de 2009 devido à ocorrência de uma

parada geral para manutenção da unidade industrial.

No período de março a julho de 2010 foram observadas as melhores

tendências. Este período corresponde justamente à vigência do monitoramento de

uma oportunidade explorada pelo Teclim.

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77

0

50

100

150

200

250

300

350

Período

Cus

tode

trat

amen

to d

e ef

luen

te (R

$) x

100

0

Figura 20 - Evolução do custo do tratamento de efluente orgânico da empresa F

Fonte: Relatório do Projeto F (não publicado)

As oportunidades identificadas no projeto e discutidas com a empresa bem

como a manutenção de condições de operação contribuíram para uma redução

superior a 20% no custo do tratamento durante o período do projeto. Entretanto,

após o término das atividades (mês de novembro de 2010) ocorreu a perda do

padrão de lançamento de efluentes adquirido no projeto com o Teclim.

Como exemplificado para as empresas A, B e C e F, os projetos de parceria

possibilitam o desenvolvimento de uma cultura técnico-operacional voltada para a

otimização ambiental de processos industriais e aumento da ecoeficiência.

Reduções relevantes de consumo de água, da produção de efluentes e do custo de

tratamento desses efluentes têm sido obtidas mesmo sem grandes investimentos ou

mudanças tecnológicas.

A identificação de fontes alternativas de abastecimento para atender as

demandas de produção são outros resultados obtidos.

Com base na experiência adquirida com o desenvolvimento dos projetos

cooperativos foi elaborado um diagnóstico atual de como a água é gerida na

indústria (Tabela 11).

Page 80: A METODOLOGIA TECLIM PARA USO RACIONAL DA ÁGUA …teclim.ufba.br/site/material_online/dissertacoes/dis_geiza.pdf · A Metodologia Teclim para uso racional da água na indústria:

78 Tabela 11 - Diagnóstico da gestão da água na indústria, baseado na experiência do TECLIM

Item Aspectos Diagnóstico Impacto(1)

1 Localização Geográfica

1.1 Visão de abundância de água está relacionada às características da região. -

2 Culturais

2.1Prevalece o conceito de água e efluente, a logística hoje existente é que a água é a entrada e o efluente é a saída do processo. 2.2 Não existe cultura de racionalização da água para a nossa geração. 2.3 Operadores e projetistas delegam a terceiros questões relacionadas com o consumo de água e geração de efluentes. 2.4 Os valores ambientais começam a entrar na empresa. É percebida “simpatia” dos operadores pelo uso racional da água. 2.5 Péssimo exemplo oferecido pela forma como as instituições públicas (empresas de saneamento e outras) desperdiçam água.

- - -

+ -

3 Técnico/ Operacionais

3.1 Água é muito pouco medida. Geralmente, mas nem sempre, na entrada e na saída da fábrica. 3.2 Não existe conhecimento do consumo específico por unidade de processo. 3.3 As águas na indústria são especificadas para, no máximo, quatro níveis de qualidade: bruta, clarificada, desmineralizada e potável. Efluente não é considerado como água de processo. 3.4 Não há registro e interpretação sistemática de eventos que ocasionam variação de consumo de água e geração de efluentes.

- - -

-

4 Tecnológicas

4.1 Processos projetados e construídos no passado não incorporam demandas ambientais atuais e, muito menos, previsões futuras. 4.2 Avanços tecnológicos permitem a oferta de sistemas avançados de tratamento de água e efluentes. 4.3 Custo das mudanças é um fator limitante. 4.4Atualização tecnológica limitada. 4.5 Cultura do tratamento descentralizado e reúso ainda incipiente.

-

+ - - -

5 Custo 5.1 Água é barata na medida em que não incorpora devidamente os custos ambientais atuais e futuros da carência deste recurso natural. 5.2 Custo da água é pouco significativo em relação a outros insumos.

