ALVES O Seminário de Olinda

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  • 8/19/2019 ALVES O Seminário de Olinda

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    ORGANIZADORES:

    Eliane Marta Teixeira LopesLuciano Mendes Faria Filho

    Cynthia Greive Veiga

    ANOS DE EDUCA\=AO NO BRASIL

    edi~ao

    aAutentica

    Belo Horizonte 3

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    o SEMIN RIO E OLIN

    GIL ERTO LUIZ LVES

    proposta educacional que_ fundamentou 0 Seminario

    de Olinda em 1800 foi plasmada nocorpo dos estatutos desse estabelecimento de ensino e elaborada pelo Bispo Azeredo Coutinho em 1798. 0

    colegio seminario de Olinda tornouse mesmo que por urn breve lapso 0mais avan

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    S anos de educarao no rasil

    D.JoseJoaquim da

    CunhaD AzeredoCoutinho

    Bispo TitularD Elvas e

    InquisidorGeral mais

    conhecido

    comoBispodeOlinda.

    com destino a Portugal onde na Universidade de Coimbra a epoca ja inteiramente transformada pelo influxo das reformas pombalinas na instrw;ao publica estudou Letras e Filosofia e por fim licenciou se em Direito canonico. Tomou sesacerdote e em 1794 sagrou se bispo. No infcio do ana seguinte tomou posse na Diocese de Olinda mas chegou ao Brasilsomente em 1798. Foi concomitantemente diretor geral dosestudos presidente da Junta da Fazenda e governador interinoda capitania de Pernambuco. Exerceu 0 Ultimo cargo ate 1802quando exonerado em razao de disputas poIiticas retomou aPortugal para assumir 0 bispado de Bragan~a e Miranda. Quatro anos depois foi nomeado Bispo de Elvas. Em 1818 ap6srecusar a diocese de Beja uma das mais importantes de Portugal tomou se 0 ultimo inquisidor geral do reino. Ao falecer nacidade de Lisboa a 12de setembro de 1821 acabara de ser eleito deputado as cortes constituintes pelo Rio de Janeiro.

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    o Seminirio de Olinda - i lberto Luiz lves

    Os mais importantes escritos doBispo de Olinda sao de natureza eco-namica. No livro Obraseconomicas de

    J. J. da Cunha Azeredo Coutinho,2 or-ganizado e apresentado por SergioBuarque de Holanda, foram reunidasquatro de suas principais produc;oes: Ensaio econamico sabre 0 comercio

    de Portugal e suas colanias (1794); Memoria sabre 0 pre

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    S anos de educarao no rasil

    ...) 0 chamado escravo, quando esta doente, tern seu senhorque trata dele, de sua mulher e de seus pequenos filhos, e queo sustenta, quando nao por caridade, ao menos pelo seu mes-mo interesse; 0 chamado livre, quando esta doente ou impos-

    sibilitado de trabalhar, se nao for a caridade dos homens, ele,sua mulher e seus filhos morrerao de fome e de miseria: qual,pois, desses dois e de melhor condi~ao? Ou qual desses doispodera dizer corn arrogancia: Eu sou livre pelo beneficio dasluzes ou pela civiliza~ao dos fil6sofos ?S

    Para 0 Bispo de Olinda, a necessidade de sobreviven-

    cia e a lei basica que pesa sobre 0 homem e sobre a socieda-de. Somente del a podem ser deduzidos tanto os direitosdaquele como os desta. Logo, revela-se impropria urna con-cepc;ao de justic;a absoluta e imutavel. A justic;a e relativa ascondic;oes concretas referentes ao patamar em que a socie-dade se encontra. No caso do Brasil-colonia, seu patamarhistorico e que impunha a necessidade da escravidao.

    Prosseguindo 0 encadeamento de suas ideias, Azeredo Cou-tinho nao se detem mesmo diante da possibilidade de des-nudar 0 direito de propriedade, pilar fundamental danascente sociedade burguesa. Torna-se, assim, urn ideologoburgues que expoe as miserias da propria classe que repre-senta. Revela a dissimulac;ao do pensamento burgues maisavanc;ado ao reconhecer que a propriedade privada estaria

    na origem das desigualdades sociais. Ela produziria as mi-seraveis condic;oes de vida dos trabalhadores assalariadospara, ao mesmo tempo, gerar a opulenda, 0 luxo e 0 odo dosproprietarios. No interior de suas ideias, esse reconhecimentonao representa uma condenac;ao aos fundamentos da socie-dade burguesa. Azeredo Coutinho parte de urna concepc;aode justic;a relativa, que pressupoe ser a sociedade movida aoptar, em seu desenvolvimento, entre 0 maior bem e 0 me-nor mal da coletividade. Mas tomando 0 seu reconhecimen-

    to como premissa, cobra coerencia dos filosofos que, a partirde urna concepc;ao de justic;a absoluta e imutavel, bradavamcontra a injustic;a do trabalho escravo. Para levar as wtimasconseqiiencias essa mesma concepc;ao, segundo AzeredoCoutinho, deveriam lutar para que fosse abolido, tambem, 0proprio direito de propriedade.6

