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Acidente nuclear de Chernobil O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986 , na Usina Nuclear de Chernobil (originalmente chamada Vladimir Lenin ) na Ucrânia (então parte da União Soviética ). É considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear , produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética , Europa Oriental , Escandinávia e Reino Unido , com a liberação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima. [1] Grandes áreas da Ucrânia , Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas, [2] resultando na evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas. Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso. O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética , diminuindo sua expansão por muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos secreto. Os agora separados países de Rússia , Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de Chernobil, devido às mortes esperadas por câncer , que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório daOrganização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da tireóide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente. [2] O Greenpeace , entre outros, contesta as conclusões do estudo. O governo soviético procurou esconder o ocorrido da comunidade mundial, até que a radiação em altos níveis foi detectada em outros países . Segue um trecho do pronunciamento do líder da União Soviética , na época do acidente, Mikhail Gorbachev , quando o governo admitiu a ocorrência: Boa tarde, meus camaradas. Todos vocês sabem que houve um inacreditável erro – o acidente na usina nuclear de Chernobyl. Ele afetou duramente o povo soviético, e chocou a comunidade internacional. Pela primeira vez, nós confrontamos a força real da energia nuclear , fora de controle. A instalação Usina nuclear de Chernobil atualmente.

Acidente Nuclear de Chernobil

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Acidente nuclear de Chernobil

O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Usina Nuclear de Chernobil (originalmente

chamada Vladimir Lenin) na Ucrânia(então parte da União Soviética). É considerado o pior acidente nuclear da história

da energia nuclear, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa

Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a liberação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada

sobre Hiroshima.[1] Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas,[2] resultando na

evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas.

Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso.

O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo sua expansão por

muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos secreto. Os agora separados países

de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados

de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de

Chernobil, devido às mortes esperadas por câncer, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente

ao acidente. Um relatório daOrganização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47

trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da tireóide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de

doenças relacionadas com o acidente.[2] O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.

O governo soviético procurou esconder o ocorrido da comunidade mundial, até que a radiação em altos níveis foi

detectada em outros países. Segue um trecho do pronunciamento do líder da União Soviética, na época do

acidente, Mikhail Gorbachev, quando o governo admitiu a ocorrência:

Boa tarde, meus camaradas. Todos vocês sabem que houve um inacreditável erro – o acidente na usina nuclear de Chernobyl. Ele afetou duramente o povo soviético, e chocou a comunidade internacional. Pela primeira vez, nós confrontamos a força real da energia nuclear, fora de controle.

A instalação

Usina nuclear de Chernobil atualmente.

A usina de Chernobil está situada no assentamento de Pripyat, Ucrânia, 18 quilômetros a noroeste da cidade

de Chernobil, 16 quilômetros da fronteira com a Bielorrússia, e cerca de 110 quilômetros ao norte de Kiev. A usina era

composta por quatro reatores, cada um capaz de produzir um gigawatt de energia elétrica (3,2 gigawatts de energia

térmica). Em conjunto, os quatro reatores produziam cerca de 10% da energia elétrica utilizada pela Ucrânia na época

do acidente. A construção da instalação começou na década de 1970, com o reator nº 1 comissionado em 1977,

seguido pelo nº 2 (1978), nº 3 (1981), e nº 4 (1983). Dois reatores adicionais (nº 5 e nº 6, também capazes de produzir

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um gigawatt cada) estavam em construção na época do acidente. As quatro unidades geradoras u com usavam um tipo

de reator chamado RBMK-1000.[3]

O acidente

Sábado, 26 de abril de 1986, à 1:23:58 a.m. hora local, o quarto reator da usina de Chernobil - conhecido como

Chernobil-4 - sofreu uma catastrófica explosão de vapor que resultou em incêndio, uma série de explosões adicionais, e

um derretimento nuclear.

[editar]Causas

Há duas teorias oficiais, mas contraditórias, sobre a causa do acidente. A primeira foi publicada em agosto de 1986, e

atribuiu a culpa, exclusivamente, aos operadores da usina. A segunda teoria foi publicada em 1991 e atribuiu o acidente

a defeitos no projeto do reator RBMK, especificamente nas hastes de controle. Ambas teorias foram fortemente

apoiadas por diferentes grupos, inclusive os projetistas dos reatores, pessoal da usina de Chernobil, e o governo. Alguns

especialistas independentes agora acreditam que nenhuma teoria estava completamente certa. Na realidade o que

aconteceu foi uma conjunção das duas, sendo que a possibilidade de defeito no reator foi exponencialmente agravado

pelo erro humano.

Porém o fator mais importante foi que Anatoly Dyatlov, engenheiro chefe responsável pela realização de testes nos

reatores, mesmo sabendo que o reator era perigoso em algumas condições e contra os parâmetros de segurança

dispostos no manual de operação, levou a efeito intencionalmente a realização de um teste de redução de potência que

resultou no desastre. A gerência da instalação era composta em grande parte de pessoal não qualificado em RBMK: o

diretor, V.P. Bryukhanov, tinha experiência e treinamento em usina termo-elétrica a carvão. Seu engenheiro chefe,

Nikolai Fomin, também veio de uma usina convencional. O próprio Anatoli Dyatlov, ex-engenheiro chefe dos Reatores 3

e 4, somente tinha "alguma experiência com pequenos reatores nucleares".

Em particular:

O reator tinha um fração de vazio positivo perigosamente alto. Dito de forma simples, isto significa que se bolhas de

vapor se formam na água de resfriamento, a reação nuclear se acelera, levando à sobrevelocidade se não houver

intervenção. Pior, com carga baixa, este coeficiente a vazio não era compensado por outros fatores, os quais

tornavam o reator instável e perigoso. Os operadores não tinham conhecimento deste perigo e isto não era intuitivo

para um operador não treinado.

Um defeito mais significativo do reator era o projeto das hastes de controle. Num reator nuclear, hastes de controle

são inseridas no reator para diminuir a reação. Entretanto, no projeto do reator RBMK, as pontas das hastes de

controle eram feitas de grafite e os extensores (as áreas finais das hastes de controle acima das pontas, medindo

um metro de comprimento) eram ocas e cheias de água, enquanto o resto da haste - a parte realmente funcional

que absorve os nêutrons e portanto pára a reação - era feita de carbono-boro. Com este projeto, quando as hastes

eram inseridas no reator, as pontas de grafite deslocavam uma quantidade do resfriador (água). Isto aumenta a taxa

de fissão nuclear, uma vez que o grafite é um moderador de nêutrons mais potente. Então nos primeiros segundos

após a ativação das hastes de controle, a potência do reator aumenta, em vez de diminuir, como desejado. Este

comportamento do equipamento não é intuitivo (ao contrário, o esperado seria que a potência começasse a baixar

imediatamente), e, principalmente, não era de conhecimento dos operadores.

