Alphonse Bouvier a Historia Do Passe Magnetico

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  • 7/31/2019 Alphonse Bouvier a Historia Do Passe Magnetico

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    BREVE HISTRICO SOBRE MAGNETISMO

    Adilton Pugliese

    Identificar as origens da terapia esprita conhecida como passes realizar longa viagem aos tempos imemoriais, aos horizontesprimitivos da pr-histria, porquanto essa tcnica de cura estpresente em toda a histria do homem. "Desde essa poca remota, ohomem e os animais j conviviam com o acidente e com a doena.Pesquisas destacam que os dinossauros eram afetados' por tumoresna sua estrutura ssea; no homem do perodo paleoltico e da eraneoltica h evidncia de tuberculose da espinha e de crisesepilpticas".

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    "Herculano Pires diz que o passe nasceu nas civilizaes antigas,como um ritual das crenas primitivas. A agilidade das mos sugeriaa existncia de poderes misteriosos, praticamente comprovadospelas aes cotidianas da frico que acalmava a dor. As bnos

    foram as primeiras manifestaes tpicas dos passes. O selvagemno teorizava, mas experimentava, instintivamente, e aprendia afazer e a desfazer as aes, com o poder das mos".

    No Antigo Testamento, em II Reis, encontramos a expectativa deNaam: "pensava eu que ele sairia a ter comigo, por-se-ia de p,invocaria o nome do Senhor seu Deus, moveria a mo sobre o lugarda lepra, e restauraria o leproso".

    Na Caldia e na ndia, os magos e brmanes, respectivamente,curavam pela aplicao do olhar, estimulando a letargia e o sono. NoEgito, no templo da deusa Isis, as multides a acorriam, procurandoo alvio dos sofrimentos junto aos sacerdotes, que lhes aplicavam aimposio das mos.

    Dos egpcios, os gregos aprenderam a arte de curar. O historiadorHerdoto destaca, em suas obras, os santurios que existiam nessapoca para a realizao das frices magnticas.

    Em Roma, a sade era recuperada atravs de operaes magnticas.Galeno, um dos pais da medicina moderna, devia sua experincia nasupresso de certas doenas de seus pacientes inspirao querecebia durante o sono. Hipcrates tambm vivenciou essesmomentos transcendentais, bem como outros nomes famosos, comoAvicena, Paracelso...

    Baixos relevos descobertos na Caldia e no Egito, apresentamsacerdotes e crentes em atitudes que sugerem a prtica da hipnosenos templos antigos, com finalidades certamente teraputicas.

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    "Com o passar dos tempos, curandeiros, bruxas, mgicos, faquires e,at mesmo, reis (Eduardo, O Confessor; Olavo, Santo Rei daNoruega e vrios outros) utilizavam os toques reais".

    Depreendemos, a partir desses breves registros, que a arte de curaratravs da influncia magntica era prtica normal desde os temposantigos, sobretudo no tempo de Jesus, quando os seus seguidoresexercitavam a tcnica da cura fludica atravs das mos. Em o NovoTestamento vamos encontrar o momento histrico do prprio Mestreem ao: E Jesus, estendendo a mo, tocou-lhe, dizendo: Quero, ficalimpo! E imediatamente ele ficou limpo da lepra. "Os processosenergticos utilizados pelo Grande Mestre da Galilia so ainda uma

    incgnita. O talita kume! ecoando atravs dos sculos, causa espantoe admirao. A uma ordem do Mestre, levanta-se a menina dadacomo morta, pranteada por parentes e amigos".

    Todos esses fatos longnquos pertencem ao perodo anterior a FranzAnton Mesmer, nascido a 23.05.1733 em Weil, ustria. Educado emcolgio religioso, estudou Filosofia, Teologia, Direito e Medicina,dedicando-se tambm Astrologia.

    "No sculo XVIII, Mesmer, aps estudar a cura mineral magnticado astrnomo jesuta Maximiliano Hell, professor da Universidadede Viena, bem como os trabalhos de cura magntica de J.J. Gassner,divulgou uma srie de tcnicas relativas utilizao do magnetismohumano, instrumentalizado pela imposio das mos. Tais estudoslevaram-no a elaborar a sua tese de doutorado - De PlanetariumInflexu, em 1766 - de cujos princpios jamais se afastou. Mais tarde,assumiram destaque as experincias do Baro de Reichenbach e do

    Coronel Alberto de Rochas".