- -

6 Gestão

6.1 Não existem benchmarks de consumo a serem atingidos, no máximo se combatem perdas e desperdícios visíveis. 6.2 Estabelecem-se metas de redução de efluentes com base em históricos de produção de efluentes estatisticamente pouco confiáveis. 6.3 Dificuldade interna de aprovação de projetos de redução de consumo de água em função de retornos financeiros comparativamente pouco competitivos. 6.4 Algumas empresas já utilizam critérios baseados na responsabilidade ambiental corporativa para a aprovação de projetos internos de racionalização do uso da água. 6.5 Critério utilizados pelos órgãos gestores dos recursos hídricos para outorga de água ainda são pouco consistentes no referente às qualidades das disponíveis na região e a necessidade real para o seu uso. 6.6 Os conteúdos energéticos(2) e exergéticos(3) da água, não são levados em consideração.

- - -

+ - -

7 Legislação

7.1 Os setores ambientais nas empresas tendem a focalizar o efluente final da empresa por ser ele o controlado e monitorado pelos órgãos ambientais; 7.2 Não há controle do consumo de água por parte dos órgãos responsáveis pelo controle e política dos recursos hídricos. 7.3 Foram criados comitês de bacias (Lei 7.663/91) para gerenciar a água de forma descentralizada, integrada e com a participação da sociedade. (+) 7.4 Não existe uma atuação efetiva por parte dos comitês e agências de bacias que só agora estão sendo implantados. Tarifas cobradas muito baixas (quando o são) 7.5 Não são avaliadas com as devidas considerações técnicas as implicações atuais e futuras das transposições de bacias existentes ou em implantação.

- -

+ - -

1) Impacto: (-) Aspecto negativo; (+) Aspecto positivo, no fomento ao uso racional da água. 2) Conteúdo energético – Considera o conteúdo de energia total alocado a água no ponto de

utilização, 3) Conteúdo exergético – Considera a qualidade da energia utilizada. Análise fundamentada na

segunda lei da termodinâmica. Fonte: Kiperstok e outros (2011a)

O diagnóstico da Tabela 11 pode servir como base para os gestores

ambientais na tomada de decisão de ações prioritárias na gestão deste recurso na

indústria.

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79

4.2. Exemplos de aplicação em outros projetos Teclim

A metodologia desenvolvida nos projetos com a indústria foi adaptada e

expandida para outros setores como pode ser visto na Tabela 12.

Tabela 12 - Relação de projetos do TECLIM na área de otimização ambiental com setor comercial, público e residencial

Item Projeto Período Financiadores Investimento financeiro (R$)

1.0 Programa de Uso Racional de Água na UFBA –AGUAPURA

2004 a atual UFBA/TECLIM Não se aplica

2.0 Uso racional da água no Aeroporto de Salvador – projeto AGUAERO/BA

05/2007 a 01/2010

FINEP, CNPq, INFRAERO R$ 286.049,43

3.0

Diretrizes para o uso eficiente da água e aproveitamento dos nutrientes em ambientes comerciais: Estudos de caso em aeroporto e shopping Center em Salvador

12/2009 a 11/2011 CNPq R$ 155.014,38

4.0

Desenvolvimento de sistema computacional de apoio a gestão descentralizada da água predial em instituições públicas

12/2009 a 11/2011 CNPq R$ 68.314,34

5.0 Gestão da Demanda por Água em Residências e Prédios Públicos

12/2009 a 12/2011 CNPq R$ 60.000,00

6.0 Gestão pela demanda de água em residências de baixa e média renda – GESÁGUA

12/2009 a 12/2011 CNPq R$ 108.650,26

(Fonte: www.TECLIM.ufba.br)

Além dos projetos com foco na água, existem os de Produção Limpa com

capacitação na área de saúde e na produção de biodiesel a partir de microalgas.

Nestes projetos os objetivos consistem na redução do consumo de água por

meio da proposição da utilização de tecnologias existentes ou proposição de novas

tecnologias. Procura-se avaliar como se tem dado a utilização da água nos prédios

públicos, residências, hospitais ou aeroporto, por exemplo, para o conhecimento dos

volumes utilizados e das principais causas de desperdício.