    Como se observa, 0 Bispo de Olinda e urn pensadorburgues que expoe de forma cristalina as suas ideias. Dianteda necessidade historica, ele nao tergiversa, prefere encara-Ia

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    o Seminirio de Olinda - Gilberto Luiz Alves

    e pagar 0 seu pre~o. Muito diferentee a tanka da critica liberal dos secu-

    los XIX e XXque, ao abordar 0 pas-sado, procura negar 0 caraternecessario das desumanidades bur

    guesas Termina por se afundar nomoralismo e, ao identificar 0 que de-nomina de erros e exageros no passa-do, nao rei uta em atribui-los aoshomens cuja ac;aoe cujo pensamentoos encarnaram mais ostensivamente.

    Azeredo Coutinho foi urn desses ho-mens; 0 Bispo de Olinda evidenciaurn desses casos. Ao obrigar a criticaliberal a contemplar, contrafeita, 0passado da classe que representa,Azeredo Coutinho atrai sua ira demo-

    lidora. Ele nao e poupado por defen-

    der a escravidao e 0 absolutismo; ealvo, ainda, de urn outro argumentoque gera indigna~ao faci1nas cabe~asnacionalistas: 0 Bispo de Olinda nun-ca admitiu a ideia de independen-cia do Brasil frente ao dominio

    portugues. Todos os pretextos sacutilizados no sentido de amesquinharo pensamento de Azeredo Coutinho.Ate mesmo as transcric;oes literais,utilizadas em seus escritos sem as-

    pas, pois a epoca tal procedimentonao tinha 0 conteudo etico contem-

    poranee, sac qualificadas pura e sim-plesmente como IIpilhagens por

    sergio Buarque de Rolanda?Se 0 Bispo de Olinda, por suas

    convicc;oes absolutistas, nao chegoua cultivar no pIano politico 0 libera-lismo, inversa e a situac;ao que se dano pIano econamico. :Eexpressivo,por exemplo, que se tenha deixado

    influenciar pelas ideias de AdamSmith, cuja obra leu por meio de tra-du~ao francesa. Nas suas mem6rias

    econamicas ha provas inequivocasdo combate que moveu contra as po-liticas monop6licas. Combateu 0monop6lio do sal, da explora~ao e dacomercializa~ao da madeira e tambemo monop6lio do tabaco.8 Combateu,igualmente, a taxa~ao do a~ucar, pordiminuir a competitividade do produ-to brasileiro no mercado internacio-

    nal. Quanto a esse Ultimo aspecto, naoperdeu a oportunidade de alertar 0

    reino sobre a conjuntura favoravel quese desenhava para 0 Brasil com a de-sorganizac;ao da produ~ao ac;ucareiranas Antilhas, por for~a do movimen-to que ali se desencadeara na esteirada Revoluc;ao Francesa.

    A revolu~ao inesperada, acontecidanas colonias francesas, e urn daque-lesimpulsos extraordinarios comquea Providencia faz parar a carreira or-dinaria das coisas; agora, pois, queaqueles colonos esmo com as maosatadas para a agricultura, antes queeIes principiem nova carreira, e ne-cessario que apressemos a nossa.

    ...)Enquanto os estrangeiros refor-mam ou fazem de novo as suas fci-bricas e planta~oes, ja nos lheslevamos a vantagem do melhor es-tadodasno~as;esenostrab~ar-mos com indUstria e for~ iguaisas dos n~os rivais, por isso que te-mos a natureza em nosso favor, ousempre os havemos de exceder em

    dobro, ou eles nos hao de ceder 0campo.

    ...) Em surna, a ocasiao agora nosdesafia: ela e ligeira e voluvel; se seniio lan~ mao dela, foge, voa e de-saparece. 9

    Tal circunsmncia, como qual-

    quer outra ligada a Revoluc;ao Fran-cesa e aos acontedmentos nas Anti-

    lhas,.cria mais urn pretexto para que

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    500 anos de educafao no Brasil

    Azeredo Coutinho renove os ataques aos prindpios que osnorteiam e aos seus lideres. Brissot e Robespierre, por exem-plo, saD tratados como barbaros , como

    (...) monstros com figura humana, que estabelecem em regra: perec;am antes as colonias, do que urn s6 principio , principiodestruidor da ordem social, e cujo ensaio foi 0 transtomo ge-ral de sua Patrla, e a rica e florescente ilha de S. Domingosabrasada em chamas, nadando em sangue.10

    Quanto a concepc;aode ciencia, as elaboraC;5esdo Bispode Olinda aproximam-no muito do empirismo ingles. Ao fa-zer uma referencia sobre a agricultura, enfatiza 0 novo trata-mento que sua abordagem exige. E a nova postura que reclamado cientista burgues e a mesma subjacente a Interpretac;aoda Natureza , 0 IImetodo ou caminho da ciencia segundo aformulac;ao de Bacon.

