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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS UFG CAMPUS CATALÃO CAC DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DEC Bacharelado em Engenharia Civil Projeto Final de Curso ANÁLISES E CONSIDERAÇÕES PARA O SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUA PLUVIAL EM UM LOTEAMENTO NA CIDADE DE CATALÃO-GO Docentes: Jakeliny Alves Valente Orientadora: Prof.ª Eliane Aparecida Justino CATALÃO GO Março 2013

ANÁLISES E CONSIDERAÇÕES PARA O SISTEMA DE DRENAGEM … · 2015-08-27 · minha vida, por ter me levado à Universidade e me carregado nos braços nos momentos difíceis, me iluminado

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – UFG

CAMPUS CATALÃO – CAC

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL – DEC

Bacharelado em Engenharia Civil

Projeto Final de Curso

ANÁLISES E CONSIDERAÇÕES PARA O SISTEMA DE

DRENAGEM DE ÁGUA PLUVIAL EM UM

LOTEAMENTO NA CIDADE DE CATALÃO-GO

Docentes:

Jakeliny Alves Valente

Orientadora:

Prof.ª Eliane Aparecida Justino

CATALÃO – GO

Março – 2013

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JAKELINY ALVES VALENTE

ANÁLISES E CONSIDERAÇÕES PARA O SISTEMA DE

DRENAGEM DE ÁGUA PLUVIAL EM UM

LOTEAMENTO NA CIDADE DE CATALÃO-GO

Monografia apresentada ao Curso de

Engenharia Civil da

Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão

como requisito parcial para obtenção do título de

Engenheiro Civil.

Orientadora: Prof.ª Eliane Aparecida Justino

Catalão, 2013

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JAKELINY ALVES VALENTE

ANÁLISES E CONSIDERAÇÕES PARA O SISTEMA DE

DRENAGEM DE ÁGUA PLUVIAL EM UM

LOTEAMENTO NA CIDADE DE CATALÃO-GO

Monografia apresentada e aprovada em ___ de março de 2013,

Pela Banca Examinadora constituída pelos professores.

____________________________

Eliane Aparecida Justino – Presidente da Banca

________________________

Antover Panazzolo Sarmento

________________________

Heber Martins de Paula

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por estar comigo em todos os momentos de

minha vida, por ter me levado à Universidade e me carregado nos braços nos momentos

difíceis, me iluminado em todas as minhas dúvidas, por ser meu afago e minha força nas

horas de medos e adversidades.

Agradeço a minha família que é tudo em minha vida, é o ombro nas horas tristes,

é o apoio quando não consigo me segurar sozinha, é o sorriso nas horas felizes, na

verdade minha família é meu orgulho! É pra eles que dedico esta conquista. À minha mãe

Elinete Alves de Jesus que sempre foi exemplo de fibra, de mulher guerreira, aos meus

irmãos Janiflan e Wesley e ao meu namorado Edson Clemente, pois sempre foram

exemplos de compreensão e amizade, agradeço por estarem ao meu lado durante este

caminho.

A minha orientadora, Professora Eliane Aparecida Justino, a quem dedico minha

admiração e meu respeito pela pessoa e profissional que esta se mostra. Dedico toda

minha gratidão pela forma permanente e incondicional que foi o seu apoio e orientação

durante o período de elaboração deste trabalho. Os seus esclarecimentos foram

essenciais para a concretização deste trabalho.

Aos mestres, dedico minha admiração e respeito e agradecimento pela

contribuição para minha formação, pois graças a eles esta conquista, hoje, se faz

possível, agradeço a todos meus professores do ensino básico especialmente ao meu

professor Aldenir Chagas que sempre me incentivou e acreditou em minha capacidade.

Agradeço aos Professores do Departamento de Engenharia civil especialmente os

da área de águas: Antover Panazzolo Sarmento; Ed Carlo Rosa Paiva e Heber Martins

de Paula que, mesmo não sendo meus orientadores, contribuíram de alguma forma para

este trabalho, ou em conhecimento ou em matérias, o importante é que sempre estiveram

presentes para sanar minhas dúvidas e se disponibilizaram em colaborar com este

trabalho.

Agradeço todos os meus amigos que sempre estiveram do meu lado e torceram

por mim, aos meus companheiros de graduação pelo conhecimento compartilhado,

agradeço especialmente às minhas amigas: Bárbara Crysthine e Maria Thereza , pela

amizade e pela parceria. .

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RESUMO

A cidade de Catalão-GO, como a maioria das cidades brasileiras de porte médio que

tem crescido rapidamente de maneira desordenada e sem infraestruturas adequadas, tem

sofrido com problemas de inundações. Neste contexto, este trabalho buscou avaliar,

como estudo de caso, o projeto de drenagem de um loteamento instalado no município,

no intuito de avaliar sua eficiência, bem como, verificar se o poder público tem estado

atento à qualidade do projeto apresentado pelo empreendedor antes de conceder o

direito de implantação de um novo loteamento. No projeto analisado foi constatado que

houve adoção de um coeficiente de runoff inadequado, uma vez que, este é constante e

não condizente com o tipo de uso e ocupação do solo em áreas residenciais e

comerciais. Além disso, houve desconsideração de um montante significativo de áreas

de contribuições nos trechos externos de galeria e erro no somatório destas áreas nos

dois trechos externos finais. Portanto, para adequação do projeto foi adotado um

coeficiente de runoff ponderado de acordo com cada tipo de uso e ocupação de solo e

procedeu a correção das áreas de contribuições nos trechos externos. Neste novo

dimensionamento foi encontrado um aumento médio das áreas de contribuição de

45,54%, gerando um aumento médio 84,84% na vazão de projeto do loteamento, sendo

assim, o sistema proposto pelo empreendedor é insuficiente para esta situação mais

adequada e realista. Porém, apesar do novo projeto se mostrar eficiente, a partir do

trecho externo 8, os diâmetros se mostraram antieconômicos, sendo necessário

promover um aumento de declividade nesse trecho para reduzir 449 metros de tubulação

com diâmetro de 1200 mm para 1000 mm, gerando uma economia de R$ 85.484,16 na

aquisição de condutos de drenagem. O dissipador de energia instalado no talude do

corpo receptor mostrou-se subdimensionado para a nova vazão encontrada e sabendo

que o este corpo receptor já tem sofrido com questões de transbordamento na sua parte

canalizada é sugerido que se instale um reservatório de retenção logo a montante deste

dissipador, já que, o local possui condições suficientes para implantação deste tipo de

medida de controle de vazão.

Palavras chave: Sistema de drenagem pluvial, escoamento superficial e urbanização.

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ABSTRACT

The city of Catalão-GO, like most Brazilian cities of medium size that has grown

rapidly in a disordered manner and without adequate infrastructure, has suffered from

flooding problems. In this context, this study aimed to evaluate, as a case study, the

design of an allotment drainage installed in the city, in order to evaluate its efficiency

as well as to ascertain whether the government has been attentive to the quality of the

project submitted by the enterprising before granting the right to implement a new

allotment. In the project analyzed it was found that there was adoption of a Runoff

coefficient inappropriate, since it is constant and not consistent with the type of use and

occupation of land in residential and commercial areas. In addition, there was a

significant amount of disregard of contributions in the areas of excerpts of external

gallery and error in the sum of these areas in the two final sections.Therefore, suitability

for the project was adopted a runoff coefficient weighted according to each type of use

and occupancy of land and proceeded with the correction contributions in the areas of

external parts. In this new design was found an average increase of areas of contribution

of 45.54%, resulting in an average increase of 84.84% in flow design of the subdivision,

the system proposed by the enterprising is insufficient for this situation most

appropriate and realistic .However, despite the new design proves efficient, since the

outer portions 8, the diameters proved uneconomical, and it is necessary to promote an

increase in that slope portions to reduce 449 meters of tubing with a diameter of 1200

mm to 1000 mm, generating savings R $ 85,484.16 in the acquisition of drainage

conduits. The energy sink installed in the slope of the receiving body proved to be

undersized for the new found flow and knowing that the recipient already has this body

been overflowing with questions on your part is channeled suggested to install a holding

tank just upstream of this sink, since the site has sufficient conditions for deployment of

this type of control measure flow.

Keywords: Storm drainage system, runoff and urbanization.

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO 7

1.1. JUSTIFICATIVA 7

1.2. OBJETIVOS 10

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 12

2.1. URBANIZAÇÃO E SEU IMPACTO HIDROLÓGICO 12

2.1.1. URBANIZAÇÃO E SEU REFLEXO NO CICLO HIDROLÓGICO DAS BACIAS

HIDROGRÁFICAS 13

2.2. ESTUDOS HIDROLOGÍCOS 18

2.2.1. ALGUMAS DEFINIÇÕES 18

2.2.2. MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES DE PROJETO 18

2.2.2.1. Método Racional 19

2.2.2.2. Método Soil Conservation Service (SCS TR-55) 20

2.3. O SISTEMA DE DRENAGEM URBANA 24

2.3.1. PROJETO DE DRENAGEM URBANA 24

2.3.2. PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA 25

2.4. MEDIDAS DE CONTROLE DE INUNDAÇÕES 26

2.4.1. MODO DE INTERVENÇÃO 26

2.4.2. CONCEITUAÇÃO ENVOLVIDA 27

2.4.3. LOCAL DE INTERVENÇÃO 28

2.5. OBRAS DE DETENÇÃO E RETENÇÃO 30

2.5.1. DISSIPADORES DE ENERGIA 33

3. MATERIAIS E MÉTODOS 37

3.1. CARACTERIZAÇÃO DO LOTEAMENTO 37

3.2.1. ANÁLISE DO PROJETO DO SISTEMA DE DRENAGEM DO LOTEAMENTO EM ESTUDO

APRESENTADO NA PREFEITURA; 38

3.2.2. PROPOSTA DE ADEQUAÇÃO DO PROJETO DE DRENAGEM URBANA 40

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 43

4.1. SUGESTÃO PARA ADEQUAÇÃO DO NOVO PROJETO 46

4.2. DISSIPADOR DE ENERGIA 49

4.3. ESCOLHA DE UMA TÉCNICA COMPESATATÓRIA ADEQUADA PARA CONTROLE DE

VAZÃO 50

5. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS 53

6. REFERÊNCIAS 54

7. CREDITOS DAS IMAGENS 57

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1. INTRODUÇÃO

A ocorrência de inundações tem assolado grande parte das cidades brasileiras de

médio e grande porte, consequência direta do crescimento acelerado e desordenado da

malha urbana somada à falta de uma fiscalização eficiente e investimento por parte do

poder público.

