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ANO 11 – Nº 2146 SÃO PAULO, 12 A 18 DE JANEIRO DE 2008 R$ 2,00 www.jornalnippak.com.br São Paulo libera recursos para festejo no Sambódromo; Maringá cria Secretaria São Paulo e Paraná, Estados que concentram o maior nú- mero de descendentes de ja- poneses, iniciaram o ano como terminaram 2007: em ritmo acelerado para as comemora- ções do Centenário da Imigra- ção Japonesa no Brasil. Do compasso de espera à certe- za de que nada cai do céu, a comunidade nikkei começa, ––————––––——–———––—–—––——–– | pág 4 enfim, a despertar para a rea- lidade. Na capital paulista, as comemorações ganharam um fôlego extra com a liberação de R$ 4 mi para a festa no Sambódromo. Em Maringá, a Prefeitura decidiu criar uma Secretaria Extraordinária, cujo responsável será Shudo Yasu- naga, para coordenar os fes- tejos locais. REPRODUÇÃO Prefeita nikkei toma posse em Peruíbe Julieta Fujinami Omuro assumiu o cargo de prefeita de Peruíbe na última se- gunda-feira (07) no Plenário da Câmara de Peruíbe, no litoral paulista. Ela estava no cargo havia mais de 100 dias, somando-se todas as licenças que José Roberto Preto precisou tirar durante o tratamento de saúde e que veio a falecer no último dia 5. No discurso de posse, a nikkei afirmou que continuará com o plano de governo de Preto até o fim do mandato. ————–——––————–——––————–——––——–– | pág 5 Ingressos para o show do Grupo Rin’ em SP estão esgotados O grupo japonês Rin’ é uma das atrações do Show de Abertura - Japão-Brasil 100 Anos, que acontece no próximo dia 16 (quarta-fei- ra), no Auditório TIM – Parque do Ibirapue- ra, em São Paulo. O show também terá par- ticipação do menino prodígio Agatsuma Hi- romitsu, especialista em tsugaru shamisen e dos músicos brasileiros Hamilton de Holanda (bandolim) e Yamandu Costa (violão). ———––––—–––——––——–————––––––——––––——–––——–—–– | pág 8 DIVULGAÇÃO Nikkei vive ‘aventura única’ viajando de moto pelo País ARQUIVO PESSOAL Sem data de volta e sem um destino final, o caricaturista Clóvis Suematsu, 34, desbrava sozinho o país tropical em cima de uma mo- tocicleta. “De moto a impressão é que você vive mais”, justificou. Seu único plano é viajar até o norte pela costa brasileira e retornar pelo interior mineiro, caricaturando as figuras que encontrar ao longo de seu trajeto. ———––––——––––———––– | pág 11 Fernanda Takai ‘estreita’ laços com a cultura japonesa DIVULGAÇÃO A cantora Fernanda Takai, vocalista da banda mineira Pato Fu, acaba de lançar seu primeiro disco solo, “Onde Brilhem os Olhos Seus”, com releituras de canções de Nara Leão. O trabalho foi eleito o melhor disco do ano na cate- ———––––——––––———–––——–——–– | pág 12 goria Música Popular pela APCA. E não faltam proje- tos para o futuro, incluindo uma turnê pelo Japão. Nesta entrevista exclusiva ao Jornal Nippak, Fernanda Takai fala sobre família, cultura japone- sa e, é claro, música. Torneio de Go reúne campeões mundiais em São Paulo Os paulistanos poderão conferir in loco a performance de dois campe- ões de um dos jogos mais tradicionais do oriente, o Go. O campeão Keigo Yamashita enfrenta em São Paulo, nes- te fim de semana (12 e 13), o desafiante e Cho Chikun na disputa pelo torneio Kissei-sen. A iniciativa tem apoio da Nihon Kiin do Brasil e da Associação para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil. ———––––—–––——––——–————––––––——––––——–––—–—–– | pág 11 DIVULGAÇÃO ————–——––————–——––————–——––——–– | pág 6 Jun Sakamoto: segredos de um sushiman premiado Vencedor de vários prêmios da crítica gastronômica, o sushiman Jun Saka- moto revela detalhes sobre criações à frente de seu restaurante. Considera- do rígido e concentrado no trabalho, Sakamoto dita algumas regras para se degustar suas “preciosidades”. Uma delas: você não está no local para se alimentar, e sim para “restaurar a alma por meio de um trabalho artístico”. DIVULGAÇÃO/FJSP

ANO 11 – Nº 2146 – SÃO PAULO, 12 A 18 DE JANEIRO DE 2008 ... · Em Maringá, a Prefeitura decidiu criar uma Secretaria Extraordinária, cujo responsável será Shudo Yasu-naga,

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Page 1: ANO 11 – Nº 2146 – SÃO PAULO, 12 A 18 DE JANEIRO DE 2008 ... · Em Maringá, a Prefeitura decidiu criar uma Secretaria Extraordinária, cujo responsável será Shudo Yasu-naga,

ANO 11 – Nº 2146 – SÃO PAULO, 12 A 18 DE JANEIRO DE 2008 – R$ 2,00www.jornalnippak.com.br

São Paulo libera recursos para festejo noSambódromo; Maringá cria Secretaria

São Paulo e Paraná, Estadosque concentram o maior nú-mero de descendentes de ja-poneses, iniciaram o ano comoterminaram 2007: em ritmoacelerado para as comemora-ções do Centenário da Imigra-ção Japonesa no Brasil. Docompasso de espera à certe-za de que nada cai do céu, acomunidade nikkei começa,

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enfim, a despertar para a rea-lidade. Na capital paulista, ascomemorações ganharam umfôlego extra com a liberaçãode R$ 4 mi para a festa noSambódromo. Em Maringá, aPrefeitura decidiu criar umaSecretaria Extraordinária, cujoresponsável será Shudo Yasu-naga, para coordenar os fes-tejos locais.

REPRODUÇÃO

Prefeita nikkei toma posse em PeruíbeJulieta Fujinami Omuro assumiu o cargo de prefeita de Peruíbe na última se-gunda-feira (07) no Plenário da Câmara de Peruíbe, no litoral paulista. Elaestava no cargo havia mais de 100 dias, somando-se todas as licenças queJosé Roberto Preto precisou tirar durante o tratamento de saúde e que veio afalecer no último dia 5. No discurso de posse, a nikkei afirmou que continuarácom o plano de governo de Preto até o fim do mandato.————–——––————–——––————–——––——–– | pág 5

Ingressos para o showdo Grupo Rin’ em SPestão esgotadosO grupo japonês Rin’ é uma das atrações doShow de Abertura - Japão-Brasil 100 Anos,que acontece no próximo dia 16 (quarta-fei-ra), no Auditório TIM – Parque do Ibirapue-ra, em São Paulo. O show também terá par-ticipação do menino prodígio Agatsuma Hi-romitsu, especialista em tsugaru shamisen e dosmúsicos brasileiros Hamilton de Holanda(bandolim) e Yamandu Costa (violão).

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DIVULGAÇÃO

Nikkei vive ‘aventura única’viajando de moto pelo País

ARQUIVO PESSOAL

Sem data de volta e sem um destino final, ocaricaturista Clóvis Suematsu, 34, desbravasozinho o país tropical em cima de uma mo-tocicleta. “De moto a impressão é que vocêvive mais”, justificou. Seu único plano é viajaraté o norte pela costa brasileira e retornar pelointerior mineiro, caricaturando as figuras queencontrar ao longo de seu trajeto.

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Fernanda Takai ‘estreita’ laçoscom a cultura japonesa

DIVULGAÇÃO

A cantora Fernanda Takai,vocalista da banda mineiraPato Fu, acaba de lançar seuprimeiro disco solo, “OndeBrilhem os Olhos Seus”, comreleituras de canções de NaraLeão. O trabalho foi eleito omelhor disco do ano na cate-

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goria Música Popular pelaAPCA. E não faltam proje-tos para o futuro, incluindouma turnê pelo Japão. Nestaentrevista exclusiva ao JornalNippak, Fernanda Takai falasobre família, cultura japone-sa e, é claro, música.

Torneio de Go reúne campeões mundiais em São PauloOs paulistanos poderão conferir inloco a performance de dois campe-ões de um dos jogos mais tradicionaisdo oriente, o Go. O campeão KeigoYamashita enfrenta em São Paulo, nes-te fim de semana (12 e 13), odesafiante e Cho Chikun na disputapelo torneio Kissei-sen. A iniciativatem apoio da Nihon Kiin do Brasil eda Associação para Comemoração doCentenário da Imigração Japonesa noBrasil.

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DIVULGAÇÃO

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Jun Sakamoto:segredos de umsushiman premiadoVencedor de vários prêmios da críticagastronômica, o sushiman Jun Saka-moto revela detalhes sobre criações àfrente de seu restaurante. Considera-do rígido e concentrado no trabalho,Sakamoto dita algumas regras para sedegustar suas “preciosidades”. Umadelas: você não está no local para sealimentar, e sim para “restaurar a almapor meio de um trabalho artístico”.

DIVULGAÇÃO/FJSP

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2 JORNAL NIPPAK São Paulo, 12 de janeiro de 2008

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Tel. (11) 3208-3977

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e Gilson Yoshioka

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www.jornalnippak.com.br

BUNKYO - No dia 1 de janeiro, às 10 horas no Grande Auditório da Sociedade Brasileira deCultura Japonesa e de Assistência Social, comemorou-se o shinenkai (chegada do Ano Novo)em concorrida cerimônia com a presença do cônsul do Japão em São Paulo, Masuo Nishibaya-shi, o presidente do Bunkyo, Kokei Uehara, além de outras lideranças. O destaque ficou porconta da apresentação do Coral Bunkyo, que interpretou o Hino do Ano Novo (Itigatsu Tsuitati).

SHINENKAI – Para ce-lebrar a chegada de 2008,a comunidade nikkei deCuritiba realizou, no pri-meiro dia do ano, na Pra-ça do Japão, o tradicional“shinenkai”. O eventocontou com a presença delideranças e autoridades,entre eles o cônsul geraldo Japão no Paraná, SoichiSato

OZONI – A Associação Nagui-sa que congrega ex-funcionári-os do Banco América do Sul ecoligadas, comemorou o iníciodo ano com um “MotiTsuki” se-guido de degustação e “Ozoni”preparado pelo “chef” Mitio, nodia 5 de janeiro, nas suas depen-dências. Cerca de 60 associa-dos estiveram reunidos para ba-ter o moti. Eiji Denda, ex-presi-dente, que estava se recuperan-do de uma cirurgia, fez questãode estar presente. A festa do“Ozoni” é um pré “shinenkai”daAssociação Naguisa. A festaestá marcada para o próximodia 19 na sede da associação, apartir das 11 horas.

Motitsuki de presidentes: à esquerda, Eiji Denda (ex-presidente)e Milton Sugahara (presidente atual)

Mitio Tanaka, o “chef” Mitio servindo ozoni paraMartinho e Denda

Depois do motitsuki, a confecção dos bolinhospelas senhoras

REGISTRO 1 – O últimoevento de 2007 do Bunkyo deRegistro foi o tradicional “MotiTsuki”, realizado no dia 30 dedezembro, na sede da entida-de. As senhoras encarregadasde cozinhar o arroz moti novapor começaram a trabalharbem cedo enquanto os homenssocavam o moti. A última ta-refa do ano do Bunkyo contoucom a a ajuda de cerca de 70voluntários. As senhoras fazendo o bolinho de moti

REGISTRO 2 – O Bunkyo de Registro reali-zou o Shinenkai no dia 1º de janeiro, em suasede, com a participação de aproximadamente80 pessoas. Após prestar 1 minuto de silenciopara às almas dos ante- passados, os partici-pantes cantaram o hino nacional brasileiro ehino nacional japonês “Kimi ga Yo”, além dacanção de Ano Novo. Os participantes brinda-ram com bebidas e comemoraram o ano novocom ozoni e nishime.

Os participantes de Shinnenkai cantam “Kimi ga Yo”

REGISTRO 3 – No dia 16de dezembro, foi realizado oBonenkai na sede da Asso-ciação Japonesa do BairroRaposa. No local, moravamcerca de 70 famílias japone-sas na década de 60. Atual-mente conta com apenas 6famílias. Isso, no entanto,não impede a união entre osmoradores (antigos e atuais).

GUAIMBÊ – No 32º Koohaku Utagassen deGuaimbê, realizado no dia 6 de janeiro, a equi-pe masculina foi a vencedora, mais uma vez.Na foto, a presidente Tamico Taka entrega ataça, de posse provisória, ao representante daequipe vencedora, Tinen Chinei.

LINS – Edson Kumassaka, publicitário, fotógra-fo e desenhista, residente em São Paulo, visitoua vice-prefeita de Lins, Keiko Obara Kurimori,no último dia 28. Neto de Teissuke Kumassaka,Edson está levantando o rico acervo de pinturasde seu avô, que viveu muitos anos em Lins, ondefoi mestre de muitos artistas famosos. E paraisso pede a colaboração de proprietários de qua-dros, detentores de alguns documentos sobreKumassaka que entrem em contato pelo sitewww.edsonkumasaka.com.br.

Edson e Keiko Obara Kurimori

S. YOSHIKUNI

SHINENKAI 2 – Como ocorre emtodos os Bunkyos, Lins também co-memorou a entrada do ano novo –shinenkai – no dia primeiro, entoan-do o hino nacional do Japão e do AnoNovo e referenciando o casal de im-peradores. Infelizmente, a cada anoque passa diminui o comparecimen-to de nikkeis, em especial dos jovens,que parecem não querer saber depreservar esse costume.

S. YOSHIKUNI

MISS CENTENÁRIO 1 – Prosseguem a todo vapor as eliminatórias regionais do concursoMiss Centenário Brasil-Japão. Confira as vencedoras da etapa Minas Gerais: 1ª) KathlinneNakandakari Sugimoto, 2ª) Carolina Kei Miyazaki, 3ª) Tatiana Tiemi Serikawa Babá. Miss Sim-patia: Ciléia Saori Hamada

MISS CENTENÁRIO 2 – OEstado de Pernambuco tambémelegeu sua representante para aetapa nacional do concurso MissCentenário Brasil-Japão, queacontece em maio, no Ginásio doIbirapuera. Confira: 1ª) JulianaNaomi Pinel Kimura, 2ª)Daniella Satiko Ishikawa DeCarvalho, 3ª) Manami Fukushi-ma Batista e Simpatia: SueliHarumi Hamamoto

Tocha e Rosa Tour Viagens e promoter Beth, passaram juntos com os familiares e amigos oNatal em Ilha Grande/Angra dos Reis, e Reveillon em Caldas Novas no Thermas Taiyo Hotel.

Reveillon em Caldas Novas: João Saito(diretordo Hotel Taiyo, Beth Saito,Beth Yajima, Rosa eTocha Chibusa

Natal em Ilha Grande: Tocha, Rosa Chibusa,Valter Ueti (dono da pousada Recanto dosPássaros e Beth Yajima

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São Paulo, 12 de janeiro de 2008 JORNAL NIPPAK 3

RELAÇÕES BILATERAIS

Acordo sobre aposentadoriapode sair ainda neste ano

ANO NOVO

Fernando Neves anima início de 2008 com concerto de kotoO salão principal do Pavi-

lhão Japonês, na tarde do últi-mo dia 6 de janeiro, foi muitopequeno para abrigar o públi-co que foi assistir ao concertode koto (cítara japonesa) domúsico Fernando Neves. Cer-ca de 120 pessoas enfrenta-ram o aperto do salão e o ca-lor de pleno verão, duranteduas horas, para acompanhara performance dele, que tocou10 composições de koto, mis-turando músicas tradicionais econtemporâneas.

Na primeira parte do es-petáculo, Fernando tocou qua-tro músicas solo (Tori noYouni, Midare, ShinsenchoBukyoku, Sadness andSorrow) e uma “Kuro Kami”,acompanhado da mestre Ta-mie Kitahara (segundo ele,sua professora, mestre e ami-ga) que tocou shamisen. Asegunda parte teve duas mú-sicas solo (Kamimu e Sanka).Já “Haru no Umi”, foi inter-pretada em conjunto comDanillo Souza que tocouvioloncelo. O concerto foi fi-nalizado com a suíte baseadaem melodias folclóricas deOkinawa (Ryûkyû Minyô niyoru Kumikyoku), reunindo

mais importante mestre demúsica clássica japonesa emshakuhachi – Tsuna Iwami(Iemoto Iwami Baikyoku epresidente da Associação Bra-sileira de Música Clássica Ja-ponesa).

Orgulho da professora –“estou muito orgulhosa com omeu aluno”, declarou a mes-tre Tamie Kitahara e presiden-te do grupo Seiha Brasil deKoto – ela elogiou a perfor-mance do músico. “Ele é umdos talentos da música japone-sa do Brasil que precisamosaperfeiçoar e dar oportunida-de para seu crescimento”,continua, ressaltando que Fer-nando começou os estudos dekoto há cerca de três anos.Explica que, como estudiosode violão clássico, “já chegoucom uma importante basemusiológica, técnica, afinação,habilidade que passou a incor-porar em seu aprendizado dekoto”.

Além disso, admite, “o Fer-nando é muito japonês”, expli-ca a professora, e desde cri-ança sempre buscou envolvi-mento com a cultura japone-sa.

(com assessoria do Bunkyo)

koto (Fernando Neves e Ta-mie Kitahara), koto de 17 cor-das (Naomi Ueda) e shaku-hachi (Kisenzan Saito).

