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APLICAÇÃO DO MODELO BALANCED SCORECARD: estudo de caso de uma empresa de comércio de combustíveis APPLICATION OF THE MODEL BALANCED SCORECARD: a case study of a trading company fuels Flávio Roberto Evangelista de Andrade 1 Marcus Vinicius Pereira de Oliveira 2 José Rubens dos Santos 3 Rinaldo Ribeiro Moraes 4 RESUMO O estudo inicia-se ao apresentar um breve histórico de uma empresa que comercializa combustíveis na cidade de São Luís, estado do Maranhão, bem como a aplicação da ferramenta de gestão estratégica Balanced Scorecard destacando-se em seu referencial teórico seus principais conceitos, objetivos, características e as quatro perspectivas constantes neste estudo que objetiva uma proposta de melhorias nos processos e nos resultados da empresa Comércio de Combustíveis Itacollomy Ltda, com nome fantasia Posto Tacoll. Os procedimentos metodológicos envolvem o estudo de caso que permite uma pesquisa quanti-qualitativa, descritiva e explicativa apresentando-se uma análise SWOT desenvolvida com a finalidade de avaliar sistematicamente as forças e fraquezas, oportunidades e ameaças da empresa que permitirá aos gestores aplicar estratégias viáveis a partir dessa análise dos ambientes internos e externos. Destaca-se ainda neste artigo objetivos, mapa estratégico posicionamento estratégico. Este estudo se justifica por apresentar subsídios na área da Gestão Estratégica que são importantes na aquisição de resultados positivos e por desenvolver estratégias viáveis em organizações do mesmo ramo de atividade do comércio de combustíveis. Recomenda-se esta pesquisa a todos os profissionais da área de administração e outras áreas afins para que sirva de modelo para futuros estudos que envolvam este tipo de organização. Palavras-chaves: Análise SWOT; Comércio de combustíveis; Estratégias; Mapa estratégico. Posicionamento estratégico. 1 Graduado em Administração, Especialista em Administração Pública e pesquisador ad hoc em Educação à Distância pela Universidade Estadual do Maranhão; Mestrando Profissional em Gestão Estratégica de Pessoas pela UNICSUL SP e Pós-graduando em Gestão Empresarial pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. E-mail: [email protected]. 2 Graduado em Agronomia Bachalerado pela Universidade Estadual do Maranhão (1989) e graduação em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Maranhão (2001). Professor das disciplinas Contabilidade Gerencial, Contabilidade Tributária e Contabilidade do Agronegócio. Pós-graduado em Gestão Publica e Direito Tributário. e Pós-graduando em Gestão Empresarial pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. 3 Aluno do módulo da disciplina Gestão da Inovação da Especialização em Gestão Empresarial, com acesso ao Mestrado, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia. Graduado em Administração de Empresas pela UNDB. [email protected] 4 Administrador, Economista e Contador com Doutorado em Desenvolvimento Socioambiental pela Universidade Federal do Pará - Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA/UFPA). É consultor organizacional da empresa Portal dos Gestores. Professor Orientador da disciplina Estratégia Empresarial do Instituto Superior de Educação Continuada (ISEC)/ULHT. [email protected].

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APLICAÇÃO DO MODELO BALANCED SCORECARD: estudo de caso de uma

empresa de comércio de combustíveis

APPLICATION OF THE MODEL BALANCED SCORECARD: a case study of a trading

company fuels

Flávio Roberto Evangelista de Andrade1

Marcus Vinicius Pereira de Oliveira2

José Rubens dos Santos 3

Rinaldo Ribeiro Moraes4

RESUMO

O estudo inicia-se ao apresentar um breve histórico de uma empresa que comercializa combustíveis na cidade de

São Luís, estado do Maranhão, bem como a aplicação da ferramenta de gestão estratégica Balanced Scorecard

destacando-se em seu referencial teórico seus principais conceitos, objetivos, características e as quatro

perspectivas constantes neste estudo que objetiva uma proposta de melhorias nos processos e nos resultados da empresa Comércio de Combustíveis Itacollomy Ltda, com nome fantasia Posto Tacoll. Os procedimentos

metodológicos envolvem o estudo de caso que permite uma pesquisa quanti-qualitativa, descritiva e explicativa

apresentando-se uma análise SWOT desenvolvida com a finalidade de avaliar sistematicamente as forças e

fraquezas, oportunidades e ameaças da empresa que permitirá aos gestores aplicar estratégias viáveis a partir

dessa análise dos ambientes internos e externos. Destaca-se ainda neste artigo objetivos, mapa estratégico

posicionamento estratégico. Este estudo se justifica por apresentar subsídios na área da Gestão Estratégica que

são importantes na aquisição de resultados positivos e por desenvolver estratégias viáveis em organizações do

mesmo ramo de atividade do comércio de combustíveis. Recomenda-se esta pesquisa a todos os profissionais da

área de administração e outras áreas afins para que sirva de modelo para futuros estudos que envolvam este tipo

de organização.

Palavras-chaves: Análise SWOT; Comércio de combustíveis; Estratégias; Mapa estratégico. Posicionamento estratégico.

1 Graduado em Administração, Especialista em Administração Pública e pesquisador ad hoc em Educação à

Distância pela Universidade Estadual do Maranhão; Mestrando Profissional em Gestão Estratégica de Pessoas

pela UNICSUL – SP e Pós-graduando em Gestão Empresarial pela Universidade Lusófona de Humanidades e

Tecnologias. E-mail: [email protected].

