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1- História do Sistema Único de Saúde
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988
para que toda a população brasileira tenha acesso ao atendimento público de saúde.
Anteriormente, a assistência médica estava a cargo do Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), ficando restrita aos empregados
que contribuíssem com a previdência social; os demais eram considerados "indigentes"
e eram atendidos apenas em serviços filantrópicos.
Antes do advento do SUS, a atuação do Ministério da Saúde se resumia às
atividades de promoção de saúde e prevenção de doenças (por exemplo, vacinação),
realizadas em caráter universal, e à assistência médico-hospitalar para poucas
doenças; servia aos indigentes, ou seja, a quem não tinha acesso ao atendimento pelo
Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social. O INAMPS foi criado
pelo regime militar em 1974 pelo desmembramento do Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS), que hoje é o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS);
era uma autarquia filiada ao Ministério da Previdência e Assistência Social (hoje
Ministério da Previdência Social), e tinha a finalidade de prestar atendimento médico
aos que contribuíam com a previdência social, ou seja, aos empregados de carteira
assinada. O INAMPS dispunha de estabelecimentos próprios, mas a maior parte do
atendimento era realizado pela iniciativa privada; os convênios estabeleciam a
remuneração por procedimento, consolidando a lógica de cuidar da doença e não da
saúde.
O movimento da Reforma Sanitária nasceu no meio acadêmico no início da
década de 70 como forma de oposição técnica e política ao regime militar, sendo
abraçado por outros setores da sociedade e pelo partido de oposição da época — o
Movimento Democrático Brasileiro (MDB), atual Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB). Em meados da década de 70, com o fim do milagre econômico,
ocorreu uma crise do financiamento da previdência social, com repercussões no
INAMPS. Em 1979, o general João Baptista Figueiredo assumiu a presidência com a
promessa de abertura política e, de fato, a Comissão de Saúde da Câmara dos
Deputados promoveu, no período de 9 a 11 de outubro de 1979, o I Simpósio sobre
Política Nacional de Saúde, que contou com participação de muitos dos integrantes do
movimento e chegou a conclusões altamente favoráveis ao mesmo; ao longo da
década de 80 o INAMPS passaria por sucessivas mudanças com universalização
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progressiva do atendimento, já numa transição com o SUS.
A 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) foi um marco na história do SUS por
vários motivos. Foi aberta em 17 de março de 1986 por José Sarney, o primeiro
presidente civil após a ditadura, e foi a primeira CNS a ser aberta à sociedade; além
disso, foi importante na propagação do movimento da Reforma Sanitária. A 8ª CNS
resultou na implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), um
convênio entre o INAMPS e os governos estaduais, mas o mais importante foi ter
formado as bases para a seção "Da Saúde" da Constituição Brasileira de 5 de outubro
de 1988. A Constituição de 1988 foi um marco na história da saúde pública brasileira,
ao definir a saúde como "direito de todos e dever do Estado". A implantação do SUS foi
realizada de forma gradual: primeiro veio o SUDS; depois, a incorporação do INAMPS
ao Ministério da Saúde (Decreto nº 99.060, de 7 de março de 1990); e por fim a Lei
Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990) fundou o SUS. Em
poucos meses foi lançada a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao
SUS uma de suas principais características: o controle social, ou seja, a participação
dos usuários (população) na gestão do serviço. O INAMPS só foi extinto em 27 de julho
de 1993 pela Lei nº 8.689.
2. Princípios Doutrinários e Organizativos do Siste ma Único de Saúde
O Sistema Único de Saúde teve seus princípios estabelecidos na Lei Orgânica
de Saúde, em 1990, com base no artigo 198 da Constituição Federal de 1988. Os
princípios da universalidade, integralidade e da eqüidade são às vezes chamados de
princípios ideológicos ou doutrinários, e os princípios da descentralização, da
regionalização e da hierarquização de princípios organizacionais, mas não está claro
qual seria a classificação do princípio da participação popular.
� Universalidade
"A saúde é um direito de todos", como afirma a Constituição Federal.
Naturalmente, entende-se que o Estado tem a obrigação de prover atenção à saúde,
garantindo todos os níveis de assistência.
� Integralidade
A atenção à saúde inclui tanto os meios curativos quanto os preventivos; tanto
os individuais quanto os coletivos. Em outras palavras, as necessidades de saúde das
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pessoas (ou de grupos) devem ser levadas em consideração mesmo que não sejam
iguais às da maioria.
� Eqüidade
Todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de saúde; como,
no entanto, o Brasil contém disparidades sociais e regionais, as necessidades de
saúde variam. Por isso, enquanto a Lei Orgânica fala em igualdade, tanto o meio
acadêmico quanto o político consideram mais importante lutar pela eqüidade do SUS.
� Participação da comunidade
O controle social, como também é chamado esse princípio, foi melhor regulado
pela Lei nº 8.142. Os usuários participam da gestão do SUS através das Conferências
de Saúde, que ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis, e através dos
Conselhos de Saúde, que são órgãos colegiados também em todos os níveis. Nos
Conselhos de Saúde ocorre a chamada paridade: enquanto os usuários têm metade
das vagas, o governo tem um quarto e os trabalhadores outro quarto.
� Descentralização político-administrativa
O SUS existe em três níveis, também chamados de esferas: nacional, estadual e
municipal, cada uma com comando único e atribuições próprias. Os municípios têm
assumido papel cada vez mais importante na prestação e no gerenciamento dos
serviços de saúde; as transferências passaram a ser "fundo-a-fundo", ou seja,
baseadas em sua população e no tipo de serviço oferecido, e não no número de
atendimentos.
� Hierarquização e regionalização
Os serviços de saúde são divididos em níveis de complexidade; o nível primário
deve ser oferecido diretamente à população, enquanto os outros devem ser utilizados
apenas quando necessário. Quanto mais bem estruturado for o fluxo de referência e
contra-referência entre os serviços de saúde, melhor a eficiência e eficácia dos
mesmos. Cada serviço de saúde tem uma área de abrangência, ou seja, é responsável
pela saúde de uma parte da população. Os serviços de maior complexidade são menos
numerosos, ficando sob sua responsabilidade grandes áreas de abrangência.
A Lei Orgânica da Saúde estabelece ainda os seguint es princípios:
• Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e
moral;
• Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
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• Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua
utilização pelo usuário;
• Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação
de recursos e a orientação programática;
• Integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio-ambiente e
saneamento básico;
• Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de
serviços de assistência à saúde da população;
• Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e
• Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para
fins idênticos.
3. Legislação do Sistema Único de Saúde
3.1- Constituição Federal de 1988
Em 1988, concluiu-se o processo constituinte e foi promulgada a oitava
Constituição do Brasil. A chamada “Constituição Cidadã” foi um marco fundamental na
redefinição das prioridades da política do Estado na área da saúde pública.
A Constituição Federal de 1988 redefine o conceito de saúde, incorporando
novas dimensões. Para se ter saúde, é preciso ter acesso a um conjunto de fatores,
como alimentação, moradia, emprego, lazer, educação etc.
O artigo 196 cita que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação”. Com este artigo fica definida a universalidade da
cobertura do Sistema Único de Saúde.
O SUS faz parte das ações definidas na Constituição como sendo de “relevância
pública”, sendo atribuído ao poder público a sua regulamentação, a fiscalização e o
controle das ações e dos serviços de saúde.
Conforme a Constituição Federal de 1988 as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada, e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
3.2- Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990 – Lei Orgânica da Saúde
A Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
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serviços correspondentes. Esta Lei regula em todo o território nacional as ações e os
serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou
eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado (BRASIL,
1990).
A Lei n. 8.080/90 institui o Sistema Único de Saúde, constituído pelo conjunto de
ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais,
estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas
pelo Poder Público. A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde
em caráter complementar.
A Lei n. 8.080/90 trata:
a) da organização, da direção e da gestão do SUS;
b) da definição das competências e das atribuições das três esferas de governo;
c) do funcionamento e da participação complementar dos serviços privados de
Assistência à Saúde;
d) da política de recursos humanos; e
e) dos recursos financeiros, da gestão financeira, do planejamento e do
orçamento.
3.3- Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990
A Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da
comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área de saúde.
O SUS conta em cada esfera de governo com as seguintes instâncias
colegiadas de participação da sociedade:
• Conferência de Saúde
• Conselho de Saúde.
Nos últimos 60 anos (1941-2003), foram realizadas 12 Conferências Nacionais
de Saúde – CNS em contextos políticos diversos e cujas características em termos de
composição, temário e deliberações foram muito diferentes entre si.
Na Lei n. 8.142/90, ficou estabelecido que a Conferência Nacional de Saúde –
CNS fosse realizada a cada quatro anos, “com a representação dos vários segmentos
sociais, para avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a formulação de
políticas de saúde nos níveis correspondentes, convocadas pelo Poder Executivo ou,
extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde”.
Essas Conferências se realizam em um processo ascendente, desde
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Conferências Municipais de Saúde, passando por uma Conferência Estadual de Saúde
em cada estado e culminando em uma Conferência Nacional de Saúde.
Os Conselhos de Saúde buscam participar da discussão das políticas de Saúde
tendo uma atuação independente do governo, embora façam parte de sua estrutura, e
onde se manifestam os interesses dos diferentes segmentos sociais, possibilitando a
negociação de propostas e o direcionamento de recursos para diferentes prioridades.
Em seu parágrafo 2º, a Lei n. 8.142/90 define: “O Conselho de Saúde, em
caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do
governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação
de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância
correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera de governo”.
A representação dos usuários deverá ser paritária (50%) em relação ao conjunto dos
demais segmentos.
As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde têm sua organização e
normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovado pelo respectivo
Conselho.
A Lei n. 8.142/90 trata, ainda, da alocação dos recursos do Fundo Nacional de
Saúde, do repasse de forma regular e automática para Municípios, Estados e Distrito
Federal. Para o recebimento destes recursos, os municípios, os estados e o Distrito
Federal devem contar com:
• Fundo de Saúde
• Conselho de Saúde
• Plano de Saúde
• Relatório de Gestão
• Contrapartida de recursos para a Saúde no respectivo orçamento
• Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS).
3.4- As Normas Operacionais do SUS
A partir das definições legais estabelecidas pela Constituição Federal de 1988 e
da Lei Orgânica de Saúde, iniciou-se o processo de implantação SUS de forma
pactuada entre o Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde
(CONASS) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Esse processo foi orientado pelas Normas Operacionais do SUS, instituídas por
meio de portarias ministeriais. Tais normas definiram as competências de cada esfera
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de governo e as condições necessárias para que estados e municípios pudessem
assumir as novas atribuições no processo de implantação do SUS.
As Normas Operacionais definiram critérios para que estados e municípios se
habilitassem a receber repasses de recursos do Fundo Nacional de Saúde para seus
respectivos fundos de saúde. A habilitação às condições de gestão definidas nas
Normas Operacionais foi condicionada ao cumprimento de uma série de requisitos e ao
compromisso de assumir um conjunto de responsabilidades referentes à gestão do
sistema de saúde.
Desde o início do processo de implantação do SUS, foram publicadas as
seguintes Normas Operacionais Básicas: NOB/SUS 01/91, NOB/SUS 01/92, NOB/SUS
01/93 e NOB/SUS 01/96.
Em 2001 foi publicada a primeira Norma Operacional da Assistência a Saúde
(NOAS/SUS 01/01), que foi revista e publicada em 2002.
As Normas Operacionais Básicas são instrumentos utilizados para a definição de
estratégias e movimentos tático-operacionais que reorientam a operacionalidade do
SUS, a partir da avaliação periódica de sua implantação e desempenho.
Embora o instrumento que formaliza a norma seja uma portaria do Ministério da
Saúde, o seu conteúdo é definido de forma pactuada entre o Ministério da Saúde e
representantes do CONASS e do Conasems.
Entre os objetivos das Normas Operacionais temos:
• Induzir e estimular mudanças no SUS
• Aprofundar e reorientar a implementação do SUS
• Definir novos objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes, e movimentos
tático-operacionais
• Regular as relações entre seus gestores
• Normatizar o SUS.
Desde o início do processo de implantação do SUS foram publicadas três
Normas Operacionais Básicas e em 2001 foi publicada a primeira Norma Operacional
da Assistência à Saúde (NOAS/SUS 01/01).
3.4.1- Norma Operacional Básica do SUS de 1991
A NOB/ SUS 01/91 foi editada pela Resolução do INAMPS número 258, de 7 de
janeiro de 1991, e reeditada com alterações pela resolução do INAMPS número 273,
de 17 de julho de 1991.
Os principais pontos da NOB/SUS 01/91 foram:
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• Equiparou prestadores públicos e privados, no que se refere à modalidade
de financiamento, que passou a ser, em ambos os casos, por pagamento pela
produção de serviços.
• Centralizou a gestão do SUS em nível federal (INAMPS).
• Estabeleceu o instrumento convenial como a forma de transferência de
recursos do INAMPS para os estados, Distrito Federal e municípios.
• Considerou como gestão municipalizada, dentro do SUS, os municípios que
atendessem os seguintes requisitos básicos:
a) criação dos Conselhos Municipais de Saúde;
b) criação do Fundo Municipal de Saúde;
c) Plano Municipal de Saúde aprovado pelos respectivos Conselhos;
d) Programação e Orçamentação da Saúde (PROS) como detalhamento do
Plano de Saúde;
e) contrapartida de recursos para a saúde do seu orçamento; e
f) constituição de Comissão de Elaboração do Plano de Carreira, Cargos e
Salários (PCCS) com o prazo de dois anos para a sua implantação.
• Instituiu a Unidade de Cobertura Ambulatorial (UCA) destinada a reajustar os
valores a serem repassados aos estados, Distrito Federal e municípios. A cobertura
ambulatorial anual era obtida da multiplicação do valor da UCA pela população de cada
unidade da federação.
• Modificou o sistema de pagamento aos prestadores de serviços (entidades
filantrópicas, hospitais universitários, entidades contratadas e conveniadas) com a
implantação do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS).
3.4.2- Norma Operacional Básica do SUS de 1993
A NOB/SUS 01/93 foi editada pela Portaria GM/MS n. 545, de 20 de maio de
1993. Formalizou os princípios aprovados na 9ª Conferência Nacional de Saúde
(realizada em 1992), que teve como tema central “a municipalização é o caminho”, e
desencadeou um amplo processo de municipalização da gestão com habilitação dos
municípios nas condições de gestão criadas (incipiente parcial e semiplena).
As principais contribuições da Norma Operacional Básica foram:
• Criou a transferência regular e automática (fundo a fundo) do teto global da
assistência para municípios em gestão semiplena.
• Habilitou municípios como gestores.
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• Definiu o papel dos estados de forma frágil, mas esses, ainda assim,
passaram a assumir o papel de gestor do sistema estadual de saúde.
• Possibilitou a constituição das Comissões Intergestores Bipartite (de âmbito
estadual) e Tripartite (nacional), como importantes espaços de negociação, pactuação,
articulação, integração entre gestores.
3.4.3- Norma Operacional Básica do SUS de 1996
O êxito das mudanças promovidas com a NOB/SUS 01/93 desencadeou uma
ampla discussão no setor saúde e levou à construção de uma nova Norma Operacional
Básica que representasse um salto de qualidade na oferta dos serviços e ações
desenvolvidas pelo SUS em todo o país.
A NOB/SUS 01/96 promoveu um avanço no processo de descentralização,
criando novas condições de gestão para os municípios e estados, caracterizando as
responsabilidades sanitárias do município pela saúde de seus cidadãos e redefinindo
competências de estados e municípios.
Os objetivos gerais da Norma Operacional Básica 01/96 foram:
• Promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder público
municipal, da função de gestor da atenção à saúde de seus habitantes com a
respectiva redefinição das responsabilidades dos estados, Distrito Federal e União.
• Caracterizar a responsabilidade sanitária de cada gestor, diretamente ou
garantindo a referência, explicitando um novo pacto federativo para a saúde.
• Reorganizar o modelo assistencial, descentralizando aos municípios a
responsabilidade pela gestão e execução direta da atenção básica de saúde.
• Aumentar a participação percentual da transferência regular e automática
(fundo a fundo) dos recursos federais a estados e municípios, reduzindo a transferência
por remuneração de serviços produzidos.
• Fortalecer a gestão do SUS, compartilhada e pactuada entre os governos
municipais, estaduais e federais, por meio das Comissões Intergestores Bipartite e
Tripartite como espaços permanentes de negociação e pactuação entre gestores.
Entre as principais características observadas na N OB/SUS 01/96 temos:
• Transferência aos municípios habilitados como Plena da Atenção Básica, dos
recursos financeiros com base per capita relativos a esta responsabilidade, criando o
PAB (Piso Assistencial Básico), repassado fundo a fundo de forma regular e
automática, e com base em valor nacional per capita para a população coberta.
• Reorganização da gestão dos procedimentos de média complexidade
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ambulatorial (Fração Ambulatorial Especializada – FAE).
• Reorganização da gestão dos procedimentos de alta complexidade
ambulatorial com a criação da Autorização de Procedimentos de Alta
Complexidade/Custo (Apac).
• Incorporação das ações de Vigilância Sanitária, criando o Incentivo para as
ações básicas de Vigilância Sanitária.
• Incorporação das ações de Epidemiologia e Controle de Doenças.
• Promoção da reorganização do modelo de atenção, adotando-se como
estratégia principal a ampliação de cobertura do Programa de Saúde da Família e do
Programa de Agentes Comunitários de Saúde, com a criação de Incentivo financeiro.
• Aprimoramento do planejamento e definição da elaboração da Programação
Pactuada e Integrada (PPI).
• Definição das responsabilidades, prerrogativas e requisitos das Condições de
Gestão Plena da Atenção Básica e Plena de Sistema Municipal de Saúde para os
municípios, e Avançada do Sistema Estadual e Plena de Sistema Estadual para os
estados.
Alterações na Norma Operacional Básica 01/96
A NOB/SUS 01/96 foi editada em 5 de novembro de 1996 por meio da Portaria
GM/MS n. 2.203. Vários aspectos deveriam ser imediatamente regulamentados para
viabilizar sua implantação, como, por exemplo, os requisitos e instrumentos para
habilitação, implantação de nova tabela do SIA/SUS, o valor do PAB, o Fator de Ajuste,
a PPI, o Cartão SUS, a Vigilância Sanitária, as Ações de Epidemiologia e Controle de
Doenças, e a data do início de repasse automático fundo a fundo do PAB.
Entretanto, em dezembro de 1996, houve a substituição do Ministro Adib Jatene
pelo Ministro Carlos Albuquerque, gerando uma reorientação na condução do
Ministério da Saúde e uma rediscussão sobre alguns conceitos contidos na versão
original da NOB/SUS 01/96, principalmente em relação ao PAB e o financiamento
necessário para a sua implementação.
A Instrução Normativa 01/97 do Ministério da Saúde, editada em 15 de maio de
1997, regulamentou o processo, fluxos, requisitos e instrumentos de comprovação para
estados e municípios se habilitarem às novas condições de gestão da NOB/SUS 01/96.
Discussões entre o Ministério da Saúde, CONASS e Conasems sobre o
financiamento do SUS e a implantação da NOB/SUS 01/96 consumiram quase todo o
ano de 1997. Em dezembro de 1997 e janeiro de 1998, o Ministério da Saúde publicou
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um conjunto de portarias regulamentando a implantação da NOB/SUS 01/96.
3.4.4- Norma Operacional de Assistência à Saúde NOA S/SUS 01/2001
O período de implementação da NOB/SUS 01/96, compreendido entre os anos
de 1998 e 2000, foi marcado por uma série de importantes avanços no processo de
descentralização do SUS.
Em face de problemas observados durante a implementação da NOB/SUS
01/96, entre os quais podemos citar a questão da definição das responsabilidades, do
planejamento e organização do sistema, e da resolutividade e acesso a serviços,
estabeleceu-se um amplo processo de discussão entre os gestores, que resultou na
publicação da Norma Operacional da Assistência à Saúde 01/01 (NOAS/SUS 01/01),
instituída pela Portaria GM/MS n. 95, de 26 de janeiro de 2001.
A publicação da NOAS/SUS 01/2001 foi o resultado de um longo processo de
negociação que envolveu o Ministério da Saúde, o CONASS e o Conasems.
O conjunto de estratégias apresentadas na NOAS/SUS 01/2001 articulou-se em
torno do pressuposto de que, no atual momento da implantação do SUS, a ampliação
das responsabilidades dos municípios na garantia de acesso aos serviços da atenção
básica, a regionalização e a organização funcional do sistema são elementos centrais
para o avanço do processo.
O objetivo da NOAS/SUS 01/2001 era “promover maior eqüidade na alocação de
recursos e no acesso da população às ações e serviços de saúde em todos nos níveis
de atenção”. Estabeleceu o processo de Regionalização como estratégia de
hierarquização dos serviços de saúde e de busca de maior eqüidade. Institui o Plano
Diretor de Regionalização (PDR) como instrumento de ordenamento do processo de
regionalização da assistência em cada estado e no Distrito Federal, baseado nos
objetivos de definição de prioridades de intervenção coerentes com a necessidade da
população e garantia de acesso dos cidadãos a todos os níveis de atenção à saúde.
Definiu que cabe às secretarias de Saúde dos estados e do Distrito Federal a
elaboração do PDR, em consonância com o Plano Estadual de Saúde, devendo o
mesmo ser aprovado pela Comissão Intergestores Bipartite e pelo Conselho Estadual
de Saúde.
O PDR deve ser elaborado na perspectiva de garantir o acesso aos cidadãos, o
mais próximo possível de sua residência, a um conjunto de ações e serviços vinculados
a:
a) assistência pré-natal, parto e puerpério;
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b) acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil;
c) cobertura universal do esquema preconizado pelo Programa Nacional de
Imunização (PNI) para todas as faixas etárias;
d) ações de promoção da saúde e prevenção de doenças;
e) tratamento de intercorrências mais comuns na infância;
f) atendimento de afecções agudas de maior incidência;
g) acompanhamento de pessoas com doenças crônicas de alta prevalência;
h) tratamento clínico e cirúrgico de casos de pequenas urgências ambulatoriais;
i) tratamento dos distúrbios mentais e psicossociais mais freqüentes;
j) controle de doenças bucais mais comuns; e
k) suprimento e dispensação dos medicamentos da farmácia básica.
O Plano Diretor de Regionalização serviria de base e de subsidio para o
processo de qualificação das microrregiões de saúde.
No que diz respeito à ampliação do acesso e da qualidade da atenção básica, a
NOAS/SUS 01/2001 instituiu a Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada, e definiu
como áreas de atuação estratégicas mínimas para a habilitação nesta condição o
controle da tuberculose, a eliminação da hanseníase, o controle da hipertensão arterial,
o controle da diabetes mellitus, a saúde da criança, a saúde da mulher e a saúde bucal.
Para o financiamento do elenco de procedimentos da atenção básica ampliada, foi
instituído o PAB-Ampliado, e seu valor fixado na época em R$10,50 habitante/ ano.
A NOAS/SUS 01/2001 definiu um conjunto mínimo de procedimentos de média
complexidade como primeiro nível de referência intermunicipal, com acesso garantido a
toda a população no âmbito microrregional, ofertados em um ou mais módulos
assistenciais. Esse conjunto mínimo de serviços de média complexidade compreende
as atividades ambulatoriais, de apoio diagnóstico e terapêutico e de internação
hospitalar. O financiamento federal das ações ambulatoriais seria feito com base em
um valor per capita nacional (R$ 6,00 habitante/ano). Ao longo do processo de
qualificação das microrregiões, o Ministério da Saúde adicionaria recursos ao Teto
Financeiro das UFs para cobrir a diferença entre os gastos atuais com esses
procedimentos e o montante correspondente ao per capita nacional multiplicado pela
população. Cabe ressaltar que nenhuma microrregião foi qualificada e, portanto, essa
forma de repasse nunca foi implementada.
No Capítulo da NOAS 01/2001 que trata do Fortalecimento da Capacidade de
Gestão no SUS, é definido que as UFs devem encaminhar ao Ministério da Saúde uma
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versão consolidada da Programação Pactuada e Integrada (PPI). Cabe às Secretaria
de Estado de Saúde (SES) a coordenação da programação pactuada e integrada no
âmbito do estado. A PPI aprovada pela Comissão Intergestores Bipartite, deve nortear
a alocação de recursos federais da assistência entre municípios pelo gestor estadual,
resultando na definição de limites financeiros claros para todos os municípios do
estado, sendo que o limite financeiro de cada município será composto por duas
parcelas separadas: recursos destinados ao atendimento da população própria e
recursos destinados ao atendimento da população referenciada de acordo com as
negociações expressas na PPI.
Nos casos em que os serviços de referência estiverem localizados em
municípios localizados naqueles habilitados em Gestão Plena de Sistema Municipal,
estes devem se comprometer com o atendimento da população referenciada
subscrevendo com o estado um Termo de Compromisso para Garantia de Acesso.
Esse termo tem como base o processo de programação e contém as metas físicas e
orçamentárias das ações definidas na PPI.
A partir de sua publicação os municípios puderam se habilitar em duas
condições: Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena de Sistema
Municipal de Saúde. Os estados puderam se habilitar em duas condições: Gestão
Avançada do Sistema Estadual e Gestão Plena de Sistema Estadual.
3.4.5- Norma Operacional de Assistência à Saúde NOA S/SUS 01/2002
As principais modificações na NOAS/SUS 01/2001 introduzidas pela NOAS/SUS
01/02 foram:
• O município-sede de módulo assistencial pode estar habilitado em Gestão Plena
de Sistema Municipal quando em situação de comando único municipal ou em Gestão
Plena da Atenção Básica Ampliada (GPABA) quando em situação de comando único
estadual.
• Estabeleceu que cabe aos estados a gerência de unidades públicas de
hemonúcleos/hemocentros e de laboratórios de referência para controle de qualidade,
Vigilância Sanitária e Vigilância Epidemiológica e gestão sobre o sistema de
hemonúcleos/hemocentros (públicos e privados) e laboratórios de saúde pública.
• Foi estabelecida como prerrogativa dos estados habilitados na NOAS/SUS 01/02
a transferência regular e automática dos recursos correspondentes ao financiamento
per capita do conjunto mínimo de serviços de média complexidade em regiões ou
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microrregiões qualificadas, nos casos em que o município-sede do módulo assistencial
estiver habilitado em GPABA.
3.5- O Pacto pela Saúde 2006
Desde 2003, resultado das discussões e consensos elaborados a partir do
Seminário para construção de Consensos e da carta de Sergipe, o CONASS solicitou
ao Ministério da Saúde a revisão do processo normativo do SUS.
Era compreensão dos Gestores Estaduais que o processo normativo do SUS
necessitava contemplar a ampla diversidade e diferenças do nosso país e que a
elaboração de uma nova norma deveria contribuir para a construção de um modelo de
atenção que contemplasse os princípios do SUS, sob a égide da responsabilidade
sanitária, adequada à realidade de cada estado e região do país, integrando ações de
promoção à saúde, atenção primária, assistência de média e alta complexidade,
epidemiologia e controle de doenças, vigilância sanitária e ambiental, a reafirmação da
importância das instâncias deliberativas CIB e CIT e o fortalecimento do controle social.
Entre as prioridades discutidas e consideradas prioritárias pelos secretários
estaduais de saúde, citamos: o compromisso com o SUS e seus princípios; o
fortalecimento da Atenção Primária; a valorização da saúde e a necessária articulação
intersetorial; o fortalecimento do papel dos estados; e a luta pela regulamentação da
Emenda Constitucional 29 e por mais recursos financeiros para a área da saúde.
