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/AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇAO DO VALE DE JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM LINGÜÍSTICA APLICADA AO ENSINO DE LÍNGUA
PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA
8,5
OBRAS LITERÁRIAS COMO FONTE DE APRENDIZADO DA REALIDADE
SÓCIO-CULTURAL DE UMA ÉPOCA
Clodoaldo Adamczuk
Orientador: Prof. Dr. Ilso Fernandes do Carmo
ALTA FLORESTA/2015
AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇAO DO VALE DE JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM LINGÜÍSTICA APLICADA AO ENSINO DE LÍNGUA
PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA
OBRAS LITERÁRIAS COMO FONTE DE APRENDIZADO DA REALIDADE
SÓCIO-CULTURAL DE UMA ÉPOCA
Clodoaldo Adamczuk
Orientador: Prof. Dr. Ilso Fernandes do Carmo
“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção de Título de Especialização em Lingüística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.”
ALTA FLORESTA/2014
DEDICATÓRIA
Ao meu Pai: Silvestre Adamczuk, verdadeiramente o maior mestre que
tenho.
À minha Mãe: Sulanita Adamczuk, que sempre acreditou em mim e, apesar
das circunstâncias mostrarem o contrário, manteve a fé.
AGRADECIMENTOS
Aos meus amigos que me rodeiam, que, com tanta presteza, colaboraram
nesta monografia, ao Eduardo José Freire, e à Nágila Nerval Chaves, com os quais
muito pude aprender e obter elementos que necessitei.
Aos colegas de classe, com quem convivi com muita alegria. À minha irmã
Veridiana e o meu sobrinho João Vitor, pessoas que alegram meus dias.
E, finalmente agradeço, Àquele que se convencionou chamar de Deus.
“Pelo poder da palavra, ela pode agora navegar nas nuvens, visitar as estrelas, entrar no corpo de animais, fluir com a seiva das plantas, investigar a imaginação da matéria, mergulhar no fundo de rios e de mares, andar por mundos que há muito deixaram de existir, assentar-se dentro das pirâmides e de catedrais góticas, ouvir corais gregorianos, ver os homens trabalhando e amando, ler as canções que escreveram, aprender das loucuras do poder, passear pelos espaços da literatura, da arte, da filosofia, dos números, lugares onde seu corpo nunca poderia ir sozinho .. corpo espelho do universo! Tudo cabe dentro dele!” (Rubem Alves).
RESUMO
A sociedade atual caracteriza-se pela busca do conhecimento. A Leitura de
textos literários é sem dúvida essencial para o processo de ensino aprendizagem do
aluno e sua formação. O texto literário promove um encontro especial do aluno com
a leitura, pois, através do contato com a literatura, o aluno descobre as múltiplas
faces da linguagem e, desta forma, entra em contato com diferentes aspectos da
Língua Portuguesa. O objetivo desta pesquisa é verificar se os alunos são capazes
de desenvolverem uma opinião crítica da realidade social, a fim de que os mesmos
enriqueçam seus conhecimentos. Foi utilizado o método de pesquisa monográfica
exploratório, através de questionários, com os alunos do 3º ano B matutino, do
ensino médio, da Escola Estadual Profª Marines Fátima de Sá Teixeira, da rede
pública do município de Alta Floresta – MT. Concluiu-se que a literatura, de uma
forma geral, é um convite à liberdade de expressão, em que alunos podem
exteriorizar seus sentimentos, descobrir e compreender emoções, além de
desenvolverem a leitura, escrita, interpretação e pensamentos críticos sobre
inúmeros fatos do dia a dia. A formação de leitores de textos literários é primordial,
mas a influência que o professor exerce sobre seus alunos deve ser positiva. Para
formar leitores, é preciso, acima de tudo, que os professores sejam assíduos
leitores, pois, ninguém dá o que não possui e muito menos ensina o que não
conhece.
Palavras-chave: Literatura. Leitura. Aprendizagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................07
1. Embasamento Teórico.........................................................................................11
2. Apresentação de Dados.......................................................................................21
3. Análise e Interpretação dos Dados.....................................................................33
3.1 Discussão dos Dados........................................................................................35
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................38
ANEXOS....................................................................................................................40
INTRODUÇÃO
Contribuir para o ensino da literatura a fim de enriquecer o conhecimento
dos alunos é um dos objetivos principais desta pesquisa. Para isto, sugere-se como
um dos métodos a acrescentar o uso de obras literárias a fim de enriquecerem o
conhecimento dos alunos. Este tema foi escolhido após observar-se que muitos
alunos não possuem o conhecimento para entenderem o que uma obra transmite,
isto por não possuírem o conhecimento obtido através da leitura de diversas obras
literárias, apenas leem por ler, deixando de explorar toda história que o autor
descreve e muitos assuntos que o mesmo repassa entre linhas para o leitor, com
críticas à sociedade de sua época, assuntos esses que se refletem nos dias atuais.
Por isso, pretende-se despertar o professor para que ele explore mais os textos
literários, e que os alunos apreendam e identifiquem temas diversos como: injustiça
social, miséria, fome, sede, desigualdade, realidade social, histórica, política e
econômica, descritas dentro das obras literárias, reforçando a importância da leitura
para o enriquecimento do vocabulário do aluno, a fim dele obter conhecimento e
dinamizar o raciocínio e a interpretação.
ESCOLHA DO TEMA
Obras literárias como fonte de aprendizado da realidade social de uma
época.
DELIMITAÇÃO DO TÍTULO
Obras literárias como fonte de aprendizado da realidade social de uma
época: Um estudo realizado com alunos de literatura do 3º ano B do ensino médio
da escola Estadual Profª Marines Fátima de Sá Teixeira da rede pública estadual do
centro urbano do município de Alta Floresta – MT, no ano de 2013.
OBJETIVOS
Verificar se, ao ler obras literárias brasileiras, os alunos estão sendo
capazes de desenvolver a capacidade de crítica da sua realidade social, a fim de
que os mesmos enriqueçam seus conhecimentos, desenvolvendo opiniões críticas,
análise e debate da realidade social a partir do conteúdo de obras literárias como
também se percebem num enredo a injustiça social, miséria, fome, sede,
desigualdade, realidade social, histórica, política e econômica; com a finalidade de
estimular a criticidade dos alunos.
JUSTIFICATIVA
A literatura amplia e pluraliza as visões e interpretações da sociedade, do
mundo e a vida do homem. É necessário observar esta questão, pois a falta da
leitura acaba de certa forma, excluindo o homem de tudo que acontece no mundo,
da interpretação, da imaginação e da ficção arquitetada pelo autor, seja numa
crônica, numa fábula, num romance ou num conto, num poema, numa história
infantil ou infanto-juvenil, num jornal ou num gibi; enfim, são várias as possibilidades
de ingressar no mundo da fantasia e da realidade encontradas em diversas obras
literárias.
Diante disto, busca-se apresentar os benefícios que podem ser adquiridos
em se trabalhar obras literárias, focando a realidade social de uma época transcrita
pelo autor. O professor ao trabalhar este tema em sala de aula, ajuda a desenvolver
no aluno a capacidade de ele formar opiniões críticas, análise e debate da realidade
social a partir do conteúdo de obras literárias, assim como estimula o
enriquecimento do vocabulário do mesmo ajudando-o no raciocínio e interpretação.
