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Universidade de Brasília – UnB
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE
Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais – CCA
Bacharelado em Ciências Contábeis
ANÁLISE DA RELAÇÃO DOS INDICADORES DE RENTABILIDADE E
MACROECONÔMICOS NO RETORNO DAS AÇÕES DE INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS ABERTAS
CARLOS GEORGE SANTAREM AMORIM
Brasília – DF
2016
Reitor:
Professor Doutor Ivan Marques de Toledo Camargo
Vice-Reitor:
Professora Doutora Sônia Nair Báo
Decano de Pesquisa e Pós-Graduação:
Professor Doutor Jaime Martins de Santana
Diretor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Políticas Públicas:
Professor Doutor Roberto de Goes Ellery Junior
Chefe do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais:
Professor Doutor José Antônio de França
Coordenador de Graduação Noturno:
Professor Doutor Jomar Miranda Rodrigues
CARLOS GEORGE SANTAREM AMORIM
ANÁLISE DA RELAÇÃO DOS INDICADORES DE RENTABILIDADE E
MACROECONÔMICOS NO RETORNO DAS AÇÕES DE INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS ABERTAS
Trabalho de conclusão de curso apresentado
em forma de artigo ao Departamento de
Ciências Contábeis e Atuariais da Faculdade
de Economia, Administração e Contabilidade
da Universidade de Brasília como requisito
parcial à obtenção do grau de Bacharel em
Ciências Contábeis.
Linha de Pesquisa: Contabilidade, Demonstrações
Financeiras e Mercado Financeiro.
Grupo de Pesquisa: Instituições Financeiras, Ações e
Bolsa de Valores.
Orientador: Prof. Me. Rildo e Silva.
Brasília – DF
2016
AMORIM, Carlos George Santarem
Análise da Relação dos Indicadores de Rentabilidade e Macroeconômicos no
Retorno das Ações de Instituições Financeiras Abertas/Carlos George Santarem Amorim.
– Brasília-DF: UnB / FACE / CCA, 2016.
43f.
Orientador: Rildo e Silva, MSc
Trabalho de Conclusão de Curso (Artigo – Graduação) – Universidade de Brasília,
Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis – FACE. 1º Semestre de
2016. Bibliografia.
1. Precificação da Ação. 2. Análise de Balanços Tradicionais
I. Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da Universidade de Brasília.
CARLOS GEORGE SANTAREM AMORIM
ANÁLISE DA RELAÇÃO DOS INDICADORES DE RENTABILIDADE E
MACROECONÔMICOS NO RETORNO DAS AÇÕES DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
ABERTAS
Trabalho de conclusão de curso apresentado
em forma de artigo ao Departamento de
Ciências Contábeis e Atuariais da Faculdade
de Economia, Administração e Contabilidade
da Universidade de Brasília como requisito
parcial à obtenção do grau de Bacharel em
Ciências Contábeis.
Comissão Avaliadora:
_______________________________________________
Professor Rildo e Silva, MSc
Professor-Orientador
______________________________________________
Elivânio Geraldo de Andrade, MSc
Professor-Examinador
Brasília – DF
2016
AGRADECIMENTOS
O meu primeiro agradecimento é a Deus por ter me proporcionado a força e a luz para
concluir mais esta etapa. Aos meus queridos pais Francisco Carlos Amorim e Maria Abadia
da Silva Santarém Amorim e aos meus irmãos pelo amor, pelo carinho e apoio, aos
professores pelos ensinamentos e confiança, ao meu orientador Professor Rildo e Silva pelas
orientações que fizeram este trabalho realidade, à Maria Carolina Reis Visoto por toda
assistência e apoio incondicional e à Elizabete Santarém por sua predisposição em sempre
ajudar nos momentos mais difíceis.
"O sucesso nasce do querer, da determinação
e persistência em se chegar a um objetivo.
Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence
obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis."
José de Alencar
RESUMO
O setor bancário possui um papel fundamental na estrutura econômica, sendo um dos
principais agentes financiadores de um país, o que evidencia a necessidade de informações
confiáveis e eficientes, como pré-requisito para o acompanhamento de seus resultados. As
instituições financeiras possuem características peculiares, que as diferenciam das demais.
Existem vários modelos de avaliação de desempenho desse segmento, sob diferentes óticas,
mas todos possuem o mesmo objetivo que é gerar informações para nortear as decisões dos
administradores e dos acionistas. Este trabalho consiste em uma pesquisa descritiva, cujo
objetivo é avaliar o grau de influência dos principais indicadores de rentabilidade (Margem
bruta, Margem Líquida e Retorno do Patrimônio Líquido) e dos indicadores
macroeconômicos (Inflação, Taxa de juros e Taxa de câmbio), no desempenho dos bancos
Bradesco, Banco do Brasil, Santander, Itaú Unibanco, Daycoval, Pine e Banco ABC, mais
especificamente no Retorno das Ações dessas instituições, no período de 2012 a 2015, com
base em dados extraídos em demonstrações financeiras e demais informações constantes da
ferramenta de pesquisa Economática. Após analisar e confrontar as informações, verificou-se
que os indicadores de lucratividade, na maioria das vezes, não demonstram relação causal
entre si e que em determinadas circunstâncias, o desempenho das instituições financeiras foi
sensível aos fatores macroeconômicos, em especial à taxa de inflação e à taxa de juros, ou
seja, o mercado reage a outros fatores externos, que independem dos resultados apresentados
nas demonstrações contábeis.
Palavras-Chave: Instituições Financeiras, Indicadores Financeiros, Indicadores
Macroeconômicos, Rentabilidade e Desempenho.
ABSTRACT
The banking sector has a key role in the economic structure, being one of the main financing
agents of a country, highlighting the need for reliable and efficient information, as a
prerequisite for tracking self-results. Financial institutions have unique characteristics that
differentiate them from others. There are several performance evaluation models in this
segment under different perspectives, but all of them have the same goal, which is to generate
information to guide the decisions of management and shareholders. This work consists of a
descriptive, which the main goal is to asses the degree of influence on the main indicators of
profitability (gross margin, net margin and shareholders' equity Return) and macroeconomic
indicators (inflation, interest rate and exchange rate), on the performance of Bradesco, Banco
do Brasil, Santander, Itaú Unibanco, Daycoval , Pine and Banco ABC, more specifically the
return of the shares of these institutions in the period 2012-2015, based on data extracted from
financial statements and other information contained in the “Economática” search tool. After
analyze and compare the information it was found that the profitability indicators, in most
cases, show no causal relationship between them and that in certain circumstances, the
performance of financial institutions were sensitive to macroeconomic factors, especially the
inflation rate and the interest rate, in other words, the market reacts to external factors that are
independent of the results presented in the financial statements.
Keywords: Financial Institutions, Financial Indicators, and Macroeconomic Performance
Indicators.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Desempenho Banco do Brasil - 2012 a 2015...........................................................37
Gráfico 2: Desempenho do Banco Bradesco - 2012 a 2015.....................................................37
Gráfico 3: Desempenho do Banco Santander - 2012 a 2015....................................................38
Gráfico 4: Desempenho do Banco Itaú - 2012 a 2015..............................................................38
Gráfico 5: Desempenho do Banco Daycoval - 2012 a 2015.....................................................39
Gráfico 6: Desempenho do Banco Pine - 2012 a 2015.............................................................39
Gráfico 7: Desempenho do Banco ABC - 2012 a 2015............................................................40
Gráfico 8: Taxa de Câmbio x Retorno das Ações - 2012 a 2015..............................................40
Gráfico 9: Taxa Selic dos Bancos x Retorno das Ações - 2012 a 2015....................................41
Gráfico 10: Inflação x Retorno das Ações - 2012 a 2015.........................................................41
Gráfico 11: Taxa de câmbio x Retorno das ações - 2012 a 2015 .............................................42
Gráfico 12: Taxa Selic x Retorno das Ações - 2012 a 2015.....................................................42
Gráfico 13: Inflação x Retorno das Ações - 2012 a 2015.........................................................43
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CDB Certificado de Depósito Bancário
CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
LPA Lucro por Ação
MB Margem Bruta
ML Margem Líquida
PL Patrimônio Líquido
ROA Retorno Sobre o Ativo
ROE Retorno Sobre o Patrimônio Líquido
ROI
Retorno Sobre o Investimento
RSPLI Retorno Sobre o Patrimônio Líquido Inicial
S.A. Sociedade Anônima
SELIC Sistema Especial de Liquidação e Custódia
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 13
1.2 - Questão de pesquisa ...................................................................................................... 14
1.3 - Objetivos da pesquisa ................................................................................................... 14
2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 15
2.1- Especificidades das Instituições Financeiras ................................................................. 16
2.2- Influência dos fatores macroeconômicos no desempenho das Instituições
Financeiras.............................................................................................................................18
3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 20
3.1- Pesquisa das Informações .............................................................................................. 20
3.2- Construção de tabelas e gráficos ................................................................................... 20
3.3- Delimitação da amostra..................................................................................................22
4. RESULTADOS E ANÁLISES .......................................................................................... 23
4.1- Análises do desempenho dos Indicadores de Rentabilidade ......................................... 23
4.2 – Avaliação da influência dos Indicadores Macroeconômicos no Retornos das Ações
das Instituições Financeiras estudadas, no período de 2012 a 2015.........................................29
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 33
5.1 – Outras Considerações...................................................................................................34
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 35
7. ANEXOS ............................................................................................................................. 37
13
1. INTRODUÇÃO
O cenário complexo das organizações, os fatores políticos e econômicos nacionais e
internacionais, somados ao alto grau de competitividade dos mercados, são variáveis que
causam impactos na gestão das empresas e influenciam seus objetivos. Isto inclui a busca
constante por resultados positivos, aumento da lucratividade, crescimento do patrimônio
líquido entre outros.
As instituições financeiras bancárias, assim como as outras empresas de capital
aberto, que negociam ações em bolsas de valores, estão sujeitas às reações que o mercado tem
aos fatores externos, como por exemplo, política, mercados nacionais e internacionais e,
também, expectativas criadas pelas empresas ou investidores. Logo, análises são importantes
para que se entenda como os preços das ações agem de acordo com cada fenômeno que afeta
o mercado.
Devido a esse alto grau de complexidade, característico do seguimento bancário, há
uma grande demanda de investidores e demais segmentos da sociedade, inclusive o governo,
por informações sobre a solidez, solvência, a liquidez e o grau de risco das operações
realizadas por instituições dessa natureza.
As demonstrações financeiras são de fundamental importância na análise do
desempenho das instituições financeiras, no entanto, as informações divulgadas nesses
demonstrativos tradicionais, se analisadas de forma isolada, não são suficientes para atender
às necessidades dos usuários. Mesmo com a inclusão de notas explicativas e de informações
adicionais.