Na platéia, vários pratican-tes de koto, os pais do músico,amigos, alunos do Grupo Seihado Brasil, e, principalmente, o

Fernando Neves arrancou elogios de público presente no evento

DIVULGAÇÃO

O Brasil está entre os 31países que apoiaram um pro-testo diplomático formal con-tra a caça às baleias promovi-da pelo Japão, segundo infor-mações da organização não-governamental Greenpeace. Oprotesto, liderado pelo gover-no da Austrália, foi entreguepelo embaixador australiano aogoverno japonês, em Tóquio.Atualmente, o Japão argumen-ta que a caça é “científica”,mas os países conservacionis-tas afirmam que não há justifi-cativa para a prática.

De acordo com nota divul-gada pela organização, este foio maior protesto internacionalfeito até agora contra o progra-ma japonês de caça às baleias.A assessoria de imprensa doMinistério das Relações Exteri-ores confirmou a adesão do Bra-sil ao protesto no final de dezem-bro e informou que este é o ter-ceiro ano consecutivo de açãointernacional sobre o assunto.

O Greenpeace informou

também que neste ano o Ja-pão pretende caçar quase milbaleias somente no OceanoAntártico, onde está um dossantuários destes animais – ooutro fica no Oceano Índico eum terceiro está sendo reivin-dicado por países conservaci-onistas no Atlântico Sul.

Ainda de acordo com a or-ganização, o programa de caçajaponês causa prejuízo àindustria australiana de turis-mo de observação de baleias,que movimenta mais de US$300 milhões por ano.

Além do Brasil, tambémapoiaram a Austrália no protestoArgentina, Áustria, Bélgica,Chile, Comissão Européia, Cos-ta Rica, Croácia, RepúblicaTcheca, Equador, Finlândia,França, Alemanha, Grécia, Ir-landa, Israel, Itália, Luxembur-go, México, Mônaco, Holanda,Nova Zelândia, Portugal, SanMarino, Eslováquia, Eslovênia,Espanha, Suécia, Reino Unidoe Uruguai.

CAÇA ÀS BALEIAS

Brasil participa de protestodiplomático contra japoneses

Uma das grandes preo-cupações dos brasilei-ros que atualmente tra-

balham no Japão é a questãoda aposentadoria. Atualmente,não é vantagem para o brasi-leiro que mora no Japão pagaraposentadoria, a não ser até os60 ou 65 anos, quando entãoreceberá integralmente o be-nefício. Já quem contribui àprevidência japonesa e retornaao Brasil, pode solicitar o re-embolso equivalente a no má-ximo três anos. Da mesma for-ma, os dekasseguis que erampensionistas no Brasil não po-dem somar esse tempo ao pe-ríodo de contribuição no Japão.

Para solucionar esse im-passe, Brasil e Japão discu-tem a criação de um acordode Previdência Social. Segun-do o ministro das RelaçõesExteriores do Brasil, CelsoAmorim, a intenção é que osbrasileiros que estão lá pos-sam se beneficiar da previdên-cia japonesa, da mesma ma-neira que os japoneses queestão aqui. A informação sur-

Ministro Celso Amorim com Taro Aso: cooperação é primordial

DIVULGAÇÃO/MRE

al e Justiça (Brasil) e Traba-lho, Saúde e Bem-Estar (Ja-pão) retomarão as conversase poderão acelerar as nego-ciações. Se firmado, os japo-neses que vivem no Brasil econtribuíram antes para aprevidência do Japão, terãodireito de contar o tempo decontribuição no país de ori-gem para efeito de aposen-tadoria. O objetivo principaldas discussões é a implemen-tação de um acordo bilateral,em que se possa garantir osdireitos da previdência soci-al nas legislações dos doispaíses, possibilitando que ostrabalhadores migrantes eseus dependentes legais, deambos os países, tenham as-segurados os benefíciosprevidenciários.

Enquanto isso, os trabalha-dores brasileiros residentes noarquipélago procuram oshakai hoken (seguro socialvinculado à aposentadoria).Atualmente, mais de 50% dosdekasseguis contribuem como seguro.

giu na reunião do Foro de Co-operação América Latina -Ásia do Leste (Focalal), noano passado.

Até o momento, porém, hásomente especulações. A ex-pectativa é que o acordo saiaem 2008, aproveitando as co-memorações do centenário daimigração japonesa. De acor-do com a Embaixada do Bra-sil em Tóquio, ainda não é pos-sível prever quando – e nemcomo – o acordo será con-

cretizado, pois os dois paísesnão iniciaram uma negociaçãoformal. Apenas suas reuniõescom representantes de ambosos países aconteceram, deforma apenas a conhecer osistema previdenciário decada um.

A esperança é que umanova reunião aconteça emmaio em Brasília, quando osministérios responsáveis: Re-lações Exteriores (de ambosos países), Previdência Soci-

Após o Brasil ter anuncia-do a criação de um sistemanovo de transporte – e queusará o modelo do trem-balajaponês – o governo do Japãoanunciou na última semana dedezembro que negociará aadoção do seu sistema detrem-bala (shinkansen) em umprojeto de 500 quilômetros noBrasil. As informações são dojornal Yomiuri

Se for concretizado, o Bra-sil será o segundo país a ado-tar o sistema de trem-bala ja-ponês, seguindo o exemplo deTaiwan. O governo japonêspretende oficializar a propostadurante a visita do presidenteLuis Inácio Lula da Silva, pro-gramada este ano ao Japão. OJapão mostra sua intenção detransformar o trem-bala em umsímbolo da amizade entre osdois países no marco do Cen-tenário da Imigração japonesano Brasil.

Segundo o Ministério das

Relações Exteriores, o gover-no brasileiro deverá optar porum sistema até 2009. A grandequantidade de montanhas notrajeto previsto, entre Rio e SãoPaulo, no entanto, exigirá téc-nicas especializadas em cons-trução de túneis, o que favore-ce o sistema japonês. Empre-sas japonesas, como a MitsuiBussan, já trabalham em proje-tos para tornar realidade um“shinkansen brasileiro”.

NEGÓCIOS

Japão pode ajudar Brasil naimplementação de trem-bala

Chamamos de condomínioedilício, quando em edifica-ções, partes são de proprie-dade exclusiva e partes sãode propriedade comum doscondôminos.

O condomínio por unida-des autônomas será constitu-ído por atos inter vivos ou portestamento, devendo obriga-toriamente ser registrado noCartório de Registro de Imó-veis. Desse documento deveconstar a individualização decada unidade, sua identifica-ção e discriminação, bemcomo a fração ideal sobre oterreno e partes comuns, atri-buída a cada unidade, dispen-sando-se a sua descrição.

Quanto à convenção docondomínio deve ela ser subs-crita pelos titulares de no mí-nimo, 2/3 das frações ideaise torna-se, desde logo, obri-gatória para os titulares de di-reito sobre as unidades, oupara quantos sobre elas te-nham posse ou detenção. Aconvenção deve ser registra-da no Cartório de Registro deImóveis para gerar efeitosem relação a terceiros. Sóassim, ela se torna obrigató-ria para os proprietários deunidades, promitentes com-pradores, cessionários, atuaise futuros.

A maioria das regras jáexistentes para condomínioedilício foram mantidas peloNovo Código Civil. Porém,algumas modificações sãodignas de nota.

Com o advento da Lei9.298/96, que disciplinou no§ 1º do art. 52 do Código deDefesa do Consumidor, quea multa moratória não pode-rá ser superior a 2%, insta-lou-se uma discussão em tor-no do percentual a ser apli-cado com referência à multacondominial. Aplicar-se-ia opercentual determinado pelaconvenção ou se aplicaria oprevisto no § 1º do art. 52 doCódigo de Defesa do Consu-midor?

À época, advogávamos acausa de que o percentualseria o determinado na con-venção, com o permissivo le-gal do art. 12 do § 3º da Lei4.591, de 16.12.64, então vi-gente, não se aplicando opercentual de 2% do Códigode Defesa do Consumidor,porque as despesas condomi-niais não caracterizariam re-lação de consumo entre oscondôminos e condomínio.Trata-se, na verdade, como aprópria lei diz, um rateio dasdespesas.

Porém, o Novo CódigoCivil, dispõe que tal multaserá de até 2%. Considera-mos isso um retrocesso dodireito. O não pagamento decondomínio por alguns condô-minos onera os demais, quenão raras vezes privam-se delazer e de outros confortospara honrar compromissos enão causar encargos para

Felicia Ayako HaradaAdvogada em São Paulo

Integrante do Harada Advogados [email protected]

DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO

outros que pagam, pontual-mente, o condomínio. O mai-or absurdo dessa situação éque os que pagam são obri-gados a arcar com o confor-to dos inadimplentes. Se coma multa de 20%, já havia inú-meros inadimplentes, imagi-ne-se agora com a multa de2%.

Alguns juristas da áreatêm se posicionado no senti-do de que a nova lei civil apli-ca-se aos condomínios que seconstituírem daqui para fren-te, pois, ao teor da Lei de In-trodução ao Código Civil vi-gente, não pode a lei nova fe-rir ato jurídico perfeito, a coi-sa julgada e o direito adquiri-do. Ora, a Convenção de umcondomínio é um ato jurídicoperfeito e acabado, portanto,a nova lei não pode modificá-la. Neste diapasão, hoje, opercentual da multa seria oprevisto na Convenção, quenão deverá passar de 20%,pela sistemática anterior.

Por outro lado, se enten-dermos ser aplicável a novalei, mesmo em condomínios jáconstituídos e com registro dasua convenção, resta aplicarao condômino inadimplentereincidente (mais de umainadimplência, no meu enten-der, caracteriza reiteradasvezes para atender ao quedispõe a nova lei), e, dessa for-ma aplica-se a multa previs-ta em seu art. 1337, que podechegar ao quíntuplo da cotacondominial por deliberaçãode ¾ dos condôminos restan-tes. É uma alternativa quenão podemos dispensar, po-rém, o problema é conseguira aprovação de ¾ dos con-dôminos.

Ao nosso ver, a multacondominial, para os condo-mínios constituídos antes davigência da nova lei, deve sercalculada com o percentualde 20% sobre a taxa mensal,sob pena, de incentivarmos osinadimplentes, onerando oscumpridores de seus deveres.A ser penalizado com apenas2%, é melhor dever para ocondomínio do que dever parao banco, o que é um acinte,em matéria de convívio soci-al. Parece-me que a lei querfazer gentilezas com o cha-péu alheio.

Nada mais nos indigna doque subir e descer pelos ele-vadores do prédio com con-tumazes inadimplentes. Aenergia elétrica, a água, osfuncionários dos quais taisinadimplentes se servem sãocusteados por seus bondososvizinhos, os cumpridores dedeveres. Isto é um absurdo.Porém, a prestação de servi-ços pelo condomínio pode sersuspensa, como por exemplo,chamar o morador pelo inter-fone, anunciar suas visitas,entregar correspondência naunidade, etc.

(continua)

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4 JORNAL NIPPAK São Paulo, 12 de janeiro de 2008

CENTENÁRIO

Prefeitura de Maringá cria SecretariaExtraordinária para festejos do Imin

Shotaro, a autor desta narrativa, descobre entre os documentosda família o diário de seu pai. Mas Shotaro está para completar80 anos em 2008, quando da comemoração do Centenário daImigração Japonesa ao Brasil. Enquanto lê o diário, sua memó-ria se ativa, relembrando acontecimentos que praticamente caí-ram em esquecimento. Quando chegou ao Brasil, Shotaro tinha10 anos. Nesta interação entre o passado relembrado e recriado,Shotaro confunde os tempos: às vezes é o menino quem fala, ou-tras vezes, é o Shotaro da atualidade.

Para além do Equador– PARTE 1 –

Imensamente grande lheparecia a casa em que viviacom a esposa. Nos últimostempos até mesmo a voz es-tridente das netas havia de-saparecido. Uma delas esta-va para se casar com um co-merciante local, dono de umaloja de eletrodomésticos. Aoutra, preparava-se para vi-ajar ao Japão. Se fosse paraestudos, nada haveria de seopor. Pelo contrário, seguia osmesmos passos do pai, queformado em matemáticaabandonou a carreira dasequações de segundo graupelo trabalho monótono dasmáquinas. Ele tinha feito asua opção.

Pensou-se inicialmente,que o retorno seria nos pró-ximos dois ou três anos. Defato, dois anos depois, ele vol-tou. Não demorou muito poraqui. Lá foi ele de volta aoencontro de sua outra pátria,distante e estranha, justamen-te ele, o menos interessadoem assuntos ligados ao Ja-pão. Japonês, ele sabia pou-co. Mas isso não importava,contando que pudesse econo-mizar o suficiente para com-prar uma mercearia. Claro, oque mais desejava era tornar-se num próspero comercian-te, a maneira de seu pai, ovelho Shotaro.

Era justamente Shotaroque agora vasculhava as ve-lhas fotos encontradas numarmário, no quarto do filhoprimogênito, Yuji. Pelo menos,se Masahiro se parecesse umpouco com o Yuji, não teriaido ao Japão, pensou por ins-tantes. Detestava fazer isso:comparações. Cada filho pos-suía características peculia-res, sem que isso pudesseatrapalhar sua afeição por umou outro. Apenas dois filhos,nascidos neste imenso país.Ele próprio, Shotaro, depoisde tanto tempo, sentia-semais brasileiro do que japo-nês, apesar de continuar len-do os periódicos publicadosem língua japonesa. Conse-guiu aprender português porconta própria, lá se fazem

mais de setenta anos. Masnunca esqueceu o japonês, obásico o suficiente para en-tender o que se escondia portrás daqueles ideogramas,aprendidos nas carteiras es-colares de Hokkaido – TerraNatal.

Durante toda sua vida nãoteve tempo? Seria correto di-zer isto! Tempo para conver-sar com os filhos as lembran-ças de infância quando che-gou ao Brasil, no fim da dé-cada de 30. Para quê falar dopassado? Nunca se importoumuito com isso, ao contrário,fazia planos para o futuro.Podia-se dizer que tivera su-cesso, depois que abandonoua lida do campo pela vida agi-tada das metrópoles. Quasedois terços de sua vida, tinhapassado em Romanópolis, in-terior de São Paulo. Lá mon-tou um pequeno armazém desecos e molhados, depoistransformado em secos emolhados mais hortifrutigran-jeiro. Reconhecia a força daesposa Shizue, que gerencia-va os negócios da família.

Mexe aqui, mexe ali, eisque chega às mãos o diárioencardido e de folhas ama-relecidas de seu pai, Joshiro.Não era apenas um, mas emtorno de cinco. Haveria mui-to mais do que isto, mas pro-vavelmente perdidos, confor-me se verificou depois. Esta-vam amarrados com barban-te. Duvidou que todo aquelematerial pudesse ainda exis-tir, depois de tanto tempo.

Sabia de sua existência,toda a memória do velhoJoshiro, aventureiro que tinhadúvidas se enveredava pelasletras ou pelo trabalho nocampo, se permaneceria noJapão ou ia ao estrangeiro, ese fosse ao estrangeiro, aManchúria ou as regiõesquentes dos trópicos. Che-gou, inclusive, a trabalhar poralguns anos num jornal deAsahikawa, na região oestede Hokkaido, antes de rece-ber a carta que iria mudartotalmente os destinos daque-la família. (continua)

Para organizar e coorde-nar as diversas come-morações alusivas ao

Centenário da Imigração Japo-nesa, a Prefeitura de Maringácriou uma Secretária Extraor-dinária que ficará responsávelpor este trabalho. O secretá-rio que responde pela pasta éo conselheiro executivo daAcema (Associação Culturale Esportiva de Maringá) e pre-sidente da Comissão Imin 100,Shudo Yasunaga, que tomouposse no último dia 1º.

A secretaria será extintaem 31 de dezembro. Nesseperíodo, coordenará todas asfestividades que serão realiza-das em Maringá. “Teremosbastante comemorações eMaringá será destaque nacio-nal por realizar muitos even-tos, como a inauguração doParque do Japão e a Feira Tec-nológica, entre outras festivi-dades, por isso o prefeito Sil-vio Barros criou a secretaria”,destacou Yasunaga, acrescen-tando que “trata-se de algo iné-dito e é uma honra ocupar umcargo de tamanha envergadu-ra”.

“Já vinha atuando comocoordenador do Imin 100 emâmbito da comunidade e enca-ro o cargo de secretário comouma continuidade ao trabalhoque já vinha exercendo, mas,é claro, com uma responsabi-lidade bem maior. Será, na ver-dade, minha terceira missãocomo representante da comu-nidade e, sem dúvida, meu prin-

cipal desafio”, observa Yasu-naga.

Segundo ele, seu primeirogrande desafio foi em 1989,quando a Acema criou o Fes-tival Nipo-Brasileiro, eventoque costuma atrair cerca de100 mil visitantes. “Na época,era vice-presidente”, conta. Ooutro desafio foi em 1992,quando a Acema representoua comunidade nipônica no pro-grama Nações Unidas, apre-sentado por Gugu Liberato noSBT. “Foram 39 programas e,no final, saímos vencedor”,diz.

Não à toa, espera “recru-tar” alguns ex-conhecidos paramais uma empreitada. “É umaoportunidade de mostrar nãosó para a comunidade nikkei

como também paraa sociedade brasi-leira em geral o nos-so agradecimentoaos pioneiros”, ob-serva. E trabalhonão deve faltar.

