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Tempo do indivíduo e tempo social O tempo como convenção social. O tempo como outros vários postulados tem acompanhado a evolução humana. O tempo age coercitivamente interligando estruturas psicológicas de indivíduos com estruturas sociais mais amplas. O tempo foi de certa forma o próprio propiciador do desenvolvimento social, pois com o “crescimento” do mundo e de suas redes de relação o tempo agiu correlacionando essas mesmas redes. A mudança no ritmo mudou qualitativamente as relações humanas, a maior preocupação com o tempo agiu na formação da civilização do homem. O tempo é elemento imprescindível na coordenação das relações sociais do mundo moderno. O homem é construtor do tempo, não se pode compreender um sem o outro, não se pode também dissociar a atividade tempo sujeito. Quando o homem se desperta para verdadeira concepção de tempo descobre a si mesmo, ou seja, quando se resgata historicamente o tempo o homem pode transformar sua própria vida pois descobre-se como agente de transformação da própria história e do tempo. É impossível conhecer uma cultura sem conhecer primeiramente a forma como seus indivíduos organizam a concepção de tempo, a forma

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Tempo do indivduo e tempo socialO tempo como conveno social.O tempo como outros vrios postulados tem acompanhado a evoluo humana. O tempo age coercitivamente interligando estruturas psicolgicas de indivduos com estruturas sociais mais amplas.O tempo foi de certa forma o prprio propiciador do desenvolvimento social, pois com o crescimento do mundo e de suas redes de relao o tempo agiu correlacionando essas mesmas redes.A mudana no ritmo mudou qualitativamente as relaes humanas, a maior preocupao com o tempo agiu na formao da civilizao do homem. O tempo elemento imprescindvel na coordenao das relaes sociais do mundo moderno.O homem construtor do tempo, no se pode compreender um sem o outro, no se pode tambm dissociar a atividade tempo sujeito. Quando o homem se desperta para verdadeira concepo de tempo descobre a si mesmo, ou seja, quando se resgata historicamente o tempo o homem pode transformar sua prpria vida pois descobre-se como agente de transformao da prpria histria e do tempo. impossvel conhecer uma cultura sem conhecer primeiramente a forma como seus indivduos organizam a concepo de tempo, a forma como cada cultura organiza seu tempo revela aspectos fundamentais da organizao dessa sociedade.A construo do Conceito de tempo para as crianasA formao do conceito de tempo como o de outros conceitos uma formao prpria que tem por base as informaes culturais e sociais pr-concebidas de cada individuo.A contribuio de Piaget sobre a noo do tempo para as crianas construdo progressivamente do concreto ao abstrato, a construo inicia-se no perodo sensrio-motor aproximadamente no nascimento e se conclui no perodo das operaes operatrio-abstratas, aps os 11 anos.Apenas depois de conceber o tempo pessoal, subjetivo e continuo formador social que o individuo conceber o pensar historicamente. Pensar historicamente supe a capacidade de identificar e explicar permanncias e rupturas entre passado, presente e futuro, como a capacidade de relacionar acontecimentos e suas estruturas a curta e longa durao.

