Upload
isah-amorim
View
63
Download
10
Embed Size (px)
Citation preview
Apostila adaptada pelo prof. Luiz Américo Campos para a disciplina primeiros socorros
do Curso de Educação Física
PRIMEIROS SOCORROS
1. INTRODUÇÃO
O crescimento da mortalidade por trauma é hoje um fenômeno mundial que atinge tanto
países desenvolvidos como em desenvolvimento. No Brasil, os problemas de violência e os
acidentes, têm implicações de grande magnitude na saúde pública, e, provocam forte impacto
na morbidade (doença) e mortalidade (morte), (ANTUNES, 2006).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) avalia que uma de cada quatro a nove
pessoas, nos países em desenvolvimento, sofre a cada ano de lesões incapacitantes e que 2%
do total da população mundial estão incapacitadas como resultado de lesões ocasionadas por
acidentes ou violência (PEIXOTO, 1998).
O trauma deve ser considerado uma doença de grande importância nos âmbitos
político, econômico e social, uma vez que no Brasil, constitui a segunda causa geral de morte e
a primeira abaixo dos 45 anos. É responsável por mais de 90 mil mortes anuais, deixa mais de
200 mil vítimas por ano com sequelas. As mortes decorrentes do trauma ocorrem em três
momentos: 1º pico - nos primeiros segundos a minutos, 50% das vítimas; 2º pico - dentro de
minutos a várias horas, representa 30% dos pacientes e o 3º pico - corresponde às mortes
consideradas tardias, corresponde a 20% do total (NASI, 2005).
As doenças também podem afetar de forma súbita o ser humano e são conhecidas
como emergências clínicas. Em pesquisa realizada pela Associação Americana de
Cardiologia, constatou-se que as chances de sobrevida de uma vítima de parada cardíaca
aumentam quando se consegue implementar a corrente da sobrevivência, constituída de
cinco elos, que são:
1. ACIONAMENTO DO SOCORRO ESPECIALIZADO;
2. INÍCIO PRECOCE DE RCP;
3. USO DO DESFIBRILADOR;
4. CHEGADA RÁPIDA DA UTI MÓVEL E
5. TRANSFERÊNCIA PARA HOSPITAL DE REFERÊNCIA.
Entretanto, o Elo mais fraco é o primeiro e o segundo, porque infelizmente na maioria
das vezes os serviços de resgate e de atendimento pré-hospitalar profissional estão distantes
da ocorrência do agravo à saúde. Portanto o Socorrista tem um papel fundamental no
reconhecimento dos agravos e aplicação das técnicas preconizadas, seja emergência ou
urgência. Assim, o elo da sobrevivência não sofre solução de continuidade e evita o
agravamento do estado da vítima e possíveis sequelas. (AHA, 2010)
Para tanto, é necessário o treinamento em primeiros socorros de pessoas da
comunidade, trabalhadores e principalmente os agentes de segurança pública que, na maioria
das vezes, atendem primeiro a ocorrência, seguindo os protocolos aprovados em consensos
internacionais e homologados pelo Ministério da Saúde. Contudo, o entendimento básico do
funcionamento do corpo humano, possibilita a interpretação do funcionamento normal e
perfeito do organismo, facilita e direciona as prioridades a serem seguidas e estabelece os
procedimentos a serem adotados nos casos de agravo a saúde. Com isso o socorrista
identifica e trata de imediato às lesões e complicações que podem comprometer a vida do
paciente em curto prazo, aumentando as chances de sobrevivência.
2. NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA
CÉLULAS
Os seres vivos diferem da matéria bruta porque são constituídos de células. Os vírus são seres que não possuem células, mas são capazes de se reproduzir e sofrer alterações no seu material genético. Esse é um dos motivos pelos quais ainda se discute se eles são ou não seres vivos.
A célula é a menor parte dos seres vivos com forma e função definidas. Por essa razão, afirmamos que a célula é a unidade estrutural dos seres vivos. A célula - isolada ou junto com outras células - forma todo o ser vivo ou parte dele. Além disso, ela tem todo o "material" necessário para realizar as funções de um ser vivo, como nutrição, produção de energia e reprodução.
Cada célula do nosso corpo tem uma função específica. Mas todas desempenham uma atividade "comunitária", trabalhando de maneira integrada com as demais células do corpo. É como se o nosso organismo fosse uma imensa sociedade de células, que cooperam umas com as outras, dividindo o trabalho entre si. Juntas, elas garantem a execução das inúmeras tarefas responsáveis pela manutenção da vida.
As células que formam o organismo da maioria dos seres vivos apresentam uma membrana envolvendo o seu núcleo, por isso, são chamadas de células eucariotas. A célula eucariota é constituída de membrana celular, citoplasma e núcleo. 70% do volume celular é composto por água, que dissolve e transporta materiais na célula e participa de inúmeras reações bioquímicas.
TECIDOS
No nosso corpo, existem muitos tipos de células, com diferentes formas e funções. As células estão organizadas em grupos, que “trabalhando” de maneira integrada, desempenham, juntos, uma determinada função. Esses grupos de células são os tecidos.
Os tecidos do corpo humano podem ser classificados em quatro grupos principais:
tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. Enfim, os tecidos são grupos de células especializadas trabalhando em conjunto para servir a uma determinada função.
ÓRGÃOS
É uma estrutura composta por vários tipos de
tecidos para executar uma finalidade específica,
por exemplo: O intestino contém vários tipos de
tecidos que o permitem executar as funções
relacionadas à digestão.
Os tecidos também se agrupam em nosso organismo. Um agrupamento de tecidos que interagem forma um órgão.
O estômago, por exemplo, é um órgão do corpo humano. Nele podemos reconhecer presença do tecido epitelial e do muscular, entre outros.
SISTEMAS
Vários órgãos interagem no corpo humano, desempenhando determinada função no organismo. Esse conjunto de órgãos associados forma um sistema.
O sistema digestório humano, por exemplo, atua no processo de aproveitamento dos alimentos ingeridos. Esse sistema é formado pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. Além desses órgãos, o sistema digestório humano compreende glândulas anexas, como as glândulas salivares, o pâncreas e o fígado. Os sistemas funcionam de maneira integrada, e essa integração é fundamental para manter a saúde do organismo como um todo e, consequentemente, a vida.
Resumindo
No nosso corpo é possível identificar diferentes níveis de organização que atuam nos processos vitais. Podemos resumir essa organização por meio do seguinte esquema:
Células -------> à tecidos -------> à órgãos -------> à sistemas -------> à organismo
SISTEMA MÚSCULOESQUELÉTICO
É formado pelos ossos, articulações, músculos
esqueléticos e tendões. Tem as funções de
sustentação, proteção e a de permitir o movimento.
SISTEMA CIRCULATÓRIO
É composto pelo coração, pelos vasos sanguíneos (
artérias, veias e capilares) e pelo sangue, que é o
fluido movimentado sob pressão. A função principal
do coração é bombear sangue para todo o corpo
levando O² e nutrientes e eliminar CO².
SISTEMA RESPIRATÓRIO
É composto pelos pulmões e pelas vias aéreas. Tem
como função captar e efetuar as trocas de O² e CO²
entre o corpo humano e a atmosfera.
SISTEMA NEUROLÓGICO
É composto pelo encéfalo, medula espinhal, nervos periféricos e órgãos dos sentidos. A medula tem a
função de conectar o cérebro a diversos órgãos. A interrupção da medula causa isolamento do
segmento corporal no nível e abaixo da lesão, desaparecendo a sensibilidade e a capacidade de
movimento.
Rede de neurônios
3. CONCEITOS
ATO INSEGURO
Ação realizada que pode gerar um acidente. Geralmente ocorre por Imprudência e/ou
Negligência e/ou Imperícia;
Esses atos são responsáveis por mais de 90% dos acidentes das mais diversas
naturezas.
• ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR:
Considera-se como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência, o atendimento que procura
chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica,
cirúrgica, traumática, inclusive as psiquiátricas), que possa levar a sofrimento, sequelas ou
mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado
a um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde.
(MS, Portaria 2048/2002)
• PRIMEIROS SOCORROS:
Procedimentos iniciais prestados no local do ocorrido, até a chegada de ajuda
especializada, àqueles que sofreram acidentes, doença ou mal súbito. É um atendimento
imediato e provisório. Busca atingir os seguintes objetivos: Evitar o agravamento das lesões
existentes; Evitar o surgimento de novas lesões e Aumentar o tempo de. (SENASP, 2010).
• ACIDENTE:
É um evento indesejável e inesperado que causa danos pessoais, materiais e
financeiros, de modo não intencional.
• INCIDENTE:
Evento acidental ou deliberadamente causado. Evento não planejado que tem o pontencial de
levar a um acidente. Evento que deu origem a um acidente ou que tinha o pontencial de levar a
um acidente.
OBS: A palavra acidente se refere a um desastre e a palavra incidente se refere a um
desentendimento ou a um acontecimento imprevisto.
• VÍTIMA:
Pessoa que sofreu um acidente ou mal súbito qualquer.
• PACIENTE:
Vítima já atendida pelo socorrista ou sendo atendida.
• SOCORRISTA:
Pessoa que recebeu treinamento adequado para prestar primeiros socorros.
ATRIBUTOS DO SOCORRISTA
Ter conhecimento técnico; Controle das emoções; Capacidade de liderança. Agir com
Honestidade, Autenticidade e Disciplina.
DEVERES DO SOCORRISTA
Estar treinado em primeiros socorros; Estabelecer uma comunicação honesta com a
vítima/paciente; Avisar a vítima/paciente que o atendimento especializado está a caminho;
Tranquilizar a vítima/paciente; Agir com discernimento.
RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA
Utilizar os EPI’s; Controlar o local do acidente; Obter acesso seguro ao paciente; Identificar os problemas existentes; Utilizar-se de técnicas que evitem ou minimizem os riscos de lesões adicionais; Solicitar, se necessário, auxílio de terceiros; Solicitar o Socorro Especializado; Coordenar as atividades. CONSENTIMENTO EXPLICITO OU EXPRESSO
O consentimento pode ser obtido por gestos ou por palavras de uma vítima que esteja consciente e apta a assumir responsabilidade por seus atos, por exemplo, menores de idade e pessoas com problemas de desenvolvimento mental não podem responder juridicamente por seus atos.