Com base nesta avaliação, instrumentos específicos e aplicação de

questionários aos usuários de forma a identificar a percepção do uso atual e da

reação a possíveis mudanças e alternativas são propostas e construídas.

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80

No projeto de uso racional de água no Aeroporto Internacional de Salvador

(Aguaero), por exemplo, a metodologia aplicada na indústria foi adaptada para este

estudo. Treinamentos em P +L, Balanço Hídrico Reconciliado, Banco de Ideias e

Projetos Conceituais foram instrumentos utilizados. Dentre outros resultados obtidos,

neste projeto 152 pessoas foram treinadas e 166 ideias foram cadastradas

(KIPERSTOK e outros, 2010a).

As principais instruções e sugestões geradas no Aguaero foram incorporadas

no processo licitatório, em andamento pela Infraero, onde esta solicita em memorial

descritivo a utilização dos projetos Aguaero como diretriz inicial do projeto de

reforma e ampliação do Aeroporto (FREIRE, 2011).

O projeto de Gestão da Demanda por Água em Residências e Prédios Públicos

tem monitorado o consumo e avaliado as causas de variações para propor medidas

de minimização do consumo de água e fornecer meios de torná-lo mais racional

(NAKAGAWA, 2009). Em relação aos prédios públicos um passo importante para as

ações foi a instituição através do Decreto número 12.544 de 10 de janeiro de 2011

do Programa de Racionalização do Consumo de Água e Energia nos Prédios

Públicos Estaduais, sendo resultado de contrato celebrado entre a Secretaria de

Administração do Estado da Bahia (SAEB) e a UFBA, através da Rede Teclim.

O projeto de gestão pela demanda de água em residências de média e baixa

renda (GESÁGUA) tem por objetivo identificar e caracterizar padrões de distribuição

e consumo de água em residências de baixa renda localizadas em Salvador/BA,

associando-as com as características socioeconômicas da família e do domicílio. Ao

final do projeto espera-se fornecer informações para que estratégias de gestão da

demanda e uso racional da água em habitações de baixa renda possam ser

implementadas (GARCIA E KIPERSTOK, 2010).

O programa Aguapura integra alguns dos projetos relacionados na Tabela 13

em um sistema online está disponível no sitio www.teclim.ufba.br/aguapura onde os

interessados podem monitorar seu consumo de água. O sistema conta com o

cadastro de hospitais, residências, prédios públicos, aeroporto, dentre outros.

Este sistema desenvolvido para atender demandas urbanas está sendo

adaptado para implementação em projetos com a indústria, sendo portanto um

exemplo de transferência de tecnologia entre universidade e indústria resultante dos

projetos cooperativos de pesquisa; um novo instrumento a ser incorporado na

metodologia Teclim para otimização ambiental de processos industriais.

Page 83: A METODOLOGIA TECLIM PARA USO RACIONAL DA ÁGUA …teclim.ufba.br/site/material_online/dissertacoes/dis_geiza.pdf · A Metodologia Teclim para uso racional da água na indústria:

81

4.3. Comentários Parciais

O capítulo 4 mostrou os principais resultados obtidos nas indústrias durante o

período dos projetos com o Teclim. Dentre eles reduções do consumo de água

potável; do consumo específico de água e da geração específica de efluentes;

redução do custo com tratamento de efluente; manutenção de estabilidade na

geração de efluentes e identificação de relação inversa entre a estabilidade do

processo e a vazão de efluentes.

O diagnóstico de como a água é gerida pela indústria elaborada pela

experiência do Teclim demonstra que embora valores ambientais comecem a surgir

nas empresas e operadores simpatizem com os projetos de uso racional, existe

pouca medição e conhecimento do consumo de água nas empresas estudadas. Os

processos projetados e construídos no passado não incorporam as demandas

ambientais atuais, o custo da água é barato e não existe benchmarking de consumo

a ser atingido. As metas de redução de efluentes, por exemplo, são definidas com

base no histórico da geração de efluentes.

