Academia de Polícia Federal

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ANDERSONSOUZADAURA

PRINCPIOSHIERRQUICOS NAPOLCIAFEDERAL

BaseadonoTrabalhodeConclusodeCurso na Academia Nacional de Polcia como exignciaparcialparaaobtenodottulo de Especialista em Gesto de Polticas de SeguranaPblica.

SoPaulo 2009

Dedicase o presente trabalho s futuras geraes de policiais federais. Estes ingressaro em uma instituio mais avanadaefirmementeconsolidada.Seroa permanente esperana de um rgo coeso, eficiente, profissional, mas principalmente, sedentoporjustia.

Agradecimentos humildes ao Doutor Geraldo Jos de Arajo, Delegado de Polcia Federal de Classe Especial e SecretriodeSeguranaPblicanoEstado doParquenosproporcionou,semesforos, aprender a enxergar sob o prisma de um ntegroAdministradorpblicopolicial.Seu profissionalismo,retratadoporsualealdade, coerncia e farta sabedoria, nos inspirou a labutar na pesquisa do presente trabalho acadmicopolicial visando o

engrandecimentodaPolciaFederal.

RESUMO Oobjetodopresenteestudodemonstraraimportnciajurdicoadministrativadorespeitoaos princpioseregrasdeordenaohierrquicanaPolciaFederal.Demonstrarseoporquda fixaodestaregrabasilarnoseiodaAdministraoPblicademodogerale,particularmente, noDepartamentodePolciaFederal,traandoasconseqnciasadvindasdaexistnciadesta regrabsica.Destaforma,apsbreveexplicaoconceitualsobreoqueahierarquia,farse menosingeladaorigemdahierarquianahistriadacivilizaopara,emseqncia,aferira importncia e magnitude destas fixaes conceituais em organismos ou entes no perenes, ficandoclaroquetalprincpiovisa,acimadetudo,aproteodorgo,doenteoudoEstado, tendopapel,inclusive,deseguranaparaexecuodeatospelossubordinados.Tambm,sobo pontodevistapragmtico,massemolvidarasdiscussestericasediretrizesmaisoumenos amplasdasconseqnciasdaaplicabilidadedetalregrabsica,deformageralseapontamas variaesdaintensidadeeformadeobedinciadeacordocomanaturezadaatividadeexercida. Maisadiante,realizadoumbrevehistricodoDepartamentodePolciaFederal,traandosuas atribuiesremotaseatuais,mencionandosenormasconstitucionais,legaiseregulamentares. Neste contexto, indicase onde a hierarquia se faz presente nos diplomas legais citandose nuancesdasatividadesdePolciaJudiciriadaUnioeoutras,legalouconstitucionalmente, afetas a este rgo policial repressivo e, por vezes, fiscalizatrio de mbito nacional. Em seguida,ingressandosenocernedoassunto,buscousetraarumquadrohierrquicogeralpara oDepartamentodePolciaFederalpara,ento,demonstrar,emcasosprticosecorriqueiros,a afronta a tal preceito norteador e suas possveis conseqncias. Por fim, em concluso, demonstrase a necessidade da escorreita atuao administrativopolicial na nomeao, indicaoouescolhadeservidoresparaasatividadespoliciaisfederais,sempreseobservandoa hierarquia,deformaamanterrgidosparmetrosordenatriosafimdetrazeramaisampla coesoedisciplinaasuaatividadeque,porvezes,ultrapassanossoslimitesterritoriais. Palavraschave:Hierarquia.PolciaFederal.AdministraoPblica.Servidores.Princpios.

ABSTRACT The objective of this study is to demonstrate the legal and administrative importance of respecting the principles and rules of administrative hierarchy within the Federal Police Department. The reason for this fundamental rule within the Public Administration will be demonstratedingeneraland,specifically,withintheFederalPoliceDepartment,describingthe consequencesduetotheexistenceofthisbasicrule.Hence,afterabriefconceptualexplanation ofwhatahierarchyis,theoriginofhierarchiesinthehistoryofcivilizationwillbementionedin ordertothenassesstheimportanceandmagnitudeoftheseconceptsinnoncontinuousbodies orentities.Thepurposeofthisprincipalisclearlytoprotecttheagency,ortheentity,orthe State,andit'sroleincludesregulatingtheactionsofsubordinates.Also,fromthepragmatic point of view, but taking into consideration theoretical discussions and broad guidelines regardingtheconsequencesoftheapplicabilityofthisbasicrule,ingeneral,therearevariations in the intensity and form of obedience depending on the nature of the activity performed. Furtheron,abriefhistoryoftheFederalPoliceDepartmentispresented,outliningitspastand currentfunctions,mentioningconstitutional,legalandregulatorynorms.Inthiscontext,the locationsinwhichthehierarchyismentionedinlawareindicated,withadescriptionofthe nuances of the activities of the Federal Judicial Police and other activities, both legal and constitutional,underthecommandofthisrepressivepolicebodyand,sometimes,supervisory bodyatthenationallevel.Next,reachingtheheartoftheissue,ageneralhierarchychartforthe FederalPoliceDepartmentwasoutlinedinordertothendemonstrate,inpracticalandcommon cases,affrontstotheguidingprinciplesandtheirpossibleconsequences.Lastly,inconclusion, the need for proper administrative police action in the nomination, election or choice of employeesforfederalpoliceactivitiesisdemonstrated,keepingthehierarchyalwaysinmind, maintainingrigidrankparametersinordertobringthewidestcohesionanddisciplinetoits activitieswhich,sometimes,extendbeyondourborders. Keywords:Hierarchy.FederalPolice.PublicAdministration.Employees.Principles.

SUMRIO

INTRODUO

A hierarquia, veremos neste trabalho, acima de qualquer outra preocupao, , na realidade, uma necessidade da Administrao. Polticas e programas de atuao estatal ou governamentalpodemseverarruinadospelaausnciadeumacadeiadecomandoeficienteem queaordememanadadaautoridadesuperiorcompetentealcanceaoutraponta:aexecuo corretapelossubordinados,nosmoldespreviamentetraadosedelineados. Combaseemumavisomaisampladetodoumconjuntodefatoseconjecturasque nabasenosodefcilpercepo,amanifestaodavontadedosuperiorhierrquicodeve atingirsuafinalidadecomoprvistodeformaaatenderplanosemetasantecipadamente traados e, ainda, isentar de eventuais responsabilidades os subordinados quando do cumprimentodeordemnomanifestamenteilegal. Assim,veremosqueorespeitosnormashierrquicasumaviademodupla,pois assegura o correto e linear cumprimento das emanaes superiores, ademais de trazer um aspectopositivopara osubordinadoexecutor em sua atividade, assegurandoo de eventuais responsabilidadesquedecorramdomritodoatoatacadooudaformatraadaexpressamente parasecumprir,viaderegra.Fixaresponsabilidadeselimitaatuaes,deformaaseconsiderar umgrandeinstrumentodeordenaoecoesoadministrativo. Sendo assim, tornase primordial seu respeito em uma instituio armada, Polcia Federal,poisalmdepossuirclaraprevisonaLei4.878/65,aqualdispesobreoregime jurdicopeculiardospoliciaisdaUnio,praticamentedanoiteparaodiaassumiutarefasqueo agigantaramemsuaimportncianocontextonacional(social,econmicoepoltico),equese vverdadeiramenteconvocadopelasociedadeaexercerinmerasatividadesemisteresque anteseramreservadosaoutrosrgosounoeramsolucionadosacontento. Nesse prisma, vse uma tendncia para federalizar a segurana pblica, como recentemente, com a criao de Guarda Nacional , subordinada Secretaria Nacional de

SeguranaPblica1,esuaatuaoemEstadosdaFederao;controledearmaspeloSINARM2; regulamentaodoscrimesderepercussointerestadualouinternacionalqueexigemrepresso uniforme3 para fins de atuao legtima da Polcia Federal; atuao ininterrupta da Polcia Federalnainvestigaodecrimesquetambmafetamrgos,enteseautoridadesestaduaise municipais;aumentodetarefasdecorrentesdeconjunturasadversasexternasdecorrentesdo crime organizado, trfico internacional, mas, principalmente, do terrorismo; incremento da atuaopedaggicaedeformaopoliciaisatravsdecursos,palestras,instruesesimpsios paraoutrosorganismosdeseguranapblicaetc. Tudoissoacarretaumexpressivoaumentodeinvestimentosque,digasedepassagem, temefetivamenteocorrido,sebemque,soba ticadenossotrabalho,seriamaisrelevante aumentar o quantitativo de pessoal policial bem como administrativo, tais como agentes, escrives, papiloscopistas, peritos e delegados, todos de carreiras policiais, e aqueles de carreiras de apoio, tais como servidores administrativos, motoristas, psiclogos, mdicos, administradores,contabilistasetc. UmaPolciaFederaldofuturo,suficienteparaatenderaosreclamosdasociedade,do Governo Federal e, ainda, colaborar com outras instituies de segurana nacionais e internacionais,presenteemtodooterritriobrasileiro,dedimensessabidamentecontinentais, ademaisdecumpridoradesuastarefasderotina,necessitar,semsombradedvidas,deum grandeefetivo,expressivamentemaiorqueoatual. Assim,ocontroleeaordemparaaatuaocoesadeseusservidoresterporbase primordial o respeito aos princpios hierrquicos, dos quais, nesta obra, demonstramos a

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DeconstitucionalidadeduvidosaemfacedaausnciadesuaprevisonoCaptuloda

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SeguranaPblica(art.144daLeiMaior). SistemaNacionaldeArmasSINARMprevistonaestruturadaPolciaFederal,inicialmente pelaLei9.437/98,masincrementadopelaLei10.826/2003(estatutododesarmamento)que conferiu exclusividade para o registro de armas de civis, autorizao para aquisies e transferncias eprocedimentos para obteno de portedearma defogo,almde outras incumbncias. VideLei10.446/2002.

importnciacomomeioparagarantirmosopatamaratualdecredibilidadeconferidoPolcia Federal,eelevlo,numfuturopromissor.

