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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO
NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
APLICAÇÃO DO TRABALHO PADRONIZADO NA
MANUTENÇÃO MECÂNICA DE UMA INDÚSTRIA
TÊXTIL DO RIO GRANDE DO NORTE
IANE CAMILE DE CASTRO BESERRA
NATAL
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO
NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
APLICAÇÃO DO TRABALHO PADRONIZADO NA
MANUTENÇÃO MECÂNICA DE UMA INDÚSTRIA
TÊXTIL DO RIO GRANDE DO NORTE
IANE CAMILE DE CASTRO BESERRA
NATAL
2018
Monografia apresentada ao Curso de Engenharia de
Mecânica, como requisito para obtenção do Título de
Engenheira Mecânica pela Universidade Federal do
Rio Grande do Norte.
Orientadora: Profª Dra. Juliana Ricardo de Souza
2
Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Prof.ª Dr.ª Ângela Maria Paiva Cruz
Diretor do Centro de Tecnologia
Prof. Dr. Luiz Alessandro Pinheiro da Câmara de Queiroz
Coordenador do Curso de Engenharia Mecânica
Prof. Dr. Thércio Henrique de Carvalho Costa
Orientação
Profª Dra. Juliano Ricardo de Souza
Ficha Catalográfica
OBS.: Solicitar orientações na Biblioteca da UFRN para feitura da ficha personalizada.
3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho, inicialmente, à Deus. À Ele devo minha existência. Ele é minha base e minha fonte de forças. Tudo para Ele, nada sem Ele.
Dedico também aos meus pais, Roque e Nady, que me ensinaram, desde cedo, a importância do estudo e da capacitação.
4
AGRADECIMENTOS
Aos meus queridos e amados pais, Nady Marques de Castro Beserra e Roque de Assis Beserra Filho, pessoas inspiradoras, fortes, batalhadoras e guerreiras. À minha mãe, fonte de resiliência e ao meu pai, fonte de persistência. Junto à Deus, vocês são minha base. Acrescento meus irmãos, Vitor Hugo de Castro Beserra e Igor de Castro Beserra vocês me mostraram que eu devo lutar pelos meus objetivos. Meu amor por vocês não tem tamanho.
Às minhas avós, Anailde Marques de Medeiros e Maria Peres Beserra (in memoriam) que cuidaram de mim com todo amor, dedicação e carinho por toda a minha vida.
Ao meu querido Ruy Dias Alves da Silva Neto pelos eternos momentos de carinho, compreensão, respeito, reciprocidade e amor e à sua família: Severina Vanalúcia de Figueiredo Dias, Rayanne de Figueiredo Dias, Raphael de Figueiredo Dias e Rosemere, meus sinceros agradecimentos por todo acolhimento, carinho e cuidado.
À minha querida orientadora de TCC, de estágio e de vida: muito obrigada por tudo! Obrigada por todos os puxões de orelha, pelas palavras ditas no momento certo, pela compreensão, pelas risadas e por todos os momentos partilhados. Você é uma profissional incrível e uma pessoa mais incrível ainda. Que Deus ilumine sua jornada.
Ao meu querido amigo Lucas da Costa Soares, por todos os momentos partilhados, sejam no estágio, na graduação, na pós graduação ou na vida. Todas as risadas, todas as palavras e todo o ombro amigo partilhado, meus sinceros agradecimentos. Você tornou esses dias bem mais leves.
Aos amigos da rota zero: Lucas da Costa Soares, Eloá Cristine, José Magdiel e Thaieny Zucolotto, obrigada por todos os momentos, todas as risadas e todas as conversas trocadas. Vocês são incríveis! Lembrem-se: Deus sempre tem um propósito na vida de cada pessoa.
À Karine dos Anjos, obrigada pelos ensinamentos partilhados. Obrigada por acreditar em mim e por acrescentar tanto na minha vida profissional e pessoal. Desejo muito sucesso na sua carreira profissional e muita paz na sua vida.
À Willian Fernandes, obrigada por mostrar que ainda há seres humanos bondosos e humildes. Ouvi, aprendi e cresci muito com você. Guardarei pra sempre a sua frase: “colocando Deus na frente você já começa a resolver o problema da maneira correta; fazendo isso, metade do problema você já resolveu”.
À Ricardo Nogueira e Adailson Rodrigues, obrigada pela confiança depositada. Obrigada por acreditar que sempre somos capazes de fazer mais e melhor. Vocês contribuíram diretamente para o meu crescimento profissional e pessoal.
À Diomeces Rodrigues, obrigada por ser mais um professor que a vida pode me dar. Seus ensinamentos ficarão guardados na memória.
À Euclides, Egon, Pedro, Idjonson, Alessandro, Joab, Leandro e Edson, obrigada por sempre me ajudar nos percalços do estágio.
5
“O perigo é não evoluir.” Jeff Bezos
6
BESERRA, I. C. C. Aplicação do Trabalho Padronizado na manutenção mecânica de uma indústria têxtil do Rio Grande do Norte. 2018. 59 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2018.
RESUMO
As mudanças na indústria têxtil têm se mostrado cada vez mais
rápidas, a adequação da produção e da manutenção para o aumento da
capacidade produtiva se mostram cada vez mais significativas. Nesse contexto,
a adaptação da manutenção mecânica do beneficiamento perante a
necessidade da produção deve ser cada vez mais ágil e eficaz. Para a
manutenção, em si, é um período de análise dos seus meios e métodos de
manutenção, pois os mesmos garantem a confiabilidade do serviço prestado.
Essa pesquisa tem como objetivo analisar algumas ações prestadas pela
manutenção dos cilindros emborrachados contidos no beneficiamento têxtil,
através da aplicação do Trabalho Padronizado como meio ferramental de
análise. Com o desenvolver da ferramenta aplicada, é possível verificar, analisar
e padronizar todas as atividades realizadas pela manutenção para garantir a
manutenibilidade dos cilindros emborrachados do beneficiamento têxtil. É visto,
também, que através do Trabalho Padronizado é possível reduzir o lead time de
manutenção e movimentação, aumentar a eficiência do colaborador, como
também melhorar a ergonomia da atividade realizada pelos colaboradores.
Palavras Chaves: Trabalho Padronizado, manutenção mecânica,
manutenção, indústria têxtil, beneficiamento têxtil.
7
BESERRA, I. C. C. Application of Standardized Work in the Maintenance of a Textile Industry in Rio Grande do Norte. 2018. 59 p. 2018. Undergraduate Final Project (Mechanical Engineering Graduation) - Federal University of Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2018.
ABSTRACT
The changes in the textile industry have been increasingly fast,
the adequacy of production and maintenance to increase productive
capacity are increasingly significant. In this context, the adaptation of the
mechanical maintenance of the processing to the necessity of the
production must be more and more agile and effective. For the
maintenance itself, it is a period of analysis of its means and methods of
maintenance, since they guarantee the reliability of the service provided.
This research aims to analyze some actions provided by the maintenance
of the rubberized cylinders contained in the textile processing, through the
application of the Standardized Work as a tool of analysis. With the
development of the applied tool, it is possible to verify, analyze and
standardize all the activities performed by the maintenance to ensure the
maintenance of the rubberized cylinders of the textile processing. It is also
seen that through Standardized Work it is possible to reduce the lead time
of maintenance and movement, to increase the efficiency of the employee,
as well as to improve the ergonomics of the activity performed by the
employees.
Key words: Standardized Work, mechanical maintenance, maintenance,
textile industry, textile processing.