Em uma época de especialização, a literatura define os ideais de uma fase
de crise e transição. Daí toda obra literária deve ser de uma fase de transição, pois
são nestas fases que se põe de uma forma dramática ao homem diversas
interrogações, tais como: qual é o sentido de sua vida, qual é a significação do
mundo que o cerca? Diversos especialistas têm especializações precisas ao
exercício de suas funções; exemplo são os psicólogos, professores e arquitetos,
mas, eles têm em comum um atributo, o de serem homens, humanos, e o de
enfrentarem, como todos os demais, problemas idênticos em uma sociedade em
transição.
Como filhos de uma sociedade individualista e liberal, o homem caminha
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para outro tipo de sociedade planificada. Como se dará tal mudança? Quais os
agentes desse processo? Não o sabemos. O que sabemos é que assistimos a um
espetáculo de crise, de transição, em que os velhos quadros sociais desaparecem e
os novos ainda não se estruturaram. A literatura é uma forma de resposta a essa
interrogação. De todas as formas de arte, a literatura é a mais próxima da vida e a
mais sintética, pois reúne-se à arquitetura, quando no processo de composição do
romance; a música, na estrutura melódica da frase; à pintura, no traçar o caráter dos
personagens; a filosofia, ao definir seus ideais de vida. Daí sua importância para a
cultura. Sendo ela acessível aos diferentes especialistas, poderá formular novas
formas de ação ética e padrões morais.
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Como obras literárias brasileiras podem desenvolver a criticidade por
intermédio de análise literária destas por alunos do 3º ano?
HIPÓTESES
a) Com o estudo de obras literárias pode-se desenvolver a criticidade dos alunos
em relação à realidade social nelas expressa, pois mostra fatos de uma outra época
refletidos nos dias atuais, levando alguns aluno a perceber que os problemas sociais
permanecem ao longo do tempo;
b) Alunos do 3º ano do ensino médio apresentam dificuldades para identificar a
realidade social de uma época em obras literárias por não compreenderem o espaço
em que acontecem os fatos;
c) A prática de leitura facilita o debate de obras literárias;
d) O hábito da leitura de obras literárias desenvolve no aluno o conhecimento da
norma culta.
METODOLOGIA
Nesse método, a pesquisada é monográfica exploratória para o embasamento
teórico sobre o assunto. Depois, com o objetivo de obter os dados para a verificação
das hipóteses, realizar-se-á a pesquisa de campo. A coleta de dados adotada nesta
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pesquisa é a direta extensiva por meio de questionários direcionados aos alunos.
PROCEDIMENTOS
O método de procedimento escolhido para a realização deste estudo
científico é o monográfico exploratório. O universo da pesquisa são os alunos do 3º
ano B matutino, do ensino médio, da Escola Estadual Profª Marines Fátima de Sá
Teixeira, da rede pública do centro do município de Alta Floresta – MT.
INSTRUMENTOS
Houve técnicas de documentação direta extensiva apresentando a técnica
de questionário constituída de perguntas fechadas e abertas.
TIPO DE AMOSTRAGEM
O tipo de amostragem empregado aqui é a probabilista aleatória simples
sem reposição.
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1 EMBASAMENTO TEÓRICO
A literatura é a transfiguração do real, ou seja, a realidade recriada pelo
artista da maneira como ele sente e vê o mundo a sua volta. Diversas são as
definições para o termo “literatura”, mas aqui, segundo ARISTÓTELES (1984), ela é
conceituada da seguinte forma: Literatura é arte, mimese, como dizia Aristóteles. É a
arte da palavra, a expressão mais profunda e oculta do artista, é a arte de compor,
seja em verso ou prosa.
A Literatura ajuda o homem a entender vários fatos por que a Sociedade
passa, através da interpretação e das palavras de uma obra literária. Pode-se,
então, analisar algumas das emoções que o autor teve ao escrever sua obra, que
visa a descobrir a intenção do escritor ao escrever sua obra; não somente entender
aspirações e emoções do autor como também compreender melhor diversos fatores
que estão implícitos na sociedade, pois ”Dizer que ela (a Literatura) exprime a
sociedade, constitui hoje verdadeiro altruísmo.” (CANDIDO, 1973, p. 19.). A
Literatura vem a ser um dos mais ricos produtos da cultura de uma sociedade. Pode-
se confirmar isso nas palavras do professor MONTAGNARI:
Uma criação de natureza literária, seja no terreno da dramaturgia, do romance, da poesia, da canção popular, expressa sempre uma determinada visão de mundo, racionalizada, fantasiosa ou intuída que têm como substrato nossa existência, individual e conjunta, histórias de vidas coletivas, particulares e singulares. De um ponto de vista mais ou menos social e político, a literatura é uma expressão estética das relações que estabelecemos entre nós e com o nosso entorno para formar isso que chamamos de sociedade ou cultura. (BRECHT, 1990, p. 129).
Ao escrever uma obra literária, segundo CANDIDO (1973), o autor cria um
mundo ficcional, uma realidade por vezes tão estranha que não parece ser
verdadeira; por mais que seja “diferente”, é a mais pura realidade para ele. Dentro
dessa realidade, ele vivencia momentos que nunca viveu. Através de suas palavras,
transmite ao leitor todos os sentimentos mais ocultos e escondidos dentro de si. Não
se pode, de forma alguma dizer que essa verdade seja apenas ilusão, pois toda sua
obra é transcrita de forma real. Enfim, através das palavras, o artista recria uma
realidade, uma vida de uma maneira tão forte, que se torna real. É também através
de sua obra que o escritor apresenta toda uma realidade social vista e analisada
através de sua visão de mundo e é nela também que ele demonstra toda a cultura
de uma época. Diante disso, é preciso ter em mente que um escritor tem sempre por
base sua realidade social e que, mesmo quando escreve um enredo que se passa
em um futuro, faz isso segundo as concepções adquiridas em sua atualidade.
Como dito acima, a literatura tem como uma de suas funções a
representação do real. Assim é que o crítico e sociólogo Antonio Candido constrói o
seu conceito de literatura:
A arte, e portanto a literatura, é uma transposição do real para o ilusório por meio de uma estilização formal da linguagem , que propõe um tipo arbitrário de ordem para as coisas, os seres, os sentimentos. Nela se combinam um elemento de vinculação à realidade natural ou social, e um elemento de manipulação técnica, indispensável à sua configuração, e implicando em uma atitude de gratuidade. (CANDIDO, 1972, p. 53).
A literatura brasileira tem o seu aperfeiçoamento de base na língua
portuguesa, sendo seu início um desdobramento da literatura em língua portuguesa.
Ela se desenvolveu, segundo CANDIDO (1972), a partir da atividade literária
incentivada pelos jesuítas após descobrirem o Brasil durante o século XVI. Ressalte-
se, no entanto, que o primeiro documento considerado da Literatura Brasileira é a
carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei D. Manuel I de Portugal, em que o Brasil é
descrito, em 1500.
É comum encontrar nas personagens de obras literárias consagradas
enorme semelhança com pessoas e situações do dia a dia. Isso ocorre porque o
autor, segundo CANDIDO (1972), procura despertar o leitor para que este entenda a
realidade social da maneira que aquele a vê à sua volta, usando todos os meios
possíveis para persuadi-lo. Para entender de fato toda essa realidade, não basta
somente ler, é necessário desenvolver um olhar crítico e atencioso para o que se lê,
observando nas entre linhas e nas metáforas o que o autor quer retransmitir através
de sua obra.