2 Graduado em Agronomia Bachalerado pela Universidade Estadual do Maranhão (1989) e graduação em

Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Maranhão (2001). Professor das disciplinas Contabilidade

Gerencial, Contabilidade Tributária e Contabilidade do Agronegócio. Pós-graduado em Gestão Publica e

Direito Tributário. e Pós-graduando em Gestão Empresarial pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

3 Aluno do módulo da disciplina Gestão da Inovação da Especialização em Gestão Empresarial, com acesso ao

Mestrado, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia. Graduado em Administração de Empresas

pela UNDB. [email protected] 4 Administrador, Economista e Contador com Doutorado em Desenvolvimento Socioambiental pela

Universidade Federal do Pará - Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA/UFPA). É consultor

organizacional da empresa Portal dos Gestores. Professor Orientador da disciplina Estratégia Empresarial do

Instituto Superior de Educação Continuada (ISEC)/ULHT. [email protected].

ABSTRACT

The study begins by presenting a brief history of a company that sells fuel in São Luís, Maranhão state, and the

application of strategic management tool Balanced Scorecard highlighting in its theoretical its key concepts,

objectives, characteristics and the four perspectives in this study contained a proposal that aims to process

improvements and business results Itacollomy Trade fuels Ltd., with fancy name Tacoll Tour. The

methodological procedures involving the case study that enables a quantitative and qualitative research,

descriptive and explanatory presenting a SWOT analysis developed in order to systematically assess the

strengths and weaknesses, opportunities and threats of the company that will enable managers to implement

viable strategies from this analysis of the internal and external environments. Note also this article objectives, strategic map strategic positioning. This study is justified by present subsidies in the field of strategic

management that are important in the acquisition of positive results and develop viable strategies for

organizations in the same industry trade fuels. Recommends this search to all professionals in the field of

administration and other related fields to serve as a model for future studies involving this type of organization.

Keywords: SWOT Analysis; Trade in fuels; Strategies, Strategy Map. Strategic positioning.

1 INTRODUÇÃO

O mercado de combustíveis é um mercado muito expansivo já que a demanda é

considerada positiva, crescente, tanto isso se confirma quando se retrata o comércio

internacional ou comércio exterior como troca de bens e serviços com poucos produtores, mas que

disseminam seus produtos/serviços através de fronteiras internacionais. Este tipo de comércio

denota o avanço que o comércio globalizado pode ser relacionado como este fenômeno, assim, o

mercado que comercializa petróleo se torna um mercado cartelizado ou com elevada probabilidade

de cartelização.

As empresas que comercializam combustíveis, no caso, um posto de venda de

combustíveis são bastante visadas para não praticar os mesmos preços de mercado já que

como se retratou, são passíveis de cartelização.

A empresa objeto deste estudo de caso trata-se de uma empresa que comercializa

combustíveis e por ser uma organização com políticas de comprometimento, não aceitou que

colocasse o seu nome fantasia ou razão social para não comprometer seus objetivos e suas

estratégias, todavia isso nada empatou de realizar a coleta de dados e informações que

serviram para a montagem dos elementos estratégicos apresentados neste artigo.

O trabalho apresentado baseia-se no estudo de caso empresarial com aplicação da

ferramenta Balanced Scorecard e de uma análise SWOT para colocar em evidência os pontos

fortes e fracos e as oportunidades e ameaças desse tipo de organização ajudando também aos

gestores da empresa a partir da análise realizada detectar as possíveis estratégias em face do

que apresenta o ambiente interno e externo.

O estudo se justifica pela importância da aplicação de ferramentas da gestão

estratégica em organizações modernas, que a partir da apresentação da análise SWOT e do

Balanced Scorecard desenvolvido pelos autores ajudou a destacar um referencial teórico bem

construído, principalmente por bordar o planejamento estratégico. Apresenta-se também o

mapa estratégico e o painel estratégico do negócio como instrumentos importantes para o

alcance dos objetivos organizacionais.

No desenvolvimento do presente artigo aborda-se uma breve origem da estratégia, os

níveis e os tipos de estratégia, os processos constituintes do planejamento estratégico e as

análises estratégicas pertinentes ao estudo que apresentam informações sobre a empresa

pesquisada.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 BREVE ORIGEM DA ESTRATÉGIA

A partir da ideia de Maximiano (2006, p. 230) compreende-se a sua origem “[...] a

palavra estratégia é herdada dos gregos, que a usavam para designar a arte dos generais.

Estrategos eram os comandantes supremos escolhidos para planejar e fazer a guerra”.

Os executivos pioneiros na aplicação da estratégia foram Pierre du Pont e Alfred

Sloan, que utilizaram o que mais tarde viria a ser conhecido como administração estratégica.

Dessa forma, Sloan reconheceu a necessidade de estratégia, a qual denominou de política de

negócios e manteve-a separada das operações rotineiras.

Chandler pesquisou e estudou sobre as experiências nas organizações de Du Pont e

Sloan. Ele foi considerado o primeiro pesquisador da estratégia empresarial. Chandler em

meados de 1962 publicou o livro: “Estratégia e Estrutura”, apresentando como definição de

estratégia: a determinação das metas e objetivos básicos e de longo prazo de uma empresa; e a

adoção de ações e alocação de recursos necessários para atingir esses objetivos.

Foi no ano de 1965, que H. Igor Ansoff acompanhando o mesmo pensamento de

Chandler que muito o influenciou nos estudos sobre estrtégia, publicou o livro Estratégia

coorporativa, o primeiro livro acadêmico sobre estratégia, apresentando sua noção de um

processo de formular objetivos e estratégias com base na análise de oportunidades do

ambiente.

Na década de 1960 iniciou-se a transição do conceito, de políticas de negócio para

planejamento de longo prazo evoluindo para estratégia corporativa e vindo a ser considerado

o planejamento estratégico. Já nos fins de 1970 o conceito de administração estratégica

consolidou-se como o processo que compreende o planejamento estratégico e a

implementação da estratégia.

