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Andando No Espírito (Mundo Cristão)

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teologia

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Andcndo no E/pírito

DAVE ROBER/ON

© 2007 por Dave Roberson

Primeira edição 2007

*

Todos os direitos reservados à Dave Roberson

Ministério Dave Roberson Brasil Caixa Postal 254 Alphaville Barueri - SP - 06455-972

www.andandonoespirito.org.br

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e-mail:gra fica. seara@yahoo. com. br

Printed in Brazil

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As citações bíblicas foram extraidas da versão Almeida Revista e Atualiza­

da (ARA).

Andando no E/pírito

Abra seu Novo Testamento no livro de Judas. Vamos estabelecer um fundamento para nossas meditações.

Comecemos com o versículo três: Amados, quando empregava toda diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder- me convosco, exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação.

Ao descobrir, pela primeira vez, que há de fato uma maneira deliberada, premeditada e proposital para andar no Poder de Deus, fiquei com uma fome espiritual muito grande. Para mim, não foi bastante saber que era possível andar nesse Poder. O clamor do meu coração era: será que alguém pode me dizer COMO fazê-lo?

Saber que havia essa possibilidade não me satisfazia. Eu queria, com todo o meu ser, que alguém me mostrasse COMO andar no Poder de Deus. Será que você é capaz de imaginar, então, como eu me senti ao descobrir uma passagem bíblica que me encorajava a “batalhar diligentemente” pela mesma fé em

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que andavam os santos da igreja primitiva?

Naquela cpoca, quando alguém mc perguntava: “Roberson, você vive na fé?”, eu sempre respondia: “Sim, vivo”. Mas quando me perguntavam se eu dnha mais do que a igreja primitiva teve, pensava comigo mesmo se realmcntc existia algo mais.

A Bíblia não foi escrita agora, nos tempos modernos, porém, logo entendi que antes que se possa ter MAIS é preciso ter o MESMO que a igreja primitiva teve.

Imagine você, então, como fiquei quando descobri esse versículo que diz que necessito “batalhar diligentemente” por uma fé igual a da igreja primitiva: uma fé que coloca o diabo para trás e remove montes!

Uma coisa já descobri em relação á Palavra de Deus: Ela não é capaz de me exortar a “batalhar diligentemente” por uma fé desse üpo sem que mostre, também, com todos os detalhes, como fazê-lo.

De fato, a Palavra me mostra COMO “batalhar diligen­temente”. O apóstolo Judas nos informa que “certos indivíduos se introduziram com dissimulação”. Pouco importa quem foram esses indivíduos, importa que destruíram a fé da igreja primidva. Em razão disso, fiz um pequeno estudo sobre eles, pois precisava saber como evitar que minha própria fé fosse destruída.

Judas compara os homens “que destruíram a fé da igreja primidva” com “ondas bravias do mar” (versículo 13), “que espumam as suas próprias sujeiras”.

Essas ondas surgem no mar e por serem um tanto “bravias” impressionam bastante, fazendo, por pouco tempo, um grande espetáculo. Logo, porém, desaparecem no mesmo imenso mar de onde saíram, tão rápido quanto apareceram.

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Judas compara também os que destruíram a fé da igreja primitiva a “estrelas errantes” (versículo 13). Ora, estrela errante é aquela a que chamamos de estrela cadente. Ela aparece subitamente num espetacular brilho de luz e se projeta de um canto para outro do céu, mas, subitamente desaparece na mesma escuridão de onde veio.

Contudo, a comparação feita por Judas de que mais gosto é aquela em que ele compara esses indivíduos a: “nuvens sem água” (versículo 12). Será que você tem idéia do que'vem a ser uma nuvem sem água?

Quando esse tipo de nuvem aparece no horizonte, tudo fica muito belo e ficamos admirados com sua magnificência. Porém, quando se trata de produzir o necessário — a chuva — essas nuvens secas são inteiramente inúteis, pois nada têm; nada trazem em si mesmas.

Ora, do livro de Gênesis até ao livro de Apocalipse, a água é símbolo do Espírito Santo. E evidente, então, que não devo e não posso ser uma “nuvem sem água”, ou seja, uma “pessoa sem o Espírito Santo”.

Jesus mesmo disse: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão RIOS DE ÁGUA VIVA”.(João 7:38)

Sim, meu amado... “RIOS”. A palavra está no plural. Rios e mais rios de água viva.

O que faz com que isso se torne uma realidade? Qual o primeiro preceito para se andar nesse Poder?

A resposta é: tenho de ser uma nuvem COM água. Sim, senhor, TENHO DE SER.

Observe ainda que Judas, mesmo antes de concluir a exortação sobre “batalhar diligentemente” por esse üpo de fé,

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não deixou de indicar-nos COMO FAZER isso.

Leia o versículo 19 de Judas c observe atentamente o trecho: “São estes”. Quem são estes? “São os que promovem divisões”. Veja como ele os define.

Judas os classifica de “sensuais”, isto é, pessoas regidas apenas pelo que sentem, pessoas que N A O TEM O ESPÍRITO.

Quem são? São nuvens sem água. Ele os chamou de “sensuais" porque eles não tinham o Espírito, viviam sob o domínio dos senddos.

Pare e pense nisso por um momento.

Acho que se tivéssemos de fazer um Credo (para nós que andamos pela fé), ele seria mais ou menos assim: Não estou regido ou motivado por aquilo que vejo nem por aquilo que ouço, tampouco por aquilo que sinto. Somente sigo aquilo que CREIO e,para mim, a Palavra de Deus é a palavra final.

Mas, o que queremos dizer com isso?

Queremos dizer que não somos dominados por aquilo que sentimos. Meu sentimento não rege a minha vida. Não ando conforme aquilo que vejo, o que ouço ou que sinto. É somente a Palavra de Deus que rege a minha vida.

A Palavra diz que não somos como nuvens sem água, pois temos o Espírito Santo. Graças ao Espírito Santo, não seremos sensuais, não seremos dominados pelos sentimentos ou por aquilo que sentimos.

Meu amado, tenho boas novas para você!

Na sua vida, o Espírito Santo tem um papel bem mais importante do que você imagina! Você está saindo de uma vida

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dominada pelos sentidos e pode andar num plano onde Deus já o declarou LIVRE.

Judas diz que vocc nào é como essas nuvens sem água, ou seja, você nào é como essas pessoas que vivem dominadas pelo que sentem. E por que nào? Porque você tem o Espírito Santo!

Ora, quando comecei a amar c a ouvir a Palavra, eu era um jovem pregador. Na verdade, eu era um novíssimo pregador que seguia uma linha de trabalho ultrapcntccostal. Minha linha de pregação era assim: “Se você está no cinema e Jcsüs arrebatar a Igreja, nào se preocupe, haverá tempo suficiente para que você assista ao filme até o fim” ou “Se você usa jóias, mas ainda não pagou todas as prestações, então, antes de subir ao Céu, você terá de finalizar os pagamentos”. E cheguei a dizer: “Minha irmã, são exatamente aqueles brincos que o diabo usa como estribos para penetrar na sua mente”.

Toda a minha dieta de jovem pregador era assim, exatamente dessa forma. Eu nada mais sabia. Nós nos preocupávamos com as pessoas de fora para dentro. Nós arrumávamos as pessoas de fora para dentro. E como não tínhamos nada para pôr no interior das pessoas, atacávamos o seu exterior. O que queríamos mesmo era mudá-las, mas nào lhes dávamos nada para que a mudança sc efetivasse.

Os pregadores me diziam: “Se você tivesse algo de Deus, você pararia de fumar aquele cachimbo”, e eu pensava comigo: “Meu Deus, se eles me dessem algo melhor, eu o deixaria mesmo”.

Eu ainda louvo e agradeço a Deus pelo dia em que Ele me ensinou as leis da meditação. E sei que tenho boas novas para você quando lhe digo que a Palavra de Deus é a força mais poderosa que existe na face da terra.

( )uça-me, atentamente: Há, no Espírito Santo, uma maneira pt l.i qual você pode se aproximar da Palavra de forma que ela

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se torne VIVA dentro de você. Isso não apenas adoecerá o diabo, mas também afastará e destruirá toda enfermidade do seu corpo.

Na leitura de judas, descobri que os versículos 19 e 20 são um só pensam ento e não devem ser considerados separadamente. Quando fiz essa descoberta, dei o primeiro passo, no meu interior, para uma liberdade tão grande como jamais conhecera antes. O que diz no versículo 20? “Amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo”.

Quando li isso, pensei comigo: O, Deus, o que é isso?

Tenho clamado por fé. Tenho me esforçado sobremaneira para conseguir fé! Tenho até ameaçado o monte! Tenho chorado, e até já me desesperei! Mas do que valeu? Nada!

Mas, agora, bem na minha frente está um versículo que diz:“Amados, edificando-vos na vossa fé santíssima”.

Edificando, como?

“Orando no Espírito Santo”.

Então, pensei comigo: Mas, ediflcar-me para quê? O que fazer? Para onde ir?

Fiz minhas perguntas a um pregador e ele tentou responder- me explicando: “Bem, edificar é...”, e me deu a costumeira resposta. Claro, é isso que sempre se diz, mas, o que realmente significa edifícar-se?

No exato momento em que entendi que os dois versículos 19 e 20 de Judas são um só — que iluminação! Que liberdade!

Amado meu, você não é obrigado a ser dominado pelo que sente, como acontece àqueles que não têm o Espírito Santo. Você, amado, TEM o Espírito Santo.

Bem, mas como ignorar o que sinto?

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O Espírito Santo o edificará de tal modo que você viverá acima daquele andar controlado pelos sentidos, o qual paralisa por completo o seu andar com Deus. Você terá um glorioso andar de Poder, ORANDO NO ESPÍRITO SANTO.

O que estou lhe dizendo?

Deixe-me explicar melhor:

Marcos 11:23, 24 diz que você pode dizer a um monte: “Ergue-te e lança-te no mar”. Se você não duvidar no coração (verifique bem onde)... “assim será com você”.

Você quer dizer, irmào Roberson, que se eu conseguir chegar a ter tal confiança cm Deus que não haja mais dúvidas no meu coração, eu poderei receber o que digo com minha boca?

Graças a Deus! Finalmente, descobrimos algo que proposita- damente podemos fazer simplesmente porque assim desejamos. Você tem de entender que fazer algo no campo espiritual porque quer voluntariamente fazê-lo é algo novo.

Em toda a minha vida de igreja, acontecia o “fazer conforme eles me diziam que fizesse”; era algo obrigatório e não porque eu quisesse fazê-lo.

Agora, eu estava começando a ver tudo bem diferente.

Temos, de fato, um método indiscutível para causar um profundo impacto. Que método é esse? Onde ele age?

Esse método se manifesta num glorioso e livre andar no Poder do Espírito Santo, quando não estou dominado pelo que sinto. A Palavra diz que eu posso conseguir isso simplesmente me edificando mais e mais em Deus pelo ORAR NO ESPÍRITO SANTO.

Quando eu era aquele jovem ultrapentecostal, tinha tamanha lume por Deus que ela me doía na alma; mas Deus teve

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misericórdia de mim e me deu uma visão.

Acordei numa manhã com tamanha unção que senti o poder de Deus em todo o meu ser. Então, enxerguei tudo bem níddo.

Vi um grande auditório. Por revelação, entendi que a responsabilidade daquele culto era minha, no entanto, permaneci sentado ao lado de minha esposa na congregação. Havia um homem à frente e, em determinado momento, ele preparou-se para passar a direção do culto a mim e disse: “Agora, nosso evangelista...”

Eu me levantei, ele me fitou por um instante, deu meia- volta e apontou para a cortina atrás da plataforma. Quando assim o fez, uma linda jovem abriu a corüna, entrou na plataforma e pegou o microfone.

Por alguns momentos ela falou com muito amor e pessoas foram curadas; muitas cadeiras de rodas ficaram vazias. Quando o culto terminou, ela me olhou fixamente e disse: “Não sei por que Deus me deu esse ministério. Um de vocês, homens, falhou”.

Naquele momento, senti que morria por dentro. Eu me senü tão mal que quando minha esposa acordou, eu lhe disse: “Querida, não posso mais viver como estou vivendo. Estou muito aflito. Tenho que pregar o Evangelho. Vocc está pronta a me acompanhar?”, ela respondeu: “Sim, querido”; mas eu insisd: “Mesmo nadando e afundando, comendo apenas feijão, dormindo debaixo das árvores, vestindo os meninos com pano de saco; mesmo assim você me acompanharia?”; ela novamente respondeu: “Mesmo assim, querido”.

Passadas duas semanas, eu me achei no ministério - sem nenhum outro sustento sequer. O problema era que eu não sabia como passar o tempo.

Naquela época, eu não conhecia a Palavra de Deus como

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hoje. Eu não tinha idéia de como proceder, então, fui para a igreja. Quando a sirene da fábrica tocou às 8 horas, eu já estava na igreja, de joelhos para orar. Eu não entendia nada do que significava orar em línguas estranhas e tenho Deus por testemunha de que a única razão pela qual naquele momento orei em línguas foi para cumprir o compromisso de ficar de joelhos determinadas horas por dia.

Eu calculava que se eu passasse em oração o mesmo número de horas que antes eu passava no emprego, então, Deus me enviaria o salário do mês.

A sala era bem pequena: 4m x 4m. Comecei o dia orando em inglês por mais ou menos 20 minutos. Então, não tive assunto para orar por um tempo maior.

Orei pelos missionários na índia. Pedi a Deus que os enviasse comida. Repreendi e amaldiçoei as baratas da sala. E também pedi: “Por favor, Deus, dê-me unção”. Mas tudo isso não levou mais de 20 minutos. Então, para cumprir com meu compromisso, passei a orar em línguas estranhas.

Achei que se tinham passado pelo menos mais duas horas. Engano meu. A sirene da fábrica ao lado tocou indicando 10 horas. Bem, pensei, posso desfrutar de um pequeno intervalo. Corri até a lanchonete da esquina para um cafezinho e um sanduíche. Passaram-se apenas 15 minutos. Tinha de continuar orando, de joelhos. Dessa vez, achei que se tinham passado mais umas três horas, porém, ainda não era meio-dia. Como o tempo custava a passar!

E as coisas continuaram do mesmo jeito, semana após semana. Eu me fiz prisioneiro daquela pequena sala na igreja e não sabia mais o que fazer!

Semana vai, semana vem. Então, num belo dia, uma senhora da igreja me fez uma pergunta:

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“Roberson, você está sentindo alguma coisa?”

“Sim”, respondi, “queixo doendo, boca cansada c garganta seca”.

Assim se passaram dois meses e então uma pessoa me trouxe uma caixa inteira de fitas gravadas do irmão Hagin. Eram várias mensagens, daquelas que ele pregava nos cultos, que duravam duas ou três horas.

Comecei a prestar atenção naquelas fitas. Lentamente a oração e a Palavra de Deus se complementaram. Aqueles “exageros” do passado começaram a desaparecer; entretanto, passaram-se três meses e eu ainda era prisioneiro da pequena sala.

