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AJES- INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM LEITURA, LITERATURA E PRODUÇÃO DE TEXTO PERCEPÇÃO DO TRABALHO DESENVOLVIDO POR DOCENTES DE LÍNGUA PORTUGUESA NA SALA DE RECURSO COM DISCENTES PORTADORES DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL EM ESCOLAS ESTADUAIS DE ALTA FLORESTA – MT Giovana Bomfim Martin Lopes Orientador: Ilso Fernandes do Carmo ALTA FLORESTA/2011

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AJES- INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM LEITURA, LITERATURA E PRODUÇÃO DE TEXTO

PERCEPÇÃO DO TRABALHO DESENVOLVIDO POR DOCENTES DE LÍNGUA

PORTUGUESA NA SALA DE RECURSO COM DISCENTES PORTADORES DE

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL EM ESCOLAS ESTADUAIS DE ALTA FLORESTA –

MT

Giovana Bomfim Martin Lopes

Orientador: Ilso Fernandes do Carmo

ALTA FLORESTA/2011

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM LEITURA, LITERATURA E PRODUÇÃO DE TEXTO

PERCEPÇÃO DO TRABALHO DESENVOLVIDO POR DOCENTES DE LÍNGUA

PORTUGUESA NA SALA DE RECURSO COM DISCENTES PORTADORES DE

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL EM ESCOLAS ESTADUAIS DE ALTA FLORESTA –

MT

Giovana Bomfim Martin Lopes

Orientador: Ilso Fernandes do Carmo

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de especialização em Leitura, Literatura e Produção de Texto”.

ALTA FLORESTA/2011

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À Deus e minha família Humildemente

Ofereço

Aos meus pais pela educação, sabedoria e

incentivo

Dedico

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a DEUS!

Minha linda, minha razão de viver, o grande amor da minha vida: a

princesinha da mamãe, Anna Beatriz;

Minha família e amigos;

Aos professores-tutores pelo imenso apoio, carinho e dedicação e pela

contribuição que deram a minha formação;

Aos companheiros de pós-graduação pelo respeito, companheirismo e

experiências vivenciadas.

A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a execução

deste trabalho;

O Meu Muito Obrigado!!!

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RESUMO

Trabalhar as dificuldades de aprendizagem com o aluno portador de

deficiência intelectual é de fundamental importância considerando o fato de incluir o

aluno ao meio escolar e de maneira igualitária com os demais alunos presentes em

sala de aula. Será que os professores da sala de recurso das escolas estaduais do

município de Alta Floresta – MT sentem-se preparados para trabalhar com alunos

portadores de deficiência intelectual? Como esses professores desenvolvem seu

trabalho? Quais são as dificuldades dos professores em trabalhar a disciplina de

língua portuguesa com alunos portadores de deficiência intelectual? Foram

realizadas entrevistas individuais com professores de língua portuguesa das salas

de recurso, as mesmas aconteceram através de questionários (Anexo I) anônimos e

voluntários, estruturados com 17 questões abertas (dissertativa) e fechadas

(objetiva), através das questões buscou-se entender como os professores

desenvolvem seu trabalho na sala de recurso com alunos portadores de deficiência

intelectual e quais as eventuais dificuldades que os docentes tinham em trabalhar

com esses alunos. Esta pesquisa revela que os professores que atuam a menos de

2 anos com alunos portadores de deficiência intelectual sentem-se inseguros em

relação aos trabalhos desenvolvidos, a falta de experiência e a carência de

formações e cursos profissionalizantes que trabalhem práticas e não teorias, fazem

com que eles sintam-se despreparados.

Palavras chave: deficiência, inclusão, sala de recurso

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................06

1.Inclusão de crianças com deficiência intelectual e a sala de

recurso..... ......... ... ............ ........ ........ ............ ........ ........ ............ .....10

2. Processo de ensino-aprendizagem de crianças com deficiência

intelectual ......................................................................................15

3. Inclusão de crianças portadoras de deficiência intelectual nas

escolas regulares ...........................................................................17

4 Trabalho do professor e a sala de recursos ...................................20

5. METODOLOGIA ..........................................................................24

6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS ............................................25

CONCLUSÃO .................................................................................30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................32

ANEXOS ........................................................................................36

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INTRODUÇÃO

O conceito de deficiência intelectual (DI) tem uma relação

estreita com as concepções socioeconômicas e idéias que nortearam

cada período da história do homem (DESSEN & SILVA, 2001).

A deficiência intelectual ou mental é conhecida por problemas

com origem no cérebro e que causam baixa produção de conhecimento,

dif iculdade de aprendizagem e um baixo nível intelectual. Entre as

causas mais comuns deste transtorno estão os fatores de ordem

genética, as complicações ocorridas ao longo da gestação ou durante o

parto e as pós-natais (SANTANA, 2010).

Como a deficiência intelectual está entre as síndromes

consideradas anormais, os pacientes acometidos por este transtorno já

foram chamados de excepcionais, até mesmo de deficientes, e hoje são

denominados de portadores de necessidades especiais, o que ref lete

de certa forma a evolução dos pontos de vista sociais sobre estes

indivíduos (SANTANA, 2010).

A conceituação caracterizada da deficiência intelectual adotada

no Brasi l pelo Ministério da Educação (MEC) segue o modelo proposto

pela Associação Americana de Deficiência Intelectual (AAMR),

divulgado em 1992, segundo o qual a DI se caracteriza pelo

funcionamento intelectual geral signif icativamente abaixo da média,

oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com limitações

associadas a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da

capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas

da sociedade, nos seguintes aspectos: comunicação, cuidados

pessoais, habil idades sociais, desempenho na família e comunidade,

independência na locomoção, saúde e segurança, desempenho escolar,

lazer e trabalho (BRASIL, 1997).

