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1 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Apelação nº 0002032-90.2009.8.26.0283 - Rio Claro Apelante/A.M.P: Willian Viana dos Santos Aptes/Apdos: André Luís Bertole e Luiz Carlos Perin Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo Voto nº 4773 Registro: 2015.0000157932 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0002032- 90.2009.8.26.0283, da Comarca de Rio Claro, em que são apelantes/apelados ANDRÉ LUÍS BERTOLE e LUIZ CARLOS PERIN e Apelante/A.M.P WILLIAN VIANA DOS SANTOS, é apelado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. ACORDAM, em 4ª Câmara Criminal Extraordinária do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "De ofício, declararam extinta a punibilidade dos acusados em relação aos crimes do art. 129, caput, art. 146, § 1º e art. 345, todos do Código Penal pela ocorrência da prescrição da pretensão punitiva, prejudicado o exame do mérito do recurso do Assistente do Ministério Público, com fundamento no art. 109, incisos V e VI (com a redação da época dos fatos), art. 117, inciso I, amos do Código Penal. Por outro lado, deram provimento parcial aos recursos dos réus André Luis Bertole e Luiz Carlos Perin para absolvê-los da prática do crime do art. 15, da Lei nº 10.826/03, com fundamento no art. 386, incisos III, do Código de Processo Penal e reduzir a pena do sequestro para 1 ano e 2 meses de reclusão em regime semiaberto para o primeiro e 1 ano e 3 meses de reclusão em regime semiaberto para o segundo. Oportunamente, com o trânsito em julgado, expeçam-se mandado de prisão. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GUILHERME G.STRENGER (Presidente) e XAVIER DE SOUZA. São Paulo, 11 de março de 2015. Alexandre Almeida RELATOR Assinatura Eletrônica Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0002032-90.2009.8.26.0283 e código RI000000OXUNA. Este documento foi liberado nos autos em 13/03/2015 às 11:11, por Alexandre Almeida, é cópia do original assinado digitalmente por ALEXANDRE CARVALHO E SILVA DE ALMEIDA. fls. 13

Acórdão - Condenação André Luiz Bertole - Sequestro

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ANDRÉ LUIZ BERTOLE, condenado à pena de 1 ano e 2 meses de reclusão em regime semiaberto por sequestro, juntamente com o Luiz Carlos Perin, o Chiba, condenado à pena de 1 ano e 3 meses de reclusão em regime semiaberto, pelo mesmo crime.

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1PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOApelação nº 0002032-90.2009.8.26.0283 - Rio Claro

Apelante/A.M.P: Willian Viana dos Santos Aptes/Apdos: André Luís Bertole e Luiz Carlos Perin Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo

Voto nº 4773

Registro: 2015.0000157932

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0002032-90.2009.8.26.0283, da Comarca de Rio Claro, em que são apelantes/apelados ANDRÉ LUÍS BERTOLE e LUIZ CARLOS PERIN e Apelante/A.M.P WILLIAN VIANA DOS SANTOS, é apelado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO.

ACORDAM, em 4ª Câmara Criminal Extraordinária do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "De ofício, declararam extinta a punibilidade dos acusados em relação aos crimes do art. 129, caput, art. 146, § 1º e art. 345, todos do Código Penal pela ocorrência da prescrição da pretensão punitiva, prejudicado o exame do mérito do recurso do Assistente do Ministério Público, com fundamento no art. 109, incisos V e VI (com a redação da época dos fatos), art. 117, inciso I, amos do Código Penal. Por outro lado, deram provimento parcial aos recursos dos réus André Luis Bertole e Luiz Carlos Perin para absolvê-los da prática do crime do art. 15, da Lei nº 10.826/03, com fundamento no art. 386, incisos III, do Código de Processo Penal e reduzir a pena do sequestro para 1 ano e 2 meses de reclusão em regime semiaberto para o primeiro e 1 ano e 3 meses de reclusão em regime semiaberto para o segundo. Oportunamente, com o trânsito em julgado, expeçam-se mandado de prisão. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GUILHERME G.STRENGER (Presidente) e XAVIER DE SOUZA.