Durante todo esse tempo quase não vi pessoa alguma. Foi então que uma senhora chegou até mim e, toda entusiasmada, disse: “Irmão Roberson, vamos receber a visita de um pregador de fora. Será que você aceitaria o convite para assistir às reuniões?”

Eu sabia que o tal pregador não falava em outras línguas, ao contrário, ele até repudiava tal prádea, mas aquela senhora era uma pessoa amiga e então aceitei o convite. Para mim, aquilo significava, pelo menos, a oportunidade de escapar daquela pequena sala por um pouco de tempo.

Corri para casa, mudei de roupa e quando cheguei ao culto, já estavam todos reunidos. Eu não conhecia a senhora que estava sentada ao meu lado, e não havia notado que ela andava de muletas. Estava ansioso, pois ia assistir a um estudo bíblico ao vivo e não simplesmente escutar um estudo gravado cm fitas.

Logo que me assentei, trouxeram-me uma xícara de café, mas o que eu esperava era o estudo da palavra e mal podia me conter. Finalmente o pregador desenrolou as anotações do estudo,

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enquanto eu o olhava atentamente. Ele começou: “Sabemos, amados irmãos, que Jesus é nosso grande Mediador no Céu entre as turbulentas águas da humanidade e o Deus Onipotente...”.

Eu pensei comigo: “Mas, no que eu fui mç meter?”. Minha mente vagava e pensei: “Creio que seria melhor estar naquela pequena sala orando”. Que coisa mais e-n-f-a-d-o-n-h-a! Eu não sabia o que fazer e não tinha idéia de como terminaria aquilo, aliás, nem sequer sabia se eu estava me edificando.

Acho que realmente eu não sabia de nada. Bastante chateado com aquilo tudo e muito desapontado, eu me virei e observei uma senhora de idade assentada perto de mim. Quando eu a vi, parecia-me que alguém retirava do meu espírito uma imensa radiografia e a colocava à minha frente.

Era a radiografia de uma coxa, que mostrava grandes manchas escuras causadas por artrite. A artrite estendia-se por uns 6 cm ou 8 cm no osso da perna. Esse quadro se achava suspenso no íir entre aquela senhora e eu.

Somente olhei e lá estava ele. Pensei comigo: “O que é isso, meu Pai? Será que colocaram alguma substância estranha naquela xícara de café?”

Abri e fechei os olhos e a radiografia ainda estava lá. Então, pedi a Deus: “Senhor, que queres que eu faça?”.

Não veio resposta. Só o silêncio...

“Por favor, Deus...”, clamei.

O pregador continuava... “e, sabemos ainda que...”

“Deus”, eu supliquei.

Silêncio total da parte de Deus.

boi horrível! Insisü um pouco mais: “Deus, que queres que• n fuça?”

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Você deve entender que eu dnha acabado dc ouvir e apreciar umas fitas gravadas muito importantes, que tratavam da necessidade de se “fazer tudo decentemente e em boa ordem” na Casa de Deus.

Estava em um dilema.

Naquele instante, cheguei mais perto daquela senhora e perguntei: “A senhora está sofrendo de artrite na coxa?”

“Meu jovem”, ela respondeu, “assim mc dizem os médicos”.

Eu exclamei: “Louvado seja Deus!”

Ela retrucou: “O que foi que você disse?”

Eu respondi: “Deus vai curar a senhora”.

Ela disse: “Sei que Ele pode”.

Eu falei: “Eu também, mas quero lhe dizer que I de realmente vai curar a senhora. Posso orar pela senhora?”

E preciso entender que naquele momento o orador da noite ainda lia seu sermão. Devo-lhe dizer ainda que para aquela senhora “orar” queria dizer lembrar-mc dela nas minhas orações no dia seguinte, mas não era isso o que eu queria dizer.

Para mim, orar era algo tão bem-feito que “despertaria mortos”. Eu aprendera que quanto mais eu gritasse e quanto mais fervoroso eu me mostrasse, tanto mais seria o resultado. Como poderia eu pensar de modo diferente? boi assim que aprendi.

v\qucla senhora respondeu: “Certamente, meu filho”.

Era só isso que eu queria. Eu pulei na frente dela, caí de joelhos e segurei-lhe os tornozelos nas duas mãos. Urna perna era mais curta que a outra, rriais ou menos de 6 cm a 8 cm.

Fechei bem os olhos e comecei a orar de acordo com a

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fórmula ultrapentecostal: “EM NOME DE JESUS...”

Imediatamente o pregador enviou seu auxiliar para me repreender. Ele veio correndo para meu lado, mas já era tarde. Depois as pessoas que testemunharam o acontecido relataram, que ao falar “Jesus...” toda artrite desapareceu da perna daquela senhora.

O pastor auxiliar chegou na hora exata, pois viu, ele mesmo, a perna crescer. Ele ficou sem palavras. Naquele instante, o orador estava concluindo: “... e, irmãos, qual será a sèqiiência de acontecimentos mais espetaculares que você pode atribuir ao seu relacionamento com Deus...?”

O auxiliar disse: “Isso aqui! Isso aqui!”

Depois, procuraram convencer aquela senhora de que na verdade ela não havia sido curada. Tarefa impossível!

Na reunião da tarde, ela se levantou e disse: “Se Jesus fez isso por mim, Ele fará o mesmo por vocês”.

Nesta reunião, havia uma senhora que não podia se curvar e estava cm tratamento. A senhora que foi curada lhe disse: “Vamos chamar o Roberson”.

Telefonaram-me: “Roberson, será que você pode vir aqui?” No meu entusiasmo, eu disse: “Sim, chame todo mundo...”

“O Leão da tribo dejudá...”, cantarolei.

Mas naquele exato momento, o Espírito Santo me interrom­peu, dizendo: “Vá para a igreja”.

Quando cheguei á igreja havia muita gente lá me esperando dn lado de fora. Os líderes me disseram: “Queremos levar você | >.n .1 a salinha reservada no porão c ninguém ficará sabendo onde vuec está”. Queriam que eu orasse por eles às escondidas. Mas o Espírito Santo me disse: “Entre no auditório principal”.

Levaram-me para frente e eu parei um pouco, pensando comigo: “O que queres que eu faça agora, Deus?”

Eles imaginavam que eu estava aguardando ser apresentado ou que todo mundo prestasse atenção. O pastor auxiliar disse: “Bem, acho que ele quer dizer algo...”, respondi: “Sim, quero”.

Nunca havia pregado na minha vida. E agora? Todo mundo me fitava, então comecei a contar-lhes o que aconteceu àquela senhora da perna curta.

Naquele instante, senti um impacto tão forte do Espírito Santo que falava coisas tais que, no meu íntimo, tinha de admitir: “Roberson, você não é inteligente assim!” Na verdade, eu fiquei um tanto assustado com tudo aquilo.

As pessoas começaram a ficar bem atentas.

Subitamente, o ombro de um homem que ali estava tornou- se como transparente, como se estivesse debaixo de um aparelho de raios-X e eu podia ver tudo.

Cheguei perto dele c lhe disse: “Seu ombro vai ser curado”. Agarrei-o pelos punhos e ele deu um grito, como se estivesse assustado. Dei um puxão nos braços dele e ele exclamou: “O, Deus, olhe isso”.

Foi como se tivesse sido dado um sinal geral. Tudo começou a acontecer no auditório inteiro.

A mulher que não podia se curvar, curvou-se. A catarata no olho de um rapazinho caiu e ficou presa cm sua face. Assustados, os anciãos entraram no meio do povo, dizendo: “Vamos, vamos acabar com isso”.

Mas, antes que eles pudessem fazer algo, eu disse: “Se há alguém que quer isso que tenho, então...”

Todos os jovens vieram correndo para frente e foram

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batizados no Espírito Santo, falando em outras línguas. Era impossível controlá-los. As vezes caíam no chão e os amigos os levantavam, perguntando-lhes se estavam passando mal. Os anciãos ficaram sem saber o que fazer, pois falavam em línguas por toda parte. Enquanto os anciãos procuravam tomar conta da situação, eu saí pela porta lateral, deixando tudo com eles.

Atualmente, muitos daqueles jovens estão trabalhando na obra de Deus.

Realmente deixei os anciãos em situação difícil, se'levarmos em consideração a forma que eles entendiam ser a maneira correta de ministrar a Palavra.

Eu não estava entendendo o que se passava comigo. Foi difícil até andar, mas consegui chegar à grade de ferro da frente da igreja e me segurei firme nela para não cair.

A polícia poderia ter me prendido por andar “embriagado”. E lá estava eu, sustentando-me na grade e chorando como um bebê.

Durante toda a minha vida tenho sentido a mão de Deus sobre mim, mas naquela época eu não conseguia ninguém que me cxpli.casse como entrar no Poder de Deus. Ninguém mesmo! Somente me falavam nisso em termos muito vagos.

Mas ali, naquele instante, Deus acabava de me usar poderosa- mente. Eu conhecia a mim mesmo: o falho Dave Roberson. Eu me conhecia muito bem. E Deus acabava de usar MINHAS mãos! Acabava de usar MEU espírito!

Eu chorava tanto...

Que Deus é este que pode usar uma pessoa como EU?

Subitamente, começou a fluir a profecia. E eu não tive o bom senso de falar em voz alta, mas posso lhes dizer o que I >rus me disse:

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“Filho, a razào pela qual você tem essa unção nào é porque você foi predestinado para esse serviço. Não é porque Eu o chamei para ser evangelista. Nào é por causa de seu credo ou raça. Essa unção veio sobre você porque você descobriu uma lei espiritual que lhe garante um andar diferente. Não será mais um andar onde o que você SENTE consegue te dominar e paralisar espiritualmente.

Você descobriu a chave de um andar vibrante, espiritual. Você descobriu um modo de andar com LIBERDADE no Espírito Santo”.

Naquele tempo, eu não entendia o que estava acontecendo. Agora entendo e posso lhe ensinar o primeiro passo.

Um ano após aquele acontecimento, eu dnha um carro velho, marca Chevrolet, modelo 1958 e já estávamos em 1971. Ele soltava fumaça de um jeito, que só vendo para crer!

A polícia mandou-me parar por seis vezes durante uma viagem de 230 km só por causa da fumaça. Comprei os pneus na sucata — quatro dólares cada um - e o carro marcava 220.000 km rodados quando o velocímetro se quebrou.

Era aquele tipo de carro que lhe dão de graça para você levá-lo e desocupar o espaço.

Com esse veículo iniciei as minhas andanças.

As pessoas tiveram dó de mim e mc deram um terno. Só que nào foi um terno completo, era um conjunto de peças que diferentes pessoas me deram: calça vermelha (de uma pessoa), camisa verde (de outra), jaqueta xadrez de cor azul e uma gravata amarela. Às vezes, quando eu passava, ouvia as pessoas cochichando.

De alguma forma aquela roupa se parecia com nossa casa, onde não adiantava puxar as cortinas, pois havia tantas frestas

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na madeira das paredes que qualquer um podia enxergar a gente lá dentro. Ela havia sido construída próximo a um rio e tinha licado toda deformada. Nào dava nem para consertá-la, afinal, como consertar uma casa torta?

Foi então que alguém me deu umas fitas gravadas de Hagin. I )m dia depois de recebê-las comecei a orar no Espírito Santo e algo aconteceu com a Palavra que estava em mim.

O que foi?

No livro de Judas, descobri que é preciso “batalhar diligente­mente por nossa fé santíssima”. E compreendemos que Judas nào nos exortaria a “batalhar diligentemente” sem nos mostrar, detalhadamente, como fazê-lo.

Ele nos diz ainda que “certos indivíduos se introduziram para contendas”, ou seja, eles destruíram a fé da igreja primitiva. Judas os chama de “nuvens sem água”.

Quando estão no horizonte, essas nuvens têm uma bela aparência, agradam, mas quando se aproximam, certificamo-nos ■ Ir que não produzem chuva, nào produzem nada, pois nào têm água.

Judas continua a nos dizer que, nessa batalha pela fé nào i levemos ser como nuvens sem água, não podemos ser pessoas que vivem sob o domínio das emoções.

Você, meu amado, tem o Espírito Santo.

E, por ter o Espírito Santo, você pode edificar-se acima de uiii andar “sensual”, ou seja, um andar conforme o que sente. Você pode ter um andar glorioso e livre no Espírito Santo.

( ,'omo?

( )rando no Espírito Santo.

Nós já sabemos que orar em outras línguas edifica-nos em nossa fé santíssima e é a chave principal do andar no Espírito Santo e no Poder.

Quando fiquei empolgado com as línguas estranhas como linguagem para a edificação, eu queria descobrir tudo possível a esse respeito.

Fui àqueles que me pareciam entendidos no assunto e lhes perguntei: “Como c possível que o orar em línguas nos edifique em nossa fé santíssima?”; “Como será que essa prática nos aumenta a fé?”

Conforme meu curto entendimento, a fé somente vinha através do ouvir, isto é, de ouvir o que a Palavra de Deus diz sobre cada problema, e que é muito mais do que aquilo que se sente na carne, pois não importa o que diz o diabo, nem o que diz o mundo, mas apenas o que Deus diz.

Então, perguntei a esses entendidos: “Irmãos, como pode o pronunciamento de umas sílabas no ar ter a ver com o aumentar de minha fé?”

E eles me disseram: “Será que você não lê a Palavra?”

Eu respondi: “Sim”.

“Nós”, disseram eles, “somos edificados ao orarmos em línguas”.

Eu retruquei: “Sim, eu sei, eu sei ler”.

“Mas o que eu quero saber é POR Q UE somos edificados!”

“Irmão, será que você não examinou a palavra edificar e sua significação no grego original do Novo Testamento?”

Eu respondi: “Sim, examinei, conforme fazem os demais”.

E eles disseram: “Bem, a palavra ‘edificar’ significa ‘receber

Andondo no E/pfrito I 9

um carregamento”’.

E eu continuei com minhas perguntas: “Mas como?”

“Bem”, explicaram: “a fé é a substância... você vai sendo ‘carregado’ como se fosse uma bateria”.

Mas eu não fiquei satisfeito. “Como?”

“É mais ou menos como ligar a bateria do carro na corrente elétrica e edificá-la”.

“Você quer dizer carregá-la?”, perguntei.”E assim que .!< ontece quando oro em línguas?”

“Justamente assim. Você está sendo ‘carregado’”.

Aceitei aquela explicação por muitos anos, mas agora a * nnsidero de terceira categoria.

A razão disso é o seguinte: Na primeira cruzada que fiz depois de três meses naquela pequena sala da igreja, orando em línguas e me edificando, quando coloquei as mãos em uma si nliora enferma, no meio da minha oração senti que ela não < u.iva mais na minha frente.

Pensei comigo: “Oh! Que coisa!”

Mas, quando abri os olhos, lá estava ela deitada no chão.I i vri um grande susto.

Nessa época, falava-sc muito de fé como substância que se podia 11 a11sferir através da imposição das mãos. Correto, claro!