Embora seja possível identif icar a maior parte dos casos de

deficiência intelectual na infância, infelizmente este distúrbio só é

percebido em muitas crianças quando elas começam a freqüentar a

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escola. Isso acontece porque esta patologia é encontrada em vários

graus, desde os mais leves, passando pelos moderados, até os mais

graves. Nos casos mais sutis, os testes de intel igência direcionados

para os pequenos não são nada confiáveis, torna-se então dif ícil

detectar esse problema. Nos centros educacionais as exigências

intelectuais aumentam e aí a def iciência intelectual torna-se mais

explícita, como a criança tem suas funções intelectuais comprometidas,

ela pode também ter dif iculdades em seu desenvolvimento e no seu

comportamento, principalmente no aspecto da adequação ao contexto a

que pertence (SANTANA, 2010).

VYGOTSKY (1989, p. 118), af irma que:

As cr ianças com def ic iênc ia in te lec tual, por exemplo, podem demandar um ens ino por mais tempo e procedimentos espec iais , podem alcançar um nível menor de aprendizagem, porém receberão a mesma preparação que as demais cr ianças para a v ida futura.

A deficiência intelectual desafia a escola comum no seu objetivo

de ensinar, de levar o aluno a aprender o conteúdo curricular,

construindo o conhecimento. O aluno com essa deficiência tem uma

maneira própria de lidar com o saber, que não corresponde ao que a

escola preconiza. Na verdade, não corresponder ao esperado pela

escola pode acontecer com todo e qualquer aluno, mas os alunos com

deficiência intelectual denunciam a impossibi l idade de a escola atingir

esse objet ivo, de forma tácita (GOMES et al., 2007).

Será que os professores da sala de recurso das escolas

estaduais do município de Alta Floresta – MT sentem-se preparados

para trabalhar com alunos portadores de deficiência intelectual? Como

esses professores desenvolvem seu trabalho? Quais são as

dif iculdades dos professores em trabalhar a discipl ina de língua

portuguesa com alunos portadores de deficiência intelectual?

Trabalhar as dif iculdades de aprendizagem com o aluno portador

de deficiência intelectual é de fundamental importância considerando o

fato de incluir o aluno ao meio escolar e de maneira igualitária com os

demais alunos presente em sala de aula. Ao inserir este aluno a este

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meio, o educador detectará as dif iculdades e buscará recursos para

trabalhar com esse educando. Assim, abrirá perspectivas para que ele

se sinta a vontade ao meio em que vive.

A escola ao ofertar vagas para esses alunos, também tem que

oferecer suporte aos educadores para que trabalhe com esses alunos.

Atualmente o governo ajuda os educandos com uma sala especial,

chamada “sala de recurso”.

A sala de recurso tem como um de seus objetivos auxil iar o

professor com atividades e procedimentos de como trabalhar com

alunos portadores de deficiência e conseguir fazer com que os alunos

compreendam as l inguagens verbais e não verbais e ainda decodif icar

textos dos mais variados gêneros.

No entanto, alguns professores sentem-se despreparados para

desenvolver algum trabalho com alunos portadores de deficiência

intelectual, devido ao fato de não terem experiência e ao mesmo tempo

não possuírem algum curso específ ico.

Este trabalho tem por objetivo mostrar como é realizado o

trabalho dos professores da sala de recurso das escolas estaduais do

município de Alta Floresta – MT, além disso, verif icar as eventuais

dif iculdades dos professores de l íngua portuguesa da sala de recurso

em trabalhar com alunos portadores de deficiência intelectual.

O trabalho trata sobre as dif iculdades que os professores da

sala de recurso encontram em seu dia a dia, como é realizado seu

trabalho, de que forma a escola proporciona as formas de interação

dessas crianças portadoras de deficiência intelectual com o meio

escolar, além disso, como se dá o processo de ensino-aprendizagem

desses educandos e concomitantemente a inclusão dos mesmos no

ambiente social escolar.

No primeiro capítulo é tratado sobre a inclusão dos alunos

portadores de deficiência intelectual e o funcionamento da sala de

recurso a qual se tornou uma ferramenta crucial no processo de

inclusão de alunos portadores de deficiência, em situações de

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aprendizagem do ensino regular, tendo em vista que o processo de

aprendizagem se torna um elemento fundamental no procedimento de

inclusão escolar.

O segundo capítulo comenta sobre o processo de ensino-

aprendizagem de crianças com deficiência intelectual, ao contrário do

que se pensa, alunos portadores de necessidades especiais inclusive

as portadores de deficiência intelectual apresentam uma capacidade

tanto quanto uma criança considerada “normal”, sendo capaz de

aprender como qualquer outro, mas de maneira diferente das demais,

no entanto, deve-se levar em consideração as especif icidades de cada

um.

O terceiro trata sobre a inclusão de crianças portadoras de

deficiência intelectual nas escolas regulares, porque é através da

escola que a sociedade muda conceitos de participação, colaboração e

adaptação, tendo papel de mediadora sobre esse processo de inclusão

social dos educando portadores de deficiência.

O quarto capítulo descreve qual o papel do professor na sala de

recursos, no início do processo de inclusão dos alunos portadores de

deficiência no ensino regular, muitos acreditavam que o trabalho do

professor era um reforço escolar e, além disso, o trabalho docente teria

de ser clínico, porém, não é deste modo que acontece, pois o trabalho

docente na sala de recurso é pedagógico, como nas salas de aula.

No capítulo cinco são descritos os procedimentos ut i l izados para

a obtenção dos dados da pesquisa. No capítulo seis encontram-se

descritos as análises dos resultados do estudo, como acontecem os

trabalhos real izados pelos professores da sala de recurso das escolas

Professora Marines Fátima de Sá Teixeira, Dom Bosco e Manoel

Bandeira no município de Alta Floresta - MT.

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1 INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E A

SALA DE RECURSO

A integração dos portadores de deficiências tem sido a sugestão

norteadora e dominante na Educação Especial, direcionando programas

e polít icas educacionais e de reabili tação em vários países, incluindo-

se o Brasil. (CARDOSO, 1992; CARVALHO, 1994; GLAT, 1998;

MANTOAN, 1997).

Historicamente, a proposta de integração escolar foi elaborada

em 1972, na Educação Especial, por um grupo de prof issionais da

Escandinávia, l iderados por Wolfensberger, na forma do chamado

princípio de normalização. Este princípio apregoa que todas as

pessoas portadoras de deficiências têm o direito de usufruir de

condições de vida o mais comum ou “normal” possível, na sociedade

em que vivem. Dito de outra forma, normalizar não quer dizer tornar

normal, signif ica dar à pessoa oportunidades, garantindo seu direito de

ser diferente e de ter suas necessidades reconhecidas e atendidas pela

sociedade. (BATISTA & ENUMO, 2004).