Nesse sentido, a proposta do presente trabalho é avaliar o grau de influência dos
principais indicadores de rentabilidade e dos indicadores macroeconômicos no desempenho
das instituições, mais especificamente no Retorno das Ações. Para esta análise foram
selecionados os Bancos: Bradesco, Banco do Brasil, Santander, Itaú Unibanco, Daycoval,
Pine e Banco ABC. Os dados relativos às demonstrações financeiras foram extraídos da
ferramenta de pesquisa Economática e os referentes aos indicadores macroeconômicos foram
obtidos a partir de informações divulgadas pelo Banco Central do Brasil, Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Inicialmente, serão apresentadas tabelas com informações financeiras extraídas das
demonstrações contábeis das instituições avaliadas. Também serão apresentados dados
14
relativos às variáveis macroeconômicas, as quais foram consideradas neste artigo. Na
sequência, apresenta-se a análise dessas informações, seguida das conclusões e anexos.
1.2 - Questão de Pesquisa
No setor bancário, os indicadores para avaliação de desempenho possuem uma série
de variáveis que levam em conta tanto os objetivos econômicos do governo quanto o próprio
objetivo da instituição. Nesse sentido, a questão proposta para essa pesquisa é a seguinte:
Qual o grau de influência da Margem de Lucro Bruto, Margem de Lucro Líquido,
Retorno do Patrimônio Líquido (ROE) e das variáveis macroeconômicas (Taxa de
Câmbio, Taxa de Juros e Taxa de Inflação) no Retorno das Ações dos Bancos: Bradesco,
Banco do Brasil, Santander, Itaú Unibanco, Daycoval, Pine e Banco ABC, no período de
2012 a 2015?
1.3 - Objetivos da Pesquisa
O objetivo geral da pesquisa é avaliar o grau de influência dos principais indicadores
de rentabilidade e dos indicadores macroeconômicos no Retorno das Ações dos Bancos:
Bradesco, Banco do Brasil, Santander, Itaú Unibanco, Daycoval, Pine e Banco ABC, no
período de 2012 a 2015.
Para se atingir o objetivo geral de pesquisa, foram elaborados os seguintes objetivos
específicos:
1- Avaliar o comportamento dos principais indicadores de rentabilidade das instituições
estudadas e de indicadores macroeconômicos, no período de 2012 a 2015;
2- Avaliar a relação entre os indicadores macroeconômicos e o retorno das ações de cada
uma dessas instituições.
A pesquisa foi realizada com base em dados da ferramenta de pesquisa Economática,
tendo por finalidade coletar e analisar dados de demonstrações financeiras e indicadores de
desempenho das instituições selecionadas.
15
2 - REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com o CPC 00 (R1) (2011), a elaboração da informação contábil é
relevante quando representa com fidedignidade o que se propõe representar e auxilia os
usuários a tomarem decisões com maior grau de confiança. Isso resulta em funcionamento
mais eficiente dos mercados de capitais e em menor custo de capital para a economia como
um todo (CPC 00 (R1), 2011). O investidor individual e o credor por empréstimo também se
beneficiam desse processo por meio de decisões assentadas na melhor informação.
Segundo Assaf Neto (2012, p. 97 a 98) a análise das demonstrações visa ilustrar, com
base nas informações contábeis geradas pelas empresas, a posição econômico-financeira
atual, as causas de sua evolução e as tendências futuras, analisando o presente com base no
passado.
A utilização mais tradicional da contabilidade refere-se à análise de desempenho,
medido pelo balanço patrimonial e outras demonstrações auxiliares. Entretanto, segundo
(MOREIRA, 2003) não se avalia o desempenho de uma gestão apenas pelo resultado líquido
do exercício, seja este lucro ou prejuízo, mas por uma série de componentes indicativos da
operação do negócio. Tais indicativos se baseiam em índices financeiros, que nada mais são
que fórmulas objetivas, medindo determinadas características da gestão. Para a análise de
desempenho conseguir mostrar a real situação econômica da empresa é necessário analisar
quanto o capital investido rendeu e é para tal propósito que se verifica a rentabilidade das
empresas.
Silva (2010), em seu trabalho de Análise do Índice de Rentabilidade dos Bancos no
Brasil, enfatiza a importância da medição do resultado das entidades financeiras (bancos
comerciais e múltiplos) através da ferramenta “índice de rentabilidade do patrimônio líquido”,
o qual mede a eficiência e o desempenho dessas instituições.
Para Gitman (2010, p.107), existem diversas medições de rentabilidade. Elas
permitem ao analista avaliar os lucros da empresa em relação a um certo nível de vendas, e a
um certo nível de ativos ou ao volume de capital investido pelos proprietários. Os principais
indicadores de rentabilidade são: Margem Bruta, Margem Líquida, Retorno sobre Ativo
(ROA), Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) e Lucro por Ação.
16
2.1 - Especificidades das Instituições Financeiras
As instituições financeiras possuem algumas especificidades que as diferenciam das
demais corporações. Sua fonte de resultados decorre da captação de capital e de empréstimos.
Para Assaf Neto (2003, p. 28) as informações contábeis de instituições financeiras são de
grande relevância para a organização e tomada de decisão, dado as peculiaridades destas.
Todas as instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil devem observar o Pronunciamento Conceitual Básico (R1), aprovado
pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) em 2 de dezembro de 2011, naquilo que
não conflitar com as normas emitidas pelo Conselho Monetário Nacional ou pelo Banco
Central do Brasil. (Res 4144 art. 1º).
De acordo com Katsumi e Gomes (2005, p.6), o grau de sofisticação e complexidade
dos mercados financeiros e de capitais, os ambientes nos quais as instituições participantes
passaram a realizar operações que extrapolam a tradicional intermediação de capital, com
transações conduzidas de forma globalizada e multimonetarizada, as distinções entre os
diversos tipos de instituições e instrumentos financeiros menos nítidas e a competição cada
vez mais acirrada têm demandado resposta tempestiva da contabilidade para identificar,
mensurar, registrar e divulgar adequadamente a natureza e os riscos envolvidos nessas
transações, tendo em vista que as demonstrações financeiras são, tradicionalmente, o principal
veículo de comunicação entre uma entidade e os usuários, utilizadas como o principal
instrumento para a avaliação de desempenho e para fazer interferências quantos às
perspectivas futuras.
O objeto social de instituições financeiras, em geral, está relacionado à intermediação
financeira, o que aproxima os agentes superavitários e deficitários. Do ponto de vista
econômico e patrimonial, tal fato faz com que essas instituições apresentem características
próprias e diferenciadas em relação a entidades de segmentos não financeiros. Copeland,
Koller e Murrin (2002, p. 102) expõem: “A avaliação de Bancos é conceitualmente difícil”.
A Intermediação financeira, segundo o conceito do Banco Central do Brasil (Bacen),
pode ser entendida como a captação de recursos junto às unidades econômicas superavitárias
por instituições financeiras e o seu subsequente repasse para unidades econômicas
deficitárias. A margem financeira das receitas mede a relação entre o resultado bruto da
intermediação financeira e as suas receitas.
A margem líquida das instituições financeiras, de acordo com o Bacen, pode ser
entendida como a diferença entre a taxa de juros cobrada pelo banco em um empréstimo de
17
dinheiro a um determinado agente e a taxa de captação desse recurso no mercado. A diferença
entre as duas taxas é o chamado spread bancário, que é a diferença entre a taxa de empréstimo
e a média ponderada das taxas de captação de CDBs (certificados de depósito bancário).
De acordo com Assaf Neto (2012), o desempenho das receitas financeiras dos bancos
pode ser compreendido pelas seguintes medidas:
- Margem Bruta (Margem Financeira das Receitas): relação entre o Resultado
Bruto de Intermediação Financeira e as Receitas de Intermediação Financeira.
Fórmula de cálculo: Margem Bruta (%) = Resultado Bruto da Intermediação Financeira /
Receita da Intermediação Financeira x 100
- Margem Líquida: relação entre o Lucro Líquido e as Receitas de Intermediação
Financeira. Revela a parcela das receitas financeiras do banco, que restou aos acionistas, após
serem descontados todos os custos e despesas incorridos no exercício.
Fórmula de cálculo: Margem Líquida (%) = Lucro Líquido / Receita da Intermediação
Financeira x 100
- Índice de Eficiência: relação entre as Despesas Operacionais incorridas no
exercício e as Receitas de Intermediação Financeira. Pode revelar a produtividade do banco.
Fórmula de cálculo: IE (%) = Desp. Operacionais/Rec. de Intermed. Financeira x 100
- Retorno Médio sobre o Patrimônio Líquido (ROE): relação entre o Resultado
Líquido e o Patrimônio Líquido Médio do exercício. Representa a Taxa de Retorno do Capital
Próprio.
Fórmula de cálculo: ROE (%) = Lucro Líquido/Patrimônio Líquido x 100
- Retorno Médio sobre o Ativo Total (ROA): relação entre o Resultado Líquido e o
Ativo Total mantido pelo banco. Revela a Taxa de Retorno do Capital Total (total do ativo)
investido.
Fórmula de cálculo: ROA (%) = Receita de Intermediação Financeira/Ativo Total x 100
- Evolução das Receitas Financeiras: mede o crescimento percentual das receitas
de intermediação financeira do banco de um exercício social para outro.
18
Fórmula de cálculo: EvRF = Rec. Int. Financeira ano1/ Rec. Int. Financeira ano1 ano 0 x
100
- Evolução do Lucro Líquido: crescimento percentual do resultado líquido do banco
verificado de um exercício social para outro.
Fórmula de Cálculo: Ev.LL = Lucro Líquido ano1/Lucro Líquido ano 0 x 100
O propósito do Lucro por Ação (LPA) é indicar a lucratividade de um
empreendimento pela utilização dos recursos investidos pelos acionistas. Além disso,
Hendriksen e Van Breda (1999, p.72) salientam que sobre o mesmo reside uma "[...] crença
de que contém informação útil para a elaboração de predições a respeito de dividendos por
ação e preços de mercado futuros."
No que tange ao Lucro Líquido por Ação (LPA), a fórmula de cálculo diverge entre
cada instituição financeira. O Banco do Brasil, por exemplo, calcula o LPA dividindo-se o
lucro líquido atribuível aos acionistas pelo número médio ponderado de ações ordinárias
totais excluídas as ações em tesouraria (Nota Explicativa nº 24.f. Demonstrações contábeis do
Exercício de 2015).
No banco Itaú Unibanco, com base nas demonstrações contábeis do exercício de
2015, o LPA é calculado pela divisão do Lucro Líquido atribuído aos controladores do ITAÚ
UNIBANCO HOLDING pela média ponderada do número de ações ordinárias e preferenciais
em circulação em cada exercício. A média ponderada do número de ações é calculada com
base nos períodos nos quais as ações estavam em circulação.
