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Universidade Regional de Blumenau
Centro de Cincias Tecnolgicas Departamento de Engenharia Florestal
Silvicultura II Produo de Mudas Florestais
Prof. Lauri Amndio Schorn, M.Sc. Acad. Silvio Formento, Monitor
Blumenau, Janeiro/2003
ii
SUMRIO
Introduo.........................................................................................................................................1
1 Sistema de produo de mudas em recipientes ........................................................................ 2
1.1 Semeadura em sementeiras ..............................................................................................2
1.1.1 Dimenses das sementeiras ......................................................................................2
1.1.2 Produo do substrato ..............................................................................................3
1.1.3 Semeadura ................................................................................................................ 3
1.1.4 Retirada de mudas .................................................................................................... 5
1.1.5 Cuidados na retirada das mudas...............................................................................6
1.2 Semeadura direta em recipientes ......................................................................................6
1.2.1 Confeco dos canteiros ...........................................................................................6
1.2.2 Tipos de recipientes ..................................................................................................8
1.2.3 Tubetes ou tubos de plstico rgido (polipropileno) ...............................................10
1.2.4 Saco plstico (polietileno) ......................................................................................12
1.2.5 Torro paulista ........................................................................................................14
1.2.6 Taquaras.................................................................................................................14
1.2.7 Laminados ..............................................................................................................15
1.2.8 Frtil Pot.................................................................................................................15
1.2.9 PxCL.......................................................................................................................16
1.2.10 Paper Pot ................................................................................................................16
1.2.11 Tubo de papelo.....................................................................................................16
1.2.12 Moldes de isopor (poliestireno)..............................................................................17
1.3 Substrato.........................................................................................................................17
1.3.1 Caractersticas fsicas .............................................................................................18
1.3.2 Preparo do substrato...............................................................................................19
1.3.3 Alguns exemplos de substrato................................................................................22
1.4 Fertilizao Mineral.......................................................................................................22
1.4.1 Indicaes para Pinus e Eucalyptus .......................................................................23
1.4.2 Indicaes para nativas...........................................................................................25
1.5 Micorrizao...................................................................................................................27
1.5.1 Tipos de infeco...................................................................................................28
iii
1.5.2 Mtodos de inoculao...........................................................................................29
1.6 Semeadura ......................................................................................................................30
1.6.1 poca......................................................................................................................30
1.6.2 Quantidade de sementes.........................................................................................31
1.6.3 Profundidade ..........................................................................................................33
1.6.4 Cobertura dos canteiros ..........................................................................................34
1.6.5 Cuidados Especiais na Semeadura .........................................................................35
1.7 Sombreamento................................................................................................................36
1.8 Irrigao.........................................................................................................................37
1.9 Raleio .............................................................................................................................37
1.10 Danas ou movimentao...............................................................................................38
1.11 Podas ..............................................................................................................................39
1.11.1 Freqncia e poca de Execuo...........................................................................39
1.11.2 Execuo................................................................................................................40
1.12 Rustificao....................................................................................................................40
1.13 Seleo ...........................................................................................................................41
2 Sistema de produo em raiz-nua...........................................................................................42
2.1 Preparo da rea...............................................................................................................42
2.2 Fertilizao.....................................................................................................................42
2.3 Confeco dos canteiros .................................................................................................43
2.3.1 Dimenses dos canteiros ........................................................................................43
2.3.2 Dimenses dos passeios .........................................................................................43
2.4 Semeadura ......................................................................................................................44
2.4.1 Semeadura manual.................................................................................................45
2.5 Irrigao.........................................................................................................................46
2.6 Aplicao de Fungicidas ................................................................................................46
2.7 Aplicao de Inseticida ..................................................................................................47
2.8 Poda de Razes ...............................................................................................................47
2.9 Retirada das Mudas ........................................................................................................48
3 Qualidade de mudas ...............................................................................................................49
4 Bibliografia Consultada..........................................................................................................51
5 Anexos ....................................................................................................................................52
1
INTRODUO
A produo de mudas florestais, entre as atividades da silvicultura uma das mais
importantes, pois representa o inicio de uma cadeia de operaes que visam o estabelecimento de
florestas e povoamentos.
Desta forma, o sucesso da implantao e da produo florestal esto diretamente
relacionados a qualidade das operaes de viveiro e do seu produto, que so as mudas.
O planejamento, a instalao e a operao de viveiros tem propiciado cada vez mais a
atuao de Engenheiros Florestais neste segmento. A necessidade de produzir mudas com melhor
qualidade e menor custo um desafio constante, e que tem exigido a capacitao e atualizao
dos profissionais que atuam nesta atividade.
A necessidade de produo de mudas em escala comercial, resultado da crescente
demanda de produtos florestais, tem levado a multiplicao de viveiros no sul do Brasil, bem
como a adoo de sistemas mecanizados de produo. Diversos equipamentos para uso em
viveiro tem sido desenvolvidos nos ltimos anos, destacando-se semeadeiras, pulverizadores,
equipamentos de irrigao.
Esta apostila, embora seja um documento ainda parcial, foi elaborada com o objetivo de
auxiliar os acadmicos do curso de Engenharia Florestal da Universidade Regional de Blumenau,
nas discip linas de silvicultura, em assuntos relacionadas a instalao de viveiros e produo de
mudas. So abordados, especialmente os sistemas de produo (em recipientes e raiz-nua), alm
dos principais insumos e materiais necessrios.
2
1 SISTEMA DE PRODUO DE MUDAS EM RECIPIENTES
1.1 SEMEADURA EM SEMENTEIRAS
Neste sistema as sementes so semeadas em canteiros para posteriormente serem
repicadas em recipientes, onde completaro o seu desenvolvimento. O processo de semeadura em
sementeiras j foi a prtica mais utilizada para a produo de mudas florestais, devido a grande
oferta de mo-de-obra, e dos projetos de reflorestamento que na sua maioria, no apresentavam
grandes dimenses. Hoje este processo ainda utilizado para espcies que levam muito tempo
para germinar, espcies que apresentam germinao desuniforme ou que possuem sementes
muito pequenas.
Dentre as vantagens das sementeiras podem ser citadas:
Possibilitam alta densidade de mudas por m2;
Garantem o suprimento de mudas no caso de perdas;
Propicia maior uniformidade nos canteiros aps a repicagem.
Entre as desvantagens:
A repicagem requer cuidados especiais no manuseio das mudas, evitando-se danos
principalmente ao sistema radicular;
Exigncia de condies climticas adequadas (dias midos e nublados) para o
processo de repicagem;
Utilizao de um aparato de cobertura (sombrite ou ripado) para os canteiros de
mudas recm repicadas;
O custo de produo final da muda se torna um pouco superior.
1.1.1 DIMENSES DAS SEMENTEIRAS
Possuem em mdia de 1,0 a 1,2 m de largura, 10,0 a 15,0 cm de altura e comprimento
varivel, dependendo da produo. Na Figura 01 apresentado um modelo estrutural de uma
sementeira.
3
Figura 01: Perfil transversal de uma sementeira
1.1.2 PRODUO DO SUBSTRATO
O substrato utilizado para formar o leito de semeadura deve ser constitudo de uma
mistura de terra arenosa, terra argilosa e esterco curtido na proporo de 2:1:1. A terra deve ser
retirada do subsolo, a uma profundidade de + 20 cm, a fim de se evitar a ocorrncia de propgulos
de microrganismos e de sementes de ervas daninhas. Esta deve ser peneirada em peneires com
malha de 1,5 cm.
Deve-se dar preferncia ao uso do esterco curtido, que devido ao processo da
compostagem, j eliminou parte dos microrganismos patognicos e disponibilizou parcialmente
os nutrientes. Na ausncia de esterco o mesmo pode ser substitudo por 2 a 4 kg de NPK (6:15:6)
por m3 de mistura.
1.1.3 SEMEADURA
Aps o preparo da sementeira com o substrato, inicia-se a semeadura, que pode ser de
duas formas:
a) A lano: para sementes pequenas;
b) Em sulcos: para sementes maiores.
fundamental que se distribua as sementes na sementeira de forma uniforme, a fim de
oferecer o mesmo espao para cada planta, evitando-se assim grande nmero de mudas por
unidade de rea, o que propicia o aparecimento de fungos, alm de aumentar os efeitos da
competio.
TERRA PENEIRADA SISTEMA DE DRENAGEM
5 cm
15 cm
20 cm
100 cm
SOLO ESTRUTURADO (ARENOSO)
4
A densidade tima de semeadura varia de espcie para espcie ou mesmo entre
sementes de procedncias diferentes, regio para regio, ou at mesmo com estaes do ano. De
acordo com a Tabela 1, pode-se verificar a indicao para algumas espcies, devendo-se evitar a
densidade superior a 1000 plntulas/m2.
Tabela 01: Semeadura, germinao e repicagem de algumas espcies ornamentais e florestais (CUNHA, 1986).
Semente/ fruto Semeadura Germinao Repicagem Espcie
N sementes/ kg Fruto/
semente g/ m2 N dias
N dias semeadura
Accia-mimosa Accia-negra Alfeneiro do Japo Angico Aroeira vermelha Canafstula Canela imbuia Canjerana Cssia grande Cssia imperial Cssia de Java Casuarina equisetifolia Casuarina glauca Casuarina stricta Cedro rosa Chapu de sol Chuva de ouro Cinanmomo Cipreste italiano Cipreste macrocarpa Cipreste portugus Cryptomeria japonica Cunninghamia lanceolata Dedaleiro Espatdea Eucalyptus alba Eucalyptus citriodora Faveiro Flamboyant Giesta Grevilea robusta Guapuruvu Ip amarelo do campo Ip branco Ip roxo Jacarand mimoso Louro pardo Magnlia amarela Manduirana Pau doce leo de copaba Paineira Peroba rosa Pinheiro brasileiro
38.000 64.000 24.700 11.500 160.000 4.100 450
4.500 5.400 5.000 7.000
1.700.000 1.790.000 1.720.000
26.000 150
8.000 2.000
170.000 170.000 250.000 482.000 130.000 32.000 158.000 415.000 160.000 1.360 2.100
1.000.000 80.000
550 82.000 85.000 13.500 197.500 40.000 8.500 62.000 34.100 2.500 4.700 11.000
180
Semente Semente
Fruto Semente
Fruto Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente
Fruto Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente
Fruto Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente
75 80 120 120 80 200 650 220 200 120 110 30 30 30 130
1.000 140 550 60 60 100 10 60 50 25 50 50 50 200 50 30 350 80 80 80 50 100 70 100 100 550 100 100 ---
08 08 35 08 15 12 55 15 10 12 10 08 08 08 20 40 10 40 15 17 16 20 15 15 13 05 08 13 08 10 20 12 12 10 10 10 15 40 10 16 19 08 16 34
25 15 65 25 25 30 70 35 25 28 18 40 40 40 30 45 20 50 45 45 45 50 40 30 45 30 30 30 20 25 35 40 23 20 22 25 30 55 20 30 29 23 30 ---
5
Pinus caribaea Pinus elliottii Pinus pinastes Pinus radiata Pinus taeda Pombeira Quaresmeira Sibipiruna Suin mulungu Tamboril Tipuana Tuia Unha de vaca
45.000 32.000 16.000 30.000 41.000 17.300
3.750.000 3.500 5.610 4.610 1.500
107.000 4.528
Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente Semente
Fruto Semente Semente
50 50 50 50 50 120 30 250 170 200 200 80 80
20 17 18 20 15 15 20 12 10 07 15 23 10
50 50 50 50 50 25
100 18 22 17 30 40 25
A poca mais apropriada para semeadura varia de acordo com os seguintes aspectos:
Espcie;
Taxa de crescimento;
Riqueza do solo utilizado;
Clima local.