Foram apresentados exemplos de outros projetos do Teclim que adaptaram a

metodologia desenvolvida para a indústria em setores urbano como aeroporto

prédios públicos e residências de média e baixa renda, além do sistema Aguapura

onde os interessados podem se cadastrar e fazer o acompanhamento do consumo

de água.

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82 Capítulo 5

Conclusões e Recomendações para trabalhos futuros

Os dados de disponibilidade e estresse hídrico apontam para a necessidade de

se promover mudanças nos setores produtivos no que tange ao uso da água,

através da adoção de mecanismos que promovam a Produção Mais Limpa (P+L) e

melhorem a gestão da água pelas empresas. Deve-se priorizar a redução na fonte

para sair do modelo “fim de tubo” em busca de níveis maiores de ecoeficiência. Isto

só é possível por meio do entendimento dos instrumentos e práticas da produção

mais limpa e da ecologia industrial.

Os esforços de racionalização devem ser direcionados para o interior dos

processos produtivos. É necessário compreender melhor as relações que

influenciam no consumo dos recursos naturais para então geri-las e aperfeiçoá-las.

A questão do uso da água pelas indústrias tende a ser prioritária para as

empresas que queiram manter seu compromisso ambiental e estarem preparadas

para elevação dos custos da água diante dos cenários de possível escassez e

implementação prevista de cobrança nas bacias hidrográficas.

O argumento do baixo custo da água enquanto matéria-prima ou insumo não

deve prevalecer na tomada de decisão pelos profissionais envolvidos na sua gestão.

Concorda-se que uma política ambiental mais contundente é necessária para que os

esforços na conservação deste recurso sejam prioritariamente implantados e

mantidos.

A metodologia desenvolvida pelo Teclim se por um lado está distante de

representar isoladamente a solução para os problemas vivenciados nas indústrias,

por outro se constitui como um passo importante para o conhecimento de como a

água está sendo gerida pela empresa e, possibilita a identificação de oportunidades

de racionalização e permite reduções significativas no consumo de água e produção

de efluentes.

As iniciativas que tem surgido independentemente de modificações pequenas

ou estruturais de processo têm considerado a sensibilização dos próprios

funcionários para implementação de medidas de curto e médio prazo através da

análise de ideias apresentadas por eles mesmos e discutidas com toda a equipe do

projeto. A aplicação simultânea dos instrumentos citados instiga uma mudança

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83 cultural no modus operandi e no modus pensanti da fábrica de forma duradoura que

persiste após o final dos projetos.

A obtenção do comprometimento da alta direção, que é considerado

fundamental nas metodologias tradicionais para a P+L é encarada de forma

diferente nos projetos do Teclim. De fato a atenção da direção da empresa para o

projeto deve ser conquistada, dentre várias outras demandas estruturais e

conjunturais. A experiência do Teclim tem demonstrado que o apoio pode vim dos

níveis hierárquicos mais baixos.

A motivação dos operadores e engenheiros promovida nos treinamentos e o

financiamento público obtido pela universidade viabilizam a aquisição de

informações e o andamento do projeto, o que constitui um diferencial na metodologia

desenvolvida. Os funcionários motivados promovem uma demanda para o projeto no

sentido hierárquico ascendente que pode facilitar a contribuição nos níveis

hierárquicos superiores. A conclusão, portanto é a de que não existe uma receita

única para o envolvimento da alta direção da empresa. Entende-se que ambos os

apoios devem ser adquiridos. A capacitação da média gerência em P+L pode ser

pensada como forma de motivação de cima para baixo e de baixo para cima na

hierarquia da empresa.

Os instrumentos metodológicos desenvolvidos permitem a sua expansão para

o reúso de água domiciliar e urbano, temas também em estudo pela Rede TECLIM.

Esta dissertação cumpre o objetivo de preencher a lacuna existente no âmbito

de publicações referentes a uma metodologia detalhada e testada para uso racional

de água pela indústria e, encontra-se aqui sistematizada para que possa ser

divulgada, utilizada e até mesmo revista e aperfeiçoada por demais interessados.

