Upload
others
View
3
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
"RESULTAOOS SÕBRE A FORMA FRACA 00
PRINCIPIO DE SAINT-VENANT"
SOLLY ANDY SEX;ENRF;Iai
TESE SUIME.'l'IDA AO CORPO DOCENTE DA CXX>RDENAÇÃO IXS P:ro'.;RAMAS DE PÔS
GRl\DUAÇÃO DE ENGENHARIA DA lNIVERSIDADE FEDERAL 00 RIO DE JANEIRO ,
OMl PARTE IXS REQUESI'l'QS NECESSÃRIOS PARA A OBTENÇÃO 00 GRAU DE
"MESTRE EM CllNCIA" (M.sc.) •
Aprovada por:
~-
RIO DE JANEIRO
ESTADO DA GUANABIIRA - BRASIL
MAIO DE 1971
Dedicado
a meus pais
AGRADECIMENTOS
1'D Prof. Guilheme de La Penha pela sua eficiente orien
tação e constante incentivo.
à CXJPPE, na pessoa do Prof. Alberto Luiz Coimbra.
1'D Prof. Leslie Koval, neu professor de necânica clás
sica e elasticidade.
à Cl\PES pelo suporte financeiro.
i
ii
RESUMO
o presente trabalho, todo êle restrito à elasticidade linear,
amsta de 3 capítulos.
No prineiro capitulo é feita tuna revisão do problema de Saint
Venant (torção e flexão de cilindros) e da neoessidade de ser feita a challa
da "hipÕtese de Saint-Venant". Apresenta-se ainda a generalização da hipÕ
tese, sob a foma de "Principio", feita por Boussinesq e I.ove e os teoremas
propostos por Stemberg e Zanaboni.
No segundo capitulo, aborda-se o teorena de Toupin sôbre a
foma fraca do Principio, fazendo-se tuna análise dos resultados por êle ob
tidos.
Finalnente, o autor apresenta no úl tino capitulo, alguns re
sultados por êle obtidos, ligados à foma fraca do Principio de Saint-Venant.
ili
ABSTRACT
The present paper, cxrnpletely restricted to Linear Elasti
city, is presented in three chapters.
In the first àlapter, a review on Sainb-Venant' s prc:blem
(torsion and flexion of beams) is rnacle and the neoessity of the so-called
"Saint-Venant's Hypotesis" is indicated. The generalizations of the hypo
tesis maàe by Boussinesq and Love, as well as Sernberg's and Za.naboni's
Theorems, are discussed.
In the seoond chapter, 'lbupin' s Theorem on the weak fonn
of Saint-Venant Principle is presented and sare of his results are dis-
cusses.
Finally, the author presents sare results related to the weak
fonn of Saint-Venant's Principle obtained in his reoent researc::h.
iv
1NDICE
~....................................................... i
m:stJID. • • • • • • • • • • • • • • • • • . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ii
ABSTRA.CT. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • iii
I - mTIDIXJÇAO • • • • • • • • • • • • • • • • • • , • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • , • • • • • • • • • • • 1
II - LmI'IES SUPERIORES PARA ENERGIA EIÃ.5TICA. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 15
III - SÔBRE A DISI'RIBUIÇÃO DA ENERGIA EIÃ.5TICA EM CILINDl.nl. • • • • • • • • • 28
N - ~Ic:E: ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• , ••••• , 44
BIBI.,I(X;RA.F'IA. ••••••••••••••••••••••••••• , ••••••••• , •••••••••••••••• , • • 4 7
1
I - INTRODUÇÃO
Assim caro em outros rarros da matemática aplicada, os pro
blemas diretos da teoria da elasticidade, possuem solução trivial. Por
exenplo, dado l.llil corpo B sôbre o qual é definido l.llil campo de deslocanen
tos, é fâcil obter-se o canpo de defomações, tensões e qualquer outra in
formação Útil que se deseje, pois o cálculo é feito no sentido da deriva
ção. Infelizrrente, os problemas de interêsse prâtico são exatamante os
problemas inversos, sendo sua solução ,I11LIÍ to mais elaborada jâ que d~
dem da integração de sistemas de equações diferenciais parciais can coIJà!.
ções de contêma não horrogêneas. Tem-se uma idéia da dificuldade déstes
problemas pelo número reduzido de soluções exatas conhecidas até hoje. Na
verdade, poucas são as soluções exatas obteníveis de qualquer forma, mes
!!O linearizando a teoria.
Devido ao interêsse teõrioo de l.llil lado e certamante devido
ao interêsse em fornecer soluções para o uso em engenharia, o século XIX
viugrandes matemáticos pesquisando as soluções de problemas em elastici
dade, principalemente apÔs o estabelecimento definitivo das equações de
canpo da teoria linear.
Por teoria linear entende-se a teoria em que são feitas as
seguintes hipÓteses:
(i)
(ii)
onde E
u
E = .!. (li'U + rlu) - 2 - -
s = e [; J
ê o tensor de defonnação
é o vetor de deslocarrento
S=ST é o tensor de tensão
e é o tensor de elasticidades
i (u -E e )
2
A hipÕtese (i) pode ser chamada de hipÕtese da linearidade
geonÉtrica e é apróximadarrente satisfeita, quando os deslocarrentos são P!=.
quenos conparados com as dinensÕes do corpo.
A hipÕtese (ii) é também conhecida caro a hipÕtese da 1~
ridade do material,e sua legitimidade depende de IlUl!Erosos fatôres, inclu
sive do histórico das deformaçéies.
