Apostila-de-Direito-Do-Consumidor.doc

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    A Evoluo Histrica do Direito do Consumidor

    Autores: FlavioBarbosa Quinaud Pedron e Viviane Machado Caffarate

    I. A Evoluo do Direito do Consumidor

    O Direito do Consumidor obra relativamente recente na Doutrina e na Legislao!"em seu surgimento como ramo do Direito# $rinci$almente# na metade deste sculo! Porm#indiretamente encontramos contornos deste segmento do Direito $resente# de forma es$arsa# emnormas das mais diversas# em v%rias &uris$rud'ncias e# acima de tudo# nos costumes dos mais

    variados $a(ses! Porm# no era concebido como uma categoria &ur(dica distinta e# tambm# norecebia a denominao )ue ho&e a$resenta!

    *ltamiro +os dos ,antos destaca o C-digo de .amurabi /0122 a!C!3! 4ste &% em seutem$o regulamentava o comrcio# de modo )ue o controle e a su$erviso se encontravam acargo do $al%cio! O )ue demonstrava )ue se e5istia $reocu$ao com o lucro abusivo $or)ueo consumidor &% estava tendo seus interesses resguardados! ,antos lembra )ue6

    7consoante a7 lei 7018 do C-digo de .amurabi# o construtor de barcos estava obrigadoa refa9':lo em caso de defeito estrutural# dentro do $ra9o de at um ano /!!!37 /,antos# ;! $!>=:>

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    abai5o do $reo de mercadoK a Lei Cl-dia do ano 8= a!C!# reservando o benef(cio de taldistribuio aos indigentes eK a Lei *ureliana# do ano 0>2 da nossa era# determinando fossefeita a distribuio do $o diretamente $elo 4stado! 4ram leis ditadas $ela interveno do4stado no mercado ante as dificuldades de abastecimento havidas nessa $oca em Ioma7/Pru5# ; foi uma revoluo do consumidor! Pois nas $alavras de

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    Miriam de *lmeida ,ou9a# foi uma revoluo

    7contra o sistema mercantilista de comrcio britAnico colonial da $oca# no )ual osconsumidores americanos eram obrigados a com$rar $rodutos manufaturados na nglaterra#$elos ti$os e $reos estabelecidos $ela metr-$ole# )ue e5ercia o seu mono$-lio! /!!!3 ,amuel

    *dams# uma figura marcante no e$is-dio do ch% no $orto de Boston# )ue# &% em ;>=8 naIe$Eblica# reforou as seculares 7assi9es7 /Leis do Po3# da antiga metr-$ole# a$ontando suaassinatura na lei )ue $roibia )ual)uer adulterao de alimentos no estado de Massachusetts7/,O*# ;

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    manterem em$regadas# se submetessem G e5$lorao! Concomitante a estes fatos# a livreincitava e livre concorr'ncia defendida $elos liberais no se concreti9ou# $ois a concorr'nciano se iniciava em condi@es iguais e as regras do &ogo no eram res$eitadas! Com isso#algumas em$resas )ue se enri)ueceram# gerando uma concentrao econJmica!

    O 4stado ,ocial surge no sculo como res$osta G misria e a e5$lorao de grande$arte da $o$ulao! O 4stado ,ocial tem como caracter(sticas o $oder limitado# a garantia osdireitos individuais e $ol(ticos# acrescentando a estes os direitos sociais e econJmicos! Logo# o4stado $assou a intervir na 4conomia $ara $romover &ustia social! Has Constitui@es$romulgadas adotando esse modelo de 4stado# os direitos individuais eram mais im$ortantes)ue os direitos sociais! 4stes foram regulados como normas $ragm%ticas# de$endendo# ento# deregulamentao! *ssim acorreu com a Constituio brasileira de ;

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    $roduo em massa! Devido a este movimento# a $roduo $erdeu seu to)ue 7$essoal7 e ointercAmbio do comrcio ganhou $ro$or@es ainda mais des$ersonali9adas# &% )ue $assaram ahaver outros intermedi%rios entre a $roduo e o consumo! 4m conse)T'ncia disto#

    7o $rodutor $recisava dar escoamento G $roduo# $raticando# Gs ve9es# atos

    fraudulentos# enganosos# $or isso mesmo# abusivos! * &ustia social# ento# entendeu sernecess%ria a $romulgao de leis $ara controlar o $rodutor:fabricante e $roteger o consumidor:com$rador7 /,O*# ;

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    federais nos 4*# )ue fortaleceram a fiscali9ao da $ure9a da carne# a "eat #nspection Act ea Pure $ood and %rug Act# de ;

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    da liberdade individual# entendia:se )ue os seus efeitos no deveriam atingir a terceiros! Ocontrato era res inter alios acta! Mas as necessidades sociais im$useram a )uebra# ainda )uee5ce$cional# desse $rinc($io da relatividade dos efeitos do contrato# $ara a satisfao de certosinteresses coletivos $rivados7 /OM4,# ;

    * $artir das iniciativas do $residente americano +ohn Fit9gerald ennedU# na dcada de2# houve a consolidao do Direito do Consumidor nos 4stados nidos! Dirigindo:se $ormeio de uma mensagem es$ecial ao Congresso *mericano# em ;

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    /c3 fornecer aos consumidores informa@es ade)uadas $ara ca$acita:los a fa9er escolhasacertadas# de acordo com as necessidades e dese&os individuaisK

    /d3 educar o consumidorK

    /e3 criar $ossibilidade de real ressarcimento ao consumidorK/f3 garantir a liberdade $ara formar gru$os de consumidores e outros gru$os e

    organi9a@es de relevAncia e o$ortunidade $ara )ue estas organi9a@es $ossam a$resentar seusenfo)ues nos $rocessos decis-rios a elas referentes7 /,O*# ;

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    * )uesto dos Direitos do Consumidor to im$ortante )ue em tr's o$ortunidadesdistintas tratada na Constituio Federal vigente! * $rimeira ve9# &% em seu Ca$(tulo do"(tulo # )ue trata dos direitos e deveres individuais e coletivos estabelece a Carta magna# noartigo 8R# )ue 7o 4stado $romover%# na forma da lei# a defesa do consumidor7 o )ue)uer di9er# em outras $alavras# )ue o overno Federal tem a obrigao de defender o

    consumidor# de acordo com o )ue estiver estabelecido nas leis!

    * segunda ve9 )ue a Constituio menciona a defesa do consumidor )uando trata dos$rinc($ios gerais da atividade econJmica no Brasil# citando em seu artigo ;>2# V# )ue a defesado consumidor um dos $rinc($ios )ue devem ser observados no e5erc(cio de )ual)ueratividade econJmica!

    Finalmente# o artigo ?= do *to das Dis$osi@es Constitucionais "ransit-rias /*DC"3#determina )ue o Congresso Hacional elabore o C-digo de Defesa do Consumidor!

    4stes tr's dis$ositivos constitucionais so mencionados no artigo ;R do C-digo deDefesa do Consumidor!

    +os eraldo Brito Filomeno lembra )ue a sensibili9ao dos

    7constituintes de ;==>S==# foi obtida $or unanimidade na o$ortunidade do encerramentodo V 4ncontro Hacional das /!!!3 4ntidades de Defesa Do Consumidor# desta feita reali9adoem Bras(lia# $or ra9@es -bvias# no calor das discuss@es da *ssemblia Hacional Constituinte# e)ue acabou sendo devidamente $rotocolada e registrada sob n!R 0!=>8# em =:8:=># tra9endosugest@es de redao# inclusive aos ento artigos 1 e >? da Comisso 7*fonso *rinos7# comes$ecial desta)ue $ara a contem$lao dos direitos fundamentais do consumidor /ao $r-$rioconsumo# G segurana# G escolha# G informao# a ser ouvido# G indeni9ao# G educao $ara oconsumo e a um meio ambiental saud%vel3!7 /FLOM4HO# ;

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    PI# Oscar van! Ies$onsabilidade Civil do Profissional Liberal no C-digo deDefesa do Consumidor! Belo .ori9onte6Del IeU# ;

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    As rela,es de consumo e o surgimento da tutela do consumidor

    *ntes de adentrarmos ao tema $ro$riamente dito# necess%rio se fa9 e5$licitar como foi o

    caminho trilhado do 7movimento consumerista7 )ue teve nuanas $r-$rias# embates acirrados e$or fim uma difuso mundial da consci'ncia de )ue o consumidor# diante do avanotecnol-gico dos meios de $roduo $assara a ser a $arte fraca da relao de consumonecessitando de uma legislao )ue resguardasse no a$enas os direitos b%sicos# mas tambm)ue $unisse a)ueles )ue o desres$eitassem!

    "emos )ue a origem $rotecionista do consumidor se deu com as modifica@es nasrela@es de consumo# sendo esta# $or seu turno dif(cil de $recisar seu in(cio! Ho ficamos um s-dia sem consumir algo# de modo )ue o consumo fa9 $arte do dia:a:dia do ser humano! *afirmao de )ue todos n-s somos consumidores verdadeira! +oo Batista de *lmeida /;3adu9)ue 7inde$endentemente da classe social e da fai5a de renda# consumimos desde o nascimentoe em todos os $er(odos de nossa e5ist'ncia! Por motivos variados# )ue vo desde a necessidade

    e da sobreviv'ncia at o consumo $or sim$les dese&o# o consumo $elo consumo7!

    .odiernamente as chamadas rela@es de consumo# outrora cam$o e5clusivo do estudoda ci'ncia econJmica $assou a fa9er $arte do rol da linguagem &ur(dica! 4 o fe9# dado asaltera@es substanciais no $anorama mundial# $ol(tico# econJmico e &ur(dico )ue $ermeavam$oca $retrita trans$ortando:se $ara o cen%rio atual!/03Para Maria *ntonieta anardo Donato#estas altera@es foram introdu9idas $elo liberalismo emergente do sculo # )ue infiltrou:seno Direito o$erando sua transformao!

    *$-s a transformao do $anorama econJmico# nasce um ca$italismo agressivo )ueim$Js um ritmo elevado na $roduo# erigindo um novo modelo social# )ual se&a# a sociedade

    de consumo /mass consumption society3 ou sociedade de massa! nstaura:se um novo $rocessoeconJmico# causando $rofundas e ines$eradas altera@es sociais!/13

    Ho h% dEvidas de )ue as rela@es de consumo ao longo do tem$o evolu(ramdrasticamente! Do $rimitivo escambo e das minEsculas o$era@es mercantis tem:se ho&ecom$le5as o$era@es de com$ra e venda# )ue envolvem milh@es de reais ou de d-lares!

    Para tr%s ficou a)uelas rela@es de consumo )ue estavam intimamente ligadas Gs$essoas )ue negociavam entre si# $ara dar lugar G 7o$era@es im$essoais e indiretas# em )ueno se d% im$ortAncia ao fato de no se ver ou conhecer o fornecedor! Os bens de consumo$assaram a ser $rodu9idos em srie# $ara um nEmero cada ve9 maior de consumidores! Osservios se am$liaram em grande medida7!/?34 essa $roduo em massa aliada ao consumo em

    massa# gerou a sociedade de consumo ou sociedade de massa!

    Mas esta nova forma de vender e com$rar trou5e em seu bo&o o $oderio econJmico dasmacro:em$resas de im$or seus $rodutos e mercadorias G)uele /consumidor3 )ue ao )ue $areciaseria 7monarca do mercado7/83ou o 7rei do sistema7!/3

    Dado a esta im$osio# os consumidores comearam a en5ergar )ue estavam mais $arasEditos do )ue $ara monarcas# bem como estavam des$rotegidos e vulner%veis Gs $r%ticas

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    abusivas das em$resas e $ara tanto necessitavam de $roteo legal!

    * $artir dessa fundamental constatao# v%rios ordenamentos &ur(dicos do mundo todo$assaram a reconhecer a figura do consumidor e# sobretudo a sua vulnerabilidade outorgando:lhes direitos es$ec(ficos!

    O caminho natural da evoluo nas rela@es de consumo certamente acabaria $orrefletir nas rela@es sociais# econJmicas e &ur(dicas do mundo! * $artir deste evento# a tutela doconsumidor ganhou es$ao no seio &ur(dico# e os debates em torno da matria iniciaram:se faceGs novas situa@es decorrentes do desenvolvimento!