2.2 - Influência dos fatores macroeconômicos no desempenho das instituições financeiras
Um dos estudos pioneiros sobre os determinantes do spread bancário no Brasil foi
realizado por Aronovich (1994, p.48). Este autor verificou, por meio de uma regressão por
mínimos quadrados em dois estágios, os efeitos da inflação e do nível de atividade sobre
o spread para a economia brasileira entre o primeiro trimestre de 1986 e o quarto trimestre de
1992. Os resultados encontrados indicam que a inflação tende a ampliar a diferença entre as
taxas de juros de empréstimo e de captação.
Conforme Canuto (2002), em seu artigo sobre flutuações cambiais, estratégias de
políticas monetárias e metas de inflação, tanto a estabilidade quanto o crescimento na
19
macroeconomia supõem um bom estado na saúde do sistema financeiro. Na ausência dessa
robustez, quaisquer pequenos choques negativos provenientes do setor não financeiro têm sua
propagação amplificada por instituições financeiras. Por seu turno, impulsos positivos não se
traduzem em expansão macroeconômica sustentável.
A Taxa Selic é o instrumento usado pelo Banco Central do Brasil para manter a
inflação sob controle ou para estimular a economia. A partir da Selic os bancos definem a
remuneração de algumas aplicações financeiras feitas pelos clientes. A Selic também é usada
como referência de juros para empréstimos e financiamentos.
De acordo com Nunes (2005), quando a Taxa Selic está muito alta, o valor do dólar
tende a diminuir no país. Isso ocorre porque muitos investidores externos fazem aplicações no
Brasil atreladas aos juros. Entrando e circulando mais dólares na economia brasileira, esta
moeda se desvaloriza, enquanto o real ganha força.
Também afirma que um cenário econômico com a Taxa Selic alta não é favorável
para a Bolsa de Valores. Isso ocorre porque com a queda no consumo, cai também a produção
e o lucro das empresas que possuem ações na Bolsa. Neste cenário, muitos investidores
preferem fazer aplicações financeiras em produtos atrelados a juros (fundos de renda fixa, por
exemplo).
Por fim, conclui que é importante perceber que além de haverem alguns fatores
comuns que afetam o retorno das ações, a reação a esses fatores é diferente entre as
instituições financeiras. Pequenos bancos, por exemplo, podem ser mais afetados a
determinados eventos do que grandes organizações, ou vice versa.
Fortunato (2003), em seu artigo denominado “Lucro não é o vilão da economia”,
publicado em Valor, Finanças, em São Paulo, argumenta não ser racional criticar os lucros
dos bancos no momento que a economia vem sendo questionada pelas altas taxas de juros que
impactam todo o mercado. “Lucro é o princípio ativador da humanidade, não é crime, é licito
e fomenta a produção”. Continua afirmando que: “outras empresas que conquistam lucros
elevados não são tão questionadas quanto os bancos, setor amplamente vigiado e
regulamentado”.
20
3 - METODOLOGIA
O presente estudo pode ser considerado de natureza descritiva de um estudo de caso
que envolve sete instituições financeiras, brasileiras, com ações negociadas na Bolsa de
Valores de São Pulo – Bovespa, no período de 2012 a 2015.
Conforme Andrade (2002, p.15-128) a pesquisa descritiva preocupa-se em observar
os fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e interpretá-los sem o pesquisador interferir
neles.
Beurem e Raupp (2004, p.76-97) salientam que vários estudos utilizam a pesquisa
descritiva para esclarecer determinadas características na análise e descrição de problemas de
pesquisa na área contábil.
A análise quantitativa utilizou as bases numéricas das demonstrações financeiras e
indicadores financeiros, como forma de avaliar o desempenho das instituições em questão.
3.1 - Pesquisa das informações
As informações foram pesquisadas na ferramenta de consulta Economática,
disponível na Universidade de Brasília e também em dados divulgados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Banco Central do Brasil e Instituto de Estatística
e Pesquisa Aplicada – IPEA. Foram coletadas informações das demonstrações financeiras
consolidadas trimestrais no intervalo de 2012 a 2015, dos bancos Bradesco, Banco do Brasil,
Santander, Itaú Unibanco, Daycoval, Pine e Banco ABC.
3.2 - Construção de tabelas
A tabela número 1 foi organizada com dados dos indicadores de rentabilidade:
Retorno da Ação, Retorno do Patrimômio Líquido, Margem de Lucro Bruta e Margem de
Lucro Líquido, do banco Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Itaú Unibanco, tendo sido
considerados os exercícios de 2012 a 2015.
O Retorno sobre as Ações foi calculado mediante a divisão do preço médio do
trimestre sobre o preço base (anterior ao início do trimestre).
Para o cálculo do preço da média das ações, foi utilizada a seguinte equação:
Preço Médio das ações = ∑ Preço da Ação
nº de períodos
21
Onde: o preço médio das ações corresponde às cotações diárias do trimestre e o
número de períodos é igual ao número de meses de um trimestre.
O cálculo do retorno médio das ações foi obtido pela fórmula abaixo:
Retorno das Ações = Preço Médio da Ação
saldo inicial base
Onde: o saldo inicial base corresponde ao preço de fechamento da ação do último dia
do trimestre anterior ao calculado.
O cálculo do Retorno do Patrimônio Líquido foi obtido por meio da relação entre o
Lucro Líquido do período e o Patrimônio Líquido base (trimestre anterior). Por meio dessas
variáveis, chegou-se ao valor do Retorno sobre o Patrimônio líquido (RSPL) ou ROE,
conforme a fórmula a seguir:
Retorno sobre o PL = Lucro Líquido
PL base
Onde: o Lucro líquido corresponde ao resultado do trimestre e o PL base equivale ao
PL de fechamento do trimestre anterior ao calculado.
A Margem Bruta e a Margem Líquida trimestrais, relativas aos anos de 2012 a 2015
foram obtidas a partir de dados pesquisados na Economática, com medida percentual.
Para a construção da tabela de número 2 foram utilizados os mesmos parâmetros da
tabela de número 1 contudo, os dados considerados foram relativos aos Bancos: Daycoval,
Pine e ABC, dos períodos de 2012 a 2015.
Na construção da tabela número 3 foram demonstradas informações
macroeconômicas dos índices de Taxa de Câmbio, Taxa de Juros (Selic) e Taxa de Inflação
(IPCA), referentes ao período de 2012 a 2015 e também o retorno das ações dos Bancos:
Bradesco, Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Santander, Daycoval, Pine e ABC.
As informações relacionadas aos indicadores macroeconômicos tiveram como base
dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Banco Central
do Brasil e Instituto de Estatística e Pesquisa Aplicada – (IPEA) .
22
3.3 - Delimitações da Amostra
Estudo e avaliação do desempenho das instituições financeiras: Banco do Brasil S.
A; Banco Bradesco S.A; Itaú Unibanco S.A e Banco Santander Brasil S.A., Banco Daycoval,
Banco Pine e Banco ABC, no período de 2012 a 2015, com base nas demonstrações
financeiras e indicadores de rentabilidade e macroeconômicos.
23
4 - RESULTADOS E ANÁLISES
4.1 - Análises do desempenho dos Indicadores de Rentabilidade
Nas páginas seguintes serão apresentadas as tabelas de evolução dos
índices de Margem Bruta, Margem Líquida, Retorno sobre o Patrimônio Líquido
(ROE) e Retorno das Ações, dos bancos avaliados, no período de 2012 a 2015.
24
Tabela 1: Indices de Margem Bruta, Margem Líquida, Retorno sobre o Patrimônio Líquido e Retorno das Ações – 2012 a 2015, dos Bancos:
Bradesco, Banco Brasil, Santander e Itaú Unibanco. Indicadores de Rentabilidade
Instituição Financeira/Indicador
2012 Média 2012
2013 Média 2013
2014 Média 2014
2015 Média 2015 1º trim.
2012 2º trim.
2012 3º trim.
2012 4º trim.
2012 1º trim.
2013 2º trim.
2013 3º trim.
2013 4º trim.
2013 1º trim.
2014 2º trim.
2014 3º trim.
2014 4º trim.
2014 1º trim.
2015 2º trim.
2015 3º trim.
2015 4º trim.
2015
Bradesco
Retorno das Ações
5,4% -8,2% 7,2% 11,4% 3,97% 6,3% -4,3% 4,7% -0,9% 1,43% -7,6% 2,0% 14,2% 1,3% 2,47% 3,3% -3,9% -6,5% 2,7% -1,09%
Retorno do Pat. Líquido (ROE)
5,02% 4,88% 4,48% 4,38% 4,69% 4,17% 4,25% 4,64% 4,59% 4,41% 4,85% 5,15% 5,05% 5,04% 5,02% 5,21% 5,33% 4,74% 5,05% 5,08%
Margem de Lucro Bruto
30,79% 28,69% 34,15% 34,92% 32,1% 36,0% 36,0% 34,3% 28,3% 33,7% 28,14% 31,1% 27,8% 30,1% 29,3% 24,7% 24,6% 16,9% 20,4% 21,7%
Margem de Lucro Líquido
11,89% 11,61% 11,59% 11,84% 11,73% 12,36% 12,59% 12,92% 13,73% 12,90% 13,65% 13,85% 14,21% 13,47% 13,79% 13,23% 13,17% 12,65% 12,99% 13,01%
Banco do Brasil
Retorno das Ações
13,8% -16,5% 17,3% -8,2% 1,61% 1,2% -7,9% 5,8% 2,2% 0,34% -12,7% 6,0% 19,5% 6,5% 4,81% -4,6% 8,7% -18,6% 11,5% -0,77%
Retorno do Pat. Líquido (ROE)
4,39% 5,02% 4,52% 6,19% 5,03% 3,93% 12,05% 4,29% 4,85% 6,28% 3,97% 3,90% 3,95% 3,81% 3,91% 7,28% 4,04% 4,19% 3,43% 4,74%
Margem de Lucro Bruto
25,4% 23,3% 25,9% 26,7% 25,3% 28,2% 27,5% 27,5% 24,9% 27,0% 23,5% 24,0% 20,9% 20,1% 22,1% 16,0% 15,9% 10,7% 10,0% 13,1%
Margem de Lucro Líquido
11,12% 10,55% 10,86% 11,76% 11,08% 12,04% 16,58% 15,81% 14,39% 14,71% 13,80% 9,68% 9,19% 8,65% 10,33% 9,64% 9,53% 8,60% 8,90% 9,17%
Santander
Retorno das Ações
3,3% -8,7% 11,0% -11,1% -1,37% -3,2% -7,0% 8,1% -3,4% -1,38% -6,7% 13,1% 2,0% -7,8% 0,13% 9,9% 20,2% -9,5% 23,5% 11,04%
Retorno do Pat. Líquido (ROE)
1,31% 0,82% 0,89% 1,83% 1,21% 0,68% 0,50% 0,56% 0,78% 0,63% 0,82% 0,92% 0,93% 0,99% 0,91% 1,19% 6,91% 2,04% 1,88% 3,00%
Margem de Lucro Bruto
29,6% 26,4% 31,2% 31,7% 29,7% 31,1% 30,8% 29,9% 27,4% 29,8% 27,3% 31,6% 27,1% 25,5% 27,9% 1745,1% 17,3% 803,1% 7,5% 643,2%
Margem de Lucro Líquido
5,92% 5,34% 5,23% 5,08% 5,39% 4,76% 4,91% 4,67% 4,18% 4,63% 3,88% 3,91% 3,71% 3,63% 3,78% 3,66% 8,08% 8,37% 0,09% 5,05%
Itaú Unibanco
Retorno das Ações
15,4% -12,7% 11,3% 3,9% 4,46% 10,2% -6,6% -0,4% 1,2% 1,08% -1,1% 5,3% 11,7% 1,9% 4,45% -0,4% 4,4% -10,1% 4,6% -0,38%
Retorno do Pat. Líquido (ROE)
3,53% 3,43% 3,41% 3,03% 3,35% 2,88% 3,04% 3,49% 4,13% 3,39% 3,76% 4,66% 5,21% 5,15% 4,70% 5,45% 4,95% 5,37% 4,41% 5,05%
Margem de Lucro Bruto
31,5% 29,2% 31,9% 31,2% 30,9% 31,9% 32,4% 32,8% 33,6% 32,7% 33,8% 36,1% 33,2% 30,1% 33,3% 23,6% 24,0% 14,1% 16,7% 19,6%
Margem de Lucro Líquido
14,61% 13,97% 14,20% 14,17% 14,23% 14,89% 15,58% 16,07% 16,87% 15,85% 16,88% 17,16% 16,96% 16,43% 16,86% 15,50% 15,66% 14,58% 14,50% 15,06%
Fonte: Economática, acesso em abril de 2016
25
Tabela 2: Índices de Margem Bruta, Margem Líquida, Retorno sobre o Patrimônio Líquido e Retorno das Ações – 2012 a 2015, dos Bancos:
Daycoval, Pine e ABC.