Observa-se, no transcorrer da história literária, diversos escritores que
criaram personagens em suas obras para demonstrar uma preocupação com o
presente e futuro e, ainda, uma preocupação em denunciar a realidade social da
época em que viviam. Confirma-se isto no fragmento de Octavio Paz: “Uma literatura
nasce sempre frente a uma realidade histórica e, com freqüência, contra essa
realidade.” (PAZ, 1999, p. 45).
Para exemplificar melhor a relação entre literatura e realidade social, cite-se
“O Cortiço” (1890) de Aluísio Azevedo. Nela, AZEVEDO (1997), retrata os problemas
sociais de sua época. Em “O Cortiço”, muitas dificuldades vividas pelas personagens
fictícias ainda estão presentes em nossos dias, tais como: a informalidade nas
12
relações de trabalho, o pessoalismo nas relações cotidianas, a violência que faz o
seu papel em localidades onde o estado se ausenta, dentre outros.
Aluísio de Azevedo (1997), descreve uma sociedade da época, que na
verdade não esta muito longe da nossa hoje. São pessoas querendo poder e
dinheiro, pensando em si, enquanto milhões vivem marginalizadas em favelas e nas
ruas. Exemplo disso é a personagem João Romão: um homem ambicioso, suas
ações tem único motivo: ascender socialmente. Ele “passa em cima” de qualquer
pessoa para conseguir seu objetivo e não hesita em desprezar e as humilhar quando
já não precisa mais delas; não demonstra nenhum amor ou respeito por ninguém,
pois na sua visão todos a sua volta são instrumentos para a sua própria ascensão.
Assim, vê-se que João Romão representa muitas pessoas que praticam
ações semelhantes a ele, o que pode ser verificado no fragmento da página 03
Que milagres de esperteza e de economia não realizou ele nessa construção! Servia de pedreiro, amassava e carregava barro, quebrava pedra; pedra, que o velhaco, fora de horas, junto com a amiga, furtavam à pedreira do fundo, da mesma forma que subtraiam o material das casas em obra que havia por ali perto. (AZEVEDO, 1997, p. 03 ).
Falar de realidade social e não citar a obra de Graciliano Ramos, “Vidas
Secas” (1938), é um erro. O escritor mostra de forma clara a realidade do Brasil, da
sua época, que se relete nos dias atuais, como: injustiça social, miséria, fome,
desigualdade e seca. Um dos aspectos que mais impressionam na obra é o seu
tema sempre atual.
O romance, escrito entre 1937 e 1938, segundo AZEVEDO (1997), enfoca o
problema da seca e as condições de vida miseráveis do sertanejo brasileiro.
Condições essas que praticamente não se alteram, pois continuam presentes até
hoje. O que remete à idéia de que o homem se animalizou sob condições sub-
humanas de sobrevivência.
Em Vidas Secas, Graciliano Ramos (1975), Fabiano, desloca-se forçado
pelo latifúndio, a fome, a miséria. Migra como alternativa à morte, como os outros
tantos severinos que se deslocam acompanhando o próprio enterro. Desloca-se
para encontrar um pouco de sentido em outro lugar em que possa deitar suas
raízes. Graciliano retrata fielmente em sua obra a realidade nordestina de sua
época, uma realidade que se ainda não se alterou.
Comprova-se isso no fragmento do Capítulo 1
13
Fabiano tomou a cuia, desceu a ladeira, encaminhou-se ao rio seco, achou no bebedouro dos animais um pouco de lama. Cavou a areia com as unhas, esperou que a água marejasse e, debruçando-se no chão, bebeu muito; Saciado, caiu de papo para cima, olhando as estrelas, que vinham nascendo. Uma, duas, três, quatro, havia muitas estrelas, havia mais de cinco estrelas no céu. O poente cobria-se de cirros – e uma alegria doida enchia o coração de Fabiano. Pensou na família, sentiu fome. (RAMOS, 1975, p. 14).
Outro autor brasileiro que revela cenas cotidianas é Manuel Bandeira. Pode-
se observar isso no poema “Pensão Familiar” (1984):
Pensão familiar
Jardim da pensãozinha burguesa.
Gatos espapaçados ao sol.
A tiririca sitia os canteiros chatos.
O sol acaba de crestar os gosmilhos que murcharam.
Os girassóis
amarelo!
resistem.
E as dálias, rechonchudas, plebéias, dominicais.
Um gatinho faz pipi.
Com gestos de garçom de restaurant-Palace
Encobre cuidadosamente a mijadinha.
Sai vibrando com elegância a patinha direita:
- É a única criatura fina na pensãozinha burguesa.
Observa-se, nesse poema, que Manuel Bandeira (1984), fala de cenas do
dia-a-dia as quais, em seu íntimo, surgem críticas sociais, não descritas diretamente.
É interessante ver a sátira por meio da formação do espaço, da caracterização do
espaço evidenciadores do declínio da burguesia. A "pensãozinha burguesa", traz na
própria expressão o caráter depreciativo denotado pelo diminutivo. A caracterização
satírica no poema de Bandeira é calcada na personificação de elementos da
natureza.
O texto, segundo BANDEIRA (1984), mostra apenas figuras como os gatos,
a tiririca, o sol, gosmilhos, girassóis e dálias, sendo composto por uma única ação
efetiva: a do gato "fazer pipi" e "encobrir a mijadinha". Ao resgatar seus atos e
afirmar a superioridade da elegância do animal, ressaltada pelo travessão (último
verso) sobre todos os outros moradores da pensão, sobretudo levando em conta os
versos que antecedem este último (última estrofe) e denotam os gestos do gato, que
14
urina e cobre a excreção, comparando sua naturalidade a de um garçom, em tom de
humor, Bandeira debocha e infama cinicamente a sociedade e, provavelmente, trata-
se aqui da baixa burguesia.
Nesse poema, Manuel Bandeira (1984), satiriza, de forma direta, as pessoas
que tentam manter uma pose, em função de uma posição que não tinham mais, o
que causava-lhe repúdio e revolta. Naquela época, a burguesia estava em
decadência, mesmo assim todos queriam manter sua pose para toda a sociedade.
Isso incomodava Bandeira e através de seu poema “Pensão Familiar”, o poeta critica
a realidade social de sua época.
Existem, ainda músicas que se imortalizam como obras literárias, pois
recriam toda a realidade como um bom livro, algumas parecem até que saltaram de
um deles devido à verossimilhança que os autores conseguem alcançar em suas
letras. Isso faz com que o leitor sinta-se mais que expectador da ação, passando a
viver o que é cantado, assim como nos livros. Em muitas também se encontram
denúncias da realidade social retratada pelo compositor. Exemplo disso é a música
“A Banda” de Chico Buarque que diz:
A Banda
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
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Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Na Música “A Banda”, segundo FERREIRA & ZAPPA (2004), Chico Buarque
demonstra de forma clara a situação de vida da sociedade da sua época, falando da
falta de esperança das pessoas daquela sociedade. Na canção, o autor mostra uma
antítese entra a esperança e desesperança. Toda descrição feita pelo autor na sua
música, é um exemplo forte de como é possível, com uso da literatura, descrever os
fatos ocorridos no meio em que se vive, denunciando de forma clara e objetiva os
16
acontecimentos ocorridos na sociedade.
As idealizações expressas pela literatura, segundo GERREIRA & ZAPPA
(2004), sempre têm a sua base na realidade, nunca são totalmente pura. Através
deste contato com o real que ela pratica sua outra função: a função formadora.