As inundações urbanas, além de acarretarem perdas materiais e impactos

ambientais, tem como seu maior problema a perda de vidas humanas, que, ao contrário

das outras perdas, não pode ser mensurada monetariamente.

Em consequência do crescimento desordenado da malha urbana, cidades de

pequeno porte também começam a sofrer com problemas de inundações, isso porque

não há planejamento nas áreas de infraestrutura, principalmente na área de drenagem

urbana. O município de Catalão, Goiás se enquadra nesse contexto.

1.1. JUSTIFICATIVA

O grande crescimento econômico de Catalão é consequência direta da ampliação

do campus da Universidade Federal de Goiás, construção da Usina Hidroelétrica da

Serra do Facão e principalmente devido ao desenvolvimento dos setores industriais

automobilísticos e de mineração, seguidos pela agricultura, como mostrado no Gráfico

1. O município está localizado em posição estratégica, entre os eixos dinâmicos de

Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. Essa combinação faz com que

Catalão apresente uma das maiores receitas do Estado de Goiás.

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Gráfico 1-Dados econômicos de Catalão Goiás

Fonte: Adaptado do IBGE (2010)

Para atender a demanda de mão de obra solicitada pelos setores econômicos do

município de Catalão, segundo IBGE (2010), nos últimos 10 anos houve um aumento

populacional de mais ou menos 22.300 habitantes, o que representa cerca de 35% de

crescimento, levando a um alto desenvolvimento do setor imobiliário, para se ter uma

ideia, neste período já são mais de 20 novos loteamentos implantados.

Diante deste contexto, o município de Catalão tem sofrido com os transtornos

provocados pelas inundações, uma vez que, não houve o devido planejamento da

expansão de sua malha urbana. O que se percebe é que os sistemas de drenagem são

insuficientes ou mesmo inexistentes em inúmeros locais do município, como mostrado

nas imagens apresentadas na Fotografia 1.

45%

50%

5%

Serviços

Indústria

Agropecuária

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Fotografia 1-Registros fotográficos de ocorrência de inundações em Catalão - GO

(1a) Av. Raulina Pascoal no Final da

canalização do Ribeirão Pirapitinga

(1b) Rua Vinte de agosto

Fonte: (1a) e (1b) Justino; Paula; Orlando (2011).

O principal corpo hídrico receptor de drenagem de água pluvial do município é o

Córrego Pirapitinga, que tem grande parte de sua extensão canalizada no perímetro

urbano. É notável, a sobrecarga de vazão neste corpo hídrico, o canal transborda em

dias de precipitações de média e alta intensidade, a Fotografia 2 retrata a Avenida

Raulina Fonseca Pascoal, trecho canalizado córrego, completamente alagada no dia 01

de março de 2013.

O final do trecho canalizado, ainda na Avenida Raulina Fonseca Pascoal,

apresenta-se assoreado e com erosões, como pode ser notado na Fotografia 3.

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Fotografia 2-Transbordamento da parte canalizada do Ribeirão Pirapitinga

.

Fonte: Pagina Colaaki Brasil (2013).

Fotografia 3-Erosão e Assoreamento no final da parte canalizada do Córrego

Pirapitinga.

Fonte: Justino; Paula e Orlando (2011).

Cabe ressaltar que para sanar problemas decorrentes de inundações urbanas é

fundamental uma avaliação prévia de todo cenário da bacia hidrográfica onde será

implantado um loteamento, visto que toda a região a jusante sofrerá consequências de

um mau planejamento.

1.2. OBJETIVOS

Preocupados com a ocorrência de inundações no município de Catalão, este

trabalho apresenta um estudo de caso, com uma análise do sistema de drenagem de um

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loteamento em processo de implantação. Em um breve estudo, percebe-se que este

loteamento contribuirá para o aumento do escoamento superficial a jusante das áreas

que já apresentam problemas de inundações, então medidas de contenção deste aumento

foram estudadas e propostas.

Os objetivos específicos deste trabalho são:

Analisar o projeto de drenagem proposto pelo empreendedor apresentado ao

órgão licenciador, no que diz respeito a sua eficiência e qualidade;

A partir da identificação de possíveis falhas e incoerências, propor uma

adequação do projeto;

Sugerir medidas de contenção de vazão para que o escoamento superficial

proveniente do loteamento escolhido não contribua para aumento de ocorrência de

inundação nos pontos a jusante do mesmo.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. URBANIZAÇÃO E SEU IMPACTO HIDROLÓGICO

No último século, o aumento do processo de urbanização acelerado e

desordenado, principalmente nos países em desenvolvimento se deve a grande expansão

econômica, ao aumento da taxa de natalidade e ao êxodo rural. Em contrapartida, nos

países desenvolvidos nota-se uma estabilização do crescimento populacional, com

tendência a uma diminuição, apresentando taxas de natalidade inferiores a 2,1 por casal

(TUCCI, 2005).

Ainda de acordo com Tucci (1995), com a urbanização desenfreada e sem

planejamento, a população mundial será de aproximadamente 9 bilhões até o ano de

2050, portanto, questões como quantidade suficiente de alimentos, garantia de água

potável, coleta e tratamento dos efluentes, gestão dos resíduos sólidos e drenagem

pluvial urbana eficiente devem ser consideradas a fim de evitar danos físicos e

financeiros as populações urbanas.

Como foi destacado no texto, a urbanização não planejada causa impactos nos

recursos hídricos e na infraestrutura das cidades, alguns dos problemas gerados nesse

âmbito são destacados por Tucci (1995):

Problema no abastecimento de água causado pela poluição dos mananciais,

efeito direto dos escoamentos de águas urbanas e da agricultura, lançamento de resíduos

sólidos e efluentes sem tratamentos em rios e lagos. Estes fatores diminuem a

quantidade de água potável, usada tanto para irrigação como para abastecimento

humano e animal.

Utilização de fossas “negras” como sistema de tratamento de esgoto, o que

acarreta poluição do lençol freático.

Já quando se trata de drenagem urbana de água pluvial, o aumento das áreas

impermeáveis, mudança na topografia do terreno, alteração nos cursos dos corpos

hídricos, consequentemente, haverá um aumento considerável das vazões de pico, bem

como, a antecipação de seu tempo de pico. Portanto, basta uma precipitação de médio

ou grande porte para que ocorram problemas de inundações.

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2.1.1. Urbanização e Seu Reflexo no Ciclo Hidrológico das Bacias

Hidrográficas

O Ciclo hidrológico, apresentado pelo Fluxograma 1, segundo Lima (2008),

pode ser explicado como a água dos oceanos, plantas e superfícies que evaporam ou

evapotranspiram para a atmosfera levando a formação das precipitações, estas voltam a

superfície podendo parte ser interceptada pelas plantas e/ou infiltrada e o restante escoa

pela bacia hidrográfica até os corpos d’água.

Fluxograma 1-Processos do ciclo hidrológico

Fonte: Adaptado de LIMA (2008).

Bacia hidrográfica é uma área definida topograficamente em que os pontos de

maiores elevações são os divisores de água com outras bacias hidrográficas, toda a

chuva que cai no seu interior é drenada por gravidade para seu corpo hídrico principal,

ou alimentando de forma superficial ou subterrânea. Portanto, parte das precipitações

que não é interceptada e/ou infiltrada, corre superficialmente, sendo descarregada

através de uma simples saída, chamada de exutório, localizada no ponto mais baixo da

área da bacia hidrográfica.

Para entender e quantificar o comportamento de uma bacia hidrográfica em

relação aos processos hidrológicos é necessário estudar alguns parâmetros associados as

precipitação

Infiltração

Escoamento superficial

Evaporação e evapotranspiração

Formação de nuvens

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suas características físicas, geológicas e vegetativas, Lima (2008) os classificou da

seguinte forma:

Parâmetros físicos: fator de área, de forma e de compacidade, altitude e

declividade média, número, comprimento dos canais, direção do escoamento

superficial, comprimento da bacia, densidade e padrão de drenagem, entre outros.

Parâmetros geológicos: tipos de rochas, solos e sedimentos fluviais, etc.;

Parâmetros da vegetação: tipo de cobertura vegetal, espécies, densidade, índice

de área foliar, biomassa, etc.

Tais parâmetros determinarão dados importantes, tais como:

A partição do total precipitado em quantitativos infiltrado, interceptado e

escoamento superficial;

As vazões máximas e o tempo de pico;

A predisposição da bacia à ocorrência de inundações.

Estes dados serão necessários para entender os processos existentes no ciclo

hidrológico, evitar e prevenir desastres e realizar um bom planejamento das cidades.