Aps a semeadura, as sementes so cobertas com uma fina camada de substrato, seguida
de uma cobertura morta, a fim de proteger as sementes pr-germinadas dos raios solares, ventos,
pingos dgua, alm de manter a umidade.
Alguns materiais que podem ser utilizados para cobertura morta so:
Casca de arroz;
Capim picado;
Serragem.
1.1.4 RETIRADA DE MUDAS
Deve ser feita por meio de uma esptula ou ferramenta semelhante. A permanncia das
plntulas na sementeira, desde a germinao at sua repicagem varia de espcie para espcie, de
acordo com as seguintes caractersticas:
Eucalyptus spp: 3 a 4 cm de altura ou 2 a 3 pares de folhas, e no mximo 35 dias
aps a semeadura.
Pinus spp: deve ser realizada aps a queda do tegumento das sementes e o
aparecimento das primeiras acculas.
6
Demais espcies: 2 a 3 pares de folhas, uma vez que a altura muito varivel entre
as espcies.
1.1.5 CUIDADOS NA RETIRADA DAS MUDAS
Molhar bem o canteiro antes de iniciar a operao;
Molhar bem as embalagens que iro receber as mudas;
Evitar dias de sol, ou se necessrio, faz -lo no incio da manh ou no fim da tarde;
Cobr ir as mudas com um sombrite ou um ripado pelo perodo mnimo (dependendo
da espcie) de dois dias.
1.2 SEMEADURA DIRETA EM RECIPIENTES
Este mtodo vem a cada dia ocupando maior espao nas empresas florestais,
especialmente na produo de mudas em grande escala.
Isto se deve as seguintes vantagens:
A rea do canteiro servir apenas de base fsica para a colocao dos recipientes;
Reduz o perodo para a produo de mudas;
Produz mudas mais vigorosas;
O substrato utilizado para encher os recipientes no o do local do viveiro;
Menor perda de mudas por doenas;
Consegue-se mudas com o sistema radicular de melhor conformao;
Menor custo, em relao as mudas produzidas por repicagem.
1.2.1 CONFECO DOS CANTEIROS
Existem dois procedimentos que podem ser adotados, em relao altura das mudas ao
solo:
1) No cho: as mudas so depositadas diretamente sobre o solo, enterradas ou
ento encaixadas;
7
2) Suspenso: os canteiros so confeccionados a uma altura mdia de 0,90 m de
altura. As embalagens so encanteiradas em bandejas ou em telas, onde os
recipientes (tubetes) so encaixados.
Normalmente os canteiros possuem comprimentos menores e passeios mais largos que
os dos viveiros de raiz nua. Geralmente possibilitam passeios com 0,6 a 0,8 m de largura.
Figura 02: Canteiros suspensos com bandejas e mesas de tela
1.2.1.1 Dimenses dos canteiros
Comprimento: Varivel. Geralmente so menores do que os produzidos pelo sistema de
produo em raiz nua.
Largura: a largura varia muito da posio em que as bandejas estaro dispostas sobre o
canteiro, bem como a quantidade que ser planejada e o tipo de tubete utilizado. Mesas
que so construdas com tela podem ter tamanhos variveis com a largura desejada.
8
1.2.1.2 Dimenses dos passeios
Comprimento: menor do que os de produo mecanizada em raiz nua.
Largura: 0,6 a 0,8 metro.
Figura 03: Canteiros suspensos com bandejas
1.2.2 TIPOS DE RECIPIENTES
A produo de mudas em recipientes vem a cada dia tendo uma maior aceitao pelas
empresas florestais, principalmente as que utilizam o Pinus e o Eucalyptus como matria prima,
onde o tubete o mais utilizado. Porm h vrios outros tipos de recipientes onde a escolha do
ideal a ser utilizado vai depender da espcie, das condies disponveis do produtor e da
produo esperada.
Principais vantagens, em comparao com a produo em raiz nua:
Diminui o choque provocado pelo plantio;
Melhor adaptao a stios mais secos;
9
Possibilidade de estender a estao de plantio;
Replantio das falhas, na mesma estao de plantio;
Resolve o problema da produo de mudas para algumas espcies.
As desvantagens so:
Mais difceis de serem manuseadas;
Maior peso para o transporte;
Oferece maior dificuldade em operaes mecanizadas para o plantio;
Dependendo do recipiente, exigem trabalho manual mais intensivo;
Custo mais elevado de produo, transporte e plantio.
Na escolha do recipiente que se vai utilizar, alguns aspectos fsicos devem ser
observados para a qualidade das mudas produzidas:
a) Forma: a forma do recipiente deve evitar o crescimento das razes em forma
espiral, estrangulada, ou de qualquer outro problema. Indcios de recipientes
inadequados podem ser visualizados com a curvatura na base do fuste da muda
e a inclinao da rvore adulta, decorrentes de problemas no sistema radicular.
b) Material: o material no deve desintegrar-se durante a fase de produo de
mudas, o que dificulta a manipulao e o transporte dos recipientes.
c) Dimenses: a combinao entre a altura e o dimetro. deste aspecto que
resulta o volume de cada recipiente, onde, quando forem maiores que o indicado
provocam gastos desnecessrios, elevam a rea do viveiro, aumentam os custos
de transporte, manuteno e distribuio das mudas em campo. Por outro lado,
como a disponibilidade de gua e nutrientes diretamente proporcional ao
volume de substrato, dimenses pequenas resultam em volume reduzido,
afetando o desenvolvimento da muda. Outro problema o sistema radicial que
varivel de espcie para espcie.
d) Rotao da espcie no viveiro: o perodo de produo da muda deve ser
compatvel com a durao dos recipientes e deve atender a qualidade do
substrato pela perda dos nutrientes com a lixiviao.
10
A seguir so descritos os principais tipos de recipientes utilizados na produo de
mudas:
1.2.3 TUBETES OU TUBOS DE PLSTICO RGIDO (POLIPROPILENO)
um recipiente levemente cnico, de seo circular ou quadrtica. So providos de
frizos internos, eqidistantes, com funo de direcionar as razes ao fundo do recipiente, evitando
o desenvolvimento em forma espiral
Os tubetes podem ser colocados em suportes de isopor, plstico ou tela, denominados
bandejas, dispostos pouco acima do nvel do solo formando os canteiros. Outra forma a
utilizao de mesas com tampo de tela, em cujas malhas os tubetes so encaixados, ou a prpria
bandeja colocada sobre a mesa, ajustada em canteiros.
Figura 04: Mesa para enchimento de tubetes
As principais vantagens destes recipientes so:
Reaproveitamento da embalagem aps o uso;
Menor dimetro, ocupando menor rea;
Menor peso;
Maior possibilidade de mecanizao das operaes de produo de mudas;
Menor incidncia de pragas/doenas;
Propicia operaes ergonomtricas.
Desvantagens:
Custo elevado de implantao;
11
A lixiviao de nutrientes, tanto pela chuva como por irrigao, ocasiona a
necessidade de uma reposio de nutrientes em maior escala.
1.2.3.1 Dimenses
Existem vrias dimenses no mercado, dentre as principais so:
Redonda (50 cm3)* - 4 estrias
- 6 estrias
Quadrada (56 cm3)* - 4 estrias
* Indicados para Pinus, Eucalyptus e espcies nativas de sementes de pequenas dimenses.
Redondo (288 cm3)** - 8 estrias
** Indicada para sementes de 5 a 45 mm de dimetro.
Lay-out do tubete redondo Figura 05: Formato padro de tubete cnico
12
1.2.4 SACO PLSTICO (POLIETILENO)
Com este tipo de recipiente, a semeadura no pode ser mecanizada, devido
necessidade das embalagens estarem em perfeito alinhamento nos canteiros. Os sacos devem ser
providos de furos na sua parte inferior, com a funo de escoar o excesso de umidade e permitir o
arejamento.
O enchimento pode ser manual, atravs de uma lata ou cano em formato cnico e sem
fundo, ou com o uso de moega metlica. A moega (Figura 06) um equipamento com um
formato de uma pirmide invertida, tendo um bico em sua parte inferior, onde inserida a boca
do saco plstico. O substrato, ao passar pelo bico, fora a abertura do restante do saco plstico.
Uma lingeta de metal controlada por um pedal que regula a abertura e o fechamento do bico
da moega.
Seu rendimento gira em torno de 9000 sacos/ homem/ dia, enquanto o enchimento
manual geralmente no ultrapassa 3000 sacos (considerando recipientes de 5 cm de dimetro e
12 cm de altura).
Figura 06: Moega para auxlio de enchimento com substrato de sacos plsticos.
(CARNEIRO, 1995)
13
Vantagens:
Baixo custo;
Desvantagens :
Difcil decomposio, sendo necessrio sua retirada antes do plantio;
Dimenses inadequadas da embalagem, bem como perodos muito longos da muda
no viveiro podem ocasionar deformaes no sistema radicular pelo enovelamento e
dobra da raiz pivotante;
Utilizao de grandes reas no viveiro;
Alto custo de transporte das mudas ao campo;
Baixo rendimento na operao de plantio.
