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7/29/2019 Apostila Curso Atrativos de Minas
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APOSTILA DO ALUNO
ATRATIVOS TURSTICOS DE
MINAS GERAIS
Belo Horizonte, 2011.
7/29/2019 Apostila Curso Atrativos de Minas
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Apresentao do Curso
Curso distncia para a capacitao em Turismo.
Neste mdulo o tema so os atrativos tursticos dos destinos: Ouro Preto, So
Joo del-Rei, Tiradentes e Belo Horizonte. Assim como a videoaula, esta
apostila est dividida em 12 captulos com textos, imagens e indicaes de
links e questes a serem respondidas sobre o tema, com o intuito de auxiliar o
aluno no seu processo de aprendizagem.
O tema Atrativos tursticos o nosso objetivo neste curso.
Inicialmente, abordamos os conceitos essenciais para o desenvolvimento e
compreenso do que so os atrativos tursticos, de forma que o aluno possa
utiliz-lo no seu dia a dia de forma prtica, tanto para o desenvolvimento de um
negcio como para a valorizao de um destino turstico.
Em seguida, descrevemos os principais atrativos tursticos de destinos em
Minas Gerais.
Por isto, o curso voltado para o pblico que precisa conhecer sobre as
informaes tursticas do Estado, sua formao e sua origem.
A viso global da histria cultural de Minas Gerais e caractersticas de cada
cidade, com os seus principais atrativos tursticos tm como objetivo contribuir
para que os profissionais estejam plenamente preparados para informar e
divulgar os atrativos, proporcionando a satisfao dos turistas.
Esperamos que todos tenham muita satisfao em participar deste curso.
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SUMRIO
1 - O que so Atrativos tursticos? ..................................................................... 2
2 - Atrativo turstico Barroco mineiro ............................................................... 9
2.1 - Barroco mineiro como atrativo turstico de Minas Gerais ...................... 11
2.2 Msica barroca ..................................................................................... 15
2.3 - O apogeu da msica instrumental ........................................................ 16
2.4 - A pintura do barroco ............................................................................. 16
3 - Breve histrico da cidade de Ouro Preto .................................................... 19
3.1 - Antecedentes o incio de Minas Gerais .............................................. 19
3.2 - Histrico da cidade de Ouro Preto ........................................................ 19
4 - Atrativos tursticos de Ouro Preto I .......................................................... 27
4.1 - Igreja de So Francisco de Assis .......................................................... 27
4.2 - Museu da Inconfidncia ........................................................................ 284.3 - Museu da Cincia e Tcnica ................................................................. 30
4.4 - Igreja de Nossa Senhora do Carmo ...................................................... 31
4.5 - Museu do Oratrio ................................................................................ 32
4.6 - Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar .............................................. 33
5 - Atrativos tursticos de Ouro Preto II ......................................................... 36
5.1 - Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceio de Antnio Dias........... 36
5.2 - Museu do Aleijadinho ............................................................................ 37
5.3 - Museu Casa dos Contos ....................................................................... 37
5.4 - Trem do Vale Maria Fumaa................................................................. 38
5.5 - Outros atrativos de Ouro Preto ............................................................. 39
6 - Atrativos tursticos de So Joo del-Rei I................................................. 42
6.1 - Breve histrico de So Joo del-Rei ..................................................... 42
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6.2 - Igreja de So Francisco de Assis .......................................................... 43
6.3 - Museu Municipal Tom Portes del-Rei (Casa De Brbara Heliodora) .. 45
O Museu est instalado em um casaro estilo colonial do sculo XVIII, nacasa onde nasceu e casou Brbara Heliodora, esposa de Alvarenga Peixoto,um dos poetas inconfidentes. ....................................................................... 45
6.4 - Memorial Tancredo Neves .................................................................... 45
6.5 - Igreja Nossa Senhora do Rosrio ......................................................... 45
6.6 - Solar dos Neves .................................................................................... 466.7 - Solar dos Lustosa ................................................................................. 46
6.8 - Matriz Nossa Senhora do Pilar ............................................................. 46
7 - Atrativos tursticos de So Joo del-Rei II ................................................ 48
7.1 - Igreja de Nossa Senhora do Carmo ...................................................... 48
7.2 - Solar da Baronesa de Itaverava ............................................................ 49
7.3 - Museu Ferrovirio ................................................................................. 49
7.4 - A linguagem dos sinos .......................................................................... 50
8 - Atrativos tursticos de Tiradentes ................................................................ 53
8.1 - Tiradentes ............................................................................................. 53
8.1.1 -Tiradentes Breve histrico ............................................................ 53
8.2 - Igreja Matriz de Santo Antnio .............................................................. 55
8.3 - Museu Casa de Padre Toledo .............................................................. 55
8.4 - Capela de Nossa Senhora do Rosrio .................................................. 56
8.5 - Chafariz de So Jos ............................................................................ 56
8.6 - Largo das Forras ................................................................................... 57
8.7 - Gastronomia ......................................................................................... 57
8.8 - Artesanato............................................................................................. 57
9 - Breve histrico de Belo Horizonte ............................................................... 59
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10 - Atrativos tursticos de Belo Horizonte - I ................................................... 63
10.1 - Museu histrico Ablio Barreto ............................................................ 63
10.2 - Museu Mineiro .................................................................................... 64
10.3 - Museu da Escola ................................................................................ 65
10.4 - Museu dos Brinquedos ....................................................................... 66
10.5 - Praa da Savassi ................................................................................ 66
10.6 - Praa da Liberdade ............................................................................. 67
10.7 - Praa da Estao e Museu de Artes e Ofcios .................................... 68
10.8 - Museu Giramundo .............................................................................. 68
10.9 - Praa 7 ............................................................................................... 69
10.10 - Parque Municipal .............................................................................. 69
10.11 - Feira do Artesanato ......................................................................... 70
10.12 - Museu das Telecomunicaes .......................................................... 7010.13 - Praa do Papa .................................................................................. 71
11 - Atrativos tursticos de Belo Horizonte II .................................................. 73
11.1 - Conjunto Arquitetnico da Pampulha .................................................. 73
11.2 - Igreja de So Francisco ...................................................................... 73
11.3 - Iate Clube............................................................................................ 74
11.4 - Museu de Arte da Pampulha ............................................................... 75
11.5 - Casa do Baile ...................................................................................... 77
11.6 - Mineiro .............................................................................................. 78
11.7 - Fundao Zoobotnica ....................................................................... 78
11.8 - Parque Ecolgico da Pampulha .......................................................... 78
11.9 - Mercado Central ................................................................................. 79
11.10 - Butecos ............................................................................................. 80
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12 - Agregamentos de valor: Inhotim e curiosidades de Minas Gerais ............ 82
Referncias Bibliogrficas ................................................................................ 84
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Captulo 1
O que so atrativos tursticos?
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1 - O que so Atrativos tursticos?
O atrativo turstico pode ser conceituado como tudo que exera um poder
de atrao que motive as pessoas a se deslocarem para conhec-lo.
Para um entendimento do conceito necessrio esclarecer que existem
elementos com o potencial para a atrao turstica so conceitualmente
divididos em dois grandes grupos:
Atrativos tursticos: Elementos de utilizao turstica efetiva, com
potencial de atrao j aproveitado, total ou parcialmente. Caracterizam-sepelo fluxo turstico significativo e pela presena de estruturas receptivas
tais como acesso, servios de alimentao ou outros;
Recursos tursticos: Elementos com potencial de atrao turstico no
aproveitado ou em fase incipiente de desenvolvimento. Podem vir a
tornarem-se atrativos tursticos efetivos atravs de aes de
desenvolvimento de curto, mdio ou longo prazo.
Os atrativos podem ser materiais ou imateriais a exemplo de monumentos,
edificaes, festas religiosas e o artesanato de uma regio. Portanto:
Os atrativos tursticos podem ser naturais, culturais, atividades
econmicas; eventos programados e realizaes tcnicas, cientficas
e artsticas (Brasil, 2008, p.173).
Atrativos naturais: Elementos da natureza que, ao serem utilizados para fins
tursticos, passam a atrair fluxos tursticos. Exemplos: montanhas, rios, ilhas,
praias, dunas, cavernas, cachoeiras, clima, fauna, flora, etc.;
Atrativos culturais: Elementos da cultura que, ao serem utilizados para fins
tursticos, passam a atrair fluxo turstico. So os bens e valores culturais de
natureza material e imaterial produzidos pelo homem e apropriados pelo
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turismo, da pr-histria at poca atual, como testemunhos de uma cultura.
Exemplos: artesanato, gastronomia, museus, festas e celebraes,
manifestaes artsticas, etc.;
Atividades econmicas: Atividades produtivas capazes de motivar a visitao
turstica e propiciar a utilizao de servios e equipamentos tursticos.
Exemplos: fabricao de cristais, agropecuria, extrativismo, etc.;
Realizaes tcnicas, cientficas e artsticas: Obras, instalaes, organizaes,
atividades de pesquisa de qualquer poca que, por suas caractersticas, so
capazes de motivar o interesse do turista e, com isso, propiciar a utilizao de
servios e equipamentos. Exemplos: museus naturais, observatrios, aqurios,
etc. (Fonte, MTUR)
Aps compreender o que so atrativos tursticos e diferenci-los de outros
conceitos correlatos, cabe mencionar da importncia de identificar e classificar
o mesmo por meio de inventrio turstico. Identificado e classificado o atrativoturstico, faz-se necessrio avali-lo para estabelecer o seu valor e hierarquiz-
lo para determinar a sua importncia turstica dentro do contexto municipal,
regional ou nacional.