Indicadores de Rentabilidade
Instituição Financeira/Indicador
2012
Média 2012
2013
Média 2013
2014
Média 2014
2015
Média 2015 1º trim.
2012 2º trim.
2012 3º trim.
2012 4º trim.
2012 1º trim.
2013 2º trim.
2013 3º trim.
2013 4º trim.
2013 1º trim.
2014 2º trim.
2014 3º trim.
2014 4º trim.
2014 1º trim.
2015
2º trim. 2015
3º trim. 2015
4º trim. 2015
Banco Deycoval
Retorno das Ações
7,6% -6,0% 9,7% -5,4% 1,46% 7,9% -15,7% -9,5% 2,5% -3,70% 1,2% 2,1% 1,0% -0,1% 1,07% 0,1% -5,0% -2,8% 0,1% -1,88%
Retorno do Patrimônio
Líquido (ROE) 4,88% 4,02% 4,89% 3,97% 4,44% 2,98% 2,49% 1,70% 2,78% 2,49% 2,73% 2,68% 2,07% 3,78% 2,81% 4,17% 3,21% 3,23% 5,93% 4,14%
Margem de Lucro Bruto
34,6% 34,5% 39,5% 38,1% 36,7% 37,2% 37,5% 34,7% 33,4% 35,7% 31,1% 28,5% 24,9% 23,2% 26,9% 20,8% 22,5% 17,4% 20,1% 20,2%
Margem de Lucro Líquido
16,99% 14,64% 16,51% 15,84% 15,99% 14,75% 14,03% 11,58% 9,97% 12,58% 9,80% 10,66% 9,13% 9,08% 9,67% 7,48% 0,08% 6,72% 0,08% 3,59%
Banco Pine
Retorno das Ações
8,7% -6,5% 9,3% -3,5% 2,02% -2,7% -5,1% -13,4% 6,7% -3,66% -12,9% -10,8% 6,0% -15,0% -8,19% -21,3% -3,7% -4,7% 0,03% -7,40%
Retorno do Patrimônio
Líquido (ROE) 9,07% 4,42% 4,49% 3,96% 5,48% 6,90% 3,07% 3,20% 2,94% 4,03% 5,54% 2,79% 1,47% 0,41% 2,55% 1,61% 0,81% 0,86% 0,89% 1,04%
Margem de Lucro Bruto
25,5% 24,3% 57,4% 30,4% 34,4% 29,8% 27,8% 25,8% 22,8% 26,5% 21,6% 27,1% 27,3% 23,8% 25,0% 14,2% 15,2% 4,1% 5,5% 9,7%
Margem de Lucro Líquido
12,49% 12,23% 29,65% 15,16% 17,38% 15,69% 16,46% 15,36% 13,67% 15,30% 12,46% 13,04% 9,95% 6,98% 10,61% 4,12% 2,73% 1,90% 2,38% 2,78%
Banco ABC
Retorno das Ações
7,4% -14,5% 25,4% 1,5% 4,95% 7,4% -8,1% -6,0% -0,5% -1,80% -4,1% 4,2% 4,2% -1,7% 0,65% -10,8% 4,5% -13,2% -3,0% -5,62%
Retorno do Patrimônio
Líquido (ROE) 3,79% 3,58% 3,52% 3,64% 3,63% 3,58% 3,68% 3,75% 4,08% 3,77% 3,76% 3,94% 3,84% 3,86% 3,85% 3,67% 3,96% 4,07% 4,32% 4,00%
Margem de Lucro Bruto
36,9% 28,9% 32,1% 30,3% 32,0% 32,9% 29,1% 30,5% 27,4% 30,0% 27,7% 38,4% 27,9% 22,7% 29,2% 7,6% 8,6% -1,7% 2,4% 4,2%
Margem de Lucro Líquido
18,23% 16,98% 17,54% 16,92% 17,42% 17,96% 17,01% 17,93% 17,21% 17,53% 17,23% 19,32% 17,40% 15,17% 17,28% 10,50% 9,30% 9,70% 9,88% 9,84%
Fonte: Economática, acesso em abril de 2016
26
4.1.1 - Comparação entre a os índices de Margem Bruta, Margem Líquida, Retorno
sobre o Patrimônio Líquido e Retorno das Ações do Banco Brasil.
Ao analisar o Banco do Brasil, constata-se que no ano de 2012, de uma forma geral,
a Margem Líquida se manteve entre 10 e 12 pontos percentuais positivos, enquanto o retorno
da ação nesse mesmo ano teve resultados discrepantes que oscilaram entre -16,5% e 17,3%, o
que representa mais do que o dobro de variação. Já no ano de 2013, observa-se o auge do
índice de Margem Líquida, tendo o maior resultado no 2º trimestre, com 16,58%, contra um
retorno sobre a ação de -7,9%. Nos anos 2014 e 2015 percebe-se, também uma
desproporcionalidade quanto aos resultados positivos da Margem Líquida e o Retorno da
Ação.
Analisando a Margem Bruta, percebe-se que no terceiro e quarto trimestres de 2012,
esta passou de 25,9% para 26,7% respectivamente, ou seja, variou menos de um 1%. Por
outro lado, houve um decréscimo de 17,3% para -8,2% no retorno da ação neste mesmo
período. Partindo para o ano de 2013, os trimestres 2º e 3º tiveram exatamente a mesma
Margem Bruta de 27,5% e, mesmo assim ocorreu uma oscilação de -7,9% para 5,8% no
retorno da ação. Fator que relata uma dissincronização entre esses indicadores.
Quanto ao Retorno do Patrimônio Líquido (ROE), o maior índice verificado foi de
12,05%, no 2º trimestre de 2013, em compensação, o resultado do retorno da ação foi
negativo, tendo ficado no patamar de -7,9%. No ano de 2014 o ROE se manteve com baixa
variação, atingindo 3,97% e 3,90% no primeiro e segundo trimestres respectivamente. Em
contrapartida, o retorno da ação teve o desempenho negativo de -12,7%, no primeiro trimestre
e de 6% no segundo.
4.1.2 - Comparação entre os índices de Margem Bruta, Margem Líquida, Retorno sobre
o Patrimônio Líquido e Retorno das Ações do Banco Bradesco, no período de 2012 a
2015.
Ao analisar o Banco Bradesco observa-se que em seus dois primeiros trimestres de
2012 a variação da Margem Líquida foi muito pequena, passando de 11,89% no primeiro
trimestre para 11,61% no segundo. Já o retorno da ação, dos mesmos períodos, passou de
5,4% para -8,2%, ou seja, apesar de a Margem Líquida ter sofrido uma leve queda de apenas
0,28%, o retorno da ação correspondente teve uma queda muito maior, atingindo -8,2%. O
mesmo ocorre no segundo e terceiros trimestres de 2013, quando a diferença da Margem
27
Líquida passou de 12,59% para 12,92%. Neste caso, houve uma reação muito elevada no
retorno da ação que passou de -4,3% no primeiro trimestre para 4,7% no segundo. De modo
geral, percebe-se que não há como extrair um padrão das mudanças e as reações que causam,
já que os quatro anos analisados mantiveram suas margens em variações de 11 a 15 pontos
percentuais, enquanto que o retorno da ação passou de -3 a 15 pontos.
Mudando o parâmetro para a Margem de Lucro Bruta, no ano de 2013, quando o 1º e
2º trimestres apresentaram esta Margem com o mesmo valor de 36,0% e uma redução no
retorno da ação de 6,3% para -4,3% no período em questão. A análise específica deste Banco
apresentou altos índices de Margem Bruta que em compensação não foram seguidos pelo
retorno da ação.
Os índices do Retorno do Patrimônio Líquido dos quatro anos se mantiveram com
uma pequena variação de aproximadamente 4 à 5,5 pontos percentuais. Já o retorno da ação
sofreu oscilações de -8,0% à 14,5%. Dessa forma, não há como estabelecer uma relação entre
esses índices no período considerado, já que as variações seguem padrões completamente
divergentes.
4.1.3 - Comparação entre os índices de Margem Bruta, Margem Líquida, Retorno sobre
o Patrimônio Líquido e Retorno das Ações do Banco Santander, no período de 2012 a
2015.