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Os operadores violaram procedimentos, possivelmente porque eles ignoravam os defeitos de projeto do reator.

Também muitos procedimentos irregulares contribuíram para causar o acidente. Um deles foi a comunicação

ineficiente entre os escritórios de segurança (na capital, Kiev) e os operadores encarregados do experimento

conduzido naquela noite.

É importante notar que os operadores desligaram muitos dos sistemas de proteção do reator, o que era proibido pelos

guias técnicos publicados, a menos que houvesse mau funcionamento.

De acordo com o relatório da Comissão do Governo, publicado em agosto de 1986, os operadores removeram pelo

menos 204 hastes de controle do núcleo do reator (de um total de 211 deste modelo de reator). O mesmo guia (citado

acima) proibia a operação do RBMK-1000 com menos de 15 hastes dentro da zona do núcleo.

[editar]Eventos

Vila abandonada nos arredores do acidente.

Dia 25 de abril de 1986, o reator da Unidade 4 estava programado para ser desligado para manutenção de rotina. Foi

decidido usar esta oportunidade para testar a capacidade do gerador do reator para gerar suficiente energia para manter

seus sistemas de segurança (em particular, as bombas de água) no caso de perda do suprimento externo de energia.

Reatores como o de Chernobil têm um par de geradores diesel disponível como reserva, mas eles não são ativados

instantaneamente – o reator é portanto usado para partir a turbina, a um certo ponto a turbina seria desconectada do

reator e deixada a rodar sob a força de sua inércia rotacional, e o objetivo do teste era determinar se as turbinas, na sua

fase de queda de rotação, poderiam alimentar as bombas enquanto o gerador estivesse partindo. O teste foi realizado

com sucesso previamente em outra unidade (com as medidas de proteção ativas) e o resultado foi negativo (isto é, as

turbinas não geravam suficiente energia, na fase de queda de rotação, para alimentar as bombas), mas melhorias

adicionais foram feitas nas turbinas, o que levou à necessidade de repetir os testes.

A potência de saída do reator 4 devia ser reduzida de sua capacidade nominal de 3,2 GW para 700 MW a fim de realizar

o teste com baixa potência, mais segura. Porém, devido à demora em começar a experiência, os operadores do reator

reduziram a geração muito rapidamente, e a saída real foi de somente 30 MW. Como resultado, a concentração

de nêutrons absorvendo o produto da fissão, xenon-135, aumentou (este produto é tipicamente consumido num reator

em baixa carga). Embora a escala de queda de potência estivesse próxima ao máximo permitido pelos regulamentos de

segurança, a gerência dos operadores decidiu não desligar o reator e continuar o teste. Ademais, foi decidido abreviar o

experimento e aumentar a potência para apenas 200 MW. A fim de superar a absorção de neutrons do excesso de

xenon-135, as hastes de controle foram puxadas para fora do reator mais rapidamente que o permitido pelos

regulamentos de segurança. Como parte do experimento, à 1:05 de 26 de abril, as bombas que foram alimentadas pelo

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gerador da turbina foram ligadas; o fluxo de água gerado por essa ação excedeu o especificado pelos regulamentos de

segurança. O fluxo de água aumentou à 1:19 – uma vez que a água também absorve nêutrons. Este adicional

incremento no fluxo de água requeria a remoção manual das hastes de controle, produzindo uma condição de operação

altamente instável e perigosa.

À 1:23, o teste começou. A situação instável do reator não se refletia, de nenhuma maneira, no painel de controle, e não

parece que algum dos operadores estivesse totalmente consciente do perigo. A energia para as bombas de água foi

cortada, e como elas foram conduzidas pela inércia do gerador da turbina, o fluxo de água decresceu. A turbina foi

desconectada do reator, aumentando o nível de vapor no núcleo do reator. À medida que o líquido resfriador aquecia,

bolsas de vapor se formavam nas linhas de resfriamento. O projeto peculiar do reator moderado a grafite RBMK em

Chernobil tem um grande coeficiente de vazio positivo, o que significa que a potência do reator aumenta rapidamente na

ausência da absorção de nêutrons da água, e nesse caso a operação do reator torna-se progressivamente menos

estável e mais perigosa.

À 1:23 os operadores pressionaram o botão AZ-5 (Defesa Rápida de Emergência 5) que ordenou uma inserção total de

todas as hastes de controle, incluindo as hastes de controle manual que previamente haviam sido retiradas sem cautela.

Não está claro se isso foi feito como medida de emergência, ou como uma simples método de rotina para desligar

totalmente o reator após a conclusão do experimento (o reator estava programado para ser desligado para manutenção

de rotina). É usualmente sugerido que a parada total foi ordenada como resposta à inesperada subida rápida de

potência. Por outro lado Anatoly Syatlov , engenheiro chefe da usina Nuclear de Chernobil na época do acidente,

escreveu em seu livro:

Antes de 01:23, os sistemas do controle central... não registravam nenhuma mudança de parâmetros que pudessem justificar a parada total. A Comissão...juntou e analisou grande quantidade de material, e declarou em seu relatório que falhou em determinar a razão pela qual a parada total foi ordenada. Não havia necessidade de procurar pela razão. O reator simplesmente foi desligado após a conclusão do experimento.

Devido à baixa velocidade do mecanismo de inserção das hastes de controle (20 segundos para completar), as partes

ocas das hastes e o deslocamento temporário do resfriador, a parada total provocou o aumento da velocidade da

reação. O aumento da energia de saída causou a deformação dos canais das hastes de controle. As hastes travaram

após serem inseridas somente um terço do caminho, e foram portanto incapazes de conter a reação. Por volta de

1:23:47, o a potência do reator aumentou para cerca de 30GW, dez vezes a potência normal de saída. As hastes de

combustível começaram a derreter e a pressão de vapor rapidamente aumentou causando uma grande explosão de

vapor, deslocando e destruindo a cobertura do reator, rompendo os tubos de resfriamento e então abrindo um buraco no

teto.

Para reduzir custos, e devido a seu grande tamanho, o reator foi construído com somente contenção parcial. Isto

permitiu que os contaminantes radioativos escapassem para a atmosfera depois que a explosão de vapor queimou os

vasos de pressão primários. Depois que parte do teto explodiu, a entrada de oxigênio – combinada com a temperatura

extremamente alta do combustível do reator e do grafite moderador – produziu um incêndio da grafite. Este incêndio

contribuiu para espalhar o material radioativo e contaminar as áreas vizinhas.