Cronograma – Oprojeto Parque doJapão, que tem a fi-nalidade de home-nagear a comunida-de nikkei local, édesenvolvido pelaPrefeitura de Ma-ringá em parceriacom a Acema, As-sociação Comerci-al e Empresarial deMaringá (Acim),Prefeitura de Ka-

kogawa (cidade-irmã de Ma-ringá), entre outras entidadese instituições voluntárias, eestá com as obras atrasadas.

Prevista para o próximo dia22 de junho, a inauguração docomplexo turístico, cultural eesportivo é “uma questão dehonra” da atual administração.“Estamos em ano político e oprefeito não tem condições deacompanhar toda a organiza-ção da festa como gostaria. Aordem é lutar contra o tempojá que houve atraso no crono-grama inicial em função daschuvas. O objetivo é entregar-mos 60% das edificações, en-tre elas o ginásio de esportes,o monumento e o jardim japo-nês até a data prevista. Numasegunda etapa, pretendemos

concluir o auditório e o restau-rante”, conta Yasunaga, lem-brando que além da inaugura-ção do Parque do Japão, outragrande festividade será a Fei-ra Tecnológica, que será reali-zada no Parque Internacionalde Exposições Francisco FeioRibeiro, de 20 a 29 de junho.

“Será um evento grandio-so, que contará com atraçõescomo mostras culturais, gas-tronômicas e tecnológicas eque deve mobilizar a Acemae a Comissão Imin 100. A ex-pectativa é receber um públi-co estimado entre 200 e 300mil pessoas”, explica Yasuna-ga, antecipando que o plane-jamento inclui ainda a realiza-ção de um censo nikkei, queserá coordenado pelo CentroUniversitário de Maringá, oConcurso Brasileiro de Can-ção Japonesa, sob responsa-bilidade da Abrac (Associa-ção Brasileira de Canção Ja-ponesa) e o Festival Nipo-Brasileiro, da própria Acema,além da visita das equipesuniversitárias de Keio eWaseda e da apresentação dogrupo teatral 1980.

“Nossa preocupação éviabilizar os projetos de Marin-gá, independente do andamen-to das comemorações em ou-tras regiões. Vamos mobilizara comunidade para realizar-mos algo marcante, a altura dosnossos antepassados, mas den-tro das nossas possibilidades”,finaliza Yasunaga.

(Aldo Shiguti)

EM SÃO PAULO

Se no ano do Centenárioda Imigração a grande preo-cupação da comunidade erasaber se os festejos no Sam-bódromo do Anhembi seriammesmo viabilizados, tal ques-tionamento pode ser conside-rado ultrapassado. Através daCâmara dos Vereadores – eda vontade do próprio prefei-to Gilberto Kassab de contri-buir para a comemoração –uma verba de R$ 4 milhõesfoi aprovada na penúltima se-mana de dezembro, feito quedeve dar alento aos prepara-tivos e fôlego extra para aslideranças preocupadas emcaptar recursos.

Para o vereador AurélioNomura (PV), a aprovaçãoera uma questão de tempo.Afinal, todos que de alguma

maneira tiveram contato como Centenário simpatizaramcom a idéia – incluindo nessetime o prefeito Kassab e o go-vernador José Serra. “O pró-prio prefeito nos garantiu quenão faltará verbas para a fes-ta no Sambódromo. Por isso,a questão da aprovação era sóo tempo”, frisa Nomura.

O recurso já tem, inclusive,destino certo. Quase que todoo montante será empregado naparte de infra-estrutura doComplexo Anhembi. Constru-ção de banheiros, apoio logís-tico na parte de palco e atémesmo o trânsito, que contarácom um esquema especial. “Oprefeito foi bem claro: tudo queo Centenário precisar estarádisponível. E isso inclui verbas.O município injetará dinheiro

para que a comemoraçãoaconteça da forma mais boni-ta”, afirma Nomura.

Além dos R$ 4 milhões des-tinados ao Sambódromo, ou-tros R$ 600 mil também serãorepassados a projetos ligadosà comunidade. Dentre eles es-tão o Projeto Esportivo Fontesdo Ipiranga, reforma do Pavi-lhão Japonês, Projeto Parquedo Carmo, CDM CastúlioAmaral e um festi-val do centenário doAutódromo de In-terlagos. Vale lem-brar que tal recursofaz parte do orça-mento do próprioNomura.

“Temos muitasidéias para este ano.A parte do Sambó-

Verba de R$ 4 milhões para festejos noSambódromo do Anhembi é aprovada

dromo está garan-tida e não precisa-mos mais nos pre-ocupar. Com rela-

ção aos demais, o andamentoé relativamente estável. Al-guns, como o Pavilhão Japo-nês, dependem de patrocínio,

mas estamos lutando para pre-servar este que é um dos mar-cos dos nikkeis no Brasil”, ex-plica o vereador.

Sambódromo ganhará obras de infra-estrutura para Centenário, segundo Nomura (destaque)

FOTOS: DIVULGAÇÃO E ARQUIVO/JN

O Centenário da ImigraçãoJaponesa será marcado porgrandes eventos também emOurinhos. A Aeco (Associa-ção Esportiva e Cultural deOurinhos) está organizandouma vasta programação deatividades que visam destacara atuação da comunidade nik-kei no município e resgatar asua trajetória e participação nodesenvolvimento da cidade.

Para coordenar essas ati-vidades, a Aeco designou, háseis meses, uma comissão in-dependente que estará a fren-te de todos os preparativos re-lativos à data.

O presidente da Aeco e dacomissão, Natal Nishikawa,adiantou alguns eventos já pro-gramados para o ano. A comis-são tem como presidente dehonra o prefeito Toshio Misatoe Hisao Kobata, membro atu-ante da comunidade japonesaourinhense.

Os principais eventos - Se-gundo Natal Nishikawa, a pro-gramação será aberta em mar-ço, com a realização de umcampeonato de Pesca; para omês de maio está prevista umagrande gincana cultural -UndoKai, no Centro Esporti-vo da Aeco; no dia 18 de ju-

CENTENÁRIO 2

Aeco divulga programação para os 100 anos da imigração japonesa

nho, será celebrada Missa daImigração Japonesa, às 19h30,na Aeco; também está progra-mada uma exposição culturalcom fotos, documentos e ob-jetos que visam resgatar amemória da imigração japone-sa, pontualmente fatos mar-cantes da história de lutas e

conquistas dos orientais noBrasil e em Ourinhos.

O ponto alto da programa-ção em Ourinhos será no dia29 de junho: uma grande festacomemorativa e uma cerimô-nia especial em homenagem àdata e a todos os membros dacomunidade nipo-brasileira ja-ponesa. Para o evento serãoconvidadas autoridades e per-sonalidades locais, regionais enacionais.

Contribuição ao desenvol-vimento - Segundo NatalNishikawa, a comunidadenikkei residente em Ourinhos,formada atualmente por cer-ca de 400 famílias, teve umpapel relevante no processode desenvolvimento da cida-de, nas mais diversas ativi-dades produtivas do municí-pio, como a agricultura e ocomércio.

(Fonte: Jornal da Divisa)

Tocadores de taikô animarão público durante festa dos 100 anos

DIVULGAÇÃO

Yasunaga coordenará Secretaria municipal

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São Paulo, 12 de janeiro de 2008 JORNAL NIPPAK 5

CIDADES/PERUÍBE

Julieta Omuro assume prefeituracom promessa de melhorias

HISTÓRIA DE VIDA

Haicaísta de Bastos dáexemplo de longevidade

*SHIGUEYUKI YOSHIKUNI

Apesar de seus 93 anos,ela acorda todos os dias às5h30h, apronta-se, toma seucafé e vai à praça da cidade,onde, com dezenas de outraspessoas, pratica o RádioTaissô (ginástica rítmica japo-nesa com fundo musical).Assim começa a rotina daTaneko Honda, mãe de seisfilhos, sendo dois homens equatro mulheres.

Chegou a Bastos há 78anos, com quinze, e conside-ra uma das fundadoras domunicípio. Vive há 25 anoscom sua filha, a penúltima, aNina, uma pessoa amável esorridente. Depois da ginás-tica matinal, dedica-se a com-por haicai, por duas horas.Para isso lê muito.

Utiliza-se de um grossodicionário da língua japone-sa. Lê, religiosamente, doisjornais da comunidade japo-nesa. Depois, pega uma pá-gina da Sutra budista e a co-pia em uma folha de seda,caprichando no traçado dosintrincados ideogramas, compincel apropriado. Após 100dias, leva-as ao Templo. Esseé um dos segredos de sualongevidade.

Mãos firmes, traçadosdas letras firmes. Outro se-gredo é gostar de pessoas,bater bom papo, estar sem-pre contente, gostar de umvinho, de uma cerveja e deuma caipirinha. Taneko nas-ceu em Okayama, e visitou oJapão quatro vezes. A últimafoi em 1980. Tem a firme

convicção de que vai ultra-passar o centenário, com saú-de e boa forma e com muitasamizades.

Em maio de 2007 foi clas-sificada em primeiro lugar, re-cebendo prêmio da RevistaAssakague –Sombra da Ma-nhã –com o haicai: “Criei obicho da seda para tear o ca-sulo, agora vou preparar a fi-lha para o casamento.” O clu-be do haicai também come-morou. Casado com MasaoHonda, já falecido, passou pormuitas situações perigosasapós a guerra. Seu maridocostumava ouvir rádio às es-condidas, pois era proibidopelas autoridades, e assim fi-cou interado da situação ja-ponesa, de que perdera aguerra. E não escondia essaconvicção. E assim sua vidaera constantemente ameaça-da pelos patrícios.

A dona Taneko tem umaconversa agradável. Commuitos assuntos para discu-tir. Relatar suas viagens peloJapão, por exemplo. Mas otempo do repórter é curto.Mal dá tempo de uma rápidavisita, com um gostoso cafe-zinho servido pela amávelNina. Depois aparecer emmanchete de jornais não énovidade para ela. Quandoganhou o prêmio de haicai, foicontemplada com uma pági-na no jornal local, com váriasfotografias. Bastos possuicerca de 600 famílias nikkeiscom cerca de 2500 pessoas.

*Shigueyuki Yoshikuni é jor-nalista e reside em Lins

Taneko Honda (à dir.) chegou a Bastos há 78 anos

S.YOSHIKUNI

Julieta Fujinami Omuro as-sumiu o cargo de prefeitade Peruíbe na última se-

gunda-feira (07) no Plenário daCâmara. Ela estava no cargohavia mais de 100 dias, soman-do-se todas as licenças queJosé Roberto Preto precisou ti-rar durante o tratamento desaúde, vindo a falecer no últi-mo dia 5. No discurso de pos-se, a nikkei afirmou que conti-nuará com o plano de governode Preto até o fim do mandatoque termina em 31 de dezem-bro deste ano. Segundo ela, oprefeito “construiu uma baseque definirá o futuro do Muni-cípio e da vida da população”.

Julieta destacou que asobras nos bairros serão inten-sificadas e os eventos turísti-cos e culturais também vãoacontecer com mais freqüên-cia. Primeira mulher a assumira Prefeitura nos 49 anos deemancipação de Peruíbe, aprefeita iniciou seu discursolembrando com emoção a tra-jetória de Preto. “Todos se so-lidarizaram com a dor da fa-mília, que perdeu um homemque acima de tudo preservavae amava a sua família. Peruíbeperdeu um grande homem,pessoa que sempre ajudou acidade e nunca quis publicida-de do que fez, inclusive quan-do assumiu o cargo de prefei-to. Perdeu um homem íntegro,discreto e audacioso. Não fa-zia inaugurações, trabalhavamuito, e muito fez pelo muni-

cípio nestes três anos. Hoje acidade está muito mais bonitacom obras turísticas e de infra-estrutura que trouxeram nova-mente o turista para a cidade,gerando inúmeros empregospara a nossa população”, des-tacou a prefeita empossada.

Durante seu discurso na tri-buna da Câmara, Omuro tra-çou um panorama da adminis-tração municipal sob o coman-do do prefeito. “A gestão JoséRoberto Preto tem algumascaracterísticas bastante mar-cantes e que muito nos orgu-lham, como por exemplo, a aus-

teridade, o controle dos gastospúblicos, pois hoje, a Prefeitu-ra tem recursos e inúmerosprojetos voltados à população.Houve uma valorização muitogrande dos funcionários, comcursos de capacitação e novomobiliário”, disse.

Aos presentes à sessão so-lene, a prefeita anunciou que oano de 2008 será de grandesinvestimentos. “Vamos continu-ar avançando no caminho dodesenvolvimento, com obras eações turísticas, gerando em-prego à nossa população e aci-ma de tudo, com responsabili-

dade. A cidade vive hoje o seumelhor momento, especialmen-te com a chegada da Petrobras.Vamos ter em nossa cidade asobras da Sabesp, que vão ele-var para quase 90% a rede deesgoto, possibilitando assim,melhoria no sistema de saúdeda cidade”, finalizou ela, sobaplausos de todos os presentes.

Luto - O prefeito de Peruíbe,José Roberto Preto, faleceu namanhã do último dia 5 no Hos-pital Albert Einstein em razãode complicações respiratórias.Preto encontrava-se internadona Unidade de Terapia Inten-siva desde 19 de dezembro. Elefoi internado também em ou-tubro e se recuperou. Retor-nou ao município, porém o qua-dro se agravou e teve de serinternado novamente. O veló-rio aconteceu no próprio hos-pital. O enterro foi no últimodia 06, no Cemitério da Coli-na, em São Bernardo do Cam-po.

Natural de São Bernardodo Campo, 62 anos, filho deDomingos Bartolomeu Preto(já falecido) e de Dona LuziaFargiani Preto, José RobertoPreto era casado há 40 anoscom Zeneide Correa Preto epai de Márcia Cristina, WilsonRoberto, Ana Maria e Elaine.Avô de Gabriel Augusto, Ma-teus Henrique, Daniela ePedro Henrique sempre levouuma vida muito discreta e sim-ples.

Nova prefeita continuará “no caminho do desenvolvimento”

DIVULGAÇÃO/PREFEITURA DE PERUÍBE

CIDADES/MOGI DAS CRUZES

Prefeitura e Caixa assinam contrato de R$ 19 milhõesO prefeito Junji Abe e o

superintendente nacional daCaixa Econômica Federal,Ivan Domingues das Neves,assinaram nesta segunda-fei-ra (07/01) um contrato de fi-nanciamento para obras deurbanização de oito bairros deMogi das Cruzes. Com valortotal de R$ 19,1 milhões, inclu-indo a contrapartida da Prefei-tura, o convênio deve benefi-ciar mais de 6 mil famílias.

“Se levarmos em conta quea média de pessoas em cadafamília nestes bairros varia de6 a 8, podemos dizer que se-rão beneficiados até 48 milpessoas com este novo contra-to. Há anos não tínhamos pro-jetos desta natureza, especial-mente contemplando tantasfamílias”, destacou o prefeito.

Segundo o contrato, serãobeneficiados os bairros Vila

Novo convênio pode beneficiar mais de seis mil famílais na região

PMMC

Plano de Aceleração de Cres-cimento (PAC) do GovernoFederal e foram repassados afundo perdido, ou seja, não te-rão de ser pagos pelo municí-pio. A União repassou R$ 16,3milhões enquanto a Prefeiturainvestirá R$ 2,8 milhões

“Desde que chegamos àPrefeitura, nossa atuação temsido marcada por uma grandevolúpia de trabalho. Tanto éassim que, enquanto a grandemaioria dos municípios utilizaos dois primeiros meses ape-nas para estudos e balanços,estamos assinando este con-trato importantíssimo para nos-sa população”, ressaltou Junji,que durante a solenidade tam-bém determinou oficialmenteos estudos para a abertura doprocesso de concorrência pú-blica que escolherá a empresaresponsável pelas obras.

Nova União, Jardim Layr, Jar-dins Aeroporto 1, 2 e 3 e Jar-dins Santos Dumont 1, 2, e 3.Entre as melhorias previstasestão obras de infra-estrutura,como terraplenagem, drena-gem urbana, iluminação públi-ca, redes de água e esgoto earborização. O projeto tam-

bém prevê a construção deduas creches, dois Centros deReferência em AssistênciaSocial (Cras) e praças, alémda emissão de aproximada-mente 1,5 mil títulos de propri-edade às famílias moradorasdas comunidades.

Os recursos são parte do

Começa o ano e as cida-des já se preparam para fecharo calendário dos festejos doCentenário, a ser comemora-do em junho deste ano. EmBauru, cidade localizada nointerior paulista, as festividadestêm início previsto para o mêsde abril, com a realização deum festival no Parque VitóriaRégia, com queima de fogos,apresentações de taikô eshows musicais, entre outrasatrações, que incluirá a execu-ção do hino japonês e do hinodo centenário. O evento aindanão foi confirmado, mas a dataprevista seria no primeiro fimde semana de abril.

Na seqüência, a comissãoorganizadora das festividadesdo centenário em Bauru pensaem organizar uma Feira do Li-vro Infantil, no Alameda QualityCenter, entre os dias 7 e 21.Para junho, está praticamenteacertada a realização de umapalestra com Kazuo Muraka-mi, professor emérito da Uni-versidade de Tsukuba, ao nortede Tóquio. O tema deverá sera importância da dignidade davida, usando a recente decodi-ficação do código genético hu-mano como uma evidência daconexão do homem com todosos seres vivos.

De acordo com Julio AkioKosaka, presidente do ClubeCultural Nipo Brasileiro de

Bauru e um dos organizadoresdo calendário de festividades,a palestra terá tradução simul-tânea. Murakami é pioneiro nadecodificação do gene daenzima causadora da hiperten-são arterial, também conside-rado um potencial candidatoao prêmio Nobel.