1HIERARQUIA

Aatividadepblicaquesedenominaadministrativapordeverascomplexaeexigea labutadevastonmerodefuncionrios,distribudospeloterritriodoEstadoe,atmesmo,no exterior,constituindoosserviospblicos. Detalsorte,pressupesequeestafunotenhaumaorganizaoouestrutura,quea prpriaAdministraoseadepararmosemseuaspectosubjetivo,comosendoocomplexooua aglutinao de rgos que executam esta atividade. Logo, devese reconhecer que a AdministraoPblica,primordialmente,organizao,equeelanopoderealizarse,de formaordenada,semtalcaracterstica. Mascomoorganizarse?Comobuscarcoesoeordemparaseatingirasfinalidades pblicas?Norestadvidaedemonstraremos: aAdministraoatuasobainspiraodo princpiohierrquico.MuitomaispresentenoPoderExecutivoquenosdemais,dadaaprpria naturezadessesrgos,poisdiferememseusprincpiosdeorganizao. Nafunolegislativa,opressupostoinspiradoreestruturalaqueledaigualdadeou paridade dos rgos componentes (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores); noutra, a judiciria, vige a independncia dos rgos que a compem (juzes, desembargadoreseministros).Entretanto,nasatividadesburocrticaseadministrativasdesses mesmos Poderes tambm haver este escalonamento funcional hierrquico visando sua organizaoeordem. Logo,aorganizaohierrquicaadvmdanecessidadedadivisodetarefasvisando tornar,emtermosprticos,possveiseexecutveisosfinsaquesedestinaaAdministrao 4.A divisodotrabalhodeverepresentarumanicavontade,comoumanicaaentidade,cujos objetivospblicosdevemserealizar.

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QuandousamosotermoAdministraocomaletrainicialmaisculaestamosnosreferindoa AdministraoPblica.

Estasatividadesetarefas,asquaisso,primordialmente,asatisfaodenecessidades pragmticas do cotidiano coletivo, requerem entidades sujeitas a uma direo nica e subordinadas na inteno e na conduta, prevalecendo o que denominamos organizao hierrquica.

1.1Oquehierarquia? Hierarquia ou jerarquia palavra de origem grega composta: hiers (sagrado) acrescidode arch (ordem,autoridade),dondesededuz seu significadomaisremotocomo sendoordemsagrada. Atualmente, expressa a ordem e subordinao dos poderes eclesisticos, civis e militares ou mesmo a graduao da autoridade, correspondente s vrias categorias de funcionriospblicos(FERREIRA,1999,p.1045),ouainda,aordenaodeelementosem ordem de importncia (sic) ou a graduao das diferentes categorias de funcionrios ou membrosdeumaorganizao,instituioouIgreja(WIKIPDIA,2008). Porsuavez,emtermosjurdicos,CelsoAntnioBandeiradeMelloadefinecomo sendo: Ovnculodeautoridadequeunergoseagentes,atravsdeescales sucessivos, numa relao de autoridade, de superior a inferior, de hierarcaasubalterno.Ospoderesdohierarcaconferemlhe,deforma contnuaepermanente:a)poderdecomando;b)poderdefiscalizao; c)poderdereviso;d)poderdepunir;(...).(1999,p.978). JosAfonsodaSilva,namesmasearadestaCinciaSocialAplicada,masdeforma maissingela,adefinecomo "ovinculodesubordinaoescalonadaegraduadadeinferiora superior"(2000,p.738). ,assim,ahierarquia:

Umprincpiodeorganizaoadequadoacertasformasdeatividade, que requerem, para seu melhor desempenho, direo unificada, coordenaoesubordinao.Daodizersequeelaindicaumsistema deordenao,dequeumaespciedetecidoconectivo,atravsdo qualaaodosubordinadoseapresentacomoseforaadoprprio ente,pelosseusrgosdedireo.(BARROSJr,1960,p.13,grifo nosso) Em mbito legal logramos encontrar a definio de hierarquia no Estatuto dos Militares,Lei6.880,de9dedezembrode19805,ondeemseuartigo14,pargrafo1,assim dispe: Ahierarquiamilitaraordenaodaautoridade,emnveisdiferentes, dentro da estrutura das Foras Armadas. A ordenao se faz por postosougraduaes;dentrodeummesmopostoougraduaosefaz pelaantigidadenopostoounagraduao.Orespeitohierarquia consubstanciadonoespritodeacatamentoseqnciadeautoridade. Ahierarquia,nombitodoDepartamentodePolciaFederal,encontraprevisonaLei 4.878,de3dedezembrode1965,quedispesobreoregimepeculiardosfuncionriospoliciais civisdaUnioedoDistritoFederal.Esculpeoseuart.4,emsuaredaooriginal,que a funo policial, pelas suas caractersticas e finalidades, fundamentase na hierarquia e na disciplina.Porm,em1967,oDecretoLein247deunovaredaoatalartigofixandoquea funopolicial,fundadanahierarquiaenadisciplina,incompatvelcomqualqueroutra atividade,oquepareceumaisumapreocupaocomanoacumulaodecargosdoqueuma mudanadeconceitos.

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Emquepesetaldefinioestarcontidaemuminstrumentonormativoqueseaplicanicae exclusivamenteaosmilitares,servecomoparmetrosegurosatividadespoliciais.

A Lei 4.878/65 no definiu o que seria hierarquia, conforme fez o Estatuto dos Militares. Adefiniodehierarquia,nombitodoDepartamentodePolciaFederal,apenas possuiprevisoemInstruoNormativadenmero004/2006DG/DPFquenotratadiretae exclusivamentedoassuntopois: Regulaasatividadesdeensinoeaprendizagem;oscursosorganizados poroutrasinstituies;osdireitos,devereseproibiesrelativosaos alunos;asobrigaesdosresidentes;abolsadeestudos;asatividades escolares;odesligamento;aclassificao;osdiplomas,certificadose certides; o encerramento das atividades de ensino; a hierarquia policialeadisciplina,entreoutras(grifonosso). Comosepercebeotemadahierarquianoatualmenteapreocupaocentralda Administraodorgo.Foitratadoemumconjuntodeoutrosassuntos,que,salvoexcees, s encontram eco nas atividades da Academia Nacional de Polcia, como instrumento pedaggico a ser utilizado, nas suas imposies e especialmente dirigido a alunos, do que efetivamentedirecionadoatodosospoliciaisfederais.Inclusive,emumaleituramenosatenta, resta dvida se tal Instruo Normativa se aplica atodos policiais federais ou somente em relaosatividadesdaAcademiaNacionaldePolcia.Issoemrazode,emseuartigo1, mencionarqueareferidaI.N.destinaseadisciplinarasatividadesdeensinodaANP(sic), ficandopatenteterocorridoumequvoconaelaboraodetalnormativainterna.Mesmoassim, valeexporoquerezaoart.122daI.N.004/2006DG/DPF:aordenaodaautoridadeem nveisdiferenciados,dentrodaestruturadaPolciaFederal,farseporcategoriaseclasses funcionais,salvooscasosdecargoscomissionadosoufunesgratificadas. ZelarpelobomnomedaPolciaFederaledecadaumdeseusmembros,obedecendo efazendoobedeceraospreceitosdahierarquia,dadisciplinaedaticadopolicialfederal (grifonosso).Esteo10(dcimo)valorouprincpiodopolicialfederal.Comosepercebe,a

hierarquia e a disciplina foram tratadas, mais uma vez, de forma secundria e tmida pela DireoGeraldoDepartamentodePolciaFederal.Somenteencontrouguaridanoltimoitem dosprincpiosevaloresdospoliciaisevindocontrabalanceadacomospreceitosticos,o quenosfazpensarsesuaobservncia,dessaforma,ficariaemumsegundoplanoequepoderia serquestionadaemfacedevaloresticos,subjetivos,pelosservidorespoliciaisfederais. Anossover,oquedeveriaserumadasprimeiraspreocupaesdeumrgoque almeja efetivo crescimento ordenado e que, efetivamente, luta contra a criminalidade organizada,encontrasequaseimperceptvele,praticamente,semforacogente.

