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AÇÕES DE MARKETING DO CRUZEIRO PARA CONSTRUÇÃO DO SEU POSICIONAMENTO NO MERCADO E APROXIMAÇÃO COM OS TORCEDORES VIA REDES SOCIAIS Gabriel Petterson Miguel de Brito 1 Vinicius Dani de Assis 2 Saulo Dornnard Carneiro 3 RESUMO Este artigo teve por objetivo analisar os impactos das estratégias de relacionamento e posicionamento de mercado da empresa Cruzeiro Esporte Clube, com seus torcedores através das redes sociais com foco no Facebook. A pesquisa realizada configura-se como qualitativa; quantitativa e descritiva, utilizando uma abordagem por conveniência através de uma amostragem não probabilística, com aplicação de uma entrevista aos gestores e questionário semiestruturado aplicado online aos torcedores do clube. A entrevista foi realizada com os gestores da empresa Cruzeiro, a fim de verificar a percepção dos mesmos quanto ao mercado e quanto às ações de marketing de relacionamento nas redes sociais para se aproximar e atrair novos torcedores clientes. Os questionários foram aplicados com torcedores do próprio clube, disponibilizado online durante uma semana na página do Facebook, a fim de identificar a eficiências dos procedimentos de aproximação e relacionamento com os mesmos. Como principais resultados, destaca-se que os torcedores percebem de forma positiva as publicações feitas na página oficial do Cruzeiro, e a maioria dos respondentes participam e sente-se ouvidos e integrados a forma que o clube traz essas mensagens os seus torcedores. PALAVRAS-CHAVE: Marketing Digital, Posicionamento Cruzeiro, Torcedores, Facebook. 1 INTRODUÇÃO A crescente competitividade mercadológica tem levado as empresas a desenvolverem estratégias para se diferenciarem e conquistarem a preferência do consumidor. Diante desse cenário, muitas empresas vêm investindo em ações no Facebook e nas redes sociais, como estratégia de se aproximarem dos clientes. Segundo dados do Sebrae (2015), as redes sociais são boas opções para que se 1 Graduando em administração de empresas do Centro Universitário UNIBH email: [email protected] 2 Graduando em administração de empresas do Centro Universitário UNIBH email: [email protected] 3 Professor orientador. Mestrado profissional em Administração pela Faculdade Integradas de Pedro Leopoldo. Email: [email protected]

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AÇÕES DE MARKETING DO CRUZEIRO PARA CONSTRUÇÃO DO SEU POSICIONAMENTO NO MERCADO E APROXIMAÇÃO COM OS TORCEDORES

VIA REDES SOCIAIS

Gabriel Petterson Miguel de Brito1

Vinicius Dani de Assis2

Saulo Dornnard Carneiro3

RESUMO Este artigo teve por objetivo analisar os impactos das estratégias de relacionamento e posicionamento de mercado da empresa Cruzeiro Esporte Clube, com seus torcedores através das redes sociais com foco no Facebook. A pesquisa realizada configura-se como qualitativa; quantitativa e descritiva, utilizando uma abordagem por conveniência através de uma amostragem não probabilística, com aplicação de uma entrevista aos gestores e questionário semiestruturado aplicado online aos torcedores do clube. A entrevista foi realizada com os gestores da empresa Cruzeiro, a fim de verificar a percepção dos mesmos quanto ao mercado e quanto às ações de marketing de relacionamento nas redes sociais para se aproximar e atrair novos torcedores clientes. Os questionários foram aplicados com torcedores do próprio clube, disponibilizado online durante uma semana na página do Facebook, a fim de identificar a eficiências dos procedimentos de aproximação e relacionamento com os mesmos. Como principais resultados, destaca-se que os torcedores percebem de forma positiva as publicações feitas na página oficial do Cruzeiro, e a maioria dos respondentes participam e sente-se ouvidos e integrados a forma que o clube traz essas mensagens os seus torcedores.

PALAVRAS-CHAVE: Marketing Digital, Posicionamento Cruzeiro, Torcedores, Facebook.

1 INTRODUÇÃO

A crescente competitividade mercadológica tem levado as empresas a

desenvolverem estratégias para se diferenciarem e conquistarem a preferência do

consumidor. Diante desse cenário, muitas empresas vêm investindo em ações no

Facebook e nas redes sociais, como estratégia de se aproximarem dos clientes.

Segundo dados do Sebrae (2015), as redes sociais são boas opções para que se

1 Graduando em administração de empresas do Centro Universitário UNIBH – email: [email protected] 2 Graduando em administração de empresas do Centro Universitário UNIBH – email: [email protected] 3 Professor orientador. Mestrado profissional em Administração pela Faculdade Integradas de Pedro Leopoldo. Email: [email protected]

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possa maximizar a presença das empresas na mente dos consumidores e são

amplamente utilizadas por todas as faixas etárias de consumidores bem como são

financeiramente vantajosas, representando uma excelente relação

custo/benefício. Um exemplo é que em 2012 o comércio eletrônico realizado através

das redes sociais originou uma receita de R$ 24,1 bilhões e uma de suas

fundamentais fontes foi a publicidade na rede.

O marketing digital, como o próprio nome diz, é o velho marketing só que trabalhado

por meio dos canais de mídias digitais. É o conjunto de ações estratégicas aplicadas

nos meios digitais (internet e tecnologias móveis), para conquistar e fidelizar

clientes, elevando a participação da empresa no mercado.

Nesse contexto, pode-se citar o marketing esportivo, que vem utilizando dessas

novas ferramentas digitais, como estratégia de divulgação e relacionamento com o

consumidor.

Segundo Hur; Ko; Claussen (2012), a percepção do fã sobre a facilidade de uso do

website esportivo assim com o entretenimento oferecido são também variáveis

determinantes na utilização do website esportivo (traduzido por nos).

Diante do exposto, levanta-se a seguinte questão: quais as ações de marketing são

utilizadas pelo Cruzeiro para se posicionar no mercado e qual o impacto do uso das

redes sociais nesse processo?

Com isso, o objetivo geral do trabalho é analisar as ações de marketing utilizadas

pelo Cruzeiro para construir seu posicionamento no mercado e se relacionar com os

torcedores via redes sociais.

Os objetivos específicos são: identificar as ações de marketing realizadas pelo

Cruzeiro no mercado; conhecer as estratégias de relacionamento com o torcedor,

feitas nas redes sociais; analisar os impactos das ações de relacionamento na

percepção dos torcedores.

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Diante da importância do tema, este estudo se justifica partir do interesse de

aprofundamento sobre o marketing digital, o qual tem sido foco das organizações

como forma de maximização de seus negócios.

Por meio da realização deste estudo, pretende-se oferecer base para a busca de

soluções e sugestões de melhorias no que concerne à problemática apresentada.

Será possível apreender a relação entre empresas e seus consumidores através das

redes sociais virtuais, bem como o potencial dessas redes, quando utilizadas de

forma apropriada para fins comerciais.

Este estudo será relevante para que se possa entender a importância do marketing

digital em um mundo altamente competitivo e globalizado, no qual as empresas

devem se manter sempre atualizadas no intuito de permanecerem e sobreviverem

neste mercado em que as inovações acontecem a cada instante.