CONSENTIMENTO IMPLÍCITO O consentimento estará implícito nos casos onde a vítima esteja inconsciente e sua vida
esteja correndo riscos. Da mesma forma, se a vida de uma criança ou de uma pessoa com problema de desenvolvimento mental estiver correndo risco, o consentimento deverá ser assumido como implícito e o socorro poderá ser prestado se no local não estiver presente um responsável pela vítima que possa expressar o consentimento. Nunca deixe de prestar socorro a uma criança por não ter como obter consentimento de pais ou responsável. ABANDONO
Abandono significa interromper o atendimento, antes que alguém com nível igual ou superior de conhecimento ao seu assuma a responsabilidade. Portanto, uma vez que você inicie o socorro deverá ficar ao lado da vítima até ser substituído por alguém que possua condições para o socorro.
• DOENÇA
Significa uma enfermidade ou estado clínico, independentemente de origem ou fonte,
que represente ou possa representar um dano significativo para os seres humanos.
• AGRAVO:
Significa qualquer dano à integridade física, mental e social dos indivíduos provocado
por circunstâncias nocivas, como acidentes, intoxicações, abuso de drogas, e lesões auto ou
heteroinfligidas.
• URGÊNCIA:
São situações que apresentam alteração do estado de saúde, porém sem
risco iminente de morte. Por sua gravidade, desconforto ou dor, requerem
atendimento médico com a maior brevidade possível. (SENASP, 2010)
• EMERGÊNCIA:
São situações que apresentam alteração do estado de saúde com risco iminente
de morte. O tempo para resolução é extremamente curto, normalmente quantificado em
minutos. (SENASP, 2010).
• SUPORTE BÁSICO:
São procedimentos de primeiros socorros não invasivos, realizados por profissionais de
Atendimento Pré-hospitalar ou não.
• SUPORTE AVANÇADO:
São os procedimentos invasivos realizados por profissional médico e equipe de
enfermagem com auxilio de equipamentos e medicamentos.
• SINAIS DE APOIO:
São sinais encontrados no paciente que nos auxiliam na avaliação do quadro geral, mas
que não devem ser analisados de forma exclusiva.
- Convulsões, Paralisia, Perda de sensibilidade, Níveis de consciência, Diâmetro das pupilas
(Dilatadas ou Midríase – falta de oxigenação no cérebro, choque, parada cardíaca,
sangramento; Contraídas ou Miose – lesão no SNC e medicamentos ou drogas), cor da pele.
• SINTOMAS:
São alterações relatadas pelo paciente (o que o paciente está sentindo). Ex: dor, tontura, etc.
4. LEGISLAÇÃO PERTINENTE:
Constituição Federativa do Brasil – 1988
Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Portaria n.º 2048/GM Em 5 de novembro de 2002
Regulamenta os Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência; Estabelece os
princípios e diretrizes dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, as normas e critérios
de funcionamento, classificação e cadastramento de serviços e envolve temas como a
elaboração dos Planos Estaduais de Atendimento às Urgências e Emergências, Regulação
Médica das Urgências e Emergências, atendimento pré-hospitalar, atendimento pré-hospitalar
móvel, atendimento hospitalar, transporte inter-hospitalar e ainda a criação de Núcleos de
Educação em Urgências e proposição de grades curriculares para capacitação de recursos
humanos da área. Este Regulamento é extensivo ao setor privado que atue na área de
urgência e emergência, com ou sem vínculo com a prestação de serviços aos usuários do
Sistema Único de Saúde.
Código Penal Brasileiro - Decreto lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940).
Artigo 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
PENA: detenção de 1 (um) e 6 (seis) meses, ou multa.
OBS: “A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza
grave, e é triplicada, se resulta a morte”.
“Todo cidadão é obrigado a prestar auxílio a quem esteja necessitando, tendo três formas para
fazê-lo: atender, auxiliar quem esteja atendendo ou solicitar auxílio”
AArrtt.. 117766 ddoo CCTTBB:: OO ccoonndduuttoorr qquuee oommiittiirr ssooccoorrrroo nnooss aacciiddeenntteess ccoomm vvííttiimmaass qquuee aalléémm ddee sseerr
uummaa iirrrreessppoonnssaabbiilliiddaaddee éé iinnffrraaççããoo ggrraavvííssssiimmaa,, ppooddeennddoo aa ppeennaalliiddaaddee sseerr eennqquuaaddrraaddaa eemm ccrriimmee
ddee eessppéécciiee..
Art. 181 da CLT: Os que trabalham em serviços de eletricidade ou instalações elétricas devem
estar familiarizados com os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico.
Art. 36 da Lei de Contravenções Penais: Deixar de colocar nas vias públicas sinais ou
obstáculos, determinado em lei ou pela autoridade e destinado a evitar perigo a transeuntes.
Art. 159 do Código Civil: Aquele que, por ação ou omissão, voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito ou causar prejuízo a outrem fica obrigado a reparar o dano.
PROTOCOLOS
É a exata sequência em que uma ação de socorro deve ser realizada. Representa o
mais poderoso e legal instrumento de orientação técnica de um socorrista.
PROVIDÊNCIAS INICIAIS NO LOCAL DO INCIDENTE
Antes de qualquer atitude, dê segurança ao local do acidente buscando realizar:
Sinalização, Isolamento, Calçar o veículo, Evitar incêndios e por fim Chamar ajuda. Ao pedir
ajuda tem-se garantia de chegada do socorro especializado, da remoção da vítima dentro da
hora crítica e por conseguinte do aumento de sobrevida da vítima, depois de iniciado o
atendimento a um acidentado, dificilmente poderemos interromper as ações qualificada, e que
o pedido de socorro deve ser objetivo e suas orientações as mais corretas possíveis, contendo
as seguintes informações:
- Identificação pessoal;
- Tipo de acidente;
- Local exato do acidente, com pontos de referencias facilmente localizáveis;
- Quanto tempo e como foi ou como se encontra a cena do acidente;
- Número de vítimas envolvidas e estado aparente delas.
Chamar ajuda (PM 190, Corpo de Bombeiros 193, SAMU 192, PRF 191)
Identificar e neutralizar os riscos do ambiente
Os ambientes em que ocorrem os acidentes diversos perigos e riscos de novos
acidentes pode comprometer a vida dos socorristas, das vítimas e dos curiosos e podem ser
classificados como:
- Ambiente com risco vigente: São aqueles em que o perigo está presente, a exemplo de
acidente de transito envolvendo carga perigosa.
- Ambiente com risco iminente: Significa que o ambiente oferece risco imediato, a qualquer
momento da atuação, o socorrista poderá se expor a riscos e para tanto, deve estar preparado
para enfrentar todas as situações possíveis, a exemplo de acidentes sob chuva com risco de
desabamento, queda de árvores e de raios.
- Ambiente com risco controlado: O ambiente está com níveis de segurança estáveis, porém
as ações devem ser baseadas em atitudes cautelosas.
Ao chegar ao acidente devemos observar o local para que possamos evitar que novos
acidentes venham ocorrer devido aos riscos a que estão expostos à vítima, o socorrista e os
curiosos. Algumas situações que oferecem riscos:
• Áreas sujeitas a vazamento de produtos químicos;
• Áreas de sujeitas a choque elétrico;
• Áreas de desmoronamentos;
• Áreas de sujeitas a vazamentos de gases tóxicos, asfixiantes e inflamáveis;
• Áreas sujeitas a afogamentos;
• Áreas sujeitas a quedas.
Diante de tantas possibilidades de acidentes, as maneiras de diminuir os riscos da sua
concretização é a realização de ações visando garantir a segurança do local para realização do
trabalho, podemos então avaliar e atuar sobre o acidente através de ações como:
Observar o tipo de acidente, como aconteceu ou está acontecendo e quais riscos ainda
permanecem no local;
Tomar as precauções necessárias para evitar que novos acidentes ocorram,
provocados por situações como vazamentos de gases, descargas elétricas, desmoronamentos,
contaminação com produtos químicos, quedas e diversas outras situações presentes no local.
Biossegurança:
O socorrista ao socorrer sempre estará sob risco de contato com sangue, saliva e
outros fluídos corpóreos que constitui ameaça, capaz de transmitir doenças infecciosas (AIDS,
hepatites, tuberculose ...), assim como também, o ato de deixar o material usado no socorro
exposto no local, torna-o um novo foco de infecção para outras pessoas. Devemos atentar para
o fato de que é frequente em acidentes haver exposição de sangue, secreções e aí sim pode
haver a transmissão das doenças.
Os socorristas devem usar luvas, máscaras, proteção ocular e aventais ou gandolas e
ao término do socorro, recolher todos os materiais usados e dá-lhes o descarte correto.
ABORDAGEM A VÍTIMA
A avaliação inicial precede todo e qualquer tratamento. O socorrista deve primeiro saber
qual o quadro da vítima e quais as lesões que podem levar a morte iminente. Fazendo esta
avaliação, ele conseguirá estabelecer prioridades de tratamento, analisemos por exemplo: O
paciente apresenta um quadro de parada cardiorrespiratória e fratura exposta de tíbia, a
vontade de querer ajudar da melhor forma possível, pode conduzir o socorrista, se não fizer
uma boa avaliação primária, a iniciar o atendimento pela fratura que está visível e ao final do
atendimento teremos um morto bem imobilizado, portanto, perderemos o paciente. Um outro
exemplo: num acidente com múltiplas vitimas onde temos pelo menos quarenta feridos, o
desespero de querer conduzir todas as vítimas ao pronto socorro, colocando-os nos veículos
disponíveis, corremos o risco de socorrer um paciente em óbito em detrimento a um outro que
ainda se encontra com vida.