1.1.1HierarquiaeDisciplina. muitocomumverificarse,aovislumbrarotemahierarquia,quetalconceitosegue atreladodisciplina.Inclusive,namaioriadasvezes,osassuntossoestudadosemconjuntoou tratados como se ocupassem um nico campo de idias ou um nico conceito. Porm, analisandosedeformamaisaprofundada,percebesenuancesqueosdiferenciame,apesarde estaremintimamenterelacionados,hierarquiaedisciplinamerecem,parafinsacadmicos,um estudoapartadovisandoaoaprofundamentonotema. Emprimeirolugar,a hierarquia configuraumprincpiodedisciplinaquepermeia todaaestruturaadministrativa.Contudo,tambmsignificaaprpriarelaoque,nessesistema, entrelaaosrgosquecompeainstituio.NestemesmosentidojseexpressouJosAfonso daSilva: Noseconfundem,comosevhierarquiaedisciplina,massotermos correlatos, no sentido de que a disciplina pressupe relao hierrquica.Somenteseobrigadoaobedecer,juridicamentefalando, a quem tem o poder hierrquico. Onde h hierarquia, com superposio de vontades, h, correlativamente, uma relao de sujeio objetiva, que se traduz na disciplina, isto , no rigoroso

acatamento pelos elementos dos graus inferiores da pirmide hierrquica, as ordens, normativas ou individuais, emanadas dos rgos superiores. A disciplina , assim, um corolrio de toda organizaohierrquica.(2000,p.738). Destaforma,estetrabalhosevoltarapenasaaspectosmaisligadoshierarquianas atividadesdoDepartamentodePolciaFederal,quedeveserentendidaemsuarazoecomo influenciadoradiretanadisciplinainterna.

1.2Origemdahierarquia Ahierarquia,daformacomoaconhecemosatualmenteevoltadaparaasfinalidades quejabordamos,comomododeorganizaodaAdministrao,possuiorigemmilitar.Como sesabe,oprimeiroexrcitonoocidentequeseorganizouhierarquicamenteedominoupor longosanosomundoocidentalcivilizado,oExrcitoRomano,foioprimeiroaconterregras rgidasdehierarquiaedisciplina,resultandoemumamquinadeguerrainsupervelnaqueles tempos. JnoOrientenofoidiferente.OprimeiroimperadorChins,YingJien,doano246 aoano207antesdeCristo,unificouaChinaepassouadenominarseChinShiHuangDi,que traduzindolivrementeparaonossovernculosignificaoprimeiroDeusdeChin.Paratanto, contavacomumexrcitoextremamentehierarquizadoedisciplinado,motivodeseusucesso, quesedeumuitoantesdaqueledequetemosmaisnotcias,oExrcitoRomano,esomandouma quantidadeextremamentemaiordesoldadosdisciplinadosqueforamimortalizadosjuntoaoseu tmuloehojesoconhecidoscomoossoldadosdeTerracota. Assim, percebeuse uma verdadeira utilidade prtica e de sobrevivncia nestes princpios que do verdadeira coeso e eficcia a qualquer atividade que necessite de

administraoougesto,oque,ento,foiseguido,portodasasdemaisforasarmadasemtodo omundo. A hierarquia, tambm, podese dizer, possui origem religiosa, mesmo por que o Estadonolaicosemprefoiumarealidade.ReligioeEstado,namaiorpartedahistriada civilizao, foram o retrato da configurao organizacional dos povos e o temor a um ser supremo ou inatingvel foi (e em alguns pases ainda) um instrumento de dominao e subservincia, mesmo porque haveria de existir um obstculo, um distanciamento ou uma superposio entre as divindades e os fiis crdulos. Bastanos frisar que os reis eram legitimadosemseupoderpelaIgrejaCatlicaequeacisodestesconceitos(hierrquicosoude autoridade religiosa) gerou guerras e a criao de novas religies (novas autoridades) que tambmderamescoroanovassociedadesoupases,como,porexemplo,osEstadosUnidosda Amricaeareligioprotestante. Ahierarquiadaigrejacatlica,conformeosensinamentosdeFrankViolaemsuaobra PaganChristianity6citadoporNunoBarreto(2008,p.01),queemordemdecrescenteiniciase noBispo,seguindoparaosPresbteros,Diconoseterminandocomosfiis,foiprevistano sculo IV peloImperador Constantino e refletiu a organizao estatal de Roma. No sculo seguintefoicriadoumdegrauhierrquicosuperioratodososdemaisbisposquesedenominou Papa,oquesomentesetornoudefinitivo,atosdiasatuais,nosculoVI. SorianoNeto,emseuartigosobreDisciplinaeHierarquia(s/d,p.01),nosensina: consabido, desde sempre, o fato de que todas as civilizaes preservaram dois tipos de instituies: as religiosas e as militares. Estas,aolongodahistria,subsistiramcombasenosprincpiosda disciplina,dahierarquia,daautoridadeedaordemenaexistnciade umcerimonialprprio(...).

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CristianismoPago(traduolivre).Livropolmico,poiscombaseempesquisasbuscou demonstraraorigemdediversasprticascatlicasnosatospagos.

Desta forma, restanos concluir que a hierarquia em sua origem mais remota e simples, decorre da prpria origem estrutural do Estado, sendo sempre organizacional e disciplinadora,comescalonamentosevoltadaparaatingirfinalidadesespecficasditadaspela autoridade.Assim,nohautoridadesemhaverhierarquiaou,paramelhorentendimento:sem hierarquianoexisteautoridade.

1.3Funcionalidadegeraldahierarquia AConstituioFederalde1988notrouxeapreocupaoemestipular,damesma forma como fez com as Foras Armadas7 ou Polcias Militares e Corpos de Bombeiros Militares8,quetodososrgospblicosdevemobservarprincpiosdadisciplinaedahierarquia. Preocupouseapenas,olegisladorconstitucional,emelencaraquelesprincpiosdalegalidade, moralidade,impessoalidade,eficinciaepublicidadecomoinerentesAdministraoPblica9. Contudo,comojfoisalientado,imprescindvelaqualquerorganizaoouentidade aobservnciadahierarquiaedisciplinaparaseucorretofuncionamento.Aquela,ahierarquia, sefazprimordialparafixarfunes,atribuireorganizar,enquantoestafundamentalparao desenvolvimentoregulardasatividades. Assim,emtodasasinstituiespblicas,independentementedograu decomplexidade,existeumaordenaohierrquicadefunesea necessidadedeobservnciafieldasfunesporcadaservidorpara concretizaodosfinsquesedestinam.(LOUREIRO,2008,p.1). Aessnciadahierarquia,diziaTitoPratesdaFonsecacitadoporBarrosJr.,firmase no pressuposto de que as qualidades necessrias para uma boa e eficiente manifestao de

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Videart.142daLeiMaior. Vide artigo n 42 da Constituio Federal de 1988, com redao dada pela Emenda Constitucionaln18,de1998. Videart.37daLeiMaior.

vontadesomaisapuradasnosuperior(...)(1960,p.23).Contudo,igualmente,assentasena idiaqueaquele(superior)podeimporaesteumdeterminadocomportamento. Logo, mais ainda, esta fixao clara e inconfundvel dos princpios hierrquicos e disciplinarescomopilaresdesustentaodasForasArmadassedeveaofatodeasatividadesa queestosujeitososmilitaresexigiremcompletaeinequvocaobedincia.Suasatividadeseos meiosqueempregamcolocamnosemsituaescotidianamenteextremas,visando,emtermos finais, defesa da Ptria, garantia dos poderes Executivo, Legislativo e Judicirio e, por iniciativadequalquerdestes,daleiedaordem10. Assim, em razo das prprias caractersticas do servio prestado, que em ltima anlisepodeatmesmoserexigidocomosacrifciodaprpriavida,nohcomosequestionar queestasForasdevem,parasesustentaremanterumadireolinear,exigirumaespecial disciplinaeumargidahierarquia. Esta preocupao alvo de incompreenso da sociedade civil de forma geral, inclusive pessoas com alto nvel intelectual, conforme ficou demonstrado em palestra ministradapeloCoroneldoExrcitoJorgeRicardoureoFerreira,entoChefedaAssessoria MilitardoComandodoExrcitoemBraslia,em09deagostode2007,quandosereportoua umaplatiadejuzesfederaisrecmempossados: AhierarquiaeadisciplinasoosdoispilaresdasForasArmadas,esta instituio muito peculiar dentro da organizao social brasileira, porquenorteadaporservideseprincpiosintangveis,quesvezes nosobemcompreendidos.(Idem,2008,p.1). Easseverouooficialsuperior,semdvidas,preocupadocomodestinodasaes judiciaisdecorrentesdeatosdisciplinares:Sehouverincompreensosobreosignificadode hierarquiaedisciplina,oExrcitodeixardeserExrcitoeviramilcia.10

AsfunesdasForasArmadasnoBrasilencontramseprevistasnaConstituioFederalde 1988,art.142.

