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ALIMENTOS FUNCIONAIS E NUTRACÊUTICOS: UMA
PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA O ENSINO MÉDIO
RESUMO Apesar dos avanços tecnológicos e da melhoria de infraestrutura de muitas escolas, os problemas associados ao processo de ensino e aprendizagem continuam frequentes, como professores desmotivados e alunos desinteressados, resultando em repetência, evasão escolar e ineficiência do processo educacional. Neste sentido, considerando que a formação do cidadão crítico envolve a construção de um novo conceito de nutrição, o presente trabalho propõe o estudo de alimentos funcionais e nutracêuticos como tema gerador para a aprendizagem sobre os compostos orgânicos e à importância de suas propriedades nutricionais e farmacológicas para a saúde humana. A temática foi trabalhada com estudantes do Ensino médio, buscando articular o ensino teórico e prático à pesquisa científica, a fim de favorecer a construção coletiva de novos saberes. O trabalho foi desenvolvido em quatro etapas: análise das concepções prévias dos alunos; aula expositiva dialógica sobre alimentos funcionais e nutracêuticos; aula prática experimental sobre identificação de compostos orgânicos; pesquisa e produção de artigos informativos, que irão compor uma revista sobre alimentação e saúde, a qual será divulgada na comunidade escolar. Analisando os resultados, verificou-se que a maioria dos alunos apresenta concepções corretas sobre os alimentos funcionais e seus benefícios para a melhoria da qualidade de vida. Porém, muitos desconheciam o termo nutracêutico, revelando a ambiguidade deste conceito e a não inserção de temas atuais no cotidiano escolar. No laboratório, além de proporcionar aspectos não explorados e observados na aula teórica, a atividade prática favoreceu a motivação dos alunos, o potencial investigativo e a interação com o objeto de estudo. Desta forma, os resultados positivos obtidos neste trabalho, apontam para a importância do emprego de diferentes modalidades didáticas e da contextualização dos conteúdos curriculares na construção de uma aprendizagem significativa para os educandos.
PALAVRAS-CHAVE: Nutrição e saúde - Alimentos funcionais - Modalidades didáticas.
Carolina H. FOLINO [email protected]
Reynaldo G. de O. FONTES [email protected]
Taíze DUARTE [email protected]
Thamyres C. R. BOA ESPERANÇA [email protected]
Juliene R. NASCIMENTO [email protected]
André Fillipe de F. FERNANDES [email protected]
Thiago J. J. REBELLO [email protected]
BOLSISTAS PIBID/CAPES/UERJ
Débora de A. LAGE [email protected]
COORDENADORA PIBID/BIOLOGIA/CAP-UERJ
2
INTRODUÇÃO
1. ALIMENTOS FUNCIONAIS E NUTRACÊUTICOS A industrialização e os avanços tecnológicos nas diferentes áreas, como na engenharia,
na saúde, na produção de alimentos, de fármacos, dentre outros, provocaram não só o
aumento da expectativa de vida, mas também uma efetiva mudança nos hábitos alimentares
da população. Neste sentido, diversas doenças ligadas à falta de educação alimentar têm se
tornado crônicas na sociedade, tais como a obesidade, a diabetes, a osteoporose,
arteriosclerose e diversos tipos de câncer (DAS et al., 2012). Elas têm se tornado cada vez mais
comuns e com isso, despertado o interesse dos órgãos públicos de saúde, uma vez que o
aumento dessas doenças causa maiores gastos com internações e outras medidas curativas
(MORAES e COLLA, 2006).
Diante desse quadro, o interesse pela modificação da dieta visando alcançar melhor
qualidade de vida ganhou peso e, deste modo, os estudos sobre alimentos que teriam algum
benefício na prevenção ou tratamento de doenças ganharam destaque. Já na década de 80, o
termo "alimento funcional" foi introduzido no Japão, partindo da hipótese que a dieta
alimentar teria um importante efeito nas funções do organismo, no sentido de manter o
saudável funcionamento do corpo, diminuindo a incidência de doenças (COLPO; FUKE;
ZIMMERMANN, 2004). Com o passar dos anos, este conceito se consolidou, contribuindo para
o aumento da procura pelos alimentos funcionais, uma vez que muitas pessoas já os
reconheciam por seus valores na nutrição, prevenção e tratamento de doenças.