A Organizao Mundial do Turismo (OMT) em conjunto com a CICATUR
(Centro Interamericano de Capacitao Turstica da Organizao dos Estados
Americanos) estabeleceu uma tabela de hierarquia que classifica os atrativos
da seguinte forma:
Hierarquia 3 - todo atrativo turstico excepcional e de grande interesse,
com significao para o mercado turstico internacional, capaz de, por si s,
motivar importantes correntes de visitantes, atuais ou potenciais;
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Hierarquia 2 -Atrativos com aspectos excepcionais em um pas, capazes de
motivar uma corrente atual ou potencial de visitantes dos mercados internos
e externos, seja por si s ou em conjunto com outros atrativos contguos;
Hierarquia 1 - Atrativos com algum aspecto expressivo, capazes de
interessar visitantes oriundos de lugares distantes dos mercados internos e
externos, que tenham chegado rea por outras motivaes tursticas ou de
motivar correntes tursticas locais (atuais ou potenciais);
Hierarquia 0 - Atrativos sem mrito suficiente para serem includos nas
hierarquias superiores, mas que formam parte do patrimnio turstico, como
elementos que podem complementar outros de maior hierarquia, no
desenvolvimento e funcionamento de qualquer das unidades do espao
turstico que, em geral, podem motivar correntes tursticas locais, em
particular a demanda de recreao popular. (fonte OMT/CICATUR)
importante ressaltar que quanto maior for o diferencial do atrativo,
maior poder de atrao ele exercer.
Alguns exemplos de atrativos e suas hierarquias so: a Torre Eiffel, para
conhec-la, s indo at Paris, no existe outra igual em nenhum lugar do
mundo. Outro bom exemplo a Muralha da China, que tambm se faz
necessrio viajar at a China para conhec-la, pois no existe em outro lugar
do mundo.
Assim percebemos que pelo seu diferencial, estas edificaes exercem talpoder de atrao que no so necessrios muitos estmulos de marketing
incentivando as pessoas a irem conhec-las; elas vo quase que
espontaneamente, pelo seu interesse pessoal.
No entanto, as maiorias dos atrativos encontrados no mundo concorrem entre
si, por serem relativamente parecidos.
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o caso das praias, que so encontradas em boa parte do planeta. Neste
caso, o que faz uma pessoa escolher uma praia do nordeste brasileiro ao invs
das praias do Caribe? Ou, o que faz uma pessoa escolher visitar Olinda aoinvs de Ouro Preto?
A teoria econmica da utilidade defende que o consumidor sempre dar
preferncia para um produto turstico que lhe proporcione maior benefcio,
prazer e alegria.
Utilidade pode ser definida como a qualidade que possuem os bens
econmicos de satisfazer s necessidades humanas. Ela tambm
considerada como o grau de satisfao que os consumidores
atribuem aos bens e servios(LAGE E MILONE, 2001, p. 47).
Vale ressaltar que, apesar da livre escolha do consumidor, ele sempre
obrigado a escolher. Se ele gostar mais de um determindado bem ou servio,
ter que abrir mo de consumir outros bens e servios. Contudo, o consumidor
sempre procurar obter a mxima satisfao em relao aos seus gastos. No
caso do turismo, ele ir procurar um atrativo turstico que satisfaa ao mximo
os seus interesses particulares. Se ele gostar de teatro por exemplo, tender a
buscar locais onde possa assistir a vrias peas, ou assistir a uma pea
famosa, ou com atores famosos.
Quando um turista opta por um local, ele leva em conta o atrativo turstico em
si, a infraestrutura, os equipamentos e servios que so disponibilizados, e o
valor que ele vai despender para usufruir deste produto turstico. Entretanto,
alm das consideraes j citadas, os turistas levam em conta tambm o quese pode chamar de agregamento de valor.
Agregamento tudo o que se pode acrescentar a um atrativo turstico que lhe
agregue algum valor. O consumidor do turismo, assim como qualquer outro tipo
de consumidor, ir tentar maximizar a sua satisfao em relao ao produto
turismo. Ele procurar adquirir pacotes tursticos ou viajar por conta prpria
para locais que agreguem valor ao produto adquirido.
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Um exemplo de agregamento de valor a Festa Literria Internacional de
Paraty, que se tornou um dos importantes festivais literrios do Brasil, com
reconhecimento. Ora, na verdade, Paraty j uma cidade turstica consolidada,
pela sua histria, arquitetura e natureza, mas o fato de haver um festival deste
porte agrega valor a este atrativo turstico e, pode pesar na deciso de um
turista na hora de escolher entre outros lugares ou aquela cidade. O turista
opta por aquele local que lhe oferea mais opes de lazer e cultura.
Com base nestes exemplos, podemos verificar que a avaliao ehierarquizao dos atrativos tursticos figuram como informaes auxiliares
fundamentais para o planejamento, tornando-os mais estratgicos e
consequentemente mais atraentes do ponto de vista de mercado. Para a
atividade se desenvolver de forma correta sem acarretar danos ao espao que
ocupa, precisa ser planejada de forma responsvel, visando ao bem-estar da
comunidade receptora e a proteo dos atrativos, minimizando os impactos
negativos e maximizando os positivos, em qualquer que seja a segmentao
de turismo trabalhada.
Quanto avaliao Ruschmann (1997, p. 142), coloca que:
A avaliao dos atrativos determina seu potencial turstico e constitui
elemento fundamental para a tomada de decises estratgicas para
uma localidade e fornece subsdios para determinar a abrangncia
dos projetos, a quantidade, a qualidade dos equipamentos e da
infraestrutura por instalar.
Quanto hierarquizao, Beni (2002, p. 388) expe que o processo que
permiteordenar os atrativos de acordo com sua importncia turstica.A partir
desta definio, sero organizados os atrativos existentes, e se dar valor ao
atrativo atravs dos resultados obtidos na avaliao, e assim se ter qual a
sua importncia no contexto do turismo onde o mesmo se insere, com base em
critrios de determinada metodologia ou matriz de hierarquizao. Assim
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poder dar preferncia na hora de planejar de acordo com o potencial e a
hierarquia do atrativo.
A avaliao tem como pertinncia mpar para o planejamento turstico, quando
por meio do inventrio turstico se lana um olhar criterioso ao atrativo e/ou
recurso, olhar esse que permite refletir sobre a qualificao dos mesmos,
possibilitando a orientao do planejamento turstico na inteno de aperfeioar
seu uso. J a hierarquizao d a chance de um destino olhar seus atrativos de
forma hierrquica e, dessa forma focar a concentrao de esforos de
planejamento sobre os mesmos; ainda hierarquizar franqueia localidadereceptora analisar com mais critrios seu lugar no mercado. Ambos os
recursos, avaliao e hierarquizao, possibilitam um diagnstico mais preciso
e robusto para o planejamento.
Ressaltamos tambm a importncia dos cursos de qualificao. Atravs deles,
a populao e os profissionais de turismo conhecero seus atrativos, suas
singularidades e assim, podero interpretar a cidade para os turistas e
melhorando o atendimento turstico.
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Captulo 2
Atrativo turstico Barroco mineiro
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2 - Atrativo turstico Barroco mineiro
Grande parte dos atrativos tursticos de Minas Gerais so histrico-culturais e
para conhec-los, necessrio entender um pouco sobre a origem do barroco,
qual foi sua trajetria at chegar em Minas Gerais e as singularidades que ele
adquiriu em nossa regio.
Embora tenha o barroco assumido diversas caractersticas ao longo de sua
histria, seu surgimento est intimamente ligado Contra-Reforma. A arte
barroca procura comover intensamente o espectador. Nesse sentido, a Igreja
converte-se numa espcie de espao cnico, num teatro sacro onde so
encenados os dramas.
O barroco o estilo da Reforma Catlica tambm denominada de Contra-
Reforma. Arquitetura, escultura, pintura, todas as belas-artes, serviam de
expresso ao barroco nos territrios onde ele floresceu: a Espanha, a Itlia,
Portugal, os Pases catlicos do centro da Europa e a Amrica Latina.
O catolicismo barroco tambm impregnou a literatura, e uma das suas
manifestaes mais importantes e impressionantes foram os "autos
sacramentais", peas teatrais de argumento teolgico, reflexo do esprito
espanhol do sculo XVII, e que eram muito apreciados pelo grande pblico, o
que denota o elevado grau de instruo religiosa do povo.
Contrariamente arte do Renascimento, que pregava o predomnio da razo
sobre os sentimentos, no barroco h uma exaltao dos sentimentos, a
religiosidade expressa de forma dramtica, intensa, procurando envolver
emocionalmente as pessoas.
Alm da temtica religiosa, os temas mitolgicos e a pintura que exaltava o
direito divino dos reis (teoria defendida pela Igreja e pelo Estado Nacional
Absolutista que se consolidava) tambm eram frequentes.
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De certa maneira, assistimos a uma retomada do esprito religioso e mstico da
Idade Mdia, numa espcie de ressurgimento da viso teocntrica do mundo. E
no por acaso que a arte barroca nasce em Roma, a Capital do catolicismo.
A escola literria barroca marcada pela presena constante da dualidade.
Antropocentrismo versus teocentrismo, cu versus inferno, entre outras
constantes.
Contudo, no h como colocar o barroco simplesmente como uma retomada do
fervor cristo.
A sua grande diferena do perodomedieval que agora o homem, depois do
Renascimento, tem conscincia de si e v que tambm tem seu valor - com
exemplos em estudos de anatomia e avanos cientficos o homem deixa de
colocar tudo nas mos de Deus.
O barroco caracteriza-se, portanto, num perodo de dualidades, num eterno
jogo de poderes entre divino e humano, no qual no h mais certezas. A dvida
que rege a arte deste perodo.
E nas emoes o artista v uma ponte entre os dois mundos, assim, tenta
desvend-las em suas representaes.
O barroco brasileiro foi diretamente influenciado pelo barroco portugus,
porm, com o tempo, foi assumindo caractersticas prprias.
A grande produo artstica barroca no Brasil ocorreu nas cidades aurferas de
Minas Gerais, no chamado sculo do ouro (sculo XVIII). Estas cidades eram
ricas e possuam uma intensa vida cultural e artstica em pleno
desenvolvimento.
O principal representante do barroco mineiro foi o escultor e arquiteto Antnio
Francisco de Lisboa tambm conhecido como Aleijadinho. Suas obras, de forte
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carter religioso, eram feitas em madeira e pedra-sabo, os principais materiais
usados pelos artistas barrocos do Brasil.
Podemos citar algumas obras de Aleijadinho: Os Doze Profetas e Os Passos
da Paixo, na Igreja de Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas do Campo
(MG). Outros artistas importantes do barroco brasileiro foram: o pintor mineiro
Manuel da Costa Atade e o escultor carioca Mestre Valentim. No estado da
Bahia, o barroco destacou-se na decorao das igrejas em Salvador como, por
exemplo, de So Francisco de Assis e a da Ordem Terceira de So Francisco.