    4sse entendimento corroborado $or +oo Batista de *lmeida/>3)ue citando CamargoFerra9# Milar e Helson HerU +Enior adu9em )ue a tutela dos interesses difusos em geral e doconsumidor em $articular deriva das modifica@es das rela@es de consumo e evidenciam )ue6Yo surgimento dos grandes conglomerados urbanos# das metr-$oles# a e5$loso demogr%fica# arevoluo industrial# o desmesurado desenvolvimento das rela@es econJmicas# com a$roduo e consumo de massa# o nascimento dos cartis# holdings# multinacionais e das

    atividades mono$ol(sticas# a hi$ertrofia da interveno do 4stado na esfera social e econJmica#o a$arecimento dos meios de comunicao de massa# e# com eles# o fenJmeno da $ro$agandamacia# entre outras coisas# $or terem esca$ado do controle do homem# muitas ve9es voltaram:se contra ele $r-$rio# re$ercutindo de forma negativa sobre a )ualidade de vida e atingindoinevitavelmente os interesses difusos! "odos esses fenJmenos# )ue se $reci$itaram num es$aode tem$o relativamente $e)ueno# trou5eram a lume G $r-$ria realidade dos interesses coletivos#at ento e5istentes de forma latente des$ercebidosZ!

    -erminologia

    Ponto interessante se mostra a terminologia &ur(dica de 7consumidor7# uma ve9 )uev%rios autores advertem no ser tarefa f%cil definir consumidor no sentido &ur(dico! O voc%buloconsumidor# do verbo consumir# $or sua ve9 oriundo do latim consumere# significa acabar#gastar# des$ender# absorver# corroer! Ha linguagem dos economistas# consumo# seria o ato $elo)ual se com$leta a Eltima eta$a do $rocesso econJmico!/=3"al linguagem no se verificava noDireito Privado Brasileiro# $assando a fa9er $arte )uando da $romulgao do C-digo de Defesado Consumidor! Como mencionado eram e5$ress@es voltadas G ci'ncia econJmica# mas )ue$assaram a fa9er $arte do universo &ur(dico e no Brasil# a conceituao legal ou o conceitostandart de consumidor dado $elo C-digo de Defesa do Consumidor em seu *rtigo 0Radu9indo )ue 7consumidor toda /essoa +0sica ou 1ur0dica 2ue ad2uire ou utili3a /rodutoou servio como destinat%rio +inal7# incluindo:se# tambm# $or e)ui$arao# 7a coletividade

    de /essoas4 ainda 2ue indetermin%veis4 2ue )a1a intervindo nas rela,es de consumo7 /art!0R# [ Enico3!

    A /roteo do consumidor no direito alien0gena 5Com/arado e Internacional6

    O resguardo &ur(dico do consumidor no tema e5clusivo de um Enico $a(s! Longe

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    disso# tema su$ranacional abrangendo a totalidade dos $a(ses desenvolvidos ou emdesenvolvimento! N de HeXton De Lucca a a$resentao de )uadro sinttico desta $roteo6 HoDireito Com$arado /antecedentes legislativos3 e no Direito nternacional!

    Direito Com$arado

    : Discurso do $residente ennedU ao Congresso *mericano /maroS03K

    : Lei sobre documentos contratuais uniformes de srael /;

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    O /or 2u7 da tutela8

    * &ustificativa )ue se tem $ara o surgimento da tutela do consumidor# )ue esta nasceufruto dos mais variados $roblemas sociais 7surgidos da com$le5idade da sociedade moderna eos reclamos de indiv(duos e gru$os7!/;23

    Para +oo Batista de *lmeida# esta tutela# 7no surgiu aleat-ria e es$ontaneamente7! /;;3

    *o contr%rio# surgiu 7de uma reao a um )uadro social# reconhecidamente concreto# em )ue sevislumbrou a $osio de inferioridade do consumidor em face do $oder econJmico dofornecedor# bem como a insufici'ncia dos es)uemas tradicionais do direito substancial e$rocessual# )ue &% no mais tutelavam novos interesses identificados como coletivos e difusos!/;034 termina o feste&ado autor6 7a tutela surge e se &ustifica# enfim# $ela busca do e)uil(brioentre as $artes envolvidas7!/;13

    4st% assentado doutrinariamente )ue a vulnerabilidade do consumidor# )ue $ara alguns um $rinc($io/;?3 foi a $edra de mote $ara o surgimento da tutela do consumidor#reconhecendo:se ser este a $arte fraca# vulner%vel nas rela@es de consumo# originando a

    hi$ossufici'ncia deste!

    Para +oo Batista de *lmeida# Lui9 *ntonio Ii99atto Hunes e Cl%udio BonattoSPauloValrio Dal Pai Moraes# alguns so os $rinc($ios orientadores desta tutela $rotetiva# ve&amos6 oda isonomia ou da vulnerabilidadeK o da hi$ossufici'nciaK o do e)uil(brio e da boa:f ob&etivaKdo dever de informarK o da reviso das cl%usulas contr%rias ou da re$resso eficiente aosabusosK o da conservao do contratoK o do da e)uival'nciaK o da trans$ar'ncia e o dasolidariedade!/;83

    Cum$re esclarecer )ue no trataremos dos $rinc($ios acima mencionados# $ois# esta nofora a inteno# mas a$enas tra9':los G colao com o fito de demonstrar ser esta tutela

    orientada $or $rinc($io basilares do direito constitucional )ue se es$raiaram $ara o direito doconsumidor!

    A evoluo legislativa rasileira

    * defesa do consumidor como tema es$ec(fico entre n-s algo recente! +oo Batista de*lmeida/;3adu9 ser de ;; a ;1 os discursos $roferidos $elo ento De$utado Hina Iibeiro#alertando $ara a gravidade do $roblema# densamente de nature9a social# e $ara a necessidade deuma atuao mais enrgica no setor!

    ,omente em ;= surgiu em n(vel estadual# o $rimeiro -rgo de defesa do consumidor#o Procon de ,o Paulo# criado $ela Lei nR ;!

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    es$arsas )ue indiretamente $rotegia o consumidor# embora essa no fosse a inteno $rinci$aldo legislador! Foi o Decreto nR 00!0# de > de abril de ;ist?enciadigna. Dentro desses limites4 garantida a lierdade econ=mica9.

    9Art. @ < A lei /romover% o +omento da economia /o/ular4 o desenvolvimentodo crdito e a nacionali3ao /rogressiva dos ancos de de/sito. Igualmente/rovidenciar% sore a nacionali3ao das em/resas de seguros em todas as suamodalidades4 devendo constituir&se em sociedade rasileira as estrangeiras 2ueactualmente o/eram no /ai3.

    Par%gra+o nico: B /roiida a usura4 2ue ser% /unida na +rma da lei.9

    Posteriormente veio o Decreto:Lei nR =!?

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    Hacional Constituinte# e )ue acabou sendo devidamente $rotocolada e registrada sob o nR0!=>8# em =:8:=># tra9endo sugest@es de redao# inclusive aos ento artigos 1 e >? da7Comisso *fonso *rinos7# com es$ecial desta)ue $ara contem$lao dos direitosfundamentais do consumidor# culminando assim# na insero de )uatro dis$ositivos es$ec(ficose ob&etivos sobre o tema! O $rimeiro deles e o mais im$ortante $or refletir toda a conce$o do

    movimento est% grafado no artigo 8R# inciso # no ca$(tulo relativo aos 7direitos e deveresindividuais e coletivos7# onde di9 )ue dentre os deveres im$ostos ao 4stado brasileiro# est% o de/romover4 na +orma da lei4 a de+esa do consumidor !

    Houtra $assagem# atribu(da a com$et'ncia concorrente $ara legislar sobre danos aoconsumidor /art! 0?# V3! Ho ca$(tulo da Ordem 4conJmica# a defesa do consumidor a$resentada como um dos motivos &ustificadores da interveno do 4stado na economia /art!;>2# V3! 4# finalmente# ainda no bo&o da Constituio de ;=# de

    ;; de setembro de ;

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    onder Com$arato /IDM nR =2# $$! a >8# artigo intitulado 7* Proteo ao Consumidor naConstituio Brasileira de ;

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    $! ;>!

    ?!*lmeida# +oo Batista! * Proteo +ur(dica do Consumidor# 0W 4dio# 4d! ,araiva:0222# ,o Paulo# $! 20!

    8!Lucca# HeXton De! Direito do Consumidor# 0W 4dio# 4d! 4di$ro# ,o Paulo:0222#cit! P! 02!

    !Donato# Maria *ntonieta anardo! Proteo ao Consumidor# Vol! ># 4d! I":;;2!*lmeida# +oo Batista! * Proteo +ur(dica do Consumidor# 0W 4dio# 4d! ,araiva:0222# ,o Paulo# cit! $! 0;!

    ;;!*lmeida# +oo Batista! * Proteo +ur(dica do Consumidor# 0W 4dio# 4d! ,araiva:0222# ,o Paulo# cit! $! 00!

    ;0!*lmeida# +oo Batista! * Proteo +ur(dica do Consumidor# 0W 4dio# 4d! ,araiva:0222# ,o Paulo# $! 00!

    ;1!*lmeida# +oo Batista! * Proteo +ur(dica do Consumidor# 0W 4dio# 4d! ,araiva:0222# ,o Paulo# $! 00!

    ;?!Bonatto# Cl%udio! Quest@es controvertidas no C-digo de Defesa do Consumidor6$rinci$iologia# conceitos# contratos# 0W edio# 4d! Livraria do *dvogado:;

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    0222# ,o Paulo# $! ;2!

    ;=!Lucca# HeXton De! Direito do Consumidor# 0W 4dio# 4d! 4di$ro# ,o Paulo:0222#cit! $! 1?!

    ;

    02!Lucca# HeXton De! Direito do Consumidor# 0W 4dio# 4d! 4di$ro# ,o Paulo:0222#$! 1?!Apudnota nR 02

    0;!.esse# onrad! * Fora Hormativa da Constituio# 4ditor ,ergio *ntonio Fabris#Porto *legre:;tensocomo /rinc0/io constitucional

    *utor6 .enri)ue *lves Pinto

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    Sum%rio: ;esumo! #ntrodu)-o! ! %os Princ.pios 6erais de %ireito! !! %aconstitucionali9a)-o dos princ.pios gerais! !+! %ireitos do /onsumidor < previs-oconstitucional! !! A defesa do consumidor e sua e'tens-o como princ.pio constitucional! !0!

    =egisla)-o infraconstitucional> o momento da parturi)-o do /?digo de prote)-o e defesa doconsumidor! +! A Pol.tica @acional das ;ela)*es de /onsumo e sua a&rang2ncia! +!! Asdiretri9es gerais da pol.tica e do direito do consumidor! +!+! /onsumo sustentvel e o princ.pioda integra)-o! +!! Princ.pios fundamentais da pol.tica nacional das rela)*es de consumo! +!0!Princ.pio da vulnera&ilidade do consumidor art! 0, #! +!4! 1 princ.pio do devergovernamental art! 0, ##, :# e :##! +!5! 1 princ.pio da garantia da adequa)-o art! 0, ##, % e:! +!C! Princ.pio da &oa fD nas rela)*es de consumo art! 0, ### e :#! +!! Princ.pio dainforma)-o < art! 0, #: e :###! +!F! Princ.pio do acesso G Husti)a! ! =ivre concorr2ncia, A&usodo Poder EconImico e /onsumidor! /onclus-o! Bi&liografia!

    !ES$O

    1 presente tra&alho retrata a enorme importncia do estudo a cerca do tem, princ.piosgerais de direito, em que demonstra os caminhos por eles percorridos so& a ?tica da Teoria6eral do %ireito, desde a sua constitucionali9a)-o atD a sua irradia)-o por entre outrosramos do %ireito, e em particular, o sistema de prote)-o e defesa do consumidor &rasileiro! Aanlise com maior grau de aprofundamento recai so&re a principiologia criada com aela&ora)-o da =ei !KCLFK, o /?digo de %efesa do /onsumidor, contida de mandamentosnucleares tais como, o princ.pio da vulnera&ilidade do consumidor, o princ.pio da eqMidade ea clusula geral de &oa

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    $O-&CLB

    /onsommateurN Principe de la :ulnDra&ilitDN Bonne )uando so v%lidos $ara todas as formas desaber# como o caso dos $rinc($ios de identidade e de ra9o suficienteK

    b3 P!ICGPIOS PL!I"ALE-ES6 )uando a$lic%veis a v%rios cam$os deconhecimento# como se d% com o $rinc($io de causalidade# essencial Gs ci'ncias naturais# mas

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    no e5tensivo a todos os cam$os do conhecimentoK

    c6 P!ICGPIOS $OO"ALE-ES:)uando s- valem como Ambito de determinadaci'ncia# como o caso dos $rinc($ios gerais de direito!