No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) regulamenta o registro
de alimentos funcionais, a partir da portaria nº 398 de 1999, que define como alimento
funcional “todo aquele alimento ou ingrediente que, alem das funções nutricionais básicas,
quando consumido na dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou fisiológicos benéficos à
saúde, devendo ser seguro para o consumo, sem supervisão médica” (PIMENTEL et al., 2005).
Já a FDA (Food and Drug Administration), órgão dos EUA responsável pelo controle dos
alimentos, estabeleceu a classificação em: alimento, alimento-medicamento, suplementos
alimentares, alimento para usos dietéticos especiais ou droga (CARDOSO e OLIVEIRA, 2008).
Outro conceito intimamente relacionado aos alimentos funcionais é aquele que se
refere aos alimentos nutracêuticos. O termo nutracêutico foi criado em 1989 pelo Dr. Stephen
DeFelice, fundador e presidente da Fundação de Inovação em Medicina (EUA), a partir da
combinação das palavras “nutrição” e “farmacêutico”. De modo geral, alimentos nutracêuticos
podem ser caracterizados como produtos sintetizados, extraídos ou purificados de organismos
vegetais, animais ou marinhos, os quais possuem efeitos benéficos comprovados
farmacologicamente, e que passam a adquirir um valor nutritivo (KUMAR et al., 2012).
Dessa forma, todas as substâncias encontradas em alimentos que possuem
propriedades medicinais já estabelecidas, podem ser extraídas e concentradas na forma de
alimentos nutracêuticos, os quais vêm sendo cada vez mais comercializados. Em 2011, o
mercado mundial de nutracêuticos movimentou cerca de 151 bilhões de dólares, com previsão
alcançar US$ 207 bilhões em 2016, apresentando uma taxa crescimento estimada em 6,5% ao
ano (MONDELLO, 2013). Assim, especialistas da indústria alimentícia passaram a concentrar
3
seus esforços na busca de estratégias nutritivas modernas, voltadas para consumidores que
acreditam na saúde através de uma alimentação correta ou via suplementação alimentar.
Neste contexto, visando à formação do cidadão crítico, capaz de refletir, tomar
decisões e interferir positivamente na sociedade que está inserido, a educação nutricional
torna-se de suma importância para a construção de uma cidadania saudável e consciente de
uma boa prática alimentar. Assim, o presente trabalho propôs o estudo dos alimentos
funcionais e nutracêuticos como tema gerador para a aprendizagem sobre os nutrientes
orgânicos e sua importância para a saúde, a partir de diferentes modalidades didáticas,
buscando favorecer a construção coletiva de novos saberes.
2. METODOLOGIA O campo de ação deste estudo foi o Colégio Estadual João Alfredo, localizado no bairro
de Vila Isabel, Rio de Janeiro. O trabalho foi desenvolvido com cinco turmas do segundo ano
do Ensino Médio, totalizando cerca de duzentos estudantes. A metodologia descrita nesta
pesquisa apresenta um caráter qualitativo, no qual os pesquisadores buscam realizar uma
abordagem voltada para o comportamento, a interpretação, as experiências vividas e a relação
com o ambiente das pessoas que estão sendo estudadas (DOS ANJOS, 2007).
Na busca pela construção de conhecimentos científicos sobre alimentos funcionais e
nutracêuticos e seus benefícios à saúde humana, este trabalho foi estabelecido em quatro
etapas: análise das concepções dos alunos, aula expositiva dialógica, aula prática experimental,
pesquisa e produção de artigos informativos.
Análise das concepções dos estudantes
Inicialmente, após serem apresentados à proposta de trabalho, os estudantes foram
solicitados a preencher um questionário contendo seis perguntas fechadas. Esta etapa teve
por objetivo analisar as concepções prévias dos alunos acerca dos conceitos e da importância
dos alimentos funcionais e nutracêuticos na saúde. A atividade foi realizada em sala de aula e
teve duração de cerca de 10 minutos.
Aula expositiva dialógica
Os alunos participaram de uma aula expositiva dialógica, na qual um notebook e um
projetor multimídia foram utilizados como recursos didáticos. Segundo diversos autores
(NASCIMENTO, 2009; ALVES et al., 2013), a aula expositiva dialógica ou dialética, caracteriza-se
por valorizar os saberes dos alunos na construção do conhecimento científico. Deste modo, o
professor tem o papel de estimular e direcionar discussões em sala de aula, mediando a
produção de novos saberes.