São Paulo, 11 de março de 2015.

Alexandre AlmeidaRELATOR

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Apelante/A.M.P: Willian Viana dos Santos Aptes/Apdos: André Luís Bertole e Luiz Carlos Perin Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo

Voto nº 4773

Lesão corporal leve, constrangimento ilegal qualificado e exercício arbitrário das próprias razões Penas máximas que não excedem 2 anos

Sentença absolutória Decurso de mais de 4 anos entre a data do recebimento da denúncia e julgamento do recurso Prescrição Ocorrência

Exame do mérito prejudicado.Sequestro e cárcere privado Restrição da liberdade da vítima Crime autônomo, praticado após ter sido atingido o intuito inicial de conseguir reaver telefone celular Prova segura e coerente Condenação mantida Recurso provido em parte para redução das penas.Disparo de arma de fogo Falta de prova de que o disparo tenha sido perpetrado em local habitado ou em suas adjacências Tiros disparados contra a vítima com a finalidade de constrangê-la Ausência do elemento subjetivo Absolvição decretada.

Vistos.

ANDRÉ LUIS BERTOLE e LUIZ CARLOS

PERIN, qualificados nos autos, foram denunciados e processados perante

o Juízo da Vara Única do Foro de Itirapina Comarca de Rio Claro,

apontados como incursos no art. 129, caput, art. 146, § 1º, art. 148, caput e

art. 345, todos do Código Penal e art. 15, da Lei nº 10.826/03.

Isto porque, no dia 27 de fevereiro de 2009, por

volta das 20 horas, nas proximidades do Bar do Zé Leonel, cidade de

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Apelante/A.M.P: Willian Viana dos Santos Aptes/Apdos: André Luís Bertole e Luiz Carlos Perin Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo

Voto nº 4773

Analândia, agindo em concurso e com unidade de propósitos, fizeram

justiça pelas próprias mãos, ofendendo a integridade corporal de Willian

Viana dos Santos, causando-lhe lesões corporais de natureza leve.

Momentos depois, privaram essa mesma vítima

de sua liberdade, mediante sequestro, e o constrangeram, mediante

violência e grave ameaça a fazer o que a lei não manda.

Além disso, nas mesmas condições de tempo e

lugar, André, com o auxílio material de Luiz Carlos, disparou arma de fogo

nas adjacências de lugar habitado.

Após regular instrução, sobreveio a r. sentença de

fls. 506/514, proferida pelo MM. Juiz de Direito Dr. Daniel Felipe Scherer

Borborema, que julgou procedente em parte a ação penal e condenou os

acusados, por infringência ao art. 148, do Código Penal, ao cumprimento

da pena de 2 anos de reclusão em regime inicial semiaberto e, por infração

ao art. 15, da Lei nº 10.826/2003, ao cumprimento da pena de 2 anos e 4

meses de reclusão em regime aberto, substituída por prestação de serviços

à comunidade e proibição de frequentar determinados lugares, além da

pecuniária equivalente a 20 dias-multa, no valor de 5/30 do salário mínimo.

Inconformados apelam o assistente do Ministério

Público buscando a condenação dos acusados nos termos da denúncia, sob

o argumento de que há nos autos prova suficiente da ocorrência de todos os

fatos ali narrados (fls. 531/533), e os réus André e Luiz Carlos, pleiteando

a absolvição, sob a alegação de que as provas são insuficientes para

embasar decreto condenatório. Subsidiariamente, André aguarda a fixação

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Apelante/A.M.P: Willian Viana dos Santos Aptes/Apdos: André Luís Bertole e Luiz Carlos Perin Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo

Voto nº 4773

do regime aberto para desconto das penas (fls. 523/527 e 541/564).

Recebidos os recursos (fls. 528), vieram aos autos

as contrarrazões (fls. 568/572, 574/578, 580/592, 584/595) seguidas da

manifestação do representante do Ministério Público, que opinou pela

rejeição de todos os recursos (fls. 597/599).