Há alguma controvérsia sobre a exata sequência de eventos após 1:22:30 (hora local) devido a inconsistências entre

declaração das testemunhas e os registros da central. A versão mais comumente aceita é descrita a seguir. De acordo a

esta teoria, a primeira explosão aconteceu aproximadamente à 1:23:47, sete segundos após o operador ordenar a

Page 5: Acidente Nuclear de Chernobil

parada total. É algumas vezes afirmado que a explosão aconteceu antes ou imediatamente em seguida à parada total

(esta é a versão do Comitê Soviético que estudou o acidente). Esta distinção é importante porque, se o reator tornou-se

crítico vários segundos após a ordem de parada total, esta falha seria atribuída ao projeto das hastes de controle,

enquanto a explosão simultânea à ordem de parada total seria atribuída à ação dos operadores. De fato, um fraco

evento sísmico foi registrado na área de Chernobil à 1:23:39. Este evento poderia ter sido causado pela explosão ou

poderia ser coincidente. A situação é complicada pelo fato de que o botão de parada total foi pressionado mais de uma

vez, e a pessoa que o pressionou morreu duas semanas após o acidente, envenenada pela radiação.

[editar]Sequência de eventos

Mapa mostrando o avanço da radiação após o acidente.

26 de abril  de 1986 - Acidente no reator 4, da Central Elétrica Nuclear de Chernobil. Aconteceu à noite, entre 25 e

26 de abril de 1986, durante um teste. A equipe operacional planejou testar se as turbinas poderiam produzir

energia suficiente para manter as bombas do líquido de refrigeração funcionando, no caso de uma perda de

potência, até que o gerador de emergência, a óleo diesel, fosse ativado. Para prevenir o bom andamento do teste

do reator, foram desligados os sistemas de segurança. Para o teste, o reator teve que ter sua capacidade

operacional reduzida para 25%. Este procedimento não saiu de acordo com planejado. Por razões desconhecidas, o

nível de potência de reator caiu para menos de 1% e por isso a potência teve que ser aumentada. Mas 30 segundos

depois do começo do teste, houve um aumento de potência repentina e inesperada. O sistema de segurança do

reator, que deveria ter parado a reação de cadeia, falhou. Em frações de segundo, o nível de potência e

temperatura subiram em demasia. O reator ficou descontrolado. Houve uma explosão violenta. A cobertura de

proteção, de 1000 toneladas, não resistiu. A temperatura de mais de 2000°C, derreteu as hastes de controle. A

grafite que cobria o reator pegou fogo. Material radiativo começou a ser lançado na atmosfera.

de 26 de abril até 4 de maio de 1986 - a maior parte da radiação foi emitida nos primeiros dez dias. Inicialmente

houve predominância de ventos norte e noroeste. No final de abril o vento mudou para sul e sudeste. As chuvas

locais frequentes fizeram com que a radiação fosse distribuída local e regionalmente.

Page 6: Acidente Nuclear de Chernobil

de 27 de abril a 5 de maio de 1986 - aproximadamente 1800 helicópteros jogaram cerca de 5000 toneladas de

material extintor, como areia echumbo, sobre o reator que ainda queimava.

27 de abril  de 1986 - os habitantes da cidade de Pripyat foram evacuados.

28 de abril  1986, 23 horas - um laboratório de pesquisas nucleares da Dinamarca anunciou a ocorrência do acidente

nuclear em Chernobil.

O "sarcófago" que abriga o reator 4, construído para conter a radiação liberada pelo acidente.

29 de abril  de 1986 - o acidente nuclear de Chernobil foi divulgado como notícia pela primeira vez, na Alemanha.

até 5 de maio 1986 - durante os 10 dias após o acidente, 130 mil pessoas foram evacuadas.

6 de maio  de 1986 - cessou a emissão radioativa.

de 15 a 16 de maio de 1986 - novos focos de incêndio e emissão radiativa.

23 de maio  de 1986 - o governo soviético ordenou a distribuição de solução de iodo à população.

Novembro  de 1986 - o "sarcófago" que abriga o reator foi concluído. Ele destina-se a absorver a radiação e conter

o combustível remanescente. Considerado uma medida provisória e construído para durar de 20 a 30 anos, seu

maior problema é a falta de estabilidade, pois, como foi construído às pressas, há risco de ferrugem nas vigas.

1989  - o governo russo embargou a construção dos reatores 5 e 6 da usina.

12 de dezembro  de 2000 - depois de várias negociações internacionais, a usina de Chernobil foi desativada

Page 7: Acidente Nuclear de Chernobil

Urânio

Urânio

Protactínio ← Urânio → Neptúnio

Nd   92U

                                                                                                                                                                                                                                   

↑U↓

Tabela completa • Tabela estendida

Informações gerais

Nome, símbolo, número Urânio, U, 92

Série química Actinídio

Grupo, período, bloco 3 (IIIA), 7, f

Densidade, dureza 19050 kg/m 3 ,

Aparência Cinza prateado metálico

Propriedade atómicas

Massa atômica 238,02891(3) u

Raio covalente 175 pm

Raio de Van der Waals 186 pm

Configuração electrónica [RN]7s² 5f4

Elétrons (por nível de energia) 2, 8, 18, 32, 21, 9, 2

Estrutura cristalina Ortorrômbico

Propriedades físicas

Estado da matéria sólido

Ponto de fusão 1405,3 K

Ponto de ebulição 4404 K

Entalpia de fusão 9,14 kJ/mol

Volume molar 12,49 ×10−6 m 3 /mol

Velocidade do som 3155 m/s a 20 °C

Diversos

Eletronegatividade(Pauling) 1,38

Calor específico 300 J/(kg·K)

Page 8: Acidente Nuclear de Chernobil

Condutividade elétrica (0 °C) 0,280 µΩ·m S/m

Condutividade térmica 27,5 W/(m·K)

Isótopos mais estáveis

iso AN Meia-vida MDEd

PDMeV

232U sintético 68,9 a ε 5,414 48Th233U sintético 159 200 a ε 4,909 229Th234U 0.0054% 245 500 a ε - 230Th235U 0.7204% 7,038×108 a α 4.679 231Th238U 99.2742% 4,468×109 a α 4.270 234Th

Unidades do SI & CNTP, salvo indicação contrária.

( 238U92 ) O urânio (homenagem ao planeta Urano) é um elemento químico de símbolo U e de massa atômica igual a

238 u apresenta número atômico 92 (92 prótons e 92 elétrons).