No Banco Santander, observou-se situação oposta aos bancos Bradesco e Banco do
Brasil, tendo em vista que no último trimestre de 2015, quando houve a menor Margem
Líquida, de 0,09%, observou-se o maior nível de retorno da ação, de 23,5% em comparação
com os trimestres dos quatro anos analisados. Mais uma vez, fica reforçada a ideia de
disparidade na comparação dos índices financeiros. Em uma visão mais ampla, esse banco
apresentou uma média de 5,05%, no mesmo ano de 2015, enquanto que o retorno sobre a ação
apresentou um aumento de 218,61% aproximadamente, com seu resultado de média de
11,04% no retorno da ação.
Continuando a comparação, em relação à Margem Bruta, o Banco Santander teve o
maior patamar de retorno da ação no último trimestre de 2015, com um índice de 23,5% que,
teve seu mais baixo valor, de todos os anos, em 7,5%. Já o retorno mais baixo da ação
encontra-se no 4º trimestre de 2012, quando apresentou o dado de -11,1%, que em
comparação com o trimestre anterior, teve uma enorme diferença de mais 200%, quando o
28
resultado apresentado era de 11,0%, e a margem bruta havia passado apenas de 31,2% para
31,7%.
O Banco Santander manteve seus índices de Retorno sobre o Patrimônio Líquido em
valores bem baixos, com alguns até próximos de zero, o que não impediu de ter resultados
flutuantes para os valores correspondentes de retorno da ação. Uma amostra dentre os
dezesseis trimestres analisados é capaz de expor este ponto. O retorno da ação encontrou-se
em exatos 3,3 pontos percentuais nos dois primeiros trimestres de 2012 e, apesar disso, teve
como base o Retorno do Patrimônio Líquido que passou de 1,31% para 0,82%.
Ao analisar o segundo e terceiro trimestres de 2014, o Retorno do Patrimônio
Líquido teve uma variação muito parecida, passando de 0,92% para 0,93%. Já o retorno da
ação para o mesmo período flutuou de -6,7% para 13,1%.
4.1.4 - Comparação entre os índices de Margem Bruta, Margem Líquida, Retorno sobre
o Patrimônio Líquido e Retorno das Ações do Banco Itaú Unibanco, no período de 2012
a 2015.
Outro banco analisado foi o Itaú, que apresentou índices de Margem Líquida muito
mais altos e mais constantes do que os outros bancos aqui citados. Fator que não impediu a
existência de grandes flutuações no retorno de suas ações. Para exemplificar melhor esse fato,
observa-se que pela média extraída dos quatro anos é possível concluir que a Margem líquida
teve sua média representada por 15,5%, enquanto que o retorno de suas ações ficou com
apenas 2,40% de média.
Seguindo a mesma linha de tendência, ao analisarmos a média geral de todos os anos
apresentados, continua-se a perceber que a discrepância é muito grande entre as oscilações
dos dados em questão. A média de todos os anos pesquisados, 2012 à 2015, tornou-se um
bom exemplo disso. A Margem Bruta apresentou o valor de 29,1% e a do retorno da ação
ficou com apenas 2,4%. O mesmo pode ser observado no terceiro trimestre de 2013, onde a
Margem Bruta apresenta valor de 32,8% enquanto que o retorno é de -0,4%.
Com mais um tipo de análise, verificou-se a média do Retorno sobre o Patrimônio
Líquido, que passou de 4,7% para 5,05%, uma variação de menos de 1 ponto percentual de
2014 para 2015. Já o Retorno da Ação foi de 4,45% para -0,38%, ou seja, apesar de ter tido
aumento no Retorno do PL, o efeito no Retorno da Ação foi decrescente na média dos dois
anos comparados. Isso reforça a ideia de que o Retorno do PL não é um índice financeiro
adequado para medir o retorno da ação.
29
4.1.5 - Comparação entre os índices de Margem Bruta, Margem Líquida, Retorno sobre
o Patrimônio Líquido e Retorno das Ações dos Bancos: Daycoval, Pine e ABC, no
período de 2012 a 2015.
Com relação aos demais bancos analisados (Banco Daycoval, Banco Pine e Banco
ABC), observou-se as mesmas tendências no período avaliado, ou seja, não há relação
proporcional entre os índices de Margem Líquida, Margem Bruta, Retorno do Patrimônio
Líquido com os relativos ao Retorno da Ação.
Com base nos dados extraídos da amostra, é possível concluir que na comparação
conjunta não há relação de proporcionalidade entre a margem líquida, Margem Bruta e
Retorno do Patrimônio Líquido com o retorno da ação, visto que os dados trimestrais
mostram grandes picos negativos e positivos que não necessariamente apresentam relação de
causa e efeito entre esses indicadores. Sendo assim, apesar da mudança do índice financeiro
para fins de análise, foi apresentado o mesmo efeito da análise de outras margens. Não há
como desenvolver uma base de relação entre estes indicadores, já que não há como impor
uma lógica entre os dados apresentados. A proporcionalidade é um fator inexistente quando se
trata de buscar uma ligação destes indicadores com o retorno da ação.
4.2 - Avaliação da influência dos Indicadores Macroeconômicos no Retorno das Ações
das Instituições Financeiras estudadas, no período de 2012 a 2015.
Na página seguinte será apresentada a tabela dos Indicadores
Macroeconômicos, bem como dos Índices de Retorno das Ações dos bancos
avaliados, no período de 2012 a 2015.
30
Tabela 3: Índices de Margem Bruta, Margem Líquida, Retorno sobre o Patrimônio Líquido e Retorno das Ações – 2012 a 2015.
Variável/Instituição Financeira
2012 Média 2012
2013 Média 2013
2014 Média 2014
2015 Média 2015 1º trim.
2012 2º trim.
2012 3º trim.
2012 4º trim.
2012 1º trim.
2013 2º trim.
2013 3º trim.
2013 4º trim.
2013 1º trim.
2014 2º trim.
2014 3º trim.
2014 4º trim.
2014 1º trim.
2015 2º trim.
2015 3º trim.
2015 4º trim.
2015
Câmbio 1,77% 1,96% 2,03% 2,06% 0,02% 2,00% 2,07% 2,29% 2,28% 0,02% 2,36% 2,23% 2,28% 2,55% 0,02% 2,86% 3,07% 3,55% 3,84% 0,03%
Taxa Selic 10,25% 8,83% 7,50% 7,25% 5,84% 7,25% 7,67% 8,67% 9,67% 5,91% 10,67% 10,92% 11,00% 11,42% 6,40% 12,42% 13,42% 14,25% 14,25% 10,67%
Inflação 1,22% 1,08% 1,42% 1,99% 5,84% 1,94% 1,18% 0,62% 2,04% 5,91% 2,18% 1,54% 0,83% 1,72% 6,41% 3,83% 2,26% 1,39% 2,82% 10,67%
Bradesco
Retorno das Ações
5,4% -8,2% 7,2% 11,4% 3,97% 6,3% -4,3% 4,7% -0,9% 1,43% -7,6% 2,0% 14,2% 1,3% 2,47% 3,3% -3,9% -6,5% 2,7% -1,09%
Banco do Brasil
Retorno das Ações
13,8% -16,5% 17,3% -8,2% 1,61% 1,2% -7,9% 5,8% 2,2% 0,34% -12,7% 6,0% 19,5% 6,5% 4,81% -4,6% 8,7% -18,6% 11,5% -0,77%
Santander
Retorno das Ações
3,3% -8,7% 11,0% -11,1% -1,37% -3,2% -7,0% 8,1% -3,4% -1,38% -6,7% 13,1% 2,0% -7,8% 0,13% 9,9% 20,2% -9,5% 23,5% 11,04%
Itaú Unibanco
Retorno das Ações
15,4% -12,7% 11,3% 3,9% 4,46% 10,2% -6,6% -0,4% 1,2% 1,08% -1,1% 5,3% 11,7% 1,9% 4,45% -0,4% 4,4% -10,1% 4,6% -0,38%
Banco Deycoval
Retorno das Ações
7,6% -6,0% 9,7% -5,4% 1,46% 7,9% -15,7% -9,5% 2,5% -3,70% 1,2% 2,1% 1,0% -0,1% 1,07% 0,1% -5,0% -2,8% 0,1% -1,88%
Banco Pine
Retorno das Ações
8,7% -6,5% 9,3% -3,5% 2,02% -2,7% -5,1% -13,4% 6,7% -3,66% -12,9% -10,8% 6,0% -15,0% -8,19% -21,3% -3,7% -4,7% 0,03% -7,40%
Banco ABC
Retorno das Ações
7,4% -14,5% 25,4% 1,5% 4,95% 7,4% -8,1% -6,0% -0,5% -1,80% -4,1% 4,2% 4,2% -1,7% 0,65% -10,8% 4,5% -13,2% -3,0% -5,62%
Fonte: Banco Central e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acesso em junho 2016.
31
4.2.1 Influência da Taxa de Câmbio no Retorno das Ações do Banco Brasil, Bradesco,
Santander e Itaú Unibanco, no período de 2012 a 2015.
No que se refere à taxa de câmbio, o dado mais significativo da análise foi no
segundo trimestre de 2012, em que o Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Itaú Unibanco
apresentaram patamares negativos nos retornos de suas ações. Neste período a taxa de câmbio
era de 1,96%, tendo sofrido uma pequena variação em relação ao trimestre anterior, quando
era de 1,77%. Este fenômeno voltou a acontecer no primeiro trimestre de 2013, no primeiro
trimestre de 2014 e no terceiro trimestre de 2015, ou seja; nestes períodos, a elevação na taxa
de câmbio coincidiu com uma queda significativa no índice de retorno das ações.
Por outro lado, no último trimestre de 2015, mesmo tendo ocorrido uma elevação na
taxa de câmbio, passando de 3,55% no terceiro trimestre para 3,84% no quarto período, o
Banco do Brasil teve uma expressiva recuperação no índice de retorno de suas ações, que
estava no patamar -18,6% no segundo trimestre e atingiu o percentual de 11,5% ao final do
quarto trimestre. Com o Banco Itaú também ocorreu esse fenômeno, já que o retorno de suas
ações, no terceiro trimestre de 2015 era de -9,5% e teve uma abrupta elevação, passando para
23,5% no último trimestre de 2015.
4.2.2 - Influência da Taxa Selic no Retorno das Ações do Banco Brasil, Bradesco,
Santander e Itaú Unibanco, no período de 2012 a 2015.
Reação curiosa pode ser observada em relação á taxa Selic, pois, no primeiro
trimestre de 2012 esta taxa estava em 10,25% e os Bancos do Brasil, Bradesco, Itaú e
Santander apresentaram resultados positivos para o retorno de suas ações. No trimestre
seguinte, com a redução da Selic para 8,83% todos eles tiveram quedas significativas nesses
retornos, que ficaram negativos. No terceiro trimestre, com a redução da taxa para 7,50%,
todos os bancos voltaram a apresentar elevados resultados no retorno de suas ações.
