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A origem da Tragédia
Vida• Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em Röcken, Alemanha
, em uma família luterana, em 15 de outubro de 1844, filho de Karl Ludwig, seus dois avós eram pastores protestantes.
• Röcken é uma cidade no distrito de Weißenfels, estado de Saxônia-Anhalt, na Alemanha, onde Nietzsche nasceu e morou até seu pai e irmão morrerem.
• O próprio Nietzsche pensou em seguir a carreira de pastor. Entretanto, Nietzsche rejeita a crença religiosa durante sua adolescência e os seus estudos de filosofia afastam-no da carreira teológica.
Vida• Com 20 anos, iniciou seus estudos no semestre
de Inverno de 1864-1865 na Universidade de Bonn em Filologia Clássica e Teologia Evangélica.
▫ A filologia (do grego antigo Φιλολογία, “amor ao estudo, à instrução”) é a ciência que estuda uma língua, literatura, cultura ou civilização sob uma visão histórica, a partir de documentos escritos.
Vida• Nietzsche transfere-se para
Universidade de Leipzig, isso se deve, acima de tudo, à transferência do Prof. Friedrich Wilhelm Ritschl para essa Universidade.
Friedrich Wilhelm Ritschl (* 6 de abril de 1806 em Großvargula (Turíngia); † 9 de novembro 1876 em Leipzig) foi um filólogo clássico alemão.
É tido como fundador da Escola de Bonn de filologia clássica (em alemão: Bonner Schule der klassischen Philologie).
A influência de Schopenhauer
• Durante os seus estudos na universidade de Leipzig, a leitura de Schopenhauer (O Mundo como Vontade e Representação, 1820) vai constituir as premissas da filosofia de Nietzsche.
• “Um tal cavaleiro dureriano foi o nosso Schopenhauer: faltava-lhe qualquer esperança, mas queria a verdade. Não há quem se lhe iguale.” p. 122
A Docência
• Aluno brilhante, Nietzsche é nomeado, aos 24 anos, professor de Filologia na universidade de Basileia (Suíça, fronteira com a França e a Alemanha).
• Adota a nacionalidade suíça. • Por dez anos dedica-se à filosofia grega antiga -
com predileção para os Pré-socráticos, em especial para Heráclito e Empédocles.
A amizade com Wagner
• Durante os seus anos de ensino, torna-se amigo de Richard Wagner.
◦Wilhelm Richard Wagner (Leipzig, 22 de maio de 1813 — Veneza, 13 de fevereiro de 1883) foi maestro, compositor, diretor de teatro e ensaista alemão, primeiramente conhecido por suas óperas (ou "dramas musicais", como ele posteriormente chamou).
A Guerra Franco Prussiana
Em 1870, compromete-se como voluntário (exército) na guerra franco-prussiana. Em carta enviada ao amigo Carl von Gersdorff, enfatiza que as virtudes germânicas que se tornaram visíveis durante o conflito bélico devem ser canalizadas para as tarefas que realmente interessam, quais sejam, as tarefas da cultura, que só podem se impor em tempos de paz.
A errânciaEm 1879, seu estado de saúde obriga-o a deixar o posto de professor. Sua voz, inaudível, afasta os alunos. Começa então uma vida errante em busca de um clima favorável tanto para sua saúde como para o seu pensamento. (Veneza, Gênova, Turim, Nice, Sils-Maria)
"Não somos como aqueles que chegam a formar pensamentos senão no meio dos livros - o nosso
hábito é pensar ao ar livre, andando, saltando, escalando, dançando (…).
O amor• Em 1882, Nietzsche conhece Paul Rée e
Lou Andreas-Salomé. Com quem teria vivido um triângulo amoroso. Nietzsche a pede em casamento, mas ela recusa.
Lou Andreas-Salomé, nascida Louise von Salomé foi uma intelectual alemã, nascida na Rússia.
Sua produção literária esteve sempre muito ligada aos seus envolvimentos amorosos. Uma bela mulher que escandalizou a sociedade,quebrou regras morais e teve vários amantes.
Conheceu Sigmund Freud, Friedrich Nietzsche, Rainer Maria Rilke, Paul Rée, entre outros grandes homens.
Ouse, ouse... ouse tudo!!Não tenha necessidade de nada!Não tente adequar sua vida a modelos,Nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém.Acredite: a vida lhe dará poucos presentes.Se você quer uma vida, aprenda... a roubá-la!Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que
acontecer.Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso:algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!