À temperatura ambiente, o urânio encontra-se no estado sólido. É um elemento metálico radioativo pertencente à família

dos actinídeos.

Foi descoberto em 1789 pelo alemão Martin Klaproth. Foi o primeiro elemento onde se descobriu a propriedade

da radioatividade.

O Urânio é utilizado em indústria bélica (bombas atômicas e espoleta para bombas de hidrogênio) e como combustível

em usinas nucleares para geração de energia elétrica.

Características principais

Minério de urânio

O urânio é o último elemento químico natural da tabela periódica. É o átomo com o núcleo mais pesado que existe

naturalmente na Terra: contem 92 prótons e 135 a 148 nêutrons. Quando puro, é um sólido, metálico eradioativo,

muito duro e denso, de aspecto cinza a branco prateado, muito semelhante à coloração do níquel.

Pensava-se que a uraninita era um minério de zinco, ferro ou tungstênio. No entanto, Klaphroth, em 1789, comprovou a

existência de uma "substância semi-metálica" nesse minério. Chamou ao metal "urânio" em honra à descoberta feita

por Herschel em 1781 do planeta Urano. Mais tarde, Péligot provou que Klaphroth apenas tinha conseguido isolar o

óxido e não o metal e em 1842 conseguiu isolar o urânio metálico. O urânio foi o primeiro elemento no qual se descobriu

a propriedade da radioatividade. Esta descoberta foi feita porAntoine Henri Becquerel em 1896.

[editar]Fissão

Page 9: Acidente Nuclear de Chernobil

Em 1934, Enrico Fermi e os seus colaboradores observaram que o bombardeamento de urânio com nêutrons, produzia

emissão de partículas alfa. Esta reação só seria explicada em 1938, por Otto Hahn e Fritz Strassmann. Estes

investigadores concluíram que o urânio bombardeado com nêutrons dava origem a isótopos de elementos mais leves,

como o criptônio ou o bário, por fissão do seu núcleo, liberando-se uma grande quantidade de energia. Entretanto, Fermi

sugeriu que a fissão produzia novos nêutrons que poderiam originar novas fissões noutros núcleos e assim tornar a

reação auto-sustentada. Este fato foi comprovado por F. Joliot, Leo Szilard e H.L. Anderson, em 1939.

A primeira reação nuclear de fissão auto-sustentada foi realizada por Fermi, na Universidade de Chicago,

em dezembro de 1942. Para tal, Fermi e os seus colaboradores, utilizaram 400 toneladas de grafite, seis toneladas de

urânio e 58 toneladas de óxido de urânio.

O primeiro teste de uma arma nuclear baseada na fissão do urânio foi realizado em Alamogordo, Novo México, em 16

de julho de 1945.

[editar]Ocorrência

Países produtores de urânio

Encontram-se vestígios de urânio em quase todas as rochas sedimentares da crosta terrestre, embora este não seja

muito abundante em depósitos concentrados. O minério de urânio mais comum e importante é a uraninita, composta por

uma mistura de UO2 com U3O8. O maior depósito do mundo de uraninita situa-se nas minas de Leopoldville no Congo,

na África. Outros minerais que contêm urânio são a euxenita, acarnotita, a branerita, a torbernite e a coffinita. Os

principais depósitos destes minérios situam-se nos Estados Unidos, Canadá, Rússia eFrança.

Em 1972 foram descobertas em uma mina de urânio em Oklo, no Gabão, fortes evidências de que um reator natural de

fissão operou espontaneamente no local há cerca de 2 bilhões de anos atrás.[1]

[editar]Reservas Brasileiras

Page 10: Acidente Nuclear de Chernobil

Principais ocorrências de urânio no Brasil

O Brasil, segundo dados oficiais das Indústrias Nucleares do Brasil, ocupa a sexta posição no ranking mundial de

reservas de urânio[2] (por volta de 309.000t de U3O8). Segundo a empresa, apenas 25% do território nacional foi objeto

de prospecção, e as duas principais reservas são a deCaetité (mina Lagoa Real), e a de Santa Quitéria.

Descoberta em 1976, a mina de Caetité é feita a céu aberto, numa das 33 ocorrências localizadas numa faixa com cerca

de 80 km de comprimento por 30 a 50 km de largura. Localizada a 20 km da sede do município, o complexo instalado

produz um pó do mineral, conhecido por yellow cake. Esta reserva possui um teor médio de 3.000 ppm (partes por

milhão), capaz de suprir dez reatores do porte de Angra 2 durante toda sua vida útil.

[editar]Aplicações

Antes do advento da energia nuclear, o urânio tinha um leque de aplicações muito reduzido. Era utilizado em fotografia e

nas indústrias de cabedal (fabricação de peças de couro e sola) e de madeira. Os seus compostos usavam-se como

corantes e mordentes (fixadores de cor) para a seda e a lã.

No entanto, a aplicação mais importante do urânio é a energética. Com este fim, utilizam-se apenas três isótopos do

elemento (U-234, U-235 e U-238), com mecanismos de reação ligeiramente diferentes, embora o mais utilizado seja o

U-235. Na produção de energia nuclear há uma reação de fissão auto-sustentada, que ocorre em um reator,

normalmente imerso num tanque com uma substância moderadora e refrigerante - água. A água é aquecida e

vaporizada pelo reator, passando em seguida por turbinas que acionam geradores, para assim produzir energia elétrica.

Os reatores nucleares de fissão podem ser bastante compactos, sendo utilizados na propulsão de submarinos, navios

de guerra e em algumas sondas espaciais como as dos programas das sondas Cassini-Huygens, Voyager e Pioneer,

podendo utilizar outros radioisótopos como o Plutônio-239 em seus reatores de energia.

Por suas combinações de alta dureza, alta massa específica (17,3 gramas por centímetro cúbico) e alto ponto de

fusão (1132 °C), o urânio também é utilizado na fabricação de projéteis de armas de fogo em substituição ao chumbo,

cujas características são: densidade específica de 11,3 g/cm³, baixatemperatura de fusão (327 °C) e baixa dureza (1,5

na escala de Mohs). A utilização do urânio em projéteis de armas de fogo apresenta grandes vantagens técnicas em

relação ao chumbo, mas expõe os soldados a um nível elevado de radiação.

[editar]Danos ao ser humano

O urânio produz envenenamento de baixa intensidade (por inalação ou absorção pela pele), com efeitos colaterais, tais

como: náusea, dor de cabeça, vômito, diarreia e queimaduras. Atinge osistema linfático, sangue, ossos, rins e fígado.