Tendo como ponto de partida os resultados posit ivos alcançados

com a prática da inclusão escolar nos países desenvolvidos, nas duas

últ imas décadas, o sistema educacional brasileiro tem vivenciado um

momento de transição no atendimento dos alunos com necessidades

educativas especiais (BATISTA & ENUMO, 2004).

De um lado, havia um modelo de educação especial que adotava

as classes especiais para alunos com necessidades educativas

especiais, propondo-se a um atendimento mais específ ico. (MAZZOTA,

1982). Na medida em que esse modelo contribuía para segregação

dessas crianças, a inclusão escolar ganhou força, ref letindo os

esforços atuais das sociedades pela sua integração em salas regulares

de ensino, de forma a aceitar e respeitar suas diferenças. (BUENO,

1991; GLAT, 1989). A partir do f inal dos anos 80 do século XX, o termo

integração começou a perder força, sendo substituído pela idéia de

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inclusão, uma vez que o objetivo é incluir, sem distinção, todas as

crianças, independentemente de suas habil idades (BATISTA & ENUMO,

2004).

Cabe aqui uma maior especif icação das palavras integração e

inclusão na área escolar, uma vez que ambas priorizam a inserção da

pessoa com necessidades educacionais especiais na escola regular.

(THOMAS, WALKER & WEBB, 1998). A palavra inclusão remete-nos a

uma definição mais ampla, indicando uma inserção total e

incondicional. Integração, por sua vez, dá a idéia de inserção parcial e

condicionada às possibil idades de cada pessoa, já que o pressuposto

básico é de que a dif iculdade está na pessoa portadora de deficiência,

e que estas podem ser incorporadas no ensino regular sempre que

suas característ icas permit irem. Dito de outra forma, a inclusão exige a

transformação da escola, pois defende a inserção no ensino regular de

alunos com quaisquer déf icits e necessidades, cabendo às escolas se

adaptarem às necessidades dos alunos, ou seja, a inclusão acaba por

exigir uma ruptura com o modelo tradicional de ensino. (WERNECK,

1997).

Segundo SASSAKI (1997), existe outra dist inção, conceituando a

integração enquanto inserção do deficiente preparado para conviver na

sociedade, e a inclusão como uma mudança sine qua non na

sociedade, para que a pessoa portadora de deficiência possa se

desenvolver e exercer a cidadania. Assim, a integração ampara com

mais força o aluno portador de necessidades educativas especiais,

dividindo com ele a responsabilidade da inserção, enquanto a inclusão

tenta arremeter, exigindo também da sociedade, em geral, condições

para essa inserção. Em outros termos, a integração é um tanto mais

“individualizada” e a inclusão um tanto mais coletiva. Na prática

inclusiva, no entanto, percebe-se que mesmo aqueles alunos que se

encontram inseridos no sistema regular de ensino continuam sendo

isolados dos seus companheiros de turma não-deficientes. (GRESHAM,

1982; SIPERSTEIN, LEFFERT & WIDAMAN, 1996).

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A proposta de inclusão escolar de crianças com necessidades

educativas especiais procura evitar os efeitos deletérios do isolamento

social dessas crianças, criando oportunidades para a interação entre as

crianças, inclusive como forma de diminuir o preconceito. (BATISTA &

ENUMO, 2004).

O trabalho desenvolvido na sala de recursos deve partir das

necessidades, interesses e dif iculdades de aprendizagem específ icas

de cada aluno portador de deficiência intelectual, oferecendo subsídios

pedagógicos e contribuindo para a aprendizagem dos conteúdos da

classe comum.

A organização do atendimento educacional, baseada no modelo

da inclusão, deve procurar a remoção das barreiras para a

aprendizagem. Entre as diversas barreiras existentes, a autora destaca

como as mais signif icativas, as de cunho atitudinal. Destaca ainda o

currículo e as relações curriculares, a avaliação contínua do trabalho, a

intervenção psicopedagógica, a qualif icação da equipe de educadores,

os recursos materiais e uma nova concepção de educação especial em

educação. (CARVALHO, 2000).

Nesse sentido, na programação da sala de recursos, segundo

essa autora, é importante observar as áreas de desenvolvimento

cognitivo, motor, social, afetivo e emocional, com vistas a subsidiar os

conceitos e conteúdos defasados no processo de aprendizagem para

atingir o currículo da classe comum. Os conteúdos escolares deverão

ser trabalhados com metodologias e estratégias diferenciadas; uma vez

que o trabalho com o conteúdo não deve ser confundido com reforço

escolar – repetição de conteúdo da prática educativa da sala de aula.

As atividades planejadas implicam aprofundamento dos conhecimentos

historicamente acumulados, por meio de métodos e técnicas

adequados, que facil item a apropriação do saber realmente necessário.

(CARVALHO, 2000).

Na prática da educação inclusiva, a sala de recursos está se

tornando uma das formas mais freqüentes de atendimento à pessoa

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com necessidades educacionais especiais. Todavia, a sala de recursos

só pode ser considerada instrumento de inclusão se a ação pedagógica

acontecer, conforme foi apresentada no contexto legal, ou seja, desde

que consiga atender à diversidade, assegurando ao aluno a inclusão

em situações de aprendizagem no ensino regular. O fato de a criança

estar na escola regular e conviver com o outro não é suf iciente para

suprir as necessidades educacionais dos alunos especiais. A

aprendizagem é o elemento essencial para garantir a inclusão.

(CARVALHO, 2000).

Para realmente se constituir em instrumento de inclusão, a

prática pedagógica na sala de recursos deve promover avanços

acadêmicos signif icativos nos alunos com necessidades educacionais

especiais em relação aos conteúdos escolares.