A relevância do estudo se dá, inclusive, para a academia e para o mercado. Para a

academia é pelo fato de conter informações sobre a gestão de marketing e

relacionamento com cliente em clube de futebol, sendo uma referência para futuros

gestores. Para a academia, o trabalho fornece uma releitura das teorias, servindo

como embasamento para estudiosos e pesquisadores inteirados no tema.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 POSICIONAMENTO COMPETITIVO

Conforme Kotler (2000), um negócio pode ser definido em três dimensões: grupos

de clientes, necessidades de clientes e tecnologia. Imaginemos, por exemplo, uma

pequena empresa que defina seu negócio como sendo de projeto de sistemas de

iluminação incandescente para estúdios de televisão. Seu grupo de clientes é os

estúdios de televisão, a necessidade deles é a iluminação e a tecnologia é a

iluminação incandescente. A empresa pode querer expandir-se para outros

negócios. Pode, por exemplo, fornecer iluminação para outros grupos de clientes,

como residências, fábricas e escritórios. Pode também fornecer outros serviços

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necessários a estúdios de televisão, como aquecimento, ventilação ou

condicionamento de ar, ou então projetar outras tecnologias de iluminação para

estúdios de televisão, como iluminação infravermelha ou ultravioleta. Empresas

maiores normalmente administram negócios diferentes, cada um exigindo sua

própria estratégia.

Kotler (2000) afirma que o objetivo da identificação das unidades estratégicas de

negócios da empresa é o desenvolvimento de estratégias esperadas e a alocação

de recursos adequados. A alta administração sabe que sua carteira de negócios

costuma incluir alguns ‘antigos sucessos’ assim como as ‘promessas para o

amanhã’. Ela não pode, no entanto, basear-se apenas em impressões; precisa de

ferramentas analíticas, para classificar seus negócios de acordo com o potencial de

lucros.

Kotler (2000) informa que existem três opções. A primeira é identificar oportunidades

e conseguir crescimento adicional dentro dos negócios atuais (oportunidades de

crescimento intensivo). A segunda opção é identificar oportunidades para construir

ou adquirir negócios relacionados aos atuais (oportunidades de crescimento

integrativo). A terceira é identificar oportunidades para agregar negócios atraentes

não-relacionados aos atuais (oportunidades de crescimento por diversificação).

Porter (1998) afirma que, conforme vem sendo apresentado até o momento, ter uma

estratégia é fazer escolhas, sendo que a essência da estratégia é escolher o que

não fazer. Dessa forma, a busca de eficiência operacional por parte da empresa,

embora necessária, não é estratégia. Não buscar um posicionamento estratégico

pode permitir que os concorrentes copiem rapidamente qualquer posição de

mercado e qualquer vantagem competitiva que se baseie em eficiência operacional.

Ou seja, a busca por ganhos de produtividade e qualidade, colocadas no centro da

atividade do gestor, gera um grande número de importantes técnicas gerenciais,

mas isso pode levar as empresas a perderam posições competitivas. Isso é ainda

mais importante quando se observa que muitas indústrias têm passado por

processos de concentração, fusões, aquisições e incorporações, tendo em vista a

dinâmica dos seus mercados.

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Porter (1998) ressalta que o processo de formulação de um plano ou da

administração estratégica competitiva depende, em primeiro lugar, dos gestores

terem conhecimento sobre quais são os resultados que a empresa deseja alcançar

no futuro e como é que ela está organizada no presente. Deve-se identificar a

estratégia corrente implícita ou explícita e as suposições implícitas que a empresa

tem a respeito dela, da concorrência e do mercado. Essas suposições são

referentes à posição relativa, aos pontos fortes e fracos, à concorrência e às

tendências da indústria que dão sentido à estratégia em uso pela empresa. A

identificação da estratégia supõe que a empresa tenha as informações necessárias.

2.2 MARKETING

O termo marketing possui diversas definições válidas e até complementares. Para

Kotler (2000, p. 30), "marketing é um processo social por meio do quais pessoas e

grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e desejam por meio da criação,

oferta e troca de produtos e serviços".

Kotler; Keller (1999) relatam que as origens do marketing se iniciam no princípio da

necessidade de troca, seja ela de um produto ou de um serviço, quando há uma

satisfação de ambas as partes, de quem oferece para com quem troca.

Conforme Kotler; Keller (1999), com a Revolução Industrial, em que ocorreu

o fato gerador da abertura de foco das diversas empresas para o marketing e o que

gerou uma grande transformação no mercado que, anteriormente tinha característica

de simplesmente de vendedor, para um mercado de vendedores. A economia

daquele tempo sofria uma influência dessa transformação do marketing, que se

tornam inseparáveis da administração clássica, da economia, devido a fatores de

transporte e produtividade, motivos que impulsionavam as empresas a adotar

filosofias administrativas em que o fator principal era a lucratividade máxima.

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“Marketing é a ciência e a arte de conquistar e manter clientes e desenvolver

relacionamentos lucrativos com eles. Como uma empresa pode conquistar e manter

clientes e torná-los mais lucrativos? ” (KOTLER; KELLER, 1999, p. 155).

De acordo com Kotler; Keller (1999), o marketing está em todo o lugar e ao nosso

redor e são vistos seus resultados na imensa quantidade de produtos dispostos no

shopping center. O marketing está no anúncio que invade seu aparelho de televisão,

enriquece sua revista de chamativos, enche sua caixa de correspondência ou que

simplesmente aparecem nas suas páginas de Internet. Em domicílio, no trabalho, na

escola, nos momentos de confraternização – você está exposto ao marketing e tudo

o que ele faz e direciona. Não somente o que aparece nos olhos dos consumidores,

mas por traz disso tudo, há uma rede de atividades e pessoas que disputam a

mesma fatia de mercado em busca de sua atenção e seu dinheiro.

Os Avanços na tecnologia provocaram mudanças nos consumidores, nos mercados

e no marketing ao longo do último século, segundo Kotler (2010). O marketing

evoluiu, passando por três fases definidas como Marketing 1.0, 2.0 e 3.0. Na

primeira e segunda fase, ela era orientada pelas vendas e pelo relacionamento,

respectivamente. Já na terceira fase os consumidores participam do

desenvolvimento de produtos da empresa e de suas comunicações, passando a

serem consumidores ativos, oferecendo importantes feedbacks às empresas, onde

as práticas de marketing são muito influenciadas pelas mudanças no

comportamento e atitude do consumidor, permitindo à conectividade a interatividade

entre indivíduos e grupos que se expressam e colaboram entre si.

A era do Marketing 1.0 teve início como o desenvolvimento da tecnologia de produção durante a revolução Industrial. O marketing 2.0 surgiu em decorrência da tecnologia da informação e com o advento da Internet. Agora, a nova onda tecnológica torna-se o maior propulsor do nascimento do Marketing 3.0 (KOTLER, 2010, p.7).

Alinhado a este conceito Kotler (2000), afirma que a satisfação do cliente depende

exclusivamente do desempenho do produto percebido com relação ao valor relativo

às expectativas do comprador. Se o desempenho faz jus às expectativas, o

comprador fica satisfeito. Quando excede as expectativas, o cliente fica encantado.