Em agosto, está prevista aapresentação da cantora japo-nesa Yuri Mori, a realização deum campeonato de golfe e ainauguração de uma praça de5.800 metros quadrados naavenida Moussa Tobias. O pro-jeto inicial prevê o plantio deárvores simbólicas tanto para opovo japonês (cerejeira) quan-to para o brasileiro (ipê).

Está prevista ainda a insta-lação na praça de uma réplicado portal conhecido como Tori,que serve para demarcar o ter-reno considerado sagrado pe-los japoneses.A programaçãoainda não está definida. Podeser que algumas dessas ativi-dades não se concretizem ououtras sejam incluídas. Segun-do Kosaka, a comissão aindaestá analisando as possibilida-des.

Além da programação porocasião do centenário da imi-gração, estão mantidos oseventos tradicionais da colôniaem Bauru, como o Undokai eo Bon Odori, respectivamenteem abril e agosto.

CIDADES/BAURU

Bauru esquematizaorganização do Centenário

A cidade de Curitiba, noParaná, pode ganhar aindaneste ano um enorme presen-te referente ao Centenário.Com ajuda da prefeitura, dogoverno federal e de lideran-ças da comunidade, a cidadeconstruirá o maior monumen-to do País em homenagem aos100 anos. O projeto para aimplantação do Parque doCentenário da Imigração Japo-nesa já tem recursos e localdefinido, e os trabalhos devemcomeçar em fevereiro.

O parque, que terá 500 milmetros quadrados, será im-plantado dentro da Área deProteção Ambiental do Igua-çu, no bairro Uberaba, próxi-mo à divisa com São José dosPinhais. A área está sendourbanizada pela Prefeitura, pormeio da Companhia de Habi-tação Popular de Curitiba(Cohab) e custará R$ 8,5 mi-lhões. Desse total, R$ 7,5 mi-lhões já foram assegurados

PARQUE DO CENTENÁRIO

Curitiba planeja início da construção de Parque do Centenáriopor urubus, que colocam emrisco os vôos do Afonso Pena”,conta o secretário municipal degoverno de Curitiba, Rui Hara.“No Brasil, não tenho notíciade uma obra deste tamanhopara marcar a data”, diz.

Duas ilhas também serãomontadas quando o lago esti-ver pronto. Uma terá o mapado Brasil em relevo, e a outra,no outro extremo do lago, arepresentação do Japão, sepa-rados por um oceano imaginá-rio. O projeto também prevêcanchas esportivas, estaciona-mento, um centro de monito-ramento e observação do RioIguaçu, ciclovia e playgrounds.

O único porém, é que difi-cilmente as obras no parqueficam prontas para o aniver-sário da imigração, no dia 18de junho. Como as verbas fe-derais só devem ser liberadasa partir de fevereiro, quatromeses não seriam suficientespara concluir todo o parque.

pelo governo federal, e umacontrapartida de R$ 1 milhãoda Prefeitura.

A principal obra será a for-mação de um grande lago.Toda a área do parque serádrenada. “O lago do parqueservirá como amortecimentopluvial e ajudará a reduzir asenchentes na região, além deproteger o rio Iguaçu”, afirmou

o prefeito Beto Richa.“Mas não é só isso. Além

de homenagear a colônia nipo-brasileira, o parque terá fun-ção social, já que exige arelocação dos moradores queinvadiram a área, impede no-vas invasões, diminui os riscosde poluição das águas, e atépara a Infraero será importan-te, porque a região é povoada

Marcos japoneses já se encontram espalhados pela cidade

DIVULGAÇÃO

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6 JORNAL NIPPAK São Paulo, 12 de janeiro de 2008

PERFIL

Considerado o melhor sushiman do País,Jun Sakamoto revela segredos de profissão

INTERCÂMBIO

Observe a beleza do pra-to iluminado pelo spote prepare o paladar

antes de sentir o gosto e a tex-tura dos sushis. Priorize o tem-po para apreciar suas sutile-zas, do contrário, a iguaria per-de a temperatura e o temperoideal. Por último, lembre-se:você não está no local para sealimentar, e sim para restau-rar a alma por meio de um tra-balho artístico. Esses são osmandamentos do aclamadoJun Sakamoto para a degusta-ção dos seus sushis. Vencedorde vários prêmios da críticagastronômica, ele acredita queos visitantes do restaurante emPinheiros que leva seu nomedevem seguir uma etiqueta àmesa para aproveitar ao má-ximo a refeição.

Feitos um a um, os sushissão servidos aos seletos cli-entes no balcão pelo próprioproprietário. O comportamen-to inapropriado de alguns des-tes, porém, é responsável pelafama de mal humorado do nik-kei. “Um casal deixou o pratoparado e ficou conversandopor uns 10 minutos. Acho issoofensivo. É melhor essas pes-soas irem a uma rede de fastfood, onde a comida não é fei-ta com carinho e emoção.Pedi para meu ajudante

atendê-los e fui para o escri-tório cuidar de outros assun-tos”, conta.

Apesar de reservado e tí-mido, Jun, aos 42 anos, afirmaque passa informações aosdesconhecidos e até gostaquando eles demonstram inte-resse pelo trabalho. Já com osclientes assíduos, o nikkei tem

uma relação próxima e podeser visto mais à vontade.Quando está preparando ossushis, porém, evita conversarpara não perder a concentra-ção e não salivar sobre os ali-mentos. Além disso, ele estásempre atento a detalhes,como o tamanho da boca docliente – “o conforto é impor-

tante para o prazer” –, o equi-líbrio dos ingredientes e o ser-viço dos garçons para o me-lhor atendimento possível.

Para manter a qualidade dotrabalho, o profissional maisreconhecido do ramo no Paíscomeça cedo a rotina. Maisprecisamente, às 5h30 da ma-nhã, quando telefona para o

Jun Sakamoto afirma que um dos segredos é visitar os melhores sushimen do Japão a cada dois anos

JORNAL NIPPAK

peixeiro do Ceasa com quemfaz compras há 20 anos. Deza quinze minutos de conversasão suficientes para decidir aencomenda, mas esta pode serrecusada na entrega se nãoestiver de acordo com a des-crição. Apesar de isto aconte-cer raramente hoje em dia, eleprocura visitar o estabeleci-mento e outros pontos de ven-da sempre que possível.

Outros detalhes para atin-gir a excelência no ofício sãoo shoyu retemperado na casa,as compras das verduras –também feitas pelo telefonecom um fornecedor de confi-ança -, e, em algumas ocasi-ões, de mercadorias do exte-rior. Nessas horas, ele já con-tou com a ajuda de um clien-te, que ofereceu o próprioavião para o transporte aoPaís. Na penúltima viagemque fez ao Japão, o próprioJun trouxe 10 kg de atum. Elesalienta, no entanto, que o pro-cesso na alfândega é estres-sante, “uma experiência quenão vale à pena.”

Até mesmo a matéria-pri-ma nacional utilizada tem umaqualidade diferenciada. Con-siderado fundamental para oaroma e a acidez do prato, ovinagre, por exemplo, custadoze vezes mais caro do que

os convencionais. “É um ca-pricho que faço, não sei se 80% do público consegue sentira diferença. Identificar o de-talhe sutil requer repertório”,explica. Seu conhecimento daculinária japonesa foi adquiri-do por meio de livros – “algu-mas lições aprendi vendo fo-tografia” -, freqüentando res-taurantes, observando bonsprofissionais e conversandocom eles.

“Visito os melhores sushi-men do Japão uma vez a cadadois anos. O aprendizado sedá através da observação,mas primeiro você precisasaber o que deve aprimorar.Aí sim, você entende os dife-rentes manejos da faca.Tomo-san [“mestre póstumo”de Jun e antigo titular doKomazushi] dizia à esposa queninguém vai ensinar os própri-os segredos, você que vairoubá-los”. Indagado sobre apossibilidade de outros faze-rem o mesmo com o seu tra-balho, o nikkei afirma não seimportar. “Não tenho medo.No Brasil, ainda tem espaçopara imitadores, mas eles selimitam a fazer cópias. Nãofaço sushi para aparecer, éuma maneira de evoluir a mimmesmo.”

(Gílson Yoshioka)

O novo superintendentegeral do Hospital Santa Cruze da operadora de assistênciaà saúde Plasac, Milton Osaki,esteve em Angola no períodode 28 de novembro a 16 dedezembro. Na ocasião, Osakiministrou um seminário de atu-alização em AdministraçãoHospitalar a gestores e funci-onários de instituições de saú-de da cidade de Luanda, capi-tal daquele país africano, ondese fala o português e que éconsiderado um dos mais po-bres do mundo. O seminárioocorreu durante 12 dias.

O treinamento, que faz par-te do programa de cooperaçãoentre os governos do Japão,Brasil e Angola, contou com aparticipação de 90 alunos,gestores do Hospital JosinaMachel e de 13 postos de saú-de. A iniciativa do programapartiu da Jica (Japan Interna-tional Cooperation Agency), oórgão do governo japonês decooperação e ajuda internaci-onal.

Para a formatação destetreinamento, o próprio médico,junto com outros técnicos bra-

sileiros e japoneses, esteveanteriormente naquele país, nomês de março do ano passa-do, realizando visitas no Hos-pital Josina Machel, na Mater-nidade Lucrécia Paim, e emquatro postos de Saúde.

Avaliação – Todas estas ins-tituições receberam ajuda dogoverno japonês, tanto nareforma de sua estrutura fí-sica quanto nas doações deequipamentos. Das observa-ções desta visita estabele-ceu-se o programa de trei-namento desenvolvimento noSeminário.

A formalização do apoio dogoverno brasileiro ao Progra-ma de Cooperação se efetivoua partir da visita do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva aAngola, ocorrida em setembro.

Desta forma, Osaki e ou-tros peritos brasileiro puderamviajar com o passaporte ofici-al de serviço do governo bra-sileiro. O governo japonês,através da Jica, custeou aspassagens, a hospedagem e aajuda de custo para a elabora-ção das aulas.

Osaki disse que ficou mui-to satisfeito com os resultadosdo seminário. Ele acredita queos conceitos apresentados du-rante as aulas serão muito úteispara a capacitação profissio-nal dos participantes, que re-ceberam no final um certifica-do de participação.

Após a realização do semi-nário ocorreu a avaliação dostrabalhos desenvolvidos comos organizadores (Jica Angolae diretoria do Hospital JosinaMachel) que solicitaram a re-alização do seminário nova-mente com os mesmos temasdesenvolvidos.

O superintendente geral do Hospital Santa Cruz, Milton Osaki, abordou adminsitração hospitalar

DIVULGAÇÃO

Médico do Hospital Santa Cruz ministraseminário em Angola

EDUCAÇÃO

Aliança abreinscrições paraCurso de Kanji

A Aliança Cultural Brasil-Japão inicia em fevereiro o Cur-so de Kanji (ideogramas), queinclui o estudo de 500 caracte-res básicos da língua japonesa,apresentando a origem, a evolu-ção, a classificação e as carac-terísticas dos ideogramas, comexercícios de leitura, escrita eutilização dos caracteres.

O curso é ministrado peloprofessor da ACBJ AlexandreAugusto Varone de Morais,mestre em Língua e CulturaJaponesa pelo programa con-junto do Graduate Institute ofPolitic Studies (GRIPS),National Language Institute eJapan Foundation.

As matrículas estão abertase devem ser feitas pessoalmen-te nas unidades da ACBJ. Oinício das aulas está marcadopara 16/02/08 (sábado), comaulas aos sábados, na unidadeVergueiro, das 13 às 16 horas.

Valores – Parcela única: R$730,00 (incluso matrícula) – atéo dia 08/02 – ou em até 4x

Endereços:Unidade Vergueiro(R. Vergueiro, 727, 5º andar, Liber-dade – metrô Vergueiro)Tel.: 11/3209-6630. E-mail:[email protected] Pinheiros(R. Deputado Lacerda Franco,328, Pinheiros) - Tel.: 11/3815-3446/ 3031-9665. E-mail: [email protected] São Joaquim(R. São Joaquim, 381, 6º andar, Li-berdade – metrô São Joaquim)Tel.: 11/3209-9998 / 3209-6420.E-mail: [email protected]

ECONOMIA

Simpósio Brasil-Japãodiscute rumos dos negócios

A Câmara de Co-mércio e Indústria Ja-ponesa no Brasil, o jor-nal O Estado deS.Paulo e o jornal eco-nômico japonês TheNihon Keizai Shimbun,com o apoio da Embai-xada do Japão no Bra-sil, do Japan ExternalTrade Organization(JETRO) e do JapanBank for InternationalCooperation (JBIC)realizam na quarta-fei-ra (16), o “SimpósioEconômico Brasil-Ja-pão - Os Próximos 100Anos”, que debaterá ofuturo das relaçõeseconômicas entre oBrasil e o Japão.

Durante o simpósio, estu-diosos e protagonistas desseprocesso discutirão os resul-tados e as novas perspecti-vas dessa parceria internaci-onal. Com tradução simultâ-nea português-japonês-portu-guês, o evento contará comnomes de peso, caso do pre-sidente da ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI),Armando Monteiro, do pre-sidente de Centro de Pesqui-sa Internacional de Estraté-gias Público-Privadas, NaokiTanaka, do CEO e presiden-te da Mitsui, Shoei Utsuda,além do ex-ministro de De-senvolvimento, Indústria eComércio Exterior, Luiz Fer-nando Furlan

Em 2008, completam 100anos da imigração japonesa noBrasil. Para dar um significa-do especial à data, os gover-nos dos dois países definiram,

que seria o ano de intercâm-bio Brasil-Japão visando traçaro relacionamento futuro dosdois países para os 100 anosseguintes, durante visita ofici-al do então primeiro-ministrodo Japão, Junichiro Koizumi,ao Brasil, em setembro de2004.

As relações entre os doispaíses têm avançado continu-amente, inclusive no planoeconômico. Após superar umperíodo de estagnação eco-nômica e convivendo com oenvelhecimento populacionale a queda da natalidade, oJapão busca atualmente no-vas alternativas de cresci-mento. Abundante em recur-sos naturais, o Brasil se des-taca hoje pelo dinamismo emvários setores da economia econquista crescente espaçoentre investidores estrangei-ros. Trata-se de um momen-to oportuno para refletir so-bre a cooperação econômicaentre ambos os países, combase na já longa e profícuahistória do intercâmbio bila-teral.

“SIMPÓSIO ECONÔMICOBRASIL-JAPÃO - OSPRÓXIMOS 100 ANOS”DATA: 16 DE JANEIRO (QUARTA-FEIRA)HORÁRIO: DAS 9H ÀS 12H

LOCAL: RENAISSANCE SÃO PAULO HOTEL

(ALAMEDA SANTOS, 2233 - SÃO PAULO)WWW.CAMARADOJAPAO.ORG.BR

O ex-ministro Furlan é um dos destaques

DIVULGAÇÃO

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São Paulo, 12 de janeiro de 2008 JORNAL NIPPAK 7

NHK – PROGRAMAÇÃO – 14 A 20 DE JANEIRO

Programação da NHK

***Programação sujeita a alteração semaviso prévio***

w w w . p r o d u t o s o r i e n t a i s . c o m . b r

14 – Segunda-Feira00:00 NHK News00:10 World Strollers00:55 Overseas Safety Information01:00 NHK News01:10 Grand Sumo New Year

Tournament Highlights01:35 Mini Program01:40 Three-month English Lessons02:00 NHK News02:10 Historical Drama “Atsuhime” Eps.

2 (R)02:55 Our Favorite Songs (R)03:00 NHK News03:10 Internet Agora04:00 NHK News04:15 Grand Sumo New Year

Tournament at Ryogoku (B) (R)05:00 Tanka Poetry05:30 Holiday Interview05:53 News & Weather06:00 News: Good Morning, Japan07:15 Drama Serial “Chiritotechin” Eps.

8607:30 News & Weather07:35 Undecided08:30 News: Good Morning, Japan (R)09:00 News & Weather09:05 Overseas Safety Information09:10 The Ultimate Cuisine09:30 Micro World (R)09:35 My Gardening10:00 News & Weather10:05 NHK Overseas Network10:40 Asian Word Traveller (R)10:45 Drama Serial Encore “Miyako no

Kaze” Eps. 8511:00 News11:15 Live from Your Hometown11:38 Overseas Safety Information11:45 Drama Serial “Chiritotechin” Eps.

86 (R)12:00 News12:05 Fun with English12:15 PythagoraSwitch Mini12:20 Peek-a-boo12:35 With Mother13:00 News & Weather (R)13:05 HDTV Special “National Treasure:

Bandainagon Emaki”14:55 Overseas Safety Information15:00 Grand Sumo New Year

Tournament at Ryogoku (B)17:00 News17:10 Whiz-Kids TV MAX17:45 Walking the Nikko-Oshu Kaido18:00 NHK News 7 (B)18:30 Undecided19:44 Mini Program19:54 World Weather19:55 Japanese Traditional Music20:00 News Watch 9 (B)21:00 NHK Special21:50 Pa Pa Saurus22:00 The Mark of Beauty (B)22:25 World Music Album22:30 News & Sports23:10 Undecided23:53 World Weather23:55 Overseas Safety Information

15 – Terça-Feira00:00 Mini Program00:10 Undecided00:45 Health for Today01:00 NHK News01:10 Grand Sumo New Year

Tournament Highlights01:35 Forerunning Business Minds02:00 NHK News02:15 Weekly Book Review03:10 Points at Issue03:20 Kiddie Craft03:25 Fun with Japanese03:35 With Mother (R)04:00 NHK News04:15 Grand Sumo New Year

Tournament at Ryogoku (B) (R)05:00 Haiku Poetry05:30 News: Good Morning, Japan07:15 Drama Serial “Chiritotechin” Eps.

