Apostila Samu CONDUTOR

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    1/63

    GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE

    SUBSECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDEDIRETORIA DE ASSISTÊNCIA A URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS

    SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA

    CURSO DE URGÊNCIAS E EMERGÊNCIA

    CONDUTOR

    BRASÍLIA – 2012

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    2/63

    1

    Apresentação

    Esta apostila foi elaborada com o objetivo de fornecer informações básicas sobre atendimento pré-hospitalar aos profissionais da área de saúde que participarem do curso de reciclagem do SAMU 192 – DF.

    A teoria terá grande valia associada à prática, e o treinamento diário aliado ao interesse pessoal serãoindispensáveis.O sucesso depende do trabalho em equipe!

    DIURE – Direção de Assistência às Urgências e EmergênciasDrª Marinice Cabral

    Gerência de Apoio ao Serviço Móvel de Urgência - SAMU 192 DF

    Dr. Rodrigo Caselli Belém

    Núcleo de Educação em Urgência - NEUDr. Marcio Martins Melo

    Revisado: Junho de 2012

    Drª Daniela Moreira

    Drª Sandra Monteiro

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    3/63

    2

    Introdução e legislação do APH

    Breve histórico dos serviços de Atendimento Pré-Hospitalar

    A origem dos serviços de atendimento pré – hospitalar está intimamente relacionado as guerras.Umveículo, destinado a transportes de pacientes, havia sido criado em 1792, por Dominique Larrey, o cirurgiãoda Grande Armada de Napoleão Bonaparte. Nesta ocasião criou- se a palavra ―ambulância‖ (do latin Ambulare-―deslocar‖) designado uma estrutura relativamente fixa, correspondendo a um hospital decampanha, com ambulâncias móveis. Larrey atendia aos feridos ―debaixo de fogo inimigo‖, iniciando no localo tratamento precoce, como suturas, incisões em partes lesadas, imobilizações e, quando necessário,amputações. Optando pelo tratamento no local, observam-se maiores chances de sobrevida.

    A partir de 1893 o Senado da jovem República Brasileira, aprova a Lei que pretendia estabelecer osocorro médico de urgência na via pública, sendo encomendadas da Europa várias ambulâncias.

    Estas ambulâncias foram consideradas por muito tempo, mais como Sistema de Transportes do quecomo unidade de atendimento e cuidados precoces, diferente da utilização que teve principalmente nasguerras. Freqüentemente as gerências das frotas de ambulâncias sequer estavam ligadas diretamente aoServiço de Saúde, mas aos Serviços Municipais de Transporte, quando não diretamente aos gabinetes doexecutivo. Muitas vezes eram utilizadas como moeda política, distribuídas com grande alarde, pois seconstituíam em ―out-door móvel‖, com grande identificação do doador, e também do governante local que ahavia conseguido.

    No entanto, os veículos escolhidos, em sua grande maioria eram relativamente apropriados apenaspara o transporte de pacientes em boas condições, pois a altura, e o espaço físico, não permitiam sequerque o paciente pudesse fazer uso de ―soro fisiológico E.V.‖, ou uso de O2, no caso de paciente crítico.

    A função de transporte foi que cumpriam até recentemente, independente do estado do paciente. Naausência do médico, era o motorista destas ―ambulâncias‖, sem nenhum treinamento específico, quemtransportava sozinho os pacientes até os hospitais, e durante o transporte ocorriam mortes, muitas vezesconstatadas no momento da chegada nos hospitais. Em 1998 a Resolução CFM N

    o1.529 passa a definir

    ―ambulância‖ como sendo aquele veículo destinado exclusivamente ao transporte de enfermos.O modelo francês nasceu da necessidade sentida dos médicos ―anestesistas – reanimadores‖,responsáveis pelo atendimento às urgências,que começaram a sair nas ambulâncias, pois perceberam quetantonos casos clínicos como no trauma, se medidas terapêuticas fossem tomadas no local, as chances desobrevida e redução de seqüelas aumentavam.

    Este tem como pilar o médico, tanto na Regulação do Sistema como no atendimento emonitoramento do paciente, até a recepção hospitalar e é um serviço ligado ao Sistema de Saúde,hierarquizado e regionalizado, sempre ligado aos Centros Hospitalares.

    O modelo americano trabalha com paramédicos, que tem um programa de formação extenso (3 anosapós o término do 2º grau). A guerra do Vietnã resultou em uma grande experiência para os EUA naformação de paramédicos, por ser uma guerra de guerrilha, e ser, portanto impossível contar comprofissionais em todas as frentes de combates. Soldados foram treinados no primeiro atendimento, foramdelegadas ações até então exclusivamente médicas, e equipamentos de fácil transporte também foramdesenvolvidos.

    No Brasil, a ―atenção pré-hospitalar‖ foi exercida de forma incipiente, fragmentada e desvinculada dasaúde, tradicionalmente pelos profissionais bombeiros, que foram historicamente reconhecidos comoresponsáveis por esta prática, em decorrência da inexistência de política pública da área da saúde nestaárea.

    Para a população leiga e infelizmente também profissionais de saúde, os termos ―resgate‖,―ambulância‖, atendimento pré-hospitalar‖ ―socorro‖, entre muitos outros, são utilizados indiscriminada ealeatoriamente , evidenciando não uma confusão meramente semântica, mas um total desconhecimentosobre como, o que, e quem procurar em determinadas situações de segurança ou agravos à saúde.

    A ação de resgatar, ou seja, de ocupar-se em libertar as pessoas de algo que as prende comoacidentes automobilísticos, ou situações ameaçadoras e na prevenção de situações que podem piorar suasegurança individual, assim como aos demais que se encontram a sua volta, exercida de formaconstitucional pelos bombeiros, profissionais da segurança púbica, é freqüentemente confundida com asações dos profissionais da saúde, que trabalham no que diz respeito à saúde do indivíduo e coletividade,

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    4/63

    3

    sendo o atendimento pré-hospitalar de urgência/emergência aquele realizado por profissionais da saúde comdeterminados equipamentos e capacitados e autorizados a realizarem determinados procedimentos, queprocuram levar à vítima nos primeiros minutos após ter ocorrido o agravo à sua saúde, sendo necessárioprestar-lhe atendimento e transporte adequados até um serviço de saúde que possa dar a continuidade aoatendimento devido.

    Analisando estas ações, diferenciadas, porém complementares, entendemos que devam atuar deforma integrada em benefício do cidadão, respeitados os distintos papéis de cada um.

    O papel de um Serviço de Atendimento Pré-Hospitalar pode ser entendido em duas dimensões: Umaprimeira, enquanto Unidade de produção de serviços de saúde, portanto, num papel assistencial, e umasegunda, enquanto instância reguladora da assistência ás urgências, portanto num papel regulatório, doSistema de urgência, abrangendo o conceito de ―observatório de saúde‖ .

    Ele tem por missão prestar assistência pré-hospitalar a pacientes vítimas de agravos agudos àsaúde, de natureza clínica ou traumática, além das parturientes, no momento e no local da ocorrência doagravo, transportando estas vítimas, segundo critérios técnicos internacionalmente aceitos, de forma segura,até aqueles serviços de saúde, que possam melhor acolher cada paciente naquele momento, respondendode forma resolutiva às suas necessidades, dando continuidade à assistência. Trata-se, portanto, de umaatenção cuja abordagem é individualizada, ou seja, contempla prestação de serviços a pacientes assistidosindividualmente. Constitui-se num importante elo de ligação entre os diferentes níveis de atenção doSistema.

    Os Sistemas de Atendimento pré-hospitalar tem por missão, diminuir o intervalo terapêutico para ospacientes vítimas do trauma e urgências clínicas,possibilitando maiores chances de sobrevida, diminuiçãodas seqüelas, e garantir a continuidade do tratamento encaminhando os pacientes nos diferentes serviçosde saúde de acordo com a complexidade de cada caso, de forma racional e equânime. Utiliza-se para tal deuma frota de ambulâncias devidamente equipadas, com profissionais capacitados capaz de oferecer aospacientes desde medicações e imobilizações até ventilação artificial, pequenas cirurgias, monitoramentocardíaco, desfibrilação, que permitam a manutenção da vida até a chegada nos serviço de destino,distribuindo os pacientes de forma organizada e equânime dentro do Sistema regionalizado e hierarquizado.

    Atividades desenvolvidas pelos serviços

    • Regulação de todos os fluxos de pacientes vítimas de agravos urgentes à saúde; do local daocorrência até os diferentes serviços da rede regionalizada e hierarquizada;

    • Regulação dos fluxos entre os serviços existentes no âmbito municipal e/ ou regional.• Atendimento pré-hospitalar de Urgência ( primários ou transferências inter- hospitalares)• Cobertura de Eventos de Risco• Elaboração de planos de atendimento e realização de simulados c/ Defesa Civil, B ombeiros,

    Infraero e demais parceiros.• Capacitação De Recursos Humanos (Participação na estruturação dos Núcleos formadores de

    urgência do SUS.)• Ações Educativas para a Comunidade• Participação no desenvolvimento de programas preventivos junto a se rviços de segurança pública e

    controle de trânsito.

    Portaria 2048/02 do Ministério da Saúde

    Atendimento Pré-Hospitalar móvel

    Considera-se como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência, o atendimento que procurachegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica,traumática, inclusive as psiquiátricas), que possa levar a sofrimento, sequëlas ou mesmo à morte, sendonecessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    5/63

    4

    devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde. Podemos chamá-lo de atendimentopré-hospitalar móvel primário quando o pedido de socorro for oriundo de um cidadão ou de atendimentopré-hospitalar móvel secundário quando a solicitação partir de um serviço de saúde, no qual o paciente játenha recebido o primeiro atendimento necessário à estabilização do quadro de urgência apresentado,mas necessite ser conduzido a outro serviço de maior complexidade para a continuidade do tratamento.

    O Serviço de atendimento pré-hospitalar móvel deve ser entendido como uma atribuição da área dasaúde, sendo vinculado a uma Central de Regulação, com equipe e frota de veículos compatíveis com as

    necessidades de saúde da população de um município ou uma região, podendo, portanto, extrapolar oslimites municipais. Esta região de cobertura deve ser previamente definida, considerando-se aspectosdemográficos, populacionais, territoriais, indicadores de saúde, oferta de serviços e fluxos habitualmenteutilizados pela clientela. O serviço deve contar com a retaguarda da rede de serviços de saúde,devidamente regulada, disponibilizada conforme critérios de hierarquização e regionalização formalmentepactuados entre os gestores do sistema loco-regional.