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2 PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS COM

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

O ensino consiste na resposta planejada às exigências naturais

do processo de aprendizagem. Daí que mais importante é o professor

acompanhar a aprendizagem do aluno do que se concentrar

demasiadamente no assunto a ser ensinado, ou mesmo nas técnicas

didáticas como tais. O ensino é visto como resultante de uma relação

pessoal do professor com o aluno. (SANTOS, 2001).

De acordo com MOREIRA (1986), o processo de ensino-

aprendizagem é composto de quatro elementos – o professor, o aluno,

o conteúdo e as variáveis ambientais (características da escola), cada

um exercendo maior ou menos inf luência no processo, dependendo da

forma pela qual se relacionam num determinado contexto. O

entendimento desses quatro elementos e das diferentes interações

entre eles é que deve ser o cerne do processo de melhoria da

qualidade de ensino (SANTOS, 2001).

O ensino organizado para o atendimento de alunos com

deficiência mental, precisa romper com preconceitos e juízos prévios

frente a esses sujeitos. Como esclarece VYGOTSKY (1989), o

desenvolvimento do deficiente mental não difere do desenvolvimento

das demais crianças. Apesar de o fator biológico não ser descartado,

por possuir relevância para o desenvolvimento f ísico e cognit ivo do

sujeito, para esse autor, o biológico constitui a base inicial do

desenvolvimento das capacidades psíquicas, tais com a atenção, a

percepção, a memória, o raciocínio. E este desenvolvimento só é

efetivado por meio da interação com o meio social, com outro ser

humano.

Os objet ivos e metas para o ensino da criança com deficiência

devem ser os mesmos das demais crianças, porém, com procedimentos

diferenciados, No caso da educação do deficiente mental, o educador,

precisa privilegiar suas potencial idades e talentos, recusando a

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suposição de seus l imites para o que pode ser alcançado. (GÓES,

2002).

No que se refere ao desenvolvimento e ao processo de ensino-

aprendizagem as contribuições de VYGOTSKY (1997; 2003) são

importantes. Para ele o ser humano nasce apenas com recursos

biológicos, mas com a convivência social, com seus valores e sua

cultura, esses recursos concretizam o processo de humanização (de

desenvolvimento humano), essencialmente possível por meio do

processo ensino-aprendizagem.

Para VYGOTSKY (1997, 2003), a criança cujo desenvolvimento

foi comprometido por alguma deficiência, não é menos desenvolvida do

que as crianças “normais”, porém é uma criança que se desenvolve de

outra maneira. Isto é, o desenvolvimento, fruto da síntese entre os

aspectos orgânicos, socioculturais e emocionais, manifesta-se de forma

peculiar e diferenciada em sua organização sociopsicológica. Assim,

não podemos avaliar suas ações e compará-las com as demais

pessoas, pois cada pessoa se desenvolve de forma única e singular.

É preciso considerar que a criança com deficiência intelectual

tem alterações nos processos mentais que interferem na aquisição da

leitura, dos conceitos lógico-matemáticos, na realização das atividades

da vida diária, no desempenho social, entre outras habil idades.

(PLETSCH & BRAUN, 2008).

Portanto a escola e o papel do professor são centrais para o

desenvolvimento da criança, na medida em que pode proporcionar

novas formas de construção do conhecimento, superando os conceitos

meramente espontâneos ou elementares e chegando a conceitos

científ icos ou superiores, que se constituem na interação social e

escolar. (PLETSCH & BRAUN, 2008).

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3 INCLUSÃO DE CRIANÇAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

NAS ESCOLAS REGULARES

A educação é um direito de todos, evidenciado na Declaração

Universal dos Direitos Humanos. E, a part ir da Declaração da

Salamanca (1994), começou a ser reaf irmado o compromisso em prol

da educação para todos em escolas regulares. Sendo que estas devem

garantir a qualidade do atendimento prestado, ou seja, buscar educar

todas as crianças independentes das diferenças. Essa Declaração

propõe que, as crianças e jovens com necessidades educativas

especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas devem se

adequar, pois tais escolas “constituem os meios mais capazes para

combater as atitudes discriminatórias, construindo uma sociedade

inclusiva e atingindo a educação para todos.” (UNESCO, 1994, p. 8-9).

São vários os documentos que asseguram o atendimento para

alunos com necessidades educacionais especiais, dentre eles as

Diretr izes para Educação Especial, a Lei de Diretr izes e Bases da

Educação Nacional (9394/96), o Estatuto da Criança e do Adolescente

e outros, porém apesar de muito defendida e debatida, a inclusão deve

ser cautelosa, como af irmam SOUZA e GOÉS (1999), pois apesar da

escola estar de portas abertas existe ainda inúmeras mudanças que

devem ocorrer para receber estes alunos e desenvolvê-los de forma

ef icaz, ou seja, é preciso desde adequação de espaço físico até mesmo

formação prof issional, sob pena de a inclusão f icar mascarada e não

atingir seus reais objetivos.

Diante do exposto, destaca-se que no Artigo 58, da LDB

(9394/96) está explícito que os portadores de necessidades

educacionais especiais devem freqüentar a rede regular de ensino,

prevendo a existência de serviços especializados na escola regular,

para atender às particularidades destes educandos. No entanto, as

condições reais das escolas ainda são contrárias ao previsto em lei.

Apesar disso, a inclusão está aí, presente cada vez mais nas escolas

e, é preciso agir, pois de nada adianta f icar esperando que as

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mudanças ocorram sem nada fazer, cabe a escola e aos educadores

fazerem o possível para que estes educandos sejam realmente

incluídos e aceitos, almejando o desenvolvimento destes a part ir de

suas capacidades.

O Movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação

polít ica, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do

direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e

participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva

constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de

direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença com valores

indissociáveis, e que avança em relação à idéia de equidade formal ao

contextualizar as circunstancias históricas da exclusão dentro e fora da

escola. (BERTUOL, 2010).

Milhares de pessoas com algum t ipo de deficiência estão sendo

discriminadas nas comunidades em que vivem ou sendo excluídas do

mercado de trabalho. O processo de exclusão social de pessoas com

deficiência ou alguma necessidade especial é tão antigo quanto a

socialização do homem. (MACIEL, 2000).

