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1 Ano 3 – Número 15 – Janeiro/Fevereiro de 2010 – www.centropaulasouza.sp.gov.br GOVERNO DO ESTADO INVESTINDO MAIS NO ENSINO PROFISSIONAL Revista do

Ano 3 – Número 15 – Janeiro/Fevereiro de 2010 – … · em quadrinhos de Aline Cristina Andriussi Pilla, da Etec Antônio Devisate, de Marília, conquistou em novem-bro o primeiro

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Ano 3 – Número 15 – Janeiro/Fevereiro de 2010 – www.centropaulasouza.sp.gov.br

GOVERNO DO ESTADO INVESTINDO MAIS NO ENSINO PROFISSIONAL

Revista do

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A Revista do Centro Paula Souza é umapublicação do Centro Estadual de Educação Tecnológica

Paula Souza, ligado à Secretaria de Desenvolvimentodo Estado de São Paulo.

Presidente do Conselho Deliberativo: Yolanda SilvestreDiretora Superintendente: Laura Laganá

Vice-Superintendente: César SilvaChefe de Gabinete: Elenice Belmonte R. de Castro

Edição: Patrícia PatrícioReportagem: Fabio Berlinga e Patrícia PatrícioProjeto gráfico e editoração: Marta AlmeidaFotos da capa: Arquivo Etec ArarasJornalista responsável: Gleise Santa Clara – MTB 12.464-4

Assessoria de Comunicação – AssComJornalistas: Bárbara Ablas, Dirce Helena Salles, FabioBerlinga, Gleise Santa Clara e Mayara de Souza (estagiária)Designers: Jonathan Toledo, Marta Almeida e Rafaela CostaBanco de Informações: Elaine Maia e Mariana NogueiraSecretário de Redação: Raul de Albuquerque

Redação: Praça Coronel Fernando Prestes, 74, Bom Retiro,São Paulo, SP , CEP 01124-060, Tel.: (11) 3327-3144imprensa@centropaulasouza.sp.gov.brwww.centropaulasouza.sp.gov.brImpressão: Gráfica Premier – Tiragem: 9.000 exemplares

RápidasEditorial

Estas duas primeiraspáginas apresentam

a variedade de prêmios recebidospor alunos e professores de nossas Etecse Fatecs: são olimpíadas de ciências econcursos em áreas tão distintas quantosustentabilidade ou prevenção de doen-ças. Nossos jovens também representamo Brasil no exterior, pelo terceiro anoconsecutivo, em um programa da Embai-xada dos Estados Unidos. Tudo isso nosorgulha e comprova que o ensino promo-vido pelas unidades do Centro Paula Souzaproduz resultados e alcança reconhecimen-to em fronteiras cada vez mais ampliadas.

E quem acha que nosso alunadosó pensa em tecnologia muito se engana.Basta ver a quantidade de projetos cultu-rais desenvolvidos nas unidades: teatro,música, cinema, artes plásticas... Algumasatividades se ligam a disciplinas comoartes, oferecida no primeiro ano do EnsinoMédio. Outras se associam às aulas delíngua portuguesa ou de inglês. Acabamextrapolando o período de aulas e propor-cionam mais um espaço para desenvolvera criatividade e o trabalho em grupo. Todasessas iniciativas mostram que estamospreparando os jovens para se tornarem,além de profissionais competentes,cidadãos éticos e solidários.

Laura LaganáDiretora Superintendente

Múltiplasvitórias

Carolina Sampaio tem 15 anos e cursa a 1a série do Ensino Médio na Etec da ZonaSul, em São Paulo. Ela ficou entre os 20 melhores estudantes de geografia do Brasil no2o Desafio National Geographic. A competição envolveu, na primeira fase, cerca de 300mil alunos. Para a segunda fase foram 18 mil aprovados, dos quais apenas 20 seguirampara a final. O desafio, que faz parte do projeto Viagem do Conhecimento, tem comoobjetivo contribuir para a melhoria da qualidade de ensino na disciplina de geografia,além de estimular jovens estudantes a conhecer melhor o espaço, o País e o mundoonde vivem. “Para mim foi uma experiência muito interessante, tive a oportunidade deconhecer pessoas e culturas de diferentes regiões do Brasil. O desafio me proporcionoua chance de ampliar meus conhecimentos e me incentivou a estudar mais”, diz Carolina.

Entre os 20 melhores

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“Duda e Mel em Prevenção”, históriaem quadrinhos de Aline Cristina AndriussiPilla, da Etec Antônio Devisate, de Marília,conquistou em novem-bro o primeiro lugar daoitava edição do PrêmioEscola. Esta iniciativapremia os melhoresquadrinhos sobreprevenção ao uso dedrogas, gravidez naadolescência, doençassexualmente transmis-síveis e Aids, elaboradospor alunos de escolaspúblicas e particulares.A promoção é do Unaids(Programa Conjunto dasNações Unidas sobreHIV/Aids); da Unesco(Organização das Nações Unidas paraa Educação, a Ciência e a Cultura); do

Quadrinhos premiadosUNFPA (Fundo de População das NaçõesUnidas); do Unicef (Fundo das NaçõesUnidas para Infância) e do UNODC (Escri-

tório das Nações Unidassobre Drogas e Crimes),com apoio dos ministériosda Saúde e da Educação.Responsável por Projetos,a professora Cláudia Parolisipreparou a turma ao longode duas semanas. “Em duasaulas apresentei a técnicade quadrinhos e passeiinformações sobre gravidezna adolescência e Aids.Depois disso, durantequatro aulas os alunosdesenvolveram seustrabalhos”, conta.A professora e a aluna

ganharam uma viagem ao Rio de Janeiro,onde receberam o prêmio.