No mesmo ano, Nietzsche começa a escrever o Assim Falou Zaratustra, em Nice.
A loucura• Nietzsche não cessa de escrever com um ritmo
crescente. Este período termina brutalmente em 3 de Janeiro de 1889 com uma "crise de loucura" que, durando até a sua morte, coloca-o sob a tutela da sua mãe e sua irmã.
A morte• No início da loucura, Nietzsche encarna,
alternativamente, as figuras míticas de Dionísio e Cristo, expressas em cartas.
• Afunda em um silêncio quase completo até a sua morte, em 25 de agosto de 1900, aos 55 anos.
• Uma lenda dizia que contraiu sífilis. Estudos recentes se inclinam antes para um cancro no cérebro, que, eventualmente, pode ter origem sifilítica.
A difusão de seu pensamento
Durante toda a vida sempre tentou explicar o insucesso de sua literatura, chegando a conclusão de que nascera póstumo, para os leitores do porvir.
"Conheço minha sina. Um dia, meu nome será ligado à lembrança de algo tremendo — de uma crise como jamais houve sobre a Terra, da mais profunda colisão de consciências, de uma decisão conjurada contra tudo o que até então foi acreditado, santificado, requerido. (… ) Tenho um medo pavoroso de que um dia me declarem santo (...)”
Obras• 1872-
O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música
• 1873 - A Filosofia na Idade Trágica dos Gregos
• 1873 - Sobre a verdade e a mentira em sentido extramoral
• 1873-1876 Considerações Extemporâneas
Série de quatro artigos (dos treze planejados) que criticam a cultura europeia e alemã da época de um ponto de vista antimoderno, e anti-histórico, de crítica à modernidade.
▫ David Strauss, o Confessor e o Escritor ▫ Ataca o desvendamento científico do mundo, afirma que
o princípio da vida é mais importante que o do conhecimento, que a busca de conhecimento (posteriormente discutida no conceito de "vontade de verdade") deve servir aos interesses da vida;
▫ Dos Usos e Desvantagens da História Para a Vida
▫ Schopenhauer como Educador
▫ Richard Wagner em Bayreuth
• 1886 - Humano, Demasiado Humano, um Livro para Espíritos Livres
• Primeiro de estilo aforismático do autor.
• 1881 - Aurora, Reflexões sobre Preconceitos Morais
▫ Início das reflexões sobre a vontade de poder, que só seriam explicitadas em Assim Falou Zaratustra.
• 1882 - A Gaia Ciência
▫"Deus está morto. Deus continua morto. E fomos nós que o matamos",
▫Surge a ideia de eterno retorno. ▫E no último, aparece Zaratustra, o criador da
moral corporificada do Bem e do Mal que, como personagem na obra posterior, finalmente superará sua própria criação e anunciará o advento de um novo homem, um além-do-homem.
• 1883-1885 Assim Falou Zaratustra, um Livro para Todos e para Ninguém
• 1886 - Além do Bem e do Mal, Prelúdio a uma Filosofia do Futuro
▫ Expõe os conceitos de vontade de poder, natureza da realidade, considerada de dentro dela mesma, sem apelar a ilusórias instâncias transcendentes; e o perspectivismo.
▫ Crítica demolidora às filosofias metafísicas em todas as suas formas, fala da criação de valores como prerrogativa nobre que deve ser posta em prática por uma nova espécie de filósofos.
• 1887 - Genealogia da Moral, uma Polêmica Complementar ao anterior — como que sua parte prática, aplicada — este livro desvenda o surgimento e o real significado de nossos corriqueiros juízos de valor.
• 1888 - O Crepúsculo dos Ídolos, ou como Filosofar com o Martelo
Obra onde dilacera as crenças, os ídolos (ideais ou autores do cânone filosófico), e analisa toda a gênese da culpa no ser humano.
• 1888 - O Caso Wagner, um Problema para Músicos
• 1888 - O Anticristo - Praga contra o Cristianismo
Nietzsche dirige suas críticas mais agudas a Paulo de Tarso, o codificador do cristianismo e fundador da Igreja.
Acusa-o de deturpar o ensinamento de seu mestre — pregador da salvação no agora deste mundo, realizada nele mesmo e não em promessas de um Além — forjando o mundo de Deus como a cima e além deste mundo.
"O único cristão morreu na cruz”
1888- Nietzsche contra Wagner
1888 - Ecce Homo, de como a gente se torna o que a gente é
Uma autobi(bli)ografia. Para alguns, produto de delírios de grandeza.
