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Anexo I da Resolução CGEP nº 01/2018 Gestão por Competências no Ministério da Fazenda: Metodologia aplicável e implementação estratégica.

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Anexo I da Resolução CGEP nº 01/2018

Gestão por Competências no

Ministério da Fazenda: Metodologia aplicável e implementação

estratégica.

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Gestão por Competências no

Ministério da Fazenda: Metodologia aplicável e implementação

estratégica.

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S U M Á R I O

Introdução .......................................................................................................................... 4

Capítulo 1. Gestão de Pessoas na Administração Pública Federal ........................................... 7

1.1. Breve Histórico ............................................................................................................ 7

1.2. Sistema de Gestão de Pessoas no Ministério da Fazenda .......................................... 8

1.2.1. Conformidade ............................................................................................................ 11

1.2.2. Recrutamento e Seleção ............................................................................................ 11

1.2.3. Avaliação de Desempenho e Remuneração .............................................................. 12

1.2.4. Progressão Funcional ................................................................................................. 13

1.2.5. Capacitação dos servidores ....................................................................................... 15

1.2.6. Problemas e desafios na Gestão de Pessoas ............................................................. 16

Capítulo 2. Panorama da gestão de Competências no Ministério da Fazenda ....................... 19

2.1. Gestão por Competências no Ministério da Fazenda: abordagem evolutiva ...............

................................................................................................................................... 19

2.2. Gestão por Competências no Ministério da Fazenda: Cenário Atual ....................... 21

Capítulo 3. A Competência e Gestão por Competências ....................................................... 24

3.1. A Noção de Competência no Trabalho ..................................................................... 24

3.2. A Competência nos Diferentes Níveis Organizacionais ............................................. 27

3.3. A Gestão por Competências ...................................................................................... 29

Capítulo 4. Metodologia EY - Mapeamento de Competências .............................................. 31

4.1. Metodologias de Mapeamento de Competências .................................................... 31

4.1.1. Mapeamento de Competências Por Processo ........................................................... 32

4.1.2. Mapeamento de Competências Por Função ............................................................. 33

4.1.3. Abordagem integradora ............................................................................................ 34

4.2. Proposta de metodologia mais adequada para o Ministério da Fazenda ................ 35

4.2.1. Justificativa de escolha do modelo apresentado ....................................................... 39

Capítulo 5. A implementação do Projeto Piloto ................................................................... 41

5.1. Implementação do Projeto Piloto de competências no Ministério da Fazenda ...............

................................................................................................................................... 41

5.1.1. Etapa 1 –Análise Documental e Entrevistas ............................................................... 44

5.1.2. Responsáveis pelo mapeamento de competências .................................................. 49

5.1.3. Etapa 2 - Mapeamento das Competências existentes ............................................... 52

5.1.4. Etapa 3 - Definição de Competências Necessárias .................................................... 53

5.1.5. Etapa 4 - Análise e Levantamento de Lacunas ........................................................... 55

5.1.6. Ferramenta de competências .................................................................................... 59

5.1.7. Descrições da fórmula das lacunas de competência ........................................... 61

Capítulo 6. Considerações Gerais sobre a Metodologia ........................................................ 64

Capítulo 7. Desafio de aplicação da Metodologia ................................................................ 65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 68

GLOSSÁRIO ........................................................................................................................ 70

ANEXOS ......................................................................................................................... 74

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Introdução.

O Decreto 5.707, instituindo a Política e as Diretrizes para o

Desenvolvimento de Pessoal da administração pública federal. Este Decreto propõe

um desenvolvimento profissional com foco na melhoria e na qualidade dos serviços

públicos. Como uma das finalidades da Política, inclui-se a adequação das

competências requeridas dos servidores aos objetivos das instituições, utilizando o

modelo de gestão por competências para os programas de capacitação. Não obstante

as mudanças promovidas pelo Decreto, a disseminação de um modelo de gestão de

pessoas apoiado no desenvolvimento de competências ainda ocupa um espaço

pequeno nas organizações públicas.

Diante deste contexto, a Consultoria EY foi contratada para apoiar no

Desenvolvimento de Modelo de Gestão Estratégica de Pessoas para o Ministério da

Fazenda no âmbito do Programa de Modernização Integrada do Ministério da Fazenda

– PMIMF.

A proposta de desenvolver um guia prático de gestão por competências

surgiu com objetivo de dar suporte ao planejamento da força de trabalho do

Ministério da Fazenda, levando em consideração as competências essenciais para o

desenvolvimento das entregas esperadas de suas diversas unidades organizacionais.

Apesar de alguns órgãos apresentarem avanços no tema, ainda há muitos órgãos que

ainda encontram dificuldades no alcance de resultados efetivos quando se trata do

tema.

A metodologia desenvolvida para a obtenção dos resultados deste

planejamento envolve o mapeamento das competências essenciais e necessárias ao

Ministério sendo, portanto, apresentada com detalhes, mediante revisão teórica e

exibição de dados, a fim de identificar e avaliar quais as competências são essenciais

para a execução dos objetivos estratégicos do Ministério.

Existem diversas metodologias de mapeamento de competências. As

abordagens teóricas propostas pela consultoria levaram em consideração o

planejamento estratégico, a missão, a visão, a estrutura e as necessidades

apresentadas pelo Ministério da Fazenda. Não há uma metodologia pronta e pré-

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moldada a cada órgão. Portanto, preconiza-se que a implementação da gestão por

competências e dimensionamento esteja baseada nas peculiaridades da própria

organização.

Mediante consulta às considerações a seguir, espera-se ser possível

dispor de um conjunto de ferramentas que poderão ser aplicadas sobre os diversos

processos relacionados à Gestão de Pessoas, seja quanto à necessidade de capacitação

dos servidores, seja quanto à identificação de pontos de excelência ou de

oportunidades de melhorias. Demais disso, demonstraremos a seguir que o

mapeamento das competências contribui de forma objetiva para a gestão do

conhecimento dentro da organização.

O material foi elaborado em parceria com órgãos selecionados pelo

Ministério da Fazenda e teve como marco teórico o modelo de gestão de pessoas

voltado para a capacitação, para o desenvolvimento e para a avaliação de

competências fundamentais, específicas e gerenciais, que iremos melhor especificar

no decorrer deste Manual.

Importante salientar que a gestão por competências tem sido descrita

como o modelo de gestão de pessoas atualmente mais preciso, conforme

demonstraremos ao longo deste Manual, com enfoque sobre os resultados concretos

esperados, os quais são capazes de contribuir intensamente para a perenidade dos

negócios.

A Gestão por competências é a ferramenta necessária para subsidiar o

processo decisório de forma objetiva e estratégica; permite obter informações sobre

captação e retenção de talentos, e desenvolvimento profissional. Neste Manual,

comprova-se que a gestão por competências fornece os indicadores requeridos para a

execução do plano estratégico de cada um dos órgãos e do Ministério como um todo.

Este Manual tem por escopo apresentar a metodologia de gestão de

competências no âmbito deste Ministério. A metodologia foi discutida pela Frente de

Gestão de Pessoas do Programa de Modernização Integrada do Ministério da Fazenda

– PMIMF. Para tanto, houve um projeto piloto para a aplicação e aprimoramento da

metodologia que reflitam o cotidiano do MF. A EY elaborou cuidadosamente este

Manual e apresentou uma metodologia flexível, de fácil aplicação, capaz de garantir a

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conformidade com os propósitos dos órgãos envolvidos. A EY coloca-se à disposição

para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais.

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Capítulo 1. Gestão de Pessoas na Administração Pública Federal

Este capítulo tem o propósito de introduzir o histórico da prestação de

serviços públicos pela Administração Pública, apresentar o sistema de gestão de

pessoas do Ministério da Fazenda e imergir na atual complexidade do quadro de

servidores do Ministério da Fazenda, além de evidenciar alguns dos desafios que são

encontrados na gestão e capacitação dos servidores.

1.1. Breve Histórico

A prestação de serviços públicos pela Administração Pública demanda

uma constante vigilância da sociedade civil. Observamos que, em determinados

momentos históricos, o escrutínio social da Administração Pública se apresentou mais

ou menos intenso, porém, o cerne das críticas e receios da sociedade civil, em geral,

gravitam em torno da eficiência e da produtividade das ações governamentais, no

sentido daotimização de recursos financeiros concomitante à qualidade dos

serviçospúblicos prestados.

Movimentos de reforma da Administração Pública brasileira já foram

experimentados em outras épocas. Destaca-se, mais recentemente, a inserção do

princípio da eficiência administrativa como constitucionalmente inafastável das

atividades administrativa do Estado (art. 37, caput, CRFB).

Setorialmente, a concretização do princípio constitucional da eficiência

foi materializada por meio do Programa de Modernização Integrada do Ministério da

Fazenda (“PMIMF”), que “consiste em um conjunto de ações voltadas à construção de

soluções coletivas e desafios gerenciais comuns a diversos órgãos da estrutura do

Ministério da Fazenda”. Uma das vertentes do PMIMF encarrega-se da maximização da

eficiência administrativa, compreendida como o binômio economicidade-efetividade,

na implementação de políticas de gestão de pessoas.

Também neste sentido, recentemente, o Tribunal de Contas da União,

em auditoria desempenhada no Ministério, preconizou uma série de direcionamentos

referentes à gestão de pessoas do Ministério e de seus órgãos vinculados. Destacam-se

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entre eles a dispensabilidade de revisão da estrutura de governança de pessoas, a

elaboração de indicadores e metas que contribuam para a consecução da estratégia

organizacional e o mapeamento de competências e dimensionamento da força de

trabalho.

Não obstante, o Acórdão 1594/2016 referenda o planejamento da força

de trabalho (“PFT”) como um dos fatores essenciais de sucesso, e avalia o processo de

elaboração de editais da Escola de Administração Fazendária (“ESAF”) para concursos

públicos de maneira a convergir com os princípios da isonomia e do julgamento

objetivo e com o interesse público. A esse respeito:

O PFT consiste no conjunto de processos executados sistematicamente pela organização para avaliar as necessidades atuais e futuras da força de trabalho, em termos quantitativos e qualitativos, e definir as estratégias para atendê-las. Trata-se, portanto, da forma como a organização define, avalia e controla a sua força de trabalho, com vistas a assegurar a consecução da estratégia organizacional.” (TCU- Acórdão 1594/2016 – pág. 2)

Em concordância com esse contexto, a EY venceu o procedimento

licitatório cujo objeto que lhe foi adjudicado é o desenvolvimento de estudos técnicos

para modernizar a gestão de pessoas com foco na geração de resultados para a

sociedade, desde a promoção da eficiência dos funcionários, ao aprimoramento da

gestão de recursos humanos em toda a cadeia estratégica, de gestão e de apoio dos 18

órgãos da estrutura organizacional do Ministério da Fazenda.

1.2. Sistema de Gestão de Pessoas no Ministério da Fazenda

O Ministério da Fazenda é um órgão do Governo Federal que tem por

objetivo a formulação e a execução da política econômica, fiscal, previdenciária e

monetária do Brasil. Dentro da estrutura do MF, além de outros que apresentaremos a

seguir, temos os Órgãos Específicos Singulares, que são os órgãos cujas decisões são

atribuições de um único agente, sendo este o titular, responsável por algumas das

principais decisões tomadas atualmente.

Nesse contexto, os Órgãos Específicos Singulares são: a Secretaria da

Receita Federal (“RFB”), a Secretaria de Política Econômica (“SPE”), a Secretaria do

Tesouro Nacional (“STN”), a Secretaria de Assuntos Internacionais (“SAIN”), a

Secretaria de Previdência (“SPREV”),a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional

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(“PGFN”), Secretaria de Promoção da Produtividade e Advocacia da Concorrência

(“SEPRAC”), Secretaria de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria (“SEFEL”) e a

Escola de Administração Fazendária (“ESAF”).

Além das secretarias citadas acima, o MF conta com órgãos colegiados,

órgãos de assistência direta e imediata, e entidades vinculadas. A seguir

demonstraremos a atual estrutura do Ministério da Fazenda, que também pode ser

visualizada no site do Ministério da Fazenda.

Figura 1- Estrutura Organizacional do Ministério da Fazenda

Fonte: Site Ministério da Fazenda

Durante nossas análises foi possível identificar que os 18 órgãos do

Ministério da Fazenda, que participam do Projeto “Desenvolvimento do Modelo de

Gestão Estratégica de Pessoas para o MF”, destacados acima, apresentam um quadro

de pessoal bastante diversificado, o que ocasiona um elevado grau de complexidade

dos perfis profissionais necessários à composição de força do trabalho.

Para discorrer sobre a composição da força de trabalho, é preciso

compreender alguns exemplos dos complexos modelos de carreiras presentes na

estrutura do MF, como por exemplo, a carreira Tributária e Aduaneira da Receita

Federal do Brasil, que se relaciona com a administração tributária e aduaneira da

União, com destaque para os cargos de Auditores Fiscais, e que, na qualidade de

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autoridades tributárias têm como atribuições constituir, mediante lançamento, o

crédito tributário; elaborar e proferir decisões ou delas participar em processo

administrativo-fiscal; além de outras atividades inerentes às competências da

Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Outro modelo complexo que pode ser destacado é o da carreira de

Finanças e Controle, formada, também, pelos Auditores Federais de Finanças e

Controle, que têm como função a supervisão, coordenação, direção e execução de

trabalhos especializados sobre gestão orçamentária dentre outras funções adjacentes.

A Carreira de Procuradores da Fazenda Nacional também apresenta

relevância no quadro de servidores do Ministério da Fazenda. O Procurador da

Fazenda Nacional é membro da Advocacia Geral da União, e tem dentre as suas

funções a representação e fiscalização jurídica da União e da República Federativa do

Brasil no que tange a Dívida Ativa da União, bem como representar o Estado Brasileiro

em matéria fiscal, o que acaba por incluir a cobrança administrativa e judicial da Dívida

Ativa da União (“DAU”).

Assim, tal função é conhecida pela forte atuação no âmbito

do “compliance” legal, no combate à corrupção e na repressão à lavagem de dinheiro,

ao truste, à evasão de divisas e à sonegação. Sua atuação se estende desde a

fiscalização dos atos e contratos de atribuição do Ministério da Fazenda até a

representação jurídica do país frente a organismos internacionais (como o Fundo

Monetário Internacional), incluindo a cobrança judicial e extrajudicial da dívida ativa

da União e a defesa administrativa e judicial da União e seus órgãos em questões

fiscais.