    A agricultura, como a maior parte das outras artes, tern a sua

    parte literaria: a sua descric;aoe suscetivel de imagens, de sen-timentos e de todos os omamentos da poesia. N6s temos umabela prova nas Ge6rgicas, de Virgilio, e em muitas obras mo-demas. Parece que nao e mais permitido de olhar esta artesenao pela parte fisica e mecanica, e que daqui por diante s6se deve ocupar a descobrir, ajuntar e examinar fatos como 0 s6meio, (...), para aperfeic;oar a arte pelas experiencias e obser-vac;6ese de estender a sua utilidade; os raciocinios, sem 0 so-corro dos fatos e das experiencias, e mesmo sem 0conhecimento local e dos dimas, s6 servem de multiplicar es-critos inuteis s6bre esta materia.11

    QUill/to ii cOl/cep~ iiodeciencill, liS clllbora~ Jcsdo

    Bispo de OlindllIIproxillllllll-no lI1uito do

    clI1pirisli/O ingles.

    Deve ser esclarecido, por fim, que 0 pensamento deAzeredo Coutinho jamais poderia ser taxado de original. Asideias por ele defendidas sao, sistematicamente, hauridas das

    obras de outros pensadores. Seus escritos tambem estao mar-cados pelo ecletismo, uma tendenciaemergente na produc;ao teorica de inte-lectuais luso-brasileiros, ao longo da se-gunda metade do seculo XVIII. Suaproximidade com 0 empirismo revela-seem divers os de seus escritos e nao somen-

    te a influencia de Bacon e sensivel, sobesse aspecto. Por intermedio de Luis Antonio Verney, inspi-rador maior dos empreendimentos educacionais que se se-guiram a expulsao dos jesuitas, incorpora, igualmente, ideiasde Locke. Tambem flagra-se, entre as suas formulac;oes, urn

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    o Semin 1rio de Olinda - Gilberto Luiz Alves

    divisor importante entre os domi-mos da Teologia e da Filosofia.A essedualismo tipificador de Descartesde Galileu Galilei e de tantos outros

    humanistas cat6licos deve ser acres-centado 0 apelo sistematico ao meto-do cartesiano.

    Mas apesar do ecletismo suasfontes de consulta revelam-se sobre-tudo comprometidas com a perspec-tiva burguesa 0 que evidencia a sua

    firmeza ideol6gica. Inclusive no in-terior da Igreja cat6lica em PortugalAzeredo Coutinho jamais deixou dese alinhar com 0 seu segmento maisavan~ado que postulava a necessi-dade de moderniza~ao do reino. 0fato de ter sido urn ardente defensor

    do despotismo esclarecido levou-o afiliar-se ao regalismo que identificao comportamento politico daquelaparte do clero que procurou fortale-cer 0 poder real em detrimento daautoridade papal visando assegurarao monarca as condic;oes de realizara modemizac;ao economica do reino.

    Em terras portuguesas esse movi-mento composto pelo segmento doclero luso-brasileiro que aderiu aproposta burguesa assumiu 0 mes-mo conteudo do galicanismo naFranc;a. Sua recusa ao projeto daIgreja cat6lica feudal bem como a

    sua luta no sentido de desenvolvermaterialmente 0 reino credenciam-no ao direito de ser reconhecido

    como urn conseqiiente pensador bur-gues principalmente quando se con-sideram as condic;oes hist6ricasconcretas de Portugal e de suas co-

    lomas na segunda metade do seculoXVIII e inicio do seculo XIX.

