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Novembro/2017 - Nº 67 - Ano VI Da incerteza do primeiro passo até a alegria da chegada em um pon- to desejado, da hipótese à constata- ção, do treino ao aperfeiçoamento há sempre um caminho a se percorrer. Voltando ao ano 131 d.C., através do romance histórico 50 Anos Depois, de Emmanuel, psicografia de Fran- cisco Cândido Xavier, observa-se que o caminho cristão parecia cada vez mais estreito e sinuoso, já que perseguições e calúnias eram quase curvas e paisagens naturais desse tra- jeto, vistos principalmente pela ópti- ca da multidão. Entretanto, o bom observador sa- bia que tais fatores não ofuscavam o caminhar para a chegada, e Célia Lu- cius, personagem inesquecível dessa obra, tinha certeza disso. Para ela, a distância, literalmente, não foi fator impeditivo, não quando sua escolha já estava dilatada, não quando a de- cisão escorreu da mente e encontrou o coração aberto, pronto para sentir e seguir as lições silenciosas que Jesus lhe enviaria nos momentos necessá- rios às suas dúvidas, desafios e de- cisões altruístas e santificantes que “Busquemos, pois, com o Celeste Benfeitor a lição da mente purificada, do coração aberto à verdadeira fraternidade...” O coração confiante no caminho cristão Larissa Malta teria que tomar. Assim, 50 Anos Depois tornou-se o tema para a realização de dois pro- jetos anuais especiais para a juven- tude espírita: o Grande Encontro de Final de Ano (GEFA) apresentação artística que reúne participantes de mocidades de Franca e região, que já se encontra em desenvolvimento, e o estudo conduzido pelo Departa- mento de Mocidade Espírita da USE Intermunicipal Franca (DMI), inicia- do no mês de agosto, levando pontos relevantes da obra para reflexão nas mocidades. O estudo se concentra em par- tes específicas do desenvolvimento pessoal da personagem e da história narrada, mas sobretudo na lição de escolhas e fé vivida pela jovem, na importância da mudança de atitude não isenta de erros ou sofrimentos, mas focada no ensinamento do cris- tianismo primitivo, da mesma forma como nos mostra também o espírito Emmanuel, no livro Roteiro: “Bus- quemos, pois, com o Celeste Ben- feitor a lição da mente purificada, do coração aberto à verdadeira fraterni- dade, das mãos ativas na prática do bem e o Evangelho nos ensinará a encontrar no Espiritismo o caminho do amor e luz para a Alegria Perfei- ta”. Os tempos do século XXI podem ser outros, mas a mensagem moral exemplificada por Célia permanece intacta, uma vez que o caminho cris- tão, ainda que se encontre repleto de obstáculos muitas vezes estranhos e dolorosos, pede, através do rotei- ro vivido pelo Cristo, a decisão que cabe a cada um de nós de se entre- gar, de coração aberto, a semelhante escolha que Célia realizou quando, mergulhada no turbilhão de aflições incompreensíveis e familiares, emer- ge abraçada a uma decisão que se tornou um divisor de águas em sua vida: “- Eu... Ficarei com Jesus!” Larissa Malta é Secretária de Doutrina do Departamento de Moci- dade USE Franca

Ano VI O coração confiante no caminho cristão - idefran.com.br · que o caminho cristão parecia cada vez mais estreito e sinuoso, já que perseguições e calúnias eram quase

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Novembro/2017 - Nº 67 - Ano VI

Da incerteza do primeiro passo até a alegria da chegada em um pon-to desejado, da hipótese à constata-ção, do treino ao aperfeiçoamento há sempre um caminho a se percorrer. Voltando ao ano 131 d.C., através do romance histórico 50 Anos Depois, de Emmanuel, psicografia de Fran-cisco Cândido Xavier, observa-se que o caminho cristão parecia cada vez mais estreito e sinuoso, já que perseguições e calúnias eram quase curvas e paisagens naturais desse tra-jeto, vistos principalmente pela ópti-

ca da multidão. Entretanto, o bom observador sa-

bia que tais fatores não ofuscavam o caminhar para a chegada, e Célia Lu-cius, personagem inesquecível dessa obra, tinha certeza disso. Para ela, a distância, literalmente, não foi fator impeditivo, não quando sua escolha já estava dilatada, não quando a de-cisão escorreu da mente e encontrou o coração aberto, pronto para sentir e seguir as lições silenciosas que Jesus lhe enviaria nos momentos necessá-rios às suas dúvidas, desafios e de-cisões altruístas e santificantes que

“Busquemos, pois, com o Celeste Benfeitor

a lição da mente purificada, do coração

aberto à verdadeira fraternidade...”

