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“Água virtual, escassez e gestão: o Brasil como grande "exportador" de água” Mesa 1 - "Os usos múltiplos da água“ Dia 11 de maio de 2015, das 9:30 às 11:30 horas Prof. Dr. Roberto Luiz do Carmo Departamento de Demografia Núcleo de Estudos de População Universidade Estadual de Campinas

“Água virtual, escassez e gestão...Água virtual “Em sua essência, água virtual diz respeito ao comércio indireto da água que está embutida em certos produtos, especialmente

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“Água virtual, escassez e gestão: o Brasil como grande "exportador" de água”

Mesa 1 - "Os usos múltiplos da água“ Dia 11 de maio de 2015, das 9:30 às 11:30 horas

Prof. Dr. Roberto Luiz do Carmo Departamento de Demografia Núcleo de Estudos de População Universidade Estadual de Campinas

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Questão hídrica: pontos de partida - complexa: multiplicidade de atores (sociais,

econômicos, institucionais) e de processos (uso e ocupação da terra rural e urbana);

- Abordagem exige duas perspectivas: -- histórica: os processos atuais decorrem de decisões tomadas em outros momentos (setor hidrelétrico e construção de reservatórios, o exemplo da Billings); -- sistêmica: as ações tomadas têm implicações sobre um sistema complexo (exemplo: captação e tratamento de esgotos domésticos);

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Água virtual

“Em sua essência, água virtual diz respeito ao comércio indireto da água que está embutida em certos produtos, especialmente as commodities agrícolas, enquanto matéria-prima intrínseca desses produtos. Ou seja, toda água envolvida no processo produtivo de qualquer bem industrial ou agrícola passa a ser denominada água virtual. Sendo assim, a concepção de água virtual se apóia em um argumento relativamente simples, muito embora exista uma grande complexidade para sua aferição empírica.”

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Escassez e gestão - Os aspectos demográficos; -- crescimento populacional, transição demográfica, urbanização e consumo;

- A gestão da água;

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Pressupostos da Política de Gerenciamento:

- Descentralização; - Participação Social na gestão;

Contexto original da formulação da discussão sobre gerenciamento: - Década de 1970: regime ditatorial militar, caracterizado pela concentração das decisões e pela falta de participação da sociedade nas decisões;

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Problemas e dificuldades para implementação da Política de Gerenciamento Descentralização - implementação dificultada -- bacia hidrográfica: unidade adequada em termos conceituais, mas difícil em termos operacionais; --- cobrança pelo uso da água: exigiria a aceitação de uma nova jurisdição (diferente do Federal, do Estadual e do Municipal); --- na situação de crise os Comitês de Bacia foram praticamente ignorados: as decisões (ou não decisões) ocorrem no âmbito das instâncias executivas (Governo do Estado, DAEE, SABESP);

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Participação Social na gestão - O que estabelecem as legislações -- Estadual (SP): 1/3; -- Federal: 50%; - A participação diminuiu ao longo do tempo? Por que? -- representatividade; -- capacidade de efetiva de interferência nas decisões; -- cristalização e falta de renovação dos atores: pouquíssima renovação ao longo de 20 anos!

TEIXEIRA, A. C. C. ; CARMO, R.L. . Rendición de cuentas multidimensional en el acceso al agua potable: lecciones del caso de la cuenca de los ríos Piracicaba, Capivari y Jundiaí en São Paulo. Relatório de pesquisa de organização internacional. Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo (PNUD), 2013 (Organização de número especial de periódico acadêmico). TEIXEIRA, A. C. C. ; CARMO, R.L. . Accountability y derecho al agua en Brasil: el caso de la Cuenca de Piracicaba. In: IV Congresso Latino Americano de Ciência Politica, 2012, Quito. ALACIP - Associacion Latinoamericana de Ciencia Politica, 2012. CARMO, R.L. ; TEIXEIRA, A. C. C. . Vinte anos da política de gestão da água em São Paulo (Brasil): uma avaliação. In: XIV Congresso Mundial da Água, 2011, Porto de Galinhas, Recife, PE. Anais do XIV Congresso Mundial da Água, 2011.

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E daqui pra frente?

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O consumo de água não é apenas urbano!! - Uso industrial; - Uso para atividades agropecuárias; - Quais setores estão efetivamente envolvidos na política de

gerenciamento?

Uso múltiplo? - Mas em contextos de crise (que podem se tornar

recorrentes) as prioridades devem estar muito bem reconhecidas;

E o consumo urbano? - crescimento: -- crescimento populacional; -- aumento por conta das melhorias socioeconômicas; -- extensão da rede: potencial de perdas;

CARMO, R.L. ; DAGNINO, R. S. ; JOHANSEN, I. C. . Transição demográfica e transição do consumo urbano de água no Brasil. Revista Brasileira de Estudos de População (Impresso), v. 31, p. 169-190, 2014.

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O que precisamos avaliar como sociedade: - Realocação das atividades econômicas? - Redistribuição espacial da população? - Realização de obras gigantescas, descontextualizadas de uma

perspectiva ambiental?

Transformar conhecimento em influência política!! - Dificuldades de valorização da abordagem que considera

questões ambientais: determinação econômica das decisões; - Dificuldade de criar uma articulação científica diferente da

abordagem técnica: -- a questão hídrica não diz respeito apenas a engenharias: a dificuldade de incorporar a dimensão “política” (“conflito” como categoria fundamental) na gestão talvez tenha sido um dos maiores problemas;

CARMO, R.L. . A água é o Limite? Redistribuição Espacial da População e Recursos Hídricos no Estado de São Paulo.. Textos NEPO (UNICAMP), Campinas, SP, setembro de 2002, v. 42, p. 01-181, 2002.

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Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos

baseia-se nos seguintes fundamentos:

I - a água é um bem de domínio público;

II - a água é um recurso natural limitado, dotado de

valor econômico;

III - em situações de escassez, o uso prioritário dos

recursos hídricos é o consumo humano e a

dessedentação de animais;

Vamos chegar ao limite?

CARMO, R. L. ; ANAZAWA, T. M. ; JOHANSEN, I. C. . Seca nas metrópoles: materialização de um desastre anunciado. Cadernos de trabalho da Rede Waterlat, v. 1, p. 92-110, 2014.

CARMO, R. L. ; JOHANSEN, I. C. ; ANAZAWA, T. M. Metrópoles bipolares: aspectos da dinâmica socioambiental e demográfica do excesso e da falta de água. In: XIX Encontro Nacional de Estudos Populacionais, 2014, São Pedro/SP. Anais do XIX Encontro Nacional de Estudos Populacionais, 2014.