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Proposta de Projeto Estradas com arauc arauc á á rias rias

ANEXO 03 ProjAraucariaEstradas - meioambiente.pr.gov.br · construção. A reconstituição da vegetação nativa ao longo de uma malha viária de um município pode acarretar na

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Proposta de Projeto

Est r adas

com

arau ca rau cáár iasr ias

3

ÍNDICE

1. Introdução.........................................................................................3

2. O Projeto “Estradas com Araucárias”...............................................8

3. Objetivos...........................................................................................9

3.1 .Objetivo geral........................................................................9

3.2 Objetivos específicos.............................................................9

4. Justificativa......................................................................................10

5. Abrangência do projeto....................................................................11

6. Ações de execução.........................................................................14

7 Estímulo à adesão de produtores rurais.........................................14.

8 Interação do projeto “Estradas com Araucárias” com.......... ........14

o projeto “Caminhadas na Natureza – Paraná”

8.1. Detalhes do Projeto Caminhadas na Natureza...................14

8.2. Transversalidade entre os Projetos “Caminhadas..............16.

na Natureza” e “Estradas com Araucária”

9. Captação de recursos na execução (Venda de serviços ambientais).17

9.1 .Créditos de Carbono..........................................................17.

9.2. Inserção do projeto no processo de neutralização dos......19

GEE pela Copa do Mundo de 2014

9.3. Leilão de paisagens............................................................21

10. Estrutura necessária......................................................................22

11. Fonte de recursos (Financiamento do projeto)..............................22.

12. Orçamento 2010 a 2014.................................. ..............................22

12.1. Patrocinadores....................................................................22

12.2. Venda de serviços ambientais............................................22.

12.3. Contrapartida de cada Municípios......................................22

12.4. Contrapartida do Proprietário Rural....................................22

12.5. Contrapartida de Instituições Federais e Estaduais...........23

13. Potenciais parcerias para o desenvolvimento do projeto..............23

14. Coordenação Geral no Estado do Paraná.....................................23

4

PLANTIO DE ARAUCÁRIA EM DIVISAS ENTRE PROPRIEDADES E ESTRADAS

1. Introdução

Uma estrada de rodagem pode causar um grande número de

impactos ambientais, com repercussões diretas nos meios físico e

biótico de sua área de influência. Em muitos segmentos rodoviários,

as características ambientais originais da região de entorno

apresentam-se bastante descaracterizadas, devido a ações

decorrentes do antropismo, inclusive com a introdução de espécimes

vegetais exóticos. Neste contexto, a arborização e o projeto

paisagístico têm muito a contribuir tanto na recuperação de paisagens

degradadas e, portanto, servindo de medida compensatória à

supressão de vegetação, quanto na preservação de um patrimônio

paisagístico da faixa de domínio e das áreas lindeiras (BRASIL,

2005).

O DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes)

apresenta em BRASIL (2005) instruções de proteção ambiental

destas áreas, pela reconstrução de corredores ecológicos,

considerando a arborização e o tratamento paisagístico por diferentes

aspectos, incluindo o funcional e estrutural, procurando integração

ambiental e ecológica da rodovia nos ecossistemas em que ela se

insere. As instruções indicam o tratamento paisagístico e ambiental

das faixas de domínio e lindeiras das rodovias federais mediante a

implantação de arborização adequada, de forma a harmonizar o

5 campo visual e colaborar para que a rodovia se integre na paisagem e

transmita conforto e segurança aos usuários. Este tratamento, em

termos específicos visa:

a) Auxiliar na manutenção e no enriquecimento da cobertura vegetal

ao longo da faixa de domínio, recompondo, na medida do possível,

pequenas amostras de vegetação nativa;

b) Promover a recomposição das formações ciliares na faixa de

domínio, reconstituindo corredores, ecológicos existentes e

oferecendo proteção adicional contra o assoreamento e condições

propícias à fauna aquática e terrestre;