8707:30 News & Weather07:35 Have a Good Day!08:25 News: Good Morning, Japan (R)08:55 World Weather (E)09:00 News & Weather09:05 Overseas Safety Information09:10 Today’s Menu09:35 Fashionable Living10:00 News & Weather10:05 Living Well at 10010:15 Hobbies and Leisure10:40 Everyday Tips10:45 Drama Serial Encore “Miyako no

Kaze” Eps. 8611:00 News11:20 Live from Your Hometown11:45 Drama Serial “Chiritotechin” Eps.

87 (R)12:00 News12:05 Fun with English12:15 PythagoraSwitch Mini12:20 Peek-a-boo12:35 With Mother13:00 News & Weather13:05 Good Afternoon Japan13:55 TV Exercise14:00 NHK News14:15 World Weather14:20 World Heritage 10014:25 Tokyo Market Information14:55 Overseas Safety Information15:00 Grand Sumo New Year

Tournament at Ryogoku (B)17:00 News

17:10 Whiz-Kids TV MAX17:45 Walking the Nikko-Oshu Kaido18:00 NHK News 7 (B)18:30 Today’s Close-up18:56 World Weather19:00 Extracurricular Lesson (R)19:30 Japan on Site19:59 World Weather20:00 News Watch 9 (B)21:00 NHK Song Concert21:43 World Weather21:45 Undecided22:30 News & Sports23:10 Shibuya Live Stage: That’s Enka!23:53 World Weather23:55 Business Frontline

16 – Quarta-Feira00:15 News Today 30 Minutes (E)00:45 Health for Today01:00 NHK News01:10 Grand Sumo New Year

Tournament Highlights01:35 News Today Asia (E)01:50 Points at Issue02:00 NHK News02:15 The Moment History Changed (R)02:58 World Weather03:00 NHK News03:15 Overseas Safety Information03:20 Kiddie Craft03:25 Fun with Japanese03:35 With Mother (R)04:00 NHK News04:15 Grand Sumo New Year

Tournament at Ryogoku (B) (R)05:00 Enjoy Learning: The Knowledge

Master05:25 Baby Care Tips05:30 News: Good Morning, Japan07:15 Drama Serial “Chiritotechin” Eps.

8807:30 News & Weather07:35 Have a Good Day!08:25 News: Good Morning, Japan (R)08:55 World Weather (E)09:00 News & Weather09:05 Today’s Menu09:30 Utakai Hajime (Imperial New

Year’s Poetry Reading)10:45 Drama Serial Encore “Miyako no

Kaze” Eps. 8711:00 News11:20 Live from Your Hometown11:45 Drama Serial “Chiritotechin” Eps.

88 (R)12:00 News12:05 Fun with English12:15 PythagoraSwitch Mini12:20 Peek-a-boo12:35 With Mother13:00 News & Weather13:05 Good Afternoon Japan13:55 TV Exercise14:00 NHK News14:15 World Weather14:20 World Heritage 10014:25 Tokyo Market Information14:55 Overseas Safety Information15:00 Grand Sumo New Year

Tournament at Ryogoku (B)17:00 News17:10 Whiz-Kids TV MAX17:45 Walking the Nikko-Oshu Kaido18:00 NHK News 7 (B)18:30 Today’s Close-up18:56 World Weather19:00 Top Runners19:44 World Weather19:45 Micro World19:50 Meet the Legend20:00 News Watch 9 (B)21:00 Science for Everyone21:43 World Weather21:45 Professionals22:30 News & Sports23:10 Shibuya Live Stage: Japanese

Narrative23:53 World Weather23:55 Business Frontline

17 – Quinta-Feira00:15 News Today 30 Minutes (E)00:45 Health for Today01:00 NHK News01:10 Grand Sumo New Year

Tournament Highlights01:35 News Today Asia (E)01:50 Points at Issue02:00 NHK News02:15 Exploring World Heritage (R)02:58 World Weather03:00 NHK News03:15 Overseas Safety Information03:20 Kiddie Craft03:25 Fun with Japanese03:35 With Mother (R)04:00 NHK News04:15 Grand Sumo New Year

Tournament at Ryogoku (B) (R)05:00 Enjoy Learning: My Favorite Fi-

gures05:25 Baby Care Tips05:30 News: Good Morning, Japan07:15 Drama Serial “Chiritotechin” Eps.

8907:30 News & Weather07:35 Have a Good Day!08:25 News: Good Morning, Japan (R)08:55 World Weather (E)09:00 News & Weather09:05 Overseas Safety Information09:10 Today’s Menu09:35 Fashionable Living10:00 News & Weather10:05 Pottery Dream Atelier

10:15 Hobbies and Leisure10:40 Everyday Tips10:45 Drama Serial Encore “Miyako no

Kaze” Eps. 8811:00 News11:20 Live from Your Hometown11:45 Drama Serial “Chiritotechin” Eps.

89 (R)12:00 News12:05 Fun with English12:15 PythagoraSwitch Mini12:20 Peek-a-boo12:35 With Mother13:00 News & Weather13:05 Good Afternoon Japan13:55 TV Exercise14:00 NHK News14:15 World Weather14:20 World Heritage 10014:25 Tokyo Market Information14:55 Overseas Safety Information15:00 Grand Sumo New Year

Tournament at Ryogoku (B)17:00 News17:10 Whiz-Kids TV MAX17:45 Walking the Nikko-Oshu Kaido18:00 NHK News 7 (B)18:30 Today’s Close-up18:56 World Weather19:00 Songs of Our Generation19:30 Japan’s Academia19:59 World Weather20:00 News Watch 9 (B)21:00 Thursday Samurai Drama21:43 World Weather21:45 The Moment History Changed22:30 News & Sports23:10 Shibuya Live Stage: Music

Paradise23:53 World Weather23:55 Business Frontline

18 – Sexta-Feira00:15 News Today 30 Minutes (E)00:45 Health for Today01:00 NHK News01:10 Grand Sumo New Year

Tournament Highlights01:35 News Today Asia (E)01:50 Points at Issue02:00 NHK News02:15 NHK Song Concert (R)02:58 World Weather03:00 NHK News03:15 Overseas Safety Information03:20 Express Yourself! Mini03:25 Fun with Japanese03:35 With Mother (R)04:00 NHK News04:15 Grand Sumo New Year

Tournament at Ryogoku (B) (R)05:00 Enjoy Learning: Real Life Stories05:25 Baby Care Tips05:30 News: Good Morning, Japan07:15 Drama Serial “Chiritotechin” Eps.

9007:30 News & Weather07:35 Have a Good Day!08:25 News: Good Morning, Japan (R)08:55 World Weather (E)09:00 News & Weather09:05 Overseas Safety Information09:10 Today’s Menu09:35 Fashionable Living10:00 News & Weather10:05 Meet the Legend (R)10:15 Hobbies and Leisure10:40 Everyday Tips10:45 Drama Serial Encore “Miyako no

Kaze” Eps. 8911:00 News11:20 Friday Variety11:45 Drama Serial “Chiritotechin” Eps.

90 (R)12:00 News12:05 Fun with English12:15 PythagoraSwitch Mini12:20 Peek-a-boo12:35 With Mother13:00 News & Weather13:05 Good Afternoon Japan13:55 TV Exercise14:00 NHK News14:15 World Weather14:20 World Heritage 10014:25 Tokyo Market Information14:55 Overseas Safety Information15:00 Grand Sumo New Year

Tournament at Ryogoku (B)17:00 News17:10 Whiz-Kids TV MAX17:45 Walking the Nikko-Oshu Kaido18:00 NHK News 7 (B)18:30 Tokyo Metropolis18:55 World Weather19:00 The Quiz Monster19:30 Undecided19:59 World Weather20:00 News Watch 9 (B)21:00 Songs of Japanese Spirit22:30 News & Sports23:10 Cool Japan23:55 Business Frontline

19 – Sábado00:15 News Today 30 Minutes (E)00:45 World Heritage 100 Selection (R)01:00 NHK News01:10 Grand Sumo New Year

Tournament Highlights01:35 News Today Asia (E)01:50 Points at Issue02:00 NHK News02:15 Thursday Samurai Drama (R)02:58 World Weather03:00 NHK News

03:15 Overseas Safety Information03:20 Express Yourself! Mini03:25 Fun with Japanese03:35 With Mother (R)04:00 NHK News04:10 Grand Sumo New Year

Tournament at Ryogoku (B) (R)05:00 Enjoy Learning: History at Hand05:25 Baby Care Tips05:30 News: Good Morning, Japan07:13 World Weather07:15 Drama Serial “Chiritotechin” Eps.

9107:30 NHK Weekly News08:00 Check Your Life Budget08:30 Extracurricular Lesson09:00 News & Weather09:05 Songs for Everyone09:10 Begin Japanology (B)09:40 Fashionable Living10:05 Touring Castles with Ryotaro

Shiba10:20 Hobbies and Leisure10:45 Drama Serial Encore “Miyako no

Kaze” Eps. 9011:00 News11:15 Law and Laughter11:40 Beautiful Peaks of Japan11:45 Drama Serial “Chiritotechin” Eps.

91 (R)12:00 News12:05 Historical Drama “Atsuhime” Eps.

2 (R)12:50 Enjoying Hot Springs13:00 NHK News13:10 World Strollers13:55 World Music Album14:00 NHK News14:10 J-MELO (E)14:39 World Weather (E)14:40 Insight & Foresight (E)15:00 Grand Sumo New Year

Tournament at Ryogoku (B)17:00 News17:10 News for Kids Weekly17:42 Our Favorite Songs17:45 Pet Counseling18:00 NHK News 7 (B)18:30 Can You Speak English?18:59 World Weather19:00 Exploring World Heritage19:45 News & Weather20:00 Saturday Drama “Full Swing”

Eps. 121:00 NHK News21:10 Tonight with Kiyoshi21:53 World Weather21:55 Asian Word Traveller22:00 NHK News22:10 Nature Wonder Land22:40 Inspiring Lives: Europe23:00 Saturday Sports News23:25 MUSIC JAPAN23:55 Overseas Safety Information

20 – Domingo00:00 NHK News00:10 WHAT’S ON JAPAN (B)00:40 Getting into Nihongo01:00 NHK News01:10 Grand Sumo New Year

Tournament Highlights01:35 Mini Program01:40 The Ultimate Cuisine (R)02:00 NHK News02:10 Go & Shogi Journal03:30 Japanese Narrative Art04:00 NHK News04:10 Grand Sumo New Year

Tournament at Ryogoku (B) (R)05:00 News & Weather05:15 What’s New on Japanese Food05:50 TV Exercise06:00 News: Good Morning, Japan06:45 Natural Grandeur of the East06:59 World Weather (E)07:00 Little Trips07:25 Business Compass07:57 World Weather08:00 Sunday Debate09:00 News & Weather09:05 Number One in Japan09:50 World Heritage 10009:55 Overseas Safety Information10:00 Time for a Hobby10:59 World Weather11:00 News11:15 The 13th Inter-Prefectural Men’s

Ekiden (Long-Distance RelayRace)

14:10 News & Weather14:15 Deciphering Science14:59 World Weather15:00 Grand Sumo New Year

Tournament at Ryogoku (B)17:00 News17:10 Junior High School Diary17:40 Overseas Safety Information17:45 Pet Counseling18:00 NHK News 7 (B)18:30 Battle for Laughs (R)18:59 World Weather19:00 Historical Drama “Atsuhime”

Eps. 319:45 News & Weather20:00 NHK Special20:49 World Weather20:55 World Heritage 100 (R)21:00 NHK News21:10 Pop Music Club Premium22:00 This Week and You22:40 NY Streets23:00 Sunday Sports News

CÍCERO HARADA*

18 de junho de 1908. Che-garam a Santos, trazendoconsigo cultura milenar, os pi-oneiros da imigração nipôni-ca. Eram 781 contratados, 10espontâneos e outros. Novapor Kasato Maru haviampartido de Kobe, em 28 deabril de 1908. Para eles, umhorizonte de esperança seabria. O Brasil os recebia comfundamento no Decreto-lei nº97, de 5 de outubro de 1892.Em 1895, fora assinado o Tra-tado de Amizade, Comércioe Navegação entre o Brasile o Japão. Historiar os fatosem suas minúcias? Não, nãoé isto que pretendo. Os his-toriadores o farão melhor.

Criança ainda ia visitarmeus avós. Lá, a felicidadeimensa de suas presenças.Depois, o sítio, o espaço, o en-contro de primos e tios, o arpuro, o céu azul, o sol, um res-to de mata atlântica, límpidosriachos, noites escuras, mi-lhões de cintilantes pontinhos,a Via Láctea. Amiúde deita-va-me a olhar fixamenteaquele céu e, de inopino, mer-gulhava numa velocidade in-crível na direção infinda dasestrelas. Deus existe, é Ele oCriador, dizia silenciosamen-te a mim mesmo.

Ensimesmado nessas co-gitações, ouvia a voz meigade vovó a lembrar-me do ba-nho diário de ofurô. Já entra-do em anos, Keida Harada,meu avô, como fazia todos osdias desde que chegara aoBrasil, em 1913, escrevia pre-ciosas notas. Eram fatos pro-saicos do cotidiano, não só dafamília, mas também daque-la operosa colônia japonesa.Esse documento testemunhamais de seis décadas.

Meu avô e minha avó ti-nham muito contato com par-cela grande de famílias japo-nesas, pois ele fundara e pormuito tempo dirigira a Coo-perativa Agrícola de Suzano.Era também uma espécie deconselheiro, até mesmointermediando o casamentoarranjado (“miai”), que, parameu espanto, parecia sempredar certo. Compartilhara, as-sim, com elas, a cortante nos-talgia da Terra das Cerejei-ras, as doenças, as agruraseconômicas, o sofrimento dostempos da guerra, a persegui-ção.

Mas não foram só triste-zas e angustias. Havia o“undokai”, uma espécie degincana familiar esportiva erecreativa. A delicada artedos arranjos florais (“ikeba-na”) de vovó, a cerimônia dochá (“chanoyu”), o longo cul-tivo das árvores anãs(“bonsai”), as mágicas for-mas das dobraduras (“origa-mi”), o marcial ribombar do“taiko”, tambor japonês. Ascanções (como não me re-cordar da tradicional “Saku-ra”, flor de cerejeira? Do“karaoke”?), as estórias e adeliciosa culinária, especiali-dade de minha avó.

Não há olvidar o judô, ocaratê, o sumô, a arte do ma-nejo da espada (“kendô”),que guardam perfeita com-plementaridade com o crisân-temo, a sofisticada, suave esutil estética japonesa. De-pois, a tenacidade, o esforçoe a paciência fizeram com queum filho seu, meu pai, pudes-se bacharelar-se em direitona Faculdade do Largo deSão Francisco, onde tambémme formei.

Exigia-nos de todos os ne-tos retidão, estoicismo de sa-murai, sabedoria, disciplina emuito trabalho. Cobrava-nosestudo, leituras e meditaçãosobre as disciplinas. Respei-to absoluto aos mestres. Dis-se-me certa feita: “não sepode sequer pisar na sombrade um professor”. Depois,aconselhava a não me remo-er em dúvidas: “Perguntesempre. Não se esqueça doprovérbio nipônico: perguntaré vergonha de um dia, a ig-norância, vergonha para todaa vida”. Quando eu esmore-cia, ele, voz firme e entusias-mada, exclamava: “gambarê!Gambarê!” (em português:ânimo, seja forte, lute apesarde todas as dificuldades). Elá, das profundezas de meudesânimo, da dor e do pessi-mismo, da raiz de meu ser,clamava a Deus a força dasuperação. Ensinava-nos queeste era o espírito nipônico.Era assim que iríamos con-tribuir para o nosso cresci-mento e para compor e colo-rir esta linda aquarela do Bra-sil. “Do meu Brasil brasilei-ro”, “desse Brasil lindo e tri-gueiro”, da “morena sestro-sa”, das “fontes murmuran-tes”, da intuição, da criativi-dade, da candura fagueira.

Meu avô que nunca per-dera o filial e ardente amor àTerra do Sol Nascente, pôdeostentar com orgulho o títulode cidadão brasileiro outorga-do por decreto presidencial.Com sua mulher, filhos e ne-tos, na saga de milhares e mi-lhares de imigrantes japone-ses e descendentes, seus co-rações puderam sentir o abra-ço das chamas de um profun-do e irremediável amor: amorà terra de Santa Cruz, quecom sangue, suor e lágrimasajudaram a construir. Amor aesta sagrada “Terra Brasi-lis”! “Terra de Nosso Se-nhor! Brasil!”

*Cícero Harada é advogado, pro-curador do Estado de São Paulo,presidente da Comissão de De-fesa da República e da Democra-cia e conselheiro da OAB.

ARTIGO

Da Terra do Sol Nascente à “Terra Brasilis”:O Centenário da Imigração Japonesa

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8 JORNAL NIPPAK São Paulo, 12 de janeiro de 2008

CENTENÁRIO

Rin’ abre as comemorações emSP com promessa de casa cheia *MARI SATAKE

Deve acontecercom todo mundo. Àsvezes somos obriga-dos a nada fazer anão ser esperar pas-sar o tempo. Numadessas ocasiões, en-quanto esperavapela hora da partidanuma estação rodo-viária, entrei na lojade jornais e revistaspara tentar acharalgo que agradasseaos meus olhos. Malentrei vi uma bancade promoções de li-vro. Sei que nestasbancas é raro encon-trar algo que meatraia, mas desta vez, fuipega pela surpresa. Entre asdezenas de best sellers, en-contrei um título que me cha-mou a atenção, “Não meabandone jamais”. O autor éKazuo Ishiguro. Nada havialido dele, mas sabia que é umescritor de língua inglesa, po-rém nascido no Japão. Resol-vi apostar na leitura.