    Para um adequado atendimento pré-hospitalar móvel o mesmo deve estar vinculado a uma Centralde Regulação de Urgências e Emergências. A central deve ser de fácil acesso ao público, por viatelefônica, em sistema gratuito (192 como número nacional de urgências médicas ou outro númeroexclusivo da saúde, se o 192 não for tecnicamente possível), onde o médico regulador, após julgar cadacaso, define a resposta mais adequada, seja um conselho médico, o envio de uma equipe de atendimentoao local da ocorrência ou ainda o acionamento de múltiplos meios. O número de acesso da saúde para

    socorros de urgência deve ser amplamente divulgado junto à comunidade. Todos os pedidos de socorromédico que derem entrada por meio de outras centrais, como a da polícia militar (190), do corpo debombeiros (193) e quaisquer outras existentes, devem ser, imediatamente retransmitidos à Central deRegulação por intermédio do sistema de comunicação, para que possam ser adequadamente regulados eatendidos.

    O atendimento no local é monitorado via rádio pelo médico regulador que orienta a equipe deintervenção quanto aos procedimentos necessários à condução do caso. Deve existir uma rede decomunicação entre a Central, as ambulâncias e todos os serviços que recebem os pacientes.

    Os serviços de segurança e salvamento, sempre que houver demanda de atendimento de eventoscom vítimas ou doentes, devem orientar-se pela decisão do médico regulador de urgências. Podem serestabelecidos protocolos de despacho imediato de seus recursos de atenção às urgências em situaçõesexcepcionais, mas, em nenhum caso, estes despachos podem ser feitos sem comunicação simultâneacom o regulador e transferência do chamado de socorro para exercício da regulação médica.

    1 - Equipe ProfissionalOs serviços de atendimento pré-hospitalar móvel devem contar com equipe de profissionais

    oriundos da área da saúde e não oriundos da área da saúde. Considerando-se que as urgências não seconstituem em especialidade médica ou de enfermagem e que nos cursos de graduação a atenção dada àárea ainda é bastante insuficiente, entende-se que os profissionais que venham a atuar nos serviços de Atendimento Pré-hospitalar Móvel (oriundos e não oriundos da área de saúde) devam ser habilitados pelosNúcleos de Educação em Urgências, cuja criação é indicada pelo presente Regulamento e cumpram oconteúdo curricular mínimo nele proposto - Capítulo VII.

    1.1 – Equipe de Profissionais Oriundos da Saúde A equipe de profissionais oriundos da área da saúde deve ser composta por:- Coordenador do Serviço: profissional oriundo da área da saúde, com experiência e conhecimento

    comprovados na atividade de atendimento pré-hospitalar às urgências e de gerenciamento de serviços esistemas;

    - Responsável Técnico: Médico responsável pelas atividades médicas do serviço;- Responsável de Enfermagem: Enfermeiro responsável pelas atividades de enfermagem ;- Médicos Reguladores: médicos que, com base nas informações colhidas dos usuários, quando

    estes acionam a central de regulação, são os responsáveis pelo gerenciamento, definição eoperacionalização dos meios disponíveis e necessários para responder a tais solicitações, utilizando-se deprotocolos técnicos e da faculdade de arbitrar sobre os equipamentos de saúde do sistema necessários aoadequado atendimento do paciente;

    - Médicos Intervencionistas: médicos responsáveis pelo atendimento necessário para a reanimaçãoe estabilização do paciente, no local do evento e durante o transporte;- Enfermeiros Assistenciais: enfermeiros responsáveis pelo atendimento de enfermagem

    necessário para a reanimação e estabilização do paciente, no local do evento e durante o transporte;

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    6/63

    5

    - Auxiliares e Técnicos de Enfermagem: atuação sob supervisão imediata do profissionalenfermeiro;

    OBS: As responsabilidades técnicas poderão ser assumidas por profissionais da equipe deintervenção, sempre que a demanda ou o porte do serviço assim o permitirem.

    Além desta equipe de saúde, em situações de atendimento às urgências relacionadas às causasexternas ou de pacientes em locais de difícil acesso, deverá haver uma ação pactuada, complementar e

    integrada de outros profissionais não oriundos da saúde – bombeiros militares, policiais militares erodoviários e outros, formalmente reconhecidos pelo gestor público para o desempenho das ações desegurança, socorro público e salvamento, tais como: sinalização do local, estabilização de veículosacidentados, reconhecimento e gerenciamento de riscos potenciais (incêndio, materiais energizados,produtos perigosos) obtenção de acesso ao paciente e suporte básico de vida.

    Regulação Médica

    Normas gerais e fluxos de regulação

    O médico regulador, ao receber o caso, deverá, num curto espaço de tempo (de 30 segundos a 1minuto), por meio da utilização de técnicas específicas para este fim, julgar a gravidade de cada caso e,em se tratando de situação crítica, deverá desencadear imediatamente a melhor resposta.

    Caso o médico regulador opte pelo envio de equipe de suporte básico ou avançado de vida ao local,deve monitorar todo seu deslocamento e receber o relato do caso quando a equipe lá chegar,confirmando ou alterando a gravidade estimada inicialmente;

    Após essa reavaliação, o médico regulador deverá tomar uma segunda decisão a respeito danecessidade do paciente, definindo inclusive para qual unidade de saúde o paciente deve sertransportado, se for o caso.

    A unidade de saúde de destino será definida em função das especialidades disponíveis no local e deacordo com a lesão / patologia que ofereça risco imediato ao paciente

    Se o paciente for transportado, cabe ao médico regulador monitorar e acompanhar todo o atendimentoprestado no trajeto;

    O médico regulador deve estabelecer contato com o médico do serviço receptor, repassando a ele asinformações técnicas sobre cada caso, para que a equipe local possa preparar-se para receber o pacienteda melhor maneira possível;

    Naquelas situações de atendimento médico no pré-hospitalar móvel, sempre que possível e comconhecimento e autorização do médico regulador, o médico assistente deverá manter-se em contato

    direto com o médico assistente do serviço de destino definido pela regulação, para repasse dasinformações sobre o paciente, a fim de instrumentalizar a organização da melhor recepção possível paraos casos graves;

    Após o adequado recebimento do paciente no serviço determinado, o médico regulador poderáconsiderar o caso encerrado;

    O rádio operador deve acompanhar a movimentação dos veículos do SAMU, durante todas as etapasda regulação acima mencionadas.

    Todas as solicitações de transferências devem ser repassadas ao coordenador da regulação para queo mesmo faça a regulação das mesmas, preenchendo adequadamente a ficha de transferência (anexo),lembrando que os atendimentos às Urgências/ emergências têm prioridade sobre os pedidos de remoção,podendo inclusive ser desviada qualquer equipe que esteja em deslocamento para uma transferência,desde que o paciente não se encontre na viatura, para o atendimento de uma urgência / emergência.

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    7/63

    6

    Somente são objetos de transferência por parte do SAMU 192-DF, aqueles pacientes que necessitamde cuidados intensivos durante o transporte, devendo ser deslocada uma USA para o transporte.Remoções de pacientes que não necessitam cuidados intensivos são atribuição dos hospitais regionais,não sendo permitido o envio de Unidades Básicas do SAMU 192-DF para realização de tais transportes,exceto em casos excepcionais, quando autorizados pela chefia médica. As situações não previstas neste manual devem ser encaminhadas à Chefia Médica para as

    providências pertinentes.

    Etapas da Regulação Médica

    Receber a chamada dos TARM´s dando prioridade aos casos classificados como urgentes

    Identificar-se ao solicitante e, após, indagar: ―qual é a emergência‖?

    Casos em que devem ser enviados recursos ANTES de completar a regulação, orientando osolicitante que a ambulância já está a caminho, mas é necessário permanecer na linha

    o Pacientes inconscienteso Pacientes com sinais de dificuldade respiratóriao Acidentes de qualquer naturezao Casos de agressão (PAF, PAB)

    Nos casos citados anteriormente, quando não houver médico regulador disponível , o caso deveráser passado diretamente do TARM para o Rádio-operador responsável pela área, para o envioimediato da unidade, sendo imediatamente comunicado ao Coordenador de regulação o ocorrido.Somente após a chegada da equipe ao local será realizada a regulação pelo médico.

    Após a avaliação, o médico regulador deverá classificar a ocorrência em 04 níveis:

    NÍVEL 1 : Emergência ou urgência de prioridade absoluta (severa)Risco imediato de vida ou da perda funcional imediata ou secundária;

    Enviar Unidade Avançada

    NÍVEL 2: Urgência de prioridade moderada;O atendimento é imediato, mas dentro de poucas horas. Há necessidade

    de atendimento médico. Enviar Unidade Básica ou Avançada

    NÍVEL 3 : Urgência de prioridade baixa;É necessária uma avaliação médica. Não há risco de vida ou perda de funções. Podeaguardar várias horas. Preferencialmente deve ser orientado a procurar assistência médica por meiospróprios.

    Enviar Unidade Básica, quando necessário

    NÍVEL 4: Urgência de prioridade mínima;O médico regulador pode realizar orientação por telefone sobre medicamentos e

    cuidados gerais. Não enviar unidades

    Passar os casos para o Rádio-operador com o provável diagnóstico e o status do paciente, bem comoa classificação do atendimento

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    8/63

    7

    Confirmar com o Rádio-operador o envio da unidade solicitada ou, no caso de impedimento, aalternativa de recurso, deixando devidamente registrado o motivo do impedimento e informar aosolicitante a indisponibilidade do envio do recurso.

    O médico regulador deve priorizar os atendimentos em função da gravidade, podendo inclusive, senecessário, desviar unidades que já estejam a caminho de uma ocorrência de menor gravidade para oatendimento a casos mais graves.

    Não é permitida a ocorrência de ―lista de espera‖ de pedidos de urgência/emergência. Caso nãoexistam unidades disponíveis para atendimento no momento da solicitação, após a devida avaliação epriorização do atendimento, deve-se informar ao solicitante o ocorrido e, sendo necessário, orienta-loa adotar os procedimentos necessários e procurar outros meios de locomoção para o serviço desaúde, deixando registrado o não atendimento por falta de recurso disponível.

    Somente os casos de transferências inter-hospitalares podem ser organizados em listas de espera.