O coração confiante no caminho cristão Larissa Malta

teria que tomar. Assim, 50 Anos Depois tornou-se

o tema para a realização de dois pro-jetos anuais especiais para a juven-tude espírita: o Grande Encontro de Final de Ano (GEFA) apresentação artística que reúne participantes de mocidades de Franca e região, que

já se encontra em desenvolvimento, e o estudo conduzido pelo Departa-mento de Mocidade Espírita da USE Intermunicipal Franca (DMI), inicia-do no mês de agosto, levando pontos relevantes da obra para reflexão nas mocidades.

O estudo se concentra em par-

tes específicas do desenvolvimento pessoal da personagem e da história narrada, mas sobretudo na lição de escolhas e fé vivida pela jovem, na importância da mudança de atitude não isenta de erros ou sofrimentos, mas focada no ensinamento do cris-tianismo primitivo, da mesma forma como nos mostra também o espírito Emmanuel, no livro Roteiro: “Bus-quemos, pois, com o Celeste Ben-feitor a lição da mente purificada, do coração aberto à verdadeira fraterni-dade, das mãos ativas na prática do bem e o Evangelho nos ensinará a encontrar no Espiritismo o caminho do amor e luz para a Alegria Perfei-ta”.

Os tempos do século XXI podem ser outros, mas a mensagem moral exemplificada por Célia permanece intacta, uma vez que o caminho cris-tão, ainda que se encontre repleto de obstáculos muitas vezes estranhos e dolorosos, pede, através do rotei-ro vivido pelo Cristo, a decisão que cabe a cada um de nós de se entre-gar, de coração aberto, a semelhante escolha que Célia realizou quando, mergulhada no turbilhão de aflições incompreensíveis e familiares, emer-ge abraçada a uma decisão que se tornou um divisor de águas em sua vida: “- Eu... Ficarei com Jesus!”

Larissa Malta é Secretária de Doutrina do Departamento de Moci-dade USE Franca

Em entrevista, uma jovem contou que tinha uns sete anos quando foi com sua mãe ao mercadinho perto de casa. Enquanto a mãe fazia as compras, ela, menina, escondeu um doce de leite no bolso. Na saída, sentindo-se a garo-ta mais esperta do mundo, mostrou o doce e disse: Olha, peguei sem pagar. O que ela recebeu de retorno foi um olhar severo. E, logo, a mãe a tomou pela mão, retornou ao mercado, fê-la devolver o que pegara e pedir descul-pas. A garota chorou demais. Sentiu-se

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Pergunta: Criança pode participar de reunião mediúnica? Mesmo as de tratamento? Paulo da Silva.

Resposta: Caro Paulo, não é aconselhável que criança participe de reuniões de prática

mediúnica. Por estar em estágio de formação de conceitos, por, ainda, não entender de tudo o que se passa nas reuniões mediúnicas, especialmente, as comunicações dos espíritos, é totalmente desaconselhável a participação de crianças nas reuniões mediúnicas, até porque elas não têm condições de participar, plenamente, da concentração que se exige em tais eventos.

Você perguntaFelipe Salomão

Esta seção responde a perguntas dos leitores?Com relação às reuniões de tratamento, sobretudo as de fluidoterapia

(passes), nada impede que a criança esteja presente, desde que atenda as exigências de silêncio, próprias das reuniões de aplicação dos passes.

Envie sua pergunta: [email protected].

A infância é o período em que o Espírito,

reencarnado em nova roupagem corpórea, se apresenta maleável à

reconstrução do seu eu

Quando foi que esquecemos? Orson Peter Carrara - [email protected]

morrer de vergonha. Entretanto, arre-matou, concluindo: Isso me ensinou o valor da honestidade. É possível que vários de nós tenhamos tido experiência semelhante. Por isso, indagamos: Quando foi que deletamos a mensagem materna? O que nos fez esque-cer o ensino da in-fância? A infância é o período em que o Espírito, reencarnado em nova roupagem corpórea, se apresen-ta maleável à reconstrução do seu eu. É o período em que as falas dos pais têm peso porque, afinal, eles sabem tudo. Mirar-se no exemplo dos pais é comum, considerando que, no pro-cesso de educação, os exemplos falam muito mais alto do que as palavras. Por que, então, deixamos para trás as lições nobres? Quantos de nós, ainda, tivemos professores que iam muito além do dever e que insistiam para que fôssemos responsáveis, corretos? Criaturas que se devotavam, ensinan-do com o próprio exemplo, as lições da gentileza no trato, a hombridade, o valor da palavra empenhada.