Os estudos na área da estratégia serviram para mostrar o impacto das decisões

empresariais para a organização, destacando-se as de longo prazo e que afetam a natureza e as

características das empresas no sentido de garantir o alcance de seus objetivos.

Apresenta Tubino (2000, p. 33) uma ideia sobre o planejamento estratégico: “[...] o

planejamento estratégico busca maximizar os resultados das operações e minimizar os riscos

nas tomadas de decisões”.

Consoante Churchill (2005, p. 86) “[...] o planejamento estratégico centra-se em

atividades que resultem no objetivo de uma missão organizacional clara, bem como de

objetivos organizacionais e de estratégias que permitam a empresa alcançar tais objetivos”.

Já o estudioso Maximiano (2006, p. 231) diz que “[...] planejamento estratégico é o

processo de elaborar a estratégia, a relação pretendida da organização com seu ambiente”.

Assim, o planejamento estratégico é a organização de ideias, análise de dados e

estabelecimento de caminhos pelos quais a organização deve percorrer num futuro bem

próximo.

Destaca Igor Ansoff (2007, p. 231) que as organizações não vivem sem planejamento,

principalmente porque “[...] planejamento é um processo de elaboração que compreende a

tomada de decisão e os cursos de ação que uma organização pretende seguir”.

Independentemente do tamanho das organizações sejam de pequeno, médio ou grande porte

todas as organizações fazem uso do planejamento estratégico, pois sem ele as organizações

seriam apenas embarcações a deriva sem saber para onde ir, qual caminho seguir, quais

ferramentas utilizarem, como multiplicar seus lucros e conquistar novos espaços.

2.1.1 Níveis e tipos de Estratégia

Segundo estudos realizados na área da administração estratégia os níveis de

estratégia são divididos em três: Estratégia empresarial, Estratégia de negócios e Estratégia

funcional. Apresenta-se cada uma delas pelas definições de alguns autores como por exemplo

Schermerhorn, (2006, p. 74), que diz: “[...] uma estratégia empresarial fixa um

direcionamento de longo prazo para todo o empreendimento”.

A estratégia empresarial direciona a organização a uma vantagem competitiva

sustentável, descrevendo o escopo de operações identificando o mercado em que a empresa

vai competir., então para o autor: “De maneira cada vez mais crescente, as estratégias

empresariais para muitos negócios incluem um importante papel para operações globais, tais

como parcerias internacionais e alianças estratégicas [...], Schermerhorn, (2006, p. 74)”.

A estratégia empresarial é comum ao nível corporativo relacionando-se à alocação de

recursos para a aquisição e desenvolvimento de novos negócios. Já o nível de estratégia de

negócios é ajustado a uma única unidade de negócios ou linha de produto.

A estratégia de negócios busca competir para ganhar consumidores dentro do

mercado, tendo como característica decisões típicas como a combinação entre produtos e

serviços, localização de unidades, e novas tecnologias.

Para Schermerhorn, (2006, p. 75), “[...] uma estratégia de negócio identifica como

uma divisão, ou unidade estratégica de negócio, irá competir no domínio de seu produto ou

serviço” ou ainda para Fernandes, (2005, p. 12), “[..] a estratégia de negócios foca unidades

específicas, com produtos e serviços concebidos e vendidos para um grupo definido de

clientes e com concorrentes conhecidos”.

Em empresas que apresentam um único negócio a estratégia mais indicada é a

estratégia de negócio, por outro lado, a Estratégia funcional orienta na utilização de recursos

na implementação da estratégia de negócio.

“Uma estratégia funcional guia atividades dentro de uma área específica de

operações” Schermerhorn, (2006, p. 75).

É no nível da estratégia funcional que encontramos a concentração de atividades de

uma área funcional específica de operações, a exemplo a área de marketing ou produção;

Para Fernandes, (2005, p. 12), “[..] a estratégia funcional refere-se as ações adotadas

em áreas particulares da administração”.

A estratégia funcional é o detalhamento da estratégia mais ampla para as áreas

funcionais podendo ser adaptada as especificidades do negócio podendo assim ser definida

como estratégia de qualidade, de pesquisa e de desenvolvimento.

Conhecendo os níveis de estratégias parte-se agora para os tipos de estratégias. Pode-

se dividir as estratégias em tipos segundo estudos realizados por especialistas da Gestão

estratégica. Dessa forma classifica-se em geral as estratégias em três tipos: Estratégia de

Crescimento, Estratégia de Redução, Estratégia de Estabilidade como se apresenta a seguir.

Inicia-se pela Estratégia de Crescimento, que segundo P. Drucker (2006, p. 138),

“[...] a essência do planejamento estratégico consiste em tomar decisões atuais com

conhecimento do seu conteúdo futuro. É esse conteúdo futuro que determina o período, e não

o contrário”.

Sendo assim, a estratégia de crescimento envolve a expansão das operações atuais da

organização buscando expandir suas operações e o seu tamanho, tornando-se populares

porque o crescimento é necessário para a sobrevivência de longo prazo em alguns setores.

Schermerhorn, (2006, p. 75), ressalta “[..] qualquer crescimento deve ser bem

administrado, de maneira a conseguir os resultados desejados”.

Torna-se essencial destacar que algumas organizações crescem através da

concentração utilizando forças existentes de modo novo e produtivo deixando de assumir

riscos.

Já a Estratégia de Redução envolve a expansão das operações atuais da organização.

Para Schermerhorn, (2006, p. 75), “[..] a estratégia de redução diminui a escala de operações,

no sentido de ganhar eficiência e melhorar o desempenho”.

Desta forma a estratégia de redução pode ser implantada na forma de redução por

reviravolta representa a estratégia de diminuir é a redução de custos e reestruturação para

melhorar a eficiência operacional ou ainda como redução através de alienação envolve vender

partes da organização para redirecionar o foco em competências é o reduzir custos e elevar a

eficiência operacional, já à redução pela liquidação encerrar operações através da venda

completa de ativos ou pela declaração de falência.