c) Contribuir com a segurança rodoviária utilizando o potencial da

vegetação como sinalização viva, como barreira vegetativa na

segurança rodoviária, pois o plantio de módulos de arbustos serve

para redução da velocidade dos veículos, que por acidente rodoviário

saem da pista em direção a parte livre da faixa de domínio;

d) Como medida compensatória da perda do patrimônio biótico das

áreas de uso do canteiro de obras, devido ao desmatamento

necessário em obras rodoviárias;

e) Como barreira vegetativa na redução do escoamento da drenagem

superficial de proteção da estrada;

Na região de ocorrência natural da araucáuria (Araucaria angustifolia

(Bert.) O. Kuntze), as áreas lindeiras a diversas estradas têm

exemplares desta espécie, promovendo grande beleza cênica

(Figuras 1 a 5).

Brasil. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenação Geral de Estudos e Pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Instruções de proteção ambiental das faixas de domínio e lindeiras das rodovias federais. 2. ed. Rio de Janeiro, 2005. 161p. (IPR. Publ., 713). 1. Rodovias - Projetos - Manuais. I. Série. II. Título. 2005

6

Figura 1. Araucárias em divisa da Embrapa Florestas com BR 476.

7

Figura 2. Araucárias em acesso de propriedade com pastagem degradada (BR 476,

Colombo, PR).

8 Figura 3. Araucárias com 20 anos de idade em via interna da Embrapa Florestas.

Figura 4a. Araucárias na BR 116 no Estado de Santa Catarina.

9

Figura 4b. Araucárias na BR 116 no Estado de Santa Catarina.

Figura 5. Estrada rural na Serra Gaúcha, Rio Grande do Sul.

Fonte: http://www.flickr.com

10

2. Projeto Estradas com Araucárias

O projeto busca reflorestar com araucária (Araucaria angustifolia

(Bert.) O. Kuntze) divisas entre propriedades rurais e faixas de

domínio de estradas (federais, estaduais, municipais e particulares).

Este reflorestamento aumentará a população de araucária,

melhorando e valorizando a paisagem, estimulando o turismo rural,

auxiliando a reabilitação de ecossistemas, além de produzir pinhão

para consumo humano e da fauna.

Conservação da biodiversidade, proteção de solos, beleza cênica

regulação das funções hídricas, produção de oxigênio e seqüestro de

carbono são alguns dos serviços ambientais que podem ser

prestados pelas araucárias. Mesmo assim, há muitos anos tem sido

insignificante a quantidade de árvores que é plantada com esta

espécie, que consta na lista do IBAMA de espécies ameaçadas de

extinção.

Visando contribuir para a mudança desta realidade, a Embrapa

Florestas, Emater, IAP, SEMA, SEAB, UFPR, e outros parceiros

diretamente relacionados com questões ambientais, com a

coordenação do IAP no Paraná, UDESC e FATMA em SC e SEMA no

RS, apresentam proposta para a realização de um trabalho de

estímulo ao plantio de araucárias em divisas entre propriedades e

estradas. Trata-se do projeto “Estradas com Araucárias”.

Espécie símbolo de muitas cidades e mais querida pela população do

sul do Brasil, a araucária, além de produzir pinhões, é de extrema

beleza ornamental. Plantada ao lado de estradas elas constituirão

corredores verdes, agregando valor paisagístico e ecológico às

estradas.

3. Objetivos

3.1. Objetivo geral

11Reflorestar com araucária divisas de propriedades rurais lindeiras às

faixas de domínio de estradas dos Estados do Paraná, Santa Catarina

e Rio Grande do Sul.

3.2. Objetivos específicos

• Aumentar a população de araucária

• Estimular o paisagismo e turismo rural

• Auxiliar a reabilitação de ecossistemas por meio do plantio de

araucárias

• Contribuir, por meio da captura de Gases de Efeito Estufa, com as

demandas da Lei No 12.187 que, instituiu a Política Nacional sobre

Mudança do Clima.