Pmem não consegui escapar do fato de que a fé vem pelo fHtVÍi, i’ " ouvir pela Palavra de Deus.

I ui .o raciocinei: como o falar em línguas tem a ver com o auiin uii> da minha fé?

I u 11 almente não podia entender aquilo.

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Mesmo sabendo que na realidade a minha fé aumentava, eu ainda não entendia como isso acontecia.

“Como pode ser isso?”; todas as pessoas da igreja que nào falam em línguas estão sempre fazendo essa pergunta. Como responder a elas?

E triste admitirmos que realmente não conseguimos dar a resposta completa verdadeira.

Se, naquela cpoca, nós pudéssemos ter dado a verdadeira resposta, haveria muitos batendo à nossa porta para receber aquilo que tínhamos.

Mas, ao invés de informá-los, o que fizemos? Nós apresen- távamos mal o Espírito Santo.

Na verdade, nós introduzimos tanta “carnalidade” no assunto que as pessoas não aceitavam aquilo que nós dizíamos ter.

O Espírito Santo é puro.

Ele é poder.

Ele é sabedoria.

Ele é a revelação de Deus em você.

Ele é muito decente e ordeiro.

Você me pergunta: “Mas será que você ‘fica maluco e dança?”

“Pode crer que sim, do mesmo modo como fazem em qualquer jogo de futebol, afinal, não sou paralítico e posso pular e dançar!”

Você realmente não pode imaginar como eu me senti quando Deus começou a me mostrar a verdade do capítulo 14 de 1 Coríntios.

Andando no E/pínto 21

Implorei a Deus vez após vez: “Sei, Senhor, que a minha fé está sendo aumentada, mas, por favor, Deus, mostre-meCOMO”.

Foi nessa época, quando Deus me mostrava a verdade desse capítulo que dei o primeiro passo para o resto de minha vida.

Dei o primeiro passo de forma deliberada, premeditada, para um andar no Poder de Deus. Um passo de opção.

Comecemos, pois, a observar o primeiro versículo (1 Coríntios 14): “Segui o amor”.

Isto é, a “prática do amor”, o amor cm ação.

E, continuemos: “e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis. Pois quem fala em outras línguas não fala a homens, senão a Deus”.

Ora, observe o que diz o apóstolo: “Segui o amor em ação e procurai os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis”.

Ele não diz que a profecia é maior que o falar em línguas.

Paulo, que escrevia á igreja em Corinto, exortava os fiéis a procurarem alcançar um ponto em Deus onde toda a igreja se cdificasse. Para que eles entendessem como fazer isto, era necessário que ele mostrasse a diferença entre profecia, línguas para interpretação e línguas para a edificação pessoal.

D escobri através dessa explicação de Paulo por que experimentamos um aumento enorme da nossa fé quando oramos no Espírito Santo.

O apóstolo Paulo diz: “procurai os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis”, dentro da concepção da igreja como um corpo inteiro que devemos edificar. A seguir, porém, ele define a diferença entre falar em línguas para interpretação e

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falar em línguas para a edificação pessoal.

Observe o versículo 2: “Pois quem fala em outras línguas não fala a homens, senão a Deus”.

Quando falo em línguas estranhas, não falo aos homens, mas a Deus.

Ninguém me entende. Por que? Porque não falo em línguas que você deveria interpretar. Falo em línguas para minha edificação própria e este versículo afirma que fa lo a Deus.

Você não tem de interpretar essa fala, isso não é da sua conta. Essa fala c algo entre eu c meu Pai no Céu. Trata-se de meu Espírito humano cm comunicação direta com Deus, Ele mesmo. Isso me entusiasma muito.

Observe, comunicamo-nos uns com os outros através de conhecimento acumulado por meio da alma.

Jesus revelou Deus como sendo Espírito; Ele disse que aqueles que adoram a Deus têm de fazê-lo “cm Espírito e em Verdade”.

E quando falo em outras línguas, instantaneamente, meu espírito humano entra em contato direto com Deus, Ele mesmo.

Se eu telefonasse ao Presidente da República e ele me atendesse, creio que eu desmaiaria. Ele se acha tão ocupado com a administração de tudo que se ele atendesse a minha ligação — “Sim, diga... O que posso fazer para você, Roberson?” — achoque eu cairia durinho de surpresa.

/ /Vias, preste atenção: HA ALGUÉM que está administrando

todo o Universo, cuidando das necessidades de cada membro do Corpo de Cristo, entretanto, quando eu falo em outras línguas Ele tem tempo para me atender pessoalmente: “Sim, Roberson, sei que é você, filho, o que há?”

Andondo no E/pírilo 23

Glória! Aleluia!

Perguntei a Deus: “Mas, Senhor, ninguém me entende quando falo em línguas? Será que ninguém? Diz-se que no Espírito falo mistérios. Como é isso?”

Ele me disse: “Ninguém entende o que você fala porque esta fala é para sua própria edificação. Caso fosse para interpretação, então, alguém a entenderia, mas isso não vem ao caso”.

E por isso mesmo que ficamos tão confusos. Mas veja só: Há quatro principais “variedades de línguas”.

E por isso que o apóstolo Paulo falou cm “variedades de línguas” (1 Coríntios 12:10).

- O primeiro tipo é aquele que todos conhecem: aquelas línguas que você recebeu para a sua edificação pessoal quando foi batizado no Espírito Santo. Esta é a sua língua pessoal.

- O segundo tipo é a língua para interpretação, que é dada em reunião pública, especificamente para ser interpretada.

- O terceiro tipo é a língua que se estende para a profunda intercessão e gemidos do Espírito. Esse tipo de língua dá ao crente o poder de interceder ou em causa própria ou por sua família ou sua cidade ou sua nação.

- O quarto tipo é a língua que é dada como “sinal ao incrédulo” (1 Coríntios 14:22).

Foi esse último tipo que achei difícil de entender. Como é que uma língua estranha pode servir de sinal para o incrédulo?

Quando eu pregava numa grande cruzada na índia, meu intérprete falava vários dialetos daquela terra, além da língua

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inglesa. Numa manhã livre, fomos visitar um templo budista e, durante a visita, meu intérprete conversou bastante com o guia turístico, que também falava inglês. Em determinado momento, os dois deixaram de falar em inglês, pois meu intérprete dirigiu- se ao guia e começou a falar-lhe cm língua desconhecida.

Aquele guia começou a ficar cada vez mais empolgado e finalmente gritou, em inglês: “Mas o que é isso?”. Meu intérprete disse: “Estou falando com você numa língua que Deus me deu”. O pobre guia exclamou: “Mas o que você está falando?”

O intérprete disse: “Não sei. E um sinal para aqueles que não crêem... Será que você quer nascer de novo?”

O pobre guia exclamou: “Sim, sim, quero...”

Perguntei a Deus: “Senhor, quando é que as línguas são um sinal para o descrente?”

Entendi que é quando ultrapassa o nosso intelecto e recebemos condições de falar em qualquer língua da face da terra que antes não conhecíamos, da mesma forma como aconteceu no dia de Pentecostes.

E neste momento que o falar em línguas é um sinal ao descrente: quando você está falando a alguém a língua dele e ele sabe perfeitamente que você não a estudou, então, aquela língua fica como sinal para ele.

Isso aconteceu comigo por sete vezes nos últimos onze anos. Veja você, porém, que não é preciso se preocupar com isso enquanto você não se familiarizar com a língua que Deus lhe deu para sua edificação pessoal.

Deixe-me lhe dar uns dois exemplos disso.

Eu fazia um programa na TV em Sacramento, na Califórnia. Em determinado momento, a pessoa que me entrevistava disse:

Andando no E/pírito 25

“Irmão Roberson, qual é a coisa que mais causa transformações e mudanças?”. Eu respondi: “O andar de amor, a vida de amor”.

Todo o teor da minha pregação era o amor, baseado em 1 Coríntios, capítulo 13.

Eu disse: “Ele jamais falha... não busca o bem próprio...”. Subitamente, enquanto eu falava, senti a necessidade de falar em línguas. Fiquei um pouco surpreendido, mas o entrevistador nada fez, assim, condnuei, pois eu sabia que ao terminar haveria a interpretação. Porém, quando acabei de falar... nada... nenhuma interpretação. Não entendi.

Todo mundo ali continuou como se nada üvesse acontecido.

Ao término do programa, porém, quando me levantei para sair do estúdio, veio uma senhora correndo e me disse: “Irmão Roberson, onde foi que você aprendeu alemão daquela maneira?”

Eu respondi: “Senhora, eu nem sei inglês direito”.

Ela disse: “O senhor quer me dizer que não sabe o que acabou de acontecer?”

Eu perguntei: “O que foi?”

Ela disse: “Sou a única consultora de origem alemã que trabalha aqui; recebi um telefonema de uma alemã em Sacra­mento c ela me disse que sua mensagem foi diretamente para ela. Você falou para ela que ela morria de um câncer maligno, mas se ela aceitasse o Senhor Jesus como Salvador estaria totalmente curada”.

Veja! Preguei em alemão fluentemente, mas não falo alemão!

Em outra ocasião, chamei uma senhora em um culto em Anaheim, Califórnia. O Espírito Santo veio sobre mim e falei para ela: “A senhora está sofrendo disso e disso...”

Eu não sabia que aquela senhora não falava inglês.

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Ela respondeu algo, mas eu nào entendí. Entretanto, condnuei falando em línguas.

Descobri depois que ela somente falava espanhol. Eu, porém, nào falo espanhol. Uns dias depois, eu estava num restaurante lotado quando entrou um grupo de moços. Perguntaram-me se eu sabia o que havia acontecido naquele dia. Eles mc disseram: “Quando você começou a falar com aquela senhora cm espanhol, você lhe disse que ela estava sendo curada.Entào, ela lhe fez uma pergunta e você lhe respondeu perfeitamente em espanhol”.

Perguntei-lhes: “Eu?”

“Sim”, confirmaram.

Outra vez, eu estava na Flórida fazendo uma cruzada. Toda vez que eu falava, um certo homem sentado na terceira fileira cochichava algo com seu companheiro.

Pensei comigo: “Que falta de educaçào!” (pois é, veja como eu era carnal...).

E ele condnuava cochichando. Após certo tempo, porém, o companheiro mandou-o ficar calado e mesmo que ele tentasse cochichar, o companheiro nào deixava.

Concluí a mensagem e me retirei para uma pequena sala ao lado. Logo, o pastor da igreja entrou e me contou o que acontecera: havia um homem francês no culto e ele trouxe seu próprio intérprete para que pudesse entender tudo o que eu falava. Em determinado momento, conforme o francês disse, eu comecei a pregar em francês e por isso ele mandou que o intérprete ficasse calado, pois nào necessitava mais dele.

Mas, observe: uma coisa é quando Deus usa você para transmitir a Sua mensagem, e outra é quando Deus se torna Seu intérprete.

Andondo no E/pírito 27

Perguntei se os demais tinham entendido em francês o que eu falara. Todos os demais mc ouviram falar em inglês, somente o francês ouvira a pregação em francês. Foi literalmente como no dia de Pentecostes. (Atos 2:11)

Não é preciso se preocupar com a operação do Poder em você, como será etc, enquanto você não se familiarizar com a língua para sua edificação pessoal. Este tipo é o único dom do Espírito que se pode operar por vontade própria.

Não pense que você irá controlar Deus orando em línguas (ninguém controla Deus!), mas Deus fez de você um “guardião” desse dom, pois a edificação é algo interno, algo que acontece no íntimo da pessoa.

Todos os demais dons são para a edificação externa — para a edificação de outros.

Falar em línguas para a edificação pessoal c o dom que opera dentro de você. Já descobrimos em Judas que, ao orarmos no Espírito Santo, essa variedade de línguas, essa edificação, fortalece-nos em nossa fé santíssima e nos coloca bem acima daquela condição de vida onde o que a gente sente (os nossos sentidos) governa a nossa vida.

Será que você realmente entende o que é a enfermidade?

Enfermidade é aquela condição terrível na qual você sabe, sem sombra de dúvida, que Jesus levou sobre Si toda a doença e dor, mas, mesmo sabendo disso tudo você não consegue se libertar daquela aflição.

Isso, amado, é enfermidade.

Por isso mesmo, por existir essa condição, essa limitação, é que os homens criaram uma doutrina que ensina (erradamente) que Deus colocou a enfermidade, a doença sobre você a fim de purificá-lo ou de ensinar-lhe algo.

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Que calamidade!

Simplesmente porque o raciocínio fez parar a operação da sua fé, isso não quer dizer que não exista um meio, através do Espírito Santo, pelo qual você possa receber vida da Palavra de Deus.

Jesus disse: “Minhas palavras são Espírito e Vida!”.

Mleu amado, há uma maneira pela qual você pode ativar essas palavras e fazer que elas vivam em você. E não há nada que o diabo possa fazer para impedir isso.

Orar no Espírito Santo nos edifica em nossa fé santíssima. Edifica-nos acima do domínio do nosso raciocínio, acima daquilo que sentimos. Nossa fé aumenta.

Porém, até aqui, não descobrimos como é que o orar em línguas faz isso.

Por que somos edificados?

A resposta parece algo ilusório que constantemente nos foge. Mas é algo que temos procurado tanto... Para alcançar esta bênção prometemos a Deus fazer qualquer coisa...

No livro de Judas, há um versículo... versículo 20.

Se você o tivesse aceitado exatamente como é, onde estaria você hoje em termos espirituais?

E apenas uma questão de sair fo ra de algo e entrar dentro de outro algo, isto é, sair fora de tudo aquilo de que Jesus já nos livrou na cruz, e entrar no Poder de Deus.

E isso, propositadamcnte, simplesmente porque quero.

Mas COMO é?

Como se aumenta a fé através de orar em línguas?

Como se edifica?

Andondo no E/pínlo 29

Observe mais uma vez o versículo 2 (1 Coríntios, 14): “Aquele que fala em outra língua não fala aos homens senão a Deus, visto que ninguém o entende”.

Bem, se ninguém entende, ninguém recebe edificação.

Observe, no entanto, a continuação do versículo 2 em espírito fala mistérios”.

Na palavra “mistérios” está a razão pela qual, ao orarmos no Espírito, ao falarmos em línguas, nossa fé é aumentada.

Estudei o significado da palavra “mistérios” e sabe o que descobri?

Descobri que se trata do mesmo mistério que “estivera oculto dos séculos e gerações, agora, todavia se manifestou aos seus santos”. (Colossenses 1:26)

Manifesta-se a você e a mim, manifesta-se à nova criatura que está cheia do Espírito Santo. Isso me interessou muito.

“Deus”, indaguei, “será que isso quer dizer que, quando falo em línguas, estou comunicando perante o Trono de Deus os mesmos mistérios ocultos dos séculos?”

“Sim, esses MESMOS mistérios”.

Estou falando dos mistérios da redenção, que foram ocultos desde os séculos antes que Jesus morresse na cruz. Mistérios esses que tratam de tudo o que Jesus fez para nós na redenção.