Atualmente, o crescimento acelerado da população, juntamente com a

necessidade de gerar bens e serviços, tem mudado drasticamente as condições de uso e

ocupação do solo, causando grandes alterações no ciclo hidrológico, como mostrado no

Fluxograma 2.

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Fluxograma 2-Urbanização e suas alterações no ciclo hidrológico

Fonte: Adaptado do Tucci (2001).

O processo de urbanização desordenado traz substanciais mudanças nas

condições naturais das bacias hidrográficas, promovendo diminuição da cobertura

vegetal, impermeabilização do solo, mudanças nas curvas topográficas, modificação nos

leitos dos corpos hídricos, e consequentemente no ciclo hidrológico, reduzindo a

intercepção, a infiltração e a evapotranspiração e aumentando o escoamento superficial,

que por sua vez, contribui para ocorrência de inundações em dias de precipitações

intensas.

A combinação do processo de urbanização acelerado e desordenado e a geologia

do subsolo pode fazer com que haja um aumento da quantidade de resíduos sólidos,

geralmente transportados pelo escoamento superficial até o corpo hídrico mais próximo,

durante o período de chuvas, diminuindo a qualidade da água dos mananciais, bem

como, seu poder de escoamento.

Segundo Tucci (2005), o escoamento superficial proveniente das precipitações

de média e grande intensidade pode produzir inundações no meio urbano, ocorrendo de

forma isolada ou combinada. Tucci (1995) salienta que as inundações urbanas são

decorrentes de dois processos: as inundações em áreas ribeirinhas e as inundações

devido à urbanização.

Urbanização

Impermeabilização do solo

Reduz a infiltração

Diminue o abastecimento dos aquiferos e lençol freático

Aumenta o escoamento superficial

Aumenta as vazões máximas e médias

Causa sobrecarga nas canalizações pluviais

Provoca Inundações

Redução da Evapotranspiração

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As inundações em áreas ribeirinhas acontecem quando os rios, durante períodos

de grandes precipitações, escoam no seu leito maior, atingindo a população que ocupa

indevidamente este local. A ocupação de áreas ribeirinhas deve-se: a ausência de um

plano diretor eficiente que contemple tais questões, aplicando restrições e que atue

juntamente com fiscalização destas áreas em casos de invasões pela população; pela

falta de conhecimento sobre o comportamento do rio e de informações sobre casos de

inundações já ocorridos e possibilidade de inundações futuras.

Tucci (1995) salienta que as inundações causadas pela urbanização são

explicadas pelas diversas modificações na bacia que ocorrem durante esse processo.

Podem ocorrer inundações localizadas, provocadas por estrangulamentos das seções de

rios, por remanso ou por erros de execução em projetos de drenagem.

Segundo Justino (2004), a urbanização muda o uso e ocupação do solo

aumentando sua impermeabilização, que influencia no escoamento superficial sobre a

bacia hidrográfica. A relação entre impermeabilização crescente com a densidade

populacional é tratada em diferentes bibliografias, onde caracterizam o cenário futuro de

impermeabilização solo através de estimativas populacionais.

Foi ajustada por Motta Jr e Tucci (1984) apud Justino (2004), uma equação de

regressão múltipla para a cidade de Porto Alegre, na bacia do Arroio Dilúvio que

relaciona a área impermeável e parcelas da bacia com diferentes tipos de densidade.

Através desta equação foi traçada uma curva pra representar seu comportamento. Tucci

et al.(1989) apud Justino (2004) fez algo semelhante para a região metropolitana de São

Paulo, utilizando dados de 11 bacias urbanas e curvas parecidas foram encontradas. A

partir disso, ajustou-se uma curva média para as duas cidades.

Campana e Tucci (1994) formularam uma relação entre densidade habitacional e

impermeabilização do solo com base em dados das regiões metropolitanas de São

Paulo, Curitiba e Porto Alegre, onde foi comprovado que para densidades menores que

120 hab/ha o comportamento da impermeabilização do solo é uniforme como mostra a

Equação 1, para densidades superiores a 120 hab/ha a impermeabilização se estabiliza

em torno de 65%. A Equação que possibilita relacionar área impermeável e densidade

habitacional é expressa por:

AI=0,00489. DH Equação 1

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Onde: AI é a porcentagem de área impermeável e DH é a densidade habitacional

em hab/há.

Segundo Genz (1994) apud Justino (2004) uma, das principais evidências das

influências da urbanização sobre o escoamento superficial é que precipitações menos

intensas e mais frequentes já causam inundações. Isso porque as grandes precipitações

de maior intensidade também provocam inundações em bacias rurais, pois seu solo logo

é saturado e passa a gerar escoamento superficial.

Segundo Justino (2004) quantificar os impactos da urbanização sobre o ciclo

hidrológico é bastante difícil, visto que alguns trabalhos mostram que o escoamento

médio pode não variar com a impermeabilização, enquanto outros afirmam que esse

pode ser ampliado em 1000%. Isto se atribui a grande variedade de parâmetros que

podem influenciar na análise destes impactos: a situação original da bacia; a

caracterização das chuvas; a localização das áreas impermeáveis; a rede de drenagem;

as obras de terra que foram executadas na bacia; a interação da bacia com o aquífero;

entre outras.

Segundo Justino (2004), no passado acreditava-se que poluições dos corpos

d’águas eram motivadas apenas pelos esgotos domésticos não tratados e despejos

industriais, porém, hoje se percebe que parte dessa poluição gerada pelo escoamento

superficial em áreas urbanas, em construções, depósitos de lixo e outros. Segundo Tucci

(1995), a impermeabilização leva ao aumento de escoamento superficial que a bacia

produz, aumentando também, as velocidades de escoamento, gerando maior capacidade

de arraste, portanto maiores cargas poluidoras, portanto, a impermeabilização e falta de

proteção do solo são fatores que aumentam a quantidades de sedimentos que obstruem

os condutos pluviais.

Segundo Tucci (2005), com o desenvolvimento urbano vem à necessidade de

construção de obras de infraestrutura como pontes, taludes de estradas e obras de

drenagens. Tais obras quando mal planejadas ou sem a adequada manutenção podem se

tornar uma obstrução ao escoamento, aumentando em dias chuvosos a possibilidade de

inundações. A extrapolação da capacidade do sistema estrutural de drenagem de água

pluvial, também é reflexo da urbanização, sendo a impermeabilização do solo e

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condutos pluviais subdimensionados os fatores que mais contribuem com o aumento da

frequência deste tipo de problema.

2.2. ESTUDOS HIDROLOGÍCOS

2.2.1. Algumas definições

Segundo Tucci (2001), alguns conceitos importantes são:

Período de retorno é baseado em dados históricos, probabilidade de uma

precipitação se repetir ou ser superada, ao menos uma vez em um determinado

tempo. Este período deve ser adotado de acordo com o tipo de construção e

necessidade de segurança, existem disponíveis em literaturas da área de

dimensionamento de obras hidráulicas, valores de referência tabelados para cada

situação;

Tempo de concentração é tempo que uma determinada chuva demora a escoar

do ponto extremo da bacia até seu ponto final o exutório;

Intensidade pluviométrica é calculada a partir do período de retorno e do

tempo de uma determinada chuva, o valor de seus coeficientes depende das

características de cada região.

Hidrograma é a relação da vazão na bacia hidrográfica com a precipitação,

sendo que parte desta é infiltrada no solo, parte é evaporada e o restante é conduzido

até os corpos hídricos presentes ao longo da bacia, através do escoamento

superficial. Portanto, a impermeabilização do solo é fator determinante para forma

do hidrograma, pois esta pode altera muito a quantidade infiltrada e o quantitativo

do escoamento superficial.

2.2.2. Métodos para determinação das vazões de projeto

Para um bom projeto de drenagem de água pluvial é necessário uma análise

criteriosa, visto que, as determinações das vazões de projeto são feitas com base nos

dados de chuvas que ocorrem nas bacias hidrográficas em estudo. Os valores obtidos

neste cálculo serão sempre aproximados, devido às incertezas hidrológicas, às

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simplificações dos métodos disponíveis e aos critérios adotados. Para o

dimensionamento de um sistema de drenagem de água pluvial é necessário estudar a

hidrologia e características de toda bacia hidrográfica, juntamente com sua ocupação

atual e futura, devem se considerar também os efeitos de obras em estudo, tanto a

montante quanto a jusante (RAMOS; BARROS e PALOS, 1999).

A determinação das vazões de projeto pode ser feitas de três formas: empíricas,

deduzidas a partir da experiência; cinemáticas, levando em conta as características do

movimento da água pela bacia e as fórmulas de base estatística.

Levando em conta duas abordagens das três formas disponíveis, tem-se a

fórmula empírica, utilizando o Método Racional e o Método do Soil Conservation

Service (SCS TR-55) que trabalham com dados estatísticos, fazendo ajuste de séries

históricas, como determinação do hidrograma unitário e modelos matemáticos, que

simulam o comportamento da bacia de drenagem. O método escolhido depende da

finalidade dos estudos, das características da bacia e da disponibilidade de dados.

A seguir serão apresentados os cálculos da vazão de projeto de acordo com o

Método Racional considerado um dos mais simples e o Método SCS TR-55 que é um

método destinado a grandes bacias hidrográficas.

2.2.2.1.Método Racional

Segundo Ramos; Barros e Palos (1999), o método racional é um método simples

recomendando para bacias hidrográficas de pequenas dimensões, inferiores a 2 km2, e

que apresentem características simples. Este método é largamente aceito, já que

apresenta resultados satisfatórios quando aplicado dentro dos limites. Entretanto, ele

não é recomendado para bacias complexas, pois fornece resultados superestimados de

vazões.