História em quadrinhosda Etec Antônio Devisate,

de Marília, recebe o 1o lugarRe

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Um projeto da Fatec Tatuí, intitulado“Modelo sustentável de hortas orgânicascomunitárias visando à redução deemissão de resíduos ao aterro sanitá-rio”, levou o primeiro lugar no 2o PrêmioVarejo Sustentável Walmart Brasil.Quem desenvolveu o trabalho foiNicole Francine Poles, aluna do cursode Tecnologia em Gestão Empresarial,sob orientação de Luis Antonio Galhego.

Horta sustentávelDentre os inscritos de todo o Brasil,foram classificados apenas cinco, trêsdeles com os prêmios de primeiro,segundo e terceiro lugares e os outrosdois com menção honrosa. A premiaçãoocorreu em dezembro de 2009, emSão Paulo: Nicole fará uma visita técnicade uma semana no Departamento deSustentabilidade do Walmart Internatio-nal, em Bentonville, Estados Unidos.

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As alunas Samara Ferraz, da Etec Prof. Massuyuki Kawano,de Tupã, e Gabrielle Coelho Cavalheiro, da Etec Getúlio Vargas(São Paulo), foram selecionadas entre mais de 4 mil inscritosno Programa Jovens Embaixadores,promovido pela Embaixada dosEstados Unidos. Em janeiro, um grupode 35 estudantes de escolas públicasde todo Brasil viaja por três semanasnos Estados Unidos. A programaçãoinclui reuniões com autoridades,visitas a monumentos históricos emuseus, e os alunos apresentampalestras sobre o Brasil em escolasamericanas de Ensino Médio. “Esteprojeto é muito importante, podereidivulgar a cultura brasileira e conhe-cer uma outra realidade”, diz Samara.Pelo terceiro ano consecutivo, alunosde Etec são selecionados pelo programa: em 2008 foi a vez deRaphael Gradinar Coelho, da Etec Jorge Street, de São Caetanodo Sul, e em 2007, de Camila Carioni de Ávila, da Etec LauroGomes (São Bernardo do Campo).

Estrelas

Rápidas

de prata

Alunos das Etecs estaduais brilharamna segunda fase da Olimpíada Brasileirade Física (OBF). Em 2009 a competição,realizada pela Sociedade Brasileira deFísica, contou com a participação de240 mil concorrentes de escolaspúblicas e privadas de todo o Brasil.

A entrega dos prêmios aconteceuem novembro. Foram contempladoso professor Jonas de Souza Júnior,da Etec Ferraz de Vasconcelos, e setealunos; Samara de Barros, tambémda Etec de Ferraz, levou a medalha deprata; ficaram com o bronze EmilioSerafim e José Tostes Júnior, da EtecAntonio de Pádua Cardoso (Batatais).Da mesma Etec, Igor de Mello e IsadoraRibeiro receberam menção honrosa,que também coube a Henrique dosSantos e Rodrigo Herrera, da EtecGetúlio Vargas (São Paulo). O CentroPaula Souza recebeu um prêmio

Quadro de medalhas

muito popular entre os alunos.Incentiva os estudantes despertandoneles o interesse pela matéria, já quemostra como ela pode ser aplicadano cotidiano”, afirma Souza Júnior.

especial, como instituição com maiornúmero de participantes na segundafase (90, entre 1.350 estudantes).

“A OBF é um meio de mostrara importância da física, que não é

O diretor da Etec de Ferraz de Vasconcelos, Sérgio de Faria, acompanhado do prof. Jonas de Souza Jr.,entrega placa comemorativa pela premiação na OBF à diretora superintendente Laura Laganá

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Em 2009, Ano Internacional da Astronomia, FelipeHenrique Silva, que cursa a 3a série do Ensino Médio da Etecde Hortolândia, e Nicolas de Moraes Gulmaneli, da 1a série do

Ensino Médio da Etec de Suzano, conquistaram medalhasde prata na décima segunda edição da Olimpíada Brasilei-ra de Astronomia e Astronáutica (OBA). A OBA, organizadapela Sociedade Astronômica Brasileira em parceria com aAgência Espacial Brasileira e Furnas Centrais Elétricas, visadisseminar a Astronomia e as Ciências Aeroespaciais entrealunos e professores dos ensinos Fundamental e Médio.“Foi a primeira vez em que a Etec de Hortolândia partici-pou da competição. O trabalho foi produtivo e os alunosmostraram interesse”, diz o professor de física José IzidroLuiz Marques. Nicolas, da Etec de Suzano, comenta:“Contei com a colaboração dos professores Valdir Salgado,de física, e Marzo Rodrigues, de matemática, que deram

atenção especial a todos os alunos. Durante os dois meses depreparação para as provas, estudava uma hora por dia em casa”.Seis alunos da 2a série do Ensino Médio da Etec Vasco AntonioVenchiarutti, de Jundiaí, ficaram com o bronze. São eles:Guilherme Araújo, Jerônimo Seles, Lucas de Carvalho,Marcela Cáceres, Marcelo Rebelato e Vinícius Giovanini.