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Ou seja, as instituições que oferecem, além do produto e/ou serviço proposto, uma

série de valores que agregam valor significativo ao mesmo, são empresas que

conseguem equilibrar a expectativa do cliente x desempenho do produto ou do

serviço. Elas conseguem oferecer ao cliente além do esperado inicialmente.

Churchill Jr.; Peter (2005) conceituam o marketing como sendo o processo de

planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e

distribuição de ideias, bens e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas

individuais e organizacionais. É o processo de planejar e executar a concepção,

estabelecimento de preços, promoção e distribuição de ideias, produtos e serviços a

fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais.

2.3 MARKETING ESPORTIVO

O esporte atraiu o envolvimento de organizações de diversos setores, como

empresas de marketing esportivo, instituições financeiras e outras organizações

interessadas em usar o esporte para obter retorno para suas marcas. A lógica de

mercado transformou os jogadores em mercadorias, os torcedores em clientes, e o

esporte, em si, em um ativo financeiro. Há um conflito entre os valores do esporte e

a lógica mercantilista que dominou o esporte. (CARVALHO; GONÇALVES;

ALCÂNTARA, 2005).

Dentro da área de Marketing Esportivo, o futebol pode ser inserido e considerado um

produto esportivo. Fullerton; Merz (2008) afirmam que não há um consenso sobre o

significado da expressão “Marketing Esportivo” e que esta possui um conceito

ambíguo, tanto para acadêmicos quanto para os profissionais da área (traduzido por

nos). Mullin; Hardy; Sutton (2004) dividem o Marketing Esportivo em dois eixos: o

marketing do esporte e o marketing através do esporte. O primeiro é voltado para

produtos e serviços esportivos, diretamente para os consumidores esportivos. O

segundo utiliza os esportes como meio para promover outros produtos e serviços.

Mullin; Hardy; Sutton (2004) afirmam que o produto esportivo básico possui

elementos de natureza típicos de serviços. Ele é produzido e consumido ao mesmo

tempo, sendo uma mercadoria perecível. É inconsistente e imprevisível. Além disso,

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os gestores possuem pouco ou nenhum controle sobre o produto. Este possui uma

“natureza intangível, efêmera, vivencial e subjetiva”.

O início do patrocínio de clubes no futebol brasileiro aconteceu na década de 1980.

A atividade começou com certa resistência por parte dos dirigentes e dos

torcedores. Entretanto, esse novo fluxo de receitas não poderia ser ignorado por

muito tempo, e estampar marcas nos uniformes se tornou prática comum entre os

clubes de futebol. As primeiras firmas de marketing esportivo no Brasil surgiram com

o aumento da prática do patrocínio no futebol, com o objetivo de mensurar o valor

real da exposição das marcas na mídia espontânea (BRUNORO; AFIF, 1997).

Atualmente, o patrocínio é uma fonte de receita muito importante para os clubes e

uma séria prática de marketing para as empresas. Hoje, os clubes possuem diversas

fontes de patrocínio e isso deve ser encarado como um relacionamento

interorganizacional, entre empresa patrocinadora e clube patrocinado. Há a

necessidade de o clube desenvolver uma gama de relações com seus

patrocinadores. Os tipos de relação atuais são muito diferentes daqueles dos

primórdios do patrocínio, quando os clubes eram patrocinados por empresas locais,

que, na maioria dos casos, buscavam apenas apoiar o time da respectiva localidade

(BUHLER; HEFFERNAN; HEWSON, 2007).

2.4 WEB MARKETING

Conforme Fascioni (2007), o uso do Web Marketing vem crescendo

exponencialmente, desta forma as organizações se inserem em um novo mundo de

informação, conhecimento e, principalmente, tecnologia. Esse novo artifício permite

conexões para um público cada vez maior, passando a ser um meio de

comunicação fundamental para qualquer empresa. Entretanto, pela sua

interatividade e possibilidade de diálogo em tempo real, a Internet possui desafios

que ainda são desconhecidos para algumas empresas. A publicidade se realiza por

meio das mídias, ou seja, dos veículos de comunicação. O web marketing pode ser

definido como o marketing que é voltado para o meio ou mídia digital, utilizando a

Internet como veículo.

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De acordo com Vidigal (2003), inicialmente, o marketing era caracterizado como uma

ação de massa, onde o consumidor tinha o papel de passivo, ou seja, as

organizações criavam produtos e serviços a partir do reconhecimento das

propriedades e necessidades da média dos consumidores e concretizavam ações de

marketing e vendas, de forma que o cliente não respondia espontaneamente. Cada

consumidor era apenas mais um, dentre outras centenas de pessoas. A

personalização dos produtos e serviços não existia naquela época. A tecnologia

evoluiu e então nasceu o chamado marketing segmentado, onde as empresas

buscam combinar suas táticas a grupos de consumidores, personalizando suas

ofertas conforme as necessidades desses grupos. Durante a década de 1990,

empresas buscavam promover o marketing segmentado, pelo qual cada cliente é

tratado particularmente, partindo de uma relação difícil, porém interativa, onde o

consumidor decide as particularidades do serviço ou produto para atender melhor às

suas necessidades.

Conforme Vidigal (2003), no marketing segmentado, o consumidor começa a

desempenhar um importante papel na resolução das ofertas das empresas, exigindo

dessas a customização de seus serviços através de comunicação e vendas. Com o

surgimento da tecnologia da informação e de novos meios de comunicação, em

especial a Internet, o marketing chega-se então ao chamado web marketing onde o

consumidor tem o poder de controlar o tipo de informação recebida.

Sheth; Eshghi; Krishnan (2002) ressaltam que o marketing como papel corporativo

tem como objetivo a satisfação do cliente. A Internet trouxe uma visão radical de

como a função fundamental do marketing é alcançada, tomando por base nesse

conceito, são observadas três mudanças de paradigmas básicos: na era industrial,

os profissionais de marketing davam início ao processo de troca. E contrapartida, na

era da Internet, os clientes estabelecem as informações que precisam, qual a oferta

é a mais vantajosa e qual o preço que estão dispostos a pagar por um certo serviço

e/ou produto que satisfaça suas necessidades; os clientes exigem produtos com

qualidade a preços justos, assim como serviços de alto nível que sejam eficazes.

Dessa forma, a troca entre eficácia e eficiência não tem mais tanta relevância.

Acredita-se então que o profissional de marketing na era da Internet satisfaça as

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necessidades atuais e futuras dos consumidores de maneira eficaz e eficiente; as

empresas que mantém sua visão no futuro focam na satisfação de seus

consumidores, criando assim o conceito de “Espaço de Mercado”. Nele, relata que

os clientes não estão ligados apenas ao produto, mas a todo o sistema, em que as

organizações fornecem um pacote de serviços com valor agregado, como

mecanismo para se destacar de forma sustentável sobre a concorrência.