2.1 - Barroco mineiro como atrativo turstico de Minas Gerais
Em 1521 um padre chamado Martinho Lutero, brigou com a Igreja Catlica e
criou uma nova religio: a religio Luterana, que deu origem s religies:
calvinistas, anglicanas, entre outras. Esse rompimento com a Igreja,
historicamente recebeu o nome de A Reforma.
Essas novas religies ficaram conhecidas na poca como Protestantes,
porque protestavam contra o catolicismo, hoje aqui no Brasil elas so
chamadas de evanglicas. E estava acontecendo na Europa naquele tempo,
mais ou menos o que est acontecendo aqui no Brasil atualmente, ou seja, as
pessoas saindo do catolicismo e indo para as novas religies.
As autoridades catlicas comearam a se preocupar e quiseram promover a
Contra-Reforma, ou seja, chamar os catlicos de volta para a Igreja. Para istoeles tiveram que tomar uma srie de decises sobre as quais medidas que
deveriam ser adotadas para alcanar seu objetivo e, para isto realizaram uma
srie de reunies. Essas reunies ficaram conhecidas como O Conclio de
Trento, por terem se realizado na cidade de Trento, na Itlia.
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Dentre as muitas decises que eles tomaram uma delas veio nos influenciar no
Brasil mais de cem anos depois e especificamente em Minas Gerais.
Como eles tinham que decorar e ornamentar os templos catlicos, precisavam
decorar com um estilo de arte que pudesse expressar toda a magnitude e
filosofia catlica e, que ao mesmo tempo representasse o oposto que Martinho
Lutero pregava. E o que ele dizia? Que nas suas igrejas no teriam nenhum
tipo pintura, nenhum tipo de escultura, nenhum tipo de imagem, porque ele
considerava isto idolatria. Ora, se Lutero defendia isto, a Igreja deveria
demonstrar que Deus estaria em tudo, inclusive nas artes, pois estas eram
manifestaes de Deus.
Assim, a Igreja comeou a procurar na Europa um estilo de arte que pudesse
representar todo o triunfalismo catlico e descobriu que o barroco que
comeava seu desenvolvimento se prestava bem a esse objetivo. A partir da a
Igreja adota a arte barroca como sendo a arte oficial do catolicismo, ou seja,
onde existem igrejas catlicas em qualquer parte do mundo, necessariamente,
obrigatoriamente elas deveriam ser decoradas com a arte barroca.
Naquele perodo, Incio de Loyola, um dos lderes da Contra-Reforma, cria a
Companhia de Jesus, para divulgar o catolicismo nos novos continentes que
estavam sendo desbravados. Foram justamente os jesutas que vieram para o
Brasil em 1540, trazendo consigo a arte barroca e comeam a espalh-la pelo
litoral do Brasil.
Por isso esse barroco conhecido como o barroco jesutico, porque foram os
jesutas que o trouxeram. Ele tambm chamado de barroco litorneo por
estar no litoral do Brasil.
Esse barroco recebe uma grande influncia europeia, pois os portos facilitam a
comunicao, assim, muitos artistas vinham trabalhar no Brasil e, muitos
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materiais eram trazidos para as igrejas litorneas. No entanto, em Minas
Gerais, o barroco assume caractersticas bem distintas.
A comear pela poca em que foi desenvolvido. Isto porque, no Brasil, como
em qualquer parte do mundo, primeiro se povoa o litoral, depois se entra para o
continente. No litoral, o barroco foi se desenvolvendo a partir de 1540 e nesta
poca, Minas Gerais ainda no estava colonizada. Minas s foi efetivamente
colonizada, a partir de 1700, quando o barroco chegou com uma diferena de
tempo de cem anos em relao ao barroco litorneo brasileiro e o barroco
europeu. Devido a este fato, o nosso barroco classificado como barroco
tardio.
Alm disso, naquela poca, para se chegar a Ouro Preto e outras cidades
histricas saindo de So Paulo, o tempo mdio de viagem era de um ms e
meio, podendo chegar a dois meses, a p, a cavalo, lombo de burro, subindo edescendo serras. Isto fez com que se tornasse muito difcil ou quase impossvel
a importao de materiais para que fossem colocadas em nossas igrejas.
Ento os nossos artistas tiveram que adaptar a arte barroca aos materiais que
estavam disponveis na nossa regio, como foi o caso da pedra-sabo que foi
muito utilizada em nossas igrejas, mas no foi to comum no litoral. Um bom
exemplo so os azulejos das igrejas mineiras, que se diferem dos azulejos
utilizados no litoral. A dificuldade no transporte fazia com que o azulejochegasse aqui em pedaos, em cacos. Portanto, nosso barroco se torna
diferente tambm pelo tipo de materiais que foram empregados.
Outro ponto importante de se destacar que em Minas naquela poca as
pessoas no podiam estudar, porque as escolas eram proibidas pela Coroa
Portuguesa que julgava no ser interessante ter pessoas esclarecidas em uma
regio com tantas riquezas.
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Isto fez com que os artistas se tornassem autodidatas, como o exemplo de
Aleijadinho. Ele lia e escrevia, mas ele nunca frequentou uma escola de belas-
artes para aprender a esculpir. Ele aprendia com o pai, com o tio e outrosmestres da regio. Desta forma, os artistas passaram a produzir um barroco
com caractersticas muito regionais, sem tantas amarras com o academicismo
internacional. Assim, o barroco mineiro comea a ser diferente tambm pelo
regionalismo representado.
Agora, a caracterstica mais interessante do barroco mineiro que ele foi feito
por leigos e no por ordens religiosas. A Coroa Portuguesa proibiu em Minas
Gerais as ordens primeiras e segundas. Ordens primeiras so padres que se
organizam em mosteiros e as ordens segundas so as freiras que se
organizam em conventos. No se pode conhecer, por exemplo, conventos e
mosteiros de Minas Gerais desta poca, porque simplesmente eles no
existiram, foram proibidos. As nicas ordens que foram permitidas em Minas
Gerais foram s ordens terceiras, composta por leigos, pessoas do povo.
Essas ordens tinham critrios para se estabelecer. Um deles era o critrio
racial. As pessoas tinham a tendncia de se reunir de acordo com sua classe
social. Desta forma existiam as irmandades de ricos, as irmandades de pobres,
as irmandades de brancos, as irmandades de mulatos... E como cabia s
irmandades a construo das igrejas, surgiu ento a igreja dos brancos, a
igreja dos mulatos, a igreja dos ricos, a igreja dos pobres... E medida que a
populao ia crescendo, comeou a surgir mais de uma igreja de ricos, mais deuma igreja de pobres e assim por diante. E isto explica o porqu do grande
nmero de igrejas em nossa regio.
Como no foram as ordens religiosas e sim os leigos que construram as
igrejas, isto permitiu a entrada de muitos temas profanos da decorao dos
templos. Profano tudo que no religioso, mas necessariamente no
pecaminoso. Um bom exemplo so as pinturas das quatro estaes do ano, na
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capela-mor da Igreja Matriz do Pilar, cujo tema no religioso, mas tambm
no pecaminoso, portanto, um tema profano.
As caractersticas que tornam o barroco mineiro diferente so:
Foi feito tardiamente;
Os materiais utilizados foram diferentes dos usados no litoral brasileiro e
Europa;
Os artistas foram autodidatas;
As igrejas foram construdas pelos leigos e no pelas ordens religiosas;
Utilizao de temas profanos na decorao.
Portanto, esses elementos fizeram com que o barroco em Minas Gerais
adquirisse caractersticas prprias. Por isso ele conhecido como barroco
mineiro, pelas caractersticas que o distingue do barroco litorneo brasileiro e
o barroco europeu.
Ainda sobre o barroco, destacamos a importncia da msica e da pintura.
2.2 Msica barroca
A msica barroca o estilo musical correlacionado com a poca cultural
homnima na Europa, que vai desde o surgimento da pera no sculo XVII at
a morte de Johann Sebastian Bach, em 1750.
Trata-se de uma das pocas musicais de maior extenso, fecunda,
revolucionria e importante da msica ocidental e, provavelmente tambm a
mais influente.
As caractersticas mais importantes so: o uso do baixo contnuo, do
contraponto e da harmonia tonal, em oposio aos modos gregorianos at
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ento vigente. Na realidade, trata-se do aproveitamento de apenas dois modos:
o modo jnio (modo maior) e o modo elio (modo menor).
2.3 - O apogeu da msica instrumental
Pela primeira vez na histria, msica e instrumento esto em perfeita
igualdade.
Nesse perodo a instrumentao atinge sua primeira maturidade e grande
florescimento. Pela primeira vez surgem gneros musicais puramente
instrumentais, como a sute e o concerto. Nesta poca surge tambm o
virtuosismo, que explora ao mximo o instrumento musical. Johann Sebastian
Bach e Dietrich Buxtehude foram os maiores virtuoses do rgo. Jean Philipe
Rameau, Domenico Scarlatti e Franois Couperin eram virtuoses do cravo.
Antonio Vivaldi e Arcangelo Corelli eram virtuoses no violino.
2.4 - A pintura do barroco
A pintura barroca uma pintura realista, concentrada nos retratos no interior
das casas, nas paisagens, nas naturezas mortas e nas cenas populares
(barroco holands). Por outro lado, a expanso e o fortalecimento do
protestantismo fizeram com que os catlicos utilizassem a pintura como um
instrumento de divulgao da sua doutrina.
O mtodo favorito empregado pelo barroco para ilustrar a profundidade
espacial o uso dos primeiros planos super dimensionados em figuras trazidas
para muito perto do espectador e a reduo no tamanho dos motivos no plano
de fundo.
Outras caractersticas so: tendncia de substituir o absoluto pelo relativo, a
maior rigidez pela maior liberdade, predileo pela forma aberta que parece
apontar para alm delas prprias, ser capazes de continuao, um lado da
composio sempre mais enfatizado do que o outro.
uma tentativa de suscitar no observador o sentimento de inesgotabilidade e
infinidade de representao, uma tendncia que domina toda a arte barroca.
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Nos Estados protestantes, a pintura barroca assumiu caractersticas diferentes.
