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Aplicação do Espiritismo
Encontro 19
Como fazer as nossas avaliações
“Por que sinais se pode reconhecer no homem o progresso real que
deve elevar o seu Espírito na hierarquia espírita?
- O Espírito prova a sua elevação quando todos os atos da sua vida
corpórea constituem a pratica da lei de Deus, e quando compreende por
antecipação a vida espiritual”(LE, perg 918)
No nosso trabalho de transformação íntima podemos resumir o seu seguimento nas seguintes
etapas:
Auto-análise: o conhecimento de nós mesmos – diagnostico íntimo progressivo.
Auto-observação: o trabalho de aprofundamento detalhado do que queremos mudar – contagem,
registro e programação.
Auto-aprimoramento: trabalho efetivo de transformação íntima – substituição de defeitos por
virtudes.
Auto-avaliação: verificação dos resultados – aferição de esforços, reciclagem.
André Luiz, no livro Opinião Espírita, diz-nos que. “O dever do espírita cristão é tornar-se progressivamente melhor”. Desse modo, acrescenta: “Útil, assim, verificar, de quando em quando, com
rigoroso exame pessoal, a nossa verdadeira situação íntima”. E ainda enfatiza: “Espírita que não progride
durante três anos sucessivos, permanece estacionário”.
Ao seguirmos as recomendações sugeridas no capítulo sobre Como
Programar as Transformações, ficou evidenciada a importância de
estabelecer nossas metas para eliminação de vícios e defeitos com
números definidos, isto é, metas numéricas, em termos específicos com
objetivos claros e sem rodeios.
Assim, então, esperamos que tenhamos diminuído ou eliminado, por exemplo, o número de cigarros que fumávamos por
dia, o número de ocorrência, no transcurso de uma semana, das nossas
manifestações de orgulho, agressividade, etc. Registramos as
contagens numéricas dos correspondentes impulsos, e em cima
desses números, trabalhamos para reduzi-los progressivamente, se possível
até eliminá-los.
Como conferirmos, de vez em quando, os nossos progressos
íntimos?
Acha, o amigo preocupado em melhorar, que se poderia saber
apenas pela contagem do número de ocorrências?
O processo de mudança, admitimos que vai se realizando intimamente num todo,
isto é, amadurecemos ou crescemos espiritualmente num conjunto de fatores psíquicos e, portanto, os resultados se
verificam em todos os aspectos do nosso comportamento, tanto nas
expressões do sentir quanto nas do entender.
Naturalmente, altera-se para melhor o nosso relacionamento no ambiente doméstico e no meio social, no emprego e com o público de
forma geral. Os métodos de contagens e registros, no entanto, podem nos oferecer
resultados específicos valiosos na libertação dos vícios, e na substituição dos erros e
defeitos por qualidades e virtudes. Servindo-nos desses recursos práticos, é-nos possível
avaliar simultaneamente os resultados conseguidos, apenas por comparação dos
números de ocorrências, de período a período, isto é, de mês a mês, ou de semana a
semana.
No decorrer do tempo, a auto-avaliação assume, para o observador de si
mesmo, um sentido prático, como preocupação natural de conseguir resultados sempre melhores nas
transformações que deseja realizar dentro dele.
Somos nós mesmos, quando bem exercitados, que melhor podemos
aquilatar os nossos aprimoramentos.
É necessário que assim o façamos, de modo consciente e
individual, para fundamentar nossas possibilidades de
realização, fazendo aumentar a autoconfiança nas próprias
forças.
A experiência pessoal nos diz que fazermos auto avaliações sem anotações dos controle diários e
semanais é mais difícil para o interessado, e também menos exata. Quando nos sentamos por
alguns instantes para escrever sobre os resultados observados na reforma intima,
começamos sempre por um exame retroativo dos acontecimentos que registramos, digamos
no ultimo mês, ou na semana que passou. A memória, por melhor que seja, apresenta suas
falhas, e deixamos quase sempre de refletir sobre muitas ocasiões em que reagimos sutilmente, sem perceber nitidamente as
emoções, os reflexos, ou os nossos impulsos cometidos sem controle.
Continuamos nessa introspecção, perguntando como nos encontramos
intimamente diante de alguns aspectos que conscientemente conhecemos como falhos
em nosso comportamento ou em nosso modo de agir. Então carecemos de
algumas observações anotadas para tomarmos como referencia e assim,
fazermos comparações de como estávamos antes e como reagimos agora, após um certo intervalo de tempo. Surge em seguida a indagação: qual o período
ideal de tempo para nos auto-avaliar?
André Luiz afirma: “de quando em quando”, deixando, naturalmente, a
nosso critério as ocasiões consideradas oportunas, que entendemos serem mais
comuns quando os problemas nos pressionam. Só nesse momento saímos do comodismo e nos preocupamos em
fazer as necessárias descobertas do que nos inquieta.
O que pretendemos, no entanto, é dirigir o nosso esforço de transformação íntima de
modo disciplinar, eficaz, tão mais proveitoso quanto possível. Então surgem como
evidentes os períodos: semana, quinzenal, mensal. Achamos que além de trinta dias já
torna uma periodicidade muito extensa. Diríamos: no Maximo de mês e mês. Embora
semanalmente fosse preferível.