1.2.4.1 Dimenses
Usualmente podem ser encontrados diversos tamanhos de sacos plsticos. No entanto, so
indicados na Tabela 02 apenas alguns, com suas respectivas caractersticas dimensionais.
Tabela 02: Caractersticas dos sacos plsticos de uso mais comum Dimenso Altura Circunferncia Dimetro Volume Vol/1000 emb. Mudas / m
34,5 x 23,5 cm 27,0 cm 47,0 cm 15,0 cm 4746 cm 4,75 m 45 26,0 x 19,5 cm 20,5 cm 39,0 cm 12,4 cm 2481 cm 2,48 m 65 24,5 x 15,5 cm 21,0 cm 31,0 cm 9,9 cm 1606 cm 1,61 m 103
25,0 x 14,5 cm 22,0 cm 29,0 cm 9,2 cm 1472 cm 1,47 m 117 20,0 x 14,0 cm 16,5 cm 28,0 cm 8,9 cm 1029 cm 1,03 m 126 20,0 x 12,0 cm 16,5 cm 24,0 cm 7,6 cm 756 cm 0,76 m 171 21,0 x 10,0 cm 17,0 cm 20,0 cm 6,4 cm 541 cm 0,54 m 247 17,5 x 10,0 cm 14,5 cm 20,0 cm 6,4 cm 462 cm 0,46 m 247 17,5 x 11,0 cm 13,5 cm 22,0 cm 7,0 cm 520 cm 0,52 m 204 14,5 x 8,5 cm 12,0 cm 17,0 cm 5,4 cm 276 cm 0,28 m 342
14,0 x 8,0 cm 11,0 cm 16,0 cm 5,1 cm 224 cm 0,22 m 386
Quando se trata de dimenses em embalagens, sempre a primeira medida refere -se ao
dimetro, e a segunda altura. Na literatura so citados ainda, vrios outros tamanhos que so
usados de acordo com o tipo de muda produzida, espcie e finalidade.
14
A indicao do tamanho ideal va i depender da espcie e do objetivo para o qual a muda
ser produzida.
o Para Pinus e Eucalyptus indica-se o tamanho 5 x 11 ou 5 x 12 ;
o Para espcies nativas o mais indicado o 7 x 19,4;
o Para mudas de lento crescimento o tamanho pode ser 10 x 20 25;
o Para arborizao os tamanhos so indicados de acordo com o
crescimento da muda: 10 x 20-25 15 x 30 20-25 x 30-40
1.2.5 TORRO PAULISTA
Produzido a partir de uma mistura de solo argiloso, solo arenoso e esterco curtido, em
propores aproximada mente iguais. Aps o seu umedecimento, a mistura modelada em prensa
especfica. Desta operao resultam prismas retos de base hexagonal, com 3,5 cm de lado e 12
cm de altura, tendo uma cavidade central na face superior. Este torro deve ter boa resistncia e
ser suficientemente poroso. Do seu agrupamento formam-se os canteiros. Atualmente este tipo de
embalagem praticamente no est sendo utilizado, visto principalmente pela mo-de-obra
envolvida na sua confeco e das perdas ocorridas por quebra durante o manuseio das mudas at
o plantio, especialmente em dia muito chuvosos.
Outros tamanhos encontrados
2,6 x 11,0 cm
6,0 x 12,0 cm
3,5 x 12,0 cm
1.2.6 TAQUARAS
No possuem dimenses padronizadas em dimetro, mas apenas em altura. Seu perodo
de decomposio muito mais longo que o da rotao das espcies no viveiro, sendo s vezes,
muitos meses aps o plantio.
Suas pequenas dimenses diametrais elevam em demasia o nmero de mudas por metro
quadrado (densidade), alterando as dimenses dos parmetros morfolgicos que indicam a
qualidade de mudas, no sendo indicado tecnicamente o seu uso por estes motivos.
15
1.2.7 LAMINADOS
Como o prprio nome diz, so lminas quadradas ou retangulares (dependem do
dimetro adotado ao recipiente), que grampeados, formam um tubo. A utilizao do laminado faz
presente a necessidade de se adquirir caixas com dimenses especficas, onde se encaixam em
mdia 100 tubos de laminados. H grande praticidade no enchimento destas lminas, visto que
sempre so cheios em lotes de 100.
O laminado ainda um recipiente bastante utilizado, principalmente na regio sul do
Pas, embora que, dependendo do tipo de madeira com que foi produzido, exige tambm a
retirada por ocasio do plantio. O preo da lmina e a dificuldade de ser encontrada so os
principais fatores limitantes utilizao desse tipo de recipiente.
Tamanhos mais usados
5,5 x 14,0 cm
7,0 x 18,0 cm
6,0 x 14,0 cm
5,0 x 14,0 cm
5,0 x 21,0 cm
1.2.8 FRTIL POT
Fertil-pot - So recipientes de forma cnica, com dimenses variveis para cada espcie.
So fabricados na indstria a base de pasta de madeira e turfa hortcula, formando uma mistura
levemente fertilizada. Fcil de ser manuseado, resiste bem ao enchimento e permevel s
razes. Durante a fase de produo de mudas este recipiente no deve ser colocado em contato
direto com o solo, nem protegido lateralmente com terra, evitando-se assim, o desenvolvimento
das razes alm das paredes do recipiente. Uma forma adequada de disposio do ferti-pot sua
colocao em estrados de tela de arame, suspensos do solo. Este tipo de recipiente apresenta
como maior limitao o seu custo elevado e a necessidade de importao.
Tamanhos
7,0 x 9,0 cm
5,0 x 5,0 cm
16
1.2.9 PXCL
So recipientes de formato hexagonal, produzidos com fibras vegetais e contm adubos
e fertilizantes qumicos.
Tamanhos
PxCL 6069 3,0 x 12,0 cm
PxCL 6063 3,0 x 12,0 cm
PxCL 4 3,0 x 12,0 cm
1.2.10 PAPER POT
um tipo de recipiente que se aproxima do ideal. Sua durabilidade em servio e
permeabilidade s razes so excelentes. Sendo um recipiente de papel, no necessita ser retirado
por ocasio do plantio. Alm dessas vantagens, o sistema paper-pot permite uma produo de
mudas totalmente mecanizada, desde o enchimento dos recipientes at a semeadura, obtendo-se
rendimentos de at 400.000 recipientes semeados, por 8 horas de trabalho. A maior limitao do
paper-pot a necessidade de importao e o custo elevado desse tipo de recipiente.
Tamanhos 2,5 cm x 15,0 cm
3,8 cm x 12,0 cm
5,0 cm x 15,0 cm
1.2.11 TUBO DE PAPELO
No apropriado para mudas que necessitam de um perodo maior que seis meses de
permanncia no viveiro, j que podem apresentar problemas pela sua degradao no transporte.
Tamanhos 3,5 x 10,0 cm
5,0 x 12,0 cm
6,0 x 14,0 cm
17
1.2.12 MOLDES DE ISOPOR (POLIESTIRENO)
So bandejas contendo cavidades afuniladas, em forma de pirmides invertidas. Este
afunilamento e as arestas internas das pirmides direcionam as razes para baixo. A profundidade
das cavidades pode variar, em conformidade com a espcie em produo. As mais utilizadas so
as de 7 e 12 cm. As dimenses destas bandejas so de 67,5 x 34,5 cm. As cavidades tm
aberturas no fundo, o que permite a poda area das razes.
Tamanhos
80 cm3
120 cm3
60 cm3
3,5 cm (aresta superior) x 11,5 cm (altura)
3,5 x 6
6,2 cm (profundidade) = 35 cm3
12 cm (profundidade) = 70 cm3
1.3 SUBSTRATO
Sua principal funo sustentar a planta e fornecer-lhe nutrientes, gua e oxignio.
composto por trs fases, sendo elas:
Slida: constitudo de partculas minerais e orgnicas;
Lquida: formada pela gua , na qual encontram-se os nutrientes, sendo chamada
de soluo do solo;
Gasosa: constituda pelo ar, a atmosfera do substrato.
Estes dois ltimos so inteiramente dependentes dos espaos livres no solo (poros),
podendo ser classificados ainda como macroporos e microporos.
O substrato deve apresentar boas caractersticas fsicas e qumicas, sendo as fsicas as
mais importantes, uma vez que a parte qumica pode ser mais facilmente manuseada pelo
18
tcnico. Das caractersticas mais importantes dos substratos utilizados em viveiros florestais
destaca-se de forma sucinta, as que merecem maior ateno:
1.3.1 CARACTERSTICAS FSICAS
- Textura: refere-se proporo relativa dos componentes de vrios
tamanhos ou gros individualizados contidos na massa do substrato,
constituindo a argila, o silte e a areia. As partculas de argila so as
principais responsveis pela reteno dos nutrientes e gua, necessrios ao
desenvolvimento da muda. No entanto, a textura do substrato deve ser
arenosa, franco arenosa ou areia franca, visto que quanto mais grosseira a
textura do substrato, mais rpida a drenagem. A drenagem eficiente
previne contra o aparecimento de fungos pela baixa umidade. Para mudas
em raiz nua, esta classe de textura favorece a extrao das mudas do solo,
em virtude da pequena aderncia das partculas s razes das mudas.
- Estrutura: trata do modo ou como as partculas so unidas, arranjadas
com os poros, em forma de agregados no substrato. Suas dimenses que
determinam a estrutura e uma das suas mais importantes funes
possibilitar a drenagem, e por conseqncia, a oxigenao e a penetrao
das razes. O agregado por sua vez, vai ser constitudo da areia, do silte e
da argila, em propores que variam com o substrato. A desestruturao
do substrato faz com que o mesmo se compacte, reduzindo a porosidade.
Esta por sua vez causa um decrscimo na aerao e no fornecimento de
oxignio para as razes das mudas e para os microrganismos. Outro
problema a reduo da infiltrao de gua e transporte de nutrientes,
limitando o desenvolvimento das mudas.
- Porosidade : so os espaos ocupados por ar, gua, organismos e razes.
Sua quantidade determinada diretamente pelo arranjo das partculas
slidas e pela presena de matria orgnica. J as dimenses dos poros e
sua distribuio so determinados, alm da estrutura, pela textura. Os
poros podem ser classificados de acordo com o dimetro em macro e
microporos. Os macroporos permitem a livre movimentao de ar e gua
19
de percolao, enquanto os microporos permitem a movimentao de gua
capilar.
- Matria orgnica: alm de ter a capacidade de reter a umidade e
nutrientes no substrato, como a argila, o hmus tem a propriedade de
expanso e retrao, pelo umedecimento e seca, e conseqentemente a
manuteno da estrutura do subs trato.