Nestediapasodepreocupao,restaevidentequeumainstituiofortementearmada deveconteremseusregulamentos,sriosergidosparmetrosassecuratriosdaordeminternae dacoesonoacatamentoecumprimentodeordenssuperiores.Portalmotivo,ficamsujeitosos militaresaumaleipenaleprocessualprpria,aliadaaumaJustiaEspecialaJustiaMilitar daUnio,quenadamais,nadamenos,representaumaForadentrodaFora. Domesmomodo,naesferaestadual,asPolciasMilitareseCorposdeBombeiros Militares se mostram sujeitos aos mesmos rigores daqueles da caserna federal. Ou seja, se submetemaumadisciplinaeaumahierarquiaextremamenterigorosos,emfacedassituaes extremasquesecolocam11e,maisumavez,sevemsujeitosajulgamentosporcrimesmilitares emJustiaEspecializada12 que,narealidade,visamanutenointernadaordem,atravsda hierarquiaedadisciplina,comosetalJustiaatuasseatravsdeumprolongamentoquantitativo daatuaoadministrativadisciplinar. Dessaforma,norestadvidaqueahierarquiatemocondodeseruminstrumento eficazeeficienteparamanutenodaordeminternadergospblicosdemaneirageralepara aquelesespeciais,servindoparapromoveraunicidadedevontades,fixarresponsabilidadese ordenaratuaes.mecanismoimprescindvelparaseevitarabaderna,odescontroleoua anarquiageneralizada.

Situaes extremas de atuao e treinamentos do Batalho de Operaes Especiais da Polcia Militar Fluminense BOPE/PM/RJ foram retratados no filme nacional, de 2007, TropadeElite,sobdireodeJosPadilha,ilustrativodoquesepostulaaqui,emquepese relativamenteestereotipado. 12 Videart.122daConstituioFederalde1988.11

2DAPOLCIAFEDERAL APolciaFederalvemprevistanaConstituioFederalde1988.InseridanoTtuloV (daDefesadoEstadoedasInstituiesDemocrticas)CaptuloIII(daSeguranaPblica), juntamentecomaspolciascivis,polciasecorposdebombeirosmilitaresepoliciasrodoviria eferroviriafederais,htambmumaressalvaemrelaocriaodasGuardasMunicipais. Maisespecificamentenoartigo144daLeiMaiorassimsedispe: Aseguranapblica,deverdoEstado,direitoeresponsabilidadede todos, exercida para a preservao da ordem pblica e da incolumidade das pessoas e do patrimnio, atravs dos seguintes rgos, polciafederal,polciarodoviriafederal,polciaferroviria federal, policias civis dos Estados e do Distrito Federal, polcias militaresecorpodebombeirosmilitares.(grifonosso).

2.1Competncia Logodepois,nopargrafo1,doartigo144daCF/88,hprevisosobreadestinao da Polcia Federal regrandose, previamente, tratarse de rgo institudo por lei de forma permanente13, organizado e mantido pela Unio14, estruturado em carreira, destinado a: a) investigarinfraespenaisemdesfavordaordempolticaesocialouemdetrimentodebens, servioseinteressesdaUniooudesuasentidadesautrquicaseempresaspblicas,assim comooutrasinfraescujaatividadetenharepercussointernacionalouinterestadualedeva haverrepressouniforme,conformesedispuseremlei15;b)prevenirereprimirotrficoilcito13

SignificaquenopoderserdissolvidooueliminadodaestruturadoEstado.Entendemosquefaltoua preocupao da previso de sua regularidade (rgo permanente e regular), nos mesmos moldes previstos para as Foras Armadas no art. 142 da Lei Maior, o que possibilitaria a continuidade de ingresso,renovaoemanutenodeefetivos. 14 AcrscimofeitopelaEmendaConstitucionaln.19/98.Dispositivooriginal:Apolciafederal,instituda porleicomorgopermanente,estruturadoemcarreira,destinasea:.15

Lein.10.446,de08demaiode2002:Dispesobreasinfraespenaisderepercussointerestadual ouinternacionalqueexigemrepressouniforme,paraosfinsdodispostonoincisoIdopargrafo1do artigo144daConstituio.

de substncias entorpecentes; o contrabando e o descaminho, sem prejuzo da atuao fazendriaededemaisrgospblicosnasrespectivasreasdeatuao;c)atuarnasfunesde polcia martima,aeroporturiaedefronteirase,porfim;d) exercer,comexclusividade,as funesdepolciajudiciriadaUnio.

Emrelaopolciarodoviriaeferroviriafederal,fixaramnas,naformadalei16, para o patrulhamento ostensivo das rodovias federais e ferrovias federais, respectivamente, conformedisciplinamospargrafos2e3doartigo144doDiplomaMaior.Jspoliciascivis dos Estados, dirigidas por delegados de polcia de carreira, cabem as funes de polcia judiciriaeaapuraodeinfraespenais,comexceodasinfraespenaismilitares.Porfim, spolciasmilitares,restamopoliciamentoostensivoeapreservaodaordempblica.Os Corpos de Bombeiros Militares, vinculados s Polcias Militares, possuem, alm de outras atribuiesdefinidasemlei,aatividadedeexecuodedefesacivil.Cabefrisarqueestesdois ltimosrgos,PolciaeCorposdeBombeirosMilitares,funcionamcomoforasauxiliarese reservasdoExrcitotambmemfacedeprevisoconstitucional.

Comosepercebe,oconstituinte,seguindoasregrasdefixaodecompetncias17, enumeroudeformataxativaaquelasquesoatinentesaumdosrgosfederaisencarregadosda SeguranaPblica,objetodopresente,aPolciaFederal.Assim,pelasimplesleituradoTexto Maiorpercebemosqueestasatribuiessoestrategicamenteprimordiaisprpriamanuteno: a)daintegridadedoEstado(repressosinfraescontraordempolticaesocial);b)darelao doEstadobrasileirocomoutrosEstadosoucomacomunidadeinternacional(repressoacrimes derepercussointernacionaleacrimesprevistosemtratadosinternacionais 18cujaexecuoou resultadoocorrasobagidedasleisprocessuaisnacionais);c)dapreservaodasfronteirase16 17

ALei9.654/98regulamentoutaldispositivosomenteemrelaoPolciaRodoviriaFederal.

Sobre a fixao de competncias em matria de Segurana Pblica: DAURA, Anderson Souza.InquritoPolicial:CompetnciaeNulidades.2Ed.Curitiba:Juru,2007. 18 EstacompetnciadecorredacombinaodasatividadesdePolciaJudiciriadaUniocom exclusividade(art.144,inc.IV,daLeiMaior),comaquelascompetnciasprevistasnoart. 109,daCF/88(competnciadaJustiaFederal).

do trfego de pessoas e objetos nestes locais e; d) outros interesses da Unio aqui no expressamentemencionados,masnomenosimportantes.

Paratanto,aPolciaFederalsereveste,porvezescomopolciapreventiva(atuao comopolcia martima,aeroporturiaede fronteiras)atuandona restrio efiscalizao de atividadeseoutras,nasuamaioria,comopolciajudiciria(investigaodecrimes)que,viade regra,voajulgamentoperanteaJustiaFederalde1grau19.

Sendoassim,percebeseaimportnciaearesponsabilidadequepesasobreestergo policialoquej,aparentemente,ficouclaroparanossosgovernantesosquaistmimpulsionado suasatividadeseatuaoequenosforaanteverumcrescimentoouagigantamentodorgo comumconseqenteacrscimodeefetivo,requerendo,destaforma,umaeficienteeeficaz organizao,preocupaodestetrabalho,eque,emnossatica,ocorrercomumafixaoclara e inequvoca da hierarquia interna do rgo, gerando, por conseqncia, uma disciplina diferenciada em relao a outros rgos civis comuns mas necessria a uma entidade de proporesfederaiscomincumbnciasestratgicasequeadministrapartedomonopliodouso dafora20peloEstado.

2.2Brevehistricodapolciafederal SaberaorigemdaPolciaFederalpodenosauxiliarnacompreensodefatosatuais comoaformadadivisodosseustrabalhos;suaestruturaedoutrinaparaexecuodesuas atribuiese,porfim,atmesmo,traarperspectivasfuturas.Logo,semprequesepropea analisarouestudarumrgoouinstituiosalutarabuscadesuaorigemesuahistria.