No quadro abaixo é possível observar a distribuição dos quadros de

servidores por carreira do Ministério da Fazenda. Este quadro consegue ilustrar

graficamente a complexidade do atual cenário da distribuição da força de trabalho do

MF em seus setores chave, a fim de evidenciar como será realizada a aplicação de uma

metodologia de gestão por competências coerente e eficaz.

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Figura 2 - Distribuição do Quadro de Servidores do Ministério da Fazenda

Fonte: Relatório de Gestão do Ministério da Fazenda

Outro insumo importante para destacar a complexidade do quadro de

servidores do Ministério da Fazenda é que este vem sendo reduzido com o passar dos

anos, haja vista o alto índice de evasão e dada a ausência de novos concursos públicos.

Esta informação foi inclusive destacada no Relatório de Gestão do Ministério da

Fazenda de 2017.

1.2.1. Conformidade

Diante do atual cenário de alta complexidade, onde não somente é

possível observar o labiríntico quadro de servidores do Ministério da Fazenda, mas

também o impacto dos cenários social, econômico, é possível observar que o MF busca

garantir a conformidade com aLei 8.112/1990 e com as demais normas aplicáveis à

Gestão de Pessoas na esfera da Administração Pública Federal.

Desta forma, fica evidente que o MF monitora as normas publicadas

pela Secretaria de Gestão de Pessoas do Ministério do Planejamento,

Desenvolvimento e Gestão (“ MPDG”), órgão central do “SIPEC” (Sistema de Pessoal

Civil da Administração Federal) e orienta as demais unidades organizacionais quanto

aos regulamentos aplicáveis.

1.2.2. Recrutamento e Seleção

Parte da proposta deste trabalho foi dedicar-se à compreensão do

cenário de gestão de pessoas do Ministério da Fazenda. Para tanto devemos começar

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pela etapa de recrutamento e seleção de cargos efetivos dos órgãos do Ministério da

Fazenda.

Observamos assim que esta etapa ocorre somente por meio de

concurso público, nos termos da regra constitucional do art. 37, inciso II, bem como a

nomeação, investidura e posse de seus servidores atende aos requisitos da Lei nº

8.112/1990 e do Decreto nº 6.944/2009.Para que seja solicitado à Subsecretaria de

Gestão Estratégica (SGE/SE) a abertura de concurso público deve ser realizada uma

análise de alocação de pessoal, na qual se pondera a evasão de servidores, o

dimensionamento de força de trabalho, a complexidade de cada órgão, a

disponibilidade orçamentária e outros fatores.

Cumpre ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão a

autorização para a realização de concurso público e, normalmente, recai sobre a Escola

de Administração Fazendáriaa organização e a execução de todo o certame. À ESAF,

em geral, compete a elaboração do edital do certame, cujo programa exigido dos

candidatos tem por escopo selecionar os perfis de servidores mais adequados às

funções desempenhadas pelo Ministério da Fazenda.

No que tange à seleção e ao recrutamento de pessoas da Procuradoria

Geral da Fazenda Nacional, órgão vinculado à Advocacia Geral da União (v. art. 12, Lei

Complementar nº 73/1993), recaem as mesmas exigências constitucionais quanto ao

recrutamento e seleção de servidores. De todo modo, há uma divisão funcional que

indicaquais funções devem ser exercidas exclusivamente por membros da PGFN.

No que diz respeito à Secretaria do Tesouro Nacional, os procedimentos

de nomeação de servidores para cargos comissionadostêm por base a meritocracia

para tomada de decisões. O mesmo modelo é adotado pela Receita Federal do Brasil,

cuja seleção para postos gerencias e áreas especializadas, ocorre mediante pontuação

para experiência profissional, formação acadêmica e identificaçãode competências

gerenciais.

1.2.3. Avaliação de Desempenho e Remuneração

Anualmente é realizado o procedimento de avaliação de desempenho

com todos os servidores do Ministério da Fazenda, através de um processo de metas

de desempenho institucional que são definidas em cada ciclo avaliativo.

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As avaliações de desempenho influenciam a gratificação dos servidores

integrantes das carreiras típicas do MF e, como resultado, apresentamimpactosnos

valores finais de remuneração. Deste modo, os servidores do MF que possuem uma

avaliação de desempenho elevada dispõem de uma gratificação salarial proporcional a

sua performance.

Cabe ressaltar que a gratificação informada acima não é aplicada a

todos os servidores federais em exercício no Ministério da Fazenda. Por exemplo, os

membros da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, por integrarem carreira diversa,

pertencente à estrutura da Advocacia Geral da União (v. art. 12 da Lei Complementar

73/1993), em razão da função desempenhada, já gozam do benefício previsto no

Código de Processo Civil, (Lei 13.327/2016), que dispõe:

Art. 29. Os honorários advocatícios de sucumbência das causas em que forem parte a União, as autarquias e as fundações públicas federais pertencem originariamente aos ocupantes dos cargos de que trata este capítulo.

Diante disso, em se tratando do cenário de remuneração das demandas

judiciais em que a União é a parte beneficiária, os valores pagos pela parte contrária a

título de honorários advocatícios são remetidos a um fundo especifico e são divididos

entre os membros da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.

Por outro lado, além dos membros da Procuradoria Geral da Fazenda

Nacional, as carreiras de Finanças e Controle, Tributária e Aduaneira, as quais citamos

brevemente em itens que tratavam sobre a complexidade da carreira dentro do MF,

também não fazem jus a gratificação realizada através da avaliação de desempenho.

Isto porque para estas carreiras foi implementado o Programa de

Produtividade da Receita Federal do Brasil e o Bônus de Eficiência e Produtividade na

Atividade Tributária e Aduaneira, previsto no art. 6º, da Lei 13.464/2017, que têm por

objetivo incentivar a produtividade nas áreas de atuação dos ocupantes dos cargos de

Auditor – Fiscal e de Analista Tributário da RFB.

1.2.4. Progressão Funcional

Evidenciamos neste Manual que a progressão funcional, para o

Ministério da Fazenda, diz respeito ao crescimento funcional do servidor no exercício

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do cargo de provimento efetivo, nos níveis e referências do cargo, na classe da

carreira, e até mesmona carreira, conforme o plano de cargos ou carreira e

vencimentos estabelecidos para o órgão.

A progressão funcional citada acima pode ser estruturada de forma

vertical ou horizontal, dando ênfase na qualificação e no desempenho profissional.

Importante destacar que não tem direito a progressão o servidor que possuir no

período avaliativo mais de 5 (cinco) faltas injustificadas ou suspensão disciplinar, em

prisão administrativa ou decorrente de decisão judicial.

Além do item citado acima, não ocorrerá progressão se, na data

prevista, o servidor estiver:(i) cumprindo estágio probatório, (ii)em licença para tratar

de assuntos particulares ou quando o período de licença corresponder de forma

parcial ou integral ao período aquisitivo de cada progressão, (iii) afastado para o

exercício de mandato eletivo, (iv)cumprindo pena de suspensão disciplinar, em prisão

administrativa ou decorrente de decisão judicial, (v)à disposição com ou sem ônus de

órgãos ou entidades não pertencentes à estrutura da administração direta, autárquica

e fundacional do Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário, ainda que em

exercício de cargo em comissão ou função técnica gerencial.

Importante destacar que o servidor em estágio probatório não tem

progressão enquanto não concluir o período de verificação da aptidão para o cargo,

sendo que o referido período contará, após sua conclusão, para efeito de progressão

funcional.

No Ministério da Fazenda, conforme o Decreto nº 84.669/1980

participam do processo de progressão os servidores incluídos no Plano de Classificação

de Cargos que completaram um intervalo de doze (12) meses de trabalho em períodos

corridos, contados a partir de julho de cada ano, onde todos os servidores ativos que

apresentam chances de progressão funcional são submetidos à uma avaliação de

desempenho, recebendo conceito um(01), onde a progressão ocorrerá em doze (12)

meses, ou conceito dois (02), onde a progressão ocorrerá com dezoito (18) meses.

Esse conceito é aplicável na classificação em ordem decrescente dos

pontos obtidos na avaliação, que podem variar de vinte e cinco (25) a cento e vinte

(120) pontos, atribuindo-se conceito um (01) aos primeiros cinquenta por cento (50%)

e conceito dois (02) aos cinquenta por cento (50%) restantes.

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Esta metodologia de avaliação por desempenho tem por objetivo

promover o desenvolvimento funcional dentro da carreira a que pertencem, e o

responsável pela avaliação do desempenho, no que tange a progressão de carreira, é o

chefe imediato do servidor que deve, obrigatoriamente, tomar ciência dessa avaliação.

Tais informações foram evidenciadas no Decreto 84.669/1980, qual apresenta o Plano

de Classificação de Cargos vigente.

1.2.5. Capacitação dos servidores

A capacitação dos servidores é de suma importância para o processo de

gestão de pessoas dentro do ambiente dos serviços públicos, sendo necessário

constante aprimoramento e aquisição de novas soluções de aprendizagem, a fim de

que os servidores dos órgãos possam prestar os serviços públicos com a maior

eficiência possível.

Conforme evidenciamos em itens anteriores, o Ministério da Fazenda

apresenta uma estrutura complexa, em que cada instituição possui autonomia

orçamentária para desenvolver sua própria Política de Desenvolvimento e Capacitação

de seus servidores, as quais devem estar em concordância com os objetivos funcionais

e com os valores da pasta.

A Receita Federal do Brasil, por exemplo, dispõe do Programa de

Educação Corporativa (“Proeduc”), previsto na Portaria RFB nº 118, de 02 de Abril de

2012, que tem por objetivo abordar o desenvolvimento e a redução das lacunas de

competências, bem como na promoção do desenvolvimento sistemático e contínuo do

seu corpo funcional.

No que tange à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, além de

possuir parceria com a Escola de Governo da Advocacia Geral da União, o centro de

Altos Estudos está sendo reformulado para capacitar seus servidores, conforme

exposto no relatório de Gestão do Ministério da Fazenda de 2017.

Quanto aos servidores das carreiras da Secretaria do Tesouro Nacional,

há quatro estratégias de capacitação, sendo elas: a análise das necessidades de

capacitações Técnicas, Comportamentais, Pessoaise Gerenciais, sendo esta última o

investimento prioritário da STN, visando à formação de gestores e de líderes.

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As demais unidades e os servidores que possuem carreiras

administrativas são vinculados à SPOA (Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e

Administração), que apresenta políticas de gestão que visam a oferecer excelência nos

serviços prestados.

1.2.6. Problemas e desafios na Gestão de Pessoas

Nos últimos anos, o trabalhador deixou de ser visto apenas como um

elemento influenciado por recompensas salariais e se tornou parte fundamental da

estratégia corporativa, uma vez que são os responsáveis pelos resultados da

organização.

Alguns autores renomados de gestão de recursos humanos têm

desenvolvido conceitos que reforçam a ideia em que estamos passando por mudanças

na evolução das sociedades e que, por si só, vem mexendo com a eficiência do sistema

operacional de recompensas anterior, baseado na motivação extrínseca.

Daniel Pink (autor da literatura Motivação 3.0) expõe que conceitos

como a “cenoura e chicote” já não funcionam na sociedade moderna e podem

prejudicar em atividades que estejam ligadas à criatividade e à autonomia. Para ele, a

motivação é construída em torno de motivadores intrínsecos.

Diante do impacto da motivação profissional atrelada ao resultado das

organizações, é comum e recorrente verificar que a gestão de pessoas venha

ganhando destaque no planejamento estratégico de organizações, a fim de evitarque

surjam problemas a serem enfrentados na gestão de pessoas.

Por outro lado, outro problema que é enfrentado pelo Ministério da

Fazenda é o alto índice de evasão dos servidores, seja para ocupar outros cargos

inacumuláveis, seja por aposentadoria. Este problema está indicado no quadro abaixo:

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Figura 3 - Índice de redução do quadro de servidores por evasão

Fonte: EY

Evidenciamos, ao analisar o relatório de Gestão do MF, que apresenta

um quadro de servidores ativos com idade bem elevada, tendo em vista que mais de

um terço dos servidores possui entre cinquenta e um (51) e sessenta (60) anos de

idade e apenas quatro por cento (4%) do quadro tem até trinta (30) anos de idade. O

Relatório ainda informa que a cada quatro (04) servidores, um já completou os

requisitos exigidos pela legislação para sua aposentação.

Diante disso, acredita-se que com a Reforma da Previdência e com a

incorporação da gratificação de desempenho em até cem por cento (100%), o número

de evasão por aposentadoria poderá atingir aproximadamente quarenta por cento

(40%) do quadro dos servidores.

Um outro motivo para redução do quadro dos servidores e que tem sido

visto como um grande desafio na gestão de pessoas do serviço público é a

transferênciados mesmos servidorespara outros órgãos da Administração Pública,

principalmente para órgãos e entidades com poder de requisição, ou seja, quando a

transferência independe da autorização ou concordância do órgão de origem do

servidor transferido.

Além destes fatores, podemos citar a ausência de uma carreira

administrativa como fator fundamental para o aumento do índice de evasão. Por

exemplo, quarenta por cento (40%) da força de trabalho PECFAZ já solicitou vacância

para assumir outros cargos, segundo o relatório de gestão do Ministério da Fazenda de

2017, citado anteriormente.

Sendo assim, podemos compreender que a falta de uma carreira

administrativa pode ser um motivo relevante para que exista um grandenúmero de

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servidores em carreiras finalísticas que exercem funções administrativas, contribuindo

para o desvio de função.Diante de todos estes fatores apresentados, resta patente a

necessidade de que o quadro de servidores do Ministério da Fazenda seja recomposto

o quanto antes, tanto em áreas finalísticas, quanto nas áreas meio, sendo essencial a

reavaliação deste cenário.

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Capítulo 2. Panorama da gestão de Competências no Ministério da Fazenda

Este capítulo tem o propósito de apresentar a Gestão por competências

levando em consideração sua abordagem evolutiva, passando por tópicos importantes

do conceito e a aplicação da metodologia considerando o cenário atual do Ministério

da Fazenda.