Bem processados os apelos, a d. Procuradoria de

Justiça opinou pelo parcial provimento de todos, reduzindo-se as penas

aplicadas pelo crime de disparo de arma de fogo e o valor do dia-multa

estabelecido, e condenando-se os réus também pelos crimes de lesão

corporal e constrangimento ilegal qualificado em concurso material (fls.

603/607).

Anote-se que o processo foi inicialmente

distribuído para a Col. 8ª Câmara de Direito Criminal (fls. 602), mas

acabou redistribuído para esta E. 4ª Câmara de Direito Criminal

Extraordinária em 11 de novembro de 2014 (fls. 609).

É o relatório.

Cuidam os autos de apelações interpostas por

Luiz Carlos Perin e André Luís Bertole e pelo assistente do Ministério

Público contra a r. sentença de fls. 506/514, que condenou os dois

primeiros por infração ao art. 148, do Código Penal, ao cumprimento da

pena de 2 anos de reclusão em regime inicial semiaberto e, como incursos

no art. 15, da Lei

nº 10.826/2003, ao cumprimento da pena de 2 anos e 4 meses de reclusão

em regime aberto, substituída por duas restritivas de direitos.

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Voto nº 4773

E, na análise das pretensões deduzidas, cumpre

reconhecer que os crimes de lesão corporal leve, constrangimento ilegal

qualificado e exercício arbitrário das próprias razões foram alcançados pela

prescrição, o que prejudica o recurso do assistente do Ministério Público

que pretendia a condenação por esses delitos.

Isso porque a sentença foi absolutória em relação

a esses crimes e, portanto, a última causa interruptiva da prescrição foi o

recebimento da denúncia ocorrido em 16/11/2010 (fls. 213/214). Acontece

que a pena máxima para o crime de lesão corporal leve é igual a 1 ano e a

do constrangimento ilegal qualificado de 2 anos e multa, razão pela qual

prescrevem em 4 anos (art. 109, inciso V, do Código Penal), e a do crime

de exercício arbitrário das próprias razões é igual a 1 mês de detenção, com

prazo prescricional de 2 anos, nos termos do art. 109, inciso VI, do Código

Penal, com a redação da época dos fatos (27/02/2009).

Assim, entre a data do recebimento da denúncia e

a do presente julgamento, esses prazos já foram ultrapassados, o que

justifica a extinção da punibilidade quanto aos crimes do art. 129, caput,

art. 146, § 1º e art. 345, todos do Código Penal, prejudicado, nesse ponto, o

exame do mérito do recurso do assistente da acusação.

Resta analisar a prova quanto aos crimes de

sequestro e disparo de arma de fogo.

Com esse intuito, o que se percebe é que os

acusados negaram os fatos quando foram ouvidos na delegacia de polícia,

limitando-se a informar que estiveram com a vítima apenas para cobrar a

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Voto nº 4773

devolução de um aparelho celular e do respectivo carregador, que ela teria

comprado de André, sem contudo efetuar o pagamento, bem como de um

notebook pertencente a Gilberto de Oliveira, adquirido nas mesmas

condições, bens que foram recuperados de maneira pacífica e sem qualquer

coação (fls. 16/17 e 18/19).

Mas, já naquela oportunidade foram incriminados

pelo ofendido Willian Viana dos Santos, que contou que realmente foi

abordado pelos acusados, que solicitavam a devolução do telefone celular

pertencente a André. Assim, entregou o objeto, mas como não trazia

consigo o carregador respectivo, foi colocado de forma violenta e agressiva

dentro do veículo de deste último e levado até sua casa, onde devolveu o

acessório. Ato contínuo, mesmo depois de satisfeito o desejo dos réus, foi

levado para um canavial e novamente agredido por André e Luiz Carlos,

que arrancou suas vestes e entregou um revólver ao primeiro, que passou a

efetuar disparos de arma de fogo próximo de seus pés e para o alto.