    A PROPOST A EDUCACIONAL

    DE AZEREDO COUTINHO

    Seu ideal pedag6gico

    e sua pnitica polltica

    E muito expressivo que 0 idealpedag6gico do Bispo de Olinda te-nha se explicitado exatamente emuma de suas obras economicas: Dis-curso sobre 0 estado atual das mi-

    nas do Brasil . A justificativa exposta

    para a criac;aodo Seminario de Olin-da tern conteudo eminentementeeconomico.12

    Sua proposta pedag6gicaemerge quando da considerac;ao maisampla acerca da restaurac;ao da anti-ga grandeza de Portugal. Azeredo

    Coutinho tern a clareza de que a pos-sibilidade de incremento a riquezamaterial do reino ja nao seria viabili-zada pelas navegac;oes e pelo comer-cio maritimo a exemplo do queocorrera no seculo XVe no Wcio do

    :;eculoXVI.Portugal nao acompanha-ra 0 ritmo da hist6ria e sua recupera-~ao adviria da aplicac;ao de umapolitica centrada na utilizac;ao racio-nal de novos recursos. 0 mercado seestabelecera em escala mundial e acirculac;aode mercadorias em fins doseculo XVIII encontrava-se sob 0 con-trole da potencia capitalista mais

    avanc;ada do universo: a Inglaterra.Os novos recursos divisados por Aze-redo Coutinho saD0 desenvolvimen-

    to da agricultura a expansao dasmanufaturas e 0 pleno conhecimentodas riquezas naturais do reino visan-do sua futura explorac;ao economica.

    Contudo uma difieuldade po-deria tolher a viabilizac;ao pratica

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    SOOanos de educafao no Brasil

    Scrio l1cccsstirio

    outro tipo dc hOlllCll1 parnrcali:or 0 illlCl1S0

    il1 i Clltl7rio dos riqllt :lls111ltllrnis do Bmsil.

    desse Ultimorecurso. Conhecer as riquezas naturais dos domimos de Portugal implicava em especial 0 conhecimento dosrecursos naturais do Brasil sua coloma mais extensa e mais rica.

    56 dificuldades aguardavam a execuc;aode urn tal projeto poisa sua realizac;aodependeria da formac;aode fil6sofos naturalistas os cientistas da epoca dispostos a se interiorizarempara que os recursos brasileiros nos reinos mineral da flora eda fauna fossem inventariados. As conjecturas de Azeredo Coutinho esbarravam nurn fato: em seu tempo 0 fil6sofo naturalista era urn homem de gabinete que vivia nos centros urbanos enao se dispunha a fixar se nos sert6es. 56 eventualmente por

    meio de excurs6es a regioes pr6ximas ou viagens cientfficas urnpouco mais pretensiosas ele se afastava de seus laborat6riosou da instituic;ao a qual estava vinculado. Logo seria necessario urn outro tipo de homem para realizar 0 imenso inventariodas riquezas naturais do Brasil tao indispensavel a recuperac;aomaterial do reino. Exatamente a partir desse raciocinio 0Bispo de Olinda anteviu urna soluc;ao:se 0 indagadorda natu-reza por profissao nao desejava intemar se permanentemente

    nas brenhas 0 homem que podia faze Io ate mesmo por deverde offcio era 0 cura. Este devia estar ondese encontravam suas ovelhas homens simples mas que dominavam com muita perspicacia e por meio do senso comurn vastosconhecimentos sobre plantas medicinais ealimenticias sobre aves peixes e outrosanimais. Ora se 0 cura recebesse urna boa

    formac;aoem ciencias naturais em desenho em geometria poderia efetivamente contribuir para a realizac;aodo projeto .dedesenvolvimento de Portugal. Junto as suas ovelhas poderiaregistrar observac;6esacerca das plantas; testar mediante procedimentos experimentais os efeitos que os homens simplesatribuiam a elas; desenha Ias e produzir comunicac;6escientfficas. 0 mesmo raciocinio seria aplicavel aos produtos animais.19ualmente estaria 0 cura preparado para identificar metais epedras preciosas onde fossemregistrados oSseus vestigios. Contribuiria 0 cura dessa forma para a ampliac;aodo conhecimento. E sobre essa ampliac;ao poderia a coroa portuguesaestabelecer politicas de desenvolvimento economico que viabilizassem 0 mais racional aproveitamento dos recursos naturaisque abundavam no Brasil.

    Foi pois com essa motivac;ao nitidamente burguesa marcada pela preocupac;ao com 0 dominio do mundo

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    o Seminiria de Olinda - ilberta Luiz lves

    material, que Azeredo Coutinho ins-talou solenemente 0 Seminario deOlinda no dia 16de fevereiro de 1800.