Póstumo e Polêmico: A vontade do PoderAté a sua autoria é contestada.
• Primeiro livro de Nietzsche, • Publicado em 1872. • Despertou polêmica pela ousadia• Singular mistura de reconstrução histórica,
intuição psicológica e militância estético-cultural. • A partir da análise da tragédia grega, realiza
áspera crítica à racionalidade apolínea e à modernidade.
• Apaixonada reflexão sobre o sentido da existência.
A origem da Tragédia
Prefácio para RichardWagner
“ A esses homens sérios (os leitores) sirva-lhes de lição o fato de eu estar convencido de que a arte é tarefa suprema e a atividade propriamente metafísica desta vida, no sentido do homem a quem, como o meu sublime precursor de luta nesta via, quero que fique dedicado este escrito”. p. 26
Apolo e Dionísio• Apolo reina sobre a aparência. Dionísio, sobre o
sonho.
• Apolo é comedimento e autocontenção. Beleza e comedimento. Austeridade. Individuamento.
Esse endeusamento da individuação, quando pensado, sobretudo como imperativo e prescritivo, só conhece uma lei, o individuo, a medida no sentido helênico. Apolo, como divindade ética, exige dos seus a medida e, para poder observá-la, o autoconhecimento. (...)
Apolo e DionísioDionísio é o desmedido, a contradição
ao passo que a auto - exaltação e o desmedido eram considerados como os demônios propriamente hostis da esfera não - apolínea, portanto como propriedades da época pré - apolínea, da era dos Titãs e do mundo extra - apolíneo, ou seja, do mundo dos bárbaros.
E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio!
O desmedido revelava-se como a verdade, a contradição, o deleite nascido das dores, falava por si desde o coração da natureza. E foi assim que, em toda parte onde o dionisíaco penetrou, o apolíneo foi suspenso e aniquilado.
Os deuses e o espírito grego
▫ De que outra maneira poderia aquele povo tão suscetível ao sensitivo, tão impetuoso no desejo, tão singularmente apto ao sofrimento, suportar a existência, se esta, banhada de uma glória mais alta, não lhe fosse mostrada em suas divindades? Assim, os deuses legitimam a vida humana pelo fato de eles próprios a viverem.
Dionísio e as religiões▫ Pois essa é a maneira como as religiões
costumam morrer: quando os pressupostos míticos de uma religião passam a ser sistematizados, sob os olhos severos e racionais de um dogmatismo ortodoxo. p. 72
O Cristianismo e o Budismo
▫ A diferença fundamental entre as duas religiões da decadência: o budismo não promete, mas assegura. O cristianismo promete tudo, mas não cumpre nada
▫ Quando se coloca o centro de gravidade da vida não na vida mas no "além" - no nada -, tira-se da vida o seu centro de gravidade.
▫ O cristianismo foi, até o momento, a maior desgraça da humanidade, por ter desprezado o Corpo.
Sonho e realidade▫ Eu gostaria de sustentar, em relação aquele fundo
misterioso de nosso ser, do qual nós somos a aparência, precisamente a valoração oposta no tocante ao sonho. (p. 39)
▫ Em sua transfiguração (...) ele (o sonho) nos mostra a reverberação da eterna dor primordial, o único fundamento do mundo: a “aparência" [Schein] é aqui reflexo [Widerschein] do eterno contraditório, pai de todas as coisas.
A arte• O continuo desenvolvimento da arte está
ligado à duplicidade do apolíneo do dionisíaco.
• Artes apolíneas
• Artes dionisíacas
A arteSob a magia do dionisíaco torna a selar-se não apenas o laço de pessoa a pessoa, mas também a natureza alheada, inamistosa ou subjugada volta a celebrar a festa de reconciliação com seu filho perdido.
O homem não é mais artista, tornou-se obra de arte: a força artística de toda a natureza, para a deliciosa satisfação do Uno - primordial revela-se aqui sob o frêmito da embriaguez. (p. 27 a 31)
A Música• Dispensa a imagem e o conceito• É em si• Simbolismo Universal• Vontade, no sentido de Schopenhauer.