2.1. Gestão por Competências no Ministério da Fazenda: abordagem

evolutiva

Ao longo das últimas décadas, é possível observar um interesse

emergente pelo tema competências dentro das organizações e isto vem ocorrendo em

função da necessidade de aplicar novas metodologias e referenciais que se

sobreponham ao modelo tradicional de gestão de pessoas, que teve origem na

administração taylorista, em que era necessário buscar a “pessoa certa para o lugar

certo” (Taylor, 1982).

Diante disso, importante esclarecer que não parece haver consenso na

doutrina especializada sobre o conceito de competências. Entretanto, conforme se

verá ao longo do presente manual, há autores que propõem definições que mesclam

conceitos decompetência, com conceitos decomportamento, atitude, conhecimento,

potencial, habilidade, resultados e outros.

Observamos também que o desenvolvimento de conceitos mistos são o

resultado de metodologias que surgem como alternativas aos modelos tradicionais,

não somente em organizações privadas, mas também nos órgãos públicos. Em vez do

desenho de aplicações antigas sobre cargos e atribuições, é possívelperceber autores

recentes assumirem o conceito de gestão por competências privilegiando o indivíduo e

o seu desenvolvimento.

Entrando um pouco na abordagem evolutiva do modelo de gestão por

competências, podemos reparar que este sofreu diversas modificações ao longo do

tempo. De acordo com as nossas pesquisas, em um primeiro momento, a

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metodologiautilizada para a identificação de competênciasera caracterizada de um

ponto de vista essencialmente jurídico, em que significava somente a capacidade de

julgar, sendo atribuída somente a uma pessoa ou instituição.

Mais tarde, este conceito evoluiu, e a competência começou a ser

percebida também sob um viés social, como a capacidade de assimilaras habilidades

atribuídas a um indivíduo para realizar determinadas atividades.

Verificamos também que a implementação de gestão estratégica de

pessoas alcançou o setor público a partir da New Public Management, movimento que

ocupou o Reino Unidoe os Estados Unidos da América em meados dos anos 1980. A

New Public Management (NPM) foi a abordagem escolhida, nestes países, para

administrar organizações de serviços públicos e usada em instituições e agências

governamentais e de serviços públicos durante um período de forte desregulação

econômica.

Este termo foi introduzido, à época, pelos críticos do modelo

burocrático weberiano, que afirmava que o Estado era o prestador direto de serviços,

impondo um papel limitado aos agentes da administração na definição de políticas

públicas, que mantinham a administração como um sistema hierarquizado e fechado,

sem que houvesse qualquer envolvimento dos cidadãos (Denhardt & Denhardt, 2003).

Com a aplicação da NPM ao serviço público, supôs-se que os gestores

públicos têm autonomia para desempenhar as suas tarefas, sem necessidade de

responder necessariamentea uma estrutura hierarquizada, marcadamente legalista.

Nesta nova perspectiva de gestão pública, passa a existir maior flexibilidade para gerir

os recursos humanos, cujos vínculos institucionais passam a ser definidos em termos

semelhantes aos usuais para o setor privado, e que incentivou maior monitorização

do desempenho das organizações.

Em suma, após sucessivas transformações, os modelos de gestão de

competência evoluíram através do tempo conforme os principais movimentos

sistematizados abaixo:

Visão Comportamental (Décadas de 70-80): Estabelecido por

McClelland, este modelo tem seu enfoque em identificar tipos de

profissionais bem sucedidos. Nesta visão, os dicionários de

competências viabilizam a replicação da fórmula do sucesso dos

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profissionais de referência para o restante da organização. Outro

objetivo é uniformizar o corpo funcional da empresa.

Competência com input (1990): Definida por Parry como

“agrupamento de conhecimentos, habilidades e atitudes

correlacionados, que afeta parte considerável da atividade de alguém”.

Segundo esta teoria, as competências dos profissionais são avaliadas

segundo níveis de proficiência, que podemabranger “desenvolvimento”,

“aplicação”, “otimização” e “excelência”. (Artigo: Modelo de Gestão por

Competência: Evolução e teste de um sistema)

Incorporação da Complexidade (1998) / Visão Abrangente (2004):

Neste modelo, proposto por Jacques e Dutra, cada competência é

descrita no seu nível de complexidade (ou work levels). Este modelo

prevê a avaliação dos funcionários em relação às descrições de

competências de seu work level.

A NPM foi introduzida na Administração Pública Federal tardiamente,

em meados dos anos 1990, com a instituição do Ministério da Administração Federal e

Reforma do Estado (“MARE”). Dentre as contribuições do MARE para a gestão de

competências, podemos citar a introdução do princípio da eficiência como regente de

toda a Administração Pública Federal, mediante emenda constitucional, como o ponto

de partida para a absorção das metodologias acima indicada em graus e intensidades

diferentes. Na seção seguinte avaliaremos o cenário atual da gestão de competências

no Ministério da Fazenda.

2.2. Gestão por Competências no Ministério da Fazenda: Cenário Atual

Em consonância com as tendências internacionais apresentadas no item

anterior, verificamos que a administração pública brasileira mobilizou-se no sentido de

integrar a gestão de pessoas como uma ferramenta estratégica eficiente.

No setor público, o modelo de gestão por competências possui como

principal marco legal o Decreto 5.707, de 23 de fevereiro de 2006, que institui a

Política e as Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da Administração Pública

Federal direta, autárquica e fundacional, definindo a gestão por competências como a

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“gestão da capacitação orientada para o desenvolvimento do conjunto de

conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho das funções dos

servidores, visando ao alcance dos objetivos da instituição”.

O modelo, contudo, não demonstrou ter sido implementado na sua

integralidade na administração pública brasileira. A esse respeito, de acordo com

pesquisa realizada em 2011, das cento e noventa e duas (192) organizações vinculadas

ao Sistema de Pessoal Civil da União (Sipec), apenas cento e dezesseis (116) enviaram

o relatório dos Planos Anuais de Capacitação (PAC) e dessas, apenas trinta e seis (36)

informaram ter realizado o PAC com base no modelo por competências, o que

representa menos de vinte por cento (20%) do universo total das organizações.

(PANTOJA; IGLESIAS; BENEVENUTO; PAULA, 2012).

A EY realizou uma pesquisa, dentro do cenário “as is”, que será

abordada adiante, e verificou que o paradigma do Ministério da Fazenda ratifica o

exposto acima, já que, dentre os dezoito (18) órgãos entrevistados pela equipe da EY

enquanto esteve em campo, somente oito (08) apresentam metodologia de

mapeamento de competências e desses, apenas cinco (05) analisam os processos no

mapeamento das competências.

Conforme citado anteriormente, para definir um modelo de

competência eficiente, é necessário que se faça um estudo organizacional, definindo

com exatidão quais são os objetivos estratégicos da organização e certificar-se que se

apresente uma concordância entre estes. É possível observar que modelo de Gestão

por Competências se apresenta como um elemento da gestão estratégica ao orientar

as ações do departamento de pessoal com base na estratégia organizacional, uma vez

que esse processo irá auxiliar na manutenção da vantagem competitiva e sua

sobrevivência (WRIGHT; McMAHAN, 1998).

Outro ponto importante a destacar é a necessidade de uniformização

das competências. A uniformização é de extrema importância para a apuração de uma

metodologia de gestão por competências eficaz visto que esta tem por objetivo

normatizar e organizar o processo de trabalho, aumentando a produtividade e

efetivando lucros. Para que isso ocorra, é necessário identificar as atribuições dos

cargos e atividades dos servidores, através de uma análise de documentos e

entrevistas.

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Em resumo, o Ministério da Fazenda possui dezoito (18) órgãos, porém

somente oito (08) possuem uma metodologia de Mapeamento de Competências. A

EY não levou em consideração em seu cenário “as is” a uniformização dos métodos

existentes nestes órgãos. Destarte, apresentamos a seguir a metodologia de

competências a ser adotada como um dos pilares da Política de Gestão de Pessoas.

É importante ressaltar que este manual servirá como base tanto para

aqueles órgãos que ainda não possuem a gestão por competências implementada,

como para aqueles que já estão envolvidos com o tema. O intuito deste manual é

informar e assistir, e não instituir regras vinculativas no que tange à gestão por

competências. Ressalte-se ainda que os órgãos que já instituíram a gestão por

competências não necessitam alterar seu trabalho: basta que cada órgão identifique

em qual das etapas de mapeamento de competências se encontra.

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Capítulo 3. A Competência e Gestão por Competências

Este capítulo tem por objetivo apresentar uma noção de competência

no âmbito do trabalho, apresentando referências conceituais e as dimensões da gestão

da capacitação por competências. Em seguida, busca a partir de uma pesquisa

bibliográfica, evidenciar a adoção da gestão por competências em diferentes níveis

organizacionais.

3.1. A Noção de Competência no Trabalho

A utilização do termo “Competência” no campo da gestão de pessoas

traz abordagens modernas que associam a competência no ambiente corporativo

como essencial ao desempenho das funções e que também não pode ser observada de

forma apartada das ações. Isto fica evidenciado, por exemplo, nas obras ROPÉ, F. Dos

saberes às Competências. In: ROPÉ, F. & TANGUY, L. (orgs.). Saberes e Competência: o

uso de tais noções na escola e na empresa. Campinas-SP: Papirus, 1997.

Neste sentido, mais acertada a noção de que, no tocante ao ambiente

corporativo, a competência não pode ser compreendida de forma separada da ação,

sendo esta aapresentação de combinações coesas de conhecimentos, habilidades e

atitudes, expressas pelo desempenho profissional, dentro de determinado contexto ou

estratégia organizacional.

Diante disso, compreendemos que o desempenho da ação está atrelado

à manifestação das competências desenvolvidas pelo indivíduo durante sua trajetória

profissional, que servem como ligação entre as condutas individuais e a estratégia da

organização (PRAHALD; HAMEL, 1990).

A imagem abaixo explicita a noção apresentada de competências,

compreendida como a união de conhecimentos, habilidade e atitudes manifestadas

através do desempenho do profissional, dentro dos objetivos das organizações.

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Fonte: EY

Dentro deste contexto, é possível observar que as competências

integram comportamentos assumidos pelos indivíduos, e também pelas organizações,

uma vez que contribuem para a consecução dos objetivos organizacionais e expressam

o reconhecimento social sobre a capacidade de determinada pessoa.

Temos visto que as competências são reveladas quando as pessoas

agem e/ou precisam assumir iniciativas, indo além das atividades descritas, sendo

capazes de compreender e dominar novas situações no trabalho, além de serem

responsáveis e reconhecidas por isso,e, muito embora as competências possam

apresentar diversas definições e de autores distintos, é possível afirmar que, na

maioria dos casos, as competências sãodefinidas como mobilização de conhecimentos,

de habilidades e de atitudes e que envolvem comportamentos observáveis que se

expressam na ação ou no desempenho dos indivíduos (ZARIFIAN, 2001; BRANDÃO,

GUIMARÃES, 2001).

Conforme afirmado anteriormente, os conhecimentos, habilidades e

atitudes, constituem o que se denomina matriz CHA.Esta abordagem, que é bastante

utilizada nos ambientes corporativos, foi adotada por autores como MONTEZANO

(2016), BRANDÃO (2007) e ODERICH (2005), em que o Conhecimento (C) diz respeito

às informações adquiridas ao logo da vida do indivíduo, se caracterizando como o

know-how,“saber o que e porque fazer”; a Habilidade (H) é a capacidade do indivíduo

Figura 4 - Quadro do impacto do CHA nos objetivos da instituição

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de colocar em prática o conhecimento, visando alcançar um propósito especifico, seria

o “saber como fazer”; e a Atitude (A) consiste no comportamento, a iniciativa e

criatividade, estando relacionado ao “saber agir ou querer fazer”.

Diante disso, entendemos ser de suma importância destacar também

que o contexto social, o apoio gerencial e as condições materiais agem como fatores

imprescindíveis nos comportamentos observados dentro das organizações, e isto

porque o contexto social está diretamente ligado às motivações e a percepções do

indivíduoem relação ao apoio da equipe de trabalho, visando aplicar novas

competências.

Oapoio gerencial, por outro lado, como o próprio nome sugere, está

ligado ao apoio oferecido pelos gerentes e demais dirigentes para o desenvolvimento

de novas competências. Por fim, conforme entendimento apresentado por Brandão

(2006), as condições materiais, que estão relacionadas à disponibilidade de recursos

para o desenvolvimento das competências, e, no ambiente de trabalho, criam as

condições físicas para tal.

Assim, em se tratando do contexto do mundo do trabalho atual, é

possível observar que os profissionais têm buscado cada vez mais desenvolver

constantemente novas competências, o que gera a necessidade de um sistema de

gestão dinâmico e adaptável, direcionado a um aprendizado frequente.

Nesta perspectiva, para transpor esse novo ambiente imprevisível, o

futurólogo BOB JOHANSEN reproduziu dos meios militares nos anos noventa (90) a

sigla VUCA, termo em inglês que se define por Volatilidade, Incerteza, Complexidade e

Ambiguidade (no original, Volatility, Uncertainty, Complexity and Ambiguity).

As características do mundo VUCA podem ser melhor compreendidas

levando em consideração a sua Volatilidade, visto que as mudanças ocorrem

rapidamente; a Incerteza, porque apesar da disponibilidade de informações que nos

cercam, elas podem não ser úteis para a compreensão do futuro, em razão das

constantes mudanças; a Complexidade, que se entende pela dificuldade de

compreender os resultados das ações e dos processos decisórios; e aAmbiguidade,

representada pela a falta de clareza e de concretude para interpretar e analisar

cenários complexos. Essas quatro características reunidas criam um cenário propício

para se pensar sobre a gestão do capital humano por competências.

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A aplicação deste conceito no cenário atual se dá através da dinâmica da

mudança e na dificuldade de previsibilidade de acontecimentos, em que os

profissionais devem se tornar cada vez maisadaptáveis e capazes de desenvolver novas

competências afim de sobreviver no mundo corporativo.