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Samara, da Etec de Tupã,ganhou viagem aosEstados Unidos

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Unidospela arte

Matéria de Capa

Unidos pela arte

Grupo de TeatroAgir, da EtecAprígio Gonzaga

Teatro, cinema, literatura,artes plásticas: projetos de

Etecs e Fatecs abrem os horizontesda cultura para jovens estudantes

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rupo de teatro, concursos de poesia econtos, e cineclube com sessões mensaisincluindo exibições de vídeos produzidos

especialmente para esse circuito. Uma miscelâneade todas as atividades culturais que veremos nestareportagem faz parte do cotidiano da Fatec Mococa,que conta desde 2007 com o Núcleo de Difusão eProdução Cultural. Trata-se de uma iniciativa domaestro Marco Antônio Coelho de Moraes comapoio do diretor, Diógenes Bosquetti. Em 2009, duaspeças entraram em cartaz: Eu faço a minha históriae Nietzsche no Paraíso. As Etecs da cidade tambémparticipam, somando-se ao grupo de teatro.O calendário 2010 prevê um torneio de hip hop,uma mostra nacional de teatro estudantil e outrade pintura primitivista.

Em Indaiatuba, o eventoartístico anual é o Friday inConcert, idealizado pelosprofessores de inglês SullivanSilk Pouza e Vanderlei deSouza e pela professora deespanhol Neide Elias. Desde2003 o evento inclui dança,música, teatro, literatura, artesplásticas e todos mostramseus talentos – alunos,professores, servidores eaté mesmo seus familiares.A cada ano elege-se umtema e o de 2009 se voltoupara os anos 60. Além dasapresentações, houveexposição de carros antigos.Em todas as edições arreca-dam-se alimentos e roupas,que são distribuídos paracomunidades carentes.

Todo semestre a FatecGuaratinguetá prepara umcafé filosófico, organizadopor Marco Antônio Duarte,professor de humanidadesno contexto global, e os alunos fazem uma apresentaçãode teatro. Em novembro de 2009, essas duas atividades seuniram num só evento, e a peça de Millôr Fernandes Liberdade,liberdade serviu de provocação ao debate, que contou coma participação do escritor Vilmar Berna. “Como a temática ésempre interdisciplinar, os alunos passam a ter uma visãocontextualizada da profissão de tecnólogo”, diz Luciana Russi,coordenadora da área de comunicação e linguagens.

Essa preocupação em consolidar a cultura geral do tecnólo-go também aparece em Itaquaquecetuba, onde a Fatec firmouacordo com a Secretaria de Cultura do município para criar o

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Núcleo de EstudosCênicos. Para motivaros alunos, o grupo deteatro da secretariaencenou, em outubrode 2009, duas apre-sentações de Os dezmais do córtex cerebral,

que retrata com humor o coti-diano de um hospital psiquiá-trico. A próxima etapa é montarum grupo com estudantes,que receberão aulas e ensaiosorganizados pelos funcionáriosda prefeitura. “Queremosmostrar os benefícios dessaatividade para a formaçãocultural e pessoal”, ressalta odiretor da Fatec Itaquaquece-tuba, Ronaldo Tavano Palaia.

CÂMERA, AÇÃO

Mil ingressos, distribuídos gratuitamente, para queos jovens tenham acesso a filmes e possam discuti-los comos professores em sala de aula. Isso acontece graças ao projeto“Vá ao cinema”, parceria da Etec de Lins com o Cine ShoppingLins, a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e APAA(Associação Paulista Amigos da Arte). A primeira sessãocomeçou com Meu nome não é Johnny, com Selton Mello eCléo Pires, baseado no livro homônimo de Guilherme Fiúza.“Várias classes já foram ao cinema e os alunos estão adorando”,

Acima, Minha História, do grupo de teatro da FatecMococa. Ao lado, cena de Meu nome não é Johnny,na programação da Etec de Lins

Fatec Indaiatuba prepara decoração para o palco do Friday in Concert,evento anual que conta com participação de toda a comunidade escolar

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diz a professora de informáti-ca Patrícia Esteves Trindade.

O projeto Pensar Jovem,desenvolvido pelo CentroPaula Souza com a divisãode tecnologia educacionalda Positivo Informática,sondou os valores de quase5 mil alunos do Ensino Médioem 30 Etecs. Com o resulta-do da pesquisa, alunos eprofessores debateram ostemas apresentados: honra,coragem, honestidade everdade. Após a discussão, osalunos criaram fábulas. A EtecRibeirão Pires inovou com a produçãode três vídeos: Idiosmar, o Mago e o Re-nascer, Honra ou Orgulho e O CoelhinhoBrincalhão. As produções contaram coma orientação dos professores VivianeYonamine (artes), Nicolau Kardash(história) e Fernando de Oliveira Souza(português/inglês). Além das narrativascom as câmeras, a Etec também desen-volve, durante as aulas de produçõesartísticas, oficinas de mosaico e argila,teatro de sombras e até desfiles de moda.