No material didático apresentado aos alunos foram enfatizados: os principais conceitos
acerca de alimentos funcionais e nutracêuticos; os principais nutrientes funcionais e sua
possível identificação a partir das cores dos alimentos; e a estreita relação entre a qualidade
da alimentação consumida e o desenvolvimento de doenças no organismo. A aula expositiva
durou cerca de 50 minutos e foi realizada no primeiro encontro com os alunos, logo após o
preenchimento do questionário.
4
Aula prática experimental
A fim de complementar a temática central desta pesquisa, os alunos participaram de
uma aula prática experimental, a qual teve por objetivo a identificação dos principais
nutrientes orgânicos presentes nos alimentos. A atividade prática foi realizada no laboratório
de Ciências da escola, partir da realização de quatro experimentos simples: teste para
carboidratos, teste para lipídios, teste para proteínas, teste para ácidos nucléicos.
Antes do início das práticas, cada aluno recebeu um roteiro contendo um breve
resumo sobre o assunto abordado (compostos orgânicos), a descrição de todos os
experimentos a serem realizados, bem como algumas questões a serem respondidas.
Ao final de cada experimento, os resultados observados e as conclusões obtidas eram
discutidas coletivamente, auxiliando os alunos no preenchimento do roteiro. Toda a atividade
prática no laboratório teve duração de 50 minutos.
Pesquisa e produção de artigos informativos
Nesta etapa do trabalho, os alunos foram estimulados a desenvolver uma pesquisa
sobre alimentos funcionais e nutracêuticos sugeridos no tratamento e na prevenção de
doenças relacionadas aos aparelhos digestório, cardiovascular e urinário. Para tal, a divisão dos
grupos utilizada na aula prática foi mantida e cada grupo sorteou uma determinada doença,
que seria objeto do seu estudo.
A pesquisa com os alunos foi realizada no laboratório de informática da escola, onde
estes foram orientados a buscar referências específicas para auxiliar na pesquisa, bem como,
foram orientados a como elaborar um trabalho em formato Power point. Como meta final da
pesquisa, cada grupo deveria produzir um artigo informativo sobre a sua temática específica
sorteada. Ao final do trabalho, todos os artigos produzidos foram reunidos em forma de
revista para que fossem divulgados na escola.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 CONCEPÇÕES DOS ESTUDANTES SOBRE ALIMENTOS FUNCIONAIS E NUTRACÊUTICOS Inicialmente, utilizou-se um questionário fechado a fim de analisar o conhecimento e
as experiências dos alunos em relação ao tema Alimentos Funcionais e Nutracêuticos. O ensino
da prática alimentícia é um assunto de suma importância para ser abordado no ambiente
escolar, e vem sendo objetivo de pesquisa de muitos estudos, tendo em vista que os
alimentemos de utilidades funcionais tem se tornado excelente beneficiador na conquista de
uma vida saudável. Logo, os alimentos funcionais possuem componentes que previnem
doenças e atuam de maneira benéfica nas funções orgânicas (VIDAL et al., 2012). Torna-se
importante a integração do ensino de melhores formas de alimentação, pois de acordo com
Vygostsky (1896-1934) os indivíduos vão adquirir informações, atitudes e reproduzirá
futuramente condutas alimentares adequadas, desenvolvendo uma melhor manutenção no
estado alimentar (IPIRANGA, 1995).
Na análise das respostas da primeira questão, observamos que 88% dos estudantes
possuíam informações prévias corretas em relação ao termo alimentos funcionais,
demonstrando uma certa noção sobre o tema (Figura 1). Entretanto, a caracterização destes
alimentos possivelmente foi associada
funcionalidade benéfica para o organismo, ou até mesmo
populares e informações decorrentes da mídia ou do próprio meio social
Segundo Vidal e colaboradores (2012), a
desenvolvimento de doenças já é conhecida há pelo menos 2500 anos, quando Hipócrates
ressaltava “faça do alimento o seu medicamento”
população tem demonstrado maior interesse na busca pela melhoria da qualidade de vida,
partir de uma dieta mais saudável e funcional (
funcional” tem sido cada vez mais
Figura 1: Gráficos mostrando a porcentagem das respostas dos alunos às questões 1 e 2. Questão 1: AQualquer alimento que satisfaz rapidamente a fome; BC-Alimentos que só auxiliam na perda de peso; Dalém do valor nutritivo inerente à sua comsão remédios utilizados geralmente antes da realização de atividade física; Cvendidas nas farmácias; D-Sim, são alimentos enriquecidos com e/ou tratamento de doenças.