Assim, feitas as hipÕteses da linearidade, as equaçéies de
canpo da elastostática são as seguintes:
E = .!. (<Ju + rlu) (1) - 2 - -
s =e[;] (2)
div s + b = o (3)
3
onde 1? é o campo de fôrças distribuidas por unidade de volurre. A equação
(3), é a equação do equilíbrio estático.
Pelo teorema de cauchy, sabe-se ainda, que para todo ponto o
~ < B (*) e superfície s contendo ~ , !:; = ~ em::: onde !:! é a nomal unitá-
ria a §1 em::: e!:; é o vetor tensão. O resultado se estende por continuida
de a 3B; nesse caso !:! é a nomal exterior e !:; é dlamado de vetor tração
-e é representativo das fôrças que atuam SÕbre aB.
Assim sendo, sao os seguintes os 3 problemas básicos da e~
tostática:
o
a) Adiar s em B dado u em aB - -b) Achar § em B dado ~ em 3B
c) Achar § em B dado ~ em ôB1 e ~ em aB2 onde ôB1 e ôB2 são oarple
rrentares.
(*) B = B - 3B; é o interior do conjunto.
O prineiro é chamado de problema do deslocarrento ,o segundo
de problema das traçôes e o Últino é conhecido 00110 o problema misto.
4
Um dos problemas do tipo b que tem atraido os estudiosos ~
vido a sua grande importância técnica, é o problema da torção e da flexão
de vigas.
Corro é sabido, Barré de Saint VenQllt [1893] foi o prineiro
a obter soluções exatas para êstes problemas (aquelas baseadas na teoria Q
de Bernoulli-Euler, apesar de nuito populares, não são exatas). St.VenQnt
utilizou-se do nétodo conhecido caro o nétodo semi-inverso, de acroclo can
o qual parte da solução é assumida sendo o restante obtido corro solução de
um problema de valor de contê=.
Em têrnos teóricos, o problema de St. VenQnt resume-se no
seguinte:
Dado um cilindro B de bases aB1 e aB2 e superfície lateral
aB3
, achar s sabendo:
a) SÔbre aB1 age o campo de trações ~l
b) sâbre aB2 age o canpo de trações ~2
c) aB3 está livre
d) Não hâ fôrças de volume CI; = o)
e) O cilindro está em equilÍbrio estáti=.
X
d8 '---~~~~~~~~~~~~~~_.J ,
5
y
Devido à extrema dificuldade (talvez até inp:)ssibilidade)
de resolver o problema anallticarrente, St. Venctnt introduziu as seguintes
hipÓteses:
s = s = s = o yy zz ey
Sob tais hipÓteses, tomava-se inp:>ss{vel satisfazer as
condiçÕes de contômo de ·~1 em aa1 e ~ em aa2• Para contornar esta di
ficuldade, St. VenQl'lt "relaxou" as condiçÕes de contômo de m:xlo que, ao
invés de prescrever ~l em aa1 e ~2 em aa2 seriam fornecidos apenas, a
fôrça e o rrorrento resultantes em aa1 ( a fôrça e o rrorrento resultantes
em aB2 são sirrétricos por quentôes de equilllirio). Tal simplificação per"'
mitiu a solução do problema.
Nota-se que o problema "relaxado" não é um problema do ti
po b, pois ao invés de ser dado o carrpo ~l e ~ são apenas dados CDS resul
tantes dêstes campos:
Para que se possa resolver o problema de St. VenW1t usando
a solução do, problema "relaxado", St. VenW1t faz em seu trabalho [1893] ,
6
a seguinte observação:
"C'ut que le mode d'a.pptiea-üon et de 1tépCVLti.:üon du óoJt
C!eó veJr.6 lu ex.tltêm.uú du pwmu ut btcü66é.Jtent a.ux e66eu 1,eru,iblu
pltoc/u.ü:l. <IM le 1tute de leM longueJt, en <10Jtte qu'on pwt toujo(L}t<I, d'
une ma.riiêlte <1u6ói<lamment a.ppltoehée, ltWlpla.eeJt lu óoltC!U q(L.{. <1ont a.ppti
quéu, polt du 6oltC!u 1,.tà:Uquél.,iq(L.{.va.lentu, ou a.ya.nt mému momenu to
ta.ux et mému 1tuulta.ntu a.vee une 1tépa.1Lü:tlon jMtement te.e.te que l' eú
gent lu óoJtmtL.tu d' exten<1ion, de 6leúon, de toMion, poM ét.Jte pa.Jtóa.i
tement ex.a.tu. "
Em poucas palavras, St. Veru:mt afirma nesta observação, que
a solução do problena de contôrno é pràticarnente idêntica à solução do p~
blena relaxado a manos dos pontos prôxirros das bases carregadas. Em seu
trabàlho, St. Veru:mt faz também, referência a dus experiências de labora
tôrio que pareoem confirmar o conteÚdo da nota acilla.
Esta nota que é conhecida na literatura COitD o Princípio de
St. VenCJ111t para cilindros, póde ser refonnulada, tendo em vista, a valida
de do princípio da superposição, (ver cap.III).
Assim, seja:
~ - canpo de trações que age SÔbre aB1 •
!i - campo de traçães SÔbre aB1 teõricamante exigido pela solução do
problena relaxado.
então existe Ê1., canpo de tensões sÔbre aB1 , tal que
t = t' + t" -1 -1 -1
7
Cano ~l e Êi são necessãriamente equipol~tes, a fôrça re
. sultante e o memento resultante de Ê1. são nulos.
