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Administração de Departamento Pessoal

Administração de Departamento Pessoal - Blackboard Learn · PDF fileOrientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade

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Administração de Departamento Pessoal

Material Teórico

Responsável pelo Conteúdo:Prof. Ms. Marcelo Bernardino Araújo

Revisão Textual:Profa. Ms. Sandra Regina F. Moreira

Folha de Pagamento – Descontos

• Folha de Pagamento – Descontos

· Apresentar os principais descontos que podem ser aplicados aos empregados, tais como atrasos, faltas, contribuições ao sindicato, entre outros.

OBJETIVO DE APRENDIZADO

Folha de Pagamento – Descontos

Orientações de estudoPara que o conteúdo desta Disciplina seja bem

aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação academica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas:

Assim:Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, voce poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos cientificos, livros, videos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, voce também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Apos o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em foruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto voce absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.

Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte

Mantenha o foco! Evite se distrair com

as redes sociais.

Mantenha o foco! Evite se distrair com

as redes sociais.

Determine um horário fixo

para estudar.

Aproveite as indicações

de Material Complementar.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma

Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado.

Aproveite as

Conserve seu material e local de estudos sempre organizados.

Procure manter contato com seus colegas e tutores

para trocar ideias! Isso amplia a

aprendizagem.

Seja original! Nunca plagie

trabalhos.

UNIDADE Folha de Pagamento – Descontos

Folha de Pagamento – DescontosNas duas unidades anteriores conhecemos as formas de salário pagas a cada tipo

de contrato de trabalho, os encargos sociais e impostos relacionados a este, além dos principais proventos e adicionais que também podem fazer parte da remuneração.

Nesta última unidade, relacionada a folha de pagamento, entenderemos melhor os descontos que podem ser aplicados aos empregados, com sua legislação pertinente e modelos práticos de cálculo.

Vale-Transporte

Regido pela Lei n° 7.418/1985 e regulamentado pelo Decreto n° 95.247/1987, o vale-transporte é um beneficio concedido aos empregados de forma antecipada, para cobertura das despesas relacionadas com o deslocamento de sua residencia ao trabalho e do trabalho para sua residencia.

Quando houver a admissão, o funcionário receberá um documento de opção do vale-transporte, e neste comunicará sua vontade em receber o beneficio, assim como descreverá qual será a condução que utilizará, juntamente com o preço das passagens atualizadas e seu endereço.

Não existe na legislação uma quilometragem minima para o fornecimento deste direito, portanto, a partir do momento que o funcionário solicitá-lo, a empresa será obrigada ao pagamento e o empregado apenas custeará o equivalente a 6% do salário recebido no mes.

Observe que, caso o trabalhador tenha a sua remuneração composta por um salário fixo (por mes ou por hora) e por outra parte variável (gratificações e comissões, por exemplo), os 6% serão calculados apenas sobre o salário fixo.

Sempre deverá ser observado se há cláusula em Convenção Coletiva de Traba-lho mais vantajosa, pois será adotado o desconto que for mais benéfico ao trabalha-dor. Por exemplo, pode ser definido em uma negociação coletiva que o percentual será menor.

E importante lembrar que o trabalhador somente poderá utilizar transportes públicos coletivos (ônibus, metrô, trem, balsa, vans) para o deslocamento a empresa, sendo que estes poderão ser municipais, intermunicipais ou até mesmo interestaduais, quando necessário.

Não caberá o pagamento do vale-transporte ao empregado que se utilizar de carro proprio para o seu deslocamento.

A empresa também não é obrigada a pagar este beneficio quando o funcionário optar pela utilização de veiculos de transporte fretado.