Diante de tudo isso, tratou de fugir para o mato e

alcançou a cidade ainda nu, dirigindo-se à residência de seu amigo

Jonathan, que lhe emprestou uma bermuda e o acompanhou até à

delegacia. Acrescentou, que mesmo depois desses fatos, vinha sendo

perseguido e intimidado pelos réus (fls. 12/13, 20/21 e 101).

A testemunha Jonathan Marques dos Santos

confirmou ter visto o momento em que a vítima foi empurrada para dentro

do carro de André, e, cerca de uma hora depois, compareceu em sua casa

completamente despida, pelo que lhe emprestou uma roupa e procuraram a

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polícia (fls. 10).

Rodrigo Tendolini Balerini, por sua vez, afirmou

que, no dia seguinte aos fatos, acompanhou a vítima até o local por ela

apontado, onde encontrou um projétil de arma de fogo e constatou a

existência de dois orifícios na terra, aparentemente decorrentes de tiros (fls.

31).

A genitora do ofendido, Alaíde Antunes de

Souza, narrou que ele esteve em sua casa na companhia de André para

buscar um carregador e algum tempo depois, seu outro filho Robson lhe

contou sobre a violência empregada contra Willian, fato que ele confirmou

quando chegou em casa, vestindo um short que não lhe pertencia (fls.

32/33).

Ainda durante o inquérito policial, foi apreendido

em poder de Francisco Pereira de Alencar, amigo dos réus, um revólver

com numeração suprimida, cujo calibre correspondia ao do projétil

encontrado e apresentava resíduos de pólvora combusta, denotando a

utilização recente (fls. 74/75, 76 e 119/110).

Diante desses indícios, os réus terminaram

denunciados pela prática dos crimes de lesão corporal de natureza leve,

constrangimento ilegal qualificado, exercício arbitrário das próprias razões,

sequestro e cárcere privado e disparo de arma de fogo, dos quais, como se

viu, remanescem apenas os dois últimos.

Isso tudo considerado, de rigor concluir que

apenas o sequestro restou bem comprovado nos autos.

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Voto nº 4773

O réu André, ouvido em Juízo, agora sob as

garantias do contraditório, ratificou a versão oferecida na polícia, dizendo

acreditar que as acusações decorreram de vingança da vítima pelo fato de

tê-la feito devolver os bens dos quais ela indevidamente visava se apropriar

e também em razão de uma das testemunhas fazer oposição política à

família de Luiz Carlos, membros da administração local (mídia de fls.

329). O corréu Luiz Carlos, embora devidamente citado, tornou-se revel,

não tratando de apresentar sua versão sobre os fatos que lhe foram

imputados (fls. 452).

O ofendido relatou, assim como havia feito na

delegacia de polícia, que os agentes o obrigaram a acompanhá-los até o

canavial, sempre sob ameaça efetivada com emprego de arma, e naquele

local foi violentamente despido e submetido a situação altamente

humilhante, onde os réus, efetuando disparos de arma de fogo para o alto e

próximo de seus pés, não deixaram outra alternativa senão fugir nu pelo

mato até a cidade para conseguir ajuda (fls. 12/13 e 20/21 e mídia de fls.

329).

Essas declarações foram corroboradas pela

testemunha Jonathan, que reafirmou que entre uma ou duas horas depois de

ter visto Willian entrar no carro com os acusados, ele esteve em sua casa,

completamente nu e lhe pediu roupa emprestada, após o que, tomando

conhecimento do ocorrido, acompanhou Willian até à delegacia (mídia de

fls. 329).

No mesmo sentido é o depoimento da mãe da

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOApelação nº 0002032-90.2009.8.26.0283 - Rio Claro

Apelante/A.M.P: Willian Viana dos Santos Aptes/Apdos: André Luís Bertole e Luiz Carlos Perin Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo

Voto nº 4773

vítima, Sra. Alaíde, que declarou que quando viu seu filho, ele trajava

roupas de um amigo (mídia de fls. 329).