De forma despretensiosa,aos poucos somos introduzi-dos ao universo de Kathy H.Universo composto muitomais pelas lembranças de in-fância e adolescência da jo-vem e de seus amigos, do quepelas suas relações atuais oumesmo expectativas e ideali-zações futuras. Kathy H. tem31 anos e é uma cuidadora.Está nesta função há onzeanos e considera-se uma vi-toriosa. Afinal, tem sua casa,seu carro, uma relativa liber-dade para rodar pelas estra-das do interior de seu país eprincipalmente, pode-se darao luxo de escolher os doa-dores que receberão os seuscuidados.

Enquanto percorre pelasestradas e lembranças de seupassado, somos apresentadosa Hailsham. Uma espécie deinternato cravado em algumlugar desconhecido da Ingla-terra para crianças diferen-ciadas. Assim como Hailshamexistem outros internatos si-milares espalhados pelo país,porém em Hailsham haviauma preocupação maior coma educação especial dedicadaaos internos e Kathy sabe quelá aconteceram os melhoresanos de sua vida.

Como todas as outras cri-anças, as de Hailsham tam-bém cresciam. Se enquantoeram crianças, tinham o am-biente de proteção à sua vol-ta, dentro de pouco tempo, jánão terão mais. Deverão dei-xar Hailshan e se dirigir paraalguns dos centros de prepa-ro para a derradeira etapa desuas vidas. Local onde pas-sarão a conviver com outrosseres como eles, vindos deoutros internatos.

Nestes novos tempos, omundo já não se apresenta deforma protetora como antes,os desacertos começam a seanunciar. Ora é o jovem ca-sal de enamorados desejososde obterem mais tempo paraviverem o amor. Tempo quese revela impossível. Ora é ajovem que desejava encontraro modelo que lhe deu origeme em quem sonhava se espe-lhar para seguir uma carreiraprofissional. Sonhos e dese-jos que se revelam impossí-

veis para estes seres que nãosabem de onde foram gera-dos, apenas supõem que daescória da sociedade. Podemter sido gerados das prostitu-tas, dos viciados, dos vaga-bundos, jamais de pessoasque não se enquadrem nes-tas categorias. Produtos daescória que são, a eles nadaresta a não ser prosseguir emdireção ao que foram desti-nados, mantendo seus corpossaudáveis e em perfeita or-dem para que seus órgãossejam aproveitados em outroscorpos. Outros corpos quepoderão ter direito à vida, àmanutenção das expectati-vas, dos sonhos e desejos etambém das ilusões que com-põem o que chamamos deexistência humana.

O relato das lembrançasde Kathy H. aconteceu nofinal dos anos 1990, dentro depoucos meses, ela tambémpassará à condição de doa-dora, condição a que estavadestinada bem antes de suachegada ao mundo e contraa qual nunca houve nada afazer. Por quanto tempo

ficará nesta nova fasenão a preocupa. Sabe apenasque a partir daí, terá bastantetempo para si nos centros derecuperação. Tempo para sealimentar de suas lembran-ças. Lembranças são o quelhe restam, estas não pode-rão lhe tomar. Seus amigosqueridos já se foram, Hail-sham já não existe mais. Res-ta-lhe sua memória, suas lem-branças.

Para quem desejava ape-nas algo agradável aos olhospara ocupar as horas de nadafazer, esta se revelou uma lei-tura devastadora. Dias após,lembrando daquelas supostasvidas fictícias, penso nas vári-as formas de dominação e so-frimentos entre os grupos hu-manos. Um mundo sem do-minações, haverá de existir?

Sobre o autor: KazuoIshiguro, nasceu em 1.954em Nagasaki no Japão.Aos 6 anos de idade mudou-se com a família para a In-glaterra, onde ainda vive.Tem várias obras publica-das. Recebeu o BookerPrize em 1989 com “Os re-síduos do dia” (1989),obra adaptada para as te-las de cinema por JamesIvory. Também é autor de“Quando éramos órfãos”(2000), ambos publicadosno Brasil.

*Mari Satake, é engenheirasanitarista e psicóloga

CULTURA JAPONESA

Peças de reposiçãoREPRODUÇÃO

OShow de Abertura -Japão-Brasil 100Anos, realizado pelo

Consulado Geral do Japão emSão Paulo no Auditório TIM– Parque do Ibirapuera, no dia16 de janeiro (quarta), com aparticipação do grupo japonêsRin´, formado por Mana (voz,koto e shamisen), Chie (voz,koto de 17 cordas, shamisen)e Tomoca (voz, biwa e sha-kuhachi), é um dos destaquesdas atividades programadaspara janeiro pela Associaçãopara Comemoração do Cen-tenário da Imigração Japone-sa no Brasil. Os convites jáestão esgotados.

O show também terá parti-cipação do menino prodígioAgatsuma Hiromitsu, especi-alista em tsugaru shamisen.Representando o Brasil na fes-ta, o público poderá conferir aovivo o talento de Hamilton deHolanda ao bandolim, finali-zando com o violão magistralde Yamandu Costa.

Rin´ faz uma releitura dasobras clássicas japonesas,

apontando novas tendênciaspara a música tradicional ja-ponesa. Sua estréia nos Es-tados Unidos em 2006 aolado de Lisa Loeb e LeighNash foi o início de um gran-

de sucesso deste trio noOcidente, e a partir de en-tão, tem conquistado um pú-blico cada vez maior comperfomances inovadoras edelirantes.

Agatsuma Hiromitsu ini-ciou seus estudos de tsu-garu-shamisen aos 6 anos deidade. Aos 15 anos tornou-se o mais jovem vencedor doConcurso de Tsugaru-Sha-misen do Japão. Em turnêsinternacionais, dividiu o pal-co com renomados artistascomo Marcus Miller (baixo)e Herbie Hancock (piano),incorporando as linguagensmusicais de lugares do oci-dente.

A sua busca pela tradiçãoe inovação deste instrumen-to milenar injeta novos aresà música tradicional japone-sa.

JAPÃO-BRASIL 100 ANOSQUANDO: 16 DE JANEIRO, ÀS 20H30ONDE: AUDITÓRIO IBIRAPUERA

ENTRADA FRANCA.HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DA

BILHETERIA: TERÇA A QUINTA, DOMINGO,DAS 9H ÀS 18H. SEXTA E SÁBADO, DAS 9H

ÀS 21H. SEGUNDA - FECHADA

NÃO HAVERÁ RESERVA POR TELEFONE

LOTAÇÃO: 800 PESSOAS

MAIS INFORMAÇÕES: (11) 5908-4299

Trio fará releitura de obras clássicas da música japonesa

DIVULGAÇÃO

A Prefeitura Municipal deLins, através da ComissãoMunicipal das Festividades doCentenário da Imigração Japo-nesa no Brasil, realiza hoje(12), a partir das 10h, na RuaRodrigues Alves, a cerimôniade lançamento da Pedra Fun-damental do Portal do Cente-nário da Imigração Japonesano Brasil.

Ontem (11), foram lança-dos o Calendário das Come-

morações do Centenário e oConcurso Literário, que tam-bém fazem parte dos contex-tos dos festejos na região.Os eventos, que contamcom apoio da Abcel (Asso-ciação Beneficente, Culturale Esportiva de Lins), Asso-ciação Comercial de Lins eGrupo Orquidófilo de Lins,abrem oficialmente as festi-vidades do Centenário nomunicípio.

CENTENÁRIO

Lins abre oficialmente ascomemorações no município

O fotojornalistaJonny Ueda e a jor-nalista Tina percor-reram o mesmocaminho feito pelofotógrafo Tamamu-ra Kozaburo há umséculo, quando osprimeiros imigran-tes japoneses fazi-am o caminho in-verso e chegavamao Brasil. O resul-tado pode ser con-ferido na exposição“Kari Me”, que seráinaugurada no pró-ximo dia 17, no Es-paço Cultural Ban-co Central do Bra-sil, em São Paulo.

Tamamura nas-ceu em 1856 e mon-tou sua primeiraloja em Tóquio, em1874. Logo ficou conhecidopela perfeição com que colo-ria fotografia em preto-e-bran-co, para oferecer aos turistascomo recordação.

Com o sucesso do seu tra-balho, montou seu estúdio em

Yokohama, em 1883, e ficouconhecido como o criador doYokohama Shashin (fotografiapara turista) e pela publicação,nos Estados Unidos, do JapanDescribed and Illustrated, re-sultado de uma encomenda de

EXPOSIÇÃO

Jonny Ueda e Tina Andrade expõem no Banco Centralcerca de 180 mil fotografiascolorizadas à mão pela suaequipe.

Tamamura captou cenas dodia-a-dia japonês na Era Meiji,marcada pelo fim do feudalis-mo e início da modernizaçãodo Japão atual.

Jonny Ueda toma o olharde Tamamura emprestado erevela como os personagensde suas fotografias poderiampassar pelo túnel do tempo eressurgir 100 anos depois.

É um encontro do passadoe do presente, que TinaAndrade contará aos visitan-tes, com a revelação de curio-sidades e de fatos inéditos,com o principal objetivo detransmitir os conhecimentostradicionais e étnicos da cultu-ra japonesa e permitir sua pre-servação.

Trata-se de uma homena-gem de Ueda e Tina aos 100anos da Imigração Japonesano Brasil.

Carreirra – Jonny iniciou suacarreira há 10 anos, quandocobria eventos do Fujigroup.

Venceu o concurso organiza-do pelo International Press(Japão), com o tema “Dia dasMães” e cobriu vários even-tos sociais no Japão. Recen-temente, foi apontado como“Jovem Talento” na maior co-munidade de fotógrafos edesigners, o Flickr.

Tina já venceu vários con-cursos literários, como o Pri-meiro Concurso de Poesias doOrkut (2005), ConcursosAbertos de Poesia, no TeatroArthur Azevedo (RJ) e Con-curso de Canto para JovensTalentos da Fundação MokitiOkada. Também é autora dolivro “Minha Poesia Safada”.

EXPOSIÇÃO “KARI ME”ONDE: ESPAÇO CULTURAL BANCO

CENTRAL DO BRASIL (AV. PAULISTA,

1804, TÉRREO)QUANDO: DE 18 DE JANEIRO A 7 DE

FEVEREIRO. DE SEGUNDA A SEXTA (EXCETO

FERIADO), DAS 10 ÀS 16H. ABERTURA:DIA 17 DE JANEIRO, DAS 18 ÀS 22H

INFORMAÇÕES PELO TEL.: 11/3491-

6916 / [email protected]

WWW.BCB.GOV.BR

Imagens revelam contrastes do presente

DIVULGAÇÃO

A exposição “TatsumiOrimoto no Masp”, primeiraretrospectiva do artista japonêsfora de seu país, prossegue atéo dia 27 de abril em São Pau-lo. Organizada pela curadoraTereza de Arruda, a mostraabrange 30 anos de sua pro-dução, com cerca de 10vídeos, 1200 fotografias, 160desenhos e cartazes seleciona-dos.

O artista é conhecido do

EXPOSIÇÃO 2

Mostra de Tatsumi Orimotoprossegue até 27/04

público brasileiro pelas ousa-das participações na Bienal deSão Paulo em 1991 e 2002.Em 2001, conquistou a Bienalde Veneza, ao pendurar pneusde automóveis no pescoço desua mãe e colocá-la em cai-xas de papelão.

A obra de Tatsumi Ori-moto se desenvolve a partir deperformances, que remetem acenas do cotidiano e refletema questão do envelhecimentoe suas conseqüências sociais.

TATSUMI ORIMOTO –RETROSPECTIVAONDE: MASP (AV. PAULISTA, 1578 –CERQUEIRA CÉSAR - SÃO PAULO)QUANDO: ATÉ 27 DE ABRIL. DE TERÇA

A DOMINGO, DAS 11 ÀS 18 HORAS

INGRESSOS: R$ 15 (INTEIRA) E R$ 7(ESTUDANTE)ENTRADA GRATUITA PARA MENORES DE

10 ANOS E MAIORES DE 60 ANOS

INFORMAÇÕES: WWW.MASP.ART.BR

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São Paulo, 12 de janeiro de 2008 JORNAL NIPPAK 9

Guia Visual Japão traz dicas denegócios e trabalhos no Japão

LIVROS

APublifolha acaba delançar no mercado o“Guia Visual Japão”,

apresentando orientações es-senciais para quem deseja fa-zer negócios ou trabalhar noJapão e não quer errar na horade se apresentar para uma reu-nião, entregar o seu cartão devisita e convidar os novos con-tatos para sair.

Dentre as dicas, estão osnegócios. Assim como em di-versas outras áreas, o Japão éuma mistura complexa do hi-tech com elementos antigos.As questões práticas são fa-cilmente resolvidas nesta ter-ra caracterizada pela cortesiae pela tecnologia de ponta. Emoutros aspectos, no entanto,fazer negócios no Japão cons-titui um desafio, mesmo paraas pessoas mais acostumadas.A estrutura e os hábitos, tãodiferentes dos ocidentais, comfreqüência ocasionam mal-en-tendidos.

As relações comerciaiscom os japoneses sãomarcadas pela longa negocia-ção. Isso se evidencia no pla-nejamento das corporações ena lentidão para a tomada de

decisões. O emprego vitalícioem uma única firma não temsido mais a norma, mas a em-presa constitui ainda uma co-munidade ao redor da qual as-salariados constroem suas vi-das -se você perguntar a al-guém o que faz, a resposta nãoserá a profissão, mas a com-panhia na qual trabalha.

É um sistema difícilpara os estrangeiros. Asempresas tendem aagrupar-se, oficialmenteou não, em enormes con-glomerados industriais(keiretsu), abrangendouma rede de subsidiári-as e terceirizados. O Ja-pão tem reputação deser protecionista e, em-bora a situação tenhamelhorado, há elevadastaxas de importação so-bre produtos industriali-zados cujos setores o go-verno deseja proteger,tais como o de mobiliá-rio e o de medicamentos.Exportar não é tão difí-cil, mas lidar com a pa-pelada de importação eexportação pode tomartempo. Apesar disso, o

esforço de fazer contatos ecriar novos relacionamentospode valer a pena.

Nas rodadas de negocia-ções, paciência e bons modossão o segredo da negociaçãono Japão. Os japoneses acos-tumados a tratar com estran-geiros fazem concessões aosmodos ocidentais, mas para ter

mais chances de sucesso valea pena agir de acordo com asexpectativas dos japoneses.Mesmo no calor, evite vestir-se informalmente demais; che-gue às reuniões no horário mar-cado, ou antes; fale com res-peito; e no início recuse o as-sento de honra (o mais distan-te da porta).

Pequenos presentes e con-vites para ir a um bar, ou ou-tras formas de entretenimen-to, fazem parte do sistema denegociação, fortalecendo oscontatos pessoais. Isso é umtraço cultural e não deve serentendido como suborno. Asempresas japonesas tomamdecisões por consenso: porisso, algumas propostas vagaspodem ser úteis. Paraminimizar a confusão lingüísti-ca, é essencial falar com sim-plicidade.

“JAPÃO”AUTOR: DORLING KINDERSLEY

EDITORA: PUBLIFOLHA

PÁGINAS: 408QUANTO:R$ 92,00ONDE COMPRAR: NAS PRINCIPAIS LIVRA-RIAS, PELO TELEFONE 0800-140090 OU

NO SITE DA PUBLIFOLHA

REPRODUÇÃO

A próxima terça-feira (15)promete ser movimentada paraa comunidade. Tudo por contado lançameto da obra “O Nik-kei no Brasil”, que traz o fe-nômeno da imigração japone-sa no Brasil e sua presença nasociedade brasileira. O livro,coordenado pelo professorKiyoshi Harada e escrita pormais 11 autores de diferentesáreas de conhecimento, tem630 páginas e mais de 50 ilus-trações fotográficas.

No lançamento, 500 unida-des estarão disponíveis aosconvidados. Desse total, 300serã distribuídos gratuitamen-te para entidades pré-determi-nadas pela Associação do Cen-tenário. O restante pode seradquirido pelos presentes me-diante o convite da cerimôniae custarão a metade do preço– R$ 40,00. “É uma oportuni-dade para rever amigos e co-nhecer um pouco mais sobreesta obra. Alguns dos autoresestarão presentes e falarãosobre a concepção”, afirmaKiyoshi Harada, acrescentan-do que o evento será televisio-nado. “A TV Alesp estará pre-sente, pois ficaram extrema-mente interessados em cobriro lançamento.”

A obra homenageia a co-munidade nikkei no Brasil, e faz

parte das comemorações ofi-ciais do Centenário da Imigra-ção Japonesa no Brasil. Divi-dido em 15 capítulos, o livroinvestiga os motivos pelosquais os imigrantes japonesesconseguiram superar toda sor-te de dificuldades, atingindotamanho avanço em termos deintegração à sociedade local,deixando de ser uma “colônia”para transformar-se em seg-mento marcante da ampla so-ciedade brasileira, multirraciale multicultural.