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Abaixo, alguns exemplos do desconto de vale-transporte:

1. Empregado mensalista, admitido em 17/04/2017, com salá rio de R$ 2.000,00:

· Salá rio do mê s de abril/2017 => R$ 2.000,00 / 30 * 14 dias => R$ 933,33

· Desconto de vale-transporte = R$ 933,33 x 6% = R$ 56,00

· Salá rio do mê s de maio/2017 = R$ 2.000,00

· Desconto de vale-transporte = R$ 2.000,00 x 6% = R$ 120,00

A empresa sempre deverá se atentar ao valor descontado do empregado, pois este nunca poderá ser superior a quele fornecido para o custeio das despesas com o vale-transporte. Sendo superior, somente poderá ser descontado o valor efetivamente pago pelo benefi cio. Segue exemplo:

2. Empregado mensalista, com salá rio de R$ 1.700,00

· Desconto de vale-transporte: R$ 1.700,00 x 6% = R$ 102,00

· Vale-transporte utilizado neste mê s: 40 passagens x R$ 3,80 = R$ 152,00

Na folha de pagamento, a empresa deverá descontar somente R$ 102,00 e a diferença é de responsabilidade da empresa, ou seja, a empresa arcará com R$ 50,00.

Outro ponto importante que deverá ser observado pelas empresas é o nã o fornecimento de vale-transporte em dinheiro, pois conforme diz o Decreto n° 95.247 de 17/11/1987, em seu art. 5°:

Art. 5° - E vedado ao empregador substituir o Vale-Transporte por antecipaç ã o em dinheiro ou qualquer outra forma de pagamento, ressalvado o disposto no pará grafo ú nico deste artigo.

Pará grafo ú nico. No caso de falta ou insuficie ncia de estoque de Vale-Transporte, necessá rio ao atendimento da demanda e ao funcionamento do sistema, o beneficiá rio será ressarcido pelo empregador, na folha de pagamento imediata, da parcela correspondente, quando tiver efetuado, por conta pro pria, a despesa para seu deslocamento.

Portanto, o vale-transporte nã o poderá ser fornecido em dinheiro, a nã o ser por falta de estoque. Isto para evitar que seja caracterizado como salá rio, ou ainda que incorpore a remuneraç ã o do trabalhador para fins de incide ncia de encargos trabalhistas, como INSS ou FGTS.

Adiantamento Salarial

Como vimos na unidade anterior, as empresas que, por deliberaç ã o ou ainda, por forç a de Convenç ã o Coletiva de Trabalho (CCT), fornecerem aos empregados o adiantamento salarial quinzenal, quando houver fechamento da folha de pagamento, deverã o efetuar o seu referido desconto.

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UNIDADE Folha de Pagamento – Descontos

Conforme a CLT, em seu art. 462: “Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.”

Sendo assim, não haverá nenhum impedimento a empresa para efetuar o desconto diretamente na folha de pagamento, quando do pagamento de vales aos trabalhadores.

Observe, entretanto, que por ocasião do adiantamento deverá ser calculado e descontado o imposto de renda retido na fonte (IRRF) proporcionalmente ao valor que seria descontado, mas não será descontado nem a contribuição previdenciária (INSS), nem o vale-transporte.

Downsizing: Trata-se de uma reestruturação em empresas com um organograma muito verticalizado. Ocorre então um “enxugamento” ou redução dos níveis hierárquicos com o objetivo é aproximar os empregados e assim, facilitar a comunicação e o processo de tomada de decisões com processos menos burocráticos.

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Empréstimo Consignado

Muito empregados, em determinadas situações, solicitam a empresa onde trabalham valores elevados de adiantamento ou empréstimo que, muitas vezes, superam seu salário mensal. Nessas hipoteses, como uma maneira de se prevenir, o empregador poderá verificar a possibilidade de celebrar um empréstimo consignado, que será descontado diretamente na folha de pagamento.