Como foi que Paulo entendeu isso tudo?

Ele disse: “Dou graças a Deus porque falo em outras línguas mais do que todos vós”. (1 Coríntios 14:18)

O apóstolo Paulo, ele mesmo, foi responsável por três quartos de toda a revelação registrada no Novo Testamento, principal­mente na área da Graça.

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Sim, senhor, G RA ÇA .

Posso bem imaginar Paulo, hora após hora, comunicando-se com Deus em Espírito sobre esses mistérios e Deus falando diretamente com ele, respondendo-lhe a oração.

Subitamente, enquanto está falando, o seu espírito vibra com um novo entendimento, uma nova revelação... Paulo pega a caneta e começai a escrever... epístola após epístola, parte do registro permanente da Palavra de Deus.

Você não é edificado porque você está ligado a uma espécie de corrente elétrica misteriosa. Você é edificado porque você está comunicando com Deus os mesmos mistérios que são registrados no Novo Testamento, mas que muitas vezes são de difícil entendimento.

Ora, quando isso começou a acontecer comigo, passei períodos cada vez maiores em oração, orando no Espírito Santo. Eu abria a Bíblia e começava a meditar em determinada passagem. Subitamente, eu deparava com um versículo que já havia lido muitas vezes, mas, sem eu esperar, algo se dava dentro de mim e eu exclamava: “Oh, que coisa!... Eu não sabia que era assim!”

Então eu ia até o diácono da igreja, Earl Mittson, e lhe dizia: “Earl, veja só o que isso significa”.

Eu passava a explicar-lhe o que já vira por várias vezes e ele me falava: “Creio que estou entendendo, continue...”

Eu perguntava: “Mas, Earl, como é que você não entende?”

E preciso que todos nós entendamos que acontece uma coisa singular quando o mistério nasce no nosso íntimo, de modo que a fé venha pelo ouvir e o ouvir pela Palavra que o Espírito ilumina dentro de nós.

Andaido no E/pífito 3 I

Quando isso acontece com você nào existe nada que o diabo possa fazer para contradizer ou tirar isso de você.

Passemos a examinar 1 Coríntios, capítulo 14, onde o apóstolo Paulo trata do andar no Espírito e o orar em línguas diferentemente da profecia e da interpretação de línguas.

Notamos que a razão por que a pessoa se cdifica orando em línguas não é porque ela recebe um misterioso carregamento de energia, mas porque está falando mistérios.

“Pois aquele que fala em língua estranha, fala mistérios”.

Os mistérios que falamos são segredos divinos, que têm estado ocultos desde a fundação do mundo e estão disponíveis para você e para mim nesta dispensaçâo da Graça de Deus.

Toda vez que oramos em línguas, estamos falando desses mistérios, os mesmos “mistérios” registrados nas epístolas de Paulo; os mesmos mistérios dos quais Paulo disse: “fui feito ministro dos mistérios do Evangelho e dou graças a Deus porque falo em outras línguas mais do que todos vós” (versículo 18).

Pile comunicou esses mistérios perante o Trono de Deus, e Ele respondeu a sua oração.

Paulo registrou esses mistérios no papiro (papel) e Deus gostou tanto que esses registros foram chamados de epístolas (cartas) às igrejas da época.

A razão pela qual você fica edificado em sua santíssima fé é porque, através da edificação, o Espírito Santo lhe dá o entendi­mento da Palavra de Deus.

Isso é EDIFICAÇÃO.

Avancemos mais um pouco.

Um dos livros da Palavra de Deus que melhor fala a respeito

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do “Andar no Espírito”, ou seja, do andar no Poder de Deus, é o livro de Romanos, especialmente o capítulo 8.

Vamos estudá-lo detalhadamente para descobrirmos o verdadeiro papel do Espírito Santo conforme Romanos, capí­tulo 8.

Comecemos com o primeiro versículo:

“Agora, pois, já nenhuma condenação há...”

Note bem a palavra AGORA.

Observe também “nenhuma condenação há...”

Para quem não há condenação?

Para o homem e a mulher que nasceram de novo.

A parte “nenhuma condenação” significa que não se pode trazer nenhum julgamento condcnatório contra alguma pessoa.

Em primeiro lugar, a carne não pode nos condenar; cm segundo lugar, o diabo não pode nos condenar e, em terceiro lugar, o mundo não pode nos condenar.

Assim, essencialmentc, o que se diz é: não se pode fazer nenhum julgamento condenatório do homem e da mulher que nasceram de novo.

Se essa passagem diz o que estou achando que diz (e sei perfeitamente que está), então tenho garantia absoluta de que não há possibilidade de poder existir sentença condenatória contra mim.

Nenhuma coisa da qual jesus já me perdoou pode servir para me condenar se eu andar no Espírito.

Da mesma forma que judas não nos exortaria a “batalhar diligentemente pela fé” sem nos mostrar como fazê-lo, assim também Paulo não falaria em “nenhuma sentença condenatória” se ele não quisesse realmente dizer NENHUM A.

Andando no E/pírito 33

Nenhuma coisa da carne, do diabo, do mundo, de enfer­midade, de dor ou de pobreza, ou de qualquer outra coisa i;t mdenatória, da qual Jesus já o livrou na Cruz do Calvário, pode • muinuar em sua vida quando você anda no Espírito Santo.

Paulo nào faria uma declaração desse porte sem ensinar nos mínimos detalhes COMO andar no Espírito.

Nào é suficiente saber que devo andar no Espírito.

Você me diz: “Sim, Roberson, mas preciso ter fé”.

Sei que é preciso ter fé, mas quem me diria COMO andar no Espírito?

Diz-se: “Você precisa meditar na Palavra”.

Sim, sei que preciso meditar na Palavra. Mas quem me diriaCOMO ANDAR NO ESPÍRITO? COMO?

Veja o versículo 6 por um momento.

Quero que você entenda que o capítulo se divide entre o “andar no Espírito” e o uandar na carne”.

Veja, então, o versículo 6:

“Porque o pendor da carne dá para a morte,

Mas o do Espírito, para a vida e paz”.

Preste bem atenção, Paulo está comparando o andar no I fspírito com o andar na carne.

Veja agora o versículo 13:

“Porque se viverdes segundo a carne caminhais para a morte, mas se pelo Espírito mortificardes os feitos da carne, CERTA­MENTE V IV EREIS”.

Como é interessante tudo isso!

Então, conforme esse capítulo, o primeiro passo para o andar

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no Espírito consiste em “mordficar os feitos da carne”.

Como? Através do Espírito Santo.

Será que você não se interessa em saber o que quer dizer “mortificar”?

E veja, você pode fazer isso no Espírito.

O problema com a gente é que passamos por cima de versículos muito importantes como se eles fossem escritos para outras pessoas, cm uma outra época qualquer. Concorda comigo?

Perdemos muito quando fazemos isso!

Paulo nos mostra claramente que é pelo Espírito que se mortifica, que se acaba com a força da carne.

Eu era muito pentecostal, ultrapentecostal.

Nào me refiro à denominação ou movimento. Na verdade, eu passei por vários deles, e cada um dizia que era melhor do que o outro. Experimentei todos! Rcalmcnte, eles mc enganaram. Sempre me diziam: “Olha, se você deixar de beber, fumar, mascar fumo e nào namorar moças que fazem isso, ENTÃO você realmente será sandficado e santo”.

Inúmeras vezes fumei meu cachimbo a caminho da igreja e o joguei fora quando voltava para casa!

E me diziam: “Veja, se você tivesse algo de Deus você desisdria desse cachimbo sujo para sempre”.

Mais tarde, descobri que, de fato, nào me deram nada, não me deram nenhum PO DER para me fazer desistir do cachimbo.

Eu dizia: “Esperem lá, vocês querem dizer que eu ficarei santo se eu deixar tudo isso?”

“E justamente isso que queremos dizer! Você não somente se tornará santo, mas também ficará santificado”.

Andondo no E/pírito 35

I -u indaguei: “San-ti-fi-ca-do...? Só por deixar aquilo?”

“Isso mesmo”, afirmaram.

() problema é que eles punham o carro na frente dos bois, < mi seja, afirmavam que se eu me arrumasse direito e me tornasse b.r tsmtc “certinho”, teria Deus em minha vida.

Mas a minha Bíblia (em Romanos 8) diz que é PELO i s H r i t o que se tem Deus.

Km outras palavras: Deus habita em você para DAR A VOCÊ O PODER para “se arrumar”.

“Mas, Roberson, você quer me dizer que o Espírito Santo encherá você mesmo se você estiver fumando?”

“Você pode ter o hábito que for, Ele o encherá”.

O espírito nào vem porque você é bonzinho. E alguns de v< icês já sabem disso, por experiência própria.

Claro que você nào conta isso para ninguém, você escondeu Iodos aqueles “pecadinhos”... Mas Ele encheu mesmo assim, nào foi?

( ) apóstolo Paulo diz que é pelo Espírito que mordficamos os leitos da carne.

Mas, o que significa mesmo “mortificar”? Qual o seu efeito?

Deixe-me lhe dar algumas dicas.

Quais condições têm o corpo MORTO para agir ou andar?

Nenhuma força, pois ele nào age nem reage. Ele fica TOTALMENTE paralisado. Você não consegue estimulá-lo de maneira alguma.

Agora, ouça-me com bastante atenção.

Jesus nos libertou do pecado, da enfermidade, da dor, do

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medo e de tudo que tinha poder para “paralisar” (através da condenação) o nosso andar com Deus. Ele ürou a FORÇA dessas coisas todas que paralisam o nosso andar e que nos levam a sentir culpa. Elas precisam ser mortificadas, neutralizadas, paralisadas.

Como?

PELO ESPÍRITO.

Na medida em que andarmos no Espírito, essas coisas perderão toda a força que tinham em nossa vida, pois o Espírito as PARALISARÁ.

Você não consegue fazer isso sozinho! Alguns de vocês já sabem disso, já têm experiência nisso!

Mas o Espírito PODE fazê-lo.

A minha obrigação no caso é “andar no Espírito”.

Na medida em que eu dou lugar ao Espírito Santo em minha vida, aquelas coisas ruins perderão sua força. Elas serão paralisadas, mortificadas, e não terão mais “vida” para agir em mim.

Quando eu era novo convertido, os pregadores foram enfáticos: “...se você não sc arrepender, cairá no inferno”. Eu me arrependia vez após vez. Eu me converüa novamente todo domingo.

“Desfaça-se de sua TV e você será santo”. Desfiz-me de tantos aparelhos de TV!

Disseram-me: “Pelo poder do Espírito Santo, toda a criação veio a existir”.

Tudo bem.

E acrescentaram: “E é esse mesmo Espírito Santo que está

Andando no E/pírito 37

cm você”.

Eu sei disso.

“O mesmo Espírito Santo que lhe dá condições de falar cm outras línguas”.

Será que posso fazer uma pergunta?

Como posso fazer para cjue esse Espírito Santo aja sobre meu problema interior?

Até agora, não consigo dominar aquelas coisas... Elas me paralisam totalmcnte em termos de meu andar com Deus. Náo estou andando... Estou paradinho!

Sabemos que: “não há sentença condenatória para os que...”

Sabemos que é “pelo Espírito que mortificamos (parali­samos) os feitos da carne”.

O problema c que ficamos apenas nisso. A pregação, a instrução fica incompleta.

O que falta?

Vamos examinar agora o versículo 26 de Romanos, capí­tulo 8.

( )bscrve-o bem de perto. Bem de perto mesmo.

“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa 11 aqueza” .

C )ra, se o Espírito está nos ASSISTINDO nisso que Ele chamou de “fraqueza”, quero saber a que Ele se refere.

De quem é essa fraqueza?

Nossa. Minha. Sua.

E o que é essa fraqueza?

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Eu procurei saber, de toda maneira, o que era esta fraqueza. Procurei nos comentários bíblicos, no grego original etc etc...

Sabe o que descobri? Descobri que a “fraqueza” é nossa incapacidade de produzir resultados. Sim, senhor: incapacidade.

Toda falta de condição!

Por causa das limitações impostas por nossa carne, somos INCAPAZES de produzir resultados na vida espiritual. Será que você pode ver como as coisas vão se. encaixando?

O apóstolo Paulo nos diz, em primeiro lugar, que não estamos sob nenhuma sentença condenatória tal qual a enfermidade, a dor, a pobreza...

Depois, ele nos diz que, pelo Espírito Santo, temos o poder para mortificar (paralisar por completo, inativar) essas coisas em nossas vidas. Você PO DE fazê-lo! Você TEM o poder!

Então, ele diz que o Espírito “assiste-o em sua fraqu eza

O Espírito Santo o ajuda a sair de um andar (uma vida) dominado pela carne, para um andar glorioso c livre, um andar de poder.

Convem lembrar que quando falo em “um andar livre” estou me referindo a uma vida em Deus que não está sujeita a dogmas, formas, cerimônias ou obrigações religiosas.

E o apóstolo Paulo continua dizendo que, acima de tudo, o Espírito Santo INTERCEDE por nós.

Poderiamos dizer assim: “O, Bendito Espírito Santo, ajude- me na minha incapacidade de produzir resultados em minha vida”, porque quando eu não sei como orar, o Espírito toma a frente com ‘gemidos inexprimíveis’, intercedendo por mim conforme a vontade de Deüs”. Interessante, não? Fantastica- mente interessante! Toda vez que algo faz parar o meu andar

Andondo no E/pínto 39

mm Deus, paralisando-me espiritualmente, o Espírito Santo • •>i;í prestes a me ajudar a produzir resultados.

Quero lhe fazer algumas perguntas diretas, bem no íntimo de nua alma.

Será que você REALMENTE crê que “em Cristo você é.1 justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21)?

Será que você REALMENTE crê que “Jesus levou suasenfermidades na Cruz” (Isaías 53:4) e assim você nào precisa o lrc Ias?

Será que você pode me responder: “Claro que creio, irmão Koberson”?

I riitào, deixe-me lhe perguntar o seguinte: “Sejesus realmente levou suas enfermidades e se você nào necessita sofrê-las, então porque você as tem? Porque as suporta?

Porque você não sabe orar como deveria.

“Mas, irmão Roberson, tenho confessado e declarado a Palavra de Deus contra o meu mal por mais de sete anos. Você e: lá querendo me dizer que não sei receber de Deus?”

Sim, é exatamente isso que estou lhe dizendo. Talvez eu vá ■ ImCii Io, mas preste atenção.

I )epois que você orou, Deus não deixou você nem mais 30 • riliulos com aquela enfermidade.

1 ;.si n vendo por que eu disse que você não sabe orar como devia?

Nào saber orar não é “crime”! E o Espírito Santo veio justa­mente para ajudá-lo.

Então você me diz: “Mas eu confesso e declaro a Palavra de Deus todo dia”.

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Sim, e o que isso determina, na prática? Quais os resultados disso?

A Palavra de Deus não c simplesmente “expressão doutri­nária”. A Palavra de Deus é para servir de fundamento de poder em sua vida.