Seja ainda,
~ ( ti} - canpo de tensões devido a Êi
S(t") - ""mnn de tensões devido a t" - l ~-~ ~
Pelo princípio da superposição,
S(t) = S(t') + S(t") - -1 - -1 - -1
Pelo princípio de St. Ven<mt
~(Ê1) - ~<~il para pontos suficienterrente afastados da
base
logo ~(~1) - O nos pontos acima considerados.
Em palavras, o princípio de St. Ven<mt para cilindros, po
de ser reenunciado da seguinte fonna:
"Vado um úV.ndlw, caJtM.gado wúcammte 4Ôbtt.e uma de liua.6
bMU, polt um campo de .tlutçôu a.Jtb-ÜJÚVúo, de óÔJtçci 1tuu.Umt:te e mommto
1tuu.Umt-te nui.oli, M componentu de .teltlião lieltâo pltâü.cammte nui.M em
.todo o c.,i,li.ndJw, com exceção do4 pontM p1tÔx.imoli dei bMe cMJtegcidci."
8
o enunciado tradicional do principio de St. Venont é devi
do a Boussinesq 1885, que generalizou o principio para qualquer georretria.
De aCÔrdo can Boussinesq "Um 4.W.temci de óÔJtç.M ex.teMM equ.iUbltado, cip~
Celdo ci um coJtpo e.lá.6:üco .tal que .todoli 06 ponto!> de cip.UC,(lÇão u.tejam con
óhtado4 M ,i,n.tew1t de = delda UóeM, pMduz deóo1tm(IÇ.ÕU dup1tu.Zvw em
pon.toli cióM.teldoli dei UóeM polt d.w.tênc..i.a.6 liuó-i.úentemmte gJtMdu, compa/tCl
dM c.om o Jta-i.o." Êste enunciado ganhou popularidade já que foi endossado
por wve [1944] , em seu fanoso tratado.
Em seu trabalho SÔbre o principio de St. Venaint V. Mi.ses
[1945] levanta urna série de objeções ao enunciado tradicional de Boussinesq.
V. Mi.ses canenta que o enunciado tradicional, carece de claresa e qualifi
caçao.
Por exenplo, é feita uma objeção à necessidade do sistema
ser equilibrado, pois mn sistema não equilibrado, é ainda canpativel se o
domÚri.o for ilimitado •• Outra objeção, é que de acôrdo can a teoria linear,
as defonnaçÕes nmn ponto qualquer, podem ser feitas arbitràriamente gran
des ou pequenas, confoI!lle a carga agente seja feita arbitràriamente grande
ou pequena, respectivamente. Finalrrente, apresentanos à guisa de ilustração,
um contra-exenplo que nostra claramente, as falhas do enunciado tradicional.
Seja o corpo indicado na fig.cxim o respectivo carregamento também indicado.
9
,, ~ /
• A --+- r,, . F \ ~
' --
I • b · I
Cone se vê, o corpo está subrretido a um carregarrento equili
brado, confinado a uma esfera de raio e;.
De aoôrdo cx:m o enunciado tradicional, seria de se esperar
que a defo:r:mação (ou tensão) em A fÔsse despresível para b suficientemente
grande, o que é Õbviarrente errado.
Tonando por base as objeçôes levantadas por V. Mises, s~
berg [1954] , propÔe um princípio de St. VeM!lt rrodificado e derronstra-o
com sucesso. Apesar de ser fora dos objetivos do presente trabalho, uma p~
funda análise do teorema de Sternberg, julganos ser oportuno enunciá-lo na
íntegra e fazer um breve correntário.
Teorema de Sternberg -
Dado um corpo elástico B de superfície aB, sendo a superfí
cie uma região regular, onde B é ou não limitado e de conexidade arbitrária.
Nestas =dições, sejam ~ (k = l, 2, ..• rn) m pontos regulares distintos
10
SÔbre aB. Seja ainda S (k), o<p~ , uma familia de regiões de carregamento p - o
que se contraem para zk· oom p .. o. Finalrrente, seja sk=(uk ,~ ,Sk) uma faínÍ - p -p -p -p -
lia de estados elásticos correspondentes ao carregamento em S P (k) • Então ,
dado y-€ B.
b) ~P(yl = O(p3); ~P(yl = O(p3); êp(yl = O(p3) se para cada k=l,2, ••• m
a fôrça resultante é nula.
c) ~P(yl = O(p4); ~P(y) = O(p
4); êp(yl = O(p
4) no caso do equilÍbrio
ser astático (*) em cada k
O resultado anterior só é válido para o caso do carregamen
to ser distribuido. No caso de existirem cargas concentradas, o teorema IID
difica-se para:
a) u (v) = 0(1); E (y) = 0(1); S (y) = 0(1) no caso geral -p ... -p - -p -
b) u (v) = O(p); E (v) = O(p); S (v) = O (p) se para cada k a fôrça -p ,. -p ,. -p ...
resultante é nula.
c) u (v) = O(p2); E (v) = O(p2); S (v) = O(p2) no caso de haver equi--p ,. -p ,. -p ,.
lÍbrio astático em cada k•
(*) O equilÍbrio astátioo equivale a 12 equações escalares, a saber:
J t.do = O; J t.x.dcr = o i = 1,2,3 j = 1,2,3 p 1 p 1 J
11
Em seu trabalho, Stemberg fez iniciallrente, as deduçÕes P.!!
ra a dilatação t, (Eii) usando o método de Betti. As extensões para 11: e ~ são
feitas oonsiderando a fÕilllUla de representação devida a Lauricella, e a ex
tensão para ~ é possível' excluindo-se um deslocanento rígido, de arordo
com a fÕD!tUla de representação do canpo de deslocanentos de Sanigliana.