PRIORIDADES NO ATENDIMENTO AS VÍTIMAS
Sinais vitais:
São os sinais que indicam vida, evidências que devem ser encontradas em todo ser
humano e que através de sua avaliação podemos estabelecer parâmetros de normalidade ou
anormalidade, da gravidade ou não das lesões sofridas pelo acidentado.
Os sinais mais importantes para os socorristas:
Respiração – Circulação – Temperatura
Antes de iniciar a verificação dos sinais vitais, é importante, ao abordar a vítima verificar
a responsividade, através do mnemônico AVDI (A-Alerta; V-Responde a estímulos Verbais;
D- responde a estímulos Dolorosos; I-Inconsciente). O estado de consciência evidencia
normalidade ou gravidade, a depender dos achados.
Quando uma vítima encontra-se inconsciente, precisamos avaliar seus sinais vitais de
maneira a confirmar sua presença e qualidade. Os sinais vitais abordados serão a respiração e
a circulação, pois para verificarmos os outros sinais vitais seriam necessários equipamentos
específicos que, normalmente não se dispõe no local do acidente e que sua verificação
retardaria o atendimento de suporte básico de vida, recomendado através do protocolo
publicado em outubro de 2010 pela American Heart Association (AHA) para Ressuscitação
Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE).
Respiração:
O sistema respiratório tem a função de suprir o organismo de oxigênio através da
inspiração e expiração, deixando desta forma os pulmões em condições de permitir ao sangue
realizar as trocas gasosas ou hematose, para em seguida distribuir o oxigênio para todo o
corpo.
• Uma vez que a respiração pare, o coração também parará de bater pouco segundos
depois;
• Após quatro minutos começarão os danos irreversíveis as células do cérebro;
• Em torno de seis a dez minutos as células do cérebro, pulmões e coração começam a
morrer;
• Após dez minutos a morte cerebral provavelmente está instalada e é irreversível.
Frequência Respiratória normal:
Bebês 30 a 60 mrpm Menor que 12 meses
Crianças 18 a 40 mrpm Entre 01 e 12 anos
Adolescentes e Adultos 12 a 20 mrpm Maior que 12 anos
Fonte: Manual de Capacitação dos Profissionais do SAMU, 2011
Conforme as novas Diretrizes da AHA 2010, o procedimento "Ver, ouvir e sentir se há
respiração” foi removido da sequencia de RCP. O socorrista apenas verifica de forma objetiva
(avaliação primária) se a vítima apresenta respiração normal, não apresenta respiração ou
apresenta respiração anormal (isto é, apenas com gasping). Salientando que o “ver, ouvir e
sentir” ainda é realizado se não houver parada cardiorrespiratória (PCR) e em casos de
trauma. Caso exista PCR a sequencia utilizada é o CAB ao invés de ABC.
Circulação
O sistema circulatório é o responsável por levar oxigênio às células do corpo, realizando
assim a respiração interna, ou seja, substituição do gás carbônico por oxigênio, também é
responsável pela nutrição do organismo.
O pulso é expansão rítmica de uma artéria causada pela ejeção de sangue do
ventrículo cardíaco esquerdo, podendo ser sentido onde uma artéria estiver mais próxima da
superfície.
Frequência Cardíaca normal:
Recém-nascido 85 a 205 bpm Menor que 03 meses
Recém-nascido 100 a 190 bpm Entre 03 meses a 02 anos
Crianças 60 a 140 bpm Entre 02 e 10 anos
Adolescentes e Adultos 60 a 100 bpm Maior que 10 anos
Fonte: Manual de Capacitação dos Profissionais do SAMU, 2011
Temperatura Relativa da Pele
Os seres humanos são animais de sangue quente e logo necessita de uma temperatura
corporal mínima para sobreviver, por isso verifique sempre a temperatura da pele das vítimas,
geralmente utiliza-se a região frontal do paciente usando o dorso da mão. A temperatura da
pele também é indicativa de situações diversas tais como:
• Pele fria e úmida: Estado de choque, hemorragia;
• Pele fria e seca: Exposição ao frio;
• Pele fria e suor pegajoso: Estado de Choque, ataque cardíaco e ansiedade;
• Quente e seca: Febre alta e exposição ao calor;
• Quente e úmida: Infecção.
SUPORTE BÁSICO DE VIDA
Conforme as diretrizes da American Heart Association (AHA) (2010), os procedimentos
para suporte básico de vida (SBV) são padronizados dentro das seguintes faixas etárias:
- Recém Nascido – do nascimento até 28 dias;
- Bebê – entre 29 dias até 1 ano de idade (12 meses);
- Criança – acima de 1 ano até idade de adolescência ou puberdade a ser definida pela
presença de características sexuais secundárias (ex.: seios desenvolvidos, pelo na axila, etc.);
- Adulto – a partir da adolescência.
OBS: Para leigos aplica-se a faixa etária de 1 a 8 anos para criança.
É recomendável, entretanto, que se observe a estrutura física do paciente antes de
executar algum procedimento.
O novo protocolo (AHA) (2010) trouxe uma alteração na sequencia do atendimento para
o socorrista que atua sozinho para que ele inicie as compressões torácicas antes de aplicar
ventilações de resgate (C-A-B, em vez de A-B-C). O socorrista atuando sozinho deve iniciar a
RCP com as compressões, para reduzir a demora na aplicação da primeira compressão.
5. PARADA CÁRDIORESPIRATÓRIA (PCR)
Identificar-se, verificar se a vítima está inconsciente (AVDI);
Posicionar a vítima em decúbito dorsal e chamar auxílio (SAMU 192, BOMBEIRO 193);
Se a vítima não respira iniciar a RCP
C – Compressões torácicas com controle de hemorragias
A – Liberação de vias aéreas com controle da cervical
B – Ventilação
D – Disfunção Neurológica
Ressuscitação Cárdio Pulmonar (RCP):
As manobras de Ressuscitação Cardio-Pulmonar RCP obedecem a protocolos da
American Heart Association, sendo que desde outubro de 2010, entrou em vigor um novo
protocolo. As principais mudanças são:
Ênfase no aumento das compressões torácicas. Devem ser mais fortes e
mais rápidas atingindo no mínimo 100 compressões por minuto, a uma profundidade de 5cm
em adultos e crianças e 4cm em bebês, permitindo retorno total do tórax após cada
compressão e minimizando interrupções e evitando ventilação excessiva.
Para os socorristas treinados ocorreu a unificação do ritmo da compressão-ventilação
para qualquer tipo de vítima. A partir de agora a frequência é de 30 compressões por 2
ventilações, para adultos, crianças e bebês, indistintamente;
As ventilações devem ser normais e dadas em um segundo cada uma,
produzindo visível expansão torácica;
Prosseguir com a RCP até chegar o suporte avançado.
PROCEDIMENTOS
- Paciente adulto (1 ou 2 socorristas): posicionar duas mãos no ponto de compressão,
executar 30 compressões torácicas 2 ventilações por 2 minutos, “a uma velocidade mínima de
100 compressões por minuto”.
- Paciente criança: utilizar apenas uma mão, executar 30 compressões torácicas 2 ventilações
por 2 minutos, “a uma velocidade mínima de 100 compressões por minuto”.
- Paciente bebê: posicionar dois dedos abaixo da linha imaginária entre os mamilos, fornecer
30 compressões torácicas 2 ventilações por 2 minutos, “a uma velocidade mínima de 100
compressões por minuto”.
- Recém-nascido: posicionar dois dedos abaixo da linha imaginária entre os mamilos, fornecer
3 compressões torácicas 1 ventilação por 2 minutos, “a uma velocidade mínima de 100
compressões por minuto”. As PCRs neonatais são predominantemente asfíxicas, motivo pelo
qual a sequência de ressuscitação A-B-C com relação compressão-ventilação de 3:1 foi
mantida, exceto quando há etiologia claramente cardíaca. (AHA, 2010)
IMPORTAMTE:
Se o socorrista não tiver condições de aplicar ventilações, em razão da falta do
dispositivo de barreira, deverá aplicar a RCP somente com as mãos (somente compressões
torácicas) na vitima adulta com colapso repentino, com ênfase em "comprimir forte e rápido.
Conforme algoritimo abaixo:
Fonte: American Heart Association Fonte: Manual de Capacitação dos
Profissionais do SAMU (MS)
OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POE CORPO ESTRANHO (OVACE)
Classificação da obstrução:
LEVE GRAVE
Fonte: Google Imagens Fonte: Google Imagens
- Leve: Vítima ainda consegue tossir e emitir sons;
- Grave: vítima não consegue tossir ou emitir qualquer som.
Conduta:
Aplicar manobra de Heimlich (compressões abdominais) para vítimas graves (vítimas
responsivas acima de 1 ano de idade).
Gestante ou obeso LEVE GRAVE
Vítima leve: Encoraje a vítima a continuar tossindo e fique ao lado da vítima e monitore suas
condições.
Vítima obesa ou em gravidez adiantada: Realizar compressões torácicas semelhantes a
RCP.
Vítimas graves: Golpeie o abdome com movimentos para dentro e para cima até o objeto sair
ou a vítima se tornar inconsciente.
Bebê responsivo com obstrução grave:
Realizar ciclos repetidos de 5 golpes no dorso (entre as escápulas) seguidos de 5
compressões torácicas (logo abaixo da linha intermamilar), até que o objeto seja expelido ou a
vítima tornar-se não responsiva.
Vítimas inconscientes: Não realizar compressão abdominal. As compressões aplicadas são
torácicas semelhantes as aplicadas na RCP.
Fon
te: Go
ogle im
agens
Fon
te: Go
ogle im
agens
Fon
te: Go
ogle im
agens
Fon
te: Go
ogle im
agens
ATENDIMENTO AO TRAUMATIZADO
No doente traumatizado multissistêmico grave (afeta vários sistemas), a prioridade
máxima é a identificação e o atendimento rápido de condições com risco de morte.