Deste modo, temos indícios de que o modelo degestão por competência

deve estar sempre associado à visão estratégica da organização, para que seja possível

aferir a congruência entre os objetivos das organizações e os desafios atuais do mundo

do trabalho moderno. Ressalte-se, portanto, quegerenciar por competências é ter o

ferramental necessário para subsidiar o processo decisório da forma mais objetiva e

estratégica possível, trazendo insumos para a captação e a retenção de talentos, bem

como para o desenvolvimento profissional.

3.2. A Competência nos Diferentes Níveis Organizacionais

A competência pode ser relacionada a uma pessoa, em um plano

individual, mas também pode ser considerada de forma coletiva, relacionando-se às

equipes de trabalho ou até mesmo à organização como um todo.

Para Prahalad e Hamel (1995), autores do livro Competindo pelo Futuro,

a ideia essencial de competência informa que uma empresa pode se tornar mais

competitiva no momento em que ela desenvolve um arcabouço de habilidades e

tecnologias, permitindo oferecer um determinado benefício ao cliente. Ainda sobre a

noção básica de competência, os autores a definem, no nível organizacional, como um

conjunto de conhecimentos, habilidades, tecnologias, sistemas físicos e gerenciais e de

valores.

Estes autores também afirmam que a competência aplicada aos

diferentes níveis organizacionais é capaz de gerar um diferencial competitivo para a

organização como um todo.

Assim como os autores retrataram em suas obras, pudemos observar

que, na Administração Pública, as competências organizacionais são as capacidades

necessárias àquela instituição e que são percebidas pela sociedade, sendo mais do que

o somatório das competências individuais, pois as interações entre as pessoas

promovem a sinergia entre as competências individuais e as interações sociais

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existentes no grupo. (CARBONE, et al., 2006; GOMES et al, 2007; ZARIFIAN, 2008;

GREEN, 1999). O quadro abaixo é capaz de definir corretamente este conceito:

Figura 5- Quadro Estrutural de Competências

Fonte: Brandão; Puente-Palacius; Borges- Andrade, 2007, com adaptações)

Por conseguinte, pensando no conceito apresentado acima de

competências organizacionais, torna-se possível classificar as competências como

específicas (relacionadas a cargos específicos) e gerenciais. Assim como observamos

que as competências organizacionais são competências inerentes a todos da

organização, entendemos que há na dimensão das competências, aquelas que são

individuais. Essas competências individuais podem ser classificadas ainda como

técnicas ou gerenciais.

As competências técnicas estão ligadas ao desempenho de atividades

ocupacionais ou de assessoramento, não havendo um exercício formal de liderança, já

as competências gerenciais são voltadas para os comportamentos requeridos

daqueles que exercem funções de supervisão ou direção (COCKERILL, 1994).

As competências organizacionais, em razão de sua singularidade,

podem ser classificadas como básicas, que constituem elementos necessários ao

funcionamento da organização. (NISEMBAUM, 2000).

Fazendo um paralelo das competências organizacionais, específicas e

gerenciais com o contexto da administração pública, podemos observar que o Sistema

de Capacitação por Competências, desenvolvido pelo Ministério do Planejamento, que

teve em seu foco estruturar os programas de capacitação dos servidores da

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Administração Pública, adota três categorias de competências: (i)Competências

Transversais Governamentais, (ii) as Competências Transversais Organizacionais e (iii)

as Competências Setoriais, que se subdividem em Competências Individuais Técnicas e

Competências Individuais Gerenciais.

As Competências Transversais Governamentais são as competências

básicas para todos os servidores públicos federais da administração pública federal

direta, autárquica e fundacional. As Competências Transversais Organizacionais são

competências necessárias a todos os indivíduos e equipes da organização, são os

elementos essenciais para o funcionamento da organização e, no que diz respeito as

Competências Setoriais, estas se dividem em técnicas e gerenciais.

As competências técnicas são aquelas necessárias a performance de

atividades de assessoramento ou operacionais, sem que haja uma liderança formal e

as competências gerenciais são comportamentos requeridos daqueles que exercem

funções gerenciais de direção ou supervisão.

3.3. A Gestão por Competências

O modelo de gestão de competências que vem sendo adotado por

diversas empresas tem, dentre as suas fundamentações, o objetivo de planejar, captar,

orientar, desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização, as competências

necessárias para alcançar seus objetivos. Outrossim, este modelo é capaz de

relacionar-se com todas as unidades das organizações e fundamentar as atividades

relacionadas à gestão de pessoas.

Esta abordagem de gestão incentiva o enfoque sistêmico e estratégico

sobre a organização, indo além da avaliação de uma atribuição formal de trabalho e

tem por objetivo reduzir ao máximo os gaps entre as competências necessárias para

obtenção dos objetivos da organização e aqueles já disponíveis (BRANDÃO e

BAHRY,2005).

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Figura 6 - Formulação da Estratégia Organizacional

Fonte: Modelo de Gestão por Competências segundo Guimarães (2001), com adaptações.

O modelo acima descreve o processo de planejamento da força de

trabalho, e auxilia na definição dos perfis profissionais, de acordo com as

competências requeridas pelos postos de trabalho.

É possível verificar o impacto desta metodologia tanto para o

dimensionamento da força de trabalho quanto para a alocação adequada da força de

trabalho. A presente metodologia possibilita a operacionalização, de forma integrada,

dos processos de recrutamento e de seleção de pessoal, de desenvolvimento

profissional, de gestão da carreira e do desempenho, entre outros. , Da mesma forma,

possibilita a definição de estratégias de desenvolvimento do quadro de pessoal

alinhadas às necessidades de aperfeiçoamento, assim como parâmetros para o

processo de avaliação de desempenho.

Finalmente, verificamos que a gestão por competência colabora para

operacionalização, de forma integrada, de açõesnos processos internos e naquelesde

desenvolvimento profissional, de gestão de carreira, bem como contribui

positivamente para o desempenho de toda a organização.

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Capítulo 4. Metodologia EY - Mapeamento de Competências

Este capítulo tem por objetivo apresentar a metodologia da EY de

gestão por competências notando as literaturas especializadas que guiaram a

metodologia. Abrangeremos também as abordagens específicas e a justificativa da

adoção desta metodologia pelo Ministério da Fazenda.

4.1. Metodologias de Mapeamento de Competências

O mapeamento de competências é o pilar da gestão por competências e

visa identificar a relação entre as competências que uma organização possui e aquelas

que são desejáveis ou necessárias a ela. Quando essas competências são cruzadas, é

possível detectar lacunas existentes (gaps). Os gaps são proporcionais à necessidade

de desenvolvimento de competências: quanto maior o grau, maior a necessidade de

aperfeiçoamento. Sem o mapeamento das competências necessárias, é inviável

encontrar o gap de competências estratégicas à organização e ter subsídios

satisfatórios para as ações e os programas de treinamento e desenvolvimento

profissional.

Para que o mapeamento de competências gere consequências efetivas

em termos de resultados estratégicos para a organização, é necessário que ele possua

uma relação direta com os valores das pessoas e do próprio órgão. É fundamental que

esteja concatenado ao planejamento estratégico organizacional. E mesmo que não

haja um, o mapeamento de competências deve estar alinhado à visão, à missão, aos

valores e deve ser coerente com atos normativos do órgão, tais como regimento

interno, manual de cargos e outros.

Para o projeto a EY apresentou metodologias hoje praticadas no

mercado que passíveis de aplicação no âmbito do Ministério da Fazenda. Tais

metodologias, tem a finalidade de identificar as competências necessárias para o

desenvolvimento das atividades dos processos indicados, considerando cada cargo ou

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setor, para que, assim, toda a organização possa atingir as metas e estratégias da

organização.

Este é um procedimento analítico sobre comportamentos observados

em que se busca diagnosticar as competências essenciais à execução dos objetivos

organizacionais e até identificar incongruências entre essas e as competências que o

corpo funcional da organização já dispõe. Em outras palavras, esta metodologia tem

dentre os seus objetivos identificar os principais gaps entre as competências

necessárias e as competências internas já existentes para concretizar a estratégia do

projeto como um todo.

Em tempo, compreendemos que algumas metodologias tendem a

confluir entre si no que diz respeito às suas etapas e objetivos, porém isto é dado em

razão da complexidade e da variedade de conceitos de competências existentes

atualmente.

Como mencionamos, existem diversas metodologias de mapeamento de

competências. Para a definição da metodologia mais adequada, o órgão deve

considerar o seu planejamento estratégico, a sua missão, a sua visão, a sua própria

estrutura, as suas necessidades e as suas viabilidades financeiras. Não há uma

metodologia pronta e pré-moldada a cada órgão. Portanto, preconiza-se que a

implementação da gestão por competências esteja baseada nas peculiaridades da

própria organização.

Neste contexto, para o projeto piloto a EY avaliou as metodologias

comumente praticadas no mercado para avaliar a de maior aderência ao projeto,

conforme apresentamos abaixo.

4.1.1. Mapeamento de Competências Por Processo

Nesta metodologia, o mapeamento de competências pode ser efetuado

por processos ou por funções. Segundo Nezello (2008), o mapeamento por processo é

conhecido por dar uma ampla abordagem das competências para a realização das

diversas tarefas contidas em cada um dos processos de trabalho da organização,

possibilitando maior clareza de quais são as competências que o executor de tal

atividade deverá ter no desempenho de uma determinada tarefa, sendo inserido

dentro de um determinado processo, conforme exemplo abaixo:

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Figura 7 - Mapeamento de Competências por Processo

Fonte: EY

O diferencial do mapeamento de Competências por processo é que este

permite uma visão transversal das atividades que ocorrem em diversas áreas da

organização. Porém, uma vez implementada, esta metodologia apresenta pouca

flexibilidade para que colaboradores com competências específicas de um processo

transitem por outras áreas, tendo em vista que o modelo tende a uma forte

especialização do colaborador.

O diagnóstico de competências, quando realizado por meio da análise

dos processos institucionais, reflete mais a realidade e a necessidade da organização

no seu dia a dia, sendo um modelo extremamente específico, que difere uma atividade

para outra, possibilitando que seja levantado um número elevado de competências em

um processo (NEZELLO, 2008).

4.1.2. Mapeamento de Competências Por Função

A Metodologia EY também levou em consideração o Mapeamento de

Competências por função que, por sua vez, descreve especificamente o cargo ocupado

pelo servidor e quais as competências dele são esperadas. Assim, há uma descrição

específica das funções de acordo com as atribuições de cada cargo. Este modelo de

mapeamento de competências exige constante atualização das descrições de cada

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cargo, haja vista a eventual criação de novos cargos ou hipóteses em que

determinados cargos se tornam inadequados (e.g. datilógrafo).

Abordando esta metodologia pelo mapeamento de competências por

função, estaremos permitindo que cada nível hierárquico apresente uma visão técnica

desdobrada nas diferentes atividades executadas e, em paralelo a este conceito,

teremos também a compreensão de quais são as competências técnicas, quanto ao

desempenho de determinado cargo técnico ou operacional (CARBONE et al, 2016;

MONTEZANO, 2016; FLEURY; FLEURY,2001). Assim, entendemos que este modelo de

mapeamento de competências está diretamente ligado à função que o funcionário

exerce dentro da organização.

4.1.3. Abordagem integradora

A abordagem integradora, proposta pela EY, consiste em um modelo

híbrido de mapeamento de competências, o qual contempla elementos de ambas as

metodologias abordadas acima. Esta abordagem congrega as especificidades de cada

uma das atividades/tarefas desempenhadas pelos colaboradores, levando em

consideração a natureza da atividade desenvolvida (modelo de mapeamento por

função) e os resultados esperados (modelo de mapeamento por processo).

Neste modelo híbrido, portanto, as competências são definidas como

uma combinação sinérgica de conhecimentos, habilidades e atitudes (v. item 4.2 sobre

o modelo CHA). Esses três atributos do modelo CHA são os insumos necessários nesta

metodologia híbrida de mapeamento de competências. Identificados os insumos e

utilizados em um contexto organizacional e levamos em consideração também o

desempenho profissional que se traduz em comportamentos, realizações e resultados,

conforme podemos observar na imagem a seguir.

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Figura 8 - Abordagem Integradora

Fonte: EY

Logo, este modelo híbrido permite uma aplicação mais ampla e flexível

pelos gestores, na medida em que determinadas competências não são intrínsecas a

apenas um processo ou exclusivas de apenas uma função. Logo, realizar o

mapeamento de competências por meio de uma abordagem híbrida, transversal aos

processos e às funções, permite que determinada competência seja aplicada mesmo

que existam atividades similares em áreas diferentes da organização.

O conceito de competência da abordagem integradora (ou híbrida) é

utilizado pela maioria das organizações, conforme apontado por Brandão e Guimarães

(2001) e Oderich (2005), ao afirmarem que este conceito é mais disseminado no Brasil.

Um dos motivos para adoção deste conceito na administração pública está ligado ao

fato dessa definição estar prevista na Guia de Gestão e Capacitação, elaborado pelo

Ministério do Planejamento (MPOG), que oferece orientações para as organizações

públicas.

4.2. Proposta de metodologia mais adequada para o Ministério da Fazenda

Conforme exposto acima, são três os conceitos metodológicos de

mapeamento de competências mais significativos: por Processo, por Função e a

Abordagem integradora. Em linhas gerais, a metodologia de mapeamento de

competências por função busca definir as competências de acordo com as atribuições

de cada cargo, ou seja, de acordo com o nível hierárquico do servidor. Esse sistema

vincula de maneira direta o regime de cargos vigente em uma área específica da

instituição.

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Sem embargo, a metodologia por processo possui uma visão transversal

das atividades que permeiam as áreas da companhia, em outras palavras, o dever da

entrega independe do nível hierárquico do servidor, todos são responsáveis.

A Abordagem Integradora, por outro lado, é um modelo híbrido que

contempla as especificidades das atividades e comparabilidade de naturezas de

trabalho. Este modelo diferencia a proficiência de competências de acordo com o nível

hierárquico, e assim é possível identificar diferentes possibilidades de atuação em

áreas da organização.

Após abundante perquirição dos dados e informações coletadas em

reuniões com membros de diversos órgãos da estrutura do Ministério da Fazenda,

ficou constatado pela EY que o modelo híbrido da Abordagem Integradora é mais

condizente às atuais necessidades do Ministério da Fazenda.