    Orientar o solicitante a realizar procedimentos pertinentes ao caso enquanto aguarda a chegada daequipe

    JAMAIS encaminhar pacientes para o hospital sem regular com a equipe no local

    Aqueles casos em que o paciente encontra-se dentro de uma unidade de saúde, que não apresentacondições técnicas ou recursos humanos para conduzir adequadamente o caso, devem serentendidos como um atendimento de urgência/emergência secundário, e não como transferência , eclassificados de acordo com a gravidade do paciente

    Realizar contato com o médico do hospital de destino, informando o quadro clínico do paciente;

    Realizar o preenchimento correto de todas as telas pertinentes ao caso regulado, conferindo asmesmas ao encerrar a ocorrência.

    Ao identificar o caso como não sendo de urgência / emergência, deve o médico regulador orientar, deforma rápida, a conduta a ser tomada e imediatamente desligar a ligação, informando ao solicitante anão pertinência do seu chamado e os transtornos que o mesmo pode estar causando ao atendimentoà população.

    No caso de agressividade por parte do solicitante, deve-se informar ao mesmo que a sua ligação estásendo gravada e, de forma profissional, deve-se tentar contornar a situação ou encerrar a mesma,caso o quadro do paciente assim o permita.

    Unidades que estejam realizando cobertura a eventos, em caso de necessidade, devem ser acionadaspara o atendimento, retornando para o evento após o encerramento da ocorrência.

    Procedimentos emergenciais como ventilação, acesso venoso e uso de drogas em casos de ParadaCardiorespiratória, estão previamente autorizados, de acordo com os protocolos utilizados, mesmoantes da regulação com a equipe.

    Situações em que devem ser enviadas Unidades Avançadas:

    • Paciente inconsciente; • Paciente com insuficiência respiratória grave; • Paciente com suspeita de Infarto Agudo do Miocárdio; • Paciente com suspeita de Acidente Vascular Cerebral;• Paciente com intensa agitação psicomotora; • Paciente com suspeita de Estado de Mal Epiléptico; • Suspeita de parada cardiorrespiratória;

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    9/63

    8

    • Ferimento por arma branca ou de fogo atingindo cabeça, pescoço, face, tórax, abdome, ou comsangramento importante;• Paciente com grande área corporal queimada ou queimadura de vias aéreas; • Eventos com mais de cinco pacientes; • Colisão de veículos com paciente preso em ferragens; • Colisão de veículos com paciente ejetado; • Colisão de veículos com morte de um dos ocupantes;

    • Acidente com veículo em alta velocidade – rodovia;• Queda de altura de mais de cinco metros; • Trabalho de parto evidente; • Pacientes doadores para realização de transplante.

    Situações avaliadas pela equipe da USB que devem ser apoiados por USA

    Solicitação do profissional da ambulância, em virtude de dificuldades técnicas no atendimento aopaciente;

    Paciente com pressão sistólica abaixo de 100mmHg, com evidências de hipoperfusão periférica; Paciente com freqüência respiratória inferior a 10 ou superior a 40 movimentos por minuto ou dificuldade

    respiratória não controlada com manutenção de vias aéreas; Vítima de TCE com ECG com resultado igual ou menor que 8; Comprometimento de vias aéreas e ventilação: trauma de face, pescoço, traumatismos severos do tórax; Ferimentos penetrantes da cabeça, pescoço, tórax, abdome, região inguinal; Evidência de trauma raquimedular; Amputação parcial ou completa de membros; Trauma de extremidade com comprometimento neuro-vascular; Queimaduras com acometimento extenso da superfície corporal ou das vias aéreas.

    Transferências Inter-hospitalares

    Considerando as atribuições do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência SAMU 192 definidaspela portaria 2048/02, aliado ao fato de que todas as Regionais de Saúde dispõe de frota própria deambulâncias de transporte tipo ―A‖, destinadas às remoções simples e de caráter eletivo, somente serãoobjeto de transferências inter-hospitalares por parte do SAMU 192-DF, aqueles pacientes que necessitemde cuidados intensivos durante o transporte, ou seja, que devem ser acompanhados por médico, em UTI -móvel, após decisão do médico regulador.

    Dessa forma, ficam definidas algumas condutas com relação às transferências inter-hospitalares:

    Somente será permitido o envio de Unidades de Suporte Básico para realização de transferênciasem casos excepcionais, quando autorizado pela chefia médica;

    Todas as solicitações dessa natureza deverão ser, preferencialmente, reguladas pelo médicocoordenador da regulação de plantão, sendo obrigatório o preenchimento completo da Ficha deSolicitação de Transferências (anexo);

    Somente deve ser utilizada uma (01) Unidade de Suporte Avançado, por vez, para a realização detransferências, devendo as outras unidades ficar disponíveis para o atendimento às urgências /emergências da população;

    As solicitações de transferências para leitos de UTI somente serão aceitas através da Central deRegulação de Leitos de UTI, devendo a mesma fornecer os dados completos referentes à solicitação,bem como confirmar a vaga e o responsável no local de destino; Solicitações para UTI´s privadas podem

    ser reguladas direto com o solicitante, mas só devem ter o recurso enviado após a confirmação da vagano serviço de destino.

    Não serão realizadas transferências cujas informações estejam incompletas ou duvidosas;

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    10/63

    9

    Todas as informações referentes ao paciente devem ser repassadas ao médico da Unidade Avançada enviada;

    Aquelas solicitações realizadas após as 12:00h e após as 18:00h, em se tratando de pacienteestável e cujo motivo da transferência seja eletivo, deverão ser repassadas para a equipe que assumir oplantão subseqüente;

    Pacientes que se encontram de alta da UTI e são encaminhados de volta ao serviço de origem,devem ter seu transporte providenciado pelo hospital de origem;

    Pacientes cuja transferência seja eletiva, somente devem ser transportados com presença defamiliar ou acompanhante responsável. No caso de impedimento, deve estar anexado junto àdocumentação a autorização de transferência assinada pelo familiar, responsável ou o médico do hospitalde origem;*Texto da portaria GM/MS n°2048/02 referente às transferências inter-hospitalares

    Responsabilidades / Atribuições do Serviço / Médico solicitante:

    a - O médico responsável pelo paciente seja ele plantonista, diarista ou médico assistente, deverealizar as solicitações de transferências à Central de Regulação e realizar contato prévio com o serviçopotencialmente receptor;

    b - Não remover paciente em risco iminente de vida, sem prévia e obrigatória avaliação e atendimentorespiratório, hemodinâmico e outras medidas urgentes específicas para cada caso, estabilizando-o epreparando-o para o transporte;

    c - Esgotar seus recursos antes de acionar a central de regulação ou outros serviços do sistema locoregional;

    d - A decisão de transferir um paciente grave é estritamente médica e deve considerar os princípiosbásicos do transporte, quais sejam: não agravar o estado do paciente, garantir sua estabilidade e garantirtransporte com rapidez e segurança;

    e - Informar ao médico regulador, sempre , de maneira clara e objetiva, as condições do paciente;

    f - Elaborar documento de transferência que deve acompanhar o paciente durante o transporte ecompor seu prontuário na unidade receptora, registrando informações relativas ao atendimento prestadona unidade solicitante, como diagnóstico de entrada, exames realizados e as condutas terapêuticasadotadas. Este documento deverá conter o nome e CRM legíveis, além da assinatura do solicitante;

    g - Obter a autorização escrita do paciente ou seu responsável para a transferência. Poder-se-á

    prescindir desta autorização sempre que o paciente não esteja apto para fornecê-la e não estejaacompanhado de possível responsável;

    h - A responsabilidade da assistência ao paciente transferido é do médico solicitante, até que omesmo seja recebido pelo médico da unidade responsável pelo transporte, nos casos de transferência emviaturas de suporte avançado de vida ou até que o mesmo seja recebido pelo médico do serviço receptor,nos casos de transferência em viaturas de suporte básico de vida ou viaturas de transporte simples . Oinício da responsabilidade do médico da viatura de transporte ou do médico da unidade receptoranão cessa a responsabilidade de indicação e avaliação do profissional da unidade solicitante;

    i - Nos casos de transporte de pacientes em suporte básico de vida para unidades de apoiodiagnóstico e terapêutico, para realização de exames ou tratamentos, se o paciente apresentarintercorrências de urgência, a responsabilidade pelo tratamento e estabilização é da unidade que estárealizando o procedimento, que deverá estar apta para seu atendimento, no que diz respeito amedicamentos, equipamentos e recursos humanos capacitados;

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    11/63

    10

    j - Nos casos de transporte de pacientes críticos para realização de procedimentos diagnósticos outerapêuticos e, caso estes serviços situem-se em clínicas desvinculadas de unidades hospitalares, osuporte avançado de vida será garantido pela equipe da unidade de transporte;

    k - Nos locais em que as Centrais de Regulação ainda não estejam estruturadas ou em plenofuncionamento, é vedado a todo e qualquer solicitante, seja ele público ou privado, remover pacientessem contato prévio com a instituição / serviço potencialmente receptor;

    l - Nos locais em que as Centrais de Regulação já estão em funcionamento, nenhum paciente poderáser transferido sem contato prévio com a mesma ou contrariando sua determinação;

    m - Nos casos de transferências realizadas pelo setor privado, o serviço ou empresa solicitante deveráse responsabilizar pelo transporte do paciente, bem como pela garantia de recepção do mesmo no serviçoreceptor, obedecendo as especificações técnicas estabelecidas neste Regulamento;

    n - Nos casos de operadoras de planos privados de assistência à saúde, permanece em vigor alegislação própria a respeito deste tema, conforme Resolução CONSU n.° 13, de 4 de novembro de 1998(BRASIL, 1998a) e eventual regulamentação posterior a ser estabelecida pela Agência Nacional de SaúdeSuplementar.

    2) Responsabilidades / Atribuições da Central de Regulação / Médico Regulador:

    a – Receber a ligação e colher todos os dados referentes ao paciente a ser transferido e decidir sobreos meios para realização do transporte.

    b – Após a regulação do caso, deve ser repassado ao rádio-operador o número da ocorrência everificar a disponibilidade de viatura para a realização do transporte, informando ao solicitante a previsãodo mesmo.

    c - Deve-se dar prioridade aos atendimentos de urgência / emergência nas ruas ou domicílio emdetrimento das transferências inter-hospitalares.

    d - Somente autorizar o envio da Unidade Avançada após confirmação da vaga no hospital dedestino, feito pela unidade solicitante.e – Durante o deslocamento da Unidade para realização de transferências, havendo ocorrência

    severa, a mesma deve ser desviada para o atendimento, ficando a transferência para segundo plano,exceto nos casos em que o paciente já esteja dentro da ambulância.