    ,er% essa categoria de $rinc($ios# a dos monovalentes# )ue a $resente monografia ir%demonstrar6 a incid'ncia deles no Ambito das rela@es consumeristas devido G alta carga$rinci$iol-gica contida no te5to da lei de defesa do consumidor!

    * e5$resso princ.pios gerais de direito $or demais am$la e um autor de grandeautoridade como Iubens Limongi Frana /apud IODI4,# 02203# entende )ue aos$rinc($ios de direito natural )ue o legislador manda recorrer na lacuna da normatividade!"odavia# h% de se atribuir um sentido diferente a eles# uma ve9 )ue o legislador )uer referir:seG)uelas normas )ue o orientam na elaborao da sistem%tica &ur(dica# ou se&a# G)ueles$rinc($ios )ue 7baseados na observao sociol-gica e tendo como ob&etivo regular os interessesconflitantes# im$@em:se# ine5oravelmente# como uma necessidade na vida do homem emsociedade!7 /IODI4,# 0220# $! 083

    * esse res$eito re$ortemo:nos a ashington de Barros Monteiro /;

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    no a soluo definitiva e concreta dele!

    Diante desta e5$osio# temos a clebre noo atribu(da $or Miguel Ieale /;

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    a$licao dos mais variados ramos do direito tomando:se $or base 7a lei ordin%ria $rinci$al )ueo regulamentava!7 /H4I +HOI# 0220# $! ;

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    $rogram%tica# dotada de incontrast%vel &uridicidade!

    Iessalta ainda Paulo Bonavides /0220# $! 0?3 o seguinte6

    Ha $rimeira# a normatividade constitucional dos $rinc($ios m(nimaK na segunda

    m%5ima! *li# $airam ainda numa regio abstrata e t'm a$licabilidade diferidaK a)ui ocu$am umes$ao onde releva de imediato a sua dimenso ob&etiva e concreti9adora# a $ositividade de suaa$licao direta e imediata!

    *$enas nesta Eltima fase# a fase no $rogram%tica# )ue se far% e5e)T(vel 7colocar nomesmo $lano discursivo# em termos de identidade# os $rinc($ios gerais e os $rinc($iosconstitucionais!7 /BOH*VD4,# 0220# $! 0?3

    Portanto# o )ue se $ode $erceber deste t-$ico )ue# salvo o em$enho da Filosofia e da"eoria eral do Direito ao constru(rem a doutrina da normatividade dos $rinc($ios em )ue sebusca uma neutralidade na )ual se $ossa su$erar antinomia Direito HaturalSDireito Positivo#tema )ue no o $ro$-sito desse trabalho! *o se estudar a teoria dos $rinc($ios gerais de

    direito $ro$osto $or Del Vecchio nas li@es de Vicente I%o /;

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    ao $r-$rio ob&eto $or se tratar de uma norma constitucional $rogram%tica at ento!

    ,obre as normas constitucionais $rogram%ticas $ostula Crisafulli /;# $! >836

    *s normas constitucionais $rogram%ticas# como se viu# no regulam diretamente as

    matrias a )ue se referem# mas regulam $ro$riamente a atividade estatal concernente a ditasmatrias6 t'm $or ob&eto imediato os com$ortamentos estatais e s- imediatamente e $or assimdi9er# em segundo grau# a)uelas determinadas matrias!

    *crescenta ainda Paulo Bonavides /0220# $! 0003# 7ostentam $or igual uma du$laefic%cia na medida em )ue servem de regra vinculativa de uma legislao futura sobre o mesmoob&eto!7

    *lm de caracteri9ada como direito fundamental# a defesa do consumidor 7se )ualificatambm como um dos $rinc($ios da ordem econJmica e financeira /art! ;>2# V# ConstituioFederal3!7

    Por se tratar de uma sociedade ca$italista# como a brasileira# fundada na livreiniciativa na )ual se verificam inEmeras formas de abuso de $oder econJmico# nada maiso$ortuno e &usto do )ue se considerar o direito do consumidor como um direito fundamental!

    Ho )ue di9 res$eito G com$et'ncia normativa sobre a matria# da intelig'ncia do art!0?# inc! V da Constituio Federal# serem com$etentes a nio# os 4stados e o DistritoFederal $ara legislar concorrentemente sobre res$onsabilidade $or dano ao consumidor!

    O $roduto legislativo da nio dever% ater:se G edio de normas gerais# sendo )ue os4stados e Distrito Federal $ossuiro com$et'ncia su$lementar /art! 0?# [ ;` e 0` daConstituio Federal3!

    Protege:se ainda# atravs da normatividade constitucional# o direito do consumidor/*LVM# *!K *LVM# "!K *LVM# 4!K ,O*# +!# ;

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    es$ec(fico destinado G elucidao de sua a$licabilidade!

    . A De+esa do Consumidor e sua E>tenso como Princ0/io Constitucional

    *$-s todo este levantamento da tra&et-ria dos $rinc($ios gerais de direito# da sua

    constitucionali9ao e irradiao $or entre outros ramos do Direito# chega:se ao assuntofundamental do $resente trabalho# )ue o da carga $rinci$iol-gica contida na Lei =!2>=S

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    De um lado# no $ode# o legislador# ou a administrao $Eblica# editar norma conflitantecom o ob&etivo do $rograma constitucional! De outro# os Poderes PEblicos t'm o dever dedesenvolver esse $rograma# $or meio de uma ao coordenada!

    *$-s todas essas e5$osi@es# mais do )ue declarado# est% com$rovado )ue a defesa do

    consumidor uma garantia constitucional )ue engloba uma vasta gama de direitos )ue estoenvolvidos em toda a Carta Constitucional ou em outros regimes e $rinc($ios colhidos $or ela!7Direitos )ue envolvem a obrigao $ositiva de atuar# legislar e decidir# na $ol(tica# na lei e na&ustia# $ela defesa do consumidor7 /*P*"4I# 022;# $! ;=>3!

    .J Legislao In+raconstitucional & O $omento da Parturio do Cdigo deProteo e De+esa do Consumidor *rasileiro

    *$esar do am$lo otimismo do Constituinte# ao revelar certa $ressa $ara )ue fosse$romulgada a lei de $roteo do consumidor# de acordo com a determinao do art! ?= do *todas Dis$osi@es Constitucionais "ransit-rias /*DC"3# )uando consignou )ue o CongressoHacional deveria elaborar# no $ra9o de cento e vinte dias da $romulgao da Constituio# o

    C-digo de Defesa do Consumidor! 4ntretanto# a$-s )uase dois anos da $romulgao da CartaMagna )ue foi institu(da a Lei =!2>=S

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    Com o decorrer dos anos# a $ol(tica e o direito do consumidor desenvolveram:se deforma cada ve9 mais autJnoma# coerente e se$arada! Huma fase mais recente# uma novaabordagem $ostulada 7em )ue se e5ige a integrao das considera@es da $ol(tica de consumoa outras $ol(ticas econJmicas e sociais7 /BOIOH4# 0220# $! 1?3!

    $ol(tica de defesa do consumidor dado um ob&etivo mais am$lo de a$licao# e seusdados se tornam cada mais significativos G medida )ue ele vo se estendendo a outros ramos$ol(ticos!

    .As Diretri3es #erais da Pol0tica e do Direito do Consumidor

    *ntes de dissertarmos sobre a $rinci$iologia inserta no art! ?` do C-digo de Defesa doConsumidor Brasileiro# a$ontaremos abai5o os as$ectos mais comuns de interesse da $ol(ticatradicional de $roteo ao consumidor6

    a6Educao:uma im$ortant(ssima ferramenta de au5(lio ao consumidor# busca torn%:lomais consciente de suas res$onsabilidades# direitos e obriga@es# a&udando:o a e5ercer um

    $a$el atuante no mercado# $rotegendo:o dos enganos e fraudes# ao $ossibilitar o acesso efetivoG lei e aos mecanismos de re$arao!

    6In+ormao e consel)os:detalhar cada ve9 mais as informa@es e formas de usosobre $rodutos e servios# riscos e acidentes relacionados a eles# cl%usulas contratuais# $reos etarifas# leis e regulamentos entre outrosK rotulagem e em$acotamento dos $rodutos# avisos einstru@es de uso# revelao das cl%usulas contratuais# concesso de $er(odos de controle#$roibio de $ro$aganda enganosa# estabelecimento de uma rede de Centros de Conselhos $araConsumidores# $romovendo informa@es de consumo $or meio de fontes inde$endentes#desenvolvimento de cam$anhas $Eblicas de conscienti9ao etc!

    c6Proteo dos interesses econ=micos dos consumidores: $reveno de comrcio#$ro$aganda e mtodos de venda desleais# im$edimento de cl%usulas abusivas em contratos deconsumo# regulamentao da es$eculao de $reos# do crdito# dos em$rstimos e de outrastransa@es financeiras do consumidor# obriga@es de garantia $-s:venda# instituio de $adr@esde )ualidade# entre outros!

    d6Segurana:$roteo aos consumidores de $rodutos ou servios# )ue so $erigosos ousem segurana# atravs de medidas $reventivas# tais como e5ig'ncias de informa@es# $lanos degarantia de )ualidade# obriga@es de controle sobre $rocessos de $roduo e distribuio#retirada de $rodutos )uando nocivos aos consumidores e a terceiros# a reali9ao de recalls#intercAmbio de sistemas de informa@es e su$erviso das reservas de mercado# assim comocorretivas )ue do aos consumidores# acesso a $lanos de com$ensao ade)uados e facilmente

    acess(veis# $articularmente $or meio de es$ec(ficas regras de res$onsabilidade! m$rescind(vel)ue se desta)ue# )ue o ob&etivo de segurana sobre $roduto e servios tais como# comida#drogas# cosmticos# brin)uedos# autom-veis# saEde# trans$orte# la9er# atividades es$ortivas etc!

    e6Com/ensao ao consumidor>tem como ob&etivo armar o consumidor de meiosr%$idos e acess(veis de assegurar seus direitos# definindo re$ara@es civis# criminais eadministrativas mais ade)uadas# ao criar $ara os gru$os de consumidores# $ersonalidade

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    &ur(dica ou o direito de ingressarem a@es coletivas em cortes e tribunais )uando se sentiremlesados# alm de desenvolverem sistemas alternativos $ara soluo de conflitos )ue se&ameficientes e inde$endentes!

    +6!e/resentao dos interesses coletivos dos consumidores: $ara $romover e dar

    su$orte aos gru$os de consumidores# aumentando a $artici$ao de re$resentantes deconsumidores no $rocesso de tomada de decis@es!

    g6Satis+ao de necessidades %sicas>como $ossibilitar a todos# o efetivo acesso amercadorias e servios b%sicos# dentre eles# %gua# energia# telecomunica@es# educao# saEdeetc!

    ..Consumo Sustent%vel e o Princ0/io da Integrao

    Conforme a resoluo da OH# atravs do documento 7nited Hations uidelines forConsumer Protection7# am$liado no ano de ;

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    ve9 mais a atividade comercial dessa em$resa )ue de$reda o meio ambiente no )ue im$licar%um forte dese)uil(brio# entre os recursos naturais dis$on(veis e a atividade industrial# o )ue$oder% tra9er dr%sticas conse)T'ncias!

    Os $receitos desse artigo# referem:se a uma variedade de $ol(ticas# tais como6

    telecomunica@es# sociedade de informao# saEde# nutrio# $roteo ambiental e agr(colas#)ue devem ser desenvolvidas numa estratgia rumo G integrao dos dados de consumo! Ndesta atividade )ue trabalha com a inter:relao )ue temos o $rinc($io da integrao# o )ual seencontra consubstanciado no te5to do art! ?1# in ver&is6 7overnments should $romote thedevelo$ment and im$lementation of $olicies for sustainable consum$tion and the integration ofthose $olicies Xith other $ublic $olicies!7 /Os governantes devem $romover a im$lementao eo desenvolvimento de $ol(ticas )ue tenham como ob&etivo o consumo sustent%vel alm daintegrao dessas $ol(ticas a outras $ol(ticas $Eblicas! "raduo nossa!3# da diretri9 geral de$roteo ao consumidor editada $ela OH!