Neste sentido, o conceito de competências e esta abordagem

integradora é trivialmente empregada para se referir à capacidade para execução de

tarefas e cabe de forma eficiente à estratégia do Ministério. No contexto da Política

Nacional de Desenvolvimento de Pessoas sua acepção é sintetizada no inciso II do

artigo 2⁰ do Decreto nº 5.707, de 23 de Fevereiro de 2006, in verbis:

Art 2⁰, Inciso II - gestão por competência: gestão da capacitação orientada para o desenvolvimento do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho das funções dos servidores, visando ao alcance dos objetivos da instituição. (grifo nosso)

A título de exemplo, as seguintes características poderão ser observadas

de maneira universal na metodologia apresentada:

I. Planejamento e organização; II. Solução de Problemas;

III. Competência Técnica; IV. Tomada de Decisão; V. Administração de resultados;

VI. Comunicação; VII. Relacionamento Interpessoal;

VIII. Criatividade; IX. Administração de conflitos; X. Adaptabilidade;

XI. Resolução de Conflitos; XII. Atualização profissional e conhecimento do trabalho;

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Importante salientar as competências exigidas individualmente para

cada cargo e posição hierárquica, consoante o disposto no exemplo a seguir, que

contempla o cargo de Analista Fazendário:

Figura 9 - Job Family do Analista Fazendário

Fonte: EY

Ponderando as práticas de mercado contemporâneas e considerando os

diferentes graus de maturidade entre os variados órgãos que a integram o Ministério,

é possível depreender que a adoção da Abordagem Integradora é a metodologia mais

oportuna. Reforçamos que tal abordagem define competências como a combinação

entre os três pilares definidos na metodologia CHA, que abrange os Conhecimentos, as

Habilidades e Atitudes, tríade responsável por ampliar o sentido de competência por

meio de um referencial que se assemelha aos padrões internacionais. Estes

comportamentos serão observados em um contexto organizacional e expressos

através do desempenho profissional.

Muito embora este Manual faça uso do conceito CHA para o

mapeamento competências, é importante definir de que forma este conceito atua

dentro denossa abordagem integradora.

Preliminarmente, cumpre observarque o pilar (i) conhecimento está

relacionado ao conjunto de informações assimiladas e detidas pelo indivíduo ao longo

da prestação de serviços. Neste pilar a abordagem avalia a capacidade do profissional

de saber qual ação tomar, bem como sua fundamentação.

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Já o pilar (ii) habilidade refere-se, nesta metodologia, ao conhecimento

para realizar determinada ação necessária, ou seja, é a consolidação do conhecimento

do indivíduoque consiste na aplicação prática dos conhecimentos, com o ímpeto da

consecução de propósito específico. É o uso produtivo do conhecimento adquirido.

Por fim, a (iii) atitude refere-se, nesta metodologia, aos aspectos sociais

no âmbito do trabalho. Este pilar representa, dentre outras competências, a

identificação com a atividade exercida, responsabilidade com suas atribuições,

determinação para aprimoramento da performance e bom relacionamento

interpessoal.

Figura 10 - Quadro CHA

Fonte: EY

Especificamente para o Ministério da Fazenda, devido à complexidade

das atividades por ele exercidas, a abordagem integradora é exigida por ser uma

metodologia capaz de analisar uma grande diversidade de competências que podem

variar de acordo com cada órgão em que o servidor opera, por exemplo, o caso de um

servidor da Receita Federal que terá competências técnicas distintas daquelas do

servidor da Secretaria do Tesouro Nacional e vice-versa.

Abaixo demonstramos de maneira esquematizada o método proposto

ao Ministério da Fazenda:

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Figura 11 - Metodologia EY

Fonte EY

4.2.1. Justificativa de escolha do modelo apresentado

O Decreto nº 5.707, de 23 de Fevereiro de 2006, que instituiu a Política

Nacional de Desenvolvimento de Pessoal, a ser implementada pelos órgãos e

entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, dispõe em

seu artigo 5⁰:

“Art. 5o São instrumentos da Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal: I - plano anual de capacitação; II - relatório de execução do plano anual de capacitação; e III - sistema de gestão por competência. § 1o Caberá à Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão desenvolver e implementar o sistema de gestão por competência. § 2o Compete ao Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão disciplinar os instrumentos da Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal.”

Não obstante à indispensabilidade legal da adoção de um sistema de

mapeamento de competências aos órgãos da administração pública, a evolução da

performance dos resultados deve se mostrar evidente após a implementação de um

sistema de mapeamento de competências.

A metodologia EY de Gestão por Competências, quando aplicada, tem

como ímpeto o aprimoramento da gestão de pessoas e através dela, os objetivos da

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instituição se alinhará com as necessidades de desempenho das equipes. Ademais, a

implementação deste método assiste à constatação das lacunas de competências

existentes e impeditivas do alcance da estratégia da instituição, seja pública ou

privada, e logo, fornece parâmetros a serem utilizados para desenvolvimentos do

capital humano.

No caso do Ministério da Fazenda, cumpre salientar que sua

organização contém órgãos de assistência direta e imediata ao Ministro da Fazenda,

órgãos específicos singulares, órgãos colegiados e entidades vinculadas. Assim, por

mérito de sua ampla estrutura e diferentes graus de maturidade de seus órgãos, a

apuração da metodologia de mapeamento de competência exata para os propósitos

do MF, é uma atividade laboriosa e carece de inquirição detalhada.

Assim, o cenário de complexidade e amplitude da estrutura

organizacional do Ministério da Fazenda serviu para fundamentar a escolha do modelo

híbrido de mapeamento de competências apresentado pela EY.

Também conforme mencionado acima, tal modelo de mapeamento de

competências apontado pela EY, contempla as especificidades das atividades e

comparabilidade de naturezas de trabalho.

Desta maneira, as dimensões acima aludidas e, que fazem parte da

metodologia EY de análise de competências, estão em conformidade com o conteúdo

do Decreto nº 5.707, de 23 de Fevereiro de 2006, que define o mapeamento de

competências como uma ferramenta gerencial que permite planejar, monitorar e

avaliar ações de capacitação a partir da identificação dos conhecimentos, habilidades e

das atitudes necessárias ao desempenho das funções dos servidores.

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Capítulo 5. A implementação do Projeto Piloto

Este Capítulo tem por objetivo apresentar o processo de implementação

prática do Projeto Piloto do mapeamento de competências que ocorreu em

determinadosórgãosdo Ministério da Fazenda. Como demonstraremos a seguir, o

projeto piloto dividiu-se em seis etapas, e este capítulo abordará cada uma delas para

evidenciar melhor como estas etapas se desenvolveram na prática.

5.1. Implementação do Projeto Piloto de competências no Ministério da

Fazenda

A metodologia de mapeamento de competências, apresentada neste

manual, seguiu um processo de etapas que foram definidas pela EY, em parceria com o

Ministério da Fazenda com o objetivo de atuar de forma célere neste projeto piloto.

O Ministério da Fazenda definiu que os Grupo de Trabalho (GT) criado pelo

Comitê de Gestão Estratégica de Pessoas do MF (CGEP) participaria como parceiro da

iniciativa – ou seja, no projeto piloto. Este GT, após analisar os macroprocessos da

Cadeia de Valor Integrada do Ministério da Fazenda, sugeriu que o projeto piloto

avaliasse três macroprocessos, conforme mencionados abaixo:

Grau de Complexidade (p/implementação)

Cadeia de valor Processos Órgãos Áreas

Baixa Cadeia 2 – Arrecadação e controle dos créditos da Fazenda Pública.

Realizar a Fiscalização. 2 Prestar orientação e atendimento ao contribuinte.

RFB COEAF

Média Cadeia 8 – estratégia, Gestão e Suporte.

Promover eventos de capacitação e desenvolvimento.

ESAF SUSEP3

DIRED DIREC

Alta Cadeia 1 – Gestão Integrada das Políticas Econômicas e Previdenciárias.

Realizar estudos e pareceres para subsidiar o posicionamento do MF.

SPE SAIN4

COGCR CGSPC COINT COPOL

2 Processo alterado na etapa de Execução da Metodologia a pedido da RFB, tendo em vista a

confidencialidade das informações inerentes ao processo de fiscalização.

3 Sem processo vinculado. Apenas participação nas reuniões

4 Substituição do subprocesso “Agenda Comentada”, mais ligado a Cadeia de Valor 6, pelo subprocesso

“Pareceres Notas Técnicas”, exclusivo da cadeia de Valor 1.

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Esclareça-se que cada macroprocesso foi escolhido conforme o grau de

complexidade para implementação da metodologia – alta, média ou baixa. No

macroprocesso de baixa complexidade, houve a participação da Receita Federal do

Brasil (ou “RFB”); no macroprocesso de média complexidade, houve a participação da

ESAF; no macroprocesso de alta complexidade, houve a participação da SPE e da SAIN.

Importante observar que “Cadeia de valor” é o termo usado pelo

Ministério da Fazenda para nomear o sistema que gera resultados de valor na

organização. A construção de uma cadeia de valor é um investimento que o Ministério

da Fazenda observou trazer um ganho para a organização, pois, esta passa a entender

melhor seus negócios. Abaixo demonstramos a Cadeia de Valor Integrada do MF,

versão de 2017:

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Figura 12- Cadeia de Valor Integrada do MF - 2017

Fonte: Site do Ministério da Fazenda

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Diante do cenário que citamos acima, os processos que seriam analisados

pelo projeto piloto foram definidos, conforme ilustra a imagem a seguir:

Figura 13 - Metodologia para escolha dos processos e órgãos

Fonte: EY

Assim sendo, após a definição dos órgãos participantes, da cadeia de valor,

dos processos que seriam analisados e da complexidade aplicada a eles, adentramos

no passo a passo para definição da metodologia do projeto piloto. Abaixo

apresentamos o fluxo de trabalho recomendado para aplicação do Projeto Piloto e que

seguem as diretrizes da metodologia desenvolvida pela EY, conforme imagem a seguir:

Figura 14 - Metodologia EY de Diagnóstico e Análise de Competências

Fonte: EY

5.1.1. Etapa 1 –Análise Documental e Entrevistas

A etapa inicial tratou da formulação da estratégia do projeto piloto a ser

implementado. A metodologia que foi customizada ao Ministério da Fazenda foi

aplicada através da atuação de Grupos de Trabalho para que então fosse possível

efetuar a melhor captura de aprendizado e, logo em seguida, realizar o refinamento

metodológico.

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Importante ressaltar a importância dos gestores no processo de

mapeamento de competências realizado, eles são peças-chaves no processo de

implementação do projeto. Eles possuem participação ativa e essencial no processo de

mapeamento de competências e, posteriormente, na avaliação de desempenho.

Ademais, como são importantes canais de comunicação e de incentivo de servidores,

foram e devem ser constantemente consultados pela equipe do projeto. Acrescente-

se, ainda, o seu papel fundamental na validação das competências.

Para efetiva aplicação da metodologia a EY recorreu à aplicação de

técnicas para a coleta de dados, que foi realizada conforme os procedimentos

orientados a seguir:

a) Análise Documental:

O primeiro passo para mapear as competências necessárias é a análise

documental, ou seja, a análise da visão, da missão, do planejamento estratégico, dos

macroprocessos, do regimento interno e de todos os documentos relacionados aos

objetivos estratégicos da organização.

A etapa de interpretação e a análise do conteúdo dos documentos da

organização auxiliaram a EY a definir as categorias de análise e também a identificar

quais indicadores a respeito de quais competências demandariam maior necessidade

de análise para lograr os objetivos e metas do projeto piloto.

Nesta etapa então, como o objetivo de identificar o melhor cenário para

a atuação do projeto piloto, a EY analisou, no âmbito da administração pública, as leis,

as normas internas, os decretos, os regulamentos, os estatutos, as portarias, os

programas temáticos do ministério da fazenda no Plano Plurianual (PPA), os relatórios

de auditoria, e pareceres dos órgãos que participaram do projeto.

Para tanto, a EY realizou uma análise de dados textuais, objetivando

apurar as informações mais importantes, quantificando e condensando suas estruturas

relevantes. Existe um número significativo de metodologias e softwares nessa área.

Por possuir uma sistemática clara e aprofundada, cita-se o modelo de Bardin, que se

fundamenta na análise semântica de enunciados ou períodos de um texto ou corpus

(FARACO et al., 2006, p. 130; BECHARA, 2009, p. 406). A partir daí, promove-se um

encolhimento e uma reorganização do material.

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De acordo com Bardin (1977), para a realização dessa análise, toma-se

como base segmentos textuais, que podem ser retirados de regimentos internos,

objetivos estratégicos, macroprocessos e tudo aquilo que é essencial à organização.

Tais segmentos textuais devem ser transpostos em fragmentos menores e deve-se

aglomerá-los e categorizá-los em temas gerais. A partir dessa análise documental,

extrai-se um conjunto de temas que servirão de base para a descrição das

competências.

Análise de Conteúdo - A análise do conteúdo de um documento se preocupa com o significado das palavras, frases ou orações. O propósito é interpretar e classificar as diferentes partes de um texto de acordo com categorias determinadas pelo mapeador para extrair dali a informação predominante ou as tendências manifestas do texto que permitam verificar quais as competências relevantes à organização. Categorização - A categorização é uma operação de classificação dos elementos de um texto segundo determinados critérios. Esses critérios são semânticos (relativo ao significado das palavras) ou temáticos (relativo ao tema das palavras). A separação do texto em categorias facilita a análise da informação. As categorias podem ser definidas antes da análise do documento/texto (a priori) ou estabelecidas depois da leitura do material, emergindo, portanto, da análise da documentação. Interpretação – é a compreensão do conteúdo do texto com base nas informações, categorias e na descrição dos significados. Descrição – é o momento de expressão dos significados captados e intuídos nas mensagens analisadas do texto.” (MARQUES, 2013)

A análise documental é uma fase preparatória para o seguinte passo do

processo de mapeamento: a descrição das competências. Cabe ressaltar, no entanto,

que a pesquisa documental dificilmente é utilizada sozinha. Pode-se combiná-la com

outras técnicas de identificação de competências, tais como entrevistas individuais,

grupos focais, questionários e outros.