Como nesses pases havia condies favorveis liberdade de pensamento, a
investigao cientfica iniciada no Renascimento pde prosseguir.
Ressalta-se, a importncia de conhecer um pouco sobre o barroco e suas
caractersticas, para melhor compreender e admirar os diversos atrativos
tursticos de Minas Gerais.
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Captulo 3Breve histrico de Ouro Preto
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3 - Breve histrico da cidade de Ouro Preto
3.1 - Antecedentes o incio de Minas Gerais
Foi somente a partir da metade do sculo XVII que surgiram grandes
expedies exploratrias, conhecidas como bandeiras. Estes bandeirantes,
em sua grande maioria paulistas, vieram para Minas Gerais buscando ouro,
pedras preciosas e para escravizar os ndios que aqui existiam em grande
quantidade. Na medida em que eles iam adentrando pelo territrio, comearam
a encontrar ouro dentro do leito dos rios, crregos e riachos.
Essa primeira forma de explorao chamada de ouro de aluvio, onde este
precioso metal era retirado sob forma de pepitas.
Com o intuito de facilitar o garimpo, medida que se ia encontrando ouro, os
bandeirantes se estabeleciam perto dos crregos e rios, dando origens aos
arraiais e vilas, que posteriormente se transformaram em cidades, conhecidas
hoje como cidades histricas do perodo colonial em Minas Gerais.
Assim se formou o estado de Minas Gerais, colonizado pelos bandeirantes
paulistas, em busca de riquezas. As maiorias das cidades de Minas Gerais
daquele perodo sugiram em funo da explorao do ouro. Essas cidades so
hoje os principais atrativos tursticos de Minas Gerais e so consideradas
patrimnios histricos. Minas Gerais o estado brasileiro com o maior nmero
de cidades tombadas como Patrimnio Histrico Cultural da Humanidade pela
UNESCO.
3.2 - Histrico da cidade de Ouro Preto
Ouro Preto nasce com a descoberta do ouro. Antes mesmo de 1700, por volta
de 1693, o esprito de aventura e o mpeto pela riqueza fcil levam regio
centenas de aventureiros, em sua maioria portuguesa e paulista (chamados
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bandeirantes). Segundo a lenda, ao meter a gamela no Ribeiro Tripu para
matar sua sede, um homem conhecido como Lopes Duarte encontra no fundo
algumas pedras negras e resolve guard-las. De volta a Taubat, em So
Paulo, de onde partira sua bandeira, repassa as pedras a outro homem, e
estas chegam s mos do ento Governador do Rio de Janeiro, Artur de S e
Menezes. Num gesto despretensioso, o governador leva boca uma das
pedras e, trincando-a com os dentes, identifica o to cobiado metal. E para a
surpresa de todos, descobre que era ouro recoberto de uma camada de
paladium que o tornava preto.
Descobriu-se ento o ouro paladiado, que posteriormente deu origem ao
nome da cidade de Ouro Preto.
Imediatamente procuraram o mulato Lopes Duarte pedindo que revelasse o
local onde ele tinha encontrado as pedras. Ele no sabia a localizao comexatido, mas disse que as pedras foram retiradas de um rio chamado Tripu,
que ficava bem debaixo de uma serra que possua um pico com um formato
singular. Este pico era chamado pelos ndios de Itacolomi.
O nome Itacolomi, uma corruptela de curumim, que significa criana em
lngua indgena. O formato do Pico do Itacolomi lembra uma pedra me e uma
pedra criana, segundo uma lenda contada pelos ndios.Imediatamente vrios grupos de bandeirantes partiram em busca do famoso
Pico do Itacolomi.
Entretanto, vrios anos se passaram sem que o Pico do Itacolomi fosse
encontrado. Isto se deveu ao fato dos bandeirantes no saberem com preciso
a sua localizao e, por se tratar de uma regio fria, no raro que as serras
fiquem encobertas pelas nuvens. Desta forma, muitos bandeirantes passaram
por ali e no conseguiram visualizar o Pico do Itacolomi.
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Em 1698 a Bandeira de Antnio Dias, ao passar pela regio, redescobre por
acaso o Pico do Itacolomi, onde resolve ento permanecer na regio e fundou
um pequeno povoado, que posteriormente se transformou na cidade de Ouro
Preto, sendo considerado, portanto, o fundador de Ouro Preto.
A partir da, aumenta o nmero de bandeiras que se dirigem regio. O metal
abundante, encontrado no leito e s margens dos rios e na encosta dos
morros. Em sinal de devoo crist e agradecimento, os bandeirantes erguem
rsticas capelas em adobe e palha. Numa dessas construes, possivelmente
a atual Capela de So Joo Batista, o Padre Joo de Faria Fialho celebra a
primeira missa da regio. A atividade mineradora torna-se naturalmente a mais
importante, e a inexistncia de trabalho agrcola provoca fome e faz com que
muitos aventureiros abandonem seus achados e retornem s suas terras de
origem, retardando a efetiva ocupao do territrio.
Apesar dos problemas de alimentao, novos aventureiros alcanam o
eldorado. Entre 1708 e 1709, paulistas os primeiros descobridores da
regio se revoltam contra os forasteiros, em sua maioria portuguesa, baiana
e pernambucana. A rivalidade entre os dois grupos e a preponderncia
administrativa dos paulistas, que faziam a distribuio de veios de ouro,
culmina na Guerra dos Emboabas. Liderados pelo comerciante portugus
Manuel Nunes Viana, os forasteiros saem vitoriosos, tornando mais
democrtica a aventura do ouro.
Aps o conflito, incrementa a vida da localidade o desenvolvimento de
incipientes arraiais mineradores: Padre Faria Antnio Dias, Paulistas, Bom
Sucesso, Taquaral, Sant'Ana, So Joo, Ouro Podre, Piedade, Ouro Preto e
Caquende. A cada dia os pequenos arruamentos ganham novas edificaes, e
o comrcio surge com certa intensidade, dando configurao urbana a primitiva
regio mineradora. O visvel crescimento desses arraiais leva o Governador da
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capitania, Antnio de Albuquerque Coelho de Carvalho, a criar em 1711, Vila
Rica.
O Arraial do Ouro Podre o que mais prospera. O comerciante portugus
Pascoal da Silva Guimares enriquece com o ouro encontrado nas encostas do
morro do Ouro Podre, tornando-se seu maior explorador. Indignado com o
incio do controle portugus e a cobrana de impostos, que exigia o
recolhimento da quinta parte do ouro extrado aos cofres da Coroa, incita a
rebelio conhecida como Sedio de Vila Rica. Para pr fim ao movimento, o
Governador Dom Pedro de Almeida, Conde de Assumar, toma medidas
drsticas: manda prender e enforcar Felipe dos Santos, fiel partidrio de
Pascoal da Silva, e incendeia o arraial do Ouro Podre, conhecido ainda hoje
como Morro da Queimada.
Com o correr do tempo, os arraiais mineradores crescem e a distncia que os
separa diminui. Os arraiais de Antnio Dias e Ouro Preto se unem no Morro de
Santa Quitria, onde hoje est a Praa Tiradentes. A rua principal toma sentido
longitudinal, ligando as trs colinas que vo formar a futura cidade de Ouro
Preto: Cabeas, Praa Tiradentes e Santa Efignia e, mais abaixo, o Padre
Faria. O arraial de Ouro Preto forma com o de Antnio Dias o ncleo de Vila
Rica, impondo seu nome, que tem origem nas primeiras descobertas do metal
precioso.
De 1730 a 1760, a produo aurfera atinge seu apogeu. Sabe-se que entre
1735 e 1751 o quinto do ouro chegou a 34.275 quilos, o que leva soma de
2.142 quilos recolhidos por ano pela Coroa. Essa a fase gloriosa de Ouro
Preto, assinalada por suas sofisticadas construes e festas barrocas. A mais
famosa delas foi o Triunfo Eucarstico, procisso que trasladou o Santssimo
Sacramento da Igreja de Nossa Senhora do Rosrio para a Matriz de Nossa
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Senhora do Pilar, por ocasio de sua inaugurao. A riqueza e a pompa do
cortejo foram minuciosamente descritas pelo cronista Simo Ferreira Machado,
revelando o fausto da vida social da poca.
Ao final do Governo de Gomes Freire, em 1763, j se vislumbra a decadncia
do ouro e o iminente colapso econmico. As dificuldades de se extrair mais
ouro levam o governo portugus a criar novos impostos, sem se preocupar em
dinamizar a economia colonial. Alguns anos depois, o novo governador de Vila
Rica, Visconde de Barbacena, toma a si a misso de lanar a derrama, imposto
compulsrio sobre os rendimentos atrasados do quinto do ouro, que, em 1788,
ultrapassavam oito mil quilos.
O inconformismo com a situao econmica, as informaes sobre as revoltas
na Frana e na Amrica do Norte e a ideologia iluminista infiltrada na
sociedade mineradora fazem nascer no seio de Vila Rica a conscincia
revolucionria. As camadas mais abastadas comerciantes, intelectuais e
militares conspiram e tramam a conjurao mineira em favor do ideal
libertrio, visando separao da colnia de Portugal e Proclamao da
Independncia. Mas o movimento, que ficou conhecido como Inconfidncia
Mineira, frustrado pela denncia do Coronel Joaquim Silvrio dos Reis ao
Visconde de Barbacena em 1789.
Faziam parte do movimento Toms Antnio Gonzaga, Cludio Manuel da
Costa, Incio Jos de Alvarenga Peixoto, Cnego Lus Vieira da Silva,
Francisco Paula Freire de Andrade, Jos lvares Maciel e os padres Jos de
Oliveira Rolim e Carlos Correia de Toledo, alm do alferes Joaquim Jos da
Silva Xavier, o Tiradentes. Como mostra da fora repressora da Coroa, os
lderes do movimento so punidos com o exlio, e Tiradentes condenado
morte. Enforcado e esquartejado no Rio de Janeiro, sua cabea ficou exposta
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em Vila Rica, na atual Praa Tiradentes. Os padres cumpriram pena em
conventos de Lisboa e os demais participantes foram banidos para a frica.