    A escolha dos professores forameticulosa e levada a cabo pelo pr6-prio Bispo. Alguns deles, contatadosem Portugal, viajaram para 0 Brasiles-pecialmente para assumir 0 magiste-rio na escola recem-fundada.13 Entre

    esses professores, ganhou destaqueMiguel Joaquim de Almeida Castro,

    o padre Miguelinho, natural do RioGrande do Norte, lider e martir da Re-volw;ao Pernambucana de 1817, queassumiu a aula de Ret6rica. Foi tam-

    bem ele quem fez a orac;aosolene nodia da instalac;ao do Seminario. Naodeixam qualquer duvida, quanto a suaformac;aoiluminista, algumas das con-

    siderac;6es que integram 0 conteudodessa orac;ao.Afirma que a implanta-c;aodo Seminario de Olinda estabelece em Pernambuco a proveitosa culturadas Sciencias ...)que formam a verda-deira gloria dos POVOS .14ita Voltai-re, 0 mordaz inimigo da Igrejacat6licae, mesmo diante do desconforto que aRevoluc;aoFrancesa gerava nos pen-sadores luso-brasileiros, portou-se deforma mais tolerante para com ela doque Azeredo Coutinho. Depois de re-conhecer os seus horrores e repreen-der 0 seu abuso total das Scienciase

    Artes , atenua 0 impacto dessas ressal-vas por entender que:

    Pode-se abusar das Sciencias; everdade ...) mas esse mesmo abu-so he menos pemicioso e criminaldo que os efeitos tristissimos dehua ignorancia cega.15

    Se 0 padre Miguelinho naochegou a vincular explicitamente a

    ignorancia cega com a sociedadefeudal, tambem nao dissimulou suacomplacencia frente aos arroubos danova sociedade que, em processo deemergencia, nao detinha 0 controlepleno de si mesma, dai os seus abu-sos . Essa interpretac;ao nao extra-pola os fatos: e born lembrar queMiguelinho foi urn dos principaiside610gos da Revoluc;aoPernambuca-na de 1817;foi, tambem, secretario doInterior no Governo Provis6rio da re-

    publica dos setenta e cinco dias , queemergiu do processo revolucionario.16Politicamente, esse republicano eramais avanc;ado do que Azeredo Cou-tinho e estava convicto de que a difu-sac do conhecimento representaria, amedio e longo prazos, a regenerac;ao

    de todos os males sociais. 0 tempo en-carregar-se-ia de resolver, inclusive, osabusos momentaneos.

    Para culminar, padre Migue-linho fez a apologia do seculo jus-tamente chamado filos6fico, 0 se-culo das Sciencias , e manifestou,conforme as mais puras convicc;6es

    iluministas, suas esperanc;as no novotempo que se iniciava, em Pernam-buco, com a implantac;ao do Semi-nario de Olinda:

    Luzes brilhantes de sabedoria e daverdade vinde dissipar este negrocahos de erros, e de supersti~ao, deCrimes e de fanatismo.17

    Para levar a pratica as aspira-c;6esrenovadoras de Azeredo Couti-nho, 0 pIano de estudos dessecolegio-seminario pernambucanocompreendia cinco materias, que sesucediam cronologicamente na ordemseguinte: Gramatica Latina, Ret6rica,

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    500 anos de educafao no Brasil

    Filosofia Geometria e Teologia. Em linhas gerais as caracte-risticas que perpassavam 05 seus conteudos didaticos mere-cern na seqiiencia urna resumida descric;ao.18

    o ensino de Gramatica Latina com Iresanos de durac;ao

    deveria atenuar a explorac;aoda memoria - faculdade da qualtanto havia abusado a pedagogia feudal inclusive na sua ver-tente jesuitica - para centrar-se basicamente na busca do en-tendimento na apreensao da razao das coisas . Por outro ladoa lingua latina assim como qualquer outra seria incompreen-sivelse 0 seu dominio nao se construlsse sobre a base da linguanacional dai a prescric;aode urn manual de gramatica moder-no diferente do utilizado pelos jesuitas escrito integralmenteem latim pelo Pe. Manuel Alvarez. Finalmente 0 maior domi-nio da lingua nacional se viabilizaria tambem sobre 0 apro-fundamento da lingua latina sua matriz original. Para resurnire usar duas palavras repetidas com constancia pelos pensado-res burgueses 50 a partir da lingua nacional 0 ensino de gra-matica tomar-se-ia pratico e utiI

    o ensino de Retorica desenvolvido em urn ano utiliza-

    va sem censura e sem expurgos 05classicoslatinos. Valoriza-va as manifestac;6eslitercirias da lingua nacional em especial apoesia de Cam6es. Incorporava entre 05seus conteudos a His-toria e a Geografia disciplinas cujodesenvolvimento havia sidofecundado pelo movimento de expansao do mercado mundiale que estavam na base de urn novo ideal pedagogico. Superan-do a aspirac;aojesuitica de formac;aodo orador sacro a Retori-

    ca deveria formar urn homem cuja atuac;aopolitica funcionasseao mesmo tempo como reforc;oe como incremento dos nego-cios burgueses. Trata-se do diplomata servidor dileto do capi-tal nurna fase em que a busca de novos mercados se revelavauma questao crucial para a burguesia europeia.