LITERATURA EM CENA

Levar aos alunos do Ensino Médioobras fundamentais na formação daidentidade cultural. Esse foi o desejo

que gerou, em março de 2008, o “CaféLiterário”, coordenado pelas professorasGabriela Engler e Luzimeire Finoti naEtec Dr. Júlio Cardoso, de Franca. “Formarleitores deve ir além de introduzir o livrono cotidiano. Significa fornecer instru-mentos para ler o mundo”, afirmaGabriela, que leciona história e teatro.Sua colega Luzimeire ministra produ-ções artísticas. Durante encontrossemanais de quase 3 horas, fora dohorário de aulas, 160 alunos divididosem 13 grupos produzem peças de teatrosob a orientação das mestras. O repertó-rio inclui clássicos da literatura de línguaportuguesa, Cervantes e Shakespeare eainda abre espaço para montagensde musicais da Broadway.

Uma das melhores formas deaprofundar o conhecimento de umaobra literária é encená-la. Por isso a Etecde Hortolândia realiza desde 2002 oFestival de Teatro, sempre no mês dejunho. Ao longo do primeiro semestre,professores de língua portuguesa, artee história elegem um texto para queos alunos façam a representação. Osespetáculos passam pela avaliação deprofissionais do teatro, que premiam asmelhores performances. “O Festival fezcom que a turma ficasse mais unida,reforçando o sentimento de amizadee cooperação, além de ajudar a romperbarreiras como a timidez e o preconcei-

to”, observa o estudanteBruno Estevão.

Por falar em preconceito,foi discutindo o Dia daConsciência Negra queestudantes da Etec Prof.Aprígio Gonzaga, no bairropaulistano da Penha,começaram a montar a peçaEu tenho um sonho, em 2008.O famoso discurso de MartinLuther King abriu espaçopara o respeito às diferenças.O grupo formado por 55alunos levou as apresenta-ções além dos muros daescola: esteve na 3a Feira

Tecnológica, em outubro de 2009,e no CEU Quinta do Sol. Mais de600 pessoas já assistiram ao espetáculo.

Outra iniciativa de sucesso nos palcosvem da Etec Prefeito Alberto Feres, emAraras. Treze alunos do Ensino Médioencenaram A Igreja Bem-Assombrada,do dramaturgo carioca Jomar Maga-lhães, que cedeu ao grupo os direitosde representação da peça. Coordenadopela professora Rita de Cássia AgnelliCurcio, de língua portuguesa, e dirigidopelo aluno Lucas Daire, o trabalho levouo troféu de melhor ator coadjuvante eficou em segundo lugar na premiaçãogeral do Concurso Cultural Tiradentes,realizado no município para incentivarmanifestações artísticas estudantis.

Matéria de Capa

Mosaicos produzidos por alunosda Etec Ribeirão Pires

Morte e Vida Severina, apresentada pela Etec Dr. Júlio Cardoso, de Franca

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Nesta reportagem foram incluídos projetos de-

senvolvidos de forma contínua e encaminhados

à redação dentro do prazo solicitado em men-

sagem enviada a todas as unidades.

“O teatro torna os alunosatentos e dedicados”,diz Rita. Alunos da EtecMachado de Assis, emCaçapava, revitalizaram abiblioteca no projeto Lerpara Ser. Perceberam anecessidade de incremen-tar o acervo de literaturabrasileira e conseguiramdoações de editoras.Conquistaram o apoio deuma bibliotecária voluntá-ria e deram o nome de JoséEphim Mindlin à biblioteca,após contato com o maiorbibliófilo brasileiro. “Antesera só um local ondeficavam os livros. Hoje osalunos frequentam mais,fazem consultas, utilizamo computador”, relataGisely Nascimento Silva,técnica em Administraçãoe Mecânica Industrial quecontinua como voluntária,mesmo depois de formada.

NAS ONDAS SONORAS

Uma orquestra filarmônica dentrode uma escola técnica? Ela existe, desdesetembro de 2008, na Etec FernandoPrestes, em Sorocaba. A OrquestraFilarmônica da Etec Fernando Prestes(Offep) conta com 29 músicos (22 alu-nos e 7 ex-alunos dos ensinos Médio eTécnico). O maestro Leonardo Assunçãoé convidado. Roupagens eruditas paraclássicos da música pop, como Beatlese Pink Floyd, integram o repertório.Em 2010, estão previstos concertos nozoológico e em dois parques da cidade.

O coral da Etec Rubens de Faria eSouza, também em Sorocaba, estimula oaprendizado de inglês com canções dosBeatles e rock dos anos 70 e 80. Organiza-do pela professora Márcia Prado, reúnecerca de 20 integrantes. Recentementea professora conseguiu um voluntário,Fábio Cacacce, para orientar a parte

musical. Soltar a voz ajuda na sala deaula, segundo Márcia: “Muitos dos quedizem não gostar de inglês se envolvemcom a música e melhoram a pronúnciae o vocabulário”.

No segundo semestre de 2009,entrou no ar a rádio da Etec Diadema,que funciona no intervalo das 9h30 às9h50. A cada três dias uma turma cuidada programação, alternando música erecados sobre eventos culturais da

Coral do Centro Paula Souza emapresentação na Sala São Paulo

cidade. O estilo musicalvaria de acordo com o gostode cada equipe. Alguns sele-cionam também videoclipespara passar na televisão. Elesse sentem mais participantesda vida escolar, percebemque têm voz ativa”, diz aprofessora Juliana Ramos. “

A prática para afinar ascanções também faz parte da

rotina semanal do Coral do Centro PaulaSouza (Copas), que se apresenta perio-dicamente no prédio da AdministraçãoCentral. O grupo, sob a regência deGabriel Goldman, encerrou 2009 comuma apresentação na entrada da sede.