8
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Gráfico de Pareto: quantidade de cilindros emborrachados. ........... 16 Gráfico 2: Gráfico de Balanceamento de Operadores (GBO) .......................... 22 Gráfico 3: Quantidade total de cilindros substituídos no ano de 2016 .............. 33 Gráfico 4: Quantidade de cilindros substituídos em 2016 ................................ 34 Gráfico 5: GBO inicial: mecânico líder .............................................................. 36 Gráfico 6: GBO inicial: mecânico líder .............................................................. 36 Gráfico 7: GBO do cilindro extrator antes do TP: mecânico líder ..................... 41 Gráfico 8: GBO do cilindro extrator antes do TP: mecânico auxiliar ................. 41 Gráfico 9: GBO do cilindro extrator antes do TP: mecânico empilhador .......... 42 Gráfico 10: GBO antes do TP: cilindro ocado................................................... 43 Gráfico 11: GBO após TP: cilindro ocado ........................................................ 48 Gráfico 12: GBO inicial: mecânico líder ............................................................ 52 Gráfico 13: GBO inicial: mecânico auxiliar ....................................................... 52 Gráfico 14 :GBO após TP: Mecânico Líder ...................................................... 54 Gráfico 15: GBO após TP: Mecânico Auxiliar................................................... 54 Gráfico 16: Porcentagem de realização do Trabalho Padronizado nos cilindros emborrachados ................................................................................................ 56
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Cinco princípios básicos de Womack, Jones e Ross ........................ 13 Figura 2: Evolução do sistema produtivo ......................................................... 18 Figura 3: Sete desperdícios citados por Shingo. .............................................. 20 Figura 4: Sistema Toyota de Produção: a sua base ......................................... 21 Figura 5: Classificação da pesquisa científica em engenharia de produção .... 26 Figura 6: Etapas do estudo de caso ................................................................. 27 Figura 7: Estrutura da cadeia produtiva e de distribuição têxtil e confecção .... 32 Figura 8: Cilindro extrator sendo substituído .................................................... 35 Figura 9: Retirada do cilindro ocado de máquina de forma manual ................. 45 Figura 10: Retirada do cilindro ocado de máquina de forma manual ............... 45 Figura 11: cilindros emborrachados com revestimento preto e bege ............... 45 Figura 12: Garra construída para movimentar os cilindros ocados .................. 46 Figura 13: Movimentação do cilindro ocado com uso da empilhadeira ............ 46 Figura 14: Movimentação do cilindro ocado com uso da empilhadeira ............ 46 Figura 15: Cilindro prensa sendo removido da máquina .................................. 49 Figura 16: Cilindro prensa Ø270 mm ............................................................... 49 Figura 17: Pino do mancal da prensa ............................................................... 52 Figura 18: Kaizen: Criação de um sacapino ..................................................... 53 Figura 19: Uso do sacapino para remoção do pino. ......................................... 53
file:///G:/Usuarios/Manutencao/Mecânica%20Beneficiamento/Estagiários/50375/Nova%20pasta/Monografia%20-%20graduação%20-%20atualizada%2018%2010%20-%20FINAL.docx%23_Toc528669416
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Tabela de Combinação do Trabalho Padronizado – TCTP (antes da implementação) ................................................................................................ 22 Tabela 2: Tabela de Combinação do Trabalho Padronizado – TCTP (após a implementação) ................................................................................................ 23 Tabela 3: Descrição do planejamento .............................................................. 28 Tabela 4: Produtores têxteis e produtores de vestuário no mundo .................. 31 Tabela 5: Relação do tipo do cilindro com a função, o diâmetro e o peso ....... 35 Tabela 6: Setup de atividades antes do TP: mecânico líder ............................ 37 Tabela 7: Setup de atividades antes do TP: mecânico auxiliar ........................ 38 Tabela 8: Setup de atividades após TP: mecânico líder .................................. 40 Tabela 9: Setup de atividades após TP: mecânico empilhador ........................ 40 Tabela 10: Setup de atividades após TP: mecânico auxiliar ............................ 40 Tabela 11: Setup de atividades antes do TP: cilindro ocado ............................ 44 Tabela 12: Setup de atividades após TP: cilindro ocado. ................................. 47 Tabela 13: Exemplo de setup de atividades antes do TP: cilindro prensa ....... 50 Tabela 14: Exemplo de setup de atividades após do TP: cilindro prensa ........ 51
file:///G:/Usuarios/Manutencao/Mecânica%20Beneficiamento/Estagiários/50375/Nova%20pasta/Monografia%20-%20graduação%20-%20atualizada%2018%2010%20-%20FINAL.docx%23_Toc528669371
11
LISTA DE ABREVIATURAS
Sistema Toyota de Produção (STP)
Qualidade Total (QT)
Just in Time (JIT)
Produção Enxuta (PE)
Trabalho Padronizado (TP)
Mapa Fluxo de Valor (MFV)
Gráfico de Balanceamento do Operador (GBO)
Total Quality Control (TQC)
Metodologia de Análise e Solução de Problema (MASP)
Plan, Do, Check and Act (PDCA)
Procedimento Operacional Padrão (POP)
12
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ................................................................................ 13
1.1 APRESENTAÇÃO ......................................................................................... 13 1.4 ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO ............................................ 17
CAPÍTULO 2: REVISÃO TEORICA ...................................................................... 18
2.1 EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO ..................................................... 18 2.2 ELEMENTOS DO LEAN ................................................................................. 19 2.2.1 MAPA FLUXO DE VALOR ............................................................................ 20 2.2.2 TRABALHO PADRONIZADO ......................................................................... 21 2.2.3 REDUÇÃO DO TEMPO DE SETUP .................................................................. 23 2.2.4 FLUXO CONTÍNUO ..................................................................................... 23 2.2.5 CONTROLE DA QUALIDADE TOTAL ............................................................. 24 2.2.6 MELHORIA CONTÍNUA ............................................................................... 25 2.3 IMPORTÂNCIA DO TRABALHO PADRONIZADO PARA A MANUTENÇÃO .............. 25
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................. 26
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ..................................................................... 26 3.2 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ............................................... 27 3.2.1 PLANEJAMENTO DO CASO .......................................................................... 27 3.2.2 COLETA DE DADOS ................................................................................... 28 3.2.3 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................. 28 3.2.4 RESULTADOS E PADRONIZAÇÃO .................................................................. 30
CAPÍTULO 4: DESCRIÇÃO DO CAMPO ............................................................. 31
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA TÊXTIL .................................................... 31 4.2 A CARACTERIZAÇÃO DO BENEFICIAMENTO .................................................. 32 4.2.1 MANUTENÇÃO DOS CILINDROS EMBORRACHADOS ......................................... 33
CAPÍTULO 5: ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS .................................. 34
5.1 INFORMAÇÕES SOBRE OS CILINDROS EMBORRACHADOS ................................ 34
5.2 CILINDRO EXTRATOR 180 MM .................................................................. 35 5.2.1 COLETA DE DADOS ................................................................................... 36 5.2.1 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................. 39 5.2.3 CONCLUSÃO ............................................................................................ 42
5.3 CILINDRO OCADO DA MERCERIZADEIRA 309 MM ....................................... 42 5.3.1 COLETA DOS DADOS.................................................................................. 43 5.3.2 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................. 43 5.3.3 CONCLUSÃO ............................................................................................ 48
5.2 CILINDRO PRENSA 270 MM ...................................................................... 49 5.2.1 COLETA DE DADOS ................................................................................... 49 5.2.2 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................. 52 5.2.3 CONCLUSÃO ............................................................................................ 54
CAPÍTULO 6: CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................... 55
REFERÊNCIAS 57
13
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação
Concebido em um ambiente manufaturado, mais especificamente na
indústria automobilística, o Lean Thinking, ou o pensamento enxuto, baseado no
Sistema Toyota de Produção (STP), trouxe inúmeras práticas para o sistema
produtivo como a Qualidade Total (QT) e o Just in Time (JIT) (Duarte et al.,
2011) os quais buscam incessantemente a Produção Enxuta (PE) nas
organizações.
Para Womack, Jones e Ross (1990) existem diferenças básicas entre
a Qualidade Total e o Just in Time. Para ele o JIT é uma filosofia de gestão,
enquanto a PE tem como objetivo básico a racionalização do fluxo de produção,
procurando continuamente reduzir os recursos e as perdas da produção.
Segundo Cirino et al. (2013) o modo como os resultados da PE devem
ser analisados é a partir da mensuração dos dados para, assim, validar a
aplicação deste sistema, garantindo a eliminação dos desperdícios ao longo do
fluxo de valor. Com isso, os leads times acabam sendo encurtados, o que
acarreta em um aumento da qualidade do produto (WOMACK; JONES; ROSS,
1990).
O Lean Thinking foi disseminado por Womack, Jones e Ross (1990)
através de cinco princípios básicos (Figura 1), sendo eles: valor, fluxo de valor,
fluxo contínuo, produção puxada e perfeição. Para isso, o Trabalho Padronizado
(TP) foi associado às operações como um elemento que tem sido amplamente
utilizado (ROTHER; HARRIS, 2002).
Figura 1: Cinco princípios básicos de Womack, Jones e Ross
Autores: WOMACK, JONES e ROSS (1990)
ValorFluxo de
valorFluxo
contínuoProdução puxada
Perfeição
14
O Trabalho Padronizado reduz desperdícios, diminui a carga de
trabalho e riscos de acidentes, além de aumentar a produtividade e a satisfação
dos trabalhadores (KISHIDA, 2006). Ao ser aplicado na indústria, pode trazer
inúmeros benefícios como diminuir a quantidade de movimentações em uma
atividade, diminuir o retrabalho, diminuir a quantidade de operações, retirar
transportes desnecessários, padronizar a quantidade do estoque, além de
padronizar a operação, sendo assim, a sua aplicação é positiva para no meio
industrial, trazendo estabilidade para o processo (MARIZ; PICCHI, 2013).
A PE é "enxuta" porque usa menos de tudo que a produção em massa
- metade do esforço humano na fábrica, metade do espaço de fabricação,
metade do investimento em ferramentas, metade das horas de engenharia para
desenvolver um novo produto na metade do tempo. Além disso, é necessário
manter muito menos da metade do estoque necessário no local, resulta em
muitos menos defeitos e produz uma variedade crescente de produtos
(WOMACK; JONES; ROSS, 1990).
Desde que o Sistema Toyota de Produção desenvolveu o Sistema
Lean, inúmeros autores enfatizaram o Trabalho Padronizado devido às suas
inúmeras aplicações. Womack et al. (1990) dizem que supostamente a melhor
maneira de descrever a produção enxuta seja mesclando a produção com a
prudência em massa. Como o setor do Lean Thinking é amplo e abrangente, ele
é facilmente diversificado para inúmeros campos, como exemplo a indústria
têxtil.
Dentro do beneficiamento têxtil o Trabalho Padronizado tem um
grande poder de ação. Devido ao grande número de manutenções, o TP tem a
capacidade melhorar as manutenções, mantendo-as padrão para todos os
mantenedores. Um ponto forte de atuação do Trabalho Padronizado é na
manutenção dos cilindros emborrachados. Em uma indústria têxtil do Rio Grande
do Norte, por exemplo, são encontrados mais de 600 cilindros, como pode ser
visto no Gráfico 1, distribuídos pelo setor. Sendo assim, a diminuição de
desperdícios (de tempo, de material, de carga de trabalho e de acidentes), o
aumento da disponibilidade a máquina para a produção e a satisfação do cliente
15
(ou seja, a administração da produção) torna a manutenção imprescindível e
necessária para a produção.
Por isso, de acordo com o exposto, este trabalho visa identificar
quais os benefícios da implementação do Trabalho Padronizado na
manutenção mecânica de uma indústria têxtil?
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral Este estudo visa identificar, através do Trabalho Padronizado, quais
os benefícios da implementação do mesmo na manutenção mecânica de uma
indústria têxtil. A partir do estudo, determinar quais são as melhores sequencias
de trabalho para realizar as atividades dos mecânicos garantindo sempre a
saúde, a segurança e a qualidade da manutenção.
1.2.2 Objetivos Específicos São apresentados também os objetivos específicos, como:
Identificar todos os cilindros emborrachados em funcionamento no setor;
Comparar os resultados das atividades antes da realização do Trabalho
Padronizado e após o Trabalho Padronizado. O uso do Trabalho Padronizado
aumenta a eficiência da manutenção?
Realizar uma reflexão sobre os resultados e o potencial da implementação
do Trabalho Padronizado no setor.
1.3 Justificativa Analisar a implementação do Trabalho Padronizado na manutenção
mecânica do beneficiamento têxtil, focando nas atividades executadas pelos
mecânicos em prol da manutenibilidade dos cilindros emborrachados do setor.