Na Figura 1, analisando a segunda questão, verifica
educandos (70%) nunca tinha ouvido falar sobre alimentos nutracêut
fato deste ser um conceito ainda novo, além das dúvidas e contradições entre os termos
“alimento funcional” e “nutracêutico”. De fato, especialmente para a comercialização estes os
alimentos passaram a apresentar diferentes den
específicos, fármacos-alimentos ou nutracêuticos (
fundador e presidente de uma fundação norte
termo nutracêutico como sendo “qualquer substância que é um alimento ou parte dele, que
promova benefícios para a saúde, incluindo a prevenção e o tratamento de doenças” (KUMAR
et al., 2012). Deste modo, pode
indústria alimentícia, não sejam tão recentes,
para que o conhecimento sobre nutracêuticos permaneça oculto à grande parte da população.
Na análise da questão três, é possível observ
possuía conhecimento que o consumo dos alimentos seja eficaz, há necessidade que o uso seja
regularmente e associado a uma alimentação rica em frutas, verduras e afins
6% 2%
88%
Questão 1: O que são alimentos funcionais?
5
alimentos possivelmente foi associada à etimologia da palavra, relacionando funcional com
e benéfica para o organismo, ou até mesmo associações com crendices
populares e informações decorrentes da mídia ou do próprio meio social.
Segundo Vidal e colaboradores (2012), a estreita relação entre a alimentação e o
s já é conhecida há pelo menos 2500 anos, quando Hipócrates
ressaltava “faça do alimento o seu medicamento”. Entretanto, somente nas últimas décadas
população tem demonstrado maior interesse na busca pela melhoria da qualidade de vida,
eta mais saudável e funcional (DUARTE, 2007). Deste modo, o termo “alimento
cada vez mais difundido na população.
Gráficos mostrando a porcentagem das respostas dos alunos às questões 1 e 2. Questão 1: AQualquer alimento que satisfaz rapidamente a fome; B-Alimentos que são ricos em ácidos graxos trans;
Alimentos que só auxiliam na perda de peso; D-Alimentos que oferecem vários benefícios à saúde, além do valor nutritivo inerente à sua composição química. Questão 2: A-Não, nunca ouvi falar; Bsão remédios utilizados geralmente antes da realização de atividade física; C-Sim, são vitaminas
Sim, são alimentos enriquecidos com nutrientes importantes na prevenção
Na Figura 1, analisando a segunda questão, verifica-se que grande parte dos
educandos (70%) nunca tinha ouvido falar sobre alimentos nutracêuticos (Figura 1), talvez pelo
fato deste ser um conceito ainda novo, além das dúvidas e contradições entre os termos
to funcional” e “nutracêutico”. De fato, especialmente para a comercialização estes os
alimentos passaram a apresentar diferentes denominações, tais como: alimentos para usos
alimentos ou nutracêuticos (CUPPARI, 2005). Em 1989, Stephan Defelice,
fundador e presidente de uma fundação norte-americana para inovação na medicina,
termo nutracêutico como sendo “qualquer substância que é um alimento ou parte dele, que
promova benefícios para a saúde, incluindo a prevenção e o tratamento de doenças” (KUMAR
pode-se observar que embora os avanços tecnológic
indústria alimentícia, não sejam tão recentes, estes não são muito divulgados
para que o conhecimento sobre nutracêuticos permaneça oculto à grande parte da população.
Na análise da questão três, é possível observar que a maior parte dos alunos
ue o consumo dos alimentos seja eficaz, há necessidade que o uso seja
regularmente e associado a uma alimentação rica em frutas, verduras e afins
2%4%
A
B
C
D
70%2%
2%
26%
Questão 1: O que são alimentos funcionais? Questão 2: Você já ouviu falar em nutracêuticos?