Um dos resultados mais significativos a que Stemberg chegou,
foi derronstrar que, ao CXl!ltrário do que se pensava anteriomente, a ordem
de grandesa de 11: <il nos casos em que tôdas as m sub-regiões têm fórçasre
sultante e natento resultante nulos, não é obrigatõrianente menor de que
no caso em que isso não ooorre.
Os métodos abordados até agora em nosso trabalho, OCl!I relação
ao princípio de st. Venant, podem ser oonsiderados = métodos diretos no
sentido de que êles estudam diretanente o cx:nportanento dos deslocanentos
ou tensões a partir das equações fundamentais da elasticidade.
Um método alternativo de se estudar os prd:>lemas da elasti
cidade em geral, e no caso particular o princípio de St.Venant é via equa
ções de energia de defonnação. O estudo de um problema, quando possível ,
através da energia elástica de defo:cnação, apresenta duas grandes vantagens.
A prineira é que a função densidade de energia é escalar. A segunda, é que
esta função é sàbidarrente nao negativa. Por outro lado, a aproxunação por
ireios puranente energéticos peca por uma certa perda de info:cnação. Por
exenplo, dado o tensor tensão num dado ponto, é trivial obter a densidade
de energia neste ponto. O inverso,= se sabe, não é verdade. Mesllo as
sim, sabendo-se a densidade da energia, conhece-se certas informações sô-
12
bre o tensor tensão, caro por eJ<eI!Plo, um limite superior para qualquer cx:m
ponente do tensor tensão (está implícito que tôclas as cxmstantes do material
são conhecidas) •
Considerações caro estas, levaram um certo grupo de engenhe.!_
ros e elasticistas a estudas o princípio de st. Venant sob o prisma de tra
balho-energia elástica.
Un dos prirreiros trabalhos que teve repercussão cxmsiderável,
foi de Zanaboni [1937]. Em poucas linhas, é o seguinte o resultado a que
Zanaboni chegou:
Dado um corpo el.ástio:> qualquer, sem fôrças de volurre, e ~
regado iinicanente por um campo de trações de fôrça resultante e rrarento re
sultante nulos, que está o:>nfinado a l.lllla esfera de raio E. Considerellos en
tão, duas superfícies s1 e s2 que não se o:>rtam, tal que s1 , está mais pró
xima da esfera que s2 , caro 110stra a fig.
/ !, /; - \ - }
3 5 \ I ' ' / - ~
Assim, o corpo fica dividido em 3 regiões. Devido ao carre
ganento ~, age SÔbre s 1 um campo de trações ~l e sôbre s 2 o canpo !;2 • Pro
va-se ocm facilidade, que !;1 e !:i são obrigatôriamente quto-equilibrados.
Consiaeretros agora, os dois casos seguintes:
13
a)
3
º1 = ºt (1) + ºt (2+3) -1 -1
onde, Ut (1) é a energia elástica ai:mazenada em (1) devido a :!:i• ünica-1
rrente.
ut (2+3) é a energia elástica aniazenada em (2+3) devido a :!:1' im!_ -1
Célllellte.
b)
3 .2.
u2 = U~ (1+2) + u:!:2
(3) onde a sinoologia é a nesma que no
caso (a).
Então, Zanaboni derronstra que u1 ~ u2 • Baseado nesta desigua!
dade, Zanaboni conclui que a intensidade nédia de :!;2 é rrenor que :!:i • fican
do assim denonstrado o decairrento das tensões.
Corquanto a denonstração da desigualdade de energia é feita
a:m precisão, as conclusões finais SÔbre as intensidades de :!:i e ~ são va
gas e não podem ser consideradas leg! timas,
14
Apesar das conclusões finais de Zanaboni serem duvidosas, o
seu trabalho teve o grande rrérito de abrir caminho para os estudos do prin
cipio sob o ponto de vista de energia elástica de defonnação.
No práxirro capitulo, serão abordados os trabalhos de Toupin
e Knowles que sem dÚVida, representam valiosissimas contribuições para
o estudo do principio de St. Venant sob o ponto de vista da energia.
15
II - LIMITES SUPERIORES PARA ENEffiIA EUÍSTICA
1. Teorema de Toupin (1965,2]
No que se segue, C designa um cilindro reto de seção trans
versal oonstante ~ , base ac e eixo e. Notanos por s a distância (ao longo o -
do suporte de !:;l de urna seção transversal ~s à base ac0 e seja ac1:::ac-c0
e c50
a parte de e definida por s ~ s0
; é claro que se s0
= O tem-se C50
: e
Teorema (Toupin) :
!iT :t
(.ü) :t
Seja. :t ac -+- VI um c.ampo de. :te,u,11u :tal que
Ent:ão a. eneJLg-<.a. e1.ÓA:t-<.c.a. de de6Mma.ç.ão
u (f; s) cvuna.zena.da. em e 5
.1a..tú, 6a.z a.:
U(:t; s) < [ s-l ] U (f; o) exp - s"JU
onde
16
A seguinte narenclatura é usada:
p é a massa específica
é a rrenor frequência de vibração livre de urra parte do cilin
dro de cx:irrprinento l arl:>itrário.
µM é o mãxirro m5dulo de elasticidade
µm é o mínimo rródulo de elasticidade
DarellOs abaixo os principais passos da derronstração.
Vejanos tanbém, algo referente à notação.