Nos últ imos anos, ações isoladas de educadores e de pais têm

promovido e implementado a inclusão, nas escolas, de pessoas com

algum tipo de deficiência ou necessidade especial, visando resgatar o

respeito humano e a dignidade, no sentido de possibil itar o pleno

desenvolvimento e o acesso a todos os recursos da sociedade por

parte desse segmento. (MACIEL, 2000).

A escola, como uma instituição mediadora na construção do

conhecimento, tendo como objetivo levar cultura para um número cada

vez maior de pessoas, leva para si uma gama de responsabilidade

muito grande. É através da escola que a sociedade adquire,

fundamenta e modif ica conceitos de participação, colaboração e

adaptação. Embora outras inst ituições como família ou igreja tenha

papel muito importante, é da escola a maior parcela. (MANTOAN,

1997). Portanto, a escola com seus prof issionais deve assumir este

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compromisso, acreditando que as mudanças são possíveis desde que

haja uma transformação nos atuais moldes do ensino, sendo a escola

uma das instituições (senão a principal) responsável pela construção

desta sociedade, atendendo a todos indiscriminadamente. (THOMAS,

2000).

Oferecer um ambiente favorável à inclusão, não é só ter

conhecimento das mais variadas diversidades, o que é possível ser

trabalhado, ou o que a criança já possui de conhecimento, como

também e principalmente, respeitar suas limitações, reconhecendo

suas diferenças e ressaltando suas potencial idades (CARNEIRO,

1997).

Ao entrarem para a escola, as crianças que possuem alguma

necessidade educativa especial terão que se integrar e participar

obrigatoriamente de três estruturas dist intas da dinâmica escolar: o

ambiente de aprendizagem; a integração professor-aluno; e a interação

aluno-aluno (MACIEL, 2000).

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4 TRABALHO DO PROFESSOR E A SALA DE RECURSOS

Pensar na Sala de Recursos com seus aspectos organizativos e

funcionais, portanto, era entendê-la como espaço materialmente

diferençado com relação às funções desempenhadas pelas outras salas

de aula, impondo formas de apropriação e de uti l ização que nem

sempre estavam legit imadas pela forma e pela cultura escolar.

Nesse contexto, perceber o modo de socialização que a Sala de

Recursos instaura e as resistências que ela encontra é definir uma

visão diferenciada da forma e da cultura escolares, entendidas como

homogêneas ou, mais exatamente, consiste em pensar como o que de

outro modo somente poderia ser enumerado como características da

especialidade. (SILVA, 2010).

A diferença não está presente somente quando as relações

pedagógicas se desenvolvem em lugares específ icos, separados de

outros lugares de atividade social e sob a autoridade de especial istas

cuja ação é inteiramente orientada em direção à educação dos alunos

com necessidades especiais. Mas a diferença também se manifesta,

principalmente, quando os indivíduos criam um ambiente escolar de

acatamento e identif icação da necessidade de espaços específ icos

para o ensino desses alunos. Assim, o essencial pode estar menos na

separação espacial que no fato de que as práticas são dist intas porque

pensadas e intencionadas como especial izadas ou mais exatamente

porque não existe outra possibi l idade fora delas. (SILVA, 2010).

Isso implica que a Sala de Recursos esteja submetida a algum

tipo de adaptação que a torne acessível às ações de poder escolares.

Se considerarmos que a distr ibuição dos serviços e dos indivíduos

obedece à lógica da funcionalidade, associada às diferentes

perspectivas pedagógicas, o espaço arquitetônico dessa sala pode ser

o exemplo limite dessa ação. O resultado da combinação desses

elementos é que o espaço se reduz a um cenário ocupado pela

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diferença ou, mais do que isso, à própria diferença que institui e

organiza esse espaço, dando sentido a ele. (SILVA, 2010).

A educação de alunos com deficiência se dá, agora,

majoritariamente em classes regulares. Seis em cada dez alunos nessa

condição estão matriculados em salas comuns - em 2001, esse índice

era de apenas dois em cada dez estudantes. (MONROE, 2010).

A metodologia de ensino nas salas de recursos deve ser capaz

de garantir que o aluno se sinta motivado para enfrentar a escola e

participar das atividades na sala de aula, que possua qualidade

curricular e metodológica, que identif ique barreiras de aprendizagem e

planeje formas de removê-las, com o objetivo de que cada aluno seja

contemplado e respeitado em seu processo de aprendizagem (ARNAL &

MORI, 2009).

O trabalho desenvolvido na sala de recursos deve partir dos

interesses, necessidades e dif iculdades de aprendizagem específ icas

de cada aluno, oferecendo subsídios pedagógicos e contribuindo para a

aprendizagem dos conteúdos da classe comum (ARNAL & MORI, 2009).

CARVALHO (2000), af irma que a organização do atendimento

educacional, baseada no paradigma da inclusão, deve procurar a

remoção das barreiras para a aprendizagem. Entre as diversas

barreiras existentes, a autora destaca como as mais signif icativas, as

de cunho atitudinal. Destaca ainda o currículo e as relações

curriculares, a avaliação contínua do trabalho, a intervenção

psicopedagógica, a qualif icação da equipe de educadores, os recursos

materiais e uma nova concepção de educação especial em educação.

Nesse sentido, na programação da sala de recursos, segundo essa

autora, é importante observar as áreas de desenvolvimento cognit ivo,

motor, social, afetivo e emocional, com vistas a subsidiar os conceitos

e conteúdos defasados no processo de aprendizagem para at ingir o

currículo da classe comum. Os conteúdos escolares deverão ser

trabalhados com metodologias e estratégias diferenciadas, as

atividades planejadas implicam aprofundamento dos conhecimentos

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historicamente acumulados, por meio de métodos e técnicas

adequados, que facil item a apropriação do saber realmente necessário.

Diferentemente do que muitos pensam, o foco do trabalho do

professor não é clínico e sim pedagógico. Nas salas de recursos, o

docente prepara o aluno para desenvolver habil idades e uti l izar

instrumentos de apoio que facil item o aprendizado nas aulas regulares.

Desenvolver essas habilidades é essencial para que as pessoas com

deficiência não se sintam excluídas e as demais as vejam com

normalidade. (MONROE, 2010).