    No ensino de Filosofia em detrimento da filosofia ra-cional e moral avultavam 05 estudos de filosofia natural noSeminario de Olinda. No primeiro ana de estudos a Fisicaexperimental era desenvolvida ao lado da Logica da Metaff-sica e da Etica. No segundo ano a Historia natural e a Quimi-ca dominavam com exclusividade. Dessa forma 0 pIano deestudos do estabelecimento de ensino procurava realizar a as-pirac;aopedagogica de Azeredo Coutinho: formar pelas cien-cias modernas ainda desenvolvidas dentro da Filosofia urn

    padre que concomitantemente fosse urn competente fi sofo

    naturalista visando 0 levantamento das riquezas naturais do

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    Brasil e na sequencia a sua explora-~ao economica pelo reino portugues.

    Os estudos de Geometria de-

    senvolvidos em urn ano ganhavamautonomia em face da Filosofia no Se-minario de Olinda e nao se restrin-

    giam a Geometria elementar poisabrangiam tambem conteudos deAritmetica de Trigonometria e deAlgebra elementar.

    Nos tres anos de dura«;ao dos

    estudos de Teologia eram ministradosconteudos dos diversos campos daTeologia teoretica ou especu1ativae daTeologia pratica ou moral. Para evi-denciar 0 carater regalista desses es-tudos podem ser arrolados algunsexpressivos indicadores. A primeiraclasse de Teologia por exemplo cu-jos estudos assentavam-se sobre a His-t6ria eclesiastica foi colocada sob aresponsabilidade do Pe. Jose MiguelReinau filiado ao galicanisno. 0 se-gundo ano focalizado sobre os estu-dos da Teologia especulativa feria aortodoxia cat6lica quando no desen-volvimento da doutrina dos LugaresTeoI6gicos invertia dois escaloes dahierarquia dos lugares derivativos se-cundarios : a autoridade papal caiapara pIano inferior em rela«;aoao con-senso dos bispos . Finalmente no Ul-

    timo ano centrado sobre a Teologiapratica ou moral antagonizando-secom a orienta«;aojesuitica os estudosganhavam carater sistematico. Entreos jesuitas continuadores da tradi«;aoescohistica esses estudos foram desen-volvidos de forma fragmentaria por

    meio dos casos de consciencia . Abusca de principios que ordenassemos estudos e os debates dos casos no

    Seminario de Olinda expressavaportanto urna critica ao pr6prio pen-samento feudal encarnado classica-mente na escolastica.

    Caberia considerar ainda aa«;aode Azeredo Coutinho como di-

    retor-geral dos estudos em Pernam-buco. Quem a analisa detidamentenao deixa de reconhecer que toda apolitica educacional instaurada peloBispo teve como centro e referencia 0Seminario de Olinda.

    Antes mesmo de assumir 0 car-

    go ja havia encaminhado solicita~aoao trono no sentido de que fosse cria-do urn imposto pessoal de vinte reisa ser cobrado de todos os habitantesda Diocese de Olinda com mais dedoze anos. 0 seu fim era 0 de contri-

    buir para 0 sustento dos Estudantese Seminaristas pobres e das Pessoasda Regencia e Servi~o do mesmo Se-minario .19Preocupado com rea~oesadversas que a medida poderia desen-cadear 0 principe regente mandououvir as dimaras para delas obter aanuencia desejada. Na sequencia 0Bispode Olinda desdobrou-se em con-tatos politicose nao relutou mesmo emutilizar de pressao sobre vereadoresvisando remover as dificuldades quepoderiam inviabilizar a cobran~a des-

    se imposto pessoal. Ao final apesardas ressalvas levantadas pelo procu-rador da Camara de Recife sua pro-posta foi aprovada e levada a pratica.

    Azeredo Coutinho mostrou-semuito criterioso na cobran«;a do Sub-

    sidio Literario imposto que antes de

    sua posse segundo correspondenciaoficial vinha sendo muito mal arre-cadado enquanto a aplica~ao do

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    500 anos de educarao no Brasil

    o colcgio selllil/ariofoi 0 estnbelecilllcl/to escolnrdOllzil/nl/te no IOl/go de totio

    o perfodo coloninl

    montante auferido 0 dilapidava pela pratica dos desvios .Quando de sua chegada a Pernambuco os salarios dos pro-fessores regios estavam atrasados metade das cadeiras esta-

    yam vagas e apadrinhados de autoridades governamentaisrecebiam proventos irregularmente. Depois de disciplinar acobran

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    o Seminiria de Olinda - ilberta Luiz lves

    carne verde a regiao da capital e 0aumento do volume dos recursoscaptados pelo Subsidio Litenirio.Oai a prioridade que conferiu comogovernador da capitania a abertu-ra de uma estrada de trezentas le-

    guas que ligava Recife aos sertoesde Sao Francisco visando a impor-ta

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    SOOanos de educarao no Brasil

    SeminariodeOlinda:centrode

    referenciadapolitica

    educacionalinstaurada

    por AzeredoCoutinho

    Olinda, foi 0 estabelecimento escolar tipico da fase his tori-ca instaurada pelas reformas pombalinas da instruc;ao pu-blica no Brasil.