1.3.2 PREPARO DO SUBSTRATO
Para o preparo do substrato, alguns pontos devem ser observados: no deve ser muito
compacto, para no prejudicar a aerao e o desenvolvimento das razes; apresentar substncias
orgnicas, para melhorar a agregao e aumentar a capacidade de troca catinica e a reteno de
gua; e deve estar isento de sementes de plantas indesejveis, de pragas e de microrganismos
patognicos. So descritos abaixo, alguns componentes que podem ser usados na constituio do
substrato:
Vermic ulita: um mineral de estrutura varivel, constitudo de lminas ou
camadas, justapostas em tetraedros de slica e octaedros de ferro e magnsio. O
octaedro de magnsio, quando submetido ao aquecimento, expande-se. Isto
resulta no melhoramento das condies fsicas, qumicas e hdricas do solo. A
vermiculita possui a capacidade de reter a gua do solo, deixando disponvel
para a planta, em caso de uma breve estiagem. um substrato praticamente
inerte, sendo necessrio o balanceamento de nutrientes essenciais, por meio de
adubaes peridicas. Outro grande problema da vermiculita de se conseguir
uma boa aderncia do substrato ao redor das razes, sendo necessrio levar o
tubete ao campo at o momento do plantio.
Composto orgnico: o material resultante da decomposio de restos animais
e vegetais, atravs do processo da compostagem. Este processo consiste em
amontoar esses resduos e, mediante tratamentos qumicos ou no, acelerar a sua
decomposio. A decomposio por microrganismos do solo processa-se mais
rapidamente quando estes encontram quantidades suficientes de nitrognio e
fsforo prontamente assimilveis. Em termos prticos, o teor de nitrognio que
20
determina a velocidade de decomposio. Quando o resduo tem menos de 1%
de N, a decomposio extremamente lenta, por ser um material pobre. Tendo o
resduo mais de 2% de N, a decomposio rpida, mas sujeita perda de N
para a atmosfera. O composto estimula a proliferao de microrganismos teis,
melhora as qualidades fsicas do solo, aumenta a capacidade de reteno de gua
e nutrientes, facilita o arejamento e reduz o efeito da eroso pela chuva. Na
Tabela 3, constam os principais componentes de compostos orgnicos, bem
como a sua concentrao de nitrognio.
Tabela 3: Principais componentes de resduos orgnicos utilizados em compostos (PAIVA, 2000)
Material M.O. C/N N% P2O5 K2O Amoreira (folhas) 86.0 13/1 3.7 1.0 - Bagao de cana 58.5 22/1 1.4 0.2 0.9 Capim-gordura 92.3 81/1 0.6 0.1 - Capim-guin 88.7 33/1 1.4 0.3 -
Capim-mimoso 93.6 79/1 0.6 0.2 - Casca de arroz 54.4 39/1 0.7 0.5 0.4
Esterco de carneiro 56.4 15/1 2.3 0.2 3.6 Esterco de cocheira 45.8 18/1 1.4 0.5 1.7
Esterco de gado 62.1 18/1 1.9 1.0 1.6 Esterco de galinha 54.0 10/1 3.0 4.7 1.8 Esterco de porco 46.2 10/1 2.5 4.9 2.3
Mucuna -preta 90.6 22/1 2.2 0.5 2.9 Palha de milho 96.7 112/1 0.4 0.3 1.6
Samambaia 95.9 109/1 0.4 0.0 0.1 Serragem 93.4 865/1 0.0 0.0 0.0
Torta de mamona 92.2 10/1 5.4 1.9 1.5 Turfa 39.8 57/1 0.3 0.0 0.3
Esterco bovino: quando bem curtido, muito contribui para melhorar as
condies fsicas, qumicas e biolgicas do substrato, alm de fornecer vrios
nutrientes essenciais s plantas. Ele aumenta a capacidade de troca catinica, a
capacidade de reteno de gua, a porosidade do solo e a agrega o do
substrato, as quais so mais importantes que os elementos qumicos e nutrientes
adicionados pelo esterco. O valor do esterco como fertilizante depende de vrios
fatores, dentre os quais o grau de decomposio em que se encontra e os teores
que ele apresenta de diversos elementos essenciais s plantas. O esterco bem
21
curtido til misturado com outros substratos, proporcionando resultados
semelhantes ao do composto orgnico, porm inferiores.
Moinha de carvo vegetal: um subproduto do processo de carvoejamento,
uma vez que se constitui de partculas finas que no so aproveitadas pelas
empresas produtoras de ferro-gusa. Na produo de mudas utilizando tubetes, a
moinha um excelente produto para ser misturado com outros substratos,
principalmente os orgnicos.
Terra de subsolo: deve-se dar preferncia aos solos areno-argilosos, pois estes
apresentam boa agregao, permitem uma boa drenagem da gua, no
apresentam problemas para o desenvolvimento das razes, possui boa
capacidade de reter umidade e apresentam coeso necessria para a agregao
ao sistema radicular. utilizada principalmente com mudas que so produzidas
em sacos plsticos. importante se fazer uma anlise qumica, para verificar a
necessidade ou no, de uma correo do pH, uma vez que espcies folhosas
desenvolvem-se melhor em solos com pH na faixa de 6,0 a 6,5. Para a retirada
da terra deve-se remover uma camada superficial de aproximadamente 20 cm,
para que a terra a ser usada no viveiro no seja acompanhada por sementes de
plantas indesejveis.
Serragem: um resduo de serraria raramente usado, onde, por ser orgnico,
pode ser usado na produo do composto e em cobertura morta para viveiros. A
qualidade da serragem por sua vez vai depender da espcie de origem. Isto
porque a serragem pode conter resina, tanino, terebentina, muito comum em
serragem de conferas e que podem ser txicas as plantas. Outro fator a ser
considerado de que a serragem, por apresentar relao elevada de C/N (851/1),
um produto de compostagem muito lenta, sendo assim importante que a
serragem a ser utilizada no viveiro esteja bem decomposta.
22
1.3.3 ALGUNS EXEMPLOS DE SUBSTRATO
1.3.3.1 Substrato em raz nua
Para viveiros que utilizam deste sistema, o substrato o prprio solo do viveiro. O que
vai determinar o melhor desenvolvimento das mudas a forma de preparo. Inicialmente a rea
deve ser relativamente profunda, em torno de 1 metro, para facilitar a lixiviao da gua.
1.3.3.2 Substrato em recipientes
Segundo MACEDO (1993), No que se refere aos substratos, o mais usado terra de
subsolo (70%) no caso de se usar sacos plsticos, mais composto orgnico ou esterco curtido
(30%).
No caso de se usar tubetes, os tipos de substratos mais recomendveis so os seguintes:
1. vermiculita (30%), mais terra de subsolo (10%), mais matria orgnica (60%);
2. terra de subsolo (40%), mais areia (40%), mais esterco curtido (20%);
3. vermiculita (40%), mais terra de subsolo (20%), mais casca de arroz calcinado (40%).
No primeiro caso, a matria orgnica utilizada pode ser bagao de cana, casca de eucalipto e
pinos decompostos. Deve-se evitar o uso de terra argilosa.
1.4 FERTILIZAO MINERAL
O processo de fertilizao deve ser de tal forma que, as mudas possam absorver o
mximo de nutrientes (estando estes disponveis) sem que haja excesso no substrato ou ento
perda por lixiviao. Tanto o excesso como a escassez causam complicaes a sanidade das
mudas.
Visando isto, a fertilizao deve ser feita em duas etapas:
1) Fertilizao de base: parte dos nutrientes misturada diretamente no substrato,
antes do enchimento dos recipientes. Aplicar 50% das doses de N e K, e 100%
das doses de calcrio, P e micronutrientes.
23
2) Fertilizao de cobertura: o restante dos nutrientes aplicado, em vrias doses,
no decorrer do desenvolvimento das mudas. Aplicar em doses, parceladamente
em cobertura, na forma de solues ou suspenses aquosas.
1.4.1 INDICAES PARA PINUS E EUCALYPTUS As indicaes abaixo descritas esto baseadas em VALERI & CORRADINI (2000).
1.4.1.1 Fertilizao de mudas em sacos plsticos:
Para a produo de mudas utilizando este sistema, as doses de fertilizantes podem ser
parceladas.
Fertilizao de base: (para cada m3 de terra de subsolo)
500 g de calcrio dolomtico;
150 g de N;
700 g de P2O5;
100 g de K2O;
200 g de fritas1;
Rendimento: 4800 sacos de 250 g de capacidade.
Fertilizao de cobertura: (para cada m3 de subsolo)
100 g de N;
100 g de K2O.
Dissolver 1 kg de sulfato de amnio e/ou 300 g de cloreto de potssio em 100 l de gua.
Regar 10000 saquinhos. As irrigaes devem ser alternadas, ora com N e K, ora apenas com N.
Recomendaes:
- As aplicaes devem ser feitas no final da tarde ou ao amanhecer, seguidas de
irrigaes leves, para diluir ou remover os resduos de adubo que ficam depositados
sobre as folhas.
1 Fritas so misturas de micronutrientes na forma de silicatos fundidos.
em 3 ou 4 vezes
24
- A primeira adubao feita 30 dias aps a emergncia das plntulas, sendo que as
demais so realizadas em intervalos de 7 a 10 dias.
- Na fase de rustificao, de 15 a 30 dias antes da expedio, suspende -se as
fertilizaes nitrogenadas. Apenas o K deve ser aplicado no incio da fase de
rustificao. Isto porque este nutriente regula a abertura estomtica, evitando perdas
excessivas de umidade, alm de promover o engrossamento do caule.
1.4.1.2 Fertilizao de mudas e m tubos de polipropileno:
Devido as pequenas dimenses dos tubetes, sua reserva de nutrientes tambm acaba
sendo pequena, sendo ainda prejudicada pela lixiviao intensa decorrida do tipo de substrato
que o compe. Por isso, a aplicao de fertilizantes deve ser feita com menor quantidade, e em
maior freqncia, se comparada a produo de mudas em sacos plsticos.
Fertilizao de base: (por cada m3 de substrato)
150 g de N;
300 g de P2O5;
100 g de K2O;
150 g de fritas.
Rendimento: 20000 tubetes com capacidade de 50 cm3
Fertilizao de cobertura:
Dissolver 1 kg de sulfato de amnio e/ou 300 g de cloreto de potssio em 100 l de
gua. Regar 10000 tubetes a cada 7 a 10 dias de intervalo. As irrigaes devem ser intercaladas,
ora com N e K, ora apenas com N.