    3) Responsabilidades / Atribuições da Equipe de Transporte:

    a - Acatar a determinação do médico regulador quanto ao meio de transporte e tipo de ambulância quedeverá ser utilizado para o transporte;

    b - Informar ao médico regulador caso as condições clínicas do paciente no momento da recepção domesmo para transporte não sejam condizentes com as informações que foram fornecidas ao médicoregulador e repassadas por este à equipe de transporte;

    c - No caso de transporte terrestre, deverão ser utilizadas as viaturas de transporte simples para ospacientes eletivos, em decúbito horizontal ou sentados, viaturas de suporte básico ou suporte avançadode vida, de acordo com o julgamento e determinação do médico regulador, a partir da avaliação criteriosada história clínica, gravidade e risco de cada paciente, estando tais viaturas, seus equipamentos,medicamentos, tripulações e demais normas técnicas já estabelecidas pela legislação vigente;

    d - O transporte inter-hospitalar pediátrico e neonatal deverá obedecer às diretrizes técnicas jáestabelecidas e inclusive bem explicitadas na Resolução CFM n.º 1.672/03 (CONSELHO FEDERAL DEMEDICINA, 2003b): ambulâncias equipadas com incubadora de transporte e demais equipamentosnecessários ao adequado atendimento neonatal e pediátrico;

    e - Registrar todas as intercorrências do transporte no documento do paciente;

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    12/63

    11

    f - Passar o caso, bem como todas as informações e documentação do paciente, ao médico do serviçoreceptor;

    g - Comunicar ao médico regulador o término do transporte;

    h - Conduzir a ambulância e a equipe de volta à sua base.

    4) Responsabilidades / Atribuições do Serviço / Médico receptor:

    a - Garantir o acolhimento médico rápido e resolutivo às solicitações da central de regulação médica deurgências;

    b - Informar imediatamente à Central de Regulação se os recursos diagnósticos ou terapêuticos daunidade atingirem seu limite máximo de atuação;

    c - Acatar a determinação do médico regulador sobre o encaminhamento dos pacientes quenecessitem de avaliação ou qualquer outro recurso especializado existente na unidade, independente da

    existência de leitos vagos ou não — conceito de ―vaga zero‖; d - Discutir questões técnicas especializadas sempre que o regulador ou médicos de unidades

    solicitantes de menor complexidade assim demandarem;

    e - Preparar a unidade e sua equipe para o acolhimento rápido e eficaz dos pacientes graves;

    f - Receber o paciente e sua documentação, dispensando a equipe de transporte, bem como a viaturae seus equipamentos o mais rápido possível;

    g - Comunicar a Central de Regulação sempre que houver divergência entre os dados clínicos queforam comunicados quando da regulação e os observados na recepção do paciente.

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    13/63

    12

    SUPORTE BÁSICO DE VIDA

    OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS E ASFIXIA

    A obstrução das vias aéreas é definida como a dificuldade da passagem do ar para os pulmõesdevido a algum obstáculo em qualquer região das vias aéreas. A causa mais freqüente de obstrução das vias aéreas na vítima inconsciente ou com alteração do

    nível de consciência é a queda da própria língua. Isso ocorre devido ao relaxamento das estruturasmusculares que sustentam a língua, resultando em sua queda em direção à faringe, impedindo apassagem de ar. Edema de glote (em casos alérgicos severos e vômitos também podem ser causa deobstrução de vias aéreas.

    As vias aéreas, também, podem ser obstruídas por corpos estranhos, que podem impedir apassagem de ar. A Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho é conhecida como OVACE e podeser parcial ou total:

    Obstrução parcial: quando possibilita a passagem de ar mesmo que reduzida, caracterizada poresforço respiratório, respiração ruidosa e ofegante.

    Obstrução total: quando a passagem de ar está completamente obstruída, havendo ausência deruídos e a parada respiratória.

    MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:

    Posição universal (a vítima leva as mãos à garganta); Agitação e ansiedade; Tosse; Respiração ruidosa; Incapacidade de verbalização; Cianose; Parada respiratória

    CONDUTAS ESPECÍFICAS EM CASO DE “OVACE”

    ADULTOS OU CRIANÇAS MAIORES QUE UM ANO CONSCIENTES (MANOBRA DEHEIMLICH)

    1. Identifique-se e informe à vítima que irá ajudá-la;2. Posicione-se atrás da vítima, passando os braços em torno da mesma;3. Realize compressões abdominais (na região epigástrica, cerca de 4 dedos acima da cicatriz

    umbilical) com o punho fechado, até a desobstrução das vias aéreas ou até a vítima tornar-seinconsciente;

    4. Caso a vítima se torne inconsciente, iniciam-se as manobras de RCP.

    Nota 1: Em casos de vítimas gestantes, as mãos devem ser colocadas ao nível da porção média doesterno.

    Deve-se lembrar que uma obstrução não revertida irá inevitavelmente evoluir para um quadro deasfixia e posteriormente parada respiratória. Portanto, assim que identificada a obstrução, deve-seimediatamente iniciar as manobras apropriadas.

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    14/63

    13

    Recém-nascidos e bebês Apóia – se a criança com a palma da mão,

    conforme a figura, sobre a coxa, mantendo a cabeçamais baixa que o corpo, e aplicam-se 5 golpes naregião dorsal, entre as escápulas,com a mão em―concha‖. Se não houver sucesso, pode-se alternaresta manobra com as compressões torácicas. Ficaratento para a iminência de uma parada respiratória.

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    15/63

    14

    PARADA CARDIORESPIRATÓRIA

    Parada Cardio-Respiratória (PCR) é o cessar da atividade elétrica e/ou mecânica do coração, o quenão gera circulação do sangue pelo organismo.

    MANIFESTAÇÃO CLÍNICA: Inconsciência; Ausência de movimentos respiratórios ou gasping (respiração anormal e agonizante) Ausência de pulso carotídeo

    Estatísticamente, cerca de 85% das PCR´s ocorridas fora do ambiente hospitalar acontecem emcasa.

    Os neurônios (células cerebrais) são extremamente sensíveis à falta de oxigênio e glicose; portanto,o atendimento à vítima de PCR deve ser iniciado o mais precocemente possível. Após 10 segundos dePCR sem atendimento, ocorre a perda da consciência. Após 04 minutos, todas as reservas de glicosese acabam e, em 06 minutos, começa o dano celular irreversível. Após 16 minutos de PCR, a mortecerebral é completa. Portanto, o tempo é fator importantíssimo no que se refere ao atendimento à vítimade PCR e o socorro deve ser rápido e eficaz.

    Mais de 90% das Paradas Cardíacas ocorridas no ambiente extra-hospitalar tem como causa aFIBRILAÇÃO VENTRICULAR, um tipo de arritmia fatal, cuja reversão efetiva só é possível através dadesfibrilação. A desfibrilação é a aplicação de uma corrente elétrica por meio de um desfibrilador, com oobjetivo de reorganizar a atividade elétrica do coração, revertendo arritmias letais.

    Com base nisso, foi criado o conceito de Corrente da Sobrevivência , formada por 05 elos e quetem por objetivo oferecer, o mais rápido possível, o suporte necessário à vítima de PCR, aumentando suaschances de sobrevivência.

    1° elo: SOCORRO PRECOCE Acionamento dos serviços de emergência assim que identificada uma situação de PCR e inícioimediato dos esforços de reanimação

    2° elo: RCP PRECOCEIniciar as manobras de Reanimação Cardiopulmonar o mais rápido possível e manter até achegada do Desfibrilador

    3° elo: DESFIBRILAÇÃO PRECOCE Acesso e utilização do DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO (DEA)

    4° elo: SUPORTE AVANÇADOProcedimentos e medicações utilizadas pela equipe de socorro

    5° elo: CUIDADOS PÓS-PCR INTEGRADOSProcedimentos a serem adotados após o retorno da circulação espontânea

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    16/63

    15

    O conjunto de procedimentos de suporte básico de vida é realizado a partir das recomendações da American Heart Association (AHA), que são revistas e atualizadas a cada 5 anos. As diretrizes maisrecentes são as de 2010, que enfatizam o trabalho em equipe do serviço de emergência e anecessidade primária de fazer o sangue circular no corpo da vítima prioritariamente.

    Didaticamente, é possível descrever a sequência de atendimento pela sigla CAB, sendo:C- Circulação

    A- Abertura de vias aéreas

    B- Boa respiração SEQUÊNCIA DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM ADULTOS

    1. Avalie se a cena é segura, paramente-se com EPI´s e determina se há necessidade derecursos adicionais;

    2. Avalie o nível de consciência da vítima;3. De maneira rápida e dinâmica, verifique a respiração (se a vítima respira ou se apresenta

    gasping );4. Acione o serviço de emergência ou a Unidade de Suporte Avançado;5. Verifique a presença de pulso carotídeo (esse procedimento não deve durar mais de 10

    segundos). Caso haja dúvida sobre a presença de pulso, considere que a vítima NÃO

    TEM PULSO;6. Inicie compressões torácicas externas (no centro do tórax, na altura dos mamilos; mãossobrepostas e braços esticados);

    7. Realize 30 compressões ininterruptas; comprima rápido (no mínimo 100 compressões porminuto) e forte (no mínimo 5 centímetros de profundidade), permitindo que o tóraxretorne totalmente à sua posição original entre as compressões;

    8. Após a 30ª compressão, pare e proceda a abertura das vias aéreas (elevação do queixo);9. Realize 02 ventilações (cada ventilação deve durar cerca de 1 segundo). As ventilações

    devem provocar elevação visível do tórax da vítima;10. Reinicie as compressões, repetindo os passos7, 8 e 9 durante mais 4 vezes (totalizando 5

    ciclos)11. Após os 05 ciclos (ou aproximadamente 02 minutos), verifique presença de pulso

    carotídeo (ou seja, o passo 05);12. Caso não haja pulso carotídeo palpável, reinicie a RCP;13. Em caso de retorno da circulação espontânea, posicione a vítima em decúbito lateral

    esquerdo.