O manual do PHTLS (Suporte de Vida ao Trauma no Pré-hospitalar), adotado pelo
Ministério da Saúde, aprovado em consenso internacional e publicado em 2011. Estabelece
princípios da avaliação e atendimento iniciais do doente por trauma, define prioridades no
reconhecimento e tratamento das condições que compromete a vida da vítima em curto prazo.
AVALIAÇÃO DA CENA
- Biossegurança (utilização de EPIs);
- Biomecânica do trauma (mecanismo de injúria), cinemática;
- Avaliação e controle dos riscos.
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
Nessa etapa busca-se identificar e tratar lesões e condições que ameacem a vida da
vítima a curto prazo. Seguindo uma ordem de prioridade C-A-B.
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Considerando-se que a vítima já passou por uma avaliação primária, onde foi
identificado e dado um tratamento (ou não foi necessário) ao que poderia levá-la a morte
iminente, devemos passar para a avaliação secundária.
Exemplo: Ao abordar um paciente, ele é encontrado com uma expressão de dor, alegando que
sua perna está quebrada; automaticamente foi feita a avaliação primária:
– Ele está consciente;
– Tem função respiratória;
– Apresenta batimentos cardíacos.
A avaliação secundária visa identificar lesões ou problemas clínicos do paciente, direcionada a
obter informações e orientar os cuidados, servindo também como vínculo de confiança com o
paciente, familiares e testemunhas ao redor.
AÇÕES DO SOCORRISTA:
– Inicialmente deve-se relacionar a vítima com o local do sinistro;
– Apresentar-se à vítima (se consciente) e questionar se ela quer ajuda;
– Buscar informações sobre como ocorreu o fato;
– Checar a normalidade da respiração, da pulsação, da cor da pele, da temperatura da pele
etc.;
– Questionar a vítima quanto a alergias, internações recentes, gravidez, doenças (diabetes,
pressão arterial, cardiopatias, etc.);
– Realizar uma avaliação minuciosa da cabeça aos pés buscando por ferimentos, fraturas ou
qualquer outra anormalidade.
Cabeça: Couro cabeludo: (amolecimento, deformidade, crepitação óssea, dor, hemorragia,
ferimento, etc.);
Face: (contusões, amolecimentos, deformidade, etc.);
Boca: (corpos estranhos, coloração);
Ouvidos e Nariz: (hemorragia ou saída de liquor);
Pescoço: (evitar movimentação, inchaço, deformidade, amolecimento, dor, hemorragia
(ferimento aberto);
“Considerar lesão na cabeça como uma provável lesão na coluna cervical”.
Tórax:
– Expansão bilateral;
– Amolecimento;
– Deformidade;
– Crepitação óssea;
– Dor na inspiração / expiração;
Abdome:
– Verificar áreas sensíveis ou doloridas;
– Em caso de dor, não apalpar;
– Manter a vítima aquecida;
– Observar a presença de hematoma, contusão, abrasão, etc.
Pélvis:
– Comprimir a crista ilíaca;
– Observar sensibilidade. Verificar pulso femoral;
– Observar incontinência urinária;
– Crepitação óssea / deformidade;
– Hematoma / hemorragia;
Pernas:
– Sensibilidade, hematoma, hemorragia, deformidade;
Avaliar: Perfusão, pulso, coloração, temperatura distal, resposta motora.
Braços:
– Começar pelos ombros;
– Verificar pulso radial.
Mãos e pés:
– Estimular e pedir identificação da área tocada;
– Verificar movimentação.
EMERGENCIAS CLINICAS
DESMAIO (síncope)
Conceito: É a parada súbita e temporária da consciência de curta duração geralmente de 3 a 5
minutos.
Causas:
1. Falta de alimentação, glicose (açúcar);
2. Falta de sangue (oxigenação) no cérebro;
3. Cansaço;
4. Excesso de sol;
5. Emoções fortes.
Sinais e sintomas:
1. Mal estar / vertigem;
2. Pele pálida e fria;
3. Suor na testa;
4. Perda de consciência;
5. Relaxamento da musculatura;
6. Mantêm a respiração e a pulsação.
Procedimentos:
1. Afastar a vítima do local se for prejudicial;
2. Afastar curiosos;
3. Deitar a vítima em decúbito dorsal;
4. avaliar sinais vitais;
5. Folgar as vestes;
6. Elevar membros inferiores;
7. Aguardar de 3 a 5 minutos;
8. Após os 5 minutos, caso a vítima não retorne a consciência, mantendo a respiração e
coração funcionando, leve-a com urgência ao hospital, reavaliando sempre os sinais vitais.
CONVULSÃO
É a perda súbita da consciência, acompanhada de contrações musculares bruscas e
involuntárias decorrente do funcionamento anormal do sistema nervoso central. Existem muitas
causas possíveis, incluindo traumatismos na cabeça, doenças danosas ao cérebro, redução do
fluxo de oxigênio, epilepsia e ingestão de substâncias tóxicas ou venenosas.
Em crianças e bebês pode surgir por febre alta.
Atenção: Na convulsão, a vítima não enrola e nem engole a língua.
A crise convulsiva é dividida em duas partes:
1 – Fase Tônico-Clônica: Duração de 40” a 1’, onde a principal preocupação é evitarmos
outras lesões, principalmente TCE, realizando a contenção da cabeça e assim evitando
choques com o solo.
2 - Fase de Relaxamento: não tem duração pré-determinada. É onde a vítima corre risco,
pois estando geralmente em decúbito dorsal, sofre a ação da gravidade ocasionada
queda da língua e provocando asfixia.
RECONHECIMENTO:
– A pessoa sofre ausência repentina e tem olhar parado;
– Perde a consciência repentinamente e cai, quase sempre soltando um grito;
– Fica rígida, músculos contraídos, inclusive diafragma (fase tônica), de 15 a 20 segundos;
– Lábios podem ficar cianóticos, rosto e pescoço podem ficar vermelhos;
– Fase clônica, em média dura 30 a 60 segundos. Durante as convulsões a mandíbula fica
cerrada e a respiração se torna ruidosa. Pode haver salivação abundante (sialorréia), e se a
vítima morder a língua ou lábios, a saliva é sanguinolenta. A pessoa pode urinar e/ou defecar
durante a convulsão;
– Músculos relaxam, respiração se normaliza, e a pessoa recupera a consciência,
geralmente, em alguns minutos;
– Pode ficar atordoada, sem consciência das ações enquanto estava em convulsão. É
possível então que adormeça (fase pós-convulsiva).
Ações do Socorrista:
1. Se possível, amparar ou atenuar a queda da vítima;
2. Não se devem impedir os movimentos convulsivos;
3. Devemos afastar objetos que possam machucar a vítima (móveis, pedras, etc.);
4. afrouxar a roupa em volta do pescoço;
5. Proteger a cabeça, se possível retirar óculos, colares, dentaduras e qualquer coisa que
possa machucá-la;
6. Lateralizar a vítima em caso de secreções ou vômitos;
7. Se os dentes já estiverem cerrados, não tentar abrir a boca;
8. Encaminhe para atendimento médico;
9. Inicie a respiração artificial se necessário.
Obs.: Nas convulsões infantis (por febre alta) dê um banho morno de imersão por
aproximadamente, 10 a 20 minutos e procure atendimento médico.
QUEIMADURA:
A pele é o maior órgão do corpo humano e é barreira contra perda de água e calor, tendo
também papel importante na proteção do corpo contra infecções. Pacientes com queimaduras
extensas tendem a perder líquido corporal, temperatura e tornam-se mais propensos a adquirir
infecções.
Queimaduras são lesões produzidas no tecido de revestimento do corpo. Tem a capacidade de
destruir total ou parcialmente a pele e seus anexos e até atingir camadas mais profundas da
pele.
• CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO AGENTE:
- Térmicos (calor ou frio excessivo);
- Químicos (ácidos e bases);
- Biológico (animais e vegetais);
- Elétricos (correntes elétricas e raios);
- Radiantes (radiações).
• CLASSIFICAÇÃO QUANTO A EXTENSÃO:
REGRA DOS NOVE: Conforme PasternaK (1996, p. 105) é o método pelo qual divide-se o
corpo do indivíduo adulto em partes de aproximadamente 9% cada:
– Cabeça, tórax, abdome, um braço: 9% cada;
– Costas, uma perna: 18% cada;
– Genitália: 1%.
OBS.: O corpo de criança e de bebê têm percentuais diferentes do indivíduo adulto.
No âmbito pré-hospitalar considera-se sinais de gravidade:
1. Queimaduras de 2º e 3º grau >10% de SCQ em qualquer faixa etária;
2. Outros traumas associados;
3. Queimaduras elétricas, inalação de fumaça, lesões em mãos, pés, face, olhos, e períneo.
• CLASSIFICAÇÃO QUANTO A PROFUNDIDADE:
1º GRAU
Características: Atinge a primeira camada da pele, a epiderme, apresenta ardor e vermelhidão
da pele.
2º GRAU
Características: Atinge a primeira e a segunda camada da pele, epiderme e derme, apresenta
dor, vermelhidão e bolhas.
3º GRAU
Características: atinge todas as camadas de revestimento da pele, (epiderme, derme, e tecido
celular subcutâneo), podendo atingir músculos e ossos, apresentam pouca ou ausência de dor,
aparência esbranquiçada endurecida ou carbonizada.
AÇÕES DO SOCORRISTA:
• Afastar a vítima da origem da queimadura;
• Resfriar a região por no máximo 01 (um) minuto com água corrente em temperatura
ambiente. Prevenir hipotermia;
• Não aplicar pasta de dente, óleo de cozinha, manteiga, borrão de café;
• Retirar as partes queimadas da roupa e as aderidas não retirar, apenas recortar em volta;
• Proteger com um pano limpo umedecido ou filme plástico;
• Retirar anéis, relógios, pulseiras, imediatamente;
• Se a vítima estiver com fogo nas vestes, envolvê-la com um cobertor a partir do pescoço
em direção aos pés;
• Não furar as bolhas;
• Conduzir a vítima a recurso hospitalar.