É encontrada uma grande quantidade de cilindros emborrachados no setor dos
mais variados tipos, diâmetros e funcionalidade, os quais podem ser vistos no
Gráfico 1.
16
Gráfico 1: Gráfico de Pareto: quantidade de cilindros emborrachados.
Devido à alta rotatividade dos mesmos, fez-se necessário o estudo
sobre o tempo de troca dos cilindros. Para priorização do estudo, foi construída
uma análise de Pareto e, a partir da mesma, foi utilizado o sistema 80/20 para
descoberta dos tipos dos cilindros que mais são utilizados no setor. É possível
compreender que o trabalho demandaria mais atenção para os Cilindros
Extratores, Cilindros Ocados, Cilindro Curvo, Cilindros Balança e Cilindro
Prensa. Contudo, como os Cilindros Curvos não são da mesma criticidade dos
demais, a análise do Cilindro Curvo não foi realizada neste estudo.
O desenvolvimento deste estudo é de extrema importância para a
manutenção, pois como as manutenções são diárias (mesmo que em máquinas
diferentes), é necessário que as mesmas sejam feitas com a máxima qualidade
possível e no menor tempo possível.
Espera-se que um mecânico, por meio de treinamentos e
conhecimento do processo, através das suas habilidades, foco e competências,
tenha a capacidade de utilizar seus conhecimentos na solução dos problemas
do dia-a-dia na fábrica, podendo, assim, transformar e melhorar a execução do
trabalho na fábrica.
O estudo em questão poderá ser uma semente para trabalhos da
mesma natureza no setor fabril, podendo aumentar a discussão sobre as
atividades realizadas na manutenção, podendo intensificar os treinamentos na
equipe, além de adequar as atividades realizadas com as normas de segurança
e qualidade da empresa.
17
As motivações da autora ao pesquisar o tema foram a relevância que
se julga possuir a preparação necessária da equipe da manutenção mecânica
do beneficiamento de uma indústria têxtil perante as atividades necessárias,
identificando e melhorando as atividades dos mesmos de acordo com o exposto
acima, podendo diminuir o tempo de manutenibilidade dos cilindros, em
manutenções preventivas e corretivas, e melhorando a qualidade do serviço
prestado.
1.4 Estrutura de apresentação do trabalho
O presente estudo está organizado em seis capítulos. No primeiro
capítulo é abordada a contextualização do tema, os objetivos, a justificativa do
estudo, o problema da pesquisa e a estrutura presente na monografia.
O segundo capítulo abrange o referencial teórico e conceitual em que
contém a base teórica da pesquisa. Aborda, também, os conceitos relacionados
à evolução do sistema de produção, ao Sistema Lean de Produção e aos seus
conceitos: mapa fluxo de valor, Trabalho Padronizado, redução do tempo de
setup, fluxo contínuo, controle da qualidade total e melhoria contínua, além da
importância do Trabalho Padronizado na manutenção.
O terceiro capítulo aborda a metodologia do trabalho e todas as
etapas procedimentais executadas durante a pesquisa.
No quarto capítulo é vista a descrição, caracterização e ambientação
teórica quanto à indústria têxtil, beneficiamento têxtil e manutenção mecânica
dos cilindros emborrachados do beneficiamento têxtil.
O quinto capítulo retrata a coleta de dados, análise e os resultados
encontrados antes e após a realização do Trabalho Padronizado na
manutenibilidade dos cilindros emborrachados do beneficiamento têxtil.
Por fim, no sexto capítulo será apresentado as considerações finais
sobre a monografia, incluindo algumas conclusões sobre a continuidade e
execução do trabalho na manutenção mecânica do beneficiamento têxtil.
18
CAPÍTULO 2: REVISÃO TEORICA
2.1 Evolução dos sistemas de produção
Os sistemas de produção têm avançado bruscamente ao longo das
décadas (Figura 2). Muitas vezes a produção neste período era feita por
encomenda, o que gerava uma baixa produção com alto custo de fabricação. Os
artesões, por sua vez, eram extremamente habilidosos, não faziam uso de
sofisticadas ferramentas, fazendo com que a produção fosse flexível. No início
do século XX a produção teve uma explosão com a diversificação do poder de
compra dos consumidores, gerando uma produção em alta escala. Foi possível
perceber, também, o desenvolvimento da empresa Ford Company, a qual
desenvolveu um método de produção para alavancar e diversificar as produções
criando as linhas de montagem.
Figura 2: Evolução do sistema produtivo
Womack Jones e Ross (1990) relataram, também, que para reduzir
os custos da manufatura em massa, a produção era baseada em dois pontos:
Performance produtiva padronizada de cada trabalhador;
Aquisição de matérias-primas em larga escala;
Com isso, fez-se necessária a padronização da produção e do
produto, as variações decorrentes nos lotes foram reduzidas, assim como a
fabricação dos produtos foi padronizada, facilitando a execução dos mesmos.
Yoshino (2008) comenta que as principais características da produção
desse sistema eram:
Padronização do produto;
Partes intercambiáveis;
Atenção especial para as máquinas produzirem ao máximo;
Padronização das tarefas;
Divisão do trabalho.
19
Nos Estados Unidos da América, em 1920, foi visto o desenvolvimento
da General Motors a partir da introdução dos meios de flexibilização da produção
na linha de produção. Essa mudança foi vista por Alfred Sloan presidente, da
GM no período. Os mesmos acharam necessário incrementar a flexibilidade da
produção devido à necessidade da sobrevivência da General Motors nas
vendas.
Neste mesmo período, pós Segunda Guerra Mundial, a Toyota Motor
Company reinventava o seu Sistema de Gestão Produtiva. Devido ao período, a
empresa passou por um grande período de escassez de produtos, por isso, foi
necessário rever os meios produtivos: diminuir desperdícios, reorganizar as
estratégias de produção e produzir com a máxima eficácia para reduzir os
reprocessos. Assim foi desenvolvido o STP e as filosofias japonesas.
Desde o período pós Segunda Guerra Mundial, os sistemas de
produção têm evoluído no meio industrial a partir da introdução da automação
nos maquinários. Com o desenvolvimento desse aspecto, os processos
produtivos estão cada vez mais confiáveis, permitindo cada vez mais a
flexibilização dos processos, aumentando a variedade dos produtos.
2.2 Elementos do Lean
Shingo (1996) afirma que o Sistema Toyota de Produção se sustenta
na priorização das melhorias através da eliminação dos desperdícios de forma
contínua e sistêmica durante o seu processo produtivo.
São sete tipos de desperdícios (Figura 3) citados por Shingo (1996),
são eles: superprodução, espera, transporte, excesso de processamento,
inventário, movimento e defeitos. O STP objetiva o aumento da eficiência da
produção pela eliminação contínua dos desperdícios (LIKER, 2005). Por isso, o
principal pilar do STP é a redução dos desperdícios. Este sistema é amparado,
também, pelo JIT e pelo Jidoka (autonomação) (SILVA et al., 2013).
20
Figura 3: Sete desperdícios citados por Shingo.
Autor: Shingo (1996)
Segundo Ohno (1997) e Fujimoto (1999), o just-in-time de produção é
um dos pilares do STP, sendo ele considerado um elemento de fundamental
importância, sendo considerado, inclusive, como um viabilizador da produção,
pois o processo de fabricação do sistema só é iniciado no momento certo, não
havendo, assim, superprodução no sistema.
Sendo um processo de fluxo, o JIT tem como objetivo o controle dos
itens contidos no processo produtivo, assim como os insumos e movimentações.
Segundo Ohno (1997) os insumos devem ser introduzidos no processo de
maneira precisa e na quantidade necessária.
2.2.1 Mapa fluxo de valor
Mapa Fluxo de Valor (MFV) é considerado como toda e qualquer ação
realizada em um produto desde a matéria prima, até a chegada ao consumidor
final CIRINO et al. (2013) apud SANTOS (2009). Para os autores, deve-se
buscar desde o sistema macro da organização, até o sistema micro,
considerando o sistema em sua totalidade e não observar cada processo
individualmente. Assim, segundo Cirino et al. (2013) o processo será observado
como um todo.
Pode-se compreender que o MFV corresponde as operações
necessárias para dar sequência ao processo. Este mapeamento deve ser
realizado de tal maneira a contribuir com o processo, para que a organização
21
compreenda a necessidade do desenvolvimento do processo de produção em
cada etapa. Uma boa maneira para identificar desperdícios no processo
produtivo é a partir do Mapa Fluxo de Valor, dizem CHEN; LI; SHADY (2010).
2.2.2 Trabalho Padronizado
Kishida, Silva e Guerra (2006) citam que o TP é uma ferramenta do
Lean Thinking a qual tem o foco voltado para o movimento e o trabalho do
operador. O Trabalho Padronizado é uma ferramenta desenvolvida pelo Sistema
Toyota de Produção e é encontrado como sendo a base para o STP (Figura 4).
Figura 4: Sistema Toyota de Produção: a sua base
O Trabalho Padronizado trata do estabelecimento de três
procedimentos para o trabalho, são eles:
Tempo takt: verificar o ritmo em que os trabalhadores realizam cada
atividade;
Sequência de trabalho: verificar qual a sequência que os colaboradores
realizam cada atividade;
Estoque padrão: verificar qual material deve ter em estoque para
concretização da atividade.
Para desenvolvimento do Trabalho Padronizado é necessário a
criação do Gráfico de Balanceamento do Operador (GBO) tendo como referência
o tempo takt. Kishida, Silva e Guerra (2006) afirmam que o desenvolvimento do
GBO começa através de um “gemba”, in loco, através da análise das atividades
22
da operação, cada atividade (Gráfico 2) deve ser cronometrada para verificar o
tempo takt dos operadores para criação da Tabela 1. Esse levantamento deve
ser realizado uma quantidade mínima de vezes, a fim de identificar o tempo takt
médio da atividade.
Gráfico 2: Gráfico de Balanceamento de Operadores (GBO)
Fonte: KISHIDA, SILVA e GUERRA (2006)
A partir do GBO é possível a criação da Tabela de Combinação de
Trabalho Padronizado (TCTP) como visto na Tabela 1.