Recomendaes:
- Na fertilizao de base, no aplicar calcrio pois, como os nveis de
pH, Ca e Mg nestes substratos so elevados, estes acabam
induzindo a deficincia de micronutrientes pela elevao do pH.
- A aplicao da fertilizao de cobertura deve ser efetuada at que a
muda atinja um tamanho desejado (25 30 cm).
25
- Na fase de rustificao, 15 a 30 dias antes da expedio, suspende-
se as fertilizaes nitrogenadas. Aplicar da mesma forma que em
sacos plsticos.
1.4.2 INDICAES PARA NATI VAS
1.4.2.1 Fertilizao de mudas em sacos plsticos:
Devido aos nveis de Ca e Mg nas terras de subsolo, (utilizados na produo do
substrato) serem baixos, recomenda-se a calagem. A faixa ideal de pH do substrato varia de 5,0 a
5,5. a dose ideal de calcrio dolomtico a aplicar, de acordo com os resultados das anlises
qumicas do substrato, deve ser determinada atravs da frmula:
CTC. (V2 V1) NC =
20 x PRNT
Onde:
NC = necessidade de calcrio em kg/ m3 de terra de subsolo;
T = capacidade de troca ca tinica (CTC) a pH 7, em mmolc dm3;
V2 = a saturao de bases desejada, 60 %;
V1 = a saturao de bases encontrada na terra de subsolo;
PRNT = poder relativo de neutralizao do calcrio.
Porm, como geralmente no se tem a anlise qumica, pode-se recomendar a aplicao
de 1 kg de calcrio dolomtico para 1 metro cbico de terra de subsolo. Aps a incorporao do
calcrio (se necessrio), fazer a aplicao de fertilizantes na forma de fertilizao de base e de
cobertura.
Fertilizao de base: (por m3 de substrato)
150 g de N (sulfato de amnio);
700 g de P2O5 (superfosfato simples);
100 g de K2O (cloreto de potssio);
200 g de fritas.
26
Fertilizao de cobertura:
200 g de N (sulfato de amnio);
150 g de K2O (cloreto de potssio).
Recomendaes:
- Na fertilizao de base, usar produtos em p, devido a facilidade de
homogeneizao no substrato.
- A fertilizao de cobertura se inicia 30 dias aps a emergncia das
plntulas, repetindo em intervalos de 7 a 10 dias para espcies de
rpido crescimento (pioneiras e secundrias iniciais) e, de 30 a 45
dias para espcies de crescimento lento (secundrias tardias e clmax).
- As aplicaes devero ser feitas no inicio da manh ou ao final da
tarde, seguidas de leves irrigaes, com a funo de remover os
resduos de fertilizantes que ficam depositados sobre as folhas.
- Dissolver os fertilizantes em 100 l de gua, obtendo-se uma
quantidade suficiente para aplicao em 10000 mudas.
- Intercalar a aplicao de N e K, sendo uma com N e K, e outra apenas
com N.
- Na fase de rustificao, que dura de 15 a 30 dias, reduzir as regas e
suspender a aplicao de fertilizantes com N, devendo-se aplicar
apenas K no incio da fase. Este procedimento vai promover o
balano interno dos tecidos, principalmente nas folhas, regulando a
perda de gua, alm de promover o engrossamento do caule.
1.4.2.2 Fertilizao de mudas em tubetes de polipropileno:
A aplicao de calcrio neste sistema dispensada e at no recomendada, pelo fato dos
nveis de pH, Ca e Mg nestes substratos j estarem adequados. O pequeno volume e a elevada
lixiviao do substrato, demanda aplicaes dos fertilizantes de cobertura mais freqentes.
Fertilizao de base: (por m3 de substrato)
150 g de N (sulfato de amnio);
300 g de P2O5 (superfosfato simples);
27
100 g de K2O (cloreto de potssio);
150 g de fritas.
Fertilizao de cobertura:
200 g de N (sulfato de amnio);
150 g de K2O (cloreto de potssio).
Recomendaes:
- So as mesmas para a produo de mudas em sacos plsticos.
1.5 MICORRIZAO
Micorrizao a associao simbitica entre determinados fungos e razes finas, no
lenhosas, de plantas superiores, com ocorrncia de benefcios mtuos. Os fungos utilizam-se de
substncias sintetizadas pelas plantas, tais como acares, carboidratos, vitaminas, hormnios,
aminocidos e diversos outros exsudatos. Isto implica que qualquer alterao da planta ou
ambiente acaba interferindo na simbiose.
Quanto aos benefcios que os fungos trazem as plantas podem ser citados:
Aumento da rea de absoro das razes;
Aumento da absoro de nutrientes, especialmente de fsforo;
Aumento da longevidade de razes infectadas;
Maior resistncia a extremos valores cidos de pH;
Maior proteo contra infeco patognica;
Maior resistncia seca das mudas e a altas temperaturas do substrato;
Maior poder de absoro de nutrientes.
Como resultado dos benefcios mtuos entre a planta e o fungo o aumento do ndice de
sobrevivncia aps o plantio, com melhor desenvolvimento das mudas no campo.
28
Os gneros mais freqentemente encontrados so: Pisolithus , Telephora, Scleroderma ,
Rhizopogon, Boletus , Amanita, Cenococcum, Russula , Laccaria , Inocybe , Glomus, Acaulospora ,
Gigaspora, Sclerocystis, Cantharellus, Boletinus, Endogone e Suillus.
1.5.1 TIPOS DE INFECO
De acordo com as caractersticas morfolgicas e anatmicas, as razes micorrzicas
podem ser divididas nos seguintes grupos:
Ectomicorrzas;
Endomicorrzas
Ectoendomicorrzas.
Em espcies de Pinus , so formadas ectomicorrzas, enquanto que em Eucalyptus so
endomicorrzas. Espcies de ecossistemas brasileiros como da vegetao dos cerrados, floresta
amaznica, matas da costa atlntica so essencialmente endomicorrzicas, incluindo espcies das
matas dos Pinhais.
Ectomicorrzas
O fungo coloniza a superfcie das razes curtas, alimentadoras, formando um manto
espesso ao seu redor. Pode ser vista a olho n, devido a colorao branca ou colorido brilhante.
O fungo entra nas razes, entre as clulas corticais, formando um entrelaamento
denominado Rede de Hartig. Ele no chega ao interior das clulas, e as razes micorrizadas so
mais espessas que as no micorrizadas.
A maioria dos fungos que formam ectomicorrzas so constitudos por Basidiomicetos
(freqentemente produzem corpo de frutificao), podendo tambm ocorrer Ascomicetos. Os
poros das ectomicorrzas so transportados de vrias formas, sendo o principal meio de
propagao o vento. entre a zona de contato hifa-clula que ocorrem as trocas de nutrientes.
29
Figura 07: Ectomicorrizao em razes de rvores (CUNHA, 1986)
Endomicorrzas
As endomicorrzas no podem ser vistas a olho n. Sua presena detectada pela
tcnica de mudana de colorao de tecidos e exames em microscpio.
As hfas ramificam-se atravs das razes, apresentando estruturas com caractersticas de
vesculas e arbsculos, sendo tambm chamadas de micorrzas vesculo arbusculares. As
vesculas so rgos de armazenamento, contendo carboidratos e tambm servem como
estruturas de reproduo. Os arbsculos so estruturas bastante ramificadas, intracelulares, que
habitam nas clulas do crtex e tomam parte na troca de nutrientes.
Outra caracterstica destes fungos de no produzirem estruturas reprodutivas na
superfcie do solo. Produzem esporos globulosos, cuja disperso restringida basicamente a
movimentao mecnica do solo, no sendo disseminados pelo vento.
1.5.2 MTODOS DE INOCULAO Mtodos prticos para a inoculao das micorrzas:
a) Incorporao de restos de acculas, hmus e solo superficial de plantaes ou
viveiros bem estabelecidos;
b) Incorporao de compostos fabricados com restos de material que contenham
fungos micorrzicos;
c) Plantio de mudas obtidas onde h abundncia de fungos micorrzicos.
30
1.6 SEMEADURA
Consiste na distribuio das sementes, enterrando-as no solo, de acordo com suas
prprias exigncias e nas melhores condies possveis. A semeadura pode ser feita:
Diretamente na embalagem;
A lano;
Em fileiras.
Semeadura na embalagem: so colocadas as sementes na embalagem, sendo a
quantidade varivel com a espcie e com o poder germinativo. No caso do Eucalyptus
pode ser usada a seringa que deixa cair de 3 a 5 sementes na embalagem.
Semeadura lano: deve ser feita de tal modo que, aps o lanamento das sementes,
haja uma distribuio uniforme das mesmas sobre a superfcie do canteiro. Este tipo de
semeadura mais empregado nas sementeiras.
Semeadura em fileiras: feita em viveiros que produzem mudas com raiz nua. Podem
ser manual ou mecanizada.
1.6.1 POCA
A poca ideal para se efetuar a semeadura deve ser determinada atravs de alguns
aspectos importantes:
Espcie;
Taxa de crescimento;
Estao chuvosa;
Resistncia das espcies geada;
Rotao das espcies no viveiro;
Tipo de muda (raiz nua ou recipientes, mecanizado ou manual).
31
Tabela 04: pocas de semeadura e tempo de desenvolvimento em viveiro par algumas espcies (CARNEIRO, 1995)
Espcie Tempo necessrio de
desenvolvimento poca de semeadura Plantio da muda
Pinus spp. + 8 meses Primavera: 2 quinzena ( set out )
A partir de maio do ano seguinte.
Eucalyptus com ocorrncia de geadas
+ 3 meses Primavera: 2 quinzena ( set out )
Nas chuvas de vero
Eucalyptus sem ocorrncia de geadas
+ 3 meses 3 meses antes da estao chuvosa
No perodo das chuvas
Eucalyptus com ocorrncia de geadas
+ 3 meses No inverno, em casa de vegetao
Setembro / Outubro
1.6.2 QUANTIDADE DE SEMENTES
A quantidade de sementes depende do nmero de mudas a produzir anualmente, bem
como do tipo de muda (raiz nua ou em recipientes) e da metodologia de produo (manual ou
mecanizado).