Outro período de retornos negativos para todos os bancos foi o segundo trimestre de
2013. Nessa ocasião, a Selic era de 7,67%. No primeiro trimestre de 2014, essa taxa já estava
em 10,67% pontos percentuais e os retornos também foram bastante negativos.
Em suma, só voltou a ocorrer uma melhora generalizada nos retornos das ações dos
Bancos do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander ao final de 2015, quando a Taxa Selic
permaneceu no nível de 14,25%.
32
4.2.3 - Influência da Taxa de Inflação (IPCA) no Retorno das Ações do Banco Brasil,
Bradesco, Santander e Itaú Unibanco, no período de 2012 a 2015.
Com relação a taxa de inflação, observamos que nos Bancos Bradesco, Itaú
Unibanco, Banco do Brasil e Santander nos períodos de queda na inflação (segundo trimestre
de 2012, segundo trimestre de 2013 e terceiro trimestre de 2015), também apresentaram uma
queda geral nos retornos sobre as ações, à exceção do primeiro trimestre de 2014, quando a
inflação estava em um patamar muito acima da média dos trimestres e o retorno das ações
regrediu de forma geral a patamares negativos. Com base nos dados observados deduz-se que
o retorno das ações tende a ser maior quando essa taxa é mais elevada.
4.2.4 - Influência da Taxa de Câmbio no Retorno das Ações dos Bancos Daycoval, Pine e
ABC, no período de 2012 a 2015.
De acordo com os dados da tabela 3, constata-se que, de maneira geral, a elevação da
taxa de câmbio afetou negativamente, em maior grau os bancos menores Pine (onze
trimestres), Daycoval (sete trimestres) e ABC (nove trimestres). Observa-se, também, que à
uma taxa de câmbio de 1,77%, no primeiro trimestre de 2012, todos os bancos tiveram
retornos positivos no retorno de suas ações. O mesmo ocorreu quando a taxa de câmbio, no
terceiro trimestre de 2012, era de 2,03%.
4.2.5 - Influência da Taxa Selic no Retorno das Ações dos Bancos Daycoval, Pine e ABC,
no período de 2012 a 2015.
Nos bancos menores (ABC, Daycoval e Pine), com o aumento escalonado da Taxa
Selic, a partir de 2013, observou-se uma reação negativa generalizada no retorno das ações.
O maior pico positivo registrado desses bancos ocorreu no terceiro trimestre de 2012, com a
taxa de câmbio de 7,50%.
4.2.6 - Influência da Taxa de Inflação - IPCA no Retorno das Ações dos Bancos
Daycoval, Pine e ABC, no período de 2012 a 2015.
Analisando a influência do índice de inflação no desempenho dos Bancos menores
(ABC, Daycoval e Pine) percebe-se que o aumento dessa taxa coincidiu com patamares
negativos no retorno das ações dessas instituições, situação diametralmente oposta a dos
grandes bancos.
33
5 – CONCLUSÃO
O presente estudo teve por objetivo identificar, no período de 2012 a 2015, a
influência dos índices de Margem Bruta, Margem Líquida, Retorno do Patrimônio Líquido e
de variáveis macroeconômicas, tais como Taxa de Câmbio, Taxa de Juros e Taxa de Inflação,
no Retorno das Ações de bancos que atuam no Brasil e que possuem ações negociadas na
Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Das análises efetuadas foi possível elaborar as
seguintes conclusões:
I - Com base nos dados extraídos nas amostras, é possível concluir que na comparação
conjunta dos indicadores de rentabilidade não há relação entre a Margem Líquida, Margem
Bruta e Retorno do Patrimônio Líquido com o Índice de Retorno da Ação, visto que
ocorreram grandes picos negativos e positivos desses índices durante o período observado que
não, necessariamente, apresentam relação de causa e efeito entre eles. Esta constatação relata
uma dessincronização entre esses indicadores.
II – O Índice de Retorno do Patrimônio Líquido não é um parâmetro adequado para medir o
Retorno da Ação, considerando que nas análises realizadas ficou demonstrado que esses
índices não estão relacionados.
III – As variáveis macroeconômicas (Taxa de Juros, Taxa de Inflação - IPCA) e Taxa de
Câmbio influenciam, em maior ou menor grau os resultados das instituições financeiras e de
formas diversas. Essa influência se dá em proporções diferentes, de acordo com o porte das
instituições.
IV – O retorno das ações é pouco influenciado pela variação do preço do dólar (taxa de
câmbio). Embora a influência seja baixa, essas duas variáveis são inversamente proporcionais,
isto é, quando o desempenho de uma é positivo o da outra é negativo.
V – A relação entre a Taxa Selic e o Retorno da Ação é inversamente proporcional. Os
Bancos de maior porte apresentaram maior sensibilidade a essa da taxa.
De forma geral, na maior parte dos períodos observados, quando houve elevação da
Taxa Selic, ocorreu, também, um declínio no Retorno das Ações. Entretanto, os grandes
bancos apresentaram capacidade de recuperação desse índice em períodos subsequentes. Nos
bancos de menor porte houve um declínio generalizado no retorno das ações dessas
instituições quando havia elevação da taxa Selic, contudo estes não apresentaram capacidade
de reação desse retorno em períodos seguintes.
VI - Os Bancos de maior porte (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander),
apresentaram bons retornos de suas ações com taxas de inflação elevadas, na maioria dos
34
trimestres. Em contrapartida, de um modo geral, os menores Bancos (Daycoval, Pine e ABC)
tiveram quedas nos retornos de suas respectivas ações quando a taxa de inflação era maior.
5.1 - Outras considerações
Relevante mencionar, para que seja possível fazer afirmações mais consistentes sobre
a relação que há entre o desempenho das ações e a situação econômica do país, faz-se
necessário realizar um estudo estatístico com os dados do mercado acionário e da economia
brasileira.
Outro aspecto a ser considerado na análise do retorno das ações é que o mercado
acionário apresenta uma elevada volatilidade, com variações significativas nos preços dos
ativos, que ocorrem no curto prazo. Nesse sentido, a informação, seja ela interna ou externa,
é o que move esse mercado. Dessa forma, os acontecimentos políticos e econômicos têm
reflexos imediatos no preço das ações.
Essa sensibilidade do mercado acionário a fatores políticos pôde ser constatada
recentemente, quando o país vivia o momento de discussão do processo de Impeachment no
Congresso Nacional e, em paralelo, a Justiça Brasileira negociava delações premiadas de
políticos envolvidos em processo de corrupção. Com todos esses acontecimentos, do dia 02
de março até o dia 12 de abril de 2016, a ação do Itaú subiu 22,47%, a do Bradesco teve uma
alta de 30,15% e a do Banco do Brasil registrou uma performance espetacular, com
valorização de 50,96%.
Outro fato relevante é que as variáveis macroeconômicas são interdependentes e que
a oscilação de uma delas, normalmente, interfere nas demais. Além disso, nem sempre a
reação do mercado é imediata, existe um lapso temporal para que os reflexos efetivamente
ocorram.
Como limitações do estudo, há que se ressaltar o fato de que este abrangeu apenas
sete instituições bancárias, o que não permite ampliar as evidências empíricas a todas as
instituições financeiras do país. Adicionalmente, foi considerado um período relativamente
curto – janeiro de 2012 a dezembro de 2015 – o que limita o número de observações.
Para futuros trabalhos, sugere-se que sejam avaliadas medidas alternativas de
influência nos retornos da ação tais como a distribuição de dividendos e outros fatores
macroeconômicos aliados a uma amostragem maior.
35
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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graduação: Noções Práticas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002, p.125-128.
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Atlas, 2003, p.28.
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 6a. ed. São Paulo: Atlas, 2012,
p.97 a 98.
ASSAF NETO. Finanças Corporativas e Valor no Brasil Disponível em:
http://www.institutoassaf.com.br/2012/criteriosSimbologia.aspx#. Acesso em: 05/2016.
ARONOVICH, S. Uma Nota Sobre os Efeitos da Inflação e do Nível de Atividade Sobre
o Spread Bancário. Revista Brasileira de Economia, n. 1, 1994, p. 48.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Autarquia Federal Integrante do Sistema Financeiro
Nacional. Disponível em: < http://www.bancocentral.gov.br>. Acesso em: 06/2016.
BOVESPA, Bolsa de Valores. Disponível em: <http://www.bovespa.com.br/> Acesso em:
06/20016.
CANUTO, O. (2002) Flutuações cambiais, estratégias de políticas monetárias e metas de
inflação. In Ensaios FEE, Ano 23, Nº1.
COPELAND, Tom; KOLLER, Tim; MURRIN, Jack. Avaliação de empresas - Valuation:
calculando e gerenciando o valor das empresas. 3 ed. São Paulo: Pearson, 2002, pag.102.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Conceitual
Básico – CPC 00 (R1): Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório
Contábil-Financeiro. Brasília, 2011.
FORTUNATO, P. Para a FEBRABAN, Lucro Não é o Vilão da Economia. Jornal Valor,
Finanças. P. 01. São Paulo, 2003.
GITMAN, L. J. Princípios da Administração Financeira. 12ª ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2010, p.107.
HENDRIKSEN, ELDON S.; VAN BREDA, MICHAEL F. Teoria da contabilidade. São
Paulo: Atlas, 1999, p.72.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 04/2016.
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA – Disponível em:
<http://www.ipea.gov.br/portal/>. Acesso em: 04/2016.
36
KATSUMI, Jorge & GOMES, Amaro L. Oliveira. Contabilidade das Instituições
Financeiras. São Paulo: Atlas, 2005, p.6.
MOREIRA, HÉBER LAVOR. Rentabilidade: Retorno Sobre Investimento do Ponto de Vista
da Empresa e do Empresário. Universidade do Pará - Belém, 2003. Disponível em:
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em maio/2016.
NUNES, JOSÉ R. da S. Os juros no Brasil. Editora: E-Papers, 2005.
RAUPP, Fabiano Maury. Metodologia da pesquisa aplicável às ciências sociais. In:
BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria
e prática. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2004. p. 76-97.
SILVA, Rildo. Análise do Índice de Rentabilidade dos Bancos no Brasil: Uma investigação
após a regra de marcação a mercado dos títulos e valores mobiliários. Monografia. Instituto
Brasiliense de Direito Público. Brasília – DF, 2010. Dissertação de Mestrado.
37
7 - ANEXOS
Gráfico 1: Comparação entre os índices de Margem Bruta, Margem Líquida,
Retorno sobre o Patrimônio Líquido e Retorno das Ações do Banco Brasil.
Desempenho Banco do Brasil - 2012 a 2015
Fonte: Economática, acesso em abril de 2016.