O trabalho do professor não é um reforço escolar, como ocorria

em algumas escolas antes de a nova polít ica af inar o público-alvo do

atendimento educacional especial izado (AEE), com o foco definido, o

professor volta a atenção para o essencial: proporcionar a adaptação

dos alunos para a sala comum. Por mais que os equipamentos das

salas de recursos sejam importantes, é a atuação do professor que tem

mais impacto na aprendizagem. Entre as responsabil idades do

educador propostas pela nova lei, estão a criação de um plano

pedagógico específ ico para cada aluno e a elaboração de material.

(MONROE, 2010).

A sala de recursos está se tornando uma das formas mais

freqüentes de atendimento à pessoa com necessidades educacionais

especiais. Todavia, a sala de recursos só pode ser considerada

instrumento de inclusão se a ação pedagógica acontecer, conforme foi

apresentada no contexto legal, ou seja, desde que consiga atender à

diversidade, assegurando ao aluno a inclusão em situações de

aprendizagem no ensino regular. O fato de a criança estar na escola

regular e conviver com o outro não é suf iciente para suprir as

necessidades educacionais dos alunos especiais. A aprendizagem é o

elemento essencial para garantir a inclusão. (ARNAL & MORI, 2009).

Para realmente se constituir em instrumento de inclusão, a

prática pedagógica na sala de recursos deve promover avanços

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acadêmicos signif icativos nos alunos com necessidades educacionais

especiais em relação aos conteúdos escolares. (ARNAL & MORI, 2009).

O objet ivo do Atendimento Educacional Especializado é propiciar

condições e liberdade para que o aluno com deficiência intelectual

possa construir a sua inteligência, dentro do quadro de recursos

intelectuais que lhe é disponível, tornando-se agente capaz de produzir

signif icado/conhecimento. (GOMES et al., 2007).

O contato direto com os objetos a serem conhecidos, ou seja,

com a sua “concretude” não pode ser descartada, mas o importante é

intervir no sentido de fazer com que esses alunos percebam a

capacidade que têm de pensar, de realizar ações em pensamento, de

tomar consciência de que são capazes de usar a intel igência de que

dispõem e de ampliá-la, pelo seu esforço de compreensão, ao resolver

uma situação problema qualquer. O aluno com deficiência intelectual,

como qualquer outro aluno, precisa desenvolver a sua criatividade, a

capacidade de conhecer o mundo e a si mesmo, não apenas

superf icialmente ou por meio do que o outro pensa. (GOMES et al,

2007).

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5. METODOLOGIA

Esta pesquisa caracteriza-se como estudo de caso, tendo como

população-alvo os professores das escolas estaduais no município de

Alta Floresta-MT. Foram realizadas entrevistas individuais com

professores de l íngua portuguesa das salas de recurso, as mesmas

aconteceram através de questionários (Anexo) anônimos e voluntários,

estruturados com 17 questões abertas (dissertat iva) e fechadas

(objet iva), através das questões buscou-se entender como os

professores desenvolvem seu trabalho na sala de recurso com alunos

portadores de deficiência intelectual e quais as eventuais dif iculdades

que os docentes t inham em trabalhar com esses alunos.

Os questionários foram aplicados aos professores de três

escolas estaduais no município de Alta Floresta – MT, são elas:

Professora Marines Fátima de Sá Teixeira, Dom Bosco e Manoel

Bandeira.

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6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS

No total foram entrevistados 6 professores que trabalham na

sala de recursos com alunos portadores de deficiência intelectual (DI).

De acordo com BRASIL (2006), o professor da Sala de Recursos

Mult ifuncionais, deverá ter curso de graduação, pós-graduação e ou

formação continuada que o habil ite para atuar em áreas da educação

especial para o atendimento às necessidades educacionais especiais

dos alunos. A formação docente, de acordo com sua área específ ica,

deve desenvolver conhecimentos acerca de: Comunicação Aumentativa

e Alternativa, Sistema Brai l le, Orientação e Mobil idade, Soroban,

Ensino de Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS, Ensino de Língua

Portuguesa para Surdos, At ividades de Vida Diária, At ividades

Cognit ivas, Aprofundamento e Enriquecimento Curricular, Estimulação

Precoce, entre outros.

A formação dos professores é fundamental para que a

aprendizagem esteja centrada no potencial de cada aluno, de forma

que uma incapacidade para andar, ouvir, enxergar, ou um déficit no

desenvolvimento não sejam classif icados como falta de competência

para aprender e nem causa para que os alunos desistam da

escolarização. (BERTUOL, 2010).

Dentre os professores entrevistados cinco professores possuem

graduação em pedagogia e um em licenciatura plena em letras, nenhum

possui especial ização para trabalhar com alunos portadores de

deficiência intelectual.

Com o movimento de integração/inclusão acontecendo em todo o

mundo, tem-se buscado garantir o acesso a escola comum para todos

os alunos. A viabil ização disso passa, evidentemente, pela criação de

mecanismos nas escolas, que possam dar sustentação ao trabalho

desenvolvido, procurando eliminar as barreiras que possam exist ir para

a aprendizagem e integração dos alunos com necessidades educativas

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especiais, nesse panorama, um aspecto fundamental é a formação dos

professores. (TEZZARI, 2002).

Quatro professores trabalham há a um ano com alunos

portadores de DI e dois trabalham a mais de um ano, no entanto, todos

professores sentem-se despreparados para trabalhar a disciplina de

l íngua portuguesa com esses alunos, os professores alegam que

possuem experiência na parte teórica e que a falta de cursos

específ icos que demonstrem práticas e o apoio dos órgãos

competentes, fazem os mesmos se sentirem despreparados. Cinco

professores apresentam dif iculdades em trabalhar disciplina de l íngua

portuguesa com alunos portadores de DI, principalmente na leitura e

escrita, mas explicam que a dif iculdade em si não é a discipl ina ou os

conteúdos, mas sim como trabalhar a prát ica dos conteúdos com os

alunos.