Quando a quantidade de sementes a adquirir depender inteiramente da produo anual,
esta vai ser determinada pelas condies financeiras da empresa e da demanda de matria prima
ao mercado consumidor. Porm, quando levado em considerao o tipo de muda a produzir e a
metodologia adotada, esta quantidade pode ser determinada atravs de alguns clculos:
A quantidade de sementes por canteiro pode ser determinada atravs da seguinte
frmula:
K = D x A .
G x P x N (100 f)
Onde:
K = quantidade de sementes, em quilo, por canteiro;
D = densidade de mudas/m2;
A = rea de cada canteiro;
G = percentagem de germinao, contida no Boletim de Anlise de Sementes (expressa
em decimais);
32
P = percentagem de pureza, contida no Boletim de Anlise de Sementes (expressa em
decimais);
N = nmero de sementes, por quilo, contido no Boletim de Anlise de Sementes;
f = fator de segurana.
O fator de segurana corresponde soma da percentagem de mortalidade, ao longo do
perodo de produo no viveiro, com a percentagem de mudas consideradas refugo, que
geralmente situa-se em torno de 20% .
1.6.2.1 Viveiros em recipientes: produo manual
O clculo da quantidade determinado pelas dimenses das sementes.
Sementes pequenas: (Eucalyptus spp)
A semeadura efetuada diretamente nos rec ipientes j encanteirados, com a utilizao
da seringa plstica. O nmero de sementes depositadas em cada recipiente varivel,
dependendo da espcie e da porcentagem de pureza das sementes. Geralmente coloca-se de 3 a 5
sementes por recipiente.
de suma importncia ento, se saber a quantidade de sementes por quilo (que inclui matria
inerte), e a quantidade de sementes depositadas por recipiente, para que se possa determinar a
quantidade de sementes adquirir. Efetuar posteriormente o raleamento e/ou repicagem,
deixando apenas uma muda, a de maior vigor por recipiente.
Sementes de dimenses mdias: ( Pinus spp)
Sementes como as do gnero Pinus ou com dimenses similares permitem seu manuseio sem
dificuldades. Coloca-se geralmente 2 sementes por recipiente, sendo necessrio o posterior releio
e/ou repicagem.
33
Sementes de dimenses grandes
Neste caso, cada recipiente comportar apenas uma semente.
1.6.2.2 Viveiros em recipientes: produo mecanizada
O clculo da quantidade ser apresentado, separadamente, para duas situaes.
Sementes de dimenses pequenas:
Utiliza-se a semeadeira denominada mimegrafo, que trabalha apenas com sementes
puras de Eucalyptus spp. Seu funcionamento consiste na utilizao de agulhas especficas que
succionam apenas uma semente por recipiente. Por este motivo, indispensvel o
beneficiamento das sementes, onde se elimine pelo menos 98% do material inerte.
Sementes de dimenses mdias:
As semeadeiras so as do modelo utilizado para Eucalyptus spp, sendo o incoveniente que a
adaptao proporciona apenas a semeadura de uma semente por recipiente. A quantidade de
sementes deve ser determinada atravs do clculo, onde cada recipiente conter 2 sementes. Isto
faz com que a quantidade de sementes necessrias seja muito superior a produo mecanizada
em raiz nua.
1.6.3 PROFUNDIDADE
A semeadura, tanto em recipientes como em sementeiras, no deve ser muito
superficial, tampouco muito profundas. Isto porque, se forem muito superficiais as sementes
recebem intenso calor do sol, no absorvendo quantidades adequadas de umidade que
proporcionem sua germinao. J sementes muito profundas apresentam o incoveniente do
prprio peso do substrato constituir um fator fsico inibidor da emergncia das plntulas.
A profundidade ideal vai depender de alguns fatores como: vigor das sementes,
dimenses das sementes e constituio fsica do substrato. Para substratos com textura argilosa,
recomenda-se a semeadura a uma profundidade menor. De modo geral, as sementes devem ser
colocadas a uma profundidade cor respondente a at duas vezes o seu dimetro maior. Porm, as
34
sementes pequenas devem ser distribudas na superfcie do substrato nos recipientes ou na
sementeira, sendo irrigados previamente, e cobertas com uma fina camada de substrato.
Na tabela 05 apresentada a indicao de profundidade de semadura para algumas
espcies.
Tabela 05: Profundidade de semadura para algumas espcies (CARNEIRO, 1995) Espcies Recomendaes Fonte Pinus elliottii 1,0 a 2,0 cm GLASER (1971) Aspidosperma album 0,5 a 1,0 cm PER EIRA & PEDROSO (1974) Enterolobium timbouva 1,0 cm PEREIRA & PEDROSO (1974) Systemonopleme mezii 1,0 cm PEREIRA & PEDROSO (1974) Swietenia macrophylla 1,0 cm SCHMIDT (1974) Araucaria angustifolia 3,0 a 6,0 cm MATTEI, STHR & MALINOVSKI (1979) Prunus brasiliensis 0,5 a 1,0 cm STURION (1980) Ocotea porosa 0,5 cm STURION (1980) Dipteryx alata 1,5 a 2,5 cm NOGUEIRA & VAZ (1993) Pseudotsuga menziesii 2,0 cm MINORE, WEATHERLY & CUNNINGHAM (1993)
1.6.4 COBERTURA DOS CANTEIROS
a camada de material depositada sobre as sementes. Esta deve ser atxica, leve, higroscpica, e
recobrir, em espessura adequada a superfcie dos canteiros. A cobertura apresenta as seguintes
vantagens:
Proporciona emergncia mais homognea;
Protegem as sementes da chuva e de fortes regas;
Evita a oscilao de temperatura na superfcie dos canteiros;
Protege as razes novas e mais finas das plntulas aps a emergncia que
so as mais superficiais nesta fase de produo;
Proporciona circulao de ar para facilitar trocas gasosas;
Previne contra o ataque de pssaros e outros animais.
Os tipos de cobertura mais utilizados so (Tabela 06):
Terra peneirada;
Casca de arroz;
Accula seca picada;
Vermiculita;
Sepilho;
Areia;
35
Serragem;
Plsticos e aniagem (por perodos curtos e controlados).
No caso de se optar pela serragem, deve-se conhecer sua origem, uma vez que esta pode
conter tanino, resina ou outro princpio txico que pode prejudicar as mudas recm germinadas.
Tabela 06: Tipos de cobertura indicados para algumas epcies (CARNEIRO, 1995) Espcie Indicao Fonte Pinus elliottii Sepilho (1cm) RAMOS, CARNEIRO & WORMSBECKER
(1975) Eucalyptus citriodora Palha de arroz e capim seco FERREIRA & AGUIAR (1975) Eucalyptus spp Fina camada de terra peneirada,
seguida por uma camada de palha de arroz de 0,5 cm de espessura.
SIMES, BRANDI & MALINOVSKI (1976)
Anadenanthera macrocarpa Palha de arroz SILVA, SOLZA & RIBASKI (1980) Astronium urundeuva Palha de arroz SILVA, SOLZA & RIBASKI (1980) Cassia excelsa Areia ou carvo SILVA, SOLZA & RIBASKI (1980) Mimosa caesalpinipholia Palha de arroz e carvo SILVA, SOLZA & RIBASKI (1980)
1.6.5 CUIDADOS ESPECIAIS NA SEMEADURA
Antes, durante e aps a semeadura, alguns cuidados devem ser tomados para no ocorrer
problemas na produo de mudas.
Antes:
Ao manusear as sementes, nunca deix-las expostas ao tempo;
Armazen-las em ambiente adequado a espcie;
Irrigar bem os canteiros antes da semeadura, para que a umidade atinja todo o
recipiente;
Em recipientes ou sementeiras que apresentem uma crosta (camada superficial
dura), deve-se escarificar antes da semeadura.
Durante:
Sementes maiores devem ser semeadas manualmente, enquanto as menores
devem ser semeadas manualmente ou atravs de semeadeira;
Ao usar seringas, regul -las para cada lote de semente, de modo que os
recipientes recebam um nmero adequado e uniforme de sementes;
As sementes devem ser depositadas no centro do recipiente.
36
Aps:
Cobri-las com uma fina camada de areia lavada ou substrato usado para
preenchimento dos recipientes;
Acrescentar uma cobertura morta, como casca de arroz ou capim picado;
Otimizar o uso de sementes por canteiro ou recipiente;
No mexer no recipiente desde a semeadura at a germinao da plntula;
Colocar plaquetas padronizadas em cada canteiro com a identificao da
espcie, origem da semente e data de semeadura.
1.7 SOMBREAMENTO
O sombreamento pode ser conseguido atravs de abrigos, que so colocados a uma
altura varivel, geralmente de 50 cm, sobre a superfcie dos canteiros. Sua principal funo
controlar a temperatura, a umidade e a luminosidade. Isto porque, nas primeiras semanas aps a
semeadura, o abrigo tende a estimular a emergncia, atenuando os efeitos de baixas temperaturas,
no inverno, e tambm protege contra a forte insolao e intempries como granizo e chuvas
fortes, no vero.
O material mais utilizado o sombrite, disponvel em diversas intensidades de passagem
de luz. muito utilizada para espcies que so produzidas em sementeiras para posterior
repicagem, ou espcies que necessitam de luminosidade parcia l por serem umbrfilas (Tabela
07).
A utilizao do sombreamento no viveiro deve ser feita observando-se as caractersticas
ecofisiolgicas das espcies. Espcies helifilas devem receber sombreamento somente na fase
de germinao, quando necessrio. J as espcies umbrfilas podem permanecer sob
sombreamento durante toda a fase de viveiro.
Tabela 07: Nveis de luminosidade mais adequados para algumas espcies em viveiro Espcie % de Luminosidade Fase Autor(es)
Cedrela fissilis 50 Germinao Mitterstein e Schorn (2000) Cedrela fissilis 70 Desenvolvimento Mitterstein e Schorn (2000) Ocotea porosa 50 Germ. e Desenv. Mitterstein e Schorn (2000) Vitex megapotamica 50 a 70 Germ. e Desenv. Mitterstein e Schorn (2000) Leucaena leucocephala 75 Desenvolvimento Drumond e Lima (1993) Amburana cearensis 75 Desenvolvimento Drumond e Lima (1993) Araucaria angustifolia 70 Desenvolvimento Inoue e Torres (1980) Euterpe edulis >20 Desenvolvimento Nakazono et al. (2001)
37
1.8 IRRIGAO
Na produo de mudas em recipientes, a irrigao deve ser constante e em perodos
curtos, devendo-se evit -la em horrios mais quentes do dia. Isto porque, a irrigao excessiva
poder provocar o aparecimento de mudas tenras e suculentas e ocorrer a lixiviao dos
nutrientes do substrato, tornando-as pouco resistentes ao aparecimento de fungos e doenas.