E _l( + ) ij = 2 ui,j uj,i
w1. J. = 12 (u. . - u. . )
l.,J J ,1.
tensor de defonnação infinitesimal
tensor de rotação infinitesimal
função densidade de energia elástica
cijkl = cjikl = cij.OC = Sc.eij • • • simetria de e
, 11~11-K.E
17
Prova: Seja a gearetria da figura abaixo
~
-1t e -
r-e-·I· - s · I
A energia elástica annazenada em C5
é
E.C [~] dv
Pelo teorena do trabalho. - energia elástica
J u t dA
.65
Considererros agora, um vetor de deslocamento rrodificado sô-
onde a é um vetor oonstante
18
Nestas cxmsições ~' difere ele ~ por um cleslocamentD rígido,
logo
U(~;s) = ! 1 <Is
u • 1 t d.A= -- 2
u~. t d.A
Aplicando as desigualdades ele Schwartz e a gearétrica-arit-
rnética, tenos
~s 11~'11 2
cJ.A}
onde a -E R>o • Pode-se rrostrar que existe W tal que em tDdo pontD ~ ~ <Is'
11~11 2.::. 2 µ* w
Assim,
U(t_;s) < 1 { 2aµ* -4 w d.A+ 1
CL
Integrando U(~;s) entre os limites s e s + l onde l é arbi
trário e positivo,
J s+l
1 U(~;s)ds .::_ 4 {2aµ*
s J Wdv+~ C CL s,l
J ll~'ll 2dv}
e s,l
19
Pelo princípio de Rayleigh
desde que !:! ' seja ortogonal ao subespaço dos deslocarrentos rígidos. w0
(l)
é a frequência fundarrental de vibração livre de um cilindro de cx:irrprillento
l e base"· Esta ortogonalidade :i.rrplica em
J !:!'dv = o cs,l
e J ~ X !:!'dv = 0 e s,l
Por outro laro, prova-se que serrpre é possível escolher ~
tantes e e ~ tal que !:! ' satisfaça as condições de ortogonalidade aciilla. A
desigualdade de Rayleigh pode então ser licitarrente usada, tendo-se
1 ds < --2 [
* + 1 aµ apw2 (l)
o
20
dividindo ambos os nernbros por .e , e chamando
mas
logo
onde
1 T J
s+.e U(~;s) ds = Q(s,.e)
s
Q(s,l) < ! =2 [ exµ* + ~ J i J W d V
cxpw (l) e .e o s,
i f Wdv = Í [ U(~;s) - U(~;s+l)] = - ~ Q (s,l) e
s ,.e
d se (l,cx) ds Q(s,l) + Q(s,l) < O
- 1 se (l,cx) = 2 [ aµ* + ~ ] apw
0 (l)
Resolvendo esta inequação diferencial entre os limites s1 e
21
caro u é uma função não crescente em relação a s, tem-se que,
U(!:,s+l) < Q (s,l) < U(!:;s)
Substituindo,
U(!:;s2+l)
U(!:;s1)
Fazendo s1 = O e s2 = s - !, tem-se
U(!:;s)
U (!:;o) ]
Para otimizar a esti1!1ativa, note-se que devenos minillli.sar
sc(l,al. Assim, em relação ao parânetro a, sc(l,a) tem um mínirro quando
l Ct =---~--
[ µ*p w~ (l) ] 11
2
Tomando para a éste valor, tem-se
22
ApÓs obter êste resultado, Toupin faz uma estimativa para a
defonnação. Toupin rrostra que a nonna da defonnação no centro de uma esfe
ra é limitada superiorrrente de acôrdo c:an,
onde
u <K- V
K é uma oonstante do material
Ué a energia elástica annazenada na esfera
V é o volurre da esfera
Não repetirerros aqui a daronstração dêste resultado, entre~
to, é illportante observar caro Toupin usou êste resultado em face do resul
tado anterior.
o objetivo é obter um 1iroí te superior para a nonna da defor
nação em qualquer ponto interior do cilindro.
Então, dado um cilindro subnetido às condições já íníci~
te definidos e um ponto P qualquer em seu interior, oonstroi-se a esfera de
maior raio centrada em P, OClllpletarrente contida no cilindro.
Seja d êsse raio e xp a abcissa do centro da esfera.
Pela estimativa da energia,
23
~ [ -
Porém, a energia elástica contida na esfera é oertarrente ne
nor que U(t;x -o.). Assim, podenos usar a desigualdade da nonna da defonna- p
ção, obtendo finalmente
2. Carrentário SÔbre o resultado de Toupin:
Observando a desigualdade
notairos que, quanto mais próx:ino da superfície lateral estiver o ponto P,
=or será o volurre da esfera inteiranente contida no cilindro. Por causa
disso, o limite superior perde o seu significado para pontos muito próximos
da superfície lateral e falha totalmente SÔbre esta.
Roseman ( 1966, 2 J d:>teve, em um trabalho bastante elaborado,
um limite superior para a tensão, que é válido em qualquer ponto do cilindro
inclusive SÔbre a superfície lateral. Soo a restrição de ser o cilindro ~
tituido de um material isotrópico e do contôrno da seção transversal satisfi
zer certas condições de regularidade, Roseman obteve o seguinte resultado:
24
lls(P)ij2
< ~J [u(t;x-a)-U(~;x+al] - X \! a
onde S(P ) é o tensor tensão no ponto P de abcissa x, K é uma constante fí- X
sica do oorpo v e a são constantes positivas que dependem da geanetria da se
ção transversal.
Corrbinando êste trabalho cx:xn o resultado do teorema de Toupin,
obter-se-á um limite superior para a tensão.