O livro traz depoimentos de19 personalidades, entrevista-das por Harada, e foi escritocom a colaboração dos auto-res André Ryo Hayashi, Dé-cio Nakagawa, Isidoro Yama-naka, Kazuo Watavane, Kyo-ko Nakagawa, Masato Nino-miya, Massami Uyeda, ReimeiYoshioka, Renato Yamada,Roque Nishida e TuyociOhara.

LANÇAMENTO “O NIKKEI NOBRASIL” – OBRA COLETIVA

DATA: 15 DE JANEIRO DE 2008(TERÇA-FEIRA)HORÁRIO: 19 HORAS

LOCAL: HALL DA ASSEMBLÉIA

LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO

AV. PEDRO ÁLVARES CABRAL, 201,IBIRAPUERA, SÃO PAULO, SPSITE: WWW.CENTENARIO2008.ORG.BR

LITERATURA

Lançamento de ‘O Nikkei noBrasil’ terá cobertura televisiva

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10 JORNAL NIPPAK São Paulo, 12 de janeiro de 2008

FOTOGRAFIA

Mitsuca lança modelo slim commonitor de 3 polegadas e 7 MP

TECNOLOGIA

Nokia N800 chega ao mercado nacional combinandoprodutividade e entretenimento

A Nokia acaba de trazerpara o Brasil o Nokia N800,Internet tablet que traz rápidaconectividade com diversosaplicativos corporativos e pes-soais. Com formato ergonômi-co, visor touch screen de altaresolução e áudio estéreo, omodelo é um dispositivo por-tátil de entretenimento, além decontar com facilidades parabaixar conteúdo ou assisti-lospor streaming.

O tablet foi projetado parao uso intensivo de aplicaçõescomo chamadas VoIP e devídeo pela Internet, o que in-clui a utilização do Skype, quejá vem integrado ao aparelho,troca de mensagens instantâ-neas e uso de e-mail móvel.Uma webcam permite que aconversa se torne ainda maisconfortável. Por não ter sidodesenvolvido como um celular,

cionalidades. Para isso, os usu-ários contam com o suporte doForum Nokia, comunidade on-line com mais de três milhõesde desenvolvedores. No sitewww.nokia.forum.com, os in-teressados têm acesso às fer-ramentas e informações paracriar e testar seus aplicativos.

O suporte para a platafor-ma Linux ocorre da mesmaforma já provida pelo ForumNokia aos sistemas operacio-nais Symbian e Java, reforçan-do o posicionamento da em-presa de trabalhar com produ-tos de códigos abertos. Com oacompanhamento dos enge-nheiros da Nokia, a expectati-va é que a documentação so-bre o modelo já existente nofórum cresça, facilitando oacesso dos desenvolvedoresao material. O preço sugeridoé de R$ 1.499,00.

o produto não é compatívelcom redes GSM, mas conecta-se à Internet através de Wi-Fie via Bluetooth, utilizando umcelular como modem.

“Com a Internet se tornan-do cada vez mais parte do co-tidiano das pessoas, tê-la sem-pre à mão da melhor formapossível é uma exigência dos

consumidores”, afirma Gusta-vo Jaramillo, diretor de produ-tos e serviços da Nokia doBrasil. “O Nokia N800 é idealpara esse uso, com acesso rá-pido aos serviços preferidos dequalquer local”.

Baseado na plataformaLinux, o Nokia N800 permite odesenvolvimento de novas fun-

Formato ergonômico e visor touch screen são destaques

DIVULGAÇÃO

A montadora japonesaNissan fechou o ano de 2007com 11.885 unidades comerci-alizadas, o dobro em relação aoano anterior, impulsionada prin-cipalmente pelos três lança-mentos feitos ao longo do ano:Nissan Sentra, Nissan Tiida eNova Nissan Frontier. Este é omelhor resultado da história damontadora no Brasil, desde oinício de suas operações em2001. Segundo a Anfavea, aindústria automobilística brasi-leira encerrou este ano com2,46 milhões de unidades ven-didas, crescimento de 27,8%em relação a 2006.

Os três novos modelos in-troduzidos no mercado brasi-leiro este ano ampliaram sig-nificativamente a participaçãoda Nissan no segmento de car-ros de passeio, em que a mon-tadora teve um crescimento demais de 700% em relação a2006. O Nissan Tiida manteveo bom desempenho no últimotrimestre de 2007 e vendeu15% acima do esperado pelamontadora. Já o Nissan Sentrafoi responsável por 44% dasvendas totais da Nissan no ano,sendo que 65% destes veícu-los foram modelos com câm-bio automático Xtronic CVT®.

A receptividade da NovaNissan Frontier por todo o paíscorrespondeu às expectativase a picape já registra mais de700 unidades vendidas desdeo lançamento no final de no-vembro do ano passado.

Para 2008 a Nissan deveaumentar a presença no mer-cado brasileiro, tanto emmarket share, quanto em nú-mero de concessionárias. Atu-almente a montadora tem 65concessionárias em 26 Estadosbrasileiros além do DistritoFederal, o que lhe confere acobertura de 75% do territórionacional. A meta é fechar oano com 85% de cobertura,investindo principalmente emcidades no interior do país.

“O ano de 2008 é estratégi-co para consolidarmos nossaoperação em busca dos objeti-vos traçados no plano de negó-cios para o Mercosul. Deve-mos atingir 17 mil unidades ven-didas até o final de 2008. Osresultados até o momento mos-tram que com uma gama maiscompleta de veículos estamosno caminho certo para um cres-cimento sustentável e de longoprazo neste mercado”, afirmaThomas Besson, presidente daNissan Mercosul.

VEÍCULOS

Nissan do Brasil dobravolume de vendas em 2007

DUAS RODAS

Honda realiza recall de cercade 2 mil motos em todo o País

Confira os números de séries dos chassisque devem fazer o recall:

CBR 1000RR Fireblade – ano/modelo 2006 – chassis:JH2SC579*6M200001 a JH2SC579*6M200907CBR 1000RR Fireblade – ano/modelo 2007 – chassis:JH2SC579*7M300001 a JH2SC579*7M301200

A Moto Honda da Amazô-nia convocou, na última terça-feira (08), os proprietários domodelo CBR 1000RR Firebla-de, com data de fabricação de2006 e 2007, a compareceremàs concessionárias da rede. Orecall anunciado para as 1.945motos em todo o Brasil se devea possíveis problemas no tan-que de combustível.

Os veículos devem passarpor uma inspeção e, se neces-sário, substituição da peça gra-tuitamente. A troca do compo-nente leva cerca de 1 hora emeia, motivo pela qual a empre-sa sugere aos usuários agendarpreviamente o atendimento.

O motivo, segundo a asses-soria de imprensa, é que emalgumas unidades, a solda dotubo de respiro do tanque decombustível poderá apresentarfalha sob condições específi-cas de uso, sofrendo trincasque resultará no vazamento depequena quantidade de com-bustível.

Importado do Japão, taltranstorno foi descoberto pormeio de testes de rotina na

Honda do arquipélago asiático,de acordo com Ricardo EnzoSusini, gerente da área de ser-viços técnicos/pó-venda daMoto Honda da Amazônia.

A motocicleta CBR1000RR possui desempenhoesportivo e é inspirada na atu-al campeã mundial de motove-locidade, a Honda RC211V, econsiderado uma evolução daconsagrada Honda CBR900RR Fireblade

Segundo Susini, o estado deSão Paulo e a região sudestetêm a maior concentração des-ta moto envolvida no recall. “Adistribuição deste tipo de ser-viço segue a mesma distribui-ção de vendas, neste sentido,essas localidades possuem omaior número de unidade en-volvidas”, explica.

Os endereços e telefonesdas lojas habilitadas na comer-cialização de motocicletas im-portadas, onde a vistoria serárealizada, poderão ser obtidospelo 0800-552221 ou no sitewww.honda.com.br. A campa-nha se estenderá até 8 de ju-lho de 2008.

Fireblade deve passar por inspeção e possível troca de peça

DIVULGAÇÃO

Sempre atenta às exigên-cias do mercado, aMitsuca lança o mode-

lo DS7373BR unindo umequipamento de última tecno-logia, com design diferencia-do a um preço totalmenteacessível.

O modelo DS7373BR temresolução de 7.0 MP, maspode alcançar 9.0 MP atra-vés do sistema de interpola-ção. Seu design slim é arro-jado, possui monitor LCD de3.0” que possibilita melhor vi-sualização das imagens. Comzoom óptico de 3X e o digitalde 5X, o modelo tem memó-ria interna de 32MB que podeser expandida com cartão dememória SD de 2 GB (opci-onal).

ou então as 9 opções de mol-dura e funções de edição quepermitem recortar, rotacionare redimensionar as imagens.

A câmera ainda funcionacomo gravador de voz, comcapacidade para até 29 mi-nutos e 59 segundos. Alémdisso, a câmera funcionacomo um PMP (Multi Player)que gerencia arquivos defoto, videoclipes com áudio,MP3, MPEG-4 e arquivos devoz. Tem sua alimentaçãofeita através de bateria NP40Íon-Lítio com recarregadorexterno. É totalmente com-pacta, está disponível na corpreta e seu peso é de 113g(sem bateria e cartão de me-mória). O preço sugerido éde R$ 799,00.

Com ela, além de fotogra-far, o usuário grava vídeoscom áudio e ouve música naprópria câmera, pois possuitocador de MP3. Pode-se,

ainda, brincar com as fotos uti-lizando as funções que acâmera oferece como os efei-tos Normal, Preto & Branco,Sépia (envelhecido) e RGB,

Câmera pode alcançar até 9 megapixels através de interpolação

DIVULGAÇÃO

GRÁFICAS

Canon traz para o Brasil nova impressora imagePRESS C7000VPA Canon, empresa japone-

sa especializada no desenvol-vimento de tecnologias de ge-renciamento de documentos ede imagem, lança no mercadobrasileiro a impressoraimagePRESS C7000VP. Vol-tado ao segmento gráfico, oequipamento é ideal para usu-ários com alta demanda de im-pressão - superior a 50 mil có-pias -, como gráficas e birôsde impressão.

Versátil, a nova impressoraconta com um exclusivo siste-ma de cores baseado no toner“V”, que utiliza partículas detoner extremamente pequenase produz imagens nítidas e ví-vidas com aparência de im-pressão offset. “A impressãoé de excelente qualidade, semefeitos tridimensionais ou derelevo. Com a imagePRESSC7000VP, o cliente não con-segue diferenciar as áreascom toner no documento”, ex-plica Ivan Kotchetkoff,supervisor de marketing deproduto da Canon do Brasil.

Com resolução real de 1.200

Nova impressora conta com um exclusivo sistema de cores baseado no toner “V”

DIVULGAÇÃO

com a impressora em funcio-namento.

“A versatilidade é uma dasprincipais qualidades daimagePRESS C7000VP. Estaimpressora suporta diferentestipos de mídia, inclusive papéisrevestidos, sem perder a velo-cidade de impressão, e ofere-ce inúmeros recursos de aca-bamento e gerenciamentoavançado, que garantem a fi-delidade de cor ”, afirma osupervisor de marketing deproduto da Canon do Brasil.

dpi, o lançamento da Canongarante a reprodução mais de-talhada das imagens e melhordefinição de sombras, reflexose tons. A imagePRESSC7000VP conta ainda com doissistemas de fixação e uma ex-tensa biblioteca de mídias. “Acombinação das característi-cas do toner “V”, da fixaçãodupla e da biblioteca de mídiaspermite que o brilho da ima-gem coincida com a luminosi-dade do papel, permitindo quea impressão seja uniforme em

todo documento”, explicaKotchetkoff.

Outra característica impor-tante do novo equipamentoCanon é a velocidade de im-pressão. Com saída de até 70páginas por minuto em papelA4, independentemente dagramatura, o equipamento éum dos mais velozes da cate-goria. A imagePRESSC7000VP conta ainda com umexclusivo sistema substituiçãode toners que permite o rea-bastecimento dos consumíveis

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São Paulo, 12 de janeiro de 2008 JORNAL NIPPAK 11

AVENTURA

Nikkei desbrava o territóriobrasileiro em cima de duas rodas

NATAÇÃO

Fábio Onodera tenta realizarseu sonho em 2008

Fábio Onodera (2º a partir da dir): Promessa de mais conquistas

A natação brasileira surpre-endeu o País e o mundo com aperformance dos nadadoresThiago Pereira e César Au-gusto Cielo, entre outros, nosJogos Pan-Americanos reali-zados no Rio de Janeiro. Po-rém, pouco se falou sobre atle-tas em geral que se destacamem suas cidades.

Fábio Onodera de 20 anosé um exemplo da natação doVale do Ribeira. Nascido emRegistro, começou a nadar aos5 anos de idade na piscina doRBBC (Registro Base BallClub). Com a orientação doprofessor Antonio José dosSantos, desenvolveu seu talen-to e foi campeão paulista nacategoria de petiz (11 e 12anos) no estilo borboleta. De-pois mudou-se para Adere (As-sociação DesportivaRegistrense). Ainda sob a ori-entação do professor Antonio,conquistou excelentes resulta-dos nas piscinas, lagos, repre-sas e no mar do Brasil, repre-sentando a cidade de Registro.

Fábio estudou na EscolaLantagi no curso fundamental econcluiu o curso médio na Es-cola Val Ribeira. Atualmenteestá cursando oceanografia nafaculdade Unimonte, em Santos.Além de estudar, Fábio continuatreinando natação, seu esportepredileto. Ingressou no ClubeRegatas de Vasco da Gama emSantos. Depois do fechamentodeste clube, mudou-se para Clu-

be Internacional de Regatasonde permanece até hoje. Noano passado ele participou doCircuito Metropolitano de ÁguasAbertas (maratona aquática domar) e obteve o 4º lugar geralna sua categoria, sênior, com-posta de atletas de 20 a 24 anosde idade.

Sonho – Atualmente é patro-cinado pela escola de idiomasWizard-Santos Ponta da Praia,e pela Unimonte, faculdadeonde estuda há 3 anos. Fábioexplica que se considera umapessoa de sorte por ter encon-trado patrocinadores que in-centivam o esporte da região,pois muito dos seus amigos nãotiveram a mesma sorte. Emdezembro, participou da 9ªCopa Vermelhinha de NataçãoMáster onde foi campeão nos200 metros medley.

Para 2008, o nadador pro-mete mais conquistas, não sóno Circuito Metropolitano.“Este ano quero realizar umantigo sonho meu, que é parti-cipar da Travessia 14 Bis, amais longa do Brasil, com 24quilômetro entre Santos eBertioga”, disse, acrescentan-do que “é importante lembrarque no mundo, essa travessiasó perde em extensão para oCanal da Mancha, com 39 qui-lômetros de extensão, entre aInglaterra e a França”.(Kuniei Kaneko, especialpara o Jornal Nippak)

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TÊNIS DE MESA

Hugo Hoyama volta aostreinos após três meses

Depois de sofrer fratura eluxação no tornozelo durante osJogos Abertos do Interior emPraia Grande, em outubro de2007, Hugo Hoyama começao ano de 2008 com boas notíci-as. O mesa-tenista, que passoupor cirurgia e está há mais dedois meses se tratando com fi-sioterapia, retomou os treina-mentos nesta segunda-feira(07) e está bastante animado.

“Meu retorno às mesas foimuito bom. Ainda estou comreceio, de não forçar muito olocal machucado, mas isso énormal. Ainda vou continuarcom a fisioterapia por mais umtempo, mas o mais importantefoi poder voltar treinar”, disseHoyama ao Jornal Nippak,acrescentando que está trei-nando apenas em um período.“A partir da próxima semana,vou intensificar meu ritmo detreino, mas sem exageros”,explicou o mesa-tenista, queespera estar cem por cento em

quatro semanas.“Meu maior problema será

em relação ao ritmo de jogo,mas acredito que em três ouquatro semanas de treino eu orecupero. Em relação à partetécnica, devo sofrer uma que-da, mas nada muito grave. São32 anos de tênis de mesa e atécnica não se perde em pou-co tempo”, brincou Hugo.

O foco de Hugo Hoyamaestá voltado para o Pré-Olím-pico, que será disputado entreos dias 30 de março e 5 deabril, na República Dominica-na. Lá, o mesa-tenista vai ten-tar a vaga para os Jogos Olím-picos de Pequim, em agosto,que é o maior incentivo para afase difícil. Hugo, que não dis-putará a seletiva que apontarádois classificados para o pré-olímpico, espera obter uma dastrês vagas por indicação téc-nica. “Só vai depender da mi-nha recuperação”, avalia.

(Aldo Shiguti)

Hoyama foca seu objetivo no Pré-Olímpico marcado para março

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Os paulistanos poderãoconferir in loco a performan-ce de dois campeões de umdos jogos mais tradicionais dooriente, o Go. O campeãoKeigo Yamashita enfrenta emSão Paulo, neste fim de sema-na, o desafiante e Cho Chikunna disputa pelo torneio Kissei-sen. Promovido pelo YomiuriShimbun – um dos mais con-ceituados jornais japoneses –o evento faz parte das come-morações do Centenário daImigração japonesa no Brasil.

O evento acontece no ho-tel Gran Meliá Mofarrej, cominício às 9h de hoje (12), comtérmino apenas amanhã (13),

GO

Desafio reúne campeões mundiais em São Paulocípulo da Academia RyokuseiIgo Gakuen, joga Go desde ainfância e qualificou-se comoprofissional em1993. É donode vários recordes e conquis-tou o “Gosei” com apenas 21anos. É o atual campeão dotorneio Kisei – venceu tam-bém em 2003 e 2006.