No incio do sculo XIX, a principal atividade do pas a agricultura, com a
introduo da lavoura de caf em So Paulo e nos estados do sul. Vila Rica
deixa de ser a referncia econmica do pas, mas continua politicamente ativa.
Em 1823, elevada a capital da Provncia de Minas Gerais, passando a se
chamar Imperial Cidade de Ouro Preto. Sua vocao cultural reforada com a
criao de duas escolas de nvel superior: a Escola de Farmcia, em 1839,
primeira da Amrica Latina, e a Escola de Minas de Ouro Preto, criada por ato
de Dom Pedro II, em 1876, e implantada pelo francs Claude-Henri Gorceix.
Com a proclamao da Repblica, em 1889, Ouro Preto permanece como
capital de Minas Gerais at 1897, quando inaugurada Belo Horizonte,
planejada e construda para esse fim.
A partir da, a cidade esvazia-se por completo. Alm dos setores
administrativos e econmicos, famlias inteiras transferem-se para a nova
capital, deixando para trs memrias de um passado glorioso.
A perda do papel administrativo de sede do Estado ser fato de grande
importncia para a conservao das feies urbanas da antiga Vila Rica, que,
sem a necessidade do acelerado crescimento imposto s capitais brasileiras no
sculo XX, mantm praticamente inalterado seu conjunto arquitetnico, artsticoe natural. Em 1924, a cidade visitada pelos modernistas Oswald de Andrade,
Mrio de Andrade, Tarsila do Amaral, acompanhados do poeta francs Blaise
Cendrars. Esses artistas agitavam o pas com sua nova esttica, lanada na
Semana de 22, em So Paulo, que mudaria definitivamente os padres da arte
no Brasil. A visita serviu para revalorizar o barroco como estilo nacional,
despertando o interesse pela figura de Aleijadinho no pas e no mundo. Desde
ento, e sobretudo aps a criao da Universidade Federal de Ouro Preto, em
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1969, a cidade mantm sua vocao artstica e cultural graas s suas escolas
centenrias, aos festivais de arte e realizao de festas tradicionais.
Ao longo dos anos, a preocupao com a preservao de Ouro Preto se
concretizou atravs de sucessivas medidas oficiais. Em 1931, o prefeito Joo
Batista Ferreira Velloso probe construes que alterem o aspecto colonial da
cidade. Dois anos depois, decretada Monumento Nacional, sendo inscrita em
1938 no Livro de Tombo do Servio do Patrimnio Histrico e Artstico
Nacional, SPHAN. Em 1944, ano do bicentenrio do poeta e inconfidente
Toms Antnio Gonzaga, a criao do Museu da Inconfidncia refora a
relevncia histrica e artstica de Ouro Preto no cenrio nacional. Em 1980,
aps importantes estudos feitos por uma equipe de especialistas vinculados
Unesco, Ouro Preto foi a primeira cidade brasileira a ser declarada pela
UNESCO, Patrimnio Histrico e Cultural da Humanidade, no ano de 1980.
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Captulo 4
Atrativos tursticos de Ouro Preto - I
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4 - Atrativos tursticos de Ouro Preto I
Ouro Preto foi uma das primeiras vilas de Minas Gerais e se tornou na poca
uma das principais cidades do Brasil e do mundo. Hoje possui uma grande
quantidade de atrativos.
Os atrativos tursticos de Ouro Preto so:
Igreja de So Francisco de Assis;
Museu da Inconfidncia;
Museu da Cincia e Tcnica;
Igreja de Nossa Senhora do Carmo;
Museu do Oratrio;
Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar.
4.1 - Igreja de So Francisco de Assis
Construda de 1765 a 1810, considerada a obra-prima de Aleijadinho em
termos de arquitetura e a expresso mxima do rococ em Minas Gerais.
Aleijadinho foi seu arquiteto, escultor e entalhador.
Adotou os materiais regionais, o itacolomito e a pedra- sabo e optou pelas
curvas, exemplificando o chamado barroco colonial mineiro, j nas linhas do
roroc avanando em solues prprias e rompendo com as heranas
portuguesas.
A Igreja de So Francisco de Assis um dos monumentos mais importantes do
perodo colonial no Brasil e, segundo Germain Bazin:
Entre os monumentos do Ocidente (...). Talvez seja um dos mais
perfeitos, um dos que foram inteiramente concebidos por um nico
homem, refletindo assim sua ideia original, sem alteraes...
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Na parte interna o forro da nave central foi pintado por Mestre Manuel da Costa
Atade, considerado o maior pintor do perodo colonial, que ali trabalhou de
1801 a 1811.
Germain Bazin considera este trabalho de Atade como sendo uma das obras-
primas da pintura brasileira.
O forro abaulado e ocupa todo o teto da nave. Ao centro ele representa
Nossa Senhora da Conceio subindo aos cus, est cercada pelos anjos
cantores e aos seus ps encontra-se o Rei Davi tocando harpa, ladeado pelos
anjos msicos. H discusso, envolvendo vrias pesquisas, em torno da alusoa Nossa Senhora da Conceio, Padroeira da Ordem. Alguns citam Nossa
Senhora da Porcincula, devoo da regio de Assis, na Itlia, onde se ergueu
a famosa Baslica Franciscana, local onde Francisco reconheceu sua vocao.
O trabalho da parte externa da Igreja de So Francisco de Assis, ornando a
fachada, em pedra-sabo, mostra a beleza e a harmonia das obras de
Aleijadinho.
Por estes motivos, a Igreja de So Francisco de Assis considerada uma das
mais importantes do Brasil. Germain Bazin fala que:
Mesmo na Itlia, onde houve tantos artistas que foram ao mesmo
tempo arquitetos, pintores e escultores, no existe um s monumento
que exprima assim, em todos os aspectos, a unidade de pensamento
de um gnio.
4.2 - Museu da Inconfidncia
Em 1 de junho de 1785, o ento Governador da Capitania de Minas Gerais,
Lus da Cunha Meneses, iniciou a construo do prdio que abrigaria a Casa
de Cmara e Cadeia, cuja planta foi de sua autoria e o desenho foi elaborado
por Manuel Ribeiro Guimares.
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O prdio funcionou como Casa de Cmara e Cadeia at o ano de 1862,
quando a Cmara se retira definitivamente do edifcio, que passou a funcionar
como priso do Estado.
Em 1936 o ento Presidente da Repblica, Getlio Vargas, desejando
emprestar um contedo ideolgico ao regime de exceo que implantaria,
resolveu resgatar os restos mortais dos inconfidentes que foram degredados
para a frica. Eles ficaram guardados no Arquivo Histrico Nacional no Rio de
Janeiro, enquanto aguardavam a definio do local para onde iriam
definitivamente.
Em 1938 o prdio da antiga Casa de Cmara e Cadeia desocupou-se com a
transferncia do Presdio do Estado para a Penitenciria Agrcola de Neves,
nas imediaes de Belo Horizonte e, Getlio Vargas resolveu instituir um
museu dedicado memria dos inconfidentes naquele prdio.
Em 1942 o Museu da Inconfidncia foi finalmente instaurado com a
inaugurao do Panteo dos Inconfidentes, que contou com a participao do
Ministro da Educao e Sade do Governo de Getlio Vargas, o Sr. Gustavo
Capanema.
O Panteo dos Inconfidentes ocupa uma sala no prdio da Antiga Casa de
Cmara e Cadeia e nele esto os restos mortais de treze dos conspiradores de
1789. Como o Panteo no recebeu os restos mortais de todos os participantes
da conspirao, uma lpide vazia faz uma homenagem aos inconfidentes
ausentes.
Alm dos tmulos dos inconfidentes, encontra-se ali o tmulo da Maria
Doroteia Joaquina de Seixas, conhecida como Marlia de Dirceu, noiva do
poeta Thomas Antnio Gonzaga.
O acervo museolgico do Museu da Inconfidncia composto por peas de
uso religioso e possui um vasto mobilirio dos sculos XVIII e XIX, lembranas
de cada momento, que modelou a histria do Brasil.
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O museu localizado na Praa Tiradentes, conhecida por ser palco de lutas e
tornou-se um magnfico espao pblico da cidade colonial e um excepcional
exemplar da cultura luso-brasileira.
4.3 - Museu da Cincia e Tcnica
O prdio foi construdo entre 1741 e 1748 a partir da planta do engenheiro Jos
Fernandes Pinto Alpoim e obras de Manoel Francisco Lisboa (pai de
Aleijadinho) para funcionar como Palcio do Governo.
O palcio foi sede e moradia dos Governadores da Capitania de Minas Gerais,
no Brasil-Colnia; dos Presidentes da Provncia no Imprio e dos
Governadores de Estado na Repblica.
Em 12 de dezembro de 1897 com transferncia da capital para Belo Horizonte,
o prdio passou a abrigar a Universidade Federal de Ouro Preto. A
transferncia das atividades acadmicas da Escola de Minas para o Campus
da UFOP, no Morro do Cruzeiro, o prdio passou a abrigar o Museu da Cincia
e Tcnica.
O Museu da Cincia e Tcnica composto por setores temticos
contemplando assuntos ligados aos cursos da UFOP: setor da minerao,
setor de metalurgia, de histria natural, de astronomia, topografia e
mineralogia.
A mostra pioneira a de peas mineralgicas, que se confunde com a criao
da prpria Escola de Minas, em 1876, quando seu fundador, o professor
francs Claude Henri Gorceix trouxe da Europa as primeiras amostras minerais
que so consideradas uma das mais completas do mundo, incluindo uma as
maiores amostras de meteoritos do Brasil, com aproximadamente 24 mil
amostras.
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Logo na entrada, esto as salas do Museu de Histria Natural, constitudo por
vrios exemplares de fsseis, esqueletos de animais terrestres e marinhos, etc.
No setor de astronomia, um valioso acervo inclui peas nicas no Brasil como
uma esfera armilar, simulador de eclipses, globo das constelaes e muitos
outros instrumentos de importncia da astronomia.
4.4 - Igreja de Nossa Senhora do Carmo
Construda em substituio a uma antiga capelinha erigida pelos devotos de
Santa Quitria, frequentada pela aristocracia de Vila Rica, a Igreja de Nossa
Senhora do Carmo teve sua construo iniciada em 1766, mas somente foi
concluda em 1776.