Tabela 1: Tabela de Combinação do Trabalho Padronizado – TCTP (antes da implementação)
Fonte: KISHIDA, SILVA e GUERRA (2006)
Com o desenvolvimento do primeiro TCTP da atividade é possível
identificar visualmente quais etapas da atividade demandam a maior parte da
atividade e, assim, realizar as melhorias necessárias para reduzir o tempo de
ação ou reduzir a sequência de trabalho.
Posteriormente deve ser realizado o novo GBO e, consequentemente
o novo TCTP para identificar de forma visual as melhorias realizadas, como
identificado na Tabela 2.
23
Tabela 2: Tabela de Combinação do Trabalho Padronizado – TCTP (após a implementação)
Fonte: KISHIDA, SILVA e GUERRA (2006)
É possível verificar, na Tabela 2 a diminuição da penúltima atividade,
fazendo com que o tempo de realização da atividade tenha o seu tempo takt
reduzido consideravelmente.
Um ponto observado é o JIT, o qual é envolvido no TP assegurando
uma estabilidade básica, garantindo um padrão na realização dos processos. O
TP permite, também, a abertura para a melhoria contínua dos processos, um
exemplo é a melhoria contínua através do kaizen – metodologia derivada do
STP.
2.2.3 Redução do tempo de Setup
Setup é uma expressão inglesa a qual explica o tempo de preparação
de uma atividade. No STP há uma constante busca pela diminuição dos setups.
A filosofia seguida, o Sistema Lean, preza pela inexistência ou, pelo menos, pela
máxima redução dos setups.
A redução do setup contribui de maneira significativa na redução do
lead time do processo produtivo CIRINO et al. (2013) apud FEITOSA et al.
(2009).
Por exemplo, uma mudança de processo exige, necessariamente, o
desenvolvimento de um setup de máquina, seja para mudança dos insumos, seja
para a própria limpeza da máquina. Quanto menor for o setup de uma máquina,
mais rápida a mesma estará disponível para produzir.
2.2.4 Fluxo contínuo
Rother e Harris (2002) discutem a criação de um fluxo contínuo como
resultado de um estabelecimento de trabalho padronizado, uma ferramenta útil
na base do Trabalho Padronizado.
24
O fluxo contínuo de um processo é definido por CIRINO et al. (2013)
como sendo a “realização de atividades de maneira continuada e ininterrupta,
movendo os itens em um processo de uma operação para outra, sem que
ocorram pausas ou esperas neste processo”. Este autor ainda reitera que na PE
utiliza-se deste modelo de processo para reduzir custos, perdas,
movimentações, estoques e, consequentemente, qualquer operação que não
agregue valor ao produto final.
2.2.5 Controle da Qualidade Total
CAMPOS (1992) define “controle de qualidade total” como “todas as
dimensões que afetam a satisfação das necessidades das pessoas”, tais como:
a) Qualidade: item diretamente ligado à satisfação do cliente;
b) Custo: o custo deve refletir a qualidade do produto;
c) Entrega: condições de entrega dos produtos ou serviços intermediários e
finais de uma empresa – índices de atraso, índices de entrega em local
errado e índices de entrega de quantidades erradas;
d) Moral: mede o nível médio de satisfação de um grupo de pessoas;
e) Segurança: segurança dos empregados e a segurança do usuário do
produto.
Campos (1992) ainda define “controle de qualidade total” como Total
Quality Control (TQC), sendo a junção:
(Controle + qualidade) total = TQC;
Controle total + qualidade total = TQC;
Sendo necessária a definição de “controle total” e “qualidade total”.
CAMPOS (1992) ainda cita: “TQC é o controle exercido por todas as pessoas
para a satisfação das necessidades de todas as pessoas”.
Controle total: definido por Campos (1992) como controle exercido de
forma harmônica, sistêmica e metódica.
Qualidade total: segundo Campos (1992) a qualidade total preza a
satisfação das necessidades das pessoas.
Assim, o controle da qualidade total, segundo Campos (1992), são
todas as dimensões que afetam a satisfação das necessidades das pessoas e,
por conseguinte, a sobrevivência da empresa.
25
2.2.6 Melhoria contínua
O conceito de melhoria contínua foi desenvolvido no Japão no período
pós Segunda Guerra pelo Sistema Toyota. Segundo Cirino (2014) e Yoshino
(2008), a melhoria contínua é trabalhada pelo STP como “kaizen”, uma
abordagem para eliminar desperdícios.
Uma das ferramentas utilizadas na melhoria contínua é a Metodologia
de Análise e Solução de Problema (MASP) a qual é embasada nas mesmas
metodologias que o Plan, Do, Check and Act (PDCA), ambas baseadas no QC-
Story, método de solução de problemas de origem japonesa.
A melhoria contínua tem também no Lean Thinking a particularidade
de ser realizada na base da hierarquia, com rápida detecção e solução de
problemas (SHONBERGER, 1982); assim, é possível afirmar que, do ponto de
vista do Lean Thinking, existem elementos fundamentais que devem ser
adicionados para que se possa atingir o estágio de melhoria contínua perseguido
pelo princípio Lean (PICCHI, 2003).
2.3 Importância do Trabalho Padronizado para a manutenção
A padronização não é oriunda do Sistema Toyota. A padronização de
operações para garantir a repetividade, e tornar-se, assim, eficiente é uma
criação de Frederick Taylor, desde 1907 na “Administração Científica”, com as
folhas de instruções para a correta padronização da fábrica (KANIGEL, 1997)
apud (YOSHINO, 2008).
Yoshino (2008) cita que a padronização é documentada com
instruções de trabalho, sendo elaborada para cada tipo e cada etapa do
processo, assim como os tempos operacionais e rendimento planejado. Essas
instruções, segundo o autor, devem ser continuamente revisadas e melhoradas,
afim de sempre estar de acordo com o trabalho executado pela operação.
Com o crescente avanço da capacidade produtiva da indústria, é vista
uma necessidade básica de atendimento de serviço por parte da manutenção
em prol da produção. Cada vez mais a manutenção deve exercer o serviço com
uma confiabilidade maior, com um custo menor e num prazo cada vez mais curto.
Assim, o Trabalho Padronizado surge garantindo à manutenção meios para
padronizar serviços e atividades.
26
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DA PESQUISA
O presente capítulo abordará a metodologia usada neste trabalho,
evidenciando os procedimentos metodológicos, desde a obtenção dos dados,
como o uso das ferramentas e a análise dos dados desenvolvidos ao longo do
trabalho. Gil (2010) define a pesquisa como procedimento racional e sistemático,
cujo objetivo é responder os problemas propostos.
3.1 Classificação da pesquisa
Prandanov e Freitas (2013) consideram que as pesquisas podem ser
classificadas de diversas formas diferentes, mas precisam ser sistemáticas,
metódicas e críticas. Turrioni e Mello (2012) citam que a classificação das
pesquisas científicas deve ser observada no detalhe, com foco dado pelo autor
da pesquisa, e deve ser abordada de acordo com a Figura 5.
Figura 5: Classificação da pesquisa científica em engenharia de produção
Fonte: Turrioni e Mello (2012)
No tocante a natureza do trabalho, esse se encaixa na natureza
aplicada. A visão de Pradanov e Freitas (2013) da natureza aplicada é a geração
de conhecimentos práticos com foco na solução de problemas específicos.
Quanto aos objetivos este estudo se caracteriza como pesquisa
exploratória e descritiva. A pesquisa exploratória é caracterizada por Pradanov
27
e Freitas (2013) como uma pesquisa com finalidade de proporcionar mais
informações sobre o assunto estudado. A pesquisa descritiva é caracterizada
pelos mesmos autores como uma pesquisa que visa a descrição do fenômeno
estudado através da coleta de dados. Estes elementos ficam evidenciados na
estruturação da pesquisa realizada.
No tangente a abordagem, ela é realizada de maneira qualitativa
através da pesquisa-ação.
3.2 Etapas do desenvolvimento da pesquisa
A pesquisa do trabalho foi dividida em etapas as quais constituíram a
definição da estrutura do trabalho, o planejamento do caso, a coleta de dados, a
análise dos dados e a conclusão do estudo. A estrutura dos dados pode ser vista
na Figura 6.
Figura 6: Etapas do estudo de caso
3.2.1 Planejamento do caso
A fase de planejamento do trabalho foi construída embasando a
quantidade de cilindros emborrachados encontrados no Beneficiamento Têxtil.
Foi preciso planejar o caso dentro da empresa para que, durante o período
preestabelecido, fossem realizadas todas as medições necessárias, incluindo o
brainstorming, havendo, assim, um bom uso do tempo determinado, pois, devido
a demanda de serviço do setor, não era possível realizar as filmagens em toda
manutenção preventiva.
Assim, o calendário encontrado na Tabela 3 foi desenvolvido.
1 • Planejamento do caso;
2 • Coleta de dados;
3 • Análise dos dados;
4 • Conclusão do estudo.
28
Legenda:
P Planejado(P)
R Realizado (R)
N Não realizado (N)
C Concluído (C)
3.2.2 Coleta de dados
A coleta de dados foi realizada em campo através de filmagens in
loco, no período de abril de 2017 a setembro de 2017 com o acompanhamento
de Manutenções Preventivas das máquinas do beneficiamento têxtil.
A autora realizou a coleta de dados através de filmagens para registrar
as devidas movimentações dos colaboradores durante as trocas de cilindros
emborrachados, para, assim, cronometrar o tempo levado por cada mecânico
em cada operação. Foi considerada a análise dos dois lados da máquina (lado
direito e lado esquerdo).
Para cada tipo de cilindro emborrachado foram realizadas
aproximadamente cinco filmagens antes do Trabalho Padronizado e cinco
filmagens após o Trabalho Padronizado e, no mínimo, um brainstorming.
Durante o brainstorming foram realizadas conversas com os
colaboradores dos cargos: auxiliar mecânico, mecânico I, mecânico II, técnico
da manutenção mecânica e supervisor da manutenção mecânica. Através
dessas conversas foram realizados gráficos de Ishikawa no intuito de observar
e identificar possíveis pontos para melhoria da atividade.