O processo se iniciou em agosto de 2004, quando foi organizada pelo Ministério
da Saúde uma oficina denominada “Agenda do Pacto de Gestão”, com objetivo de dar
início ao processo de discussão para a revisão do processo normativo do SUS; e
estabelecer as diretrizes, conteúdos e metodologia de trabalho para a elaboração de
propostas para pactuação de questões fundamentais para o processo de Gestão do
SUS. Os participantes dessa oficina foram representantes do CONASS, Conasems e
do Ministério da Saúde.
O trabalho conjunto exigiu o exercício da construção de consensos entre
CONASS, Conasems e Ministério da Saúde. Há pontos de operacionalização que
ainda estão sendo discutidos, pois esse processo é dinâmico e necessita de avaliação
constante para sua efetiva operacionalização, assim como para aperfeiçoar os
mecanismos de planejamento e programação para a gestão do SUS. Os primeiros
resultados obtidos constam da Portaria GM/MS n. 399, publicada em 22 de fevereiro de
2006, com a definição das diretrizes operacionais do Pacto pela Saúde.
Na data de 3 de abril de 2006, foram publicadas a Portaria GM/MS n. 699, que
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Regulamenta as Diretrizes Operacionais dos Pactos pela Vida e de Gestão, e a
Portaria GM/MS n. 698, que instituiu a nova forma de transferência dos recursos
federais destinados ao custeio de ações e serviços de saúde em blocos de
financiamento. Essa portaria foi substituída pela Portaria GM/MS n. 204, de 29 de
janeiro de 2007, que será abordada no volume Financiamento da Saúde desta
Coleção.
As diretrizes operacionais do Pacto pela Vida reafirmam princípios; consolidam
processos como a importância da regionalização e dos instrumentos de planejamento e
programação como o Plano Diretor de Regionalização (PDR), Plano Diretor de
Investimentos (PDI) e a Programação Pactuada Integrada (PPI); e possibilitam a
reorganização dos processos de gestão e de regulação do sistema de saúde no âmbito
dos estados com vistas a melhorar e qualificar o acesso do cidadão às ações e
serviços de saúde.
A partir das discussões envolvendo o Pacto de Gestão houve a compreensão
pelos gestores federais, estaduais e municipais da necessidade de se pactuar também
metas e objetivos sanitários a serem alcançados, assim como da necessidade de
envolver a sociedade na defesa do SUS. Estabeleceu-se, então, a organização de um
Pacto pela Saúde, com capacidade de responder aos desafios atuais da gestão e
organização do sistema, para dar respostas concretas às necessidades de saúde da
população brasileira, e tornar a saúde uma política de Estado mais do que uma política
de governo. Esse processo de pactuação tem como finalidade a qualificação da gestão
pública do SUS, buscando maior efetividade, eficiência e qualidade de suas respostas.
Nesse sentido, foram definidas três dimensões no Pacto pela Saúde 2006: Pacto
em Defesa do SUS, Pacto pela Vida e Pacto de Gestão.
Pacto em Defesa do SUS
Compromisso inequívoco com a repolitização do SUS, consolidando a política
pública de saúde brasileira como uma política de Estado, mais do que uma política de
governos.
Os gestores reconhecem a necessidade de romper os limites setoriais e levar a
discussão sobre a política pública de saúde para a sociedade organizada, tendo o
financiamento público da saúde como um dos pontos centrais.
As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são:
1. Implementar um projeto permanente de mobilização social com a finalidade
de:
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• Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema público
universal garantidor desses direitos;
• Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emenda Constitucional n. 29,
pelo Congresso Nacional;
• Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários e
financeiros para a saúde; e
• Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três esferas
de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas.
2. Elaborar e divulgar a carta dos direitos dos usuários do SUS.
Pacto pela Vida
O Pacto pela Vida – como instrumento do Pacto pela Saúde 2006 – representa
uma mudança radical na forma de pactuação do SUS vigente até agora. A observação
da trajetória do SUS mostra que esse sistema público de saúde vem sendo mudado, de
tempos em tempos, por meio de reformas incrementais que se materializaram em
normas operacionais (NOBs e NOAS), como descritos anteriormente.
Para que não se caia, uma vez mais, na formalização de pactos meramente
burocráticos, com parcos resultados sanitários, haverá que se operar mudanças nos
mecanismos de pactuação, seja no campo cultural, seja no campo operacional.
Há de se mudar a cultura da pactuação: o pacto não termina no momento de sua
assinatura, mas ali começa. De outro lado, os objetivos e metas pactuados devem
servir de bússola para que os diferentes entes federados orientem suas decisões
estratégicas e focalizem a alocação dos recursos. Só quando houver convergência
entre metas e objetivos pactuados, priorização de ações táticas e alocação de
recursos, estarão sendo feitos pactos reais.
No campo operativo, as metas e objetivos do Pacto pela Vida devem inscrever-
se em instrumentos jurídicos públicos, os Termos de Compromisso de Gestão,
firmados pela União, estados e municípios. Esses termos têm como objetivo formalizar
a assunção das responsabilidades e atribuições inerentes às esferas governamentais
na condução do processo permanente de aprimoramento e consolidação do SUS.
A operacionalização do processo de monitoramento e avaliação deve ser objeto
de regulamentação específica em cada esfera de governo, considerando as
pactuações realizadas.
A definição de objetivos deve ser estabelecida por meio de metas nacionais,
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estaduais, regionais ou municipais. Os pactos estaduais deverão estar referenciados
pelas metas e objetivos nacionais; os pactos regionais e municipais devem estar
referenciados pelas metas estaduais. Essa é uma mudança operacional importante
porque não há que se impor metas nacionais a estados, nem metas estaduais a
regiões ou municípios. Pacto é negociação equilibrada entre atores e não imposição de
uma das partes sobre a outra.
O Pacto pela Vida 2006 definiu seis prioridades: Saúde do idoso; Controle do
câncer de colo de útero e de mama; Redução da mortalidade infantil e materna;
Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e endemias, com
ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; Promoção da Saúde;
e Fortalecimento da Atenção Básica.
Pacto de Gestão
Contempla os princípios do SUS previstos na Constituição Federal de 1988 e na
Lei n. 8.080/90. Estabelece as responsabilidades solidárias dos gestores a fim de
diminuir as competências concorrentes, contribuindo, assim, para o fortalecimento da
gestão compartilhada e solidária do SUS.
Avança na regionalização e descentralização do SUS, a partir da proposição de
algumas diretrizes, permitindo uma diversidade operativa que respeite as
singularidades regionais.
Propõe a descentralização de atribuições do Ministério da Saúde para os
estados, e para os municípios, acompanhado da desburocratização dos processos
normativos. Reforça a territorialização da saúde como base para organização dos
sistemas, estruturando as regiões sanitárias e instituindo colegiados de gestão
regional.
Explicita as diretrizes para o sistema de financiamento público tripartite em
grandes blocos de financiamento federal e estabelece relações contratuais entre os
entes federativos.
Fonte:
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Para entender a gestão do SUS/ Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Brasília: CONASS, 2003.
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RELAÇÕES HUMANAS
Percepção
Perceber pode ser definido como adquirir conhecimento por meio dos sentidos,
formar uma idéia de algo ou alguém, compreender, entender. Mas, segundo o filósofo
Kant, vemos as coisas não como elas são, mas como nós somos. Assim, podemos
dizer que percepção é interpretação.
Isto quer dizer que, ao perceber situações, pessoas ou fatos, você poderá estar
sendo influenciado por experiências anteriores, valores, ideologia, conceitos e
preconceitos.
Se vários artistas forem solicitados a copiar uma mesma paisagem, cada um
pintará um quadro diferente. Se pedirmos a um grupo de pessoas para contar um
mesmo filme visto por todos, certamente os relatos serão diferentes, cada um
destacando o que mais lhe chamou a atenção.
Se a experiência anterior ou presente interferir significativamente na percepção
individual, isto poderá significar que ela pode ser falha, ou não abranger toda a
situação que se quer avaliar, principalmente se não houver conhecimento das
circunstâncias em que determinada situação se desenvolve.
E, raramente, colocamos em dúvida a exatidão de nossas percepções. Estamos
sempre negando o que o outro percebeu.
Se nossas percepções são influenciáveis e, em conseqüência, podem ser falhas,
o que fazer para uma aproximação maior da realidade dos fatos? É preciso juntar
nossas percepções com as dos outros. Isto significa não negar o que o outro
percebeu , mas trocar, debater, ouvir o outro e trabalhar em equipe .
Fatores que podem influenciar na percepção
• Preconceito – são as opiniões formadas antecipadamente, sem maior reflexão
ou conhecimento dos fatos. São prejulgamentos que, geralmente, estão ligados aos
nossos valores.
• Experiência anterior – o que já conhecemos, as situações pelas quais
passamos.
• Estado emocional – nosso estado emocional pode alterar a percepção que
temos das pessoas, dos fatos ou das situações, fazendo-nos perceber o que não existe
ou aumentando o que já existe.
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• A perspectiva e o ângulo parcial de visão podem nos levar às visões parciais
ou distorcidas.
• A percepção de outras pessoas.
Empatia
Empatia quer dizer “colocar-se no lugar do outro” para melhor conhecer e
compreender os seus sentimentos, as suas ações, os seus pensamentos e a sua visão
de mundo. É a capacidade de saber como o outro se sente para poder se relacionar e
trabalhar melhor com ele.
A empatia é uma importante ferramenta nas relações interpessoais.
Quando você se coloca no lugar de outra pessoa, compreende melhor suas
idéias e consegue trocar experiências mais facilmente, aprender, crescer.
Para se ter empatia é preciso estar aberto para as próprias emoções, para o
autoconhecimento . Só assim, percebendo os próprios sentimentos, você poderá
desenvolver habilidade para a leitura dos sentimentos dos outros.
Como entender os sentimentos dos outros?
Você já reparou que as emoções das pessoas, geralmente, não são colocadas
em palavras, mas em gestos, tom de voz e outras formas de expressão?
O primeiro passo para a compreensão do outro está na capacidade de perceber
as comunicações não-verbais: tom de voz, gestos, expressões faciais, postura física,
além do que é expressado verbalmente. A verdade emocional está mais no como
alguém diz alguma coisa do que no que ele diz.
Segundo Daniel Goleman, as pessoas com capacidade de perceber e
compreender os sentimentos de outras têm características que as destacam das
demais.
• São atentas às dicas emocionais e escutam os outros com atenção.
• Mostram sensibilidade e compreendem as perspectivas de outras pessoas.
• Prestam ajuda, com base na compreensão das necessidades e sentimentos
das outras pessoas.
• Vêem, realmente, o outro. E nós? Vemos realmente o outro?
O processo de comunicação
Comunicação é a troca de informações entre um emissor e um receptor, com
possibilidades de interferências que podem alterar o significado pretendido pelo
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emissor. Temos o emissor, a mensagem, o canal (a forma de transmissão), o receptor,
o feedback (retorno da mensagem dado pelo receptor ao emissor).
A comunicação pode ser dar através de diferentes formas ou canais:
comunicação verbal (oral e escrita); comunicação não- verbal (expressão corporal,
símbolos, sinais espaciais).
Atenção! As comunicações sejam verbais, gestuais, posturais, etc., estão
sujeitas a distorções, deformações, que fazem com que freqüentemente a mensagem
não seja entendida com os significados desejados pelo emissor.
Para que a compreensão seja mais precisa, é necessário que a comunicação se
dê em duas direções. É quando você fala e dá oportunidade ao outro de perguntar e de
esclarecer dúvidas. É quando pede que o outro repita o que transmitiu e, assim, poder
se certificar da compreensão da mensagem.
Feedback
Feedback significa retorno, retroalimentação. É uma comunicação à outra
pessoa ou equipe sobre como a sua atuação está afetando outras pessoas. O
feedback é indispensável para redução de falhas e distorções, pois permite a cada
pessoa o autoconhecimento, a revisão de percepções, valores ou posições e a
correção de rumos.
Como dar feedback para que ele seja aceito e utilizado de forma construtiva?
Para que o feedback possa ser efetivo e positivo dentro do ambiente de trabalho,
é preciso que você:
• Leve sempre em conta que feedback eficaz é o que ajuda as pessoas ou
equipes a melhorar seu desempenho e alcançar seus objetivos.
• Crie e mantenha o costume dentro da equipe de dar e receber feedback.
• Estabeleça uma relação de respeito e confiança mútua.
• Aprenda a dar feedback de forma habilidosa, sem conotações emocionais.
• Aprenda a ouvir, a receber feedback, sem reações emocionais fortes.
Além disso, é importante que um feedback seja:
• Sem julgamentos, sem acusações, que descreva o comportamento e não o
avalie.
• Específico, quer dizer, sobre um só comportamento.
• Solicitado e não imposto.
• Próximo no tempo, ao acontecimento ao qual desejamos dar um retorno.
21
• Expressado no momento adequado.
Atenção! A aceitação do feedback pode ser difícil, caso envolva uma crítica ao
trabalho ou às atividades de uma pessoa ou equipe. A intenção positiva de dar
feedback pode se transformar em um confronto fútil, que leva a ressentimentos, que
não trazem qualquer solução ao problema, ou às preocupações que originalmente
geraram o feedback.
Observe o quadro a seguir, ele destaca quatro forma s de dar feedback:
FORMA REAÇÕES PROVÁVEIS RESULTADO
VERDADE COM ÓDIO
o AGRESSIVIDADE o DESCRÉDITO
o RAIVA o REVIDE o CONFLITO
MENTIRA COM AMOR
o APROVAÇÃO o DESCONFIANÇA
o ESTAGNAÇÃO o PERMANÊNCIA o REFORÇO DO
COMPORTAMENTO MENTIRA COM ÓDIO o AGRESSIVIDADE
o FUGA o MÁGOA o INIMIZADE
VERDADE COM AMOR
o ACEITAÇÃO o SURPRESA
o MUDANÇA o CRESCIMENTO
Saber ouvir
Um dos aspectos mais importantes a uma boa comunicação e também um dos
mais difíceis é a capacidade de ouvir, que engloba três aspectos:
• Escutar, estar atento, ouvir e acompanhar mentalmente a mensagem.
• Entender, perceber o sentido da idéia, interpretar a mensagem.
• Absorver, assimilar, concentrar as informações.
É comum pensar no ouvir como uma atividade passiva, na qual simplesmente
recebemos informações.
Saber ouvir é uma atividade que pode ser desenvolvida e contribuir para o
enriquecimento das relações interpessoais. A chave para essa escuta ativa e eficaz é a
vontade e a capacidade de escutar a mensagem inteira (verbal e não-verbal), e
responder apropriadamente e com empatia ao conteúdo e à intenção (sentimentos,
emoções, etc.) da mensagem.
“Ouvir implica paciência, mente aberta e vontade de compreender –
qualidades supremas do caráter humano” (STEPHEN COV EY).
22
Motivação
Todas as pessoas têm necessidades, desejos, aspirações, objetivos individuais
ou motivos, que são as forças internas, que influenciam e direcionam seu
comportamento.
A motivação de uma pessoa depende da força dos seus motivos, nasce das
suas necessidades interiores. Essas necessidades são individuais, determinadas pela
personalidade, pelos traços biológicos e psicológicos, pela vivência e pela
aprendizagem.
A motivação faz com que as pessoas invistam em si mesmas e em seu trabalho
mais do que lhes é exigido. As pessoas motivadas vão além dos seus limites e
ampliam os limites de sua capacidade. Buscam a excelência no que fazem e realizam
tarefas espontaneamente.
As pessoas motivadas em relação ao trabalho:
• Fazem sugestões e dão idéias de maneira espontânea;
• Reagem de modo positivo quando recebem novas incumbências;
• Trabalham para conquistar avanços e não para livrar-se da tarefa;
• São francas ao responder às perguntas.
Equipe de trabalho
Uma equipe de trabalho constitui-se de vários profissionais, cada um com seu
saber específico.
É importante lembrar que, o fato de profissionais de diferentes especialidades
trabalharem juntos, no mesmo local, não quer dizer que eles estejam trabalhando de
forma integrada. É extremamente difícil o trabalho em equipe. Trabalhar em harmonia e
de forma integrada é muito complicado (mas não é impossível!). Nem sempre
conseguimos abrir mão de nossas vaidades profissionais ou encarar inseguranças que,
naturalmente, temos ao compartilhar com o grupo a nossa maneira de trabalhar.
Se todos nós, profissionais, conseguíssemos superar essas nossas limitações,
teríamos um cotidiano criativo e interessante, no quais novas soluções para velhos e
novos problemas estariam sempre surgindo, contribuindo, assim, para vencer as
grandes dificuldades que a área da saúde no Brasil enfrenta hoje.
Existem quatro tipos de trabalho em equipe:
� Equipe pluridisciplinar – nesta equipe tem vários profissionais de diversas
formações, mas não trabalham juntos, não trocam informações sobre o usuário. Cada
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um faz o seu trabalho sem comunicação alguma, sem somar. Na verdade, divide-se o
usuário entre as várias áreas do saber.
� Equipe multidisciplinar – os diversos profissionais, nesta equipe, trocam
idéias e informações sobre sua prática. Reúnem-se regularmente, debatem pontos de
vista e complementam os entendimentos sobre o problema em questão, indo além dos
limites restritos e suas profissões.
Embora utilize as ferramentas de cada profissão e se limita aos métodos e
técnicas de cada uma delas, a equipe multidisciplinar vai além, vendo o usuário por
inteiro: um ser humano complexo e não compartimentado, que precisa de ajuda e de
ser compreendido em sua complexidade.
� Equipe interdisciplinar – profissionais de diferentes áreas utilizam os
mesmos métodos e técnicas de uma determinada disciplina. Este tipo de equipe é
muito comum nos serviços de atenção diária em saúde mental, nos quais profissionais
trabalham em conjunto, atuando de acordo com os procedimentos acertados pela
equipe.
� Equipe transdisciplinar – é a forma considerada ideal de atuação em
equipe, ainda visto como uma utopia. Esse modo de atuação parte do princípio de que
nenhuma disciplina detém, sozinha, todas as respostas ou soluções para os problemas
enfrentados. Elas (as respostas ou soluções) terão que ser alcançadas através da
construção cotidiana do trabalho em equipe.
Não se abre mão das especialidades, mas diferentes profissionais
complementam-se, atuando para o bem-estar biopsicossocial do indivíduo. Os vários
profissionais tratarão do ser humano sob seus cuidados, como um ser singular, com
passado e futuro, que vive em contextos social, cultural e político que lhe faz único e
como tal deve ser considerado.
A comunicação dentro da equipe
A organização de todo grupo de trabalho envolve também o estabelecimento de
canais de comunicação entre seus membros. Esses canais dizem respeito à maneira
como as pessoas se comunicam dentro da equipe, ou seja, o modo como manifestam
suas opiniões e são ouvidas pelos colegas.
A maneira de se comunicar dentro do grupo pode ser formal ou informal.
A comunicação formal é aquela que acontece, por exemplo, através de ofícios
e memorandos, isto é, através de mecanismos formais de comunicação.
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A comunicação informal se dá sem a necessidade desses mecanismos: é a
conversa no corredor ou pelo telefone, o bilhete passado por um colega, o bate-papo
na hora do almoço, enfim, qualquer forma de comunicação não padronizada pelo grupo
ou pela instituição na qual está inserido.
Devemos lembrar-nos, no entanto, que a comunicação não se limita a palavras,
faladas ou escritas. Gestos, postura, olhares, expressões faciais também expressam
sentimentos e pensamentos e são maneiras de as pessoas se comunicarem.
O tipo de líder que um grupo tem vai determinar também o modo como a rede de
comunicação interna vai se organizar.
Uma equipe de trabalho com um líder do tipo autoritário, por exemplo, vai ter
uma rede de comunicação centralizada. Isto é, toda informação tem que passar
primeiro pelo líder para poder ser compartilhada com o resto do grupo. E todos os
membros da equipe devem reportar-se diretamente a ele antes de se comunicarem
com qualquer outro colega. Neste tipo de grupo, há uma maior formalização das
comunicações, já que há um maior controle sobre elas.
Na grande maioria das equipes e instituições de saúde, contudo, vamos
encontrar uma rede de comunicação formada pelos dois tipos de canais de troca
informação: os formais e os informais, e os dois são igualmente importantes. Muitas
vezes, colhemos informações fundamentais para o nosso trabalho informalmente –
como na conversa com o paciente enquanto fazemos um curativo, ou com a família na
sala de espera.
Em todas as formas de comunicação, formal ou informal, pode haver o que se
chama de ruído .
Ruídos são fatores estanhos à mensagem transmitida que a modificam e podem
torná-la incompreensível ou mudar totalmente seu sentido.
Devemos estar atentos para evitar que ruídos atrapalhem a comunicação dentro
da nossa equipe. Os ruídos podem aparecer na forma de boatos, fofocas, nos erros de
digitação ou grafia, etc. de qualquer maneira, podem prejudicar seriamente o trabalho,
provocando mal-entendidos e causando mal-estar entre os membros do grupo.
Todos os membros de uma equipe devem ter assegurado o direito de participar
de processos de produção e de divulgação da informação. Um grupo de profissionais
integrado, no qual todos se sintam igualmente importantes, produzindo e recebendo
informação, fazendo parte da rede de comunicação, traz maior satisfação e, em
conseqüência, melhor participação no cotidiano do trabalho.
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Gerenciando conflitos
A concordância permanente em um grupo pode até ser agradável, mas é um
fator de estagnação, enquanto que o desequilíbrio da discordância pode provocar
crises que possibilitam crescimento e mudanças significativas e positivas para as
pessoas ou grupos.
Conflitos fazem parte da nossa vida pessoal e profissional. Uma equipe de
trabalho não deverá submeter-se à harmonia medíocre apenas para fugir dos conflitos.
A busca do equilíbrio em todos os momentos é o que importa. Viver em conflito
constante e não apresentar crescimento é tão maléfico quanto a falsa harmonia.
Podemos dizer que:
• Conflitos ocorrem e são naturais;
• É possível administrar a maioria dos conflitos;
• Conflito é busca de alternativas;
• Conflitos podem ajudar a formar relacionamentos;
• Conflitos podem desafiar a acomodação de idéias e posições;
• Conflitos podem exercitar a imaginação para soluções originais;
• Conflitos podem motivar uma mudança.
Como lidar com os conflitos?
O primeiro passo para lidar com um conflito é reconhecer que ele existe e
precisa ser enfrentado. Negá-lo impede a pessoa de atuar em busca de uma solução.
É preciso, portanto, cuidado com os “deixa disso...”, “Isso não é admitido aqui...”,
“Esqueçam as diferenças e vamos trabalhar....”
As pessoas gastam muito mais energia para esconder, camuflar o conflito, do
que para enfrentá-lo e resolvê-lo e, ainda, correm o risco de vê-lo agravar-se com o
passar do tempo.
Diante de um conflito, adotamos, geralmente, as seguintes posturas:
• Competimos – na competição, procuramos satisfazer nossos interesses sem
a preocupação com os interesses do outro. Não há cooperação.
• Evitamos – fugir da situação a ser resolvida, sem buscar atender nem aos
interesses de uma parte, nem de outra, pode provocar raiva ou frustração. É desejável,
no entanto, evitar resolver um conflito quando, por exemplo, uma das partes estiver
muito alterada.
• Acomodamos – quando acomodamos, estamos buscando atender aos
interesses do outro, em detrimento dos nossos interesses. Cooperamos, sem sermos
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assertivos. Muitas vezes, para manter a harmonia no grupo ou se a questão é muito
importante para ele, é válido acomodar.
• Conciliamos – para conciliar, é preciso que sejamos moderadamente
assertivos e cooperativos, para tentar satisfazer parte dos interesses de todos os
envolvidos no conflito. Essa “solução de compromisso” poderá resolver os conflitos em
muitas situações.
• Colaboramos – embora as quatro primeiras atitudes possam ser usadas em
determinadas situações, a colaboração é a melhor forma de administrar conflitos. É
quando os envolvidos sentam-se para conversar e buscar através da motivação, da
troca de percepções, da empatia, da comunicação clara e objetiva, que só é possível,
em duas vias, a solução que atenda a todos os envolvidos.
REFERÊNCIAS
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXIERA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias. Uma introdução ao estudo da Psicologia . São Paulo: Saraiva, 2002.
SEBRAE. Desenvolvimento de Equipes . Rio de Janeiro, 2003. <http://www.psiqueweb..med.br/persona/freud2.html> . Acesso em nov. 2003.
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NOÇÕES DE PRÁTICA DE ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS SETORI AIS
I – INTRODUÇÃO
O presente texto tem como objetivo esclarecer dúvidas sobre terminologias
arquivísticas e ainda apontar normas e procedimentos pertinentes a área. Destina-se
aos profissionais que lidam com o desenvolvimento de ações administrativas e
necessitam registrar suas informações no papel, no tocante ao envio e recebimento de
documentação oficial.
II – O ARQUIVO E A INFORMAÇÃO
A informação, tanto quanto o capital e o trabalho, é de fundamental importância
dentro das organizações, condicionando sua competitividade à adequação do seu
tratamento. No entanto, o tratamento dispensado à informação e, em conseqüência, à
documentação, na maioria das vezes, nem sempre é o mais racional e adequado. O
que se percebe é que a informação nunca está disponível no momento exato, seja pelo
arquivamento inadequado, pelo afastamento do detentor das fontes de consulta, ou
ainda, pelo excesso de massa documental, causando sérios problemas para a
organização.
Ainda hoje, as estatísticas indicam que 95% da informação no mundo está
armazenada em papel e, somente 4% está em microfilme e 1% em computador. Esta
situação é extremamente preocupante, à medida que o sucesso organizacional está
diretamente relacionado com o nível e a disponibilização da informação na empresa.
III - FINALIDADE DA DOCUMENTAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
A documentação numa organização é a prova documentária de trabalhos
realizados no passado, de ações presentes e de planejamentos futuros. Se a
administração da documentação não é realizada de forma eficiente e eficaz, podemos
ter como conseqüência uma organização com sua estrutura administrativa inoperante.
A solução pode não se apresentar na própria administração da documentação, mas,
nos métodos de trabalho associados com o trato e controle destes.
IV - NÍVEIS DA DOCUMENTAÇÃO NA ORGANIZAÇÃO
É comum considerarmos três níveis de responsabilidade e autoridade, a saber: o
estratégico, o tático e o operacional.
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o Documentação de nível estratégico
É a documentação que retrata as preocupações de longo prazo, de mais alto
nível e que deve conter as informações mais gerais e abrangentes da organização,
cujos efeitos são direcionados aos níveis hierárquicos da alta gerência.
o Documentação de nível tático
É a documentação de nível intermediário, tanto em termos hierárquicos, quanto
em termos de gestão da organização. Estes documentos determinam “como, quem,
quando e onde” para cada grande atividade determinante da organização ( por
exemplo: compras, treinamento, etc). Como exemplos de documentos de nível tático,
podemos citar: Procedimentos (ou Manuais de Procedimentos), Plano de Metas, Plano
de Cargos e Salários, entre outros.
o Documentação de nível operacional
É a documentação de nível mais baixo, onde estão as preocupações imediatas,
do curto prazo. Ela contém todos os detalhes e informações técnicas, padrões,
especificações, tabelas etc, para a operação segura dos processos de trabalho. Como
exemplo de documentos de nível operacional, podemos citar: Instruções de Trabalho,
Especificações, Guias de Trabalho, entre outros.
V - VALORES DOS DOCUMENTOS
Os documentos apresentam duas espécies de valores inerentes:
o Valor primário – estabelecido em função do grau de importância que o
documento possui para a entidade que o acumulou e;
o Valor secundário – estabelecido em função do grau de importância que o
documento possui para outras entidades e pesquisadores.
