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MANOEL CONSTANTINO ILUSTRAÇÕES: ROBERTO PLOEG

Anjo de rua

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Um livro de Manoel Constantino e ilustrações de Roberto Ploeg

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Page 1: Anjo de rua

MANOEL CONSTANTINO

ILUSTRAÇÕES: ROBERTO PLOEG

Manoel Constantino nasceu em Alagoas, em 1957. Aos 15 anos mudou-se para o Recife, onde atua como jornalista, ator, diretor premiado e produtor de teatro e cinema. Como poeta e dramaturgo publicou três livros e participou de várias antologias.

Roberto Ploeg nasceu na Holanda, em 1955. Veio ao Brasil estudar Teologia, em 1979, quando apaixonou-se pelo Nordeste. Reside em Olinda desde 1982. É artista plástico, tendo participado de mais de 50 exposições, individuais e coletivas.

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ANJO DE RUA

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ANJO DE RUA

Manoel Constantino

Ilustrações

Roberto Ploeg

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© 2011 Manoel ConstantinoCompanhia Editora de Pernambuco

Direitos reservados àCompanhia Editora de Pernambuco – CepeRua Coelho Leite, 530 – Santo AmaroCEP 50100-140 – Recife – PEFone: 81 3183.2700

ISBN 978-85-7858-071-1

Impresso no Brasil 2011Foi feito o depósito legal

C758a Constantino, Manoel, 1957-Anjo de rua / Manoel Constantino; ilustrações Ro-

berto Ploeg. – Recife : Cepe, 2011 .40p. : il.

1. Menores abandonados – Recife (PE) – Aspectos Sociais. 2. Menores abandonados – Recife (PE) – Vida e costumes sociais. 3. Careca – Narrativas pessoais. I. Ploeg, Roberto. II. Título

CDU 3-053.2CDD 362.74

PeR – BPE 11-0364

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Aos pivetes. Aos meninos na rua. A Careca, super-herói que encontrei, com armadura de molambos, atravessando, com sua espada de madeira, as velhas pontes do Recife, em plena madrugada.

Aos meus sobrinhos Rodrigo, Pedro Henrique e Beatriz, minhas alegrias.Agradecimentos afetivos a Andréa Borba, Nilza Lisboa, Norma Baracho e Leonardo Bouças, e a Elita Ferreira (em memória). Para Luani, Fernanda, Renata e Camila. Christina Simão e Cláudia Moraes.

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O começo .................................................... 9

A casa ........................................................ 11

Pai e mãe ................................................... 13

Meus irmãos .............................................. 15

Os irmãos da rua ........................................ 17

A fuga ........................................................ 18

A cidade ..................................................... 21

O primeiro dia............................................ 23

Outro dia o meu amigo Chupeta ............... 25

Acordado e vivo .......................................... 29

O roubo ..................................................... 31

Outra vez o centro da cidade ..................... 33

Amigo é amigo ........................................... 34

Um tempo depois ...................................... 36

sumario

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ERA UMA VEZ... Ih! será que tenho... Como? Não ouvi direito... O problema é o seguinte: será que posso contar a minha história do meu jeito? Como?... O meu nome? Ai! Esqueci de me apresentar. É o se-guinte: meu nome é Rivaldo, mas na rua toda a turma me conhece por Careca.

(Ainda não sei por que todo mundo acha estranho quando me chamam de Careca, já que eu ainda tenho cabelos... São castanhos claros, assim, meio encara-colados). Tenho 14 anos, mas tudo começou tempos atrás. Eu ainda era um pivete, meio parrudo, baixinho e carrancudo. Naquele tempo eu não sabia ler nem escrever, tampouco gostava de livro. O que eu sei hoje aprendi na rua, mas também conversando com os ca-ras que escrevem livros, quando eles iam para um bar lá na Sete de Setembro e às vezes me deixavam ficar sentado na mesa, ouvindo os papos... De vez em quan-do eu ganhava um guaraná, uma coxinha. Era legal.

Chega de papo-furado, senão vocês vão fechar o li-vro e aí, adeus história, adeus papagaio, adeus a chan-ce de ficar famoso, mesmo sendo um menino que vive na rua.

