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A Síndrome de Alieneção Parental (SAP) Cláudia Regina de Oliveira Rodrigues Psicóloga judicial e docente do Ensino Superior.

A Sindrome de Alienecao Parental (SAP)

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Page 1: A Sindrome de Alienecao Parental (SAP)

A Síndrome de Alieneção Parental (SAP)

Cláudia Regina de Oliveira RodriguesPsicóloga judicial e docente do Ensino

Superior.

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Conhecer para compreender

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O Que é a SAP?A Síndrome de Alienação Parental(SAP), foi

um termo criado pelo Psiquiatra norte ameriacano Richard Alan Gardner em meados de 1985, a partir da sua experiência clínica no tratamento de crianças.

Para Gardner, a SAP consiste em “um distúrbio infantil que surgiria, especialmente, em crianças cujos pais se encontravam em situação de litígio conjugal”(Gardner, 2001).

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Como a SAP ocorre?A SAP manifesta-se por meio de uma

campanha de difamação que a criança realiza contra um dos genitores, sem que haja justificativa para isso.

Essa Síndrome resulta da programação da criança, por parte de um dos pais, para que rejeite e odeie o outro, somada a colobaração da própria criança. (SOUZA, A.M., 2009, p.98)

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Alienação ParentalSegundo PERISSINI(2009) a Alienação Parental pode

ser conceituada como um processo que consiste em programar uma criança para que odeie um dos seus genitores sem justificativa, por influencia do outro genitor, com quem a criança mantém um vínculo de dependência afetiva e estabelece um pacto de lealdade inconsciente . A sigla utilizada é AP.

Já a Síndrome de Alienação Parental (Sigla SAP) faz referência a uma série de sinais e sintomas apresentados pela criança em decorrência do comportamento do genitor que promove a Alienação Parental.

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Estágios da Síndrome:Gardner descreve 03 estágios da Síndrome:Estágio leve- A criança começa a receber as mensagens e

manobras do alienador, para prejudicar o outro genitor, mas ainda há vínculo afetivo e a criança quer visitá-lo;

Estágio moderado – quando o genitor alienante utiliza uma grande variedade de artifícios para excluir o outro, levando a criança a vivenciar um conflito: ama o outro pai (alienado), mas sente que precisa evitá-lo para não desagradar o alienador.

Estágio agudo – quando os filhos já se encontram de tal forma manipulados, que a visita do genitor alienado pode causar pânico ou mesmo desespero. A criança exclui e rejeita o outro genitor(alienado).

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Quem é o genitor Alienador?A Alienação Parental se opera, pela

mãe, pelo pai ou até mesmo por avós.Essas manobras não se baseiam sobre o sexo masculino ou feminino,mas sobre a estrutura da personalidade e sobre a natureza da interação antes da separação do casal.

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Comportamento do Alienador:O genitor que induz o filho a rejeitar e

excluir imotivadamente o outro pai apresenta um distúrbio psicológico gravissimo.

Apresenta uma dificuldade de individuação, de ver o filho como um ser diferente de si, ocorrendo mecanismos para manter uma simbiose sufocante com a criança.

Há uma relação de superproteção, dependência, dominação e opressão sobre a criança.

Implantação de “falsas memórias” na criança.

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Comportamento do Alienador:Mostra-se extremamente frágil,

vitimizado, e requisita cuidados e proteção para si, por parte da criança, formando-se assim uma relação de “parentalização”, ou seja, os filhos é que cuidam dos pais, satisfazendo as necessidades afetivas destes.

Obstrução de todos os contatos da criança com o outro genitor (não passa chamadas telefônicas, controla as mensagens de internet, organiza passeios nos dias de visita do outro genitor, etc).

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Lei 12.318 de 26/08/2010:Art. 1 Esta Lei dispõe sobre a alienação parental.Art. 2 Considera-se ato de alienação parental a

interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.

Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros:

I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade;

II - dificultar o exercício da autoridade parental; III - dificultar contato de criança ou adolescente com

genitor;

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Lei 12.318/2010-Lei da AP: V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a

criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra

avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a

convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.

Art. 3 A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda.

Art. 4 Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício, em qualquer momento processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias necessárias para preservação da integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso.

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Da atuação do Psicólogo:Art. 5 Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação

autônoma ou incidental, o juiz, se necessário, determinará perícia psicológica ou biopsicossocial.

§ 1 O laudo pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial, conforme o caso, compreendendo, inclusive, entrevista pessoal com as partes, exame de documentos dos autos, histórico do relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação contra genitor.

§ 2 A perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar habilitados, exigido, em qualquer caso, aptidão comprovada por histórico profissional ou acadêmico para diagnosticar atos de alienação parental.

§ 3 O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a ocorrência de alienação parental terá prazo de 90 (noventa) dias para apresentação do laudo, prorrogável exclusivamente por autorização judicial baseada em justificativa circunstanciada.

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Das Medidas de Proteção: Art. 6 Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer

conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso:

I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor

alienado; III - estipular multa ao alienador; IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua

inversão; VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou

adolescente; VII - declarar a suspensão da autoridade parental.

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Consequências da SAP:A alienação causa nas crianças/adolescentes grandes danos emocionais e

psíquicos, pois estes se tornam um alvo claro para a destruição do “objeto de ódio” do genitor alienante. Destruir este alvo é a forma que o alienador encontra de “matar” a frustração pela perda vivida, sem levar em conta o resultado final, ou seja, o dano causado aos filhos.

Os filhos não podem se estruturar enquanto sujeitos, uma vez que não conseguem desejar além do desejo do alienador. Este, uma vez que não conseguiu se diferenciar do filho alienado acredita, mesmo que inconscientemente, que pode formar com ele uma díade perfeita. Desta forma a criança não se individualiza e com isso não alcança o espaço do seu desejo. Enquanto objetos de posse e controle, os filhos passam a agir de acordo com o que o alienador lhes “impõe”.

O resultado deste processo é um profundo sentimento de desamparo, gerando por parte da criança/adolescente um grito de socorro que não é ouvido. Uma vez que não é reconhecido como sujeito, esse grito acaba por se transformar em sintoma, que poderá ser expresso tanto no corpo por um processo de somatização, quanto por um comportamento anti-social.

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Críticas a SAP:A principal crítica quanto a existência da SAP

é o fato de não possuir reconhecimento oficial por nenhuma associação profissional, nem pela comunidade científica, uma vez que não está incluída no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), da Sociedade Americana de Psiquiatria, publicado em 12 de maio de 2013.