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ACESSO A MEDICAMENTOS DE ALTO CUSTO
NO BRASIL: O COMPONENTE ESPECIALIZADO DA ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA
Marina R M Rover
1
SUS – Política Nacional de Assistência Farmacêutica
Componentes:
Componente Especializado da Assistência Farmacêutica - CEAF
“uma estratégia de acesso a medicamentos, em nível ambulatorial, cujas linhas de cuidado estão definidas nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) publicados pelo Ministério da Saúde”
(BRASIL, 2013)
Fonte: Fundo Nacional de Saúde – FNS e CGPLAN/SCTIE/MS
Valores investidos pelo Ministério da Saúde com a aquisição de medicamentos de 2003 a 2014.
Fonte: Fundo Nacional de Saúde – FNS e CGPLAN/SCTIE/MS.
Valores investidos pelo Ministério da Saúde com a aquisição de medicamentos no Componente Básico, Estratégico, Excepcional/CEAF e para o tratamento da AIDS de 2003 a 2013.
CEAF
! PCDT - ferramentas que definem as linhas de cuidado;
! Formato de financiamento - responsabilidades e garantia do
equilíbrio financeiro; estratégias redução dos preços -
otimizar, para ampliar as ações relativas à qualificação;
! Utilização dos fluxos da CONITEC;
! Melhora na estrutura organizacional dividindo-os em grupos.
CEAF - Financiamento
MS = Ministério da Saúde, SES = Secretaria de Estado da Saúde, FNS = Fundo Nacional de Saúde, FES = Fundo Estadual de Saúde, CIS = Complexo Industrial da Sáude; RENAME = Relação Nacional de Medicamentos
GRUPO Responsável pelo financiamento Medicamentos
1ª MS – aquisição centralizada d o e n ç a s m a i s c o m p l e x a s , refratariedade ou intolerância a 1ª ou 2ª e ações de desenvolvimento no CIS
1B MS – transferência da FNS ao FES
2 SES menos complexas e/ou tto da refratariedade ou intolerância à 1ª linha
3 TRIPARTITE 1ª linha de cuidado
CEAF - Execução
GESTÃO
MS
ESTADO
UNIDADE UNIDADE UNIDADE UNIDADE UNIDADE Atendimento aos usuários
Responsabilidade dos entes federados pela programação, aquisição, armazenamento e distribuição dos medicamentos do CEAF, por Grupo de medicamentos.
MS = Ministério da Saúde, SES = Secretaria de Estado da Saúde, SMS = Secretaria Municipal de Saúde.
CEAF - Execução
CEAF - Execução
AUTORIZAÇÃO
DISPENSAÇÃO DOS
MEDICAMENTOS
PACIENTE SOLICITA O MEDICAMENTO
RENOVAÇÃO DA CONTINUIDADE DO
TRATAMENTO
AVALIAÇÃO
PCDT
Políticas e estratégias – acesso – limitações - judicialização
Aprofundar os conhecimentos sobre o CEAF
Acessibilidade
Integralidade
Estudo com gestores em alguns estados
ESTUDO:
Qualitativa
(Guix, 2003; Gatti, 2005; Anderson, 2010; Pope et al., 2000).
“Cobra protocolos bem estabelecidos, permite o uso racional de medicamentos...”. “O paciente consegue ter acesso sempre que precisa e preenche os critérios da medicação...”.
Falas dos prescritores....
“Posi>vo mesmo é que o paciente tem a certeza de que ele vai receber o medicamento. Medicações caríssimas imagina que um paciente renal ia ter
acesso a essa medicação? Como?”.
Fala de usuário....
PCDT como definidor da acessibilidade
Estabelecimento critérios explícitos factíveis no sistema de saúde - fundamentais tanto para a proteção dos usuários, para a viabilidade do sistema.
! A nova configuração do CEAF focada na integralidade (linhas de cuidado) trouxe novos desafios para o sistema de saúde como um todo.
! PCDT estabelecem além do algoritmo de tratamento, os critérios de diagnóstico e os mecanismos para o monitoramento clínico.
! A disponibilidade dos serviços impactam fortemente na acessibilidade aos tratamentos e cuidados, com consequências nos resultados em saúde.