    Mesmer admitia a existncia de uma fora magntica que semanifestava atravs da atuao de um "fluido universalmentedistribudo, que se insinuava na substncia dos nervos e dava, ao

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    corpo humano, propriedades anlogas ao do im. Esse fluido, sobcontrole, poderia ser usado como finalidade teraputica".

    Grande foi a repercusso da Doutrina de Mesmer, desde a

    publicao, em 1779, das suas proposies: A memria sobre adescoberta do Magnetismo Animal, passando, em seguida, a ser alvode hostilidades e, em face das surpreendentes experincias prticasde terapia, conseguindo curas considerveis, na poca vistas comomaravilhosas, transformar-se em tema de discusses e estudos.

    "Em breve, formaram-se dois campos: os que negavamobstinadamente todos os fatos, e os que, pelo contrrio, admitiam-

    nos com f cega, levada, algumas vezes at exagerao".

    Enquanto a Faculdade de Medicina de Paris "proibia qualquermdico declarar-se partidrio do Magnetismo Animal, sob pena deser excludo do quadro dos doutores da poca", um movimentofavorvel s idias de Mesmer levava formao das SociedadesMagnticas, sob a denominao de Sociedades de Harmonia, quetinham por fim o tratamento das molstias.

    Em Frana, por toda a parte, curava-se pelo novo mtodo. "Nunca,diria Du Potet, a medicina ordinria ofereceu ao pblico o exemplode tantas garantias", em face dos relatrios confirmando as curas,que eram impressos e distribudos em grande quantidade paraesclarecimento do povo.

    Como destacamos, o Magnetismo era tema principal de observaoe estudos, sendo designadas Comisses para estudar a realidade das

    tcnicas mesmerianas, atraindo a ateno de leigos e sbios. Em1831, a Academia de Cincias de Paris, reestudando os fenmenos,reconhece os fluidos magnticos como realidade cientfica. Em1837, porm, retrata-se da deciso anterior, e nega a existncia dosfluidos.

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    Deduz-se que essa atitude dos relatores teria sido provocada pelaforma adotada pelos magnetizadores para tornar popular a novelDoutrina: explorando o que se chamou A Magia do Magnetismo,utilizando pacientes sonamblicos, teatralizando a srie de

    fenmenos que ocorriam durante as sesses, e as encenaesruidosas, que ficaram conhecidas como a Cmara das Crises ou OInferno das Convulses, tendo como destaque central a Tina deMesmer - uma grande caixa redonda feita de carvalho, cheia degua, vidro modo e limalha de ferro, em torno da qual os doentes,em silncio, davam-se as mos, e apoiavam as hastes de ferro, quesaiam pela tampa perfurada, sobre a parte do corpo que causava ador. Todos eram rodeados por uma corda comprida que partia do

    reservatrio, formando a corrente magntica.

    Todo esse aparato, porm, no era apropriado para convencer osobservadores do efeito eficaz e positivo das imposies e dos passes.

    Ipso facto, as Comisses se inclinaram pela condenao doMagnetismo, considerando que as virtudes do tratamento ficavamocultas, enquanto os processos empregados estimulavamdesconfiana e descrdito.

    Os seguidores de Mesmer, entretanto, continuaram a pesquisar e aexperimentar.

    "O Marqus de Puysgur descobre, custa de sugestestranquilizadoras aos magnetizados; o estado sonamblico dohipnotismo; seguem os seus passos Du Potet e Charles Lafontaine".

    No sul da Alemanha, o padre Gassner leva os seus pacientes aoestado catalptico, usando frmulas e rituais, admitindo a influnciaespiritual.

    Em 1841, um mdico ingls, o Dr.James Braid, de Manchester,surpreendeu-se com a singularidade dos resultados produzidos pelo

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    conhecido magnetizador Lafontaine, assistindo uma de suas sessespblicas, ao agir sobre os seus pacientes, fixando-lhes os olhos esegurando-lhes os polegares.

    Braid, em seus trabalhos e escritos cientficos, procurou explicar oestado psquico especial, que era comum nos fenmenos ditosmagnticos, sonamblicos e sugestivos. Em seus derradeirostrabalhos passou a admitir a hiptese de dois fenmenos de efeitossemelhantes: um hipntico, normal, devido a causas conhecidas eum magntico, paranormal, a exemplo da viso a distncia e apreviso do futuro.