Seu efeito no organismo é cumulativo, o que significa que o mineral, por não ser reconhecido pelo ser vivo, não é

eliminado, sendo paulatinamente depositado, sobretudo nos ossos. A exposição à radiação pode provocar o

desenvolvimento de cânceres. Entre os trabalhadores das minas, são frequentes os casos de câncer de pulmão.

O uso de urânio empobrecido também é apontado como possível causa da síndrome da Guerra do Golfo, que afetou

soldados americanos e britânicos que participaram da Guerra do Golfo, em 1991. Mais de dez mil veteranos

tiveram doenças misteriosas.

Page 11: Acidente Nuclear de Chernobil

O que é uma centrífuga de urânio?por Marshall Brain - traduzido por HowStuffWorks Brasil

O urânio é um elemento semelhante ao ferro. Assim como o ferro, você tira o minério de urânio da terra e processa-o para extrair o urânio puro. Ao terminar de processar o minério, o produto obtido é o óxido de urânio. O óxido de urânio contém dois tipos (ou isótopos) de urânio: U-235 e U-238. O U-235 é de que você precisa para fabricar uma bomba ou abastecer umausina de energia nuclear. O óxido de urânio da mina, contudo, tem cerca de 99% de U-238. Por isso, você precisa, de alguma forma, separar o U-235 do U-238 e aumentar a quantidade de U-235. O processo de concentração do U-235 é chamado de enriquecimento, e as centrífugas são a parte principal do processo.

Foto cedida pelo Laboratório Nacional de Oak Ridge

Cascatas da centrífuga de urânio

O U-235 pesa um pouco menos que o U-238. Devido a essa diferença de peso, você pode separar o U-235 e o U-238. O primeiro passo é reagir o urânio com ácido fluorídrico, um ácido extremamente poderoso. Após várias etapas, você cria o gás hexafluoreto de urânio.

Agora que o urânio está na forma gasosa, fica mais fácil trabalhar com ele. Você pode colocar o gás em uma centrífuga e girá-lo. A centrífuga cria uma força milhares de vezes mais potente do que a força da gravidade. Como os átomos de U-238 são um pouco mais pesados do que os de U-235, eles tendem a se mover em direção às paredes da centrífuga. Os átomos de U-235 tendem a ficar mais próximos do centro da centrífuga.

Embora seja apenas uma pequena diferença de concentrações, quando você extrai o gás do centro da centrífuga ele possui mais U-235 do que antes. O gás deve ser levemente concentrado em outra centrífuga e repetido o procedimento. Se fizer isso milhares de vezes, poderá criar um gás que seja altamente rico em U-235. Em uma usina de enriquecimento de urânio, milhares de centrífugas ficam presas juntas em longas cascatas.

No final de uma longa cadeia de centrífugas, você tem o gás hexafluoreto, de urânio que contém uma concentração alta de átomos de U-235.

A criação das centrífugas é um grande avanço tecnológico. As centrífugas devem girar rapidamente - na faixa de 100.000 rpm. Para girar com essa velocidade, as centrífugas devem ter:

rotores muito leves, porém potentes; rotores bem equilibrados; rolamentos  de alta velocidade, normalmente magnéticos para diminuir o atrito.

O atendimento desses três requisitos estava fora do alcance da maioria dos países. O desenvolvimento recente de equipamentos baratos e de alta precisão de usinagem, controlados por computador, facilitou um pouco as coisas. É por esse motivo que mais países aprenderam a enriquecer urânio nos últimos anos.

Agora, você precisa transformar o gás hexafluoreto de urânio de volta no metal de urânio. Isso pode ser feito acrescentando cálcio. O cálcio reage com o fluoreto para criar um sal, e o metal de urânio puro é deixado para trás. Com esse metal de U-235 altamente concentrado, você tanto pode fabricar uma bomba nuclear quanto alimentar um reator nuclear.

Page 12: Acidente Nuclear de Chernobil

Como funciona a energia nuclearpor Marshall Brain - traduzido por HowStuffWorks Brasil

IntroduçãoAs  usinas nucleares  fornecem cerca de 16% da eletricidade do mundo (dados de agosto de 2008). Alguns países dependem mais da energia nuclear para obter eletricidade que outros. Na França, por exemplo, cerca de 75% da eletricidade é gerada a partir da energia nuclear, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (em inglês). Nos Estados Unidos, a energia nuclear fornece 23% da eletricidade total, mas alguns Estados obtêm mais energia de usinas nucleares que outros. No Brasil, menos de 3% da energia gerada tem origem das  usinas nucleares de Angra dos Reis . Há mais de 400 usinas de energia nuclear ao redor do mundo, sendo mais de 100 nos EUA.(Fonte: WNA, em inglês)

A edificação de contenção, em formato de domo, da Usina Nuclear de Shearon Harris, perto de Raleigh, Carolina do

Norte

Você já imaginou como uma usina de energia nuclear funciona ou o quão segura ela é? Neste artigo vamos analisar como um reator nuclear e uma usina de energia funcionam e vamos explicar a fissão nuclear, mostrando um reator nuclear por dentro.

Urânio

O urânio é um elemento bastante comum na Terra, incorporado ao planeta durante sua formação. O urânio é formado originalmente nas estrelas. Estrelas antigas explodiram, e a poeira dessas estrelas despedaçadas se agregou para formar nosso planeta. O urânio-238 (U-238) tem uma meia-vida extremamente longa (4,5 bilhões de anos), e portanto ainda está presente em quantidades bem grandes. O U-238 compõe 99% do urânio no planeta. O U-235 compõe cerca de 0,7% do urânio remanescente encontrado naturalmente; o U-234, ainda mais raro, é formado pelo decaimento do U-238. O urânio-238 passa por muitos estágios, ou decaimento alfa e beta, para formar um isótopo (em inglês) estável de chumbo, e o U-234 é um elo nessa corrente.

O urânio-235 tem uma propriedade interessante que o torna útil tanto para produção de energia nuclear quanto para a produção de uma bomba nuclear. O U-235 decai naturalmente, assim como o U-238, por

Page 13: Acidente Nuclear de Chernobil

radiação alfa, e também sofre fissão espontânea por um pequeno percentual do tempo. Contudo, o U-235 é um dos poucos materiais que podem sofrer fissão induzida. Se um nêutron livre atravessar um núcleo de U-235, o núcleo absorverá o nêutron sem hesitação, se tornará instável e se dividirá imediatamente. Leia Como funciona a radiação nuclear para obter os detalhes completos.