    Esse colegio-seminario pombalino, que, na superficie,guardava alguma semelhanc;a com 0 colegio-seminario jesuitico, vingou na segunda metade do seculo XVIII e entrou emdecadencia no inicio do seculo XIX,em especial apos a Inde-pendencia. Os sintomas de crise do Seminario de Olinda ma-nifestaram-se com a Revoluc;aoPernambucana de 1817.Muitosde seus profess ores e alunos envolveram-se nesse movimentorepublicano, cuja derrota levou lideranc;as a morte e a instau-rac;aode urn clima de terror. Estigmatizado pelos vencedores,o Seminario de Olinda nunca mais conseguiu reerguer-se.Transformou-se, por fim, em estabelecimento pio, voltado ex-clusivamente para a formac;ao de sacerdotes, no ana de 1836,quando Ihe foram outorgados novos estatutos por D. Joao Per-digao. Mas seria erroneo atribuir a derrota republicana, emPernambuco, 0 motivo maior da lenta agonia que antecedeuo desaparecimento desse importante colegio- eminario. Defato, transformac;oes muito mais profundas colocavam por ter-ra osprojetos educacionais daquele segmento do clero que ade-riu a perspectiva burguesa, na segunda metade do seculo XVIII

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    o Seminirio de Olinda - ilberto Luiz lves

    e inicio do seculo XIX.A melhor evi-

    dencia desse fato foi 0 colegio-semi-nario franciscano do Rio de Janeiro.Sem ter sofrido os mesmos percal

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    500 anos de educaf80 no Brasil

    Igualavam-se, nesse sentido, aos liceus provinciais e as de-mais escolas particulares leigas.

    o RelatorioGonfalvesDias ilustra 0 desfecho do proces-so. Em 1854, praticamente todos os semimirios das regi6esbrasileiras mais desenvolvidas eram piOS.250 pIano de es-tudos do Semimirio de Olinda incluia, entao, somente mate-rias teol6gicas - Hist6ria eclesiastica, Teologia dogmatica eTeologia moral- alem de cantochao. Quanto aos estudospreparat6rios , 0 Relatorio26 torna evidente a tendencia do-minante; os seminaristas os realizavam nos liceus publicosou em outras escolas equivalentes. Em Olinda, por exemplo,

    os candidatos a ingresso concluiam os seus estudos prepa-rat6rios junto ao Colegio das Artes ou no Liceu Provincialde Pernambuco.27

    NOTAS

    1 Na Apresentarao de Obraseconomicasde J.J. da Cunhade AzeredoCoutinho 0794-1804),0historiador Sergio Buarque de Holanda inicia suas considerac;oes com uma biografia doBispo de Olinda. Mesmo nao sendo muito desenvolvida, e rigorosa, pois nasceu de criti-cas e correc;oes as obras de outros bi6grafos como J.J.P. Lopes,Alberto Lamego,Januarioda Cunha Barbosa, Inocencio e Sacramento Blake.

    2COUTINHO, J. J. da Cunha de Azeredo. Obras economicasde... 0794-1804). Organizac;aoe Apresentac;ao de Sergio Buarque de Holanda. Sao Paulo: Nacional, 1966, p. 318.

    3 HOLANDA,Sergio Buarque de. Apresenta~o. In: Coutinho, J. J. da Cunha de Azeredo.Gp. cit., p. 53.

    4 Azeredo Coutinho, sob esse aspecto, aproxima-se da posic;ao de Marx, exposta em 0Capital, ao discutir a teoria modema da colonizac;ao. MARX, K. 0 Capital: crftica daeconomia pol£tica livro primeiro: 0 processo de produrao do capital . Rio de Janeiro:Civilizac;ao Brasileira, s.d. v. 2, pp. 883-94.

    5COUTINHO, J. J. da C. de A. Gp. cit., § XXXIV,pp. 256-7.

    6 Idem, ibidem, nota 2), p. 257-8.7HOLANDA, sergio Buarque de. Apresentac;ao. In: COUTINHO, J. J.da Cunha de Azeredo.Op.cit.,p. 45. .