A Estratégia de Estabilidade mantém o curso de ação presente, sem grandes

modificações operacionais. A estabilidade é buscada quando a organização esta tendo um

bom desempenhando no mercado e não são percebidas grandes variações no ambiente.

Schermerhorn, (2006, p. 76), afirma que, “[...] a estabilidade pode ser também buscada por

inércia, quando os tomadores de decisão não estão dispostos a fazer alterações estratégicas”.

A estratégia de estabilidade tem como característica sempre manter o mesmo curso não

variando.

2.2 OS PROCESSOS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Segundo Maximiano (2006, p. 232), “[...] o processo do planejamento estratégico

dividiu-se em: análise da situação estratégica presente, ambiente interno e definição do plano

estratégico”.

O planejamento estratégico geralmente se estabelece no processo de implantação da

Gestão Estratégica e que geralmente segue as seguintes etapas:

a) a análise da situação estratégica presente: na organização é o onde estamos e

como chegamos aqui.

b) análise do ambiente ou análise externa: são as ameaças e as oportunidades do

ambiente presente e futuro.

c) análise interna: quais são nossos pontos fortes e fracos.

d) definição do plano estratégico: objetivos e estratégias para onde devemos ir, o que

devemos fazer para chegar até lá.

Definido o processo de planejamento estratégico a etapa seguinte é à implementação

da estratégia. A implementação é colocar em prática tudo o que foi discutido, planejado,

estabelecido.

Para Maximiano (2006, p.232) “[...] a implementação é o processo de colocar em

prática, acompanhar, controlar, e avaliar a estratégia”.

Estabelecidas as estratégias elas devem ser colocadas em prática para isso necessita da

demanda de recursos humanos, colocarem os planos estratégicos em ação.

Para Schermerhorn, (2006, p. 71), “[...] o processo de implementação é constituído de

tarefas como”.

a) Identificar a missão e os objetivos da organização;

b) Avaliar o desempenho atual, frente com a missão e os objetivos;

c) Crie planos estratégicos para atingir metas e objetivos;

d) Programe os planos estratégicos;

e) Avalie resultados: modifique planos estratégicos e processos de implementação que

se façam necessários.

Feita a implementação passamos a análise da situação estratégica. A organização

pode ser analisada segundo duas perspectivas principais.

A primeira com base nas decisões tomadas no passado, que afetam a situação atual

da empresa, chamada também de posição estratégica ou situação estratégica. O estado atual da

organização nos mostra o seu comportamento ao longo dos anos e como ela cresceu ou perdeu

mercado com o passar do tempo.

A segunda perspectiva são as decisões tomadas no presente que afetaram o futuro da

organização. São chamadas também de planos estratégicos, que definem o comportamento da

organização, daqui para frente.

Maximiano (2006, p. 233) afirma que quando se quer analisar o passado ou o futuro,

os componentes da estratégia são organizados dessa forma:

a) escopo da organização: produtos e mercadorias, as linhas de produtos e serviços que

a organização fornece a seus clientes e mercados definem seu negócio ou o modelo

de negócio.

O mercado é o conjunto de clientes, consumidores finais ou organizações com os

quais a organização tem ou deseja ter negócios. Na análise da situação estratégica, é necessário identificar a participação dos clientes no faturamento, o volume de

negócios ou atividades da organização com cada cliente ou grupos de clientes de seu

mercado. Na elaboração do plano estratégico, a organização deve definir que

alterações devem ser feitas nessa participação, Maximiano (2006, p.233).

É na fase da organização do escopo que a empresa define seus produtos ou serviços e

busca espaço no mercado.

b) vantagens competitivas: o estudo das vantagens competitivas nos mostra qual o

potencial de diferenciação dos produtos da empresa para seus concorrentes, quais

as suas vantagens e desvantagens em comparação a empresas de mesma

segmentação de mercado.

Mas para poder superar seus concorrentes e obter fidelidade de seus clientes as

principais vantagens competitivas são: qualidade do produto ou serviço, baixo custo das

operações, preço reduzido para os clientes, sistema eficiente de distribuição, velocidade na

inovação, imagem de exclusividade.

c) desempenho: as organizações podem medir o seu nível de desempenho por meio

de indicadores como: vendas, clientes rentabilidade, taxa de retorno do capital

investido.

Um dos indicadores mais usados pelas organizações é a participação no mercado, que

mede a segmentação que a empresa detém no mercado.

d) uso dos recursos: a análise dos recursos tem a natureza quantitativa.

É a forma como os recursos são utilizados o que acaba destacando a forma como a

empresa investe nas mais diferentes áreas da organização.

Para Maximiano (2006, p. 235), “[..] quando o plano estratégico é elaborado, os

recursos devem ser colocados de forma coerente com a situação futura desejada”.

e) análise do ambiente: na análise do ambiente identificamos ameaças e

oportunidades no negócio, pois quanto mais instabilidade tiver o mercado mais a

necessidade temos de analisá-lo, seja instabilidade no número de competitividade

ou complexidade do ambiente.

Para Porter (1989, p 287), os componentes para a análise das forças competitivas são:

poder dos clientes e dos fornecedores, nível de satisfação da concorrência ou poder dos

concorrentes, facilidade de entrada de novos concorrentes, facilidade de entrada de produtos

ou serviços substitutos.

f) análise interna: é a identificação de pontos positivos e negativos dentro das

organizações podendo ser feito por meio da análise das áreas funcionais e

benchmarking.

g) análise das áreas funcionais: a avaliação do desempenho pode ser segmentada de

acordo com as áreas funcionais da organização, tendo como foco os pontos fortes

e fracos em cada uma delas.

h) benchmarking: segundo Maximiano (2006, p. 235), “[...] é o processo por meio do

qual a organização compara seu desempenho com o de outra, uma organização

procura imitar outras organizações, concorrentes ou não, do mesmo ramo de

negócio ou de outros, que façam algo de maneira particularmente bem-feita”.