• Promover ações de educação ambiental

• Produzir pinhão para consumo humano e da fauna

• Estabelecer bancos de germoplasma de araucária

• Formar populações para seleção de genótipos para programas de

melhoramento genético.

4. Justificativa

A construção de rodovias gera uma série de impactos no seu entorno.

O estabelecimento de rodovias implica a existência de áreas de

domínio, cujo uso é regulamentado, permitindo o plantio de espécies

arbóreas como forma de compensação ambiental pelos impactos da

construção. A reconstituição da vegetação nativa ao longo de uma

malha viária de um município pode acarretar na constituição de

“corredores verdes”, agregando valor paisagístico e ecológico às

estradas (Figura 6). Regiões onde o turismo rural já é uma atividade

econômica estabelecida podem ser ainda mais valorizadas pelo

paisagismo em áreas lindeiras às estradas.

12

Figura 6. Modelo com fileira simples de araucária

A araucária, espécie símbolo de muitas cidades do Paraná, é uma

espécie totalmente adequada a este papel, pois além de ser

conhecida pela produção de pinhões, apresenta um componente

ornamental único devido à sua forma e dimensões.

Um projeto contemplando o plantio de araucárias em divisas de

propriedades terá impacto direto nos seguintes itens:

• Paisagismo e turismo rural

• Educação ambiental

• Formação e conservação de banco de germoplasma

13• Produção de pinhão para consumo humano e da fauna

• Restauração ambiental

• Serviços ambientais, destacando-se captura de GEE.

5. Abrangência do projeto

O projeto deverá abranger toda a área de ocorrência natural da

araucária na Região Sul do Brasil (Figura 6).

Figura 6. A coloração verde-escura mostra área de ocorrência natural da Araucária angustifólia.

O Circuito Italiano de Turismo Rural, no Município de Colombo e o

Município da Lapa serão os primeiros locais a receber o projeto

(Figura 7). Depois o trabalho será ampliado para outros municípios do

Paraná. A Serra Catarinense e Serra Gaúcha são fortes pólos de

Turismo Rural, onde o projeto também deverá ser implantado (Figura

8).

14

Figura 7. Circuito Italiano de Turismo Rural de Colombo, PR.

15

Figura 8. Serras Catarinense e Gaúcha: Turismo Rural e tradição da araucária

166. Ações de execução

• Estabelecer parcerias com escolas, associações, empresas,

cooperativas, prefeituras e órgãos estaduais,

• Identificar as matrizes de araucária para coleta de sementes,

• Coletar sementes e produzir em viveiro, mudas de araucária,

• Elaborar instruções de plantio e de monitoramento do crescimento,

• Contatar pessoalmente os produtores rurais, estimulando-os a participar

do projeto,

• Desenvolver atividade de educação ambiental associada ao plantio de

araucária e recuperação paisagística de estradas.

7. Estímulo à adesão de produtores rurais

• Sorteio de prêmios aos participantes (TV, computador, forno micro-

ondas, etc)

• Entrega de certificados e medalhas

8. Interação do projeto “Estradas com Araucárias” com o projeto “Caminhadas na Natureza – Paraná”

8.1. Detalhes do Projeto Caminhadas na Natureza

O Projeto CAMINHADAS NA NATUREZA (Figura 9) é uma proposta

para estimular e promover o desenvolvimento territorial sustentável

atuando dentro dos conceitos adotados pela política da Secretaria

Estadual da Agricultura e Abastecimento-PR. Internacionalmente

conhecido como “Esportes Populares”, a idéia nasceu na França após

a Segunda Guerra Mundial com o objetivo de estimular as atividades

comerciais no interior das províncias, na periferia das cidades

grandes, destruídas pela guerra. Com o crescimento da atividade

turística, tais atividades começaram a ser utilizadas como fator de

integração entre as populações regionais em função dos diversos

17atrativos de uma determinada área geográfica. É denominada “popular”