No momento que as mudas vo para o canteiro de rustificao, deve-se reduzir a
irrigao, adaptando assim as condies ambientais que as mesmas venham a encontrar em
campo.
1.9 RALEIO
prtica comum em viveiros florestais colocar mais de uma semente por recipiente,
principalmente em se tratando de sementes pequenas, visando assegurar a presena de pelo
menos uma muda em cada embalagem. Portanto, grande parte dos recipientes apresentar mais
de uma muda, sendo necessria a realizao de raleios, deixando apenas a muda mais vigorosa,
de melhor forma e mais centralizada no recipiente.
Geralmente, tal operao conduzida quando as mudas apresentam dois a trs pares de
folhas definitivas, adotando-se o critrio para a eliminao das mudas excedentes o ndice de
crescimento em altura e a conformao do caulculo2
Na operao de raleio, devem-se seguir algumas normas para sua maior eficincia e
assegurar mudas de boa qualidade:
Antes da operao deve-se irrigar bem os canteiros;
Escolher a muda mais vigorosa e central do recipiente;
Eliminar as mudas excedentes:
- Com o auxlio dos dedos de uma das mos, proteger a muda selecionada,
firmando o substrato ao seu redor;
- Arrancar as demais com a outra mo ou cort -las com uma tesoura.
No deixar no recipiente nenhum resto de plntula 3
2 Caulculo o mesmo que caule primitivo. 3 Funo de evitar o aparecimento de fungos.
38
Deve -se eliminar o excesso de cobertura morta, insetos e quaisquer outros tipos de
pragas;
Retirar os recipientes sem mudas, encanteirando-os separadamente, e fazer nova
semeadura.
Deve-se fazer j no ato da repicagem, a retirada manual de plantas invasoras, que
eventualmente crescem nos recipientes junto com as mudas. Esta limpeza deve ser realizada
quantas vezes forem necessrias, principalmente na fase inicial de desenvolvimento da muda,
pois nessa fase as mudas so mais sensveis a competio. Esta operao deve ser procedida de
irrigao, o que facilita a remoo das plantas indesejveis, ocasionando menor dano ao sistema
radicular da muda.
1.10 DANAS OU MOVIMENTAO
A movimentao, ou dana das embalagens feita sempre que necessrio, com a
finalidade de efetuar a poda das razes que, porventura, tiverem extravasado as embalagens ao
penetrar no solo. Nessa operao, consegue-se a rustificao das mudas, resultando na reduo
da mortalidade por ocasio do plantio no campo.
Quando as mudas necessitam de um perodo maior no viveiro, deve ser realizada a
dana ou movimentao das embalagens, se for observado que as razes esto atravessando as
embalagens e penetrando no solo. Mudas produzidas em tubetes dispensam esta movimentao,
ou dana das embalagens, pois normalmente, os canteiros so suspensos e os tubetes, por terem
uma abertura na parte inferior, no permitem que as razes passem para o exterior, sendo
oxidadas.
39
1.11 PODAS
A poda a eliminao de uma parte das mudas, podendo ser tanto a parte area como a
parte radicular, a fim de obter os seguintes benefcios:
- aumentar a porcentagem de sobrevivncia;
- propiciar produo de mudas mais robustas;
- adequar o balano do desenvolvimento em altura e sistema radicular;
- fomentar a formao do sistema radicular fibroso (a maior quantidade de razes
laterais);
- servir de alternativa repicagem em canteiros de mudas e m raiz nua;
- aumentar o perodo de rotao da muda no viveiro;
- retardar o crescimento em altura das mudas.
Na poda radicular, podem ser eliminadas as razes pivotantes e/ou laterais. A vantagem
da produo de mudas em tubetes se deve ao fato das razes pivotantes e laterais terem seu
direcionamento forado para o fundo do recipiente, onde existe um orifcio. A partir deste
orifcio as razes so podadas pelo ar.
A produo de mudas em raiz nua, facilmente pode ser mecanizvel, sendo que atravs
do tipo de equipamento utilizado somente a raiz pivotante pode ser podada, como
simultaneamente a raiz pivotante e as laterais.
A poda area consiste na eliminao de uma parte do broto terminal das mudas.
Qualquer um dos dois tipos de poda altera o ritmo de crescimento das mudas. No entanto a
resposta da poda favorvel ao desenvolviemto da muda, dependendo do nvel de tolerncia de
cada espcie.
Em mudas de Pinus spp, a poda area provoca o aparecimento de alguns brotos apicais,
sendo que um deles, com o passar do tempo, assume a predominncia em relao aos demais.
So descritos abaixo alguns detalhes da poda area de mudas. A execuo da poda de razes
encontra-se no captulo referente produo de mudas em raiz-nua.
1.11.1 FREQNCIA E POCA DE EXECUO
Usualmente, para mudas de Pinus spp, esta prtica efetuada apenas uma vez, salvo
casos especiais. Quanto poca, segundo pesquisas, deve -se podar durante a fase de crescimento
40
de epictilo, isto , no incio do vero. Assim a muda consegue assegurar apropriada cicatrizao
das feridas dos colos e desenvolvimento dos brotos terminais.
A poca depende tambm das dimenses desejveis das mudas para plantio e da poca
em que os brotos retomam seu desenvolvimento, aps o inverno.
1.11.2 EXECUO
Quando executado em viveiros de pequeno a mdio porte, utiliza-se tesouras de
jardineiro. Em viveiros de elevada produo pode-se empregar roadeiras.
A altura do corte de 2 3 cm, a partir dos brotos terminais, podendo ser ainda maior
para o caso de mudas que apresentam grande altura da parte area, isto , baixa relao do
sistema radicial/ parte area.
1.12 RUSTIFICAO
Para obter um alto ndice de sobrevivncia das mudas aps o plantio em campo, as
mudas devem apresentar duas caractersticas importantes:
- Sanidade;
- Alto grau de resistncia.
A resistncia pode ser conseguida atravs da rustificao. Existem diversos
procedimentos que podem ser adotados para se obter a rustificao:
Aplicar NaCl na gua de irrigao, na dosagem de 1 ml / planta / dia;
Poda da parte area, com a reduo de 1/3 da poro superior;
Reduo de folhas dos 2/3 inferiores das mudas;
Movimentar freqentemente as mudas nos canteiros, atravs das danas, das
remoes, das selees e das classificaes;
Aplicao de antitranspirantes na poca do plantio (soluo diluda, como
Mobileaf, na concentrao de 1:7 em gua);
Realizar cortes graduais da irrigao, aproximadamente 20 dias antes da
expedio das mudas para o plantio;
Fazer uma aplicao com KCl durante a fase de rustificao
41
Tratamentos que ocasionam maior fora de absoro de gua na raiz, como o NaCl,
jamais podem ser adotados com outros que inibem a perda de gua na parte area (podas,
antitranspirantes, etc). Isto se deve ao gradiente de potencial hdrico que se forma entre a folha
e a raiz.
A movimentao das mudas no viveiro e o corte gradual da irrigao no perodo que
antecede o plantio so os procedimentos mais usados para se conseguir a rustificao das
mudas, devido aos seus custos e praticidade.
1.13 SELEO
Sua funo obter a uniformidade de tamanhos nos canteiros, separando-se as mudas
por classes de dimetro. Para Eucalyptus geralmente so feitas duas selees durante a
produo:
1 Seleo: realizada quando as mudas maiores atingem altura mdia de 10
cm, separando as mudas em trs categorias: pequenas, mdias e grandes,
encanteirando-as pelo tamanho de seleo;
2 Seleo: realizada quando as mudas maiores atingem altura mdia de 20
cm, separando-as nas mesmas trs categorias.
Aps cada seleo, podem-se realizar adubaes compensatrias para as mudas de
mdio e pequeno porte. Para mudas nativas podemos utilizar os mesmos procedimentos. Uma
terceira seleo realizada no momento da expedio, sendo que nesta os critrios adotados
so:
- Crescimento em altura;
- Dimetro do colo
- Conformao das mudas;
o Ausncia de bifurcao;
o Ausncia de tortuosidade.
42
2 SISTEMA DE PRODUO EM RAIZ-NUA
A utilizao deste sistema est limitada a poucas regies e, por isso, no uma tcnica
bem difundida. No sul do pas pode ser encontrada com mais freqncia, onde as condies
climticas so mais favorveis, principalmente para o Pinus.
Neste sistema as mudas so produzidas no prprio solo do viveiro e, posteriormente,
retiradas sem substrato nas razes e levadas para o campo. Praticamente todas as operaes
podem ser mecanizadas, o que diminui em muito a mo-de-obra e conseqentemente, o custo de
produo.
O emprego da tcnica de produo de mudas com raiz nua necessita um perodo de 3 a 6
semanas de paralisao do crescimento, quando realizado o plantio, devendo este ser em
perodo chuvoso e em dias nublados, frios e midos, de forma a diminuir a taxa de transpirao e
propiciar suficiente umidade s razes. Por estes dados, verifica-se que a tcnica tem uso
limitado, principalmente em nvel de Brasil, em razo do clima tropical.
2.1 PREPARO DA REA
No momento que antecede a instalao dos canteiros, deve -se preparar a rea a fim de
melhorar as propriedades fsicas do solo. Por isto, deve-se arar e gradear at uma profundidade
de pelo menos 25 cm. O emprego de enxada rotativa , na maioria das vezes, indispensvel para
se destorroar os torres maiores.
2.2 FERTILIZAO
Neste perodo tambm se efetua a correo da acidez do solo e a aplicao de adubos.
antecedida de uma anlise do solo. Em geral so adicionados anualmente 7 toneladas/h de
matria orgnica, alm de fertilizante NPK. Em geral utiliza-se 200 kg/ha de NPK 10-30-20,
anualmente.
O fertilizante, bem como a matria orgnica so aplicados lano sobre toda a rea do
viveiro e incorporados, por ocasio da arao e gradagem.
43
2.3 CONFECO DOS CANTEIROS
Aps o preparo da rea, utilizam-se os seguintes equipamentos para a confeco
mecanizada dos canteiros:
a) Modelador de canteiros: composto por quatro sees (Figura 08):
I. Dois discos laterais que mode lam os canteiros e simultaneamente, abrem os
caminhos (passeios) entre eles.