Além da pesquisa documental a EY valeu-se também de reuniões

e entrevistas semiestruturadas com os gestores dos órgão e equipe técnica

objetivando validar e coletar informações adicionais importantes para nossas análises

– em alguns órgãos foram realizadas em média 2 a 3 reuniões para avaliação.

É importante salientar que dependendo da complexidade do órgão e

informações disponibilizadas, a análise documental poderá não ser restrita aos

documentos relacionados acima, sendo ampliada conforme necessário para suprir ou

complementar informações que sejam relevantes a cada ambiente organizacional.

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Diante disso, podemos afirmar que, nesta fase preliminar, foram

coletados dados relevantes referentes à estratégia organizacional. O próximo passo

realizado pela EY para melhor entendimento dos processos, e seus atores, foi definir as

entrevistas com os principais “Stakeholders” dos processos indicados.

b) Entrevistas

O segundo passo foi a etapa das entrevistas que tratou de uma técnica

de comunicação bilateral, em que possuiu como participantes o entrevistador (EY) e

servidores selecionados pelo seu largo conhecimento da organização e também o

conhecimento específico dos processos relacionados que foram indicados pelo

Ministério da Fazenda, em sua maioria foram selecionados os gestores de processos e

a equipe técnica que atua nos processos selecionados.

Os entrevistadores tiveram como objetivo a obtenção de informações,

bem como a percepção do entrevistado perante o processo a ser investigado. As

entrevistas assistiram à acareação entre os dados apurados na análise documental e a

concepção dos profissionais, a fim de esgotar possíveis ambiguidades e desafios que

poderiam ser encontrados na fase de “Rollout” do projeto.

Ademais, durante esse processo foram obtidas, por meio de relatos dos

profissionais, muitas informações acerca da realidade da organização que não constam

nos documentos.

As perguntas feitas pela EY aos entrevistados foram cautelosamente

preparadas pela equipe de consultores e a seguir demonstraremos os modelos que

foram utilizados nas entrevistas realizadas. Vale ressaltar que o modelo adotado pela

EY foi de entrevista semiestruturada, onde a ordem das perguntas, bem como a

formulação de questões adicionais depende do entrevistador objetivando identificar a

melhor percepção possível do entrevistado perante os processos/ atividades que

foram relacionadas.

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Figura 15 - Pauta de Entrevista da EY

DADOS DA ENTREVISTA Consultores EY: Entrevistado (a): Órgão/ Área: Data:

QUESTIONÁRIO Descreva o processo e seus atores:

Quais são as entregas esperadas deste processo?

Para as atividades descritas neste processo, quais são as responsabilidades existentes?

As atividades são rotineiras? Qual o volume?

Quantas horas são gastas para a realização das atividades?

Há interface com outros órgãos ou atores nesse processo?

Existem sistemas ou ferramentas específicas que apoiam neste processo?

São necessárias competências técnicas e comportamentais?

Quais os conhecimentos a sua área de atuação?

Quais as habilidades a sua área de atuação?

Quais competências organizacionais devem ser observadas?

Que comportamentos no trabalho são valorizados pelos superiores?

Existem metas estabelecidas para realização das atividades?

Essas metas são acompanhadas através de indicadores? Qual a periodicidade?

Existe uma gestão de dados?

Fonte: EY

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Outras informações a serem destacadas sobre esta etapa, observadas

pela EY no processo das entrevistas, foram a indicação da (I) Frequência absoluta

(número de entrevistados que fizeram menção à competência); (ii) Frequência relativa

(percentual de entrevistados que fizeram menção à competência); e (iii) a Indicação de

referência à competência em documentos internos da organização. Esses dados

auxiliaram a EY na validação das competências e o número de menções realizadas

sobre um determinado item, que indicou assim a sua relevância.

As reuniões, conforme citamos acima, foram realizadas com a equipe,

incluindo gestores e equipe técnica, e tiveram a duração entre uma (01) e quatro (04)

horas.

Durante essas reuniões foram discutidas as informações capazes de

definir atributos de competência válidos para os órgãos e seguimentos do Ministério

da Fazenda, identificar competências gerenciais inerentes aos gestores e supervisores

da organização, além das informações específicas dos cargos com o objetivo de elencar

os atributos de competência cabíveis a cada um deles.

5.1.2. Responsáveis pelo mapeamento de competências

Vale salientar que, para este projeto piloto, conforme as etapas

supracitadas, a consultoria EY contou com sua equipe especializada em mapeamento

de competências para avaliação da documentação e para o processo de entrevistas

com os gestores e equipe técnica selecionada pelos órgãos para participarem do

projeto. Nesse caso, os servidores selecionados para as entrevistas foram aqueles que

os gestores entenderam como os que possuem um maior conhecimento da unidade e

do processo.

Assim para este projeto a EY contou com as técnicas de análise

documental e entrevistas, conforme citado anteriormente. O objeto da análise

documental e posteriormente das entrevistas foi avaliar as competências específicas,

gerenciais e fundamentais consideradas pelos gestores para os processos em questão,

sendo elas mapeadas simultaneamente. Neste mapeamento, a EY teve o cuidado de

buscar entender quem são atores e/ou cargos que atuam em um processo de trabalho.

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Os atores podem se confundir com os cargos. Neste sentido, foi

necessário validar com os gestores e equipes técnicas quem de fato atuava, ou seja, era

o executor em uma determinada atividade.

Considerando o exposto para o mapeamento de competências

contamos com os seguintes responsáveis:

a) Mapeador

É o responsável pela pesquisa e mapeamento de competências de

acordo com a metodologia de mapeamento adotada. Traduz as competências do órgão,

interpretando e definindo junto com os gestores e equipe técnica as dimensões, o grau

de importância e a necessidade de aprimoramento das competências mapeadas. A EY

dentro do projeto desenvolveu o papel de mapeador.

b) Gestor da Unidade e no Contexto do Piloto o Gestor do Processo

Foi responsável por disponibilizar as informações, identificar a equipe

técnica, que deve participar do processo, bem como analisar e auxiliar a validação

semântica das competências dos servidores dentro do processo selecionado.

c) Equipe técnica

Auxiliou o gestor na identificação e validação das competências

mapeadas para os servidores que atuam nos processos, bem como da definição do

grau de importância das competências de sua equipe.

Entendemos que os gestores são peças-chaves no processo de

implementação do projeto. Eles possuem participação ativa e essencial no processo de

mapeamento de competências e, posteriormente, no diagnóstico. Ademais, como são

importantes canais de comunicação e de incentivo de servidores, serão

constantemente consultados pela equipe do projeto. Acrescente-se, ainda, o seu papel

fundamental na validação das competências.

Neste projeto dado sua amplitude e prazo, não foi considerada a

participação dos servidores, que podem participar de projetos de mapeamento na fase

de diagnóstico, onde podem ser adotados diversos instrumentos, tais como

questionários, entrevistas, grupos focais e observações. Esses instrumentos serão

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aplicados pelos gestores ou preenchidos individualmente, como uma autoavaliação.

Entendemos a RFB já vem utilizando da aplicação de questionário online, junto aos

seus 23.000 (vinte e três mil) servidores para auxiliar no processo de diagnóstico.

Para a descrição das competências, a EY, de acordo com as tipologias

definidas, fundamentais, essenciais e gerenciais, considerou que as competências

descritas devem ser práticas, operacionais e úteis; devendo constituir referências claras

e objetivas para a avaliação do comportamento e do desempenho de servidores.

Diante deste contexto a equipe da EY em conjunto com os gestores buscou descrever

as competências considerando suas dimensões ou elementos constitutivos

(conhecimentos, habilitadas e atitudes). Buscou ainda evitar frases longas e expressões

técnicas, extremadas ou negativas, para a elaboração dos enunciados e itens do

instrumento.

Exemplo:

Após o levantamento destas informações e refinamento realizados pela

consultoria, a EY compilou os dados em seu caderno de coleta e solicitou uma reunião

com o respectivo órgão para validação de competências, conforme demonstrado no

tópico seguinte. Para realizar essas validações, podem-se utilizar grupos focais,

entrevistas ou questionários. A EY utilizou-se de seu caderno de insumos e ainda em

alguns casos de reuniões presenciais com os gestores do órgão e equipe visando

percepção mais consistente quanto aos insumos apresentados.

Importante ressaltar que nesta etapa a equipe da EY solicitou aos

gestores e equipe técnica especial atenção para validação semântica das competências

descritas pelo time da EY, buscando identificar ambiguidades e dificuldades de

compreensão, verificar a adequação dos enunciados e itens apresentados e obter

críticas e sugestões de melhoria quanto as descrições apresentadas.

Relacionamento Interpessoal e Trabalho em Equipe

Descrição: Estabelece relações interpessoais baseadas na confiança, respeito, cooperação e transparência. Interage positivamente com o grupo de trabalho, entendendo as interdependências entre as pessoas, contribuindo com ideias e esforços na consecução de objetivos comuns, valorizando contribuições dos outros.

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Uma vez realizados ajustes solicitados e ocorrer a validação com os

gestores, a equipe da EY, iniciou a etapa de diagnóstico, que buscou verificar o quão

importante o gestor considera a competência para o exercício da função e/ou

atividades laborais. Este grau variou de zero (00), nas hipóteses em que a competência

não foi identificada ou deveria ser retirada da lista; e cinco (05), nas situações em que a

competência era essencial para a consecução dos objetivos do setor.

De forma simultânea, a equipe da EY buscou compreender junto aos

gestores e equipe técnica, indicadores de necessidade de capacitação. Estes

indicadores também foram apontados e relacionaram atividades a competências, bem

como a necessidade de capacitação para estas competências, considerando, o quadro

de funcionários atual.

Frente a este modelo, o gap de competências (ou lacuna de

competências) foi encontrado por meio das avaliações de domínio e de importância,

contrastando-se o grau de domínio apresentado pela equipe técnica/gestores e o grau

de importância que cada competência obteve.

5.1.3. Etapa 2 - Mapeamento das Competências existentes

Nesse momento, serão identificadas as competências existentes

nos servidores do órgão. Deve-se, impreterivelmente, haver correlação entre as

competências necessárias, e as existentes em seus servidores.

Mais uma vez, a equipe da EY responsável pelo projeto buscou

incentivar o envolvimento dos gestores para que eles informassem avaliando as

equipes que hoje atuam nesses processos as competências instaladas.

Conforme mencionamos, entendemos que alguns órgãos mais maduros

envolvem os servidores, através de um processo de autoavaliação, objetivando

constatar as competências existentes, o que observa-se ser um modelo bem difundido

no mercado e que busca reduzir ao máximo a lacuna entre as competências

necessárias à consecução dos objetivos organizacionais e aquelas já disponíveis na

organização. Todavia, no contexto do Projeto Piloto, dado o tempo hábil que temos

para conclusão do mesmo, não cabia utilizar neste momento de coleta de informações

através de questionário com os servidores.

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Para a realização desse diagnóstico, adotam-se diversos instrumentos,

tais como questionários, entrevistas e observações. Para esse processo a EY utilizou os

insumos da fase anterior de entrevista bem como desenvolveu um caderno de coleta

que foi encaminhado aos gestores para obter as informações necessárias.

Recomenda-se utilizar quando possível, um sistema eletrônico para

requerer, obter, compilar e organizar essas informações, todavia, o desenvolvimento

de sistema online não foi objeto do escopo apresentado pelo Ministério.

É importante que a identificação das competências existentes ocorra

por meio de avaliação do grau de domínio dos servidores em relação às competências

necessárias e de avaliação do grau de importância destas competências para a

organização como um todo. Essas duas avaliações no momento do projeto piloto

foram realizadas junto com os gestores dos órgão e áreas técnicas envolvidas no

projeto e serão fundamentais para a obtenção da lacuna de competências.

5.1.4. Etapa 3 - Definição de Competências Necessárias

Nesta fase, a EY realizou o “Diagnóstico de Competências”, isto é, a

identificação das lacunas entre as competências necessárias e as competências

internas existentes para concretização da estratégia da Instituição.

Fez parte desse processo de análise, a elucidação das competências dos

cargos dos órgãos, mediante o levantamento dos atributos e das competências, os

quais foram reunidos por semelhança e convertidos em Competências. Nos moldes

acima descritos, a EY coletou as percepções acerca das competências já existentes

contemplando as especificidades das atividades e da natureza laboral e, com isso

realizou um inventário das competências em um mix das competências já relacionadas

pelos órgãos com as competências recomendadas pela EY.

Ademais, a EY considerou nesta análise as singularidades e

particularidades de cada cargo e nível para atender o propósito final de êxito para cada

órgão. Neste contexto, faz-se necessário compreender a diferença entre as

competências que foram definidas em nossos trabalhos, conforme segue:

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Figura 16 – Tipologia de competências adotada

Fonte: EY

A) Competência específica (técnica):

A competência específica é a condição mínima para a atuação do

servidor dentro do seu papel ocupacional, que são necessárias para realizar um

determinado conjunto de atividades de um processo, desdobrado de um

macroprocesso no contexto de sua equipe de trabalho. O conhecimento adquirido em

sua formação profissional também deve estar ligado ao cargo exercido pelo servidor.É

importante que o profissional que possuir estas competências domine o seu dever (o

que fazer e como fazer). Importante também salientar que os profissionais devem

empenhar-se continuamente para a manutenção, evolução e atualização de suas

competências específicas.

B) Competência fundamental (essencial):

A competência fundamental é uma característica de extrema relevância

para a excelência profissional. Estas são normalmente associadas aos elementos da

estratégia da organização, como a visão, a missão eos valores, e são elas que resultam

em diferencial para a competitividade das empresas. São aquelas inerentes a todos os

servidores públicos dos órgãos do Ministério da Fazenda, que orientam a definição das

competências coletivas dos órgãos e das unidades.

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Neste sentido, tais competências abrangem a junção dos

conhecimentos contidos na organização e nas habilidades individuais, que

diferenciam as organizações umas das outras, portanto, é importante a observação,

reflexão e identificação delas, para que o curso dos processos seja mais efetivo.

C) Competência gerencial:

Por último, a competência gerencialestá diretamente relacionada às

funções gerenciais. Estas competências têm por objetivo manter o nível de

desempenho das necessidades e expectativas do órgão, de modo a atingir seus

objetivos no menor espaço de tempo e com o maior rendimento possível. Tais

competências dão subsídios aos gestores para suas atuações, de forma que orientam a

atuação da equipe com foco nas estratégias, estimulam e valorizam a participação dos

funcionários nas decisõese coordenam os processos da sua equipe.