porque pode ser praticada por todos (segmentos econômicos, faixas

etárias, classes sociais, pessoas com necessidades especiais e em

grupos ou individualmente), o que fortalece o processo de inclusão

social no pós-guerra. Hoje, as Caminhadas são praticadas em 39

países, abrangendo 16 milhões de caminhantes no mundo, mas

sempre organizadas localmente em circuitos, regionalmente em

federações, nacionalmente em confederações e com a normalização

internacional do Internacionaler Volksporter Verbunder – Federação

Internacional dos Esportes Populares – IVV, com sede na França. No

Brasil, a atividade é praticada desde 2000, sendo que em 2006

fundou-se, no estado do Rio de Janeiro, a ANDA BRASIL,

Confederação Brasileira de Esportes Populares, Caminhadas na

Natureza e Inclusão social. Atualmente possui mais de 180 circuitos

cadastrados em todo o Brasil, sendo que o estado do Paraná possui

20 circuitos cadastrados, frutos da Oficina Estadual das Caminhadas

na Natureza, realizada em 2007 pela SEAB em parceria com o

Ministério do Desenvolvimento Agrário-MDA. Considerando o

potencial das atividades de Turismo Rural e as diretrizes para o

desenvolvimento no Programa Estadual de Turismo Rural, as

Caminhadas na Natureza podem se transformar no fator diferencial

competitivo do Turismo Rural na Agricultura Familiar, pois possibilita:

• Ampliar a cultura do associativismo no ambiente rural;

• Manter o caráter complementar dos produtos e serviços do Turismo Rural em relação às demais atividades tipicamente agrícolas;

• Dar qualidade ao produto turístico;

• Diversificar a oferta turística;

• Estruturar os destinos turísticos;

• Ampliar e qualificar o mercado de trabalho;

• Aumentar a inserção competitiva do produto turístico no mercado nacional e internacional;

• Aumentar a taxa de permanência e gasto médio do turista.

Fonte:http://www.seab.pr.gov.br/arquivos/File/deagro/caminhadasPR_projeto.pdf, acessado em 20/08/2010

18

8.2. Transversalidade entre os Projetos “Caminhadas na N atureza” e “Estradas com Araucária”

Muitas ações do Projeto “Caminhadas na Natureza” possuem

transversalidade com o projeto “Estradas com Araucárias”, em especial às

ligadas à educação ambiental. Nestas ações serão fortalecidos elementos

ligados à “Araucária”, sua história, importância ecológica e

potencialidades econômicas com serviços ambientais. Entre as ações

previstas para os Caminhantes destacam-se:

• Envolver os proprietários de empreendimentos comerciais

dos circuitos no projeto.

• Atuação de Grupos de Educação Ambiental nos pontos de

saída e chegada

• Plantio de mudas de araucária.pelos caminhantes (com

georeferenciamento, registro e “adoção” da árvore plantada)

• Breves paradas em trechos do trajeto com araucárias

plantadas

• Contatos com proprietários

• Estimulo à participação e divulgação do projeto

19Figura 9. Caminhadas na Natureza no Paraná (Etapa Ivaiporã, ago/2010)

9. Captação de recursos na execução (venda de servi ços

ambientais):

9.1. Neutralização de Carbono:

As árvores, durante seu crescimento, absorvem o dióxido de carbono

(CO2) da atmosfera através da fotossíntese e o fixam na matéria

orgânica. A neutralização é um mecanismo voluntário de

compensação de emissões de gases de efeito estufa de empresas ou

indivíduos através de plantios de árvores ou restauros florestais.