Se todos nós viemos de um lar, o que nos fez desprezar a honra, a honestida-de e tantos de nós nos transformarmos em políticos corruptos, em maus pro-fissionais, em seres que somente pen-

sam em si mesmos? Hora de evocar lem-branças, de retornar aos anos do lar pa-terno e permitir-nos a reprise das lições. Não pegue nada que não lhe pertença. Se achar um objeto, pro-cure o dono porque

ele deve estar sentindo falta dele. Res-peite o seu semelhante, o seu espaço, a sua propriedade. Os bens públicos são

do povo e todos devem ser com eles beneficiados. A ninguém cabe tomar para si o que deve ser bem geral. Digno é o traba-lhador do seu salário. Respeite a ser-vidora doméstica, o carteiro, o lixeiro. São valorosos contribuintes das nossas vidas. Lembre de agradecer com pa-lavras e delicados mimos extemporâ-neos o trabalho diligente dessas mãos. Cumprimente as pessoas. Sorria. Ceda seu lugar, no coletivo, ao idoso, ao portador de necessidades especiais, à grávida, a quem carrega pequenos nos braços. Ceda a vez no trânsito, aguarde um segundo a mais o pedestre concluir a travessia, antes de arrancar com velo-cidade, somente porque o sinal abriu.

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Ei-la!... – senhora e serva, entre humana e divina,Por mais a dor, por dentro, a espanque ou despedace,Carreia a paz no gesto e o sorriso na face,Fala e desvenda o rumo, abençoa e ilumina.

Anjo renovador, tem no lar a oficina,Onde o serviço exclui todo prazer mendace,Ao seu toque de luz, a esperança renasce,Suporta, recompõe, trabalha, sofre, ensina.

Mãe, um dia, quis Deus mostrar-se à vida humana,Fez-te santa e mulher, escrava e soberana,Vinculada nos Céus, de homenagens prescindes!...

Deus se revela em ti, no amor alto e perfeito,Por isso, trazes, Mãe, nos recessos do peito,A ternura sem par e a bondade sem lindes.

Mater

O canto da poesia

Carlos BittencourtLivro: Poetas Redivivos, psicografia Francisco Cândido Xavier

Veja na página 8 do jornal as obras que serão distribuídas no próximo mês.

Obras que circulam neste mêsClube do Livro Espírita do Idefran

Muito se fala em transformação planetária, especialmente nos últi-mos anos, devido à proximidade de tempos anunciados por conhecidos tarefeiros da doutrina espírita e do

evangelho, encarnados e desencarna-dos. Pensa-se no famoso “mundo de regeneração”, no qual as dores serão amainadas, os sofrimentos aliviados e a Terra seguirá, firme, seu destino de evolução.

Pois bem.Muitos de nós esperamos ansio-

samente por esse momento sublime, porém, de forma errada.

Há aqueles que esperam alcan-çar melhores condições financeiras para poder iniciar a obra de doação material, alegando que a escassez de recursos pode prejudicar a própria subsistência.

Há aqueles que esperam estabe-lecer melhores condições de saúde, antes de estender mão amiga ao com-panheiro de jornada, alegando que as dores do corpo lhes são empecilhos impossíveis de superar.

Pág. 04 Suplemento - USE - Franca - A Nova Era - Novembro 2017

O mundo evolui, se nós evoluimos.

Há os que anseiam melhor posi-ção de destaque social, para só assim criarem, dentro de si, condições con-sideradas favoráveis para o auxílio ao próximo.

E ainda se notam aqueles que es-peram pela melhora comportamental do familiar, a fim de angariar a com-preensão julgada imprescindível para sair e ajudar.

O nosso equívoco se dá justamen-te quando julgamos que o mundo de regeneração chegará até nós, sem que existam almas regeneradas que o

criem.Deus aguarda nosso concurso. O

Cristo espera por nossa ação há mi-lênios. E nós esperamos Dele nossa salvação, sem, no entanto, mover adequadamente o concurso da boa vontade e do trabalho no bem, para diminuirmos essa distância.

O mundo evolui, se nós evolui-mos. Para tanto, faz-se necessário que arregacemos as mangas e nos coloquemos no trabalho, independen-temente de qualquer condição desfa-vorável, pois, a rigor, não há ninguém tão pobre, doente, desfavorecido ou incompreendido que não possa doar de si uma simples migalha de amor.

Dr. Rodolfo de Moraes Silva é médico, conferencista espírita e presidente da AME-Franca (Associação Médico-Espí-rita de Franca).

Para alcançar o mundo de regeneraçãoRodolfo Moraes Silva