Fissão nuclearA animação abaixo mostra um núcleo de urânio-235 com um nêutron se aproximando a partir do topo. Assim que o núcleo captura o nêutron, ele se divide em 2 átomos mais leves e arremessa 2 ou 3 nêutrons novos (o número de nêutrons ejetados depende de como o átomo de U-235 se divide). Os 2 novos átomos então emitem radiação gama conforme se ajustam em seus novos estados. Há 3 coisas sobre esse processo de fissão induzida que o tornam especialmente interessante:

a probabilidade de um átomo de U-235 capturar um nêutron de passagem é muito alta. Em um reator funcionando adequadamente (conhecido como estado crítico), um nêutron ejetado de cada fissão ocasiona outra fissão;

a processo de captura do nêutron e divisão acontece muito rapidamente, na casa dos de picossegundos (1x10-12 segundos);

uma inacreditável quantidade de energia é liberada, na forma de calor e radiação gama, quando um único átomo se divide. Os dois átomos que resultam da fissão posteriormente liberam radiação beta e radiação gama de si mesmos. A energia liberada por uma única fissão resulta do fato de que os produtos da fissão e os nêutrons, juntos, pesam menos que o átomo original de U-235. A diferença no peso é convertida diretamente em energia na taxa regulada pela equação E = mc2.

Algo na ordem de 200MeV (milhões de elétron-volts) é liberado pelo decaimento de um átomo de U-235 (se você quiser converter isso em algo útil, considere que 1 eV é igual a 1,602 x 10-12 ergs;1 x 107 ergs equivalem a 1 joule; 1 joule é igual a 1 watt-segundo, e 1 BTU é igual a 1.055 joules). Isso pode não parecer muito, mas há muitos átomos de urânio em meio quilo de urânio. Tantos, na verdade, que meio quilo de urânio altamente enriquecido como o usado para fornecer energia a um submarino nuclear ou porta-aviões nuclear equivale a aproximadamente 3,8 milhões de litros degasolina. Considerando que meio quilo de urânio ocupa menos espaço que uma bola de beisebol, e que 3,4 milhões de litros de gasolina encheriam um cubo de 15 m de cada lado (15 m é a altura de um edifício de 5 andares), você pode ter uma idéia da quantidade de energia disponível em um pequeno volume de U-235.

Para que essas propriedades do U-235 funcionem, uma amostra de urânio deve ser enriquecida de modo que contenha de 2% a 3% ou mais de urânio-235. O enriquecimento de 3% é suficiente para o uso em um reator nuclear civil usado para geração de energia. O urânio destinado a armas é composto de 90% ou mais de U-235.

Dentro de uma usina de energia nuclearPara construir um reator nuclear você precisa de um punhado de urânio levemente enriquecido. Normalmente, o urânio é formado em péletes (que tem a forma de uma pílula) com aproximadamente o mesmo diâmetro de uma moeda de 10 centavos e mais ou menos 2,5 cm de espessura. Os péletes são dispostos em hastes longas agrupadas em feixes. Os feixes são normalmente submersos em água dentro de um recipiente de pressão. A água atua como refrigerante. Para que o reator funcione, o feixe, submerso em água, deve ser levemente supercrítico. Isso significa que se deixado sozinho o urânio eventualmente superaqueceria e derreteria.

Para evitar isso, as hastes de controle feitas de material que absorve nêutrons são inseridas no feixe usando um mecanismo que pode elevar ou abaixar as hastes de controle. Elevar ou abaixar as hastes de controle permite que os operadores controlem o índice de reação nuclear. Quando um operador quer que o núcleo de urânio produza mais calor, as hastes são elevadas para fora do feixe de urânio. Para criar menos calor, as hastes são abaixadas dentro do feixe de urânio. As hastes podem ser abaixadas completamente no interior do feixe de urânio para desligar o reator no caso de um acidente ou para trocar o combustível.

O feixe de urânio atua como uma fonte de calor de altíssima energia. Ele aquece a água, que se transforma em vapor, acionando uma turbina a vapor, a qual faz girar um gerador para produzir energia. Em alguns reatores, o vapor do reator atravessa um trocador de calor secundário e intermediário para converter a água de outro circuito em vapor, que aciona a turbina. A vantagem desse desenho é que a água/vapor radioativo nunca entra em contato com a turbina. Também, em alguns reatores, o fluido de resfriamento em contato com o núcleo do reator é um gás (dióxido de carbono) ou metal líquido (sódio, potássio); esses tipos de reatores permitem que o núcleo seja operado a temperaturas mais altas.

Page 14: Acidente Nuclear de Chernobil

Como funciona a energia nuclearpor Marshall Brain - traduzido por HowStuffWorks Brasil

Massa crítica: a usina nuclear em funcionamentoDepois do reator há pouca diferença entre uma usina de energia nuclear e uma usina de energia a carvão ou óleo, exceto pela fonte do calor usada para criar o vapor.

Este gerador na usina Shearon Harris produz 870 megawatts, eletricidade usada em residências e empresas 

Tubos transportam vapor para abastecer o gerador na usina de energia

O recipiente de pressão do reator é normalmente alojado dentro de um revestimento de concreto que atua como um escudo contra radiação. Esse revestimento é alojado dentro de um recipiente de contenção de aço muito maior. Esse recipiente contém o núcleo do reator, bem como o maquinário (guindastes, etc.) que permite que os trabalhadores na usina reabasteçam e mantenham o reator. O recipiente de contenção de aço tem o objetivo de evitar o vazamento de gases ou fluidos radioativos da usina.

Finalmente, o recipiente de contenção é protegido por um edifício de concreto externo que é forte o suficiente para sobreviver a coisas como a queda de aeronaves. Essas estruturas de contenção secundárias são necessárias para evitar a saída de radiação/vapor radioativo no caso de um acidente como o da Three

Page 15: Acidente Nuclear de Chernobil

Mile Island (em inglês). A ausência de estruturas de contenção secundárias em usinas de energia nuclear russas permitiu que material radioativo escapasse no acidente em Chernobyl (em inglês).

O vapor sobe da torre de refrigeração na usina Harris

Trabalhadores na sala de controle na usina de energia nuclear podem ficar de olho no reator nuclear e tomar alguma

iniciativa se algo sair errado

Page 16: Acidente Nuclear de Chernobil

O urânio-235 não é o único combustível possível para uma usina de energia. Outro material fissionável é o plutônio-239, que pode ser criado facilmente bombardeando-se o U-238 com nêutrons - algo que acontece o tempo todo em um reator nuclear.