O plantio de araucárias é estratégico e traz vários benefícios. Além de

recuperar uma espécie ameaçada de extinção, traz o benefício direto

do seqüestro de CO2 através da retirada de dióxido de carbono da

atmosfera e a conversão do mesmo em biomassa florestal. Há ainda

muitos benefícios indiretos como a melhoria do ciclo hidrológico, o

embelezamento cênico, a melhoria do micro clima, e o aumento da

biodiversidade. Há ainda um benefício indireto, e talvez o mais

importante, é a educação ambiental. A mudança de comportamento

em relação ao meio ambiente representa a única maneira possível de

revertermos sua degradação e, no processo de neutralização, a

mudança de comportamento se faz presente em todas as etapas.

Cada vez mais, mais empresas estão percebendo que o cuidado

ambiental constitui um forte componente de competitividade de seus

serviços e produtos. Assim, as empresas ambientalmente mais pró

ativas estão incorporando o pagamento do serviço ambiental nas

ações da empresa para atender um público consumidor cada vez

mais consciente e exigente. Os pagamentos pelo serviço do carbono

podem constituir uma fonte significativa de recursos para custear as

atividades do presente projeto, bem como para estimular a

participação dos produtores proprietários.

O ponto de partida para a neutralização é a elaboração de um

inventário de emissões da empresa. Nesse inventário são

20caracterizadas as emissões de GEE da empresa, instituição ou do

evento em análise. A elaboração do inventário é conduzida por

normas internacionais, sendo o GHG Protocol1 a mais utilizada.

Durante a elaboração do inventário, todas as fontes de emissão de

GEE são identificadas e quantificadas. Essa etapa é o ponto de

partida para a adoção de medidas conhecidas como os 3Rs: Redução

de consumo, Reutilização e Reciclagem de materiais. Desta forma, o

objetivo principal da neutralização deve ser a identificação

possibilidades para tornar o sistema em análise cada vez mais

ambientalmente eficiente e economicamente viável. A neutralização é

apenas uma compensação provisória do que já foi emitido.

A partir do inventário e da adoção das medidas dos 3Rs, a quantidade

de CO2 que será neutralizada é definida. Utilizando metodologias

aprovadas pela UNFCCC, sigla em inglês para Convenção-Quadro

das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, é determinada então a

quantidade de árvores necessárias para, durante o seu crescimento,

absorver o CO2 a ser neutralizado. A estimativa de absorção de

carbono da atmosfera pelo crescimento das árvores é feita a partir da

determinação do estoque de carbono potencial da espécie de árvore

ou tipo de floresta que será restaurada. Cada espécie de árvore e tipo

de floresta possui quantidades diferentes de carbono por indivíduo e

por hectare, que é proporcional à quantidade e tamanho de suas

árvores.

Uma vez determinada a quantidade de árvores adultas para a

compensação das emissões, inicia-se a fase de implantação ou

simplesmente compra-se o carbono contido no número de árvores já

plantadas e pegas para a neutralização. As árvores serão vendidas

para uma e única determinada empresa ou evento.

O pagamento do serviço do carbono pode se dar pela quantidade de

carbono seqüestrado ao preço de mercado do dióxido de carbono no

momento da compra. O Projeto deve-se entregar um certificado de

1 Esta norma é fruto de uma parceria entre empresas, ONG’s e governos de diversos países e foi estabelecido

pelo World Resources Institute (WRI), com o objetivo de desenvolver um padrão internacionalmente aceito de contabilização de emissões de GEE e promover sua ampla adoção.

21neutralização de carbono com as especificações da quantidade de

carbono vendido, da quantidade de araucárias plantadas e do local do

plantio georreferenciado.

É importante ressaltar que, pelo fato das árvores serem implantadas

nas divisas das propriedades com as estradas, para efeito de

demarcação, embelezamento e conservação, é esperado que as

mesmas permaneçam por longo tempo indeterminado. Entretanto, é

previsto e facultado ao proprietário o desbaste ou a retirada de

algumas árvores para manejo. Porém, em caso de corte de árvores,

cujo carbono já tenha sido vendido é necessário que o projeto

monitore rigorosamente e reponha o carbono com o plantio de outras

árvores a fim de manter o estoque de carbono já vendido.