O projeto da Igreja de Manuel Francisco Lisboa (pai de Aleijadinho) e foi
posteriormente modificado por ele.
Esta foi a ltima igreja em que o Aleijadinho trabalhou em Ouro Preto.
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo a mais central de Ouro Preto,
localizada bem ao lado do Museu da Inconfidncia e domina toda a paisagem
do local. Esta igreja traz estilo rococ e nela encontram-se tambm obras de
Mestre Atade.
Finalmente, h um pormenor singular nesta igreja: a presena de 10 painis
de azulejos, os nicos existentes em Minas Gerais, salvo uma casa de fachada
azulejada, em Ouro Preto, na Rua Filipe dos Santos, n 3. A decorao
azulejar, to corrente nas igrejas e palcios das cidades costeiras chegavam
diretamente de Portugal, prontas para a colocao. Para chegar a Minas os
azulejos teriam de desembarcar no Rio de Janeiro, e ser transportados em
dorso de burro, serra acima, numa longa travessia, ao longo do Caminho Novo.
O custo de transporte era enorme e a mercadoria pesadssima. Os azulejos do
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Carmo de Ouro Preto devem ter custado muito ouro rica Irmandade, que se
permitiu esse luxo inslito. Houve azulejos em Minas, mas "fingidos" pintados
em tbua, como em So Francisco de Assis, ou na parede, como no Carmo deSabar. J. M. dos Santos Simes, o mestre portugus da azulejaria estudou os
azulejos do Carmo de Ouro Preto e os descreveu: 10 painis recortados de 20
azulejos na maior altura. Rodap, de fundo marmoreado azul com
ornamentao almofadada amarela e motivos concheados em mangans. Os
painis so de pintura azul.
No adro da Igreja do Carmo encontra-se o Museu do Oratrio, considerado o
nico do Brasil, com este tipo de acervo.
4.5 - Museu do Oratrio
Localizado num prdio anexo Igreja do Carmo encontra-se o Museu do
Oratrio.O sobrado, em dois pavimentos, considerado uma obra singular por
ter funcionado como Casa do Noviciado do Carmo funo diferenciada da
usual. Anexa ao sobrado est uma pequena construo trrea.
O Museu do Oratrio possui acervo nico em todo o mundo: composto por
162 oratrios e 300 imagens dos sculos XVII ao XX.
Os oratrios foram doados pela colecionadora ngela Gutierrez ao IPHAN
(Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional) e so peas
genuinamente brasileiras e principalmente do estado de Minas Gerais. O
acervo do Museu do Oratrio est em exposio nos trs andares do casaro
histrico localizado no adro da Igreja do Carmo onde, durante algum tempo,
morou Aleijadinho (1738-1814). O projeto museogrfico ficou a cargo do
francs Pierre Catel.
Os oratrios so pequenos retbulos de uso particular. O costume de se ter
pequenos altares particulares para fazer suas oraes teve incio na realeza e
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acabou por se estender at o povo. Praticamente em todas as casas eram
encontrados oratrios nos quartos dos moradores ou em cmodos reservados
para oraes.
Visitado anualmente por mais de 50 mil pessoas, o prdio setecentista foi
especialmente recuperado e equipado com modernos recursos tecnolgicos
para receber a coleo.
4.6 - Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar
A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto, Minas Gerais, um
das edificaes catlicas mais conhecidas entre as que foram erguidas durante
o Ciclo do Ouro.
Foi construda em torno de uma capela erguida a partir de 1696 ou, nos
primeiros anos do sculo XVIII e ampliada em 1712 com recursos dos devotos,
embora as intervenes principais tenham seguido at o final do sculo.
J a devoo de Nossa Senhora do Pilar foi trazida provavelmente de So
Paulo, na Bandeira de Bartolomeu Bueno, tendo a imagem sido entronizada na
primitiva capelinha que antecedeu o templo.
A Parquia do Pilar foi a mais rica e populosa em Vila Rica, j que reuniu o
maior nmero de irmandades e, por isso, a Matriz recebeu mais ornamentos
em preparao para uma "boa morte". As irmandades tinham lugares
especficos dentro do templo, uma forma de representar e expressar ahierarquia social dos fiis.
O projeto arquitetnico da Igreja atribudo ao arquiteto Pedro Gomes Chaves.
considerada a igreja com maior quantidade de ouro em Minas Gerais e
segunda com maior quantidade de ouro no Brasil.
A inaugurao da Igreja do Pilar foi considerada, o festejo religioso mais
importante de todos os tempos em Ouro Preto, ficou conhecido como O
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro_Pretohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Geraishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_do_Ourohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Capelahttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bartolomeu_Buenohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Irmandadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Irmandadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bartolomeu_Buenohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Capelahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_do_Ourohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Geraishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro_Preto7/29/2019 Apostila Curso Atrativos de Minas
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Triunfo Eucarstico, que na verdade foi uma procisso trazendo o Santssimo
da Igreja do Rosrio de volta para a Igreja do Pilar. Neste cortejo, composto por
dezenas de fiis, as pessoas trajaram roupas riqussimas e usaram adornoscravejados de pedras preciosas. A pompa da procisso foi to grande, que
imediatamente a notcia de seu acontecimento se espalhou por toda a Europa.
Da segunda fase do barroco mineiro, a talha da parte interna da igreja foi
executada por Francisco Xavier de Brito, considerado o mestre de Aleijadinho.
Antnio Francisco Pombal (tio de Aleijadinho) tambm teve uma pequena
participao nesta igreja. A quantidade de ouro na parte interna impressiona e
faz desta igreja uma das mais bonitas do Brasil
Seguindo para o interior da Matriz do Pilar para a parte detrs do altar-mor,
onde se encontra a sacristia, temos acesso ao Museu da Prata, onde esto
expostos objetos de arte sacra feitos em prata e ouro branco e paramentos que
teriam sido usados na Procisso do Triunfo Eucarstico.
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Captulo 5
Atrativos tursticos de Ouro Preto - II
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5 - Atrativos tursticos de Ouro Preto II
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceio e Museu do
Aleijadinho;
Museu Casa dos Contos;
O Trem da Vale - Maria Fumaa entre Ouro Preto e Mariana;
Outros atrativos de Ouro Preto: turismo ecolgico, artesanato e
pedras preciosas.
5.1 - Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceio de Antnio Dias
Foi construda entre os anos de 1727 e 1760, por ordem de Antnio Dias,
fundador de Ouro Preto. O projeto e a construo ficaram a cargo de Manuel
Francisco Lisboa, pai do Aleijadinho, que se estendeu por vrios anos,
especialmente dos elementos ornamentais do seu interior.
Segundo alguns historiadores, o tio de Aleijadinho teria trabalhado na igreja
como mestre de obras.
A Matriz da Conceio est situada na parte baixa da cidade no lado oposto a
Igreja Matriz do Pilar. um dos maiores templos de Ouro Preto em termos de
tamanho. Em seu interior encontramos talha ricamente trabalhada em ouro.
Possui oito altares laterais e no primeiro que fica ao lado direito de quem entra,
encontra-se o altar dedicado a Nossa Senhora da Boa Morte, onde a seus psest localizado o tmulo de Aleijadinho, morto a 18 de novembro de 1814.
No trono do altar-mor temos a imagem da Virgem, modelada em tamanho
natural, segundo a Conceio de Murilo, ricamente ornada com resplendor,
coroa de prata e pedras preciosas. As talhas desse altar, em colunas
salomnicas, foram executadas pelo Mestre Felipe Vieira (1760 1765).
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Tudo isto faz da Igreja um dos templos mais importantes de Ouro Preto, do
perodo de Minas setecentista, por sua qualidade arquitetnica, esplndida
ornamentao interna e tambm pelo que possibilita de contemplao dobarroco portugus transplantado para a colnia no auge, revelado em sua
diversidade, complexidade e representatividade igrejateatro. Representa o
estilo joanino, caracterstico da segunda fase do barroco mineiro.
5.2 - Museu do Aleijadinho
Localizado na parte posterior da igreja, na parte da sacristia, encontra-se o
Museu do Aleijadinho que ocupa trs andares do prdio. O acervo composto
por mobilirio dos sculos XVIII e XIX, peas sacras, paramentos e esculturas
de Aleijadinho.
Neste museu existe uma pintura de autor desconhecido que retrata o
Aleijadinho. Esta seria a nica imagem retratada do famoso Mestre.
5.3 - Museu Casa dos Contos
Para chegar ao Museu, necessrio subir a ladeira que d acesso Praa
Tiradentes e do outro lado, desce pela rua Direita.
A edificao, que se impe pela nobreza construtiva, considerada a mais alta
expresso da arquitetura Civil Colonial brasileira.
Foi construdo de 1782 a 1784 para ser residncia do influente Joo Rodrigues
de Macedo e escritrios da Casa dos Contratos. Joo Rodrigues de Macedo
era o arrematante: uma espcie de coletor pblico da arrecadao tributria
das Entradas e Dzimos de todas as mercadorias que eram comercializadas
em Vila Rica. Era o homem mais rico da regio e foi um participante oculto da
Inconfidncia. Seu contador, Vicente Vieira da Mota, acabou preso e deportado
e comprovou-se que as reunies dos inconfidentes eram realizadas na Casa
dos Contos, com Macedo presente.
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Em 1789, parte do edifcio foi alugado para sediar a Companhia do Esquadro
do Vice-Rei, que estava em Ouro Preto para reprimir a Inconfidncia Mineira.
Endividado, em 1793, Joo Rodrigues de Macedo alugou o piso trreo da
residncia para o Governo, que ali instalou a Junta Real da Fazenda e a
Intendncia do Ouro. A partir da a casa ficou conhecida como Casa dos
Contos. Com a insolvncia do contratador o prdio passou a pertencer ao Real
Errio (1803).
A Casa dos Contos abrigou tambm a Casa de Fundio de Ouro e durante a
Inconfidncia Mineira, alguns aposentos do primeiro pavimento serviram depriso para alguns inconfidentes. Foi nesta casa, debaixo de uma escadaria
que Cludio Manuel da Costa foi encontrado enforcado. A Coroa Portuguesa
divulgou na poca que o inconfidente teria se suicidado, contudo, a maioria dos
historiadores acredita que ele tenha sido morto por enforcamento.