    Diante disso# infere:se )ue 7a )ualidade de vida ou direito de viver num ambientesaud%vel tornou:se um dos direitos fundamentais dos consumidores7 /BOIOH4# 0220#$! 13! * res$onsabilidade $ela $roteo ao meio ambiente# no recair% a$enas aos $rodutores#aos fornecedores# entre outros entes da cadeia em$resarial# mas tambm aos consumidores# )uedevem $rocurar consumir $rodutos menos nocivos ao meio ambiente# o )ue no nada f%cil &%)ue im$lica numa mudana nos seus h%bitos# da( observa:se )ue o $rocesso de integrao e5tremamente com$le5o!

    Portanto conclui:se )ue o consumo sustent%vel4 como bem observa "hierrUBourgoignie /0220# $! 1>3# 7colocar% sua marca na $ol(tica e no direito do consumidor7!

    * livre escolha dos consumidores# dever% ser limitada em $rol do meio ambiente e )ueos interesses da coletividade e benef(cios individuais a curto $ra9o# ao fa9er com )ue todos

    tomem consci'ncia da dimenso ecol-gica do $rocesso consumerista em geral e de seucom$ortamento individual $articular!

    ..Princ0/ios Mundamentais da Pol0tica acional de !ela,es de Consumo

    Para melhor se com$reender o cor$o $rinci$iol-gico do art! ?` do C-digo de Defesa doConsumidor de acordo com a nova redao dada ao artigo $ela Lei n!`

    *rt! ?!` * Pol(tica Hacional das Iela@es de Consumo tem $or ob&etivo o atendimentodas necessidades dos consumidores# o res$eito a sua dignidade# saEde e segurana# a $roteode seus interesses econJmicos# a melhoria da sua )ualidade de vida# bem como a trans$ar'ncia

    e harmonia das rela@es de consumo# atendidos os seguintes $rinc($ios6

    : reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumoK

    : ao governamental no sentido de $roteger efetivamente o consumidor6

    a3 $or iniciativa diretaK

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    b3 $or incentivos G criao e desenvolvimento de associa@es re$resentativasK

    c3 $ela $resena do 4stado no mercado de consumoK

    d3 $ela garantia dos $rodutos e servios com $adr@es ade)uados de )ualidadeK

    : harmoni9ao dos interesses dos $articulares dos $artici$antes das rela@es deconsumo e com$atibili9ao da $roteo do consumidor com a necessidade dedesenvolvimento econJmico e tecnol-gico# de modo a viabili9ar os $rinc($ios nos )uais sefunda a ordem econJmica /art! ;>2# da Constituio Federal3# sem$re com base na boa:f ee)uil(brio nas rela@es entre consumidores e fornecedoresK

    : educao e informao de fornecedores e consumidores# )uanto aos seus direitos edeveres# com vistas G melhoria do mercado de consumoK

    : incentivo G criao $elos fornecedores de meios eficientes de controle de )ualidadee segurana de $rodutos e servios# assim como de mecanismos alternativos de soluo de

    conflitos de consumoKV : coibio e re$resso eficientes de todos os abusos $raticados no mercado de

    consumo# inclusive a concorr'ncia desleal e utili9ao indevida de inventos e cria@esindustriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos# )ue $ossam causar $re&u(9os aosconsumidoresK

    V : racionali9ao e melhoria dos servios $EblicosK

    V: estudo constante das modifica@es do mercado de consumo!

    De acordo com *rruda *lvim# "here9a *lvim# 4duardo *rruda *lvim e +aime Marins/;

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    Consumo# e tido como o nEcleo base de onde se irradia todos os outros $rinc($iosinformadores do sistema consubstanciado no C-digo de Defesa do Consumidor!

    sto acontece# a $artir do momento em )ue se e5amina a cadeia consumerista# ao$erceber )ue o consumidor o elemento mais fraco dela# $or no dis$or do controle sobre a

    $roduo dos $rodutos# conse)uentemente acaba se submetendo ao $oder dos detentores destes#no )ue surge G necessidade da criao de uma $ol(tica &ur(dica )ue bus)ue a minimi9ao dessadis$aridade na dinAmica das rela@es de consumo!

    * vulnerabilidade# )ualidade ontol-gica /essencial# nuclear# intr(nseca3 e indissoci%veldo consumidor numa relao de consumo# de acordo com o conceito legal $receituado $elo art!0` da Lei =!2>=S

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    4 de acordo com .ans elsen /;=S

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    mesmo tem$o )ue recebem reclama@es de determinados $rodutos ou servios# tambmrecebem valiosas sugest@es de consumidores# instruindo:os em como melhor servi:los# o )uecontribui de maneira inteligente $ara o desenvolvimento das $r-$rias atividades em$resariais!

    *tualmente# fala:se muito na chamada 7)ualidade total7# demarcando o C-digo )ue as

    em$resas devero ser incentivadas $ara a criao de mecanismos efica9es de controle de)ualidade de $rodutos e servios# uma ve9 )ue o C-digo do Consumidor ade$to do $rinc($ioda 7res$onsabilidade ob&etiva7# aliada G inverso do Jnus da $rova /como este assunto no a$ro$osta de discusso do $resente trabalho# no ir% se discuti:lo a)ui3# indica )ue a $revenode danos a $ol(tica )ue deve ser $rioritariamente buscada $elas em$resas!

    Por fim# vale ressaltar tambm )ue o $rinc($io da garantia de ade)uao contido no art!?`# # 7d7 e V do C-digo do Consumidor encontra:se am$arado $ela intelig'ncia dos art! =`$ar%grafo Enico e art!;2` [;`# [0` e [ 1` do mesmo di$loma# in ver&is# res$ectivamente6

    *rt! =` Os $rodutos e servios no mercado de consumo no acarretaro riscos G saEdeou segurana dos consumidores# e5ceto os considerados normais e $revis(veis em decorr'ncia

    de sua nature9a e fruio# obrigando:se os fornecedores# em )ual)uer hi$-tese# a darinforma@es necess%rias e ade)uadas a seu res$eito!

    Par%grafo Enico! 4m se tratando de $roduto industrial# ao fabricante cabe $restar asinforma@es a )ue se refere este artigo# atravs de im$ressos a$ro$riados )ue devamacom$anhar o $roduto!

    *rt! ;2` O fornecedor no $oder% colocar no mercado de consumo $roduto ou servio)ue sabe ou deveria saber a$resentar alto grau de nocividade ou $ericulosidade G saEde ousegurana!

    [ ;` O fornecedor de $rodutos e servios )ue# $osteriormente G sua introduo nomercado de consumo# tiver conhecimento da $ericulosidade )ue a$resentem# dever% comunicaro fato imediatamente Gs autoridades com$etentes e aos consumidores mediante anEncios$ublicit%rios!

    [ 0` Os anEncios $ublicit%rios a )ue se refere o $ar%grafo anterior sero veiculados naim$rensa# r%dio e televiso# Gs e5$ensas do fornecedor do $roduto ou servio!

    [ 1` ,em$re )ue tiverem conhecimento de $ericulosidade de $rodutos ou servios GsaEde ou segurana dos consumidores# a nio# os 4stados# o Distrito Federal e os Munic($iosdevero inform%:los a res$eito!

    .@ Princ0/io da *oa&M nas !ela,es de Consumo & Art. JN4 III e "I

    4ste $rinc($io nas rela@es de consumo# )ue tra9 uma carga significativa de regra geralde com$ortamento# est% e5$ressamente referido no inciso # do art! ?`# e# de certa maneira#encontra:se difundido em grande $arte dos dis$ositivos do C-digo do Consumidor# desde ainstituio de seus direitos b%sicos /art! `3# $ercorrendo $elo ca$itulo referente G re$arao $ordanos $elo fato do $roduto# e# orientando basicamente os ca$(tulos referentes Gs $r%ticascomerciais# a $ublicidade# e a $roteo contratual# merecedora de es$ecial desta)ue de acordo

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    com o inciso V do art! 8; do C-digo do Consumidor# )ue considera nulas de $leno direitocl%usulas contratuais )ue 7se&am incom$at(veis com a boa:f e e)Tidade7!

    * harmonia das rela@es de consumo e a trans$ar'ncia# indicadas no caputdo art! ?`como um dos esco$os da Pol(tica Hacional das Iela@es de Consumo# sero o resultado da

    conduta geral da boa:f# )ue deve ser buscada $elos dois $-los com$onentes das rela@es deconsumo6 consumidor e fornecedor# mesmo )ue ocu$em $osi@es antagJnicas frente aoconflito de seus interesses!

    Hesse sentido# os com$onentes da relao consumerista devem buscar o ob&etivocomum de melhor e com mais efici'ncia# fa9er circular $rodutos e servios com ob&etivo dagerao de ri)ue9as e benef(cios a todos os integrantes do mercado de consumo!

    ,er% a boa:f# nos di9eres de ,ilvio Iodrigues /0220# $! 236 7um conceito tico#moldado nas idias de $roceder com correo# com dignidade# $autando sua atitude $elos$rinc($ios da honestidade# da boa inteno e no $ro$-sito de a ningum $re&udicar!7

    Como se $ode $erceber# o $rimado b%sico da boa:f ser% 7o $rinc($io m%5imoorientador do CDC7 /M*IQ4,# 0220# $! >;3# e atravs deste $rinc($io nuclear )ue noa$enas os $-los atuantes da relao de consumo# devem se locali9ar no momento do ato deconsumo# mas at a $r-$ria legislao consumerista sofre refle5os dele# como $or e5em$lo# 7o$rinc($io da trans$ar'ncia /art! ?`# caput3 )ue no dei5a de ser um refle5o da boa:f e5igida aosagentes contratuais!7 /M*IQ4,# 0220# $! >;3

    . Princ0/io da In+ormao & Art. JN4 I" E "III

    *ntes de se iniciar este t-$ico# necess%rio citar a im$ortAncia da informao de acordocom o &urista Luis ustavo randinetti Castanho de Carvalho /0220# $! 0883# em )ue esterevela um im$ortante $ensamento a res$eito da informao6 7Ho h% sociedade semcomunicao de informao! * hist-ria do homem a hist-ria da luta entre idias# o caminhardos $ensamentos! O $ensar e o transmitir o $ensamento so to vitais $ara o homem como aliberdade f(sica7!

    Como se vive num mundo globali9ado em )ue a tecnologia a cada dia )ue $assacaminha a $assos cada ve9 mais largos# $ercebe:se )ue a informao circula com maiorvelocidade $or estar difundida nos mais variados meios de comunicao )ue a massificam commuito mais intensidade# fa9endo com )ue a informao $asse 7a ter uma relevAncia &ur(dicaantes no reconhecida7 /D4 C*IV*L.O# 0220# $! 083!

    ,er% deste interesse &ur(dico# o de saber melhor no ato da deciso# 7$ara )ue o homem

    no se&a levado a assumir com$ortamentos )ue no corres$ondam a uma $erfeita com$reensoda realidade7 /D4 C*IV*L.O# 0220# $! 083# )ue o direito de informao e5istir%e5$ressamente no C-digo de Defesa do Consumidor Brasileiro# com o ob&etivo de coibir )ue oscidados se&am levados a consumir $ela iluso# e no atravs da realidade!

    Desse modo ser% a informao# o elemento regente da Lei =!2>=S

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    Matrias )ue se referem a educao# divulgao# $ublicidade# informao dentre outros#so ob&etivos em $arte do C-digo do Consumidor# com v%rias normas dis$ostas a destacar ae5trema cautela com )ue tais temas devam ser encarados! Por um dos $rinc($ios adotados $eloC-digo de car%ter acess-rio# o 7$rinc($io da veracidade7# em )ue o fornecedor deve sem$re$restar informa@es sobre $rodutos ou servios de )uais)uer nature9a )ue ele oferea no

    mercado# constata:se a $resena deste $rinc($io em inEmeros artigos do c-digo# alm do art! ?`#tais comoK o art! ` /dos direito b%sicos do consumidor3K arts! =` e ;2` /citados no t-$icoreferente ao $rinc($io da garantia de ade)uao3K arts! ;=# ;< e 02 /v(cio do $roduto3K arts! 12#1; e 18 /oferta3K arts! 1# 1> e 1= /$ublicidade e mar^eting3K ?1 e ?? /bancos de dados ecadastros3K art! 8 /san@es administrativas3K $or fim# os arts! 2# 1# ?# # > e >0 /infra@es$enais3!

