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Afecções do Sistema Respiratório Inferior e Superior em Cães e Gatos Pneumologia e Cardiologia em Cães e Gatos- CMCPA Instituto Qualittas de Pós-Graduação Danielle Graziani Prada, MV, MSc. PetHeart Serviço de Cardiologia Veterinária www.petheart.com.br

Afeccoes Do Sistema Respiratorio Inferior e Superior Em

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Afecções do Sistema Respiratório Inferior e Superior em Cães e Gatos

Pneumologia e Cardiologia em Cães e Gatos- CMCPA

Instituto Qualittas de Pós-Graduação

Danielle Graziani Prada, MV, MSc.

PetHeart Serviço de Cardiologia Veterinária

www.petheart.com.br

Relembrando...

Crepitação? Doença respiratória: bronquite, pneumonia, fibrose

Doença cardíaca: ± edema pulmonar

Sibilos? Respiratório: bronquite, asma ou compressão brônquio- aumento do AE

Colapso de traquéia tosse sonora, estridente

Relembrando...

�Roncos: alterações na faringe, laringe e traquéia (paralisia de laringe, colapso de traquéia, gatos jovens com pólipo retro-faríngeo e gatos idosos com fungos ou massas na região de laringe/faringe)

Relembrando...

�Quando tenho algum problema nas vias aéreas...

�Superiores: ocorre colabamento das narinas e da traquéia cervical

�Inferiores: ocorre colabamento da traquéia torácica e brônquios

É por isso que...

�A dispnéia inspiratória reflete problemas no trato respiratório superior

�A dispnéia expiratória reflete problemas no trato respiratório inferior

Lembre-se

�Os receptores da tosse estão, em sua maioria, na traquéia

�Parênquima pulmonar (alvéolos e brônquios) não tem receptores de tosse...

... por isso, se o animal tiver somente alteração em parênquima pulmonar (fibrose pulmonar, por exemplo) ele não terá tosse, terá somente dispnéia.

Colapso de Traquéia

�A traquéia é um “tubo” que permite a passagem de ar da laringe até os pulmões

�Dividida em traquéia cervical e torácica�É composta por anéis de cartilagem com o

formato da letra “C” e o ligamento dorsal da traquéia que conecta os anéis formando um tubo

Traquéia

Fonte: www.vetsurgerycentral.com

Colapso de Traquéia

�A laringe é a porta de entrada da traquéia e nessa região existem dois nervos, um de cada lado da traquéia, chamado de nervo laringeano recorrente

�Quando ocorre uma lesão nervosa, desenvolve-se o que chamamos de paralisia de laringe

Colapso de Traquéia

�É causa comum de tosse aguda ou crônica e de estresse respiratório no cão

�Comum em raças pequenas de cães e raro em raças grandes e gatos

�Faixa etária: 1-15 anos�Sem predisposição sexual

Colapso de Traquéia

�Etiologia desconhecida: defeitos genéticos (deficiência na condrogênese-deficiênciade sulfato de condroitina) e doenças adquiridas como trauma, degeneração da cartilagem, perda da invervação do músculo traqueal dorsal

�HAC: excesso de cortisona promove “flacidez” da cartilagem

Colapso de Traquéia

�Sintomas mais graves podem estar associados à obesidade

�O colapso pode ocorrer tanto na porção cervical quanto na porção torácica e depende da fase da respiração

�A maioria dos cães tem colapso das duas porções

Colapso de Traquéia

Fonte: www.vetsurgerycentral.com

O colapso ocorre na direção dorso-ventral, com prolapso dinâmico da membrana dorsal para dentro do lumen traqueal durante a respiração.

Colapso de Taquéia

�O colapso dinâmico promove irritação mecânica da mucosa que aumenta a produção de muco, edema e inflamação.

�A disfunção do sistema mucociliarperpetua a tosse

Sintomas

�Tosse seca e sonora�Piora associada ao exercício, ao comer,

compressão cervical (coleiras)�Vômito e engasgos na tentativa de

remover as secreções da laringe�Sintomas podem ser agravados por

doenças do trato respiratório inferior e obstrução da laringe (paralisia da laringe, nódulos, edema)

Sintomas

�Cianose�Síncope�Auscultação: sons musicais e chiados

devido ao fluxo turbulento na traquéia�30% dos cães com colapso de traquéia

tem paralisia de laringe concomitante�Colapso grave da traquéia cervical pode

ser palpado

Sintomas

�Dispnéia�Taquipnéia�Pressão abdominal na expiração�Sons pulmonares de difícil auscultação

devido ao ruído laringo-traquealpropagado (vibração)

Diagnóstico

� Hemograma

� Perfil Bioquímico� Teste para HAC (suspeita clínica)

� Exame de Urina� Fluoroscopia – radiografia em tempo real que

permite a avaliação durante a inspiração e expiração

� Traqueo-Broscoscopia

� Radiografias torácicas simples

Radiografia

Traquéia

Fonte: www.vetsurgerycentral.com

Terapia

�Estresse respiratório:�O2�Butorfanol (0,05 mg/kg-0,1 mg/kg SC) +

Acepromazina (0,01-0,1 mg/kg SC)�Morfina (0,1-0,25 mg/kg SC ou IM)�Glicocorticóides de curta duração

(dexametasona 1 mg/kg ou Solu-Cortef® 50 mg/kg IV)

Terapia Medicamentosa

� Supressores de tosse (codeína 0,2-0,5 mg/kg vo bid-tid; butorfanol 0,55-1,1 mg/kg vo qdo necessário; hidrocodona (0,22 mg/kg bid-quid)