A Palavra de Deus é um padrão firme do qual não se pode desviar. Muitas vezes, eu mesmo não soube orar como deveria. Mas isso não importa!

✓E digo que isso não importa porque há ALGUÉM que sabe

orar como c preciso. Ele foi enviado para ajudar Dave Robcrson em sua fraqueza.

E quando eu não consigo me livrar de algo, Ele, o Espírito Santo, examina meu coração, descobre o que está me levando ao fracasso, o que está paralisando o meu andar com Deus, e APRESENTA MEU CASO A DEUS.

Vamos examinar mais um pouco esse problema de “fraqueza”. O que é fraqueza?

Fraqueza c quando você sabe tudo — de Gênesis a Apocalipse —, mas a verdade NÁO OPERA em sua vida. E quando a Palavra de Deus NÃO TEM EFEITO ou operação prática cm sua vida.

Você sabe que Jesus levou tudo sobre Si.

Você sabe perfeitamente que não precisa mais carregar isso.

Você sabe, mas não consegue ficar livre. Isso c “fraqueza”.

Mas Deus não o condena por isso. Ele enviou o Espírito Santo para assisd-lo, para ajudá-lo a SAIR dessa condição de fraqueza.

Quando você não sabe como orar, você pode orar NO ESPÍRITO.

Andondo no E/pínto 4 I

O Espírito Santo examinará o seu coração para ver qual o problema e então Ele mesmo apresentará seu caso a Deus.

Ouça essa parábola, que se chama “Parábola de Roberson” e engloba todos aqueles que procuram a vitória no “confessar” a Palavra de Deus, mas fracassam, não conseguindo a vitória.

O caso é sempre o mesmo, seja em que problema for: enfermidade, carnalidade, pobreza...

Nessa parábola, juntei todos aqueles que fracassaram, seja por que motivo for, na figura de uma pessoa fictícia a que chamei de Irmã Derrotada.

Você, com seu problema, pode se colocar mais ou menos dentro dessa mesma figura da Irmã Derrotada, pois o fracasso e a falta de vitória na vida sempre seguem o mesmo padrão. Não se limita apenas a problemas físicos, isto é, enfermidades.

Certa ocasião, eu era pastor de uma igreja. Um dia a Irmã Derrotada me telefonou.

“Pastor Roberson, ouço sempre dizer que o Sr. tem um ministério de Poder e cura divina”.

“Sim”.

“Bem, vou fazer-lhe uma visita, pois quero que ore para que eu seja curada”.

“Está bem, pode vir”.

A porta da frente se abriu e entrou a Irmã Derrotada, e eu vi a terrível condição de sua enfermidade.

Antes de tudo, porém, a Irmã Derrotada me disse: “Antes que o Sr. ore, quero que saiba que os melhores do mundo já oraram por mim, mas de nada valeu”.

Eu respondi: “Irmã Derrotada, acho que você e eu precisamos

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examinar algumas passagens bíblicas antes que eu ore. Está bem assim?”

“Sim! Certamente!”, ela me respondeu.

Então, cu disse: “Primeiro, vamos abrir a Bíblia em Isaías53:4”.

Abrimos nossas Bíblias.

Eu li: “CERTAMENTE Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si”.

Expliquei tudo com muito, cuidado. Veja:

“Se Jesus tomou suas enfermidades, Irmã Derrotada, e levou suas dores, será que você precisa ficar com elas?”

“Bem, eu sei que Deus pode”, ela respondeu.

“Será que você tem de ficar com essa enfermidade?”, insisti.

“Irmão lloberson, eu sei que Deus pode”.A

Insisti ainda mais: “Mas será que VO CE tem de ficar com ela?”

“Deus pode, mas será...”

“Veja, Irmã Derrotada: se Jesus LEVOU sua enfermidade, seria uma injustiça Deus ter deixado uma enfermidade em você seja por que motivo fosse”.

“Jesus LEVOU sua enfermidade como ato de sua Redenção. Você não tem nenhuma condição, nem direito, nem necessidade de ficar com ela. LEVAR sua enfermidade foi parte da obra redentora de Jesus. Somente Ele tinha a qualificação, a condição para fazê-lo. Se você tinha a condição, por que será que Deus colocou suas enfermidades cm Jesus?”

Passamos e repassamos o versículo muitas vezes.

Andando no E/pírito 43

A seguir, passei para Marcos 11:23 e 24.

Irmã Derrotada, observe o versículo 24: “Tudo quanto em oração PEDIRES...”,.. “Para que você veio me visitar? O que está PEDINDO?”

“Pastor, o senhor sabe, eu vim para ser curada”.

Eu disse: “É mesmo isso que está PEDINDO?”

“Sim, isso mesmo”.

“Ótimo!”

Veja, então, o que diz aqui: “Tudo quanto em oração PED IR D ES, C R ED E que recebestes e SERÁ assim convosco”.

“Está entendendo, Irmã? Será que entende mesmo? Quando será que você vai CRER que está curada?”

“Pastor”, ela respondeu: “Que pergunta! E evidente que crerei QUANDO estiver curada”.

“P-a-c-i-ê-n-c-i-a!” Vamos mais uma vez.

“Tudo quanto em oração pedirdes, C R E D E que RECEBESTES e SERA assim convosco”.

“Irmã, você crê QUANDO ORA? CREIA... continuecrendo mesmo que se passe um minuto, ou uma semana ou um mês. Sc você CREU no momento em que você orou, então você RECEBERA, sem sombra de dúvida. Entendeu, Irmã Derrotada?”

Ela me olhou e respondeu: “Creio que sim”.

Mas eu sabia que a verdade ainda não estava clara para ela. Passamos c repassamos o mesmo versículo várias vezes.

Repentinamente, Irmã Derrotada exclamou: “Estou enten­dendo agora!”

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“Tenho de CRER que estou curada, ANTES que veja a cura”.

“Que maravilha!”, respondí.

“Mas, Irmã Derrotada, só uma coisa... Caso alguém chegue até você e lhe diga: Irmã, estou vendo que nada aconteceu, você está com o mesmo problema. Como vai responder a essa pessoa?”

“Irmão Roberson, vou lhe dizer o seguinte: Pode ser que você esteja vendo algo no meu corpo, mas de acordo com a Palavra de Deus, EU SEI que essa enfermidade não tem nenhum direito de existir. Jesus levou minha enfermidade quando Ele morreu na Cruz”.

“Oh, aleluia!”

Você deve estar pensando: Mas, irmão Roberson, isso é “fazer confissão” (declarar a verdade) da Palavra de Deus... é o que muitos pregam por aí.

Este é o termo “da moda” para concordar com o que Deus diz sobre as coisas ao invés de concordar com o diabo. O que há de errado com isso? Com o que você quer concordar?

Assim, coloquei as mãos na cabeça da Irmã Derrotada e disse: “Sê curada!” e ela caiu no chão.

Após um pouco de tempo, levantou-se e disse: “Quero que todo mundo saiba que ãs 21h20 de terça-feira eu acordei e recebi a cura. Estou curada”.

Passados mais ou menos dois meses, entrei na igreja e vi a Irmã Derrotada ali no canto. Ela parecia bastante perturbada.

Será que você sabe que Marcos 4:18 nos diz que Satanás vem c tira a Palavra semeada? Pois a Irmã Derrotada parecia pior do que nunca estivera antes.

Andando no E/pírito 45

Chcguei até ela e perguntei: “Irmã Derrotada, como está passando?”

“O senhor quer saber mesmo...?”

“Desculpe-me... eu preciso dar início ao culto”.

Passaram-se mais três meses. Quatro meses.

Um dia a Irmà Derrotada me telefonou: “Pastor, posso lhe fazer uma visita?”

“Claro”, respondi, “venha ao escritório”.

Ela entrou e se sentou. Estava do mesmo jeito.

“Pastor, posso lhe fazer uma pergunta?”

“Pois não”.

“Esse negócio de oração será que funciona para o senhor?”

“Claro que sim”.

Naquela cpoca, nem eu mesmo entendia disso muito bem.

“Então, como não funciona para mim?”

Respondi: “Funciona para mim e certamente FUN CIO N A para você também... Bem, espere, aqui na gaveta tenho uma listagem — uma relação de coisas que se devem c não se devem fazer”.

Peguei a listagem e comecei a discutir os itens com ela, um aum.

“Vamos ver por que você não está RECEBENDO a cura”.

“Io. Você começou a entrar em contradição — a Palavra de Deus foi contradita pelo que você sente. Não foi assim mesmo, Irmã?”

“Nào, não foi isso”.

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“Bem, então vamos riscar fora o número 1 da listagem... Agora, cleixe-me ver... Ah! Sim!”

“2o. A senhora deixou de confessar permanentemente a Palavra de Deus — deixou de confessá-la 400... 500... 600 vezes ao dia, como mandei, não foi isso mesmo? Fale a verdade, Irmã, a senhora não está fazendo isso”.

“Estou sim, estou sim”, ela afirmou.

“Bem, então vamos riscar fora também o item 2 da listagem. Vamos ver outro”.

Pcrcorri minha listagem de coisas que se devem e não se devem fazer para receber a cura divina. “Ah! Aqui está!”

“3o. A senhora está realmente confessando a Palavra de Deus, mas, em momento de fraqueza, quando sente as pressões, está pensando que isso não funciona mesmo... aí a senhora anula tudo... é isso mesmo?”

“Não, Pastor, não é isso”.

“Bem, então vamos riscar isso da listagem também.”

“Irmã Derrotada, realmente não vejo por que a senhora não RECEBE sua cura”.

Ela me olhou e disse: “Pastor, sempre RECEBO a cura quando é a quarta pessoa que ora para mim”.

Aí está, então! Vejamos como esses princípios funcionam.

O triste é que o Espírito Santo habita na Irmã Derrotada. Ele habita em mim também. Ele tem acesso ao coração dela. Ele examina todo o íntimo dela. E Ele sabe o que a está levando a fracassar na fé. E não é só isso, Ele foi enviado para ASSISTI- LA cm sua fraqueza.

Aquela idéia da “quarta pessoa a orar para ela” estava

Andcndo no E/pinto 47

impedindo-a e atrapalhando tudo.

O Espírito Santo quer MUITO libertá-la disso, para que ela possa receber a cura que tanto precisa!

Eu lhe disse ainda: “Irmã Derrotada, será que a senhora me fax mais um favor?”

“Não vejo porque não”, ela respondeu, “aquele outro negócio não funcionou”.

Eu disse: “Irmã Derrotada, nós descobrimos algo sobre a oração que é muito importante. Você acordaria uma hora mais cedo e oraria em línguas antes de ir para o trabalho?”

“Irmão Roberson, você quer dizer que eu posso orar em línguas quando quiser?”

“Irmã Derrotada”, explico, “você pode orar em línguas para sua edificação pessoal quando quiser. Deus lhe deu este dom para ajudá-la em suas fraquezas. Então amanhã de manhã acorde c ore assim: Deus Pai, sei que não é Sua vontade que eu fiqu e assim, enferma, mas não consigo me livrar disso. Preciso da ajuda do Espírito Santo. Então, comece a orar em línguas estranhas, dando expressão ao seu espírito. Ore por mais ou menos uma hora todo dia”.

“Quer dizer que devo simplesmente orar em línguas?”

“Isso mesmo, por uma hora antes de você ir para o trabalho. Aí, ao voltar para casa, à noite, ore por mais uma hora antes de se deitar. Simplesmente, ore em línguas”.

Finalmente, a Irmã Derrotada concordou: “Pois bem, vou fazer exatamente como o senhor mandou”.

Passaram-se mais ou menos três meses.

Novamente, vi Irmã Derrotada em pé, num canto da igreja. Fui logo até ela e perguntei: “Já está sentindo a diferença?”

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Ela respondeu: “Sim, de fato”.

Perguntei: “O quê? E mesmo?”

“Queixo cansado, língua seca, garganta seca...”

“Só isso?”

Fui dar início ao culto.

Passaram-se uns quatro ou cinco meses.

Outra vez, Irmã Derrotada encontrou-se comigo,

“Irmão Roberson”, ela indagou, “será que existe algo na Palavra de Deus sobre entrar em descanso quando você está orando em línguas?”

Eu disse: “Sim, existe. Isaías, capítulo 28”.

Ela disse: “Tenho que ser honesta com o Senhor. Você me falou como lançar toda a minha ansiedade sobre Jesus e, de fato, eu tentei, e confessei o fato muitas vezes, mas na realidade não consegui fazê-lo. Tive medo de morrer. Na verdade, tive tanto medo que até sonhei que meu marido tinha puxado os lençóis da cama e tinha me encontrada morta”.

Ela continuou: “Mas, certamente, há alguma coisa que o senhor falou sobre descansar".

“De fato”, respondi. É assim: “Pois que por lábios gaguejantes e por língua estranha falará o Senhor a este povo”. (Isaías 28:11)

Ela disse: “Certo, certo, não tenho mais problema, não tenho medo de morrer. Estou dormindo bem a noite toda. Estou me sentindo tão bem. Creio mesmo que estou curada”.

E isso, meu irmão, o que queremos dizer quando falamos em “edificação”.

Andando no E/pírito 49

Mais de seis meses se passaram.

Encontrei Irmã Derrotada outra vez na igreja. Ela estava em companhia do Irmão Falência c da Irmã Marido-no-mundo, cada um com seu problema particular. Com eles, estava também o Irmão Esposa-no-mundo.

A Irmã Derrotada me chamou: “Irmão Robcrson, venha cá, por favor”.

“Pois não!”, eu disse.

Ela abriu sua Bíblia em Isaías, capítulo 53, c me perguntou: “Será que o senhor conhece o versículo 4? Veja o que eu achei”.

Esse versículo diz assim: “Certamente Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si”.

“Eu quero saber por que razão o senhor não me disse o que significa este versículo?”

Eu disse: “Querida Irmã Derrotada, já faz um ano que você e eu examinamos juntos esse versículo em todos os seus detalhes”.

“Expliquei tudo tantas vezes e agora a senhora está me perguntando por que não lhe expliquei o que significava?”

“Sabe Pastor, é porque peguei a Bíblia uns dias atrás e li este versículo. Que beleza! Quero que você saiba que estou curada”.

“Você quer me dizer que agora está entendendo?”, perguntei.

“Estou. Olhe: CERTAM ENTE Jesus tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores LEV O U sobre Si. Pastor Robcrson, será que há qualquer motivo pelo qual eu deva levar dores e enfermidades se Jesus já as levou por mim?”

Eu respondi, entusiasticamente: “Não, absolutamente, não”.

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Ela ainda mc informou: “A palavra levou quer dizer que Jesus as carregou, sumiu com elas. Certamente Ele as levou para algum lugar”.

“Ele as levou sobre Si, em Sua morte na cruz do Calvário”.

“Jesus era meu substituto e quando Ele levou sobre Si a minha enfermidade, eu morri juntamente com Ele. Sabe o que isso quer dizer, Pastor?”, ela perguntou.