ando funcional com
associações com crendices
estreita relação entre a alimentação e o
s já é conhecida há pelo menos 2500 anos, quando Hipócrates
. Entretanto, somente nas últimas décadas a
população tem demonstrado maior interesse na busca pela melhoria da qualidade de vida, a
, o termo “alimento
Gráficos mostrando a porcentagem das respostas dos alunos às questões 1 e 2. Questão 1: A-Alimentos que são ricos em ácidos graxos trans;
os que oferecem vários benefícios à saúde, Não, nunca ouvi falar; B-Sim,
Sim, são vitaminas nutrientes importantes na prevenção
se que grande parte dos
icos (Figura 1), talvez pelo
fato deste ser um conceito ainda novo, além das dúvidas e contradições entre os termos
to funcional” e “nutracêutico”. De fato, especialmente para a comercialização estes os
alimentos para usos
2005). Em 1989, Stephan Defelice,
americana para inovação na medicina, definiu o
termo nutracêutico como sendo “qualquer substância que é um alimento ou parte dele, que
promova benefícios para a saúde, incluindo a prevenção e o tratamento de doenças” (KUMAR
os avanços tecnológicos em relação à
não são muito divulgados, o que contribui
para que o conhecimento sobre nutracêuticos permaneça oculto à grande parte da população.
aior parte dos alunos (87%) já
ue o consumo dos alimentos seja eficaz, há necessidade que o uso seja
regularmente e associado a uma alimentação rica em frutas, verduras e afins (Figura 2). Para
70%
A
B
C
D
Questão 2: Você já ouviu falar em
muitos autores, a utilização de alimentos funcionais ou enriquecidos, só tem ação benéfica
quando consumidos em uma dieta
Figura 2: Gráficos mostrando a porcentagem das respostas dos alunos às questões 3 e 4. QuesPoucas vezes, já que o excesso desses alimentos pode ser prejudicial à saúde; Bassociado ao consumo de frutas, verduras e ingestão de água; Cnecessário o consumo; D-Nunca, pois não acredito na eficáciSim, juntamente com a prática de atividade física regularmente; Bresponsável pelo aumento da média de vida da população; Cestá relacionado a outros fatores, principalmente à condição financeira; Dexpectativa de vida é o reflexo das ótimas condições de saneamento básico da nossa cidade.
A quarta pergunta questionou os alunos sobre a relação entre alimentação e aumento
da expectativa de vida. Deste modo, observou
compreende corretamente que os alimentos não os únicos responsáveis por uma maior
expectativa de vida, mas sim em associação com a prática regular de atividade física (Figura 2).
Segundo Ferreira (2012), a prática regular de exercícios promove uma melhor condição
relacionada à saúde. Deste modo, a relação bem estar e vigor tem favorecido o cons
alimentos de funcionalidades viáveis, ocorrendo uma mudança cultural em relação a uma
maior longevidade (CARRARA
Em relação aos alimentos que não podem ser apontados como funcionais ou
nutracêuticos, conforme a questão cinco
sorvetes e salgadinhos não podem ser inseridos neste conceito
possuem alto nível de lipídeos e açucares simples, podendo estar associado ao aumento de
peso e às diversas deficiências de
Analisando as respostas da questão seis, observa
consciência que os alimentos de utilidades benéficas não possuem capacidade
sim de prevenção (Figura 3). Neste sentido, pesquisas indicam que
alimentos funcionais afetam de
redução dos riscos de desenvolvimento
cardiovasculares (MORAES e COLLA, 2006
9%
87%
2%2%
Questão 3: Para que o consumo de alimentos funcionais seja eficaz, com que frequência pessoa deve consumi-lo?
6
utilização de alimentos funcionais ou enriquecidos, só tem ação benéfica
quando consumidos em uma dieta regular (MAIA e SANTOS, 2005; VIDAL et al
Gráficos mostrando a porcentagem das respostas dos alunos às questões 3 e 4. QuesPoucas vezes, já que o excesso desses alimentos pode ser prejudicial à saúde; Bassociado ao consumo de frutas, verduras e ingestão de água; C-Ocasionalmente, quando achar
Nunca, pois não acredito na eficácia dos alimentos funcionais. Questão 4: ASim, juntamente com a prática de atividade física regularmente; B-Sim, somente a alimentação é responsável pelo aumento da média de vida da população; C-Não, o aumento da expectativa de vida
os fatores, principalmente à condição financeira; D-Não, o aumento da expectativa de vida é o reflexo das ótimas condições de saneamento básico da nossa cidade.