    Nota 1: O Desfibrilador Externo Automático (DEA) deve ser instalado tão logo esteja disponível.Nota 2: As interrupções nas compressões torácicas devem ser mínimas.Nota 3: As ventilações devem ser realizadas com equipamento específico (reanimador manual ou

    BVM: bolsa-válvula-máscara).

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    17/63

    16

    PARADA RESPIRATÓRIA

    É a cessação dos movimentos respiratórios da vítima, com conseqüente falta de oxigenação dostecidos, porém associada a pulsos centrais palpáveis. Pode ocorrer devido a uma série de causas comoobstrução de vias aéreas, traumatismo de tórax, intoxicações e outras. A parada respiratória, se nãorevertida a tempo, inevitavelmente, evolui para uma parada cardiorrespiratória.

    MANIFESTAÇÃO CLÍNICA: Inconsciência Ausência de movimentos respiratórios ou gasping (respiração anormal e agonizante)

    SEQUÊNCIA DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM ADULTOS

    1. Avalie se a cena é segura, paramente-se com EPI´s e determina se há necessidade derecursos adicionais;

    2. Avalie o nível de consciência da vítima;3. De maneira rápida e dinâmica, verifique a respiração (se a vítima respira ou se

    apresenta gasping );

    4. Acione o serviço de emergência ou a Unidade de Suporte Avançado;5. Verifique a presença de pulso carotídeo (esse procedimento não deve durar mais de 10segundos). Caso haja dúvida sobre a presença de pulso, considere que a vítima NÃOTEM PULSO;

    6. Caso haja pulso, identifica-se uma parada respiratória. Proceda a abertura das viasaéreas (elevação do queixo);

    7. Inicie as ventilações, realizando de 8 a 10 ventilações por minuto (1 ventilação a cada 6a 8 segundos). As ventilações devem provocar elevação visível do tórax da vítima;

    8. Reavalie a vítima após 02 minutos (se voltou a respirar e se tem pulso carotídeopalpável);

    9. Continue com esses procedimentos até o retorno da respiração espontânea;10. Caso a vítima evolua para PCR, inicie as manobras de RCP

    Método com equipamento ( boca-máscara)

    Método com equipamento ( Bolsa-valva-máscara)

    1. Desobstruir as vias aéreas.2. Fixar adequadamente a máscara

    sobre a face da vítima,segurando-afirmemente.

    3. Ventilar através da máscara.4. Manter a mesma freqüência do

    método anterior, lembrando deliberar a máscara para a vítimapoder exalar o ar.

    1. Escolha o balão e máscaraadequados ao tamanho da vítima

    2. Coloque-se atrás da vítima3. Com uma das mãos segure

    firmemente a máscara no rosto do paciente4. A outra mão comprime o balão paraa ventilação, mantendo as mesmasfreqüências anteriores

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    18/63

    17

    Coloque-se ao lado da vítima, conforme afigura ao lado

    Inicie as manobras de respiração artificial,começando com 02 insuflações

    Inicie as manobras de compressãotorácica, realizando 30 compressões

    Mantenha uma relação de 30 compressões para cada 02 insufladas

    A cada 2 minutos , aproximadamente, deinsuflação-compressão, pare e reavalie a vítima.

    A utilização do BVM por uma única pessoa exige uma certa prática para que se consiga umresultado satisfatório.Dessa forma, deve-se, sempre que possível, utiliza-lo com dois membros da equipe.

    Durante a ventilação com o BVM, não é necessário retirar o mesmo da face da vítima durante aexpiração, pois este possui uma válvula de escape que permite a saída do ar.

    Durante os procedimentos de ventilação, podem ocorrer vômitos, devido à distensão gástricacausada pelo ar insuflado. Para diminuir os riscos disso acontecer, as insuflações não devem ser muito

    rápidas, devendo levar em média 1-2 segundos para encher o tórax. O volume e a força da insuflação devem ser proporcionais ao biótipo da vítima.Cuidado com crianças e recém-nascidos!

    MANOBRAS DE RCP ( 1 SOCORRISTA)

    MANOBRAS DE RCP ( 2 SOCORRISTAS)

    COMPRESSÕES TORÁCICAS o Localizar o ponto de compressão

    ,sobre o esterno, + 2 dedos acima do processoxifóide.

    o Não apoiar os dedos no tórax emanter os braços esticados

    o Utilizar o peso do corpo para fazer ascompressões

    o Devem ser realizadas com umafreqüência mínima de 100 compressões por minuto

    Posicionam-se ao lado da vítima conformea figura ao lado Inicia-se com 02 insuflações, seguida de

    30 compressões torácicas. Após o primeiro ciclo, manter uma relação

    de 30 compressões para 02 insuflações Após 2 minutos , interrompem-se as

    manobras para verificação dos sinais vitais.

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    19/63

    18

    No Brasil, alguns estados e o DistritoFederal promulgaram leis que tornaobrigatória a disponibilização de DEA´s emlocais públicos e privados com altacirculação de pessoas.

    DESFIBRILADORES EXTERNOS AUTOMÁTICOS (DEA)

    São equipamentos para desfibrilação dotados de um microprocessador que analisa a presença ounão de arritmias fatais e, se presente, promove a realização de choques sucessivos para a reversão daarritmia.

    São considerados como elo fundamental na Corrente da Sobrevida, uma vez que a sua utilizaçãopor pessoas leigas é considerada segura, desde que devidamente treinadas, oferecendo, dessa forma,

    a desfibrilação precoce.Em países desenvolvidos, a presença do DEA em locais de grande fluxo de pessoas, comoshoppings, aeroportos e estádios de futebol, está se tornando uma realidade cada vez mais presente. Além disso, as grandes empresas aéreas também estão colocando os DEA como parte do equipamentode emergência nas aeronaves, treinando devidamente suas tripulações na utilização dos mesmos.

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    20/63

    19

    RCP em crianças o Mantém-se a frequência de 30

    compressões para 02 ventilaçãos, caso osocorrista esteja atuando juntamente com outrosocorrista

    o Mantém-se a frequência de 15compressões para 02 ventilaçãos, caso o

    socorrista esteja atuando sozinho o A compressão externa pode serfeita com somente uma das mãos.

    o O equipamento utilizado deve serpediátrico (tanto o BVM como a pá do DEA)

    o Caso não haja pá de DEApediátrica disponível, pode ser utilizada a pá paraadultos

    RCP em recém-nascidos o Mantém-se a freqüência de 3

    massagens para 01 ventilação o A compressão externa pode ser

    feita com dois dedos ou com o polegar. o Caso a respiração seja boca-a-

    boca, o volume de ar a ser insuflado deve ser

    somente aquele armazenado nas bochechas dosocorrista o O equipamento utilizado deve ser

    próprio para recém-nascidos o O DEA não deve ser utilizado

    MANOBRAS DE RCP EM CRIANÇAS E RECÉM NASCIDOS

    Em crianças, consideradas aqui até 8 anos de idade, o padrão de ocorrência de paradascardiorrespiratórias muda, sendo que, nesta faixa de idade, a grande maioria das paradas ocorresecundária a uma parada respiratória, cujas causas incluem obstrução por corpo estranho, afogamentos,problemas respiratórios prévios, etc

    Assim sendo, no caso de crianças, a seqüência da corrente da sobrevivência muda, conforme a seguir:

    CAPÍTULO IV - TRAUMATISMOS

    Chamar SocorroRCP precoce SUPORTE AVANÇADOPREVENÇ O

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    21/63

    20

    TRAUMATISMO DE MEMBROS

    São extremamente comuns no ambiente pré-hospitalar, podendo variar desde uma simplescontusão até uma fratura exposta. São situações que exigem do socorrista uma postura segura e confiante,haja vista o estado de agitação em que a vítima freqüentemente se encontra, em conseqüência da dor dotrauma.

    Basicamente, existem cinco tipos de lesões que necessitam atuação por parte de quem vai prestar

    socorro, a saber :

    o ENTORSESo LUXAÇÕESo FRATURASo AMPUTAÇÕESo ESMAGAMENTOS

    ENTORSESOcorrem ao nível das articulações, em conseqüência da separação momentânea das superfícies

    articulares dos ossos. As articulações mais freqüentemente atingidas são as dos joelhos e tornozelos.Nessa separação, podem ser rompidos ligamentos e pequenos vasos sanguíneos. São as famosas―torções‖.

    O quadro clínico caracteriza-se por dor importante e edema ( inchaço ) no local . Pode ocorrertambém hematoma, em conseqüência do rompimento de vasos mais calibrosos.

    LUXAÇÕES

    Ocorrem também ao nível das articulações quando existe uma separação definitiva das superfíciesarticulares, causando um quadro extremamente doloroso e com risco de comprometimento neurológico evascular do membro afetado. A articulação mais freqüentemente afetada é a do ombro ( articulação gleno-umeral)

    O quadro clínico caracteriza-se por incapacidade de movimentação do membro, deformidade

    visível da região articular e edema local . Deve – se sempre avaliar a sensibilidade e a presença depulso no membro, distalmente à lesão. A ausência de pulso ou presença de parestesias indica anecessidade de transporte imediato ao hospital.

    CONDUTA

    o Imobilizar a região afetada o Aplicar gelo sobre o local ( pelas

    próximas 24 horas) o Encaminhar ao serviço médico

    para avaliação radiológica.

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    22/63

    21

    FRATURAS

    Ocorrem quando existe uma ruptura total ou parcial da estrutura óssea. Ocorrem mais comumentenos corpos (epífise) dos ossos, mas podem ocorrer também nas extremidades dos ossos (diáfise), próximoàs articulações. As fraturas podem ser classificadas como fechadas , quando não se encontra superfíciesósseas visíveis ou expostas , quando através de uma ferida , conseguimos visualizar a estrutura óssea.

    O quadro clínico caracteriza-se, também, por dor no local, deformidade, edema e incapacidadefuncional do membro . Novamente deve-se avaliar a pulso distal e a presença de parestesias.

    Atenção especial deve ser dada àquelas situações de fratura de ossos longos, principalmentefraturas de fêmur, pela possibilidade da presença de hemorragia importante, mesmo que a mesma não sejavisível ( na coxa podem ser armazenados até 2.000 ml de sangue numa fratura fechada de fêmur!!!),podendo levar a vítima ao choque.