O Valor primário de um documento manifesta-se sob três diferentes tipos, ou
seja:
1. Valor administrativo – documentos que envolvem política e métodos e que são
necessários para a execução das atividades do órgão. Ex: Planos, Programas de
Trabalho, Relatórios etc;
2. Valor jurídico ou legal – documentos que envolvem direitos a curto ou a longo
prazo do Governo ou dos cidadãos, e que produzem efeito perante os tribunais. Ex:
Acordos, Contratos, Convênios etc;
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3. Valor fiscal – documentos que se referem a operações financeiras e à
comprovação de receitas e despesa geradas para atender às exigências
governamentais. Ex: Notas Fiscais, Receitas, Faturas etc.
O Valor secundário subdivide-se em:
1. Valor histórico probatório – documentos que retratam a origem, organização,
reforma e história de uma administração. Ex: Atos Normativos, Exposição de Motivos
etc.;
2. Valor histórico informativo – documentos que, embora recebidos por uma
determinada entidade em função de suas atividades, são valiosos pelas informações
que contém retratando pessoas, fatos ou épocas. Ex: Tabelas de Recenseamento,
Documentos sobre Serviço Militar, Índices de Preços, Indicadores Econômicos etc.
VI – CONCEITOS
1. Informação – Se entende como processo de transmissão de elementos
(dados, impulso, etc.) de um emissor a um receptor.
2. Comunicação – É a transmissão da informação no espaço e no tempo. Ato
ou efeito de transmitir fisicamente, de um ponto ao outro, geralmente de um indivíduo a
outro, a informação contida num documento.
3. Documento – Registro de uma informação independente da natureza do
suporte que a contém.
4. Suporte – É um meio físico que utilizamos para registrar e transmitir as
informações. Ex: papel, fotografia, disquete, quadro, microfilme, etc.
5. Documento de arquivo – 1. Aquele que é produzido e/ou recebido por uma
instituição pública ou privada, no exercício de suas atividades, constitui elemento de
prova ou de informação. –2. Aquele produzido e/ou recebido por pessoa física no
decurso de sua existência.
6. Documento oficial – Aquele que, possuindo ou não valor legal, produz efeitos
de ordem jurídica na comprovação de um fato.
7. Documento público – Aquele produzido e recebido pelos órgãos do poder
público, no desempenho de suas atividades.
8. Documento sigiloso – Aquele que, pela natureza de seu conteúdo
informativo, determina medidas especiais de proteção quanto à sua guarda e acesso
ao público.
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VII–CORRESPONDÊNCIA: SUA CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZ AÇÃO
Conceito de correspondência – Considera-se correspondência toda e qualquer
forma de comunicação escrita, produzida e destinada a pessoas jurídicas ou físicas, e
vice-versa, bem como aquela que se processa entre órgãos e servidores de uma
instituição.
Quanto ao destino e procedência podemos classificar a correspondência em
externa e interna .
Por externa entende-se aquela correspondência trocada entre uma Instituição e
outras entidades e/ou pessoas físicas, como ofícios, cartas, telegramas.
Interna é a correspondência trocada entre órgãos de uma mesma instituição.
São os memorandos, despachos, circulares.
Glossário de terminologias arquivísticas
Acervo – Conjunto de documentos de um arquivo.
Acesso - Possibilidade de consulta aos documentos de arquivos.
Administração de arquivos – Direção, supervisão e coordenação das atividades
administrativas e técnicas de uma instituição ou órgão arquivístico.
Arquivamento – Operação que consiste na guarda de documentos nos seus lugares,
em equipamentos que lhes forem próprios e de acordo com um sistema de ordenação
previamente estabelecido.
Arquivista – Profissional de arquivo, de nível superior.
Arquivo – É o registro e a guarda da documentação, produzidos ou recebidos por
pessoa física e instituições públicas ou privadas, em decorrência do exercício de
atividade específica, de forma que proporcione rápida e eficiente recuperação da
informação pelo meio mais adequado.
Arquivologia – É o complexo de conhecimentos teóricos e práticos, relativos a
organização de Arquivos e as tarefas do Arquivista, ou seja, controle dos arquivos em
formação (fase corrente); eliminação de documentos de valor transitório; recolhimento
e conservação de arquivos de valor permanente; elaboração dos instrumentos de
pesquisa; etc.
Arquivo em depósito – Conjunto de documentos colocados sob a guarda de um
arquivo permanente, embora não pertençam ao seu acervo.
Arquivo privado – Conjunto de documentos que são produzidos ou recebidos por
instituições não-governamentais, famílias ou pessoas físicas, em decorrência de suas
31
atividades específicas e que possuam uma relação orgânica perceptível, através do
processo de acumulação.
Arquivo público – Conjunto de documentos que são produzidos ou recebidos por
instituições governamentais de âmbito federal, estadual ou municipal, em decorrência
de suas funções específicas administrativas, judiciárias ou legislativas. Ou ainda,
instituições arquivísticas franqueadas ao público.
Arranjo – Procedimento que consiste em colocar ou distribuir documentos fisicamente,
numa seqüência alfabética ou numérica, isto é, a ordenação de documentos de acordo
com uma classificação. Enquanto a classificação é uma ação intelectual, o arranjo é
uma ação física.
Avaliação – Processo de análise da documentação de arquivos, visando estabelecer a
sua destinação, de acordo com seus valores probatórios e informativos.
Biblioteca – É o conjunto de material, em sua maioria impresso, disposto
ordenadamente para estudo, pesquisa e consulta.
Classificação – Plano, tabela ou código contendo esquema definido de relações
lógicas e sistemáticas agrupadas segundo suas semelhanças e/ou diferenças.
Classificar – Ato de analisar e determinar o conteúdo de assunto de um documento,
selecionar a categoria de assunto sob a qual deve ser arquivado.
Código – Número ou símbolo atribuído para agrupar documentos correlatos, sobre
determinado assunto, em substituição ao mesmo, para fins de abreviatura, identificação
e sigilo.
Competência de guarda - comunicação – É o ato ou efeito de transmitir fisicamente,
de um ponto a outro – geralmente de um indivíduo a outro- a informação contida num
documento ou num conjunto de documentos.
Documentação – É a reunião, indexação, conservação e distribuição de quaisquer
espécies de documentos.
Documento – Qualquer meio de registro de informação, isto é, o suporte da
informação - papel, ótico, magnético, eletrônico, etc. -, em que já foi fixada ou gravada
uma idéia ou mensagem, tal que permite a sua futura recuperação e uso.
Documento oficial – Aquele que, possuindo ou não valor legal, produz efeitos de
ordem jurídica na comprovação de um fato.
Documento público – Aquele produzido e recebido pelos órgãos do poder público, no
desempenho de suas atividades.
Documento sigiloso – Aquele que, pela natureza de seu conteúdo informativo,
32
determina medidas especiais de proteção quanto à sua guarda e acesso ao público.
Dossiê – Unidade de arquivamento formada por documentos diversos, pertinentes a
um determinado assunto ou pessoa.
Fundo – É o conjunto de documentos provenientes de uma unidade administrativa. Um
fundo pode dividir-se em “subgrupo”. Em francês: “Fonds d´Archives”, em inglês,
“Group”.
Formulários – Todo modelo impresso e padronizado, elaborado segundo finalidade
específica, possuindo características e campos apropriados para receber, preservar e
transmitir informações necessárias a um processo qualquer de trabalho.
Informação – É a noção, idéia ou mensagem contida num documento. A informação é
algo impalpável, por isso é considerada como matéria prima abstrata.
Manual – Documento que consolida, de forma organizada, um conjunto de normas ou
preceitos sobre determinado assunto.
Museu – É uma coleção de peças e objetos de valor cultural reunidos, conservados e
colocados à disposição do público.
Norma - Documento padronizado e controlado que fixam diretrizes e requisitos
obrigatórios para determinada atividade ou conjunto de atividades de caráter
administrativo ou técnico.
Palavras-chave – É o método de recuperação de informações em que o documento,
após analisado o seu conteúdo, é indexado em unidades de palavras consideradas
como “chaves” para sua busca e localização.
Recolhimento – Transferência de documentos dos arquivos intermediários para os
permanentes.
Tabela de temporalidade – Instrumento de destinação, aprovado pela autoridade
competente, que determina os prazos em que os documentos devem ser mantidos nos
arquivos correntes e intermediários, ou recolhidos aos arquivos permanentes,
estabelecendo critérios para guarda ou eliminação.
Transferência – Passagem dos documentos dos arquivos correntes para os
intermediários.
33
CERIMONIAL, PROTOCOLO E ETIQUETA
Os termos Cerimonial, Protocolo e Etiqueta são considerados sinônimos por
alguns autores. Outros fazem distinções.
Cerimonial: É a rigorosa observância de certas formalidades em eventos
oficiais, entre autoridades nacionais e estrangeiras (Sérgio Paulo Schneider).
É o conjunto das formalidades que se devem seguir em um ato solene ou festa
pública. Regra que estabelece tais formalidades (Aurélio).
É a técnica de conduzir cerimônias, assim como a seqüência lógica de
programa, recepção, evento, etc. (Augusto Estellita Lins).
Protocolo: É a ordem hierárquica que determina as regras de conduta aos
governos e seus representantes em ocasiões oficiais ou particulares (Sérgio Paulo
Schneider). Conjuntos das normas para conduzir atos oficiais sob as regras da
diplomacia, tais como a ordem geral de precedência (Augusto Estellita Lins).
Formulário regulador de atos públicos. Convenção internacional (Aurélio).
O cerimonial cria o quadro e a atmosfera nas quais as relações pacíficas dos estados
soberanos devem realizar-se. O protocolo codifica as regras que regem o cerimonial e cujo
objeto é dar a cada um dos participantes as prerrogativas, privilégios e a imunidade a que
têm direito (Jean Serres).
O cerimonial é a observância de certas formalidades em eventos especiais.
O protocolo é a ordem hierárquica que determinam as regras da conduta dos
participantes.
Etiqueta: Fenômeno da cultura popular com características de cordialidade e
hospitalidade ligadas às normas de comportamento pessoal requintado (Augusto
Estellita Lins). É o conjunto de normas de conduta social (Ana São Gião).
Formas cerimoniosas de trato entre particulares (Aurélio). O cerimonial
determina a seqüência dos acontecimentos em um evento. O protocolo é a legislação
que coordena o cerimonial. A etiqueta se concentra mais no comportamento dos
anfitriões e convidados.
Sobre Cerimonial
Existe uma ordem padrão para as bandeiras, tanto se elas estiverem na porta da
empresa, como na sala de reuniões, na sala do presidente ou no auditório de um hotel.
A bandeira do Brasil, que é o país onde moramos, fica sempre no centro.
Olhando, por exemplo, da porta do local do evento para a rua, a bandeira do país de
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origem do visitante fica à direita da bandeira brasileira, e a da cidade do evento, à
esquerda. As bandeiras podem ser hasteadas antecipadamente ou na hora da chegada
do visitante, lembrando que a primeira a subir é a bandeira brasileira, depois as outras
duas, juntas.
Dicas:
Se o hino for tocado durante a cerimônia de chegada do convidado, o hino do
país de origem do convidado deve tocar antes do hino do Brasil.
Como arrumar a mesa de reuniões ou a mesa de um jantar que será oferecido no
evento?
A arrumação da mesa de reunião é diferente da mesa de um almoço ou jantar.
Na mesa de reunião, é uma gentileza colocar pequenas bandeiras, com os mesmos
cuidados descritos na resposta anterior. A cabeceira pode ser dupla ou única,
dependendo da ocasião.
Quem se senta à cabeceira da mesa é sempre quem recepciona, quem convida,
seja o presidente ou o seu representante.
A colocação dos convidados começa com a pessoa que tem o cargo mais alto,
depois da presidência, sentado à direita do presidente.
Depois, o próximo cargo mais alto, à esquerda, e assim alternando as posições,
sucessivamente. Para um almoço ou jantar, as mesas podem ser montadas de várias
maneiras, e não existe uma que seja melhor do que a outra, porque elas variam de
acordo com o tamanho e o formato da mesa, o número de convidados, o que será
servido e muitos outros fatores.
O detalhe é colocar um cartão de mesa com o nome do convidado na cadeira ou
em frente ao prato.
Mas isso só serve quando a presença dos convidados estiver confirmada.
Tanto em caso de reunião como refeição, se alguma pessoa precisar sair mais
cedo, esse convidado deve se sentar na ponta da mesa, de maneira que quando ele
saia, não fique um buraco aparente na mesa.
A leitura da mesa é muito importante, pois ela mostra a hierarquia dos presentes,
e até mesmo a ordem dos discursos, se for esse o caso.
Como agir se o jantar ou almoço de recepção deste convidado for num
restaurante?
O primeiro cuidado é combinar com o restaurante a forma de pagamento com
antecedência, pois o convidado não deve nem ver a conta. Se o número de convidados
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for grande, ou seja, mais do que cinco pessoas, o cardápio também deve ser acertado
antes.
Se a refeição for menos formal, e com um número mais reduzido de convidados,
é gentil que o anfitrião faça uma sugestão de pedido.
Um bom anfitrião sabe, por meio de uma conversa que tem antes da visita, os
pratos que o convidado não gosta, os alimentos aos quais ele pode ter uma reação
alérgica e os problemas de saúde que podem interferir na escolha de um prato.
Em quais ocasiões os convidados podem levar acompanhantes?
Cerimônias oficiais e encontros profissionais não permitem a participação de
acompanhantes.
Se o convidado vier acompanhado em sua viagem ao Brasil, por exemplo, o
anfitrião deve programar atividades, paralelas aos eventos profissionais, para o
acompanhante.
O acompanhante pode estar presente em almoços e jantares menos formais.
O tratamento difere se o convidado for mulher? Não, o tratamento é o mesmo.
Supondo que o convidado será palestrante de um evento. É indicado deixar à
disposição dele um microfone? Algumas pessoas têm aversão ao microfone e outras só
falam com o uso dele.
Como agir?
O uso do microfone depende do tamanho do auditório. O convidado deve ter a
liberdade de usar ou não. É mais gentil deixar o microfone à disposição do convidado.
Quais casos pedem a presença de um tradutor?
A presença do tradutor é importante quando o idioma do convidado é pouco
conhecido, ou totalmente desconhecido, pelo anfitrião.
O tradutor é uma pessoa que tem isenção na conversa. Ele não opina, apenas
traduz, dando a entonação necessária à conversa.
É importante lembrar que quem traz o tradutor é o convidado.
Como agir num telefone internacional sobre assuntos profissionais?
Em primeiro lugar, para mostrar a importância da pessoa que receberá a ligação,
quem deve fazer o telefonema é a própria pessoa que vai falar, principalmente se a ligação
for um convite.
Caso a ligação tenha fins comerciais, agenda ou apenas recados, aí sim pode ser
feita por outra pessoa.
Como mandar e-mails de maneira correta?
36
E-mail não é carta, e nem substitui um convite. É um canal direto, quase tão
direto quanto o telefone, que exige uma linguagem informal. Um convite nunca deve
ser feito por e-mail. Ou é feito por telefone, ou pelo correio ou com o trabalho de um
mensageiro.
É importante lembrar que a pessoa que está convidada deve sempre confirmar o
recebimento do convite e a sua presença.
A visita começa no aeroporto?
Na verdade, a visita começa quando o convidado confirma sua vinda. O
convidado deve ser recepcionado no aeroporto, o que pode ser feito por um funcionário
ou motorista da empresa, e levado diretamente para o local onde ficará hospedado, ou
para a sede da empresa, conforme o horário de chegada do vôo.
Na hora de ir embora, vale a mesma regra. A empresa deve também deixar um
motorista à disposição do convidado.
Como escolher a roupa para o jantar ou reunião de negócios sem errar?
Para não errar, os homens devem usar terno e as mulheres, roupa preta. Se o
evento for acontecer na parte da manhã, o traje é mais leve, mas devemos estar
sempre prontos para a possibilidade de um evento à noite.
Se o anfitrião estiver à vontade, o convidado pode tirar o paletó.
Quais os erros mais comuns que os anfitriões brasileiros costumam cometer em
recepções de convidados de outros países?
O brasileiro tem o costume de exagerar nas roupas. Tem gente que costuma, por
exemplo, combinar a cor da roupa com a cor do ambiente do evento, e isso é uma gafe
imperdoável. Outro hábito péssimo do brasileiro é a impontualidade.
Pior do que isso é querer explicar o atraso. Se o atraso ocorre, é melhor não
justificar. O mais indicado é pedir desculpas, e não tentar arrumar.
Mestre de Cerimônias:
É a pessoa que garante o ritmo de uma solenidade, dando seqüência aos
acontecimentos. Para isso deverá ter boa postura vocal e física, boa apresentação em
higiene e vestuário, bom trânsito entre as autoridades, conhecimento de seus nomes
corretos, boa leitura, boa educação e conhecimento de etiqueta, além de iniciativa
própria para o caso de situações inesperadas.
Quando o mestre de cerimônias inicia a sessão solene convidando os
integrantes da mesa diretora, a maior autoridade é a primeira a ser chamada. Em
37
seguida, são chamados os demais integrantes da mesa, obedecendo à precedência do
maior para o menor, em título, função (ou idade/sexo).
Dicas e Técnicas de Apresentação
A apresentação é um exercício de persuasão. Tem por objetivo persuadir uma
pessoa ou grupo ou rever uma atitude, a aceitar uma opinião, a tomar ou deixar de
tomar uma decisão.
Causas do medo de falar em público:
• Não conhecer o assunto com profundidade.
• Não ter prática ou experiência.
• Não se conhecer bem.
• Círculo vicioso: o orador fica com medo de sentir medo.
Para combater as causas específicas do medo o orador deve:
• Estudar o assunto com profundidade.
• Praticar e adquirir experiência, levando em conta que é necessário:
1. Estudar as características do público e as formas adequadas de tratá-lo
2. Aproveitar as oportunidades para falar.
3. Familiarizar-se com o local e com a aparelhagem antes da apresentação.
4. Manter contato com os ouvintes antes de falar.
5. Desenvolver o autoconhecimento, com o qual o orador passa a ter mais
confiança em si mesmo.
Ensaiar a apresentação, o ensaio ajuda a:
1. Medir o tempo.
2. Medir a propriedade do que foi desenvolvido.
3. Separar possíveis contra-argumentações antes que elas ocorram.
4. Criar autoconfiança.
Dê uma boa impressão inicial e durante toda a apresentação. Apresente-se, olhe
firme, explique o que fará e então comece a falar. Seja real e direto. Siga um roteiro.
Seqüencie suas idéias apoiado nos recursos visuais. Sumarize no final de cada tópico.
Ouça as perguntas até o fim, mesmo que já as tenha entendido no início da frase. Faça
uma conclusão final e encerre dentro do horário.
Boa expressão corporal. Gesticule com os braços acima da linha da cintura.
Faça o movimento a partir do ombro. Varie os gestos. Posicione-se naturalmente sobre
as duas pernas. Use o jogo fisionômico. Olhe para os ouvintes.
Pesquise sua audiência fazendo as seguintes perguntas.
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1. Quem estará presente?
2. Por que estará presente?
3. Qual é o seu interesse principal?
4. Que espera de mim?
5. Que fará com as informações apresentadas?
Prepare seu material adequadamente .
1. Título breve e chamativo.
2. Descrição dos objetivos.
3. Introdução.
4. Assunto 1 (Detalhes).
5. Assunto 2 (Detalhes).
6. Sumário.
7. Conclusão.
A curva de atenção dura num período de 40 minutos. Começa lá em cima. Cai
suavemente nos primeiros dez minutos. Cai mais rapidamente até o ponto mais baixo,
aos 30 minutos. Começa a subir subitamente nos últimos 5 minutos, retornando ao seu
ponto máximo. Então... Um período mais curto, de 25 a 30 minutos tem maior
percentagem de atenção alta.
Os pontos mais importantes que você não quer que a audiência esqueça devem
estar no início ou no fim. Como a atenção diminui, é depois dos primeiros dez minutos,
até que ela suba novamente, que se deve utilizar todos os recursos existentes para
reavivar e reter a atenção.
COMPOSIÇÃO DE MESA
Nas composições de mesas devem ser observadas as precedências, e em
situações difíceis o bom senso deve se fazer presente.
Vejamos algumas situações:
EVENTO COM MESA COMPOSTA COM NÚMERO ÍMPAR DE PESSOA S
1 = Maior autoridade presente (quem preside)
2 = 2ª pessoa mais importante
3 = Anfitrião
4 = 3ª pessoa mais importante
5 = 4ª pessoa mais importante
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EVENTO COM MESA COMPOSTA COM NÚMERO PAR
1 = Maior autoridade presente (quem preside)
2 = Anfitrião
3 = 2ª pessoa mais importante
4 = 3ª pessoa mais importante
5 = 4ª pessoa mais importante
6 = 5ª pessoa mais importante
EVENTO EM QUE HÁ HOMENAGEADO SEM PRESENÇA DE CHEFES DO PODER
1 = Anfitrião (abrirá e presidirá)
2 = Homenageado
3 = 1ª pessoa mais importante
4 = 2ª pessoa mais importante
5 = 3ª pessoa mais importante
EVENTO EM QUE HÁ HOMENAGEADO E CHEFE DO PODER
1 = Chefe do Poder (abrirá e, se desejar, presidirá)
2 = Homenageado
3 = Anfitrião (se o nº 1 não presidir, caberá ao anfitrião)
4 = Pessoa mais importante na seqüência
5 = Pessoa mais importante na seqüência
EVENTO EM QUE HÁ REPRESENTANTE DO PODER MAIS HOMENA GEADO
1 = Anfitrião
2 = Homenageado
3 = Representante do Chefe do Poder
4 = Pessoa mais importante na seqüência
5 = Pessoa mais importante na seqüência
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EVENTO EM QUE O REPRESENTANTE DO CHEFE DO PODER É O VICE, MAIS
HOMENAGEADO
1 = Vice
2 = Homenageado
3 = Anfitrião
4 = Pessoa mais importante na seqüência
5 = Próxima pessoa mais importante na seqüência
EVENTO EM EMPRESA PRIVADA COM A PRESENÇA DE CHEFIAS DO PODER
1 = Governador
2 = Prefeito
3 = Presidente da empresa
4 = Presidente da Associação Comercial
5 = Convidado
EVENTO EM EMPRES PRIVADA COM HOMENAGEADO
1 = Presidente da empresa
2 = Funcionário da empresa homenageado
3 = Diretor de RH
4 = Diretor de RP
5 = Chefia do setor do homenageado
Observações
O Chefe do Poder sempre ocupará o centro, mesmo que não presida, e fará a
abertura e o encerramento.
Se o lugar da lateral for ocupado por uma mulher em decorrência da
precedência, deverá ser trocado com o homem mais próximo.
A ordem de precedência terá sempre de ser obedecida conforme a importância
de cada pessoa que irá compor a mesa.
COLOCAÇÃO DAS BANDEIRAS
A Bandeira Nacional ocupará sempre o centro. A partir dela são colocadas as
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demais, por ordem de precedência, a partir da sua direita. Caso esteja com somente
uma, a outra ficará à esquerda. A posição direita ou esquerda a que nos referimos é
sempre vista posicionando-se no lugar da bandeira e olhando para a platéia.
Vejamos algumas situações práticas
A) BANDEIRA BRASILEIRA E UMA ESTRANGEIRA
B) BANDEIRA NACIONAL E ESTADUAL
C) BANDERIA BRASILEIRA E DUAS ESTRANGEIRAS
D) BANDEIRA BRASILEIRA, ESTADUAL E ESTRANGEIRA
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E) BANDEIRA BRASILEIRA, ESTADO E MUNICÍPIO
F) BANDEIRA BRASILEIRA MAIS QUATRO
ESTRANGEIRAS
G) BANDEIRA BRASILEIRA, DUAS ESTADUAIS, MUNICÍPIO E EMPRESA
H) BANDEIRA BRASILEIRA, ESTADO E EMPRESA
I) BANDEIRA BRASILEIRA, ESTADO, ESTRANGEIRA, MUNICÍPIO E EMPRESA
J) BANDEIRAS EM ALAMEDAS
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CURSO DE INFORMÁTICA BÁSICA
INTRODUÇÃO
1. O que é um Computador?
- Uma máquina que segue instruções: muito obediente - Muito rápido, mas burrinho - Não “pensa” por si próprio: exemplo de conta de luz/água ou endereço errado - Processar dados (informações) com entrada e saída - Processador (‘cérebo’) e memória (principal e auxiliar) (mostrar processador) - Exemplo de uma pessoa: pensar (cérebro / processador), memória (RAM – vai perder quando desligar) / anotar coisas para não esquecer (gravar em disco)
2. A evolução do computador (1940 – presente)
- Válvulas - Transistores - Chips (Pentium 4 tem 55 milhões de transistores)
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- Muitas pessoas vivas hoje nasceram antes do computador se tornar ‘onipresente´ - Exemplo do Ano 2000: ‘bug do milénio’
3. Hardware e Software
- Hardware: a parte física, (o que você chuta) – hard = duro (Inglês) - Software: os programas que rodam nos computadores (o que você xinga) Soft = macio / mole (Inglês)
4. Hardware: (Mostrar placa mãe e torre, HD etc, se tiver)
- Torre (Gabinete) - Monitor - Teclado - Mouse - Discos: HD, CD/DVD, disquete - Impressora - Modem / Placa de Rede - Outros periféricos: scanner, webcam, drive USB, caixa de som, microfone etc 5. Software:
- Windows (Sistema Operacional) - Office (Aplicativo) - Outros: Gráficos, Contabilidade, Editagem de Vídeo, Criação de Sites, Gerenciamento de Empresas, etc
6. Utilizando o Mouse (Mostrar mouse)
- Mouse = ratinho (Mickey Mouse) - Os botões (esquerdo, direito, do meio ou roda) - Mouse óptico ou de bola - Clicando: 1 ou 2 vezes - Primeiro mouse só teve um botão então inventaram o ‘clique-duplo´ que infelizmente sobrevive até hoje!