Segundo Ramos; Barros e Palos (1999) quando se utiliza o método racional,

estão sendo consideradas as seguintes premissas básicas: o pico do escoamento

superficial é função do respectivo tempo de concentração, assim como da intensidade da

chuva, cuja duração é considerada como sendo igual ao tempo de concentração; as

condições de permeabilidade da superfície da bacia permanecem constantes durante a

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ocorrência da chuva; o pico do escoamento é considerado quando toda a área da bacia já

contribuiu para o escoamento. A vazão de pico é calculada pela equação 2.

. Equação 2

Onde:

Q = Vazão de pico do escoamento superficial em m3/s;

C = Coeficiente de escoamento superficial (“runoff”), é relação entre a

precipitação ocorrida em uma determinada área e o volume escoado durante o período

considerado, onde seu valor depende do tipo e ocupação e cobertura do solo e seu

período de retorno;

I = intensidade média da chuva, em mm/h;

A = área da bacia em Km2.

Segundo Ramos; Barros e Palos (1999) o método racional não é indicado para

determinar vazões de projeto para bacias hidrográficas de médio e grande porte, uma

vez que, este método admite as hipóteses:

Intensidade constante da chuva, ao longo de sua duração; e como as vazões de

projeto dependem da distribuição temporal da precipitação, o método não considera

a variabilidade desta intensidade que ocorre em bacias hidrográficas de maiores

portes;

Outra hipótese admitida pelo método racional é a inexistência de

armazenamento na bacia, o que é pouco provável para as bacias hidrográficas de

médios e grandes portes.

2.2.2.2. Método Soil Conservation Service (SCS TR-55)

Segundo Tomaz (2002), Método Soil Conservation Service (Serviço De

Conservação Do Solo- SCS) foi apresentado em 1986 pelo Departamento de

Agricultura dos Estados Unidos, através do Natural Resources Conservations Services

(Serviço De Conservação De Recursos Naturais - NRCS). Este método é empregado em

bacias urbanas e rurais com áreas de 2 km² até 250 km2.O método SCS TR-55

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determina a vazão de pico com base nos números da curva do escoamento (CN) e em

relação ao escoamento superficial ou chuva excedente. O CN varia de 0 a100 de acordo

com características do solo, como: umidade; cobertura vegetal e quantidade de área

impermeável.

Este método utiliza dados históricos de precipitação e vazão de uma bacia

hidrográfica de características físicas definidas. Justino (2004) afirma que o método

SCS TR-55 determina o pico de descarga através de método gráfico destinado a áreas

urbanas e rurais, como o método do hidrograma unitário.

Segundo Houghtalen; Hwang e Akan (2012), hidrograma unitário pode ser

definido como o hidrograma do escoamento direto ou simplesmente do escoamento, que

caracteriza o excesso da chuva que é todo escoamento que não foi interceptado,

evaporado ou infiltrado pelo solo. Segundo Ramos; Barros e Palos (1999) o hidrograma

sintético do Método do Soil Conservation Service, apresentado na Figura 1, é um

hidrograma resultante da análise de um grande número de bacias nos Estados Unidos.

Figura 1-Hidrograma SCS

Fonte: Ramos; Barros e Palos (1999)

Os principais parâmetros do hidrograma unitário sintético são obtidos de um

hidrograma triangular, apresentado na Figura 2.

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Figura 2-Hidrograma Triangular.

Fonte: Ramos; Barros e Palos (1999).

Os parâmetros associados ao hidrogrma triangular são:

Tempo de retardamento (tp) é o parâmetro mais importante do hidrograma,

depende das características físicas da bacia hidrográfica, sendo calculado através da

seguinte equação:

Equação 3

Onde: L é comprimento do talvegue em km; S representa a declividade média

em m/m e CN = número da curva da bacia.

Tempo de base (tb) esta relacionado com a capacidade de armazenamento da

bacia hidrográfica afetando diretamente a duração do escoamento superficial, ou

seja, representa a duração do escoamento superficial. Seu valor é geralmente

expresso em função do tempo de ascensão ( ta.), como mostrado na Figura 3, o

tempo base é expresso por:

Equação 4

Sendo X definido por Wanielista (1993) apud Ramos; Barro e Palo (1999) por

fator de decaimento.

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Tempo de ascensão – ta,é o tempo do inicio do escoamento até o tempo de pico,

este valor pode ser relacionado com a o tempo de concentração (tc), através da

seguinte equação:

Equação 5

Vazão de pico (Qp) é a vazão de pico por unidade de chuva excedente (he). A

área do triângulo, apresentado na Figura 3, representa o volume do escoamento

superficial (Vesd), portanto, este é expresso por:

Equação 6

E sendo volume de escoamento superficial o produto da área da bacia (A) pela

chuva excedente (he), para uma unidade de chuva excedente tem-se:

Equação 7

Ou fazendo:

Equação 8

Sendo Cp definido por Wanielista (1993) apud Ramos; Barro e Palo (1999) por

fator de atenuação do pico.

Resultando em:

Equação 9

Para a chuva unitária de 1cm, área da bacia em km2 e ta em horas, a equação

de Qp em m3/s é dada por:

Equação 10

Snyder (1989) apud Ramos; Barros e Palos (1999), estudando bacias rurais nos

Montes Apalaches, encontrou valores de Cp na faixa de 0,56 a 0,69, o que corresponde

a valores de X na faixa de 2,6 a 1,9. Service utiliza o valor único X = 1,67, ou seja, Cp =

0,75. Uehara (1994) apud Ramos; Barros e Palos (1999), com base em experiências em

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bacias rurais do Estado de São Paulo, tem utilizado X = 2,0 (Cp = 0,67), portanto,

próximos dos valores encontrados por Snyder.

Ramos; Barros e Palos (1999) recomenda que para Método SCS TR-55 faça-se

um ajuste no valor de tp, de acordo com a situação da urbanização. Este ajuste é

realizado multiplicando seu valor pelo fator de ajuste (FA). Sendo PRCT a porcentagem

do comprimento do talvegue modificado ou, então, a porcentagem da bacia tornada

impermeável, FA é determinado pela equação:

Equação 11

A Equação 11 é usada para bacias de até 8 km², para bacias maiores recomenda-

se que o cálculo do tempo de concentração, tc, seja pelo método cinemático, mantendo

as mesmas equações para os outros parâmetros.

2.3. O SISTEMA DE DRENAGEM URBANA

TUCCI (2005) define o sistema de drenagem urbana como o conjunto de ações e

obras relativas a destinar o escoamento pluvial de forma adequada e segura evitando

riscos e prejuízos à população. Ramos; Barros e Palos (1999) salienta que a drenagem

urbana deve ser entendida como parte do planejamento urbano e seu dimensionamento

deve ser feito de forma que atenda necessidades técnicas e sociais e econômicas.

2.3.1. Projeto de drenagem urbana

Ainda por Ramos; Barros e Palos (1999), afirma-se que os sistemas de drenagem

são classificados segundo sua dimensão em macro e micro drenagem que podem ser

definidos como:

Macrodrenagem que são obras de maior porte, são projetadas com períodos de

retorno de 25 a 100 anos, são canais abertos de contornos fechados, grandes galerias

pluviais, dispositivos de armazenamento;

Micro drenagem são condutos pluviais da rede primária, são projetados com

período de retorno entre 2 a 10 anos, este é composto pelos seguintes itens:

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Pequenas galerias são canalizações publicas com dimensões menores que as

usadas em Macro drenagem, são destinadas a conduzir o escoamento das bocas

de lobos.

Poços de visita são localizados ao logo dos trechos de galerias destinados a sua

inspeção e manutenção, mudança de direção, declividade e diâmetro.

Bocas de lobo são dispositivos destinados à captação de água pluvial,

localizados em pontos convenientes onde às sarjetas ou greides não são

suficientes para a captação do escoamento.

Tubos de ligação é a tubulação destinada conduzir o escoamento das bocas de

lobo até as galerias ou poços de visita.

Sarjetas são elementos em forma de calha que captam água pluvial, são

localizadas nas vias publicas paralelas ao meio fio.

Conduto forçado é toda a tubulação que funciona sobre pressão.

Estações de bombeamento são os conjuntos de equipamentos destinados a

conduzir o escoamento, quando este for impossível escoar por gravidade.

Os passos para dimensionamento do sistema de drenagem são: coleta de dados

do local que será construído o projeto; definição da finalidade da construção; análise das

características da bacia; estudos hidrológicos; e projetos hidráulicos.

2.3.2. Plano Diretor De Drenagem Urbana

Segundo Tucci (2005), o plano diretor de drenagem urbana cria soluções

técnicas e reguladoras para minimizar problemas oriundos do escoamento pluvial e

inundações em áreas urbanas. As bases para um plano diretor de drenagem urbana são:

planejar a distribuição do escoamento para os cenários de ocupação atual e ocupação

máxima, de modo que atenda tal crescimento evitando prejuízos econômicos, sociais e

ambientais, e controlar e regulamentar ocupação de áreas de risco e de inundações.

Para Ramos; Barros e Palos (1999), o planejamento de drenagem urbana visa

resolver e evitar problemas para a comunidade, através de ações reguladoras que são

aplicadas desde sua concepção até sua total conclusão. Tal planejamento deve atender

padrões físicos, técnicos, econômicos, institucionais, sociais e ambientais. Os planos de

drenagem eficiente contemplam:

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Estudo abrangente sobre as condições da bacia, para que todas as decisões

tomadas sejam de grande alcance, com durações de maiores períodos de tempo, bem

como, levantar os dados necessários para determinação de um projeto eficiente de

sistema de drenagem de água pluvial;

Criar normas e critérios para dimensionamento, com parâmetros pré-

estabelecidos como: período de retorno, coeficiente de rugosidade entre outros.