“Isso quer dizer que esta enfermidade JÁ M ORREU uma vez e assim ela nào pode mais me matar”.

Eu disse: “Excelente! Creio que vou pregar sobre isso domingo de manhã”.

Mas, Irmã Derrotada nào ficou satisfeita.

“Falando nisso, será que o senhor já leu Marcos 11:23 e 24?”, ela perguntou.

Será que você, irmão, quer saber o que aconteceu com a Irmã Derrotada?

Ela diz agora que quando alguém ora em línguas estranhas está falando mistérios, está falando “segredos divinos”, está falando de tudo o que nos pertence agora pela morte de Jesus na Cruz do Calvário.

Não ficamos edificados ao orarmos em línguas porque estamos recebendo uma espécie de carga elétrica. Somos edificados porque o Espírito Santo está fazendo com que os mistérios do Evangelho, registrados na Palavra de Deus se tornem vivos e REAIS no nosso espírito. Ao orarmos em línguas estranhas, entramos em outra dimensão espiritual.

Quando isso acontece, nem o inferno pode impedir a vitória.

Você tem de vencer!

Andondo no E/pínto 51

A fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus.

Eu posso pregar a Palavra para você, mas observe o que foi dito: “Ouvir e ouvir pela...”

O Espírito Santo dá voz à Palavra de Deus. E Ele que faz com que a Palavra de Deus VIVA no seu espírito.

Jesus disse: “Minhas palavras são Espírito e Vida”.

Achar a vida que está nestas Palavras c achar verdadeira­mente a vida.

O que você imagina que seja a missão do Espírito Santo?

A missão do Espírito Santo é guiar você e a mim à toda Verdade. Ele disse: “A TUA PALAVRA E A VERDADE”. Esta Palavra NÃO PODE FALHAR.

Esta Palavra acaba com tudo o que está paralisando o meu andar com Deus.

A primeira coisa que Ele faz é livrar-nos de tudo o que Jesus venceu e condenou em Sua morte na cruz. Depois, o Espírito Santo faz você andar em sua herança, isto é, faz você gozar de tudo aquilo que Jesus fez por você.

Agora pare por um instante-e observe novamente Romanos 8:13:

“Sc pelo Espírito, mortificarm os os feitos da carne, V IV EREM O S”.

Veja agora o versículo 14:

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”.

A palavra grega que se usa neste versículo para filhos quer dizer aquele que já atingiu a maturidade.

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Ora, esses dois versículos, 13 e 14, juntos, significam: Se você, pelo Espírito, mortificar os feitos do corpo, você viverá.

Todo aquele que aceita a liderança do Espírito Santo descobre que Ele o livra de uma existência dominada por aquilo que sente e o leva a uma vida madura de “filho”.

Nesse tipo de vida, você “rege” as coisas através do Espírito Santo, ao invés de “ser regido” ou dominado por sua carne, pelas coisas que sente.

O versículo diz “Pois todos são GUIADOS...”; isto é, aqueles que aceitam, obedecem e atentam à LIDERANÇA do Espírito, sào levados a andar no Poder de Deus.

Como isso será possível?

Primeiro, abandonando tudo aquilo de que Jesus já nos livrou.

Segundo, tomando posse de tudo o que Jesus já conquistou, já fez por nós.

No caso da Irmã Derrotada, será que você pode entender o que o Espírito Santo estava fazendo no íntimo dela?

Ele examinava o coração dela para descobrir a razão pela qual ela não obtinha a vitória.

Ele procurava a falha dela!

Ela não precisava ter compreensão profunda da doutrina.

Ela apenas necessitava saber o que dizia o Espírito Santo com relação à sua cura.

Onde estava o impedimento?

Ela aceitara as doutrinas humanas e sua consequente condenação, de forma tal que ela se sentia como um verme sujo arrastando-se para o Céu.

E quando o Espírito Santo examinou-lhe o coração, Ele

Andondo no E/pírito 5G

descobriu a razão pela qual ela não recebia sua cura. Então, imediatamente, Ele começou a renovar sua mente espiritual, transformando-a com conteúdo espiritual e conhecimento da Palavra de Deus. Ela deixou de pensar que só seria curada na “quarta oração”. Ela começou a entender, graças ao Espírito Santo, como Jesus levou sobre Si a enfermidade dela, então, o diabo nada mais pôde fazer contra ela.

Graças a Deus!

Louvado seja Deus pelo Bendito Espírito Santo!

Graças a Deus também que há alguma coisa que posso fazer, com firme propósito, c que me garante ser edificado espiritual­mente na fé santíssima em meu próprio espírito!

A irmã Derrotada começou a orar em línguas e assim o Espírito Santo pôde trabalhar para guiá-la à toda Verdade e levá- la para sua cura completa.

A primeira operação ou resultado do andar no Espírito é fazer com que você fique livre de tudo aquilo que Jesus já o livrou na cruz do Calvário, para levá-lo a tudo aquilo que Ele conquistou para você.

Agora, deixe-me lhe contar como ganhei o meu primeiro carro.

Eu estava lá naquela pequena sala da igreja onde eu orava. Eram cinco horas da manhã. Todos os dias eu orava em Línguas.

Havia um velho lenhador que também orava comigo, o nome dele era Earl Hittson.

Nosso carro era do ano 1958, Chevrolet. Só que nesse tempo já era bem velho. Procurei fazer uma viagem de evangelização com ele, percorrendo uns 280 km.

A polícia me parou umas seis vezes. Os policiais ficaram muito incomodados pela fumaça que o velho Chevrolet soltava.

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Se eu acelerava bastante e parava no sinal, formava-se uma nuvem de fumaça que cobria o carro todo. Com isso, eu não enxergava o sinal quando ele abria. Eu dnha de ser um bom motorista e mc acomodar às condições de meu carro. Eu tinha de levar quatro pneus sobressalentes porque os do carro estavam em péssimo estado.

Foi assim que comecei a trabalhar na obra do Senhor.

Ninguém me cedia sua igreja para que eu fizesse uma campanha. Então, aluguei um auditório pagando cinco dólares por noite e coloquei um anúncio no jornal local, e ainda dnha que esconder o meu carro velho atrás do auditório.

Entrei no palco com aquelas roupas que ganhara e disse para o povo: “Será que vocês querem o que eu tenho?”

Um dia, Earl Hittson e eu orávamos naquela sala pequena da igreja. Subitamente, senti como se dvesse recebido um choque elétrico e gritei: “Olhe, .Hittson, conheço a graça de Jesus. Não tenho que suportar mais todas essas coisas; Jesus levou TUDO sobre Si”.

Tomei-o pela mão e lhe disse: “Earl, concorda comigo que vou receber um carro novo?”

Ele respondeu: “Sim, concordo”.

Então, minha esposa e eu entramos em nosso carro velho e fomos para a cidade grande e ali nós colocamos nossas mãos sobre um Volkswagen novo, zero quilômetro.

“Esse carro é nosso”, afirmamos e saímos caladinhos.

Passados mais ou menos dois meses, entrou na minha igreja um homem que vestia um paletó com remendos nos cotovelos. Por eu ter sido sempre um operário de fábrica, não conhecia nada sobre roupas finas; então, como poderia eu saber se aquele

Andondo no E/pírito 55

homem era pobrezinho ou não?

Eu não podia imaginar que alguém usasse de propósito remendos na manga do paletó, apenas por enfeite, para acompanhar a moda.

Um dia, esse homem trouxe sua mãe para o culto.

Durante o culto, dirigi-me àquela senhora e lhe disse: “Senhora, por favor, aproxime-se”.

Ela veio e eu passei a lhe falar das coisas que sofria. Ela tinha deficiência óssea, sofria vertigens e várias outras com­plicações. Deus simplesmente a curou de tudo naquele momento.

A partir daquele dia, aquele senhor e sua mãe me acom­panhavam sempre.

Bem, certo dia, eu estava pregando com um velho amigo, também evangelista. Ele e eu, porém, não pregávamos a mesma coisa.

Ele pregava que Deus enviava a enfermidade e a desgraça para nos ensinar algo, mas eu sabia que isso não era verdade! Desta forma, resolvemos nos separar.

Ele pregava que o desastre que ele havia sofrido há algum tempo tinha sido mandado por Deus. Eu descobrira na Palavra que não era assim, então, levantava logo após e dizia ao povo que Deus não nos tenta nem prova com o mal.

Assim, não dava certo e nos separamos.

Mas esse meu amigo começou a perder tudo o que ünha. Notei que ele sempre conversava com aquele amigo dos “remendos”. Ouvi-o dizer “Estouperdendo tudo, preciso de um trailcr para fazer as viagens

Mas, o que era aquilo?

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O irmão dos “remendos” estava preenchendo um cheque.

“De quanto é mesmo que você precisa?”

“Dois mil e quinhentos dólares”, ouvi meu amigo dizer.

“Não tem problema! Tome!”

Eu estava ao lado c meu coração dava pulos fortíssimos.

Eu só dnha aquele velho Chevrolet, caindo aos pedaços. A mãe dele fora curada no MEU culto.

Lá estava eu ainda com aquelas roupas esquisitas que ganhara. Isto não estava certo!

Mas, decidi comigo mesmo não dizer nada.

Nunca mais...

Mais tarde, depois que meu amigo evangelista foi embora, o irmão dos “remendos” chegou perto de mim e, colocando a mão no meu ombro, perguntou: “Pastor, será que há algo de que você esteja precisando?”

Mas eu não podia dizer sim, pois eu acabara de fazer um firme propósito comigo mesmo: quem supre todas as minhas necessidades é Deus.

Assim, como posso ter necessidades, se Deus está suprindo?

Minha voz ficou trêmula.

O diabo gritava no meu ouvido: “Você pode ser burro, Roberson, mas não seja estúpido. Diga-lhe de quanto está precisando”.

Eu respondi: “Não, senhor. Deus supre as minhas necessida­des”.

O irmão dos “remendos” era multimilionário.

Andondo no E/pírito 57

Naquele instante, surgiram em minha mente carros, casas, avião...

E nós fomos embora.

Nos dias seguintes, enquanto eu orava no Espírito Santo, a voz do Espírito falou alto dentro de mim. E foi muito precioso.

Ele me disse: “Eu sou o Seu Pastor, nada lhe faltará, nada”.

Graças a Deus, não sou mendigo. Sou embaixador. Aleluia!

Mais ou menos um mês se passou e eu estava pregando num pequeno lugar no estado de Oregon. Nós já tínhamos recebido a oferta do povo e o diácono que me acompanhava estava atrás de mim.

Veja bem, era um grupo muito pequeno e não se esperava uma oferta muito grande. Porém, um homem na congregação deu um cheque no valor de cinco mil dólares. Era MUITO dinheiro.

Quando fui contar a oferta e vi aquele cheque fiquei... pasmado!

Eu nunca tinha visto um cheque daquele valor em minha vida.

Mostrei o cheque ao diácono, Earl Hittson, e ele simples­mente me disse: “Graças a Deus veio, não?” Logo a seguir, lá estava eu com meu novo carro Volkswagen — aquele MESMO carro que eu e minha mulher impusemos as mãos algumas semanas antes.

Como fiquei contente!

Como Deus honrou a minha confiança nElc!

Mas o importante é que eu sabia, eu sabia!

Eu sabia o que ia acontecer porque o Espírito Santo falara

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dentro de mim semanas antes.

O diabo nao pode fazer nada.

Deus era a minha prosperidade.

Três meses depois daquele dia em que peguei o carro novo, rccebi também um Volkswagen modelo esporte, importado da Alemanha, para minha esposa. E, novamente, depois de três meses, recebi um trailer todo equipado e já pago para que pudésse­mos viajar com todo o conforto.

Mas, se você acredita, se é que pode acreditar, ainda havia mais bênçãos: passados outros três meses, tomamos posse de uma casa de dois andares, que não tinha frestas na parede. Uma casa NOSSA e nao uma casa alugada.

Você quer me dizer que isso não funciona?

Você faz pouco caso do povo de Deus e das coisas de Deus?

Tome cuidado, pois é a coisa mais poderosa que você já conheceu!

Mas, note bem, você tem de prestar atenção no seu grande Mestre, o Consolador, aquela unção que não pode menür, e tem de haver uma completa identificação do Espírito com a Palavra.

Observe, agora, Romanos 12:1:

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”.

Ele chamou isto de “culto racional”.

Então, o apóstolo continuou:

“E não vos conformeis com este século, mas transformai- vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

Andondo no E/pínto 59

Falando-lhe francamente, eu nào entendi plenamente esse capítulo enquanto nào descobri que, na verdade, ele nada mais é senão uma continuação do capítulo 8.

De fato, poder-se-ia concluir o capítulo 8 e passando por cima dos capítulos 9,10 e 11 que tratam da redenção e propósitos de Deus a partir da perspectiva do judeu, continuar diretamente no capítulo 12. E ali, no capítulo 12, o apóstolo Paulo volta a falar do andar no espírito em oposição ao andar na carne.

É por isso que ele diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.”

O que faz isso um tanto “pesado” para nós é que o apóstolo chamou esse sacrifício de “culto racional”. Quando descobri o que rcalmente significa “sacrifício”, falei a Deus que, de modo nenhum, aquilo poderia ser considerado como “culto racional”.

O sacrifício vivo faz-nos retornar ao capítulo 8.

Você deve se lembrar de que já fizemos algumas observações sobre o assunto.

Paulo diz: “se você, através do Espírito, mortificar... viverá”.

Acontece um “sacrifício vivo” quando alguém, através do Espírito, entrega os feitos da carne à morte, pelo domínio do Espírito sobre o corpo. Ou seja, esse alguém atinge o ponto em que o corpo nào mais o domina, mas sim ele domina o corpo.

Naquele tempo eu não enxergava nenhuma possibilidade de se considerar isso como “culto racional”. No entanto, agora, penso que já posso mostrar-lhe porque isso pode ser considerado “racional”.

“Racional”, se você deseja mesmo saber, não é apenas aquilo

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que é bom e aceitável para sua vida, mas é também, saber a perfeita vontade de Deus para sua vida, e sendr isso de forma muito mais forte do que se sente o próprio desejo de comer, de dormir, ou mesmo de respirar.

Neste caso, sacrificar-se é “racional”, pois se esse é o preço para que eu seja transformado em minha mente, se esse é o preço para eu conhecer a perfeita vontade de Deus para minha vida, entào é razoável, é racional.

Tenho sido sempre “insaciável”, uma espécie de “comilão desregrado” com relação às coisas espirituais.

Sempre fui irrequieto, pois sabia que havia algo mais aceitável na vida. E jamais me send contente ou satisfeito com o aceitável; sempre quis, de toda maneira, conhecer a perfeita vontade de Deus.

Nada menos do que isso me satisfaria.

Se é isso que preciso fazer para transformar minha mente e finalmente descobrir a perfeita vontade de Deus para mim, então é isso que eu quero e é isso que eu vou fazer.

Ouvi pregadores ensinando que oferecer seu corpo em sacrifício vivo para que sua mente seja transformada era acreditar que Deus colocava a enfermidade em você para lhe ensinar algo ou que fazia você gastar todo o seu dinheiro para que você se tornasse humilde.