Subcriticalidade, criticalidade e supercriticalidadeQuando um átomo de U-235 se divide, desprende 2 ou 3 nêutrons (dependendo do modo como o átomo se divide). Se não houver outros átomos de U-235 na área, então esses nêutrons livres voam para o espaço como raios de nêutrons. Se o átomo U-235 é parte de uma massa de urânio - então há outros átomos de U-235 próximos - então acontece uma destas 3 coisas:

se, na média, exatamente um dos nêutrons livres de cada fissão atingir outro núcleo de U-235 e fizer com que se divida, então a massa de urânio é considerada crítica. A massa existirá em uma temperatura estável. Um reator nuclear deve ser mantido em estado crítico;

se, em média, menos de um dos nêutrons livres atingir outro átomo de U-235, então a massa é subcrítica. Eventualmente, a fissão induzida terminará na massa;

se, em média, mais de um dos nêutrons livres atingir outro átomo de U-235, então a massa é supercrítica. Ele se aquecerá.

Para uma bomba nuclear, o projetista da bomba quer que a massa de urânio seja muito supercrítica, de modo que todos os átomos de U-235 na massa se dividam em um microssegundo. Em um reator nuclear, o núcleo do reator precisa ser levemente supercrítico, de modo que os operadores da usina possam elevar e abaixar a temperatura do reator. As hastes de controle dão aos operadores um modo de absorver nêutrons livres de forma que o reator possa ser mantido em um nível crítico.

A quantidade de urânio-235 na massa (o nível de enriquecimento) e o formato da massa controlam a criticalidade da amostra. Você pode imaginar que se a forma da massa for uma folha muito fina, a maioria dos nêutrons livres voará para o espaço em vez de atingir outros átomos de U-235. Umaesfera é o formato ótimo. A quantidade de urânio-235 que se deve juntar em uma esfera para obter uma reação crítica é de cerca de 900 gramas. A quantidade portanto é mencionada como massa crítica. Para o plutônio-239, a massa crítica é de cerca de 283 gramas.

O que pode sair erradoUsinas de energia nuclear bem construídas têm uma importante vantagem no que se refere à geração de energia elétrica - são extremamente limpas. Comparadas com uma usina de energia a carvão, as usinas de energia nuclear são um sonho que se torna realidade de um ponto de vista ambiental. Uma usina de energia a carvão na verdade libera mais radioatividade na atmosfera que uma usina de energia nuclear funcionando adequadamente. As usinas a carvão também liberam toneladas de carbono, enxofre e outros elementos para a atmosfera (consulte esta página para mais detalhes).

Infelizmente, há problemas significativos com usinas de energia nuclear:

extrair e purificar urânio não tem sido, historicamente, um processo muito limpo; usinas de energia nuclear funcionando inadequadamente podem criar grandes problemas.

O desastre de Chernobyl (em inglês) é um bom exemplo. Chernobyl foi inadequadamente projetada e impropriamente operada, mas mostra dramaticamente o cenário do pior caso. Chernobyl espalhou toneladas de poeira radioativa na atmosfera;

o combustível gasto nas usinas de energia nuclear é tóxico por séculos e, ainda, não há instalação de armazenamento permanente e segura para ele;

o transporte de combustível nuclear para e das usinas apresenta algum risco, embora até hoje, o registro de segurança nos Estados Unidos tenha sido bom.

Esses problemas suprimiram grandemente a criação de novas usinas de energia nuclear nos Estados Unidos. A sociedade parece ter decidido que os riscos sobrepujam as recompensas.

Page 17: Acidente Nuclear de Chernobil

Central Nuclear Almirante Álvaro AlbertoOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto é formada pelo conjunto das

usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e Angra 3, de propriedade

daEletronuclear, subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras - Eletrobrás.

São o resultado de um longo Programa nuclear brasileiro que remonta

àdécada de 1950 com a criação do CNPq liderado na época principalmente

pela figura do Almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva, que lhe empresta o

nome.

Localização

A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAA) está localizada às

margens da rodovia Rio-Santos, na praia de Itaorna, aproximadamente a

meio caminho entre os centros dos municípios de Angra dos Reis e Paraty,

no Estado do Rio de Janeiro. As razões determinantes dessa localização foram a proximidade dos 3 principais centros

de carga do Sistema Elétrico Brasileiro (São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro), a necessária proximidade do mar,

e a facilidade de acesso para os componentes pesados.

A interligação elétrica da usina ao sistema elétrico é feita por linhas de transmissão em 500kV para as subestações de

Tijuco Preto (SP) e Adrianópolis (RJ). Uma interligação em 138 kV existe para alimentar os sistemas da usina nos

períodos de parada.

Instalações

Angra 1

Programa Nuclear Brasileiro

Vista do Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. À frente, na primeira cúpula, vê-se a usina de Angra 2.

Ao fundo, o silo de Angra 1.

UsinasAngra 1 | Angra 2 | Angra 3

Localização Brasil, em Angra dos Reis | Praia de Itaorna

HistóricoAlmirante Álvaro Alberto | Programa nuclear

brasileiro

AcordosAcordo Brasil-Alemanha | Acordo Brasil-França

AdministraçãoComissão Nacional de Energia Nuclear

Eletrobrás Termonuclear S.A. - EletrobrásIndústrias Nucleares do Brasil

CorrelatosFábrica de Combustível Nuclear de Resende |

Submarino nuclear brasileiro | Centro Experimental Aramar | Usina nuclear | Lixo atômico | Reator

nuclearLista de usinas nucleares

Page 18: Acidente Nuclear de Chernobil

Além das usinas de Angra 1 e 2, e das obras da Usina de Angra 3, a área da Central abriga ainda 2 subestações

elétricas (138 e 500 kV) operadas por Furnas Centrais Elétricas S.A., os depósitos de armazenamento de rejeitos de

baixa e média atividade, e diversas instalações auxiliares (prédios de engenharia, almoxarifados, etc).

A potência total das usinas é de 2007 MW, dos quais 657MW em Angra 1 e 1350MW em Angra 2. Adicionalmente está

em construção a usina nuclear de Angra 3, com capacidade idêntica a Angra 2 e entrada em operação prevista para

2014.

Nas cercanias da Central existem ainda as vilas residenciais de Praia Brava e Mambucaba, que abrigam os operadores

das usinas além de laboratórios de monitoração ambiental, centros de treinamento e hospitais.

História

Em 1982, após longo período de construção, teve início a operação comercial da Usina de Angra 1, com 657 MW. O

início da vida da usina foi marcado por diversos problemas, que levavam a constantes interrupções na operação. Houve

mesmo longo litígio entre Furnas Centrais Elétricas, então operadora da usina e a Westinghouse, sua fornecedora. A

partir de 1995, com a solução dos problemas técnicos e com o aprendizado das equipes de operação e manutenção, o

desempenho da usina, medido pelo seu fator de capacidade, melhorou substancialmente.