HcasosemqueasinvestigaeslegitimamenterealizadaspelaPolciaFederalseguem para julgamento na Justia Estadual como, por exemplo, no trfico no internacional de drogasouemrepressoacontravenopenalondeaUniovtima.Tambm,emcasos excepcionais, atua em auxlio investigatrio perante rgos judicirios superiores (prerrogativadeforodeautoridadesquandoinvestigadas). 20 ParafraseandoinsigneautordalinharealistadoDireito:Ousodaforamonopliodas autoridadespblicas.(ROSS,2000)19

Acompreensohumanapossuiumatemporalidadeintrnseca.Ouseja, noexistepossibilidadedecompreensoquesedforadaHistria, foradainflunciatemporal.Ocompreenderhumanodeitasuasrazes noacontecerdotempo,noconjuntodeexperinciasaeletransmitidas historicamente, o que leva a historicidade de toda compreenso. (PEREIRA,2001,p.28). NofoipacficaafixaodaorigemdaPolciaFederal.Aversooficialdivulgada peloDepartamentodePolciaFederal21 afirmasuaorigemnapolciadoDistritoFederalda antiga capital da Repblica no Rio de Janeiro. Em maro de 1944, passa a denominarse DepartamentoFederaldeSeguranaPblicaD.F.S.P.emfacedanecessidadeinicialda existncia de um rgo federal que fosse confiada misso de desenvolver os servios de polciamartima,aeroporturiaedefronteiras,principalmenteemrazoda2grandeguerra. Mesmosendoumrgofederal,oD.F.S.P.,atuavaapenasnacircunscriodacapital nacional exercendo a segurana pblica. Fixavase nacionalmente apenas no tocante s atividadesdepolciamartima,aeroporturiaedefronteiraspormeiodaDivisodeIntercmbio eCoordenaosatividadespoliciaisestaduais.Houveumaampliaodesuastarefasparatodo territrio brasileiro com o advento do DecretoLei 9.353/46 para atuar repressivamente em relaoaotrficodesubstnciasentorpecentesenoscrimescontraafpblica,quandode interesse da fazenda nacional. Entretanto, logo em seguida, com a nova Constituio (Constituio dos Estados Unidos do Brasil) naquele mesmo ano, a qual ampliava demasiadamenteaautonomiadosEstados,aexistnciadeumrgodeseguranacomatuao nacionalpassaaserconsideradacomoumainterfernciaindevidanaautonomiadetaisentes componentes. OD.F.S.P.passaatersedeemBraslia/DFsomenteem1960,emfacedamudanada capitalfederalparaaquelalocalidade,ficandocomoentoEstadodaGuanabaraamaiorparte21

em29/12/2004.

de seu efetivo em razo da no cessao dos servios de segurana pblica que passam atribuio do governodoEstado. Logo, houve um grande aproveitamento de servidores da GuardaEspecialdeBrasliaGEBcriadapeloEstadodeGoisatravsdaLei2.364/58. Jem1964,pocadeumestadodeexceo,oregimemilitar,aPolciaFederal,que ainda se denominava Departamento Federal de Segurana Pblica D.F.S.P. sofre uma verdadeirareestruturaoondesebuscoucomoparmetroestruturaledeatribuiesaspolcias da Inglaterra, Estados Unidos e Canad. Assim, entra em vigor a Lei n. 4.483, de 16 de novembrode 1964, trazendoestasmodificaes, embrio daestruturae organizao atuais, sendoqueestadata(16/11)foi,atpoucotempoatrs,comemoradacomoaqueladacriaoda PolciaFederal. Em1967passaateratribuiesprevistasnaLeiMaior,art.8daquelaConstituio,e comapromulgaodoDecretoLei200,de25defevereirode1967,mudadenomepassandoa sechamarDepartamentodePolciaFederalD.P.F.(art.210)22. Em16dejunhode2004,visandoextirparasdivergnciasrelativasdatadecriao daPolciaFederal,foiconstitudoumGrupodeTrabalho,nombitodoprpriorgo,atravs da Portaria n 598/2004 DGP/DPF. Assim, ficou este Grupo encarregado da pesquisa e, atravsderelatrioconclusivo,daindicaodadatainicialdaformaodaPolciaFederal. Mediante anlise e votao, no unnime, digase de passagem, no Conselho Superior de Polcia,semodificoude16denovembro(diadapromulgaodaLei4.483/64)para28de marode1944,datadaformaodoDepartamentoFederaldeSeguranaPblicaD.F.S.P.22

Entendemosequivocadaestadenominaonosdiasatuais.AConstituioFederalde1988 prevaexistnciadaPolciaFederal e no doDepartamentodePolciaFederal. Esta ltima denominao, s.m.j., denotauma subordinao emface dapalavra departamento dandoaentendertratarsededepartamentodealgumoutrorgoquando,narealidadeno existe esta previso. Assim, poderia a Polcia Federal ser diretamente subordinada Presidncia da Repblica. Primeiro em razo da forma como se deu sua previso constitucionaloqueelevaaimportnciadorgoaonveldeestruturadeEstadoe,segundo, em face do princpio da simetria constitucional, poissendo a Polcia Federal uma Polcia Judiciria,porexcelncia,remetesesregrasjexistentesnaprpriaLeiMaiorequeso cabveissPolciasCivisdosEstados,tambmPolciasJudicirias,asquais,almdeserem dirigidaspordelegadosdepolciadecarreira,subordinamse,segundoaConstituio(6, art,144),aosChefesdoPoderesExecutivosrespectivos.

Contudo,emquepeseadeterminaoatualfixadoradomarcoinicialdecriaoda PolciaFederal,nohdvidasdequesuaestruturaeorganizaoatualdecorredenormase diretrizesadvindasdoperododeregimemilitar.Semtecerquaisquercomentriosdeaprovao oureprovao,oquefugiriadoobjetivodopresente,cabefrisarqueainflunciamilitar,quase queexclusivamentedoExrcito,sobreaestruturaeorganizaoatualdorgosoinegveis. Os militares, oficiais superiores e alguns oficiaisgenerais do Exrcito, dirigiram a Polcia Federal por longa data. Foram DiretoresGerais, Superintendentes Regionais, Diretores da AcademiaNacionaldePolciaetc.Inclusive,em1994,jsobagidedaConstituioCidad, visandoextirparlongagrevequesedesencadeavanaPolciaFederal,foranomeadooCoronel doExrcito,WilsonBrandiRomo,paraassumirocargodeDiretorGeraldoDepartamentode Polcia Federal e Secretrio Interino de Polcia Federal como uma espcie de interveno militarnaPolciaFederal. Sendoassim,nonosrestadvidadequeaorganizao,funcionamento,estruturae normatizaoqueregematualmenteaPolciaFederalpossuemgrandeinflunciaou,atmesmo podemosdizer,umabasesustentadoradeorigemmilitar,masquenemsempreobservada, comoveremos.

2.3OrganizaobsicadaPolciaFederal AcircunscrioparaatuaodaPolciaFederalsefixaemtodoterritriobrasileiro. rgodoMinistriodaJustiaesuaestruturapermiteplanejamento,coordenaoecontrole pelaDireoGeral,atravsdesuasDiretorias,rgostcnicosedeapoio:DiretoriadeCombate ao Crime Organizado, DiretoriaExecutiva, Diretoria de Inteligncia Policial, Corregedoria Geral de Polcia Federal, Diretoria de Gesto de Pessoal, Diretoria TcnicoCientfica e DiretoriadeGestoeLogsticaPolicial. A execuo de suas atribuies se realiza atravs das 27 (vinte e sete) Superintendncias Regionais que se sediam nas capitais dos Estados e no Distrito Federal,

contando,tambm,cominmerasDelegaciaspresentesnoterritrionacional;02(duas)bases fluviais; 02 (duas) bases terrestres e 12 (doze) postos avanados fixados de acordo com estratgiaspoliciaispreviamentedelineadas. Essa organizao estrutural facilita o intercmbio com outros rgos do governo federaleestadredementevoltadaparaasmissesqueaConstituioFederalestabeleceu.Sem olvidaraeficincia,buscoupermitirespecializaesnombitodasSuperintendnciasestaduais edoDistritoFederalvisandosinvestigaesdecrimespatrimoniaisquandoenvolvammaisde um Estado da Federao, possuam reflexos internacionais ou causem prejuzo Unio; infraes penais relativas ao meio ambiente e ao patrimnio histrico; crimes financeiros; delitos tributrios e fraudes previdencirias; trfico de armas e de entorpecentes, contando, ainda,comoapoiodergosgovernamentaisestrangeirosouatravsdaInterpol23. Assim,nombitodaSuperintendnciaRegionaldaPolciaFederalnoEstadodeSo Paulo, exemplificativamente, h, subordinados diretamente ao Superintendente Regional, o SetordeIntelignciaPolicial;aCorregedoriaRegional;aSeodeLogsticaPolicial;oSetorde RecursosHumanos;oSetordeCriminalstica;oSetordeTecnologiadaInformao;oSetorde Comunicao Social e, ainda, agora na atividade fim, a Delegacia Regional Executiva e a DelegaciaRegionaldeCombateaoCrimeOrganizado.AestaltimasesubordinamaDelegacia de Represso a Entorpecentes; Delegacia de Represso ao Trfico de Armas; Delegacia de RepressoaCrimesFinanceiros;DelegaciadeRepressoaCrimescontraoPatrimnio.Em relaopenltimaficamdiretamenteligadasaDelegaciadeRepressoaCrimesFazendrios; DelegaciadeRepressoaCrimesPrevidencirios;DelegaciadeRepressoaCrimescontrao Meio Ambiente e Patrimnio Histrico; Delegacia de Imigrao; Delegacia de Controle de

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OrganizaointergovernamentalcomsedeemLyonnaFrana.Possuimaisde180pases

emsuacomposio.reconhecidapelaOrganizaodasNaesUnidasONU.NoBrasil, o Escritrio Central Nacional representado pela CoordenaoGeral de Polcia Criminal InternacionaldoDepartamentodePolciaFederal/MJ,sediadoemBrasliaDF.