Será que você também se lembra disso?

Como me lembro!

Tudo bem, pensem eles como quiserem. Eu não penso assim!

E preciso entender que Jesus, Ele mesmo, tomou sobre Si as nossas enfermidades e com Ele levou as nossas dores; assim, eu não tenho que levá-las, eu não tenho que sofrê-las.

Andondo no E/pínto 61

Há aspectos disso que sào ainda mais profundos. Quando você examina este capítulo como um todo, você descobre que se fala de um corpo com muitos membros, do qual você c eu fazemos parte. Assim, esta boa, agradável e perfeita vontade de Deus c algo muito maior do que simplesmente ficarmos livres da enfermidade. O capítulo procura mostrar com exatidào onde você se “encaixa” neste corpo.

Sim, você mesmo!

Você.

É isso que quer dizer oferecer o corpo em “sacrifício vivo”.

Jamais entendi isso até que o Espírito Santo me mostrou os capítulos 8 e 12 como um conjunto.

Para conseguirmos oferecer nossos corpos a Deus e entender­mos o que ele fala aqui, entào, vamos precisar, e muito, do Espírito Santo.

Quantas vezes tentamos fazer isso por conta própria e só o que conseguimos é inventar outra doutrina. Quase nos matamos uns aos outros, procurando provar nossa idéia, nossa maneira de pensar.

Protestantes c católicos romanos se bateram em luta ferrenha.

Mas há uma forma de provar que tudo isso que temos falado é verdade; pelo Espírito.

Mas para descobrirmos o segredo, para alcançarmos isso, precisam os examinar novamente Romanos 8:1: jáNENHUM A condenação há...”.

Para quem não há nenhuma condenação?

Para o homem que nasceu de novo.

Nenhuma condenação!

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Nenhuma sentença condenatória...

“... para os que estão cm Cristo Jesus, que andam não conforme a carne, mas conforme o Espírito”.

O apóstolo afirma que não há NENHUM A sentença condenatória, NADA mesmo, nem a carne, nem o diabo, nem o mundo, nem a dor, nem a pobreza, nem a enfermidade, nenhuma dessas coisas das quais Jesus nos libertou no Calvário pode nos condenar se nós aprendermos a andar no Espírito.

Consideremos o versículo 5 (Romanos 8):

“Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o espírito para as coisas do espírito”.

Se você e eu realmente desejarmos andar no Espírito, então temos de descobrir o que é “andar no Espírito”.

O apóstolo Paulo nos disse que aqueles que são segundo a carne, INCLINAM-SE para as coisas da carne, isto é PENSAM conforme a carne.

Todo o seu pensamento sobre Deus, o que ele acha que Deus é, tudo passa pelo filtro de sua carne.

Porém, há o outro lado da “moeda”.

Paulo disse que o homem que vive conforme o Espírito, INCLINA-SE para as coisas do Espírito.

Os pensamentos deste homem são controlados pelo Espírito.

Ora, como posso pensar conforme o Espírito se não tenho o Espírito?

E justamente aqui que necessitamos da Palavra de Deus.

O primeiro passo para um andar no Espírito é ter a MENTE

Andando no E/pírilo 63

transformada pelo poder do Espírito Santo.

Eu queria gritar isso cm alto e bom som por toda parte.

Se eu nào tenho nada do Espírito em que pensar, é porque não tenho a Palavra de Deus.

A diferença entre a carne e o Espírito é uma linha muito tênue. Por exemplo, quando se diz que Deus enviou a enfermidade sobre você para lhe ensinar algo, pode parecer até plausível, mas não corresponde à realidade; isso é morte na certa.

Pensando assim, você está avaliando Deus através do filtro da carne, c isso é mortal para você. Você vive com seu problema, sua enfermidade, simplesmente porque você não consegue “se libertar” dele (do problema, sua enfermidade). Você anda conforme a carne, conforme o que você sente, e não conforme a Palavra de Deus e o Espírito Santo.

E justamente assim que a carne fala.

E o Espírito, como fala?

O Espírito fala assim: “Ele mesmo tomou sobre Si as nossas enfermidades e levou as nossas dores...”

Esta é a voz do Espírito.

A coisa mais importante para o andar no Espírito, então, não é como você come, ou como você se veste; o importante para o andar no Espírito é ter a compreensão da Palavra de Deus firmada e fixada no seu íntimo pelo Espírito Santo.

O homem que tem esta operação do Espírito em sua vida “inclina-se para as coisas do Espírito”.

Agora, voltemos nossa atenção novamente para o versículo 13 de Romanos 8.

Sei que agora você realmcnte entenderá.

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Recordando o versículo 13: “Se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte, mas se pelo Espírito mortificardes os feitos do corpo, CERTAM ENTE vivereis”.

Com a palavra “mordficar” o apóstolo quer dizer “fazer o sepultamento”, “tornar inativo”, “acabar com o domínio” que os feitos da carne têm sobre você. Pelo poder do Espírito, você PODE fazer isso!

O que recebi no início da minha vida em Deus influenciou muito meu modo de pensar.

Aqueles pregadores superpentecostais sempre concluíam suas mensagens, dizendo: “Você precisa se arrepender”.

Sempre dirigiam seus sermões para nós que ficavamos na última fileira. Sempre!

Ensinaram-me que a santificação significava “deixar de beber, de fumar e de acompanhar moças que assim agiam”.

Diziam: “Deixe de freqüentar o cinema e livre-se da TV e, então, você será santificado, será santo, será limpo”.

Eu assim fiz. Larguei tudo.

Prometeram-me que seria santo, então, claro, eu fiz tudo que falaram.

Eu queria tanto ser santo!

Mas eu não send diferença alguma! E eu não sabia o que fazer!

Eu sei que Deus não pode tolerar o cigarro e a bebida. Ele é violentamente contra a bebida.

De fato, Deus é contra tudo. aquilo que sistematicamente destrói o templo que Ele construiu para você viver: o seu corpo.

Mas deixe-me lhe dizer uma coisa que contraria a Deus mil

Anctanoo no E/pírito 65

vezes mais do que essas coisas todas que eu acabei de mencionar.

O que é?

Ele é contra uma língua comprida, uma língua tagarela que fofoca...

Sc você quiser destruir seu corpo com o cigarro, ou a bebida, ou a prostituição, o problema é seu!

Mas quero lhe dizer que, no momento em que você solta a língua para atacar ou destruir seu próximo, então Deus faz disso um problema dElc.

Ele não suporta isso!

Quer saber o que Ele odeia mais ainda do que uma língua descontrolada?

Meu amado, o que Deus DETESTA ainda mais do que isso é a doutrina de homens que colocam você sob condenação e o restringem de forma fatal no seu espírito.

Vamos aprender para todo o sempre que a “mortificação dos feitos da carne” é algo muito mais profundo do que simplesmente se livrar do cigarro ou da bebida.

Ela inclui livrar a língua de contendas e também se livrar de qualquer doutrina que o impeça de fazer o que Deus quer que você faça. E é por isso mesmo que o próximo versículo diz:

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”.

Se você estiver pronto para aceitar a liderança do Espírito Santo, então, Ele o livrará de tudo aquilo que o atrasa e oprime espiritualmente e o levará a desfrutar de tudo o que Jesus lhe deu.

Como Ele faz isso?

66

Quero mesmo ser livre c Liberto de toda doutrina de homens que prende e impede meu andar no Espírito. Não quero passar o resto da minha vida andando em círculos. Não quero que amanhã seja como ontem.

Se alguém estiver me enganando, não me dizendo a Verdade de Deus, então peço ao Espírito Santo que me limpe e me livre de tudo isso.

Passo nesta vida apenas uma vez. Por esta razão, o processo que o Espírito Santo emprega para fazer isso é muito especial.

Já observamos que a operação do Espírito em nossas vidas tem de ser algo profundo.

Observemos, agora, o versículo 26 de Romanos 8:

“Também o Espírito semelhantemente nos assiste em nossa fraqueza”.

Como já vimos, o Espírito Santo assiste a nossa incapacidade de produzir resultado pelo fato de não sabermos COMO orar. Ele nos ampara com uma linguagem sobrenatural e intercede por nós. Não importa se é enfermidade, pobreza ou qualquer outra coisa condenável que tem impedido você de crescer espiritualmente, o Espírito Santo fará intcrcessão por você à luz da vontade de Deus.

O Espírito Santo é isso.

Mas, no versículo 27 há algo ainda mais profundo: “E aquele...”

De quem o apóstolo está falando?

Ele fala do Espírito Santo.

“E Aquele que sonda os corações...”

Observe que ele fala corações, no plural e não coração, no

Andando no E/pínto 67

singular. Isto nos mostra a capacidade do Espírito Santo.

No mesmíssimo momento em que Ele está sondando o coração do Pastor, Ele está também sondando o coração de outro — o meu coração e o seu coração. Ele sonda, simultanea­mente, na mesma hora, o coração de todos os cristãos na face da terra e não somente os sonda, mas tem também a capacidade de os representar individualmente perante Deus Pai.

Mas condnuc lendo o versículo...

“Aquele que sonda os corações SABE...” alguma coisa.

Eu pensei comigo “O, Deus, se o Espírito Santo está sondando o meu coração para me representar perante o Trono de Deus, então eu quero saber o que Ele sabe”.

Perguntei a Deus: “Senhor, o que o Espírito sabe?”

O versículo continua: “...sabe QUAL É A MENTE DO ESPÍRITO”.

Pronto! Aí eu fiquei realmente perplexo.

Eu não consegui entender o que queria dizer “mente do Espírito”.

Procurei nos comentários bíblicos e nas concordâncias que mostravam o significado no grego original, mas não achei a resposta.

Pedi ao gerente do escritório que me ajudasse, pesquisando o significado de “mente do Espírito” no grego no Novo Testamento.

Eu precisava saber o que era isso!

Foi somente ao findar de um dia que eu passara orando em línguas que Deus me mostrou o mistério. Naquele mesmo instante entendi todo o capítulo de Romanos 12.

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Quero que você saiba que, desde aquele dia, não mais tropeço com relação à vontade de Deus.

Entrei no escritório e perguntei ao gerente: “Já descobriu o que quer dizer mente do Espirito?”

Ele respondeu: “Sim”.

“E mesmo? Que interessante! O Espírito Santo acaba de me mostrar o significado. Deixe-me lhe dizer o que Deus me mostrou”, disse ao gerente.

“A mente do Espírito se refere ao Plano do Espírito”.

O gerente olhou para mim meio desconfiado e perguntou: “Como foi que você chegou a esta conclusão?”

Eu respondi: “Eu disse a você que o Espírito Santo falou comigo”.

O gerente falou: “E isso mesmo, significa o Plano do Espírito”.

“Bem”, eu continuei, “agora diga para mim qual c este plano”.

O gerente me olhou, um tanto perplexo: “Como eu posso saber disso? Apenas procurei descobrir o sentido das palavras “mente do Espírito” conforme o grego do texto original.

Eu respondi: “Não se aflija, pois eu sei qual é o plano”.

Olhamos juntos o capítulo 8 de Romanos.

Observe isso: toda criação de Deus, que ficou sujeita à corrupção, está “gemendo” perante Deus qual uma mulher grávida se esforçando para dar à luz a um novo céu e nova terra. Está ansiosa para ficar livre da escravidão da corrupção para ingressar na gloriosa liberdade dos filhos de Deus.

Esta intercessão ou clamor da criação está cumprindo o Plano de Deus para um novo céu e uma nova terra. Porém vai muito

Andando no E/pírito 69

além disso.

No versículo 23, lemos: “Nós que temos as primi cias do Espírito”.

Isto refere-se a nós que somos nascidos de novo e cheios do Espírito Santo.

Nós TAMBÉM “gememos” em nosso espírito justificado, aguardando que todo este processo de adoção seja completado na redenção do nosso corpo.

Será que você entende o que isso significa?

Quando nós oramos em línguas, estamos pondo cm operação o Plano Redentor de Deus, visando ã glorificação da Sua Tgreja, que é a redenção do nosso corpo.

Entende-se que toda a intercessào da criação de Deus, somada à intercessào da igreja, opera em conjunto com o Plano Mestre da Redenção de Deus.

Quando o apóstolo Paulo diz, nesse capítulo: “O Espírito sonda nossos corações” (v. 27), Ele mostra que o Espírito Santo conhece todo o Plano de Deus para a redenção de TUDO.

E Ele sabe ainda mais do que isso! Sendo Ele seu “advogado pessoal”, seu intercessor, seu representante, Ele sabe exatamente onde você se enquadra neste Plano Maior.

Toda vez que você ora em línguas, você está se colocando na posição exata que lhe cabe no Corpo de Cristo, isto é, no funcionamento da igreja de Deus na terra.

Aquele que sonda os corações, o Espírito Santo, sabe qual a mente do Espírito, pois Ele faz intercessào para Dave Roberson conforme a vontade de Deus.

Por que se diz mente do Espírito}

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Simplesmente porque o Plano Redentor é um só, completo e compreensivo na mente de Deus, seja do passado, do presente ou do futuro.

Neste momento, é para você e para mim. Ele se refere à mente do Espírito, porque está falando da mente do Espírito PARA VOCE e para mim na fase da Redenção em que estamos.

Deixe-me lhe apresentar uma analogia disso.

Imagine uma cena ao redor da mesa de reunião de Deus, antes da fundação do mundo: ali estão Deus Pai, Seu Filho Jesus Cristo, à Sua direita, e à Sua esquerda, Deus o Espírito Santo.

Deus Pai apresentava todo o Plano da Redenção do princípio ao fim e, em determinado momento, surge o seu nome, o seu nascimento e a sua vida; sim, a vida de cada pessoa.

Deus Pai colocou todos os detalhes na mesa, Seu Plano completo para a sua vida e para a vida de cada um.

Então, Jesus se levanta e diz: “No tempo exato, sairei e redimirei cada um deles”.

A seguir, levanta-se o Espírito Santo e diz: “Eu, o Espírito da Verdade, farei, junto a cada um, precisamente o que com­binamos aqui hoje. Passarei a sondar-lhes o coração e então derramarei dentro de cada espírito o que ouvi falar aqui hoje. Darei a cada um a linguagem sobrenatural para orar e apresentar suas necessidades perante o Trono da Graça. Nenhuma potestade ou principado terá condições de impedi-los. Então, você, Pai pode responder-lhes a oração e capacitá-los a andar em Sua vontade”.

Você me pergunta: “Será que o diabo sabe o que estou orando quando oro em línguas?”

Não.

Andando no E/pírito 7 I

Por que foi que Deus lhe deu esta linguagem sobrenatural?

Saiba que quando você ora em línguas você não somente está orando à luz da vontade de Deus para sua vida, mas também fala mistérios e segredos divinos, mistérios que estão ocultos desde a fundação do mundo.