O Museu Casa dos Contos ocupa os trs andares do prdio e abriga tambm o
Centro de Estudos do Ciclo do Ouro. Durante a visita o turista no pode deixar
de conhecer o sistema sanitrio da casa, que era extremamente avanado para
a poca, a Senzala com peas alusivas ao perodo da escravido em Minas
Gerais e a mostra de moedas e cdulas do Brasil existentes desde o perodo
colonial aos dias atuais.
5.4 - Trem do Vale Maria Fumaa
A construo do ramal de Ouro Preto foi iniciada em 1883, tendo seu
prolongamento at Mariana concludo em 1914. Percorre um trecho de 18 km
interligando a cidade de Ouro Preto a Mariana.
A tradicional Maria Fumaa do trecho voltou aos trilhos, puxando uma
composio mvel eu inclu um vago panormico, que foi especialmente
adaptado para que os turistas possam ter viso excepcional da paisagem
durante a viagem, que dura cerca de 1 hora. Os prdios das estaes do
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percurso - Ouro Preto, Vitorino Dias, Passagem de Mariana, foram restaurados
e o paisagismo de suas reas externas foi recuperado.
O trem um investimento turstico da Vale do Rio Doce e do Ministrio do
Turismo, que recuperou o antigo trajeto entre as duas cidades, iniciando as
viagens em 2006. As Estaes de Ouro Preto e Mariana mantm-se
conservadas, com exposies explicativas da ferrovia e suas histrias.
Funciona nos dias de sextas, sbados, domingos e feriados. A sada de Ouro
Preto s 11 horas e o retorno de Mariana ocorre s 14 horas.
O passeio de Maria Fumaa atrai grande quantidade de turistas que querem
vivenciar um pouquinho da atmosfera do passado e um dos passeios
imperdveis de Ouro Preto.
5.5 - Outros atrativos de Ouro Preto
Alm das Igrejas e Museus Ouro Preto oferece uma variada gama de opes
para quem gosta de natureza e de participar de festas religiosas e culturais.
No s a cidade de Ouro Preto, mas o seu entorno, com seus Distritos como
Glaura, Amarantina, Cachoeira do Campo atraem diferentes turistas
interessados na histria e nas festas populares.
E ainda, para o visitante com interesse especfico na observao da natureza,
na geologia, na fauna e na flora, Ouro Preto oferece vrias alternativas como o
Parque do Itacolomi, que possui reas remanescentes da Mata Atlntica e a
rea de Proteo Ambiental Estadual Cachoeira das Andorinhas, que abriga
um patrimnio natural bem preservado.
O artesanato em pedra-sabo outro grande atrativo turstico de Ouro Preto.
Para encontr-lo basta visitar a feira livre que fica em frente Igreja de So
Francisco de Assis ou ir nas lojas que revendem as peas, ou nas prprias
fbricas que ficam nos arredores da cidade. Nelas o turista pode observar o
prprio arteso trabalhando a pedra.
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Uma das peas mais procuradas em pedra-sabo a panela de pedra. Quem
quer se aventurar a fazer uma comida com o tpico gostinho mineiro, precisa
desse item obrigatrio. Ela pode ser levada ao forno e no fogo, no possuicheiro e no altera o sabor dos alimentos. Existem lojas que so
especializadas em panelas de pedra.
Outro atrativo importante de Ouro Preto so as lojas que comercializam as
pedras preciosas e semipreciosas de Minas e de outros pases.
Minas Gerais um dos plos geolgicos mais importantes do mundo. No
subsolo do Estado encontra-se uma das maiores variedades de minerais doplaneta e, Ouro Preto o nico local no mundo em que o topzio imperial
extrado e comercializado.
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Captulo 6Atrativos tursticos de So Joo del-Rei- I
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6 - Atrativos tursticos de So Joo del-Rei I
Breve histrico de So Joo del-Rei;
Igreja de So Francisco de Assis;
Museu Municipal Tom Portes del-Rei (Casa Brbara Heliodora);
Memorial Tancredo Neves;
Igreja de Nossa Senhora do Rosrio;
Solar dos Neves;
Solar dos Lustosa;
Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar.
6.1 - Breve histrico de So Joo del-Rei
A regio comeou a ser povoada no final do sculo 17, quando o bandeirante
Tom Portes del-Rei, consegue permisso real para cobrar pedgio para
travessia do Rio das Mortes. Como parte deste pedgio deveria ser destinado
ao rei, o local passa a ser chamado de Porto Real da Passagem. O Rio das
Mortes era um dos inmeros obstculos que os bandeirantes tinham que
enfrentar em suas andanas por Minas e muitos morreram na tentativa de
atravess-lo.
Por volta do ano de 1702, o bandeirante Joo de Siqueira Afonso descobre
ouro no Rio das Mortes, que se transforma ento em local de minerao.
Em 1709, a regio foi palco do primeiro conflito armado de Minas: a Guerra dos
Emboabas, que se iniciou em Sabar e se estendeu at So Joo del-Rei. O
desfecho final dessa guerra acontece s margens do Rio das Mortes, num local
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que ficou conhecido como Capo da Traio, entre So Joo e Tiradentes,
quando os paulistas se renderam e foram traioeiramente dizimados pelos
portugueses e aliados, que eram conhecidos como Emboabas.
Em 1713 o arraial foi elevado categoria de Vila com nome de So Joo
del-Rei em homenagem a D. Joo V, rei de Portugal e a Tom Portes del-Rei.
So Joo del-Rei, aps a decadncia da explorao aurfera, por ser uma
regio muito frtil, se dedicou agricultura, conseguindo refazer sua economia.
Em 1838, foi elevada categoria de cidade e se tornou uma das principais
cidades de Minas.
A riqueza da agricultura e do comrcio traz grande prosperidade. A cidade se
torna um centro comercial, cultural e poltico da Capitania e do Imprio e
recebe o ttulo de Celeiro de Minas. O progresso chega de muitas maneiras:
atravs da organizao e melhoramento do espao e dos servios urbanos;atravs da fundao de inmeras escolas, associaes, etc; atravs da
instalao da primeira casa bancria (1860), da Estrada de Ferro Oeste de
Minas (1881), das fbricas (laticnios, curtumes, txteis -1891, etc). No final do
sculo XIX a cidade quase foi eleita Capital de Minas, sem, contudo, perder
suas tradicionais caractersticas: a religiosidade e a f de seu povo e a
grandeza de sua arte e de suas manifestaes populares.
6.2 - Igreja de So Francisco de Assis
A Igreja de So Francisco de Assis foi construda em substituio a uma
pequena capela do mesmo nome. O projeto original do Aleijadinho e o mestre
Francisco de Lima Cerqueira foi contratado para executar o risco.
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Francisco de Lima Cerqueira acabou introduzindo vrias mudanas no projeto
original. Substituiu as torres oitavadas, modificou o desenho dos culos da
nave e alterou o arco-cruzeiro.
Na fachada da Igreja esto esculpidos os smbolos da ordem franciscana,
sendo que a portada foi executada pelo Aleijadinho. A escultura do fronto foi
executada atribuda a Aniceto Souza Lopes.
Na capela-mor encontra-se um raro lustre de cristal Bacarat, doado por
D.Pedro II. No altar-mor v-se So Francisco, ajoelhado frente a uma cruz,
recebendo as cinco chagas de Cristo.
Existe uma lenda que narrada por Lcia Machado de Almeida em seu livro
Minas Gerais: Roteiro Turstico-Cultural das Cidades Histricas, sobre a
imagem do Cristo que est no altar principal. Segundo ela:
Terminada a construo da igreja, os membros da Irmandade de So
Francisco de Assis estavam reunidos na Casa da Ordem, a fim de
combinar a quem haveriam de encomendar uma imagem do Senhor
de Monte Alverne. Eis que aparece um velho mendigo pedindo
pousada por uma noite. Levaram-no a um quarto no poro, onde ele
se trancou, de janela e porta fechadas. Como durante trs dias no
deu sinal de si, julgaram-no morto e arrombaram a porta. No havia
ningum e, em vez da misteriosa criatura, encontraram uma escultura
representando o Senhor de Monte Alverne, em tamanho natural.
A imagem foi colocada no altar-mor, onde encontra-se at hoje.Os seis altares laterais apresentam caracterstica curiosa. Quando os tcnicos
do IPHAM na dcada de cinquenta do sculo XX retiraram a camada de gesso
que revestia os altares, descobriu-se que a madeira utilizada foi a sucupira, o
que detalhe raro, pois este tipo de madeira muito dura para ser esculpida.
No cemitrio da Igreja de So Francisco, localizado em sua parte posterior,
encontra-se o tmulo do ex-Presidente da Repblica, Tancredo de Almeida
Neves.
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6.3 - Museu Municipal Tom Portes del-Rei (Casa De Brbara Heliodora)
O Museu est instalado em um casaro estilo colonial do sculo XVIII, na casaonde nasceu e casou Brbara Heliodora, esposa de Alvarenga Peixoto, um dos
poetas inconfidentes.
No mesmo prdio funciona a Secretaria Municipal de Turismo e Cultura.
O acervo do Museu composto por peas variadas como: oratrios, mveis,
fotos, telas e imagens. Ao fundo est instalada a Biblioteca Municipal Batista
Caetano de Almeida. Possui precioso acervo com obras antigas e raras comoL'ncyclopedie Methodique de Diderot e d'Alembert e o jornal poltico francs
Le Moniteur Universel, alm de volumes de autores clssicos da literatura
latina, francesa, inglesa e portuguesa dos sculos XVIII e XIX.
6.4 - Memorial Tancredo Neves
O Memorial Tancredo Neves funciona em um casaro situado na rua Padre
Jos Maria Xavier n 7, ao lado da Ponte do Rosrio.
O prdio possui nove salas de exposio que resgatam a vida do ex-Presidente
desde sua infncia at sua morte em 1985.
6.5 - Igreja Nossa Senhora do Rosrio
Igreja de Nossa Senhora do Rosrio foi construda pela Irmandade de Nossa
Senhora do Rosrio e So Benedito dos Homens Pretos. No ano de 1753
passou a apresentar o atual prtico com elementos decorativos e a elegante
porta almofadada. Em 1936 a fachada foi adaptada para abrigar as duas torres.