Esse desconto de empréstimo é permitido pela Lei n° 10.820/2003, atualizada pela Lei n° 13.172/2015, que diz em seu artigo 1°:

Art. 1° Os empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943,poderão autorizar, de forma irrevogável e irretratável, o desconto em folhade pagamento ou na sua remuneração disponivel dos valores referentesao pagamento de empréstimos, financiamentos, cartões de créditoe operações de arrendamento mercantil concedidos por instituiçõesfinanceiras e sociedades de arrendamento mercantil, quando previsto nosrespectivos contratos.

Para tanto, deverá ser celebrado um contrato de empréstimo entre a empresa, o funcionário que solicitou o empréstimo e uma instituição financeira, que pode serum Banco ou outro orgão equivalente (financeiras), onde será estipulado o valora ser emprestado, a quantidade de parcelas, o valor de desconto mensal, entreoutros detalhes.

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A empresa terá de atentar-se aos valores estipulados para desconto, pois estes nã o poderã o ultrapassar 35% (trinta e cinco por certo) do salá rio do trabalhador, sendo 5% (cinco por cento) destinados exclusivamente para:

a) amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou

b) a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito.

Por exemplo, um funcionário com um salário de R$ 1.000,00 pode ter uma prestação mensal de empréstimo consignado no valor de R$ 300,00 (30%) e ainda um limite com parcelas de cartão de crédito consignado no valor de R$ 50,00 (5%), que pode ser utilizado tanto em compras, como em saque.

A mesma lei ainda limita o percentual total de consignaç õ es voluntá rias (incluindo outras consignações) a 40% (quarenta por cento) do salário do trabalhador, conforme § 2°, inciso I e II, do art. 2° da legislaç ã o citada acima.

També m será considerado o percentual de 30% (trinta por cento) para os casos de rescisã o de contrato, se assim estiver previsto no contrato de empré stimo.

Tomadas todas as provide ncias, será descontado mensalmente o valor da parcela em folha de pagamento e, posteriormente, este mesmo valor descontado será repassado a instituiç ã o financeira contratada pelo empregador.

Quando solicitado, caberá a empresa prestar informaç õ es sobre os descontos realizados a s entidades sindicais, para fins de verificaç ã o dos limites estabelecidos para o custo do trabalhador, conforme estabelecido no Decreto n° 4.840/2003.

Desde 2017 é permitido usar o FGTS como forma de garantia para empréstimos consignados. Para obter um empréstimo consignado que usa o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), pode-se usar até 10% do saldo da sua conta do FGTS como garantia do empréstimo ou até 100% do valor da multa rescisoria no caso de dispensa sem justa causa.

Vale-Alimentação e Vale-Refeição

O vale-alimentaç ã o e o vale-refeiç ã o constituem benefi cios que geralmente são oferecidos aos trabalhadores. Considerados uma deliberaç ã o do empregador, uma vez que nã o existe legislaç ã o especi fica que obrigue o seu pagamento, exceto os casos em que haja previsão em convenç ã o coletiva de trabalho.

Apesar de serem confundidos, cada benefi cio possui finalida des distintas.

O vale-alimentaç ã o é utilizado apenas para compra de produtos de ge nero alimenti cio em mercados de qualquer porte, por exemplo. Sendo assim, está ligado a alimentaç ã o do trabalhador em sua reside ncia, e nã o no local de trabalho.

Já o vale-refeiç ã o é utilizado apenas para o pagamento de refeiç õ es em lanchonetes ou restaurantes, por exemplo, normalmente nos horá rios de intervalo como almoç o/jantar do empregado.

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UNIDADE Folha de Pagamento – Descontos

Ambos deverão ser pagos através de tiquetes ou cartão magnético. O pagamento em dinheiro, automaticamente, incorporará a remuneração e será somado para a base de cálculo de férias, 13° salário e verbas rescisorias, além das incidencias de encargos trabalhistas com Previdencia Social (INSS), Fundo de Garantia (FGTS) e Imposto de Renda (IRRF). Não haverá a incidencia desses encargos caso a empresa seja inscrita no Programa de Alimentação do Trabalhador.