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COMO qUALqUER MENINO, eu tenho pai e mãe e também, como quase todo mundo, tenho irmãos: Ronaldo, Renilde, Rosa, Rivelino, Roberval e mais três por parte de pai, quer dizer, são meus meio-irmãos, entendem? Mas isso é outra história, que daria uns três livros pra nenhum adulto botar defeito.

A minha casa tem um quarto, uma salinha, co-zinha, banheiro e... Como? Ah! Também tem um pedaço de nada de quintal... Como? É só isso mes-mo... Como? Ih! Cara, quer fazer o favor de parar... não sei pra que tantas perguntas... que saco! Eu quero contar a minha história do meu jeito, já dis-se... qual é, cara?!? quer fazer o favor de parar de uma vez? quem tem uma história pra contar sou eu e não você. quer aparecer? Plante bananeira no meio da avenida. Tire a roupa no meio do trânsito congestionado, escreva seu livro. Ponto final. Escre-va tudo, sem erros, tá?

Continuando: eu tenho uma casa e cabe todo mun-do, assim, meio apertado. O problema é quando todo mundo vai dormir. quando amanhece, às vezes penso que não existo de tão embolado que fico com os outros. Eu fico assim, sem nome, com cara de bolo mexido, grudado, sei lá... De qualquer forma é a minha casa...

Era.Não é mais. Há cinco anos que não sei mais o que é

casa, irmão, pai, mãe, essa coisa de família.

A CASA

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Eu fugi de casa depois da trigésima pisa. Bem, na verdade não sei quan-tas surras já levei do meu pai e também da minha mãe, mas acho que é por aí: 30. Eu só sabia contar até esse número. Não deu pra aprender o resto, pois eu saí da escola antes do tempo e, quando fiz nove, fugi de casa. Tenho 14 anos e agora a minha casa é a rua, as calçadas, as marquises, as feiras, o rio que corre, cheio de lama.

Minha vida é uma aventura, melhor que no cinema. De cinema eu gosto. Já fui ver um filme... Puxa! quase não saía mais do cinema, era tão bacana! Acabava e começava. Acabava e começava tudo, igualzinho. Aí o gerente do cinema, puxando por minhas orelhas, me mandou ir embora pois eu estava atrapalhando. Besteira dele! Eu só estava falando igualzinho à cena do cinema, só que bem alto... É que eu queria ser um artista feito o do cinema. Só isso.

Bem, então fui pra rua. Já era muito tarde da noite.Na minha casa, as noites não eram compridas. Na rua a noite é muito

comprida. E fria.

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Eduardo Henrique Accioly Campos

João Lyra Neto

Francisco Tadeu Barbosa de Alencar

Leda Alves

Ricardo Melo

Bráulio Mendonça Meneses

Everardo Norões

Antônio Portela

Lourival Holanda

Nelly Medeiros de Carvalho

Pedro Américo de Farias

Marco Polo Guimarães

Luiz Arrais

Governador

Vice-Governador

Secretário da Casa Civil

Presidente

Diretor de Produção e Edição

Diretor Administrativo e Financeiro

Presidente

Produção Editorial

Direção de Arte

Governo do Estado de Pernambuco

Companhia Editora de Pernambuco

CONSELHO EDITORIAL

Este livro foi composto em fonte Fair� eld LT, corpo 12/16,

miolo impresso em papel couchê fosco 150g/m2, capa em triplex TP 300g/m2.

Produção gráfi ca Joselma Firmino de Souza / Finalização Rodolfo Galvão / Revisão Ariadne Quintella

Este livro foi classi� cado em primeiro lugar na Categoria Juvenil,

no Concurso Cepe de Literatura Infantil e Juvenil/2010

Comissão Julgadora:

Aldo Lima

Fernando Monteiro

Heloisa Arcoverde

Ronaldo Correia de Brito

Wanda Cardoso

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MANOEL CONSTANTINO

ILUSTRAÇÕES: ROBERTO PLOEG

Manoel Constantino nasceu em Alagoas, em 1957. Aos 15 anos mudou-se para o Recife, onde atua como jornalista, ator, diretor premiado e produtor de teatro e cinema. Como poeta e dramaturgo publicou três livros e participou de várias antologias.

Roberto Ploeg nasceu na Holanda, em 1955. Veio ao Brasil estudar Teologia, em 1979, quando apaixonou-se pelo Nordeste. Reside em Olinda desde 1982. É artista plástico, tendo participado de mais de 50 exposições, individuais e coletivas.

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