A literatura educacional tem demonstrado os sucessivos

fracassos a que tem sido exposta a educação brasileira. Inúmeras

tentativas vêm sendo realizadas no sentido de se melhorar o nível dos

processos de ensino e de aprendizagem sem que, no entanto,

resultados sat isfatórios sejam atingidos. A dif iculdade não passa, a

princípio, pela não identif icação das causas dessa herança de

fracassos. Dentre elas destacamos: a má-formação dos prof issionais da

educação; a desvalorização da prof issão de professor e a conseqüente

baixa remuneração de suas atividades; o pouco investimento em

programas de educação continuada para os professores em exercício;

o papel de legit imadora dos valores sociais vigentes desempenhados

pela escola. (MARQUES, 2002).

A concepção das instituições responsáveis pela formação de

professores, em especial o arcaísmo de seus currículos, baseados

principalmente na reprodução do conhecimento, sem que se valorizem

a invest igação e a produção do conhecimento por parte dos alunos.

(MARQUES, 2002). Nesta mesma direção, MELLO (1986), já havia

constatado a precariedade da qualidade dos cursos de formação de

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professores, af irmando que tal deterioração, nas últ imas décadas no

Brasil, chegou a níveis alarmantes.

Os problemas vividos pelos alunos durante o processo

educacional se agravam diante da constatação de que a quase

totalidade dos professores em exercício desempenha suas atividades a

partir da precária formação recebida nos cursos secundários ou mesmo

nos cursos superiores por eles freqüentados. Soma-se a esse fato a

escassez de oportunidades de reciclagem e aperfeiçoamento, o que

representa um grande obstáculo para a melhoria de suas prát icas,

contribuindo para que suas concepções e seus conhecimentos se

cristal izem cada vez mais, comprometendo sua capacidade de ref lexão

e a disposição para a mudança (MARQUES, 2002). COLLARES e

MOYSÉS (1995), enfatizam a precariedade do sistema educacional

brasi leiro em relação à má-formação de seus professores, ressaltando

que a situação se agrava quando este professor entra no mercado de

trabalho, principalmente na rede pública, e encontra uma inst ituição

regida por uma polít ica de desvalorização prof issional do professor,

que se concret iza através de baixos salários e da deterioração das

condições de trabalho, com carga horária excessiva e múltiplos

vínculos e jornadas. Tudo isso acrescido pela inexistência de uma

polít ica de capacitação docente.

Quando perguntado aos professores o que poderia ser feito para

melhorar o processo de aprendizagem da língua portuguesa dos alunos

com DI, responderam que: “deviam haver mais cursos com oficinas

práticas de atividades ao invés de somente teoria, além disso, a

disponibil idade de materiais didát icos para trabalhar com os alunos”.

A natureza entre o conhecimento técnico (teoria) e o

conhecimento prático (prática) é bem diferente. Enquanto o

conhecimento técnico tem um discurso declarat ivo, explícito e

general izado e é adquir ido deliberadamente por meio de estudo e

pesquisa, o conhecimento prático é implícito e intuit ivo, adquirido por

experiências e baseado em procedimentos de fácil aplicação, esses

dois conhecimentos que, segundo suas naturezas distintas, deveriam

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exercer funções complementares acabam se tornando pólos

antagônicos por uma questão polít ica. (ELLIS, 1997).

Todos os professores disseram que a maioria das vezes, a

metodologia uti l izada por eles proporciona l iberdade para que o aluno

construa sua inteligência e produza signif icado/conhecimento.

Somente um entrevistado diz que a atuação do professor causa

mais impacto na aprendizagem do aluno com DI do que os

equipamentos da sala de recurso, um professor considera que os

equipamentos e a atuação do docente causam mais impactos da

aprendizagem, quatro professores consideram mais importantes os

equipamentos da sala de recurso.

Para MONROE (2010), os equipamentos da sala de recurso são

importantes, mas a atuação do professor causa mais impacto na

aprendizagem do aluno. É inegável que toda qualquer transformação

passa pelas mãos do professor, pois ele é um importante personagem

na educação, o responsável direto pela formação do aluno, colocando-

se diante dos desafios da aprendizagem escolar, o que torna o ato

pedagógico, simultaneamente, coletivo e individual . Portanto, o papel

do professor é tornar o aluno disponível e receptivo à aprendizagem.

(WEINERT & PISACCO, 2006).

Os objetos mais uti l izados pelos professores para trabalhar a

discipl ina de l íngua portuguesa são: l ivros de histórias, desenhos,

jogos educativos, objetos com som, computador, internet e quebra

cabeça.

Através das modalidades lúdicas, inúmeras competências e

habil idades são estimuladas, mas para que esta prática seja favorável

é necessário que o educador considere alguns aspectos no seu

planejamento, agindo assim ele promoverá atividades que favoreçam

uma aprendizagem signif icat iva e integral aos seus alunos

(CHRISTMANN, 2010).

A ludicidade se fundamenta sobre quatro pilares de naturezas

diferentes: o sociológico, porque a atividade lúdica engloba demanda

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social e cultural; o psicológico, pois se relaciona com o

desenvolvimento e a aprendizagem; o pedagógico, porque se serve da

fundamentação teórica existente e das experiências da prática docente;

e o epistemológico porque busca o conhecimento científ ico que trata o

jogo como fator de desenvolvimento. (NEGRINE, 2001).

Dois professores atendem no máximo 4 alunos por vez e quatro

professores atendem dois alunos, realizando atividades diferenciadas

de acordo com o grau de dif iculdade de cada aluno, fazem

planejamentos semanais e não ut il izam os mesmos planejamentos para

todos os alunos pois os mesmos apresentam diferentes graus de

deficiência intelectual . As pessoas com deficiência mental não formam

um grupo homogêneo entre si. Em outros termos, é preciso ter clareza

que são diferentes entre si e, exist indo a diferença, é necessário estar

atento às singularidades de cada pessoa. (OLIVEIRA, 2007).

O planejamento é um instrumento direcional de todo processo

educacional (MENEGOLLA & SANT’ANNA, 2001), é a sequência de

tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo. É a sistematização

de todas as at ividades que se desenvolvem no período de tempo em

que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de ensino-

aprendizagem. (PILETTI, 2001).