Em reforço a esta conclusão, há nos autos as

declarações da testemunha Rodrigo, que ratificando suas palavras do

inquérito (fls. 31), confirmou que encontrou no chão do canavial um

projétil, o qual entregou ao Delegado de Polícia (mídia de fls. 329). E a

testemunha Adilson de Oliveira, que esteve no local logo após os fatos,

confirmou a existência de sinais de tiros, precisamente no lugar onde foi

encontrado o projétil.

Nesse passo, mesmo que não se tenha

comprovado que o projétil encontrado no local apontado pela vítima era

proveniente da arma apreendida em poder de Francisco Pereira de Alencar

cuja conduta é objeto de apuração em procedimento distinto (fls.

208/209) o encontro desse artefato comprova a utilização de arma,

confirmando a versão trazida pela vítima.

Diante desse quadro, tem-se como caracterizado o

crime de sequestro, já que a análise da prova indica que os réus, depois de

constrangerem a vítima a devolver o aparelho de celular, a privaram da

liberdade.

Com efeito, como bem ponderou o Magistrado na

r. sentença combatida, depois de entregar o carregador aos agentes e entrar

no carro de André, a vítima teve sua liberdade privada e foi levada para o

canavial, onde foi despida e constrangida pelos disparos de arma de fogo

perpetrados pelos réus (fls. 512).

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOApelação nº 0002032-90.2009.8.26.0283 - Rio Claro

Apelante/A.M.P: Willian Viana dos Santos Aptes/Apdos: André Luís Bertole e Luiz Carlos Perin Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo

Voto nº 4773

Essa privação, conforme se depreende da prova,

repita-se, ocorreu depois que a vítima já havia sido constrangida a entregar

o aparelho de celular, de sorte que não foi o meio utilizado para a prática

de outro crime.

Na verdade, o próprio ofendido, quando ouvido

em juízo, declarou que inicialmente entrou voluntariamente no carro de

André pretendendo retornar ao local de onde havia sido retirado e buscar

sua bicicleta, deixada por Chiba (Luiz Carlos), no Bar do Zé Leonel (fato

que foi confirmado pela testemunha José Carlos Leonel a fls. 11 e mídia de

fls. 329).

Entretanto, após essa entrada voluntária, ao invés

de ser levado de volta, a vítima foi encaminhada até o canavial e submetida

a agressões e humilhações, de sorte que o sequestro não integrou o crime

de constrangimento ilegal, ao contrário, foi conduta autônoma que ocorreu

depois que já estava exaurida a intenção inicial que era de obrigar o

ofendido a devolver o aparelho.

Assim, considerando que a intenção dos agentes

ao conduzir o ofendido ao canavial era efetivamente privá-lo da liberdade e

submetê-lo a humilhações e constrangimentos, restou bem comprovado o

sequestro, ainda que o local fosse aberto e que tenha conseguido fugir e

esconder-se na vegetação local.

Em relação ao crime do art. 15, da Lei nº

10.826/03, no entanto, não há dúvida de que os agentes efetuaram os

disparos mencionados pela vítima Willian.

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOApelação nº 0002032-90.2009.8.26.0283 - Rio Claro

Apelante/A.M.P: Willian Viana dos Santos Aptes/Apdos: André Luís Bertole e Luiz Carlos Perin Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo

Voto nº 4773

Em que pese o laudo de confronto balístico (fls.

136/138) tenha apresentado resultado inconclusivo, tendo em vista as

condições do projétil encontrado, o fato é que a testemunha Rodrigo

Tendolini Balerini encontrou o referido projétil no local apontado pela

vítima e, conforme atestaram os policiais Willian Aparecido da Silva e

Marco Henrique Ferreira Lima (este último ouvido apenas na polícia), no

local havia alguns orifícios que bem poderiam ser decorrentes de disparos

de arma (mídia de fls. 329, fls. 148/149, 150 e 421).

De qualquer forma, quanto a este delito a prova se

fez insuficiente para sustentar a condenação dos acusados.