Surge no entanto, um grande problema. Sabaros que,
U(t;x-a) < U(~;o) [ _ (x-a-l) ] ~ sc(l)
U(~;x+a) < U(~;o) ~ [- (x+a-i) ] sc(l)
mas é inpossível obter uma estimativa para a diferença U(~;x-a) - U(~;x+a),
sabendo-se apenas que a rresma é positiva. Ainda, dado x1 < Xi então,
U(~;x1-a) - U(~;~+a) ~ U(~;Xi-a) - U(~;x2+a) não pode ser garantido a par
tir do teorema de Toupin.
O resultado de Roseman ccm:iinado CXlill o teorema de Toupin,
oferecem uma clenonstração fonnal do Princípio de St. Venant (segundo seu em.J!!
ciado) para cilindros semi-infinitos. No caso de um cilindro semi-infinito,
é possível escolher x tal que U(~;x-a) ~ El e U(~;x+a) ~ E2 onde El e E2 ,
são tão pequenos quanto se queira.
Assim, U():;x-a) - U():;x+a) ~ e: 3 onde e:3 > O e é tão pequeno
quanto se queira. Então,
adicionais:
lls(P)ii 2<e:
- X -
No entanto, para cilindros finitos nada pode ser garantido.
o teorena de Toupin para a energia, rrereoe dois cxinentários
a) - ll: errôneo cxmcluir a partir da fónnul.a
25
que a energia elástica de deformação apresenta um decailrento expo
nencial. A fórmula garante a existéncia de um limite superior de
naturesa exponencial. Entretanto, nada pode ser afil:mado sâbre o
CXlqlOrta!lento da energia elástica em si.
b) -outro oarentário, êste de ordem prática, é sâbre a dificuldade do
cálculo de sc(l). caro já foi visto, sc(l) depende essencialmen
te do cálculo do w0
(l) , e o cálculo de w0
(l) é um prablena de va
lor-proprio extremamente C01Iplexo (cre11os que da mesma ordem de
CO!!plexidade que apropria resolução do problema de oontôxno).
Sabeiros que,
--y µ* sc(l) - ---;,,2-pw {.e)
o
26
Assim, se for possível obter um limite inferior para w0
(.l)
em função do material e da gearetria da seção, podererros reescrever o teo
rema de Toupin em função de urra cxmstante universal e de alguns dados geo
nétriccs. tste é um problema que ainda está em aberto.
No caso da teoria bidinensional, Knowles [ 1966 ,1 J , dlegou
independentetrente a um resultado análogo ao de Toupin. O resultado de ,v
Knowles, tonando por base a figura abaixo, é o seguinte:
e
e,
Seja c1 carregado por um canp, de tensões auto--equilibrado
e c-c1 livre de tensões. Então,
onde,
é urra cxmstante universal e b é a largura máxima (vide figura).
27
Assim, para o caso bidimensional, Knowles pode obter urna
constante universal para o decainento. Isto deoorre do fato de que o pro
blema de valor próprio associado à sua dem:mstração é unidimensional, sen
do assim, de fácil solução (cf.(3.14) de [1966,lJ l.
28
III - SÔBRE A DISTRIBUIÇÃO DA ENER;IA EÚSTICA EM CILINDROS
1. Preliminares:
O resultado de Toupin, quando corretamente inte:cpretado,
fornece uma justificativa para a hipÓtese de St. Venant para cilindros s~
mi-infinitos.
No presente capítulo, tencionanos obter um resultado nais
restritivo quanto à distribuição da energia elástica.
Dado um cilindro reto em equilÍbrio, submetido à trações
sôbre uma de suas bases, considerando nulas as fôrças de volurre, querenos
provar que a energia elástica anrazenada entre as abcissas x e x+l é naior
que a anrazenada entre x+l e x+2l sendo x=O a abcissa da base carregada.
Para tanto, denonstrarerros alguns teoremas intemediários
para finall!ente, provamos o resultado desejado.
A partir de agora, e salvo observações em contrário, as
fôrças de volurre serão nulas e e é simétrico, i.e.
Dizaros que [ ~, ~, ~ ] é um ei,:ta.da e.!Mti.c.a, se
29
1 T E= - (Vu + Vu ) - 2 - -
div S = O
Dizenos ainda que é válido o ptúncl.p.lo da. -0 upM.po-0.lç.ã.o no
sentido de que se ( ~, ~, ~] e ( ~' , ~' , ~ '] são dois estados elásticos COE_
respondentes a trações ! e ~' SÔbre a superfície, então, se a e fl e: R ,
a [ ~, ~, ~] + fl ( ~' , ~' , ~']é o estado elástico correspondente ao sistema
de trações ª! + fl!:' •
DefinilTos agora,
Cano a energia elástica de defoil!laÇão annazenada em B devi-
do ao carrpo ~.
Nestas condições, sabe-se que, [ 1969, 1] •
u [~ + ~·] = u [~] + J ~- ~r~·]ctv 't- ur~·] B -
e mais,
U [~] ~ O , U [~] = O+-> E =Ü
Escreverros,
J ~- ~fa·] dv = u [ ~. ~·] B -
30
2. Prirreiro Teorema da Energia Elástica:
Seja um =rpo elástioo B de fronteira ílB e seja ílB decanpo§_
ta em três sub-regiões ~!ementares ílB = ílB1 + ôB2 + ôB3
Considerenos um canpo de trações ~l aplicado ünicarnente em
ôB1
, tal que o oorpo esteja em equilÍbrio, Assim, fica associado a ~l'
um estado elásti= [ ~l' JEi, êi] cem energia elástica U [ JEi] .