A literatura age como um meio de educação, pois exprime a realidade que
muitos tentam esconder, tornando assim, algo importante para a formação do
homem:
A literatura pode formar; mas não segundo a pedagogia oficial. [...] . Longe de ser um apêndice da instrução moral e cívica, [...], ela age com o impacto indiscriminado da própria vida e educa como ela. [...]. Dado que a literatura ensina na medida em que atua com toda a sua gama, é artificial querer que ela funcione como os manuais de virtude e boa conduta. E a sociedade não pode senão escolher o que em cada momento lhe parece adaptado aos seus fins, pois mesmo as obras consideradas indispensáveis para a formação do moço trazem freqüentemente aquilo que as convenções desejariam banir. [...]. É um dos meios por que o jovem entra em contato com realidades que se tenciona escamotear-lhe. (CANDIDO, 1971, p. 805).
Obviamente, em se tratando de literatura brasileira, pode-se pensar em
muitos outros autores, obras, músicas e temas que suscitam bons debates e
também pesquisas sobre a ótica da literatura como instrumento de mediação do
pensamento sobre a realidade social. Nesse sentido, é possível escolher diversos
assuntos para Literatura e Realidade Social – páginas para pensar e serem
confrontadas, analisadas e problematizadas a partir do conteúdo de obras literárias
nacionais.
Hoje em dia não é diferente, há grandes obras de autores brasileiros na
mesma situação encontrada nos textos citados acima como exemplo. Muitos recriam
a realidade de hoje e denunciam-na em suas obras. Espera-se, assim, que o bom
leitor leia e entenda tudo aquilo que o artista quer transmitir, para que haja um
interesse da parte do leitor em entender a realidade social de sua época e, de certa
forma, contribuir para a evolução da sociedade do meio onde vive.
MAGALHÃES (2005), destaca que a literatura vem sendo usada como
pretexto para o ensino da gramática e, por isso, sua relação com a vida tem se
perdido, fato que tem levado ao abandono da reflexão sobre a realidade em
detrimento da expressão da forma lingüística. Além disso, ela alerta ainda para a
prisão que se tem estabelecido na relação com os estilos de épocas literárias, uma
vez que aos alunos têm sido ensinadas apenas as características de cada uma, o
que reduz o texto literário a uma ilustração dessas classificações. ALMEIDA afirma:
17
Até aqui, vimos que a literatura pode ser utilizada como base para pensar e problematizar a realidade social ou pode ser ela em si o problema a ser estudado. No primeiro caso ela pode servir, em conjunto com outras fontes, como referencial para quem desenvolve uma pesquisa acerca de um dado tempo e espaço. (2007, p. 6).
É possível, por exemplo, utilizar um livro como Vidas Secas (1938) de
Graciliano Ramos (1901-1935) como fonte de apoio para uma pesquisa sobre
injustiça social, miséria, fome, desigualdade e seca. Por outro lado, o mesmo livro
pode não ser uma fonte, mas o próprio objeto da pesquisa. ALMEIDA ainda diz:
Nesse caso, as formas de abordar o objeto são também diversas: pode-se estudar a trajetória intelectual do autor até o momento de concepção da obra, pode-se tomar o movimento literário do momento como chave do processo que permitiu a criação da obra, ou mesmo a recepção que o público e que outros intelectuais tiveram da obra e, em último caso, e bastante fôlego, lançar mão de todas as propostas para empreender uma pesquisa amplíssima. (2007, p. 6).
À medida que o aluno estuda com um olhar mais crítico, prestando atenção
às mensagens que cada autor passa em sua obra, ele estará enriquecendo o seu
conhecimento, criando para si, um potencial para desenvolver opiniões críticas,
análise e debate da realidade social. Espera-se que o mesmo não só perceba,
aprenda e enriqueça seu conhecimento, mas também que se torne um cidadão cada
vez mais crítico e capaz de criar obras que exprimam opiniões de forma conotativa
ou denotativa.
É importante e fundamental que o aluno perceba que o que deve se ter em
mente é que um escritor tem sempre por base uma realidade social e que o mesmo,
quando escreve um enredo que passa em um mundo futuro, faz isso segundo as
concepções adquiridas em sua atualidade. Seguindo este ponto de vista Almeida
ainda diz:
Assim, diferente do que normalmente afirma o senso comum, a literatura não é 'espelho' da realidade: um espelho sempre reflete a imagem real de forma invertida e não é isto que faz a literatura. A arte literária é produto do social, pois vem da imaginação de um ser social e tem, portanto, bases nas tensões da vida coletiva (ALMEIDA, 2007, p. 3).
Segundo Roberta Monteiro Alves (2008, p.103), ela afirma que: “para haver
uma compreensão total dos textos é necessário que o aluno tenha uma visão
interdisciplinar, isso exige mais que a decodificação de sinais.” Ou seja, a leitura é
vista como um todo, conforme é afirmado por CHIAPPINI (2005).
A autora ALVES (2008, p.103), ainda diz que “nessa relação, são de
fundamental importância os objetivos do leitor, porque eles é que vão determinar a
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busca pelo aprofundamento em determinados conteúdos e métodos”, então, a
escola tem o papel não só de ampliar os leitores, mas de oferecer diversos materiais
e ritmos para lerem.
Diante disto, é importante que o aluno tenha o contato com os diferentes
tipos de textos existentes.
Roberta Monteiro Alves (2008, p. 105), argumenta ainda que
a leitura surge na escola como uma oportunidade de colocar o aluno em confronto com o outro, propondo-lhe o desafio de enxergar a pluralidade cultural como forma de levá-lo a ser capaz de exercer a sua cidadania plenamente, sem vestígios de imposição de uma cultura sobre a outra.
Portanto, é preciso aumentar o leque de leitura dos educados, a fim de lhes
oferecerem uma grande variedade de gêneros textuais.
Segundo o Ministério da Educação MEC (BRASIL, 2006), e outros órgãos
ligados a Educação, a leitura:
Desenvolve o repertório: ler é um ato valioso para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional. É uma forma de ter acesso às informações e, com elas, buscar melhorias para você e para o mundo. Liga o senso crítico na tomada: livros, inclusive os romances, nos ajudam a entender o mundo e nós mesmos. Amplia o nosso conhecimento geral: além de ser envolvente, a leitura expande nossas referências e nossa capacidade de comunicação. Aumenta o vocabulário: graças aos livros, descobrimos novas palavras e novos usos para as que já conhecemos.Estimula a criatividade: ler é fundamental para soltar a imaginação. Por meio dos livros, criamos lugares, personagens, histórias. Emociona e causa impacto: quem já se sentiu triste (ou feliz) ao fim de um romance sabe o poder que um bom livro tem. Muda sua vida: quem lê desde cedo está muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida. Facilita à escrita: ler é um hábito que se reflete no domínio da escrita. Ou seja, quem lê mais escreve melhor. (BRASIL, 2006, p. 8).
Observa-se que, a cada dia que passa, o mundo contemporâneo exige mais
agilidade, criatividade, rapidez de pensamento, discurso persuasivo e adequação de
estilo, o que impõe à escola algo novo: levar o aluno a apropriar-se dos escritos para
agir na vida. (ROJO, 2006).
Diante disto, os diferentes tipos de gêneros textuais ganham autonomia em
sala, pois, o aluno terá muito mais opções de textos, e isto, acarretará no mesmo,
diversas interpretações de muitos assuntos fornecendo diferentes visões de mundo.