7. Prática:
- “MouseTrain”
8. Ligando e Desligando o Computador
- A importância de sempre desligar o computador na maneira correta - Iniciar / Desligar / Desligar - Ligando: No-Break / Filtro de Linha / Estabilizador, Monitor e periféricos, Torre
9. Prática:
- Desligar e ligar o computador - “Seu computador já pode ser desligado com segurança” (alguns computadores) - Outros computadores (mais modernos) se desligam automaticamente
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1 O WINDOWS
1.1. Introdução ao Window
- Window significa ‘janela’ em Inglês - Oferece uma forma padronizada para acessar e comunicar com os programas do computador - Windows: 3.x, 95, 98, Me, XP, Vista, etc - Outros sistemas operacionais: OS X (Apple), Linux, etc 1.2. A Área de Trabalho
- Barra de tarefas - Ícones = ‘Santinhos’ (pequenos gráficos) 1.3. A Barra de Tarefas
- Botão Iniciar - Barra de Atalhos Rápidos - Programas atualmente em execução - Ícones do Sistema - Relógio 1.4. O Menu Inicia ( mostrar opções do menu)
- ‘Menu’ (Inglês) = cardápio - Programas - Clique Iniciar de novo para fechar 1.5. Ícones na Área de Trabalho
- Ícones - Meu Computador - Lixeira - Meus Documentos - Programas 1.6. Prática
- Abrir Calculadora: Iniciar: Programas: Acessórios: Calculadora - + (adicionar) – (subtrair) / (dividir) * (multiplicar) - = para resposta 1.7. Janelas
- Barra do Título (Calculadora) – clicar para arrastar janela - Ícone pequeno (Caixa de Controle) – clicar na Barra do Título para fechar Menu - Menu principal: Editar, Visualizar, Ajuda - clicar na Barra do Título para fechar - Botão Minimizar: clicar no nome do programa na Barra de Tarefas para restaurar - Botão Maximizar: desativado (para encher a tela toda) - Botão para fechar: fechar calculadora 1.8. Prática
- Minimizar, Restaurar, arrastar janela da Calculadora - Sair da calculadora
2 O TECLADO
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2.1. O Teclado: (mostrar)
- Letras - Números (em cima e ao lado) - Caracteres especiais: pontuação e controle do computador - Enter (Entrar) – antigamente para o que você digitou “entrasse” no computador, hoje significa o fim de uma linha ou de um parágrafo - Espaço - Esc – Escapar (abandonar / cancelar) - Tab - paradas de tabulação (colunas) - Setas: para cima, para baixo, à esquerda, à direita - Backspace - apagar - Delete / Del – deletar (excluir) - Insert / Ins - Inserir - Home (ao início) - End (ao final) - Page Up – página anterior - Page Down – próxima página - F1 a F12 – funções especiais ex. F1 muitas vezes para ajuda - Shift e Capslock - Tecla “Windows”: Abrir menu Iniciar (Esc para cancelar) – alguns teclados - Menu de Contexto (botão direito do mouse) - alguns teclados - Alt (alternativa) Ctrl (Controle)
2.2. Prática
- “TecTrain”
2.3. Wordpad
- Iniciar: Accessórios: WordPad – alunos devem abrir WordPad
2.4. Prática
- Acentos: ‘ (á, é, ç, ó), ` (à), ~ (ã), ^ (ô, ê) - Alguns teclados têm tecla Ç - Experimentar digitando seu nome, depois teclar ENTER - Digitar seu (um) número de telefone, depois teclar ENTER - Usar setas para adicionar código de área, ex. (22)
2.5. Prática
- Digite seu endereço - Menu Editar: Copiar, Excluir, Colar (Selecionar com mouse) - Selecionar e copiar seu nome (cinco vezes) - Copiar seu número de telefone - Salvar arquivo com seu nome (Arquivo Salvar) - Sair do WordPad e entrar de novo - Abrir seu documento (Arquivo Abrir)
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2.6. Prática - Adicionar seu nome ao final do documento - Salvar mudanças - Se tiver impressora, pode imprimir uma cópia
3 DIGITAÇÃO
3.1. Digitação
- 2ª fileira: a s d f (mão esquerda) j k l ç (ou ,) (mão direita) - Dedo indicador da mão esquerda tecla F e G - Dedo incidador da mão direita tecla J e H - Dedo polegar de qualquer mão tecla o espaço - Teclas F e J têm pontinho elevado para indicar seu posicionamento 3.2. Prática
- “DigiTrain”
3.3. Ergonomia (mostrar página anexada)
- Do grego ergon = trabalho e nomoi = leis naturais, é o estudo das capacidades do ser humano em relação às demandas do trabalho
- Ajudar prevenir “Lesão por Esforços Repetitivos” (LER) e / ou fadiga visual - Importante para quem passa tempo no computador, em casa, no trabalho, etc - Postura correta: pés horizontalmente no chão ou em suporte para pé, joelhos
dobrados a 90º, coluna vertical, ante-braço a 90º do corpo - “Mouse Pad” ergonômico e teclado Natural (capa da apostila) - Ângulo do teclado (pés) - Iluminação suficiente - Documentos ao lado do monitor - Parada para descanso: 5 minutos a cada hora, olhando para longe - Exercícios para relaxar músculos 3.4. Utilizando o WordPad
-O WordPad é um ‘mini-Word’ que vem com o Windows. - Ele tem muitas das funções básicas de um Processador de Textos. - Iniciar: Programas: Acessórios: WordPad 3.5. Prática
3.6. Barra de Rolagem e Barra de Ferramentas
- Barra de Rolagem - Mouse com Roda - Barra de Ferramentas: Atalhos para opções no Menu - Localizar (Editar: Localizar) - Inserir: Data e Hora (páginas 23 e 24) 3.7. Prática
3.8. Formatação
- Se aplique ao novo texto a ser digitado ou ao texto selecionado (ex. pelo mouse)
- Mudando a fonte (estilo de letra), tamanho da fonte, atributos (Negrito, Itálico,
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Sublinhado etc.) - Mudar fonte do título para 72, depois para 14 - Alinhamento: à esquerda, à direita, centralizado - Mudando a cor do texto
3.9. Prática
3.10. Impressoras
- Jato de tinta, matricial, laser - Imprimir o documento (se tiver uma impressora) - Ícone de impressora: cancelar impressão
POSTURA CORRETA PARA USO DO COMPUTADOR
4 JANELAS E MEU COMPUTADOR
4.1. Trabalhando com a Janela
- Abrir WordPad (Iniciar: Programas: Acessórios: WordPad) - Janelas podem ser Minimizadas, Maximizadas e / ou Restauradas - Minimizar: ficar somente na Barra de Tarefas - Maximizar: encher a tela toda - Restaurar: depois de maximizar, voltar ao tamanho anterior - Podemos mover janelas clicando na Barra do Título e arrastando-as - Podemos redimensionar janelas arrastando a margem da janela (o ponteiro do
mouse muda para serem duas setas _) - Também podemos utilizar o Menu de Opções do aplicativo, clicando no ícone
na Barra do Título (Caixa de Controle)
4.2. Prática
- Maximizar, restaurar, minimizar e re-abrir a janela do WordPad
49
- Mudar o posicionamento da janela do WordPad - Mudar o tamanho da janela
4.3. Organizando as Janelas
- Podemos minimizar todas as janelas clicando no ícone na Barra de Tarefas (se não tiver, clique com botão direito na Barra de Tarefas e escolhe Minimizar Todas as Janelas)
- Clique com o botão direito do mouse numa área livre da Barra de Tarefas para abrir o menu de opções
- Janelas em Cascata, Janelas lado ao lado verticalmente, janelas lado ao lado Horizontalmente
4.4. Prática
- Abrir Paint, Calculadora e WordPad - Minimizar todas as janelas - Restaurar todas as janelas - Colocar todas as janelas lado ao lado horizontalmente - Colocar todas as janelas lado ao lado verticalmente - Organizar as janelas ‘em cascata’ (uma em cima da outra) – para restaurar
todas
4.5. Discos, Pastas e Documentos
- No escritório: documentos existam em folhas de papel que são guardados em pastas, que são guardados em arquivos
- No computador documentos (também chamados de arquivos) são guardados em pastas (diretórios) que são guardados em discos
- Tipos de disco: HD (Hard Disk ou Disco Rígido) dentro do computador, CD, Disquete (mostar se tiver), Pen Drive.
- Capacidade: 1 HD de 20 Gigabytes => 30 CDs de 650 Megabytes ou 14.000 disquetes de 1,44 Megabytes
- Arquivos podem conter todos os tipos de informações: documentos de Word, gráficos, programas (instruções) do computador, etc
- O próprio Windows foi feito de arquivos (com quais não devemos mexer para não criar problemas com o computador)
4.6. Explorando o Computador
- Abrir o Windows Explorer através do Iniciar: Programas: Windows Explorer - Vemos os discos do computador (Disco Rígido, Disquete, CD se tiver) e
algumas pastas especiais (Meus Documentos, Rede etc) - Nos teclados com a tecla ‘Windows’ podemos teclar esta juntamente com a
letra E para abrir o Windows Explorer - A janela do Windows Explorer tem menu, barra de endereços, área de botões
(Barra de Ferramentas), área de pastas e área de arquivos – página 42 - Clicar duas vezes para abrir uma pasta - Botão para mudar modo de exibição (ícones grandes, ícones pequenas, lista,
detalhes, miniaturas
50
4.7. Prática
- Abrir o Windows Explorer - Abrir o disco ‘Drive C’ (disco rígido) – não será necessário em Windows XP - Abrir a pasta Meus Documentos - Visualizar os arquivos em modos diferentes
5 TRABALHANDO COM ARQUIVOS
5.1. Meu Computador
- abrir Meu Computador - mostrar drives - clicar no drive C: para ver espaço livre / utilizado - Explicar Bytes, Kilobyte, Megabytes, Gigabytes
5.2. Lixeira
- Excluindo Arquivos - Abrindo a Lixeira - Restaurando arquivos - Esvaziando Lixeira
5.3. Prática
- Abrir pasta “Meus Documentos - Seleciona um arquivo - Excluir o arquivo utilizando botão Excluir ou tecla DEL - Abrir Lixeira - Recuperar o arquivo excluído
5.4. Mudando a Visualização dos Arquivos na Pasta
- Clicardo no ícone: - Lista, Detalhes, Ícones - Mostrar os arquivos com Detalhes (tamanho, tipo, data) - Ordenar pelo tamanho, nome etc
5.5. Criando Pastas
- Cada aluno deve criar uma pasta com seu nome dentro de “Meus Documentos”
5.6. Copiando Arquivos
- Utilizando botões Copiar e Colar ou Botão Direito do mouse - Copiar - Mudar para a pasta de destino - Colar
5.7. Prática
- Abrir Meus Documentos
51
- Depois apagar de Meus Documentos e esvaziar lixeira - Copiar seus outros arquivos usando Recortar / Colar
5.8. Discos e Disquetes
- Tipos de disco: HD, CD, DVD, Disquete, USB Drive - Cuidando do disquete: ímãs, não toque superfície, não amassa - Inserindo e retirando o disquete do drive - Nunca tirar o disquete enquanto lâmpada estiver acessa! - Proteção contrar gravação - Explicar problema de mofo, disquete mofado pode danificar o drive
5.9. Prática
6 REDES E A INTERNET
6.1. Redes locais - Dentro de um espaço limitado (ex um prédio) - Compartilhar impressoras, CDs, discos rígidos etc - P2P (todos os computadores iguais) ou com servidor (es) - Switch / Hub / Cabos Cat-5
6.2. A Internet
- Rede mundial de computadores - Acessar através de Provedor de Acesso local - Tipos de Acesso: discado / ADSL / Banda Larga / Sem Fio (rádio) - Provedores Discados: Gratuitos vs Pagos - Provedores Pagos - Email - World Wide Web (‘teia mundial’) - IM (Mensagens Instantâneas) ex. MSN, Yahoo - Outros serviços: ftp / telnet etc
6.3. World Wide Web
- Sites (Inglês: lugares) - Web Browser: ex. Internet Explorer e Firefox - Nomes de sites aaa.bbb.ccc [.dd] onde bbb = empresa, ccc = domínio (ex. com,
org, net, mil, info), dd = país (br, nz, uk etc), aaa = nome do computador (tipicamente www, pode ser diferente ex. receita.fazenda.gov.br)
- Mostrar livro do Prémio iBest (ou outro livro / revista / propaganda de sites) - Sites de Busca ex. Google, Live.com, Yahoo - Comunidades Virtuais ex. Orkut, YouTube - WikiPedia - O perigo da Web: pessoas desconhecidas, podem não ser quem parecem ser - Sites inapropriados - A validade das informações obtidas (ex. utilize sites do governo / faculdades
para informações sobre saúde)
52
- País deve vigiar o acesso dos seus filhos à Internet (ex. PC na sala) - Vírus / Spyware: ex. sites de bancos (mais sobre isso no próximo módulo)
6.4. Prática
- Entre em site: eg A Voz da Serra (www.avozdaserra.com.br) - Fazer uma busca em Google: ex. Quem foi o primeiro presidente do Brasil?
6.5. Email
- Endereços de email: nome@computador - Obtendo um endereço de email (provedores / Hotmail / Gmail, etc) - Webmail vs software para enviar/receber - Utilizando o Outlook Express - Enviando e Recebendo email - Spam: filtros / confiabilidade - Vírus e Phishing
6.6. Prática
- Se tiver endereços disponíveis, enviar e receber mensagens entre os alunos
7 CUIDADOS
7.1. Cuidando do seu computador
- Instalação elétrica: fio terra, voltagém (220 / 110), estabilizador, no-break (UPS) - Filtro de telefone / ADSL - Poeira / fumaça / comida e bebida / sol (capas)
7.2. Limpeza
- Monitor: pano úmido (computador desligado) - Teclado: álcool / bactericida (pequena quantidade) - Mouse: desmontando para limpar (tipo bola), usando hastes flexíveis e álcool - Limpando drives de CD e Disquete (mostrar kit se tiver)
7.3. Cópias de Segurança
- Necessidade de cópias (backups) - Tipos de backup: disco / cd / dvd / hd externo / rede / fita (DAT), etc - Necessidade de conferir a função e restauração dos backups - Guardar backup em lugar seguro (ex. incêndio / enchente / roubo, etc) - Segurança dos dados no backup (contra furto, etc)
7. 4. Segurança das informações
- Possibilidade de roubo / invasão / spyware, etc - Não fornecer mais informações que necessário: cuidado com CPF / RG /
Cartão de Crédito, etc
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- Segurança física do computador - Controle de acesso dos operadores / invasão pela Internet (hackers), etc - Senhas: ex-funcionários / técnicos, etc - Cuidado com relatórios, cópias de backup, fitas velhas, etc
7.5. Pragas digitais: vírus, trojan, spyware, phish ing etc
- Vírus: entra e ‘infecta’ - Vem de cópia ilegal de software ou site no internet, pode estar em CD ou
disquete - Programas ‘anti-virus’ ex, Nortons, AVP - Trojan: utilize seu computador para enviar SPAM, invadir outro, etc - Spyware: envia dados particulares (ex. senha do banco), sites visitados, etc - Software contra Spyware: Microsoft Defender, AdAware, etc - Phishing: um site fingindo ser outro, ex. banco / Receita Federal / SPC, etc (fish
em inglês = pescar) - Firewall: proteção contra invasão e spyware: do Windows, ZoneAlarm, Nortons,
etc - Redes locais: compartilha o mínimo possível, Packet Sniffers (ex. Frinet) - Software de Filtragem, ex. Naomi
7.6. Senhas
- Escolhendo uma senha: letras e números, mínimo de 6 a 8 caracteres - Não use data de nascimento, número de telefone, etc - Não deixe anotado (ex. em baixo do teclado!) - Não utilize a mesma senha em vários sites - Trocar senha de vez em quando - Perigo quando um serviço mandar sua senha por e-mail - Software para lembrar suas senhas: necessidade de backup
7.7. Pirataria
- Lei do Software (9609 de 19 de fevereiro de 1998) - Sem suporte ou atualizações (ex. Windows Genuine Advantage) - Etiquetas / CDs de validade - Qualidade dos CDs / manuais, etc - Software Livre: ex. OpenOffice vs Microsoft Office, Linux vs Windows - O perigo das redes P2P: RIAA processando usuários ao redor do mundo
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Por Paul David Cull 13 de outubro de 2006 Copyright © 1999 a 2007 Ministério Avivamento Já - www.avivamentoja.org – Todos os direitos reservados.
DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO
A partir da definição do direito como um conjunto de normas que disciplinará as
relações sociais em um determinado grupo, parte-se para a divisão do próprio direito
em uma árvore que se dividiria em inúmeros e distintos galhos ou ramos.
Celso Ribeiro Bastos parte da noção de que o direito é: “... o conjunto de normas
e princípios que regem a atividade do Estado, a relação deste com os particulares,
assim como o atuar recíproco dos cidadãos, e de que o direito administrativo é um dos
ramos do direito público interno...” para perceber que o mesmo possui fatores que o
diferenciam dentro do contexto a que pertence. A partir deste momento o próprio autor
inicia análise sobre a divisão do direito nos ramos público e privado.
Os estudiosos da teoria geral do direito, após longas exposições acerca da
55
divisão do direito em dois ramos, público e privado, são assentes em concluir que a
divisão público-privado serviria mesmo como um instrumento didático para o ensino da
ciência do direito e uma melhor compreensão por parte dos seus estudiosos.
Edgar de Godoy da Mata Machado assim o faz ao apresentar diferentes autores
cada qual sem alcançar uma idéia ou conclusão precisa dos limites porventura
existentes na divisão entre o direito positivo público e privado.
Ao estudar a divisão entre direito público e privado, Edimur Ferreira de Faria
esclarece que a ordem jurídica é uma, inexistindo, assim, diferentes direitos. O que
acontece, porém, é que desde os romanos, o direito é dividido em público e privado.
A divisão se justifica por existirem diferentes níveis de relação jurídica entre os
cidadãos entre si e entre esses e o Estado, a Administração Pública.
As relações jurídicas entre os cidadãos particulares ocorreriam dentro do direito
privado. Já as relações nas quais estaria presente o Poder Público, ou mesmo o
interesse público, seriam pautadas pelo direito público.
O direito privado se dividiria, fundamentalmente, em dois ramos, ou seja, o civil e
o comercial.
Já o direito público é composto de vários sub-ramos, quais sejam: o direito
constitucional, o administrativo, o penal, o previdenciário, o eleitoral, internacional
público e privado, processual civil e penal, do trabalho, tributário e financeiro.
De Plácido e Silva define o direito público como o conjunto de leis, criadas para
regularem os interesses de ordem coletiva, ou, em outros termos, principalmente,
organizar e disciplinar a organização das instituições políticas de um país, as relações
dos poderes públicos entre si, e destes com os particulares como membros de uma
coletividade, e na defesa do interesse público.
Para se concluir acerca da natureza dos dois principais ramos do direito ou para
se alcançar uma exata noção da realidade das mesmas devemos ter em mente a
preponderância dos interesses em questão. Predominando-se os interesses
particulares, tem-se o direito privado. Ao contrário, na predominância dos interesses
que afetariam todo o grupo social, teríamos o direito público.
Francisco de Salles Almeida Mafra Filho Doutor em direito administrativo pela UFMG, advogado, consultor jurídico, palestrante e professor universitário. http://www.robertexto.com/archivo1/direito_pub_priv.htm
NOÇÕES SOBRE LICITAÇÕES
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As licitações são um tema do Direito Administrativo, que muitos não dão a devida
atenção. Neste resumo vamos abordar de forma sucinta a definição, modalidades,
inexigibilidade e dispensa.
A licitação segundo o art. 37, XXI, da CF/88 é obrigatória para os contratos de
obras, serviços, compras e alienações, bem como para concessão e a permissão de
serviços públicos, art. 175 da Lei 8666 de 1993.
Conceito : Para Maria Sylvia Zanella de Pietro licitação é o procedimento
administrativo no qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a
todos os interessados, que se sujeitem as condições fixadas no instrumento
convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e
aceitará a mais conveniente para celebração de contrato.
Modalidades de Licitação :
Concorrência - é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que,
na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto (art. 22, §1 da Lei 8666/93)
Tomada de preços - é a modalidade de licitação entre interessados
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas,
observada a necessária qualificação (art. 22, §2 da Lei 8666/93).
Convite - é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao
seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3
(três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente
especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e
quatro) horas da apresentação das propostas (art. 22, §3 da Lei 8666/93).
Concursos – Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a
instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes
de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e
cinco) dias. (art. 22, §4 da Lei 8666/93).
Leilão - é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda
de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis previstas no art. 19,
57
a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
Pregão é a modalidade de licitação utilizada para aquisição de bens e serviços
comuns em que a disputa pelo fornecimento será feita em sessão pública, por meio de
propostas e lances, para classificação e habilitação do licitante com a proposta de
menor preço.
Bens e serviços comuns são aqueles cujos padrões de desempenho e
qualidades possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações
usuais no mercado. São normalmente oferecidos por diversos fornecedores e
facilmente comparáveis entre si, permitindo a decisão de compra com base no menor
preço.
Em determinadas situações não será necessária ou não será possível a licitação,
inexibilidade e dispensa respectivamente. No quadro abaixo vejamos a titulo de
exemplo algumas possibilidade de dispensa e inexibilidade.
As modalidades citadas acima deverão ser obrigatoriamente para valores
determinados na Lei 8666/93, organizamos um quadro para melhor visualizar estes
valores:
Outro tema constantemente cobrado é a dispensa e a inexigibilidade. Lembro
que enquanto na primeira há a possibilidade de se realizar a licitação, esta é inviável
para a Administração Pública, já a segunda não é possível realizar a licitação em
função das situações fáticas que se apresentam no caso, assim como seria possível
por exemplo abrir uma concorrência para um determinado equipamento eletrônico que
possui um só fornecedor em todo o mundo? Desta forma será inexigível a licitação.
58
Professor Darlan http://www.darlanferreira.com.br/?attachment_id=736
SINDICÂNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR-P AD
INTRODUÇÃO
A administração pública tem as suas atividades, discricionárias ou vinculadas
subordinadas à lei (CF, art. 37). Impor estes limites garante que esta não poderá
exercer sua competência além daqueles traçados pelas normas pertinentes. Ações
estatais promovidas sem quaisquer parâmetros legais tornam-se injurídicas.
Oportunamente, a Administração Pública ao exercer controle de suas atividades ou
servidores se utiliza de instrumentos visando confirmá-las ou desfazê-las. Dentre estes
instrumentos têm-se o processo administrativo disciplinar e a sindicância no âmbito
federal, disciplinados nos artigos 143 a 182 da Lei 8.112/90.
A sindicância é uma fase preliminar à instauração do processo administrativo.
Sua instauração pode dar-se sem indiciado, objetivamente, para se verificar a
existência de irregularidades. Apurada a veracidade dos fatos, deve a sindicância
59
apontar seus prováveis autores ou responsáveis. Nessa fase preliminar, não há
necessariamente defesa, porque não conclui por uma decisão contra ou em favor de
pessoas, mas pela instauração do processo administrativo ou pelo arquivamento da
sindicância. O prazo para conclusão não excederá 30 dias, podendo ser prorrogado por
igual período (Art. 145, parág. único, Lei 8.112/90).
O processo administrativo disciplinar consiste no conjunto ordenado de atos
coordenados para a obtenção de decisão sobre uma controvérsia no âmbito da
administração pública cometida por servidor. O processo administrativo disciplinar deve
garantir a ampla defesa e o contraditório, pois irá impor sanção a funcionário ou
administrado, que dirá respeito a determinado fato.
A administração pública pode impor modelos de comportamento a seus agentes,
com o fim de manter a regularidade, em sua estrutura interna, na execução e prestação
dos serviços públicos. Nesse objetivo, o processo administrativo disciplinar é o
instrumento legalmente previsto para o exercício controlado deste poder, podendo, ao
final, redundar em sanção administrativa, que funciona para prevenir ostensivamente a
ocorrência do ilícito e, acaso configurada, para reprimir a conduta irregular.
1. Sindicância e PAD - objetivo de cada instituto
A Sindicância tem por objetivo realizar uma averiguação preliminar sobre
ocorrências anômalas no serviço público, as quais confirmadas fornecerão elementos
concretos para abertura do processo administrativo. Seu objeto de investigação poderá
ser a apuração de infração não perfeitamente conhecida, mas que, com certa dose de
segurança, sabe-se de sua existência e determinar seus autores.
Sua finalidade é servir de base preliminar e informativa do processo
administrativo disciplinar. Contudo, em termos teóricos e práticos, é possível instaurar-
se o processo administrativo disciplinar sem a devida sindicância. Tal procedimento
não anula a eficácia do processo administrativo disciplinar.
O objetivo do processo administrativo disciplinar é a tutela da hierarquia através
da apuração imediata da falta cometida e, em seguida, da aplicação justa da pena
cominada no Estatuto do Funcionário, na sua respectiva esfera (União, Estado ou
Município). Para as punições disciplinares menos graves basta a apuração por meios
sumários (Art. 133 e 140, Lei 8.112/90) ou sindicâncias. Para as mais graves é de rigor
o processo administrativo.
60
O processo administrativo disciplinar não tem por objetivo a apuração de
nenhum crime capitulado no respectivo Estatuto do servidor e no Código Penal, mas,
tão-só, o ilícito administrativo, tanto que, encerrados os trabalhos e proferida a decisão,
esta não transpõe a órbita administrativa para repercutir no âmbito da jurisdição penal.
Enquanto o processo administrativo disciplinar é meio formal, solene, de
apuração das infrações cometidas pelos servidores e conseqüente aplicação da pena
administrativa, a sindicância é processo sumário de elucidações de irregularidades no
serviço público, praticadas por servidores, não servindo, portanto, de base para a
aplicação de qualquer pena.
A sindicância, por seu caráter preliminar, poderá desenvolver seu trabalho de
apuração de maneira sigilosa ou pública. Ainda considerando seu aspecto preliminar,
não haverá, na sindicância, contraditório. Na sindicância há investigação para verificar
a existência de determinado fato e descobrir-se os supostos autores, o que justifica a
ausência de contraditório, vez que não há indiciados, nem infração comprovada.
Já o processo administrativo disciplinar tem entre suas características
informativas a ampla defesa do acusado e aplicação de pena, caso seja, se comprove
a culpabilidade do servidor. A pena pode variar entre repreensão, multa, suspensão
(superior a 30 dias), destituição de função, demissão ou cassação de aposentadoria ou
disponibilidade (Arts 146 e 161, Lei 8.112/90). Embora o Processo Administrativo
Disciplinar tenha por base as informações apuradas na sindicância, este poderá existir
sem a mesma.
1.1. Princípios informativos no processo disciplina r e normas subsidiárias
O processo administrativo disciplinar é regido por diversos princípios que visam
dar maior segurança e grau de certeza à Administração e aos administrados em geral.
a) Legalidade
O administrador só pode agir, de modo legítimo, se obedecer aos parâmetros
que a lei fixou (Art. 37, CF).
b) Objetividade
Tal princípio estipula que o administrador somente pode perseguir objetivos que
atendam ao interesse da coletividade. O alvo administrativo deve consistir sempre na
satisfação do interesse público.
c) Oficialidade
61
Por este, cabe a administração pública, e somente a ela, a movimentação do
processo administrativo, ainda que instaurado por provocação de particular, e adotar
tudo o que for necessário e adequado à sua instrução.
d) Informalismo
Tal princípio significa que, dentro da lei, sem quebra da legalidade, pode haver
dispensa de algum requisito formal, sempre que sua ausência não prejudicar terceiros
nem comprometer o interesse público.
e) Publicidade
Como regra geral, os atos praticados pelos agentes administrativos sejam eles
instrumentais ou decisórios, não devem ser sigilosos. Salvo se o interesse público
exigir o sigilo.
d) Ampla defesa e contraditório
É preciso que o acusado tenha acesso a todas as informações daquilo que,
precisamente pese sobre ele (CF, artigo 5º, LV).
f) Duplo grau de jurisdição administrativa
Autoriza o direito do administrado ter reexaminada a decisão que lhe foi
contrária. No processo administrativo disciplinar, isto se manifesta por meio do pedido
de reconsideração, do recurso hierárquico e da revisão processual.
g) Verdade material
No processo administrativo o julgador deve sempre buscar a verdade, podendo e
devendo buscar todos os elementos que possam influir no seu convencimento.
h) Proporcionalidade
Tem o objetivo de coibir excessos desarrazoados, por meio da aferição da
compatibilidade entre os meios e os fins da atuação administrativa, para evitar
restrições desnecessárias ou abusivas.
i) Moralidade
Contempla a determinação jurídica da observância de preceitos éticos
produzidos pela sociedade, variáveis segundo as circunstâncias de cada caso.
j) Coisa julgada material
É a eficácia, a força que torna imutável e indiscutível a sentença não mais sujeita
a qualquer recurso ordinário ou extraordinário. Isto implica em dizer que a coisa julgada
material tem alguma relação com a coisa julgada formal. Para que ocorra a primeira, há
mister a ocorrência da segunda, ou seja, a preclusão de todos os recursos.