    No caso de fraturas expostas

    o Fazer inicialmente o controle da hemorragia, se houver. o Cobrir o ferimento com compressas ou panos limpos. o Proceder à imobilização do membro. o Monitorar os sinais vitais e estar atento para a possibilidade de choque.

    CONDUTA

    o Imobilizar a articulação afetada,na posição encontrada.

    o Após imobilizar, verificar

    novamente pulso e sensibilidade o Encaminhar imediatamente ao

    hospital. o Não tentar reduzir a luxação,

    sob o risco de causar lesões nervosas evasculares

    CONDUTA

    o Retirar pulseiras, relógios ouanéis do membro afetado

    o Imobilizar a região afetada, sepossível, alinhando o membro

    o Encaminhar imediatamente aohospital.

    o Não tentar reduzir a fratura,sob o risco de causar lesões nervosas ouvasculares

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    23/63

    22

    AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS

    O tema já foi abordado no capítulo VI.

    ESMAGAMENTOS

    o Deve-se proceder à imobilização do membro e controle da hemorragia.o Deve ser levado ao serviço médico o mais breve possível.o Estar atento para a possibilidade de choque.

    TRAUMA TORÁCICO

    As lesões ocorridas no tórax podem ser divididas basicamente em lesões abertas ou fechadas.Basicamente, apenas as lesões abertas podem ser amenizadas com procedimentos de primeiros socorros,entretanto, o socorrista deve estar atento para a possibilidade da ocorrência de lesões fechadas, devido a altamortalidade resultante da associação destas lesões com a demora no atendimento definitivo.

    As lesões abertas são evidentes ao exame físico. No caso das lesões fechadas a sua ocorrência deveser suspeitada pelo socorrista através de sinais e sintomas sugestivos e pela avaliação do mecanismo detrauma ocorrido.

    MECANISMOS DE TRAUMA SUGESTIVOS DE LESÕES FECHADASo Acidentes automobilísticos ( com ou sem cinto de segurança) o Quedas de grandes alturas o Esmagamentos envolvendo a região torácica o Golpes violentos sobre o tórax o Fraturas de costelas

    SINAIS E SINTOMAS SUGESTIVOS DE LESÕES FECHADASo Dor torácica ( espontânea ou à palpação) o Falta de ar o Cianose o Deformidades no tórax o Respiração ruidosa o Sinais de choque o Marcas de trauma na pele

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    24/63

    23

    CONDUTA NOS TRAUMAS TORÁCICOS

    o No caso de lesões abertas, fazer um curativo com três pontos o Imobilizar a coluna cervical o Movimentar o mínimo possível a vítima o Manter os sinais vitais o Encaminhar o mais rápido possível para o hospital o Se possível, administrar oxigênio

    TRAUMA ABDOMINAL

    Assim como o trauma torácico, os traumas abdominais podem se apresentar abertos ou fechados. Asuspeita do trauma fechado deve ser levantada também pelo mecanismo de trauma envolvido e pelossinais e sintomas do paciente. Os mesmos mecanismos de trauma descritos para as lesões torácicaspodem ser determinantes de lesões abdominais.

    As condutas no caso de ferimentos penetrantes e evisceração foram discutidas no capítulo IV.Dessa forma, a apresentação a seguir se refere a traumas abdominais fechados.

    SINAIS E SINTOMAS SUGESTIVOS DE TRAUMA ABDOMINAL FECHADO

    o Dor abdominal ( espontânea ou à palpação)o Rigidez abdominalo Vômitoso Marcas de trauma na pele (hematomas ou equimoses)o Sinais de choque

    CONDUTAS

    o

    Manter os sinais vitaiso Não dar água ou alimentos à vítimao Movimentar o mínimo possível a vítimao Encaminhar ao hospital o mais rápido possível

    TRAUMATISMO CRANIANO E RAQUIMEDULAR

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    25/63

    24

    Os traumatismos craniencefálicos (TCE) são causas de grande parte das mortes ocorridas devido atraumas. Infelizmente, muito pouco pode ser feito do ponto de vista de primeiros socorros, para retardar oprocesso lesivo. Somente o tratamento definitivo, muitas vezes cirúrgico, pode dar a chance desobrevivência à vítima.

    Dessa forma, torna-se importante, no caso do atendimento de emergência, a correta identificação,ou a suspeita, da presença do TCE, para que sejam tomadas as medidas necessárias para que novaslesões sejam evitadas e a vítima chegue o mais rápido possível ao hospital.

    Os traumatismos na região da cabeça podem causar lesões que podem variar desde cortes no courocabeludo (que sangram bastante!!!) até lesões complexas que atingem o Sistema nervoso Central. A avaliação do estado neurológico se inicia no exame primário, através da avaliação do nível de

    consciência (AVDI). Durante o exame secundário, serão procurados os seguintes sinais, sugestivos deTCE:

    Lesões abertas ou hematomas no couro cabeludo Deformidades ou crepitações à palpação do crânio Equimose periorbitária (Sinal do Guaxinim ) Equimose retroauricular ( Sinal de Battle) Saída de sangue ou líquor pelo ouvido ou nariz Anisocoria (Pupilas de tamanhos diferentes)

    Nestes casos, deve-se oferecer o Suporte Básico de Vida – Manutenção dos sinais vitais e controlede hemorragias, além de uma imobilização adequada. TODA VÍTIMA DE TCE DEVE SER CONSIDERADAPORTADORA DE LESÃO DE COLUNA CERVICAL.

    Um parâmetro útil na avaliação da evolução de uma paciente vítima de TCE é a ESCALA DE COMADE GLASGOW.

    Esta escala deve ser avaliada após a estabilizaçãodo paciente. Para cada uma das respostas ( ocular, verbale motora) será atribuído um valor. A soma destes três valores será o resultado final. Este resultado pode variar de 3a 15.

    É importante lembrar que esta escala perde o valorem pacientes alcoolizados ou drogados, sendo seu usorestrito à avaliação de vítimas de trauma.

    Como dito anteriormente, esta escala tem valor naavaliação da evolução de um provável TCE, devendo ser,portanto, repetida periodicamente.

    Os traumatismos raquimedulares acometem a coluna vertebral e /ou a medula espinhal, podendocausar déficits neurológicos transitórios ou definitivos. O manuseio e transporte inadequados de vítimascom lesões raquimedulares são responsáveis, todo ano, por milhares de casos de para ou tetraplegia emvítimas de acidentes. Grandes esforços vêm sendo feitos, no sentido de conscientizar a população de que aespera por um socorro e transporte adequados traz mais benefícios às vítimas de acidentes , do que otransporte errado e descuidado visando apenas a chegada rápida e irracional ao hospital.

    A maioria das lesões acomete a coluna cervical, podendo causar tetraplegias e até a morte.Deve-se sempre pensar na possibilidade de TRM, naquelas pessoas vítimas de acidentes violentos,

    tais como acidentes automobilísticos, quedas de grandes alturas, quedas de cavalos,etc)Pacientes vítimas de TCE também devem ser considerados como portadores de TRM, devendo ser

    transportados com a imobilização adequada.Durante o exame secundário, podem ser encontrados sinais sugestivos de TRM, tais como:

    ESCALA DE COMADE GLASGOWAbertura ocularEspontânea 4Comando verbal 3Dor 2Sem resposta 1Resposta VerbalOrientado 5Confuso 4Palavras desconexas 3Sons incompreenssíveis 2Sem resposta 1Resposta motoraObedece 6Localiza a dor 5Retirada 4Decorticação 3Descerebração 2Sem resposta 1

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    26/63

    25

    Dor à movimentação do pescoço Dor em outras regiões da coluna Deformidades visíveis ou palpáveis da coluna Fraqueza ou formigamento das extremidades Paralisia de membros inferiores

    Sempre que houver a suspeita de TRM, a vítima deve ser tratada como tal, até a chegada aohospital, ou seja, imobilizada com colar cervical, ou KED, conforme a necessidade, e transportada emprancha rígida.

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    27/63

    26

    CAPÍTULO V – ACIDENTES COM MÚLTIPLAS VÍTIMAS

    Introdução

    O Distrito Federal apresenta uma população de aproximadamente 2,5 milhões de habitantes

    distribuídos geograficamente de acordo com suas 28 Regiões Administrativas. Esta população, comoqualquer outra, encontra-se sujeita a ocorrência de desastres e calamidades, naturais ou provocados pelohomem. Assim sendo, aqui no Distrito Federal, podem ocorrer eventos tais como incêndios ou explosõesem shoppings ou edifícios, acidentes rodoviários envolvendo ônibus ou caminhões, acidentes emdepósitos de combustíveis , acidentes aeronáuticos, acidentes com material radioativo(clinicas radiológicas), distúrbios civis de grandes proporções ( Congresso Nacional) ou até mesmoataques terroristas (Embaixadas, representações diplomáticas).

    Na ocorrência de qualquer uma das situações acima, a resposta dos órgãos públicos se faránecessária e será proporcional e específica para cada caso. Assim, questões que envolvem ordempública e segurança envolverão predominantemente ações policiais; situações que envolvam incêndios ouações de resgate ou salvamento envolverão predominantemente ações do Corpo de Bombeiros e assimpor diante. Entretanto, em todas estas situações o objetivo final de toda a ação é preservar e salvar asVIDAS das vítimas envolvidas, fazendo com que em todas elas, esteja envolvida a responsabilidadeprimária e intransferível da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, através da rede hospitalarde assistência e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192, garantindo o acolhimentonecessário e o tratamento adequado a cada vítima.

    A estrutura hierarquizada e regionalizada da atenção à saúde no Distrito Federal, por si, já garanteuma facilidade na distribuição e encaminhamento das vítimas na ocorrência de acidentes ou calamidades.Praticamente todas as regiões de saúde (anexo1) possuem hospitais regionais com capacidade deatendimento nas áreas básicas (Cirurgia geral, clínica médica, Ginecologia Obstetrícia e pediatria),garantindo o acesso mais próximo ao local do incidente para um suporte hospitalar às vítimas.

    O papel do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência SAMU 192, conforme determinação da portariaMS 2048/02, é o de realizar a Regulação e atendimento local em situações de desastres, catástrofes ouacidentes com múltiplas vítimas de diferentes portes, bem como participar na elaboração de planos deatendimento e realização de simulados com Defesa Civil, Bombeiros, Infraero e demais parceiros.