É justamente a partir desse momento que se torna possível desenvolver o
senso crítico do aluno, levando-o a perceber não só a sua posição no mundo como
também a posição do outro, representada nos diversos contextos sociais, conforme
afirmado por Roberta Monteiro Alves (2008). O contato com a Literatura pode ser
19
capaz de proporcionar aos alunos uma ampliação de sua capacidade de enxergar as
diversidades sociais, políticas, econômicas e culturais de nosso país
Abordar a presença da Literatura em sala de aula implica, segundo Roberta
Monteiro Alves (2008), refletir, entre outras coisas, sobre as concepções de leitura,
literatura e ensino postos em prática no cotidiano das escolas. Consiste em propor
uma forma de estimular os alunos a enxergarem o que há por trás dessas produções
textuais, não só no que diz respeito ao texto em si, mas com relação às vozes que
ele traz consigo. Vozes essas capazes de expressar questões morais, políticas,
sociais, econômicas e culturais.
A Literatura, segundo Roberta Monteiro Alves (2008), contribui de fato para
uma educação voltada para a realidade, na medida em que ela mostra ao aluno uma
visão de mundo, que pode ser comparada ou não à sua, mas que levanta vários
questionamentos que levem o aluno a pensar sobre a sua posição e a do outro na
vida social, política, econômica e cultural dentro do contexto em que vive.
A partir desse momento fica mais fácil que o aluno se veja como um ser
pensante e crítico, com a capacidade de entender não só a si mesmo como também
ao próximo e, logo, estará apto a intervir na realidade, a fim de alterá-la para melhor.
Com a leitura de uma obra literária , segundo Roberta Monteiro Alves
(2008), o aluno não só compreenderá a realidade social de uma época como
também estará desenvolvendo o hábito de ler, pois a leitura é algo fundamental para
a aprendizagem do homem, já que é e por meio dela que ele enriquece e amplia o
vocabulário, adquiri conhecimento, dinamiza a interpretação e o raciocínio.
.
20
2. APRESENTAÇÃO DOS DADOS
Tabela 1 - Sexo Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 26 100,00%
1 Feminino 16 61,54%
2 Masculino 10 38,46%
Gráfico 1
61,54%
38,46%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Feminino Masculino
Fonte: Questionários
Tabela 2 - Faixa etária Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 26 100,00%
1 14 à 18 anos 26 100,00%
2 18 à 25 anos 0 0,00%
2 26 à 30 anos 0 0,00%
2 Acima de 31 anos 0 0,00%
Gráfico 2
0,00%0,00%
100,00%
0,00%0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
14 à 18 anos 18 à 25 anos 26 à 30 anos Acima de 31 anos
Fonte: Questionários
Tabela 3 - Estado conjugal Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 26 100,00%
1 Com companheiro (casado, amigado)
25 96,16%
2 Sem companheiro (solteiro, separado, desquitado, divorciado, viúvo)
01 3,84%
Gráfico 3
3,84%
96,16%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Com companheiro (casado, amigado) Sem companheiro (solteiro,
separado, desquitado, divorciado,
viúvo)
Fonte: Questionários
Tabela 4 - Renda mensal familiar Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 26 100,00%
1 de 1 salário mínimo à 2 salários mínimos 07 26,93%
2 de 2 salário mínimo à 3 salários mínimos 10 38,46%
3 de 3 salário mínimo à 4 salários mínimos 05 19,23%
4 de 4 salário mínimo à 5 salários mínimos 03 11,54%
5 acima de 5 salários mínimos 01 3,84%
Gráfico 4
38,46%
26,93%
19,23%
11,54%
3,84%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
de 2 salários mínimo
à 3 salários mínimos
de 1 salário mínimo à
2 salários mínimos
de 3 salários mínimo
à 4 salários mínimos
de 4 salários mínimo
à 5 salários mínimos
acima de 5 salários
mínimos
Fonte: Questionários
22
Tabela 5 - Livros literários disponíveis na escola
Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 26 100,00%
1 Sim 26 100,00%
2 Não 0 0,00%
Gráfico 5
0,00%
100,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Sim Não
Fonte: Questionários
Tabela 6 - O professor solicita a leitura de livros literários Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 26 100,00%
1 Sim 26 100,00%
2 Não 0 0,00%
Gráfico 6
0,00%
100,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Sim Não
Fonte: Questionários
23
Tabela 7 - Avaliação da leitura de um livro Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 40 100,00%
1 Através de seminários 23 57,50%
2 Através de debates 07 17,50%
3 Outros (Roteiro) 05 12,50%
4 Através de elaboração de resumos 03 7,50%
5 Através de provas escritas 02 5,00%
Gráfico 7
5%7,50%12,50%
17,50%
57,50%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Através de
seminários
Através de
debates
Outros (Roteiro) Através de
elaboração de
resumos
Através de provas
escritas
Fonte: Questionários
Tabela 8 - Elaboração do resumo Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 29 100,00%
1 Lê o livro e o resume sozinho 22 75,86%
2 Em grupo, cada um resume uma parte 01 20,69%
3 Baseia em resumo da internet 06 3,45%
4 Em grupo, um faz e os outros copiam 0 0,00%
Gráfico 8
75,86%
20,69%
3,45%0%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Lê o livro e o resume
sozinho
Em grupo, cada um
resume uma parte
Baseia em resumo da
internet
Em grupo, um faz e os
outros copiam
Fonte: Questionários
24
Tabela 9 - Identificação de problemas sociais como: a injustiça social, miséria, fome, sede, desigualdade, realidade social, histórica, política e econômica; na obra Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 26 100,00%
1 Sim 26 100,00%
2 Não 0 0,00%
Gráfico 9
0,00%
100,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Sim Não
Fonte: Questionários
Tabela 10: Compreensão dos fatos narrados ao longo da história Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 26 100,00%
1 Sim 15 57,69%
2 Não 11 42,31%
Gráfico 10
42,31%
57,69%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Sim Não
Fonte: Questionários
25
Tabela 11: Justificação da resposta Ordem Descrição Frequência Porcentage
m
Total 31 100,00%
1 Sim, consigo absorver todo conteúdo 10 32,26%
2 Não, tenho dificuldades de entender às vezes por causa do vocabulário.
09 29,03%
3 Sim, compreendo porque faço a releitura 04 12,91%
3 Sim, pois faço uma pesquisa sobre a obra 04 12,91%
4 Sim, acho a linguagem por vezes simples 03 9,67%
5 Não respondeu 01 3,22%
Gráfico 11
3,22%
32,26%29,03%
12,91% 12,91% 9,67%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Sim, consigo
absorver todo
conteúdo
Não, tenho
dificuldades de
entender às vezes
por causa do
vocabulário.