Forte dependência do CEAF em relação às outras ações estruturantes na política de saúde.
O MEDICAMENTO TEM SIDO GARANTIDO, MAS, A INTEGRALIDADE DO ATENDIMENTO PRECONIZADA N A S L I N H A S D E C U I D A D O S E V E E M COMPROMETIDAS.
Trabalho coordenado da rede de serviços - RAS
Contudo, na prática os serviços estão organizados para isso?
ESTUDO:
Quais são os aspectos que ainda necessitam de investimentos nos diferentes estados brasileiros para a garantia dos objetivos do CEAF?
ESTADO DA REGIÃO NORTE SUL
C E N T R O -OESTE NORDESTE SUDESTE
Logística problemas problemas problemas problemas problemas
O f e r t a d e exames Inadequada
P o u c o adequada
P o u c o adequada Adequada
P o u c o adequada
O f e r t a d e consultas
P o u c o adequada
P o u c o adequada
P o u c o adequada
P o u c o adequada
P o u c o adequada
Qualidade do elenco
M u i t o adequada Adequada Adequada Adequada
P o u c o adequada
Informações relativas ao CEAF segundo a opinião dos gestores de cinco estados brasileiros.
ESTADO DA REGIÃO NORTE SUL C E N T R O -
OESTE NORDESTE SUDESTE
Inc lusão de n o v o s medicamentos
Sim sim sim sim sim
Facilitadores
s i s t e m a d e informação
descentralização c o m p r a s centralizadas
Barreiras autonomia f a l t a d e recursos
d e m o r a n a revisão dos PCDT
p o u c a s unidades ampliação do p e r í o d o d e renovação
m ú l t i p l o s sistemas
f a l t a d e pactuação com os municípios e de padronização das e t a p a s d e execução
Abrangência e resultados
positivos positivos/evolução p o s i t i v o s /d e m a n d a reprimida
positivos Positivos/integra lidade não
Informações relativas ao CEAF segundo a opinião dos gestores de cinco estados brasileiros.
regiões do País E S T A D O D A REGIÃO
NORTE SUL C E N T R O -OESTE NORDESTE SUDESTE
IDHM médio alto muito alto médio alto
IDSUS 27º 2º 20º 24º 7º
PIB 12º 5º 7º 19º 1º
Taxa Cobertura
0,0009 0,009 0,009 0,009 0,01
≠
Esta primeira aproximação ao estudo da organização do CEAF nos estados, demonstra:
" do fortalecimento do processo de descentralização;
" recursos para qualificação da estrutura (CR) e RH;
" melhoria do fluxo de informações para o planejamento do orçamento e das aquisições;
" necessidade de fortalecer a vigilância sobre o MERCADO DE MEDICAMENTOS, visando garantir a aplicação das desonerações de tributos e os descontos.
Muito se evoluiu mas... são necessários estudos para aperfeiçoar os mecanismos existentes.
ABRASCO, CEBES, CFM, CONASEMS, REDE UNIDA, SBMFC. Agenda estratégica para a saúde do Brasil, 2011. Disponível
em http://www.saudeigualparatodos.org.br/
BEVAN, G.; HELDERMAN, J.K.; WILSFORD, D. Changing choices in health care: implications for equity, efficiency and cost.
Health Economics, Policy and Law. 5: 251–67, 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
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União, Poder Executivo, Brasília, DF, 19 de setembro de 1990.
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 3.916, de 30 de outubro de 1998. Política Nacional de Medicamentos. Diário Oficial da
União, Poder Executivo, Brasília, DF, 30 de outubro de 1998.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 338, de 6 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de
Assistência Farmacêutica e estabelece seus princípios gerais e eixos estratégicos. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília,
DF, 20 de maio de 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 2.577, de 27 de outubro de 2006. Aprova o Componente de Medicamentos de
Dispensação Excepcional. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 30 de outubro de 2006.
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria n° 204, de 29 de janeiro de 2007. Regulamenta o financiamento e a transferência dos
recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e
controle. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 31 de janeiro de 2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 2.981, de 26 de novembro de 2009. Aprova o Componente Especializado da Assistência
Farmacêutica. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 30 de novembro de 2009.
Referências
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Referências