II. Duas lminas que do forma superfcie lateral dos canteiros.
III. Uma lmina transversal que d forma a superfcie dos canteiros.
IV. Duas sries de discos planos e paralelos para o destorroamento da superfcie
dos canteiros.
O modelador de canteiros abre sulcos com a profundidade de 15 cm e largura de 50 cm,
definindo assim os caminhos entre canteiros.
2.3.1 DIMENSES DOS CANTEIROS
Comprimento: 100 a 150 metros,
Largura: 1,2 a 1,5 metro;
Altura: 8 a 10 cm acima dos passeios4
2.3.2 DIMENSES DOS PASSEIOS
Comprimento: igual ao comprimento dos canteiros;
Largura: 50 a 60 cm (a metade da largura do canteiro).
Obs: A rea do viveiro deve ser efetivamente o dobro da rea destinada produo de
mudas. Enquanto a metade do viveiro encontra-se com mudas em crescimento, na outra metade
efetua-se a adubao verde.
A largura dos canteiros (distncia entre os sulcos) de 1 metro, permitindo assim a
passagem de um trator de porte mdio sobre os canteiros.
4 1 A superfcie dos canteiros pode ser plana ou levemente convexa para facilitar a drenagem.
44
Figura 08: Modelador de canteiros (CARNEIRO 1995)
2.4 SEMEADURA
A semeadura realizada com semeadeira mecnica, que contm dispositivos para
semeadura em linhas e na densidade de sementes desejada.
A semeadeira composta por cinco sees:
I. Um cilindro com 12 anis em alto relevo, distanciados em espaos regulares,
que ao girar, formam sulcos nos canteiros.
II. Uma srie de canos paralelos na posio vertical, cujas extremidades
coincidem com os sulcos, onde so depositados as sementes.
III. Depsito de sementes, situados na parte superior da sementeira, sendo ligada
aos canos por mangueiras finas e transparentes.
IV. Canos nas entrelinhas, cuja funo empurrar o solo para o lado, cobrindo os
sulcos.
V. Cilindro liso, que compacta o canteiro semeado.
Em geral, a distncia entre linhas de 10 cm e a quantidade de sementes/metro linear
de 26 sementes. Isto permite uma densidade de 250 mudas/m2 de canteiro. Aps a semeadura,
distribuda uma camada de acculas de pinus tritur ada sobre o canteiro. Esta accula tem a funo
de manter a umidade dos canteiros no perodo de germinao.
I. Discos laterais
II. Lminas
III. Lmina transversal
IV. Sries de discos
45
Figura 09: Semeadeira mecnica de viveiro (CARNEIRO 1995)
Outros tipos de semeadeiras j podem ser encontrados no mercado, como do modelo
da Figura.
Figura 10: Modelo de semeadeira para viveiro
2.4.1 SEMEADURA MANUAL
A produo manual neste tipo de viveiro pouco utilizada, sendo recomendada apenas
para viveiros de pequenas dimenses. A distribuio das sementes deve ser em linha, usando-se
em geral duas alternativas de semeadura:
Distanciamento de 6 cm entre cada ponto de semeadura, na linha e
espaamento tambm de 6 cm entre linhas. Duas sementes em cada ponto de
semeadura;
Distanciamento de 3 cm entre cada ponto de semeadura na linha e
espaamento de 10 cm entre as linhas. Uma semente em cada ponto de
semeadura.
I. Cilindro c/ 12 anis
II. Canos paralelos
III. Depsito de sementes
IV. Canos nas entrelinhas
V. Cilindro liso
46
Nas circunstncias a sero colocadas cerca de 550 sementes/m2 = 277 pontos5
de semeadura.
Adotar medidas de raleamento, onde, das duas, elimina-se a menos desenvolvida.
Outra forma efetuar a repicagem de uma das duas mudas para pontos onde as
duas sementes do ponto no germinam.
O raleamento tem a vantagem de eliminar as mudas de menor vigor e a
repicagem, de maior aproveitamento das mudas.
Nas circunstncias b sero colocadas 330 sementes / m2, sabendo-se que com a
mortalidade, a quantidade final tambm chega prximo de 280 mudas /m.
Para facilitar a marcao dos pontos, tanto no caso a como no b, podemos
utilizar um prancho de madeira, onde seu comprimento igual a largura do
canteiro. Este prancho deve possuir em sua parte inferior protuberncias, com
espaamentos regulares de 6 x 6 cm ou 3 x 10 cm, dependendo do mtodo
adotado. A presso desta prancha na superfcie do canteiro marcar os pontos de
semeadura.
2.5 IRRIGAO
Aps a semeadura, realizada irrigao por asperso, duas vezes ao dia, em mdia.
2.6 APLICAO DE FUNGICIDAS
realizada aplicao preventiva de fungicidas, a cada quinze dias. Podem ser usados
alternadamente, Benlate e Captan, visando a preveno contra uma diversidade maior de classes
de fungos.
5 Cada ponto dar lugar a uma nova muda.
47
2.7 APLICAO DE INSETICIDA
Tendo em vista a possibilidade de ocorrncia de ataque de pulgo em mudas de Pinus,
realizada a aplicao preventiva mensal de inseticida sistmico sobre os canteiros.
2.8 PODA DE RAZES
efetuada a primeira poda no perodo de 3 meses aps a semeadura. Tem o objetivo de
evitar o desenvolvimento excessivo da raiz principal, dificultando posteriormente a retirada das
mudas. Sua execuo deve ser realizada quando o substrato estiver mido, sendo que substratos
secos tendem a friccionar as razes, causando injrias as mudas. Aps a poda dos canteiros, as
mudas devem ser imediatamente irrigadas.
No Brasil, utiliza-se um equipamento que contm uma lmina fixa afiada, formando um
ngulo de 20 a 30, em relao ao eixo longitudinal do canteiro. De cada lado h uma chapa que
tem a funo de no permitir que as bordaduras dos canteiros sejam desmanchadas.
A eficincia da poda depende muito da velocidade do trator, sendo melhor com velocidades
menores.
A segunda poda executada pouco antes da retirada das mudas do canteiro.
A profundidade da lmina no canteiro controlada pelo sistema hidrulico, sendo
geralmente em torno de 15 cm abaixo da superfcie dos canteiros. A espessura da lmina no
deve ultrapassar 3 mm.
48
Figura 11: Equipamento utilizado para poda de razes (CARNEIRO, 1995)
A segunda poda executada pouco antes da retirada das mudas do canteiro.
2.9 RETIRADA DAS M UDAS
A segunda poda realizada por ocasio da retirada das mudas dos canteiros. realizada
a mesma operao anterior e em seguida, retira-se manualmente as mudas e poda-se at 50% do
comprimento das razes secundrias. Nesta mesma operao efetuada a seleo das mudas em 3
classes de qualidade, observando-se a altura, o dimetro do colo, presena de micorrizas,
presena de ramificaes laterais do caule, colorao das acculas entre outros.
Chapa
Lmina
49
Figura 12: Produo de mudas de Pinus taeda em raiz-nua
3 QUALIDADE DE MUDAS
De acordo com PAIVA (2000), vrios parmetros so utilizados para avaliar a qualidade
das mudas de espcies florestais, dentre eles destacam-se: altura da parte area; sistema radicular;
dimetro do coleto; proporo entre as partes area e radicular; proporo entre dimetro do
coleto e altura da parte area, pesos de matria seca e verde das partes area e radicular; rigidez
da parte area; aspectos nutricionais; etc.
Estes critrios de classificao so baseados basicamente em duas premissas de elevada
importncia, conforme CARNEIRO apud CARNEIRO(1983 a):
Aumento do percentual de sobrevivncia das mudas, aps o plantio;
Diminuir a freqncia dos tratos culturais de manuten o do povoamento
recm-implantado.
50
O primeiro item visa reduzir os custos com replantio derivados da elevada taxa de
mortalidade aps o plantio, enquanto o segundo em reduzir os tratos silviculturais decorrente da
reduo do ritmo de crescimento em altura, e conseqentemente em taxas de
incremento/hectare/ano.
O ideal da expedio para o campo com o propsito de florestamento ou reflorestamento
: mudas com raiz pivotante sem enovelamento (se ocorrer enovelamento, caso de produo de
mudas em sacos plsticos como recipientes, deve -se proceder o corte de, aproximadamente, 1 cm
do fundo do recipiente); parte area sem tortuosidade; dimetro de coleto acima de 2 mm;
uniformidade; rusticidade; localizao no centro do recipiente; apenas uma muda por
embalagem; e molhadas.
51
4 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CARNEIRO, J.G.de A. Produo e controle de qualidade de mudas florestais. Curitiba:UFPR/FUPEF, 1995.
CUNHA, N.T.S. Viveiros florestais. In: Manual do tcnico florestal: apostilas do colgio
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DRUMOND, M.A. & LIMA, P.C. Sombreamento na produo de mudas de Leucaena e Camuru. 1 CONGRESSO FLORESTAL PANAMERICANO. 7 CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO. Anais...Curitiba, SBS/SBEF. 1993.
INOUE, M.T.; TORRES, D.V. Comportamento do crescimento de mudas de Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze. em dependncia da intensidade luminosa. In: IUFRO MEETING ON FORESTRY PROBLEMS OF THE GENUS ARAUCARIA (1.:1979:Curitiba). Forestry Problems of the genus Araucaria. Curitiba. FUPEF, 1980. P.75-77.
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MITERSTEIN, F; SCHORN, L.A. Efeitos da luminosidade na germinao e desenvolvimento de trs espcies florestais em viveiro . Relatrio de pesquisa PIPE/FURB. 2000.
NAKAZONO, E.M.; COSTA, M.C.; FUTATSUGI, K.; PAULILO, M.T.S. Crescimento Inicial de Euterpe edulis Mart. em diferentes regimes de Luz. Revista Brasileira de Botnica, So Paulo, v. 24, n. 2, p. 173-179, 2001.
PAIVA, H.N.de.; GOMES, J.M. Viveiros florestais . Viosa:UFV, 2000. 69 p. (Cadernos didticos, 72)
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5 ANEXOS
Tabela 08:Tratamentos para a quebra de dormncia em sementes de espcies arbreas
Nome vulgar Nome cientfico Tratamento Fonte Accia -negra Acacia decurrens Imerso das sementes em gua fervente por 5 minutos Ragagnin (sd) Nogueira-de-iguape
Aleurites molucana Escar ificao mecnica; trincagem parcial do tegumento externo das sementes.
Capelanes (1989); Cape