O interior bastante simples. No altar-mor, h uma bonita imagem de Nossa
Senhora do Rosrio.
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6.6 - Solar dos Neves
O imponente casaro chama a ateno do turista pela sua beleza econservao. Nele moraram o ex-Presidebnte, o Ilustrssimo Senhor Tancredo
de Almeida Neves e, sua esposa D. Risoleta Neves.
6.7 - Solar dos Lustosa
Este sobrado pertence famlia do dentista Paulo de Almeida Lustosa, criador
da Cera Dr. Lustosa, utilizada para dor de dente. Conhecido no pas e no
exterior desde 1922, o medicamento preparado, ainda hoje, artesanalmente,no andar trreo do sobrado.
O consultrio, a biblioteca e o laboratrio do Dr. Lustosa foram transformados
em um pequeno museu. Equipamentos, mobilirio e embalagens antigas
ilustram a produo da famosa cera da poca do dentista.
6.8 - Matriz Nossa Senhora do Pilar
A Igreja de Nossa Senhora do Pilar foi construda em 1721 por iniciativa da
Irmandade do Santssimo Sacramento em substituio a uma antiga capela,
incendiada durante a Guerra dos Emboabas. No incio do sculo XIX, a
Irmandade decidiu ampliar a igreja. Demoliu o frontispcio original e reconstruiu-
o em estilo neoclssico a partir do risco feito por Manoel Vitor de Jesus.
Os altares laterais da igreja possuem lmpadas de prata suspensas, uma delas
doada pelo poeta e inconfidente Incio Jos de Alvarenga Peixoto, em 1778.No ano de 1960 a igreja foi elevada a catedral, e em 1965 recebeu o ttulo de
baslica, passando a se chamar Igreja Catedral Baslica de Nossa Senhora do
Pilar.
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Captulo 7
Atrativos tursticos de So Joo del-Rei - II
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7 - Atrativos tursticos de So Joo del-Rei II
Igreja de Nossa Senhora do Carmo;
Solar da Baronesa;
Estao da Maria Fumaa;
A linguagem dos Sinos: patrimnio imaterial de So Joo del-Rei.
7.1 - Igreja de Nossa Senhora do Carmo
As obras da Igreja da Ordem 3 do Carmo foram executadas ao longo de dois
sculos.
Diferentemente das outras igrejas, o interior desta todo revestido de branco,
uma vez que no foi possvel a concluso das pinturas e douramento dos
altares.
Erguida na fase urea do rococ, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo traz
inovaes do estilo: a portada ricamente elaborada por elementos escultricos
e as torres octogonais ligeiramente recuadas do plano da fachada.
No consistrio h um conjunto de mesa com oito ps e cadeiras de alto
espaldar em jacarand, tpico do perodo setecentista, atribudo ao artista
Manuel Rodrigues Coelho, que realizou a capela-mor, os plpitos e o medalho
do arco-cruzeiro.
Um bonito porto de ferro forjado emoldura a entrada do cemitrio prximo
igreja.
Um de seus destaques uma imagem inacabada, encontrada no sculo 20, de
um Cristo crucificado. desconhecida a autoria da imagem, assim como o
motivo dela estar inacabada, sendo muitas as lendas sobre sua origem.
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7.2 - Solar da Baronesa de Itaverava
O jogo de telhados e a longa sacada com balco em ferro rendilhado marcamesta construo, que pertenceu famlia da Baronesa de Itaverava. Parte dela
abriga a Diretoria Executiva da Fundao de Ensino Superior de So Joo
del-Rei Funrei e, desde maio de 2000, o prdio cede espao tambm ao
Centro Cultural da Funrei, que mantm uma galeria de arte e um auditrio.
7.3 - Museu Ferrovirio
O prdio da Estao Ferroviria Centro Atlntica foi inaugurado em 1881, porD. Pedro I e sua esposa D. Tereza Cristina e faz parte do Centro de
Preservao da Histria Ferroviria de So Joo del-Rei, composto pela oficina
de manuteno, o armazm ferrovirio, almoxarifado e a Rotunda. Esses
prdios pertenciam antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas EFOM.
Este prdio d acesso ao Museu Ferrovirio, ao Prdio da Oficina e Rotunda,
local onde a locomotiva faz as manobras de retorno.
O Museu Ferrovirio funciona no antigo prdio do armazm de carga da
ferrovia. Em seu acervo encontram-se vrias locomotivas, dentre elas a
primeira locomotiva da Estrada de Ferro Oeste de Minas, com o vago em que
D. Pedro II viajou.
O inconfundvel apito que ecoa pelas montanhas entre So Joo del-Rei e
Tiradentes o aviso: l vem a Maria fumaa apresentando a centenas de
turistas algumas das belas paisagens do Campo das Vertentes de Minas, como
fazendas centenrias, o traado sinuoso do Rio das Mortes e uma flora
diversificada.
O passeio de Maria fumaa percorre 12 km entre as cidades de So Joo
del- Rei e Tiradentes e hoje a nica ferrovia do Brasil que utiliza uma bitola
estreita, de 76 centmetros, a fez herdar o carinhoso apelido de Bitolinha. A
ferrovia chegou a atingir 684 km de extenso. A Maria fumaa funciona as
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sextas, sbados, domingos e feriados. Nos meses de janeiro e julho o trem
circula de quinta a domingo.
7.4 - A linguagem dos sinos
Ao caminhar pelas ruas de So Joo del-Rei, fique atento para um de seus
mais singulares atrativos tursticos: a linguagem dos sinos.
So Joo del-Rei uma das poucas cidades de Minas que mantm a tradio
colonial da linguagem dos sinos.
Nesta bela cidade, os sinos tocam para as mais diversas ocasies, e cada
toque, dobre ou repique possui um significado, que entendido pelos so
joanenses. Os toques anunciam o nascimento de uma criana, a morte de um
morador ou chamam a comunidade para participar de algum evento.
A linguagem dos sinos chega ao requinte de detalhar o contedo das
mensagens transmitidas, como por exemplo: nos avisos de missas, a cada
meia hora e quinze minutos antes da celebrao, o sino pequeno toca com
pancadas seguidas. Se quiserem indicar quem ser o padre que ir celebrar a
missa, ao final de cada toque de entrada, tocam-se pancadas espaadas. E se
for uma missa festiva, os repiques vm depois da entrada e tambm no final.
Esta tradio um dos mais preciosos patrimnios imateriais de So Joo
del-Rei e, um grande agregamento de valor aos atrativos tursticos da cidade.
Alm da linguagem dos sinos So Joo del-Rei possui manifestaes culturais
significativas e o turista no pode deixar de assistir as apresentaes das
tradicionais orquestras e coros da cidade, como a Orquestra e Coro Ribeiro
Bastos, a Banda Musical Municipal Santa Ceclia e a famosa Orquestra e Coro
Lira Sanjoanense, que foi fundada pelo mestre de msica Jos Joaquim
de Miranda em 1776.
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O artesanato tpico so as peas em estanho. H uma grande quantidade de
fbricas e lojas espalhadas pela cidade e comprovando sua importncia, o
estanho possui at um museu: o Museu do Estanho John Somers. O acervodisponibilizado abrange grande variedade de peas de vrias pocas e pases.
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Captulo 8
Atrativos tursticos de Tiradentes
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8 - Atrativos tursticos de Tiradentes
Breve histrico de Tiradentes;
Museu Padre Toledo;
Igreja Matriz de Santo Antnio;
Chafariz de So Jos;
Igreja da Nossa Senhora do Rosrio;
Largo das Forras;
Gastronomia;
Artesanato.
8.1 - Tiradentes
A pequena cidade de Tiradentes possui uma populao de cerca de 6.547habitantes (IBGE 2007).
cortada pela belssima Serra de So Jos, que uma rea de proteo
ambiental e considerada pela Organizao das Naes Unidas UNESCO,
uma reserva da biosfera.
O Rio das Mortes circunda da cidade, enquanto o Rio Elvas percorre a parte
central da cidade.
8.1.1 -Tiradentes Breve histrico
A cidade de Tiradentes originou-se do pequeno arraial da Ponta do Morro,
formado em incios do sculo XVIII. Desde os ltimos anos do sculo XVII, o
paulista Tom Portes del-Rei explorava o direito de passagem s margens do
Rio das Mortes, num ponto conhecido como Porto Real da Passagem. Em
1702 Joo de Siqueira Ponte chega regio e, em companhia de Tom Portes,
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descobre ouro nos crregos da redondeza. O local, denominado Ponta do
Morro, logo se transforma em arraial com o afluxo crescente de garimpeiros.
Pouco tempo depois, passa a se chamar Arraial da Ponta do Morro de SantoAntnio, em louvor ao santo de devoo dos moradores que a se reuniram e
ergueram uma capela.
Graas abundncia do ouro encontrado, o arraial desenvolve-se
rapidamente, sendo elevado categoria de vila em 1718, quando recebe a
denominao de So Jos del-Rei. Nas primeiras dcadas do sculo XVIII, foi
construda a maior parte de seu casario e de suas edificaes religiosas, como
a Igreja de Nossa Senhora do Rosrio, em 1708, e a Matriz de Santo Antnio,
em 1710. Ao redor das igrejas e capelas, localizadas em pontos elevados da
cidade, as casas foram se firmando numa configurao que permanece at
hoje.
Em 1889 recebe nova denominao, passando a se chamar Tiradentes, em
homenagem ao heri da Inconfidncia Mineira, Joaquim Jos da Silva Xavier.
Dessa poca em diante, a cidade experimenta certo ritmo de expanso
comercial com a implementao do ramal ferrovirio da Estrada de Ferro
Oeste-Minas e, mais tarde, do sistema rodovirio.
Hoje, uma das importantes fontes de renda da cidade o turismo, mantido
graas ao grande interesse por seu conjunto arquitetnico colonial, quase
inalterado. A cidade foi tombada como Patrimnio Histrico Nacional em 1938
pelo Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional - Iphan,
resguardando-se no s seu conjunto arquitetnico como tambm reas deseu entorno paisagstico, especialmente a imponente Serra de So Jos com
agradveis cachoeiras e vegetao remanescente da Mata Atlntica.
Tiradentes uma das cidad