QUEIMADURAS QUÍMICAS
DEFINIÇÃO: São queimaduras causadas por produtos químicos – ácidos (sulfúrico/ muriático)
e bases (soda cáustica).
Ações do socorrista:
1. Lavar o local com água em abundância de 20 a 30 minutos;
2. Aplique compressas de água fria;
3. Remova a roupa impregnada com o produto químico;
4. Leve, se possível, o rótulo do produto que causou o acidente ou o vasilhame;
5. Se o produto for sólido, remova a maior quantidade possível do material antes de lavar;
6. Após estes procedimentos conduzir a vítima a recurso médico.
QUEIMADURAS ELÉTRICAS
DEFINIÇÃO: Acidente causado por contato com a corrente elétrica.
A gravidade da lesão depende dos seguintes fatores:
- Tipo da Corrente:
Corrente Contínua: provoca danos menores;
Corrente Alternada: provoca danos maiores.
- Resistência do tecido corpóreo;
- Nível de umidade;
- Duração do contato.
SINAIS E SINTOMAS:
– Ferimentos incisivos, isquêmicos, carbonizados, deprimidos e amarelo-esbranquiçados;
– O ferimento de escape pode ser pequeno e semelhante ao de entrada ou maior;
– O tamanho do ferimento externo não indica dano tecidual subjacente (ferimentos pequenos
mascaram lesão profunda);
– Nas queimaduras provocadas por raio, a pele ao redor do ferimento de entrada pode estar
edematosa, carbonizada ou avermelhada em um padrão semelhante a três ramos (arborizada).
CUIDADOS NO ATENDIMENTO:
– Evitar contato direto com a vítima;
– Desligar a corrente, se possível;
– Fazer a avaliação da vítima (possível perda de respiração e pulso);
– Verificar a pele pelos ferimentos de entrada e saída e outras lesões (danos superficiais
podem não revelar a profundidade da lesão);
– Se a corrente passou por uma ou mais extremidades, elevar cada extremidade afetada
para prevenir ou diminuir o edema;
– Avaliar possível comprometimento neurovascular;
– Realizar curativo seco com pano limpo.
INSOLAÇÃO E INTERMAÇÃO
São acidentes provocados no organismo pela exposição prolongada ao calor.
Diferencia-se a insolação da intermação, pois a primeira corresponde ao excesso de raios
solares agindo diretamente no indivíduo, enquanto a segunda traduz a ação do calor em
ambientes pouco arejados, durante um trabalho muscular intenso.
Os fatores abaixo concorrem para o surgimento desses tipos de acidentes:
UMIDADE DO AR: quanto maior a umidade relativa do ar, mais difícil será a evaporação cutânea e, conseqüentemente, o corpo acumulará maior quantidade de calor.
VENTILAÇÃO: sem circulação constante do ar, o resfriamento torna-se difícil, ocasionando esses acidentes em indivíduos que trabalham em fundições, padarias ou próximos a caldeiras.
CONDIÇÕES FÍSICAS: o excesso de trabalho aumenta a produção de calor pelo organismo, enquanto a fadiga muscular acumula substâncias tóxicas nos tecidos. A associação de ambos predispõe ao acidente.
ALIMENTAÇÃO EXCESSIVA: aumenta também a produção de calor corporal.
Identificação
Dor de cabeça.
Náuseas.
Vômitos.
Pele seca e quente.
Tonturas.
Inconsciência e coma profundo.
Elevação da temperatura corporal.
Insuficiência respiratória.
Tratamento da vítima
Levar a vítima para local arejado e fresco.
Deitar a vítima com o tronco ligeiramente elevado.
Afrouxar as roupas da vítima.
Aplicar compressas de água fria sobre a testa da vítima.
Banhar a vítima em água fresca, acompanhando sua temperatura a cada 15 minutos, evitando resfriamento brusco do corpo.
CHOQUE ELÉTRICO
As atividades com eletricidade apresentam os seguintes riscos a seus usuários:
a) Choque Elétrico
b) Danos econômicos (incêndio, explosões).
O que torna a eletricidade mais perigosa do que outros riscos físicos como o calor, o frio
e o ruído é que ela só é sentida pelo organismo quando o mesmo está sob sua ação. Para
quantificar melhor os riscos e a gravidade do problema apresentamos alguns dados
estatísticos:
43% dos acidentes ocorrem na residência; 30% nas empresas; 2277%% nnããoo ffoorraamm eessppeecciiffiiccaaddooss..
Conceito:
CChhooqquuee eellééttrriiccoo éé oo ccoonnjjuunnttoo ddee ppeerrttuurrbbaaççõõeess ddee nnaattuurreezzaa ee eeffeeiittooss ddiivveerrssooss,, qquuee ssee
mmaanniiffeessttaamm nnoo oorrggaanniissmmoo hhuummaannoo oouu aanniimmaall,, qquuaannddoo eessttee éé ppeerrccoorrrriiddoo ppoorr ccoorrrreennttee eellééttrriiccaa..
AAss mmaanniiffeessttaaççõõeess rreellaattiivvaass aaoo cchhooqquuee eellééttrriiccoo ddeeppeennddeennddoo ddaass ccoonnddiiççõõeess ee iinntteennssiiddaaddee ddaa
ccoorrrreennttee ppooddee sseerr ddeessddee uummaa lliiggeeiirraa ccoonnttrraaççããoo ssuuppeerrffiicciiaall aattéé uummaa vviioolleennttaa ccoonnttrraaççããoo mmuussccuullaarr
qquuee ppooddee pprroovvooccaarr aa mmoorrttee.. AAttéé cchheeggaarr ddee ffaattoo aa mmoorrttee eexxiissttee eessttáággiiooss ee oouuttrraass ccoonnsseeqqüüêênncciiaass
qquuee vveerreemmooss aaddiiaannttee.. OOss ttiippooss mmaaiiss pprroovváávveeiiss ddee cchhooqquuee eellééttrriiccoo ssããoo aaqquueelleess qquuee aa ccoorrrreennttee
eellééttrriiccaa cciirrccuullaa ddaa ppaallmmaa ddee uummaa ddaass mmããooss àà ppaallmmaa ddaa oouuttrraa mmããoo,, oouu ddaa ppaallmmaa ddaa mmããoo aattéé aa
ppllaannttaa ddoo ppéé.. EExxiisstteemm ttrrêêss ccaatteeggoorriiaass ddee cchhooqquuee eellééttrriiccoo::
a) Choque produzido por contato com circuito energizado
Aqui o choque surge pelo contato direto da pessoa com a parte energizada da
instalação, o choque dura enquanto permanecer o contato e a fonte de energia estiver ligada.
As conseqüências podem ser pequenas contrações ou até lesões irreparáveis.
b) Choque produzido por contato com corpo eletrizado
Neste caso analisaremos o choque produzido por eletricidade estática, a duração desse
tipo de choque é muito pequena, o suficiente para descarregar a carga da eletricidade contida
no elemento energizado. Na maioria das vezes este tipo de choque elétrico não provoca efeitos
danosos ao corpo, devido à curtíssima duração.
c) Choque produzido por raio (Descarga Atmosférica)
Aqui o choque surge quando acontece uma descarga atmosférica e esta entra em
contato direto ou indireto com uma pessoa, os efeitos desse tipo de choque são terríveis e
imediatos, ocorre casos de queimaduras graves e até a morte imediata.
Efeitos da Eletricidade no Corpo Humano
Ao passar pelo corpo humano a corrente elétrica danifica os tecidos e lesa os tecidos nervosos e cerebrais, provoca coágulos nos vasos sangüíneos e pode paralisar a respiração e os músculos cardíacos. A corrente elétrica pode matar imediatamente ou pode colocar a pessoa inconsciente, a corrente faz os músculos se contraírem a 60 ciclos por segundo, que é a freqüência da corrente alternada. A sensibilidade do organismo à passagem de corrente elétrica inicia em um ponto conhecido como Limiar de Sensação e que ocorre com uma intensidade de corrente de 1mA para corrente alternada e 5mA para corrente contínua. Pesquisadores definiram três tipos de efeitos manifestados pelo corpo humano quando da presença de eletricidade.
A) LIMIAR DE SENSAÇÃO (PERCEPÇÃO)
O corpo humano começa a perceber a passagem de corrente elétrica a partir de 1 mA.
B) LIMIAR DE NÃO LARGAR
Está associado às contrações musculares provocadas pela corrente elétrica no corpo
humano, a corrente alternada a partir de determinado valor, excita os nervos provocando
contrações musculares permanentes, com isso cria-se o efeito de agarramento que impede a
vítima de se soltar do circuito, a intensidade de corrente para esse limiar varia entre 9 e 23 mA
para os homens e 6 a 14 mA para as mulheres.
C) LIMIAR DE FIBRILAÇÃO VENTRICULAR
O choque elétrico pode variar em função de fatores que interferem na intensidade da
corrente e nos efeitos provocados no organismo, os fatores que interferem são:
- Trajeto da corrente elétrica no corpo humano
- Tipo da corrente elétrica
- Tensão nominal
- Intensidade da corrente
- Duração do choque elétrico
- Resistência do circuito
- Freqüência da corrente
Tempo após o choque p/ iniciar RCP Chances de reanimação da vítima
1 minuto 95 %
2 minutos 90 %
3 minutos 75 %
4 minutos 50 %
5 minutos 25 %
6 minutos 1 %
8 minutos 0,5 %
Tratamento:
- liberar a vítima da corrente elétrica, usando material isolante ou desligando o circuito energizado;
- checar sinais vitais, aplicando o C, A, B, D, E; - transportar para o hospital.
FERIMENTOS
CONCEITO: É toda lesão da pele (corte, perfuração ou contusão) permitindo um contato do
interior do organismo com o meio externo ou não, são visíveis, causam dor, originam
sangramento e são vulneráveis à infecção.
CLASSIFICAÇÃO:
– Internos ou fechados: decorrentes de contusões, impactos, causando rompimento de
órgãos;
– Feridas abertas – arranhões, cortes, perfurações, avulsões, amputações, ferimentos por
esmagamento.