Poderá ainda a empresa determinar uma participação do funcionário no custeio deste beneficio, limitado a 20% do total gasto com refeição fornecida como salário-utilidade (CLT, art. 458, § 3°).

Muitas são as dúvidas das empresas quando do fornecimento deste beneficio, pois há muitas controvérsias quanto a este ser integrado ao salário, ou ainda se tal pagamento possui apenas caráter indenizatorio.

Para se resguardarem, algumas atitudes deverão ser tomadas observando a legislação pertinente.

A principio, a empresa deverá se inscrever em um programa do Ministério do Trabalho, conhecido como PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador). Este possui como principal finalidade incentivar as organizações a fornecerem uma refeição de qualidade a seus empregados, e, em compensação, receberão incentivos fiscais relacionados ao Imposto de Renda. Foi desenvolvido para atender prioritariamente aos trabalhadores de baixa renda (que ganham até cinco salários minimos por mes).

Apesar de a inscrição no PAT não ser obrigatoria, é importante que o empre-gador faça seu cadastro e esteja atuando de acordo com as regras estabelecidas, pois com isto, o vale-refeição ou alimentação passam a ter caráter indenizatorio, garantido por lei.

Programa de Alimentação do Trabalhador: http://trabalho.gov.br/pat

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As empresas inscritas no PAT e optantes do Lucro Real para pagamento do Im-posto de Renda das empresas, poderão deduzir até 4% do imposto de renda da PJ devido em cada periodo de apuração a aliquota de 15% (quinze por cento), ou seja, sem a inclusão do adicional de IR. O eventual excesso pode ser transferido para dedução nos 2 (dois) anos-calendário subsequentes, sempre respeitado esse limite.

Para as empresas cuja opção seja o Lucro Presumido para pagamento do Imposto de Renda das empresas, também é garantida a isenção de encargos trabalhistas (Férias, INSS e FGTS) sobre os valores concedidos.

Portanto, há uma série de beneficios ou incentivos fiscais.

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Existem alguns entendimentos de que quando há o desconto de refeiç ã o, mesmo que simbo lico em folha de pagamento, será comprovada a onerosidade do trabalhador. Sendo assim, é interessante que a empresa efetue um desconto, mesmo que pequeno, para ter mais garantias.

Faltas e Atrasos

Faltas e atrasos sã o os peri odos de tempo que o trabalhador nã o cumpriu na da jornada de trabalho.

Ao empregador é vedado efetuar descontos devido ao nã o comparecimento do empregado ao trabalho nos seguintes casos previstos no art. 473 da CLT:

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuizo do salário:

I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdencia social, viva sob sua dependencia econômica;

II - até 3 (tres) dias consecutivos, em virtude de casamento;

III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana;

IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada;

V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva.

VI - no periodo de tempo em que tiver de cumprir as exigencias do Serviço Militar referidas na letra “c” do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar).

VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior.

VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juizo.

IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro.

X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o periodo de gravidez de sua esposa ou companheira;

XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica.

Existem ainda outras faltas que nã o poderã o ser descontadas do empregado, conforme preve o art. 131 da CLT, como segue:

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UNIDADE Folha de Pagamento – Descontos

Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a ausencia do empregado:

I - nos casos referidos no art. 473;

Il - durante o licenciamento compulsorio da empregada por motivo de maternidade ou aborto, observados os requisitos para percepção do salário-maternidade custeado pela Previdencia Social;

III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, excetuada a hipotese do inciso IV do art. 133;

IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o desconto do correspondente salário;

V - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e

VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipotese do inciso III do art. 133.

Para o aceite de justificavas de ausencia por doença, a empresa poderá ainda seguir uma ordem dos atestados médicos, sendo (conforme Decreto n° 27.048/1949):

• 1) Medico a servico da empresa;

• 2) Medico da Previdencia Social;

• 3) Medico do SESI ou do SESC;

• 4) Medico de reparticao Federal, Estadual ou Municipal;

• 5) Medico do Sindicato;

• 6) Medico de escolha do empregado.