A quarta pergunta questionou os alunos sobre a relação entre alimentação e aumento
da expectativa de vida. Deste modo, observou-se que a maioria dos estudantes (81%)
compreende corretamente que os alimentos não os únicos responsáveis por uma maior
iva de vida, mas sim em associação com a prática regular de atividade física (Figura 2).
), a prática regular de exercícios promove uma melhor condição
relacionada à saúde. Deste modo, a relação bem estar e vigor tem favorecido o cons
alimentos de funcionalidades viáveis, ocorrendo uma mudança cultural em relação a uma
maior longevidade (CARRARA et al., 2009).
Em relação aos alimentos que não podem ser apontados como funcionais ou
conforme a questão cinco verifica-se que 85% dos discentes
sorvetes e salgadinhos não podem ser inseridos neste conceito (Figura 3), uma vez que estes
possuem alto nível de lipídeos e açucares simples, podendo estar associado ao aumento de
peso e às diversas deficiências de nutrientes no organismo (OLIVEIRA e FISBERG, 2003).
Analisando as respostas da questão seis, observa-se que 81% dos
consciência que os alimentos de utilidades benéficas não possuem capacidade
. Neste sentido, pesquisas indicam que os nutrientes presentes nos
alimentos funcionais afetam de forma positiva as funções do organismo, contribuindo para a
desenvolvimento de doenças crônicas em geral, como
(MORAES e COLLA, 2006; PANDEY et al., 2010).
A
B
C
D
81%
11%8%
Questão 3: Para que o consumo de alimentos funcionais seja eficaz, com que frequência uma
Questão 4: Você acredita que o aumento da expectativa de vida da população também pode estar associado à alimentação?
utilização de alimentos funcionais ou enriquecidos, só tem ação benéfica
et al., 2012).
Gráficos mostrando a porcentagem das respostas dos alunos às questões 3 e 4. Questão 3: A- Poucas vezes, já que o excesso desses alimentos pode ser prejudicial à saúde; B-Regularmente e
Ocasionalmente, quando achar a dos alimentos funcionais. Questão 4: A-
Sim, somente a alimentação é Não, o aumento da expectativa de vida
Não, o aumento da expectativa de vida é o reflexo das ótimas condições de saneamento básico da nossa cidade.
A quarta pergunta questionou os alunos sobre a relação entre alimentação e aumento
se que a maioria dos estudantes (81%)
compreende corretamente que os alimentos não os únicos responsáveis por uma maior
iva de vida, mas sim em associação com a prática regular de atividade física (Figura 2).
), a prática regular de exercícios promove uma melhor condição
relacionada à saúde. Deste modo, a relação bem estar e vigor tem favorecido o consumo de
alimentos de funcionalidades viáveis, ocorrendo uma mudança cultural em relação a uma
Em relação aos alimentos que não podem ser apontados como funcionais ou
se que 85% dos discentes entendem que
, uma vez que estes
possuem alto nível de lipídeos e açucares simples, podendo estar associado ao aumento de
nutrientes no organismo (OLIVEIRA e FISBERG, 2003).
81% dos discentes têm
consciência que os alimentos de utilidades benéficas não possuem capacidade de cura, mas
os nutrientes presentes nos
funções do organismo, contribuindo para a
de doenças crônicas em geral, como câncer e doenças
A
B
C
Questão 4: Você acredita que o aumento da expectativa de vida da população também pode estar associado à alimentação?
Figura 3: Gráficos da porcentagem das respostas dos alunos às questões 5 e 6. Questão 5: Acebola; B-Batata e rabanete; C-Sorvete e salgadinhos; Dalimentos funcionais atuam na redução e doença no seu estágio já avançado; Bdoença mesmo em estágios avançados; Ccomendo alface e tomate, Maria vai conseguir a cura, facilmente; Dcâncer, só o alface.