Considerando a complexidade das atividades exercidas no Ministério da

Fazenda observamos a necessidade de uma pluralidade de competências. As

competências técnicas podem variar de acordo com as especificidades do órgão ou

Autarquia. As individuais devem ser customizadas de acordo com a área de atuação e

as atividades dos servidores.

Com as competências definidas acima, é possível demonstrar um

exemplo do resultado da etapa de definição de competências necessárias:

Figura 17 - Modelo de avaliação de competências - EY

Atividade Atores/ Cargos Descrição Produto CompetênciaTipo de

Competência

Grau de

importância

Ação de

Capacitação

Prestar atendimento presencial na unidade da RFB - Nível 1

1. Cargos PECFAZ

Planejamento do atendimento Fundamental 1 1

Orientação e incentivo do Ecac Fundamental 2 2

Definição dos serviços de atendimento Fundamental 3 3

Tomada de decisão no atendimento Fundamental 4 4

Transmissão de informações ao Contribuinte Fundamental 5 5

Atendimento e orientação ao Cidadão Fundamental 3 3

Análise de CompetênciasSumário de Atividades RFB

Prestar atendimento

presencial na unidade

da RFB - Nível 1

Agente Administrativo 1. Diagnóstico da Situação

concreta

2. Buscar soluções baseadas

em legislação/ Sistema de

apoio ao atendimento

3. Conclusão do atendimento

Atendimento

ao

Demandante

Fonte EY

5.1.5. Etapa 4 - Análise e Levantamento de Lacunas

Nesta etapa seguinte houve a validação ou refinamento pela EY da

metodologia apresentada aos órgãos que participaram do projeto piloto. A EY contou,

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neste momento, com o comprometimento e com a disposição dedicada ao projeto

piloto de gestão de pessoas pelos órgãos que foram envolvidos neste trabalho.

O objetivo da etapa de validação e refinamento das competências dos

cargos foi garantir que a metodologia estava madura, exata, reprodutível e flexível e

que também era capaz de garantir a conformidade com os propósitos dos órgãos, além

de fornecer evidencias através da participação dos envolvidos de que a metodologia

realiza aquilo para o qual é indicada para fazer. Ficou entendido que o material final

contemplou as competências indicadas pelos próprios órgãos, além de recomendações

da EY de outras competências essenciais ao escopo do projeto piloto.

O resultado desta primeira etapa estabeleceu três índices assim

categorizados: (i) Análise de Competências, que apresentou o sumário das atividades e

a correlação destas com as referidas competências; (ii)a Matriz de Competências, que

relacionou as competências do primeiro índice pertinentes aos cargos/funções em

análise; e (iii)a Matriz Grau de Importância, que apresentou os critérios de mensuração

da importância das competências para as atividades desempenhadas e as

necessidades de capacitação delas decorrentes.

A Matriz de Grau de Importância que citamos verificará o quão uma

competência mapeada é relevante nas atividades exercidas pelo servidor. Esta

avaliação facilitará o planejamento de ações de capacitação, etapa posterior ao

diagnóstico de competências existentes. A avaliação de importância permite a seleção

prévia do que é mais importante a ser desenvolvido em termos de competência em

seus servidores, evitando o gasto de recursos, de tempo e de energia na capacitação

de competências que são obsoletas e desnecessárias.

Conforme falamos anteriormente, a referida matriz identifica o quão

importante o gestor considera a competência para o exercício da função e/ou

atividades laborais. Este grau variou de zero (00), nas hipóteses em que a competência

não foi identificada ou deveria ser retirada da lista; e cinco (05), nas situações em que

a competência era essencial para a consecução dos objetivos do setor, necessitando

ser realizada ininterruptamente e com o mínimo de erros possível, conforme

demonstramos no quadro abaixo.

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Figura 18 - Matriz de Grau de importância / Necessidade de Capacitação

0 A Competência não foi identif icada no setor. A Competência era

retirada da lista.0 Não utilizo esta competência na minha atual função

1 Competência de pequena importância para a consecução dos

objetivos do setor, raramente necessária.1 Nenhuma necessidade de capacitação, pois não tenho

dif iculdades e/ou não necessito de ajuda.

2 Competência com pequena importância para a consecução dos

objetivos do setor, necessária com pouca frequência.2 Pouca necessidade de capacitação, pois raramente tenho

dif iculdades e/ou pouco necessito de ajuda.

3 Competência necessária para a consecução dos objetivos do setor,

frequentemente necessária.3 Média necessidade de capacitação, pois tenho alguma dif iculdade

e/ou às vezes necessito de ajuda.

4 Competência muito importante para a consecução dos objetivos do

setor, extremamente frequente.4 Muita necessidade de capacitação, pois tenho dif iculdades com

frequência e/ou necessito de ajuda constantemente.

5 Competência essencial para consecução dos objetivos do setor,

necessitando ser realizada sem erros e o tempo inteiro.5 Urgente necessidade de capacitação, pois tenho extrema

dif iculdade e/ou sempre necessito de ajuda.

2.1. Grau de Importância 2.2. Necessidade de Capacitação

Fonte: EY

De forma simultânea, a Matriz de Grau de importância contou com os

indicadores de necessidade de capacitação. Estes indicadores também foram

apontadospelos gestores e servidores que participaram do projeto piloto e que

também relacionaram competências a atividades, bem como a necessidade de

capacitação para estas competências, considerando, o quadro de funcionários atual.

Esta matriz descrita acimadeu origem ao gráfico de Necessidade de capacitação das

competências referenciadas.

Para a elaboração desta metodologia foram utilizados os pressupostos teóricos

de Brandão (2012) e Magalhães e Borges-Andrade (2001), assim como outras

literaturas sobre capacitação, competências e gestão por competências e, diante dos

resultados apresentados, foi possível perceber, de forma mais objetiva, quais as áreas

que precisam de investimento em capacitação, e também quais órgãos teriam

prioridade nessas ações.

Figura 19 - Gráfico de Necessidade de Capacitação - EY

Fonte: (BRANDÃO E GUIMARÃES, 2001), com adaptações.

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O gap de competências (ou lacuna de competências) será encontrado por meio

das avaliações de domínio e de importância, contrastando-se o grau de domínio

apresentado pelos servidores/gestores e o grau de importância que cada competência

obteve.

Com este gráfico tornou-se possível compreender, de forma dinâmica, a

proposta de metodologia de diagnóstico das competências apresentando o cenário

das necessidades de capacitação das competências existentes e recomendadas.

O gap de competências de acordo com a metodologia da EY pode ser avaliado

considerando o grau de importância e a necessidade de capacitação das mesmas. As

competências que apresentam alta importância (5), e alta necessidade de capacitação

(5), são competências que demandam, de forma emergencial, ações de capacitação. Já

aquelas competências que possuem alto domínio por parte dos servidores (nenhuma

necessidade de capacitação) (1) e baixa importância (1) podem fazer parte das ações

de treinamento e desenvolvimento, mas não de forma prioritária. Os demais níveis de

priorização de capacitação que variam entre 1 e 5 dependerão dos resultados obtidos

com as avaliações de domínio e da realidade de cada órgão.

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Figura 20 – Matriz Domínio x importância para análise de prioridade para capacitação - EY

Assim, após o diagnóstico, o gestor tem uma visão clara de quais ações de

capacitação serão necessárias para a adequação de lacunas de desenvolvimento de

competências e da prioridade de cada uma delas.

Com relação as trilhas de capacitação, importante mencionar que não fazem

parte desta etapa que trata do mapeamento de competências, e será objeto da frente

de trilhas de capacitação.

5.1.6. Ferramenta de competências

Conforme evidenciado anteriormente neste manual, a equipe da EY, no

processo de mapeamento e diagnóstico de competências, utilizou o Caderno de

Insumos para auxiliar na coleta e na categorização das informações mapeadas.

No referido documento foram inseridos: os processos/atividades que

foram analisados; atores e/ou cargos participantes de tais processos; e também o grau

de proficiência e a necessidade de capacitação das competências relacionadas a estes.

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Tais informações foram levantadas pela equipe de mapeadores da EY durante as

etapas citadas anteriormente (análise documental e entrevistas).

A ferramenta conforme detalhado em anexo, em cada uma de suas abas

apresenta ícones, representados pelo símbolo (i), que servem como glossário

auxiliando os gestores e equipe quanto aos campos a serem validados e exemplos para

facilitar a compreensão dos envolvidos na análise. Os conceitos e metodologias

adotados foram apresentados pela EY durante todo o processo e utilizados nas

reuniões e apresentações aos GT’s. Insta ressaltar que tais materiais foram

disponibilizados por e-mail através da SGE/SE, a fim de serem utilizados pelos órgãos

como referência em relação a validação de informações e dúvidas relacionadas a

metodologia. Adicionalmente, a EY se colocou à inteira disposição para esclarecer e

auxiliar durante todo o processo de validação do material, seja por call ou fisicamente

nos órgãos.

A ferramenta de competências foi base de validação da EY do

mapeamento e posteriormente diagnóstico realizado nas etapas mencionadas

considerando a abordagem metodológica mencionada na metodologia de gestão por

competências. Assim, os atores envolvidos foram os gestores e equipe técnica, com

conhecimentos dos processos selecionados, que são os responsáveis pela validação do

material apresentado pela consultoria.

Neste contexto, a responsabilidade dos gestores e equipe foi o de validar

as competências fundamentais, as específicas e gerenciais mapeadas pela equipe da EY

simultaneamente, considerando o processo selecionado. Importante ressaltar que no

âmbito do projeto piloto estamos avaliando o processo em si, assim as competências

fundamentais, técnicas e gerenciais devem estar relacionadas a esse processo, como

se este representasse o órgão.

A doutrina, dispõe ainda que o diagnóstico de competências na

organização geralmente é realizado por meio de instrumentos de avaliação de

desempenho, conforme sugerem Brandão e Guimarães (2001), todavia, muitas vezes,

nem o pesquisador nem os profissionais objeto do estudo dispõem de tempo de um

sistema eletrônico para requerer, obter, compilar e organizar essas informações.

Frente ao escopo apresentado pelo Ministério da Fazenda, a EY

desenvolveu abordagem metodológica que entende mais adequada e que atende aos

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preceitos doutrinários e estando ainda alinhada as práticas observadas no mercado em

organizações de grande porte e com semelhante grau de complexidade.

Assim, a abordagem teórica indicada pela EY, levaram em consideração

os gestores e equipes como peças fundamentais no mapeamento e identificação de

domínio existente, devendo eles conhecer a sua equipe, identificar quais são seus

pontos fortes e os pontos fracos.

O resultado da análise realizada pela EY é apresentada através do

Dashboard que estabeleceu quatro (04) índices assim categorizados: (i) Matriz de

Competências, que relaciona as competências pertinentes aos cargos/funções em

análise; (ii) o Grau de Necessidade de capacitação, o qual evidencia as competências

que o órgão precisa desenvolver, referenciando este desenvolvimento em períodos de

curto, médio e de longo prazo; (iii) o Grau de esforço para o desenvolvimento, que

apresenta o esforço para o desenvolvimento/capacitação da competência referida e

(iv) o Grau de importância da competência ao Órgão, que evidencia o grau de

importância da competência para as atividades desempenhadas pelo órgão.

Para o Rollout a consultoria está propondo a que seja feito através do

caderno de coleta desenvolvido considerando alguns ajustes adicionais dado a

amplitude desta etapa. Os órgãos como a RFB que possuem outra metodologia

vigente, para o mapeamento esta serão observadas. Devemos ressaltar que a

metodologia proposta não têm o interesse de vincular órgãos cuja metodologia

própria se mostre mais fiel à sua realidade de trabalho. Ou seja, não buscam o

retrocesso, caso se mostrem menos efetivas que as metodologias vigentes no órgão.

5.1.7. Descrições da fórmula das lacunas de competência

Com relação ao tópico anterior, vale ressaltar que a identificação das

competências necessárias à consecução dos objetivos organizacionais e o inventário de

competências existentes levou em consideração a pesquisa documental e as reuniões/

entrevistas realizadas com os gestores e área técnica, sem envolvimento dos

servidores para avaliação de domínio, ou grau de proficiência dos mesmos com relação

as competências mapeadas.

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Neste sentido, a EY avaliou o gap considerando a média total classificada

pelos participantes a cada atividade relacionada, considerando os níveis de grau de

proficiência de zero (0) a cinco (5) e ação de capacitação de zero (0) a cinco (5). A partir

deste cenário, podemos observar:

a) o resultado quando menor ou igual a 3 para o grau de importância e

menor ou igual a 3 para ação de capacitação é considerado verde -> Baixa

necessidade de ações de desenvolvimento;

b) o resultado maior ou igual a 3 para grau de importância e menor ou igual

a 3 para ação de capacitação (e vice – versa) é considerado amarelo - >

cenário de desenvolvimento considerada moderado;

c) o resultado maior ou igual a 3 para o grau de importância e capacitação é

considerado vermelho -> cenário preocupante com necessidades imediatas

de capacitação;

Para utilizar a metodologia de cálculo proposta pelo Ministério do

Planejamento, com as devidas alterações, fórmula do quadro abaixo, é necessário

traduzir o Grau de Importância (I) como Ação de Capacitação (AC) e o Domínio (D)

como Grau de Proficiência (GP). Além disto, importante destacar que o grau de

proficiência deve ter sua leitura de forma invertida considerando cinco (5) como

“Competência observada de pequena importância para consecução da atividade no

setor, raramente necessária” e um (1) como “ Competência observada e essencial para

a consecução da atividade no setor, necessitando ser realizada sem erros o tempo

inteiro”.

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Após realizados estes ajustes, podemos verificar que o resultado da

aplicação da fórmula proposta poderá variar entre 0 e 25. O resultado 25 (vinte e

cinco) pode ser traduzido como uma competência que necessita de prioridade de

desenvolvimento, classificada como vermelha.