Para a continuidade da pesquisa algumas ações são recomendadas:

• Ampliar os estudos de redes de transferência de massa como forma de

aumentar as oportunidades de otimização ambiental;

• Melhorar a compreensão e aumentar a utilização da metodologia de

auditoria de fontes de efluentes nos projetos;

• Estudar padrões que possam existir nas bases de dados do TECLIM;

• Propor ou construir um indicador de desempenho para avaliar o impacto

dos projetos cooperativos nas empresas que foram parceiras do

TECLIM;

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84

• Levantar novos instrumentos que estão sendo desenvolvidos para

incorporá-los a metodologia como a Análise de Desvios Ambientais e o

sistema Água Pura ViaNet;

• Avaliar como os impactos negativos no diagnóstico de como a água é

gerida na indústria (Tabela 11) podem ser revertidos;

• Estudar quais os aspectos positivos que levaram a constituição e ao

sucesso da Rede TECLIM;

• Sistematizar e divulgar a metodologia TECLIM referente à energia.

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YANG, Shanlin; FENG, Nanping. A case study of industrial symbiosis: Nanning Sugar Co., Ltd. In China. Resources Conservation & Recycling, v.52, p.813-820,

2008.

YUAN, Zengwe; SHI, Lei. Improving entreprise competitive advantage with industrial symbiosis: case study of a smeltery in China. J. Cleaner Prod., v.17,

p.1295-1302, 2009.

ZHANG, L.; YUAN, Z.; BI, J.; ZHANG. B.; LIU, B. Eco-industrial parks: national pilot practices in China.J. Cleaner Prod., v18, p.504-509, 2010.

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99

ANEXO I - Publicações associadas a dissertação

KIPERSTOK, A. OLIVEIRA-ESQUERRE, K.P.; SALES, E.A.; OLIVEIRA, G.L.;

KALID, R. Industrial Water and Wastewater Management based on Cleaner Production Concepts.2011b. Submetido ao congresso da IWA, 2012.

KIPERSTOK, A.; OLIVEIRA, G. L., OLIVEIRA-ESQUERRE, K. P.; KALID, R.

Conservação dos recursos hídricos no semiárido brasileiro frente ao

desenvolvimento industrial. In:______.Recursos Hídricos em regiões áridas e semiáridas. Campina Grande, PB: Instituto Nacional do Semiárido , 2011a. cap.7, p.

207-247.

OLIVEIRA, G. L.; KALID, R. A.; KIPERSTOK, A.; OLIVEIRA-ESQUERRE, K. P.;

GUERRA, SALES, E. Resultados obtidos com a Metodologia Teclim para racionalização do uso de água na indústria. Revista Magistra, v.22, p.19-27,

2010b.

OLIVEIRA, G. L.; KALID, R. A.; KIPERSTOK, A.; OLIVEIRA-ESQUERRE, K. P.;

GUERRA, I. R.; GONZAGA, A. R.E; ALVES, G. A ferramenta Banco de Ideias no contexto da metodologia FEL – estudo de caso Teclim – em elaboração a ser

submetido à revista Produção, 2010a.

OLIVEIRA, G.L.; KALID, R. A.; QUADROS, A.; KIPERSTOK, A.; OLIVEIRA-

ESQUERRE, K.; SALES, E. Manual do Banco de Ideias do Projeto FAFEN-ÁGUA. 2009. Disponível em: <www.teclim.ufba.br/ideia.> Acesso em: 22 mar. 2010.

OLIVEIRA, G.L.; OLIVEIRA-ESQUERRE, K.P.; KIPERSTOK, A.; KALID, R. SALES.

E.A. Instrumentos desenvolvidos e resultados obtidos na racionalização do uso da água na indústria. A ser apresentado no 26° Congresso de Engenharia

Sanitária e Ambiental, Porto Alegre, 25-29 setembro de 2011.