Filarmônica da Etec Fernando Prestesna Câmara Municipal de Sorocaba

Estudantes da Fatec Guará encenam Liberdade, Liberdade

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Restauro

Casa renovadaEm Amparo, uma das escolas técnicas mais antigas do Estado – a Etec João

Belarmino – se aproxima do centenário em ótima forma, após passarpor uma remodelação que preservou o estilo neoclássico da

fachada, além de aumentar laboratórios e salas de aula

uase centenária, a EtecJoão Belarmino, de Amparo,teve restaurado um de seus

prédios, tombado pelo Conselho deDefesa do Patrimônio Histórico, Arqueo-lógico, Artístico e Turístico (Condephaat).No aniversário de 98 anos da Etec, emoutubro, o edifício de estilo neoclássicofoi reinaugurado. Esteve na cerimôniaa chefe de Gabinete do Centro PaulaSouza, Elenice Belmonte, acompanhadapelas autoridades locais.

A reforma modernizou as instalaçõesdo prédio, para atender às necessidadesdos alunos sem alterar as característicasoriginais do imóvel. Assinado pelosarquitetos Carlos Rosencantrese Aquiles Nacarato e executado pelaConstrutora Duarte Aranha, entre1911 e 1913, o projeto se inspirouna arquitetura das fábricas européias.

“Esse restauro mostra que oprocesso de expansão pelo qual passaa instituição não se resume em ampliaro número de Etecs e Fatecs. Existetambém a preocupação em investir nasunidades já existentes. É um compromis-so com a qualidade do ensino que, alémde professores capacitados e currículos

atualizados, exige insta-lações físicas adequadas”,observou EleniceBelmonte.

O investimento doCentro Paula Souza naobra, que durou um anoe meio, foi de aproxima-damente R$ 1,7 milhão.Recursos complementa-res vieram de emenda

parlamentar do deputado Barros Munhoz(R$ 120 mil) e de três empresas da região(Instaladores Santana, Química Amparoe Supermercado Guarani), contribuindocom mais R$ 180 mil. As doações seampararam na Lei Rouanet, que permiteàs empresas deduzirem do Imposto deRenda parte dos patrocínios de empresasa projetos aprovados pela ComissãoNacional de Incentivo à Cultura (CNIC).

“A participação da iniciativa privadafoi importante para a realização desseprojeto. Com a restauração, os alunospassam a desfrutar de melhores insta-lações”, comemora a diretora da Etec,Neuza Natariani. Hoje há 25 salas deaula (antes eram 22). A reforma tambémacrescentou às instalações quatronovos laboratórios, chegando a 29.

Na área externa, a fachada passoupor uma revitalização, o piso foi pavi-mentado e a entrada do prédio principalganhou uma cobertura. Internamentehouve instalação de forros e luminárias.Construíram-se mais sanitários, umacantina para receber o Serviço deMerenda Escolar e rampas para facilitaro acesso aos ambientes. Além disso, duassalas de aula foram adaptadas para deixar

a biblioteca em localização mais centra-lizada. Essa adequação ficou a cargo dosalunos de Edificações.

PIONEIRA NO ESTADO

A Etec João Belarmino nasceu comoLiceu de Artes e Ofícios de Amparo, em28 de setembro de 1911. Foi uma dasprimeiras escolas de formação profissio-nal de São Paulo. Seu patrono, o coronelJoão Belarmino Ferreira de Camargo,foi presidente da Câmara municipal. Seufilho João Belarmino de Camargo Júnior,professor de aritmética e geometria, foidiretor da unidade em 1917, sucedendoo coronel Luciano José Almeida Valim.

Com a morte do coronel João Belar-mino, em 1932, o Liceu adotou seu nome,mantido até hoje. Em 1970 ganhou novoprédio, ampliando significativamente onúmero de vagas. A Etec João Belarmi-no – que além de Liceu se chamouEscola Profissional, Ginásio Industrial,Centro Interescolar, Colégio Técnico eEscola Estadual – passou para a adminis-tração do Centro Paula Souza em 1994.

Para o primeiro semestre de 2010,a Etec João Belarmino ofereceu 590 va-gas. Inscreveram-se 1.574 alunos para oVestibulinho (456 para o Ensino Médio e1.118 para o Ensino Técnico). No segun-do semestre de 2009, estavam matricula-dos na unidade cerca de 1.400 alunos,distribuídos entre o Ensino Médio eonze cursos técnicos (Administração,Agenciamento de Viagem, Contabilida-de, Edificações, Eletrotécnica, Enferma-gem, Hospedagem, Informática, Logís-tica, Mecânica e Segurança do Trabalho.

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domínio de idiomas estrangei-ros, mais do que um diferencialno currículo, possibilita a técni-

cos e tecnólogos se informarem sobre asinovações que ocorrem no mundo. Porisso, desde outubro de 2009 o Governodo Estado de São Paulo abre vagas paraalunos de Etecs e Fatecs da RegiãoMetropolitana de São Paulo estudareminglês e espanhol gratuitamente e online,pelo programa Universidade Virtual doEstado de São Paulo (Univesp).

“Os cursos complementam aformação dos alunos, contribuindo paraconsolidar o conhecimento científicoe tecnológico”, ressalta o secretário deEnsino Superior do Estado de São PauloCarlos Vogt, responsável pela coorde-nação do programa Univesp.