62
DO REGIME DISCIPLINAR
O regime disciplinar faz parte do título IV do Estatuto do servidor público federal,
e compreende os seguintes capítulos: dos deveres, das proibições, da acumulação,
das responsabilidades e das penalidades.
Breves comentários:
Não deve ser confundido o poder disciplinar com o poder penal do Estado. O
poder penal é exercido pelo Poder Judiciário, norteado pelo processo penal; visa à
repressão de condutas qualificadas como crime e contravenções; portanto, tem a
finalidade precípua de preservar a ordem e a convivência na sociedade como um todo.
O poder disciplinar, por sua vez, é atividade administrativa, regida pelo direito
administrativo; visa à punição de condutas, qualificadas em estatutos ou demais leis,
como infrações funcionais; tem a finalidade de preservar de modo imediato, a ordem
interna do serviço, para que as atividades do órgão possam ser realizadas sem a
perturbação e sem desvirtuamentos, dentro da legalidade e da lisura (Odete Medauar).
DAS PENALIDADES
São penalidades disciplinares (art. 127), lei 8.112/90:
• Advertência;
• Suspensão;
• Demissão;
• Cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
• Destituição de cargo em comissão;
• Destituição de função comissionada.
Advertência
A advertência será aplicada por escrito, nos casos de:
Inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma
interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave (art. 129). Eis aqui um
exemplo de que as sanções disciplinares não obedecem cegamente o princípio da
tipicidade. Quem decide se cabe ou não penalidade mais grave é a Administração.
Bem como na Inobservância das seguintes proibições (art. 117, incisos I a VIII e
XIX):
Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe
63
imediato;
Retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou
objeto da repartição;
Recusar fé a documentos públicos;
Opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou
execução de serviço;
Promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o
desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional
ou sindical, ou a partido político;
Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o segundo grau civil;
Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.
Suspensão
A suspensão será aplicada (art. 130):
Em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das
demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, de
que são exemplos as proibições (art. 117, XVII e XVIII):
Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em
situações de emergência e transitórias;
Exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo
ou função e com o horário de trabalho;
Observações sobre a suspensão :
A suspensão não poderá exceder de 90 (noventa) dias;
Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá
ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento
ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço (§2º).
Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que,
injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela
autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a
determinação (§1º).
64
Cancelamento dos registros de suspensão e advertênc ia
As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados,
após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o
servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar (art. 131). O
cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos (parágrafo único).
Demissão
A demissão será aplicada nos seguintes casos (art. 132):
Crime contra a administração pública (estão previstos no Código Penal);
Abandono de cargo (configura abandono de cargo a ausência intencional do
servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos, art. 138);
Inassiduidade habitual (entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço,
sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze
meses (art. 139);
Improbidade administrativa;
Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
Insubordinação grave em serviço;
Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa
própria ou de outrem;
Aplicação irregular de dinheiros públicos;
Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
Corrupção;
Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
Bem como na transgressão das seguintes proibições ( incisos IX a XVI do art.
117) :
Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da
dignidade da função pública;
Participar de gerência ou administração de empresa privada, sociedade civil,
salvo a participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades
em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação do capital social, sendo-
lhe vedado exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário;
65
Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em
razão de suas atribuições;
Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
Praticar usura sob qualquer de suas formas;
Proceder de forma desidiosa;
Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades
particulares;
A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos abaixo, implica a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal
cabível (art. 136):
• Improbidade administrativa;
• Aplicação irregular de dinheiros públicos;
• Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
• Corrupção;
A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos abaixo,
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo
de 5 (cinco) anos (art. 137):
Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
Corrupção
O servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão, nos casos
abaixo, não poderá retornar ao serviço público federal (parágrafo único, art. 137):
• Crime contra a administração pública
• Improbidade administrativa
• Aplicação irregular de dinheiros públicos
• Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
• Corrupção;
Acumulação ilegal de cargos
Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação
remunerada de cargos públicos (art. 118).
66
A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da
União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios (§1º, art. 118).
A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da
compatibilidade de horários (§2º, art. 118).
O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos
efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de
ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário
e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos
ou entidades envolvidos (art. 120)
O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso
previsto no parágrafo único do art. 9º, (exercício interino em outro cargo de confiança,
nesta hipótese deverá optar pela remuneração de um deles) nem ser remunerado pela
participação em órgão de deliberação coletiva (art. 119). Exceto remuneração devida
pela participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e
sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer
empresas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação
no capital social (parágrafo único, art.119).
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos
ou funções públicas, a autoridade notificará o servidor, por intermédio de sua chefia
imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data
da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua
apuração e regularização imediata;
A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-
fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro
cargo (§5º).
Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de
demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos
cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em
que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados (§6º, art. 133).
Cassação de aposentadoria
Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver
praticado, na atividade, falta punível com a demissão (art. 134).
67
Destituição de cargo em comissão
A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo
será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de
demissão (art. 135).
Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exoneração efetuada (a pedido
ou a juízo da autoridade, hipóteses do artigo 35) será convertida em destituição de
cargo em comissão (parágrafo único).
http://www.webartigos.com/artigos/sindicancia-e-processo-administrativo-disciplinar/18690/
DIREITOS DO SERVIDOR PÚBLICO CELETISTA E ESTATUTÁRI O
INTRODUÇÃO
Também chamados de funcionários públicos os estatutários são os servidores da
Administração direta do Executivo, das entidades da Administração indireta vinculadas
ao regime de Direito Público (autarquias e fundações), do Poder Judiciário e da esfera
administrativa do Poder Legislativo.
São ditos celetistas aqueles com vínculo empregatício para os quais, por
atendimento à Constituição da 1988, foi adotado como regime jurídico único o celetista
(ou trabalhista), regido pela Consolidação das Leis do Trabalho, por terem sido
admitidos para funções materiais subalternas; também, os contratados para atenderem
necessidade temporária de excepcional interesse público, celetistas, em consonância
ao art. 37, inc. IX, da Constituição Federal; e os remanescentes do regime anterior, no
qual se admitia o regime de emprego.
1. Os servidores estatais
Em nossa Constituição, nos artigos 37 a 41 e 169, trata-se dos servidores
estatais. Conforme nossa Carta existe os servidores titulares de cargos públicos
(vínculo estatutário ou institucional), regidos pelas leis próprias de cada esfera, e os
servidores ocupantes de empregos (vínculo celetista ou trabalhista), de natureza
contratual, ou seja, regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho — CLT (Decreto-
Lei N. 5.452, de 01/05/1943).
Sobre as características do regime estatutário, temos que esse regime não pode
incluir normas que denunciem a existência da figura contratual. A esses servidores
aplicam-se alguns dos dispositivos do art. 7º da Constituição da República, segundo o
parágrafo 3º do art. 39, como por exemplo, garantia de salário nunca inferior ao
68
mínimo, décimo terceiro salário, repouso semanal remunerado, entre outros.
2. Alguns direitos
Os artigos 41 da Constituição Federal e 19 do ADCT estipularam duas
modalidades de estabilidade no serviço público: cada uma delas com seus direitos
diferenciados.
Os servidores públicos celetistas têm direito a Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço e não ostenta estabilidade funcional; em contraposição, o servidor público
estatutário tem estabilidade, mas não tem direito ao regime do Fundo mencionado.
José Ricardo Simões Rodrigues http://ricardosimoes.com/docs/direito/Artigo_constitucional_CLT.pdf
DIREITOS TRABALHISTAS- CLT
A Consolidação das Leis do Trabalho considera empregado toda pessoa física
que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência
deste e mediante salário . Ver art. 7º da Constituição Federal.
Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS
A Carteira de trabalho deve ser assinada pelo empregador desde o primeiro dia
de trabalho do empregado. O empregado entrega a CTPS para o patrão para que este
anote nela o contrato de trabalho. A CARTEIRA DEVE SER DEVOLVIDA AO
EMPREGADO EM 48 HORAS.
É importante, que o empregado SEMPRE que entregar sua Carteira ou qualquer
documento ao patrão faça um recibo especificando a data que entregou a CTPS ao
patrão e peça para que ele assine. Assim se o empregador extraviar a Carteira, o
empregado poderá provar que entregou a mesma para ser anotada ao empregador!
Contrato de Experiência
E a "experiência"? Independentemente da existência ou não do contrato de
experiência, a Carteira de Trabalho DEVE ser assinada desde o primeiro dia de
trabalho. O contrato de experiência apenas é necessário para que o empregador não
tenha que pagar ao empregado o mês do aviso prévio. As demais verbas, como 13º e
férias, serão sempre devidas, como veremos adiante.
O Contrato de Experiência pode ser celebrado por um prazo máximo de 90 dias,
podendo ser prorrogado uma vez dentro deste prazo. Não existe um prazo mínimo.
Salário
69
O salário deve ser pago até o quinto dia útil do mês seguinte ao vencido. Por
exemplo: o salário do mês de março deve ser pago até o quinto dia útil do mês de abril.
Lembre-se de que sábado é dia útil também.
Descontos
O empregador poderá descontar do salário do empregado, as seguintes
parcelas:
• falta ao serviço não justificada (os atestados não são descontados);
• reflexos sobre o repouso semanal, férias e gratificação de natal (13º salário);
• até 20% (vinte por cento) do salário contratual a título de alimentação;
• até 6% (seis por cento) do salário básico a título de vale transporte;
• até 25 % (vinte e cinco por cento) do salário contratual a título de moradia;
• INSS, na seguinte proporção:
Salário (Reais) Empregado % Empregador %
Menor que R$ 911,70 8 12
Entre R$ 911,71 e R$1.519,50 9 12
Entre R$ 1.1.519,51 e R$ 3.038,99 11 12
Qualquer outro desconto só pode ser efetuado se autorizado PREVIAMENTE por
escrito pelo empregado.
Documentos que o empregador pode exigir do empregad o
• Carteira de trabalho e previdência social (indispensável);
• Inscrição no INSS;
• Cartas de referência ou atestado de boa conduta expedido por autoridade
policial ou pessoa idônea;
• Atestado de saúde (se o empregador entender necessário). Salienta-se que
este atestado não poderá de forma alguma ser de gravidez. Tal prática é
ilegal e completamente vedada pela legislação vigente.
Domingos e Feriados
O trabalho aos domingos é permitido pela Lei nº 10.101/2000, para o comércio
varejista em geral, desde que exista Convenção Coletiva de Trabalho prevendo a
possibilidade. Além disso, deve ser concedida outra folga na semana ao empregado,
pois tem direito a um repouso semanal de vinte e quatro horas.
O trabalho aos feriados é proibido pela legislação brasileira, exceto se autorizado
70
pelo órgão central do Ministério do Trabalho.
Se o feriado, ainda que de forma ilegal, for trabalhado, deve ser pago em dobro.
Horas Extras
A jornada de trabalho prevista pela Constituição Federal é de oito horas diárias e
quarenta e quatro horas semanais. O empregado pode trabalhar duas horas a mais por
dia (horas extras), que devem ser pagas com adicional mínimo de 50% sobre a hora
normal.
Esta exigência apenas não se aplica às empresas que possuem banco de horas
devidamente aprovado pela entidade sindical através de convenção ou acordo coletivo.
Demissão
Existem 02 (dois) tipos de demissão:
1. por iniciativa do empregado - a pedido
2. por iniciativa do empregador - por justa causa e - sem justa causa;
No caso de pedido de demissão são devidas as seguintes verbas:
• Aviso prévio (se trabalhar o mês do aviso, caso contrário, pode ser
descontado o valor do aviso - um salário - do que o empregado tiver a receber);
• Saldo de salários (dias que o empregado trabalhou e não recebeu);
• Décimo terceiro proporcional (aos meses que trabalhou).
• Férias proporcionais (aos meses que trabalhou);
• 1/3 de férias (sobre o valor pago a título de férias proporcionais);
No caso de demissão sem justa causa do empregado são devidas as
seguintes verbas:
• Aviso prévio;
• Saldo de salários (dias que o empregado trabalhou e não recebeu);
• Décimo terceiro proporcional (aos meses que trabalhou);
• Férias proporcionais (aos meses que trabalhou);
• 1/3 de férias (sobre o valor pago a título de férias proporcionais);
• Multa de 40% sobre o valor total depositado na conta vinculada do
empregado (FGTS);
• Saque do FGTS depositado na Caixa Econômica Federal;
• Seguro desemprego se tiver no mínimo seis meses de trabalho.
Em razão da Convenção nº 132 da OIT, promulgada pelo Decreto Presidencial
nº 3.197, de 5 de outubro de 1999, a qual tem força de lei e assegurou a todos os(as)
71
empregados(as), inclusive os(as) domésticos(as), o direito a férias proporcionais,
independentemente da forma de desligamento (arts. 146 a 148, CLT), mesmo que
incompleto o período aquisitivo de 12 meses. Assim, o(a) empregado(a) que pede
demissão antes de completar 12 meses de serviço, tem direito a férias proporcionais.
Prazos para o Pagamento da Rescisão
Existem duas hipóteses:
1. Aviso prévio trabalhado: pagamento no primeiro dia útil depois do término do
aviso;
2. Aviso prévio indenizado: dez dias para o pagamento da rescisão;
Se o empregado tiver mais de um ano de trabalho, a rescisão, obrigatoriamente
deve ser feita no Sindicato da categoria;
Aviso Prévio: O aviso prévio é uma obrigação tanto do empregador como do
empregado, isto é, se o empregado não desejar mais trabalhar é obrigado a informar
de sua vontade com no mínimo 30 (trinta dias) de antecedência, o mesmo ocorrendo
com o empregador que não desejar mais os serviços do empregado.
Conseqüências do Aviso Prévio: O período do aviso prévio é considerado de
efetivo exercício, refletindo sobre as férias e 13º salário. Se o empregador não der
aviso prévio terá que indenizá-lo, isto é, pagará ao empregado 30 (trinta) dias a mais
no salário e seus reflexos sobre o 13º salário e férias, o mesmo ocorrendo com o
empregado que abandonar o emprego repentinamente. Tanto o aviso prévio como o
pedido de demissão obrigatoriamente serão por escrito e mediante recibo.
Direitos Trabalhistas e Previdenciários do Empregad o
• Carteira de Trabalho devidamente assinada e anotada desde o 1º dia de
trabalho;
• Salário mensal nunca inferior ao piso salarial da categoria fixado na
Convenção Coletiva (Sindicato) da Categoria;
• 01 (um) dia de repouso por semana, de preferência aos domingos;
• Décimo Terceiro Salário, pago da seguinte forma: metade até o dia 30 de
novembro de cada ano, e a outra metade até 20 de dezembro.
• Vale transporte para deslocamento casa/trabalho e vice-versa;
• Férias de 30 dias. Nos primeiros 12 meses de trabalho, o empregado
adquire o direito às férias. Nos 12 meses seguintes o empregador deve,
obrigatoriamente, conceder os 30 dias de férias do empregado. Quem escolhe quando
o empregado tira férias é o empregador.
72
• Adicional de férias: este adicional é pago toda vez que o empregado entra
em férias, e consiste em 1/3 do salário do empregado. O salário das férias e o adicional
de 1/3 devem ser pagos até 2 (dois) dias antes do início das férias.
• Licença maternidade de 120 (cento e vinte) dias (por conta da previdência -
sendo este período contado considerando-se o tempo para requerer e 90 dias após o
parto). O salário maternidade poderá ser requerido no período de 28 (vinte e oito) dias
antes até 92(noventa e dois) dias após o parto, independente de carência;
• Licença paternidade de 5 (cinco) dias corridos, contados da data de
nascimento do filho;
• Auxílio doença e aposentadoria por invalidez, respeitada a carência pelo
INSS.
• Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS;
• PIS, que consiste no 14º salário, para os empregados que receberam em
média até dois salários mínimos no ano anterior, tiveram pelo menos um mês de
Carteira assinada e estão cadastrados no PIS - Programa de Integração Social - há
pelo menos cinco anos;
• Seguro Desemprego;
• Salário família;
• Jornada de trabalho fixada em lei, de oito horas diárias ou quarenta e quatro
semanais;
• Horas extras (são as excedentes às 44 horas semanais) com adicional de
50% (se a Convenção Coletiva não fixar percentual superior);
• Adicional noturno de 20% no período compreendido entre as 22:00 de um
dia e 5:00 do outro, sendo a hora noturna de 52 minutos;
• Estabilidade nos casos de gestante, dirigente sindical, representante da
CIPA e empregado que tenha sofrido acidente de trabalho.
FGTS
O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS é um fundo formado pelos
depósitos mensais efetuados pelo empregador em uma conta bancária especial aberta
em nome do empregado.
Quem tem direito?
Todos os empregados urbanos e rurais, sendo facultativo aos empregados
domésticos (o empregador que determina) e inexistentes para os servidores públicos.
73
Qual o valor do depósito?
O depósito deve ser de 8% dos valores recebidos pelo empregado a título de
salário, SEM QUALQUER DESCONTO NO SALÁRIO DO EMPREGADO. .
O prazo para o depósito, feito através da GFIP, é até o dia 7 de cada mês.
A partir do mês de outubro de 2001, passa a ser devido o recolhimento de 8,5%
sobre o salário do empregado. A legislação completa explicando a forma de efetuar o
recolhimento está na seção "Novidades".
Quais parcelas da remuneração entram para o cálculo do depósito?
• Salário básico;
• 13º salário;
• Horas extras;
• Adicional de insalubridade, periculosidade e trabalho noturno;
• Adicional de tempo de serviço
• Salário família acima do valor legal obrigatório;
• Gratificação de férias
• 1/3 constitucional das férias
• Comissões
• Diárias para viagem que excedam 50% do salário;
• Gorjetas;
• Gratificações
• Repouso semanal e feriados civis e religiosos;
Quando o empregado poderá utilizar os valores depos itados no FGTS?
• Quando demitido sem justa causa;
• Quando a empresa fechar;
• Quando o empregador falecer, no caso de empresa individual;
• Aposentadoria do empregado;
• Compra da casa própria;
• Conta sem movimentação por três anos seguidos;
• Fim de contrato de trabalho por prazo determinado;
• Em caso de doenças graves, como câncer e AIDS.
Multa de 40%. Quando recebo?
O empregado que for dispensado sem justa causa, tem direito a receber o valor
relativo a 40% de toda a quantia já depositada na conta do empregado durante o tempo
em que ele esteve trabalhando na empresa.
74
Seguro Desemprego
É um benefício temporário criado com a finalidade de prestar assistência
financeira ao trabalhador dispensado sem justa causa.
Quem recebe?
Tem direito a receber o seguro-desemprego o trabalhador dispensado sem justa
causa, desde que comprovadas às seguintes condições:
• ter recebido salários consecutivos nos últimos seis meses;
• ter trabalhado pelo menos seis meses no último ano;
• não estar recebendo nenhum benefício de prestação continuada, por parte da
Previdência Social, exceto auxílio-acidente ou pensão por morte;
• não possuir renda própria para o seu sustento e de seus familiares.
Requerimento do Seguro Desemprego ;
• Carteira Profissional;
• Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho;
• Comprovante de recebimento do FGTS ou documento de comprovação de
vínculo;
• Sentença judicial de homologação de acordo (para trabalhadores com
reclamatórias trabalhistas)
Qual o prazo?
A partir do dia seguinte da dispensa, o empregado tem um prazo de 7 a 120 dias
para requerer o benefício.
Valor do Benefício.
O valor do benefício é calculado com base nos três últimos salários recebidos
pelo trabalhador e indicados no requerimento, não podendo ser inferior ao valor de um
salário mínimo nem superior ao teto fixado em lei.
PIS
O abono do PIS é anual e conhecido popularmente como o 14º salário.
É o pagamento anual de um salário mínimo ao trabalhador de empresas,
entidades privadas e órgãos públicos contribuinte do PIS/PASEP. Todo o
estabelecimento que possui CNPJ é contribuinte do PIS/PASEP.
Quem tem direito:
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Tem direito o trabalhador ou servidor público que, no ano anterior ao do início do
calendário de pagamentos:
• Esteja cadastrado há pelo menos cinco anos no PIS/PASEP;
• Tenha recebido, em média, até dois salários mínimos mensais;
• Tenha trabalhado, no mínimo, 30 dias com carteira assinada ou em cargo
público;
• Tenha sido informado corretamente pelo empregador (empresa) na RAIS.
Piso Salarial
O piso salarial é definido através de lei, Convenção ou Acordo Coletivo de
Trabalho. Equivale ao valor mínimo que uma determinada categoria pode receber. As
Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho são celebrados entre os sindicatos dos
empregados e dos empregadores, e entre os sindicatos dos empregados e as
empresas individualmente.
Como os Sindicatos são regionais, cabe ao empregado descobrir a qual
sindicato pertence, junto ao seu empregador. A partir daí, poderá tomar ciência do valor
do seu piso salarial e de outros direitos que tem, além dos previstos na legislação.
Estabilidade no Emprego
Existem alguns tipos de estabilidade na nossa legislação:
Gestante – A empregada grávida tem estabilidade desde a confirmação da
gravidez até cinco meses após o parto. Esta estabilidade não se aplica à empregada
doméstica.
Além disso, qualquer empregada grávida tem direito à licença gestante paga
pelo INSS, que é de 120 dias. A partir de 28 dias antes do parto, já pode ser concedida.
Dirigentes da CIPA – O empregado eleito para cargo de direção de comissões
internas de prevenção de acidentes tem estabilidade desde o registro de sua
candidatura até um ano após o final de seu mandato;
Acidente de Trabalho - Se o empregado sofreu um acidente de trabalho e
recebeu auxílio doença acidentário pelo INSS, tem direito a estabilidade de um ano
após o retorno do auxílio doença acidentário. Mas é obrigatório que o benefício seja
ACIDENTÀRIO. O auxílio doença simples não dá estabilidade ao empregado.
Representação Sindical – O empregado sindicalizado não pode ser dispensado
a partir do registro da sua candidatura a cargo de direção ou representação sindical e,
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se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer
falta grave nos termos da lei.
Outras Observações
• O salário é pago na base do mês vencido, isto é, de 01 a 30, e tem que ser
feito até o 5º dia útil do mês subseqüente. Ex.: se o empregado for admitido no dia 21
(vinte e um) do mês, o empregador deverá pagar 10 (dez) dias de salário até o 5º dia
do mês subseqüente, iniciando-se novo mês no dia 1º do mês subsequente;
• Porteiro, zelador, vigia etc. de condomínio residencial, comercial ou rural,
não é empregado doméstico;
http://www.plantaotrabalhista.floripa.com.br/urb.ht m
REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES DA UNIÃO
Regime jurídico dos servidores públicos é o conjunto de princípios e regras
referentes a direitos, deveres e demais normas que regem a sua vida funcional. A lei
que reúne estas regas é denominada de Estatuto e o regime jurídico passa a ser
chamado de regime jurídico Estatutário. Vide artigo 37 da Constituição Federal.
No âmbito de cada pessoa política - União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios - há um Estatuto. A lei 8.112/90, de 11/12/1990, com suas alterações, é o
regime jurídico Estatutário aplicável aos Servidores Públicos Civis da União, das
autarquias e fundações públicas federais, ocupantes de cargos públicos.
Regime jurídico é único?
Era não é mais. Como já vimos, o Regime Jurídico Único existiu até o advento
da Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98. A partir de então é possível a admissão
de pessoal ocupante de emprego público, regido pela CLT, na Administração federal
direta, nas autarquias e nas fundações públicas; por isto é que o regime não é mais um
só, ou seja, não é mais único.
No âmbito federal, a Lei nº 9.962, de 22.02.2000, disciplina o regime de emprego
público do pessoal da Administração federal direta, autárquica e fundacional.
O pessoal admitido para emprego público terá sua relação de trabalho regida
pela CLT (art.1º, caput);
Leis específicas disporão sobre a criação de empregos, bem como sobre a
transformação dos atuais cargos em empregos (§1º);
Vedou que se submeta ao regime de emprego público os cargos públicos de
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provimento em comissão, bem como os servidores regidos pela lei 8.112/90, às datas
das respectivas publicações de tais leis específicas (§2º).
Conceito de cargo público
Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades que devem ser
cometidas a um servidor. São criados por lei, com denominação própria e vencimento
pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão (art.
3º, parágrafo único).
É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei (art.
4º).
Pessoas portadoras de deficiência
Serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso
público às pessoas portadoras de deficiência para provimento de cargo cujas
atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras (art. 5º, §2º).
PROVIMENTO
É preenchimento de cargo vago. O provimento dos cargos públicos far-se-á
mediante ato da autoridade competente de cada Poder (art. 6º).
FORMAS DE PROVIMENTO (art. 8º):
• Nomeação
• Promoção
• Readaptação
• Reversão
• Aproveitamento
• Reintegração
• Recondução.
Importante - as formas de provimento Ascensão e Transferência não existem
mais, foram revogadas pela lei nº 9.527/97, antes mesmo, já haviam sido declaradas
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal.
Nomeação – é o ato administrativo pelo qual se atribui um cargo a alguém
(Odete Medauar). A nomeação dar-se-á (art. 9º e 10º):
Em caráter efetivo quando se tratar de cargo isolado ou de carreira (cargos de
carreira são aqueles são estruturados em classes e que permitem crescimento
profissional) depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de
provas e títulos.
Em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração, para cargos
78
de confiança.
Promoção – representa a progressão vertical na carreira, passando de uma
classe para outra (conceito doutrinário).
Readaptação – é a investidura do servidor em cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade
física ou mental verificada em inspeção médicas iguais ou assemelhadas (art. 24). Se
julgado incapaz para o serviço público o readaptando será aposentado(§1º, art. 24).
Reversão - reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado: (art. 25)
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos
da aposentadoria;
II - no interesse da administração, desde que: (Redação dada pela MP nº 2.088-
38, de 27.3.2001)
- o servidor aposentado tenha solicitado a reversão;
- a aposentadoria tenha sido voluntária;
- estável quando na atividade;
- a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
- haja cargo vago.
Neste caso o servidor perceberá, em substituição aos proventos da
aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as
vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria (§4º).
Somente terá os proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo
menos cinco anos no cargo (§5º).
Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de
idade (art. 27).
Aproveitamento – é o retorno à atividade do servidor estável em disponibilidade
em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupando
(art. 31).
Reintegração - retorno do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou
no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por
decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens (art. 28).
Recondução - é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e
decorrerá de: (art. 29)
- inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
- reintegração do anterior ocupante.
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VACÂNCIA
É a situação do cargo que está sem ocupante.
Formas de vacância (art. 33):
• Aposentadoria;
• Falecimento
• Demissão;
• Promoção;
• Readaptação;
• Exoneração;
• Posse em outro cargo inacumulável;
Aposentadoria – é a desocupação do cargo e ocorrerá por invalidez
permanente para o serviço público, compulsoriamente quando o servidor tiver
completado 70 anos, ou por decisão voluntária do servidor que cumprir os requisitos
para a aposentadoria.
Falecimento – Trata-se de um fato a que o direito administrativo atribui
repercussão, no caso, a vacância do cargo. Não é um ato, mas, é um fato
administrativo.
Demissão – trata-se de penalidade aplicada ao servidor, prevista no artigo 132,
deste estatuto.
Promoção - representa a progressão vertical na carreira, passando de uma
classe para outra (conceito doutrinário).
Readaptação – é a investidura do servidor em cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade
física ou mental verificada em inspeção médicas iguais ou assemelhadas (art. 24). Se
julgado incapaz para o serviço público o readaptando será aposentado (§1º, art. 24).