    Objetivos

    Estabelecer um protocolo de atendimento a acidentes com múltiplas vítimas, cujos objetivos são: Oferecer os melhores cuidados ao maior número possível de vítimas Racionalizar o uso de recursos humanos e materiais Evitar a ―transferência‖ de local do desastre para os hospitais

    Tais objetivos serão alcançados através da integração de 3 componentes do SAMU 192: a Central deregulação médica, as Unidades Básicas e Avançadas móveis e o Posto Médico Avançado (PMA) no local

    do acidente. Entretanto, tal protocolo permite que, em caso de necessidade, as ações sejam integradas àsatividades de outros órgãos (Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, etc), fazendo parte de um Sistema deComando de Incidentes (SCI).

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    28/63

    27

    Plano de ativação do serviço

    Ativação da equipe hospitalar

    Os hospitais de referência serão acionados inicialmente pelo médico supervisor de dia da central deregulação, recebendo destes a previsão de recursos disponíveis no momento. Após este levantamento, osdados serão repassados para o Médico Regulador de Campo.

    Central192

    CIADEDEFESA CIVILINFRAEROCIOSPÓrgãos públicos

    MÉDICOREGULADOR

    DIRETOR ATENÇÃO MÉDICA

    RADIOOPERADOR

    UNIDADESBÁSICAS E

    AVAN ADAS**DIRETOR

    GERAL

    CHEFEREGULAÇÃO

    COORDENADOR DE APOIO OPERACIONAL

    SUPERVISORDE DIA

    HOSPITAISREFERENCIA*

    CHEFEENFERMAGEM

    * Definidos de acordo com o local do ocorridoou de referencias específicas

    ** Inicialmente enviadas 5 unidades ( 03 USB e02 USA) mais próximas

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    29/63

    28

    Após avaliação e estabilização de cada paciente no local do incidente, os mesmos serãoencaminhados para o hospital de destino após contato do Médico Regulador de Campo com o Chefe deEquipe da emergência.

    O contato Supervisor Hospitais Médico Regulador de Campo será realizado de acordo com avia de comunicação disponível.

    Distribuição geral e atribuições da equipe no local

    Atribuições dos profissionais envolvidos

    o Coordenador Médico Geral

    Coordenar todas as atividades relacionadas à área da saúde Prover de recursos as atividades das equipes da saúde, quando solicitado pelo

    Coordenador de Logística Médica Coordenar todas as funções da equipe de atendimento médico pré-hospitalar durante o

    evento Receber novas equipes e encaminha-las ao Coordenador do PMA, de acordo com a

    solicitação Coordenar, junto ao comando geral do incidente, a captação e utilização de recursos

    humanos e materiais Coordenar todos os serviços particulares de Atendimento pré-hospitalar que se

    apresentarem no local até o final do evento

    Intermediar possíveis impasses entre as equipes do evento ou com os hospitais Acionar a Central 192 em caso de necessidade de outros recursos Determinar, em conjunto com o comandante geral do evento, o final da ação médica

    Coordenador médico

    Coordenador deLogística Médica

    Coordenador dePMA

    Médico Regulador deCampo

    CoordenadorÁrea Triagem

    CoordenadorÁrea Amarela

    CoordenadorÁrea Vermelha

    Hospitais

    Central192

    CoordenadorÁrea Verde

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    30/63

    29

    o Coordenador do Posto Médico Avançado

    Coordenar o fluxo de entrada e saída de pacientes do Posto Médico Avançado Coordenar a distribuição dos pacientes para as posições próprias de acordo com a

    gravidade do caso Coordenar as equipes de atendimento Solicitar ao coordenador-geral do evento mais equipes quando necessário

    Manter informado o médico regulador de campo o numero de pacientes e sua classificação Definir, de acordo com as disponibilidades, as prioridades de remoção das vítimas, levandoem conta sua gravidade

    Designar a composição das equipes e os coordenadores das áreas vermelhas, amarela everde.

    Solicitar ao chefe de logística a necessidade de material Assumir a coordenação da área vermelha até que disponha de pessoal para montagem do

    PMA Liberar os pacientes para a unidade de transporte, recolhendo as tarjetas dos mesmos

    o Médico Regulador de Campo

    Receber e ordenar as informações recebidas do Coordenador do PMA a respeito dospacientes e designar o hospital para receber cada caso

    Designar o hospital de destino de cada paciente e informar o Coordenador do PMA Realizar contato com o hospital de destino dos pacientes, informando exatamente o quadro

    clínico e as necessidades Preencher adequadamente os formulários de regulação

    o Coordenador de logística médica

    Coordenar o fluxo de material médico hospitalar na área de atuação do serviço médico Identificar a necessidade de alocar novos recursos Realizar contato com o almoxarifado central de hospitais e da própria SES, para manter a

    disponibilidade constante de recursos Manter contato com o Coordenador do PMA e Coordenador Médico Geral Preencher adequadamente os formulários de logística

    o Coordenador de área

    Coordenar o fluxo de vítimas dentro de sua área Coordenar o trabalho das equipes dentro de sua área Informar o Coordenador do PMA a situação das vítimas prontas para evacuação e / ou

    encaminhamento Informar ao coordenador do PMA a necessidade de mais recursos pessoal e / ou material Preencher adequadamente os formulários de área

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    31/63

    30

    Montagem do Posto Médico Avançado (PMA)

    fluxo transporte

    Área de triagem secundária

    Área Vermelha ( Pacientes graves com risco nas prox. 2 h)

    Área Amarela (Pacientes graves sem risco nas prox. 24 h)

    Área verde ( Pacientes com lesões leves ou sem lesos)

    Posto Móvel de Regulação

    Distribuição geral e atribuições da equipe no local

    Seqüência de prioridades ao chegar no local os primeiros componentes do SAMU –DF:

    1- Coordenador da área vermelha

    2- Coordenador do Posto Médico Avançado3- Coordenador Médico Geral

    PMR

    PMR

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    32/63

    31

    Coordenador geral SAMU – DF Coordenador Médico Geral

    Diretor de Atenção Médica Coordenador do PMA

    Chefia de Enfermagem Coordenador de logística médica

    Coordenador da regulação 192 Médico Regulador de Campo

    Chefia de transportes Coordenação de transporte

    Atribuições dos profissionais envolvidos

    o Coordenador Médico Geral

    Coordenar todas as atividades relacionadas à área da saúde Prover de recursos as atividades das equipes da saúde, quando solicitado pelo Coordenador de

    Logística Médica Coordenar todas as funções da equipe de atendimento médico pré-hospitalar durante o evento Receber novas equipes e encaminha-las ao Coordenador do PMA, de acordo com a solicitação Coordenar, junto ao comando geral do incidente, a captação e utilização de recursos humanos e

    materiais Coordenar todos os serviços particulares de Atendimento pré-hospitalar que se apresentarem no local

    até o final do evento Intermediar possíveis impasses entre as equipes do evento ou com os hospitais Acionar a Central 192 em caso de necessidade de outros recursos

    Determinar, em conjunto com o comandante geral do evento, o final da ação médica

    o Coordenador do Posto Médico Avançado

    Coordenador médico

    Coordenador deLogística Médica

    Coordenador

    MédicoRegulador

    CoordenadorApoio psicologia

    CoordenadorÁrea Amarela

    CoordenadorÁrea Vermelha

    Hospitais

    Central192

    CoordenadorÁrea Verde

    CoordenadorCBMDF Emergência

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    33/63

    32

    Coordenar o fluxo de entrada e saída de pacientes do Posto Médico Avançado Coordenar a distribuição dos pacientes para as áreas próprias de acordo com a gravidade do caso Coordenar as equipes de atendimento Solicitar ao coordenador-geral do evento mais equipes quando necessário Manter informado o médico regulador de campo o numero de pacientes e sua classificação Definir, de acordo com as disponibilidades, as prioridades de remoção das vítimas, levando em conta

    sua gravidade Designar a composição das equipes e os coordenadores das áreas vermelhas, amarela e verde. Solicitar ao chefe de logística a necessidade de material Assumir a coordenação da área vermelha até que disponha de pessoal para montagem do PMA Liberar os pacientes para a unidade de transporte, recolhendo as tarjetas dos mesmos

    o Médico Regulador de Campo

    Receber e ordenar as informações recebidas do Coordenador do PMA a respeito dos pacientes edesignar o hospital para receber cada caso

    Designar o hospital de destino de cada paciente e informar o Coordenador do PMA Realizar contato com o hospital de destino dos pacientes, informando exatamente o quadro clínico

    e as necessidades Preencher adequadamente os formulários de regulação

    o Coordenador de logística médica

    Coordenar o fluxo de material médico hospitalar na área de atuação do serviço médico Identificar a necessidade de alocar novos recursos Realizar contato com o almoxarifado central de hospitais e da própria SES, para manter a

    disponibilidade constante de recursos Manter contato com o Coordenador do PMA e Coordenador Médico Geral Preencher adequadamente os formulários de logística

    o Coordenador de área

    Coordenar o fluxo de vítimas dentro de sua área Coordenar o trabalho das equipes dentro de sua área Informar o Coordenador do PMA a situação das vítimas prontas para evacuação e / ou

    encaminhamento Informar ao coordenador do PMA a necessidade de mais recursos pessoal e / ou material Preencher adequadamente os formulários de área

    o Coordenador de transporte

    Coordenar o fluxo de vítimas de saída do PMA Coordenar o trabalho das equipes de Unidades de transporte Informar o Coordenador do PMA a situação das vítimas prontas para evacuação e / ou

    encaminhamento Informar ao coordenador do PMA a necessidade de mais recursos pessoal e / ou material para

    tripular as equipes Manter contato com o encarregado da área de espera Preencher adequadamente os formulários de área

    Área de Triagem Secundária

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    34/63

    33

    Esta área tem por objetivo ser a porta de entrada para o PMA, ficando a saída coordenada peloCoordenador do PMA.

    A equipe de triagem faz a classificação da vítima na zona quente, segundo o método START(abaixo), e a transporta até a área de triagem, retornando imediatamente para trazer novas vitimas. Umaequipe de padioleiros faz o transporte para as áreas de tratamento, passando pelo Coordenador do PMA,para o devido registro.

    Nenhuma vítima pode ser encaminhada diretamente para as áreas de tratamento, sem o registro

    na área de triagem secundária.