Em 2000 entrou em operação a Usina de Angra 2 com 1350 MWe. Esta usina foi construída com tecnologia alemã

Siemens/KWU, ainda no âmbito do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha. Em seu primeiro ano de operação a Angra

2 atingiu um fator de capacidade de quase 90% (2001).

No ano de 2007 a CNAA gerou o montante de 12.365.399 MWh de energia bruta, o que representa cerca de 40% do

total da energia térmica gerada no país no ano.

Atualmente, a energia nuclear corresponde a 3.3% do consumo do país (PRIS, 2007).

De 1985, quando entrou em operação comercial a usina de Angra 1, até 2005 a produção acumulada de energia das

usinas nucleares Angra 1 e Angra 2 somam 100 milhões de megawatts-hora (MWh).

Isso equivale à produção anual da usina hidrelétrica Itaipu Binacional ou ainda à iluminação do estádio do Maracanã por

150 mil anos. 100 milhões de megawatts-hora seriam suficientes para iluminar o Cristo Redentor por 1,8 milhão de anos;

a Passarela do Samba (Sambódromo) por 28,9 mil anos, com os monumentos acesos 12 horas/dia nos 365 dias do ano.

A produção acumulada de energia das usinas nucleares brasileiras seria suficientes, ainda, para abastecer por mais de

60 anos toda a iluminação pública da cidade do Rio de Janeiro ou o consumo do estado do Rio durante três anos. Nos

próximos seis ou sete anos, as duas usinas poderão repetir este número, gerando uma média de 15 milhões de

megawatts.hora/ano.

A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto é operada pela Eletronuclear e gera 2000 empregos diretos e cerca de

10.000 indiretos no Estado do Rio de Janeiro.

Em 2008 foram produzidos na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 14.003.775 MWh, correspondendo a 3% do

consumo de energia elétrica do Brasil.

Energia nuclear no mundo

Page 19: Acidente Nuclear de Chernobil

Existem hoje 441 reatores nucleares em operação em 31 países gerando eletricidade para aproximadamente um bilhão

de pessoas e responsáveis por aproximadamente 17% da energia elétrica mundial. Em muitos países industrializados a

eletricidade gerada por reatores nucleares representa a metade ou mais de todo o consumo. 32 usinas estão atualmente

em construção. A energia nuclear tem um histórico de confiabilidade, ambientalmente segura, barata e sem emitir gases

nocivos na atmosfera.

Operação

As usinas operam normalmente a plena capacidade 100% do tempo, sendo desligadas uma vez por ano para recarga

do reator. Estas paradas duram cerca de 30 dias e, além da recarga, são feitos diversos testes nos sistemas normais e

de segurança, além de manutenções programadas. O despacho das usinas é comandado pelo ONS - Operador

Nacional do Sistema Elétrico.

Região circunvizinha

A região de Itaorna, antes um local remoto e ermo, viu gradativamente crescerem comunidades e bairros ao ser redor.

Assim, além das vilas de Praia Brava e Mambucaba, habitadas pelos operadores das usinas, existem hoje nas

proximidades da vila de Mambucaba a comunidades do Perequê, e, um pouco mais distante, do Frade.

ANGRA 3

Angra 3 é a terceira das usinas nucleares que deu origem ao Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, localizada

na Praia de Itaorna e que está em fase de instalação. Como de Angra 2, Terá um Reator de água

pressurizada (Pressurized Water Reactor), potência de 1.350 MW, e projeto daSiemens/KWU, atual Areva NP.

[1] Após ter tido sua construção paralisada nos anos 80, foi anunciada a retomada de seu desenvolvimento a partir

de Setembro de 2008, segundo o Ministro de Ministério de Minas e Energia, Edison Lobão.

Histórico

Aproximadamente 60-70% dos materiais para a construção desta estação de geração nuclear já foram

adquiridos [2] juntamente como a compra dos materias de Angra 2. O equipamento é mantido no local, tendo sido

gastos R$600 milhões na fase inicial ($750 milhões em valores de 1999), e projetados mais R$ 8,4 bilhões ($4,5

bilhões), sendo 70% destes comprados nacionalmente.[3] Foi gasto na estocagem e manutenção dos materiais

aproximadamente R$20 milhões/ano. [3]

Paralisada em 1986, as obras de conclusão de Angra 3 foram incluídas no Programa de Aceleração do

Crescimento - PAC. A obra já recebeu a Licença de Instalação do IBAMA [1][4] e a Licença de Construção

Preliminar da CNEN.[5]

O início oficial das obras foi em 1 de junho de 2010.[6] Deverá entrar em operação em 2015 de acordo com

o Governo Brasileiro.[5]

[editar]Cronograma de Obras

Mese Andamento do cronograma[1]

Page 20: Acidente Nuclear de Chernobil

s

1º Início da Concretagem da Laje de Fundo do Edifício do Reator

9º Início da Montagem da Esfera de Contenção

17º Início da Montagem Elétrica

32º Início do Comissionamento do Sistema Elétrico Auxiliar

46º Início do Comissionamento dos Sistemas no Edifício do Reator

56º Início da 1a. Operação à Quente

63º 1a. Criticalidade

66º Conclusão

67º Início de Operação Comercial

Controvérsia

Projeto polêmico tem em seus defensores o argumento que é economicamente competitiva, contar com

combustível abundante no Brasil o que é importante dentro do conceito de segurança energética, além de não ser

fonte emissora de gases de efeito estufa.

Cálculos feitos por técnicos do Operador Nacional do Sistema indicam que o custo marginal médio para a

expansão do sistema hidrelétrico é de aproximadamente R$ 80/MWh, enquanto o custo de geração de Angra 3

está em torno de R$ 144/MWh.[7] Contudo, os recentes leilões de venda de energia nova realizados pela Empresa

de Pesquisa Energética- EPE indicam que os novos aproveitamentos hidroelétricos apresentam custos similares à

tarifa projetada de Angra 3,[carece de fontes] evidenciando sua competitividade.

A praia onde se localiza a usina, Itaorna, em guarani significa "pedra podre", [8] devido aos constantes

deslizamentos de terra [9] o que gerou diversas críticas sobre a escolha[10][8]. A Eletronuclearse defende dizendo

que diversos estudos foram feitos, e que o principal fator de escolha foi a localização equidistante de centros

urbanos do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo horizonte. [9][1] além da proximidade litorânea, pois a água é

necessária como agente refrigerante.