Para Angelo Cortelazzo, coordena-dor de Ensino Superior do Centro PaulaSouza, “a parceria promove a oportuni-dade de iniciação em um segundo outerceiro idioma, de grande valia parao desempenho profissional”.

Cerca de 4 mil estudantes das Fatecs,ingressantes em 2008 e 2009, e do pri-meiro módulo do curso técnico das Etecsinscreveram-se para o curso de inglêsem outubro passado. Para o de espanhol,foram aproximadamente 1,4 mil inscritos.Ao todo, serão 10 mil vagas divididas emduas etapas. Além das turmas de 2009,em 2010 outros 3,5 mil alunos farão ocurso de inglês e mil, o de espanhol(veja quadro). O curso dura 34 semanas eexige dedicação de 3 a 4 horas semanais,em média. Quem não tem computadorcom internet em casa pode utilizar salasde informática nas Etecs e Fatecs.

Os conteúdos,produzidos pela CasaThomas Jefferson(inglês) e pelo InstitutoMiguel de Cervantes(espanhol), são super-visionados, na primeirafase, por 59 professores-tutores de inglês e por19 professores-tutoresde espanhol. Filmes eminglês e espanhol dãoapoio ao aprendizadoe vão ao ar no canaldigital Univesp TV, criadoespecialmente pelaFundação Padre Anchietapara o programa Univesp.

FATEC A DISTÂNCIA

Está previsto para o segundosemestre de 2010 o primeiro cursode graduação semipresencial gratuitodo Estado, oferecido pelo Paula Souza,também em parceria com o programaUnivesp: Tecnologia em ProcessosGerenciais. Esta escolha atende a umademanda de mercado – estima-se que70% dos gestores de pequenas e médiasempresas do país não tenham formaçãosuperior. Cada polo de ensino oferece80 vagas, chegando a 3,2 mil quandotodos os 40 estiverem instalados emdiferentes cidades do Estado.

O curso tem duração mínimade 3 anos, com 70% a 80% das aulas adistância. “É uma ferramenta importantepara expandir o acesso a um ensinopúblico de qualidade. Uma forma de

ampliar os índices de empregabilidadee de crescimento profissional dos jovensdo Estado de São Paulo”, avalia LauraLaganá, diretora superintendentedo Centro Paula Souza.

A Secretaria de Ensino Superiorcapacitou entre julho e agosto de 2009cerca de 200 professores das Fatecs paradesenvolver conteúdos para este cursoe usar metodologias online em cursospresenciais. A iniciativa deu suporte aosprofessores na elaboração do materialdidático. Esse conteúdo faz parte dadocumentação necessária ao credencia-mento da instituição no Ministério daEducação (MEC) para a oferta de Ensinoa Distância em nível superior. AngeloCortelazzo explica que esse credencia-mento para aplicação de cursos semipre-senciais de graduação deve abrir caminhopara outras iniciativas. “No futuro, serápossível elaborar cursos de pós-gradua-ção, especialização, aperfeiçoamento, quetambém são de extrema importância”.

Univesp

Aprendizadona rede Parcerias entre o Centro Paula Souza e o programa

Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp)

Oabrem vagas em cursos online de idiomas, para alunos de Etecs e Fatecs, e no primeirocurso superior público a distância em São Paulo

CURSO DE IDIOMAS

– Total de vagas: 10 mil (7,5 mil para inglês e

2,5 mil para espanhol)

– Duração: 34 semanas, em dois módulos de 17 semanas

– Início: 19 de outubro de 2009 (inglês e espanhol)

– Término: 4 de setembro de 2010 (espanhol)

e 27 de novembro de 2010 (inglês)

– Primeira etapa (início em 2009): 4 mil vagas para

inglês, com 100 turmas, e 1,44 mil vagas de espanhol,

com 36 turmas (40 alunos por turma)

– Segunda etapa (início em 2010): 3,5 mil vagas

para inglês, com 87 turmas e mil vagas para espanhol,

com 26 turmas (40 alunos por turma)

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viávelPara crescer, o País deve formarprofissionais; e a educação adistância amplia o acesso aos estudos

Um caminho

Artigo – Renato Saldini

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Brasil tem um árduo caminho a percorrer em seu desenvol-vimento, e um primeiro desafio

é a falta de profissionais, principalmentepara as ocupações técnicas e tecnológi-cas. Um país que deseja crescer deverápensar numa formação profissionaldinâmica, de qualidade e universalizada.Novas tecnologias pedem novostrabalhadores, portanto, serão necessá-rios cada vez mais investimentos emformação técnica e superior tecnológica.

básica, superior, pós-graduação equalificação de professores.

Embora ainda tímido, se comparadocom países mais desenvolvidos, o Brasilexpande essa modalidade de educação.Tivemos um salto quantitativo equalitativo em cursos técnicos esuperiores em EaD na última década.Só o Centro Paula Souza contribui commais de 30 mil vagas nessa modalidade,antes vista com certo preconceito e quehoje se torna a melhor alternativa de

planeja cursos, metodologia de ensino,sistema de avaliação, bibliografia etutoria. Os critérios de avaliação devemser especificados de forma clara, confe-rindo maior confiabilidade ao curso.O núcleo de comunicação tambémexerce papel importante, por ofereceros recursos tecnológicos. Os profissionaisprecisam ter preparo específico em rádio,televisão, material impresso e internet.