Identificar as áreas de risco e zoneá-las e as áreas que devem ser preservadas

para compra-las, evitando riscos de inundações e degradação ao meio ambiente,

respectivamente;

Possibilitam a harmonização da drenagem com outros sistemas através de sua

combinação com outros planos existentes (plano diretor, plano viário, plano de esgoto e

água entre outros);

Criar medidas preventivas com baixos custos garantindo eficiência para o

sistema de drenagem;

Se necessário, prevê as melhores medidas de controle de problemas de drenagem

já instalados.

2.4. MEDIDAS DE CONTROLE DE INUNDAÇÕES

Nacazone (2005) classifica as medidas de controle de inundações em três tipos:

quanto a seu modo de intervenção; quanto á conceituação envolvida e quanto ao local

de intervenção.

2.4.1. Modo De Intervenção

São as medidas estruturais e não estruturais que buscam de formas diferentes

reduzirem prejuízos das inundações. Segundo Tucci (1999), este modo de controle pode

ser feito isoladamente ou através da combinação das duas medidas, garantindo assim

maior eficiência.

Ramos; Barros e Palos (1999) definem medidas de estruturais como, medidas

físicas, obras destinadas a controlar o escoamento superficial de forma direta,

minimizados os impactos causados pelas enchentes, sendo canalizações, condutos

pluviais, reservatórios de armazenamento entre outros. Já os nãos estruturais estão

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diretamente ligados ao poder público, requerendo tempo para sua implantação.

Nacazone (2005) salienta que as medidas não estruturais são as mais economicamente

viáveis, pois estando ligadas ao planejamento da cidade, minimizam os problemas

causados pelas inundações através de medidas legais, por meio de controle do uso e

ocupação do solo, educação ambiental entre outros, sem gasto com construção de

medidas estruturais.

2.4.2. Conceituação Envolvida

As medidas estruturais podem ser definidas em dois tipos: soluções tradicionais

ou convencionais e as alternativas ou compensatórias.

Os métodos convencionais ou tradicionais estão ligados ao modo comum de

lidar com o escoamento superficial, que é destiná-lo de forma rápida aos corpos

receptores através de canalização, galerias, condutos pluviais entre outros.

É necessária uma combinação das medidas estruturais com outras medidas para

garantir a eficiência do método convencional. Pois apenas a construção de condutos e

galerias pluviais sem um bom planejamento e estudo do corpo receptor, manutenção

adequada e um dimensionamento bem elaborado tornam as medidas estruturais

insuficientes. Destaca-se que estes métodos, geralmente, resolvem problemas locais,

transferindo-os para a jusante.

Os métodos alternativos ou compensatórios são medidas que visam o

armazenamento e infiltração da água, aumentando o tempo de concentração através da

retenção do escoamento e transferindo os problemas de inundações para jusante, esse

método também pode ser utilizado para fins paisagísticos e recreativos.

O crescimento das áreas urbanas leva ao aumento dos picos de cheia, agravando

os problemas de inundações, como foi supracitado, os sistemas de drenagem

tradicionais resolvem somente problemas locais, transferindo-os para áreas de jusante.

Portanto, houve a necessidade de mudar o método de escoar a precipitação para uma

forma que garantisse maior tempo de permanência da precipitação na bacia, diminuindo

a possibilidade de inundações nos locais e a jusante. Nos últimos 20 anos, a utilização

de métodos detenção e retenção para o controle de cheia vêm crescendo

significativamente.

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2.4.3. Local De Intervenção

Segundo Nacazone (2005), medidas estruturais alternativas são medidas de

controle determinadas de acordo com o local de sua aplicação na bacia e são divididas

em controle na fonte e controle a jusante.

Tucci (2005) define controle na fonte como medidas de controle de pequeno

porte que garantam a retenção da água na bacia, aumentando a infiltração e/ou

percolação, geralmente realizadas em pequenas áreas como parques, residências,

telhados, estacionamentos, passeios ou pavimentos permeáveis entre outros. As

vantagens desse sistema são: a redução do escoamento superficial e redução de

condutos pluviais. A principal desvantagem está na manutenção, pois todos estes

sistemas podem colmatar com o tempo. Os principais sistemas que garantem infiltração

e percolação são:

As valas de infiltração, Fotografia 4, drenam a precipitação lateralmente ao

longo de seu comprimento, são instalados ao longo de ruas, estacionamentos, entre

outros, funciona como um reservatório de detenção, se mantendo seco em períodos de

estiagem.

Fotografia 4-Vala de Infiltração

Fonte: site costa esmeralda (2013).

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Planos de infiltração, Fotografia 5, são áreas com cobertura vegetal, deixadas em

casas, condomínios residenciais, nas construções em geral destinadas para infiltração do

escoamento durante a precipitação.

Fotografia 5-Plano de Infiltração

Fonte: Dutra, C. S. et al. (2010).

Bacias de percolação, Figura 3, são dispositivos colocados em áreas residenciais,

que garantem o armazenamento da água, diminuindo assim o escoamento superficial, é

construída através da retirada do solo e substituição do mesmo por cascalho, a

possibilidade de percolação e abastecimento do lençol freático das características do

solo.

Figura 3-Bacia de Percolação

Fonte: Tucci (2005, apud Holmstrand, 1984).

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Pavimentos permeáveis, Fotografia 6, sãos pavimentos que permitem a

passagem de água, podem ser de bloco vazado, de concreto ou de asfaltos

confeccionados sem agregado fino para garantir a permeabilidade, entretanto com o

tempo e em ruas com grande intensidade de tráfego seus poros podem ser colmatados,

tornando o pavimento impermeável. Podem ser colocados em ruas sem muito

movimento, em passeios, nos arredores de quadras esportivas entre outros.

Fotografia 6-Pavimento Permeável

Fonte: site: Diário de Pernambuco (2011).

Já o controle a jusante, Ramos; Barros e Palos (1999) definem como sendo obras

localizadas após o exutório da bacia hidrográfica, envolvendo menor número de locais

de armazenamento, exemplos destes tipos são: redes de galerias; reservatórios tubulares

e de concreto; reservatórios abertos e laterais.

2.5. OBRAS DE DETENÇÃO E RETENÇÃO

Segundo Ramos; Barros e Palos (1999), obras de detenção e retenção são

reservatórios que armazenam o escoamento superficial, como medidas de controle de

inundações, fazendo parte do sistema de macrodrenagem. Os dois tipos principais são

reservatórios de detenção e retenção, classificados como:

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Reservatório de detenção, Fotografia 7, são projetados para se manter secos fora

de períodos chuvosos, tem finalidade de deter o escoamento temporariamente.

Fotografia 7-Reservatório de detenção em São Bernardo do Campo na

Região do Alto Tamanduatei

Fonte: DAEE (2000).

Reservatório de retenção, Fotografia 8, são maiores e exigem maiores cuidados

do que os reservatórios de detenção, são projetados para manter uma lâmina d’água

constante, que pode ser utilizada para fins recreativos, paisagísticos e para usos não

potáveis, como, por exemplo, irrigação de jardins públicos. E como o fundo do

reservatório, geralmente é permeável auxilia na infiltração, contribuindo para

recarga do lençol freático.

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Fotografia 8-Reservatório de Retenção, Santa Terezinha.

Fonte: SEMASA-ABC (2002). Apud Nacazone (2005).

Podem ser citadas como principais vantagens da utilização dos reservatórios de

retenção e detenção:

Redução de problemas de inundações;

Diminuição dos custos com sistema de drenagem a jusante;

Redução das vazões de pico;

Aumento do tempo de concentração.

Particularmente considerando o reservatório de retenção tem-se como vantagens:

O fato de ter uma lâmina constante d’água impede o crescimento de vegetação

no fundo do reservatório, garantindo melhor qualidade da água;

Geralmente promove maior infiltração garantindo reabastecimento dos

aquíferos;

Propicia a possibilidade de atividades recreativas para a população.

Nacazone (2005) cita como desvantagens, da utilização dos reservatórios de

retenção e detenção, os custos de implantação e manutenção destes sistemas.

Considerando, particularmente, o reservatório de retenção, cita-se a desvantagem deste

sistema acumular sedimentos e detritos, ou seja, se a manutenção não for executada em

tempo hábil, a deposição de matéria orgânica pode gerar odores e o reservatório pode

perder sua capacidade de armazenamento e infiltração.

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Ramos; Barros e Palos (1999) salienta que o dimensionamento dos reservatórios

de retenção e detenção não difere de outros elementos do sistema de drenagem, tanto

que, como nos outros devem ser previstas condições de acessos para execuções de

limpezas. Sua vantagem perante os outros, é que esses controlam as vazões de pico sem

as transferi-las para as áreas de jusante, como acontece nos sistemas de controle de

cheias convencionais.

2.5.1. DISSIPADORES DE ENERGIA

Segundo Houghtalen; Hwang e Akan (2012) existem diversos tipos de

dissipadores de energia, todos com o princípio básico de exercer uma força de obstrução

e de atrito para desacelerar o escoamento, onde grande parte da energia danosa é

perdida. Estes sistemas podem ser posicionados horizontalmente ou inclinados de

acordo com o canal receptor.