Menezes (2003) diz que, na Internet, as formas mais comuns de abordar o público

desejado são: banner: é a forma mais utilizada na divulgação pela Internet, porém

seu custo nem sempre é acessível ao administrador do site. O excesso de

informações diretamente no banner é visto como algo prejudicial durante a

divulgação; mala direta eletrônica: propaganda enviada a um grupo de

consumidores em potencial. É também uma forma eficaz de marketing, porém, deve-

se prestar ainda mais atenção para que o e-mail não seja tratado como um spam

(mensagem eletrônica não solicitada enviada em massa); streaming media:

transmissão simultânea de mídias digitais (voz, vídeo e dados) enviados para o

computador do cliente.

Como percebe-se, a Internet torna-se uma poderosa ferramenta de marketing,

modificando radicalmente a maneira que as empresas ampliam seus mercados e

relacionamentos com seus consumidores. Segundo Vidigal (2003), as comunicações

de marketing ganharam novas características: a comunicação passa a acontecer de

muitos para muitos, onde o consumidor não se informa apenas com a empresa que

fornece, mas também concorrentes, além de outros clientes dessa empresa; a

Internet pratica grande influência na comunicação, onde a empresa não tem o

controle; interatividade: em tempo real, os clientes participam alterando a forma e o

conteúdo de um cenário real, perguntando e respondendo a outros usuários;

enquanto interage, o cliente pode se orientar sozinho, selecionando a melhor forma

para navegar e obtendo controle através da ação de comunicação; o mundo virtual,

onde é possível navegar por diversos sites, é uma alternativa ao mundo real, e não

uma simulação dele; a comunicação em tempo real se torna realidade na Internet. A

simultaneidade nas conversas é vista como identidade de tempo entre os que fazem

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parte do diálogo, em que o tempo de resposta se aproxima ao da comunicação no

mundo real.

2.5 REDES SOCIAIS

Segundo Torres (2009), desde os primórdios da civilização as pessoas perceberam

a importância e a necessidade de se manterem organizadas em grupos. E da

mesma forma, na Internet as pessoas podem se manter organizadas em redes

sociais, criando grupos que dividem a linha de consumo dessas pessoas. O

marketing procura saber cada vez mais sobre seus clientes, além de procurar

seccionar sua atuação. Assim, as empresas vêm usando as redes sociais para fazer

marketing, onde conseguem atingir seu público-alvo com eficácia.

Para Torres (2009, p. 113):

As redes sociais virtuais permitem a criação e o compartilhamento do conteúdo pelas pessoas e para as pessoas, cujo cliente é produtor e consumidor de tal informação.

Torres (2009) diz ainda que, por serem colaborativas e sociais, essas redes estão

repletas de ferramentas de relacionamento, onde as pessoas podem se conhecer,

trocar mensagens e criar comunidades cujo interesse seja comum. E, por se tratar

de uma mídia, informações podem ser transmitidas e disponibilizadas ao público.

Segundo Murta (2011), a rede social é considerada como uma estrutura social

composta por pessoas e/ou organização, a fim de conectá-lo por um ou vários tipos

de relação, que compartilham valores e objetivos comuns. A rede social se define

como uma abertura e porosidade, que possibilita relacionamentos horizontais e não

hierárquicos entre as pessoas e organizações que participam.

Segundo Perigoso (2011), as redes são consideradas outra forma de estrutura, mas

quase uma não-estrutura, no sentindo de que parte de sua força está na habilidade

de se fazer e desfazer rapidamente. A cada nova descoberta e implantação de

novas tecnologias, novos impactos são gerados, causando efeitos sociais,

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acelerando os processos de comunicação mundial, originando transformações e

revoluções de cunho político, social e econômico e que exigem certos processos de

adaptação e estudos e atinge as diversas camadas sociais e seus diversos setores.

Soares; Castells (2007), a rede é conceituada como “um conjunto de pessoas

organizadas para executarem ações sistematizadas com o objetivo de coibir a ação

de criminosos e garantir a segurança através de informações que seriam

repassadas imediatamente a PMMG”.

Soares; Castells (2007, p. 53) conceitua rede da seguinte forma:

Um conjunto de nós interconectados. Nó é o ponto no qual uma curva se entrecorta. O que um nó é, concretamente, depende do tipo de redes concretas de que falamos. Ele expõe que redes são estruturas abertas capazes de se expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de comunicação, tais como, valores ou objetivos de desempenho.

Sordi (2009) aborda sobre a qualidade da informação textual e faz uma análise

sobre as redes sociais e referências internas no contexto de gestão da qualidade da

informação. Para ele, a abordagem de análise de redes sociais (ARS) é aplicada em

diversas áreas da ciência, como na psiquiatria, por exemplo, para análise de

relacionamentos emotivo interpessoal dentro de um grupo; na computação, para

análise e classificação da relação de proximidade entre sítios (web sites) disponíveis

na Internet; na sociologia e antropologia, por exemplo, para análise de comunidades

formadas por imigrantes ou de equipes de vendas de uma organização; na

medicina, para compreensão do papel de comportamentos individuais na

transmissão de doenças; na administração, para análise de arranjos produtivos

locais (clusters); na ciência da informação, para análise do fluxo da informação;

dentre outros.

Sordi (2009) afirma que a natureza dos relacionamentos, considerada como

conteúdos transacionais trocados entre dois nós da rede é agrupada em quatro

categorias: troca de afeto (amizade e apreciação); troca de influência ou poder; troca

de informação; e troca de mercadorias e serviços. “A possibilidade de análise do

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comportamento relativo à troca de informações entre atores de uma rede torna a

abordagem de ARS em importante instrumento para gestão do conhecimento”

(SORDI, 2009, p. 1).

Os atores dentro de um contexto organizacional podem relacionar-se com diferentes propósitos. Existem quatro variações de interesses para constituição de redes sociais no âmbito das organizações: rede instrumental, composta por relacionamentos específicos previstos no organograma da organização para condução de determinado trabalho, envolve relações de transferência física, transferência de valores financeiros ou transferência de informação; rede expressiva, caracterizada pelos laços de amizades e suporte social, não associada à estrutura formal da organização (regras, estrutura e procedimentos); rede de aconselhamento técnico, envolve os canais que podem prover conselhos sobre assuntos técnicos relacionados às atividades de interesse do indivíduo e da organização; e rede de aconselhamento organizacional, abrange os que podem prover e os que precisam de conhecimento sobre a organização (RISOVA, 2006 apud SORDI, 2009, p. 1).

2.5.1 Facebook

Segundo Recuero (2009), o Facebook, originalmente chamado de thefacebook, foi

um sistema criado pelo americano Mark Zuckerberg enquanto este era aluno de

Harvard.

A ideia era focar em alunos que estavam saindo do secundário (High School, nos Estados Unidos) e aqueles que estavam morando na universidade. Lançado em 2004, o Facebook é hoje um dos sistemas com maior base de usuários no mundo, não tão localizado quanto outros, como o Orkut (RECUERO, 2009, p. 172).

De acordo com Recuero (2009), o objetivo inicial do Facebook era instituir uma rede

de contatos em uma ocasião decisiva da vida de um jovem universitário: seria o

instante em que este sai da escola e vai para a universidade, o que, nos Estados

Unidos, quase sempre representa uma mudança de cidade e um aspecto novo de

relações sociais. O sistema, entretanto, era focado em escolas e colégios e, para

entrar nele, era necessário ser membro de alguma das instituições reconhecidas.