    "odavia h% de ressaltar:se )ue# inde$endentemente da $reocu$ao )ue os redatores dalei consumerista brasileira tiveram com a informao# esta s- $oder% ser estendida aos cidadosde maneira mais eficiente# se as autoridades derem mais ateno a educao b%sica# )ue umacondio indis$ens%vel $ara o com$leto e5erc(cio da cidadania!

    ma $ro$osta a esta $roblem%tica# seria a introduo# ou melhor di9endo# reintroduoda disci$lina de educao moral e c(vica nos curr(culos escolares de ;` e 0` graus# com oob&etivo de fa9er com )ue crianas e adolescentes comecem a criar uma cultura $ara melhorconsumirem e orientarem seus $ais# durante o ato de consumo# como $or e5em$lo# saberavaliar a )ualidade do $roduto alm de suas condi@es de higiene# suas condi@es de e5$osio$ara venda# dos com$onentes artificiais# do valor cal-rico dos alimentos )ue devem estardis$ostos numa tabela nutricional im$ressa no r-tulo das embalagens# o $ra9o de validade $araconsumo dos $rodutos# dentre outros as$ectos de cunho s-cio:econJmico!

    "odavia .lio +aguaribe /apud# *LVM# *!K *LVM# "!K *LVM# 4!K ,O*# +!;

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    Primeiramente# far:se:% um breve relato deste $rinc($io no cam$o constitucional do )ualele emana atravs do art! 8`# inc! V da Constituio Federal de ;7a lei noe5cluir% da a$reciao do Poder +udici%rio leso ou ameaa a direito7# e segundo Helson HerU+r! /0220# $!

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    Como dissertado um $ouco atr%s# em )ue o $rinc($io do acesso G &ustia no se encontrae5$resso na redao do art! ?` do C-digo do Consumidor# mas sim e5$osto $or outras normasdo mesmo di$loma# e5em$lo deste caso o )ue acontece com o art! ` inc! V# in ver&is6 7*rt!`# inc! V6 o acesso aos -rgos &udici%rios e administrativo com vistas G $reveno oure$arao de danos $atrimoniais e morais# individuais# coletivos ou difusos# assegurada a

    $roteo &ur(dica# administrativa e tcnica aos necessitadosK7 do "(tulo do CDC )ue cuida dadefesa do consumidor em &u(9o# ao oferecer a o$ortunidade de fa9er valer seus interesses#inclusive# como &% se observou no inc! V su$ra citado# de nature9a coletiva# e 7mediante aao de -rgos e entidades com legitimidade $rocessual $ara tanto# sem $re&u(9o dos $leitos decunho nitidamente individuais7 /FLOM4HO# 022;# $! ;0>3!

    Por fim# com a criao de instrumentos ade)uados $ara a $roteo do consumidor#nascem dois $lanos distintos de incid'ncia! O $rimeiro# se relaciona Gs $ossibilidades )ue secriam $ara a efetivao da $roteo do consumo em &u(9o# ao contribuir $ara )ue se e5traiaresultados claros e ob&etivos $ertinente ao direito de consumo! * segunda incid'ncia nodecorre do uso destes mecanismos em &u(9o# mas sim$lesmente de sua $otencialidade de uso#

    ao clamar $ela im$ortAncia da mudana de mentalidade do consumidor# a $artir do momentoem )ue ele ir% $ressionar cada ve9 mais o 4stado# no intuito de conseguir a tutela es$ec(ficae5igidas $elas rela@es de consumo# )ue demandam maior agilidade $or $arte dos -rgos$Eblicos# armando o consumidor do seguinteslogan de )ue 7quem reclama sempre alcan)a7!

    . LI"!E COCO!!CIA4 A*SO DO PODE! ECOT$ICO ECOS$IDO!

    Conforme a $osio de +os eraldo Brito Filomeno /0221# $!

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    *rt! ;>1# [ ?`! * lei $resumir% o abuso do $oder econJmico )ue vise G dominao dosmercados# G eliminao da concorr'ncia e ao aumento arbitr%rio dos lucros!

    [ 8`! * lei# sem $re&u(9o da res$onsabilidade individual dos dirigentes da $essoa&ur(dica# estabelecer% a res$onsabilidade desta# su&eitando:a Gs $uni@es com$at(veis com sua

    nature9a# nos atos $raticados contra a ordem econJmica e financeira e contra a economia$o$ular!

    Da( $ercebe:se# conforme foi observado $elos te5tos desses dis$ositivos constitucionaissu$ra citados# a definio do )ue vem a ser abuso do $oder econJmico# ou se&a# 7)ual)uerforma de manobra# ao# acerto de vontades# )ue vise G eliminao da concorr'ncia# Gdominao de mercados e ao aumento arbitr%rio de lucros7 /FLOM4HO# 0221# $! >23!

    Ho obstante# est% claro )ue a $roteo e o incentivo Gs $r%ticas leias de mercado# nointeressam a$enas aos consumidores# assim como aos fornecedores# )ue necessitam de umalivre concorr'ncia entre os setores em$resariais $ara )ue se obtenha uma melhoria da )ualidadede $rodutos e servios com o a$rimoramento da tecnologia# alm de melhores o$@es aos

    consumidores!

    *ssim observa:se )ue# se a livre concorr'ncia no garantida $elo 4stado# o mercadoser% dominado $or $oucos# o )ue gera conse)T'ncias dr%sticas aos cidados# tais como# oaumento de $reos de $rodutos e servios# a )ueda de sua )ualidade# a falta de o$@es decom$ra e a obsol'ncia tecnol-gica!

    4 $ara )ue se evite tais abusos# v%rios mecanismos &ur(dicos foram institu(dos $ara$rotegerem os cidados# dentre eles a Lei =!==? de ;; de &unho de ;

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    Diante disso# e5amine:se o )ue $receitua o [ 0` do art! 02 da Lei =!==?S

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    sem 1usta causa o /reo de /rodutos e servios # ense&am san@es $ela ,ecretaria Hacional deDireito 4conJmico /,HD43 e $elo Conselho *dministrativo de Defesa 4conJmica /C*D43)uando declarado estiver o aumento abusivo dos lucros dos detentores da cadeia de $roduo!

    *ssim sero destas leis# as es$ecula@es no mercado# os acordos entre concorrentes

    dentre outros ti$os de articula@es os 7e5em$los t($icos de abuso nesse cam$o de leso aosconsumidores7 /FLOM4HO# 0221# $! >03!

    Por fim# outro as$ecto )ue merece ser destacado o art! ;` da Lei >!1?>S=8 /*o CivilPEblica3# inc! V# )ue di9 o seguinte# in ver&is6

    *rt! ;` Iegem:se $elas dis$osi@es desta Lei# sem $re&u(9o da ao $o$ular# as a@es deres$onsabilidade $or danos morais e $atrimoniais causados6

    !!!

    V: $or infrao da ordem econJmica e da economia $o$ular!

    *lm disso# esta lei teve# $or fora do art! == da Lei =!==?S

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    COCLSFO

    ;!*$esar dos $rinc($ios gerais de direito estarem en)uadrados na categoria dos$rinc($ios monovalentes# em )ue s- valem no Ambito de determinada ci'ncia# no se $odedei5ar de levar em conta )ue eles tambm so $rinc($ios omnivalentes# dado ao fato desta

    categoria de $rinc($ios serem comuns a todas as formas de saber!0!Para melhor an%lise do cor$o normativo de um sistema &ur(dico# deve se buscar a

    com$reenso de seu $rinc($ios# $ara uma melhor a$licao e integrao de seus te5tos# oudurante o ato da criao de novas normas!

    1!Quanto maior a instabilidade $ol(tica de um $a(s# mais fraco ser% o res$eito aosvalores $ostulados $elo sistema constitucional do mesmo!

    ?!N tarefa do intr$rete buscar o e5ame dos ditames constitucionais na busca desolu@es aos fatos )ue se a$resentam no seio da sociedade# num $rimeiro momento# $ara de$oise5aminar as leis infraconstitucionais!

    8!Os $rinc($ios gerais de direito atingem o seu a$ogeu# a $artir do momento em )uealcanam a mais alta $osio do Direito Positivo )ue o grau constitucional!

    !O art! 8`# inc! da Constituio Federal da Ie$Eblica Federativa do Brasil# )ue$receitua )ue o 4stado $romover%# na forma da lei# a defesa do consumidor# antes do ano de;=S;2! O consumo sustent%vel a necessidade de )ue o homem deve se $oliciar cada ve9mais no h%bito de seus consumos# no intuito de $reservar o meio ambiente# $ara )ue este no sedegrade de forma irrevers(vel ao atender Gs suas necessidades b%sicas atravs do consumo

    e5agerado!

    ;;!O $rinc($io da integrao uma estratgia $ol(tica# de car%ter interdisci$linar# )uebusca a unio de v%rios setores $ol(ticos )uanto econJmicos# )ue buscam uma melhor forma deatender Gs necessidades b%sicas do homem aliada G $roteo ao meio ambiente!

    ;0!Os $rinc($ios basilares# ou melhor# a filosofia de ao da defesa do consumidor est%

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    escul$ida no te5to do art! ?` e seus incisos do CDC# ao fundamentar:se no reconhecimento davulnerabilidade do consumidor no mercado# na ao governamental no sentido de $roteg':loefetivamente# na educao e informao de fornecedores e consumidores# )uanto aos seusdireitos e deveres com vistas G melhoria do mercado# incentivos G criaoK ainda $elosfornecedores# de meios eficientes de controle de )ualidade e segurana de $rodutos e servios#

    assim como de mecanismos alternativos de soluo de conflitos de consumo!

    ;1!* boa:f um $rinc($io basilar )ue est% consubstanciado $or todo cor$o normativodo C-digo do Consumidor!

    ;?!* informao uma das maiores armas das )uais os consumidores# $odem se utili9arno intuito de se $roteger contra os $otenciais abusos de anEncios# contratos# mar^eting#$ro$agandas# dentre outros meios de difuso da informao# do mercado fornecedor!

    ;8!*$esar da grande falta de resultados mais concretos efetivos# $elos )uais os cidados$odem se beneficiar contra os abusos do $oder econJmico# a concorr'ncia desleal e dos crimescontra a ordem tribut%ria# o Brasil $ossui v%rias legisla@es es$arsas )ue t'm como ob&etivo a

    $roteo contra tais atrocidades# tais como# a Lei =!==?SS=8 )ue disci$lina a *o Civil PEblica )ue viabili9a a$roteo dos interesses difusos e coletivos!

    *I*LIO#!AMIA

    AL"I$# *rrudaK AL"I$# "here9aK AL"I$# 4duardo *rrudaK e SOUA# +amesMarins de! /?digo de %efesa do Processual /ivil! ,o Paulo6 4d! I"# ;

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    consumo! ;evista #nstituto Brasileiro de Pol.tica e %ireito do /onsumidor! :ol! 0# &an!:mar!S0220# $! 081 : 01!

    CI-!A# *ntJnio Carlos de *raE&oK DIA$A!CO# CAndido IangelK #!IO"E!#*da Pellegrini! Teoria 6eral do Processo! ;8! ed! ,o Paulo6 4d! Malheiros# ;

    E!V WIO!# Helson!Princ.pios do Processo /ivil na /onstitui)-o $ederal! >! ed!,o Paulo6 4d! I"# 0220!

    XELSE# .ans! Teoria Pura do %ireito! ! ed! traduo +oo Ba$tista Machado! ,oPaulo6 4d! Martins Fontes# ;!OD!I#ES# ,ilvio!%ireito /ivil!0=! ed! ,o Paulo6 ,araiva# 0220!Vol! 1

    -E$E!# Michel!Elementos de %ireito /onstitucional! >! ed! ,o Paulo! 4d! I"# ;

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    O /rinc0/io da vulnerailidade e a de+esa do consumidor no direito rasileiro:origem e conse2[7ncias nas regras regulamentadoras dos contratos e da /ulicidade

    *utores

    *l(rio Maciel Lima de Brito

    .aroldo *ugusto da ,ilva "ei5eira Duarte

    A regra da igualdade n-o consiste sen-o em aquinhoar desigualmente aosdesiguais, na medida em que se desigualam! @esta desigualdade social, proporcionadaG desigualdade natural, D que se acha a verdadeira lei da igualdade/Iui Barbosa3!