9.2. Inserção do projeto no processo de

neutralização dos GEE pela Copa do Mundo de 2014

A Copa no Brasil deverá movimentar R$ 142,39 bilhões adicionais no

período 2010-2014, gerando 3,63 milhões de empregos por ano e R$

63,48 bilhões de renda para a população, com efeitos multiplicadores

em toda a economia. Este valores indicam a possibilidade de

implicações em impactos ambientais fortíssimos. Medidas preventivas

devem ser adotadas, como as do Ministério do Planejamento que

regulamentou a utilização de critérios sustentáveis na aquisição de

bens e na contratação de obras e serviços pelos órgãos do governo

federal. As regras que abrangem os processos de extração ou

fabricação, utilização e o descarte de produtos e matérias-primas

constam da Instrução Normativa Nº1 publicada no Diário Oficial da

União. As obras públicas - incluindo toda a infraestrutura para a Copa

de 2014 - serão elaboradas visando a economia da manutenção e

operacionalização da edificação, a redução do consumo de energia e

água, bem como a utilização de tecnologias e materiais que reduzam

o impacto ambiental. (Fonte: http://www.copa2014.org.br, acessado

em 11/08/2010)

A "pegada" de carbono estimada para a Copa de 2014 é 2,75 milhões

de toneladas de CO2 equivalente, sendo 67,4% devido a transporte

22(internacional, entre e dentro das cidades) e uso adicional de energia,

energia gasta nas acomodações e construção de estádios.

Considerando que duas das doze cidades-sede são da Região Sul

(Curitiba e Porto Alegre), esta Região poderiam neutralizar uma

quantidade muito significativa dos GEE por meio da Implantação do

“Projeto Estradas com Araucárias”. Caso exista a possibilidade de

liberação de recursos para esta finalidade, instituições envolvidas com

os programas de controle de emissão de GEE nos três estados da

Região Sul apresentarão um projeto de MDL, com detalhes

metodológicos e cálculos da captura de carbono que estas araucárias

permitirão.

Considerando-se que as duas sedes da Região Sul seriam

responsáveis por 16,7 % do total das emissões (458 mil ton. de CO2

eq.), tomando-se por base os resultados apresentados na Figura 9,

para compensar este total de carbono em 15 anos, seriam

necessárias 985 mil araucárias. Para compensar em 20 anos seriam

necessárias 655 mil araucárias e em 25 anos 520 mil araucárias.

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Idade (anos)

CO

2 eq

.

Espaçam. 8m.

Espaçam. 4m.

23Figura 9. Carbono (CO2 equivalente) estocado em média por araucária plantada em

linha isolada, espaçamentos de 8m e 4m, em condições adequadas, conforme

software SisAraucária.

9.3. Leilão de paisagens:

As paisagens constituídas por margens que deverão ser arborizadas serão

ofertadas a compradores (pessoas físicas e jurídicas) tendo um preço

mínimo a partir do qual serão feitos lances. Cada trecho de estrada, estrada

inteira, conjunto delas, ou mesmo regiões com vários segmentos de

estradas serão ofertados separadamente..

Os leilões poderão ser “Fechados”, ou seja, os lances serão apresentados

simultaneamente ao leiloeiro em envelopes fechados. Vence o melhor lance,

a partir do preço de reserva.

Os valores básicos das paisagens levarão em conta os custos de

implantação e manutenção das árvores e valor de marketing do local. É

recomendável que sejam agrupadas estradas de maior visibilidade de

marketing com outras de pouca expressão, com poucas chances de serem

arrematadas, mas não menos importantes ambientalmente.

Placas com destaques como “Esta estrada está arborizada com araucárias

com o patrocínio da Empresa X” poderão ser apresentadas nos locais.