A idéia central do benchmarking é copiar atitudes e estratégias das empresas de

sucesso quer sejam do mesmo ramo ou não e implantar em suas organizações buscado mesmo

ou até mais eficácia.

Dentro desse contexto faz-se necessário uma clareza da missão, valores e objetivos.

2.2.1 Missão, Valores e Objetivos

Missão: Segundo Schermerhorn (2006, p. 71), “[...] é a razão de existir como

fornecedora de bens e serviços para a sociedade”. A missão é o motivo pelo qual a empresa

existe seja para fornecer bens ou serviços.

Para Schermerhorn (2006, p. 71), […] uma boa declaração de missão é precisa em

identificar o domínio no qual a organização pretende operar incluindo os consumidores que

pretende servir, os produtos e serviços que pretende melhorar e o local no qual pretende

operar.

Torna-se difícil a elaboração de uma missão clara pois identificar a área de atuação

da empresa, segmentação de mercado, produtos e serviços não é tarefa fácil em média as

empresas não conseguem definir uma boa missão obtendo como consequência resultados

insatisfatórios. Sobre a Visão: Schermerhorn (2006, p. 71), afirma que, […] o comportamento

de uma organização, bem como o comportamento dentro dela, será sempre afetado, em parte,

por valores, que são crenças amplas sobre aquilo que é ou não apropriado.

É o que chamamos de cultura organizacional a presença de valores que estabelecem

o caráter de uma organização. Enquanto a missão destaca o propósito de existir da empresa os

objetivos direcionam as atividades nas áreas de lucratividade, parcela de mercado, talentos

humanos, saúde financeira, eficiência de custos, qualidade no produto, inovação e

responsabilidade social Schermerhorn (2006, p. 72).

Já definidos a missão, visão e objetivos faz-se necessário dentro do processo de

planejamento a análise dos recursos e capacidades organizacionais além da análise do setor e

do ambiente.

2.2.2 Análise dos recursos e capacidades organizacionais

De acordo com Schermerhorn (2006, p. 72), [...] a análise interna dos pontos fortes e

pontos fracos da organização, bem como uma análise externa das oportunidades e ameaças do

ambiente pode ser abordada por meio da técnica da análise SWOT.

A análise SWOT inicia com a avaliação sistêmica dos recursos e das capacidades da

organização.

Um objetivo importante corresponde a identificar competências essenciais, na forma

de pontos fortes especiais que uma organização possui, ou coisas que faz

excepcionalmente bem, em comparação com seus concorrentes, elas representam as

habilidades que, em virtude de serem raras, dispendiosas de imitar e insubstituíveis,

torna-se fontes viáveis de vantagem competitiva, Schermerhorn, John R (2006, p. 72).

O objetivo da análise SWOT é examinar os pontos fracos e os pontos fortes da

organização bem como as oportunidades e as ameaças do ambiente, tendo como competência

essencial a força especial que fornece a uma organização uma vantagem competitiva.

Schermerhorn, (2006, p. 73) “[...] destaca na análise SWOT a avaliação interna e

externa da organização além dos pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças”.

Na avaliação interna da organização:

i. Pontos fortes: eficácia na produção, força de trabalho capacitada, boa parcela de

mercado, boa situação financeira e reputação superior;

ii. Pontos fracos: equipamentos obsoletos, política inadequada de pesquisa

desenvolvimento, tecnologia obsoleta, gerenciamento precário e falhas em

planejamento anteriores.

Avaliação externa das organizações:

i. Oportunidades: possíveis mercados futuros, economia forte, concorrência fraca,

tecnologias emergentes e crescimento do mercado existente.

ii. Ameaças: novos concorrentes, escassez de recursos, mudanças de preferências do

mercado, novas regulamentações e produtos substitutos.

2.2.3 Análise do setor e do ambiente

A análise SWOT só será considerada completa a partir do momento em que o

ambiente externo for analisado.

As oportunidades e ameaças serão encontradas no macroambiente podendo

contribuir para o ambiente setorial. O ambiente externo quanto mais estável e previsível torna

a estratégia mais precisa obtendo maior sucesso.

Para Schermerhorn, (2006, p. 73) “[...] uma maneira de acrescentar sofisticação a

análise do ambiente é analisando a sua estrutura competitiva.

i. Competitividade do setor: intensidade da rivalidade do setor;

ii. Novos entrantes: ameaças de novos concorrentes entrando no mercado;

iii. Fornecedores: poder de barganha dos fornecedores;

iv. Consumidores: poder de barganha dos consumidores;

v. Substitutos: ameaças de produtos ou serviços substitutos;

Na busca por uma fatia de mercado maior as organizações tomam suas decisões com

base nas estratégias que levam em consideração qual o grau de competitividade do meu

produto em relação aos demais, quais as inovações do meu produto no mercado, quais os

produtos similares ao meu qual o nível de ameaça que eles me trazem, meus fornecedores são

parceiros ou não e os novos produtos oferecem melhores condições aos clientes.

Estabelecida a análise do setor e do ambiente destacamos como ponto fundamental

para uma boa elaboração de estratégia o conhecimento dos níveis de estratégias.

3 METODOLOGIA

Esta pesquisa realizada pode ser classificada quanto à sua natureza como pesquisa

aplicada, pois, tem como finalidade gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à

solução de problemas específicos, envolvendo, assim, verdades e interesses locais.