Na verdade, ainda que se reconheça a

desnecessidade do perigo concreto para a configuração do crime de disparo

de arma, o tipo exige que o disparo se aconteça em “lugar habitado ou em

sua adjacências, em via pública ou em direção a ela” e excepciona que

“essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime” (art.

15, da Lei nº 10.826/03).

No caso dos autos, não veio para os autos

qualquer comprovação de que os tiros foram disparados nas adjacências de

local habitado. Afinal, não foi juntado croquis e nem ouvida qualquer

testemunha para atestar a existência de habitação nas proximidades do

lugar, que era uma fazenda conhecida nas redondezas, mas, pelo que

disseram as testemunhas ouvidas, distante, no mínimo, cinco quilômetros

da cidade.

Além disso, repita-se o objetivo dos agentes era

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Apelante/A.M.P: Willian Viana dos Santos Aptes/Apdos: André Luís Bertole e Luiz Carlos Perin Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo

Voto nº 4773

subjugar a vítima, conforme já restou esclarecido, tanto que a humilharam

ao tirar as suas vestes e passaram a atirar para cima e próximo dos seus pés,

com o intuito de amedrontá-la, permitindo que fugisse para a cidade nesta

situação.

Portanto, se não há indicação a propósito da

existência de lugar habitado, a absolvição dos réus é medida que se impõe,

seja por falta de prova da materialidade deste delito, seja por ausência do

dolo, elemento essencial do tipo em questão.

Em suma, o único crime que restou configurado

foi o de sequestro, bem reconhecido pela r. sentença, restando, portanto,

analisar as penas fixadas.

Neste mister, bem sopesados os elementos

norteadores do art. 59 do Código Penal, cumpre reconhecer que as

circunstâncias judiciais ultrapassaram o normal para o crime praticado,

mas nada justificava a exasperação da pena base no dobro da mínima

prevista. Assim sendo, para o sequestro, a pena de André, fica aumentada

de 1/6, ou seja em 1 ano e 2 meses de reclusão, enquanto a de Luiz Carlos,

que é portador de maus antecedentes (certidão de fls. 184, copiada a fls.

240 e 244) é elevada de 1/4, estabelecida para 1 ano e 3 meses de reclusão.

Em seguida, na ausência de outras circunstâncias

modificadoras, essas penas se tornam definitivas.

Tratando-se de réus primários, mas como as

circunstâncias judiciais são desfavoráveis fica mantido o regime

semiaberto estabelecido na sentença (art. 33, § 3º, do Código Penal).

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Apelante/A.M.P: Willian Viana dos Santos Aptes/Apdos: André Luís Bertole e Luiz Carlos Perin Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo

Voto nº 4773

Impossível a substituição da pena privativa de

liberdade por restritiva de direitos nos termos da fundamentação aplicada

na sentença, já que a vítima foi submetida a grave ameaça, razão pela qual

estão ausentes os requisitos do art. 44, do Código Penal.

Diante do exposto, de ofício, declara-se extinta a

punibilidade dos acusados em relação aos crimes do art. 129, caput,

art. 146, § 1º e art. 345, todos do Código Penal pela ocorrência da

prescrição da pretensão punitiva, prejudicado o exame do mérito do

recurso do Assistente do Ministério Público, com fundamento no art.

109, incisos V e VI (com a redação da época dos fatos), art. 117, inciso

I, amos do Código Penal.

Por outro lado, DÁ-SE PROVIMENTO

PARCIAL AOS RECURSOS dos réus André Luis Bertole e Luiz

Carlos Perin para ABSOLVÊ-LOS da prática do crime do art. 15, da

Lei nº 10.826/03, com fundamento no art. 386, incisos III, do Código de

Processo Penal e reduzir a pena do sequestro para 1 ano e 2 meses de

reclusão em regime semiaberto para o primeiro e 1 ano e 3 meses de

reclusão em regime semiaberto para o segundo.

Oportunamente, com o trânsito em julgado,

expeçam-se mandado de prisão.

Custas na forma da Lei.

ALEXANDRE Carvalho e Silva de ALMEIDA

RELATOR

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