O núcleo administrativo apoia osdemais. Um sistema de monitoramentosobre esses núcleos deve averiguar oandamento do programa e tambémrealizar uma avaliação geral, paracorrigir possíveis erros. Esse modelonão é único, porém qualquer instituiçãoque pense em oferecer com seriedadeum curso em EaD deverá levar emconta essa estrutura.

Sabe-se do caminho enorme apercorrer. A EaD é uma das tendênciasmais inovadoras para o século 21. Precisade investimento e de política públicapara ser conhecida, aperfeiçoada, etambém precisa formar professorese gestores. Responde aos ideais dedemocratização de acesso à educaçãoprofissional, de educação permanentee às exigências de mercado de trabalho,superando os limitesde tempo e espaço eas restrições físicase econômicas.

Renato NogueiraSaldini é responsável

pelo Centro deEducação a Distância

do Centro Paula Souza

“Tivemos um salto quantitativo e qualitativo imenso na oferta de vagasem cursos técnicos e superiores em EaD na última década. Só o Centro

Paula Souza contribui com mais de 30 mil vagas nessa modalidade”.

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A formação presencial tenta supriressa necessidade, porém a demandapor profissionais qualificados excedeem muito as vagas disponibilizadas.O Centro Paula Souza contribui nesseesforço com seu ousado plano deexpansão. Mesmo assim, sabemos quemuitos estão fora da sala de aula pornão poderem arcar com os estudos ouporque há menos vagas em unidadesde ensino públicas que a demanda.

Esse panorama aponta para a buscade alternativas para a formação profis-sional e a educação a distância (EaD)se mostra uma opção viável. A EaDalcança bons resultados tanto em paísesindustrializados quanto nos emergentes,em diferentes áreas: alfabetização eeducação de adultos, cursos de atualiza-ção, treinamento em serviços, educação

formação profissional pela sua peculia-ridade de alcançar o aluno onde esteja.Além dessa característica, suas principaisvantagens são: democratização deacesso, principalmente por iniciativasde políticas públicas; conciliação dotrabalho com o estudo; diversificaçãodo público escolar; pedagogia inovado-ra, com estímulo à pesquisa; protago-nismo do aluno e materiais didáticosdinâmicos, incluindo conteúdos online;interatividade entre alunos, tutores/orientadores e técnicos de apoio.

Para que essas vantagens se concre-tizem e para o êxito dos cursos de EaD,uma instituição deverá organizar pelomenos quatro núcleos de atuação:pedagógico, comunicação, administrati-vo e monitoramento. O núcleo pedagó-gico, de vital importância, organiza e

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Entrevista – João Carlos Lopes

A medida certa

oão Carlos Oliveira Lopes estudouMecânica, Modalidade Processosde Produção na Fatec Sorocaba

e formou-se no primeiro semestre de1990. Fez o mestrado em Processos deProdução na Universidade Federal deSanta Catarina (UFSC) e doutorou-sena mesma especialidade na Universida-de de Kassel (Alemanha). Há oito anostrabalha na empresa alemã Carl Zeiss,que produz lentes para câmerasfotográficas, óculos, produtos oftalmo-lógicos, semicondutores e também atuana área de metrologia. Justamente nestesetor, de medições precisas em máqui-nas e processos indus-triais, a empresaprojeta um convênio com o CentroPaula Souza – com o objetivo detransferir tecnologia às Fatecs e atualizarprofessores e estudantes. Nesta entre-vista, Lopes fala sobre sua formaçãoe os planos para essa parceria.

Qual a contribuição que a Fatectrouxe para sua carreira?

Resolver o problema pelo ladoprático, encontrar soluções efetivasnão só na área de processos, mastambém no planejamento.

Fez estágio durante o curso?Eu trabalhava numa indústria

na área de aço e meu chefe erameu professor, o Luiz Carlos Rosa.

Como se deu sua ida para a Carl Zeiss?Ao concluir o doutorado na Alema-

nha, busquei emprego lá e no Brasil.Aqui o destino de alguém com o títulode doutor é ser professor. Na Alemanha

Tecnólogo formado pela Fatec Sorocaba fala sobre os planospara uma futura parceria entre o Centro Paula Souza e a empresa

em que trabalha, a alemã Carl Zeiss. A proposta é treinaralunos e professores em modernas máquinas de medição

é diferente, só para você ter uma ideia,na Carl Zeiss existem 180 doutoresem Física. Para projetar os produtos daárea de óptica é necessário saber muitode física. Em minha busca, encontreiempregos na área de processos e emuma empresa concorrente da Carl Zeiss,que fazia máquinas de medição. Nesta,o cargo era para ser assistente do dono.Escolhi esta posição maior, e não umlugar onde havia um maior backgroundprofissional. Quando vi que não haviaprofissionalismo nessa empresa, volteia procurar emprego. Com uma carta derecomendação do ex-chefe, fui para agrande concorrente, a Zeiss. Sou gerentede vendas para a América do Sul, porqueme comunico bem em alemão e inglês.No meu trabalho, além de cuidar muitode atividades de planejamento, douapoio aos projetos estratégicos, paracriar novos produtos, por exemplo.

Como será a parceria entre a Carl Zeisse o Centro Paula Souza?