Começou somente disponível para os alunos de Harvard no ano de 2004,

posteriormente sendo aberto para escolas secundárias a partir de 2005.

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O Facebook funciona através de perfis e comunidades. Em cada perfil, é possível acrescentar módulos de aplicativos (jogos, ferramentas etc.). O sistema é muitas vezes percebido como mais privado que outros sites de redes sociais, pois apenas usuários que fazem parte da mesma rede podem ver o perfil uns dos outros. Outra inovação significativa do Facebook foi o fato de permitir que usuários pudessem criar aplicativos para o sistema. O uso de aplicativos é hoje uma das formas de personalizar um pouco mais os perfis (BOYD; ELLISON, 2007 apud RECUERO, 2009, p. 172).

“O Facebook tem crescido bastante em uso em vários países latino-americanos [...]

e tem atualmente, no Brasil, cerca de 360 milhões de visitas segundo dados da

ComScore de setembro de 2008” (RECUERO, 2009, p. 172).

2.6 MARKETING X REDES SOCIAIS

2.6.1 Buzz Marketing

Conforme Borges; Calazans (2008), o buzz marketing é traduzido como um “buxixo”,

que tem como principal pilar o nível de satisfação do cliente, pois só assim ele se

sentirá seguro para difundir a mensagem e aí está o grande lance desse tipo de

ação, fazer com que o próprio consumidor passe a fazer a comunicação do produto

ou serviço. Os agentes transmissores da mensagem, conhecidos também por

evangelistas ou vetores podem ser divididos em três categorias: conectores: que

conhecem uma infinidade de pessoas; mavens: são os que sabem tudo sobre tudo;

persuasor: está sempre tentando fazer com que alguém compre algo.

Segundo Pirana (2009), o termo buzz traduzido para o português que dizer:

zumbido, mas pode-se citar também alguns outros substantivos que ele indica:

sussurro, murmúrio, rumor, isca artificial. Com isso, o “marketing do zumbido” é mais

do que o espalhe de informações, pois realiza um trabalho parecido com o das

abelhas, que ao ir de flor em flor passam a ter um “relacionamento” mais íntimo e

importante com elas, onde ajuda na sua fertilização e sai levando um pouco de seu

néctar e outros polens para fecundar outras flores. Portanto, buzz marketing é

focado em dar um motivo para que as pessoas falem de produtos e serviços, e

facilitar a iniciação deste tipo de conversas.

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Oliveira (2009) define o buzz marketing como sendo a utilização dos meios de

comunicação que se encontram ao alcance no intuito de difundir uma mensagem por

meio destes. É uma das formas mais antigas utilizada como marketing e ainda

considerada como sendo um meio importante de catalisador de opinião. O buzz

marketing se aproveita de notícias e eventos para fazer com que as pessoas

descubram e tomem consciência da marca e tornem-se entusiastas pela mesma. O

buzz marketing apresenta como vantagem o baixo custo, a rapidez de sua difusão e

seu rápido contágio que depende se os transportadores forem bem definidos. Como

desvantagens, é que notícias negativas em relação a um produto, bem ou serviço se

propagam rapidamente, implicando na necessidade de monitorar estes meios de

comunicação no intuito de aferir o que vai ser dito em relação aos produtos, bens ou

serviços. Outras desvantagens é que o produto deve corresponder às expectativas;

os considerados líderes de opinião devem ser devidamente selecionados e ainda, há

o risco de distorção durante a difusão da mensagem.

Borges; Calazans (2008) afirmam que existem alguns elementos que devem ser

levados em consideração na hora de planejar uma ação de buzz como: educar as

pessoas sobre seus produtos e serviços; identificar pessoas que compartilhem

bastante suas opiniões; providenciar ferramentas para que a informação seja

facilmente compartilhada; estudar como, onde e quando as opiniões são

compartilhadas; e, escutar e responder a colaboradores, inimigos ou neutros.

Existem também seis características básicas do boca a boca que devem ser

seguidas, como: distribui gratuitamente produtos e serviços com algum valor;

oferece um meio de envio sem esforço; facilmente escalável do pequeno grupo para

o muito grande; explora motivações e comportamentos comuns; utiliza redes de

comunicação já existentes; e, tira proveito de recursos de terceiros.

3 METODOLOGIA

O Cruzeiro Esporte Clube teve sua origem através de desportistas da comunidade

italiana em Belo Horizonte, cujo nome era Societá Sportiva Palestra Itália, em 2 de

janeiro de 1921.

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A sede administrativa do Cruzeiro está situada próxima ao Parque Esportivo do

Barro Preto, e comporta importantes áreas para o funcionamento do Clube, como o

departamento jurídico, marketing, comercial, tecnologia da informação, secretaria,

administração, patrimônio e acervo, além da presidência, entre outros.

Para este estudo o tipo de pesquisa utilizada foi a pesquisa descritiva. De acordo

com Gil (2008, p. 42), “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a

descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o

estabelecimento de relações entre variáveis”.

A técnica de pesquisa foi por meio da pesquisa bibliográfica. Segundo Gil (2008) a

pesquisa bibliográfica se desenvolve por meio de material já elaborado, constituído

de livros e artigos. Os livros se caracterizam como fontes por excelência e são

classificados como de leitura corrente ou de referência.

A abordagem foi efetuada através da análise qualitativa e quantitativa, pois a

pesquisa foi efetuada por meio de aplicação de um roteiro de entrevista com o

gerente de marketing do Cruzeiro e aplicação de questionários com torcedores do

clube.

Segundo Gil (2008), a pesquisa qualitativa não procura enumerar ou medir os

eventos estudados. A investigação qualitativa é usada para captar dados

psicológicos que são reprimidos ou não facilmente articulados como atitudes,

motivos, pressupostos, quadros de referência etc. É importante o uso da

metodologia qualitativa nas ciências administrativas, em que, com proximidade dos

fenômenos culturais humanos, mais singulares se tornam os fenômenos em

administração, facilitando a compreensão e a tomada de decisões.

Segundo Vergara (2004), os dados são tratados de forma quantitativa, quando são

utilizados procedimentos estatísticos. Na visão de Gil (2008), a pesquisa quantitativa

justifica seu uso sobre o argumento de possibilidade de geração de dados

estatísticos ou por razões de custo ou rapidez na pesquisa. A abordagem

quantitativa depende de muitos fatores, tais como a natureza dos dados coletados, a

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extensão da amostra, os instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que

nortearam a investigação.

Foi feita uma abordagem por conveniência utilizando a amostragem não

probabilística, que segundo Costa Neto (1977) quando, embora se tenha a

possibilidade de atingir toda a população, retira-se a amostra de uma parte que seja

prontamente acessível. De acordo Anderson; Sweeney; Williams (2007) amostras

por conveniência têm a vantagem de permitir que a escolha de amostras e a coleta

de dados sejam relativamente fáceis e amostragem não probabilística segundo

Mattar (2001), é aquela em que a seleção dos elementos da população para compor

a amostra depende ao menos em parte do julgamento do pesquisador ou do

entrevistador no campo. Não há nenhuma chance conhecida de que um elemento

qualquer da população venha a fazer parte da amostra. Por isso foi uma entrevista

com o gerente de marketing do Cruzeiro e um questionário com os torcedores do

programa Sócios Torcedores. O questionário foi aplicado online na fan page dos

Sócios Torcedores no Facebook com duração de uma semana com objetivo de

atingir pelo menos 100 torcedores.