Posse em outro cargo público inacumulável - O servidor federal quando já
estável em um cargo público e obtiver aprovação em concurso público para outro
cargo, poderá optar por esta forma de vacância em vez de pedir exoneração. Com
esta providência, caso seja inabilitado no estágio probatório para o novo cargo, poderá
retornar ao cargo em que era estável.
EXONERAÇÃO (art. 34)
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A exoneração de CARGO EFETIVO dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício
quando:
I - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo
estabelecido (15 dias).
II - quando não satisfeitas às condições do estágio probatório.
A exoneração de CARGO EM COMISSÃO dar-se-á a pedido do servidor, ou a
juízo da autoridade competente.
A recondução - é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado
e decorrerá de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo, ou de
reintegração do anterior ocupante (art. 29).
Atenção: embora não conste expressamente do artigo 30, que elenca as
hipóteses de vacância, a recondução tem sido assim considerada nos concursos
públicos.
Em resumo: a promoção, a readaptação e a recondução são formas
simultâneas (ao mesmo tempo) de provimento e de vacância.
A posse e o exercício
A nomeação por si só não basta para iniciar as atribuições do cargo são
necessários ainda a posse e o exercício.
A posse (arts. 13 e 14):
A investidura em cargo público ocorrerá com a posse (art. 7º), mediante
assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as
responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado (art. 13, caput). Posse é a
aceitação do cargo pelo servidor (Odete Medauar).
Tópicos sobre posse
Só haverá posse na hipótese de provimento por nomeação (§4º, art. 13), poderá
ser mediante procuração específica (§3º, art. 13). A posse ocorrerá no prazo de 30
(trinta dias) contados da publicação do ato de provimento (nomeação). Será tornado
sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer neste prazo (§§ 1º e 6º, art. 13).
A posse dependerá de prévia inspeção médica oficial, será empossado aquele
que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo (art. 14).
No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que
constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo,
emprego ou função pública (§5º, art. 13). A lei 8.424/92, exige a declaração de bens e
valores do cônjuge ou companheira e das demais pessoas que vivam sob sua
81
dependência econômica (Lei 8.429, art. 13, caput e §1º).
Requisitos básicos para investidura (posse) em carg o público (art. 5º):
I - a nacionalidade brasileira;
Os cargos públicos são acessíveis aos estrangeiros na forma da lei (CF/88, aert.
37, I . A lei nº 9.515/97 prevê que as universidades e instituições de pesquisa científica
e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e
cientistas estrangeiros.
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.
As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos
estabelecidos em lei (§ 1º, art. 5º).
O exercício (arts. 15 a 20):
Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função
de confiança (art. 15), donde passa a contar o tempo de serviço (Odete Medauar).
É de 15 (quinze dias) o prazo para o servidor empossado em cargo público
entrar em exercício, contados da data da posse, se não entrar em exercício no prazo
previsto o servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua
designação para função de confiança, (§§1º e 2º, art. 15).
Resumindo: A nomeação é ato administrativo que atribui um cargo público.
Posse é a investidura no cargo. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
cargo.
DA REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
Remoção
Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do
mesmo quadro de pessoal, com ou sem mudança de sede (art. 36). A remoção pode
ser de ofício, no interesse da Administração; a pedido, a critério da Administração ou a
pedido independentemente do interesse da Administração, desde que:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no
interesse da Administração;
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que
82
viva às suas expensas, condicionada à comprovação por junta médica oficial;
Redistribuição (art. 37)
Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou
vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo
Poder. (art. 37).
Prazo para reinício do trabalho:
O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ser removido,
redistribuído, requisitado ou cedido terá, no mínimo 10 e no máximo 30 dias de prazo
para retomada de suas atribuições, incluído o prazo de deslocamento (art. 18).
Substituição
Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os
ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento
interno ou, no caso de omissão, previamente designado pelo dirigente máximo do
órgão ou entidade (art. 38).
Jornada de trabalho (art. 19)
A duração máxima do trabalho semanal de 40 (quarenta horas) e observados os
limites mínimo e máximo de 6 (seis horas) e 8 (oito horas) diárias, respectivamente (art.
19, caput).
O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime
de integral dedicação ao serviço, podendo ser convocado sempre que houver interesse
da Administração (§1º).
Estabilidade
São estáveis, após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público; como condição para
aquisição da estabilidade é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
comissão instituída para essa finalidade (CF, art. 41, caput e §4º).
Estágio probatório (art. 20)
A aptidão e a capacidade do servidor para o desempenho do cargo serão
avaliados observando-se os seguintes fatores:
• Assiduidade;
• Disciplina;
• Capacidade de iniciativa; sigla: A DI CA PRO RES
• Produtividade;
83
• Responsabilidade.
O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento
em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade
de lotação (§3º, art. 20).
E se o servidor não for aprovado no estágio probatório?
O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável,
reconduzido ao cargo anteriormente ocupado (§2º, art. 20). Eis aqui, ao mesmo tempo,
a forma de provimento e de vacância denominada de recondução.
DIREITOS E VANTAGENS
Vencimento e da Remuneração
O Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com
valor fixado em lei (art. 40). Nenhum servidor receberá, a título de vencimento,
importância inferior ao salário-mínimo.
A Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei (art. 41). O vencimento do cargo
efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível (§3º,art. 41).
O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto,
seqüestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de
decisão judicial (art. 48).
Servidor em débito com o erário
As reposições e indenizações ao erário serão previamente comunicadas ao
servidor ou ao pensionista e amortizadas em parcelas mensais cujos valores não
excederão a 10% da remuneração ou provento (art. 46). O servidor que for demitido,
exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de
60 dias para quitar o débito (art. 47). A não quitação do débito no prazo previsto
implicará sua inscrição em dívida ativa (parágrafo único, art. 47).
Vantagens
Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens (art.
49):
• Indenizações;
• Gratificações;
• Adicionais.
As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer
84
efeito (§1º). As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento,
nos casos e condições indicados em lei (§2º).
Indenizações
Constituem indenizações ao servidor (art. 51):
• Ajuda de custo;
• Diárias;
• Transporte.
Diárias - O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou
transitório fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de
despesas extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme
dispuser em regulamento (art. 58).
Ajuda de custo - destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor
que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de
domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a
qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também a
condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede (art. 53).
A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se
dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a 3
(três) meses (art. 54).
Transporte - conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar
despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços
externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em
regulamento (art. 60).
Gratificações e adicionais
Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos aos
servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais (art. 61):
• Retribuição pelo exercício de função de direção chefia e assessoramento;
• Gratificação natalina;
• Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;
• Adicional pela prestação de serviço extraordinário;
• Adicional noturno;
• Adicional de férias;
• Outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
85
Entendo que o detalhamento a respeito dos adicionais e gratificações, das
licenças e dos afastamentos é secundário, no entanto, como consta do programa
ponho a disposição o texto de estatuto com redação atualizada até março de 2001.
Retribuição pelo Exercício de Função de Direção Chefia e Assessoramento
A remuneração dos cargos em comissão será estabelecida em lei específica
(parágrafo único, art. 62).
Ao servidor ocupante de cargo efetivo é devida retribuição pelo seu exercício de
função de direção, chefia ou assessoramento, ou de cargo de provimento ou de
Natureza Especial (art. 62).
Gratificação natalina
A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a
que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano
(art. 63). A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês
integral.
O servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina, proporcionalmente
aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração (art.
65). A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer vantagem
pecuniária.
Adicionais de insalubridade, periculosidade ou ativ idades penosas.
Fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo os servidores que
trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com
substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida (art. 68).
O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade
deverá optar por um deles (§1º, art. 68).
O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em exercício em
zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem nos termos,
condições e limites fixados em regulamento (art. 71).
Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou substâncias
radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de
radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria. (art.
72)
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão submetidos a
exames médicos a cada 6 (seis) meses.
Adicional por serviço extraordinário
86
O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinqüenta por
cento) em relação à hora normal de trabalho (art. 73) e somente será permitido para
atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas)
horas por jornada (art. 74).
Adicional noturno
O serviço noturno, prestado em horário de um compreendido entre 22 (vinte e
duas) horas dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25%
(vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos e
trinta segundos (art. 75).
Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo
incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73 (art. 75, parágrafo único).
Adicional de férias
Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das férias,
um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias
(art. 76).
No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou assessoramento, ou
ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do
adicional de férias (art. 76, parágrafo único).
Férias
O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o
máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as
hipóteses em que haja legislação específica (art. 77). Para o primeiro período aquisitivo
de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício (parágrafo único).
O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 (dois) dias antes do
início do respectivo período.
O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá indenização
relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de 1/12
(um doze avos) por mês de efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias (art.
77, § 3º).
O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias
radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade
profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação (art. 79)
As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública,
comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade
87
do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade (art. 80). O restante
do período interrompido será gozado de uma só vez.
Das licenças
Conceder-se-á ao servidor licença (art. 81):
• Por motivo de doença em pessoa da família;
• Por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
• Para o serviço militar;
• Para atividade política;
• Para capacitação;
• Para tratar de interesses particulares;
• Para desempenho de mandato classista.
A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da mesma
espécie será considerada como prorrogação (art. 82).
Licença por motivo em pessoa da família
Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou
companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente
que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante
comprovação por junta médica oficial (art. 83).
A licença será concedida sem prejuízo da remuneração do cargo efetivo, até
trinta dias, podendo ser prorrogada por até trinta dias, mediante parecer de junta
médica oficial e, excedendo estes prazos, sem remuneração, por até noventa dias
(§2º).
É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença (§3º,
art. 81).
Licença por motivo de afastamento do cônjuge
Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou
companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior
ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo (art. 84).
A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração (art. 84, §1º).
No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja
servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou
entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o
exercício de atividade compatível com o seu cargo (art. 84,§2º).
88
Licença para o serviço militar
Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e
condições previstas na legislação específica (art. 85). (o artigo não diz se é com ou
sem remuneração). Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem
remuneração para reassumir o exercício do cargo (art. 85, parágrafo único).
Licença para atividade política
O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que
mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e
a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral (art. 86).
O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas
funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou
fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua
candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito (art. 86,
§1º).
A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o
servidor fará jus à licença, assegurado os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo
período de três meses (art. 86, §2º).
Licença para capacitação
Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da
Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração,
por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional (art. 87).
Os períodos de licença de que trata o caput não são acumuláveis.
Licença para tratar interesses particulares
A critério da Administração poderão ser concedidas ao servidor ocupante de
cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de
assuntos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. (art.
91). A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no
interesse do serviço.
Licença para o desempenho de mandato classista
É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o
desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de
âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da
profissão, (considerado tempo de efetivo exercício, exceto promoção por merecimento)
conforme disposto em regulamento (art. 92).
89
A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de
reeleição, e por uma única vez (art. 92, §2º).
DOS AFASTAMENTOS
Afastamento do servidor a outro órgão ou entidade
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou
entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios,
nas seguintes hipóteses:
I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança - sendo a
cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o
ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o
cedente nos demais casos (§1º).
II - em casos previstos em leis específicas.
Afastamento para exercício de mandato eletivo
Afastamento para estudo ou missão no exterior
A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente
decorrido igual período, será permitida nova ausência (§1º, art. 95).
Ademais a este servidor não será concedida exoneração ou licença para tratar
de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada
a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento (§2º, art 95).
TEMPO DE SERVIÇO
É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal, inclusive o
prestado às Forças Armadas (art. 100). A apuração do tempo de serviço será feita em
dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano como de 365 dias (art. 101).
Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como de
efetivo exercício os afastamentos em virtude de (art.102) :
I - férias;
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos
Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;
III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer
parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República;
IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído, conforme
90
dispuser o regulamento;
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito
Federal, exceto para promoção por merecimento;
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme
dispuser o regulamento;
VIII - licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses,
cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de
provimento efetivo;
c) para o desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoção por
merecimento;
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;
f) por convocação para o serviço militar;
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
X - participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar
representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei
específica;
XI - afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe
ou com o qual coopere.
Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103):
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito
Federal;
II - a licença para tratamento de saúde de pessoa da família do servidor, com
remuneração;
III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o;
IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal,
estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo a
que se refere à alínea "b" do inciso VIII do art. 102.
91
O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas para nova
aposentadoria (§1º, 103). Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às
Forças Armadas em operações de guerra (§2º, art. 103). Entendo que é
inconstitucional, ante o teor do art. 40, §10, CF, acrescentado pela EC nº 20/98,
É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado
concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos
Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública,
sociedade de economia mista e empresa pública (§3º, art. 103).
DIREITO DE PETIÇÃO
É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa
de direito ou interesse legítimo (art.104). Para o exercício do direito de petição, é
assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a
procurador por ele constituído (art.113).
O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e
encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o
requerente (art. 105).
Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou
proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado (art. 106).
O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os artigos
anteriores deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de
30 (trinta) dias (art. 106, parágrafo único).
PRESCRIÇÃO DO DIREITO DE RECORRER
O direito de requerer contado da data da publicação do ato impugnado ou da
data da ciência pelo interessado prescreve. Veja o prazo estabelecido no seu estatuto.
http://www.tudosobreconcursos.com/regime-juridico-dos-servidores-da-uniao
REDAÇAO OFICIAL E NOÇÕES DE GRAMÁTICA
Conceito de redação oficial
A redação oficial é o conjunto de correspondência, atos normativos e diversos
outros textos usados no serviço público. Dessa maneira, além dos aprendizados
92
básicos de uma boa redação, existem fundamentos essenciais na padronização dos
documentos, no uso de fórmulas, na estética e na característica da linguagem. Em
suma, a redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige seus documentos.
A linguagem na redação oficial
A correspondência oficial caracteriza-se pelo uso do padrão culto de linguagem,
impessoalidade, clareza, concisão, formalidade e padronização. Não se concebe que
um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou
impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos, bem
como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que
um texto legal não seja entendido pelos cidadãos.
No serviço público, somente podem ser praticados atos que estejam
expressamente previstos em lei. Essa obrigatoriedade aplica-se não apenas aos textos
legais – leis, decretos, portarias, etc. --, mas também a toda correspondência que
circula nos órgãos da administração pública, interna e externamente.
Competência textual é a capacidade que o servidor adquire, por meio de prática
e estudo, para produzir bons textos. O ato de escrever pressupõe conhecimento do
assunto, domínio das regras gramaticais, uso das formalidades necessárias ao
documento. Antes de iniciar algum texto, observe características que podem auxiliá-lo:
1. Vocábulo adequado ao leitor e ao documento;
2. Frases curtas;
3. Ordem direta na construção (sujeito-verbo-complemento);
4. Dê preferência à voz ativa;
5. Evite repetição de palavras desnecessárias;
6. Seja claro;
7. Seja objetivo;
8. Procure abordar um assunto por parágrafo;
9. Escreva de forma elegante; 6.
10. Consulte o dicionário ou a gramática caso tenha dúvida.
Impessoalidade
A impessoalidade decorre de princípio constitucional (CF, art. 37), cujo
significado remete a dois aspectos: o primeiro prende-se à obrigatoriedade de que a
administração proceda de modo a não privilegiar ou prejudicar a ninguém,
individualmente, já que o seu norte é, sempre, o interesse público; o segundo sentido é
o da abstração da pessoalidade dos atos administrativos, pois que a ação
93
administrativa, em que pese ser exercida por intermédio de seus servidores, é
resultado tão-somente da vontade estatal.
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em
atendimento ao interesse geral dos cidadãos. Dessa maneira, é inconcebível que
expedientes oficiais sejam tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
Não há lugar para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário.
A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que a
elabora.
Em busca da impessoalidade, evite uso de linguagem coloquial, regional, vulgar,
irônica. Evite, também, se incluir na comunicação ou o emprego da primeira pessoa do
singular.
Clareza
A clareza é a qualidade indispensável ao ato da comunicação. Pode-se definir
como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a
clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende de outros aspectos: correção
gramatical, conhecimento do assunto, objetividade, consideração ao leitor, vocabulário
adequado.
Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido. A ocorrência,
em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente
da falta da releitura que torna possível sua correção.
Concisão
Texto conciso é texto rápido. Use palavras estritamente necessárias: tudo que
puder ser transmitido em uma frase não deve ser dito em duas. Detalhes irrelevantes
são dispensáveis. O texto deve ir direto ao que interessa, sem rodeios ou
redundâncias, sem caracterizações e comentários supérfluos, livre de adjetivos e
advérbios inúteis, sem o recurso à subordinação excessiva. Caso seja necessário usar
linguagem técnica, preocupe-se com vocábulos e estruturas que possam ser
desconhecidas do leitor. Ser conciso não significa diminuir a importância do assunto.
Detalhes importantes não devem ser suprimidos para o que o texto fique de menor
tamanho. Ser competente na concisão é não ser prolixo.
Formalidade e padronização
Texto formal é aquele que segue padrões estabelecidos. Além dos padrões de
94
diagramação, uso de pronome de tratamento, fecho, assinatura, a formalidade diz
respeito também à polidez, a elegância, ao estabelecimento de padrões para os
documentos.
Aspectos relevantes em documentos oficiais
No desenvolvimento do texto da correspondência, deve-se partir do geral para o
particular. Se o texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, devem ser tratadas
em parágrafos distintos, conferindo maior clareza a exposição.
Toda correspondência expedida deve ser elaborada com cópia, a fim de ser
arquivada na unidade que a produziu. Deve-se produzir somente o número necessário
de vias dos documentos, evitando-se gastos desnecessários e duplicidade.
Os documentos de circulação interna devem tramitar sem envelope, exceto
quando o assunto for considerado de caráter CONFIDENCIAL. Nesse caso, o
documento deve receber carimbo na cor vermelha ou etiqueta na parte superior e
inferior, bem como no envelope.
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil
compreensão por seu destinatário. A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A
pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua
clareza.
Evitar na linguagem oficial
A instrução Normativa n. 4/92, da extinta Secretaria de Administração Federal
enumerou alguns aspectos que devem ser evitados na redação oficial:
a) a repetição das palavras e a utilização de palavras cognatas, tais como:
“designação” e “designado”, “compete” e “competente”, etc;
b) o uso de expressão ou palavra que configure duplo sentido no texto;
c) as expressões locais ou regionais;
d) as palavras ou expressões de língua estrangeira, exceto quando
indispensáveis, em razão de serem designações ou expressões de uso já consagrado
ou que não tenham exata tradução. Nesse caso, a palavra ou expressão deve ser
grafada em itálico ou entre aspas. Tomem-se como exemplos: ad referendum ou “ad
referendum”, royalties ou “royalties”.
Modelos úteis de construções
Não se deve perder tempo na introdução de documentos. Expressões de frases
inúteis comprometem a objetividade e a clareza do texto. Observe algumas
95
substituições práticas recomendadas:
Em vez de Escreva
Servimo-nos da presente para informar Informamos
Venho pela presente informar Informamos
Por intermédio desta comunicamos-lhe Comunicamos; Informamos
Desejamos levar ao conhecimento de Informamos-lhes que
Se possível, gostaríamos que nos informassem Informem-nos sobre
Tendo chegado ao nosso conhecimento que Informados que
Levamos ao seu conhecimento Comunicamos; Informamos
Vimos pela presente encaminhar-lhes Encaminhamos
Por intermédio desta solicitamos Solicitamos
Por obséquio, solicitamos que verificassem Solicitamos verificar
Formulamos a presente para solicitar Solicitamos
Vimos solicitar Solicitamos
Acusamos o recebimento Recebemos
Chegou-nos as mãos Recebemos
Encontra-se em nosso poder Recebemos
É com satisfação que acusamos o recebimento Recebemos
Levamos ao conhecimento de Vossa Senhoria que, em data
de hoje recebemos
Nesta data, recebemos
Apressamos em oferecer-lhes Oferecemos-lhes
Temos a honra de convidar Convidamos
Temos a satisfação de comunicar Comunicamos
Vimos pela presente agradecer Agradecemos
Pedimos a gentileza de nos enviar Solicitamos que nos enviem
Efetivamos-lhes uma remessa de Remetemos-lhes
Ficamos no aguardo de suas noticias Aguardamos informações
Procedemos à escolha Escolhemos
Faça chegar às mãos de Envie a
Anexo a presente Anexo
Seguem em anexo Anexamos
Enviamos em anexo Enviamos
Conforme acordado De acordo
Somos de opinião Acreditamos
Devido ao fato de que Por causa
Conforme seguem abaixo relacionados Relacionados a seguir
96
Acima citado Citado
Antecipadamente gratos Agradecemos
Durante o ano de 2009 Em 2009
Com referência a Referente à
Sem outro particular para o momento Agradecemos a atenção
Sendo o que tinha a informar Agradecemos a atenção
Sem mais para o momento Agradecemos a atenção
Com estima e consideração Agradecemos a atenção
Pronomes de tratamento
Emprega-se na terceira pessoa ao se fazer referência à pessoa: Sua Excelência
o Ministro da Educação estará presente ao encontro.
Emprega-se em segunda pessoa ao se direcionar diretamente à pessoa: Vossa
Excelência deve responder às perguntas agora.
A concordância será sempre realizada em terceira pessoa independente de se
fazer referência ou se direcionar à pessoa: Vossas Excelências devem comparecer ao
plenário para detalhar sua opinião.
O uso do tratamento digníssimo (DD) esta abolido em comunicações de órgãos
públicos.
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece à secular tradição.
São de uso consagrado:
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
a) do Poder Executivo: Presidente da República; Vice-Presidente da República;
Ministros de Estado; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do
Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-
Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial:
Secretários de Estado dos Governos Estaduais: Prefeitos Municipais.
b) do Poder Legislativo: Deputados Federais e Senadores; Ministro do Tribunal
de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de
Contas Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
c) do Poder Judiciário: Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de
Tribunais; Juízes; Auditores da Justiça Militar. No envelope, o endereçamento das
comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte
forma:
97
A Sua Excelência o Senhor A Sua Excelência o Senhor
Senador Fulano de Tal Fulano de Tal
Senado Federal Juiz de Direito da 10º Vara Cível
00.000-000 – Brasília-DF Rua Tal, nº 123
00000-000 --- São Paulo-SP
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O
vocativo adequado é: Senhor Fulano de Tal.
No envelope, deve constar do endereçamento:
Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, nº 123
70.123 --- Curitiba-PR
O Manual da Presidência da República afirma que o superlativo “Ilustríssimo”
para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares
não é necessário. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescenta
ainda que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações
dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de
doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis
em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada
formalidade às comunicações.
Mencionamos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da
tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o
vocativo: Magnífico Reitor.
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia
eclesiástica, são:
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo
correspondente é: Santíssimo Padre.
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos
Cardeais.
Corresponde-lhe o vocativo: Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou Eminentíssimo e
Reverendíssimo Senhor Cardeal.
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a
98
Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para
Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa Reverência é empregado para
sacerdotes, clérigos e demais religiosos.
Fecho
O fecho possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o
destinatário. O Ministério da Justiça havia determinado, em 1937, quinze formas
diferentes de fecho. Atualmente, apenas dois modelos são empregados para todas as
comunicações oficiais:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Republica:
Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Atenciosamente,
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades
estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no
Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.
Assinatura
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as
demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as
expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma de identificação de ser a seguinte:
(espaço para assinatura) NOME
Chefe da Secretária-Geral da Presidência da República (espaço para assinatura)
NOME Ministro de Estado de Justiça
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada
do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Alguns órgãos usam no nome todas as letras maiúsculas. Outros optam por deixar
apenas a inicial do nome e sobrenome em caixa alta.
Algumas Normalizações
Data
1. No texto corrente, as datas e os anos devem ser escritos de forma plena; o
primeiro dia do mês é designado com ordinal: O Brasil proclamou a Independência em
7 de setembro de 1822.
99
Entre 1986 e 1988, o Congresso elaborou a atual Constituição brasileira,
assinada em 8 de outubro de 1988. O Brasil foi campeão mundial de futebol em 1958,
1962, 1994 e 2002.
O documento foi assinado em 1º de abril de 2004. Observações: são admitidas
certas grafias sintéticas consagradas, como Opala 84/85, Safra 97, Lei 10.675/03,
Portaria 102/98. Também nos textos correntes em que for cabível o uso abreviado da
data, não se deve pôr zero à esquerda do número (salvo quando referente ao ano.
5/6/04, 8/10/88 (não 05/06/04, 08/10/88). Recomenda-se ainda, para um uso
padronizado, apenas o emprego de barra.
2. Datas que se tornaram efemérides são escritas por extenso: O Sete de
Setembro, O Quinze de Novembro, o Dois de Julho. Mas (dia 1º): O 1º de Janeiro, o 1º
de Maio.
3. As décadas devem ser mencionadas sem a referência ao século (salvo
quando houver possibilidade de confusão). O “milagre econômico” da década de 70.
Os anos 20 foram fortemente influenciados pela Semana de Arte Moderna de 1922. Na
década de 1850.
Destaques no texto
A. Itálico
É empregado em:
a) estrangeirismo: O Brasil conheceu two-party system durante a ditadura, com a
Arena e o MDB;
b) expressões latinas: data venia; habeas corpus; opportuno tempore; Palavras
formadas como empréstimo devem obedecer às normas ortográficas dos respectivos
idiomas, e não as do português: data venia (sem acento).
c) palavras ou expressões não características da linguagem de quem escreve,
como arcaísmos, expressões populares, gírias, neologismos: Fugiram do tira;
d) Palavras ou partes de texto que se pretende destacar: o veto é uma forma de
participação do Executivo na elaboração das leis;
e) títulos de obras: Estas idéias estão em As democracias contemporâneas, de
Arend Lijphart.
B. Negrito
Geralmente é usado em títulos, capítulos, ementas de acórdãos.
C. Versal
O versal, letra maiúscula ou caixa-alta, é usado para destacar nomes impressos,
100
como os de autor e títulos de obras e suas partes, assim como os de autoria de atos
oficiais: O PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, no usos de suas
atribuições (...).
D. Versalete
O versalete é o tipo que tem a forma de letra maiúscula, mas a altura de
minúscula (caixa-baixa). É usado juntamente com o versal em referência.
Gerúndio
O gerúndio apresenta duas formas: uma simples (lendo) e outra composta
(havendo lido). A forma composta é de caráter perfeito e indica uma ação concluída
anteriormente à que exprime o verbo da oração principal: Não tendo conseguido
dormir, fui assistir ao filme.
Com o sentido de advérbio, o gerúndio pode apresentar diferentes sentidos:
Sendo ainda novo, não quis ir só (causa) Não quis, sendo sábio, resolver as dúvidas
por si mesmo (concessão). Triunfarás, querendo (condição). O carneiro defendia-se
dizendo que... (meio). Ele fala cantando (modo). Proferindo o orador estas palavras, a
assembléia deu vivas (tempo).
É incorreto o uso do gerúndio com sentido pontual, restritivo ou aditivo: Vou
estar fazendo (inadequado). Farei (adequado). Texto contendo erros (inadequado).
Texto que contém erros (adequado). Os nacionalistas estiveram cercando a cidade,
conseguindo por fim tomá-la, sendo aclamados (inadequado). Os nacionalistas
cercaram a cidade e conseguiram tomá-la, pelo que foram aclamados (melhor).
Horas
1. O símbolo de horas é h, o de minutos é min. e o de segundos é s, sem ponto
nem s indicativo de plural, sem espaço entre o número e o símbolo.
2. Na menção de horas apenas, não se usa o símbolo, mas a palavra horas (s),
por extenso: Encontro você às 14 horas.
