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Almanaque
de Bichos
que dão em
Gente
VERMES VÍRUS BACTÉRIAS FUNGOS
& outros bichos
COMO RECONHECER, EVITAR \
F V E TRATAR V W * ? >
Tat tmm asi fórmula sânscrita
que quer dizer Tu és este, t que expressa
a identidade fundamental de todos os seres por trás da aparente multiplicidade;
fusão do mundo interior com o mundo visível
I V o principio era o verme. £ o verme criou bracinhos) criou perninhas, desenvolveu a cabeça, r m O T £ v m m u m moníe
^ onf ros bichos maiores) gigantescos mesmo> onde ele verme e sua tribo de parasitas puderam entrar; morar ;
row^r í procriar em paz)
vivendo felizes assim para todo o sempre.
Claro que a vida não é só ISSO) mesmo para um verme. Como tola
criatura viva, ele tem que lutar pela
sobrevivência - tanto no plano imediato, que é
arranjar abrigo e comida, quanto a longo
prazogarantindo a continuação da espécie.
- E daí?, pergunta aquela senhora, já com
desgosto de tanto verme logo na abertura,
parece que nem leu o título, masenfim, tem
todo o direito de perguntar: - E daí?
Bem, daí que nós humanos somos o que se
chama polidamente de "hospedeiros" dos vermes. /
E em nós, graças a nós e ao nosso sangue
que eles sobrevivem.
- Ha!, f a z ela com um muxoxo. - Isto é
coisa do passado. Antigamente sim tinha-se
muitos vermes, as crianças, os- adultos, todo
ano tomávamos vermífugos e laxantes para
eliminar parasitos, mas isso mudou! A
medicina progrediu muito!
Bom, mas há quanto tempo a senhora não
j a z um exame para conferir?
- Ora, e para que é que eu vou jazer?
Na televisão, no Fantástico, apareceu uma
reportagem mostrando que a maioria
dos resultados dá negativo. Se e assim,
nem adianta...
É verdade. A maioria dos resultados dá
negativo. Culpa dos planos de saúde, dizem;
que pagam uma mixaria por cada exame
realizado, então os encarregados também
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só dão uma olhadinha. Assim fica
difícil achar alguma coisa.
E acontece que é muito comum termos
não só um verme, mas uma turma de dois,
quatro, cinco ou mais tipos diferentes.
Afinal, são milhões de anos de adaptação
recíproca. Por isso mesmo, embora sempre nos
causem pequenos danos, se não conseguirem
colonizar nossas entranhas sua passagem será
discreta e perfeitamente suportável.
- Eu, hem? Bichos nojentos...
Ué, minha senhora, e as baratas? E as
aranhas, lagartas e lesmas? E os piolhos e
pulgas e carrapatos? Também são
desagradáveis, mas a gente enfrenta!
Quer coisa mais chata
do que chato? E mosquito?
- Ah, mas vermes são diferentes. Vermes
estão dentro!
Justamente, minha senhora. Não podem
ser vistos, e o que os olhos não vêem,
o coração não sente. Já a barriga...
- Outro dia esteve no programa do Jô
uma moça, uma jovem bailarina, que ficou
tetraplégica porque teve vermes na coluna.
Justamente, minha senhora, justamente. Iles
podem fazer coisas inacreditáveis.
- E a minha sobrinha, dia destes, botou uma
lombriga imensa, não sei bem se era lombriga
ou solitária, uma coisa louca, sabe?
Pois ê, como eu ia dizendo...
- Tenho pavor dessas coisas. Imagine, um bicho
dentro!... Me contaram uma história... um
rapaz... no hospital... ^ ^
as verminoses
podem
prejudicar
não só os
intestinos,
mas também
o fígado,
os pulmões
e o cérebro
Vermes? Melhor não tê-los! Tem toda a razão aquela senhora: melhor não tê-
los. Além de contrariarem profundamente nosso
ideal de limpeza, o fato é que vermes pintam e
bordam dentro do hospedeiro. Andam para cima e
para baixo como se estivessem em casa, e quando
querem se fixar usam ganchos, ventosas e dentes
para se agarrar em nós. Machucam e destroem te-
cidos, invadem a corrente sanguínea e viajam pelo
corpo inteiro, produzem toxinas ruins para nós,
um horror. Alguns têm boca, aparelho digestivo e
ânus; outros absorvem todos os nutrientes pela
própria superfície do corpo, feito esponjas. Com-
petem conosco pela comida, já que precisam das
.mesmas coisas para viver: proteínas, vitaminas,
minerais, gordura - e glicose, muita glicose, que
armazenam em forma de glicogênio e vão gastan-
do em sua exaustiva vida de parasitas.
Causam não poucos danos, assim como as pra-
gas de um jardim. Do mesmo jeito que uma plan-
ta cria fungos ou é comida por uma lagarta ou
abriga centenas de ovinhos do que quer que seja
e fica doente e morre, nossos tecidos externos e
internos podem abrigar um sem-fim de parasitas.
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E não é qualquer sem-fim de parasitas não, é uma
comunidade muito sofisticada que passa por vá-
rios estágios difíceis antes de conseguir se esta-
belecer direito. Como não tem proteção corporal
contra agressões externas, precisa de um lugar
quentinho e úmido para viver - de preferência
com comida, e melhor: mastigada, engolida e
digerida, fast-food de parasitas.
Agora, uma notícia boa e outra ruim. A ruim é
que, do milhão e meio de espécies vivas iden-
tificadas até agora, mais de 2/3 são parasitas. A
boa é que nenhum parasita tem interesse em ma-
tar o hospedeiro, porque estaria inviabilizando a
própria existência.
muitas
associações são
possíveis entre
organismos
vivos numa
comunidade
biológica:
amensalismo,
carnivorismo,
comensalismo,
competição,
herbivorismo,
mutualismo,
parasitismo,
predação,
simbiose; são
as chamadas
interações
bióticas