A MúsicaA própria música, e sua completa ilimitação, não precisa de imagem e do conceito, mas apenas os tolera junto de si. A poesia do lírico não pode exprimir nada que já não se encontre, com a mais prodigiosa generalidade e onivalidade, na música que obrigou ao discurso imagístico. Justamente por isso é impossível, com a linguagem, alcançar por completo o simbolismo universal da música. (p. 51)
Da essência da arte, tal como ela é concebida comumente, segundo a exclusiva categoria da aparência e da beleza, não é possível derivar de maneira alguma, honestamente, o trágico; somente a partir do espírito da música é que compreendemos a alegria pelo aniquilamento do individuo. (p. 101.)
A Tragédia GregaUma profunda e pessimista consideração do mundo e ao mesmo tempo a doutrina misteriosófica da tragédia: o conhecimento básico da unidade de tudo o que existe, a consideração da individuação como causa primeira do mal, a arte como a esperança jubilosa de que possa ser rompido o efeito da individuação, como pressentimento de uma unidade restabelecida. (p. 70)
A relação entre Apolo e Dionísio
Poder-se-ia, deste modo, simbolizar a relação complicada do apolíneo e do dionisíaco na tragédia por uma aliança fraternal de ambas as divindades: Dionísio fala a linguagem de Apolo, Apolo a linguagem de Dionísio; com o que se conseguiu o fim mais elevado da tragédia e da arte em geral. (p. 130).
A Tragédia Grega
“Também a arte dionisíaca quer nos convencer do eterno prazer da existência: só que não devemos procurar esse prazer nas aparências, mas, atrás delas. Cumpre-
nos reconhecer que tudo quanto nasce precisa estar pronto para um doloroso
ocaso”. p. 102
O Coro
• A distinção coro e expectador distingue realidade e sonho.
• As figuras do palco existências vivas.• O Coro é muralha .• O Coro é êxtase do estado Dionisíaco.
O coro é visto como uma muralha viva que a tragédia estende à sua volta a fim de isolar-se do mundo real e de salvaguardar para si o seu chão ideal e a sua liberdade poética. (...) Schiller por Nietzsche.
O Coro
Nesse sentido, o homem dionisíaco se assemelha a Hamlet: ambos lançaram alguma vez um olhar verdadeiro à essência das coisas, eles sentem como algo ridículo e humilhante que se lhes exija endireitar de novo o mundo que está desconjuntado.
Nos termos desse entendimento, devemos compreender a tragédia grega como sendo o coro dionisíaco a descarregar-se sempre de novo em um mundo de imagens apolíneo.
O Coro▫ O coro é a própria natureza, o próprio Dionísio.
▫ Distinguimos na tragédia uma radical contradição estilística: linguagem, cor, mobilidade, dinâmica do discurso entram, de um lado, na lírica dionisíaca do coro e, de outro, no onírico mundo apolíneo da cena, como esferas completamente distintas de expressão.
▫ Tudo que na parte apolínea da tragédia grega chega à superfície, no diálogo, perece simples, transparente, belo.
Trágico fim da tragédia
A tragédia grega sucumbiu de maneira diversa da de todas as outras espécies de arte, suas irmãs mais velhas: morreu por suicídio, com conseqüência de um conflito insolúvel, portanto tragicamente, ao passo que todas as outras expiraram em idade avançada, com a mais bela e tranqüila morte. (p. 72).
O principio assassino está no socratismo estético. (p. 78 a 83).
A Comédia de Eurípedes
“Com a morte da tragédia grega, ao contrario, surgiu um vazio enorme (...) o espectador foi levado por Eurípides à cena. Por seu intermédio, o homem da vida cotidiana deixou o âmbito dos espectadores e abriu caminho até o palco. Graças a essa transformação da linguagem publica, ele tornou possível, no todo, a comédia nova”.
“Como se nunca tivesse existido o século VI, com o seu nascimento da tragédia, com os seus Mistérios, com o seu Pitágoras e com Heráclito”.
O daimon de Sócrates
O socratismo condena tanto a arte quanto a ética trágica.
A divindade, que falava por sua boca (de Eurípedes), não era Dionísio, tampouco Apolo, porém um demônio de recentíssimo nascimento, chamado Sócrates.
Eis a nova contradição: o dionisíaco e Sócrates, e por causa dela a obra de arte da tragédia grega foi abaixo. p. 79.
Estética Socrática"Tudo deve ser inteligível para o belo”
"Só o sabedor é virtuoso".
• Para Sócrates, a tragédia é algo verdadeiramente irracional, causas sem efeitos e efeitos que pareciam não ter causas. Não diriam a verdade.
• Como Platão, ele a incluía nas artes aduladoras, que não representam o útil, mas apenas o agradável.