A Norma DNIT 0222(2006) define dissipadores de energia como dispositivos

cuja finalidade é reduzir a velocidade do escoamento, podem ser instalados em

canalizações naturais ou não naturais, saídas de emissários de drenagem, ou seja, a

montante do seu corpo hídrico receptor e estradas, diminuindo a energia do escoamento,

e, consequentemente, evitando erosões. Os dissipadores mais comuns para obras de

drenagens são os contínuos de concreto, existindo os seguintes tipos: de berço contínuo

de pedra argamassada; de caixa de pedra argamassada; monolítico com dentes de

concreto; e em degraus.

O Dissipador de energia tipo berço contínuo de pedra argamassada, segundo

DER/PR (04/05), diminuem a velocidade da água através da dispersão da lâmina

d’água, veja Fotografia 9. Seu processo de execução segue as seguintes etapas:

Escavação do terreno e compactação da superfície á jusantes da canalização

onde a energia será dissipada;

Em seguida preenchimento da superfície com um lastro de concreto com

espessura de 5 cm;

Posteriormente toda escavação é preenchida com pedra de mão argamassada.

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Fotografia 9-Dissipador de energia tipo berço contínuo de pedra argamassada

Fonte: Blog: Júlio Cesar consultor ambiental (2010).

O Dissipador de energia tipo caixa de pedra argamassada, segundo DER/PR

(04/05), costumam ser colocados nas saídas dos bueiros e no fim de descidas d’água de

modo a diminuir o impacto do escoamento, esse está apresentado na Fotografia 10. Seu

processo executivo segue as seguintes etapas:

Escavação é compactação da área onde será construída a caixa de dissipação;

Instalação das formas laterais, lançamento e adensamento do concreto;

Retirada das formas e preenchimento da caixa com pedra de mão argamassada;

Fechar os espaços laterais com solo local compactado.

Fotografia 10-Dissipador de energia tipo caixa de pedra argamassada

9(a)

Fonte: Prefeitura de Cambé, 2010.

9(b)

Fonte: Departamento Autônomo de água e

esgoto de Penápolis, 2007.

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O Dissipador de energia tipo monolítico com dentes de concreto, e o dissipador

em degraus, segundo DER/PR (04/05), são normalmente colocados quando o coletor se

desenvolve em trechos muito íngremes. Os métodos construtivos destes dispositivos são

iguais, tendo como diferença que nos dissipadores monolíticos com dentes os

deflectores são dentados, Fotografia 11, e nos dissipadores em degrau são construídos

patamares para os degraus, Fotografia 12. Seus processos executivos são descritos a

seguir:

Escavação é compactação da área onde será construído o projeto;

No caso do dissipador com dentes, devem ser instaladas as formas para

moldagem do dente, para o dissipador em degraus devem-se fazer as formas dos

patamares;

Colocação do lastro e da armadura, lançamento e adensamento do concreto;

Retirada das formas e fechamento dos espaços laterais com solo local

compactado.

Fotografia 11-Dissipador de energia tipo monolítico com dentes de concreto

Fonte: Inpeng.br (2013).

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Fotografia 12-Dissipador em Degraus

Fonte: site: Prefeitura de Lucélia (2006).

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. CARACTERIZAÇÃO DO LOTEAMENTO

Neste trabalho será analisado o sistema de drenagem do Loteamento localizado

nas coordenadas 18°10’57.46”S de latitude e 47°57’59.80” W de longitude. Este

loteamento já está aprovado na Prefeitura Municipal de Catalão e em processo de

implantação.

O loteamento em estudo foi aprovado em 2009, tem natureza residencial e

comercial, com área de 219 456,34 m², possui declividade de 15 a 30%, seus lotes

possuem área de 360 m² sendo no total de 260 lotes, divididos em 20 quadras, sua

distribuição de áreas é representado na Tabela 1.

Tabela 1-Distribuição de áreas do loteamento em estudo

Ordem Especificação m² %

1. Área de lotes 105.537,43 48,09 2. Sistema Viário 47.628,14 21,70

3. 3.1 Área Institucional (equipamentos comunitários) 11.000,31 5,01 3.2 Área Institucional (interesse social) 11.131,34 5,08

4. Área Verde 22.104,58 10,07

5. 5.1 Área não edificada 22.054,54 10,05 5.2 Área Loteada 219.456,34 100 5.3 APP do Ribeirão Pirapitinga 4.600,90 -

6. Área total da gleba 224.057,24 -

Fonte: Otuka (2009)

Segundo Pedrosa (2005), o município de Catalão localiza no sudeste do estado

de Goiás com coordenadas de 18°10’ de latitude sul e 47°58’ de longitude oeste; com

área de unidade territorial de 3.821,461 Km². IBGE (2010) cita que o município possui

bioma de cerrado e mata atlântica com população de 86.647 habitantes, a cidade é

cortada no sentido Leste-Oeste pelo Ribeirão Pirapitinga que nasce em seu limite

urbano, constituído aproximadamente por seis nascentes no meio urbano formado assim

á bacia do Pirapitinga. O loteamento em estudo está localizado dentro do município de

Catalão, na posição já mencionada acima e esta apresentado na Figura 5.

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38

Figura 4-Localização do loteamento no município de Catalão

Fonte: Otuka (2009).

3.2. ETAPAS DO ESTUDO DE CASO

3.2.1. Análise do projeto do sistema de drenagem do loteamento em estudo

apresentado na prefeitura;

As áreas de contribuição foram delimitadas e são demarcadas por linhas

rosa na Figura 5;

O mesmo lançamento de galerias proposto pelo empreendedor foi

utilizado para realizar um estudo comparativo de áreas de influência, vazão e diâmetros

nos treze trechos externos de galerias (13), representados na cor verde na Figura 5.

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39

Figura 5- LANÇAMENTO DAS GALERIAS E DIVISÃO DAS ÁREAS DE INFLUENCIA.

Fonte: Neto (2009).

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40

3.2.2. Proposta de adequação do Projeto de Drenagem Urbana

Após tal análise foi constatadas incoerências no dimensionamento do sistema de

drenagem de água pluvial proposto pelo empreendedor, o que o tornou ineficiente

fazendo necessária a realização de um novo dimensionamento. Procedeu-se o

dimensionamento, baseado nas seguintes considerações:

Utilização das áreas institucionais desconsideradas no dimensionamento de

sistema de drenagem analisado;

Utilizado do Método Racional para o calculo das vazões necessárias a serem

escoadas de acordo com a Equação 2;

Coeficiente de runoff ponderado foi calculado através da Equação 12. Onde A é

área de contribuição e C representa o coeficiente de runoff para o uso e ocupação do

solo referente a sua área de contribuição, seus valores se encontram relacionados no

Quadro 1.

∑ Equação 12

Quadro 1- Valores médios do Coeficiente de runoff do Método Racional

Tipo de ocupação C Tipo de ocupação C

Comercial

No centro

urbano

0,7 –

0,95 Pavimento Asfáltico 0,7 – 0,95

Nos arredores 0,5 – 0,7 Betão 0,8 – 0,95

Residencial

Habitações

unifamiliares 0,3 – 0,5 Passeios para peões 0,85

Prédios

isolados 0,4 – 0,6 Coberturas (telhados) 0,75– 0,95

Prédios

geminados 0,6 – 0,7

Relvado

sobre solo

permeável

Plano < 2% 0,05 – 0,1

Suburbano 0,25 –

0,4

Médio 2% a

7% 0,1 – 0,15

Industrial

Pouco denso 0,5 – 0,8 Inclinado >

7% 0,15 – 0,20

Muito denso 0,6 – 0,9

Relvado

sobre solo

impermeável

Plano < 2% 0,13 – 0,17

Parques e

cemitérios

0,1 –

0,25

Médio 2% a

7% 0,18 – 0,22

Campos de

jogos 0,2 – 0,4

Inclinado >

7% 0,25 – 0,35

Fonte: ASCE, Manual nº 37 aput Bichança, 2006.

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41

Já pensando em uma situação futura, onde todos os lotes se encontraram

ocupados, foi usado o coeficiente de runoff igual a 0,8 para os lotes e áreas

institucionais, uma vez que, o Plano Diretor da cidade de Catalão de 2004 (Capitulo III,

art.7º) permite até 80% de impermeabilização nestas áreas. Para as áreas não edificáveis

foi usado o coeficiente de 0,25 considerando como sendo áreas de parques, já para o

sistema viário foi usado coeficiente de 0,95. Procedendo a ponderação do coeficiente de

runoff, o loteamento foi dividido em duas áreas com características de uso e ocupação

de solos similares, sendo estas: a área acima da Avenida 37; e a área abaixo da mesma.

Os valores encontrados estão apresentados na Tabela 2.

Tabela 2-Coeficiente de runoff Ponderado

Especificação Área (m²) % Coeficiente C

Acima Av. 37

Abaixo

Av. 37 Acima Av. 37

Abaixo Av. 37

Acima

Av. 37 Abaixo

Av. 37

Área dos lotes 105537,43 105537,43 60% 53% 0,8 0,8

Sistemas viários 47628,14 47628,14 27% 24% 0,95 0,95

Áreas institucionais 22131,65 22131,65 13% 11% 0,8 0,8

Área “Non

aedificandi” - 22054,54 - 11% - 0,25

Total 175297,22 22054,54 100% 100% 0,84 0,77

Fonte: Próprio Autor.

Equações de Manning para calculo da vazão plena e velocidade plena, para o

cálculo foram usadas as equações 13 e 14, respectivamente. O diâmetro calculado

foi encontrado isolando a equação 13.

Equação 13

Equação 14

Onde:

i = declividade do terreno;

n = coeficiente de rugosidade, neste dimensionamento foi adotado o valor de

0,013 para tubulação em concreto.