Saiba também que um dos segredos dos quais você fala é o Plano que Deus preparou e apresentou naquela mesa de reunião do Céu, lá na eternidade. Isto tudo é oculto ao diabo e é por isso que você anda pela fé.

Você percebe uma fase de cada vez. Observe: toda vez que você ora em línguas aquele mistério divino se torna um pouco mais compreensível. Ao entender mais um pouco, você exclama: “Agora entendo!”

Então, você tem as forças para enfrentar o novo desafio da vida.

Está me ouvindo?

Eu me perguntava: “Por que foi que Deus tinha de criar um vocabulário sobrenatural deste jeito?”

Sabe o que foi que Deus me mostrou?

“Não há nenhuma língua criada por homens que tenha um vocabulário que exprima tudo aquilo que EU SOU para a humanidade através da cruz. Tive de dar-lhes uma língua que podia conter todo este mistério”.

No livro de Romanos, lemos que “todas as coisas contri­buem juntamente para o bem daqueles que...”

Para quem?

“Para aqueles que são chamados conform e Seu Decreto”, conforme o propósito de Deus.

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O propósito é o Plano de Deus. O Plano é para aquele que ANDA NO ESPÍRITO e não na carne. Um Plano para aquele que intercede e conduz toda a sua vida conforme AQUELE PROPÓSITO. Para ele, tudo contribui conjuntamente para o bem.

Entretanto, ele diz: se andar conforme os desejos da carne, isto o matará.

E impressionante como Deus conduz tudo isso.

Um dia, eu voltei para casa e minha esposa estava fazendo um bolo.

Entrei e perguntei: “O que você está fazendo?”

Ela respondeu: “Estou preparando um bolo”.

Eu retruquei: “Isso não parece um bolo”.

Coloquei o dedo na mistura e exclamei: “Ih! Isso não é bolo”.

Ao lado da mistura, na mesa, havia uma porção de outras coisas.

Nada daquilo me parecia bolo.

Ela disse: “Vá embora e volte daqui a uma hora.”

Fui-me embora.

Voltei mais tarde e ela me deu um pedaço do bolo.

“Agora, sim, é isso que é bolo!”, exclamei.

Veja, é justamente assim com Deus.

O diabo pode enviar tudo contra você e contra os propósitos que Deus tem para sua vida, mas na medida em que você orar Deus entrará no meio e misturará tudo.

Depois que Ele prepara tudo direitinho, então...

Andondo no E/pírito 73

Já descobrimos que orando no Espírito Santo estamos orando o Plano de Deus em nossas vidas, ou seja, Seu propósito todo especial para cada um.

Observe novamente Romanos 12:1:

“Rogo-vos, pois, (rogo-vos baseado no que já lhes expliquei) pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.

E observe ainda isso:

“e não vos conform eis com este m undo, mas transformai-vos...”

Como? Como mc transformar?

Não pensando sobre as coisas da carne, mas, pela renovação de minha mente, aprovando qual a boa, agradável e finalmente perfeita vontade de Deus para minha própria vida.

Quantos de nós receberiamos de bom grado um conselho de Paulo?

E justamente isso que representa o versículo 3, um bom conselho.

Paulo ensinou como descobrir a Vontade de Deus para sua vida até este versículo 3.

Dessa altura em diante, Paulo conversa conosco como a pessoa que já descobriu qual é a Vontade de Deus para sua própria vida.

Eis o conselho: “Porque p e la graça que m e fo i d ad a ...”

O que Paulo pretende dizer, seja o que for, é baseado na graça que lhe foi dada.

Será que você sabe o que é GRAÇA?

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O significado básico de graça é favor não merecido, não recebido em troca de algo.

Toda vez que você imaginar que merece algo, então, isso está fora dos parâmetros da graça; você está no campo das obras.

Paulo está dizendo: “Ouça-me, vou lhe dizer algo pelo favor não merecido que mc foi dado”.

Bem, neste caso, quero saber que conselho ele quer me dar, principalmente por ser recebido através da G R A Ç A .

Antes de qualquer coisa, porém, vamos pensar nessa graça.

Que graça é essa?

Observe um pouco mais adiante, neste mesmo capítulo 12 de Romanos. O versículo 6 diz: “Tendo porém diferentes dons segundo a GRAÇA...”

O que será que faz o dom que eu recebi diferente do dom que você recebeu?

O que será que faz de seu pastor um “Pastor”?

O que me faz um “Evangelista”?

Quem me escolheu para fazer isso que faço?

Quando Paulo afirma que falaria “segundo a graça que lhe foi dada”, ele se refere ao seu dom de “Apóstolo”.

Ele diz, efetivamente: “Veja, todos nós temos dons diferen­tes, mas isso não é por nossa vontade própria, nem por nossa escolha”.

Você NÃO mereceu NADA!

Deus o separou para fazer determinado trabalho, desem­penhar determinada função no .Corpo de Cristo.

Isso não foi escolha sua!

Andando no E/pírito 76

Foi da graça dEld

Na verdade, Paulo diz: “Sou apóstolo pela graça de Deus, instituído por Ele, assim convém você me ouvir...”

E ele condnua: “... segundo a graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um”.

Por que nào devo pensar de mim mesmo alcm do que convém?

Porque nào fui eu que escolhi o que devo ser.

Vocc não optou por ser o que você é.

Está vendo o que acontece com muitos pregadores quando chegam ao púlpito?

Foi contra isso que Paulo os advertiu.

Muitos pensam que são alguém muito especial. Não falam isso, mas no íntimo é assim que pensam.

Meu amado, não podemos nos gloriar de forma alguma!

Não fomos nós que nos colocamos nesse lugar.

Paulo disse: “Pense com moderação”.

Devemos pensar com moderação, conforme a “medida da fé que Deus repartiu a cada um”.

Agora, veja, se eu tenho de pensar com moderação conforme a medida da fé que Deus repartiu, então convém que eu entenda o que vem a ser essa “medida de fé”, uma vez que é evidente que a maioria de nós não sabe o que é “medida da fé”.

Perguntei a alguns pastores sobre isso e eles me responderam: “Irmão, realmente não temos certeza, mas é evidente que é uma

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medida D A medida”.

Bem, que importa se nem uma e nem outra funciona!

Assim, perguntei a Deus: “O que vem a ser medida? Por que a chamou de medida?”

E só então comecei a entender.

Será que você sabe que “medida” significa parcela de um inteiro?

Observe: quatro “medidas”, cada uma representando uma quarta parte formam um inteiro.

Assim, entendemos que “medida da fé” significa parte, parcela da fé.

Alguns dias atrás, levantei-me, no meu quarto de hotel, e logo meu pé direito começou a reclamar contra minha mão direita.

O pé disse: “Estou contra a mão”.

Eu perguntei: “Alto lá, pé! O que há com você?”

O pé disse: “Veja, só a mão aperta a mão dos outros, dá as boas-vindas às pessoas. As pessoas tratam as unhas da mão com todo cuidado. A mão é símbolo de bem-estar e status de vida. Mas o que você faz comigo? Você me olha por 30 segundos por dia e logo me enfia dentro de uma meia. A seguir, você me enfia no sapato para o resto do dia c me esquece. Estou cansado disso tudo. Também estou cansado de suportar todo o peso desse ministério”.

Mais ou menos naquele momento o ouvido começou a reclamar.

Eu perguntei: “O que há com você, ouvido?”

O ouvido disse: “Tenho queixas contra o olho. Por que.ele é

Andando no E/pírito 7 /

tão bonito assim?”

“Como assim?”, perguntei.

“Veja, o olho tem o privilégio de ver os outros. O olho tem ate sua própria linguagem. Mas o que é que você faz comigo? Primeiro você me perfura e pendura pesos em mim”.

Mas o ouvido não conseguiu concluir, pois o nariz gritou: “Olhe lá, vocês! Se vocês dois não ficarem quietos eu vou contar algo muito interessante”.

Agora, procure você decidir qual dentre esses membros você poderia dispensar; procure decidir qual seria dispensável para sua vida.

E impossível darmos menos importância a qualquer membro do nosso corpo, pois todos são nosso corpo. Mas pense bem, será que se gasta menos energia para fazer funcionar o pé? Ou será que se precisa de menos energia para fazer funcionar o olho ou o ouvido?

A razão por que Paulo nos diz que Deus deu a cada um. “segundo a medida da fé” foi que a medida que você recebeu é para que você possa “funcionar” na graça em que foi chamado.

E por isso que Paulo fala em “medida”.

Porém, quando todas essas medidas estão funcionando em harmonia, elas contribuem para o todo que é o Corpo de Cristo.

No primeiro ano do meu ministério, eu tinha o péssimo costume de procurar fazer com que todos fossem pregadores.

“Será que você não sente a vontade de pregar?”

“Não sinto, não, senhor”.

“Tem certeza de que você não sente vontade de pregar?”

“Tenho”.

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“Mas eu sinto. Certamente você é meio desviado. Eu sinto vontade de pregar quando acordo c sinto vontade dc pregar quando deito”.

“Será que você não sente isso?”

“Absolutamente, não”.

“Bem, toda vez que falta um centavo na contabilidade da igreja eu passo a procurá-lo o dia todo. Quando eu descubro o erro, lanço as mãos para o ar e grito: Graças a Deus! Isso não o entusiasma?”

“Não”.

“Você realmcnte c muito esquisito!”

O fato é que não são esquisitos, simplesmente não receberam a “medida dc fé” necessária para cumprir a MINHA obrigação, o meu ministério (função) no Corpo de Cristo.

E por isso que não fazem o que eu faço. E eu não posso condená-los.

Deus deu a cada um a “medida de fé” necessária para fazer e para cumprir o que recebeu para fazer no Corpo dc Cristo.

Portanto, deixe os outros em paz.

Deixe-me lhe apresentar mais uma analogia.

Vamos imaginar, por um momento, que acabo de concluir (realizar) o “ofício” da minha vida.

Suponhamos que eu tivesse sido chamado para ser missio­nário na índia. Imagine que eu não apenas me interessasse pela índia, mas que eu fosse aquele tipo de missionário capaz de fazer uma nação inteira se ajoelhar perante Cristo. Vamos imaginar que eu pedisse a Deus paraine dar um bilhão dc dólares e então conseguisse colocar um satélite para cvangelizaçào nos

Andando no E/pírito 79

céus da índia e uma estação receptora em cada aldeia. Suponhamos ainda que eu faça aquilo funcionar pregando o Evangelho 24 horas por dia até que se convertam 800 milhões de indianos.

Então, finalmente chega o dia da prestação de contas perante Deus, para que eu receba meu galardão por tudo o que fiz no Corpo aqui.

Jesus se dirige a mim e diz: “Roberson, arrume-se com roupas de gala, pois chegou o dia do coroamento”.

A expectativa me consome; é difícil aguardar o galardão.

Realmente, eu cumpri a perfeita vontade de Deus e estou ansioso demais.

Chego perto de Jesus e falo com ele: “Todos aqueles milhões de indianos ali, no alto, será que são só MEUS?”

Ele responde: “Sim, são eles, mas não se entusiasme tanto”.

Repentinamente, abre-se uma porta ao lado do grande auditório onde nós estamos e entram três anjos. Cada um tem 3 metros de altura.

A coroa é de ouro maciço, cheia de jóias. E impossível imaginar como é linda. Os três anjos estão magnificamente vestidos.

Parece que vamos receber a coroa na presença de todos os santos. Então, os três anjos vêm e se colocam pertinho de mim. Dou uma espiada naquela coroa e digo a Jesus: “Senhor, por favor, venha cá um instante; eu te peço que me dê graça para sustentar tão grande coroa”.

Então, a porta lateral se abre novamente e Jesus conduz uma senhora para dentro do auditório. Jesus a coloca ao meu lado. Pergunto: “Senhora você é de qual geração? Século X II ou XIII?

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A senhora é de qual época?”

Ela respondeu: “A mesma que a sua”.

“Então, como é que eu não a conheci?”

Não consegui a resposta, pois a porta se abriu novamcnte.

Eu perguntei à senhora: “Será que aquela é a Sl JA entoa?”

“Foi isso que Jesus me falou”, ela respondeu.

“Mas é igual a minha! O que foi que a senhora fr/r' < ianhou os Estados Unidos para Jesus? Israel? Onde a scnhoia eslava? Nunca ouvi falar da senhora!”

Ela respondeu: “Eu era membro da sua Igreja. Kobcrson”.

Exclamei, espantado: “O que a senhora e s i a m< dizendo?”

“Sim”, ela afirmou, “fui responsável pela ala esquerda da igreja!”

“Mas o que a senhora fazia?”

“Eu limpava tudo, arrumava as eadrii.r. pata que vocc pudesse ter bons cultos”.

“Mas... mas...”, titubeei: “E aquela corna e SU A?"

“Sim, é”.

Eu não agüentei: “Jesus, eu preciso registrai uma queixa”.

Jesus veio, colocou a mão no meu ombro com ioda compai­xão e disse: “Roberson, Roberson, você não deve pensar de si mais do que convém, pois você não mereceu o ministério que você teve. Eu o separei para isso, segundo a minha ( »KAÇA. Eu lhe dei a “medida de fé” que era necessária para você ir ganhar a índia. Realmente, eu não esperava nada menos de você. Ambos os dons que você tem vieram de mim. Da mesma forma que dei um trabalho para aquela senhora c lhe dei a “medida de

Andondo no E/pírito n i

fé” necessária. Ela cumpriu tudo perfeitamente, da mesma forma que vocc. O galardão de ambos c o mesmo pois ambos receberam tudo de mim”.

Convém vocc procurar saber qual a vontade de Deus para a sua vida e, toda vez que você orar no Espírito Santo, toda vez que o diabo conseguir parar o seu avanço espiritual, lembre-se de que você tem um grande Advogado, o Espírito Consolador, que foi envidado do Céu para guiá-lo à toda Verdade.

Ele estava com Deus no planejamento da Redenção.

Ele sabe perfeitamente onde você se encaixa naquele plano.

Ele conhece o seu chamado c sabe as coisas muito mais do que você; quanto mais você exercer o Plano do Espírito Santo, tanto mais sua mente ficará transformada para entender a Palavra dEle, como também para entender qual é o Plano dEle para a sua vida.

Isto é a mordficação verdadeira através do Espírito Santo.

Para maiores informações sobre o Pr. Dave Roberson, seus ensinos, ou suas conferências no Brasil, entre em contato

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Em ANDANDO NO ESPÍRITO, Dave Roberson mostra como ele mesmo começou esta nova vida em Deus. Em linguagem simples e, às vezes engraçada, que reflete sua personalidade honesta e humilde, o autor conta como Deus o tirou de uma vida formal, presa a regras e normas religiosas tão características de muitas igrejas nos dias de hoje, e o levou para uma vida espiritual onde cada dia é um caminhar espontâneo de liberdade no Espirito Santo.

Este livro é um desafio e um convite para a prática de uma vida real em Deus com bases firmes na doutrina do Novo Testamento. Obrigação, NÃO!Realidade interior, SIM!

MINISTÉRIO DAVE ROBERSON www.andandonoespirito.org.br