Existe também a tolerancia de minutos, para computação dos atrasos realizados. Esta, pela legislação, é de até DEZ minutos diários. Porém, para evitar que o empregado se habitue a chegar atrasado, é interessante que a empresa realize um regulamento interno, estimulando um limite semanal, quinzenal ou mensal de atrasos, a fim de evitar abusos. Quando ultrapassado o total de minutos, o trabalhador sofrerá o desconto total dos atrasos, a menos que esses sejam justificados, conforme os artigos citados acima.

Apos observadas todas as exceções, e não se enquadrando em nenhum dos casos, poderá o empregador realizar os descontos necessários.

Seguem alguns exemplos práticos de cálculo desses descontos:

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Atrasos:

Exemplo 1

• Empregado mensalista, com salá rio de R$ 1.200,00.

• Quantidade de atrasos = 1 hora e 25 minutos.

Assim como no cá lculo de horas extras, inicialmente deverá ser calculada a conversã o de minutos relo gio, para minutos centesimais, utilizando a seguinte fo rmula: “Total de minutos x 1,666666...”, portanto:

• 25 minutos x 1,66666666 = 42 minutos

Encontrando-se o tempo a ser descontado (1,42 horas), faremos o seguinte cá lculo:

• R$ 1.200,00 / 220 horas mensais => R$ 5,45454... x 1,42 horas = R$ 7,75

Assim, poderá ser descontado R$ 7,75 do salá rio do empregado.

Exemplo 2

• Empregado horista, com salá rio de R$ 8,99

• Quantidade de atrasos = 4 horas e 50 minutos.

Aplica-se primeiro a conversã o de minutos, onde:

• 50 minutos x 1,66666666 = 83 minutos

Apo s encontrada a quantidade de atrasos (4,83 horas), segue-se o cá lculo:

• R$ 8,99 x 4,83 horas = R$ 43,42

Assim, poderá ser descontado R$ 43,42 do salá rio do empregado.

Faltas:

Exemplo 1

• Empregado mensalista, com salá rio de R$ 2.000,00

• Quantidade de faltas = 2 dias

Para calcular as faltas, primeiro será necessá rio descobrir qual o salá rio diá rio do empregado. Depois disso, multiplica-se pelas faltas realizadas, sendo:

• R$ 2.000,00 / 30 = R$ 66,66666 x 2 dias = R$ 133,33

Assim, poderá ser descontado neste caso R$ 133,33 do empregado.

Exemplo 2

• Empregado horista, com salá rio de R$ 5,75

• Quantidade de faltas = 5 dias

Neste caso, teremos de saber quantas horas o empregado trabalha diariamente.

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UNIDADE Folha de Pagamento – Descontos

Supondo que para cumprir a carga horária de 44 horas semanais, o mesmo realize 7 horas e 20 minutos diários, de segunda a sábado:

• conversão de horas: 20 minutos x 1,666666 = 33 minutos - 7,33 horas x 5 dias = 36,6666 horas

• R$ 5,75 x 36,6666 = R$ 210,83

Assim, poderá ser descontado neste caso R$ 210,83 do empregado.

Coach Carter – Treino Para a Vida (Coach Carter – EUA/2005). O filme aborda aspectos da liderança que transmite à equipe o significado de uma visão maior.Ex

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Descanso Semanal Remunerado

Assim como nas horas extras, comissões, ou ainda no salário de empregados horistas, o DSR também poderá ser aplicado no caso de faltas dos empregados, uma vez que o art. 6° da Lei n° 605/1949, disciplinado no Decreto n° 27.048/1949, que trata exclusivamente do DSR, diz: “Não será devida a remuneração quando, sem motivo ou justificativa, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.”