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    S$Z!IO: ;! ntroduo! 0! * tutela do consumidor como decorr'ncia da suavulnerabilidade nas rela@es de consumo! 1! * Vulnerabilidade e suas es$cies! 1!;!Vulnerabilidade "cnica! 1!0! Vulnerabilidade +ur(dica! 1!1! Vulnerabilidade Pol(tica ouLegislativa! 1!?! Vulnerabilidade Ps()uica ou Biol-gica! 1!8! Vulnerabilidade 4conJmica e,ocial! 1!! Vulnerabilidade *mbiental! ?! Vulnerabilidade .i$ossufici'ncia! 8! 4feitos da

    vulnerabilidade do consumidor na tutela legal da $ublicidade! 8!; Conceito de Publicidade! 8!0Hature9a +ur(dica6 seria a $ublicidade com$at(vel com o cl%ssico conceito de oferta]! 8!1!Iegras )ue vinculam a $ublicidade no CDC! ! Vulnerabilidade nos contratos! !;! Do contratode adeso! !0! *lgumas formas de tornar o consumidor vulner%vel nos contratos! !1! Iegra dainter$retao mais favor%vel ao $-lo vulner%vel da relao e integrao contratual! !?Controvrsia acerca da a$licao do CDC nos contratos banc%rios6 *D 0!8!Concluso!

    . Introduo

    O $resente trabalho visa analisar# $ormenori9adamente# o $rinc($io da vulnerabilidade

    no ordenamento &ur(dico brasileiro /Lei =!2>=S;

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    do consumidor# foi iniciado um movimento no Ambito internacional com o intuito deree)uilibrar as rela@es entre consumidores e $rodutores! Ho ano de ;

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    assim# a sua incolumidade f(sica e $atrimonial 21!

    1!0! Vulnerabilidade &ur(dica

    4sta es$cie de vulnerabilidade manifesta:se na avaliao das dificuldades )ue o

    consumidor enfrenta na luta $ara a defesa de seus direitos# )uer na esfera administrativa ou&udicial!

    4m sentido contr%rio encontramos a $osio de Mar)ues /0220# $! ;023 )ue# assim# semanifesta6 7 a falta de conhecimentos &ur(dicos es$ec(ficos# conhecimentos de contabilidadeou de economia7!

    Consoante os ensinamentos de Moraes /;

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    * vulnerabilidade econJmica e social resultado das dis$aridades de fora entre osagentes econJmicos e os consumidores! *)ueles det'm condi@es ob&etivas de im$or suavontade atravs de diversos mecanismos! Podemos destacar como uma dessas formas aintroduo dos contratos de adeso e os submetidos Gs condi@es gerais /ou condi@es geraisdos contratos COHDs3 28!

    *ssim# surge a cada dia a necessidade de uma maior $resena do 4stado no AmbitoeconJmico $ara harmoni9ar essas rela@es de consumo!

    1!! Vulnerabilidade *mbiental

    4sta es$cie de vulnerabilidade decorr'ncia direta do consumo em massa da nossasociedade! Como $arte do meio ambiente o homem fica su&eito a uma gama de altera@eshavidas neste# ocasionado $elo uso irracional dos recursos naturais de nosso $laneta!

    ,egundo Mirian de *lmeida ,ou9a a$ud Moraes /;

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    Passaremos# agora# a tratar das re$ercuss@es da incontroversa vulnerabilidade doconsumidor no Ambito da $ublicidade e do contrato# assinalando )uais so as condutas il(citas eos meios atravs dos )uais o direito assegura a $roteo dos consumidores! Deteremo:nosinicialmente com a $ublicidade!

    8!; Conceito de PublicidadeCom$ete:nos conceituar $ublicidade! Lembrar(amos ao leitor )ue no h% no C-digo

    Brasileiro de Defesa do Consumidor um conceito $ara o ob&eto de nossa an%lise! Limitou:se# olegislador# a$enas a esboar conceituao de $ublicidade enganosa e abusiva 2=! Para aeconomista Iaimar Iichers $ublicidade 6

    * comunicao# atravs de meios im$essoais /im$ressos e eletrJnicos3# destinada ainformar# divulgar e $romover a oferta de idias# bens eSou servios $or $arte de um$atrocinador identificado /Iichers# ;

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    $or $arte do $olicitado!

    Diferenciados os dois institutos# descartamos de antemo a $ossibilidade de um serg'nero do outro ;0# mas no solucionamos# ainda# o $roblema )ue anunciamos o )ual ser%elucidado $or LJbo com o )ual conclu(mos esse t-$ico6 7*ssim# no se $ode considerar a

    $ublicidade como oferta# no sentido tradicional do termo# melhor se concebendo como modo deintegrao com$uls-ria aos contratos de consumo7 ;1 /02223!

    8!1! Iegras )ue vinculam a $ublicidade no CDC

    N do conhecimento de todos o tamanho $oder )ue os meios de comunicao em massa/mass media3 det'm! Ho infundadamente se di9 at )ue se trata de um )uarto $oder! *)uilo)ue veiculado na televiso# r%dio# revistas e &ornais se&a uma not(cia# se&a uma cam$anha$ublicit%ria# acaba $or entrar na esfera das convic@es do indiv(duo sem )ue ha&a umavalorao cr(tica e anal(tica dos fatos!

    "al a ra9o $ela )ual o 4stado interveio# $or meio do CDC# estabelecendo normas )ue

    $ossuem $or ob&eto regular a $ublicidade e $roteger o consumidor# $osto )ue este se encontraem $osio de vulnerabilidade $s()uica frente G)uela! * seguir# citaremos tais normas!

    *3 * identificao da $ublicidade6 4m consonAncia com o artigo 1 do CDC a$ublicidade deve ser veiculada de tal forma )ue o consumidor# f%cil e imediatamente# aidentifi)ue como tal! O )ue se ob&etiva a)ui evitar )ue informes $ublicit%rios $assem $or&ornal(sticos ou educativos!

    B3 Vinculao contratual6 $or fora dos artigos 12 e 18 do CDC no s- a $ublicidade#como tambm a oferta ;? integram com$ulsoriamente o contrato )ue venha a ser firmado! 4mdecorr'ncia disso# nos casos em )ue e5ista incongru'ncia entre as cl%usulas ou condi@es gerais$resentes na $ublicidade e no contrato# dada ao consumidor faculdade de $roceder de tr'sdiferentes formas6 ;! 45igir o cum$rimento da oferta# a$resentao ou $ublicidadeK 0! *ceitaroutra $restao e)uivalente G)uela difundidaK ou 1! Iesolver o contrato em $erdas e danos ;8obtendo o ressarcimento das $arcelas ento em$enhadas!

    C3 Iegra da veracidade6 Ha cabea do artigo 1> do CDC e5iste a $roibio de toda$ublicidade enganosa# im$ondo:se# dessa forma# um com$romisso de veracidade da)uilo )ue divulgado em cam$anha $ublicit%ria! N definida $or enganosa )ual)uer modalidade deinformao $ublicit%ria inteira ou $arcialmente falsa# mesmo )ue $or omisso ;!

    D3 Iegra da no:abusividade da $ublicidade6 Por fora# tambm# do ca$ut do artigo 1>se tem $or $roibida toda $ublicidade abusiva! 4is a segunda modalidade de $ublicidade il(cita!

    4ntende:se# na doutrina# )ue o abuso o uso irregular de uma faculdade )ue a $rinc($io sea$resentava como regular e leg(tima ;>! *o tentar delimitar o )ue viria a ser abusividade oreferido code5 listou rol no ta5ativo# nos seguintes termos6 N abusiva# dentre outras# a$ublicidade discriminat-riaK )ue incite G viol'nciaK e5$lore o medo ou su$erstioK )ue sea$roveite da defici'ncia de &ulgamento da criana# etc!

    43 nverso obrigat-ria do onus $robandi6 Como do conhecimento do leitor# no$rocesso# a $arte )ue alega a ocorr'ncia de determinado fato )ue su$orta a carga de $rov%:lo!

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    *contece )ue se tal $receito fosse cruamente a$licado nas rela@es de consumo# ter(amos )ueconsumidores# $ossuidores de bons direitos# veriam seu $edido &ulgado im$rocedente $or faltade $rovas graas a sua vulnerabilidade )ue o im$ede de $rodu9i:las# to bem )uanto ofornecedor! Ia9o $ela )ual o CDC fe9 duas $revis@es de inverso do Jnus da $rova6 uma o$elegis /ao artigo 1=3 e outra o$e &udicis /ao artigo R# V3! 4n)uanto )ue esta se o$era mediante

    uma valorao# in casu# da e5ist'ncia de verossimilhana da)uilo )ue alegado ou dehi$ossufici'ncia do autor# a)ueloutra se d% inde$endentemente de )ual)uer an%lise $or $arte domagistrado $elo fato de derivar# em Eltima an%lise# da $resuno legal de vulnerabilidade doconsumidor ;=! De tal inverso decorre )ue a $rova da veracidade da)uilo )ue anunciadocabe ao fornecedor!

    F3 "rans$ar'ncia da fundamentao $ublicit%ria6 O fornecedor deve ter consigo osdados f%ticos )ue fundamentem a informao veiculada# o )ue im$@e o artigo 1# $ar%grafoEnico da lei em tela! ,aliente:se )ue a inobservAncia desse dever $or $arte do fornecedor ense&aa caracteri9ao da &% referida $ro$aganda enganosa $or omisso# assim# como a inter$retaocontra o mesmo!

    3 Correo do desvio $ublicit%rio6 Por im$erativo do art! 8# inciso do CDC# odesvio da $ublicidade $ossuir% no s- efeitos civis e $enais como tambm $ublicit%rios! Leva:se em conta )ue $ara corrigir os malef(cios causados aos consumidores o Enico meio efica9 fa9endo uso da $r-$ria $ublicidade sob o nome de contra$ro$aganda6

    "rata:se de veiculao de outra $ublicidade $ara sanar os malef(cios causados $ela$ublicidade origin%ria! Ha)uela# de car%ter e5$licativo# o fornecedor# Gs suas e5$ensas# informacorretamente ao consumidor# desfa9endo os erros de anEncio original! /onalvesK 0220# t-$ico;23!

    . "ulnerailidade nos contratos

    Discorreremos# agora# a res$eito dos contratos de adeso /muito usados nas rela@es deconsumo3K de alguns meios utili9ados $elo fornecedor )ue tornam vulner%vel o consumidorKdas regras inter$retativas das cl%usulas contratuais e da )uesto# ento em voga /$elo adventoda *o Direta de nconstitucionalidade : *D 0!8

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    Formao dos contratos com a adeso /)ue s- $oder% se d% em bloco3 do consumidor ;

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    $revista no artigo 8; [0R do CDC# verbis6 7a nulidade de uma cl%usula contratual abusiva noinvalida o contrato# e5ceto )uando de sua aus'ncia# a$esar dos esforos de integrao# decorrerJnus e5cessivo a )ual)uer das $artes7 /destacamos3! ,endo )ue o entendimento em contr%rionada mais )ue o res)u(cio de um tem$o# no muito distante# no )ual sob a alegao de$roteo ao $rinc($io da autonomia da vontade se im$edia )ue o 4stado interferisse nas

    rela@es $rivadas a fim de $romover os a&ustamentos necess%rios a colocar em igualdade decondi@es os naturalmente desiguais! 00

    !? Controvrsia acerca da a$licao do CDC nos contratos banc%rios6 *D 0!8

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    falsaK $osto )ue o CDC tra9 em seu seio normas de conduta destinadas a reger rela@es deconsumo! Ia9o $ela )ual no v'# a &urista# incom$atibilidade entre o referido dis$ositivoconstitucional e a norma do artigo 1R# [0o do CDC! Dei5ando claro )ue o CDC se a$lica aoscontratos banc%rios# com a devida ressalva do cam$o de atuao da lei ?!8

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    Consumidor6 Princi$iologiaK Conceitos e Contratos atuais! Porto *legre6 Livraria do *dvogado#022;!