Os professores avaliam o aprendizado do aluno através do

progresso diário tanto nas atividades quanto em seu comportamento

diante dos desafios que lhes são impostos no convívio escolar e social.

Para FÁVERO et al (2004), todos os alunos deveriam ser

avaliados pelos progressos que alcançaram nas diferentes áreas do

conhecimento e a partir de seus talentos e potencial idades, habil idades

naturais e construção de todo tipo de conhecimento escolar.

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CONCLUSÃO

Dessa forma, constata-se que os professores de Sala de

Recursos do Ensino Fundamental do município de Alta Floresta-MT

têm, de maneira geral, demonstrado compromisso com a questão da

aprendizagem dos alunos dessas Salas, em atuar de forma colaborativa

junto aos professores da Classe Comum para a definição de estratégias

pedagógicas que favoreçam o acesso ao currículo para os alunos que

atendem.

As Salas de Recursos comuns e as Salas de Recursos

Mult ifuncionais são os únicos programas nas escolas, que oferecem

apoio especializado a alunos portadores de deficiência intelectual e

aos professores, tornando-se assim, fundamentais na inclusão desses

alunos no Ensino Comum. Nesse sentido, observa-se um crescente

número de abertura dessas salas a cada ano, num movimento que

parece demonstrar o quanto elas são importantes para apoiar o

processo de inclusão, já que contribuem (ou deveriam contribuir) para a

aprendizagem dos conteúdos científ icos dos alunos que as frequentam.

Este é um momento de transição entre um tipo de Salas de Recursos

que já existia - as comuns - e que pareciam ser inexpressivas e as

Mult ifuncionais.

Esta pesquisa revela que os professores que atuam a menos de

2 anos com alunos portadores de deficiência intelectual sentem-se

inseguros em relação aos trabalhos desenvolvidos, a falta de

experiência e a carência de formações e cursos prof issionalizantes que

trabalhem prát icas e não teorias, fazem com que eles sintam-se

despreparados.

Suprir as necessidades dos professores é fundamental para os

mesmo sintam seguros e preparados para alcançar seus objet ivos,

levando uma prát ica pedagógica apropriada.

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Percebe-se que além de apresentarem dif iculdades para

trabalhar com alunos portadores de deficiência intelectual os

professores desenvolvem o que está disposto na LDBEN, e que os

mesmos procuram realizar um bom trabalho.

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TEZZARI, M. L. Sala de recursos: espaço de apoio à permanência de alunos psicóticos no ensino comum?. 2002. Disponível em: <www.peadiclusao.pbworks.com>. Acesso em 03 nov. 2010. THOMAS, G.; WALKER, D.; & WEBB, J. The making of the inclusive school. Nova York: Routledge, 1998. THOMAS, A. S. Os surdos na escola regular: inclusão ou exclusão? Reflexão e ação, Santa Cruz do Sul: Editora da UNISC, 2000. UNESCO. Declaração de Salamanca e linhas de ação sobre necessidades educacionais especiais . Brasíl ia: CORDE, 1994. VYGOTSKY, L. S. Formação social da mente . São Paulo: Martins Fontes, 1989. VYGOTSKY, L. S. Fundamentos da defectologia . Madrid: Visos, 1997. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente . São Paulo: Mart ins Fontes, 2003. WEINERT, N. A. C.; PISACCO, N. M. T. A mediação da aprendizagem em sala de recursos por meio de jogos . 2006. Disponível em: <www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. Acesso em 03 nov. 2010. WERNECK, C. Ninguém mais vai ser bonzinho, na sociedade inclusiva .Rio de Janeiro: WVA, 1997.

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ANEXO

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Formação:_________________________________________________________

1- Possui alguma especialização para trabalhar com alunos portadores de deficiência

intelectual?

( ) não ( ) sim.

Qual?__________________________________________________________

2- Há quantos anos trabalha com a disciplina de português com alunos portadores de

deficiência intelectual?

__________________________________________________________________

3- Você se sente preparado para trabalhar a disciplina de língua portuguesa com

alunos portadores de deficiência intelectual?

( ) sim ( ) não.

Justifique sua

resposta?_____________________________________________________

4- Você tem dificuldades em trabalhar a disciplina de língua portuguesa com alunos

portadores de deficiência intelectual?

( ) não

( ) sim.

Qual (ais) ?______________________________________________________.

5- O que pode ser feito para melhorar seu trabalho e o processo de aprendizagem dos

alunos portadores de deficiência intelectual na disciplina de língua portuguesa?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________

6- Conhece os objetivos do seu trabalho?

( ) não

( ) sim

Cite alguns:________________________________________________________

7- Quantos alunos são atendidos por dia?

_________________________________________________________________

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8- Como é feito o atendimento desses alunos ?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________

9- Como é feito seu planejamento?

( ) diário ( ) semanal ( ) bimestral ( ) trimestral ( ) semestral

10- Você utiliza o mesmo planejamento para atender todos os alunos com deficiência

intelectual?

( ) não

( ) sim

11- Sua metodologia proporciona liberdade para que o aluno construa sua inteligência e

ao mesmo tempo torna-o capaz de produzir significado/conhecimento?

( ) não ( ) sim ( ) a maioria das vezes.

12- Qual o critério de avaliação utilizado por você para avaliar o aprendizado do aluno

portador de deficiência intelectual?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

__________________________________________________________13- Quais os

objetos mais usados por você para trabalhar com os alunos?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________

14- Em sua opinião. O que causa mais impacto na aprendizagem do aluno?

( ) equipamentos da sala de recurso.

( ) atuação do professor.

Por quê?

__________________________________________________________________

15- Existe material didático-pedagógico que atenda as diversidades para a realização

das aulas?

( ) não ( ) sim.

16- As condições físicas são adequadas à realização das aulas?

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( ) não ( ) sim.

17- Em sua opinião o governo cumpre com os dispositivos da LDB 9394/96 acerca

da Educação Especial?

( ) sim ( ) não

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FIGURA 01. – Utilização de jogos – Atendimento a educandos na Sala de Recurso.

FIGURA 02. – Utilização da Informática (TIC).

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FIGURA 03. – Educando utilizando dos recursos e multi-meios para o aprendizado em

Matemática.