Sim, compreendo
porque faço a
releitura
Sim, pois faço uma
pesquisa sobre a
obra
Sim, acho a
linguagem por
vezes simples
Não respondeu
Fonte: Questionários
Tabela 12: Desenvolvimento da leitura Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 26 100,00%
1 Sim 26 100,00%
2 Não 0 0,00%
Gráfico 12
0,00%
100,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Sim Não
26
Fonte: Questionários
Tabela 13: Justificação da resposta Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 30 100,00%
1 Sim, ajuda a desenvolver a leitura 13 43,34%
2 Sim, ajuda no conhecimento de novas palavras
09 30,00%
3 Sim, ajuda na organização de idéias 03 10,00%
4 Sim, ajuda na interpretação 02 6,66%
4 Sim, ajuda no diálogo e comunicação 02 6,66%
5 Sim, ajuda na carreira profissional 01 3,34%
Gráfico 13
43,34%
30,00%
10,00%6,66% 6,66% 3,34%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Sim, ajuda a
desenvolver a
leitura
Sim, ajuda no
conhecimento de
novas palavras
Sim, ajuda na
organização de
idéias
Sim, ajuda na
interpretação
Sim, ajuda no
diálogo e
comunicação
Sim, ajuda na
carreira
profissional
Fonte: Questionários
Tabela 14: Desenvolvimento da interpretação Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 26 100,00%
1 Sim 26 100,00%
2 Não 0 0,00%
Gráfico 14
0,00%
100,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Sim Não
27
Fonte: Questionários
Tabela 15 Justificação da resposta Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 29 100,00%
1 Além de melhorar a interpretação, desperta o gosto pela leitura.
11 37,93%
2 Ajuda-nos a entender melhor a obra 06 20,69%
2 Aumenta o conhecimento 06 20,69%
3 Aumenta a imaginação, nos fazendo estar dentro da história
03 10,35%
3 Entendemos melhor os fatos que acontecera. 03 10,35%
Gráfico 15
10,35%10,35%20,69%20,69%
37,93%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Além de melhorar a
interpretação, desperta
o gosto pela leitura.
Ajuda-nos a entender
melhor a obra
Aumenta o
conhecimento
Aumenta a imaginação,
nos fazendo estar
dentro da história
Entendemos melhor os
fatos que acontecera.
Fonte: Questionários
Tabela 16: Desenvolvimento da escrita Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 26 100,00%
1 Sim 26 100,00%
2 Não 0 0,00%
Gráfico 16
0,00%
100,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Sim Não
28
Fonte: Questionários
Tabela 17: Justificação da resposta Ordem Descrição Frequência Porcentage
m
Total 32 100,00%
1 Além de aprender novas palavras, desenvolve a norma culta padrão.
19 59,39%
2 Auxilia na forma correta de escrever as palavras 10 31,25%
3 Aumenta o conhecimento 03 9,37%
Gráfico 17
59,39%
31,25%
9,37%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Além de aprender novas palavras,
desenvolve a norma culta padrão.
Auxilia na forma correta de escrever as
palavras
Aumenta o conhecimento
Fonte: Questionários
Tabela 18: Benefícios adquiridos na leitura de um livro literário Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 78 100,00%
1 Conhecimento 34 43,59%
2 Melhor interpretação 14 17,95%
3 Novo vocabulário 09 11,54%
3 Melhorar a escrita 09 11,54%
4 Melhorar a leitura 07 8,97%
5 Melhorar na fala 03 3,85%
6 Gosto pela leitura 02 2,56%
Gráfico 18
43,59%
17,95%11,54% 11,54% 8,97%
3,85% 2,56%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Conhecimento Melhor
interpretação
Novo
vocabulário
Melhorar a
escrita
Melhorar a
leitura
Melhorar na fala Gosto pela
leitura
Fonte: Questionários
29
Tabela 19: Dificuldades encontradas na a leitura de um livro literário
Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 82 100,00%
1 Palavras de difícil entendimento 22 26,83%
2 Acesso ao livro 19 23,17%
3 Difícil interpretação 10 12,19%
3 Difícil compreensão de partes da história do livro 10 12,19%
5 Não responderam 08 9,76%
6 História pouco interessante 07 8,54%
7 Ler por obrigação 06 7,32%
Gráfico 19
7,32%8,54%9,76%12,19%12,19%23,17%26,83%
0,00%
10,00%20,00%
30,00%
40,00%50,00%
60,00%
70,00%
80,00%90,00%
100,00%
Palavras de
difícil
entendimento
Acesso ao livro Difícil
interpretação
Difícil
compreensão de
partes da
história do livro
Não
responderam
História pouco
interessante
Ler por
obrigação
Fonte: Questionários
Tabela 20: O Professor compara fatos narrados no livro com os fatos existentes nos dias atuais Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 26 100,00%
1 Sim 26 100,00%
2 Não 0 0,00%
Gráfico 20
0,00%
100,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Sim Não
Fonte: Questionários
30
Tabela 21: Opiniões sobre a leitura de livros literários Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 44 100,00%
1 Aumenta o conhecimento 19 43,18%
2 Ajuda na prova do vestibular 09 20,45%
3 Melhora a interpretação 05 11,36%
4 Entediante 04 9,09%
5 Melhora a escrita 03 6,82%
5 Melhora a Leitura 03 6,82%
6 Ajuda nas provas de concursos públicos 01 2,23%
Gráfico 21
2,23%6,82%6,82%
9,09%11,36%
20,45%
43,18%
0,00%
10,00%20,00%
30,00%
40,00%50,00%
60,00%
70,00%
80,00%90,00%
100,00%
Aumenta o
conhecimento
Ajuda na prova
do vestibular
Melhora a
interpretação
Entediante Melhora a
escrita
Melhora a
Leitura
Ajuda nas
provas de
concursos
públicos
Fonte: Questionários
Tabela 22: Obras Literárias lida
Ordem Descrição Frequência Porcentag
em
Total 26 100,00%
1 O Cortiço - Aluísio de Azevedo 09 34,61%
2 Triste Fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto 05 19,23%
3 Lucíola – José de Alencar 04 15,38%
4 Iracema – José de Alencar 02 7,69%
4 Dom Casmurro – Machado de Assis 02 7,69%
5 A Escrava Isaura – Bernardo Guimarães 01 3,85%
5 O Seminarista – Bernardo Guimarães 01 3,85%
5 A Negrinha – Monteiro Lobato 01 3,85%
5 Recordações do Escrivão Isaias Caminha – Lima Barreto 01 3,85%
Gráfico 22
31
3,85%3,85%3,85%3,85%7,69%7,69%
15,38%19,23%
34,61%
0,00%10,00%20,00%30,00%40,00%50,00%60,00%70,00%80,00%90,00%
100,00%
O Cortiço -
Aluísio de
Azevedo
Triste Fim de
Policarpo
Quaresma –
Lima Barreto
Lucíola –
José de
Alencar
Iracema –
José de
Alencar
Dom
Casmurro –
Machado de
Assis
A Escrava
Isaura –
Bernardo
Guimarães
O
Seminarista
– Bernardo
Guimarães
A Negrinha
– Monteiro
Lobato
Recordações
do Escrivão
Isaias
Caminha –
Lima Barreto
Fonte: Questionários
Tabela 23: Fatos ocorridos em obras literárias comparadas com os fatos dos dias atuais Ordem Descrição Frequência Porcentagem
Total 42 100,00%
1 Desigualdade 14 33,33%
2 Preconceito 07 16,66%
3 Adultério 06 14,28%
4 Liberdade 03 7,14%
4 Homossexualidade 03 7,14%
4 Patriotismo 03 7,14%
5 Amor Proibido 02 4,76%
5 Pedofilia 02 4,76%
5 Política 02 4,76%
Gráfico 23:
4,76%4,76%4,76%7,14%
33,33%
16,66% 14,28%7,14% 7,14%
0,00%10,00%20,00%30,00%40,00%50,00%60,00%70,00%80,00%90,00%
100,00%
Des
igual
dade
Preco
nceito
Adu
ltério
Liber
dade
Hom
ossex
ualid
ade
Patrio
tism
o
Am
or P
roib
ido
Pedof
ilia
Política
Fonte: Questionários
32
3. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Esta pesquisa foi realizada com 26 alunos do 3º ano B matutino, da Escola
Estadual Profª Marinês Fátima de Sá Teixeira, que possui o ensino fundamental e
médio nos períodos diurno e noturno. Diante disto, foi escolhido o 3º ano B matutino
como representatividade para realizar esta pesquisa, 61,54% (16) são do sexo
feminino enquanto 38,46% (10) do sexo masculino, 100% destes alunos estão na
faixa etária entre 14 à 18 anos de idade e, 96,16% (25) são solteiros enquanto
3,84% (01) casado. A renda mensal da família destes alunos está bem diversificada,
29,93% recebem entre 01 salário mínimo e 02 salários mínimos, 38,46% entre 02
salários mínimos e 03 salários mínimos, 19,23 entre 03 salários mínimos e 04
salários mínimos, 11,54% entre 04 salários mínimos e 05 salários mínimos e, 3,84%
recebem acima de 05 salários mínimos.