    1! DH# Maria .elena! Curso de Direito Civil Brasileiro6 "eoria eral dasObriga@es! ,o Paulo6 ,araiva# ;

    ;2! LBO# Paulo Lui9 Hetto! * informao como direito fundamental do consumidor!n6 +us Havigandi# n! 8;! nternet htt$6SSXXX;!&us!com!brSdoutrinaSte5to!as$]id00; Ca$turado ;8!,et!0220 !

    ;;! LOI4IO# Lui9 uilherme! "eoria eral dos Contratos no novo C-digo Civil!,o Paulo6 4ditora Mtodo# 0220!

    ;0! Mar)ues# Cl%udia Lima! Contratos no c-digo de defesa do consumidor! ?W ed! ,oPaulo6 I"# 0220!

    ;1 M4H4,4,# Daniel M! ! et al! * influ'ncia do CDC nos contratos banc%rios! HIevista +ur(dica Consule5# ano V n! ;00 P! 1?:1= de ;8 de fevereiro de 0220!

    ;?! MOI*4,# Paulo Valrio Dal Pai! C-digo de defesa do consumidor6 o $rinc($io davulnerabilidade no contrato# na $ublicidade# nas demais $r%ticas comerciais! Porto *legre6,(ntese# ;

    ;! IC.4I,# Iaimar! O )ue Mar^eting! ,o Paulo6 *bril Cultural# ;! IOC.*# ,(lvio Lu(s Ferreira da! Ies$onsabilidade civil do fornecedor $elo fato do

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    $roduto no direito brasileiro! ,o Paulo6 I"# ;

    2;Para Mar)ues /0220# $! 0>23 e5istem a$enas tr's ti$os de vulnerabilidade6 a tcnica# a&ur(dica e a f%tica ou s-cio:econJmica!

    2045em$lo esclarecedor sobre a vulnerabilidade tcnica do consumidor nos dado $orPas)ualoto /;

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    hi$ossufici'ncia a )ue alude o C-digo de Defesa do Consumidor afirmada $ela sua )ualidadede consumidora frente ao fornecedor de servio /sic3! Portanto# no merece guarida referidaalegao! ,o $ac(ficas a doutrina e &uris$rud'ncia $%trias# )uando definem como com$etente oforo do lugar do dano ou do domic(lio do consumidor# $ara as a@es de indeni9ao# ante odis$osto no artigo R# V do C-digo de Defesa do Consumidor )ue elenca dentre os direitos

    b%sicos do consumidor# a facilitao da defesa de seus direitos7!2>De acordo com os ensinamentos de *ntJnio Ben&amin 7!!! * vulnerabilidade um

    trao universal de todos os consumidores# ricos ou $obres# educados ou ignorantes# crdulos oues$ertos! +% a hi$ossufici'ncia uma marca $essoal# limitada a alguns at mesmo a umacoletividade mas nunca a todos os consumidores7 /022;# $!1083!

    2=Preocu$ou:se# o legislador# com o desvio /$ublicidade il(cita3 e no com o $adro!

    2

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    /dano emergente3 ou negativo /lucros cessantes3 e 0 He5o causal entre o dano e oinadim$lemento da)uilo )ue fora $rometido em $ublicidade! m estudo desses re)uisitos $odeser encontrado em /Dini9# ;

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    O /rinc0/io da oa&+ no Cdigo de De+esa do Consumidor

    *utor6 Francisco +os ,oller de Mattos

    * &oa

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    prevalecer so&re a inten)-o manifestada na declara)-o de vontade, ou dela infer.vel/Orlandoomes3!

    Ocorre )ue# com o advento do C-digo de Defesa do Consumidor# institu(do $ela Lei nR=!2>=# de ;; de setembro de ;

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    . I-!ODFO

    * dicotomia entre rela@es &ur(dico:obrigacionais civis e comerciais &% era ancestral)uando# em ;=# "ei5eira de Freitas $ro$Js a sua unificao en)uanto abandonava aelaborao do $ro&eto de um C-digo Civil onde o overno insistia em manter o cisma! O

    &urisconsulto baiano &% visuali9ara a artificialidade dessa diviso no havia )ual)uer diferenade ess'ncia entre as obriga@es civis e as comerciais!

    "al $ro$osta unificadora somente veio finalmente a se tornar direito $ositivo com aa$rovao do C-digo Civil de 0220# resultado de um $ro&eto de ;8# muito embora outrosante$ro&etos &% tivessem trilhado a mesma linha# tal como os ante$ro&etos de C-digo dasObriga@es de ;

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    ,em$re )ue o tratamento no for unificado haver% debates doutrin%rios e &uris$rudenciais sobrea delimitao de cada um# ora tendendo $ara um lado# ora $ara o outro!

    Ho )ue concerne Gs rela@es de consumo# o momento &uris$rudencial indica )ue o$'ndulo tende $ara a restrio da a$licao do CDC# limitando# como veremos abai5o# o

    conceito de consumidor!*ssim# $assaremos a definir o conceito de cada um dos elementos da chamada 7relao

    de consumo7# atentando $ara as $rinci$ais correntes doutrin%rias# buscando identificar o estado:da:arte do tema!

    . !ELAFO DE COS$O

    Por rela)-o de consumo de se entender toda relao &ur(dico:obrigacional )ue liga umconsumidor a um fornecedor# tendo como ob&eto o fornecimento de um produto ou da

    $restao de umservi)o!4m geral h% uma cumulao de $restao de servio com fornecimento de $roduto!

    *ssim# $ara se determinar )ual o regime &ur(dico a ser a$licado ao caso# $reciso 7averiguar)ual o elemento nuclear do v(nculo obrigacional6 uma o&riga)-o de darou uma o&riga)-o defa9er! "ratando:se da)uela# a hi$-tese de $rodutoK no outro caso# o ob&eto um servio!7 2;

    Hem sem$re a rela)-o de consumoser% um neg?cio Hur.dicoK como veremos abai5o# alei coloca sob a mesma denominao rela@es contratuais /neg-cios &ur(dicos3 e no:contratuais# decorrentes de atos e fatos &ur(dicos!

    Deste modo# temos )ue o C-digo ir% atuar de forma $reventiva e re$ressiva nas rela@es

    de consumo tanto no Ambito contratual como no e5tracontratual# tanto no $r:contratual comono $-s:contratual!

    Ho $lano do direito $rivado material# o CDC trata sobre os seguintes temas6 dares$onsabilidade civil /arts! R# VK =R a 0=3K das $r%ticas comerciais /arts! R# a VK 0< a ?83K eda $roteo contratual /art! R# V e K ?:8?3!

    Como veremos mais detalhadamente abai5o# o CDC tra9 )uatro defini@es diferentes deconsumidor6 a duas delas /art! 0R# capute $ar%grafo Enico3 so a$licadas todas as dis$osi@esdo C-digoK a outra /art! ;>3 as regras sobre res$onsabilidade civil e5tracontratualK e $ara aEltima categoria /art! 0

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    4ssa concluso leva G interessante refle5o sobre a )uantidade de folhas )ue &% foramescritas sobre a definio do conceito standardde consumidor# )uando uma $arte to $e)uenado C-digo dedicada e5clusivamente a ele!

    Ho obstante# a fim de identificar claramente os limites de cada uma dessas esferas de

    $roteo# delimitaremos a seguir os elementos b%sicos das rela@es de consumo# nos termos dosconceitos dados $elo $r-$rio C-digo!

    . COS$IDO!

    4m ;

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    nicialmente# consumidor 7toda $essoa f(sica ou &ur(dica )ue ad)uire ou utili9a$roduto ou servio como destinat%rio final7 /art! 0R# caput3K em outros termos# consumidor7)ual)uer $essoa f(sica ou &ur(dica )ue# isolada ou coletivamente# contrate $ara consumo final#em benef(cio $r-$rio ou de outrem# a a)uisio ou a locao de bens# bem como a $restao deum servio!728

    Ii99atto Hunes acrescenta )ue 7a norma define como consumidor tanto )uemefetivamente ad)uire /obtm3 o $roduto ou o servio como a)uele )ue# no o tendo ad)uirido#utili9a:o ou o consome72# ao )ue# $alavras de Ioberto ,enise Lisboa# resulta em 7substancialmodificao do $rinc($io geral da relatividade dos efeitos7 2># $ossibilitando a $roteo deterceiro estranho ao contrato h% uma $reval'ncia da 7relao de consumo7 sobre o 7contratode consumo7# na delimitao do Ambito de $roteo oferecido $ela lei!

    *$esar de no haver dis$osio e5$ressa# ao contr%rio do )ue ocorre em relao aofornecedor# +ames Marins 2=entende )ue tambm o ente des$ersonali9ado $ode ser tomadocomo consumidor# citando como e5em$lo a entidade familiar! Maria *ntonieta Donato 2

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    3.1.1 O conceito objetivo de consumidor

    Para os &uristas )ue v'em no CDC uma regulamentao $ara o mercado de consumo emgeral# o conceito de destinatrio final no $ode sofrer restri@es# $rinci$almente $or)ue a$r-$ria lei no as fa9!

    Ioberto ,enise Lisboa ;;v' na e5$resso destinatrio finala adoo $elo CDC dateoria da causa na relao &ur(dica de consumo# 7tornando necess%ria a an%lise da causa daa)uisio ou da utili9ao do $roduto ou do servio7K a causa da formao da relao deconsumo dever% estar relacionada 7G transmisso definitiva ou $rovis-ria de $roduto ou deatividade humana remunerada# sem )ue outra destinao se&a ob&etivada $elo beneficiado/ad)uirente ou usu%rio37!

    Ho obstante# $ara a definio do conceito de consumidordeve:se to somente analisaros critrios ob&etivos dados $ela $r-$ria lei# no havendo )ual)uer necessidade de in)uirirsobre as$ectos sub&etivos! *ssim# consumidor todo a)uele )ue retira o $roduto ou servio dociclo $rodutivo:distributivo# i!e!# a)uele )ue no o revende nem o incor$ora na $roduo de um

    novo! Podem ser citados como defensores dessa inter$retao# com varia@es# Ii99atto Hunes#HerU +r!# Ioberto ,enise Lisboa# +oo Batista de *lmeida e +ames Marins!

    *ssim# Ii99atto Hunes ;0 define como consumidor# alm do 7destinat%rio final7 )uead)uire o $roduto ou servio $ara uso $r-$rio /sem finalidade de $roduo3# tambm )uando h%a finalidade de $roduo# 7desde )ue o $roduto ou servio /!!!3 se&am oferecidos regularmenteno mercado de consumo# inde$endentemente do uso e destino )ue o ad)uirente lhes vai dar7!45clui as situa@es em )ue o $roduto ou servio 7 entregue com a finalidade es$ec(fica deservir como Ybem de $roduoZ $ara outro $roduto ou servio e via de regra no est% colocadono mercado de consumo como bem de consumo# mas como de $roduoK o consumidor comumno o ad)uire7!;1

    +ames Marins ;?# +oo Batista de *lmeida ;8# e Ioberto ,enise Lisboa ;e5cluem doconceito de consumidora$enas o ad)uirente de $roduto )ue ser% ob&eto de transformao ouim$lementao com reinsero na cadeia $rodutiva:distributiva# ou sim$lesmente com o intuitode revend':lo! *ssim# se a im$lementao ou transformao feita $ara o uso $r-$rio doad)uirente# ele ser% o destinat%rio do $roduto ou servio e# $ortanto# consumidor ;> no sediscute se o bem de produ)-o/utili9ado $ara im$lementar a $roduo3 ou no! Mais# como alei no fa9 )ual)uer restrio )uando utili9a o termo pessoa Hur.dica# no caberia aointr$reteSa$licador fa9':lo!

    N certo )ue dessa conceituao estaremos tra9endo $ara a relao de consumo situa@es)ue vo contra o senso comum! Porm# bom ou mal# o )ue nos dado $ela lei# no cabendo

    ao intr$reteSa$licador im$or suas o$ini@es sobre a norma!