3.2 AULA PRÁTICA SOBRE ID
No primeiro contato com os alunos, foi possível observar que na
discutia a relevância do consumo regular de certos alimentos e seus respectivos nutrientes
para o bom funcionamento do organismo, era possível perceber que os alunos pouco sabiam
sobre as funções nutricionais básicas da alimentação. Isto
principais nutrientes, mas não conseguiam citar refeições nas quais estivessem contidos. Com
o fim de promover essa conexão, foram realizados quatro experimentos para identificar os
principais nutrientes orgânicos
No primeiro experimento
amido em uma solução de farinha de trigo, tornando clara a relação entre o conhecido aporte
energético de pratos como macarrão e derivados da batata e a pres
(NELSON e COX, 2002). Na
observada a presença de aminoácidos em uma solução de leite em pó, levando à discussão
sobre a função estrutural das
(MARQUES et al., 2004) e nos suplementos para atletas (
A insolubilidade em água do óleo e sua alta viscosidade serviram de parâmetro para
ressaltar a composição lipídica de óleos e gorduras,
cardiovasculares relacionadas (
atividades sobre os compostos orgânicos, a realização da prática de
partir de morangos, permitiu
alimentos, o que antes era refutado
9%
85%
4%
Questão 5: Quais desses alimentos, não podem ser considerados funcionais ou nutracêuticos?
7
a porcentagem das respostas dos alunos às questões 5 e 6. Questão 5: ASorvete e salgadinhos; D-Chicória e agrião. Questão 6: A
alimentos funcionais atuam na redução e prevenção de doenças, não tendo capacidade de curar uma doença no seu estágio já avançado; B-Correta, os alimentos nutracêuticos são capazes de curar qualquer doença mesmo em estágios avançados; C-Correta, pois o câncer não é uma doença grave, ou seja, comendo alface e tomate, Maria vai conseguir a cura, facilmente; D-Errada, pois o tomate não cura o
ULA PRÁTICA SOBRE IDENTIFICAÇÃO DE NUTRIENTES ORGÂNICOS No primeiro contato com os alunos, foi possível observar que na medida em que se
discutia a relevância do consumo regular de certos alimentos e seus respectivos nutrientes
para o bom funcionamento do organismo, era possível perceber que os alunos pouco sabiam
sobre as funções nutricionais básicas da alimentação. Isto é, eram capazes de listar os
principais nutrientes, mas não conseguiam citar refeições nas quais estivessem contidos. Com
o fim de promover essa conexão, foram realizados quatro experimentos para identificar os
principais nutrientes orgânicos em alimentos comuns.
No primeiro experimento, o corante lugol foi utilizado para identificar o
amido em uma solução de farinha de trigo, tornando clara a relação entre o conhecido aporte
energético de pratos como macarrão e derivados da batata e a presença desse carboidrato
a prática seguinte, através da adição de sulfato de cobre,
a presença de aminoácidos em uma solução de leite em pó, levando à discussão
das proteínas (NELSON e COX, 2002), notadamente no leite materno
) e nos suplementos para atletas (ROCHA e PEREIRA, 1998
A insolubilidade em água do óleo e sua alta viscosidade serviram de parâmetro para
ressaltar a composição lipídica de óleos e gorduras, contextualizando o diálogo sobre doenças
cardiovasculares relacionadas (CERVATO, 1997). Por fim, completando o conjunto de
atividades sobre os compostos orgânicos, a realização da prática de extração
permitiu que os alunos comprovassem a presença de ácidos nucleicos nos
refutado por eles.
2%
A
B
C
D
81%
15%
4%
Questão 5: Quais desses alimentos, não podem ser considerados funcionais ou nutracêuticos?
Questão 6: Maria foi diagnosticada com um câncer no pulmão. A partir deste diagnóstico, Maria disse que vai conseguir a cura, comendo tomates e algumas verduras. A concepção de Maria está certa ou errada?
a porcentagem das respostas dos alunos às questões 5 e 6. Questão 5: A- Tomate e Chicória e agrião. Questão 6: A-Errada, pois os
, não tendo capacidade de curar uma os alimentos nutracêuticos são capazes de curar qualquer
Correta, pois o câncer não é uma doença grave, ou seja, Errada, pois o tomate não cura o
medida em que se
discutia a relevância do consumo regular de certos alimentos e seus respectivos nutrientes
para o bom funcionamento do organismo, era possível perceber que os alunos pouco sabiam
é, eram capazes de listar os
principais nutrientes, mas não conseguiam citar refeições nas quais estivessem contidos. Com
o fim de promover essa conexão, foram realizados quatro experimentos para identificar os
identificar o polissacarídeo
amido em uma solução de farinha de trigo, tornando clara a relação entre o conhecido aporte
ença desse carboidrato
seguinte, através da adição de sulfato de cobre, foi
a presença de aminoácidos em uma solução de leite em pó, levando à discussão
notadamente no leite materno
ROCHA e PEREIRA, 1998).