A escola possui um método de ensino satisfatório no que se refere à
literatura, 100% dos alunos responderam que a escola possui livros literários
disponíveis, e 100% concordaram que o professor de sala solicita a leitura dos
mesmos. Segundo os alunos a apresentação desses livros em sala de aula é
realizada de várias formas, 57,5 % disseram que é feita por intermédio de
seminários, 17,5 % de debates, outros (roteiro) 12,5%, 7,5% através da elaboração
de resumos e 5% por prova escrita.
A forma de elaboração dos resumos desses livros costuma ser diversificada;
75,86% lêem o livro e o resumem sozinho 3,45% se baseiam num resumo
encontrado na internet e 2,69% o fazem em grupo, ou seja, cada um resume e lê a
sua parte.
Em toda obra literária, encontra-se diversos problemas sociais descritos,
100% dos alunos concordaram que ao lerem uma destas obras, encontraram
problemas sociais como: a injustiça social, miséria, fome, sede, desigualdade,
realidade social, histórica, política e econômica, apesar de, que 57,69% destes
alunos acharem difícil a compreensão do enredo de livros literários, apenas 42,31%
concordaram que não possuem essa dificuldade.
Ao serem questionados sobre tais dificuldades e facilidades, 29,03% dos
alunos que possuem dificuldades justificaram que o vocabulário antigo provoca essa
dificuldades, 12,91% compreendem após a releitura, 12,91% sentem a necessidade
de fazer uma pesquisa paralela quanto à estrutura e à época da obra para facilitar o
entendimento, aqueles que pensam o contrário disto, 32,26 dizem que além da obra
ser fácil, conseguem absorver um grande conhecimento e aprendizado, 9,67 acham
até simples a linguagem e 3,22 % preferiram não responder.
Dos alunos pesquisados, 100% argumentaram que através da leitura de
livros literários, é possível melhorar a leitura de um modo em geral, 43,31%
justificaram que a leitura de livros literários ajudam a desenvolver a leitura, 30%
argumentam que amplia o vasto conhecimento da linguagem, 10% que auxilia na
organização das idéias, 6,66% na interpretação e 6,66% no diálogo e comunicação
e 3,34% na carreira profissional.
Quanto ao desenvolvimento da interpretação, 100% concordaram que
através da leitura de livros literários, é possível desenvolver e melhorar a forma de
interpretação, 37,93% disse que além de melhorar desperta o hábito de leitura,
2,69% a entender a obra, 2,69% no enriquecimento de conhecimento, 10,35% dizem
que o desenvolvimento de boas interpretações os levam para dentro da obra através
da imaginação e 10,35 % acreditam que o desenvolvimento da interpretação os
fazem compreender melhor os fatos narrados na obra.
Se referendo a escrita, com base no questionário respondido, verificou-se
que em 100% das respostas a leitura de obras literárias melhora e desenvolve a
escrita, 59,39% justificou que além de aprenderem novas palavras desenvolvem
para si a norma culta padrão, 32,25% que auxilia na forma correta de escrever as
palavras e 9,37 % disseram que aumenta o seu conhecimento.
Vários são os benefícios alcançados no que se refere a leitura de uma obra
literária, partindo dessa afirmação, após questionados aos alunos para citarem 03
benefícios que foram adquiridos para sim, responderam que: 43,59% tiveram um
aumento do conhecimento, 17,95% melhorou a interpretação, 11,54% adquiriram
novo vocabulário, 11,54% melhoraram na escrita, 8,97 melhoraram na leitura, 3,85
na fala e diálogo e 2,56 obtiveram o gosto pela leitura.
Ao solicitar para que os mesmo descrevessem três dificuldades que
encontraram na leitura de obras literárias, os mesmo descreveram da seguinte
forma: 26,83% destacaram as palavras difíceis, 23,17% o acesso ao livro, 12,19 %
difícil interpretação de obras literárias, 12,19% a difícil compreensão de partes do
enredo, 8,54% história entediante, 7,32% a leitura por obrigação e 9,76% não
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responderam.
Quanto aos fatos narrados no livro, 100% dos alunos disseram que o
professor de sala faz a linha de comparação do livro com nossa atualidade.
Ao ser solicitado para estes alunos descreverem suas opiniões e o que
adquiriam com a leitura de livros literários, eles, deram as seguintes respostas:
43,18% adquiriam conhecimento, 20,45% ajuda as provas de vestibulares, 11,36%
adquiram uma melhor interpretação, 9,09% acham que o tédio da leitura atrapalhou
para adquirirem uma maior criticidade, 6,82% adquiriram melhora na escrita e 6,82%
na leitura, 2,23% adquiriram ajuda para realizarem concursos públicos.
Foi solicitado para os alunos pesquisados descreverem na pergunta de nº 22
os livros literários que por eles foram lidos e citarem quais os fatos ocorridos nas
obras que podem ser comparados com os dias atuais, as obras lidas por eles, são:
O Cortiço - Aluísio de Azevedo (34,61%), Triste Fim de Policarpo Quaresma – Lima
Barreto (19,23%), Lucíola – José de Alencar (15,38%), Iracema – José de Alencar
(7,69%), Dom Casmurro – Machado de Assis (7,69%), A Escrava Isaura – Bernardo
Guimarães (3,85%), O Seminarista – Bernardo Guimarães (3,85%), A Negrinha –
Monteiro Lobato (3,85%) e Recordações do Escrivão Isaias Caminha – Lima Barreto
(3,85%). Os fatos ocorridos nestas obras que são comparados ao dias atuais, foram
descritos da seguinte forma pelos alunos: 33,33% citaram a desigualdade, 2,66% o
preconceito, 14,28% o adultério, 7,14% a liberdade, 7,14% a homossexualidade,
7,14% o patriotismo, 4,76% o amor proibido, 4,76 a pedofilia e 4,76% a política.
As perguntas de uma forma em geral, continham clareza nas respostas
deixando explícitas as interpretações destas.
3.1 DISCUSSÃO DOS DADOS
A literatura amplia e auxilia o processo de ensino aprendizagem do aluno,
fortalecendo seu conhecimento e auxiliando na formação de um cidadão crítico com
opiniões diversificadas e coerentes, é ela também que ajuda o homem a
compreender diversos contextos e fatos ocorridos ao longo no tempo pelo qual a
sociedade passara.
Desta forma, percebe-se que cada obra literária ajudou na construção do
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panorama de uma época, de um povo, retratando problemas sociais e
apresentando, às vezes, caminhos a seguir. Deste modo, pode-se concluir que a
literatura pode levar seu leitor a uma reflexão sobre a realidade.