Page 102: A METODOLOGIA TECLIM PARA USO RACIONAL DA ÁGUA …teclim.ufba.br/site/material_online/dissertacoes/dis_geiza.pdf · A Metodologia Teclim para uso racional da água na indústria:

100

ANEXO II - Demais publicações associadas aos projetos TECLIM

ASSIS, B. L.; MATTOS, M.C.O.; SALES, E.A.; KALID, R. A. ; ESQUERRE, K. O. ;

KIPERSTOK, A. Avaliação do modelo operacional do sistema de efluentes inorgânicos do Pólo Industrial de Camaçari para fins de reuso. In: VIII Seminário

de Pesquisa e Pós-Graduação e XXVI Seminário Estudantil de Pesquisa, 2007,

Salvador-BA. Anais do VIII Seminário de Pesquisa e Pós-Graduação e XXVI

Seminário Estudantil de Pesquisa, 2007.

ÁVILA FILHO, S.; ALCÂNTARA, C. M.; KALID, R.A.; KIPERSTOK, A. Gestão de Recursos Hídricos: o caso DETEN. In: 3º Congresso Nacional de Meio Ambiente,

2004, Salvador. Anais do 3º Congresso Nacional de Meio Ambiente. Salvador:

EXPOGEO e CONDER, 2004. v.2, p. 323-325.

ÁVILA FILHO, S.; ALCÂNTARA, C.M.; KALID, R.A.; KIPERSTOK, A. ; JAFÉ, J. Minimização na Geração de Efluentes através da Integração de Processos: estudo de caso. In: 3º Congresso Nacional de Meio Ambiente, 2004, Salvador.

Anais do 3º Congresso Nacional de Meio Ambiente. Salvador : EXPOGEO e

CONDER, 2004. v.2, p. 326-329.

AVILA FILHO, S.; KALID, R.A. Racionalização do uso de água e energia na indústria - Minimizar a geração de efluentes no processo e operação de fábrica: aplicação prática na indústria AMINAS AROMÁTICAS. In: Asher

Kiperstok. (Org.). Prata da casa: Construindo produção limpa na Bahia. 226 ed.

Salvador- Bahia: Rede de Tecnologias Limpas da Bahia - TECLIM, 2008, v. 1, p.

207.

AVILA FILHO, S.; KIPERSTOK, A.; BRAGA, B. V. D.; KALID, R. A. Avoiding loss of energy in a petrochemical industry, operation and design. In: World

Renewable Energy Congress 2011, 2011. World renewable energy congress 2011.

BRAGA, B. V. D. ; KALID, A. Balanço Hídrico: uma ferramenta para o auxílio na gestão do uso sustentável de água na indústria. In: Prêmio PETROBRAS de

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101 Tecnologia Edição 2007/2008, 2009, Rio de Janeiro. Anais do Prêmio PETROBRAS

de Tecnologia Edição 2007/2008, 2009.

BRAVO, J.L.R.; KIPERSTOK, A. Studies on Water Conservation at a Primary Copper Metallurgy. In: European Metallurgical Conference - Emc 2005, 2005,

Dresden. Anais do European Metallurgical Conference - Emc 2005. Dresden, 2005.

v. CD-Rom.

BRAVO, J.L.R.; KIPERSTOK, A.; PUSTILNIK, L.; KALID, R.A.; FONTANA, D.

Studies on Water Conservation at a Primary Copper Metallurgy. In: ENPROMER

2005, 2005, Rio de Janeiro. Anais do ENPROMER 2005. Rio de Janeiro, 2005.

CUNHA, E.; PESSOA, C.L.P.; COSTA, C. L. V. ; SIQUEIRA, R. A. ; KALID, R. A.

Racionalização do uso de água e energia na indústria - Em busca do efluente zero na Deten. In: Asher Kiperstok. (Org.). Prata da casa: Construindo produção

limpa na Bahia. Salvador- Bahia: Rede de Tecnologias Limpas da Bahia -TECLIM,

2008, v. 1, p. 175-192.