3. Na menção de horas e minutos, usa-se o símbolo de horas, mas não o de
minutos: Encontro você às 14h30.
4. Na menção de horas, minutos e segundos, usam-se os símbolos de horas e ,
minutos, mas não o de segundos: Encontro você às 14h30min22.
Observações:
A. Quando a referência for a período de tempo e não a hora, não se usa o
símbolo, mas as palavras horas (s), minuto (s), segundo (s), por extenso: A reunião se
estendeu por quatro horas e vinte minutos. A viagem dura dezoito horas. As inscrições
101
encerrarão em 24 horas. O terremoto começou ás 10h35min22 e durou 43 segundos.
B. Na linguagem formal devem-se seguir as instruções acima, mesmo que a
leitura não corresponda exatamente á grafia: A sessão terminou às 12h30. (na leitura:
às doze horas e trinta minutos; às doze e trinta; ao meio dia e meia).
C. As regras acima não se aplicam quando em linguagem estritamente técnica,
não corresponderem à praxe ou a instruções específicas.
Letras maiúsculas
O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa determina que requeiram letras
maiúsculas:
1. Começo de verso ou citação;
2. Antropônimos, alcunhas, topônimos;
3. Nomes sagrados, religiosos, mitológicos, astronômicos;
4. Nomes de altos conceitos religiosos, sociológicos, políticos (esses nomes
são escritos e letras minúsculas quando empregados e sentido geral, indeterminado);
5. Nomes de épocas históricas, datas importantes, atos ou festas solenes;
6. Nomes de artes, ciências, disciplinas, escolas e qualquer grau de ensino;
7. Títulos de obras ou criações do intelecto humano;
8. Nomes de cargos eminentes, dignidades;
9. Nomes de ruas, lugares públicos;
10. Nomes dos pontos cardeais quando designam região;
11. Expressões de tratamento e reverência;
12. As expressões Fulano de Tal, Sicrano e representações de nomes próprios.
Letras minúsculas
1. Iniciais dos nomes dos meses;
2. Partículas monossilábicas e átonas no interior de títulos;
3. Iniciais dos nomes gentílicos: os alemães, os brasileiros;
4. Nomes próprios tornados comuns;
5. Nomes comuns que acompanham nomes geográficos: a baía da Guanabara
6. Nomes de festas pagãs;
7. Depois de dois-pontos que não precedem citação ou nome próprio.
Mesmo
Erro generalizado é o uso de “mesmo” como pronome pessoal. Observe os
exemplos: O desembargador recebeu o processo e analisará o mesmo rapidamente
(inadequado). O desembargador recebeu o processo e o analisará rapidamente
102
(adequado).
O relatório já chegou e o mesmo apresenta erros de conteúdo (inadequado). O
relatório já chegou e apresenta erros de conteúdo (adequado).
Receba de volta seu título e verifique se o mesmo está rubricado pelo diretor.
(inadequado). Receba de volta seu título e verifique se está rubricado. (adequado).
(...) poderá fazer por escrito o seu protesto, e petição dirigida ao juiz, e requerer
que do mesmo se intime a quem de direito. (inadequado). (...) poderá fazer por escrito
o seu protesto, e petição dirigida ao juiz, e requerer que dele se intime a quem de
direito (adequado).
Em Brasília, a Câmara Distrital determinou que todos os elevadores
apresentassem a informação com erro aos usuários.
Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se neste andar
(totalmente inadequado).
O aviso poderia ser reescrito de forma mais adequada assim: Antes de entrar,
verifique se o elevador está no andar.
O pronome pode ser utilizado adequadamente em várias situações. Como
pronome adjetivo: O juiz teve a mesma opinião. Elas mesmas discutiram o assunto.
Como advérbio: Este julgamento é mesmo necessário. Minha casa fica lá
mesmo. Como termo anafórico de uma idéia elocutiva: João afirmou que estava e casa
naquele dia. Pedro disse o mesmo. Inadequado é o uso de “mesmo” como pronome
pessoal, substituindo um substantivo já expresso.
Palavras ou expressões que oferecem dúvida
Abaixo-assinado
Abaixo assinado
Documento
Referência à localização
Absolver
Absorver
Inocentar, perdoar
Sorver; consumir, esgotar
Acender
Ascender
Pôr fogo, alumiar
Subir
Acento
Assento
Tom de voz; sinal gráfico
Lugar de sentar-se
Acerca de
Cerca de
Há cerca de
Sobre; a respeito de
Aproximadamente
Faz aproximadamente
A expensas Á custa de; com esforço
103
Aferir
Auferir
Avaliar; conferir; comparar
Receber, obter
Afinal
A final
Por fim, finalmente
Cumprido ao fim
Afim de
A fim de
Semelhante a; parente de
Finalidade; para
Ambos os dois Não usar
Á medida que
Na medida em que
Proporção; quanto mais
Causa; porque
Ao encontro de
De encontro a
Unir; ser favorável
Chocar; ser contrário
Ao invés
Em vez
Totalmente contrário
No lugar de
A olhos vistos Expressão invariável
Aonde
Onde
Usa-se com verbos que pedem preposição “a”
Usa-se com verbo que pedem preposição “em”
A par
Ao par
Ciente
Indica reciprocidade; paridade
Á parte
Aparte
Isoladamente
Interrupção
Aprender
Apreender
Instruir-se
Assimilar
A princípio
Em princípio
No início
Em tese, teoricamente
A nível de
Ao nível de
Em nível de
Não existe
À altura de
No âmbito de
Através de Não usar no sentido de “por intermédio de”
Bem-vindo
Benvindo
Saudação de chegada
Nomes ou sobrenome de pessoa
Branco Não se deve usar “em branco”
Caçar
Cassar
Apanhar animais ou aves
Tornar nulo, cancelar
Calção Calças curtas
104
Caução Garantia, fiança
Censo
Senso
Recenseamento
Juízo; raciocínio
Cerrar
Serrar
Fechar
Cortar
Cessão
Seção
Sessão
Doação
Departamento; divisão
Reunião; encontro
Cesto
Sexto
Balaio
Ordinal de seis
Cível
Civil
Tribunais civis
Cidadão comum
Colidir
Coligir
Ir de encontro; chocar
Reunir; agrupar
Como sendo Evitar o uso
Conjetura
Conjectura
Hipótese; suposição
Circunstância
Concerto
Conserto
Sessão musical; acordo
Arrumar; reparar
Deferir
Diferir
Conceder; atender
Adiar; ser diferente
Degredado
Degradado
Exilado; expulso; desterrado
Estragado; rebaixado
Delatar
Dilatar
Denunciar
Ampliar; aumentar
Descargo
Desencargo
Alívio
Desobrigação
Descrição
Discrição
Descrever; detalhar
Ser reservado; discreto
Descriminar
Discriminar
Tirar a acusação
Diferenciar
Despensa
Dispensa
Lugar de mantimentos
Isenção; licença
Despercebido Não observado
105
Desapercebido Despreparado; desprovido
Deve de estar
Deve estar
Probabilidade
Obrigação
Dia-a-dia
Dia a dia
Rotina
Um dia após o outro
Eis que, vez que, de vez que Nunca usar com o sentido de causa
Emergir
Imergir
Vir à tona; aparecer
Mergulhar; afundar
Emigrar
Imigrar
Sair de um país e ir morar em outro
Entrar em um país estranho
Eminente
Iminente
Célebre; notável; nobre
Breve; prestes a ocorrer
Em que pese a
Em que pese
Ainda que; idéia concessiva. Com a preposição
“a” o verbo sempre no singular
Emitir
Imitir
Produzir; publicar
Investir; introduzir
Enquanto Nunca usar no sentido de “na condição de”
Esperto
Experto
Astuto
Especialista; perito
Espiar
Expiar
Espionar
Sofrer castigo
Estada
Estadia
Permanência de pessoa
Permanência de veículo
Estádio
Estágio
Fase; período
Preparação
Estância
Instância
Morada; recinto
Foro; jurisdição; juízo
Estático
Extático
Imóvel; firme
Admirado; reverenciado
Flagrante
Fragrante
Notório; evidente; claro
Perfumado; aromatizado
Fluir
Fruir
Correr naturalmente
Desfrutar; gozar
Fuzil Arma; espingarda; carabina
106
Fusível Peça de instalação elétrica
Há que + infinitivo É necessário
Incidente
Acidente
Ocasional
Fato casual grave
Incipiente
Insipiente
Iniciante; aprendiz
Ignorante; sem sabedoria
Inflação
Infração
Desvalorização do dinheiro
Transgredir; violar
Intercessão
Interseção/intersecção
Interceder por; intervir
Dividir; cortar
Judicial
Judiciário
Relativo ao poder judiciário
Relativo ao direito processual
Mal
Mau
Contrário de “bem”
Contrário de “bom”
Mandado
Mandato
Ordem judicial
Tempo para cumprir missão diplomática
Pleito
Preito
Disputa
Homenagem
Posto que Apesar de; ainda que; embora
Por que
Por quê
Por qual motivo; pelo (a) qual
Por qual motivo (final)
Porque
Porquê
Explicação ou causa
Substantivo
Precedente
Procedente
Antecedente
Relativo à origens; verdadeiro
Prever
Prover
Provir
Antecipar; calcular
Nomear para cargo; abastecer
Proceder; resultar
Proeminente
Preeminente
Saliente; fora do padrão
Nobre; distinto
Prescrição
Proscrição
Recomendação; ordem
Expulsão; elintinação
Previdência
Providência
Ser prudente; antecipar-se
Atitude; sabedoria divina
107
Prostrar-se
Postar-se
Curvar-se; humilhar-se
Pôr-se; colocar-se
Ratificar
Retificar
Confirmar
Corrigir
Remição
Remissão
Resgatar; liberar
Perdoar; fazer referência
Senão
Se não
A não ser; do contrário
Caso não; possibilidade
Sexta-feira
Sesta
Cesta
Numeral
Descanso após o almoço
Utensílio
Sobrescrever/sobrescritar
Subscrever ou subscritar
Escrever nome e endereço do destinatário
Assinar
Sustar
Suster
Suspender; cancelar
Sustentar; manter
Tacha
Taxa
Pequeno prego; mancha
Imposto; porcentagem
Tachar
Taxar
Censurar; considerar
Relativo é taxa
Tampouco
Tão pouco
Também não
Muito pouco
Todo
Todo o
Todos os
Cada um; qualquer
Inteiro
Plenitude
Tráfego
Tráfico
Trânsito; movimento
Comércio ou negócio
Trata-se de Expressão invariável quando não se re fere à pessoa
Válido
Valido
Sadio; vigoroso
Protegido
Viagem
Viajem
Substantivo
Verbo
Vultoso
Vultuoso
Grande; imenso
Congestão facial
108
Regência
Regência é a parte da Gramática que trata das relações entre os termos de uma
oração, verificando se um termo pede ou não complemento. Ocorrem na língua
portuguesa dois tipos de regência:
A) Regência nominal: quando o termo regente é um nome.
B) Regência verbal: quando o termo regente é um verbo.
Regência de alguns nomes
Acessível a Capacidade de, para
Acesso a, para Capaz de, para
Adaptado a Certeza de, em
Admiração a, por Compatível com
Afável com para com Contemporâneo a, de
Aflito com, por Constituído de
Agradável a, de Contíguo a
Alheio a, de Contrário a
Alusão a Curioso de, para
109
Insensível a Rigoroso com, em
Junto a, com, de Saudade de, por
Liberal com Satisfeito com, de, em, por
Amor a, por Descontente com
Análogo a Desejosos de
Ânsia de, por Devoção a, para com, por
Ansioso de, para, por Devoto a, de
Antipatia de, para, por Domiciliado em
Apto a, para Dúvida em, sobre
Atenção a, com, para com Empecilho a, para
Atento a, com Entendido em
Aversão a, por Equivalente a
Ávido de Escasso de
Atentado a, contra Essencial a, para
Bacharel em Fácil de
Benéfico a, para escasso de Fanático por
Fuga de, a Passível de
Favorável a Perto de
Generoso com Preferência por
Gosto de, em Preferível a
Grato a, por Prejudicial a
Guerra a, com, contra, entre Prestes a
Hábil em Proeminência sobre
Habituado a Propenso a
Horror a, de Propício a
Idêntico a Próprio de, em
Igual a, para Próximo a, de
Imbuído de, em Relacionado com
Impaciência com Relativo a
Impróprio para Respeito a, entre, para com, por
Indeciso em Residente em
110
Longe de Segurança de, em
Medo de Semelhante a
Natural de Sensível a
Necessário a, para Sito em
Nocivo a, para Situado em
Obediência a Suspeito de
Ojeriza a, por Temor a, de
Oportunidade de, para Violação a, de
Paralelo a Vizinho a, de
Regência de alguns verbos empregados em órgãos públ icos VI -.Verbo intransitivo VTD - Verbo transitivo direto VTI - Verbo transistivo indireto Ab -rogar ; VTD no sentido de revogar uma lei, decreto, etc. Acarear ; VTD no sentido de defrontar testemunhas. Acionar ; VTD no sentido de ação judicial. Acoimar ; VTD no sentido de infligir, punir. Acordar : VI no sentido de fazer um acordo, firmar contrato. VTD no sentido de
concordar, resolver em comum acordo. Adimplir ; VTD no sentido de cumprir, executar um contrato. Adjucar : VTD no sentido de declarar judicialmente que alguma coisa pertence a
alguém. Ad -rogar : VTD no sentido de tomar por adoção pessoa sui juris. Agradar : VTD (fazer carinho, presentear); VTI com preposição “a” (satisfazer). Agradecer : VTDI — o objeto direto é sempre coisa, e o indireto é sempre
pessoa. Agravar : VTD no sentido de onerar, sobrecarregar. Ajudar ; VTD ou VTI com a preposição “a”. Anuir : VTI com a preposição “a”. Apenar : VTD no sentido de punir, condenar. Arrestar : VTD no sentido de fazer ou decretar arresto. Arrogar : VTD no sentido de apropriar-se de, tomar como seu. VTDI no sentido
de exigir ou atribuir-se direitos indevidos. Arrolar : VTD no sentido de fazer constar em rol ou lista a relação dos bens de
um espólio. Aspirar : VTD (sorver, inspirar) e VTI com a preposição “a” (desejar). Assíduo : regência nominal com a preposição “em”.
111
Assistir : VTD (prestar assistência); VTI com a preposição “a” (ver, ter direito) ;VI (morar).
Atender : VTD ou VTI com a preposição “a” para pessoa; VTI com a preposição “a” para coisa no sentido de dar atenção.
Atingir : VTD (alcançar o alvo). Autar : VTD no sentido de lavrar um auto. VTDI no sentido de exigir ou atribuir-se
direito indevido. Avisar , certificar, cientificar, informar: VTDI (algo a alguém ou alguém de algo). Avocar : VTDI no sentido de chamar a si, atribuir-se. Caluniar : VTD no sentido de imputar falsamente. Caucionar : VTD no sentido de assegurar com caução, dar em garantia. Chamar : VTD e VTI com a preposição “a” (considerar); VTD (convocar, fazer
vir); VTDI com a preposição “a” no sentido de repreender. Chegar , ir, sair, vir: Intransitivo. Circundutar : VTD no sentido de julgar nula ou sem eficácia uma citação. Citar : VTD no sentido dc chamar alguém a juízo. Cominar : VTDI no sentido de ameaçar com pena ou castigo no caso de
infração. Compartilhar : VTD Comunicar : VTDI com a preposição “a”. Comutar : VTD no sentido de permutar um pena mais grave por outra mais
branda. Consentir : VTI com a preposição “em” (concordar); VTDI com a preposição “a” (
permitir). Consistir : VTI com a preposição “em”. Coonestar : VTD no sentido de dar aparência de honestidade. Correger : VI no sentido de fazer correição. VTD no sentido de fazer o
pagamento do dano ou da indenização. Custar : VTI com a preposição “a”(ser custoso, ser difícil); TDI com a preposição
“a” (causar). Desobedecer : VTI com a preposição “a”. Delinquir : VI no sentido de cometer crime, delito. Demandar : VI no sentido de disputar em juízo. VTD no sentido de intentar ação
judicial. Denunciar : VTD no sentido de notificar, dar ciência. Deprecar : VTI no sentido de requisitar a colega de outra jurisdição a prática de
ato ou diligência necessária ao andamento de um processo. Derrogar : VTD no sentido de revogar parcialmente uma lei, decreto,
regulamento. Desaforar : VTD no sentido de isentar o pagamento, de um foro ou no sentido de
transferir um processo de um foro para outro. E pronominal no sentido de renunciar aos privilégios do foro.
Desagravar : VTD no sentido de reparar uma ofensa ou insulto. Descriminar : VTD no sentido de absolver do crime, excluir a injuridicidade ou
condição criminosa Difamar : VTD no sentido de imputar fato ofensivo à reputação de alguém. Dignar-se : VTI com a preposição “de”. Distratar : VTD no sentido de anular o ajuste ou contrato. Embargar : VTD no sentido de pôr embargos. Equivalente : regência nominal com a preposição “a” ou “de”. Escoimar ; VTD no sentido de livrar pena ou censura.
112
Esquecer : VTD ou VTI com pronome e preposição “de”. Evencer : VTD no sentido de desapossar judicialmente a pessoa da propriedade
que detém. Faltar : VTI com a preposição “a” (ausentar-se, inexistir). Impedir : VTDI com dupla regência: algo a alguém ou alguém de algo. Implicar : VTD (acarretar); VTI com a preposição “com” (perturbar). Inadimplir : VTD no sentido de descumprir a obrigação contratual assumida. Indiciar : VTD no sentido de proceder a imputação criminal contra alguém. Inquirir : VTD no sentido de fazer perguntas, indagar. Insimular : VTD no sentido de atribuir crime, denunciar. Interpelar : VTD no sentido de exigir categoricamente explicações em juízo. Lembrar : mesma regra de esquecer. Obedecer : VTI com a preposição “a”. Pagar : VTDI com a preposição “a”. Objeto direto é a coisa e objeto indireto é a
pessoa. Perdoar : VTDI com a preposição “a”. Objeto direto é a coisa e o objeto indireto é
pessoa. Preferir : VTDI com a preposição “a”. Nunca usar “prefiro mais” e prefiro algo do
que outra coisa. Presidir : VTD ou VTI no sentido de exercer a presidência. Prevenir : VTD (evitar); VTDI com a preposição “de” (avisar). Proceder : VTI com a preposição “a” (dar sequência, promover, realizar). VI com
a preposição “de” no sentido de indicar origem. Querer : VTD (desejar); VTI com a preposição “a” (estimar). Renunciar : VTD ou VTI com a preposição “a”. Reparar : VTD (consertar); VTI com as preposições “em” ou “para” (observar). Ressarcir : VTD no sentido de pagar o prejuízo causado. Residir : VI com a preposição “em”. Responder : VTDI com a preposição “a”. Revogar : VTD no sentido de anular ou retirar. – Sancionar : VTD no sentido de dar sanção, aprovação, confirmação. Satisfazer : VTD ou VTI com a preposição “a” (solicitar). Substabelecer : VTD no sentido de transferir a outrem os poderes conferidos
num mandato Suceder : TI com a preposição “a” (substituir). Sobressair : VTI com preposição “em”. Não é verbo pronominal. Torcer : VTI com a preposição “por”. Visar : VTD (pôr o visto); VTI com a preposição “a” (objetivar).
Concordância
Concordância é o princípio sintático segundo o qual, na frase, as palavras
determinantes se adaptam às palavras das quais dependem. Temos, assim, em
gramática:
a) concordância nominal: é a adaptação em gênero e número que ocorre
entre o substantivo (ou equivalente) e seus modificadores (artigos, pronomes,
adjetivos ou numerais);
113
b) concordância verbal: é a adaptação, em número e pessoa, que ocorre
entre o verbo e seu respectivo sujeito.
Concordância nominal
Regra geral
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em gênero e número com o
nome a que se referem:
homem magro mulher magra
homens magros mulheres magras
Casos especiais
Há, na língua portuguesa, alguns casos particulares de concordância nominal
aos quais devemos estar sempre atentos. São os seguintes:
1. No caso de mais de um substantivo, se estes estiverem no singular e forem
do mesmo gênero, o adjetivo, na função de adjunto adnominal, poderá ficar no
singular ou irá para o plural:
2. Se os substantivos estiverem no singular e forem de gêneros diferentes, o
adjetivo concordará com o mais próximo ou irá para o masculino plural:
3. Se os substantivos estiverem no plural e forem de gêneros diferentes, o
adjetivo , na função de adjunto adnominal , concordará com o mais próximo ou irá
para o masculino plural:
4. Se os substantivos forem de gênero e número diferentes, o adjetivo , na
função de adjunto adnominal , concordará com o mais próximo ou irá para o
masculino plural:
114
5. Se o adjetivo , na função de adjunto adnominal, estiver anteposto a dois ou
mais substantivos, concordará sempre com o mais próximo:
OBSERVAÇÃO
No caso de anteceder nomes de pessoas , o adjetivo , na função de adjunto
adnominal , deverá ir para o plural:
6. O adjetivo, na função de predicativo do sujeito, deve concordar com a
totalidade dos elementos do sujeito:
OBSERVAÇÃO
Se o verbo de ligação iniciar a frase, haverá duas possibilidades de
concordância:
7. O adjetivo , na função de predicativo do objeto , concorda em gênero e
número do núcleo do objeto. Havendo dois ou mais núcleos de gêneros diferentes, vai
para o masculino plural :
OBSERVAÇÃO:
Se o predicativo do objeto vier anteposto a dois ou mais núcleos do objeto, ele
poderá também concordar com o núcleo mais próximo:
115
8. As expressões um e outro e nem um nem outro deixam o substantivo no
singular, mas o adjetivo deve ir para o plural:
9. Em caso de numerais ordinais, o substantivo pode ficar tanto no singular
quanto no plural, desde que todos os numerais estejam antecedidos de artigo:
OBSERVAÇÃO
Se apenas o primeiro numeral estiver precedido de artigo , o substantivo irá
obrigatoriamente para o plural:
10. Palavras como mesmo, próprio, quite, leso, incluso, anexo, obriga do etc.
concordam normalmente com a palavra a que se referem:
OBSERVAÇÃO
Não é recomendável empregar a expressão “em anexo” , já que anexo é
adjetivo e, como tal, não pode ser preposicionado. O mesmo princípio vale para “em
incluso”.
11. As palavras bastante , meio , caro , barato e só variam quando têm valor de
adjetivo:
116
OBSERVAÇÃO
As palavras abaixo não variam quando empregadas com valor de advérbio :
12. Substantivos antepostos a vários adjetivos admitem três construções:
13. Se o sujeito não vier determinado por artigo ou por pronome demonstrativo,
o adjetivo permanecerá invariável:
Se o sujeito aparecer determinado por artigo ou pronome demonstrativo , a
concordância será normal:
14. As palavras pseudo , alerta , monstro e menos são invariáveis:
15. Flexão dos adjetivos compostos
Como regra geral, somente o último elemento do adjetivo composto recebe
flexão, tanto de gênero quanto de número:
Exceção: surdo-mudo (os dois elementos devem ser flexionados).
117
16. Palavras que indicam cor
a) Se a palavra que indica cor é adjetivo, deverá concordar em gênero e número
com o substantivo a que se refere:
b) Se a palavra que indica cor for substantivo, deverá permanecer invariável:
c) Se o adjetivo composto indicar cor, será flexionado normalmente:
d) Se o adjetivo composto indicar cor comparada, permanecerá invariável:
e) Os adjetivos compostos azul-marinho, azul-celeste e verde-gaio são
sempre invariáveis:
CONCORDÂNCIA VERBAL
Observe os exemplos:
Pelos exemplos apresentados, percebemos que existe uma harmonia de pessoa
e número entre o verbo e o sujeito das orações. Dizemos, portanto, que existe
concordância entre eles.
A concordância verbal , geralmente, ocorre entre o verbo e o seu respectivo
sujeito , conforme esquematizamos no quadro seguinte:
118
Princípios gerais de concordância verbal
Sujeito simples
1. O verbo plural concorda com o núcleo do sujeito simples em número e
pessoa :
2. Em caso de sujeito representado por um substantivo coletivo , o verbo
fica na 3ª pessoa do singular:
OBSERVAÇÃO
Quando o coletivo é seguido de adjunto adnominal no plural , o verbo fica no
singular ou pode ir para o plural :
3. Se o sujeito é representado por expressões partitivas (a maioria de, a maior
parte de, a metade de, uma porção de etc.), o verbo pode concordar tanto com o
núcleo dessas expressões como o substantivo que as segue:
4. Quando o sujeito é representado por expressões aproximativas (cerca de, perto
de), o verbo concorda com o substantivo determinado por essas expressões:
5. Se o sujeito for introduzido pela expressão mais de um , o verbo ficará no
singular:
119
OBSERVAÇÃO
Quando a expressão mais de um vem repetida ou se associa a um verbo
exprimindo reciprocidade, o emprego do plural é obrigatório:
6. Em casos de concordância com locuções pronominais (algum de nós/vós,
alguns de nós/vós, qual de nós/vós, quais de nós/vó s, etc.):
a) O verbo fica no singular quando o primeiro pronome da locução figura no
singular:
b) quando o primeiro pronome figura no plural, o verbo pode concordar com esse
pronome ou com o pronome pessoal:
7. Se o sujeito for formado pela expressão um dos... que , o verbo irá para o
plural:
OBSERVAÇOES
1.ª) Nesses exemplos, a lógica é a seguinte:
2.ª) Não é raro, porém, encontrar-se em bons autores o verbo no singular:
8. Com o sujeito realçado pela palavra que, o verbo concorda com o
antecedente dessa palavra:
Algum de nós o acompanhará. Qual de vós abandonou a luta ? “Nenhum de nós voltará mais a gruta de Covadonga!” (Alexandre Herculano)
Alguns de nós o acompanharão. Alguns de nós o acompanharemos. Quais de vós abandonaram a luta? Quais de vós abandonastes a luta?
Ele é um dos jogadores que mais atuaram pela Seleção. Encostei a uma das balaustras que limitam o paredão.” ( Graciliano Ramos)
Dentre os jogadores que atuaram pela Seleção, ele é um. Dentre as balaustradas que limitam o paredão, ela é uma.
Uma das felicidades que se contava entre as do tempo presente, era acabarem-se as comedias de Portugal”. ( Pe. Antonio Vieira) “Um dos homens que mais logrou dos bens deste mundo foi Salomão.” (Pe. Manuel Bernardes)
120
Aqui sou eu que tomo as iniciativas. Fomos nós que fizemos a denúncia.
9. Quando o sujeito for representado pelo pronome quem , o verbo ficará na 3ª
pessoa do singular ou poderá concorda com o antecedente desse pronome:
10. Em caso de sujeito representado por pronomes de tratamento , o verbo
deve ser empregado na 3.ª pessoa do singular ou do plural , concordando com o
número gramatical desses pronomes:
11. O sujeito representado por substantivo próprio no plural:
a) Com artigo no plural, o verbo vai para o plural:
.Sem artigo ou com artigo no singular , o verbo fica no singular:
b) Com nomes de obras no plural seguidos de verbo ser, este fica no singular,
desde que o predicativo figure no singular:
Os Miseráveis é uma célebre obra de Victor Hugo.
12. Quando o sujeito é representado por expressões indicativa de porcentagem ,
o verbo pode concordar com o numeral ou com o substantivo a que se refere à
porcentagem:
OBSERVAÇÕES
1.ª) O plural será obrigatório se o numeral vier com determinantes no plural:
2.ª) O verbo concordará com o numeral quando vier anteposto a expressão de
porcentagem :
Somos nós quem contará a verdade a ele. Somos nós quem contaremos a verdade a ele Não sou eu quem está no jogo.” (Érico Veríssimo) És tu quem dás frescor à mansa brisa,” (Gonçalves Dias).