    3.1.2 O conceito subjetivo de consumidor

    Cl%udia Lima Mar)ues ;=# ade$ta da dita 7corrente finalista7# d% um conceito restritivode destinatrio final6 ela o identifica com a $essoa f(sica )ue retira o bem de mercado# odestinat%rio f%tico e econJmico do bem ou servio# i!e!# no $ode estar ad)uirindo $ara revenda

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    ou uso $rofissional# 7$ois o bem seria novamente um instrumento de $roduo cu&o $reo ser%inclu(do no $reo final do $rofissional )ue o ad)uiriu7 ;

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    7*)uele )ue vier a ser considerado consumidor )uem se beneficiar% da$resuno de vulnerabilidade diante do fornecedor! 4 essa $resuno iure et de iure#ou se&a# no admite $rova em sentido contr%rio! Mas a vulnerabilidade no $ressu$osto do reconhecimento de )ue um su&eito ad)uiriu determinado $roduto ouservio como consumidor! Pelo contr%rio! Do reconhecimento da situao de

    consumidor do su&eito em dada relao &ur(dica )ue se im$@e o $rinc($io geral davulnerabilidade!7

    N interessante notar )ue com base no mesmo 7conceito econJmico de consumidor7#.erman Ben&amin afirma )ue o conceito de consumo final e intermedi%rio esto unidos# demodo )ue# na teoria econJmica# consumidor 6

    7)ual)uer agente econJmico res$ons%vel $elo ato de consumo de bens finais eservios! "i$icamente# o consumidor entendido como um indiv(duo# mas# na $r%tica#consumidores sero institui@es# indiv(duos e gru$os de indiv(duos!7 0?

    Destarte# no obstante essas considera@es# $ara )ue a $essoa &ur(dica $ossa ser

    considerada consumidora# alm dos re)uisitos acima# os bens ad)uiridos devem ser bens deconsumoe no de capital/)ue integram a cadeia $rodutiva3K 7a)uele )ue utili9a o bem $aracontinuar a $rodu9ir ou na cadeia de servio7 no $ode ser considerado consumidor# mas tosomente a)uele )ue 7retira o bem do mercado ao adquirir ou simplesmente utili9!

    Como &% notado acima# os defensores desta corrente inter$retativa usualmentefundamentam suas $osi@es no tanto nas dis$osi@es do CDC# mas mais $resos Gs defini@eselaboradas antes da $ublicao da lei# e de doutrina e legislao estrangeira# $assando muitasve9es ao largo do te5to legal!

    ,obre esse $onto relevante o $ensamento de +ames Marins6

    74sclarea:se# a$enas# como $remissa $ara este estudo# nosso entendimento de

    )ue havendo no direito $ositivo conceito $reciso de consumidor como em verdadeocorre com o art! 0R a)ui ob&eto do nosso estudo # e )ue albergue conceito $r-$rioinduvidoso# no se $ode $retender submet':lo Gs teorias &ur(dicas informadoras desistemas alien(genas# teorias essas ora te5tualmente recebidas $elo legislador# orate5tualmente afastadas em $rol da elaborao de um sistema $r-$rio!7 0=

    7Condicionar:se o conceito de consumidor G constatao de sua hi$ossufici'ncia

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    seria# em verdade# enfra)uecer o sistema $rotetivo inaugurado $elo CDC# deslocando$ara o movedio critrio sub&etivo conceito )ue# no nosso sistema# claramente eintencionalmente informado $ela ob&etividade!70

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    7$roduto7 e como 7servio7# $ara os efeitos do C-digo de Defesa do Consumidor# o )uedescrito est% no seu art! 0R e no seu art! 1R e [[;R e 0R!

    nEtil# diante disso# )ual)uer esforo ret-rico desenvolvido com base no senso comumou em disci$linas cient(ficas $ara negar os enunciados desses $receitos normativos! Ho

    im$orta se&a $oss(vel com$rovar# $or a b# )ue tal ente ou entidade no $ode ser entendido#economicamente# como consumidor ou fornecedor! O &urista# o $rofissional do direito no$erde tem$o em cogita@es como tais! Diante da definio legal# fora acat%:la! Cuide a$enasde $es)uisar os significados dos voc%bulos e e5$ress@es )ue com$@em a definio e de a$urarda sua coer'ncia com o ordenamento constitucional!

    O art! 0R do C-digo di9 )ue 7consumidor toda $essoa f(sica ou &ur(dica )ue ad)uire ouutili9a $roduto ou servio como destinat%rio final7! 4 o [ 0R do art! 1R define como servio7)ual)uer atividade fornecida no mercado de consumo# mediante remunerao# inclusive as denature9a banc%ria# financeira# de crdito e securit%ria# salvo as decorrentes das rela@es decar%ter trabalhista7! *ssim temos )ue# $ara os efeitos do C-digo do Consumidor# 7consumidor7# in)uestionavelmente# toda $essoa f(sica ou &ur(dica )ue utili9a# comodestinat%rio final# atividade banc%ria# financeira e de crdito! sso no a$enas me $arece# comoefetivamente # in)uestion%vel! Por certo )ue as institui@es financeiras esto# todas elas#su&eitas ao cum$rimento das normas estatu(das $elo C-digo de Defesa do Consumidor! 18

    *$esar de no haver um a$rofundamento na definio de o )ue seria 7destinat%riofinal7# ficou claro o diss(dio entre a $osio sufragada $elo ,"F# mais ligada G definioob&etiva de consumidor# e a)uela )ue vem sendo adotada $elo ,"+!

    . O consumidor /or e2ui/arao

    Diversas $essoas# ainda )ue no $ossam ser consideradas consumidoras no sentido

    estrito# $odem vir a ser atingidas ou $re&udicadas $elas atividades dos fornecedores nomercado# vindo a intervir nas rela@es de consumo de outra forma a ocu$ar uma $osio devulnerabilidadeK anda )ue no $ossam ser consideradas consumidores stricto sensu# a $osio$re$onderante do fornecedor a $osio de vulnerabilidade dessas $essoas &ustificam ae)ui$arao feita $elo legislador!1

    * conceituao legal no se ocu$a a$enas da a)uisio efetiva de $rodutos e servios#mas tambm com a sua $otencial a)uisio assim# tambm esto $rotegidos os $otenciaisconsumidores!1>

    3.2.1 O interveniente nas relaes de consumo

    74)ui$ara:se a consumidor a coletividade de $essoas# ainda )ueindetermin%veis# )ue ha&a intervindo nas rela@es de consumo7 /art! 0R# $ar%grafoEnico3!

    4sse $ar%grafo de dif(cil inter$retao# e os comentadores# mais $reocu$ados com ocaputdeste artigo# no se a$rofundam no tema! * dificuldade est% $rinci$almente em construiruma inter$retao desta norma de modo )ue no se confunda com as demais regras de aberturado C-digo# atribuindo:lhe conteEdo e significado $r-$rios!

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    Ii99atto Hunes 1= afirma )ue 7a hi$-tese dessa norma di9 res$eito a$enas aoatingimento da coletividade# indetermin%vel ou no# mas sem sofrer danos# &% )ue neste caso oart! ;> en)uadra a )uesto7# o )ue no di9 muito!

    F%bio lhoa 13!

    *ssim# )ual)uer v(tima de um $roduto ou servio receber% a $roteo do CDC como seconsumidor fosse# mesmo )ue no $ossa ser assim considerado com base na definio do art!0R# a$licando:se integralmente as normas sobre res$onsabilidade ob&etiva $elo fato do $roduto?;# inde$endente de haver )ual)uer relao $rvia entre fornecedor e v(tima# no se e5igindo)ue a v(tima se&a consumidor final!?0

    Mesmo o ad)uirente intermedi%rio $oder% se valer das regras do CDC $ara buscar arecom$osio de seus danos# $ouco im$ortando )ue se&a $essoa f(sica ou &ur(dica# $rivada ou$Eblica# $e)uena ou grande em$resa# com ou sem intuito de lucro! Hesse $onto o sil'ncio dadoutrina confirma )ue distino alguma h% entre as v(timas do acidente de consumo! ?1

    "al argumentao $ermite concluir )ue at mesmo a $essoa &ur(dica de forma geral#inclusive a)uele )ue ad)uiriu o $roduto $ara revenda# est% acobertado $or esta dis$osio legal!

    Outrossim# tal e)ui$arao somente valida na res$onsabilidade civil decorrente de fatodo $roduto ou servio# i!e!# res$onsabilidade e5tracontratualK )uando houver v(cio no $rodutoou servio# 7no h% dis$ositivo )ue autori9e o intermedi%rio )ue no ad)uira ou utili9e o$roduto ou servio como destinat%rio final a agir com base no C-digo do Consumidor7# de

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    modo )ue o 7intermedi%rio )ue ad)uirir $roduto sem )ue o faa na condio de ad)uirente ouusu%rio final7 dever% se valer das dis$osi@es do C-digo Civil# 7$odendo# entretanto# lanarmo das normas do C-digo do Consumidor referentes G $roteo contratual e Gs $r%ticascomerciais7??# com base no art! 0

    3.2.3 A pessoa eposta !s pr"ticas comerciais e contratuais

    7Para os fins deste ca$(tulo das $r%ticas comerciais e do seguinte da $roteocontratual# e)ui$aram:se aos consumidores todas as $essoas determin%veis ou no#e5$ostas Gs $r%ticas nele $revistas7 /art! 0

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    de economia mista# em$resas $Eblicas# -rgos da *dministrao direta# etc!! 8;

    *tente:se )ue nem todo fornecedor em$res%rio! *ssim# o art!

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    * regularidadeconsiste no e5erc(cio constante e est%vel da atividade# de modo )ue#como ressalta Fl%via PTschel 2# no so considerados $rofissionais a)ueles )ue e5ercematividade econJmica 7acidentalmente e cu&a organi9ao e5aure sua funo no cum$rimento do$r-$rio ato $ara o )ual foi criada7! Porm# im$ortante ressaltar )ue no se e5ige ahabitualidade da atividade i!e!# )ue se&a ininterru$ta $ara )ue se configure uma relao de

    consumoK a atividade comercial sa9onal ou eventual no obsta a incid'ncia das regras do CDC!De acordo com Ii99atto Hunes# a atividade )ue ocorra com certa regularidade# ainda )ue node forma cont(nua# com o ob&etivo de auferir lucros# basta $ara )ue se configure a relao deconsumo!;

    N indis$ens%vel )ue o desenvolvimento da atividade econJmica se&a voltado $ara asatisfao de necessidade alheia# $ouco im$ortando se $ara $oucos ou $ara muitos# no sendo$oss(vel a caracteri9ao de $rofissionalismo na $essoa )ue $rodu9 e5clusivamente $ara asatisfao de necessidade $essoal!

    Quanto ao Eltimo elemento# a o&ten)-o de ganho# h% diverg'ncia doutrin%ria!

    Para alguns como iuse$$e Ferri e "ullio *scarelli 0 dever% haver finalidade deobteno de lucro# de incremento no $atrimJnio# de modo )ue as entidades )ue desenvolvematividades sem fins lucrativos no seriam consideradas fornecedoras!

    Porm# $revalece )ue basta ter 7$or ob&etivo buscar o reembolso dos fatores de$roduo em$regados ou evitar $erdas e gastos# sem $rocurar o incremento $atrimonial$ro$riamente dito!7 14ntender de outro modo $oderia fomentar a concorr'ncia desleal entreentidades sem fins lucrativos su&eitas# G $rinc($io# G res$onsabilidade sub&etiva# e ressalvada aa$licao dos arts! # $ar%grafo Enico e

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    4stabelecida a am$litude do conceito de fornecedor /art! 1R3# cabe agora traar eventuaisdiferenas entre os diversos $artici$antes da cadeia $rodutiva:distributiva! * $rinc($io# todosso tratados de forma uniforme ao longo do C-digo# e referidos sob a denominao comum defornecedor! .% uma e5ceo# $orm6 na seo )ue trata da Yres$onsabilidade $or fato do$roduto ou servioZ /arts! ;0:;?3# a lei d% tratamento es$ec(fico e diferenciado $ara o produtor># o comerciante# e oprestador de servi)os!

    #.2.1 %rodutor &inal e produtor de mat'ria prima ou parte componente

    De acordo com as eta$as da $roduo# $oss(vel identificar tr's es$cies de $roduto6 amatDria

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    Para diferenciar a atividade $rodutiva da mera distribuio# deve ser levada em conta 7ainflu'ncia da atividade em )uesto sobre a configurao e )ualidades essenciais do $rod