    Outros pesquisadores seguiram-no: Charcot, Janet, Myers,Ochorowicz, Binet, Alphonse Be e outros.

    Em 1875, Charles Richet, ento ainda estudante, busca provar aautenticidade cientfica do estado hipntico, que segundo ele, maisno era que um estado fisiolgico normal, no qual a inteligncia seencontrava, apenas, exaltada".

    Antes, porm, em Paris, o Magnetismo tambm atrair a ateno dopedagogo, homem de cincias, Professor Hippolyte Lon DenizardRivail. Consoante o Prof. Canuto Abreu, em sua clebre obra OLivro dos Espritos e sua Tradio Histrica e Lendria, Rivailintegrava o grupo de pesquisadores formado pelo Baro Du Potet(1796-1881), adepto de Mesmer, editor do Journal du Magntisme edirigente da Sociedade Mesmeriana. pgina 139 dessa elucidativaobra, depreende-se que o Prof. Rivail freqentava, at 1850, sessessonamblicas, onde buscava soluo para os casos de enfermidades

    a ele confiados, embora se considerasse modesto magnetizador.

    Os vnculos, do futuro Codificador da Doutrina Esprita, com oMagnetismo, ficam evidenciados nas suas anotaes intimas,constantes de Obras Pstumas, relatando a sua iniciao noEspiritismo, quando em 1854 interessa-se pelas informaes que lhe

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    so transmitidas pelo magnetizador Fortier, sobre as mesas girantes,que lhe diz: "parece que j no so somente as pessoas que se podemmagnetizar"..., sentindo-se vontade nesse dilogo com o entopedagogista Rivail. So dois magnetizadores, ou passistas, que se

    encontram e abordam questes do seu ntimo e imediato interesse.

    Mais tarde, ao escrever a edio de maro de 1858 da RevistaEsprita, quase um ano aps o lanamento de O Livro dos Espritosem 18.04.1857, Kardec destacaria: " O Magnetismo preparou ocaminho do Espiritismo(...). Dos fenmenos magnticos, dosonambulismo e do xtase s manifestaes espritas(...) suaconexo tal que, por assim dizer, impossvel falar de um sem

    falar de outro". E conclui, no seu artigo: "Devamos aos nossosleitores esta profisso de f, que terminamos com uma justahomenagem aos homens de convico que, enfrentando o ridculo, osarcasmo e os dissabores, dedicaram-se corajosamente defesa deuma causa to humanitria

    o depoimento inconteste do valor e da profunda importncia daterapia atravs dos passes, e, mais tarde, em 1868, ao escrever aquinta e ltima obra da Codificao, A Gnese, abordaria ele a"momentosa questo das curas atravs da ao fludica", destacandoque todas as curas desse gnero so variedades do Magnetismo,diferindo apenas pela potncia e rapidez da ao. O princpio sempre o mesmo: o fluido que desempenha o papel de agenteteraputico, e o efeito est subordinado sua qualidade ecircunstncias especiais.

    Os passes tm percorrido um longo caminho desde as origens da

    humanidade, como prtica teraputica eficiente, e, modernamente,esto inseridos no universo das chamadas TeraputicasEspiritualistas.

    Tem sido exitosa, em muitos casos, a sua aplicao no tratamentodas perturbaes mentais e de origem patolgica. Praticado,

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    estudado, observado sob variveis nomenclaturas, a exemplo demagnoterapia, fluidoterapia, bioenergia, imposio das mos,tratamento magntico, transfuso de energia-psi, o passe vemnotabilizando a sua qualidade teraputica, destacando-se seus

    desdobramentos em Passe Espiritual (energias dos Espritos), PasseMagntico (energias do mdium) e Passe Medinico (energias dosEspritos e do mdium), constituindo-se, na atualidade, em excelenteterapia praticada largamente nas Instituies Espritas.

    Amparado por um suporte cientfico, graas, sobretudo, sexperincias da Kirliangrafia ou efeito Kirlian, de que se tmocupado investigadores da rea da Parapsicologia, e s novas

    descobertas da Fsica no campo da energia, vem obtendo a aceitaoe a prescrio de profissionais dos quadros da Medicina, sobretudoda psiquitrica, confirmando a excelncia do Espiritismo, queexplica a etiologia das enfermidades mentais e oferece amplaspossibilidades de cura desses distrbios psquicos, ampliando a aoteraputica da Psicoterapia moderna.

    FIM