Conforme Gil (2008), universo ou população é um conjunto definido de elementos

que possuem determinadas características. Já a amostra, é definida como sendo o

subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se estabelecem ou se

estimam as características desse universo ou população. No contexto desse

trabalho, a amostra foi composta por 100 torcedores que responderam o

questionário de avaliação de percepção sobre o posicionamento do Cruzeiro. Já a

entrevista foi realizada com os 4 gestores do clube.

A pesquisa é também considerada como de campo pelo fato de buscar dados no

campo estudado e onde o fato ocorre, ou seja, a pesquisa foi realizada na empresa

Cruzeiro Esporte Clube, objeto de estudo. A pesquisa de campo é definida por

Vergara (2004, p. 47) como sendo a “investigação empírica realizada no local onde

ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo. Pode

incluir entrevistas, aplicação de questionários, testes e observação participante ou

não”.

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Foram utilizados como instrumento de coleta de dados o roteiro de perguntas não

estruturado, o qual foi aplicado à gerente de marketing do Cruzeiro Esporte Clube

(apêndice B) e o questionário semiestruturado com questões fechadas, os quais

foram aplicados aos 100 torcedores do referido clube (apêndice A).

A entrevista é conceituada por Gil (2008, p. 115) como “a técnica que envolve duas

pessoas numa situação “face a face” e em que uma delas formula questões e a

outra responde”. A entrevista é aplicável em um número maior de pessoas, inclusive

às que não sabem ler ou escrever. Possibilita ainda o auxílio ao entrevistado com

dificuldade para responder, bem como a análise de seu comportamento não verbal.

Trata-se de uma técnica que apresenta maior flexibilidade em relação às demais.

O questionário, segundo Vergara (2004), caracteriza-se por uma série de questões

apresentadas ao respondente, por escrito, adequado à obtenção da resposta ao

problema que se busca. Pode ser através de questões abertas ou fechadas.

A análise de dados seguiu a técnica da análise de conteúdo para a pesquisa

qualitativa que segundo Minayo (2001, p. 74), a análise de conteúdo é

“compreendida muito mais como um conjunto de técnicas”. Na visão da autora,

constitui-se na análise de informações sobre o comportamento humano,

possibilitando uma aplicação bastante variada, e tem duas funções: verificação de

hipóteses e/ou questões e descoberta do que está por trás dos conteúdos

manifestos. Tais funções podem ser complementares, com aplicação tanto em

pesquisas qualitativas como quantitativas. Já na pesquisa quantitativa, como relata

Roesch (2013) nas pesquisas caracterizadas como quantitativas, geralmente com os

dados coletados são realizadas análises estatísticas. Conforme relata Oppenheim

(1992 apud ROESCH, 2013, p. 157)

... podem-se calcular médias, computar porcentagens, examinar os dados para verificar se possuem significância estatística, podem-se calcular correlações, ou tentar várias formas de análise multivariada, como a regressão múltipla ou a análise fatorial. Estas análises permitem ‘extrair sentido dos dados’, ou seja, testar hipóteses, comparar os resultados para vários subgrupos, e assim por diante.

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Essa análise foi feita por meio de informações estatísticas, com geração de gráficos

e tabelas.

4 ANÁLISE DE DADOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

O Cruzeiro Esporte Clube nasceu através do esforço de desportistas da comunidade

italiana em Belo Horizonte, com o nome de Societá Sportiva Palestra Itália, em 2 de

janeiro de 1921. Após mais de 94 anos de história, o Clube se transformou em uma

das maiores agremiações de futebol do mundo.

Além dos títulos, o Cruzeiro é reconhecido mundialmente pela sua excelente

estrutura e como um dos principais reveladores de talentos para o futebol, como

aconteceu em relação a Ronaldo, Maicon, Gomes, Luisão, Wendell, Jussiê, Beletti e

muitos outros.

Dono de uma das maiores torcidas do estado de Minas Gerais, o Cruzeiro possui

estrutura compatível com os maiores clubes do mundo, dois modernos centros de

treinamento, parques recreativos e sede administrativa.

Esses fatores, além da qualificação dos profissionais do Clube, fazem do Cruzeiro

um expoente em administração, apoiado por mais de 8 milhões e meio de

torcedores.

4.2 ANALISE COM OS TORCEDORES

Na questão 1, perguntou-se qual a frequência utiliza-se a internet, e 100% dos

respondentes afirmaram que utilizam todos os dias.

No gráfico 1, pode-se ver que 48,21% marcaram que acompanha sempre a página

oficial do Clube. Os participantes que acompanha somente em dias de jogos

representam 7,14%, entre aqueles que só entram quando é marcado em alguma

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publicação do Clube, representam 5,36%. Os demais 39,29% falaram que somente

segue a página oficial e não acompanha.

Gráfico 1: Frequência que se acompanha a página oficial do clube

Fonte (Pesquisa 2015)

Para aqueles participantes que continuaram respondendo o questionário, 44,13%

disseram que já participaram de campanhas propostas pelo clube, citando algumas

como “campanha para ir aos estádios, campanha de apoio ao Tinga e a

permanência do goleiro Fábio, Campanha de troca de perfil com o Mônaco e

#fechado com o cruzeiro”. Disseram também que, o que mais os motivam é o

incentivo que dá ao clube e jogadores e pelas premiações que possam ocorrem.

Não souberam responder se já haviam participado de campanhas anteriores apenas

5,87%. Os demais 50% falaram que não participaram ainda, conforme pode ser

verificado no gráfico 2.

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Gráfico 2: Frequência que se participa de campanhas proposta pelo clube.

Fonte (Pesquisa 2015)

De acordo com o gráfico 3, os respondentes podiam escolher mais de uma opção de

resposta. Assim a análise foi feita a partir de uma categorização de conteúdo, onde

32,05% responderam que preferem assuntos sobre transferência, 23,08% assuntos

relacionados a escalação, 16,67% preferem promoções diversas, 10,26% preferem

conteúdos sobre o dia-a-dia do clube e 8,97% vídeos e prémios respectivamente.

Gráfico 3: Quais conteúdos de maior interesse postados na página do clube.

Fonte (Pesquisa 2015)

Na questão 5, os respondentes falaram que os conteúdos trazidos pelo clube são de

fácil entendimento, pois apresentam uma linguagem mais jovem, rápida e direta,

com textos pequenos que facilita o entendimento sobre os assuntos abordados.

Disseram também que o que mais ajuda são as imagens, que sempre representa o

que é trazido nos textos postados.

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Pode-se ver no gráfico a seguir que a maioria dos respondentes se sente mais

próximo ao clube com os conteúdos abordados na página oficial, representando

76,48%. Desses participantes que afirmaram se sentir bem mais próximos, eles

justificam dizendo que: “é sempre bom poder acompanhar de perto e saber o que

estar acontecendo com o time, para estar apoiando é necessário saber o que está

se passando”. Todos esses concordam que é bom saber mais sobre o cotidiano do

clube. Os demais 23,52% disseram que não sentem próximo ao clube, pelo fato que

é obrigação passar esses detalhes aos torcedores e/ou não souberam explicar

porque não sentem próximos.