• O prólogo euripidiano é exemplo deste método racionalista.
Sócrates e o Homem Teórico
• O filosofo vê a realidade como aparência/sonho
• O cientista imita a natureza. A aparência.
• Apolo deve ser reputado por nós como um pai desse mundo.
• A ciência, otimista em sua essência mais profunda, como o seu progenitor Sócrates, se opõe à visão trágica de mundo, à Dionísio.
O Otimismo da dialética socrática
Virtude é saber; Só se peca por ignorância; O virtuoso é o mais feliz.
▫Pois quem pode desconhecer o elemento otimista existente na essência da dialética, que acelera em cada conclusão a sua festa de júbilo e só consegue respirar na fria claridade e consciência?
▫O herói virtuoso tem de ser dialético; agora tem de haver entre virtude e saber, crença e moral, uma ligação obrigatoriamente visível.
A ópera de Wagner
A opera trágica de Wagner como a promessa do retorno à cultura trágica.
Entre os efeitos artísticos da tragédia musical, tivemos de ressaltar uma ilusão apolínea, através da qual devemos ser salvos de uma unificação com a música dionisíaca, enquanto que a nossa excitação musical puder-se aliviar em um terreno apolíneo e em um mundo intermediário visual aí intercalado. (p 139)
A crítica à Modernidade
▫ Considere-se, ao lado deste, o homem abstrato, guiado sem mitos, educação abstrata, moral abstrata, direito abstrato, Estado abstrato; represente-se o vaguear sem regra da fantasia artística, não refreado por nenhum mito pátrio; imaginemos a cultura que não tem um assento primitivo fixo e sagrado, mas todas as possibilidades de se esgotar senão que esteja condenada a se nutrir pobremente de todas as outras culturas — é esta a atualidade, como resultado daquele socratismo, dirigido à destruição do mito. E agora está o homem sem mito, encontra-se eternamente famélico, entre todos os passados, onde, cavando e revolvendo, procura raízes que não encontra, mesmo que, à sua procura, tenha que cavar nas Antiguidades mais remotas. p. 135
A crítica à Modernidade
Entendemos porque uma cultura tão raquítica odeia a verdadeira arte;
porque teme que através dela se dê o seu ocaso. (p. 121)
O retorno ao princípio trágico?
Se a Tragédia antiga foi obrigada a sair de seu trilho em virtude do impulso dialético ao saber e ao otimismo da ciência, então serviria isto para a dedução de uma luta eterna entre o conceito teórico e o conceito trágico do universo; e somente depois de conduzido o espírito da ciência até os seus limites, sendo extinta sua exigência de validez universal por comprovação daqueles limites, poderíamos contar com o renascimento da Tragédia. (p. 104).
Fundamento para o Nazismo?
• A Genealogia da Moral e o Ecce Homo
• Em 4 de Novembro de 1933 o jornal francês Le Temps (antepassado do Le Monde) publicava a seguinte notícia:
▫ “Antes de abandonar a cidade de Weimar para se dirigir a Essen, o chanceler Hitler visitou a senhora Elisabeth Foerster-Nietzsche, irmã do célebre filósofo falecido em 1900. A idosa senhora ofereceu-lhe um sabre que pertencera ao seu irmão e conduziu-o numa visita aos arquivos Nietzsche. Empunhando o sabre que fora de Nietzsche, Hitler caminhou por entre a multidão no meio de estridentes aclamações”.
Fundamento para o Nazismo?
• Existe a hipótese de que a partir de 1895, aproveitando-se da loucura do irmão, Elisabeth adquirira todos os direitos sobre os manuscritos daquele, falsificando o seu pensamento, conforme a sua ideologia e a do marido, Foerster, filósofo anti-semita.
O rompimento com Wagner
• Em Nietzsche contra Wagner , escrito entre 188-1889, publicado em 1895, Nietzsche. descreve porque se separou de vez de seu ídolo e amigo, Richard Wagner.
• Expressa desapontamento e frustração nas escolhas de Wagner (como a sua conversão ao cristianismo e ao anti-semitismo).
“Pensar a fundo o niilismo de Nietzsche é pensar a fundo a ausência de fundamento da
verdade do Ser”.
Heidegger
Tristão e Isolda
O "Liebestod", the final aria sang by Waltraud Meier under the direction of Daniel Baremboin on December 7 2007 at the Scala Milan opening.
FimElaborado por Luana Rosário