O QUE FAZER:
Ferimentos fechados:
1. Verificar a extensão e localização da lesão;
2. Não esquecer a existência de hemorragia interna;
3. Na lesão de cabeça e pescoço, verificar a presença de sangue na boca e nariz (causam
obstrução), não esquecer a possibilidade de lesão de coluna cervical;
4. Fazer a imobilização do membro ferido;
5. Inchaço e deformidade podem indicar fratura, na dúvida imobilize;
6. Prevenir o estado de choque;
7. Conduzir a vítima a recurso hospitalar.
Ferimentos abertos:
1. Exponha a ferida;
2. Remova o material aderido superficialmente à ferida, não tente limpar a ferida;
3. Controle o sangramento;
4. Se possível previna a contaminação;
5. Mantenha o paciente deitado e aquecido;
6. Tranquilize a vítima;
7. Cuide do choque;
8. Não remova o curativo já colocado, coloque outro sobre ele;
9. Se há um objeto transfixado ou empalado, não remova;
10. Estabilize o objeto transfixado ou empalado com curativo absorvente;
11. Se um objeto penetrou a bochecha e está obstruindo as vias aéreas, retire-o na mesma
direção pelo qual entrou.
.
Condutas específicas para ferimentos conforme o local:
Tórax:
– Ferimento fechado: transportar a vítima sobre o lado lesionado para drenagem, quando
possível, limpar o sangramento da boca;
– Ferimento penetrante (projétil de arma de fogo): fazer curativo de três pontas;
– Transportar a vítima sobre o lado lesionado para drenagem e limpar a boca.
Abdome:
– Ferimento penetrante: manter a vítima deitada; se vomitar limpar imediatamente pelo risco
de asfixia; não retirar objeto empalado; se houver saída de vísceras não recolocar na cavidade
abdominal, deve-se cobrir com curativo embebido em soro fisiológico ou água limpa;
– Monitorar “A B C D E” em todos os atendimentos.
AMPUTAÇÕES
Na maioria dos casos o sangramento pode ser controlado por pressão direta aplicada
firmemente com atadura/bandagem sobre o coto ou com curativo compressivo. Se possível
coloque a parte amputada em um campo plástico e mantenha em lugar fresco.
HEMORRAGIAS
CONCEITO: Perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo.
TIPOS:
– Arterial: sangue vermelho, rico em oxigênio, pulsátil (em forma de jato);
– Venosa: sangue vermelho escuro, rico em gás carbônico, fluxo contínuo;
– Capilar: fluxo curto.
LOCALIZAÇÃO:
• Hemorragia Interna: o sangue perdido não é visível. Podem ser divididas em
exteriorizadas ou não exteriorizadas quando o sangue apresenta-se para o meio externo.
Internas Exteriorizadas:
- OTORRAGIA: Sangramento pelo conduto do ouvido. Não fazemos tamponamento. Se a
vítima estiver consciente, posicionamos em decúbito dorsal. Se estiver inconsciente ou com
suspeita de trauma na cervical, lateralizamos com a orelha que está sangrando para baixo.
- EPISTAXE – Sangramento pelas narinas. Colocamos a pessoa na posição sentada, com o
tronco inclinado e a cabeça posicionada para frente 45º. Podemos utilizar bolsa de gelo, porém
sem fazer compressão, principalmente nos casos de traumas, oriente o paciente para não
assoar o nariz e respirar pela boca. Se o sangramento persistir procure o serviço médico.
- HEMATÊMESE: Sangramento originário do sistema digestório alto (esôfago, estômago e
duodeno), que normalmente é expelido por vômito, juntamente com restos alimentares. Em
vítimas conscientes, utilizamos saco de gelo sobre o epigástrio e, em casos de vômitos ou
inconsciência, lateralizar a vítima.
- HEMOPTISE: Sangramento de origem do aparelho respiratório, em geral dos pulmões. Não
utilizamos gelo neste tipo de hemorragia. Esse sangramento tem características e coloração
vermelha rutilante, espumante, e é expelido por tosse. Em caso de vítima inconsciência, apoia-
se a laterialização para escoamento das secreções.
• Hemorragia Externa: visíveis ao exame primário devem ser prontamente controladas.
QUADRO CLÍNICO:
– Perda de até 15% do volume sanguíneo entra em ação o mecanismo de compensação do
organismo;
– Perda superior entre 15% a 30% estado de choque compensado;
– Perda entre 30% a 50% estado de choque descompensado.
AÇÕES DO SOCORRISTA:
– Contenção de hemorragia externa;
– Pressão direta sobre o ferimento utilizando curativo compressivo e limpo;
– Elevação da área afetada num plano superior ao coração;
– Compressão dos pontos arteriais;
– Pressão digital sobre a artéria lesionada.
OBSERVAÇÃO:
O torniquete só será utilizado nas amputações traumáticas, quando todos os outros métodos
não surtiram efeito.
Nas hemorragias internas o tratamento muitas das vezes é cirúrgico, portanto, o
transporte rápido para o hospital e a manutenção dos sinais vitais são imprescindíveis
para a sobrevida do paciente.
ESTADO DE CHOQUE
CONCEITO: É a falência do sistema cardiocirculatório causado pela baixa taxa de sangue
oxigenado fluindo nos órgãos vitais.
Segundo Martini Abrahão (1996) as várias partes do corpo resistem a ausência de circulação
sanguínea na seguinte relação de tempo:
– Coração, cérebro, pulmão: 4 a 6 min;
– Fígado, baço, rins, sistema digestório: 45 a 90 min;
– Pele, músculos e ossos: 120 a 180 min.
CLASSIFICAÇÃO (tipos mais comuns no APH):
– Hipovolêmico: hemorragias, queimaduras, diarréia, vômito;
– Cardiogênico: IAM, Arritmias, Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC);
– Anafilático: reação de sensibilidade a drogas, alimentos, etc;
– Neurogênico: lesão de medula espinhal.
SINAIS E SINTOMAS:
– Pele pálida, fria e úmida;
– Pulso rápido e fraco;
– Pressão sistólica < 80 mmHg;
– Perfusão capilar lenta ou nula;
– Respiração rápida e curta;
– Sede, tremor e agitação;
– Dificuldade respiratória;
– Náuseas e vômitos.
AÇÕES DO SOCORRISTA:
– Deitar a vítima em decúbito dorsal;
– Afrouxar as vestes;
– Elevar as pernas, quando possível;
– Estar atento ao vômito;
– Não dar nada para a vítima beber;
– Aquecer;
– Transportar a recurso hospitalar. (MARTINI; ABRAHÃO, 1996)
– Sendo proveniente de hemorragia externa, fazer a hemostasia.
LESÕES MÚSCULOS ESQUELÉTICA
CONCEITOS:
– Fratura: é a quebra da continuidade óssea;
– Luxação: é o deslocamento das extremidades ósseas de uma articulação;
– Entorse: é a ruptura parcial ou total dos ligamentos de uma articulação.
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS:
– Fechadas: quebra óssea sem rompimento do tecido;
– Expostas: quebra óssea com rompimento da pele.
RECONHECIMENTO:
– Dor, localizada no local da fratura;
– Hematoma: resultado de hemorragia imediata após a lesão;
– Deformidade: os membros encontram-se em uma posição não natural;
– Incapacidade funcional: perda da função parcial ou completa da região afetada;
– Encurtamento do membro: diminui de tamanho em relação ao outro;
– Crepitação óssea: as extremidades ósseas em contato produzem um ruído anormal
semelhante ao amassar de papel;
– Lateralização dos membros: os membros lateralizam-se por deixar de ter continuidade
óssea.
REGRAS GERAIS DE IMOBILIZAÇÃO:
- A estabilização cervical é sempre prioridade. É claro que se temos uma vítima com lesão
traumática apenas em membros e o mecanismo não sugere trauma cervical, não haverá essa
necessidade;
– Remover as roupas sempre que houver suspeita de trauma;
– Observar a circulação sanguínea, sensibilidade e perfusão capilar do membro afetado,
antes e depois da imobilização;
– Controlar as hemorragias com curativo;
– Não recolocar o osso exposto no interior da ferida;
– Imobilizar na posição encontrada se houver resistência ao alinhamento;
– Imobilizar uma articulação acima e outra abaixo da lesão;
– Lesões em articulações, imobilizar como encontrado;
– Após imobilizar, continuar checando o pulso, sensibilidade e perfusão capilar;
– Não mover nem transportar a vítima antes de imobilizar.
OBSERVAÇÕES:
– As fraturas se não imobilizadas podem romper vasos, nervos, tendões, tecidos, agravando
em muito o quadro inicial da vítima;
– Fraturas em ossos longos sequestram uma grande quantidade de sangue e expõe a vítima
ao estado de choque hipovolêmico, portanto, fazer a prevenção, cobrindo o corpo da vítima
com um cobertor e mantendo-a deitada.
FRATURA DE COLUNA
As fraturas de coluna são extremamente perigosas para o paciente, pois se houver uma
manipulação inadequada desta vítima as espículas ósseas poderão romper a medula espinhal
tornando o paciente paraplégico ou tetraplégico. Portanto, deve-se tomar todas as medidas
necessárias à imobilização deste traumatizado, mesmo que não se tenha a certeza da fratura,
trabalha-se por presunção, com sinais indicativos da fratura de coluna, exemplo: vítimas
caídas e inconscientes, onde ninguém sabe informar como a mesma caiu, vitimas de quedas
de alturas, de atropelamento, de desabamento, de acidente automobilístico e motociclístico, de
desastres, de soterramentos, de acidente violento, mergulho em águas rasas, devem ser
consideradas como portadoras de trauma de coluna.
RECONHECIMENTO:
– Associação do tipo de acidente com a possibilidade da lesão;
– Dor intensa no local;
– Deformidade;
– Perda de sensibilidade ou mobilidade;
– Somente respiração abdominal;
– Perda de controle urinário e intestinal;
– Vítima caída de costas com os braços estendidos acima da cabeça;
– Priaprismo (pênis ereto).