Vamos criar redes colaborativasentre várias universidades na Américado Sul. Entre as faculdades, está a Fatec.Enviaremos informações sobre novastecnologias diretamente da fábrica,online, para os alunos da Fatec SãoPaulo, que será o piloto. Os estudantesvão praticar o conhecimento em umsoftware, desenvolvido em português.Mais adiante queremos incluir outrasunidades no Estado. A proposta émelhorar o conhecimento dos profes-sores para que em três anos possamtocar os projetos diretamentecom os alunos.

Quando o convênio entrará em prática?As discussões começaram em

setembro passado, quando foram àAlemanha Antonio Carlos de Oliveira(diretor da Fatec Sorocaba), André Giraldi(diretor da Fatec Mogi Mirim), Maria daGraça Marcatto (chefe do departamentode Mecânica da Fatec São Paulo), MeireYokota (da Coordenadoria de EnsinoMédio e Técnico) e Roberto Colenci(diretor da Fatec Botucatu). Para delinearmelhor a parceria, eu e Werner Gestner,vice-presidente de vendas da AméricaLatina, retribuímos a visita em dezem-bro. O próximo passo é organizar osconteúdos, porque temos materialpara meses de e-learning. Pretendemoscomeçar as atividades em 2010, comalunos de Mecânica, nas ModalidadesProjetos, Mecânica e Processos deProdução; Mecânica de Precisão epossivelmente os de Soldagem.

Que resultados a empresa espera?Formar pessoas capazes de apresen-

tar soluções. Também gostaríamos deimplementar um laboratório exemplarna Fatec. Para isso é necessário um acor-do de longo prazo. Esse é só o começo.

J“Enviaremos informações sobre

novas tecnologias diretamente dafábrica, online, para os alunos da

Fatec São Paulo, que será o piloto”

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Docesucesso

Arranjos Produtivos Em sintonia com a indústria sucroalcooleira,o Centro Paula Souza oferece qualificação profissional

especializada, nos níveis técnico e superior

produção de açúcare álcool se expande.Segundo dados da União

dos Produtores de Bioenergia(Udop), cresce 14% ao ano desde2004. Além da importância paraa economia paulista, o setorapresenta uma cadeia produtivacomplexa. A análise da matéria-prima revela o destino adequadoà cana-de-açúcar: etanol ouaçúcar. O resíduo industrial podeservir como adubo, para gerarenergia e até fabricar papel.

Um fator fundamental paramaximizar a qualidade dos processosde produção e o desenvolvimentotecnológico e econômico do setorsucroalcooleiro é a formação de profis-sionais de alto nível. Atento ao cresci-mento desse mercado – que, segundopesquisa da Fiesp, gerou cerca de 30 milnovos empregos no Estado em 2007 – ogover-no estadual, por meio do CentroPaula Souza, investe continuamenteem formação de recursos humanos.

No primeiro semestre de 2008,as Fatecs de Araçatuba, de Jaboticabale de Piracicaba começaram a oferecero curso de graduação de tecnologia emBiocombustíveis (nova nomenclaturade Bioenergia Sucroalcooleira).

“As empresas nos procuraramem busca de profissionais com conhe-cimento específico, que atendessem àsdemandas com urgência e eficiência.E esse é exatamente o perfil dos cursosdas Fatecs: formar gente capacitadaem um tempo menor do que oscursos de bacharelado”, explica Roni

Rillo, coordenador do curso de Biocom-bustíveis da Fatec de Araçatuba.

Segundo o coordenador, os tec-nólogos dominam todas as etapas doprocesso, desde a laboratorial (pesquisade campo, coleta e análise de materiais,controle de qualidade), aplicação edesenvolvimento de novas tecnologiasde produção de energia e de gestãoambiental. Tudo isso dentro dos princí-pios da promoção da sustentabilidade,em seu conceito amplo: de conservaçãoambiental e da inclusão social.

PARCERIA COM SETOR PRODUTIVO

A pedido da ETH Bioenergia, o CentroPaula Souza elaborou, em parceria coma Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT),um curso de Formação de OperadoresIndustriais, que começou em agosto de2008. Além das aulas teóricas, ministradasna Etec de Teodoro Sampaio, os estudan-tes passaram por estágio supervisionadodentro das usinas administradas pela ETH.

A empresa providenciou a seleçãoe pagou bolsas de estudo aosalunos – que deviam apresentarhistórico escolar compravandoo Ensino Médio completo.

Com duração de um ano,o curso se divide em três módulos.No primeiro, apresentam-se conhe-cimentos básicos para a área, comomatemática, física, informática egestão ambiental. Nos outros

módulos, os estudantes passam a lidarcom questões específicas do processode produção, como matéria-prima(plantio, colheita e moagem da cana),operação e manutenção dos equipamen-tos, além de estágio supervisionado.

De acordo com Márcia Poletine,que coordenou a capacitação, o resultadosurpreendeu. “Os alunos mostraram queaprenderam a lidar com o conhecimentoadquirido: nos trabalhos de conclusãode curso, apresentaram alternativas paramelhorar os setores onde estagiaram”.Todos os 66 formados foram contra-tados pela ETH Bioenergia.

A eficiência da formação fez comque a empresa estendesse a capacitaçãoa quase 500 funcionários – 72 delescomeçaram o curso em novembro de2009. “Quando um trabalhador acrescentaconhecimento científico à vivência prática,ele passa a ter uma postura mais ativafrente aos desafios do mundo do trabalho.Aprende a planejar e a propor alternativaspara melhorar resultados”, diz Márcia.

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Docesucesso

Alunos fazem visita técnica à ETH Bioenergia

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