Considerenos agora, exatarrente o rresrro prdllema, cem a =n
dição adicional de que ílB2 está engastado, ou seja, ~(ílB2) =O.Devido a
esta restrição em ôB2 , ·fomia-se um canpo reativo de trações SÔbre ôB2 que
chamarenos ~2 cem o estado elásti= =rrespondente [ ~2 , ~2 , ~2 ] e a ener
gia elástica u[~2] •
Teorema -
a) ~2 é um canpo auto-e::ruilibrado
Prova:
(1)
Mas, o oorpo está em equilíbrio, logo:
~B l
t dA = o -2
Substituindo (1) em (2) e (3) teres
J t dA=J aB -
2 aB
2 2
(~ X !i) = 0
(2)
b) Pelo princípio da superposição, sabenos que,
(3)
Pelo printj'.pio do trabalho - energia elástica,
31
Denonstra-se ainda, (v.apêndice l) que, devido à restrição
a aB2 (~1 + ~ = O em aB2) u(;1 + ; 2 ) é mínirro em relação a qual.quer ,va
riação de !=2 •
Seja, então, uma variação
32
E -€. R
Mas , pela condição de ll1Ínillo, tiu > o 1/ E t- o
logo,
Substituindo em ( 4)
33
3. Segundo Teorena da Energia Elástica
Considererros um cilindro reto que está em equil.Íbrio, com
uma de 51.laS bases carregadas e a outra base, bem caro a superfície lateral,
livres. . fl/;;1.--1
X
Teorena -
A energia el.ástica.anrazenada entre O e .f./2 é maior do que
a energia elástica armazenada entre .f./2 e .f..
Prova -
Considererros o cilindro dividido em duas partes iguais.
c1e c2 i,
c.i IAI e, 1~t
Quer se I10strar que
34
Sabe-se que
U [E + El] = U [E]+ U (EJ + U (E, El] cl - - cl - cl - cl - -
Considereros agora !:i multiplicado por um fator amitrá-
rio k.
Então,
U [E+E11 ]=u [E]+k
2U (E1 )+kU (E,E1 ]
cl - - cl - cl - cl - -
k -( R
Seja k = 2 em particular. Então,
(1)
Agora, ccnsiderando os resultados de Zanaboni (1937] sabe-
se que
2U (E1 ] + 2U (E1 ] + U [E, El] = O (2) cl - c2 - cl - -
ou
Substituindo em (1) , teiros
podenos escrever (3) na forma
ou
Mas, de aoôrdo com (2)
Então, finalment.e
35
Denonstrarenos agora, êst.e nesrro t.eorerna de una forma al
ternativa. A razão disto é que, para alcançamos o resultado final, usare
nos a ITE!Sll'a técnica que será usada nesta segunda derronstração.
Considerenos cx.uo no caso anterior, o cilindro dividido em
duas rretades iguais.
sâbre c2 , age o canpo :!:1 •
Considerenos agora, hlpoteticarrent.e, que sâbre c1 age -:!:;1 •
~--e-~--~!, -~l-l __ c_·_~
Carro as netades são iguais, tenos respectivammte em c1 e
c2
, os estados elásticos
Nestas =dições, as energias elásticas em c1 e c2 , serao
e
36
Carro os deslocarrentos na junção são iguais, os dois cilin
dros podem ser justapostos, não havendo descontinuidade gearétrica.
O prob~ema só não fica resolvido, pois não há equilÍbrio
na junção (desoontinuidade de tensões),
Querenos restabelecer o equilÍbrio sem alteramos os deslo
carrentos na faoe limite.
Para tanto, =siderenos a netade c1 e fixerco-la rigidanen-
37
te depois da aplicação de -:!:1 •
-!,-j~ __ c._, __
Apliquerros agora, na faoe livre, um carregarrento :!: tal que
-:!,1 se transfome em :!:1 , ou seja,:!: é tal que, agindo independenterrente,
provoca uma reação 2:!:1 sâbre o cilindro no engaste.
Cono ao aplicanros :!: o único carrpo de trações que realiza
trabalho e o próprio carrpo :!:, então o trabalho líquido será positivo e
a energia elástica em c1 será rraior após a aplicação de :!: do que antes.
logo
38
4. Terceiro Teorema da Energia Elástica
cipal.
Neste ponto, estanos aptos a fonnular nosso resultado prin
Teorema -
Dado um cilindro reto tal que:
(i) - são válidas tôdas as restrições da elasticidade linear.
(ii) - As fôrças de volume são nulas.
(ili) - O cilindro está em equil.Íbrio estáti=.
(iv) - O cilindro está carregado sàrrente soõre uma de suas bases,
sendo a outra base e a superfície lateral, livres.
(v) - As trações em cada reta paralela à geratriz, == a
mesrra direção.
39
Então,
U(x + li) - U(x) > U(x + 26) - U(x +li)
Prova -
Considererros o cilindro dado a partir de sua base livre.
Considerem::>s duas seções do cilindro de oonpriilento t:,. caro I!Ostra a figura.
e,
De aoôrdo cano segundo teorema, tem-se
Considerenos agora, a seção irrediatarrente anterior, que
será chamada de c3
•
40
1
U (e,) = V(c..,.)
então, os deslocarrentos na junção c2c3 serão os rresrros e o cilindro c3 po
de ser justaposto sem quebra de continuidade geCJl!Étrica. Caro no segundo
teorena, o problema não está resolvido por causa da descontinuidade das
traçces. Assim, fixeiros rlgidarrente a face c2c3 do cilindro c3•
Procuranos então, um Carrq:x:> de trações !;3 tal que aplicado
na base oposta à base fixada faça = que surja um carrq:io 2!;2 em c2c3
devido à restrição de deslocarrento.