A insolubilidade em água do óleo e sua alta viscosidade serviram de parâmetro para
contextualizando o diálogo sobre doenças
. Por fim, completando o conjunto de
extração caseira de DNA a
a presença de ácidos nucleicos nos
A
B
D
Questão 6: Maria foi diagnosticada com um câncer no pulmão. A partir deste diagnóstico,
disse que vai conseguir a cura, comendo tomates e algumas verduras. A concepção de Maria está certa ou errada?
8
Segundo diversos autores, a realização de atividades práticas estimula a capacidade
investigativa dos alunos, permitindo a observação, o levantamento de hipóteses, a
experimentação e a reflexão dos resultados, etapas fundamentais na construção do
conhecimento científico (GOLDBACH et al., 2009; PITANGA et al., 2010; JUNQUEIRA, 2012).
Neste sentido, foi possível notar o grande envolvimento dos alunos e a importância da aula
prática como ferramenta promotora da interação entre o saber informal e o saber escolar,
favorecendo a construção de novos saberes, de forma significativa.
3.3 PRODUÇÃO DE ARTIGOS INFORMATIVOS Como resultado das etapas anteriores, o último momento do trabalho consistiu na
elaboração de artigos informativos por parte dos alunos, a partir de uma pesquisa sobre os
principais alimentos e nutrientes capazes de prevenir e/ou tratar uma determinada doença.
Deste modo, o encontro entre o interesse dos alunos e o auxílio dos educadores, favoreceu a
produção de trabalhos muito interessantes pelos estudantes (Figura 4).
Figura 4: Artigos informativos produzidos pelos estudantes acerca dos alimentos funcionais e nutracêuticos utilizados na prevenção e no tratamento de doenças.
O modelo educacional que tem por objetivo formar cidadãos, necessariamente,
precisa ter em conta não apenas o desenvolvimento de conceitos científicos, mas também as
atitudes desejáveis, os valores socialmente orientados e a capacidade de reflexão. A
possibilidade de investigar, trocar, experimentar, comparar, ler, discutir e organizar, sob a
mediação do professor, pode facultar ao aluno esses desenvolvimentos. Dessa forma, no
9
ensino de Ciências não devem ser priorizadas as definições ou mesmo apenas a compreensão
de conceitos científicos, mas sim, colocá-los em prática (JESUS et al., 2007).
Deste modo, além de representar um exercício de produção científica no Ensino
médio, os artigos produzidos pelos alunos também promovem benefícios sociais através da
divulgação científica, ao serem disponibilizados à comunidade escolar. Neste contexto,
segundo Tiago (2010), a divulgação científica atua como uma eficiente ferramenta na
democratização da informação para a sociedade, enquanto Silva (2011, p.723) ressalta que “o
conhecimento e o acesso ao conhecimento devem ser tratados como fatores estratégicos para
um projeto de desenvolvimento, sobretudo de perspectiva emancipatória”.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do planejamento e da realização deste trabalho entre os licenciandos e os
estudantes do Ensino médio, foi possível evidenciar que o emprego de uma atividade
multidisciplinar favoreceu a construção coletiva de novos saberes, tanto para os alunos quanto
para os educadores. Adicionalmente, a atividade propiciou um grande envolvimento dos
estudantes, que se sentiram valorizados por suas concepções prévias e perceberam que os
conceitos estudados no ambiente escolar eram relevantes, pois estavam inseridos no seu
cotidiano. De acordo com diversos autores, a aprendizagem significativa somente poderá ser
alcançada quando o assunto abordado for contextualizado e as experiências vivenciadas pelos
estudantes forem utilizadas para fomentar a construção do conhecimento (BRITO, 2009; SALES
e LANDIM, 2009; COSTA e PINHEIRO, 2013).
Neste sentido, buscou-se a produção de novos saberes a partir da reflexão, da
descoberta e da pesquisa por uma alimentação mais adequada, visando à formação de
estudantes conscientes de que a seleção adequada dos alimentos ingeridos será determinante
na melhoria da qualidade e da expectativa de vida. Por fim, concluímos que o estudo sobre
alimentos funcionais e nutracêuticos como tema gerador para alunos do ensino médio,
mostrou-se bastante promissor, possibilitando uma grande troca de experiências entre o saber
informal dos alunos e o saber acadêmico dos educadores, sendo uma excelente oportunidade
para uma aprendizagem significativa.
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