Vossa Excelência apreciou o Jantar? Vossas Senhorias concordaram com essa opinião.
Os Sertões notabilizaram Euclides da Cunha. Os Estados Unidos sofreram duros ataques terroristas
Minas Gerais é uma região de montanhas. O Amazonas parece um verdadeiro mar.
35% da população apoiam essas medidas 35% da população apoia essas medidas 35% dos entrevistados apoiam essas medidas
Os 35% da população apoiam essas medidas Os citados 15% da população permancerão no mercado
121
3.ª) Com 1%, deixe o verbo sempre no singular:
Sujeito Composto
1. Quando anteposto ao verbo, este vai para o plural:
O líder e seus comparsas abandonaram o cativeiro
2. Proposto ao verbo, este vai para o plural ou pode concordar com o núcleo
mais próximo:
OBSERVAÇAO
Se o verbo anteposto indicar ação recíproca , ele deverá ir para o plural:
Já não se entendiam o líder e seus comparsas.
3. Se houver sujeito composto de palavras sinônimas ou ordenado em gradação,
o verbo poderá ficar no singular ou ir para o plural
A minha dor, a minha angustia, o meu desespero não os comovia. A minha dor, a minha angustia, o meu desespero não os comoviam.
4. Em caso de sujeito simples, porém, com mais de um núcleo, o verbo fica no
singular:
5. Caso haja sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve
ir para o plural
a) Se houver a 1ª pessoa, ela prevalecerá sobre as demais:
Eu, tu e ele viajaremos
b) Havendo a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar-se na 2ª ou na 3ª pessoa:
Tu e ele sois testemunhas Tu e ele são testemunhas “ Matar-me ia, ainda assim, se tu e os outros me chamassem covarde ” (Almeida Garrett) Juro que tu e tua filha me pagam” (Coelho Neto)
Outras ocorrências de concordância Verbal.
1. Se o sujeito estiver ligado por ou :
Serão exportados 60% da produção de café Não compareceram a eleição 10% do eleitorado.
1% dos candidatos não compareceu a prova.
Abandonaram o cativeiro o líder e seus comparsas Abandonou o cativeiro o líder e seus comparsas
Meu mestre e grande amigo, merece toda minha consideração. O eleitor, cidadão esclarecido vota conscientemente.
122
a) O verbo irá para o plural quando o fato expresso por ele abranger todos os
núcleos:
b) O verbo ficará no singular quando houver idéia de exclusão:
Você ou ele será orador dos formandos.
c) O verbo fica no singular quando a conjunção ou ligar palavras ou expressões
sinônimas:
Topologia pronominal ou sintaxe de colocação constitui um importante tópico de nossa linguagem
d) O verbo concordará com o segundo núcleo quando a conjunção ou indicar
retificação ou probabilidade:
O autor ou autores do delito não deixaram nenhum vestígio .
2. O sujeito ligado pela preposição com :
a) O verbo vai para o plural quando se deseja indicar a ação de todos os
elementos do sujeito:
O presidente com alguns ministros viajaram para o exterior
b) O verbo fica no singular quando se deseja enfatizar a ação apenas do
primeiro núcleo. Nesse caso, recomenda-se isolar por meio de vírgulas o termo
introduzido pela preposição com , já que ele exerce a função de adjunto adverbial de
companhia:
3. Sujeito ligado por nem...nem
a) O verbo irá para o plural se o fato expresso se referir a todos os núcleos:
Nem a fama nem o poder lhe trouxeram.
b) Havendo a exclusão virtual de um dos elementos do sujeito, o verbo deverá
ficar no singular:
4. Sujeito seguido de um aposto resumidor (tudo, nada, ninguém, cada um ). O
verbo concorda com o aposto :
O fumo ou álcool prejudicam a saúde
O presidente com alguns ministros viajou para o exterior.
Nem o Brasil nem o Paraguai será o vencedor da próxima.
123
Jogos, festas, jantares, nada o tirava de seu isolamento. Parente, amigos, vizinhos, ninguém o socorreu. Os berros, os argumentos, as risadas, tudo parou de repente
. 5. Sujeito representado por um e outro ou nem um nem outro . O verbo fica no
singular ou pode ir para o plura l:
Um e outro mentia constantemente Um e outro mentiam constantemente Nem um nem outro conseguiu fugir Nem um nem outro conseguiram fugir
6. Sujeito representado por um e outro , o verbo fica no singular , pois a idéia é
de exclusão:
7. Sujeito representado por infinitivos :
a) Se não houver determinante, o verbo ficará no singular:
Comer e dormir faz mal á digestão.
b) Havendo determinação, o verbo irá para o plural:
c) Se os infinitivos indicarem ações opostas , o verbo irá para o plural:
Rir e chorar muitas vezes são contagiosos.
8. Sujeito ligado por conjunções correlativas (não só... mas também, tanto...
quanto, não só... como também etc.). O verbo fica no singular ou pode ir para o
plural:
9. Concordância com a palavra se:
a) Quando o se é índice de indeterminação do sujeito , o verbo fica na 3ª
pessoa do singular . Isso ocorre quando a partícula se acompanha verbos
intransitivos, transitivos indiretos ou de ligação :
Trabalha-se pouco durante o Carnaval. Já não se acredita em milagreiros. Era-se mais feliz antigamente.
Um ou outro receberá este prêmio
O lutar e o vencer constituem a minha meta.
Não só o riso, como também o choro, nos contagia. Não só o riso, como também o choro, nos contagiam. Tanto o corpo docente quanto o discente participará das festividades. Tanto o corpo docente quanto o discente participarão das festividades.
124
b) Quando o se é pronome apassivador , o verbo concorda normalmente com o
sujeito paciente. Isso ocorre com verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e
indiretos :
Comentou -se esse caso. (=Esse caso foi comentado.) VTD pron. Suj. Suj. paciente apass. paciente
Comentrram -se esses casos. (=Esses casos foram comentados.)
VTD pron. Suj. Suj. paciente apass. paciente
Entregou -se o prêmio ao vencedor. (O prêmio foi entregue ao vencedor.)
VTD pron. Suj. Suj. paciente apass. paciente
Entregram -se os prêmios aos vencedores. (Os prêmios foram entregues aos vencedores.) VTD pron. Suj. Suj. paciente apass. paciente
10. Concordância dos verbos dar, bater e soar. Empregados em referência a
horas, esses verbos concordam com a expressão numérica que indica horas:
Quando o sujeito é a palavra relógio (ou equivalente), o verbo naturalmente concorda
com ele:
“Ouvi nitidamente o relógio da portaria dar as onze horas.” (Pedro Nava) Sujeito
Soou cinco horas o sino da capela .
Sujeito
11. Concordância do verbo parecer . Esse verbo, anteposto a um infinitivo,
admite dois tipos de concordância:
a) flexiona-se o verbo parecer , e o infinitivo fica invariável:
As horas parecem demorar a passar.
b) flexiona-se o infinitivo , e o verbo parecer fica invariável:
As horas parece demorarem a passar.
12. Concordância da expressão haja vista . No português atual, essa expressão
“Soaram doze horas nas igrejas daquele vales.” (Camilo Castelo Branco) Sujeito
Deu meio-dia no relógio da estação.
Sujeito
“E a noite ia passando. Deram dez horas .” (Aluísio Azevedo) Sujeito
125
é invariável. Equivale ao imperativo do verbo ver :
A inflação está sob controle: haja vista os índices.
OBSERVAÇÃO
Haja visto é tempo composto do verbo ver :
Espero que o diretor já haja visto o meu pedido de licença. (= tenha visto)
13. Sujeito representado por pronomes pessoais oblíquos . Quando um verbo
no infinitivo acompanha um sujeito representado por pronome oblíquo átono antecedido
de verbos como deixar, mandar, fazer, perceber , etc., não deve ser flexionado:
Deixe nos viver em paz, por favor. Mande os entrar imediatamente.
14. Concordância dos verbos impessoais :
a) quando indica tempo decorrido, existência, ocorrência, acontecimento, o
verbo haver fica sempre na 3ª pessoa do singular:
Havia anos que não víamos o mar. Houve muitos tumultos durante a manifestação dos grevistas.
b) os verbos que exprimem fenômenos da natureza ficam na 3ª pessoa do
singular:
c) os verbos fazer e estar , na indicação de tempo ou clima, devem permanecer
na 3ª pessoa do singular:
Faz dez minutos que o diretor chegou. Faz dias muito quentes em Goiás. Já está tarde e frio.
OBSERVAÇÃO:
Nas locuções verbais , a impessoalidade desses verbos é transferida para o
verbo auxiliar :
Deve haver muitos candidatos na lista de espera. Deve fazer uns cinco anos que eles se casaram
. 15. Concordância do verbo ser :
a) na determinação de datas, horas e distâncias, embora seja impessoal, o
verbo ser concorda com a expressão a que se refere:
Choveu muito durante o Carnaval. Ventava durante a nossa longa
126
“O quê! Já são 29 de agosto? (Eça de Queirós) Já é quase meio-dia. São dezesseis horas. Daqui ao centro são quinze quilômetros
b) havendo sujeito e predicativo, o verbo ser concorda com certas palavras que
prevalecem sobre outras. Observe esse tipo de prevalência no quadro seguinte:
Entre Prevalece Exemplos
pessoas coisas pessoa “O mundo são os homens .” (Pe. Antonio Vieira)
nome próprio nome comum nome próprio Ayrton Senna era as alegrias do domingo.
plural singular plural Sua roupa eram alguns trapos .
pronome reto qualquer
palavra
pronome reto Agora o líder és tu .
c) o verbo ser concorda com o predicativo no singular quando o sujeito no plural,
sem determinantes, indica uma classe geral de seres, e não um ser:
Panelas vazias é sinal de fome. Lágrimas falsas é um veneno
. d) quando o sujeito é uma expressão numérica, o verbo ser fica no singular:
Para conhecer a Europa, três meses é pouco. Dois mil reais por mês é suficiente para um casal. “Oito anos sempre é alguma coisa.” (Carlos Drummond de Andrade)
e) quando o sujeito é representado pelos pronomes tudo , isso , isto ou aquilo , o
verbo ser pode concordar com o sujeito ou com o predicativo :
f) nas frases em que ocorre a locução é que , o verbo ser concorda com o
substantivo ou pronome antecedente, já que são efetivamente o sujeito da oração:
Nós é que somos os responsáveis pelos menores. “Os efeitos é que foram diversos.” (Machado de Assis)
16. Concordância irregular ou ideológica
Quando a concordância (nominal ou verbal) se faz com a idéia contida na frase,
e não com o termo expresso, ocorre concordância irregular ou ideológica. Esse tipo de
concordância recebe o nome de silepse .
Há três tipos de silepse : de gênero , de número e de pessoa .
“Tudo isso eram suposições...” (Luís Jardim) “Já tudo é cinzas, tudo destruição.” (Gonçalves Dias)
127
a) Silepse de gênero – ocorre quando a concordância se faz com o gênero
gramatical implícito:
Nesse caso, os adjetivos populosa e turbulenta estabelecem concordância
irregular com a palavra cidade.
b) Silepse de número – ocorre quando a concordância se faz com o número
gramatical implícito:
“Coisa curiosa é gente velha. Como comem .” (Aníbal Machado)
Nesse exemplo, o verbo comer está no plural em concordância com a idéia
contida no coletivo gente (=pessoas ).
c) Silepse de pessoa – ocorre quando a concordância se faz com a pessoa
gramatical implícita:
“Quanto à pátria da Origem, todos os homens somos do Céu.” (Pe. Manuel Bernardes)
Já nesse exemplo, o verbo ser está na 1ª pessoa do plural porque o emissor inclui-
se entre os homens (=nós )
GUIA PRÁTICO DA NOVA ORTOGRAFIA BRASILEIRA
Mudança no alfabeto
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
O alfabeto completo passa a ser: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V
W X Y Z.
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos
dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg
(quilograma), W (watt);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show,
playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, Kafkiano.
Trema
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela
“Eu sentia - me morrer de tristeza e de isolamento no meio da populosa e turbulenta Londres.” (Almeida Garrett)
128
deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que e qui .
Como era Como fica
Agüentar Aguentar
Argüir Arguir
Bilíngüe Bilíngue
Cinqüenta Cinquenta
Delinqüente Delinquente
Eloqüente Eloquente
Ensangüentado Ensanguentado
Eqüestre Equestre
Freqüente Frequente
Lingüeta Lingueta
Lingüiça Linguiça
Qüinqüênio Quinquênio
Sagüi Sagui
Seqüência Sequência
Seqüestro Sequestro
Tranqüilo Tranquilo
Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.
Exemplos: Müller, mülleriano.
Mudanças nas regras de acentuação
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e oi das palavras
paroxítonas (palavra que têm acento tônico na penúltima sílaba).
Como era Como fica
Alcalóide Alcaloide
Alcatéia Alcatéia
Andróide Androide
Apóia (verbo apoiar) Apoia
Asteróide Asteroide
Bóia Boia
Celulóide Celuloide
Clarabóia Claraboia
Colméia Colmeia
129
Coréia Coreia
Debilóide Deboloide
Epopéia Epopeia
Estóico Estoico
Estréia Estreia
Estréio (verbo estrear) Estreio
Geléia Geleia
Heróico Heroico
Idéia Ideia
Jibóia Jiboia
Jóia Joia
Odisséia Odisseia
Paranóia Paranoia
Paranóico Paranoico
Platéia Plateia
Tramóia Tramoia
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a
ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, oi, óis.
Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos
quando vierem depois de um ditongo.
Como era Como fica
Baiúca Baiuca
Bocaiúva Bocaiuva
Cauíla Cauila
Feiúra Feiura
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos
de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôos (s)
Como era Como fica
Abençôo Abençoo
130
Crêem (verbo crer) Creem
Dêem (verbo dar) Deem
Dôo (verbo doar) Doo
Enjôo Enjoo
Lêem (verbo ler) Leem
Magôo (verbo magoar) Magoo
Perdôo (verbo perdoar) Perdoo
Povôo (verbo povoar) Povoo
Vêem (verbo ver) Veem
Vôos Voos
Zôo Zoo
4. Não se usa mais o acento que diferencia os pares pára/para, péla(s)/pela(s),
pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/pólo(s) e pêra/pera
Como era Como fica
Ele pára o carro Ele para o carro
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Ele gostaria de jogar pólo. Ele gostaria de jogar polo.
Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos.
Comi uma pêra. Comi uma pera .
Atenção:
� Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do
verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a
forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mais hoje ele pode.
� Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição.
Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.
� Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e
vir , assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir,
advir etc.). Exemplos:
131
Ele tem dois carros / Eles têm dois carros. Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba. Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra. Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes. Ele detém o poder. / Eles detêm o poder Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.
� É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras
forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja
este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?
5. Não se usa mais o acento agudo no u das formas (tu) arguis, (ele) argui,
(eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir .
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminado em guar , quar e quir ,
como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinqüir etc. Esses
verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do
presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser
acentuadas.
Exemplos:
� Verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues,
enxáguem.
� Verbo delínquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem, deínqua, delínquas,
delínquam.
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formam deixam de ser
acentuadas.
Exemplos: (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente
que as outras):
� Verbo enxaguar, enxaguo, enxaguas, enxaguam, enxague, enxagues,
enxaguem.
� Verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem, deinqua, delinquas,
delinquam.
Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.
132
Uso do hífen
Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo acordo. Mas, como
se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a
compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do
hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas
pelo acordo.
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por
prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além,
ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro,
hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pseudo,
retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.
Exemplos:
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h).
2. Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal com que se inicia o
segundo elemento.
Exemplos:
Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo
quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação,
cooptar, coocupante, etc.
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento
começa por consoante diferente de r ou s.
Exemplos:
anti-higiênico anti-histórico co-herdeiro macro-história mini-hotel
proto-história sobre-humano super-homem ultra-humano
aeroespacial agroindustrial anteontem antiaéreo antieducativo autoaprendizagem
autoescola autoestrada autoinstrução coautor coedição extraescolar
infraestrutura plurianual semiaberto semianalfabeto semiesférico semiopaco
133
anteprojeto antipedagógico autopeça autoproteção coprodução geopolítica
microcomputador pseudoprofessor semicírculo semideus seminovo ultramoderno
Atenção: com o prefixo vice , usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante
etc.
4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento
começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras.
Exemplos:
antirrábico antirracismo antirreligioso antirrugas antissocial biorritimo
contrarregra contrassenso cosseno infrassom microssistema minissaia
multissecular neorrealismo neossimbolista semirreta ultrarresistente ultrassom
5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento
começar pela mesma vogal.
Exemplos:
6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo
elemento começar pela mesma consoante.
Exemplos:
Atenção:
� Nos demais casos não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado, intermunicipal,
superinteressante, superproteção.
� Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-
região, sub-raça etc.
� Com os prefixos circum e pan , usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m,
n e vogal : circum-navegação, pan-americano etc.
anti-ibérico anti-imperialista anti-inflacionário anti-inflamatório auto-observação contra-almirante
contra-atacar contra-ataque micro-ondas micro-ônibus semi-internato semi-interno
hiper-requintado inter-racial inter-regional sub-bibliotecário
super-racista super-racionário super-resistente super-romântico
134
7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa hífen se o segundo
elemento começar por vogal.
Exemplos:
8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró , usa-se
sempre o hífen.
Exemplos:
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: Açu, guaçue
mirim.
Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente
se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos
vocabulares.
Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.
11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderem a noção de
composição.
Exemplos:
12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou
combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte.
Exemplos:
hiperacidez, hiperativo interescolar interestadual interestudantil
superamigo superaquecimento superexigente superinteressante superotimismo
além-mar além-túmulo aquém-mar ex-aluno ex-diretor ex-hospedeiro ex-prefeito ex-presidente
pós-graduação pré-história pré-vestibular pró-europeu recém-casado recém-nascido sem-terra
girassol madressilva mandachuva paraquedas paraquedista pontapé
Na cidade, conta- -se que ele foi viajar.
O diretor recebeu os ex- -alunos.
135
Resumo
Emprego do hífen com prefixos
Regra básica
Sempre se usa o hífen diante de h:
anti-higiênico, super-homem.
Outros casos
Prefixo terminado em vogal:
• Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
• Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.
• Sem hífen diante do r e s. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
• Com hífen diante da mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.
2. Prefixo terminado em consoante:
• Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário.
• Sem hífen diante de mesma consoante:
• Com hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.
• Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
Observações
1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-
raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano,
subumanidade.
2. Com os prefixos circum e pan , usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal:
circum-navegação, pan-americano etc.
3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia
por o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante, etc.
4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.
5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como
girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.
6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró , usa-se sempre o hífen: ex-
aluno, sem-terra, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
MODELOS DE DOCUMENTOS OFICIAIS
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Ata
Definição: É o resumo de decisões e acontecimentos de uma reunião ou circunstância
com determinado objetivo. A ata costuma ser lavrada em livro ou formulário próprio,
autenticado para ter valor legal. A ata é toda redigida em parágrafo único, não
podendo conter rasuras ou anotações fora do parágrafo. Caso o documento esteja
sendo feito manuscrito ou em máquina de escrever e ocorrer algum erro, as correções
são realizadas imediatamente, na seqüência, após a expressão “digo”. Se o erro for
percebido depois de escrito o parágrafo, deve-se fazer uma ressalva: “Em tempo: na
linha tal coisa, leia-se tal coisa”. Com o advento do computador, as atas têm sido
elaboradas e digitadas, para posterior encadernação em livros de ata. Se isso ocorrer,
deve ser indicado nos termos de abertura e fechamento, rubricando-se as páginas e
mantendo-se os mesmos cuidados referentes às atas manuscritas. Dispensam-se as
correções do texto, como indicado anteriormente. Normalmente é redigida por um
secretário efetivo, podendo também ser produzida por um eventual, designado para a
ocasião.
Características:
1. Título e numeração do departamento (quando digitada). – (centralizado)
2. Ementa (opcional).
3. Identificação de tempo, lugar, participante e motivo do encontro, tudo por
extenso. – (centralizado)
4. Assuntos tratados. (justificado)
5. Declaração de quem lavrou.
6. Assinaturas. (à esquerda no parágrafo)
137
CÂMARA DOS DEPUTADOS DEPARATAMENTO DE COMISSÕES
Comissão permanente de Assuntos Estratégicos
ATA DA 5ª REUNIÃO ORDINÁRIA DE 2004, DA COMISSÃO PERMANENTE DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Aos treze dias do mês de abril de dois mil e quatro, às nove horas e quarenta e cinco minutos, no Plenário 2 da Câmara dos Deputados, Brasília, Distrito Federal, reuniram-se a Srª Presidente Ana Maria da Silva, os Membros José Aroldo, Plínio da Silva, o Suplente João Pereira e o Membro ad hoc Caio dos Santos. Após lida a ata da sessão anterior, foi apresentada a pauta. 1. Coube à Presidente proceder à leitura do estudo realizado pelos Membros da Comissão. Em votação, o estudo foi aprovado. 2. A Presidente concedeu a palavra aos Srs. José Aroldo e Plínio da Silva, que discorreram sobre o agendamento dos trabalhos para o próximo semestre, a curto, médio e longo prazo, o qual foi aprovado por unanimidade. 3. Ainda fazendo uso da palavra, o Sr. José Aroldo discorreu sobre os estudos orçamentários para a implantação do programa de inclusão digital, a ser iniciado no próximo trimestre. 4. Outros assuntos. O Sr. Plínio da Silva comunicou que, na próxima semana, estará acompanhando, por dez dias, uma comitiva, em missão oficial ao Japão. Às onze horas e vinte minutos, a Srª Presidente encerrou os trabalhos, antes convocando sessão para o próximo dia vinte e oito de abril, no mesmo horário e local.
Presidente
Membro
Suplente
Membro ad hoc
Comunicação interna
Definição: Correspondência oficial utilizada na unidade organizacional ou entre
unidades organizacionais para transmitir informações, solicitar esclarecimentos ou
providências de ordem geral.
Características:
1. Título: Comunicação Interna (iniciais maiúsculas e o restante em
minúsculas), seguida do número de ordem, ano e da sigla da unidade
organizacional.
2. Data: 1 cm abaixo do código de identificação com alinhamento à direita.
3. Destinatário: Ao Senhor (cargo que ocupa).
4. Assunto: Resumo do teor da comunicação em negrito.
5. Texto: Desenvolvimento do teor da Comunicação Interna. Deve ser iniciado a
1,5 cm verticais, abaixo do item assunto. Todos os parágrafos devem ser
numerados na margem esquerda do corpo do texto, excetuado o fecho.
138
6. Fecho: Atenciosamente ou Respeitosamente, conforme o caso.
7. Assinatura: Titular e servidor da unidade organizacional.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA
Comunicação Interna nº xxx/2004/SGE
Brasília, 19 de outubro de 2004.
Ao Senhor Procurador-Geral Assunto: Proposta de resolução referente às contratações do PRODES em 2004
1. Informo que a Diretoria Colegiada da ANA, em sua 140ª Reunião Ordinária realizada
no dia 18 de outubro p.p., aprovou a minuta de Resolução que trata da proposta de
regulamentação do PRODES, no exercício de 2004, dando nova redação à Resolução ANA nº
026/2002, conforme Nota Técnica nº 19/2004/PRODES/SPP-AE e minuta de resolução,
anexas.
2. Esta decisão deverá resultar na edição de Resolução que receberá o nº 530, para o
que solicito as providências, necessárias a sua colaboração, para assinatura do Diretor-
Presidente e publicação no Diário Oficial da União.
Atenciosamente,
(Nome em maiúsculas)
(cargo do signatário com iniciais em maiúsculas)
Oficio
Definição: Documento expedido para tratar de assuntos oficiais pelos órgãos da
Administração Pública entre si e com particulares. É comunicação externa. Embora
alguns governos e prefeituras municipais utilizam o modelo “Carta”, o correto, segundo
as normas de Redação Oficial, seria o uso de oficio ao se escrever para fora do órgão.
No cabeçalho do documento deve constar além do endereço do órgão competente,
também telefone e/ou correio eletrônico.
Características:
1. Identificação do documento e numeração.
2. Data.
3. Endereçamento
139
4. Assunto
5. Vocativo
6. Texto
7. Fecho
8. Assinatura
CÂMARA DOS DEPUTADOS CENTRO DE FORMAÇÃO, TREINAMENTO E APERFEIÇOAMENTO
Coordenação Técnico-Pedagógica
Of.nº22/04/Cefor
Brasília, 18 de junho de 2004
À Senhora Coordenadora Maria Paulina da Silva Colégio Brasil Av. Pará, 473 22799-001 Rio de Janeiro-RJ
Assunto: Palestra sobre Tabagismo
Senhora Coordenadora,
1. Solicitamos a indicação de dois professores a fim de atuarem como mediadores da
palestra sobre tabagismo, promovida por esta Coordenação. A palestra será proferida
pela Drª Maria dos Santos, do Instituto do Coração, nos próximos dias 6 e 7 de julho, no
Auditório Nereu Ramos, no Anexo II, da Câmara dos Deputados.
2. Considerando que essa instituição de ensino vem desenvolvendo importante trabalho
na luta contra o tabagismo, comunicamos que poderá se cedido espaço no hall do
Auditório onde ser distribuído material promocional das instituições participantes.
3. Informamos, ainda, que o evento poderá dispor de equipamento audiovisual se assim
for do interesse de Vossa Senhoria.
Atenciosamente,
José da Silva Diretor
Relatório
Definição: É a exposição circunstanciada de atividades levadas a termo por
funcionário, no desempenho das funções do cargo que exerce, ou por ordem de
autoridade superior. É geralmente feito para expor: situações de serviço, resultados de
140
exames de um exercício, etc.
Características:
1. Título.
2. Assunto (opcional)
3. Vocativo.
4. Texto composto de introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução
se enuncia o propósito de relatório; no desenvolvimento – corpo do relatório –
a exposição detalhada dos fatos; e, na conclusão, o resultado ou síntese do
trabalho, bem como a recomendação de providências cabíveis.
5. Fecho.
6. Local e data.
7. Assinatura.
RELATORIO Nº14
Senhor Secretário,
Ao término do 1º semestre de 1999, apresentamos a V. Exª o Relatório de Atividades
pertinentes à Superintendência de Desenvolvimento Institucional, ao qual se anexam quadros
demonstrativos onde se expressam os dados quantitativos das atividades operacionais.
Seguindo as diretrizes determinadas pelo plano Estratégico desta Secretaria para o ano
de 1999, pôde esta unidade alcançar as metas previstas nos projetos, conforme se segue. [...]
Apesar das dificuldades em relação às condições de trabalho, com número reduzido de
pessoal qualificado e carência de materiais específicos e equipamentos, consideramos
bastante positivos os resultados obtidos nestes dois primeiros meses da atual gestão.
Rio de Janeiro, 10 de julho de 1999.
Nome Cargo
Profª Lícia Mara P. Rodrigues Delamo
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Nilson Teixeira de. Gramática da Língua Portuguesa para Concursos, Vestibulares, Enem, Colégios Técnicos e Militares. São Paulo: Saraiva 2008. PAIVA, Marcelo. Redação Oficial Prática Aplicada . Brasília: Fortium, 2007.
TUFANO, Douglas. Guia Prático da Nova Ortografia . São Paulo: Melhoramentos, 2008.