Segurana Privada; Delegacia de Defesa Institucional, todas com efetivos relativamente suficientesparaatendimentodasdemandasrequeridas. AlmdasDelegaciasacimamencionadash,ainda,aquelasditasDescentralizadasque selocalizamempontosestratgicos,sobopontodevistapolicialfederal,nointeriorelitoraldo Estado,comotambmasduasDelegaciasnosaerdromosinternacionaisdeSoPaulo.Todos estes setores e Delegacias so responsveis pelo exerccio das atribuies legais e constitucionais do Departamento de Policia Federal em mbito estadual. Esse modelo racionalizado se repete, com variaes em quantitativos e de distribuio dos servios, nos demaisEstadosdaFederao,deformaaatendertodoterritrionacional,masaindanoda formadesejada,podendoserampliadovisandoumamaiorefetividadedeatuao.

3AHIERARQUIANAPOLCIAFEDERAL Apsdetalharmosnoscaptulosanterioresadefinio,importnciaefuncionalidade dahierarquiaparaasorganizaespblicas,suacorrelaocomadisciplinaeascaractersticas dasatividadesdaPolciaFederalcombaseemsuaprevisoconstitucionalehistricodesua evoluo,nosrestamalgumasindagaes:comoseenquadraria,emtermoshierrquicos,e, conseqentemente, disciplinares, a atividade policial federal? Qual seria a formulao mais adequadadedisciplinaedehierarquiaemumrgoquenomilitar,mastambmno,sobo pontodevistavulgar,civiloucomum? Ficaclaroqueseusservidoresnotrazemconsigoaliberdadedeatuaoedeinter relacionamento entre si de servidores pblicos comuns, que mesmo assim necessitariam da hierarquiaedisciplinajpresentesnosrgospblicoscivis,mastambmnosemostram precipuamenteligadosssituaesderotineirosconfrontosarmadosedemovimentaesde tropascomoemumasituaobeligerante,mesmoporque,muitodesuaatividadeestligadaa represso,investigaodecrimesedescobertadeseusautores,oquenecessitadecertamargem deatuaonoregradaemaiscriativa. Entretanto,fugindoumpoucodessecontexto,porvezesnoraras,aatividadepolicial federalmuitoseassemelhasatividadesmilitaresestaduais,comonaefetivaodeoperaes degrandevultoequerequeremumelevadoquantitativodepessoaldisciplinadoecumpridorde ordensounasmissesdeproteodedignitriosondeahierarquiaedisciplinasoprimordiais paraoseubomxito,semsefalardocumprimentodeordenssuperiores,principalmentede sigilo,emoperaesdeintelignciaou,ainda,emdeslocamentosareosouembarcadosemque atotalidadedatripulaoseencontraarmadaeemcondiesdeprontousodoarmamento, trazendo,semdvidas,umriscoevidenteatodososdemaiseatmesmoaprpriafinalidadeda misso.

Assim, qual a previso, vigncia, critrios de escalonamento e extenso dos princpioshierrquicosnoDepartamentodePolciaFederal?Tratasedeumameraregraouum princpiodeatuao?AhierarquiacotidianaerotineiramenteaplicadanagestodaPolcia Federal?oquebuscamoselucidarcomopresentetrabalho.

3.1HierarquianoDPF:simplesregraouprincpiocogente? Dizanormaqueahierarquiaesuaconseqente,adisciplina,previstasnoart.4,da Lei4.878/65,sofundamentosdafunopolicialfederalemquepesenohaveraseurespeito uma meno constitucional como ocorrera com as polcias militares dos Estados e com as ForasArmadas. Contudo, em se tratando de Lei que, como o prprio nome diz, trata do regime peculiar24(sic)depoliciais,mostraseespecialemrelaoaqualqueroutronormativo,mesmo quemaisrecente,pormdecartergeral. Assim,emquepesehaveraLei8.112/90,quetratadoregimejurdiconicodos funcionriospblicoscivisdaUnio,elaseaplica,apenas,deformasupletivaaospreceitose regrasdiferenciados,estipuladosnestaLeiespecficaouespecialquea4.878/65,poisalei nova, que estabelea disposies gerais ou especiais a par das existentes, no revoga nem modifica a lei anterior25. Tratase de regra geral de hermenutica denominado da especialidade. J a hermenutica a arte de interpretar e, em termos jurdicos, a hermenutica jurdicaacinciaqueelaboraoestudoeasistematizaodosmeiosquetornamclarose eficazesasinterpretaesdasnormasedoDireito.

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Oprembulodasleistambmlei(rubricalegiestlex).Vide:Lopes,Serpa.Cursodedireitocivil.Rio deJaneiro:FreitasBastos,1998,V.I,p.132). 25 Video2,doart.2,doDecretoLein.4.657,de4desetembrode1942LeideIntroduoao CdigoCivil.

Dessa forma, somente uma norma legal ordinria diretamente dirigida atividade policialfederale,assim,tambmespecial,podertrazermodificaesaestaregrabsicaou,at mesmo por que no dizer, principiolgica do respeito hierarquia e disciplina na Polcia Federal. Principiolgica,poisquandoanormaprevqueafunopolicialsefundamentana hierarquia e na disciplina(grifonosso), e sabendose, mais uma vez por regra bsica de interpretaolegal,quealeinocontmfraseoupalavraintil,suprfluaousemefeito,est asetraarumverdadeiroprincpiodeordempolicialadministrativa. Talprincpiodevenorteartodasasatividadespoliciais(poisfuncional),sejamelas rotineiras,burocrticas,operacionais,deintelignciaoudisciplinares,sobpenadeabalarum dospilaresdesustentaoquepermeiamnosqualquerinstituiopblicaorganizada,mas que, principalmente, podem ferir sensivelmente instituies armadas, ou instituies administradorasdomonopliodousodaforapeloEstado,asquais,emfraesdesegundo, atravsdeseusagentespblicos,podemdecidir,atmesmo,pelainterrupoviolentadavida deumindivduoqueinfringiualeieseopeaexecuodeumatolegtimo26. Ainda dentro das regras de hermenutica jurdica, buscandose uma interpretao agorateleolgicadanormaesculpidanoart.4daLei4.878/65,objetocentraldopresente trabalho, chegamos, tambm, mesma concluso, ou seja: que o respeito hierarquia e disciplinanaPolciaFederalconfiguramumprincpioenoapenasumaregracomum. ParafraseandoCelsoAntnioBandeiradeMello,oprincpioumdogmacentralde umsistema.Umalicercequecontmumaregrafundamentalquesedifundesobreasdemais normas, empregandolhes esprito e servindo de parmetro para sua correta inteligncia e compreenso,definindoaracionalidadeealgicadosistemanormativoemqueseencontra inserido,dandolhesentidoharmnicoetnicaprpria.

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Vide crime de resistncia, art. 329 do C.P.Operaopolicialdesencadeadaem2007resultouem baixascivis(IPL/).

Jainterpretaoteleolgicaquandobuscamososentidodeumanormajurdica pesquisandoquaisasintenesouafinalidadeaquesedestinamasexpressesnelacontidas. Estatcnicainterpretativabaseiasenapremissaquetodasasregrasalmejamtutelarumvalor, umbemjurdicoouuminteresse. Nestediapaso,comoexercciointerpretativoparasebuscaroverdadeiroalcancede talnorma,restanosaindagao:Porqualmotivoolegisladorafirmaque afunopolicial fundamentasenahierarquiaenadisciplina?Qualointeresseouvaloraserprotegidoportal previsonormativa? Paratanto,devemosnosaterscaractersticasprpriasquesesobressaemnaatividade policial. Esta possui ntida diferenciao em relao s demais atividades pblicas, motivo, inclusive,dehaverlegislaoprpriasobreoassuntoquetratadoregimepeculiardepoliciais aserviodaUnio. Vrias so as caractersticas que diferenciam o policial de um servidor pblico comum.Aopolicialseaplicamtodososdeveresinerentesaosservidorespblicos,contudomais algunslhesoprpriosenopresentesparaaquelescomo,porexemplo,odeverdearrostaro perigo;odeverdeprenderemflagrante(art.301doCdigodeProcessoPenal)oudeevitara ocorrnciadeinfraespenais27;odeverdeportararmasdefogoeinstrumentosimobilizadores (algemas)oucapazesdeferir(cassetetes,tonfas,facas,espargidores);odeverdesesubmeter escaladeserviodiferenciada;odeverdesesubmeteraatividadeinsalubreeperigosas,como porExemplo,omanuseioconstantededrogasemunieseocontatofsicocompessoasem qualquercondiodesade;odeverdevenceraresistnciailegaletc. Estas excees se aplicam queles (policiais) que almejando a segurana de seu prximo(seguranapblica),abremmodasuaprpriae,norarasvezes,comosacrifcioda prpriavida.Policiaisqueverdadeiramentesedesgastamfsicaepsicologicamenteparaquea

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Sobreoassunto,videarelevnciacausaldaomisso,art.13,2,doCdigoPenal.