Gráfico 4: Proximidade entre Clube e Torcedor

Fonte (Pesquisa 2015)

Conforme a ser verificado no gráfico 5, a maioria dos respondentes interpretaram a

pergunta somente em relação a compra de ingressos, por isso obteve-se um total de

70,58% respostas que não compram ingressos e nem produtos em links disponíveis

na página. A explicação desses participantes foi que, quando precisam comprar

ingressos, eles entram diretamente no site do Sócio Torcedor ou compram direto

nas bilheterias do estádio. Esses dados evidenciam a importância das empresas

estabelecerem um relacionamento mais próximo com seus stakeholders. Segundo

Kotler(2010) isso torna-se importante uma vez que o marketing é um processo social

por meio do quais pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e

desejam por meio da criação, oferta e troca de produtos e serviços. Sobre os

29,42% que costumam comprar ou já compraram pelos links disponíveis, afirmam

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que preferem essa prática pois podem comprar sem sair de casa e também pela

comodidade de receber os produtos sempre rapidamente e em bom estado,

classificando essas experiências em ótimas, como verifica-se no gráfico a seguir.

Gráfico 5: Compra através de links disponíveis na página do clube.

Fonte (Pesquisa 2015)

No gráfico 6, a maioria dos respondentes disseram que nunca teve transtorno com

nenhum produto do clube a ponto de usar a internet para obter algum tipo de

resposta, representando 88,24%. Os demais 11,76% que responderam sim, afirmam

que o clube agiu muito bem, deu todo o suporte para o problema ser solucionado de

forma clara e rápida. Esses dados reforçam a importância das empresas utilizarem a

internet como canal de relacionamento. Segundo Engel (2000) isso reflete uma

poderosa estratégia de reforço de posicionamento.

Gráfico 6: Transtornos com compra de produtos

Fonte (Pesquisa 2015)

De acordo com o gráfico 7, a maioria percebe que o clube Cruzeiro se importa com o

que é falado dele no Facebook com 52,94%, até porque, o público alvo (torcedores)

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são os bens mais preciosos do clube. Logo, eles devem estar atentos aos assuntos

na rede social e na página do clube. E também, a página no facebook serve para

isso, aproximar o torcedor e o clube. Não só o facebook, mas todas as redes sociais.

Isso realmente é prova que os torcedores estão atentos com a percepção do clube.

Os resultados refletem a importância das empresas se manterem presentes no

ambiente virtual, como evidenciado por Kotler (2000), que afirma que a satisfação do

cliente depende exclusivamente do desempenho do produto percebido com relação

ao valor relativo às expectativas do comprador. Se o desempenho faz jus às

expectativas, o comprador fica satisfeito. Os demais 41,18% duvidam que gestores

do Cruzeiro leiam as opiniões dos torcedores, ou tomem decisões sobre o que é

sugerido na página. Disseram ainda que não acompanham se há mudanças em

relação as sugestões ditas anteriormente.

Gráfico 7: Clube se importa com o que é falado no Facebook.

Fonte (Pesquisa 2015)

No gráfico 8 analisou-se as comunicações via Facebook, buscando identificar a

percepção do torcedor em relação ao Cruzeiro. Foi afirmado por 16,07% que a

percepção obtida é a aproximação que o clube tem com os torcedores, pois mostra

ser um clube grande, que a todo o momento está se aproximando com seu torcedor,

disponibilizando informações do cotidiano do clube e dispostos a ouvir as opiniões

dos torcedores. Este índice evidencia o afirmado pelos autores sobre a importância

do marketing digital e a presença das empresas nas redes sociais, o que pode ser

confirmado pela teoria de Engel (2000).

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Gráfico 8: Percepção do Clube via Facebook

Fonte (Pesquisa 2015)

No gráfico 9, pode-se ver que a percepção do Cruzeiro, enquanto marca, foi

respondida por 32,56% afirmando que vê o Cruzeiro como uma grande marca. Uma

marca com grande potencial foi apresentada por 18,06%. Esses dados revelam a

importância para as empresas possuírem um posicionamento competitivo claro,

enquanto marca, na percepção de seus potenciais usuários. Segundo Kotler (2010)

isso revela que as práticas de marketing são muito influenciadas pelas mudanças no

comportamento e atitude do consumidor, ainda mais que o marketing gira em torno

de três disciplinas, entre elas a gestão da marca.

Gráfico 9: Percepção do Clube enquanto marca

Fonte (Pesquisa 2015)

No gráfico 10, os pesquisados puderam citar mais de um exemplo de onde gosta de

obter informações do clube, onde os sites esportivos foram representados por

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30,43%. Sites esses como globo esporte, super esportes, ESPN dentre outros.

Grande parte desses torcedores também responderam o Facebook, com 26,09%.

Há diversas formas realmente de se obter essas informações. Com essa analise

pode-se concluir que os sites esportivos ainda são os mais acessados pelos

torcedores, seguidos pelo Facebook, pelo Twitter, pelo site do clube e televisão

respectivamente. Os dados revelam um comportamento de compra de informação

de consumidores sintonizados com o ambiente virtual, o que reforça a importância

do Cruzeiro se fazer presente nas redes sociais. Esses dados revelam a tendência

apresentada por alguns autores que mostram o crescimento do ambiente virtual

interferindo nos negócios.

Gráfico 10: Como obter informações do Clube

Fonte (Pesquisa 2015)

No gráfico 11, como pode-se ver no gráfico abaixo, a melhor maneira de se

relacionar com o clube é o Facebook, apresentando 32,14% dos respondentes. O

Email obteve o segundo maior índice de respostas, com 21,43%, seguida por

telefone com 16,07%, Twitter com 10,71% e pessoalmente com 7,15% dos

respondentes.

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Gráfico 11: Como se relacionar como o Clube

Fonte (Pesquisa 2015)

4.3 ANÁLISE COM OS GESTORES DE MARKETING Após feita entrevista com os gerentes do Cruzeiro, Ana Flávia, gerente de marketing,

e Mericks Mendes, departamento de marketing e redes sociais, foi analisado que o

marketing esportivo digital é muito importante para um grande clube como o

Cruzeiro em um mundo totalmente virtual e através das redes sociais o clube faz

várias campanhas e contatos direto com o torcedor. Abordou-se quais são as

estratégias de relacionamento do clube para se aproximar do torcedor, e a respostas

dos gerentes foram de que esse relacionamento era através de campanhas,

feedback's diretos com o torcedor nas redes sociais, e com isso também foi

questionado quais delas (as estratégias) recebiam mais investimentos, e a resposta

foi a mesma, de que são iguais para todas as redes sociais, e que o clube está

tentando colocar link's patrocinados, ou seja, onde os parceiros bancam os

patrocínios dos pot's, e não o clube tira do próprio bolso.