Obras literárias brasileiras podem desenvolver a criticidade por intermédio
de sua análise literário pelos alunos. Confirma-se essa afirmação através das
perguntas: número 13, em que citam diversos pontos que adquiririam ao lerem e
analisarem uma obra, como: desenvolvimento da leitura em 43,34 %, o
conhecimento de novas palavras em 30 % dos alunos, e a organização de idéias em
10%; o desenvolvimento da norma culta padrão conforme disseram 59,39% na
pergunta de número 17 e na número 18 destacam-se os benefícios que foram
adquiridos por estes como: 43,59% de conhecimento, 17,95 % melhora na
interpretação, 11,54% novo vocabulário, 11,54% melhora na escrita, 8,97% melhora
na leitura e 3,85% uma melhora na comunicação.
O conhecimento adquirido por cada aluno, conforme se observou nas
respostas variam de aluno para aluno, ou seja, conforme o conhecimento de mundo
e os benefícios adquiridos na leitura de obras. Diante disto KRIEGL afirma o
seguinte:
[...] os esquemas cognitivos do leitor. quando alguém lê algo, aplica determinado esquema alterando-o ou confirmando-o, mas principalmente entendendo mensagens diferentes de seus esquemas cognitivos, ou seja, as capacidades já internalizadas e o conhecimento de mundo de cada um são diferentes. (2002, p. 12).
Diante da hipótese: “com o estudo de obras literárias pode-se desenvolver a
criticidade dos alunos em relação à realidade social nelas expressa, pois mostra
fatos de uma outra época refletida nos dias atuais levando o aluno a perceber que
os problemas sociais permanecem ao longo do tempo” a resposta da pergunta de
número 22 comprova essa afirmação, pois todos alunos descreveram nela situações
que encontraram nas obras literárias que acontecem nos dias atuais, 33,33%
disseram a desigualdade, 16,66% o preconceito, 14,28% o adultério, 7,14% a
liberdade, 7,14% a homossexualidade, 7,14% o patriotismo, 4,76% o amor proibido,
4,76% a pedofilia e 4,76% a política.
Diante dessas respostas, verifica-se que, após ser lida uma obra literária, os
alunos de uma forma em geral conseguem identificar os fatos que aconteceram e
compará-los com os dos dias atuais. Pode-se perceber que a literatura de uma
forma em geral ajuda o aluno a identificar, além dos fatos descritos nas obras, qual
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obra apresenta uma qualidade literária fundamental para seu desenvolvimento.
LERNER (2002, p. 28) diz:
O desafio é formar pessoas desejosas de embrenhar-se em outros mundos possíveis que a literatura nos oferece, dispostas a identificar-se com o semelhante ou a solidarizar-se com o diferente e capazes de apreciar a qualidade literária.
Sobre a hipótese que afirma que “alunos do 3º ano do ensino médio
apresentam dificuldades para identificar a realidade social de uma época em obras
literárias por não compreenderem o espaço em que acontecem os fatos”, verifica-se
na resposta de número 10 que a maioria, 57,69% não tem essa dificuldade, mas
42,31% argumentaram que possuem dificuldade na compreensão dos fatos
narrados dentro de uma obra, segundo aqueles que têm dificuldades, justificaram,
conforme a resposta da pergunta número 19, 26,83% que o vocabulário difícil torna
a compreensão menor e 12,19% citam que a dificuldade na interpretação da
seqüência de fatos de algumas obras literárias os limita.
A hipótese “a prática de leitura facilita o debate de obras literárias” foi
reforçada pela resposta dos alunos na pergunta de número 13: 10% argumentaram
que a leitura os ajuda a organizar melhor as idéias e 6,66% na interpretação, ou
seja, com a leitura o aluno desenvolve para si uma facilidade maior de entender e
discutir melhor os fatos ocorridos na obra, trazendo para hoje esse conhecimento
que é adquirido pelo aluno, conforme constatado nas perguntas de números 15 por
20,69% dos alunos, número 17 por 9,37%, 18 por 43,59% que afirmaram obter
novos conhecimentos e, ao obtê-los, estarão cada vez mais sendo capazes de
darem opiniões críticas quanto à análise de obras literárias e assuntos diversos dos
dias de hoje, pois os mesmos possuem uma bagagem maior de conhecimento. A
esse conhecimento adquiro quanto à leitura, FOUCAMBERT (1994, p. 5) diz:
Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa que certas respostas podem ser encontradas na escrita, significa poder ter acesso a essa escrita, significa construir uma resposta que integra parte das novas informações ao que já se é.
Após a aplicação do questionário, observou-se na hipótese “o hábito da
leitura de obras literárias desenvolvem no aluno o conhecimento da norma culta” que
os mesmos têm consciência disto, com base na resposta da pergunta 17, 59,39%
dos alunos argumentaram que, com a leitura de obras literárias, aprendem-se novas
palavras e desenvolve-se a norma culta padrão, ou seja, a prática auxilia no
desenvolvimento do aprendizado do aluno no dia a dia.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A obra literária é objeto social. O homem, como ser histórico, tem
necessidades, anseios e valores que se modificam a todo o momento. As obras
literárias refletem seu modo de ver a vida e de estar no mundo. É a literatura que
reflete as relações do homem com o mundo e com os outros. E, à medida que o
tempo passa e causa a transformação no homem, a literatura acompanha essa
mudança, essa transformação, pois, ela é sensível as peculiaridades de cada época,
aos modos de ver a vida, de problematizar a existência, de questionar a realidade,
de organizar a convivência social.
Diante de tudo isso, é fundamental que a literatura seja trabalhada não como
uma disciplina exigida nos vestibulares, mas como uma disciplina de fundamental
importância no processo de formação do aluno. Através da convivência com ela o
aluno descobre as múltiplas faces da linguagem e entra em contato com os
diferentes aspectos da Língua Portuguesa.
Todos os dados desta pesquisa comprovam os benefícios e pontos positivos
adquiridos quanto o estudo de obras literárias, ou seja é possível sim que os alunos
percebam num enredo a injustiça social, miséria, fome, sede, desigualdade,
realidade social, histórica, política e econômica, e os compare com os fatos
ocorridos nos dias atuais. Partindo desse ponto, o aluno estará desenvolvendo seu
aprendizado e obtendo conhecimentos necessários para tornar-se um cidadão
crítico, além de estar adquirindo um maior domínio quanto à interpretação, à leitura,
à escrita e à norma culta padrão.
Quanto a importância do ensino da literatura ZINANI & SANTOS (2002), diz
o seguinte:
Considerando a importância da literatura para a compreensão da realidade e o desenvolvimento do espírito crítico, acreditamos que o aluno, depois de ter realizado um efetivo estudo de obras literárias, provavelmente sairá dessa experiência com uma apreensão mais ampla do mundo circundante, mais sensibilizado para situações que o envolvem e mais preparado para atuar como elemento modificador de sua realidade (p. 67).
A formação de alunos leitores de textos literários é um grande desafio, maior
ainda é de trabalhar a literatura de forma tão importante quanto o ensino da língua
portuguesa e matemática, isto exige do professor um grande conhecimento do
campo literário e prazer em ensinar a literatura. Trabalhar a literatura em sala de
aula é mergulhar num mundo de subjetividade e encantamento, um lugar mágico
onde o aluno encontra a possibilidade de se descobrir, se reconhecer e se
encontrar. Desta forma, a literatura passa a ser um convite à liberdade de
expressão, onde os alunos podem exteriorizar sentimentos, descobrir e
compreender as próprias emoções.
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