populaotenhatranqilidadeepaz,administrandooquesedesignacomoomonoplioestatal dousodafora(ROSS,2000,p.58). Paratanto,sefaznecessrioqueumainstituiopolicialnosetorneumbando,uma milciasemcontroleoudispersaemsuasordenseaesou,ainda,semregramentosdeconduta oudeprocedimentos,longedaspolticasdegovernotraadasparaseguranadoscidados. Logo,umaclaraordenaodecomandoeumadiferenciadadisciplinasefazemnecessriase primordiais. Destaforma,nonosrestadvidaqueaLeialmejacomestanorma,quedesigna comofundamentodaatividadepolicialahierarquiaeadisciplina,defenderaprpriainstituio policial,preservarseucomando,gerarordemecoesoque,comoacimasalientado,setorna mais primordial do que em outras atividades pblicas meramente administrativas. Na sua ausncia, as conseqncias sero as mais danosas possveis, podendo, at, dependendo de algunsfatoresedoseunvel,abalaraprpriaestruturadoEstado,requerendoumainterveno maisdrstica28. Com a clara fixao dos princpios hierrquicos no rgo evitaremos comentrios veiculadoscomoestequefoirealizadoem site depesquisaenciclopdicainternacionalmente reconhecido,Wikipedia: O Departamento de Polcia Federal, nos ltimos anos, vem enfrentandointernamenteproblemascomrelaoaoefetivopolicial admitidonosconcursosrealizadosnacionalmente,emvirtudedafalta de vocao dos aprovados para a rea policial. Devido corrente conjunturanacional,amaioriadoscandidatosapolicialvemembusca28

Emmomentosrecentesdenossahistriasepdedepararcomconfrontosentreinstituiespoliciais, principalmentedecorrentedegreves.Em1994aPolciaFederalfoiliteralmenteocupadapormilitares doExrcitosofrendoumaintervenomilitare,naquelemesmoanoaPolciaCivildoDistritoFederal trocoutiroscomaPolciaMilitardaquelemesmoentefederativoemdecorrnciadepleitoparedistapor melhores salrios. Movimentos grevistas nas Polcias Militares em diversos Estados da federao tambmforamvistosempassadorecente(dcadade90)masqueculminaramcomprocessoscriminais (motimourevolta)quandonofoiobtidaaanistiamasquegeraramsriainstabilidadeinstitucional.

doemprego,semqualquervocaoparaareapolicial,oquevem acarretando uma srie de problemas internos na instituio, como dificuldadenaexecuodeoperaespoliciaiseatnomanejodo armamento. Tratase, quando ocorre, de um problema de gesto, facilmente superado por uma direo disciplinada e disciplinadora. Alm dos instrumentoscorrecionais,ainstituiopodervalerseda avaliao do estgio probatrio prevista na Constituio para dispensar concursadosinadaptadosfunopblica. Omaispreocupanteso ascontestaes oferecidasporagentesda autoridade(agentesdepolciafederal,escriveseperitos),atravsdos seus sindicatos e outras entidades representativas, ao princpio da hierarquiadainstituiopolicialquetemnoseutopoosDelegados. Tais manifestaes desagregadoras, se no coibidas, podero contribuiramdioelongoprazoparaaineficinciadaprestaodo serviopolicial.(In:. Acessoem01out.2008. ALAGOAS.Lei6.441,de31dedezembrode2003.Disponvelem: .Acessoem01out.2008. ALMEIDA,J.C.M.de.PrincpiosFundamentaisdoProcessoPenal.SoPaulo:Ed.Revista dosTribunais,1973. AMAZONAS.EstatutoPolicialCivil.Lei2.271,de10dejaneirode1994.Disponvelem: .Acessoem:03ago.2008. BARROSJr.,C.S.ContribuioaoEstudodoDeverdeObedincianoEmpregoPblico. SoPaulo:RevistadosTribunais,1960. BAHIA.EstatutodoServidorPolicialCivil.Lein3.374de30dejaneirode1975. Disponvelem.Acessoem:08 out.2008.

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ROSA,Rivadvia.Dahierarquiaedadisciplina.Braslia:ANP/UNB,2000. ROSS,Alf.DireitoeJustia.TraduzidoporEdsonBini.1Ed.SoPaulo:Edipro,2000.

SANTACATARINA.EstatutodaPolciaCivildoEstadodeSantaCatarina.LEI6.843,de 28dejulhode1986.Disponvelem:.Acessoem:03set.2008. SOPAULO.LeiOrgnicadaPolciadoEstadodeSoPaulo.LeiComplementar207,de5 dejaneirode1979.Disponvelem:.Acesso em01set.2008. SERGIPE.EstatutodoPolicialCivil.LeiEstadualn.2068,de28dedezembrode1976. Disponvelem:.Acesso em:04ago.2008. SERGIPE.NormasGeraisdeFuncionamentodaPolciaCivil,esobreCarreirasPoliciais Civis.Lei4.133,de4deoutubrode1999.Disponvelem:.Acessoem:09ago.2008. SERGIPE.LeidaCarreiradeDelegadodePolcia.Lei4.122,de17desetembrode1999. Disponvelemhttp://www.adepolse.org.br/Download/LEI_N_4122_(Atualizada).doc>. Acessoem05ago.2008. Site:.Acessoem09jun.2008. Site:.Acessoem03ago.2008. Site:. Acessoem:09ago.2008. Site:.Acessoem:11jun.2008.

SORIANONETO,Manuel.ADisciplinaeaHierarquia(curiosidadeshitricas).Braslia: CentrodeDocumentaodoExrcito,s/d.

ANEXOASugestodetextonormativopararegulamentaoeefetivaaplicaodo princpiohierrquiconaPolciaFederal.

DECRETONo,DEDEDE2009.

Regulamentaodispostonoart.4doDecreto Lei4.878,de3dedezembrode1965,define atribuiesdePolciaJudiciriadaUnioed OPRESIDENTEDAREPBLICA,nousodaatribuioquelheconfereoart.84, incisoIV,daConstituio, outrasprovidncias.

DECRETA:

Art.1.APolciaFederal,rgopermanenteeregular,organizadoemantidopela UnioedirigidaporDelegadosdePolciaFederaldecarreira,destinasea: Iapurarinfraespenaiscontraaordempolticaesocialouemdetrimentodebens, servioseinteressesdaUniooudesuasentidadesautrquicaseempresaspblicas, assim como outras infraes cuja prtica tenha repercusso interestadual ou internacionaleexijarepressouniforme,segundosedispuseremlei;

IIprevenirereprimirotrficoilcitodeentorpecentesedrogasafins,ocontrabandoe odescaminhodebensevalores,semprejuzodaaofazendriaedeoutrosrgos pblicosnasrespectivasreasdecompetncia; IIIexercerasfunesdepolciamartima,aeroporturiaedefronteiras; IVexercer,comexclusividade,asfunesdepolciajudiciriadaUnio; VcoibiraturbaoeoesbulhopossessriodosbensedosprpriosdaUnioedas entidadesintegrantesdaAdministraoPblicaFederal,semprejuzodamanutenoda ordempblicapelasPolciasMilitaresdosEstados;e VIacompanhareinstaurarinquritosrelacionadosaosconflitosagrriosoufundirios eosdelesdecorrentes,quandosetratardecrimedecompetnciafederal,bemcomo prevenirereprimiressescrimes. 1. A investigao policial federal, alm da finalidade processual penal, tcnico jurdica,temcarterestratgicoetticosendoque,devidamenteconsolidada,produzainda,em articulao com o sistema de defesa social, subsidiariamente, indicadores concernentes aos aspectossociopolticos,econmicoseculturaisqueserevelamnofenmenocriminal. 2.Aaoinvestigativacompreende,noplanooperacional,todoociclodaatividade policialfederalpertinentecompletaabordagemdenotciasobreinfraopenal. 3Ociclocompletodainvestigaopolicialfederaliniciasecomoconhecimentoda notciadeinfraopenal,porquaisquermeios,esedesdobrapelaarticulaoordenada,dentre outrosaspectos, dosatos notariaiseafetos formalizao das provas eminquritopolicial federalououtroinstrumentolegal,dosatosoperativosdeminimizaodosefeitosdodelitoe gerenciamento de crise dele decorrente, da pesquisa tcnicocientfica sobre a autoria e a condutacriminal,dasatividadesdecriminalstica,identificao,medicinaeodontologialegale

encerrasecomoexaurimentodaspossibilidadesinvestigativascontextualizadasnorespectivo procedimento. 4 Considerase procedimento tcnicocientfico toda funo de investigao da infraopenal,levandoseemcontaseusaspectosdeautoriaematerialidade,inclusiveosatos deescrituraoeminquritopolicialfederalouquaisqueroutrosprocedimentos,instrumentose atosoficiais. Art.2.SoprincpiosinstitucionaisdaPolciaFederalaunidade,aindivisibilidade,a uniformidadededoutrinaedeprocedimento,alegalidade,aimpessoalidade,amoralidade,a publicidade,aeficincia,aprobidadeadministrativa,atica,ahierarquiaeadisciplina. 1.Aestruturahierrquicaconstituivalormoraletcnicoadministrativoquefunciona comoinstrumentodecontroleeeficciadosatosoperacionaise,subsidiariamente,indutorada convivnciaprofissionalnadiversidadedenveis,carreiras,cargosefunesquecompema PolciaFederal,comafinalidadedeasseguraradisciplina,aticaeodesenvolvimentodo espritodemtuacooperao,emambientedeestima,confianaerespeitorecproco. Art.3.APolciaFederal,estruturadaemcarreiracujoscargossodenaturezapolicial, deprovimentoefetivoeexerccioprivativodeseustitulares,organizadaemsriedeclasses, comnveiscrescentesdeatribuieseresponsabilidadesfuncionais,encimadaspelaespeciale assimdenominadas: IClasseEspecial; II1Classe; III2Classe; IV3Classe.