L = I x (5-D)

L = Lacuna; 5 = Níveis de importância da escala utilizada

I // AC= Importância // Ação de capacitação D // GP = Domínio // Grau de Proficiência

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Capítulo 6. Considerações Gerais sobre a Metodologia

A metodologia de gestão por competências da EY apresentada ao

Ministério da Fazenda mostrou-se um eficaz instrumento norteador para a tomada de

decisão da gestão de pessoas, considerando-se todos os resultados expostos e a sua

aplicabilidade prática tendo como base os conhecimentos oriundos da literatura sobre

gestão por competências e capacitação.

Conforme mencionamos a abordagem metodológica adotada no projeto

piloto pela Consultoria EY representa um mínimo ferramental para que os órgãos

tenham uma análise mais qualitativa da sua realidade de trabalho quanto ao processo

de mapeamento de competências, permitindo convivência com metodologias

existentes e previamente adotadas por órgãos no Ministério. Assim, a abordagem

proposta não têm o interesse de vincular órgãos cuja metodologia própria se mostre

mais fiel à sua realidade de trabalho. Preconiza-se que a implementação da gestão por

competências esteja baseada nas peculiaridades da própria organização.

Dentre outras contribuições desta iniciativa ressaltam-se a possibilidade

de identificar a gestão por competências e a definição das necessidades de

capacitação, cenário onde foram consideradas as influências dos servidores em

conjunto com os consultores especialistas da EY.

Por fim, importante salientar que a metodologia foi construída em

conjunto e entendemos que está pronta para ser replicada como um eficiente

instrumento de gestão de pessoas em outros órgãos, além do projeto piloto.

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Capítulo 7. Desafio de aplicação da Metodologia

Parte da aplicação de qualquer metodologia de mapeamento de

competências deve estar dedicada a entender os seus desafios e seus componentes

como um todo. É importante que todos os participantes exteriorizem suas ideias já

que, geralmente, o conhecimento está espalhado entre seus membros.

Para superar tais desafios, durante o projeto piloto a EY propôs algumas

atividades aos participantes, como reuniões de refinamento e validação, para que

todos estejam alinhados desde o início, o que é fundamental para o sucesso do

projeto.

A partir disso, ficou evidenciada a importância de exercitar o máximo de

soluções possíveis, nas etapas iniciais de cada projeto, explorando quantas ideias

forem possíveis ou necessárias. Essa dinâmica permite que a melhor solução

selecionada, traga, inclusive, as ideias mais inusitadas para o processo de decisão.

Com o intuito de estudar todo o cenário para a plena aplicação do

mapeamento de competências, a EY estruturou uma análise SWOT [abaixo] que

consiste na realização de um diagnóstico completo de todo o cenário do projeto

pilotoa partir de análise de dados que caracterizam o ambiente interno, composto por

forças e fraquezas, e o ambiente externo, composto por oportunidades e ameaças.

O objetivo da realização desta análise foi proporcionar aos gestores um

amplo embasamento para formulação das estratégias do Projeto. A Matriz SWOT é

composta pelas iniciais das palavras inglesas, que são: “strenghts” (S), “weaknesses”

(W), “opportunities” (O), e “threats” (T), que significam, respectivamente, as forças, as

fraquezas, as oportunidades e as ameaças.

Desta forma, foram levantados os seguintes pontos, conforme demonstramos a

seguir:

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Figura 20 -- Análise SWOT do Ministério da Fazenda

Fonte: EY De acordo com a referida análise, são considerados como desafios para

implementação do mapeamento os pontos sinalizados em fraquezas e ameaças e,

dentre eles, achamos relevante destacar alguns pontos que trouxeram impactos

relevantes no projeto piloto, como o desvio de função e o tempo disponível, pois,

conforme falamos, são fatores de grande importância quando se trata da análise de

competências dentro do projeto piloto.

O Desvio de função no serviço público é a atribuição aoservidor que

exerce funções de outros serviços que não sãocaracterísticosdo seu cargo. Esta é uma

prática irregular, visto que o agente público sópode fazer o que está previsto em lei e

normas dela decorrentes, ou seja, seus atos sãovinculados ao que dispõem o estatuto

e atribuições do cargo que ocupa.

Este pilar foi identificado em algumas atividades mapeadas, em que

possuem diversos atores, porém somente alguns têm a competência para praticá-la. A

etapa de conscientização dos possíveis desvios de função impactou

consequentemente, osresultados apresentados pela EY.

Insta salientar queo termo “tempo disponível” presente nas ameaças da

análise SWOTé referente ao tempo hábil gasto para a aplicação do projeto. Precisamos

afirmar que a metodologia proposta pela EY necessita de uma participação efetiva dos

seus respectivos grupos de trabalho, os quais, conforme observado na etapa de

aplicação do projeto piloto, nem sempre puderam estar plenamente atuantes, e isto

devido à prioridade de ações que os mesmos já possuem em suas funções.

Por fim, vale mencionar o excesso de demanda de tempo por parte dos

órgãos participantes no processo de convencimento do conceito/metodologia de

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análise de competências, que foi visto no projeto piloto comoum obstáculo para

alinhar a metodologia de competências.

A EY esteve comprometida com a excelência do projeto piloto de gestão

de pessoas por competências e usou todos os seus esforços com o intuito de construir

uma metodologia afim de garantir a conformidade com os propósitos dos órgãos, além

de fornecer evidências através da participação dos envolvidos de que a metodologia

realiza aquilo para o qual é indicada para fazer.

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M.R.S., BERGUE, S.T. (Orgs.) Gestão de Pessoas: bases teóricas e experiências no setor

público. Brasília: ENAP, 2010, p. 11-28.

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in strategic human resource management. Academy of Management Review, v. 23, n.

4, p. 756, 2002.

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GLOSSÁRIO

Apud Termo utilizado para designar a origem de uma citação

indireta

Art. Artigo

As is Cenário atual

Call Ligação

COAEF Coordenação-Geral de Atendimento e Educação Fiscal

COGCR Coordenação-Geral de Crédito Rural e Normas

COINT Coordenação-Geral de Integração Comercial

Compliance Conformidade

COPOL Coordenador-Geral De Programação E Logística

CRFB Constituição da República Federativa do Brasil

Dashboard Painel

DAU Dívida Ativa da União

DIRED Diretoria de Estudos Educacionais

DIREC Diretoria de Eventos e Capacitação

Entrega Atividade ou Produto que dá término ao processo através

do valor esperado. Ex.: no que tange a aplicação do projeto

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na SAIN, no processo de consultoria podem ser

consideradas entregas: notas técnicas, pareceres, cálculos

e reuniões.

ESAF Escola de Administração Fazendária

Funções Função de trabalho é a atividade profissional necessária

para realização da entrega. Exemplo.: na ESAF, a DIREC

(responsável pela logística de treinamentos) ao "Promover

eventos de capacitação e desenvolvimento” tem 3 funções

de trabalho envolvidas: 1) o Gerente do Projeto; 2) o

responsável pela organização da sala/coffee; 3) o

responsável por cuidar dos agendamentos dos espaços

físicos.

Gap(s) Lacunas

GT Grupo de trabalho

Input Insumo/contribuição

Job Family Metodologia utilizada para descrever competências por

modelo de funções por família de cargo.

MARE Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado

MPDG Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão

NPM New Public Management

PAC Planos Anuais de Capacitação

PECFAZ Plano Especial de Cargos do Ministério da Fazenda

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PFT Planejamento da Força de Trabalho

PGFN Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional

PMIMF Programa de Modernização Integrada do Ministério da

Fazenda

PNDP Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal

PPA Plano Plurianual

Proeduc Programa de Educação Corporativa

RFB República Federativa do Brasil

SAIN Secretaria de Assuntos Internacionais

SGE/SE Subsecretaria de Gestão Estratégica

SIPEC Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal

SPE Secretaria de Política Econômica

SPOA Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e

Administração

SPrev Secretaria de Previdência

SRF Secretaria da Receita Federal

Stakeholders Partes interessadas

STN Secretaria do Tesouro Nacional

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SUSEP Superintendência de Seguros Privados

TCU Tribunal de Contas da União

To be Cenário futuro/planejado

v. Vide

VUCA Volatility, Uncertainty, Complexity and Ambiguity. Em

português significa Volatilidade, Incerteza, Complexidade e

Ambiguidade

Work Levels Níveis de Trabalho

Workshop Treinamento / Oficina / Seminário

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ANEXOS

Ferramenta de competências

Este anexo tem o intuito de ilustrar e contextualizar as abas que compõem

a “Ferramenta de Competências”, a qual foi elaborada conforme contextualizado nas

descrições já mencionadas anteriormente nos capítulos deste manual.

Neste sentido, este caderno tem como objetivo colher as informações

pertinentes dos órgãos que compõem a estrutura do Ministério afim de obter-se

alguns importantes insumos necessários para a continuidade do projeto.

Ao preencher o caderno você notará o ícone ( ). Ele serve como um glossário. Ao

passar o mouse pelo mesmo você poderá obter maiores informações sobre uma

determinada questão.

► Aba “Iniciar” Para iniciar a operação desta ferramenta o usuário deverá

abrir o caderno de coletas e clicar no ícone “INICIAR”, conforme a figura abaixo.

Em seguida, o usuário será encaminhado para a aba denominada “Caderno de

Insumos”.

► Aba “Caderno de Insumos” - Conforme demonstrado a seguir, o usuário

deverá inserir o nome do órgão qual terá suas competências mapeadas, a

coordenação que participará deste mapeamento, qual será a atividade/processos

analisados, o produto (que é o resultado/output da atividade analisada) e quais os

tipos de competências requeridas para o órgão exercer tal atividade.

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► Aba “Caderno de Insumos” – Tipos de competências: Esta coluna deve ser

preenchida com uma das 3 (três) tipologias de competência, o qual discorremos

durante este mesmo material, de acordo com a metodologia EY, sendo elas, a

Competência específica, a competência fundamental e a competência gerencial.

► Aba “Caderno de Insumos” – Grau de Proficiência / Ação de Capacitação:

A coluna Grau de Proficiência deve ser preenchida de acordo com o índice que

reflete o grau de proficiência, já abordado neste mesmo manual, observado nos

atores que exercem determinada atividade, em que, ao atribuir, e a coluna de Ação

de Capacitação deve ser preenchida com o índice que reflete o grau de necessidade

de capacitação para a respectiva competência - considerando-se a atividade em

questão. Os graus variam de 0 à 5, conforme abaixo:

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► Aba de “Descrição Atividades” – Nesta aba, a abordagem metodológica

proposta pela EY é híbrida, pois congrega as especificidades de cada uma das

atividades/tarefas desempenhadas pelos servidores. Portanto, os profissionais

deverão preencher a descrição das atividades que estão sendo avaliadas, para que a

EY possa efetuar uma etapa de refinamento destas atividades e das competências

que foram correlacionadas.

Vale ressaltar que os insumos para esta aba devem ser provenientes de

mapeamentos de processos existentes e entendimento dos gestores e equipe

técnica com relação as atividades e entregáveis do processo.

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► Aba “Descrição Competências” - como previamente mencionado, a

metodologia da EY busca avaliar as competências levando em consideração a

natureza da atividade desenvolvida (modelo de mapeamento por função) e os

resultados esperados (modelo de mapeamento por processo). Quando do

diagnóstico para mapeamento de lacunas e necessidade de ações de

capacitação, levou-se em consideração o desenvolvimento do conjunto de

conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho das funções

dos servidores, visando ao alcance dos objetivos esperados pelos gestores. No

Âmbito do projeto piloto, os gestores dos processos estavam avaliando as

ações considerando o processo em si, mas frente ao cenário de mapeamento

das competências considerando as unidades organizacionais as ações de

capacitação devem levar em consideração a unidade a que está inserido.

A EY busca apontar as competências mapeadas através da análise

documental e entrevistas, levando em consideração as atividades apresentadas

na etapa anterior quais competências necessárias e existentes no processo em

questão. As competências, conforme já disposto, devem ser práticas,

operacionais e úteis; devendo constituir referências claras e objetivas para a

avaliação do comportamento e do desempenho de servidores.

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► Aba “Análise de participantes” - O objetivo desta aba é elucidar as

competências dos órgãos, mediante o levantamento dos atores e/ou cargos

(executores) os quais foram reunidos de acordo com as atividades

relacionadas. Nela é indicado todos os atores e/ou Cargos (executores) que

participam das atividades listadas. Seu preenchimento é da seguinte forma:

Coluna Atividades: Seu preenchimento é automático, conforme o

preenchimento das normas anteriores.

Célula “Exemplo”: Deve ser inserido o nome do cargo/ator que participa da

atividade relacionada no canto esquerdo.

Célula “Participa”: Neste campo deve ser informado se o profissional acima

listado participa da atividade em questão.

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► Abas “matriz de competências” e “Dashboard” – A aba “Matriz de

competências” tem a função de compilar as informações anteriores de forma

sintetizada considerando o cruzamento das competências mapeadas nos

processos aos os atores e cargos que atuam no processo mapeado. Seu

preenchimento é automatizado pela planilha considerando os insumos das

abas anteriores e cruzamento das informações

Tal resultado foi responsável por estabelecer quatro (04) índices assim

categorizados: (i) Matriz de Competências, que relaciona as competências

pertinentes aos cargos/funções em análise; (ii) o Grau de Necessidade de

capacitação, o qual evidencia as competências que o órgão precisa

desenvolver, referenciando este desenvolvimento em períodos de curto, médio

e de longo prazo; (iii) o Grau de esforço para o desenvolvimento, que

apresenta o esforço para o desenvolvimento/capacitação da competência

referida e (iv) o Grau de importância da competência ao Órgão, que evidencia

o grau de importância da competência para as atividades desempenhadas pelo

órgão.

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► Aba “Dashboard" – conforme demonstram as figuras seguintes, o

resultado desta etapa foi responsável por estabelecer quatro (04) índices assim

categorizados: (i) Matriz de Competências, que relaciona as competências

pertinentes aos cargos/funções em análise; (ii) o Grau de Necessidade de

capacitação, o qual evidencia as competências que o órgão precisa

desenvolver, referenciando este desenvolvimento em períodos de curto, médio

e de longo prazo; (iii) o Grau de esforço para o desenvolvimento, que

apresenta o esforço para o desenvolvimento/capacitação da competência

referida e (iv) o Grau de importância da competência ao Órgão, que evidencia

o grau de importância da competência para as atividades desempenhadas pelo

órgão.

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