Os espaos da sociedade como local de reafirmao, valorizao e respeito aos diretos humanos e diversidade cultural;Direitos Humanos. fundamental diferenciar Direitos Humanos dos direitos surgidos como resultados das revolues burguesas do sculo XVIII esses so historicamente diferentes e com peso legal completamente diverso.Os Direitos Humanos surgem no imediato ps-Segunda Guerra e possuem grande peso poltico internacional nos dias atuais. Assim os direitos surgidos das revolues burguesas so antecedentes para os direitos humanos mas, no se confundem com esses. No so o Inicio dos Direitos Humanos mas seus antepassados.Os antepassados dos DH:1167 Carta Magna, surgida da disputa entre os herdeiros de Henrique II, Joo sem terra seu quarto filho imps ao absolutismo ingls seu primeiro revs, a Lei s foi firmada em 1215.1628 Petition of Right, Estabelecia algumas regras de proteo tributria de forma a garantir a liberdade do individuo em caso de inadimplncia.1679 Habeas Corpus, regulamentava o instrumento jurdico.1689 Declarao de Direitos (Bill Rights) 13 artigos que consolidavam os ideais polticos do povo ingls.1776 Declarao da Virgnia proclamava entre outros direitos, o direito vida, liberdade e propriedade, se antecipa pouco mais de um ms Declarao de Independncia dos EUA. Ambas inspiravam-se nas teorias de Locke, Rousseau, Montesquieu.1791 Declarao dos Direitos do Homem e do Cidado regulamentava os princpios fundamentais do Estado Frances e os direitos dos cidados.A primeira fase de internacionalizao das leis e direitos humanos inicia-se ainda na segunda metade do sculo XIX e encontra seu auge ao fim da Segunda Guerra Mundial, nesse espao de tempo as manifestaes davam-se basicamente em trs setores: luta contra escravido, direito humanitrio, regulao dos direitos do trabalhador assalariado.Direitos Humanitrios:Versavam basicamente sobre costumes de guerra, visando diminuir o sofrimento de soldados e prisioneiros de guerra. 1864 Conveno de Genebra, foi o primeiro documento de carter normativo do tipo humanitrio, a partir dele funda-se em 1880 a Cruz Vermelha.1907 Conveno de Haia visava rever a Conveno de Genebra a fim de incluir os conflitos martimos.1929 Conveno de Genebra inclua a proteo de prisioneiros de guerra.1927 A Carta do Trabalho, apesar de seus ideais fascistas demonstrou um enorme avano na formalizao dos direitos dos trabalhadores, admitia liberdade sindical, repouso semanal remunerado, frias, entre muitos outros benefcios.1919 Tratado de Versalhes, com o fim da Primeira Guerra Mundial, surge a Sociedade das Naes com objetivo de promover a paz, o que no d certo.1945 Organizao das Naes Unidas (O.N.U), com o fracasso da Sociedade das Naes e a Segunda Guerra, com seu fim as Naes Aliadas se renem e investem novamente no modelo de paz onde vrios pases assinam.

1948 Declarao Universal dos Direitos Humanos fundamenta os direitos universais dos seres humanos a fim de serem protegidos pela comunidade internacional.

No Brasil.A assinatura da declarao dos Direitos Humanos se deu num perodo onde o Executivo era dominante e o mesmo ficou a caro das relaes exteriores, pouco mudando em leis internas. Com a posterior Ditadura Militar os militares se mantiveram distantes a uma poltica interna de Direitos Humanos.1988 Constituio Cidad, a Constituio assinada aps o fim da Ditatura em 1985 tem o nome de Cidad por ter sido uma enorme evoluo frente as posteriores no que tange os direitos de cidado, respeito as diferenas. A Constituio pela primeira vez condena a prtica do racismo e o pe como crime inafianvel.A escola deve ser local da aprendizagem de que as regras do espao pblico democrtico garantem a igualdade, do ponto de vista da cidadania, e ao mesmo tempo a diversidade, como direito. O trabalho com a Pluralidade Cultural se d, assim, a cada instante, propiciando que a escola coopere na formao e consolidao de uma cultura da paz, baseada na tolerncia, no respeito aos direitos humanos universais e da cidadania compartilhada por todos os brasileiros. (PCN, Pluralidade Cultural, p. 69)Cidadania A palavra possui vrios significados, pode ser analisado a partir da diviso entre cidadania civil, poltica e social, possuindo uma interdependncia entre elas. A cidadania civil Conquistada no sculo XVIII, diz respeito aos direitos individuais necessrios ao exerccio da liberdade, igualdade, propriedade, direito de ir e vir, direito vida, segurana etc.A cidadania poltica Alcanada no sculo XIX diz respeito a participao poltica seja ela direta atravs do envolvimento poltico quanto indireto pelo votoA cidadania social Atingida no sculo XX alcanada pela luta dos movimentos operrios diz respeito aos direitos ao trabalho, sade, educao, aposentadoria, ou seja, as garantias de acesso aos meios de vida e bem-estar.