AÇÕES DO SOCORRISTA:
– Mantenha a coluna imóvel;
– Mantenha a cabeça alinhada com leve tração;
– A imobilização deve ser feita usando para tal colar cervical, protetores laterais de cabeça e
prancha rígida;
– KED, quando indicado.
Técnicas para retirada do capacete.
TRAUMA DE CRÂNIO
Lesões na cabeça fazem suspeitar de uma condição neurológica de urgência. Podem causar
hemorragias externas na cavidade craniana que, se não corrigidas de imediato, podem levar o
paciente ao choque e progredirem até a morte.
Identificação:
Ferimentos na cabeça;
1. Tontura, sonolência e inconsciência;
2. Hemorragia pelo nariz, boca ou ouvido;
3. Alteração no ritmo respiratório;
4. Hematoma nas pálpebras;
5. Vômitos e náuseas;
6. Falta de controle das funções intestinais;
7. Paralisia;
8. Perda de reflexos;
9. Desvio de um dos olhos;
10. Diâmetro das pupilas desiguais.
Tratamento:
1. Faça o CAB com controle cervical;
2. Imobilizar a coluna cervical;
3. Evitar movimentos bruscos com a cabeça do acidentado;
4. Não aplique compressão direta;
5. Use um curativo volumoso;
6. Caso haja o extravasamento de sangue ou líquido pelo ouvido ou nariz, facilitar esta saída;
7. Prevenir o estado de choque;
8. Ministrar oxigênio;
9. Transportar a vítima em maca com urgência ao hospital.
TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
Após a avaliação da vítima e os devidos cuidados, vamos determinar qual a melhor forma de
transporte para o paciente, pois, o transporte feito de forma inadequada poderá agravar em
muito o quadro. É disponibilizado ao socorrista diversas formas de transporte sendo a maior
preocupação com as vítimas de fraturas, principalmente, o trauma de coluna, onde deve-se
utilizar um material rígido para o transporte.
Técnicas para movimentação e transporte de vítimas de emergências clínicas ou intoxicações,
ou seja, se não houver possibilidade de trauma de coluna ou de complicação do quadro pela
movimentação:
- Muleta humana;
- Cadeirinha humana;
- Cadeira (vítima sentada no objeto);
- Levantamento direto do solo – paciente sem TRM;
- Posição de recuperação (ou posição lateral de segurança).
Nota: Para a aplicação desses métodos observar o seguinte:
- A avaliação inicial deve estar completa;
- A respiração e o pulso devem estar presentes;
- Não deve haver nenhum sinal ou suspeita de TRM;
- Os ferimentos devem estar protegidos e as fraturas imobilizadas;
- Preferencialmente, o paciente deve estar consciente e cooperativo.
Observações:
- Não movimentar a vítima antes de imobilizá-la, a menos que seja absolutamente necessário
para a segurança do socorrista e da vítima;
- Explicar a vítima o que está fazendo;
- Evitar atender sozinho, pedir ajuda, e se o ajudante não tiver treinamento, explicar com calma
e clareza de que modo cooperar;
- Quando várias pessoas estão atendendo uma vítima, apenas uma delas orienta as ações do
grupo;
- O socorrista deve prevenir-se de lesão ortopédica, principalmente na coluna, usando a
técnica corretamente.
Técnicas para movimentação e transporte de vítimas com suspeita de trauma:
Ao remover ou transportar a vítima, obedeça a seguinte orientação:
1- Mantenha o corpo da vítima sempre em linha reta;
2- Se tiver que puxar a vítima puxe-a pela direção da cabeça, nunca pelos lados;
3- Certifique-se de que a cabeça está protegida.
Cuidados a serem tomados antes de providenciar a remoção propriamente dita
1 – Controle a hemorragia;
2 – Mantenha a respiração;
3 – Imobilize todos os pontos suspeitos de fraturas e evite ou controle o estado de choque.
Movimentação e/ou Transporte de Vítimas com Suspeita de Lesão de Cabeça e Coluna
(TRM)
1 – Transportar a vítima sobre maca/prancha de madeira (sendo esta a melhor forma) de
transporte) ou tábua rígida, tomando os cuidados de imobilizar a coluna e as fraturas
existentes;
2 – A movimentação da vítima deve ser realizada em um só movimento (em bloco) e com um
conjunto de Socorrista.
CHAVE DE RAUTECK
Manobra utilizada parar remoção rápida de passageiros ou do
motorista do veículo. Essa técnica deve ser utilizada em
situação de risco de vida para a vítima, se não houver,
solicite ajuda do serviço especializado.
ASSISTÊNCIA AO PARTO
Identificação do Parto Iminente:
1. O rompimento total ou parcial da bolsa, com saída do líquido amniótico pela vagina;
2. Contrações com frequência, em intervalos inferiores a dois minutos;
3. A sensação de compressões sobre os intestinos;
4. Abertura vaginal suficiente para passagem do bebê.
Procedimentos:
1. Procurar tranquilizar a parturiente;
2. Orientar a parturiente para expirar pela boca
durante as contrações;
3. Colocar a parturiente em posição ginecológica (em
decúbito dorsal, com os joelhos fletidos e as
pernas afastadas);
4. Lavar bem as mãos e utilizar luvas
descartáveis. Panos limpos deverão ser
colocados por baixo do corpo da parturiente;
5. À medida que o parto progride, ver-se-á cada vez
mais a cabeça do feto em cada contração. Deve- se
ter paciência e esperar que a natureza prossiga o
parto. Nunca se deve puxar a cabeça da criança
para apressar o parto;
6. À medida que a cabeça for saindo, deve-se
apenas amparara com as mãos, sem imprimir
nenhum movimento, que não seja de
sustentação, protegendo o pólo cefálico da
criança com uma mão e o períneo com a outra;
7. Após o nascimento da criança, limpar apenas o
muco do nariz e a boca com gaze ou pano limpo e assegurar-se de que começou a respirar;
8. Se o bebê ainda assim não respirar, fazer respiração artificial delicadamente,
insuflando apenas o volume suficiente para elevar o tórax da criança, como ocorre em um
movimento normal;
9. Caso o cordão umbilical não tenha sido cortado, fazê-lo entre dois pontos. Ao final, deverá
permanecer um pedaço de 10 a 15 cm de cordão, ligado ao bebê;
10. O cordão umbilical sairá junto com a placenta, cerca de 20 minutos após o
nascimento;
11. Após a saída da placenta, deve-se fazer massagem suave sobre o abdome da
parturiente para provocar a contração espontânea do útero e diminuir a hemorragia que é
normal após o parto;
12. Havendo hemorragia, fazer pressão com pano limpo e estéril sobre a região vaginal
durante o transporte;
13. Transportar a mãe e criança ao hospital para avaliação médica;
14. Deve-se transportar a placenta, acondicionada em um recipiente ou saco plástico, para
o médico avaliar se ela saiu por completo.
INTOXICAÇÃO
A intoxicação ou envenenamento ocorre quando o indivíduo entra em contato, ingere ou
aspira substâncias tóxicas de natureza diversa, que possam causar distúrbios funcionais ou
sintomáticos, configurando um quadro clínico sério.
A intoxicação pode resultar em doença grave ou morte em poucas horas, se a vítima
não for socorrida em tempo hábil.
A gravidade de envenenamento depende da suscetibilidade do indivíduo, da
quantidade, tipo e toxicidade da substância introduzida no organismo e do tempo de exposição.
VVIIAASS DDEE PPEENNEETTRRAAÇÇÃÃOO
Pele: contato direto com plantas ou substâncias químicas tóxicas.
Vias digestivas: ingestão de qualquer tipo de substância tóxica, química ou natural.
Vias respiratórias: aspiração de vapores ou gases emanados de substâncias tóxicas.
Identificação
Sinais evidentes na boca, pele ou nariz de que a vítima tenha introduzido substâncias tóxicas para o organismo.
Hálito com odor estranho.
Dor, sensação de queimação nas vias de penetração e sistemas correspondentes.
Sonolência, confusão mental e outras alterações da consciência.
Estado de coma alternado com períodos de alucinações e delírios.
Lesões cutâneas, queimaduras intensas com limites bem definidos.
Depressão da função respiratória.
Tratamento
NNAA IINNTTOOXXIICCAAÇÇÃÃOO PPOORR CCOONNTTAATTOO ((ppeellee))::
Para substâncias líquidas, lavar abundantemente o local afetado com água corrente. Substâncias sólidas devem ser retiradas do local sem friccionar a pele, lavando-a, a seguir, com água corrente.
NNAA IINNTTOOXXIICCAAÇÇÃÃOO PPOORR IINNGGEESSTTÃÃOO ((vviiaass ddiiggeessttiivvaass))::
Não provocar vômito se a vítima estiver inconsciente, com convulsões, ou tiver ingerido venenos cáusticos (ácidos, álcalis e derivados de petróleo).
Quando os ácidos e álcalis são fortes, provocam queimaduras nas vias de penetração. Nestes casos, deve-se diluir a substância dando água para a vítima beber.
NA INTOXICAÇÃO POR ASPIRAÇÃO (vias respiratórias):
Retirar a vítima do ambiente poluído por gases.
Liberar as vias aéreas da vítima.
Ministrar oxigênio, se possível.
Transportar urgente para hospital. Lembrar que, em qualquer incêndio, por menor que seja, há presença de CO no
ambiente. Portanto, não entrar e não permitir que pessoas adentrem em áreas poluídas por
gases sem proteção respiratória, através de máscara autônoma (EPR). Máscaras filtrantes e
ingestão de leite são totalmente ineficazes neste caso.
Ao atender ocorrência de intoxicação, o socorrista deverá procurar identificar o agente
do envenenamento, informando ao serviço de resgate e solicitando informações, em caso de
dúvida. Cabe ao serviço de resgate fazer o contato necessário com o Centro de Toxicologia
para obter informações. O socorrista deverá ainda manter os sinais vitais da vítima, evitar o
estado de choque e conduzi-la com urgência a um hospital especializado.
ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS
Os envenenamentos são produzidos por picadas ou mordeduras de animais dotados de
glândulas secretoras e aparelho inoculador de veneno. As alterações produzidas por esses
acidentes estão relacionadas à inoculação de uma complexa mistura de enzimas que
ocasionam seqüelas ou até a morte da vítima. Se possível, deve-se capturar ou identificar o
animal que picou a vítima, mas sem perder tempo com esse procedimento. Na dúvida, tratar
como se o animal fosse venenoso.
Serpentes Peçonhentas e não-peçonhentas
Existem alguns critérios básicos para distinguir serpentes peçonhentas de não
peçonhentas a uma distância segura. O primeiro deles é a presença de um orifício entre o olho
e a narina da serpente, denominado fosseta loreal. Toda a serpente brasileira que possui esse
orifício é peçonhenta. Ele é utilizado para perceber a presença de calor, o que permite à
serpente caçar no escuro presas que tenham corpo quente (homeotérmicas), tais como
mamíferos e aves. A única exceção para essa regra é a COBRA-CORAL, cujo nome científico
é Micrurus. Porém as corais possuem um padrão característico de anéis pretos, vermelhos e
brancos ou amarelos, que não permitem nenhuma confusão. Na Amazônia existem corais
preta e branca ou marrom. Desse modo, deve-se considerar toda serpente com essa coloração
como perigosa, apesar da existência de serpentes que imitam as corais verdadeiras, e que por
isso são denominadas corais falsas.
As corais verdadeiras não dão bote e normalmente se abrigam debaixo de troncos de
árvores, folhas ou outros locais úmidos em todas as regiões do país.
Outra característica importante na distinção das serpentes peçonhentas é o tipo de
cauda.
Algumas serpentes com fosseta loreal apresentam um chocalho na ponta da cauda, que
emite um som característico de alerta quando a serpente é perturbada. Essas são as
CASCAVÉIS cujo nome científico é Crotalus. As cascavéis são facilmente encontradas em
áreas abertas e secas, mesmo áreas agriculturáveis de grande parte do Brasil, excluindo-se
áreas de vegetação mais densa.
As serpentes com fosseta loreal cuja cauda é lisa até a extremidade pertencem à família
das JARARACAS e seu nome científico é Bothrops. As jararacas são encontradas, em sua
grande maioria, em áreas mais limitadas, como as áreas de mata, apesar de alguns tipos
habitarem também zonas de caatinga e cerrado.
Algumas serpentes com fosseta loreal apresentam a extremidade da cauda com as
escamas eriçadas como uma escova. Essas são as chamadas SURUCUCUS OU PICO-DE-
JACA, cujo nome científico é Lachesis. O nome pico-de-jaca foi dado em virtude do aspecto da
pele desse animal se parecer muito com a fruta em questâo. Elas são encontradas apenas em
áreas de floresta tropical densa, tais como na Amazônia ou alguns pontos da Mata Atlântica, a
partir do estado do Rio de Janeiro em direção ao norte do Brasil.
SERPENTES MAIS COMUNS NO BRASIL
Nome popular Nome científico Características
JARARACA Bothrops Fosseta loreal Cauda é lisa
CASCAVEL Crotalus Fosseta loreal Cauda tem chocalho
SURUCUCU Lachesis Fosseta loreal Cauda é eriçada (escova)
CORAL Micrurus - Possui anéis coloridos
AÇAO DO VENENO DAS PRINCIPAIS SERPENTES DO BRASIL
- JARARACA (caiçara, urutu, jararacuçu, cruzeira, etc)
Dor imediata;
Inchaço;
Calor no local da picada;
Hemorragia no local da picada;
Bolhas;
Gangrena;
Insuficiência renal aguda.
- CASCAVEL
Distúrbios visuais (visão dupla, cara de bêbado, visão turva);
Dor muscular;
Urina avermelhada (até três horas);
Escurecimento da urina (após seis horas);
Insuficiência renal aguda.
- SURUCUCU (pico de jaca, surucutinga)
Diarréia;
Hemorragia;
- CORAL
Distúrbios visuais (visão dupla, cara de bêbado, visão turva);
Dificuldade em engolir;
Insuficiência respiratória aguda;
Priapismo.
ARANHAS COMUNS NO BRASIL
- ARANHA ARMADEIRA (phoneutria): provoca dor intensa no local da picada.
- ARANHA MARROM (loxosceles): provoca pequena dor na hora da picada. Após 12 horas
pode provocar inchaço, mal estar, náuseas e febre podendo ainda causar necrose local.
- TARÂNTULA: pode provocar pequena dor locar e possibilidade de evoluir para necrose local.
Identificação geral
A vítima apresenta as seguintes características:
Distúrbios visuais;
Queda das pálpebras (ptose palpebral);
Náuseas e vômitos;
Pequenas marcas causadas pela picada;
Dor local intensa;
Inchaço, hematoma e bolhas no local;
Dificuldades respiratórias;
Convulsões; e
Torpor e inconsciência.
Tratamento
Não se deve amarrar ou fazer torniquete. Impedir a circulação do sangue pode produzir necrose ou gangrena; o sangue deve circular normalmente.
Lavar a ferida com água e sabão.
Não se deve cortar o local da picada; alguns venenos podem provocar hemorragias. Os cortes feitos no local da picada com canivetes e outros objetos não desinfetados, favorecem as hemorragias e infecções.
Manter o acidentado deitado em repouso, evitando que ele ande, corra ou se locomova por seus próprios meios. A locomoção facilita a absorção do veneno e os efeitos se agravam.
Procurar manter a área picada em nível abaixo do coração da vítima.
Remover anéis, relógios ou jóias, prevenindo assim complicações de correntes de inchaço que, freqüentemente, ocorrem nestes casos.
Levar o acidentado imediatamente para centros de tratamento ou serviço de saúde para receber o soro próprio. O soro cura somente quando aplicado convenientemente, de acordo com os seguintes itens:
Soro específico.
Dentro do menor tempo possível.
Em quantidade suficiente.
AFOGAMENTO
Acidentes ocasionados por imersão em meio líquido. Podem ser:
Primário: submersão na hora;
Secundário: acontece horas depois ou dias do acidente.
Podem ocorrer em:
Água doce: hipervolemia e hemodiluição;
Água salgada: hipovolemia e hemoconcentração;
A seco: persiste o laringo-espasmo.
GRAUS DE AFOGAMENTO:
Grau 1: afobado, não aspira água;
Grau 2: fica ligeiramente roxo, pouca espuma na boca, taquicardia;
Grau 3: fica roxo, aumento da secreção nasal/bucal, dispinéia, alteração cardíaca, desorientado, edema agudo do pulmão;
Grau 4: inconsciente, sem pulso, sem respiração, morte cerebral.
PASSO-A-PASSO DE SOCORRO A UMA VÍTIMA DE AFOGAMENTO
a) Chame rapidamente o socorro médico. Lembre-se: no caso de afogamento, cada minuto perdido diminui muito a chance de recuperação.
b) Enquanto a ajuda não chega, coloque a vítima deitada de costas (barriga para cima), em um declive, com a cabeça mais baixa que o corpo. Cuidado: não dobre nem vire o pescoço do afogado.
c) Não tente retirar a água dos pulmões.
d) Descubra se a pessoa está respirando: ver, ouvir e sentir. e) Se a vítima não for capaz de respirar, comece, urgentemente, a respiração boca-a-
boca. f) Verifique também os batimentos cardíacos. Checar pulso carotídeo (pescoço). g) Se a pulsação estiver ausente ou a pupila dilatada, o coração deve ter parado. É
preciso fazer Reanimação Cárdio-respiratória (30 massagens por 2 ventilações). h) Insista na ressuscitação pelo máximo de tempo que você for capaz de agüentar. A
vítima pode se recuperar mesmo após muito tempo nessa situação. i) Quando a pessoa recuperar respiração e batimentos, deixe-a deitada de lado, com um
braço abaixo da cabeça. Não permita que ela saia do repouso antes da chegada do socorro médico.
j) Aqueça a vítima. Se possível, leve o afogado para um local quente. Retire sua roupa molhada e cubra-a com cobertores, toalhas ou o que estiver à mão. Não tente aquecê-la bruscamente. Friccionar braços e pernas pode ajudar a estimular a circulação.
REFERÊNCIAS
Comitê do PHTLS da National Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT) em
cooperação com o Comitê de Trauma do Colégio Americano de Cirurgiões. Atendimento Pré-
hospitalar ao Traumatizado : básico e avançado. Rio de Janeiro (RJ) : 2012
BRASIL: Ministério da Saúde, Sistema Único de Saúde – SUS, Hospital Alemão Osvaldo Cruz,
Manual de Capacitação dos Profissionais de Atendimento Pré-Hospitalar Móvel (SAMU 192) e
APH Fixo, 2011
Diretrizes da American Heart Association para RCP (Ressuscitação Cardiopulmonar e ACE
(Atendimento Cardiovascular de Emergência), 2010
BRASIL. Ministério da Saúde.Manual de Regulação Médicas das Urgências, Brasília, DF, out.
2005.
CINTRA, Eliane Araújo; NISHIDE, Vera Médice; NUNES Wilma Aparecida; Assistência de
Enfermagem ao Paciente Gravemente Enfermo, 2ª Edição, São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão
Preto, Belo Horizonte, Atheneu, 2005.
OENGES, Marilynn E., MOORHOUSE, Mary Frances; MURR, Alice C.; Diagnósticos de
Enfermagem, Intervenções, Prioridades, Fundamentos, tradução Carlos Henrique Cosendey,
revisão Sônia Regina de Souza, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2010.
FEITOZA; Daniela de Souza; FREITAS; Maria Célia de; SILVEIRA; Rita Edna da -
Traumatismo Cranioencefálico: Diagnósticos de Enfermagem a Vítimas Atendidas em UTI.
Revista Eletrônica de Enfermagem, 2004.
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/sistemagenital3.php
http://www.allegrovita.com.br/socorros.htm