Os motivos justificados de ausencia são estabelecidos nessa lei da seguinte forma:

• os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho; (Estudamos na seção de faltas e atrasos)

• a ausencia do empregado devidamente justificada, a critério da administração do estabelecimento;

• a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniencia do empregador, não tenha havido trabalho;

• a ausencia do empregado, até tres dias consecutivos, em virtude do seu casamento;

• a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do trabalho;

• a doença do empregado, devidamente comprovada.

Sendo assim, as empresas poderão descontar os domingos e feriados, quando o empregado, sem qualquer tipo de justificava, faltar ao trabalho, deixando de cumprir sua jornada de trabalho.

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Abaixo exemplo de como efetuar este cá lculo:

Abril/2017Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb

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Feriados: Sexta-feira Santa 14 / Tiradentes 21

Supondo que um empregado mensalista tenha faltado sem qualquer tipo de justifi cativa nos dias 04/04, 11/04 e 20/04, de 2017 a empresa, quando for realizar o fechamento da folha de pagamento, poderá descontar o DSR da seguinte forma:

• Falta no dia 04/04/17 = nã o há nenhum feriado nesta semana, entã o a empresa somente poderá descontar o domingo, dia 09/04/17 (totalizando 1 dia de desconto nesta semana);

• Falta no dia 11/04 = a empresa poderá descontar o feriado (sexta-feira Santa) do dia 14/04/17, alé m do domingo, dia 16/04/17 (totalizando 2 dias de desconto nesta semana);

• Falta no dia 20/04 = há feriado (Tiradentes) no dia 21/04/17, entã o a empresa poderá descontar este dia, além do domingo, dia 23/04 (totalizando 2 dias de desconto nesta semana).

Considerando as observaç õ es acima, o empregador poderá descontar 1 dia de Descanso Semanal Remunerado pela falta do dia 04/04/17; 2 dias, pela falta de 11/04/17; e mais 2 dias, pela falta de 20/04/17, ou seja, um total de 5 dias. O cá lculo será o seguinte:

• Empregado mensalista, com salá rio de R$ 1.500,00

• Total de faltas = 3 dias

• Total de DSR = 5 dias

Salário por mes convertido em salário por dia R$ 1.500,00 / 30 = R$ 50,00

Desconto das faltas R$ 50,00 x 3 dias de falta = R$ 150,00

Desconto do DSR R$ 50,00 x 5 DSR = R$ 250,00

Neste exemplo, a empresa poderá descontar R$ 150,00 de faltas e mais R$ 250,00 de DSR, totalizando R$ 400,00.

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UNIDADE Folha de Pagamento – Descontos

Contribuição Sindical

A contribuição sindical está prevista na Constituição Federal de 1988, em seu art. 149, que diz:

Art. 149 – Compete exclusivamente a União instituir contribuições sociais, de intervenção no dominio econômico e a interesse das categorias profissionais ou econômica, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observando disposto nos arts. 146, III e 150, II e III, e sem prejuizo do previsto no art. 195, § 6o, relativamente as contribuições a que alude o dispositivo.

O art. 545 da CLT, também trata deste assunto, obrigando os empregadores a efetuarem o desconto em folha de pagamento da referida contribuição, conforme segue:

Art. 545 - Os empregadores ficam obrigados a descontar na folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao Sindicato, quando por este notificados, salvo quanto a contribuição sindical, cujo desconto independe dessas formalidades.

Desta forma, as empresas deverão efetuar o desconto da contribuição sindical de todos os empregados, independentemente destes estarem associados, ou não, ao sindicato profissional, em folha de pagamento.

O desconto ocorre no mes de março, a menos que o funcionário seja admitido apos este mes, quando a contribuição será efetuada na mesma competencia da contratação (CLT art. 582).

Apos descontada, a empresa se encarregará de repassar o valor a Entidade Sindical, através de boleto especifico, que poderá ser emitido no site da Caixa Econômica Federal, ou ainda, por guia encaminhada pelo proprio sindicato.