Gráfico 2: Comparação entre os índices de Margem Bruta, Margem Líquida,
Retorno sobre o Patrimônio Líquido e Retorno das Ações do Banco Bradesco,
no período de 2012 a 2015.
Desempenho do Banco Bradesco - 2012 a 2015
Fonte: Economática, acesso em abril de 2016.
-18,00%
-15,00%
-12,00%
-9,00%
-6,00%
-3,00%
0,00%
3,00%
6,00%
9,00%
12,00%
15,00%
18,00%
1º trim. 2012
2º trim. 2012
3º trim. 2012
4º trim. 2012
1º trim. 2013
2º trim. 2013
3º trim. 2013
4º trim. 2013
1º trim. 2014
2º trim. 2014
3º trim. 2014
4º trim. 2014
1º trim. 2015
2º trim. 2015
3º trim. 2015
4º trim. 2015
Margem Líquida 11,12% 10,55% 10,86% 11,76% 12,04% 16,58% 15,81% 14,39% 13,80% 9,68% 9,19% 8,65% 9,64% 9,53% 8,60% 8,90%
Retorno da Ação 13,8% -16,5% 17,3% -8,2% 1,2% -7,9% 5,8% 2,2% -12,7% 6,0% 19,5% 6,5% -4,6% 8,7% -18,6% 11,5%
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 4,39% 5,02% 4,52% 6,19% 3,93% 12,05% 4,29% 4,85% 3,97% 3,90% 3,95% 3,81% 7,28% 4,04% 4,19% 3,43%
Margem Bruta 25,4% 23,3% 25,9% 26,7% 28,2% 27,5% 27,5% 24,9% 23,5% 24,0% 20,9% 20,1% 16,0% 15,9% 10,7% 10,0%
-10,0%
-7,0%
-4,0%
-1,0%
2,0%
5,0%
8,0%
11,0%
14,0%
1º trim. 2012
2º trim. 2012
3º trim. 2012
4º trim.2
012
1º trim. 2013
2º trim. 2013
3º trim. 2013
4º trim. 2013
1º trim. 2014
2º trim. 2014
3º trim. 2014
4º trim. 2014
1º trim. 2015
2º trim. 2015
3º trim. 2015
4º trim. 2015
Retorno da Ação 5,4% -8,2% 7,2% 11,4% 6,3% -4,3% 4,7% -0,9% -7,6% 2,0% 14,2% 1,3% 3,3% -3,9% -6,5% 2,7%
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 5,02% 4,88% 4,48% 4,38% 4,17% 4,25% 4,64% 4,59% 4,85% 5,15% 5,05% 5,04% 5,21% 5,33% 4,74% 5,05%
Margem Bruta 30,79% 28,69% 34,15% 34,92% 36,0% 36,0% 34,3% 28,3% 28,14% 31,1% 27,8% 30,1% 24,7% 24,6% 16,9% 20,4%
Margem Líquida 11,89% 11,61% 11,59% 11,84% 12,36% 12,59% 12,92% 13,73% 13,65% 13,85% 14,21% 13,47% 13,23% 13,17% 12,65% 12,99%
38
Gráfico 3: Comparação entre os índices de Margem Bruta, Margem Líquida,
Retorno sobre o Patrimônio Líquido e Retorno das Ações do Banco
Santander, no período de 2012 a 2015.
Desempenho do Banco Santander - 2012 a 2015
Fonte: Economática, acesso em abril de 2016.
Gráfico 4: Comparação entre os índices de Margem Bruta, Margem Líquida,
Retorno sobre o Patrimônio Líquido e Retorno das Ações do Banco Itaú
Unibanco, no período de 2012 a 2015.
Desempenho do Banco Itaú Unibanco - 2012 a 2015
Fonte: Economática, acesso em abril de 2016.
-1,00%
2,00%
5,00%
8,00%
11,00%
14,00%
17,00%
20,00%
23,00%
1º trim. 2012
2º trim. 2012
3º trim. 2012
4º trim. 2012
1º trim. 2013
2º trim. 2013
3º trim. 2013
4º trim. 2013
1º trim. 2014
2º trim. 2014
3º trim. 2014
4º trim. 2014
1º trim. 2015
2º trim. 2015
3º trim. 2015
4º trim. 2015
Margem Líquida 5,92% 5,92% 5,34% 5,23% 5,08% 4,76% 4,91% 4,67% 4,18% 3,88% 3,91% 3,71% 3,63% 3,66% 8,08% 8,37%
Retorno da Ação 3,3% 3,3% -8,7% 11,0% -11,1% -3,2% -7,0% 8,1% -3,4% -6,7% 13,1% 2,0% -7,8% 9,9% 20,2% -9,5%
Margem Bruta 29,6% 26,4% 31,2% 31,7% 31,1% 30,8% 29,9% 27,4% 27,3% 31,6% 27,1% 25,5% 1745,1% 17,3% 803,1% 7,5%
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 1,31% 0,82% 0,89% 1,83% 0,68% 0,50% 0,56% 0,78% 0,82% 0,92% 0,93% 0,99% 1,19% 6,91% 2,04% 1,88%
-1,00%
2,00%
5,00%
8,00%
11,00%
14,00%
17,00%
1º trim. 2012
2º trim. 2012
3º trim. 2012
4º trim. 2012
1º trim. 2013
2º trim. 2013
3º trim. 2013
4º trim. 2013
1º trim. 2014
2º trim. 2014
3º trim. 2014
4º trim. 2014
1º trim. 2015
2º trim. 2015
3º trim. 2015
4º trim. 2015
Margem Líquida 14,61% 13,97% 14,20% 14,17% 14,89% 15,58% 16,07% 16,87% 16,88% 17,16% 16,96% 16,43% 15,50% 15,66% 14,58% 14,50%
Retorno da Ação 15,4% -12,7% 11,3% 3,9% 10,2% -6,6% -0,4% 1,2% -1,1% 5,3% 11,7% 1,9% -0,4% 4,4% -10,1% 4,6%
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 3,53% 3,43% 3,41% 3,03% 2,88% 3,04% 3,49% 4,13% 3,76% 4,66% 5,21% 5,15% 5,45% 4,95% 5,37% 4,41%
Margem Bruta 31,5% 29,2% 31,9% 31,2% 31,9% 32,4% 32,8% 33,6% 33,8% 36,1% 33,2% 30,1% 23,6% 24,0% 14,1% 16,7%
39
Gráfico 5: Comparação entre os índices de Margem Bruta, Margem Líquida,
Retorno sobre o Patrimônio Líquido e Retorno das Ações do Banco Daycoval,
no período de 2012 a 2015.
Desempenho do Banco Daycoval - 2012 a 2015
Fonte: Economática, acesso em abril de 2016.
Gráfico 6: Comparação entre os índices de Margem Bruta, Margem Líquida,
Retorno sobre o Patrimônio Líquido e Retorno das Ações do Banco Pine.
Desempenho do Banco Pine - 2012 a 2015
Fonte: Economática, acesso em abril de 2016.
-1,0%
2,0%
5,0%
8,0%
11,0%
14,0%
17,0%
1º trim. 2012
2º trim. 2012
3º trim. 2012
4º trim. 2012
1º trim. 2013
2º trim. 2013
3º trim. 2013
4º trim. 2013
1º trim. 2014
2º trim. 2014
3º trim. 2014
4º trim. 2014
1º trim. 2015
2º trim. 2015
3º trim. 2015
4º trim. 2015
Retorno da Ação 7,6% -6,0% 9,7% -5,4% 7,9% -15,7% -9,5% 2,5% 1,2% 2,1% 1,0% -0,1% 0,1% -5,0% -2,8% 0,1%
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 4,9% 4,0% 4,9% 4,0% 3,0% 2,5% 1,7% 2,8% 2,7% 2,7% 2,1% 3,8% 4,2% 3,2% 3,2% 5,9%
Margem Bruta 34,6% 34,5% 39,5% 38,1% 37,2% 37,5% 34,7% 33,4% 31,1% 28,5% 24,9% 23,2% 20,8% 22,5% 17,4% 20,1%
Margem Líquida 16,99% 14,64% 16,51% 15,84% 14,75% 14,03% 11,58% 9,97% 9,80% 10,66% 9,13% 9,08% 7,48% 0,08% 6,72% 0,08%
-1,0%
2,0%
5,0%
8,0%
11,0%
14,0%
17,0%
1º trim. 2012
2º trim. 2012
3º trim. 2012
4º trim. 2012
1º trim. 2013
2º trim. 2013
3º trim. 2013
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1º trim. 2014
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4º trim. 2014
1º trim. 2015
2º trim. 2015
3º trim. 2015
4º trim. 2015
Retorno da Ação 8,7% -6,5% 9,3% -3,5% -2,7% -5,1% -13,4% 6,7% -12,9% -10,8% 6,0% -15,0% -21,3% -3,7% -4,7% 0,0%
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 9,07% 4,42% 4,49% 3,96% 6,90% 3,07% 3,20% 2,94% 5,54% 2,79% 1,47% 0,41% 1,61% 0,81% 0,86% 0,89%
Margem Bruta 25,5% 24,3% 57,4% 30,4% 29,8% 27,8% 25,8% 22,8% 21,6% 27,1% 27,3% 23,8% 14,2% 15,2% 4,1% 5,5%
Margem Líquida 12,49% 12,23% 29,65% 15,16% 15,69% 16,46% 15,36% 13,67% 12,46% 13,04% 9,95% 6,98% 4,12% 2,73% 1,90% 2,38%
40
Gráfico 7: Comparação entre os índices de Margem Bruta, Margem Líquida,
Retorno sobre o Patrimônio Líquido e Retorno das Ações do Banco ABC.
Desempenho do Banco ABC - 2012 a 2015
Fonte: Banco Central do Brasil, acesso em junho de 2016.
Gráfico 8: Influência da Taxa de Câmbio no Retorno das Ações (RA) do
Banco Brasil, Bradesco, Santander e Itaú Unibanco, no período de 2012 a
2015.
Taxa de Câmbio x Retorno das Ações - 2012 a 2015
Fonte: Banco Central do Brasil, acesso em junho de 2016.