    8 COUTINHO,.J.da Cunhade Azeredo.Op.cit.,pp. 79,129,134e 143.9 Idem, ibidem, p. 184.

    10 Idem, ibidem, p. 233.

    11 Idem, ibidem, p. 191.

    12 Ver 0 Capitulo m da referida obra, intitulado Em que se apontam os meios para sefacilitarem as descobertas da hist6ria natural e dos ricas tesouros das colonias de Portu-

    gal . Idem, ibidem, p. 211-4.

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    o Seminirio de Olinda - Gilberto Luiz Alves

    ]3 Ea seguinte a relat;aocompleta das cadeiras e de seus respectivos professores: Teologiadogmtitica - Frei Jose Laboreiro, portugues, monge de S. Jeronimo, que viera com

    obispo D. Jose.

    Historia Eclesidstica - Padre Miguel Jose Reinau, natural de Pernambuco, depois rei tor doSemimirio, conego e vigario geral do bispado.TeologiaMoral - Frei Bento da Trindade, portugues, frade grilo, como assim 0 encontra-

    mos chamado em urn documento contemporaneo.

    Filosofia Universal- Frei Jose da Costa Azevedo, franciscano, natural do Rio de Janeiro.Regia uma cadeira de ciencias naturais em Lisboa quando veio para Pernambuco a con-vite do bispo D. Jose. Homem de grande merecimento cientifico, foi depois lente de mi-neralogia no Rio de Janeiro e 0 primeiro diretor do Museu Nacional.

    Matemtiticas - Frei Miguel Joaquim Pegado, Frade Jesuino, Borra, como assim 0 chamaum documento da epoca. Era portugues, veio a convite do bispo D. Jose, e foi depoisreitor do Seminario.

    Retoricae Poetica - Padre Miguel Joaquim de Almeida Castro, natural do Rio Grande doNorte, que exerceu 0 cargo ate 1817. Figura de destaque na revolut;ao emancipacionistaque irrompeu naquele ano, pagou com a vida 0 crime do seu patriotismo.

    Linglla grega - Jose Joaquim de Castro, secular.Gramtitica latina - Padre Luiz Florentino d' Almeida Catanho, pernambucano competen-

    te latinista.

    Cantochao - Padre Miguel de Miranda, egresso da congregat;ao de Pernambuco.

    Oesenho - Padre Joao Ribeiro Pessoa de Mello Montenegro, pernambucano, de grandemerecimento, e uma das vitimas da revolut;ao de 1817 .

    Cf. BARATTA,Conego Jose do Carmo. Escolade herois: Colegiode N S dasGrarasSeminario de Olinda 2. ed. Recife: Comissao Estadual das Comemorat;6es doSesquicentenario da Independencia, 1972, pp. 53-4.

    ]4 Apud NOGUEIRA, Mons. Severino Leite. 0 Seminario deOlinda e sell ftmdador BispoAzeredo COlltinho Recife: FUNDARPE, 1985. (Colet;ao Pernambucana - 2 fase, v. 19),pp.201-2.

    15 Idem, ibidem, p. 202.

    ]6 Cf.BANDEIRA,Alipio. BrazilHeroicoem 1817.Rio de Janeiro: Imprensa Nacional,1918,p. 215;PINTO, F. C. Souza. Frei Miguelinho: uma pagina da revoluraode 1817. 5.ed. Rio de Janeiro: F. Briguiet Cia., 1928, p. 64.

    17Apud NOGUEIRA, Mons. Severino Leite. Op. cit. p. 202.

    18 Cf. Estatutos do Seminario Episcopal de N. Senhora da Grasa da Cidade de Olinda deParnambuco ordenados por D. Joze Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho XII Bispode Parnambuco do Conselho de S. Magestade Fidelisima fundador do mesmo Seminario.Lisboa: Typografia da Acad. R. das Ciencias, 1798, 109 p.

    ]9 Carta Regiade 13 deabril de 1789, que nomeia Azeredo Coutinho Diretor Geral dos Estu-dos, 2°. .

    20Cartade Leide 10 de novembro de 1772,que estabelece0 Subsidio Literario, II.

    2]Cf. NOGUEIRA, Mons. Severino Leite. Op. dt. p. 1Ol.22 Estatutos do Seminario de Olinda Op.cit. Capitulo I, § 1, p. 4.23 MIRANDA,Maria do Carmo Tavares de. Os frandscanos e a formarao do Brasil Recife:

    Universidade Federal de Pernambuco, 1969,p. 208.

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    SOOanos de educarao no Brasil

    24 Cf.NOGUEIRA,Mons. Severino Leite. Gp.cit., p. 35.

    25 Em regioes menos desenvolvidas podem ser constatadas exc~5es. Nelas pode ter ocorrido 0surgimento de colE~gios-semimirios, segundo a matriz pombalina, ainda no periodo imperi-al. Urn exemplo e 0 Semimirio Episcopal da Concei~o, implantado em Cuiab