FONTANA, D.; KALID, R.A.; KIPERSTOK, A. ; GALVÃO, C.P.L.; PACHECO FILHO,

J.G.A.; SALES, E.A.; OLIVEIRA, S.C.; SILVA, M.A.S. Braskem-água: minimização de água e efluentes na unidade de insumos básicos da Braskem. In: 3º

Congresso Nacional de Meio Ambiente, 2004, Salvador. Anais do 3º Congresso

Nacional de Meio Ambiente. Salvador : EXPOGEO/CONDER, 2004. v.2, p. 334-335.

GALVÃO, C.P.L.; PACHECO FILHO, J.G.A.; KIPERSTOK, A.; SALES, E.A.;

OLIVEIRA, S.C.; FONTANA, D.; KALID, R. A. ; SILVA, M.A.S. Estratégia de Minimização de Efluentes das Etapas de Regeneração de Resinas de Troca Iônica, em Pólo Industrial. In: 3º Congresso Nacional de Meio Ambiente, 2004,

Salvador. Anais do 3º Congresso Nacional de Meio Ambiente. Salvador :

2EXPOGEO/CONDER, 2004. p. 336-337.

GUERRA, I. R.; FREITAS, J. G. C.; MATTOS, M. C.; KIPERSTOK, A.; KALID, R.;

OLIVEIRA-ESQUERRE, K. P. Importância da incerteza para avaliação dos indicadores no sistema de gestão ambiental. In: I Congresso Baiano de

Engenharia Sanitária e Ambiental, 2010, Salvador. I COBESA, 2010.

GUERRA, I.R.; FREITAS, J. G. C.; MATTOS, M.C.; KIPERSTOK, A.; KALID, R. A.;

OLIVEIRA-ESQUERRE, K.P. Utilização da Ferramenta Banco de Ideias em um

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102 Projeto para Uso Racional da Água em uma Indústria. In: I Congresso Baiano de

Engenharia Sanitária e Ambiental, 2010, Salvador - BA. Anais do I COBESA - CD

ROM. São Paulo: ACQUACON, 2010.

KALID, R. A.; RIBEIRO, F.C. P.; MOCACAIN, O. F. I. ; ESQUERRE, K.P.S.O.

Melhorias na medição do efluente em uma empresa da Bahia. In: I Congresso

Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental ICOBESA, 2010, Salvador.

Universalização do Saneamento, urbanização e meio ambiente: desafios

tecnológicos e de gestão, 2010.

KALID, R. A. Metodologia para minimização do uso de água e efluentes aquosos em processos industriais: a experiência da Rede Baiana de Tecnologias Limpas (TECLIM) com as indústrias da região metropolitana de Salvador. In: no II Workshop Gestão e Reuso de água na Indústria, 2006,

Florianópolis. II Workshop Gestão e Reuso de água na Indústria. Florianópolis, 2006.

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Águas e Efluentes do Rio de Janeiro (NIRAERJ), Rio de Janeiro, 2008.

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SILUBESA Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. São

Paulo, 2006.

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Brasileiro de Engenharia Química - COBEQ, 2006. Anais do COBEQ. São Paulo,

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KALID, R. A.; LIMA, D. S. V.; BATISTA, T. D. ; OLIVEIRA-ESQUERRE, K.P.

Desenvolvimento do sistema de informações geográficas (SIG) em projetos de uso racional de água em plantas industriais. In: I Congresso Baiano de

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103 Engenharia Sanitária e Ambiental ICOBESA, 2010, Salvador. Universalização do

Saneamento, urbanização e meio ambiente: desafios tecnológicos e de gestão,

2010.

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do 3º Seminário Nacional de Reuso de Águas. Natal - RN, 2005.

LACERDA, L.P.; ALCÂNTARA, C.M.D.; KIPERSTOK, A.; KALID, R.A.; PUSTILNIK,

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MATOS, F. F.; MEDEIROS, F. F.; KIPERSTOK, A.; KALID, R.A.; OLIVEIRA-

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de unidade de tratamento de água para fins industriais. Salvador: EDUFBA, 2007.

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106 coagulação da água via redes neurais artificiais. In: XIV Congresso Luso-

Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2010, Porto. XIV Silubesa, 2010.

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