3.2.3 Análise dos dados
A análise dos dados foi feita através das filmagens realizadas na
coleta de dados. Com isso, foi possível gerar resultados tangíveis no estudo das
informações. Foram confeccionadas tabelas de movimentações, GBO’s e
gráficos comparativos (antes x depois). Em alguns casos foi possível verificar,
também, a criação e desenvolvimento de alguns kaizens.
N° Tipo do cilindro Início Fim 2016 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 set/17
3 Cilindro ocado da mercerizadeira jul/17 set/17
1 Cilindro prensa de caixa de lavagem 2016 abr/17
jun/17abr/17Cilindro extrator de caixa de lavagem2
Tabela 3: Descrição do planejamento
29
Os dados foram coletados com a máxima cautela para evitar a
interferência direta na manutenção realizada. Algumas vezes, devido ao espaço
físico, foi complicado realizar as filmagens, contudo, a autora sistematizou o
método de filmagem para padronizar ao máximo as filmagens realizadas.
A partir desta metodologia, as seguintes considerações foram
realizadas:
O tempo takt foi medido cinco vezes antes de realizar quaisquer
alterações na sequência de trabalho. Este passo foi crucial, visto que
as atividades são realizadas por várias equipes mantenedoras e, com
isso, foi possível uniformizar todas as atividades para a execução da
tarefa;
A sequência exata de trabalho foi realizada com base nas atividades
encontradas no tempo takt. Este foi dividido em 3 tipos de
deslocamentos: interna, externa ou movimentação;
Levantamento dos itens necessários para realização da atividade;
Realização do brainstorming para identificar pontos de melhorias no
processo e na atividade;
Implementação das ideias levantadas no brainstorming;
Realização do novo tempo takt;
Identificação da nova sequência de atividade;
Levantamento dos itens necessários para realizar a atividade a partir
da nova sequência de atividade;
Padronização da atividade.
A análise dos dados permitiu a autora realizar uma devida análise da
manutenção realizada nos cilindros emborrachados e, através disso, permitiu
realizar a conexão do mundo industrial com as competências do curso de
engenharia mecânica.
30
3.2.4 Resultados e padronização
Após a análise da manutenção antes do TP e após o TP fez-se
necessária a padronização das ações. A padronização deu-se pela criação de
um Procedimento Operacional Padrão (POP) para cada tipo de cilindro
estudado.
Foi realizado, também, treinamentos com todos os colaboradores da
equipe de manutenção mecânica do Beneficiamento Têxtil, no intuito de
disseminar as atividades e informações construídas no decorrer deste trabalho.
31
CAPÍTULO 4: DESCRIÇÃO DO CAMPO
4.1 Caracterização da Indústria têxtil
O setor têxtil é um dos segmentos de maior tradição dentro do
segmento industrial, contando com uma posição de destaque na economia dos
países mais desenvolvidos e carro-chefe do desenvolvimento de muitos dos
chamados países emergentes (MELO et al., 2007). No Brasil a sua importância
não é menor, visto que o país é o maior produtor de índigo e brim da América
Latina.
O comércio têxtil brasileiro vem mostrando uma significativa expansão
no decorrer dos anos. Segundo a ABIT (2013), o Brasil detém o quinto posto dos
países com maior produção têxtil e o quarto posto dos países com maior
produção de vestuário (Tabela 4). Segundo Melo et al. (2007), o aumento da
produção têxtil brasileira é dependente do número de consumidores dos
produtos têxteis que aumentou nos últimos anos.
Tabela 4: Produtores têxteis e produtores de vestuário no mundo
Fonte: (ABIT, 2013)
A cadeia da indústria têxtil é formada por diversos processos que
envolvem desde a escolha do algodão ao beneficiamento têxtil, posteriormente
seguindo para confecção, findando no consumidor final (Figura 7).
32
Figura 7: Estrutura da cadeia produtiva e de distribuição têxtil e confecção
Fonte: ABIT, (2013)
A cadeia têxtil é constituída dos segmentos fiação, tecelagem e
beneficiamento dos fios tecidos. Na Figura 4 é possível observar a alguns pontos
importantes como os seguimentos de fornecedores, os insumos químicos, as
escolas técnicas e universidades, os centros de pesquisa e desenvolvimento e
as máquinas e os equipamentos.
4.2 A caracterização do beneficiamento
O beneficiamento de tecido, de uma maneira geral, agrupa todos os
processos químicos e físicos o qual o tecido é submetido após o tear. A sua
finalidade é melhorar as características visuais e de toque do material têxtil, além
de agregar características específicas ao mesmo. Basicamente é constituído por
três tipos de processos: a preparação do tecido, o tingimento/ tinturaria e o
acabamento do tecido.
A preparação do tecido é responsável pela desengomagem do tecido
através da contínua lavagem em detergentes, peróxidos e soda cáustica; a
eliminação da goma é de vital importância, pois a mesma forma uma película
sobre o fio impedindo a penetração dos insumos posteriormente usados. É
encontrada, também, a chamuscagem do tecido, processo responsável pela
eliminação, através da queima, das pontas de fibras salientes (fibrilas) que ficam
eriçadas na superfície do tecido, conferindo um toque áspero ao mesmo.
33
O alvejamento do tecido é o processo de branqueamento das fibras,
especialmente as fibras naturais, as quais tem uma coloração amarelada e com
grande variedade de tonalidade. São aplicados produtos químicos alvejantes
preparando o aspecto do tecido para processos subsequentes de
branqueamento óptico, tingimento ou acabamento.
O processo de mercerização consiste na aplicação de soda cáustica
sobre o tecido de algodão. A soca cáustica reage com a celulose das fibras de
algodão causando um intumescimento da fibra, deixando-a com um perfil mais
redondo e diminuindo as zonas amorfas da celulose. A mercerização é o último
processo da preparação do fio.
O tingimento, processo subsequente da preparação, é um processo
químico da modificação da cor da fibra do tecido através de materiais corantes
capazes de colorir o tecido.
O acabamento, ou acabamento nobre, tem como objetivo melhorar
e/ou fornecer, através de processos termomecânicos, características físicas ao
tecido. Este processo termofixa a estrutura e a largura do tecido, garantindo uma
uniformidade ao longo do processo.
4.2.1 Manutenção dos cilindros emborrachados
Mensalmente são substituídos centenas de cilindros emborrachados
durante as manutenções preventiva e corretiva, como pode ser visto no Gráfico
3 para o ano de 2016. Assim, o Trabalho Padronizado foi pensado como
ferramenta para auxiliar a manutenção devido ao alto índice de troca de cilindros
emborrachados.
Gráfico 3: Quantidade total de cilindros substituídos no ano de 2016
105
156165
131149
111
134
160147
118
69
87
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
34
CAPÍTULO 5: ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS
5.1 Informações sobre os cilindros emborrachados
É possível encontrar cilindros emborrachados em todas as máquinas
do beneficiamento têxtil. Dos mais variados modelos, diâmetros e funções.
Estratificando todas as substituições realizadas no ano de 2016
(Gráfico 4) através da análise de Pareto, é possível identificar que os maiores
tipos de cilindros que foram substituídos ao decorrer do ano foram o cilindro
extrator (180mm), cilindro ocado (309mm), cilindro prensa (270mm),
caracterizando, assim, a realização do Trabalho Padronizado nesses tipos de
cilindros.
Gráfico 4: Quantidade de cilindros substituídos em 2016
783
187
118 10879 54
20 12 9 9 7 6 6 2 2 1
55,81%
69,14%
77,55%
85,25%
90,88%94,73%
96,15%97,01%
97,65%98,29%
98,79%99,22%
99,64%99,79%
99,93%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
QUANTIDADE DECILINDRO
PARETO (%)
35
Assim, pela realização do TP ser focado nos cilindros extratores
(Ø180 mm), ocados (Ø309 mm) e prensa (Ø270 mm), é vista a Tabela 5 com
alguns detalhes sobre os cilindros.
Tabela 5: Relação do tipo do cilindro com a função, o diâmetro e o peso
5.2 Cilindro extrator 180 mm
O cilindro extrator é um cilindro emborrachado e pode ser encontrado
em todas as máquinas que contém caixas de lavagens no beneficiamento têxtil.
Com diâmetro de 180 mm e dureza variando entre 65 e 85 Shore A, os cilindros
extratores (Figura 8) têm a finalidade de aumentar o fator de troca do tecido
dentro da caixa de lavagem. Demandando a maior quantidade entre os cilindros
emborrachados, os cilindros extratores são encontrados em 12 máquinas do
setor, totalizando 368 cilindros, ou seja, cerca de 60% do total de cilindros do
beneficiamento.
Figura 8: Cilindro extrator sendo substituído
Tipo do cilindro Função Diâmetro
(mm) Peso (kg)
Cilindro extrator de caixa
de lavagem
Aumentar o fator de troca do tecido durante
a sua lavagem 180 70
Cilindro ocado da
mercerizadeira
Distribuir, de maneira uniforme, a tensão
exercida no tecido
309 40
309 80
Cilindro prensa de caixa de
lavagem
Prensar o tecido, retirando todo o excesso
de produto ainda existente no tecido 270 250
36
5.2.1 Coleta de dados
Com a coleta de dados iniciais, foi visto uma sequência de trabalho
necessária para executar a substituição do cilindro extrator em máquina. A
sequência de trabalho do mecânico líder e do mecânico auxiliar pode ser vista
nas Tabelas 6 e 7, respectivamente. É possível encontrar, também, as atividades
realizadas pelo mecânico empilhador, contudo, a sequência de trabalho deste
colaborador não foi computada antes da realização do Trabalho Padronizado,
apenas depois.
Inicialmente é possível visualizar uma grande discrepância de
atividades entre os mecânicos líder e auxiliar, este trabalho também visou a
uniformização das atividades prestadas pelos mecânicos.