Podemos, assim, fazer nossa apuração de resultados, na periodicidade escolhida, seguindo-se uma sequência no exame
íntimo, como sugerido adiante:
A Importância da Caderneta Pessoal
As auto-avaliações periódicas são adotadas nos meios escolares, a partir dos primeiros graus, para
que os alunos desenvolvam sua capacidade de analise e autocrítica quanto ao próprio
aproveitamento, dificuldades e falhas a corrigir. Nesses relatos os alunos reconhecem os seus
descuidos nos deveres, o tempo desperdiçado em conversas e se propõem a melhorar dali em diante. Uma supervisora analisa essas auto-
avaliações, discute num Conselho de Classe com os outros professores e faz as suas apreciações
por escrito, devolvendo, em seguida, aquelas folhas para os alunos, que farão parte da sua
pasta escolar.
Quando experimentamos esse tipo de pratica, em que transferimos para o papel o
que pode ser chamado de conteúdos psicológicos, articulamos um mecanismo de
exploração do nosso inconsciente, que muito nos auxilia no conhecimento de nós
mesmos.
Essa Caderneta a que nos referimos pode exercer a função de uma memória de
resultados constatados nas nossas auto-avaliações temporárias, oferecendo-nos,
ainda, o seguimento de todo o nosso trabalho de reforma íntima.
Poderá ela encerrar, de forma descritiva e conclusiva, o que tenhamos elaborado
dinamicamente ao encetarmos a programação da nossa reforma interior, pela
eliminação dos vícios e diminuição dos defeitos. A caderneta nos permitirá,
também, anotar os efeitos do desenvolvimento da nossa vontade e os benefícios obtidos pela auto-análise, e
relacionar os serviços prestados ao próximo como rumo para realização do nosso
crescimento pessoal.
Exemplo Prático de Utilização da Caderneta
Consideremos que uma pessoa, interessada em fazer sua reforma íntima, começando a por em
prática, de algum modo o roteiro indicado neste curso, tenha esboçado a sua programação e a
esteja conduzindo de certa forma.
Admitamos que tenha optado fazer a sua auto-avaliação periódica no final de cada mês.
Descrevamos a imaginaria experiência pela qual passa esse suposto individuo, e como estaria ele
registrando-a na sua Caderneta Pessoal.
Podemos separar, para o primeiro ano, de uma a três paginas para anotações relativas
ao Combate aos Vícios. Igualmente, em sequência, podemos separar na Caderneta,
para esse mesmo ano, de três a cinco paginas em que comentaremos o que
conseguirmos no Combate aos Defeitos. Deixemos, logo depois, apenas uma pagina
para colocar os Serviços Prestados ao Próximo.
Vejamos o que teria escrito esse bem intencionado individuo:
Combate aos Vícios - 200912 Março – Inicio do trabalho de eliminação do cigarro.30 Março – Embora com dificuldade, estou conseguindo reduzir o número de cigarros consumidos.30 Abril – Estou evitando completamente o cigarro há cinco dias30 Maio – Larguei completamente o cigarro e estou controlando a tendência à gula30 Junho – O álcool não exerce qualquer atração sobre mim.30 Julho – Localizo, por vezes, minha imaginacao ligada a quadros eróticos...
Combate aos Defeitos - 200930 Março – Dediquei-me neste mês à observação dos orgulho, da vaidade, da inveja e do ciúme. O orgulho é moderado, a vaidade é mais predominante. A inveja é também moderada e o ciúme é fraco. Tenho prestado mais atenção a eles e consigo identificá-los melhor.
30 Abril – Observei mais diretamente neste mês a avareza, o ódio, os remorsos e a vingança. A avareza é mais predominante, o ódio e os remorsos são moderados, e a vingança é fraca. Comecei a combater a avareza e a indagar os motivos que me fazem ser assim...
Serviços Prestados ao Próximo - 2009
30 Abril – Comecei neste mês a colaborar como atendente num abrigo de velhos, uma noite por semana.
30 Maio – Continuo colaborando no abrigo de velhos. Sinto que sou útil a eles e me alegra ajudá-los. Fiz uma visita a familiar doente e pude contribuir em seu beneficio.
30 Junho – Observei este mês que o meu trabalho junto ao velhinhos me tem deixado mais compreensível, paciente. Isso tem me beneficiado muito...
Até Onde Chegaremos?
Apos concluído o ano em curso, podem-se reiniciar os comentários, de modo semelhante, dentro dos mesmos itens
indicados, agora no ano seguinte.Conseguindo-se a continuidade desse
trabalho, por três anos, teremos realizado uma grande mudança em nos
mesmos, e teremos transformado muitos dos nossos gestos e atitudes.
As nossas reações estarão naturalmente educadas pelos bons hábitos, nossos impulsos estarão
controlados e possivelmente automatizados no bem. O agir
corretamente e a ação consciente estará normal e espontaneamente de
acordo com os ensinamentos evangélicos, sem que nos custe
maiores esforços assim proceder!
Atingindo com razoável sucesso esse primeiro triênio, iremos prosseguir, cada vez melhor, burilando o nosso espírito, com resultados
sempre proveitosos, embora lentos.
Estaremos aí no Caminho Infinito da evolução, em que as mais profundas
alegrias serão vivenciadas nas oportunidades de servir. Vamos nos desprendendo de nós mesmos e nos doando cada vez mais, ampliando a
nossa capacidade de amar e de integrar à Vontade Maior, Soberana,
que tudo preside e governa, Inteligência Suprema, Causa Primaria de Todas as Coisas.
Chegaremos um dia a nos identificar tanto com esse Todo Universal
Único, que sentiremos e viveremos as palavras do Divino Mestre quando enunciou: “EU E O MEU PAI SOMOS UM...” o Seu EVANGELHO DE AMOR
é “O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA...” “NINGUÉM VAI AO PAI
SENãO POR MIM”, disse-nos Ele.