Quanto à abordagem do problema é classificada como pesquisa quanti-qualitativa,

por um lado se considera quantificáveis os dados utilizando-se recursos e técnicas estatísticas

como, por exemplo, cálculos de porcentagem, por outro há interpretação dos fenômenos

existentes e atribuição de significados que são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Os

pesquisadores analisaram os dados indutivamente considerando-se também como focos

principais de abordagem o processo e seu significado.

A pesquisa quanto aos seus fins como Descritiva e Explicativa já que descreve as

características de um fenômeno ou visa identificar os fatores que determinam ou contribuem

para a ocorrência dos fenômenos nas ciências sociais requerendo o uso do método

observacional. Aprofunda-se então um estudo de caso sobre uma empresa que comercializa

combustíveis.

Quanto aos procedimentos técnicos (Gil, 1991 apud Silva et al 2001) afirmam:

Pesquisa Bibliográfica é aquela que é elaborada a partir de material já publicado, constituído

principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na

Internet. A pesquisa também é Documental: já que foi elaborada a partir de materiais que não

receberam tratamento analítico.

Por fim considera-se que a pesquisa é um estudo de caso, pois envolve um estudo

profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e

detalhado conhecimento. Assim, foram realizadas entrevistas com os gerentes, os atendentes

da loja de conveniência (anexo ao posto) e também com os frentistas, colaboradores que

executam o trabalho operacional de serviços de reposição de combustíveis, troca de óleo, etc.

tendo como principal objetivo obter informações dos entrevistados, sobre os processos

organizacionais da empresa. Outro instrumento de coleta de dados é a observação, pois, a

intenção é a preparação para a elaboração do planejamento estratégico da empresa.

4 A ORGANIZAÇÃO

A empresa objeto de estudo chama-se Comércio de Combustíveis Itacollomy Ltda5,

apresentando o nome fantasia Posto TACOLL, e é uma das unidades de uma cadeia de

negócios de um grupo nacional6.

O Posto TACOLL foi fundado por seus dois sócios, profissionais administradores

em meados de 2006 com orientação da matriz do grupo, localizada na cidade de São Paulo e

5 Nome fictício incluindo o nome fantasia utilizado para proteger a identidade da organização seguindo a política

explícita de privacidade, norma interna constante do Manual Administrativo. 6 Por conta da política de privacidade não se apresentou o nome do grupo.

está localizado na Av. São Luís Rei de França, Bairro Turú na cidade de São Luís, capital

Maranhão.

O Posto possui 12 colaboradores, dos quais: 2 (dois) sócios, 1 (um) gerente, 1 (um)

contador, 1 (uma) secretária, 1 (uma) caixa, 1 (uma) atendente, 1 (um) segurança 4 (quatro)

frentistas.

Ao se identificar os processos administrativos, físicos e operacionais do negócio na

empresa pesquisada. Ela está caracterizada como comércio varejista de combustíveis, quais

sejam: diesel, álcool, e gasolina, bem como produtos variados e típicos de lojas de

conveniência estabelecidas juntamente aos postos. O negócio apresenta ainda a prestação de

serviços de lavagem de veículos e troca de óleo.

Com relação aos processos administrativos verifica-se comumente o emprego de

atividades como: planejamento, organização, direção e controle da empresa no que se refere

aos recursos. No que tange à comercialização dos combustíveis, principalmente as atividades

do sistema de logística envolvem os processo operacionais que consistem em: receber,

armazenar e distribuir esse combustível realizando o abastecimento dos veículos.

O fluxo de atividades operacionais segue por meio de atividades: a primeira é a

atividade de armazenamento que começa pelo recebimento do combustível por caminhões –

tanque, que se estacionam junto às descargas dos tanques subterrâneos para abastecê-los com

o combustível; a segunda é a atividade de distribuição dos combustíveis: álcool, gasolina e

diesel consistindo na venda direta aos consumidores. Durante esse processo (o de venda dos

combustíveis) torna-se fundamental a aplicação dos procedimentos e padrões estabelecidos

pelos órgãos normatizadores e incluem equipamentos básicos para a proteção da proteção e

saúde dos frentistas, bem como dos consumidores.

A terceira atividade é a de lavagem de veículos que se apresenta de forma

diversificada: lavagem americana, lavagem a seco (interna para os bancos) e lavagem

completa (incluindo o motor).

Um dos objetivos estabelecidos no plano estratégico é a inclusão dos serviços de

alinhamento e balanceamento computadorizados de veículos em até 1 (um) ano. A

comercialização de gás butano estava suspensa pela legislação atual vigente, entretanto, não

está descartada a venda, assim que haja liberação por parte dos órgãos competentes. Por

último a troca de óleo: atividade que consiste na troca de óleo feita pelo método convencional,

através da elevação do veículo até que seja possível acessar o compartimento.

de óleo. A loja de conveniências encontra-se estabelecida no mesmo espaço do Posto e é um

empreendimento comercial pequeno que vende produtos de conveniência com horário de

funcionamento 24 horas.

5 ANÁLISE SWOT

O acrônimo SWOT representa uma sigla inglesa que significa: Forças (Strengths),

Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats) e foi

desenvolvida por Kenneth Andrews e Roland Christensen. Ao usar o planejamento estratégico

(tipo de planejamento largamente utilizado nas décadas de 1960, 1970 e 1980, as duas

primeiras nas escolas americanas), para combinar uma análise dos pontos fortes e fracos de

uma empresa e concomitantemente das oportunidades e ameaças do mercado.

A aplicação da matriz SWOT se divide em ambiente interno (Forças e Fraquezas) e

ambiente externo (Oportunidades e Ameaças). Os pontos fortes e fracos são analisados

através da observação da situação presente da organização, geralmente associados a fatores

internos. A empresa utiliza os recursos organizacionais que representa os sistemas e processos

técnicos e operacionais da empresa como estratégias, estrutura, cultura e outros, os recursos

humanos (envolve pessoas e suas experiências, capacidades, conhecimentos e habilidades) e

também os recursos físicos representados pelos equipamentos, instalações, tecnologia, canais

e outros.