Trata-se de uma sequncia lgica:Com base no exerccio dos direitos civis foi que os ingleses reivindicaram o direito de votar, de participar do governo de seu pas. A participao permitiu a eleio de operrios e a criao do partido trabalhista, que foi responsvel pela introduo dos direitos sociais. Exceo na sequncia desses direitos foi a Educao Popular definida como direito social (logo deveria ser o ultimo), mas tem sido pr-requisito para conquista de outros direitos.

Valorizao e respeito aos diretos humanos e diversidade cultural;O PCN trabalha com a temtica transversal dos direitos humanos e da diversidade cultural como elementos propiciadores para que a criana estabelea relaes entre democracia, o pleno cumprimento de direito, a coexistncia de grupos e comunidades tnicas e culturais, e sua prpria vida no cotidiano. O PCN dispe sobre os Direitos Humanos como de necessidade assumida aps atrocidades vividas pelo mundo, e determina como obrigao de todos zelar pelo seu cumprimento contribuindo para o mesmo de todas as formas possveis. Indica ainda o trabalho transversal da Histria e da Geografia para compreenso do papel de cada individuo na construo dos destinos humanos.

A Metodologia e Historiografia no ensino de Histria;O ensino e a aprendizagem da Histria envolvem seleo criteriosa de contedos e mtodos que contemplem o fato, o sujeito e o tempo. Os eventos histricos eram tradicionalmente apresentados por autores de modo isolado, deslocados de contextos mais amplos, como muitas vezes ocorria com a histria poltica, em que se destacavam apenas aes de governantes e heris. Hoje prevalece a nfase nas relaes de complementariedade, continuidade, descontinuidade, circularidade. A apropriao de noes, mtodos e temas prprios do conhecimento histrico, pelo saber histrico escolar, no significa que se pretende fazer do aluno um pequeno historiador e nem que ele deve ser capaz de escrever monografias. A inteno que ele desenvolva a capacidade de observar, de extrair informaes e de interpretar algumas caractersticas da realidade do seu entorno, de estabelecer algumas relaes e confrontaes entre informaes atuais e histricas, de datar e localizar as suas aes e as de outras pessoas no tempo e no espao e, em certa medida, poder relativizar questes especficas de sua poca.

Os Objetivos gerais do ensino de HistriaEspera-se que ao longo do ensino fundamental os alunos gradativamente possam ampliar a compreenso de sua realidade, especialmente confrontando-a e relacionando-a com outras realidades histricas, e, assim, possam fazer suas escolhas e estabelecer critrios para orientar suas aes. Nesse sentido, os alunos devero ser capazes de: Identificar relaes sociais no seu prprio grupo de convvio, na localidade, na regio e no pas, e outras manifestaes estabelecidas em outros tempos e espaos; situar acontecimentos histricos e localiz-los em uma multiplicidade de tempos; reconhecer que o conhecimento histrico parte de um conhecimento interdisciplinar; compreender que as histrias individuais so partes integrantes de histrias coletivas; conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos, em diversos tempos e espaos, em suas manifestaes culturais, econmicas, polticas e sociais, reconhecendo semelhanas e diferenas entre eles, continuidades e descontinuidades, conflitos e contradies sociais; questionar sua realidade, identificando problemas e possveis solues, conhecendo formas poltico-institucionais e organizaes da sociedade civil que possibilitem modos de atuao; dominar procedimentos de pesquisa escolar e de produo de texto, aprendendo a observar e colher informaes de diferentes paisagens e registros escritos, iconogrficos, sonoros e materiais; valorizar o patrimnio sociocultural e respeitar a diversidade social, considerando critrios ticos; valorizar o direito de cidadania dos indivduos, dos grupos e dos povos como condio de efetivo fortalecimento da democracia, mantendo-se o respeito s diferenas e a luta contra as desigualdades.So 9 os objetivos do ensino de histria, versando principalmente sobre as capacidades sociais, polticas e cidads que os alunos devem desenvolver atravs do estudo da Histria.