1.Ospoliciaisfederaisdeclassesuperiortmprecednciahierrquicasobreosde classeinferior,quandoexercemfunesnamesmaunidadedelotaoouprestemserviosem conjunto,situaoemqueprevalecerasuperioridadedomaisantigonaigualdadedeclasses. 2.Foradoscasosprevistosnopargrafoanterior,ahierarquiaapenasdeordem disciplinar,devendoossuperiores,entretanto,seremtratadospelossubordinadoscomadevida deferncia. 3.Dentrodamesmaclassenacarreira,ahierarquiadafunoprevalecersobreado cargo. 4.Na designaoparaasfunes dechefiade qualquerespcie, observarse a ordemdeprecednciahierrquicadequetrataesteartigo. 5.NosserviosemqueintervierotrabalhodeequipeosPeritosCriminaisFederais, os Papiloscopistas Policiais e demais servidores administrativos, ficam subordinados autoridadepolicialcompetente. 6.Oingressonacarreirapolicialfederalfarsemedianteconcursopbliconacional, na3classe,comestgioprobatriode3(trs)anos,sendonecessrioo3graudeescolaridade. 7.OingressonocargodeDelegadodePolciaFederalprivativodebacharisem Direito,medianteprviaaprovaoemconcursopbliconacionaldeprovasettuloscoma participaodaOrdemdosAdvogadosdoBrasilemtodasassuasfases. Art.4.Soautoridadespoliciasfederais: IosDelegadosdePoliciaFederal. Art.5.Soagentesdaautoridadepolicialfederal: IosAgentesdePolciaFederal;

IIosEscrivesdePoliciaFederal; Art.6.TodasasdemaiscategoriasqueintegramaPoliciaFederalsoauxiliaresda autoridadepolicialfederal. Art.7.Consideramseparafinsdestalei: I classe: conjunto de cargos pblicos de natureza policial federal da mesma denominaoeamplitudedesubisdios; IIsriedeclasses:conjuntodeclassesdamesmanaturezadetrabalhopolicialfederal, hierarquicamenteescalonadasdeacordocomograudecomplexidadedasatribuiese nvelderesponsabilidade; IIIcarreirapolicial:conjuntodecargosdenaturezapolicialfederal,deprovimento efetivo. Art.8.SodeexerccioprivativodeDelegadosdePolciaFederaldeClasseEspecial, emefetivoexerccio,osseguintescargos: IDiretorGeraldaPolciaFederal; II Diretores diretamente subordinados ao DiretorGeral da Polcia Federal, exceto aqueledoInstitutoNacionaldeCriminalstica; IIICorregedorGeraldePolciaFederal; IVSuperintendentesRegionaisdePolciaFederal; VDiretordaAcademiaNacionaldePolcia; VIAdidoPolicial.

1.ParaoexercciodocargodeDiretordoInstitutoNacionaldeCriminalstica necessrioserocupantedocargodePeritoCriminalFederaldeClasseEspecial,emefetivo exerccio; 2.ParaoexercciodecargopolicialfederaldeClasseEspecialnecessrioestar aprovadoemcursoespecficoministradopelaAcademiaNacionaldePolcia; 3. Para todos os demais cargos de Chefia, Coordenao ou Superviso ser necessrio, no mnimo, que o servidor se encontre na 1 Classe, desde que no haja, em exerccionamesmaunidade,missoouoperao,superiorhierrquico. Art. 9. Somente Delegados de Polcia Federal podem presidir sindicncias administrativas,observadaahierarquiaemrelaoaoacusadoquandosetratardeautoridade policial. 1. As Comisses Processantes para realizao de processos disciplinares sero integradas por 3 (trs) membros, Delegados de Polcia Federal, um dos quais ser seu presidente,observadaahierarquia; 2. Quando o acusado ou investigado for autoridade policial federal, todos os membros deveroser hierarquicamente superiores ou de igual nvel hierrquico em relao quele. 3.NosinquritospoliciaisfederaisenvolvendoservidoresdaPolciaFederal,dever oCorregedorGeralouCorregedoresRegionaisdesignaremDelegadodePolciaFederalpara presidir o feito, atendendose os critrios hierrquicos quando o investigado for autoridade policialfederal. 4.Senocursodainvestigaoousindicnciaseconstatarhaverindciosdeilcito praticadoporautoridadepolicialdenvelhierrquicosuperioraodopresidentedofeito,dever este remeter incontinente os autos ao CorregedorRegional ou CorregedorGeral de Polcia

Federalparaqueeste,imediatamente,designeoutraautoridadedeigualnvelhierrquicoou superioraodoinvestigadoparaprontacontinuidade. Art. 10. Independentemente do cargo, classe ou grau da evoluo profissional, os preceitos e regras hierrquicas no autorizam qualquer violao de conscincia e de convencimentotcnicooucientficoquandofundamentado. Art.11.Visandoatenderaosprincpioshierrquicos,sautoridadespoliciaisvedadaa recusa para designao de chefia, coordenao, superviso ou fiscalizao, de quaisquer espcies, em qualquer localidade, ou, ainda, a convocao para ministrar aula, instruo, palestraouexercertutelaoucoordenaodeturmanaAcademiaNacionaldePolciaououtra unidadedeensinooficialaestaligada,salvojustacausa,apspronunciamentodoCorregedor GeraldePolciaFederalcomrecursoparaoConselhoSuperiordaPolciaFederal. Art.12.Emtodososcursos,instruesepalestrasministradospelaAcademiaNacional dePolcia,presenciaisouno,avaliadosouno,deverserobservadaahierarquiaemrelao aosalunos,professores,instrutores,palestrantes,tutores,coordenadoresesupervisores,salvo impossibilidadecomprovadadecorrentedaausnciadeprofissionaisdeensinonoscadastrosou emrazodaespecificidadetcnicadamatriaaserministradaou,ainda,emdecorrnciade notrio saber, atestado pelo Diretor da Academia Nacional de Polcia e decidido pelo CorregedorGeraldaPolciaFederalcomeventualrecursoparaoConselhoSuperiordaPolcia Federal. 1.Poderoserconvidadosaministraraulas,palestras,instruesoucoordenarou supervisionarcursosservidoresaposentadosdenvelhierrquicoigualousuperioraosalunosda turmaemformaoouinstruo.

2.Paraosfinsexclusivosdodispostonocaputdesteartigo,osalunosdeCursosde FormaoProfissionalsoequiparados3Classedoscargosaquesedestinamosrespectivos Cursos. 3.AhierarquiaeadisciplinamatriaobrigatriaemtodososCursosdeFormao Profissionalcom,nomnimo,20(vinte)horasaula. Art.13. Asaeronaveseembarcaespoliciaisdevemsercomandadasprivativamente porautoridadespoliciaisfederais. 1.Agentesdaautoridadepolicialpoderosercopilotosdeaeronaveseembarcaes policiaisoufazerempartedatripulaoespecializada. 2.APolciaFederaltemoprazode1(um)ano,acontardapublicaodopresente Decretoparadartotaleefetivocumprimentoanormaestabelecidanocaputepargrafo1,do presenteartigo. Art.14.PortariaconjuntadoMinistrodeEstadodoPlanejamento,OramentoeGesto e do Ministro de Estado da Justia a ser editada no prazo de 90 (noventa) dias, fixar os quantitativosdepessoalporclasse,empercentuaismximos,relativosaoefetivototaldecada categoriafuncionaldacarreirapolicialfederal. 1.Oquantitativodepessoalporclasse,queserefereocaputdesteartigo,nopoder serinferiora30%(trintaporcento)ousuperiora40%(quarentaporcento)quandodafixao daclasseespecialemrelaoaonmerodoefetivototaldasriedeclassesdecadacategoria funcionaldacarreirapolicialfederal. 2. A progresso funcional somente ocorrer na existncia de vaga na classe imediatamente superior conforme a fixao percentual prevista no caput deste artigo, cujo desempatesedarnaseguinteordem:

ImaiormdiafinaldenotasnoCursoSuperiorouEspecialdePolcia; IImaiormdiadepontosnasavaliaesdedesempenhodosltimos5(cinco)anos; IIImaiortempodeefetivoexerccionaPolciaFederal; IVmaiortempodeefetivoexerccionoserviopblico; Vmaioridade; VImaiorprole; Art.15.EsteDecretoentraemvigornadatadesuapublicao; Art.16.Revogamseasdisposiesemcontrrio. Braslia,dede2009;186odaIndependnciae119odaRepblica.

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