Seu oponente, Cho Chikun,nasceu em 1956 em Seul, naCoréia. Possui um “cartel” in-vejável, com mais de 71 títu-los, façanha recorde no Japão,onde foi morar com 6 anos deidade. Qualificou-se como pro-fissional aos 11 anos, o maisjovem da história. É o únicojogador que venceu os trêsprincipais torneios de Go si-multaneamente (Kisei, Meijine Honinbo). Campeão do prê-mio Kisei em 1983, 1984, 1985e 1994. É hoje detentor do tí-tulo JYU-Dan (10º dan). Morana cidade de Chiba, no Japão.

DISPUTA DO TORNEIOKISSEI-SENKEIGO YAMASHITA X CHO CHIKUN

ONDE: HOTEL GRAN MELIÁ MOFARREJ

(AL. SANTOS, 1437, JARDINS)INFORMAÇÕES PELO TEL.:11/9331-8690 / 3106-0000

sem horário definido. A parti-da será transmitida ao vivopela NHK, emissora públicajaponesa.

A iniciativa tem apoio daNihon Kiin do Brasil e da As-sociação para Comemoraçãodo Centenário da ImigraçãoJaponesa no Brasil. Esta é asegunda vez em que o Brasilsedia as finais do Kissei-sen.

Jogo que exige estratégia econcentração, o Gô simula umabatalha entre dois oponentes,com pedras “brancas” e “pre-tas”, cujo objetivo é conquis-tar o maior espaço possível doterritório inimigo. A origem doGô está na antiga China, entre2000 aC e 200aC, onde é co-

nhecido como Weiqi, cuja tra-dução significa “jogo de cer-car (território)”. Na Coréia, échamada de Baduk e no Ja-pão, “Igo”. No Brasil, o Go foiintroduzido pelos imigrantesjaponeses.

Além da diversão, o jogomilenar proporciona a melhoriada disciplina mental, concen-tração e raciocínio, e tambémé utilizado como exercício dememorização, recomendadopara prevenir o envelhecimen-to precoce da mente.

Cartéis – Keigo Yamashita, 9ºdan, nasceu em 1978 na cida-de de Asahikawa, na provín-cia de Hokkaido (Japão). Dis-

Partida será televisionada e não tem horário para terminar

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Em cima de uma motoci-cleta modelo TenereXT, o caricaturista Cló-

vis Suematsu, 34, encara sozi-nho uma viagem pelo Brasil,“sem rumo” e sem data de re-torno. Loucura para uns, co-ragem para outros, e uma pon-tinha de preocupação para to-dos. Já para ele, uma “aventu-ra única”.

Amante de moto e de via-jar, percorrer os estados bra-sileiros está na cabeça do ca-ricaturista já faz cerca de qua-tro anos. No entanto, devido acontratempos, a vontade foisempre adiada. Somente ago-ra a missão é concluída. “Seráa maior viagem da minha vidade moto”, afirmou ansiosoSuematsu em entrevista aoJornal Nippak, antes de sairde São Paulo, onde mora.

Desejo tão cobiçado e tãoaguardado que tampouco pos-sui grandes planejamentos. Aidéia é simples. Ir rumo ao nor-te pela costa e retornar pelointerior de Minas Gerais, des-cobrindo lugares e conhecen-do as principais capitais. “Oque mais importa não é o des-tino final, mas o trajeto”, pon-tuou.

Para o nikkei, essa realiza-ção tem um caráter pessoal eintrospectivo, da qual um dosfins é refletir enquanto passeiapelas mais diversas paisagensdo país tropical. Fora o livre-arbítrio de traçar sua própriarota e a disponibilidade de via-jar sem dia para voltar, uma vezque é autônomo. “Já atédesencanei de ir no casamen-to de um amigo, que será nodia 20 de janeiro. Vou aprovei-tar ao máximo e só voltar quan-do o bolso começar a apertar”,disse.

Suematsu ressaltou ainda amaior possibilidade de fazer no-vas amizades. “Quando estásozinho, você procura seenturmar, conhecer pessoas.Acompanhado, passa-se maistempo com quem você está”,explica. E ponderou tambémmostrando um dos prós de es-tar com alguém. “Se acontecealguma coisa, tem alguém parate ajudar”. Contudo, agora érezar para que nada de ruimaconteça.

A viagem – Com o bagageirocontendo sete trocas de roupa,

equipamentos de sobrevivênciaalgumas ferramentas e a indis-pensável câmera fotográfica, ocaricaturista caiu na estrada nodia 29 de dezembro do ano pas-sado. De cara, dirigiu por maisde 900km até chegar emGuarapari, no Espírito Santo, daqual informou a reportagem pormeio de seu fotolog (diário fo-tográfico na internet). Nada malpara quem tinha enfrentadoapenas cerca de 700km, quan-do foi a Florianópolis, em San-ta Catarina.

Em sua primeira parada, já

conseguiu por em prática umade suas intenções: caricaturaras pessoas que tiverem inte-resse em seu trabalho. Na pou-sada onde descansou, fez seuprimeiro desenho e conseguiuum desconto de R$5,00 na es-tada, “embora pagar R$20,00tenha sido muito”, como pos-tou em seu site.

Com as caricaturas, ele nãopretende arcar com as despe-sas, mas uma ajudinha de cus-to não é nada mal. Aliás, suapresunção é vender sua arteaos gringos e receber em mo-

eda estrangeira. Infelizmente,até o fechamento desta edição,não houve sinal de dólar, euro,ienes, mas ele afirmou não terdesanimado, afinal, ainda hámuito que trilhar.

E com tanto chão pela fren-te, será que não seria melhorviajar de carro? “Não teria gra-ça”, afirmou. Nem mesmo peloconforto, o ar-condicionado eouvindo um som que goste, ocaricaturista troca seu motorde duas rodas. Seu negócio ésentir a liberdade e o trajetomais de perto. O intuito é dara essa expedição um ar de“aventura”. “Dentro do carroé como se você visse o mundopassando do lado de fora. Demoto a impressão é que vocêvive mais”, justificou.

Tamanho é o gosto queseu sonho é atravessar aAmérica até os Estados Uni-dos e desbravar a Europa pi-lotando uma motocicleta. Masisso é um plano futuro ainda.Enquanto isso, o nikkei curtea Bahia, onde está agora, semsequer pensar em voltar paracasa, onde não há lindas prai-as para se refrescar nesteverão.

(Cibele Hasegawa)Em sua moto: agora é rezar para não acontecer nada de “ruim”

Caricaturista Clóvis Suematsu rumará ao norte pela costa brasileira e retornará pelo interior de MG

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

Page 12: ANO 11 – Nº 2146 – SÃO PAULO, 12 A 18 DE JANEIRO DE 2008 ... · Em Maringá, a Prefeitura decidiu criar uma Secretaria Extraordinária, cujo responsável será Shudo Yasu-naga,

12 JORNAL NIPPAK São Paulo, 12 de janeiro de 2008

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MÚSICA

Disco solo de Fernanda Takai éeleito o melhor do ano pela APCA Ela é uma verdadeira len-

da do karaokê nacional com 43anos de dedicação à músicajaponesa em terras brasileiras.Já ganhou, também, concursono Japão, bem como inúmerostaikais no Brasil. Para coroara carreira e prestar uma justahomenagem aos 100 anos deimigração japonesa, a cantoraSatiko Ono subirá ao palco doGrande Auditório do Bunkyoamanhã (13) para uma apre-sentação especial, com músi-cas que passeiam pelo tradici-onal chegando até às mais mo-dernas. Tudo, claro, acompa-nhado por uma orquestra queela mesmo escolheu a dedo.

“Trata-se de um show com-pletamente diferente. Afinal,são 100 anos de história dos ja-poneses no Brasil e que mere-ce um esforço máximo de nós,descendentes, para manter vivaas tradições”, diz ela, acrescen-tando que foi difícil organizar oespetáculo. “Devem ter umas50 pessoas me ajudando. Atébrinco, pois parece que há maisgente nos bastidores do quepúblico no dia do show.”

A idéia de se promover umshow para homenagear o Cen-tenário partiu de seu pai, MorioOno, já falecido. As lembran-ças do Japão e do caminho aser percorrido pelos imigran-tes, imaginava Morio, deveriaser relembrado através damúsica – e, por conseqüência,pela filha. Inclusive a data e aesquematização foram defini-dos por ele dias antes de mor-rer. “O grande incentivador foimeu pai. Sem ele, não sei seteria esse show especial”, ga-rante ela.

No palco, variedade mu-sical e artística não faltarão.Serão duas horas de show comclássicos de cantores japonesese já costumeiros nos con-cursos de karaokê,caso de MisoraHibari, por exemplo.Mas o grande dife-rencial na opiniãode Satiko é a pre-sença de músicasde autoria pró-pria, como a queganhou o Zenkarahá dois anos. “Tra-ta-se de uma com-posição com letras deKawai Setsuko e ar-ranjos de dois maestros,Shoiti Shimada e TadaoEbihara. É uma cançãomuito bonita, que trata doBrasil e das memórias, dosentimento maternal”, expli-ca a cantora. Além dessa,outras duas canções tam-bém estarão presentes norepertório.

Durante os intervalos –serão quatro paradas para tro-ca de roupas – o público nãoficará “na mão”. Para entre-ter os presentes, apresentaçõesde taikô, minyo e buyo estãoprogramados. Outra atração

que deve levantar o público é apresença do atual campeão doBrasileirão de Karaokê, Nobu-hiro Hirata. Porém, detalhes so-bre sua apresentação são “sur-presas”, segundo Satiko Ono.“Sabe-se apenas que não seráuma apresentação normal dele.É algo inovador.”

Beneficente – Como a idéiaé prestar uma justa homena-gens à antiga geração, SatikoOno também deu um caráterbeneficente ao evento. Paratanto, parte dos recursos a se-rem arrecadados será destina-dos ao Ikoi-no-Sono.

A escolha do lar de idososnão foi à toa. Segundo ela, seé para relembrar a saga dosimigrantes, nada melhor do queajudar quem fez parte dessahistória. “Nesse Centenário, oque não podemos fazer é es-quecer daqueles que batalha-ram lá atrás, por isso a esco-lha do Ikoi. Além disso, é mi-nha raiz, pois meu primeiroshow, aos 16 anos, foi lá”, ga-rante Satiko.

(Rodrigo Meikaru)

SHOW SATIKO ONOQUANDO: DOMINGO (13 DE JANEIRO)ONDE: BUNKYO (RUA SÃO JOAQUIM, 381,LIBERDADE, SÃO PAULO)PREÇO: R$ 15,00HORÁRIO: DAS 14 AS 16 HORAS

MAIS INFORMAÇÕES PELO

TEL 11/ 3208-6097

KARAOKÊ

Satiko Ono apresenta showem homenagem ao Centenário

Vocalista da banda PatoFu, colunista semanalde duas publicações,

mãe e, agora, cantora solo!Essas são algumas das facetasde Fernanda Takai, que acabade lançar um CD solo comreleituras de canções de NaraLeão. Considerado o melhordisco do ano na categoria Mú-sica Popular pela APCA (As-sociação Paulista dos Críticosde Arte), “Onde Brilhem osOlhos Seus” foi produzido pelocompositor Nelson Motta.“Trabalhamos à distância, masele foi muito sensível ao apon-tar alguns caminhos em rela-ção ao repertório e aos arran-jos quando mostrávamos novasidéias. Sempre tinha palavrascarinhosas e sábias pra nos di-zer”, afirma a nikkei.

Em entrevista exclusiva aoJornal Nippak, ela falou donovo trabalho e do livro ‘Nun-ca subestime uma mulherzi-nha’, uma seleção de crônicase contos publicadosem jornais. Fernan-da também se inte-ressa pela língua ecultura japonesa, ejá conta com acompanhia da filhaNina, na escola.

Jornal Nip-pak: Como foi aapresentação noSão Paulo Fa-shion Week?

F e r n a n d aTakai: A repercussão foi enor-me, internacional até. Foi ali queas pessoas ficaram sabendoque eu estava fazendo o discodedicado à Nara há quase seismeses. Não foi fácil abrir o des-file sozinha, sem nem mesmoas modelos por perto naqueleprimeiro momento. Acho que oresultado final com as pessoasem pé, aplaudindo, cantando echorando diz mais do que qual-quer coisa.

JN: Além do evento, já fezoutros shows do disco?

FT: Só um em Belo Hori-zonte , num show em come-moração aos 110 anos da ci-dade, pra 200 pessoas.

JN: Além de conhecer orepertório de Nara Leão,você leu a biografia e des-cobriu detalhes da vida pes-soal dela por meio de outraspessoas. Qual a importânciadesse preparo no resultadofinal do CD?

FT: Eu já tinha lido a bio-grafia dela há muito tempo,nem sabia que ia fazer um dis-co com releituras de Nara. Eusempre tive uma grandeempatia pela música e pelapessoa. Através de amigosdela, acabei descobrindo umaNara ainda mais bacana doque a que eu imaginava de lon-ge. Mas tentei ser o mais fielpossível a mim mesma. Can-tei do meu jeito, com a minhahistória de 15 anos de carrei-ra. Não faria sentido emularNara. Era preciso ter bastan-te personalidade pra trazeralgo mais para as canções.

JN: O trabalho é diferen-te de tudo o que você já fez,e o próprio Pato Fu tem CDsbastante distintos ao longo

Cantora promete surpresas

da carreira. Existe uma pre-ocupação pela inventividadeou é algo que acontece na-turalmente?

FT: Eu acho que o meu dis-co solo não é um rompimentocom a estética musical do PatoFu, de forma alguma. Há mui-to de nossa banda nele porqueo produtor e arranjador é omesmo, e a voz é a minha.Também estou muito feliz como Pato Fu atual, por ele merepresentar muito bem, fizquestão de manter o fio dameada, digamos assim... Agente se preocupa em fazerboa música, autoral ou não, eladeve trazer um universo musi-cal interessante. Nunca fomospelos caminhos mais simplifi-cados de achar determinadafórmula de fazer música e apartir daí repeti-la para buscarmais cumplicidade do público.A gente mesmo precisa se sur-preender a cada álbum e issoacaba passando pras pessoasque nos acompanham commais critério.

JN: Quais as diferençasentre o trabalho de colunistae de cantora/compositora?

FT: São atividades diferen-tes. Falo pra grupos de públi-co muito diversos. Tem genteque me lê e não é meu ouvin-te. E muitas das pessoas queme escutam nunca leram umtexto meu que não fosse letrade música ou entrevista.Quem escreve um bom textonão necessariamente sabe es-crever uma letra e vice-versa.

JN: Existe algum outroartista que você gostaria deregravar?

FT: O nono disco do PatoFu saiu no meio de 2007, ain-da é cedo pra falar sobre um

próximo projeto porque vamosviajar até o fim de 2008 com aturnê ‘Daqui Pro Futuro’. Nãotenho planos sobre outro pro-jeto solo no momento. Essedisco mesmo aconteceu semmuito planejamento, de umaforma muito espontânea.

JN: Por que o título dolivro é ‘Nunca subestimeuma mulherzinh

FT: Esse título vem de umacrônica minha sobre a ClariceLispector. Ela escreveu duran-te algum tempo, colunas femi-ninas em jornais e revistas, masusava pseudônimo porque tan-to ela quanto os editores acha-vam que uma escritora consa-grada como ela, não devia semostrar em assuntos tão ‘le-ves’ como moda, beleza, porexemplo. Acontece que eramtextos ótimos com um senso dehumor bem peculiar dela emuita gente não sabia que eraa Clarice. Também quis cha-mar a atenção pra todas asmulherzinhas que nos cercame que muitas vezes nós nosesquecemos do valor delas ede que para ser uma mulherzi-nha bacana é preciso talento,delicadeza, inteligência.

JN: Com tantas obriga-ções e uma filha pequena,como você concilia suas ati-vidades?

FT: Acredito que eu sejauma boa administradora domeu tempo. Também gostomuito de tudo que faço e issoajuda, claro.

JN: Você já declarou queesse era um “disco de sau-dades” do seu pai, que eranissei. O lançamento às vés-peras da comemoração do

centenário da imigração ja-ponesa foi uma coincidên-cia?

FT: Sim, foi mais uma dascoincidências que cercam essedisco. Eu não tinha um crono-grama pro lançamento dele.Acabou saindo mais rápido por-que muitas portas se abriram.Eu e o Pato Fu já temos muitavontade de fazer shows no Ja-pão desde que lançamos a mú-sica ‘Made In Japan’ em 1999!

JN: Qual a sua relaçãocom a cultura japonesa?

FT: Tem se estreitado cadavez mais com o passar do tem-po. Quando estive lá em 2005como turista, tive certeza deque queria conhecer melhoressas minhas origens. Nadacomo aprender a língua e aconviver com mais japonesesde verdade.

JN: Pensa em colocar suafilha para estudar o idioma?

FT: Ela mesma quer ir!Toda vez que saio pra minhaaula, Nina me pergunta sepode ir. Quando há festinhasna associação nipo-brasileira,ela sempre vai e gosta muito.

JN: Como seria um can-ção de Fernanda Takai oudo Pato Fu em homenagemao centenário da imigra-ção?

FT: De certa forma fizemosisso com a regravação de ‘OBarquinho’ em japonês,‘Kobune’. É um clássico danossa música, muito conhecidopor lá e que saiu na edição ja-ponesa de meu disco. Sem fa-lar na própria canção que com-pusemos em 99, quando nin-guém falava muito sobre isso...

(Gílson Yoshioka)

Cantora interpretou clássicos de Nara Leão com jeito e estilo próprio de canto e arranjos

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