A partir do setup de atividades listado acima foi possível desenvolver
o GBO para o mecânico líder e para o mecânico auxiliar. O GBO consegue
discriminar não só a lista de atividades, como também o tempo decorrido em
cada uma delas. Os cilindros extratores de caixa de lavagem inicialmente
necessitavam de aproximadamente 57 minutos Gráfico 5 e 6 para realizar uma
substituição.
Gráfico 5: GBO inicial: mecânico líder
Gráfico 6: GBO inicial: mecânico líder
37
Tabela 6: Setup de atividades antes do TP: mecânico líder
Data: Pág 1 / 1
Processo Tempo das Operações em Sequência
Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.
Operação Total 3191 46 61 Total 3298 s. Interno Extreno Movimentação
Tabela de Padronização do Tempo de SETUP18/04/2017
Área: Preparação Artigo: Gestor: Karine Turno: A Setup Interno
Descrição das Atividadesn° de
Operadores
Apontamentos Tempo
1 Deslocar a plataforma 1 0
5 Abrir a tampa da caixa de lavagem (LD) 1 129 148 I 19
1 119 129 I 10
1 60 106
3 Deslocar-se até a plataforma 1 106 119 M
48 M
2 Separar as ferramentas
Setup Externo
Máquina: 02 3191 s. 107 s.
E 4648
134 Organizar as ferramentas no local de trabalho
11
8 Remover o arrefecimento do pistão (LD) 1 485 495 I 10
7 Separar as ferramentas para soltar a tampa do mancal 1 474 485 I
6 Desmontar a proteção lateral (LD) 1 148 474 I 326
10 Remoção do flange do mancal 1 562 606 I 44
9 Remover a tampa do mancal (LD) 1 495 562 I 67
88
14 Limpeza do eixo (LD) 1 738 748 I 10
11
12 Soltar a corrente das engrenagens (LD) 1 617 650 I 33
11 Separar as ferramentas para desmontar o mancal 1 606 617 I
13 Retirar o mancal (LD) 1 650 738 I
28
16 Esperar pela sincronização do parceiro 1 776 811 I
15 Levantar o cilindro (LD) 2 748 776 I
18 Deslocar-se até o empilhador 1 1002 1019 I 17
35
17 Esperar pelo empilhador 2 811 1002 I 191
19 Descarregar o cilindro novo 2 1019 1054 I 35
54
21 Subir na máquina para colocar as abraçadeiras no cilindro 1 1108 1145 I 37
20 Deslocar-se até a máquina 1 1054 1108 I
23 Arrumar o local para a empilhadeira ter acesso 2 1198 1210 I 12
22 Colocar as abraçadeiras no cilindro 2 1145 1198 I 53
215
25 Esperar o empilhador retirar o cilindro desgastado da máquina 2
24 Esperar a empilhadeira ficar na posição adequada 2 1210 1425 I
35
27 Esperar o empilhador colocar o cilindro novo na máquina 2 1668 1933 I 265
26 Esperar o empilhador pegar o cilindro novo 2 1633 1668 I
3
1425 1633 I 208
44
173
29 Montar a tampa do mancal (LE) 2 2106 2173 I 67
28 Montar o mancal do cilindro novo (LE) 1 1933 2106 I
I 489
32 Deslocar-se até o LD 1 2234 2278 I
31 Deslocar-se até o carrinho para arrumar as ferramentas 2 2176 2234 I 58
30 Montar o arrefecimento do pistão (LE) 2 2173 2176 I
38 Colocar a tampa da proteção LD 1 3240 3245 I
34 Colocar o pistão LD 1 2702 2767 I 65
33 Montar o mancal do cilindro novo LD 1 2278 2767
2848 3240 I 392
36 Colocar a tampa do mancal LD 1 2777 2848 I
5
Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO EXTRATOR Mecânico: Alessandro (Mecânico Líder)
35 Montar parafusos na tampa do mancal LD 1 2767 2777 I 10
71
37 Colocar a proteção do LD 2
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100 2200 2300 2400 2500 2600 2700 2800 2900 3000 3100 3200 3300 3400 3500
38
Tabela 7: Setup de atividades antes do TP: mecânico auxiliar
Data: Pág 1 / 1
Processo Tempo das Operações em Sequência
Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.
Operação Total 2635 101 178 Total 2914 s. Interno Extreno Movimentação
Setup Externo
Máquina: 02 2635 s. 279 s.
Tabela de Padronização do Tempo de SETUP18/04/2017
Área: Preparação Artigo: Gestor: KARINE Turno: A Setup Interno
Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO EXTRATORMecânico: João Batista (Mecânico Auxiliar)
Descrição das Atividadesn° de
Operadores
Apontamentos Tempo
1 Separar as ferramentas 1 0 60 E 60
2 Deslocar-se até a área de trabalho 1 60 84 M24
3 Remover a tampa do mancal 1 84 149 I 65
4 Limpeza do mancal 1 149 169 I 20
5 Remover a proteção LE do mancal 1 169 200 I 31
6 Remover o arrefecimento do pistão LE 1 200 214 I 14
20
8 Soltar o mancal 1 234 353 I 119
7 Remover o pistão LE 1 214 234 I
9 Limpeza do local afixado o mancal 1 353 367 I 14
10 Soltar anel de vedação 1 367 389 I 22
16
12 Espera pelo empilhador 2 405 861 I 456
11 Limpezxa da ponta do eixo 1 389 405 I
13 Lubrificação do mancal 1 861 892 I 31
14 Subir na máquina para colocar as abraçadeiras no cilindro 1 892 915 I 23
61
226
429
I 100
16 Esperar o empilhador retirar o cilindro 2 976 1202 I
15 Colocar as abraçadeiras no cilindro 2 915 976 I
17 Esperar o empilhador pegar o cilindro novo 2 1202 1631 I
18 Auxiliar o parceiro a colocar o mancal LE 2 1631 1731
19 Esperar o parceiro colocar o mancal LE 1 1731 1759 I 28
41
21 Retirar a proteção do cilindro novo 1 1800 1958 I 158
20 Preencher o controle dos cilindros 1 1759 1800 E
22 Auxiliar o parceiro a colocar o mancal LD 2 1958 2156 I 198
23 Esperar sincronização do parceiro 1 2156 2191 I 35
116
25 Descer da máquina 1 2307 2322 I 15
24 Arrumar o local em cima da máquina 1 2191 2307 I
26 Pegar ferramenta 1 2322 2367 M45
27 Limpar as ferramentas utilizadas 1 2367 2476 M109
41
29 Colocar a proteção LD 2 2517 2909 I 392
28 Esperar o parceiro terminar de colocar o mancal LE 1 2476 2517 I
30 Colocar a tampa da proteção LD 2 2909 2914 I 5
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100 2200 2300 2400 2500 2600 2700 2800 2900 3000 3100
39
5.2.1 Análise dos dados
Neste GBO foi possível visualizar a grande espera dos mecânicos
líder e auxiliar pela movimentação da empilhadeira. Neste caso, a manobra da
empilhadeira muitas vezes não consegue ser controlada, pois existem máquinas
que o acesso para empilhadeira é extremamente limitado, resultando, assim, em
um aumento no tempo de troca do cilindro extrator.
Contudo, foi possível identificar alguns pontos que necessitavam
melhorar, como exemplo: a disponibilidade da empilhadeira para a manutenção,
a programação exata da quantidade de cilindros substituídos na manutenção
(preventiva ou corretiva), a disponibilidade dos cilindros que vão ser substituídos
durante a manutenção (preventiva ou corretiva). Foram analisadas, também, as
atividades realizadas pelo mecânico empilhador (Tabelas 8, 9 e 10), sendo vista
uma possibilidade de divisão das atividades, como pode ser visto nos Gráficos
7, 8 e 9.
40
Tabela 8: Setup de atividades após TP: mecânico líder
Tabela 9: Setup de atividades após TP: mecânico empilhador
Tabela 10: Setup de atividades após TP: mecânico auxiliar
Data: Pág 1 / 1
Processo Tempo das Operações em Sequência
Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.
Operação Total 1262 0 417 Total 1679 s. Interno Extreno Movimentação
1019 1205
1205 1679Montar o mancal do cilindro novo LE
Esperar o empilhador colocar o cilindro novo da máquina
447 672
672 1019Esperar o empilhador retirar o cilindro desgastado da máquina
Esperar pela sincronização do parceiro
223
223 253
253 447Desmontar o mancal LD
Desmontar a proteção lateral LD
Separar as ferramentas de trabalho 0
4747 I
6 I 186
5 I 347
1944 I 225
I 30
3 M
M223
2
Descrição das Atividadesn° de
Operadores
Apontamentos Tempo
1
Setup Externo
Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO EXTRATOR Mecânico: Alessandro Máquina: 02 1262 s. 417 s.
Tabela de Padronização do Tempo de SETUP18/04/2017
Área: Preparação Artigo: Gestor: Karine dos Anjos Turno: A Setup Interno
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800
Data: Pág 1 / 1
Processo Tempo das Operações em Sequência
Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.
Operação Total 213 0 823 Total 1036 s. Interno Extreno Movimentação
1009 1036
347
347 533
533 1009
0
Montar a proteção LD
Montar o mancal LD
Colocar o cilindro novo
Retirar o cilindro antigo
4764 I 27
I 186
3 M
M347
2
Descrição das Atividadesn° de
Operadores
Apontamentos Tempo
1
Setup Externo
Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO EXTRATOR Mecânico: Leandro Máquina: 02 213 s. 823 s.
Tabela de Padronização do Tempo de SETUP18/04/2017
Área: Preparação Artigo: Gestor: Karine dos Anjos Turno: A Setup Interno
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100
Data: Pág 1 / 1
Processo Tempo das Operações em Sequência
Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.
Operação Total 736 0 171 Total 907 s. Interno Extreno Movimentação
Retirar a embalagem do cilindro novo 1395 1395
Auxiliar o parceiro a colocar o mancal LE 1545 1779
Esperar o empilhador retirar o cilindro velho 673 673
Esperar o empilhador colocar o cilindro novo 1209 1209
Separar as ferramentas de trabalho
Soltar o mancal LE
0 171
171 673
6 I 234
5 I 0
04 I 0
I 502
3 M
M171
2
Descrição das Atividadesn° de
Operadores
Apontamentos Tempo
1
Setup Externo
Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO EXTRATOR Mecânico: Batista Máquina: 02 736 s. 171 s.