A Seleo dos contedos ensinadosSegundo o PCN consensual a impossibilidade de ensinar todo o contedo histrico conhecido, portanto uma seleo do contedo a ser ensinado deve ser feita relativizando o que tradicionalmente ensinado com temas relevantes para o momento histrico em que se est vivendo. Deve-se levar sempre em considerao contedos que ajudaram aos alunos no desenvolvimento dos objetivos j expostos, para alm o contedo deve levantar questes que incentivem o aluno no desenvolvimento de atitudes tambm relativas aos objetivos da Histria.Os contedos expressam trs grandes intenes: Contribuir para a formao intelectual e cultural dos estudantes; Favorecer o conhecimento de diversas sociedades historicamente constitudas, por meio de estudos que considerem mltiplas temporalidades; Propiciar a compreenso de que as histrias individuais e coletivas se integram e fazem parte da Histria.

A proposta clara e deixa livre ao professor a forma de trabalhar os contedos, incentivando-o a uma abordagem problematizadora da Histria, tendo em vista sempre uma viso do cotidiano de seus alunos, e trabalhando essa realidade de forma interdisciplinar no estudo das sociedades, culturas, polticas, na Histria do Brasil e da Amrica. No se deve agrupar os contedos escolhidos numa forma de abordagem gradual e ordenada temporal ou espacialmente, mas levando sempre em considerao a formao social e intelectual desse aluno.A partir de problemticas amplas optou-se por organizar os contedos em eixos temticos e desdobr-los em subtemas, orientando estudos interdisciplinares e a construo de relaes entre acontecimentos e contextos histricos no tempo.Os eixos-temticos permitem ao professo uma ampla abertura na escolha dos contedos, visando nessa escolha principalmente temas e sub-temas que permitam seu constante diagnstico do aprendido pelo aluno e a relevncia do ensinado para a formao total do mesmo, de forma a repercutir em sua autonomia, cidadania, formao cultural e histrica, sem deixa de relevar as problemticas atuais e os contextos sociais e econmicos viventes na localidade onde leciona, no pas e no mundo.Eixos temticos do terceiro e quarto ciclo.Para o terceiro ciclo est sendo proposto o eixo temtico Histria das relaes sociais, da cultura e do trabalho. Para o quarto ciclo, Histria das representaes e das relaes de poder. Estes so recortes histricos e didticos que procuram propiciar a compreenso e a interpretao de realidades histricas em suas mltiplas inter-relaes, respeitando-se as caractersticas e domnios dos alunos em cada ciclo.

A Historiografia.Escolas HistoriogrficasPositivismo Sculo XIX Durkheim. Determinismo histrico. Universalismo Generalizao Regras e evoluo social. Fruto da Revoluo francesa Apego s fontes (elas falam por si) Objetiva explicar Verdades absolutasHistoricismo Final Sculo XIX na Alemanha, oposio ao Positivismo. No determinismo. Reforo ao Nacionalismo O Geral no v as particularidades Nasce das necessidades do Estado recm organizado Alemo. Objetiva compreender Verdades possveis

Materialismo Histrico Dialtica Materialismo Historicidade Radical Teoria + Prtica (Prxis) Luta de Classes Modo de Produo Historiador Engajado (Sem neutralidade) Determinismo econmico Crtica ao Documento documentao oficial

Escola de Frankfurt Nasce em 1923 Alemanha Ligada ao Partido Comunista Militancia Poltica Rompe com o determinismo econmico Mantm a Prxis Passa a olhar para o Cultural Critica a teoria Marxista Retoma escritos do Jovem Marx S a prtica transforma a ao social.

New Leaft Fundada na Inglaterra 1952 Ligada ao Partido Comunista Ingls Rompe com o determinismo econmico do Materialismo Histrico Destaque ao homem como sujeito histrico Histria vista de baixo Hill, Thopsom, Hobsbawn. Historiador engajado na prtica revolucionria

Escola dos Analles 1929 Frana Contrape o Positivismo Problematizao Historiador sujeito histrico Interdisciplinaridade

1 Fase Febvre e Bloch Luta contra o Positivismo Histria Problema Interdisciplinaridade

2 Fase Braudel Histria Quantitativa (econmica) Tempo Historiogrfico (Cura, Mdia e longa durao)

3 Fase Le Goff Hermenutica Investigao histrica Histria Cultural Mentalidades

AntiguidadeCivilizao Egpcia