� Corticosteróides de curta duração� Broncodilatadores (teofilina ou aminofilina 10 mg/kg bid;

terbulatina (ß-agonista) 1,25-5 mg/cão)� Perda de peso� Manejo (coleiras peitorais)� Evitar excitação� Evitar superaquecimento� Atb (doxiciclina 3-5 mg/kg vo bid 10-14 d)

Terapia Cirúrgica

� Indicado para casos graves�Cervical (maior sucesso)�Métodos

�Anel plástico

Fonte: www.vetsurgerycentral.com

Terapia Cirúrgica

�Stents (endoprótese expansível)

www.scielo.br

Taxus stent FDA

Terapia Cirúrgica

�Stent

www.admedics.com

Prognóstico

�Reservado a ruim em casos graves�Complicações pós-operatórias (falha da

eficácia do stent em região de muita movimentação- entrada do tórax)

Paralisia de laringe

�Mais comum no cão do que no gato

�Unilateral ou bilateral

Paralisia de laringe

�Cirurgias da tireóide ou trauma podem ser fatores de risco

� Idosos são mais acometidos e raças de grande porte

�Sintomatologia: ruído inspiratório (estridor), vibração da região da laringe, dispnéia inspiratória, roncos

Diagnóstico

�Visualização do movimento da laringe sob sedação leve

�Radiografias torácica e cervical para excluir massas na região da oro-faringe e doenças pulmonares

Paralisia de laringe

�Terapia cirúrgica em casos graves�Prognóstico reservado e risco de

pneumonia por aspiração

Pneumonia por aspiração

�É normal aspirar pequenas quantidades de material da oro-faringe para dentro das vias aéreas, mas mecanismos de defesa (reflexo faringeano, limpeza mucociliar, tosse) previnem o desenvolvimento da pneumonia

Pneumonia por aspiração

�Megaesôfago, Miastenia gravis, esofagite por refluxo, anomalias da orofaringe (fenda palatina, prolongamento do pálato, paralisia da laringe ou mesmo o pós-operatório da mesma, síndrome do braquicefálico), êmese, doenças metabólicas etc.

Microorganismos encontrados

�Bactérias aeróbicas gram-positivas e negativas

�Bordetella sp, Sterptococcus sp, Staphylococcus sp, E.coli, Pasteurella sp(gatos), Klebsiella sp, Proteus sp, anaeróbicos e Mycoplasma sp

�Cultivo de lavado traqueal ou broncoalveolar

Terapia

�Cães (estável)�Sulfa-trimetoprim 15-30 mg/kg BID VO-SC�Cefalexina 20-40 mg/kg VO TID�Amoxi-Clavulanato 22 mg/kg BID-TID VO

�Cães (instável)�Cefazolina 15-25 mg/kg IV TID-QUID�Ampicilina 20-40 mg/kg IV-SC + Enrofloxacina

2,5 mg/kg IV-IM BID (lento!)

Terapia

�Felinos (instável)�Cefazolina 33 mg/kg BID-TID IV-IM�Ampicilina 20-40 mg/kg TID IV-SC +

Enrofloxacina 2,5 mg/kg BID IV (dose não deve exceder 5 mg/kg/dia - cegueira!)

�Felinos (estável)�Amoxi-clavulanato 10-20 mg/kg VO TID�Sulfa-trimetoprim 15-30 mg/kg VO-SC BID�Cefalexina 22-44 mg/kg TID VO

Terapia complementar

�Nebulização (humidificação das vias aéreas) por 15 min, 3-4 x/dia

�Broncodilatadores�Percussão torácica (tapotagem)�Fluidoterapia

�Lembre-se: associando-se enro e teofilina, deve-se diminuir a dose da teofilina em 30%

Acompanhamento

�Radiográfico�Hemograma

Bronquite Crônica

�Processo inflamatório dos brônquios nem sempre associada à processo infeccioso

�Bordetella bronchiseptica pode estar associada

�Muitas vezes a infecção, se ela existe, éde origem de bactérias da cavidade oral e do trato respiratório superior

Felinos

� Sinônimos: asma, doença brônquica felina

� Muitas vezes a causa da doença brônquica não é descoberta

� A terapia se baseia no uso de corticóides e broncodilatadores

� Os sintomas são tosse, dispnéia, intolerância ao exercício

Radiografia

www.lbah.com.

Asma Felina- Terapia (Padrid)

� Sintomas brandos: 220 ug de propionato de fluticasonaBID e albuterol sempre que necessário, via espaçador. Efeito máximo da fluticasona leva de 7-10 d.

� Moderado: idem acima + prednisona 1 mg/kg BID 5 d e SID 5 d

� Grave: dexametasona 2 mg/kg IV e albuterol, via espaçador, 30-30 min por 4 h + O2. Qdo melhor, fluticasona 220 ug BID e albuterol QUID, qdonecessário.

� Risco de vida ou sintomas freqüentes: terbutalina inj ou albuterol via espaçador em casa

Espaçadores

Espaçador infantilEspaçador de uso veterinário-EUA

Edema Pulmonar não cardiogênico

�Qualquer obstrução das vias aéreas pode levar ao desenvolvimento de edema pulmonar (neste caso, não cardiogênico)

�Termação, pneumonite urêmica, paralisia de laringe, colapso de traquéia, neoplasia da orofaringe etc.

�Ocorre por processo inflamatório e extravasamento de fluido para o interstício

Terapia

�O2 (filhotes: colar x sonda)�Furosemida: no máx. 2 doses com 30 min

de intervalo (2 mg/kg)�Sedação: morfina, butorfanol�Não desidratar�Colóides e cristalóides�Prognóstico: sempre reservado�Corticóides (controverso)