Considerando as diferentes estratégias de relacionamento com o torcedor, o

Cruzeiro avalia a relevância do Facebook na construção do posicionamento da

marca no mercado como muito importante, pois as redes sociais são o canal de

comunicação direto com o torcedor, além do mais a informação toda é passada por

ali e é a fonte mais confiável. Além disso, o clube tem cerca de 2.600.000 de

torcedores que estão seguindo a página oficial do clube no Facebook, isso é

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aproximadamente certa de 35% de toda torcida, com isso o foco do clube não é só

atrair mais seguidores, mas também manter esses que já estão.

As principais ações de marketing utilizadas pelo Cruzeiro são de trabalhar a marca e

expandi-la. As franquias são também representativas e hoje é composta por 15 lojas

com mais de 600 produtos licenciados. Também através do programa sócio de

futebol, ações "simples" como, por exemplo, alugando um bar no interior para

assistir aos jogos e fazer exposição de troféus juntamente com o mascote do time,

fazendo os torcedores se cadastrarem no programa de sócio do clube. Além disso, o

Cruzeiro é o clube com mais patrocínios na camisa.

Foi perguntando também como o clube deseja ser percebido pelos torcedores

enquanto marca e se havia forma de se medir essa percepção. Os entrevistados

falaram que querem que o clube seja percebido como uma grande marca,

mostrando isso ao seu torcedor e fazendo com que ele sinta isso. Em função disso

os gestores revelaram que fazem constante monitoramento através de um relatório

semanal e um relatório mensal, no qual eles sabem quantas pessoas entraram e

saíram de sua página, como foi o engajamento do mês e quais foram os post's mais

acessados e o menos acessados.

E por último foi perguntado se é possível medir ou identificar algum ganho

mercadológico para o clube através das comunicações feitas pelo clube com o

torcedor no Facebook. A resposta foi positiva, pois falaram que através da exposição

de marca eles geram um relatório mensal, com isso mostram aos parceiros os

ganhos do clube e dos mesmos, incentivando os parceiros a investirem mais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como principal objetivo analisar os impactos das estratégias de

relacionamento e posicionamento de mercado da empresa Cruzeiro Esporte Clube,

junto aos seus torcedores, utilizando-se das redes sociais com foco no Facebook.

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Concluiu-se que existe sincronia entre os torcedores e o clube, pois os mesmos

conseguem perceber as ações realizadas pelo Cruzeiro, além de se sentirem mais

próximos e interessados.

Já os gestores afirmaram ter uma proximidade do clube com seus torcedores, em

decorrência das informações contidas nos relatórios semanais e mensais realizados,

contendo os post’s mais acessados e os menos acessados, os mais curtidos e os

menos curtidos, além do contato direto com o torcedor. Os torcedores por sua vez

também falaram estarem se sentindo cada vez mais próximo do clube com as

campanhas promovidas, com isso eles conseguem enxergar o Cruzeiro como uma

grande marca que o clube deseja ser reconhecido.

Também se cumpriu todos os objetivos propostos nesta pesquisa, que era de

analisar impactos das estratégias de relacionamento e posicionamento de mercado

com seus torcedores através das redes sociais com foco no Facebook. Verificou-se

que os torcedores perceberam as estratégias deste tipo de relacionamento e se

sentiram satisfeitos.

Por fim, a pesquisa demonstrou quais os principais ganhos obtidos com as ações de

relacionamento com o público, sendo o Facebook importante nesse processo.

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SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – (SEBRAE). Para que as ações de marketing alavanquem as vendas, é necessário que a emprese esteja onde o cliente estiver: e provavelmente ele está nas redes sociais. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/Venda-mais-usando-as-redes-sociais>. Acesso em 24 mai. 2015.

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SOARES; CASTELLS. Análise da Implantação do Projeto Rede de Vizinhos Protegidos. 123 fls. Monografia (Bacharelado em Ciências Militares, ênfase em segurança Pública – Centro de Ensino de Graduação, Academia de Polícia Militar de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007.

SORDI, José Osvaldo de. Análise da Coesão entre Seções de textos de Documentos Extensos a partir da Aplicação Conjunta das Técnicas de Análise de Redes Sociais e Referências Internas. XXXIII Encontro Anpad. Anais... São Paulo, 19 a 23 set. 2009.

TORRES, Cláudio. A Bíblia do Marketing Digital: tudo o que você queria saber sobre marketing e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar. São Paulo: Novatec, 2009.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

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VIDIGAL, Tânia. E-Marketing: o marketing na internet, com casos brasileiros. SãoPaulo: Saraiva, 2003.

APÊNDICES

APÊNDICE A

Questionário com o Torcedor Prezado respondente, este questionário tem por objetivo a coleta de dados para uma pesquisa acadêmica sobre Marketing Esportivo Digital. Pesquisa essa que se destina ao trabalho de conclusão de curso de Administração do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH).

1. Você utiliza a internet com qual frequência?

( ) todos os dias

( ) somente aos fins de semana

( ) 3 vezes por semana

( ) 1 vez por semana

2. Você acompanha o cruzeiro na página oficial do Facebook

(facebook.com/cruzeirooficial)?

( ) sempre acompanho

( ) somente em dias de jogos

( ) quando algum amigo me marca/ fala algo relacionado

( ) somente sigo e não acompanho

3. Você participa ou já participou de alguma campanha proposta pelo clube

através de publicações em sua página? Quais? O que te motivou a participar?

4. Quais conteúdos postados na página do Cruzeiro são de maior interesse na

sua opinião?

5. Os conteúdos trazidos pelo Cruzeiro no Facebook são de fácil entendimento

por você? Porque?

6. Você se sente mais próximo do clube pela forma que é falado e trazido o

cotidiano do Cruzeiro a você?

7. Você costuma comprar ingressos ou produtos da marca Cruzeiro através dos

próprios links disponíveis na página? Caso a resposta seja positiva, comente

sua experiência.

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8. Você já teve algum transtorno com algum produto do Cruzeiro e precisou usar

a internet para obter resposta? Se sim, o Clube respondeu como esperado?

9. Você percebe se o Cruzeiro importa com o que é falado dele no Facebook?

10. Qual a sua percepção do Cruzeiro como clube considerando as

comunicações via Facebook?

APÊNDICE B

Entrevista com a Gerente de Marketing

1. O marketing esportivo digital é importante para um grande clube como o

Cruzeiro hoje em dia, num mundo totalmente virtual?

2. Quais são as estratégias de relacionamento utilizadas pelo clube para se

aproximar do torcedor? Formas de relacionamento mais utilizadas pelo clube

para estar mais próximo do torcedor?

3. Considerando as diferentes estratégias de relacionamento com o torcedor,

utilizadas pelo Cruzeiro, como você avalia a relevância do Facebook na

construção do posicionamento da marca no mercado?

4. Para o Clube, o mais importante é manter ou atrair novos.

Seguidores/Torcedores em sua página no Facebook?

5. Quais são as principais ações de marketing utilizadas pelo Cruzeiro para

construir o posicionamento da marca no mercado?

6. Como o Clube deseja ser percebido pelos torcedores? Há alguma forma de

se medir essa percepção?

7. Considerando as comunicações realizadas pelo clube com os torcedores, via

Facebook, é possível medir ou identificar algum ganho mercadológico para o

clube. Se sim, quais seriam e porquê?