-15,00%
-10,00%
-5,00%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
1º trim. 2012
2º trim. 2012
3º trim. 2012
4º trim. 2012
1º trim. 2013
2º trim. 2013
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1º trim. 2014
2º trim. 2014
3º trim. 2014
4º trim. 2014
1º trim. 2015
2º trim. 2015
3º trim. 2015
4º trim. 2015
Margem Líquida 18,23% 16,98% 17,54% 16,92% 17,96% 17,01% 17,93% 17,21% 17,23% 19,32% 17,40% 15,17% 10,50% 9,30% 9,70% 9,88%
Retorno da Ação 7,4% -14,5% 25,4% 1,5% 7,4% -8,1% -6,0% -0,5% -4,1% 4,2% 4,2% -1,7% -10,8% 4,5% -13,2% -3,0%
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 3,79% 3,58% 3,52% 3,64% 3,58% 3,68% 3,75% 4,08% 3,76% 3,94% 3,84% 3,86% 3,67% 3,96% 4,07% 4,32%
Margem Bruta 36,9% 28,9% 32,1% 30,3% 32,9% 29,1% 30,5% 27,4% 27,7% 38,4% 27,9% 22,7% 7,6% 8,6% -1,7% 2,4%
1º trim. 2012
2º trim. 2012
3º trim. 2012
4º trim. 2012
1º trim. 2013
2º trim. 2013
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1º trim. 2014
2º trim. 2014
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4º trim. 2014
1º trim. 2015
2º trim. 2015
3º trim. 2015
4º trim. 2015
RA BRADESCO 5,4% -8,2% 7,2% 11,4% 6,3% -4,3% 4,7% -0,9% -7,6% 2,0% 14,2% 1,3% 3,3% -3,9% -6,5% 2,7%
RA BANCO DO BRASIL
13,8% -16,5% 17,3% -8,2% 1,2% -7,9% 5,8% 2,2% -12,7% 6,0% 19,5% 6,5% -4,6% 8,7% -18,6% 11,5%
RA SANTANDER 3,3% -8,7% 11,0% -11,1% -3,2% -7,0% 8,1% -3,4% -6,7% 13,1% 2,0% -7,8% 9,9% 20,2% -9,5% 23,5%
RA - UNIBANCO 15,4% -12,7% 11,3% 3,9% 10,2% -6,6% -0,4% 1,2% -1,1% 5,3% 11,7% 1,9% -0,4% 4,4% -10,1% 4,6%
Câmbio 1,77% 1,96% 2,03% 2,06% 2,00% 2,07% 2,29% 2,28% 2,36% 2,23% 2,28% 2,55% 2,86% 3,07% 3,55% 3,84%
-20,0% -18,0% -16,0% -14,0% -12,0% -10,0%
-8,0% -6,0% -4,0% -2,0% 0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0%
10,0% 12,0% 14,0% 16,0% 18,0% 20,0%
41
Gráfico 9: Influência da Taxa Selic no Retorno das Ações (RA) do Banco
Brasil, Bradesco, Santander e Itaú Unibanco, no período de 2012 a 2015.
Taxa Selic dos Bancos x Retorno das Ações (RA) - 2012 a 2015
Fonte: Banco Central do Brasil, acesso em junho de 2016.
Gráfico10: Influência da Taxa de Inflação (IPCA) no Retorno das Ações do
Banco Brasil, Bradesco, Santander e Itaú Unibanco, no período de 2012 a
2015.
Inflação x Retorno das Ações - 2012 a 2015
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, acesso em junho de 2016.
1º trim. 2012
2º trim. 2012
3º trim. 2012
4º trim. 2012
1º trim. 2013
2º trim. 2013
3º trim. 2013
4º trim. 2013
1º trim. 2014
2º trim. 2014
3º trim. 2014
4º trim. 2014
1º trim. 2015
2º trim. 2015
3º trim. 2015
4º trim. 2015
RA BRADESCO 5,4% -8,2% 7,2% 11,4% 6,3% -4,3% 4,7% -0,9% -7,6% 2,0% 14,2% 1,3% 3,3% -3,9% -6,5% 2,7%
RA BANCO DO BRASIL 13,8% -16,5% 17,3% -8,2% 1,2% -7,9% 5,8% 2,2% -12,7% 6,0% 19,5% 6,5% -4,6% 8,7% -18,6% 11,5%
RA SANTANDER 3,3% -8,7% 11,0% -11,1% -3,2% -7,0% 8,1% -3,4% -6,7% 13,1% 2,0% -7,8% 9,9% 20,2% -9,5% 23,5%
RA - UNIBANCO 15,4% -12,7% 11,3% 3,9% 10,2% -6,6% -0,4% 1,2% -1,1% 5,3% 11,7% 1,9% -0,4% 4,4% -10,1% 4,6%
Taxa Selic 10,25% 8,83% 7,50% 7,25% 7,25% 7,67% 8,67% 9,67% 10,67% 10,92% 11,00% 11,42% 12,42% 13,42% 14,25% 14,25%
-20,0%
-15,0%
-10,0%
-5,0%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
1º trim. 2012
2º trim. 2012
3º trim. 2012
4º trim. 2012
1º trim. 2013
2º trim. 2013
3º trim. 2013
4º trim. 2013
1º trim. 2014
2º trim. 2014
3º trim. 2014
4º trim. 2014
1º trim. 2015
2º trim. 2015
3º trim. 2015
4º trim. 2015
RA BRADESCO 5,4% -8,2% 7,2% 11,4% 6,3% -4,3% 4,7% -0,9% -7,6% 2,0% 14,2% 1,3% 3,3% -3,9% -6,5% 2,7%
RA BANCO DO BRASIL 13,8% -16,5% 17,3% -8,2% 1,2% -7,9% 5,8% 2,2% -12,7% 6,0% 19,5% 6,5% -4,6% 8,7% -18,6% 11,5%
RA SANTANDER 3,3% -8,7% 11,0% -11,1% -3,2% -7,0% 8,1% -3,4% -6,7% 13,1% 2,0% -7,8% 9,9% 20,2% -9,5% 23,5%
RA - UNIBANCO 15,4% -12,7% 11,3% 3,9% 10,2% -6,6% -0,4% 1,2% -1,1% 5,3% 11,7% 1,9% -0,4% 4,4% -10,1% 4,6%
Inflação 1,22% 1,08% 1,42% 1,99% 1,94% 1,18% 0,62% 2,04% 2,18% 1,54% 0,83% 1,72% 3,83% 2,26% 1,39% 2,82%
-20,0%
-15,0%
-10,0%
-5,0%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
42
Gráfico 11: Influência da Taxa de Câmbio no Retorno das Ações dos Bancos
Daycoval, Pine e ABC, no período de 2012 a 2015.
Taxa de câmbio x Retorno da ação - 2012 a 2015
Fonte: Banco Central do Brasil, acesso em junho de 2016.
Gráfico12: Influência da Taxa Selic no Retorno das Ações dos Bancos
Daycoval, Pine e ABC, no período de 2012 a 2015.
Taxa Selic x Retorno das Ações - 2012 a 2015
Fonte: Banco Central do Brasil, acesso em junho de 2016.
1º trim. 2012
2º trim. 2012
3º trim. 2012
4º trim. 2012
1º trim. 2013
2º trim. 2013
3º trim. 2013
4º trim. 2013
1º trim. 2014
2º trim. 2014
3º trim. 2014
4º trim. 2014
1º trim. 2015
2º trim. 2015
3º trim. 2015
4º trim. 2015
RA Daycoval 7,6% -6,0% 9,7% -5,4% 7,9% -15,7% -9,5% 2,5% 1,2% 2,1% 1,0% -0,1% 0,1% -5,0% -2,8% 0,1%
RA Pine 8,7% -6,5% 9,3% -3,5% -2,7% -5,1% -13,4% 6,7% -12,9% -10,8% 6,0% -15,0% -21,3% -3,7% -4,7% 0,03%
RA ABC 7,4% -14,5% 25,4% 1,5% 7,4% -8,1% -6,0% -0,5% -4,1% 4,2% 4,2% -1,7% -10,8% 4,5% -13,2% -3,0%
Câmbio 1,77% 1,96% 2,03% 2,06% 2,00% 2,07% 2,29% 2,28% 2,36% 2,23% 2,28% 2,55% 2,86% 3,07% 3,55% 3,84%
-20,0% -18,0% -16,0% -14,0% -12,0% -10,0%
-8,0% -6,0% -4,0% -2,0% 0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0%
10,0% 12,0% 14,0% 16,0% 18,0% 20,0%
1º trim. 2012
2º trim. 2012
3º trim. 2012
4º trim. 2012
1º trim. 2013
2º trim. 2013
3º trim. 2013
4º trim. 2013
1º trim. 2014
2º trim. 2014
3º trim. 2014
4º trim. 2014
1º trim. 2015
2º trim. 2015
3º trim. 2015
4º trim. 2015
RA ABC 7,4% -14,5% 25,4% 1,5% 7,4% -8,1% -6,0% -0,5% -4,1% 4,2% 4,2% -1,7% -10,8% 4,5% -13,2% -3,0%
RA Daycoval 7,6% -6,0% 9,7% -5,4% 7,9% -15,7% -9,5% 2,5% 1,2% 2,1% 1,0% -0,1% 0,1% -5,0% -2,8% 0,1%
RA Pine 8,7% -6,5% 9,3% -3,5% -2,7% -5,1% -13,4% 6,7% -12,9% -10,8% 6,0% -15,0% -21,3% -3,7% -4,7% 0,03%
Taxa Selic 10,25% 8,83% 7,50% 7,25% 7,25% 7,67% 8,67% 9,67% 10,67% 10,92% 11,00% 11,42% 12,42% 13,42% 14,25% 14,25%
-20,0%
-15,0%
-10,0%
-5,0%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
43
Gráfico 13: Influência da Taxa de Inflação - IPCA no Retorno das Ações dos
Bancos Daycoval, Pine e ABC, no período de 2012 a 2015.
Inflação x Retorno da Ação - 2012 a 2015
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, acesso em junho de 2016.
1º trim. 2012
2º trim. 2012
3º trim. 2012
4º trim. 2012
1º trim. 2013
2º trim. 2013
3º trim. 2013
4º trim. 2013
1º trim. 2014
2º trim. 2014
3º trim. 2014
4º trim. 2014
1º trim. 2015
2º trim. 2015
3º trim. 2015
4º trim. 2015
RA Daycoval 7,6% -6,0% 9,7% -5,4% 7,9% -15,7% -9,5% 2,5% 1,2% 2,1% 1,0% -0,1% 0,1% -5,0% -2,8% 0,1%
RA Pine 8,7% -6,5% 9,3% -3,5% -2,7% -5,1% -13,4% 6,7% -12,9% -10,8% 6,0% -15,0% -21,3% -3,7% -4,7% 0,03%
RA ABC 7,4% -14,5% 25,4% 1,5% 7,4% -8,1% -6,0% -0,5% -4,1% 4,2% 4,2% -1,7% -10,8% 4,5% -13,2% -3,0%
Inflação 1,22% 1,08% 1,42% 1,99% 1,94% 1,18% 0,62% 2,04% 2,18% 1,54% 0,83% 1,72% 3,83% 2,26% 1,39% 2,82%
-20,0%
-15,0%
-10,0%
-5,0%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%