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Foram realizadas verificações das velocidades admissíveis e relação de

enchimento para que as mesmas não ultrapassassem os valores de 5,0 m/s e 0,8,

respectivamente. Para tais verificações foi utilizada a tabela de condutos circulares

parcialmente cheios.

Diante do acréscimo de vazão encontrado, foi estudada a melhor técnica

compensatória para controle desta vazão

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

As incoerências encontradas durante á análise do Projeto proposto pelo

empreendedor foram:

Foi coeficiente de runoff constante, igual a 0.7 sendo este um valor questionável,

visto que, no loteamento em estudo tem desde área permeável, constituída pelas as

áreas não edificáveis, até área que podem vir a ter 80% de índice de

impermeabilização que são as áreas de lotes e áreas institucionais.

Outra incoerência constatada é que algumas áreas foram desconsideradas no

dimensionamento de alguns trechos externos, TE, estas áreas conforme Projeto 1

estão apresentadas no Anexo A, dadas por: área institucional 01 e 02 que

contribuíam para os TE1 e TE 2; áreas dos lotes da Quadra M que contribuíam para

TE7; a área A31 pertencente Quadra P que contribui pra o TE4; e a área A25

pertencente a Quadra J que contribui para o TE4.

Outra falha percebida na concepção do projeto de drenagem apresentado pelo

empreendedor foi que no cálculo do valor da área de contribuição acumulada do

TE12, uma vez que, o valor correto é a soma das áreas acumuladas do TE6 e TE10

somado ao valor da sua área de contribuição parcial, perfazendo um valor total de

143.976,3 m2 e não o valor de 129.659,65 m

2, apresentado na Tabela 3.

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Tabela 3-Indicação da incoerência cometida no somatório da área acumulada do TE12

Trecho Comprimento

(m)

Área

Parcial

(m²)

Área

Acumu.

(m²)

Profundidade Da

Galeria Declividade

(m/m) Montante Jusante

TE1 69 7777 7777 824,5 823,8 0,01014493

TE2 90 8582 16359 823,8 821,3 0,02777778

TE3 90 66266 82625 821,3 816,4 0,05444444

TE4 36

82625 816,4 815,4 0,02777778

TE5 63

82625 815,4 807,9 0,11904762

TE6 24

82625 807,9 807,2 0,02916667

TE7 66 30675,65 30675,65 818,4 817,8 0,00909091

TE8 88

30675,65 817,8 817,6 0,00227273

TE9 35

30675,65 817,6 814,4 0,09142857

TE10 55

30675,65 814,4 810,4 0,07272727

TE11 64

30675,65 810,4 807,2 0,05

TE12 114 30675,65 129659,7 807,2 792 0,13333333

TE13 103

129659,7 792 781 0,10679612

Fonte: Neto, J. I. C., 2009.

Portanto, devido a adição das áreas desconsideradas houve um aumento nas

áreas de contribuição acumulada dos trechos externos de galerias, como mostra o

Gráfico 2. Pode-se perceber que as maiores discrepâncias de valores são para os TE12 e

TE13, visto que, além da correção das áreas de contribuições acumuladas, o projeto do

empreendedor já apresentava erro de consideração de áreas de contribuições nestes

trechos.

Gráfico 2- Comparação entre as áreas de contribuições

Fonte: Próprio autor.

020000400006000080000

100000120000140000160000180000

TE1 TE2 TE3 TE4 TE5 TE6 TE7 TE8 TE9 TE10 TE11 TE12 TE13

Nova Área encontrada no dimensionamento Área usada no Projeto

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Consequentemente, com o aumento das áreas de contribuições nos trechos

externos e da ponderação do coeficiente de “Runoff”, ocorreram aumentos das vazões

nas galerias, como mostrado no Gráfico 3.

Gráfico 3-Gráfico do comparativo entre as vazões

Fonte: Próprio autor.

O maior aumento de vazão ocorreu no trecho TE2, cerca de 128,30%,

consequência da desconsideração das áreas institucionais, que representa 60,32% da

área total deste trecho, e ainda, agravado pelo fato de que o coeficiente de “Runoff”

para este tipo de uso e ocupação de solo é de 0,80. O aumento médio de vazão foi de

84,84%, justificado pela inserção das áreas institucionais já mencionadas, e também

pelos acréscimos de áreas de lotes desconsideradas, ambas possuem coeficiente de

“Runoff” igual a 0,80.

Com o aumento de vazões os diâmetros apresentados no projeto do

empreendedor mostraram se insuficientes, havendo a necessidade de

redimensionamento dos trechos de galerias, como mostrado no Gráfico 4.

0

1

2

3

4

5

Vaz

õe

s e

m m

³/s

Trecho externos de Galerias

Nova vazão encontrada

Vazão de projeto doEmpreendedor

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46

Gráfico 4-Gráfico de comparação entre os diâmetros

Fonte: Próprio autor

Ocorreu aumento de diâmetro de até 25%, afirma-se que o projeto do

empreendedor se mostra subdimensionado para a as condições adotadas, ou seja, para

uma situação de ocupação total do loteamento, bem como, o uso de um coeficiente de

“Runoff” ponderado é mais coerente com a distribuição de tipo de uso e ocupação do

solo.

4.1. SUGESTÃO PARA ADEQUAÇÃO DO NOVO PROJETO

Analisando a Tabela 4, utilizada para determinação dos novos diâmetros de

projeto, pode se observar que no TE8 o diâmetro será de 1200 mm, o que implica que

todos os diâmetros a sua jusante deverão ser iguais ou superiores a este, mesmo que os

valores calculados sejam inferiores, consequência da maior declividade apresentada por

esses trechos, veja as colunas (7) e (12) da Tabela 4. Todos os valores dos diâmetros

calculados a partir do TE8 são inferiores a 1000 mm, portanto seria antieconômico

trabalhar com um diâmetro de 1200 mm.

Como alternativa para redução de custos, pode-se promover o aumento da

declividade no TE8, através do aumento de 40 cm na profundidade do PV a sua jusante,

com isso a declividade passaria de 0,002 m/m, adotada para que se pudesse aproveitar a

declividade do terreno, para 0,007 m/m, com isso o diâmetro encontrado para o TE8

passaria a ser 1000 mm, como apresentado na coluna (13) na Tabela 5, com tal mudança

o aumento médio dos diâmetros que no antes havia ficado em 20,96% passa para

11,73% representando uma redução dos diâmetros em 9,23%.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Diâmetros de Projeto Novos Diâmetros encontrados

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Tabela 4– Dimensionamento das Galerias usado para Análise

Área

Parcial de

Te (m²)

Área

Acum.

dos TE

(m²)

Compr.

(m)

Profundidade Da

Galeria Decli..

(m/m)

Coefi. de

Runoff

“C”

Tempo de

Escoa. Acum.

(mim)

Intensidade.

Pluviométrica

(mm/mim)

Vazão

(m³/s)

Diâm.

Calc.

(m)

Diâm

Adot

(mm) Mont. Jusa.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

TE1 12010,85 12010,85 69 824,50 823,80 0,010 0,841 9 2,612 0,44 0,53 600

TE2 16168,42 28179,27 90 823,80 821,30 0,028 0,841 10,51 2,47 0,97 0,59 600

TE3 66322,59 94501,86 90 821,30 816,40 0,054 0,841 11,65 2,371 3,14 0,81 900

TE4 3200 97701,86 36 816,40 815,40 0,028 0,836 12,30 2,32 3,16 0,92 1000

TE5 - 97701,86 63 815,40 807,90 0,119 0,841 12,63 2,29 3,14 0,70 1000

TE6 - 97701,86 24 807,90 807,20 0,029 0,841 12,97 2,27 3,12 0,90 1000

TE7 51024,77 51024,77 66 818,40 817,80 0,009 0,841 13,19 2,25 1,61 0,88 1000

TE8 - 51024,77 88 817,80 817,60 0,002 0,841 14,28 2,18 1,56 1,13 1200

TE9 - 51024,77 35 817,60 814,40 0,091 0,841 16,77 2,02 1,44 0,55 1200

TE10 - 51024,77 55 814,40 810,40 0,073 0,841 17,02 2,0 1,43 0,57 1200

TE11 - 51024,77 64 810,40 807,20 0,050 0,841 17,46 1,98 1,42 0,61 1200

TE12 22782 171508,6 114 807,20 792,00 0,133 0,823 18,04 1,95 4,59 0,79 1200

TE13

171508,6 103 792,00 781,00 0,107 0,841 18,57 1,92 4,62 0,82 1200

Fonte: Próprio autor

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Tabela 5– Dimensionamento das Galerias usado usando a sugestão proposta

Área

Parcial

de TE

(m²)

Área

Acum.

TE (m²)

Compri.

(m)

Profundidade da

galeria Decli.

(m/m)

Coeficiente

de runoff

"C"

Tempo de

Escoamento

Acum.