Seu vencimento normalmente será no último dia útil do mes seguinte ao do desconto e o valor a ser recolhido equivalente a um dia de trabalho do empregado.

Exemplo:

• Mensalista

Salário R$ 2.000,00 / 30 (mes trabalhista)

Contribuição sindical = R$ 66,67

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• Horista

Salário R$ 10,00 por hora

Jornada mensal 220 horas

Jornada diária 220 / 30 = 7,3333

Contribuição sindical 10 x 7,3333 = R$ 73,33

Site do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), nome dado em outubro de 2015 após a fusão do Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério da Previdência. Ao MTPS compete defi nir: políticas e diretrizes para a geração de emprego e renda e de apoio ao trabalhador; políticas e diretrizes para a modernização das relações do trabalho; fi scalização do trabalho, bem como aplicação das sanções previstas em normas legais ou coletivas; políticas salariais; formação e desenvolvimento profi ssional; segurança e saúde no trabalho; política de imigração; cooperativismo e associativismo urbanos; aposentadorias; auxílios-doença; e demais benefícios previdenciários. http://trabalho.gov.br/

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Contribuição Confederativa

A contribuiç ã o confederativa está prevista no art. 8°, inciso IV, da Constituiç ã o Federal de 1988, e sua finalidade é o custeio do sistema confederativo, apenas aos funcionários sindicalizados.

Normalmente, é fixada em assembleia geral e pode variar de valor e vencimento, conforme estabelecido pela entidade. Alguns sindicatos solicitam o desconto mensal dos empregados, ou apenas uma vez ao ano, e seu valor pode variar sendo este um percentual sobre o salá rio base, ou ainda importa ncias pré -fixadas.

Por uma decisão do Supremo Tribunal Federal, essa contribuição so é devida se o empregado for filiado ao sindicato. Caso o empregado não o seja, ele deverá manifestar expressamente o seu interesse em contribuir para o custeio do sistema confederativo da representação sindical.

Contribuição Assistencial

Geralmente é cobrada uma vez por ano, quando é definido o percentual de reajuste da categoria, na data-base. O valor é determinado em assembleia pelo sindicato. Pode ser um valor fixo ou um porcentual do salário do trabalhador.

Esta contribuiç ã o está prevista no art. 513, ali nea “e”, da CLT. Seu objetivo principal é custear gastos gerais da Entidade Sindical. Pode ser estabelecida em Convenç ã o Coletiva de Trabalho, Dissi dio Coletivo ou ainda Acordos Coletivos, que, da mesma forma que a contribuiç ã o confederativa, podem possuir valores diferenciados, conforme opçã o de cada sindicato. E obrigatoria para os trabalhadores sindicalizados, e facultativa para os não sindicalizados.

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UNIDADE Folha de Pagamento – Descontos

Assim, aqueles empregados que não quiserem ter esse valor descontado devem enviar uma carta para o sindicato e para o departamento de pessoal ou de Recursos Humanos da empresa, manifestando que não querem ter esse valor descontado.

Importante!

Se houver duas ou mais normas jurídicas sobre um mesmo assunto, prevalece a que mais favorece ao empregado independentemente da hierarquia entre as normas. No Direito isso é conhecido como princípio da norma mais favorável. Temos por exemplo, normas jurídicas e trabalhistas como: a Constituição Federal, as leis, os decretos, as portarias, as resoluções. Assim como também o são: o acordo coletivo de trabalho, a convenção coletiva de trabalho, a sentença normativa e o regulamento da empresa. Portanto, mesmo que a Constituição Federal tenha status superior na hierarquia das normas, prevalecerá a norma mais favorável aos trabalhadores. Por exemplo, percentual mínimo de adicional noturno previsto em lei para o trabalhador urbano é de 20%, mas se para uma determinada categoria a convenção coletiva de trabalho determinar um adicional noturno de 30%, é esse percentual que deve ser respeitado.