Tabela de Padronização do Tempo de SETUP18/04/2017
Área: Preparação Artigo: Gestor: Karine dos Anjos Turno: A Setup Interno
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
41
Gráfico 7: GBO do cilindro extrator antes do TP:
mecânico líder
Gráfico 8: GBO do cilindro extrator antes do TP:
mecânico auxiliar
42
Gráfico 9: GBO do cilindro extrator antes do TP: mecânico empilhador
5.2.3 Conclusão
Foi possível identificar, com a realização deste Trabalho Padronizado,
que a divisão das atividades faz um grande diferencial na execução da mesma.
A divisão das atividades entre os mecânicos líder, auxiliar e
empilhador reduziu o tempo total em aproximadamente 1690 segundos, o que
gerou um aumento na eficiência do trabalho em aproximadamente 50%
(Equação 1). Após o desenvolvimento deste TP foi realizado o treinamento com
toda a equipe envolvida para, assim, disseminar o conhecimento da
manutenibilidade do cilindro emborrachado.
Equação 1: Cálculo da eficiência da manutenção do cilindro extrator com bombê
5.3 Cilindro ocado da mercerizadeira 309 mm
43
O cilindro ocado da mercerizadeira é utilizado com dois diâmetros
base: 190 mm e 309 mm. Contudo, o estudo realizado foi baseado no cilindro
de diâmetro 309 mm.
5.3.1 Coleta dos dados
As atividades realizadas pelos mecânicos, nesse caso, foram
agrupadas em uma única lista de atividades, pois ambas as atividades são
similares e a mesma pode ser vista na Tabela 11.
A partir da Tabela 11 foi possível construir o GBO do cilindro ocado.
O mesmo pode ser visto no Gráfico 10. Sua manutenção foi totalizada em
aproximadamente 4 minutos.
Gráfico 10: GBO antes do TP: cilindro ocado.
5.3.2 Análise dos dados
Analisando os dados iniciais do tempo de manutenção do cilindro
ocado foi questionado a real necessidade do Trabalho Padronizado. Contudo,
quando analisado mais a fundo, foram encontradas atividades específicas da
manutenção, como a retirada do cilindro ocado de forma manual (Figuras 9 e
10).
0
100
200
300
400
500
600 PREENCHER A FICHA DEMOVIMENTAÇÃO DO CILINDROOCADOCONFERIR O REAPERTO DOCHUVEIRO
COLOCAR O CHUVEIRO
COLOCAR O NOVO CILINDROOCADO NA DEVIDA POSIÇÃO
INTRODUZIR O NOVO CILINDROOCADO NO PASSAMENTO NOTECIDOCOLOCAR O EIXO NO NOVOCILINDRO OCADO
REALIZAR A TROCA DO TEFLON
VERIFICAR O ESTADO DECONSERVAÇÃO DO TEFLON
RETIRAR O EIXO DO CILINDROOCADO
44
Tabela 11: Setup de atividades antes do TP: cilindro ocado
Data: Pág 1 / 1
Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO
Processo Tempo das Operações em Sequência
Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.
Operação Total 202 46 0 Total 248 s. Interno Extreno Movimentação
Tabela de Padronização do Tempo de SETUP26/09/2017
Área: Preparação Artigo: Gestor: Karine dos Anjos Turno: A Setup Interno
Operação Descrição das Atividadesn° de
Operadores
Apontamentos Tempo
1 2 0
5 Retirar o cilindro ocado de máquina 2 62 71 I 9
2 59 62 I 3
2 16 46
133 Retirar o chuveiro 2 46 59 I
16 E
2 Folgar o tecido
Separar as ferramentas de trabalho
Setup Externo
Máquina: 02 202 s. 46 s.
E 30
16
4
Retirar o eixo do cilindro ocado
6
8 Colocar o eixo no novo cilindro ocado 1 119 134 I 15
7 Verificar o estado de conservação do eixo e do teflon 1 113 119 I
6 2 71 113 I 42
10 Colocar o novo cilindro ocado na devida posição 2 166 206 I 40
9 Introduzir o novo cilindro ocado no devido passamento do tecido 2 134 166 I 32
20
13 Preencher a ficha de movimentação do cilindro 1 238 248 I 10
Soltar o cilindro ocado
Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO OCADO Mecânicos: Alessandro e Joab
12 Conferir reaperto do chuveiro 2 226 238 I 12
11 Colocar o chuveiro 2 206 226 I
0 100 200 300
45
Figura 9: Retirada do cilindro ocado de máquina de forma manual
Figura 10: Retirada do cilindro ocado de máquina de forma manual
Devido ao peso do cilindro (Tabela 5), foram analisadas medidas
alternativas para retirar o cilindro de máquina (Figura 11), sendo uma delas a
retirada do cilindro com o uso da empilhadeira. Foram construídas duas garras
(Figura 12) para realizar a retirada do cilindro de máquina (Figuras 13 e 14). Após
isso, foi construído o novo setup de atividades (Tabela 12).
Figura 11: cilindros emborrachados com revestimento preto e bege
46
Figura 12: Garra construída para movimentar os cilindros ocados
Figura 14: Movimentação do cilindro ocado com uso da empilhadeira
Figura 13: Movimentação do cilindro ocado com uso da empilhadeira
47
Tabela 12: Setup de atividades após TP: cilindro ocado.
Data: Pág 1 / 1
Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO
Processo Tempo das Operações em Sequência
Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.
Operação Total 440 17 93 Total 550 s. Interno Extreno Movimentação
Setup Externo
Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO OCADO Mecânicos: Alessandro, Joab e Leandro Máquina: 02 440 s. 110 s.
Tabela de Padronização do Tempo de SETUP30/09/2017
Área: Preparação Artigo: Gestor: Karine dos Anjos Turno: A Setup Interno
Operação Descrição das Atividadesn° de
Operadores
Apontamentos Tempo
1 Retirar a balança da empilhadeira 3 0 17 E 17
2 Deslocar a empilhadeira até o local 3 17 110 M93
3 Ajustar os ganchos no cilindro ocado 3 110 157 I 47
4 Retirar o eixo do cilindro ocado 3 157 185 I 28
5 Descarregar a empilhadeira 3 185 279 I 94
6 Levar o cilindro novo até a máquina 3 279 386 I 107
34
8
Retirar a proteção do cilindro ocado
3 420 427 I 7
7 3 386 420 I
9
Colocar o eixo do cilindro ocado
3 427 534 I 107
Retirar os ganchos do cilindro ocado10
Colocar o cilindro ocado na devida posição
3 534 550 I 16
0 100 200 300 400 500 600
48
O GBO após as modificações (Gráfico 11) acabou resultando em um
tempo maior para a troca do cilindro ocado, contudo, resultou em uma melhora
no trabalho dos colaboradores.
Gráfico 11: GBO após TP: cilindro ocado
5.3.3 Conclusão
O Trabalho Padronizado realizado no cilindro ocado da
mercerizadeira atentou para um ponto muito importante: a saúde do colaborador.
Foi possível verificar um aumento de aproximadamente 5 minutos no tempo de
substituição dos cilindros, resultando uma perda de eficiência de
aproximadamente 55% (Equação 2), contudo a boa prática da manutenção
fornece um ambiente mais saudável para o colaborador, com a devida
ergonomia da função, um ponto crucial na realização de todo trabalho.
Equação 2: Aumento do tempo de manutenção do cilindro ocado da mercerizadeira
Após o desenvolvimento deste TP foi realizado o treinamento com
toda a equipe envolvida para, assim, disseminar o conhecimento da
manutenibilidade do cilindro emborrachado.
0
100
200
300
400
500
600 Retirar os ganchos do cilindro ocado
Colocar o cilindro ocado na devidaposição
Colocar o eixo do cilindro ocado
Retirar a proteção do cilindro ocado
Levar o cilindro novo até a máquina
Descarregar a empilhadeira
Retirar o eixo do cilindro ocado
Ajustar os ganchos no cilindro ocado
Deslocar a empilhadeira até o local
Retirar a balança da empilhadeira
49
5.2 Cilindro Prensa 270 mm
O Trabalho Padronizado realizado no cilindro prensa Ø270 mm
(Figura 15) foi realizado pela equipe da manutenção mecânica do
beneficiamento. A proposta de redução foi de 25% do tempo inicial.
Figura 15: Cilindro prensa sendo removido da máquina
5.2.1 Coleta de dados
Para construção do GBO, foram agrupadas todas as atividades
realizadas pelos mecânicos através do setup de atividades (Tabelas 13 e 14). É
possível verificar os resultados através dos Gráficos 12 e 13. É visto que a
atividade mais demandada da manutenção foi, tanto para ambos os mecânicos,
a retirada do pino de fixação do cilindro prensa.
O grande problema desta situação é o peso do cilindro, pois cada
cilindro pesa em torno de 250 kg. Como a atividade é realizada ao mesmo tempo
em ambos os lados da máquina, um dos lados era comprometido pelo excesso
de peso após a retirada do pino de fixação de um dos lados. Na Figura 16 é
possível visualizar a posição do pino do cilindro.
Figura 16: Cilindro prensa Ø270 mm
50
Tabela 13: Exemplo de setup de atividades antes do TP: cilindro prensa
Data: Pág 1 / 1
Processo Tempo das Operações em Sequência
Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.
Operação Total 2424 744 130 Total 3298 s. Interno Extreno Movimentação
Tabela de Padronização do Tempo de SETUP23/02/2016
Área: Preparação Artigo: Gestor: KARINE Turno: A Setup Interno
Descrição das Atividadesn° de
Operadores
Apontamentos Tempo
1 Deslocar a plataforma 1 0
5 Abrir a tampa da caixa de lavagem (LD) 1 129 148 I 19
1 119 129 I 10
1 60 106
Setup Externo
Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO Máquina: 02 2424 s. 874 s.