(mim)

Intensindade

Pluviometrica

(mm/mim)

Vazão

(m³/s)

Diâm.

calc. (m)

Diâm.

adot

(mm) Mont. Jusa.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

TE1 12010,9 12010,9 69 824,50 823,80 0,010 0,841 9,00 2,61 0,44 0,53 600

TE2 16168,4 28179,3 90 823,80 821,30 0,028 0,841 10,52 2,47 0,97 0,59 600

TE3 66322,6 94501,9 90 821,30 816,40 0,054 0,841 11,65 2,37 3,14 0,81 900

TE4 3200,0 97701,9 36 816,40 815,40 0,028 0,836 12,30 2,32 3,16 0,92 1000

TE5 - 97701,9 63 815,40 807,90 0,119 0,841 12,63 2,29 3,14 0,70 1000

TE6 - 97701,9 24 807,90 807,20 0,029 0,841 12,97 2,27 3,11 0,91 1000

TE7 51024,8 51024,8 66 818,40 817,80 0,009 0,841 13,19 2,25 1,61 0,88 1000

TE8 - 51024,8 88 817,80 817,20 0,007 0,841 14,28 2,18 1,56 0,92 1000

TE9 - 51024,8 35 817,20 814,40 0,080 0,841 15,92 2,07 1,48 0,57 1000

TE10 - 51024,8 55 814,40 810,40 0,073 0,841 16,18 2,05 1,47 0,58 1000

TE11 - 51024,8 64 810,40 807,20 0,050 0,841 16,61 2,03 1,45 0,62 1000

TE12 22782,0 171508,6 114 807,20 792,00 0,133 0,823 17,19 2,00 4,69 0,80 1000

TE13

171508,6 103 792,00 781,00 0,107 0,841 17,71 1,97 4,73 0,83 1000

Fonte: Próprio autor.

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49

A alteração de declividade do TE8 não é uma medida antieconômica, pois tal

trecho não possui uma extensão significativa, sendo de 88 m, o que irá representar um

aumento de aproximadamente 26 m³ (metro cúbico) de volume de desaterro. Segundo as

tabelas de composição de preço da AGETOP o custo de escavação gira em torno de R$

42,68 por m³, o que geraria um custo adicional na obra de aproximadamente R$

1.109,68. Agora quando se compara os preços dos tubos por diâmetro, tem se que os

tubos de drenagem de diâmetro de 1,0 e 1,20 m com preços de R$ 405,27 e R$ 499,55

por metro, respectivamente. Portanto, com a mudança de diâmetro para os trechos de

TE8 a TE13, que possuem uma extensão de 459 m, geraria uma economia de R$

85.484,16.

Com isso, mante-se os diâmetros a montante do TE8 seguindo os valores

calculados, após levar em consideração todas as áreas desconsideradas pelo

empreendedor, bem como, adotar o coeficiente de runoff ponderado seguindo as

condições de tipo e uso do solo, é adotando os diâmetros do trecho TE8 a sua jusante

igual a 1000 mm, pode se comparar esta nova situação com a apresentada pelo

empreendedor, como mostrado no Gráfico 5. Sendo assim, o projeto de adequação do

projeto apresentado pelo empreendedor pode garantir eficiência e economia.

Gráfico 5- Gráfico de comparação entre os diâmetros após a mudança da declividade

Fonte: Próprio autor.

4.2. DISSIPADOR DE ENERGIA

No exutório do loteamento, foi proposto pelo empreendedor um dissipador de

energia apresentado na Figura 6 com dimensões de 1,2 de largura por 4,6 de extensão,

0

200

400

600

800

1000

1200

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Novos Diâmetros encontrado Diâmetros do projeto

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50

com profundidade a jusante de 2 m, com descida em degraus com espelho de 0,5 m

cada, sendo este dimensionado para atender uma vazão de 2,77 m³/s e velocidade de

1,99 m/s, valores tais que foram ultrapassados no novo dimensionamento, pois este

possui vazão de 4,73 m³/s e velocidade de 3,34 m/s, tornando-o subdimensionado.

Figura 6-Dissipador de energia

Fonte: Neto (2009).

Portanto, para evitar erosões no talude do Ribeirão Pirapitinga é necessário que

se dimensione um novo dissipador de energia, ou aplique alguma técnica compensatório

para reduzir a velocidade e vazão de chegada ao dissipador de energia.

4.3. ESCOLHA DE UMA TÉCNICA COMPESATATÓRIA ADEQUADA PARA

CONTROLE DE VAZÃO

O escoamento do loteamento estudado contribui diretamente para o Ribeirão

Pirapitinga, sendo que o trecho a montante desse loteamento está canalizado e tem

sofrido com problemas de transbordamento em período de chuvas intensas. Além disso,

a canalização de mais um trecho já é uma medida prevista pela Prefeitura Municipal de

Catalão. Porém, como se sabe este tipo de medida convencional, quando muito, resolve

os problemas locais, mas os transferem para as áreas de jusante.

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Hoje, as melhores técnicas compensatórias para controle de vazão são as

medidas alternativas, sejam estas distribuídas ou localizadas, que garantam a retenção

ou detenção da vazão excedente por certo período de tempo, fazendo que este só seja

transferido após não haver maiores riscos de ocorrência de inundações, as técnicas de

infiltração e/ou percolação, e mesmo a associação destas duas técnicas. Portanto, serão

analisadas algumas medidas alternativas para que se possa escolher a mais adequada

para controle da vazão no loteamento em estudo.

Como técnicas alternativas distribuídas pode-se utilizar as valas de infiltração,

plano de infiltração, bacia de percolação, os pavimentos permeáveis e reservatório de

detenção/retenção instalados individualmente em cada loteamento. Porém, essas

técnicas têm como desvantagens os seguintes aspectos:

A dificuldade de fiscalização e manutenção;

Depende do tipo de solo e suas características de porosidade e percolação, pois

estas influenciam diretamente a capacidade de drenagem do sistema;

Depende da altura do lençol freático, visto que, em caso do mesmo ser elevado a

técnica não é recomendada;

Os pavimentos permeáveis devem ser implantados em ruas de pouco tráfego,

não sendo esta uma característica do sistema viário deste loteamento. Estes também

podem ser instalados em passeios, quadras esportivas, estacionamentos, mas o

loteamento em estudo não possui este tipo de ocupação suficiente para promover a

atenuação do acréscimo de vazão;

O fato da cidade de Catalão apresentar um quantitativo elevado de particulados

finos em sua atmosfera, sendo estes, geralmente, provenientes das atividades de

mineração, o que levaria a colmotação rápida de técnicas de infiltração;

O tipo de loteamento em estudo não permite a implantação de planos de

infiltrações, visto que, a rede viária proposta não tem espaço suficiente para comportar

tal técnica;

Ainda é preciso um processo de conscientização da população a respeito das

técnicas distribuída para controle de vazão, visto que, no Brasil ainda se tem uma certa

restrição e o conceito de que trata-se de uma responsabilidade do Poder Público.

Os controles localizados, onde se pode trabalhar à nível de todo o loteamento,

envolvem utilização de menor numero de locais de armazenamento, sendo exemplos

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destes tipos: redes de galerias e reservatórios. As técnicas de armazenamento permitem

suprir a maioria das desvantagens apresentadas pelos controles distribuídos, além de

que, quando comparados com estes, apresentarem menores custos implantação,

operação e manutenção. A instalação de controle localizado tem como desvantagens

custos de desapropriação e dificuldade de encontrar local adequado para sua construção.

Portanto, a implantação de um reservatório de retenção é a técnica mais indicada

para controle da vazão no loteamento em estudo. Este possui uma área verde de 22.104

m², localizada a montante do dissipador de energia, sendo o local ideal, pois evitará

custos desapropriação e devido à declividade do terreno todo o sistema funcionará por

gravidade. Além disso, este reservatório poderá ser utilizado para fins paisagísticos e

recreativos. A Figura 6 mostra uma sugestão para localização do reservatório de

retenção proposto.

Figura 7-Sugestão de localização do reservatório de retenção

Fonte: NETO, J.I. C, 2009.

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5. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na análise do projeto de sistema de drenagem de água pluvial para um

loteamento no município de Catalão-GO, verificou-se que foi considerado um

coeficiente de runoff constante e inadequado para o tipo de uso e ocupação do solo, bem

como, foram desconsideradas áreas de contribuições nos trechos externos, portanto, a

vazão apresentada no projeto está longe de ser a vazão real, e possivelmente acarretará

problemas de inundações no local e a sua jusante, pois o sistema de drenagem

apresentado se torna insuficiente para esta nova realidade.

O novo projeto de adequação apesar de eficiente se mostrou antieconômico,

visto que, houve um aumento dos diâmetros em todo o trecho de galerias externas,

como proposta para tornar o sistema dimensionado economicamente viável, foi

proposto um aumento da declividade do trecho TE 8, possibilitando a diminuição de

todos os diâmetros a jusante do mesmo, gerando uma economia de aproximadamente de

R$ 85.484,16 na aquisição de condutos de drenagem

O dissipador de energia apresentado pelo empreendedor foi dimensionado para

atender uma vazão de 2,77 m³/s e velocidade de 1,99 m/s, valores tais que foram

ultrapassados no projeto de adequação, pois este apresentou vazão de 4,73 m³/s e

velocidade de 3,34 m/s. Como solução para diminuição desta vazão, dentro de várias

técnicas compensatórias alternativas analisadas, definiu-se que a melhor seria a

implantação de um reservatório retenção na área a montante desse dissipador, o que

promoveria a amortização da vazão, bem como poderia ser utilizado para fins

paisagísticos e recreativos.

Quanto a fiscalização promovida por parte da Prefeitura Municipal de Catalão,

no que diz respeito a análise do projeto do sistema de drenagem de água pluvial

apresentado pelo empreendedor para concessão de autorização para implantação de um

novo loteamento, pode-se perceber que esta é falha, geralmente, devido a falta de

profissional da área para realização desta análise ou por ser feita de forma superficial,

somente levando em consideração se existe ou não um projeto de drenagem.

Como sugestão de trabalho futuro, seria conveniente a realização do

dimensionamento do reservatório de retenção proposto para controle da vazão

proveniente do loteamento em estudo.

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7. CREDITOS DAS IMAGENS

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Blog: Júlio Cesar consultor ambiental. SUPERVISÃO AMBIENTAL NA BR-101 NE

LOTES NA PARAÍBA. 23 de outubro de 2010. Disponível em:

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