Você Sabia?

Contribuição Associativa

A contribuição associativa, também conhecida como mensalidade associativa, é uma contribuição mensal, descontada do empregado que se filiar ao sindicato pro-fissional da categoria, com a finalidade de usufruir dos beneficios diversos que este pode oferecer, como: dentista, assistencia juridica e colônia de férias, por exemplo.

Assim, ela é facultativa, ou seja, o funcionário tem a liberdade de se sindicalizar, ou não. Porém, caso o trabalhador se sindicalize ela será obrigatoria e passa a ser cobrada a partir da filiação do trabalhador ao sindicato. Seus valores ou percentuais podem ser estabelecidos em Convenção Coletiva de Trabalho, Acordos e Dissidios Coletivos.

E para finalizarmos essa unidade, deixo aqui uma citação de Confúncio que disse: “Há tres métodos para ganhar sabedoria: primeiro, por reflexão, que é o mais nobre; segundo, por imitação, que é o mais fácil; e terceiro, por experiencia, que é o mais amargo”.

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Material ComplementarIndicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

LeituraContribuições Sindicais: As Modificações Necessárias no Sistema Brasileiro para a Efetiva Liberdade SindicalADORNO JÚNIOR, Hélcio Luiz; COSTA, Aline; RAVAGNANI, Paulo César. Contribuições sindicais: as modificações necessárias no sistema brasileiro para a efetiva liberdade sindical. Universitas, n.9, p. 43-62, 2013.https://goo.gl/UMx31Z

Contribuições Sindicais e a Liberdade Sindical do Trabalhador CeletistaPATRUNI FILHO, Rubens. Contribuições Sindicais e a Liberdade Sindical do Trabalhador Celetista. Revista de Movimentos Sociais e Conflitos, v. 1, n.2, p. 171-192, 2016.https://goo.gl/L3AN1W

Práticas de Benefícios Sociais nas Organizações: Desafios na Gestão de PessoasSTEFANO, Silvio Roberto; CAMPOS, Elaine Aparecida Regiani de; CHRIST, Eduardo. Práticas de beneficios sociais nas organizações: desafios na gestão de pessoas. Revista Cesumar - Ciencias Humanas e Sociais Aplicadas, v. 19, n. 1, p. 65-88, 2014.https://goo.gl/XLiASu

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UNIDADE Folha de Pagamento – Descontos

ReferênciasBRASIL. Decreto-Lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943. Aprova a Consol-idação das Leis do Trabalho. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452htm>.

________. Lei n° 605, de 5 de janeiro de 1949. Repouso semanal remunerado e o pagamento de salário nos dias feriados civis e religiosos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L0605.htm>.

________. Decreto n° 27.048 de 12 de agosto de 1949. Aprova o regulamento da Lei nº 605, de 5 de janeiro de 1949, que dispõe sobre o repouso semanal remunerado e o pagamento de salário nos dias feriados civis e religiosos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/D27048.htm>.

________. Lei n° 7.418, de 16 de dezembro de 1985. Institui o Vale-Transporte e dá outras providencias. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7418.htm>.

________. Decreto n° 95.247, de 17 de novembro de 1987. Regulamenta a Lei n° 7.418, de 16 de dezembro de 1985, que institui o Vale-Transporte, com a alteração da Lei n° 7.619, de 30 de setembro de 1987. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d95247.htm>.

________. Constituicao da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>.

________. Decreto n° 5, de 14 de janeiro de 1991. Regulamenta a Lei n° 6.321, de 14 de abril de 1976, que trata do Programa de Alimentação do Trabalhador, revoga o Decreto n° 78.676, de 8 de novembro de 1976 e dá outras providencias. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0005.htm>.

________. Lei n° 10.820, de 17 de dezembro de 2003. Dispõe sobre a autorização para desconto de prestações em folha de pagamento, e dá outras providencias. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.820Compilado.htm>.

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