M46
3 Deslocar-se até a plataforma 1 106 119 M
48 I 48
2 Separar as ferramentas
134 Organizar as ferramentas no local de trabalho
11
8 Remover o arrefecimento do pistão (LD) 1 485 495 I 10
7 Separar as ferramentas para soltar a tampa do mancal 1 474 485 E
6 Desmontar a proteção lateral (LD) 1 148 474 I 326
10 Remoção do flange do mancal 1 562 606 I 44
9 Remover a tampa do mancal (LD) 1 495 562 I 67
13 Retirar o mancal (LD) 1 650 738 I 88
11
12 Soltar a corrente das engrenagens (LD) 1 617 650 I 33
11 Separar as ferramentas para desmontar o mancal 1 606 617 I
28
16 Esperar pela sincronização do parceiro 1 776 811 I
15 Levantar o cilindro (LD) 2 748 776 I
14 Limpeza do eixo (LD) 1 738 748 I 10
191
18 Deslocar-se até o empilhador 1 1002 1019 M
35
17 Esperar pelo empilhador 2 811 1002 E
5421 Subir na máquina para colocar as abraçadeiras no cilindro 1 1108 1145 E
20 Deslocar-se até a máquina 1 1054 1108 M
1719 Descarregar o cilindro novo 2 1019 1054 E 35
23 Arrumar o local para a empilhadeira ter acesso 2 1198 1210 E 12
37
22 Colocar as abraçadeiras no cilindro 2 1145 1198 I 53
35
27 Esperar o empilhador colocar o cilindro novo na máquina 2 1668 1933 I 265
215
25 Esperar o empilhador retirar o cilindro desgastado da máquina 2 1425 1633 E
24 Esperar a empilhadeira ficar na posição adequada 2 1210 1425 E
208
26 Esperar o empilhador pegar o cilindro novo 2 1633 1668 E
44
173
29 Montar a tampa do mancal (LE) 2 2106 2173 I 67
28 Montar o mancal do cilindro novo (LE) 1 1933 2106 I
489
32 Deslocar-se até o LD 1 2234 2278 I
31 Deslocar-se até o carrinho para arrumar as ferramentas 2 2176 2234 I 58
30 Montar o arrefecimento do pistão (LE) 2 2173 2176 I 3
38 Colocar a tampa da proteção LD 1 3240 3245 I
34 Colocar o pistão LD 1 2702 2767 I 65
33 Montar o mancal do cilindro novo LD 1 2278 2767 I
I 392
36 Colocar a tampa do mancal LD 1 2777 2848 I
5
35 Montar parafusos na tampa do mancal LD 1 2767 2777 I 10
71
37 Colocar a proteção do LD 2 2848 3240
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100 2200 2300 2400 2500 2600 2700 2800 2900 3000 3100 3200 3300 3400 3500
51
Tabela 14: Exemplo de setup de atividades após do TP: cilindro prensa
Data: Pág 1 / 1
Processo Tempo das Operações em Sequência
Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.
Operação Total 1073 87 355 Total 1515 s. Interno Extreno Movimentação
2524 Retirar o papel do cilindro 2 1490 1515 E
23 Retirar a etiqueta do cilindro 2 1449 1490 E 41
22 Fixar dobradiça da tampa 2 1420 1449 I 29
43
21 Recolocar a tampa 1 1394 1420 I 26
20 Recolocar a superfície da caixa 1 1351 1394 I
19 Fixar o parafuso da estrutura lateral 2 1312 1351 I 39
18 Posicionar dobradiça 1 1281 1312 I 31
11
17 Recolocar estrutura lateral 2 1246 1281 I 35
31
16 Retirar cintas do cilindro e ajudar empilhador a guiar o suporte 1 1235 1246 I
15 Espera 2 1204 1235 I
5214 Recolocar pino 1 1174 1204 I 30
1013 Levar novo cilindro ao equipamento 1 1122 1174 M
20812 Retirar a cintas do cilidnro antigo e recolocar no cilindro novo 1 1112 1122 M
11 Movimentação até a retirada do cilindro antigo 1 904 1112 M
10 Auxiliar o empilhador na retirada do cilindro 1 484 904 I 420
9 Aguardar empilhador 1 441 484 I 43
21
8 Posicionar as cintas no cilindro antigo 1 389 441 I 52
7 Remover o pino do mancal da prensa 1 368 389 E
6 Remover superfície da caixa 1 275 368 I 93
5 Retirar pistão 1 185 275 I 90
30
4 Remover a tampa do mancal (LD) 1 163 185 I 22
M85
3 Espera 1 133 163 I
48 I 48
2 Retirar a dobradiça com a tampa 1 48 133
Descrição das Atividadesn° de
Operadores
Apontamentos Tempo
1 Separar as ferramentas de trabalho 1 0
Setup Externo
Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO Máquina: 02 1073 s. 442 s.
Tabela de Padronização do Tempo de SETUP23/02/2016
Área: Preparação Artigo: Gestor: KARINE Turno: A Setup Interno
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600
52
Gráfico 12: GBO inicial: mecânico líder
Gráfico 13: GBO inicial: mecânico auxiliar
O tempo inicial médio encontrado nas substituições iniciais foi de
aproximadamente 43 minutos. A proposta de redução para foi de 25%, o
equivalente a aproximadamente 11 minutos.
5.2.2 Análise dos dados
Ao analisar os GBO’s iniciais é perceptível um grande tempo disposto
na atividade “remover o pino do mancal da prensa” (coloração vermelha). Com
isso, foi realizado um trabalho em cima da redução dessa atividade. Foi proposto
a realização de um kaizen, o qual auxiliava os mecânicos na retirada do pino do
mancal (Figura 17). O esquema proposto, assim como o material em uso, podem
ser encontrados nas Figuras 18 e 19.
Figura 17: Pino do mancal da prensa
53
Figura 18: Kaizen: Criação de um sacapino
Figura 19: Uso do sacapino para remoção do pino.
Após a implementação do kaizen, o setup de atividade foi realizado
novamente, possibilitando a criação do novo GBO (Gráficos 14 e 15). Neste novo
momento é possível identificar que o tempo desprendido para realização da
antiga atividade “remover o pino do mancal da prensa” foi reduzido de forma
significativa.
54
Gráfico 14 :GBO após TP: Mecânico Líder
Gráfico 15: GBO após TP: Mecânico Auxiliar
5.2.3 Conclusão
Na conclusão deste trabalho, foi possível verificar uma redução no
tempo de operação em aproximadamente 1000 segundos. Com a redução do
tempo de trabalho, foi possível verificar um aumento na eficiência do trabalho de
aproximadamente 40%. Após o desenvolvimento deste TP foi realizado o
treinamento com toda a equipe envolvida para, assim, disseminar o
conhecimento da manutenibilidade do cilindro emborrachado.
Equação 3: Aumento da eficiência de manutenção dos cilindros prensa com bombê
55
CAPÍTULO 6: CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devido a constante evolução industrial, o papel da manutenção é
encarado como meio revolucionador. A manutenção deve, no mesmo passo que
mantém a segurança dos colaboradores, diminuir o uso de insumos e materiais,
aumentar a disponibilidade do equipamento, aumentar a confiabilidade para,
assim, aumentar a margem de lucro do empregador. Tal objetivo é, no sentido
de desenvolver a equipe de manutenção, desafiador, mas ao mesmo tempo
encorajador.
Na era da indústria 4.0, quaisquer forma de desperdício é vista, antes
de tudo, como uma forma para perder dinheiro. O Sistema Lean de produção
preza exatamente pela redução da superprodução, espera, transporte, excesso
de processamento, inventário, movimento e defeitos (SHINGO, 1996).
No desenvolvimento da seguinte monografia foram analisadas
informações quanto ao trabalho dos colaboradores da manutenção mecânica do
beneficiamento em prol da manutenção dos cilindros emborrachados,
informações sobre a sequência de trabalho dos colaboradores antes e depois do
Trabalho Padronizado e informações sobre a quantidade de cilindros
substituídos durante o ano de 2016. Realizou-se observações e análises com
uso da ferramenta Trabalho Padronizado, desenvolvendo o Gráfico de
Balanceamento dos Operadores e, em alguns casos, auxiliando a manutenção
através da realização de kaizens.
Apresentam-se os seguintes objetivos específicos da pesquisa:
Objetivo 1: Identificar todos os cilindros emborrachados manutenidos
pelo setor em 2016. Foi realizada a identificação dos cilindros
emborrachados manutenidos em 2016 para visualizar quais pontos foram
abrangidos pelo Trabalho Padronizado.
Objetivo 2: Comparar os resultados das atividades antes da realização
do Trabalho Padronizado e após o Trabalho Padronizado. O uso do
Trabalho Padronizado aumenta a eficiência da manutenção? O Trabalho
Padronizado é uma ferramenta de fácil uso, mas que pode trazer benefícios
ímpares para a manutenção. A comparação dos resultados das atividades
antes da realização do Trabalho Padronizado e após a realização do
56
Trabalho Padronizado teve sua resposta do decorrer do texto. É visto que,
em alguns casos, a eficiência da manutenção pode sim ser aumentada.
Porém, existem casos em que é preferível assegurar a saúde do colaborador
para, em outros momentos, realizar um novo Trabalho Padronizado visando
o tempo da operação.
Objetivo 3: Realizar uma reflexão sobre os resultados e o potencial da
implementação do Trabalho Padronizado no setor. Durante o capítulo de
resultados é visto o panorama reflexivo sobre o uso da ferramenta em prol da
manutenção dos cilindros emborrachados. No Gráfico 16 é possível verificar
a porcentagem de conclusão do Trabalho Padronizado perante a variedade
de cilindros emborrachados do beneficiamento têxtil.
Gráfico 16: Porcentagem de realização do Trabalho Padronizado nos cilindros emborrachados
Observando os percentuais do gráfico acima, é visto que 22% dos
cilindros emborrachados não foram padronizados. Essa margem pode ser
utilizada para trabalhos futuros, assim como as padronizações podem ser
revisadas, sempre em busca da melhoria contínua. A padronização deve ser
vista, antes de tudo, como um meio para enraizar as atividades dos
colaboradores.
78%
22%
Realizado N