Parte do valor recebido será utilizado para custear as atividades do projeto

e parte será pago aos proprietários em dinheiro pela contribuição com o

plantio e manutenção das araucárias em suas propriedades. Este

pagamento é conhecido como Pagamento de Serviço Ambiental – PSA2, e é

cada vez mais utilizado para incentivar práticas que contribuem para a

conservação e conscientização ambiental . Além do incentivo em dinheiro,

quando os serviços são vendidos, os proprietários percebem retornos

diretos oferecidos pelas próprias araucárias, como produção de pinhões e

valorização da propriedade pelo embelezamento da paisagem. Aplicação

dos recursos:

• Custear a implantação de araucárias já realizadas;

• Implantação de novas áreas em locais de acesso restrito.

2 Os serviços ambientais oferecidos pelas árvores (florestas) são múltiplos, sendo as mais conhecidos: serviço da melhoria do ciclo hidrológico, serviço do carbono, serviço da beleza cênica, serviço da biodiversidade, e serviço da melhoria do micro clima e da qualidade do ar.

24• Custeio da produção de materiais temáticos (impressos, chaveiros,

adesivos, camisetas, banners etc) ligados ao projeto

• Pagamento de custos fixos do projeto (contratação de técnicos, manutenção

de veículos, etc)

• Subsídios à deslocamentos de proprietários para dias de campo.

10. Estrutura necessária

• Viveiros

• Insumos e material de consumo

• Veículos para deslocamento de equipes de campo e

transporte de mudas

• Equipes de campo com bolsistas para coleta de sementes, GPS,

contato com produtores e assistência nos plantios

11. Fonte de recursos (Pessoas Jurídicas) para a e strutura básica do

Item 10

• Grandes Empresas

• Fundações

• DNIT e DER

• Concessionárias de pedágio

12. Orçamento 2010 a 2014

12.1. Patrocinadores (sem exclusividades): R$ 10 milhões

• Custeio com pessoal, bolsas para estagiários, combustível,

mudas, insumos, material de instrução e divulgação.

12.2. Venda de serviços ambientais : R$ 20 milhões

12.3. Contrapartida de cada Municípios:

• Técnico com formação em ciências agrárias e turismo

• Veículo para deslocamento de equipe de campo e transporte de

mudas

25• Base física para apoio e controle operacional, com telefone e

computador.

12.4. Contrapartida do Proprietário Rural

• Mão-de-obra para implantação e manutenção das mudas.

• Efetivo cuidado com cada araucária em sua propriedade.

12.5. Contrapartida de Instituições Federais e Esta duais

• Setenta técnicos com 30% de tempo de dedicação

• Veículos para deslocamento do pessoal envolvido

• Estrutura física para treinamentos e suporte

• Treinamento de técnicos para dar assistência no plantio das

mudas e manutenção das árvores.

13. Potenciais parcerias para desenvolvimento do pr ojeto

EMBRAPA FLORESTAS, IAP, SEMA, SEAB, UDESC, EMATER, UFPR, TNC,

SPVS, FUNDAÇÃO O BOTICÁRIO, IDS

14. Coordenação Geral no Estado do Paraná.

Instituto Ambiental do Paraná (IAP)

Interfaces com as diretorias do IAP

DIBAP

• Formação de banco de germoplasmas

• Corredores ecológicos

• SISLEG

DIRAM

• Licenciamento de empreendimentos na região da FOM – Vincular ao

projeto

• Cadastro e licenciamento para futuro corte

Registrar plantios no IAP visando:

• Desbastes para melhores espaçamentos

entre árvores

26• Corte por riscos de acidentes (queda de

galhos ou da árvore)

• Corte por justificativas da existência de

prejuízos à propriedade

DIDEF

• Produção de mudas – viveiros- iniciar com Guatupê

• Escritórios regionais do IAP

• ERCBA – Projetos piloto em Colombo, PR e na Lapa, PR.