41
Chegarros agora ao ponto crítico. Deverros derronstrar que, o
trabalho feito por :!:3 - :!:i sôbre o cilindro, é maior que o trabalho feito
por -:!:i· Urna vez denonstrado isto, fica garantido que, ao aplicamos :!:3
estam:>s realizando um trabalho liquido positivo, logo
ou
Analisando :!:3 , nota-se que :!:3 é tal que aplicado, produza
= reação de engaste 2:!:2 •
logo, pelo prirreiro teorema
u Ct3l > u C2t2l C3 - C3 -
Uc (t3) > 4U Ct2) 3 C3 -
Da rresma fonna
u Ct2l > 4Uc <:!:il C2 - 2
=
caro !:i e !3 têm a rreSira direção, para que a desigualdade
seja satisfeita
então
Consequentemente, o trabalho realizado por !:3 - !i é
maior que o realizado por -!:1 e o teorema fica provado.
Aplicando o rreSl!O procedimento para as seções à direita,
tem-se
Cl:>servação:
42
Nota-se que a hipótese (v) do teorema, limita
bastante a sua generalidade. Não nos foi possível del!Onstranros a relação
U(c3) > U(c2) sem a introdução desta hipótese. Conjecturarros, no entanto,
ser tal hipótese desnecessária, o que viria a generalisar anplamente o
teorema proposto.
5. Corolário do Tercei to Teoretra
Seja
cj,(E) l E = 2 -
a f=ção densidade ae energia elástica ae defonnação. Defininos a fl.lllção
~(x)=J <l>dA A
= a energia elástica por =idade de c:arprirrento. A integração é feita
SÔbre a área da seção transversal de abcissa x.
eorolário -
Ü(x) > U(x') se X 1 > X
Prova -
De fato, pelo teoreira anterior
J x+ll 1 x'+ll Ü(x) dx > Ü(x) dx
X x' se x' > x
e.aro esta relação é válida para qualquer ll > O, façanos
b. ->- O, então, no limite
Ü(x) > Ü(x')
43
44
IV - APfNDICE
1. Corolário do Teorema da Reciprocidade de Betti
Seja um corpo B can fronteira ;j3. Considerenos esta frontei
ra dividida em duas regiões =rplerrentares.
Sejam dois estados elásticos [~, JE, ~] e [~·, JE', ~·]
correspondentes respectivamente ao sistema externo ~ e ! ' . (as fôrças
de volurre são nulas por hipótese)
Corolário -
Sejam por hipótese
(i) ~ = ~sÔbre 3B1
(ii) t = t' sÔbre 3B2
45
então,
Prova -
Pelo princípio da superposição, [ ~ • -~, ~ ' - ~, ~ ' - ~] e um
estado elástico correspondente ao sistema t' - t
Então,
u[~·- ~] = u[~·] + u[~] -J B
E'.CEdv - - (1)
Pelo teorena de Betti
~ ~'. ~ ~ dv = ~B t' u dA (2)
Substituindo (2) em (1)
u[~·- ~] = u[~·] + u[~] -J t'. u dA (3) aB
Calculenos
1 t! u dA 3B
(4)
46
Substituindo (4) em (3)
u[;• - ;] = u[;•] - u[;]
oaro
u[;•] - u[;] ~ o ~ u[;•] ~ u(;]
A igualdade só é válida para ; ' = E
47
BIBLIOGRAFIA
[1893 J- 'l\'.lOOlJNTER,I. & PEARSCN,K : A Histoz:y of the 'lheoz:y of Elasticity
vol.II, New Yorl:, Dever Inc. (1960).
[1937 ]- ZANABCNI,O. : Dinostrazione Generale del Principio de Saint
Venant, Atti. Accad. Linoei, Roma, 25, 117.
[1944 ]- IDVE, A.E.H. : A treatise on the Mathematical 'lheoz:y of Elastic!_
ty, New Yorl:, Dever Inc. (1944).
[1945 ]- VW MISES, R. : 0n Saint-Venant Principle, Bull. J\mer.Math. Soe.,
51, 555.
[1954 ]- ~. E. 0n Saint-Venant Principle, Quart. Appl. Math.,
11, 393-402.
[1964 ]- DOO, A. : 0n the Principle of Saint-Venant, Mat. Researdl Cent.,
University of Viscosin, Tech. Rep. 472.
[1965,1]- STERIBERG, E. & KNadES, K. : Minimum Energy Characterization of
Saint-Venant Solution to the relaxed Saint-Venant Problem, Div.
of Eng. and Appl. Scien. Callfornia Institute of Technology, Tech.
Rep. 3.
[1965,2}- 'IOUPIN,R.A. : Saint-Venant Principle, Ardls. Ration. Mech. Ana
lysis, 18, 83.
[1966 , 1 ]- KNOWIBS ,K : 0n Saint-Venant Principle in the t'l,O Dinensional li-
48
near Theo:r:y of Elasticity, Archs, ration. Mech. Analysis, 31, 1.
[1966,2]- OOSEMIIN,J.J. : A Pointwise Estilrate for the Stress in a Cylinder
and its Application to Saint-Venant's Principle, Archs. Ratian.
Mech. Analysis, 21, 23.
[1966,3]- ~,E. & KNOWLES,K. : 0n Saint-Venant Principle and the
Torsion of Solids of Revolution, Archs. Ratian. Mech. Analysis,
22, 100.
[1969,1]- GURI'IN,R.M. : Linear Elasticity, a ser publicado no Handbook of
Physics, Springer.
[1969,2]- KNOWLES,K. & HORGIIN,C.O. : 0n the Exponential Decay of Stresses
in Circular Elastic Cylinders Subject to Axisynetric Self
F.quilibrated End I.oads, Int. J, Solids Structures, ~. 33.