Com relação às oportunidades e ameaças do macroambiente, estas representam as

variáveis que compreendem este espaço e estão estreitamente ligadas a fatores externos. Na

análise dos pontos fracos, quando for evidenciado, deverão os acionistas/executivos de a

organização proceder a objetivos estratégicos que irão reduzir ou minimizá-los. Análise dos

ambientes realizada com a ajuda da matriz SWOT deve ser formatada e interpretada para unir

as peças chaves, que são os elementos da análise interna e externa, por que vão formar o

diagnóstico e este deve ser confiável e com suporte de uma boa fonte de informação, e que

esteja integrado às necessidades da administração estratégica. Vide a figura ilustrativa a seguir

apresentando a análise SWOT:

Figura 1: Ilustração da análise SWOT

Fonte: http://projetoseti.com.br/wp-content/uploads/2012/02/dicas-gestao-analise-swot.png

Com relação ao ambiente interno os pontos fortes encontrados no Posto foram:

atendimento rápido, boa estrutura física, adequação às normas de segurança, recursos

humanos treinados, boa localização etc. Pontos fracos encontrados: necessidade de troca por

fardamento novo, manutenção demorada nas bombas de combustível, falta de organização da

escala de serviço dos frentistas, iluminação deficiente etc. Quanto ao ambiente externo as

ameaças encontradas foram: concorrência muito próxima, legislação de segurança a ser

cumprida, preço alto dos combustíveis pelo fornecedor, etc.

6 BALANCED SCORECARD

A nomenclatura Balanced Scorecard (BSC) surgiu nos Estados Unidos da América

com os idealizadores Kaplan & Norton (1992), disseminando-se progressivamente para os

países anglo-saxônicos e escandinavos, carregados culturalmente pela essência da ótica

financeira, muito por causa da enorme influência dos acionistas na vida das empresas,

procurando complementar as medidas de desempenho das organizações com novos

indicadores não financeiros (LE GALL, 2005).

Sabe-se que um dos modelos conceptuais de avaliação do desempenho

organizacional ma is conhecido e utilizado parece ser o balanced business scorecard (Neely,

1998; Marr et Schiuma, 2003; Tangen, 2004). Para esse último autor: Tangen (2004), o BSC é

um tipo de ferramenta que tem como finalidade essencial fornecer aos gestores uma visão

global e integrada do desempenho organizacional, através de um conjunto equilibrado de

indicadores do desempenho sobre quatro perspectivas (Tangen, 2004), que os ajudasse a

alcançarem os objetivos organizacionais, procurando a convergência das ações de gestão

operacional da organização com a visão da mesma.

Figura 2: Ilustração do modelo Balanced Scorecard

Fonte: http://www.executive-dashboard.org/images/balanced-scorecard-3.jpg

6.1 MAPA ESTRATÉGICO

O mapa estratégico é um instrumento que proporciona aos colaboradores uma visão

clara de como o seu trabalho estava ligado aos objetivos da organização, possibilitando que

eles trabalhassem de forma coordenada em direção a esses objetivos. O mapa estratégico é

responsável por traduzir a estratégia em termos operacionais e assume a estratégia como um

processo contínuo (KAPLAN e NORTON, 2004 apud SACCHETTO et al 2012).

Quadro 2: Mapa estratégico da empresa

NEGÓCIO

MISSÃO VISÃO VALORES

Comércio e Distribuição de Combustíveis

Somos uma empresa que almeja desenvolver o Comércio e a Distribuição de combustíveis com

excelência nos padrões de qualidade, responsabilidade socioambiental trazendo um diferencial aos nossos stakeholders e proporcionando a sustentabilidade

Ser referência no Comércio e Distribuição de combustíveis do

nordeste contribuindo com a sociedade de forma socialmente responsável.

Justiça Responsabilidade Transparência

Sustentabilidade Compromisso Qualidade Respeito Segurança.

GERAR VALOR PARA OS ACIONISTAS, COLABORADORES E SOCIEDADE

PERSPECTIVA

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

Financeira Aumentar o lucro líquido mensal Otimizar a demanda e maximizar o retorno do investimento em médio prazo

Cliente/ Mercado Oferecer atendimento personalizado e diferenciado

Ampliar produtos e serviços satisfazendo as necessidades dos clientes

Processos Internos Implantar um Sistema de Gestão da Qualidade Adotar a Gestão estratégica com ênfase na neotecnologia

Aprendizado

Crescimento

Implantar programas de treinamento para os colaboradores

Trabalhar a Comunicação Interna e a Motivação dos colaboradores

Fonte: idealizado pelos autores (2012).

6.2 INDICADORES DE DESEMPENHO

O sistema de indicadores proposto pelo Balanced Scorecard além de preservar os

indicadores financeiros como síntese final do desempenho gerencial e organizacional, também

incorpora um conjunto de medidas que vincula o desempenho sob a ótica dos clientes,

processos internos, funcionários e sistemas ao sucesso financeiro a longo prazo (KAPLAN e

NORTON,1997).

Os indicadores de desempenho utilizados para o estudo acompanham os objetivos

estratégicos, apesar de se estabelecer para as perspectivas apenas alguns objetivos e não todos,

optando-se por não desenvolver um artigo muito estenso, dessa forma, destaca-se a

perspectiva juntamente com o objetivo e seu respectivo indicador de desempenho:

Perspectiva financeira – objetivos: Aumentar o lucro líquido mensal, Otimizar

demanda e maximizar o retorno do investimento em médio prazo; indicadores: índice de lucro

líquido, índice de volume de vendas, índice de margem de contribuição, índice de vendas loja

de conveniência, índice de despesas operacionais e financeiras, índice de retorno de capital

investido e índice de despesas com RH.