    START ( Simple Triage and Rapid Treatment)

    Área Vermelha

    Esta área destina-se ao tratamento e estabilização de pacientes graves, com risco de mortenas próximas 2 horas. O coordenador da área deve dividir o atendimento em equipes de 03 pessoas(médico, enfermeiro e técnico de enfermagem). Os médicos designados para atendimento na áreavermelha devem ser preferencialmente cirurgiões, com experiência em trauma e os outros componentes

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    35/63

    34

    da equipe possuírem experiência em atendimento de emergência. A quantidade de equipes necessáriasserá definida pelo coordenador da área e será solicitado ao coordenador do PMA para prover os recursosnecessários.

    Cada equipe irá dispor de um kit de material próprio para atendimento de aproximadamente 6vítimas. A área vermelha deverá ser a primeira a ser montada e as primeiras equipes a chegar irão

    fazer parte dela até a chegada de outras equipes mais especializadas.Inicialmente ,deve-se dividir a área em quadrantes e as vítimas sendo distribuídas de maneira

    eqüitativa entre as equipes. A área deve ter apenas uma porta de entrada e uma porta de saída, devendoo fluxo ser rigorosamente respeitado. Deve ser feito o registro de todas as vítimas ao entrarem e deixaremo posto.

    Os procedimentos realizados dentro da área vermelha têm por objetivo eliminar aqueles fatoresde risco à vida da vítima imediatos, devendo ser realizados até um limite que permita o seu transporte aum centro de cuidados defintitivos, o mais estável possível.

    Dessa forma, os principais procedimentos a serem realizados no posto vermelho são:A Garantir a permeabilidade das vias aéreas da vítima e estabilização da coluna cervical.Identificar Obstrução de vias aéreas, risco de obstrução, necessidade de via aérea definitivaProcedimentos Entubação orotraqueal ou cricotiroidostomia, se necessário, com colar

    cervical

    B Garantir boa ventilaçãoIdentificar Pneumotórax aberto ou hipertensivo, tórax instável, hemotórax maciçoProcedimentos Entubação orotraqueal, toracocentese ou drenagem torácica, se necessário

    C Avaliar circulação e hemorragias externasIdentificar Presença de pulso, choque, ou situações potenciais que podem evoluir,

    principalmente lesões abdominaisProcedimentos Acesso venoso e reposição volêmica, contenção de hemorragias ,

    pericardiocentese, drenagem de tórax, se necessário.

    D Avaliar estado neurológicoIdentificar Avaliação das pupilas e Escala de coma de GlasgowProcedimentos Intubação orotraqueal , se ECG < 8

    E Avaliação geral e evitar hipotermia

    Identificar outras lesões potencialmente gravesProcedimentos retirar as vestes e cobrir posteriormente

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    36/63

    35

    Exame secundário Avaliação geral e preparar para o transporteIdentificar ferimentos, queimaduras, luxações e fraturasProcedimentos Curativos e imobilizações, caso o estado hemodinâmico da vítima permita

    Todos os frascos de soro instalados devem ser identificados com a hora em que foramcolocados, bem como os drenos de tórax, juntamente com a quantidade de soro inicial.

    Estando a vítima estabilizada e pronta para o transporte, deve-se comunicar o Coordenador da

    área passando para o atendimento da vítima seguinte. Este, por sua vez, designará algum membro daárea para permanecer com a vítima até que a mesma seja removida. A informação será passada aoCoordenador do PMA que passará a informações para o Médico Regulador de Campo que, por sua vezirá definir o destino do paciente. Somente após a confirmação do destino será solicitada a ambulânciapara o transporte da vítima, sendo que a mesma deverá ser transportada em Unidade Avançada ouBásica medicalizada.

    Área Amarela

    É a área destinada à estabilização daqueles pacientes com lesões com risco de morte ouincapacidade definitiva, se não tratados nas próximas 24h. A sua montagem e operacionalização devem seguir os mesmos princípios da área vermelha,lembrando que a prioridade no transporte deve ser dada às vitimas da área vermelha.

    Após a estabilização e enquanto aguardam o transporte, as vítimas desta área devem serregularmente reavaliadas, pois existe a possibilidade de agravamento do quadro e tornarem-se vítimasvermelhas. Neste caso, devem ser re-classificadas e encaminhadas à área correspondente.

    A avaliação das vítimas deve seguir o mesmo protocolo da área vermelha, sendo pouco provável anecessidade de realização de qualquer procedimento dos citados anteriormente, sendo o examesecundário mais minucioso e sendo realizados procedimentos de imobilização e bandagens antes doencaminhamento aos hospitais.

    As equipes da área amarela devem, preferencialmente serem formadas por um médico e umtécnico de enfermagem, entretanto, podem ser constituídas por outros profissionais especializados em Atendimento pré-hospitalar, como enfermeiros, socorristas e bombeiros, devendo haver, pelo menos 01médico, para supervisionar o atendimento às vítimas.

    Área Verde

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    37/63

    36

    Normalmente, é a área que recebe o maior número de vítimas e o mais tumultuado em funçãode lesões de menor gravidade. Deve ser montado relativamente afastado das outras duas áreas paraevitar interferências nos atendimentos. Além disso, devido ao fato das vítimas estarem deambulando,deve-se evitar que cheguem diretamente, sem passar pela Área de Triagem Secundária.

    A sua coordenação deve ficar a cargo de um Enfermeiro, que distribuirá e coordenará asequipes. Pacientes com lesões menores podem ser tratados e liberados para casa, desde que avaliadospor um médico da área.

    O transporte das vítimas que necessitam avaliação hospitalar pode ser realizado em veículoscoletivos, como Vans ou ônibus, se suas condições permitirem.

    Área Preta

    É a área reservada para os pacientes críticos inviáveis, ou seja, aqueles que à primeiraavaliação não apresentavam sinais de respiração após a abertura das vias aéreas. Devem ser os últimosa serem removidos da área quente.

    Normalmente, a sua montagem fica a cargo da equipe da Polícia Civil. Após a estabilização de todas as vítimas vermelhas, um médico desta área pode fazer uma

    reavaliação de todas as vítimas pretas.

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    38/63

    37

    Posto Móvel de Regulação (PMR)

    Será montado em um veículo do SAMU 192 DF, especialmente designado para este fim. Funcionarácomo Central de Regulação exclusiva para o incidente e como Coordenação médica geral do evento. Noseu interior, ficará o Médico Regulador de Campo, o Coordenador Médico Geral do evento, um assistente,material de registro da regulação e os equipamentos de comunicação necessários

    Deve ficar localizado próximo à Área vermelha e a área de triagem secundária, visando facilitar o

    contato com o Coordenador do PMA.

    Área de Apoio Psicológico

    Esta área destina-se ao acolhimento daquelas vítimas que não apresentam lesões orgânicassignificativas, mas cujo estado emocional encontra-se de tal forma atingido, causando-lhes sofrimento egerando dificuldades às equipes de resgate para realizar os trabalhos. Além disso, serve também deapoio às próprias equipes que se encontram em atividade. É formada por profissionais psicólogos, comexperiência em situações de emergência ou desastres, sendo suas vítimas encaminhadas pelas outrasáreas, após a avaliação destas.

    Área Vermelha

    Esta área destina-se ao tratamento e estabilização de pacientes graves, com risco de morte naspróximas 2 horas. O coordenador da área deve dividir o atendimento em equipes de 03 pessoas (médico,enfermeiro e técnico de enfermagem). Os médicos designados para atendimento na área vermelha devemser, preferencialmente cirurgiões, com experiência em trauma e os outros componentes da equipepossuírem experiência em atendimento de emergência. A quantidade de equipes necessárias será definidapelo coordenador da área e será solicitado ao coordenador do PMA para prover os recursos necessários.

    Cada equipe irá dispor de um kit de material próprio para atendimento de aproximadamente 6

    vítimas. A área vermelha deverá ser a primeira a ser montada e as primeiras equipes a chegar irão fazerparte dela até a chegada de outras equipes mais especializadas.

    A área deve ter apenas uma porta de entrada e uma porta de saída, devendo o fluxo serrigorosamente respeitado. Deve ser feito o registro de todas as vítimas ao entrarem e deixarem o posto.

    Estando a vítima estabilizada e pronta para o transporte, deve-se comunicar o Coordenador doPMA, que passará a informações para o Médico Regulador de Campo que, por sua vez irá definir o destinodo paciente. Somente após a confirmação do destino será solicitada a ambulância para o transporte davítima.

    Área AmarelaÉ a área destinada à estabilização daqueles pacientes com lesões com risco de morte ou

    incapacidade definitiva, se não tratados nas próximas 24h.

    A sua montagem e operacionalização devem seguir os mesmos princípios da área vermelha,lembrando que a prioridade no transporte deve ser dada às vitimas da área vermelha.

  • 8/18/2019 Apostila Samu CONDUTOR

    39/63

    38

    Após a estabilização e enquanto aguardam o transporte, as vítimas desta área devem serregularmente reavaliadas, pois existe a possibilidade de agravamento do quadro e tornarem-se vítimasvermelhas. Neste caso, devem ser re-classificadas e encaminhadas à área correspondente.

    Área Verde

    Normalmente, é a área que recebe o maior número de vítimas e o mais tumultuado em função de

    lesões de menor gravidade. Deve ser montado relativamente afastado das outras duas áreas para evitarinterferências nos atendimentos. Além disso, devido ao fato das vítimas estarem deambulando, deve-seevitar que cheguem diretamente, sem passar pela Área de Triagem Secundária.

    A sua coordenação deve ficar a cargo de um Enfermeiro, que distribuirá e coordenará asequipes. Pacientes com lesões menores podem ser tratados e liberados para casa, desde que avaliados porum médico da área.

    O transporte destas vítimas pode ser realizado em veículos coletivos, como Vans ou ônibus, se suascondições permitirem.

    Rede de Comunicações

    Devido às características próprias do serviço diário desenvolvido pelo SAMU 192 DF, existe umarede de comunicações própria utilizada normalmente que pode ser adaptada para a situação de múltiplasvítimas sem interferir com o sistema normal de atendimento à comunidade.

    Telefoniacelular

    Telefonia celular

    Nextel

    Nextel

    Nextel

    Nextel

    CENTRAL192

    MédicoRegulador de

    Cam o

    HospitaisUnidadesBásicas e Avançadas

    Telefonia fixaelefonia celular

    Coordenador doPosto Médico Avan ado

    Coordenador deLogística

    Telefonia celularNextel

    Nextel

    HT

    Comandante Geral doIncidente