Perspectiva de cliente – objetivos: Oferecer atendimento personalizado e

diferenciado, Ampliar produtos e serviços satisfazendo as necessidades dos clientes;

disponibilizar produtos e serviços com qualidade e segurança, satisfazer as necessidades dos

clientes; indicadores: índice de satisfação-atendimento, índice de qualidade de produtos

serviços.

Perspectiva de processos internos – objetivos: Implantar um Sistema de Gestão da

Qualidade, Adotar a Gestão estratégica com ênfase na neotecnologia; trabalhar com gestão da

informação; envolver os setores no processo das não-conformidades; indicadores: índice de

satisfação-atendimento, índice de qualidade de produtos serviços, índice de qualidade da

informação, índices de não-conformidades: acidentes, contaminação, derrames, lançamentos

financeiros.

Perspectiva de aprendizado e crescimento – objetivos: Implantar programas de

treinamento para os colaboradores, Trabalhar a Comunicação Interna e a Motivação dos

colaboradores; indicadores: índice de treinamento, índice de satisfação dos colaboradores,

índice de absenteísmo, índices de rotatividade.

6.3 PAINEL ESTRATÉGICO

O painel estratégico serve para reunir todos os indicadores clássicos tangíveis

(contábeis, financeiros, de produção, comerciais, de RH e outros não tradicionais), como

também os novos indicadores que são não tangíveis (satisfação dos colaboradores, satisfação

dos clientes, relação com o meio ambiente etc.). Sabe-se que o painel estratégico é função da

gerência geral e objetiva a interligação com outros painéis de gerências setoriais, dessa forma

facilita também a comunicação organizacional e ajuda no conhecimento.

Quadro 3: Painel estratégico da empresa pesquisada

Perspect

ivas

Objetivos

Estratégicos

Nome do

Indicador

Definição do

Indicador Fórmula de Cálculo

Unid.

Med.

Periodici

dade de

Coletas

Meta

FIN

AN

ÇA

S

Aumentar o lucro

líquido mensal

DRE

Rentabilidade do

PL

Lucro Liquido x 100

Pat Liquido

% Anual 10%

Otimizar demanda

e maximizar o

retorno do

investimento em

médio prazo

ROI – índice de

retorno de

capital investido

Cálculo ROI

(taxa de

rentabilidade)

Investimento total:

lucro líquido % Anual 10%

CL

IEN

TE

Oferecer

atendimento

personalizado e

diferenciado

Capacitação

Gerencial

Percentual de

colaboradores

Capacitados

N° funcionários

Treinados x 100

N° Gerentes Total

% Anual 80%

Ampliar produtos e

serviços

satisfazendo as

necessidades dos

clientes

Índice de

crescimento

de clientes

Percentual de N°

de clientes no

Ano

Qtd Operações x 100

/Qtd de Clientes % Anual 90%

PR

OC

ES

SO

S

IN

TE

RN

OS

Implantar um

Sistema de Gestão

da Qualidade

Conformidade Percentual de

Conformidade

N° de Processos

Corretos x 100

N° de Processos

% Anual 95%

Adotar a Gestão

estratégica com

ênfase na

neotecnologia

Estratégias

adotadas Percentual de

Estratégias/ano

Média de estratégias

implantadas % Anual 80%

AP

RE

ND

IZA

DO

E C

RE

SC

IME

NT

O

Trabalhar a

Comunicação

Interna e a

Motivação dos

colaboradores

Endomarketing

Colaboradores

satisfeitos e nº

total de

colaboradores

N. Colaboradores

satisfeitos/ nº total de

colaboradores

% Anual 90%

Implantar

programas de

treinamento para

os colaboradores a

partir da análise do

Clima

Organizacional

Clima

Organizacional

Índices de

treinamentos;

Índices de

satisfação,

remuneração;

N° treinamentos

Afastados x 100

N° Colaboradores Total

% Anual 1%

Fonte: idealizado pelos autores (2012).

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As empresas necessitam de objetivos para continuar se desenvolvendo e ainda mais

de metas e estratégias, ou seja, de um direcionamento que as leve a níveis mais altos de

maturidade. A partir das ferramentas da gestão estratégica é que os gestores conseguirão

alcançar resultados mais promissores apoiados na base do planejamento e do processo

decisório acertado.

Este estudo iniciou-se com a apresentação de um breve histórico de uma empresa que

comercializa combustíveis na cidade de São Luís, estado do Maranhão. Deu-se continuidade

com a ilustração da ferramenta Balanced Scorecard, destacando-se no referencial teórico seus

principais conceitos, objetivos, características e as quatro perspectivas constantes neste estudo

com aplicação prática exemplificada em propostas de melhorias nos processos e nos

resultados a serem alcançados da empresa Comércio de Combustíveis Itacollomy Ltda.

Utilizou-se procedimentos metodológicos adequados a este tipo de estudo

apresentando-se um estudo de caso que permitiu visualizar a criação de uma análise SWOT

desenvolvida com a finalidade de avaliar sistematicamente as forças e fraquezas,

oportunidades e ameaças do Posto TACOLL.

Apresentou-se ainda neste artigo objetivos estratégicos aliados aos indicadores de

desempenho para um posicionamento estratégico, além de desenhar um mapa estratégico.

Este estudo tem sua importância por apresentar subsídios na área da Gestão Estratégica que

são importantes na aquisição de resultados positivos e por desenvolver estratégias viáveis em

organizações do mesmo ramo de atividade do comércio de combustíveis servindo para futuras

pesquisas similares à pesquisa proposta.

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